Director: José Luís Araújo
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N.º 284
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15 de Dezembro de 2016
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Preço 4,00 Euros
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Até 2017 ... com todos!
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Sumá- Sumá- Sumá- Sumá- Sumá- Sumá04 Brasileiro Seu Jorge é atracção na Feira de São Mateus 06 XIX Feira Gastronómica do Porco aposta nos produtos tradicionais
08 Povoação do concelho de Seia transforma-se em Aldeia Natal
10 Sabugal exibe presépio gigante que ocupa 1.100 metros
25 Mário Andrade é o maior criador de ovinos de raça Bordaleira em Trancoso
26 Câmara de Trancoso quer ter um grande mercado de gado semanal
28 Festival Ecoraia para animar a Beira Interior e a província de Salamanca
11 VI Quinzena Gastronómica da Caça de Marvão nos
30 Mercado de Natal em Nelas foi um sucesso 31 Agricultores e Governo dos Açores satisfeitos com
restaurantes aderentes
aumento do preço de leite à produção
quadrados
12 Espumante ‘Regateiro’ homenageia a família e brinda aos 32 Produtores de leite e carne pedem mais apoios ao sector 7 anos da Lusovini
14 Vinho certificado dos Açores aumentou para 250 mil litros numa década
15 Índio Rei Dão DOP 2014 será dado a conhecer no Museu Nacional de Grão Vasco
da pecuária
33 Pão 100 por cento português promove produção de cereais em Portugal
34 Ministro da Agricultura quer resíduos florestais a produzir combustíveis
16 Alentejo quer candidatar produção de vinho da talha a
35 Carta Gastronómica da Região de Lafões foi apresentada
Património da Humanidade
em Vouzela
18 Poesia do vinho I - Inspiração cor de acácia 36 ADDLAP promove acções de formação para jovens 22 Em Cinfães “há um plano estratégico de desenvolvimento agricultores 38 Boticas abriu Loja de Produtos de Montanha do concelho”
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Em Viseu, a 12 de Agosto
Brasileiro Seu Jorge é atracção na Feira de São Mateus 2017 O artista brasileiro Seu Jorge vai actuar em Viseu a 12 de agosto de 2017, no âmbito da programação da Feira de São Mateus, que este ano quer dar mais “um salto em frente” em termos de qualidade. O anúncio foi feito em conferência de imprensa pela Viseu Marca, entidade que organiza a Feira de S. Mateus, numa altura em que faltam ainda oito meses para o certame. O gestor da Viseu Marca, Jorge Sobrado, explicou que o concerto de Seu Jorge será exclusivo na região Centro, em 2017, para a Feira de São Mateus, em co-produção com a CVMUSIC (titular dos direitos do autor para a Europa). Segundo Jorge Sobrado, “os riscos, os custos e os proveitos” serão partilhados pela Viseu Marca e a CVMUSIC, sendo este “o segredo” que possibilita a realização do concerto em Viseu. Desta forma, está garantida a sustentabilidade definida como “um dos princípios de gestão da feira e da Viseu Marca”, frisou. O responsável lembrou que, na edição deste ano, a Feira de S. Mateus alcançou “o marco mágico e histórico de 4
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um milhão de visitantes”, o que implica um “especial sentido de responsabilidade na programação de 2017”. “É esse o pano de fundo que reclama um salto em frente, mais um subir de um degrau na escada da qualificação e da afirmação da feira como uma proposta de grande dimensão no plano nacional de eventos de verão”, explicou. Esta é a primeira vez que uma das propostas do cartaz da feira é anunciada com oito meses de antecedência e também que haverá uma campanha promocional de preços do bilhete. Até ao final do ano, o preço será de seis euros, subindo em Janeiro e depois também em Julho. “Seu Jorge na Feira de S. Mateus é uma proposta de uma noite memorável de verão, mas é também a melhor e a mais acessível oportunidade para ver nos palcos em Portugal, em 2017, um dos mais queridos artistas brasileiros do público português”, frisou Jorge Sobrado. O gestor da Viseu Marca avançou que já estão “fechados e acordados dez grandes concertos para a Feira de S. Mateus”.
“São excelentes surpresas e propostas para todos os públicos e todos os gostos. Grande parte desses nomes são estreias e alguns são excelentes recuperações ao baú de memórias da feira”, explicou. Os bilhetes para o concerto do autor de sucessos como “Amiga da minha mulher” e “Burguesinha” já estão à venda em todo o país. Seu Jorge actuará no primeiro sábado da feira franca mais antiga da Península Ibérica, que vai para a sua 625.ª edição.
Presépio gigante é atracção no “Viseu Natal, Sonho Tradicional” Entretanto, a cidade de Viriato está iluminada para assinalar a quadra do Natal, o que acontecerá até 6 de Janeiro. Além das mais de 300 mil luzes, que iluminam 26 ruas e praças, jardins e edifícios, “380 peças decorativas iluminadas de grande escala prometem criar novas paisagens” na cidade, explicou Almeida Henriques. Um dos destaques da programação
deste ano é um presépio gigante criado pela Bordallo Pinheiro. Avaliado em mais de 10 mil euros, está instalado em pleno coração da cidade de Viseu, junto à entrada do Mercado 2 de Maio, podendo as três esculturas com mais de 400 quilogramas ser visitadas até ao dia 8 de Janeiro de 2017. “São peças únicas para as pessoas desfrutarem através do olhar, apreciando a sua estética. Trata-se de um gesto de amor que passa a fazer parte do património da Câmara de Viseu”, apontou o presidente da Câmara Municipal de Viseu, Almeida Henriques. As três esculturas - S. José, a Virgem Maria e o Menino Jesus - foram criadas na unidade fabril Faianças Artísticas Bordallo Pinheiro, pertença do Grupo Visabeira, e oferecidas ao Município de Viseu. “Desafiei o engenheiro Fernando Nunes (presidente do Grupo Visabeira) e a sua equipa a produzirem uma peça única da Bordallo Pinheiro para a nossa cidade. Este é um ato de benfeitoria da Visabeira à cidade de Viseu”, sustentou.
O autarca viseense aproveitou para realçar o facto de se tratar de peças exclusivas, modeladas em grés de alta temperatura, que espera que sejam respeitadas pela população. “Deixo o apelo às pessoas para que respeitem estas peças, que foram feitas com amor e são agora património da cidade. Vamos ter um segurança, que faz a segurança do Mercado 2 de Maio, que se encarregará também de fazer a segurança a estas esculturas”, referiu. De acordo com o director da Bordallo Pinheiro, Tiago Mendes, as três esculturas demoraram cerca de dois meses consecutivos a ser feitas à mão. “Trata-se de um projecto feito em tempo recorde: são peças com grande valor. O acabamento final das peças permite que não haja absorção de água e têm uma durabilidade quase ilimitada”, concluiu. Até 08 de Janeiro, o “Viseu Natal, Sonho Tradicional” oferece espectáculos de música e de teatro, animações de
rua, exposições e dois mercados de Natal (no Mercado 02 de Maio e no Mercado Municipal a partir de 16 de Dezembro). “Esta agenda intensa e ampla é inclusiva em dois planos: inclusiva nos públicos, nos interesses e nos gostos e inclusiva nos agentes envolvidos”, considerou Almeida Henriques, estimando que estejam envolvidas cerca de 2.500 pessoas, de mais de 120 instituições. O autarca adiantou que a passagem de ano será assinalada com um espectáculo piromusical e de teatro aéreo, com a actuação do grupo espanhol “Voalá”. A noite termina com a animação do DJ Wilson Honrado. O objectivo foi “manter o mesmo padrão de qualidade” a que os munícipes estão habituados, realçou. A 06 de Janeiro realiza-se o concerto de Ano Novo e Reis, no Teatro Viriato, que tem como convidado especial Mário Laginha, que se junta à Orquestra Filarmonia das Beiras.
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De 13 a 15 de Janeiro de 2017, no Pavilhão Multiusos de Boticas
XIX Feira Gastronómica do Porco aposta nos produtos tradicionais A Feira Gastronómica do Porco de Boticas, um dos maiores eventos gastronómicos do norte do país, realiza-se de 13 a 15 de Janeiro de 2017, no Pavilhão Multiusos. Desde 1998 que a vila de Boticas é local de visita obrigatória em Janeiro. Há 19 anos consecutivos que a agricultura local e os produtos tradicionais são valorizados e divulgados nesta mostra gastronómica onde a carne de porco e os seus derivados são os verdadeiros “Reis da Festa”. O sucesso que a Feira Gastronómica do Porco tem vindo a ter ao longo dos tempos tornou-a num dos melhores e mais importantes certames de promoção e divulgação do mundo rural barrosão e de tudo aquilo que de melhor existe nesta pequena mas tão rica vila do norte de Portugal. Organizada pelo Município de Boticas e a EHATB – Empreendimentos Hidroe6
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léctricos do Alto Tâmega e Barroso, a feira apresenta mais de três dezenas de stands de exposição e venda de produtos alimentares e artesanato e conta, também, com a participação de meia centena de produtores de fumeiro, número idêntico ao da edição anterior. São esperados ao longo de todo o fim-de-semana da feira mais de 70 mil visitantes, muitos deles vindos da vizinha Espanha, que têm à sua espera cerca de 40 toneladas de fumeiro, o que permitirá realizar um volume de negócios de perto de meio milhão de euros. Preservar o que de melhor se faz em terras de Barroso, valorizar a qualidade da carne de porco e dos enchidos através da apresentação de pratos tipicamente barrosões, divulgando a sua essência e sabor, são alguns dos atributos de autenticidade da Feira do Porco de Boticas.
Aos enchidos, concebidos de forma artesanal, sob um rigoroso controlo de qualidade cumprindo a legislação e regras em vigor, juntam-se o presunto, o pão centeio, a bola e o folar de carne e o tão afamado “Vinho dos Mortos”, entre muitos outros produtos de excelência. O artesanato também continua a ser presença obrigatória neste evento dedicado à ruralidade e às suas gentes. A Feira Gastronómica do Porco é um dos pontos mais altos da economia local, especialmente para os produtores de fumeiro tradicional que vêem nesta iniciativa a oportunidade certa para mostrar a qualidade dos seus produtos. Mais do que permitir aos produtores a venda dos seus artigos, que são fonte de sustento de muitas famílias, o certame permite recuperar a tradição, os sabores e saberes tradicionais genuínos e autênticos do concelho e levar o
bom nome dos produtos, com origem em Boticas, além-fronteiras. Os produtos agroalimentares fabricados no concelho barrosão são de uma qualidade inigualável o que lhe atribui características de genuinidade e atractividade únicas.
Tasquinhas de Sabores Tradicionais Os visitantes que se deslocarem a Boticas naquele fim-de-semana de Janeiro para apreciarem as iguarias gastronómicas barrosãs terão ao seu dispor um vasto leque de tasquinhas tradicionais. Cozido à Barrosã, rojões no pote, arroz de chouriça, costeletas em vinha de alho, caldo e feijoada à Barrosã, são algumas das especialidades apresentadas ao longo de toda a mostra. Para além destas, há outras iguarias
de excelência como o fumeiro (alheira, chouriça e salpicão), o genuíno presunto acompanhado da saborosa bôla centeia e os deliciosos vinhos regionais. Tal como nas edições anteriores, os restaurantes do concelho associam-se ao certame e apresentam ementas com pratos confeccionados à base de carne de porco e enchidos, elementos chave que distinguem a gastronomia transmontana do resto das outras. Todos os preços são devidamente tabelados, quer nos expositores quer nas tasquinhas, o que o torna a feira ainda mais atractiva.
Animação do certame A XIX edição da Feira Gastronómica do Porco conta com três dias de muita animação. Para além da gastronomia e do artesanato, os visitantes vão poder disfrutar de boa música ao longo de
todo o certame. No interior do Pavilhão a animação fica a cargo dos Grupos de música popular e tradicional do concelho e da região. No exterior decorrerá a tradicional “Feira à moda antiga”, onde são apresentados inúmeros artefactos ligados às profissões de outrora (tanoaria, olaria, cestaria, peles, esculturas e instrumentos artesanais) e que ainda vão perdurando no tempo. No recinto do Campo de Futebol, junto ao Pavilhão Municipal, decorrerão, como dita a tradição, as tão conhecidas “Chegas de Bois”, que anualmente trazem até Boticas centenas de pessoas. O presidente da Câmara, Fernando Queiroga, deixa a promessa de “um fim-de-semana de muita animação, onde se dá a conhecer o melhor que se faz no concelho de Boticas, sendo motivo mais do que suficiente para uma visita a esta magnífica região, que tem tanto para mostrar”.
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Até dia 6 de Janeiro
Povoação do concelho de Seia transforma-se em “Aldeia Natal” A aldeia de Cabeça, no concelho de Seia, é “Aldeia Natal” pelo quarto ano consecutivo e oferecer aos visitantes uma proposta diferente, inspirada nos valores da quadra e longe do consumismo dos grandes centros. Até 6 de Janeiro, aquela pequena aldeia do concelho de Seia, na Serra da Estrela, acolhe o evento “Aldeia Natal”, prometendo aos visitantes “uma festa inspirada nos valores desta quadra onde se vivencia, de forma simples e autêntica, a magia desta época, num conceito bem distante do consumismo exacerbado”, anunciou hoje a organização. “Uma aldeia genuína. Por mãos de gente genuína” é a proposta de Natal daquela que se assume como sendo a “mais sustentável aldeia de montanha do país”. A organização refere que a iniciativa assenta num conceito “distante do consumismo dos espaços comerciais e dos grandes eventos de recriação natalícia”. Ali, os visitantes encontram “uma 8
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aldeia genuína em que os habitantes abrem as portas das suas casas, transformando a aldeia e as suas ruas num verdadeiro mercado de Natal”. Os 190 moradores trabalharam vários meses na elaboração dos enfeites natalícios que vão decorar as ruas da povoação, todos eles feitos com recurso aos elementos naturais da montanha e aos desperdícios de lã das fábricas têxteis da região. “Nas pitorescas ruas da aldeia, o visitante encontra uma decoração criativa e ecológica, onde não faltam presépios, estrelas, candelabros e grinaldas naturais, feitas pelos habitantes da aldeia, que cobrem as fachadas e a imponente árvore de Natal ecológica”, adianta a organização. As luzes de Natal, à semelhança do que acontece com a iluminação pública, são de tecnologia LED, é também referido. Na localidade transformada em “Aldeia Natal” podem ser adquiridos enfeites natalícios que, além de naturais, “são feitos com o carinho e a paixão
dos habitantes da aldeia”. “E porque estamos em plena Serra da Estrela, não poderiam faltar as iguarias de Natal imprescindíveis à mesa de qualquer família portuguesa: o queijo Serra de Estrela, o requeijão de Seia, as compotas, os frutos secos e até os chocolates inspirados nos aromas da montanha”, sublinham os promotores do evento natalício. O programa de animação inclui contos infantis, oficinas temáticas, músicas de Natal, exposições de fotografia e presépios ecológicos, entre outras propostas. As crianças também podem usufruir, pela primeira vez, da “aldeia dos pequenitos”, um espaço criado pelos habitantes de Cabeça que promete “fazer as delícias dos mais novos”. O evento “Cabeça Aldeia Natal” é promovido pela Comissão de Baldios de Cabeça e pela Associação de Desenvolvimento Integrado da Rede de Aldeias de Montanha, com o apoio do Município de Seia e da União das Freguesias de Vide e Cabeça.
Candidaturas já começaram
7 Maravilhas regressam para promover as Aldeias de Portugal
A eleição das 7 Maravilhas – Aldeias de Portugal marca o regresso das 7 Maravilhas® na promoção da identidade nacional. As candidaturas já arrancam, com o convite formal a todos os municípios e juntas de freguesias, bem como outras entidades públicas e privadas. “Acreditamos que Portugal deve apostar naquilo que tem de único: um património cultural e natural inigualável. A eleição das 7 Maravilhas – Aldeias de Portugal, numa altura em que estamos empenhados na promoção da actividade turística em todo o território e na desconcentração da procura, será mais um factor de atracção e de dinamização do turismo, levando também os portugueses a redescobrir Portugal”, referiu Ana Mendes Godinho, Secretária de Estado do Turismo. “A dinamização turística das aldeias portuguesas é um instrumento para valorização e divulgação da oferta turística e dos produtos locais nas várias regiões portuguesas, que pode ser uma importante alavanca para criar riqueza e emprego, contribuindo para o reforço da coesão
territorial e social”, acrescentou a governante. As 7 Maravilhas® são um dos maiores ícones de promoção turística nacional, um conceito mobilizador de milhões de pessoas em todo o mundo. Passaram 10 anos desde a primeira eleição, a 07.07.2007 no Estádio da Luz, com as Novas 7 Maravilhas do Mundo® e as 7 Maravilhas de Portugal®. Desde então o conceito promoveu o património histórico de origem portuguesa no mundo, a natureza, a gastronomia e as praias portuguesas. “Ainda hoje os locais eleitos se promovem como uma das 7 Maravilhas. A marca 7 Maravilhas® permite a criação de sub-marcas, após as eleitas pelo público serem reveladas. Damos às regiões, às cidades, aos produtores locais e a promotores turísticos, as bases de promoção para explorar a longo prazo, por exemplo com a criação de roteiros”, explica Luís Segadães, presidente das 7 Maravilhas. A última eleição no nosso país teve lugar em 2012, com as 7 Maravilhas – Praias de Portugal®. As
eleições 7 Maravilhas® são casos de sucesso de participação pública, com temas que marcam a agenda nacional. As Aldeias são o património nacional a promover em 2017, entendidas nesta eleição “como um lugar vivo, um espaço de comunidade, com uma vivência quotidiana de trabalho, de partilha, de identidade territorial e de memória colectiva” (como consta em Regulamento). “Queremos mostrar um Portugal que inspira, um Portugal que se renovou, que tem casos de sucesso, que tem gente que mudou de vida e que se afirma tendo por base os valores da autenticidade, daquilo que é criado por pessoas e para pessoas e também da simplicidade”, acrescenta Luís Segadães. “Apesar de estarmos no ambiente peculiar e restrito de aldeias, muitas vezes no interior do país, esse factor que decisivo nas histórias que queremos mostrar. Dois terços do nosso território são interior e espaços não urbanos”. As candidatas a 7 Maravilhas – Aldeias de Portugal® são organizadas em 7 categorias e as 7 vencedoras serão apuradas pelo maior número de votos, uma por categoria, não podendo ser eleitas mais do que três aldeias por região. As categorias são: Aldeias com História; Aldeias de Mar; Aldeias Ribeirinhas; Aldeias Rurais; Aldeias Remotas; Aldeias Autênticas; e Aldeias em Áreas Protegidas. Qualquer aldeia pode candidatar-se em múltiplas categorias. As candidaturas começaram a 7 de Dezembro e decorrem até 7 de Março de 2017. Este projecto conta com o apoio institucional do Gabinete do Ministro Adjunto, da Secretaria de Estado do Turismo, do Turismo de Portugal, da Unidade de Missão para a Valorização do Interior, ICNF – Instituto da Conservação da Natureza e Florestas, Federação Minha Terra, e Associação Portugal Genial. www.gazetarural.com
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Pode ser visitado diariamente até ao dia 08 de Janeiro
Sabugal exibe presépio gigante que ocupa 1.100 metros quadrados A Câmara do Sabugal voltou a instalar este ano um presépio gigante no centro da cidade, que ocupa cerca de 1.100 metros quadrados de área e que foi construído com mais de 500 toneladas de materiais recolhidos na natureza. Segundo a autarquia, presidida por António Robalo, para a recriação do Presépio de Belém, no Largo da Fonte, no centro da cidade, foram usadas mais de 500 toneladas de troncos de castanheiros, heras, musgos, entre outros materiais. A construção foi efetuada a uma escala com a qual “os visitantes têm a percepção de fazer parte do presépio, como sendo elementos ou personagens do mesmo”, explica o município em nota hoje divulgada. A inauguração do presépio em tamanho gigante - considerado pela autarquia do Sabugal como sendo “o maior Presépio Natural” do país -, contou com a actuação do Coro Sénior do Centro Cultural da Guarda e perante “uma parada de personagens do imaginário”. O presépio poderá ser visitado diariamente, até ao dia 08 de Janeiro, das 08,30 às 23 horas. Foi também inaugurada a exposição “O Nosso Natal é PET”, composta por trabalhos realizados por alunos das escolas do concelho e de instituições particulares de solidariedade social locais.
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No âmbito da programação de Natal, a autarquia do Sabugal também promove um “Mercadinho de Natal”, para exposição e venda de produtos e de artesanato local, que decorrerá de quarta-feira a domingo, de 16 a 18 e 23 e 24 de Dezembro. O programa de animação da quadra natalícia contemplará ainda ateliês de pinturas faciais, decorações natalícias, confecção de velas, sais de banho e ambientadores, prendas amigas do am-
biente, crachás e construção de fantoches reciclados, contos de encantar, um espectáculo circense e um concerto de Natal. As actividades programadas pela Câmara Municipal do Sabugal culminam nos dias 7 e 8 de Janeiro, com a apresentação de duas peças, no auditório municipal, uma pelo Grupo de Teatro “Guardiões da Lua” (no dia 07, às 21 horas), e outra pelo Grupo de Teatro Anel de Pedra (no dia 08, às 15 horas).
De 17 de Dezembro a 6 de Janeiro, em Marvão
VI Quinzena Gastronómica da Caça nos restaurantes aderentes
O Município de Marvão promove, de 17 de Dezembro a 6 de Janeiro, a Quinzena Gastronómica da Caça. Até ao Dia de Reis, pode degustar, nos restaurantes aderentes do concelho, pratos confeccionados à base de lebre, perdiz, pombo bravo, coelho bravo, javali ou veado. Com extraordinárias condições para a prática da actividade cinegética, o concelho de Marvão é destino de eleição para muitos adeptos da caça. Por isso mesmo, a sexta edição desta Quinzena Gastronómica pretende homenagear os caçadores, promover Marvão enquanto destino gastronómico de excelência, e afirmar a região enquanto
destino turístico de caça. A diversidade de saberes e sabores de caça é enorme, mas nas ementas dos dez restaurantes aderentes a esta iniciativa poderá encontrar, naquele período, várias iguarias que valerá a pena degustar.Açorda de perdiz, canja de perdiz aromatizada com hortelã, coelho bravo com míscaros, naco de veado gratinado com molho de maionese e champignons, empada de perdiz, com alheira e boletos, feijoada de lebre, javali estufado com boletos, arroz de pombo bravo, codornizes de escabeche, ou tordos fritos, são algumas das sugestões apresentadas.
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Já disponível no mercado
Espumante ‘Regateiro’ homenageia a família e brinda aos sete anos da Lusovini Gazeta Rural (GR): ‘Regateiro’ é espumante diferente, que dedicou ao seu avô? Casimiro Gomes (CG): Quando vinificámos as uvas pensámos logo fazer algo diferenciado. É um espumante dedicado ao meu avô paterno, que se chamava Manuel Gomes Regateiro, e daí o nome da marca. Como ele faria, a 10 de Dezembro, 120 anos, decidimos lançar este espumante de forma a homenageá-lo, até porque ele era um homem com grande iniciativa, quer na área agrícola, quer na área industrial, porque ele tinha os fornos de fazer a telha de canudo. Foi uma pessoa que viajou pelo mundo e acho que herdei alguma coisa dele, pelo menos o gosto de viajar.
‘Regateiro’ é o novo espumante, produzido na Bairrada, e que é uma homenagem de Casimiro Gomes ao avô Manuel Gomes Regateiro. A marca, distribuída pela Lusovini, é um projecto do administrador da empresa sedeada em Nelas, que se inclui no espírito da distribuidora, que fez sete anos em Novembro, e que passa por agrupar produtores. Na apresentação do novo espumante, Casimiro Gomes, em conversa com a Gazeta Rural, falou do novo produto da empresa, mas fez também o ponto de situação da Lusovini, que continua apostada no mercado nacional, sustentada com a exportação para mais de três dezenas de países, mais os cinco onde tem empresas próprias.
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GR: Este é um vinho de família. De que modo é que ele se enquadra no âmbito de uma empresa como a Lusovini? CG: É muito interessante, porque eu, nos projectos anteriores, nunca quis engarrafar os vinhos das vinhas da família, porque entendia que isso poderia ser mal interpretado no âmbito empresarial como um elemento de concorrência. Como o projecto Lusovini também é sui-generis, que tem a característica de agrupar produtores, foi fácil, pois eu sou mais um produtor. Sou accionista e administrador da Lusovini, mas enquanto ‘Regateiro’ sou um produtor. Portanto, foi muito fácil, pois complementa a actividade da empresa. Outros exemplos são o João Paulo Gouveia, que é produtor e também accionista, ou o Álvaro Castro que é só produtor. Ou seja, a empresa tem uma filosofia de complementaridade e portanto foi fácil pensar num projecto agregado à Lusovini. GR: Como foi o ano de 2016 para a empresa? No Brasil cresceu bastante? CG: No Brasil crescemos em contraciclo. O ano foi muito trabalhoso, porque em 2014 23% da nossa actividade estava centrada em Angola, - em Dezembro de 2014 foi quanto valeu. Em Janeiro de 2015 percebemos que tínhamos que mudar alguma coisa, embora na altura o câmbio era favorável. Nessa altura decidimos fazer uma inversão do nosso caminho e abrimos em 2015, nos EUA, a Lusovini USA, e em 2016 uma delegação em Macau, para fazer o ‘front ofice’ para a Asia. Só assim foi possível compensar o que se deixou de vender para Angola
e também porque temos uma visão de mercado externo permanente. Pode ser errado, mas não estou a ver forma a fazer o projecto à dimensão que queremos com mais de 20 ou 30% do mercado nacional. A nossa actividade de mercado nacional vale hoje 27%. Tivemos um crescimento global, mas foi fruto de uma mudança significativa da nossa estratégia, virando-nos muito para os EUA, felizmente que o fizemos, e também para o mercado da Asia, onde acho que está tudo por fazer. GR: Essa proximidade nos mercados é importante? CG: A Lusovini é uma empresa com sete anos, feitos a 4 de Novembro, mas já tem cinco internacionalizações. Nesta altura exportamos para mais de trinta e dois países, para além dos cinco onde temos empresas. É muito diferente. Nós assumimos uma lógica de estarmos próximos do mercado, de dar atenção, de poder acompanhar, de prestar um serviço e, no fundo, credibilizar os vinhos portugueses e, de alguma maneira, trazer mais-valias para eles. A exportação está baseada em preço e isso eu não quero para a Lusovini.
“A nossa estratégia é claramente virada para o longo prazo” GR: Em Moçambique, onde têm uma empresa, como está o mercado? CG: Em Moçambique saíram muito expatriados, não só portugueses, como outros do mundo inteiro e, em consequência, houve uma quebra brutal de consumo. A nossa empresa não sofreu porque foi a mais pequena que criámos. Se tivéssemos lá uma empresa de dimensão maior, se calhar não aguentarímos a quebra de vendas. Como temos uma empresa ‘enxuta’,
ela continua a crescer, porque é o seu caminho. Temos um serviço que está atento ao cliente. Por exemplo, após a encomenda, a entrega em Maputo é feita em doze horas. Em Angola, nomeadamente em Luanda, todas as encomendas feitas até as 16 horas são entregues até as 11 horas no dia seguinte. Isto é serviço. Nós apostamos fortemente na lógica do serviço, porque dá ao cliente algo que não é normal nesses territórios. Na Europa é normal, mas nesses países isso não acontece e faz toda a diferença. Os nossos vinhos até podem nem ser os mais baratos, mas são bons e o serviço que prestamos também, o que nos ajuda a fidelizar o cliente. GR: Há dois anos decidiu apostar no mercado nacional. Valeu a pena? CG: Sim. Nós continuamos a apostar no mercado nacional, mas só podemos fazer um investimento no mercado nacional porque temos um volume de negócios significativo no mercado externo e investimos dessa forma no mercado nacional, porque estamos a pensar no futuro, porque se fosse no estado em que o mercado está hoje não valia a pena. Nós estamos a construir para amanhã, para mim ou para os próximos accionistas da empresa. Com isto, as marcas ficam trabalhadas e disponíveis no mercado. É essa a estratégia que temos para o nosso projecto e médio e longo prazo. GR: Como é que antevê 2017? CG: Sou um optimista moderado. Todos os anos vão ser muito difíceis nos próximos tempos, mas a Lusovini nasceu em 2009 e os anos seguintes foram sempre maus e a Lusovini chegou até aqui. Costumo dizer que, se o projecto da Lusovini correr mal não é culpa do mercado ou dos Governos, mas sim dos gestores, onde me incluo. A nossa estratégia é claramente virada para o longo prazo e não no lucro imediato e quando se pensa assim é muito mais fácil.
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Adiantou o presidente da Comissão Vitivinícola Regional
Vinho certificado dos Açores aumentou para 250 mil litros numa década A produção de vinho certificado nos Açores aumentou de 15 mil litros em 2004 para 250 mil em 2016, adiantou o presidente da Comissão Vitivinícola Regional (CVR-Açores). “Em 2004 apenas duas marcas comerciais de vinho eram certificadas, o Lajido, do Pico, e Pedras Brancas, da Graciosa, e o volume era apenas de 15 mil litros. Neste momento, o número de agentes económicos aumentou muito com o crescimento da área de vinha plantada e temos cerca de 250 mil litros de vinho certificado por ano”, declarou Vasco Paulos. A CVR-Açores foi constituída em 1995 com o objectivo de “garantir a genuinidade e a qualidade dos vinhos”, promover o seu controlo, como definir o seu processo produtivo e assegurar a sua defesa. Vasco Paulos adiantou que, actualmente, na região, existem 12 agentes económicos que representam individualmente várias marcas, tendo exemplificado com a adega da Coope14
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rativa Vitivinícola da Ilha do Pico, que possui quatro vinhos certificados. O presidente da CVR-Açores está convicto de que o volume de 250 mil litros da produção de vinho certificado venha a aumentar face ao processo de reconversão da vinha nos Açores, através dos novos projectos VITIS (Regime de Apoio à Reestruturação e Reconversão de Vinhas). “Se falarmos só no número de projectos VITIS que deram entrada até ao final do ano (170), a área de vinha ocupada com castas aptas à produção de vinhos DOC vai ultrapassar os 800 hectares na região, quando, ainda há bem pouco tempo, eram de apenas 130”, destacou. Segundo o responsável, para ser certificado o vinho tem que preencher determinados requisitos, como uma quantidade mínima de volume e castas autorizadas pela legislação em vigor. Vasco Paulos explicou que se o produto preencher os requisitos necessários é
posteriormente submetido à CVR-Açores, que procede a uma análise laboratorial para “assegurar que os parâmetros analíticos são legais”. O presidente da CVR-Açores acrescentou que há ainda uma outra análise, sensorial, assegurada pela câmara de provadores, que posteriormente atribui uma pontuação ao produto, sendo que só depois desta fase o vinho fica apto para ir para o mercado com o selo de certificação. De acordo com Vasco Paulos, nos Açores existem actualmente 38 marcas de vinho certificado, várias centenas de produtores individuais e três zonas demarcadas: Biscoitos (Terceira), Graciosa e Pico. Existe ainda a Indicação Geográfica Protegida - Açores para os vinhos de qualidade brancos e tintos, que satisfaçam as condições de produção fixadas. Em alternativa, os vinhos podem usar a menção Vinho Regional Açores.
Depois de apresentado em Curitiba
Índio Rei Dão DOP 2014 dado a conhecer no Museu Nacional de Grão Vasco Viajou até Curitiba, no Brasil, onde foi apresentado como o vinho oficial do Museu de Arte Indígena (MAI). O Índio Rei ‘voltou’ para agora ser dado a conhecer à região, e ao país, que o viu nascer. Produzido na Região Demarcada do Dão e inspirado numa pintura de Grão Vasco, o Índio Rei Dão DOP 2014 é segundo vinho da empresa Amora Brava, sedeada em Viseu, e será apresentado ao mercado nacional no próximo dia 5 de Janeiro no Museu Nacional Grão Vasco (MNGV), em Viseu. O Índio Rei Dão DOP 2014 é um ‘blend’ da colheita de 2014, feito com uvas das castas Touriga Nacional, Alfrocheiro, Tinta Pinheira e Aragonês. O MNGV tem sido uma inspiração para a Amora Brava. “Foi ao percorrer os dois espaços culturais mais emblemáticos da cidade de Viseu, que são a Sé Catedral e o MNGV, que encontrei a inspiração para este novo projecto”, explicou Susana Abreu, aludindo ao índio brasileiro pintado por Grão Vasco no painel Adoração dos Reis Magos, que pode ser visto no museu. Para o enólogo Carlos Silva, “foi um desafio fazer um vinho do Dão com uma personalidade própria, que expressa a natureza autóctone, com grande recorte, firmes taninos e corpo aveludado, com notas de cereja, cacau, madeira exótica, incenso e fumo ligeiro”. O Índio Rei foi muito bem recebido em Curitiba, no MAI, onde é o vinho oficial. “Esta parceria é extremamente importante e tão inusitada quanto o MAI ou uma marca de vinho com um nome indígena”, considerou na altura Julianna Podolan Martins, directora e proprietária do museu brasileiro. Na sua opinião, o Índio Rei é “uma inovação em termos de conceito”, mas também uma forma de levar para o Brasil “um vinho que conta a história de uma obra de um pintor português”, que desconhecia. Julianna Podolan Martins sublinhou que a parceria engrandece os dois projectos e “aportará novos visitantes ao MAI, em Curitiba, mas também ao MNGV, em Viseu”, por via do quadro de Grão Vasco.
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Processo envolve 6 municípios e 5 instituições da região
Alentejo quer candidatar produção de vinho da talha a Património da Humanidade Vários municípios e instituições do Alentejo vão candidatar a Património da Humanidade a produção artesanal de vinho de talha, uma prática de vinificação típica da região, descendente dos romanos e com mais de dois mil anos. A candidatura pretende que a produção artesanal de vinho de talha seja classificada como Património Cultural Imaterial da Humanidade, pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), adiantou Manuel Narra, presidente da Câmara de Vidigueira, que teve a ideia e vai liderar o processo. A eventual classificação visa “salvaguardar a arte de saber fazer vinho de talha, que é produzido de forma artesanal há mais de dois mil anos”, explicou o autarca, adiantando que a elaboração da candidatura vai começar em 2017 para que o processo seja apresentado à UNESCO “no final de 2018 ou no início de 2019”. Trata-se de “salvaguardar uma tradição milenar”, porque, devido à “curiosidade que o vinho de talha está a despertar no mercado”, os produtores, “para poderem dar resposta ao mercado e rentabilizar o produto, vão ter a tendência de massificar e industrializar a produção e não irão cumprir com todas as regras a que a tradição obriga”, alertou. “A massificação e a industrialização da produção vão deturpar e estragar o vinho de talha na sua essência, que é o saber fazer de forma artesanal, em talhas de barro e segundo determinadas técnicas”, o que lhe dá “características únicas” e, por isso, “temos de o salvaguardar e decidimos avançar com a candidatura”, explicou Manuel Narra. Segundo o autarca de Vidigueira, “é preciso definir e balizar claramente o que se quer salvaguardar como Património da Humanidade para que haja um nicho muito específico de produtores com o compromisso de continuar a produzir vinho de talha segundo a tradição milenar nos concelhos que ainda mantêm a tradição”. O processo envolve seis municípios e cinco instituições do Alentejo, os quais assinaram uma carta de compromisso para darem início ao processo de candidatura. Além de Vidigueira, a candidatura envolve os municípios de Aljustrel, Cuba e Moura, no distrito de Beja, Mora, no distrito de Évora, e Marvão, no distrito de Portalegre, onde há a tradição de produção artesanal de vinho de talha. A Entidade Regional de Turismo do Alentejo/Ribatejo, a Direcção Regional de Cultura do Alentejo, a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Alentejo, a Comissão Vitivinícola Regional Alentejana (CVRA) e a Vitifrades - Associação de Desenvolvimento Local, que foi criada em 1998, em Vila de Frades, que se assume como “capital do vinho de talha”, para divulgar esta milenar prática de vinificação, são as cinco instituições envolvidas. O processo de candidatura também vai envolver os produtores de vinho de talha, que são os “detentores e os grandes 16
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guardiões do bem a classificar: o saber fazer vinho de talha”, disse Manuel Narra. Segundo a CVRA, em Portugal, “o Alentejo tem sido o grande guardião” dos vinhos de talha e “sabido preservar”, até à actualidade, este “milenar processo de vinificação desenvolvido pelos romanos”. “Seguindo os processos mais clássicos ou adoptando alguma modernização, o vinho de talha mantém-se como um produto único, sublime representante da milenar cultura do vinho no Alentejo”, sublinha a CVRA. Ao longo dos tempos, a técnica de produzir vinho em grandes vasilhas de barro, conhecidas como talhas, foi sendo passada de geração em geração, “de forma quase imutável”. De acordo com a CVRA, “não existe apenas uma forma de fazer o vinho em talhas”, já que a produção varia “ligeiramente” consoante a tradição local, mas, segundo a forma “mais clássica”, que “pouco mudou em mais de dois mil anos”, as uvas previamente esmagadas são colocadas dentro de talhas de barro e a fermentação ocorre espontaneamente. Durante a fermentação, as películas de uvas, que sobem à superfície e formam uma capa de massas sólida, são mexidas com um rodo de madeira e obrigadas a mergulhar no mosto para “transmitir mais cor, aromas e sabores ao vinho”. Terminada a fermentação, as massas assentam no fundo, explica a CVRA, referindo que na parede da talha, perto da base, existe um orifício, no qual se coloca uma torneira e por onde o vinho atravessa o filtro formado pelas massas de uvas e “sai puro e límpido para o exterior”, explica a CVRA.
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Poesia do vinho I - Inspiração cor de acácia
“Balança o Atlântico além do Tejo que beija Lisboa” A percepção e o vinho navegam de mãos enlaçadas, a criação explode uvas, versos, castas, linhas. Nem há cheiro na taça, quais são os aromas? Abrirá bálsamos? Não os sinto. O olfacto se habituou aos perfumes de frutas vermelhas, pimenta negra, pimentões, flores brancas; o nariz espera velejar por aromas de couro, mel, pijama, sorriso, cafuné, barco, conversas que acaloram a alma, coberta, pés, liberdade, bicicleta, golo, viagem, riacho, estrela cadente, algodão doce, um girassol que gire para ver o sol e nos inspire com sua devoção. Bairrada é barro com invernos tristes a pingar chuvisco e verões serenos com as brisas atlânticas. Ali a inspiração brota da Baga de cachos pequeninos e maturação entardecida; vinhas velhas florescem, reinam, vigoram, avinham, alvorecem. Em todos os cantos e cantada em melodia em pleno país adentra a Touriga Nacional, perfumada, em silêncio repousa e desenvolve seu aroma floral e cor violácea. Encanta as ruas dos fadistas sem memória da melancolia. Loureiro, loureiro só poderia trazer acordes de louro e
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ainda acácia, laranja e pêssego. A brisa passeia com a acácia pelo sítio que retorna as narinas com mais encantos. Filha da França, a Alicante Bouschet encontrou seu lar no Cante Alentejano entre os ranchos de cantadores das aldeias. Com as gentes de olhos acalentados pela paisagem cálida. São carinhosas as mesclas que fizeram abordar a magia da Bouschet e também é afectuoso um vinho do Dão; entre as serras Caramulo, Montemuro e Buçaco descansa a Encruzado guardada dos ventos para revelar bálsamos de violetas e pétala de rosa. Douro ode do capítulo navega sabores até seus limites com vinhos de montanha, inspira a Touriga Franca e as demais uvas, o produtor e os olhos dos bardos, dá-nos poesia na vindima, aquece nosso coração com o acalanto da sua elegância e os versos da sua perfeição. Em meu pescoço será colocado o colar de Colares. Deixarei Sintra pela manhã para passar o dia nas vinhas de pé franco. Querida Ramisco cheirando a flor e fruta; tomarei seu alento na volta para Lisboa a encarar o mar que tocará os pés. Débora Corn (Curitiba – Brasil)
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Escola Profissional de Cinfães levou o mundo do chocolate à Aldeia do Pai Natal Na Aldeia do Pai Natal, na Serra do Montemuro, Escola Profissional de Cinfães ‘instalou’ uma cozinha onde levou o mundo do chocolate aos muitos visitantes que passaram pela Gralheira. “A Escola apoia sempre grandes iniciativas, dentro e fora do concelho, e entendemos que esta era importante para o turis-
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mo, porque a Gralheira tem o simbolismo de ser uma aldeia comunitária, como se prova por este evento. A nossa presença foi uma mais-valia para Escola, porque mostrámos o que os nossos alunos fazem no curso de Pastelaria e Cozinha e o chocolate é uma iguaria desta época”, afirmou Evaristo Cardoso.
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A aldeia da Gralheira, no concelho de Cinfães, tornouse durante dois fins-desemana na Aldeia do Pai Natal, por onde passaram muitos milhares de visitantes. A aldeia transformou-se fruto na união das suas gentes, que abriram as portas de suas casas para receber os visitantes com o melhor que a região oferece. O sucesso da iniciativa deixou o presidente da Câmara de Cinfães satisfeito. “A obra mais importante que se pode fazer, em qualquer terra, é atrair gente ao território”, afirmou Armando Mourisco à Gazeta Rural. O autarca diz que há “um plano estratégico de desenvolvimento do concelho” e destacou a aposta que o concelho está a fazer no mundo rural, hoje cada vez mais importante, nomeadamente no turismo e nos produtos locais. 22
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Garante o presidente da Câmara de Cinfães
“Há um plano estratégico
de desenvolvimento do concelho” Gazeta Rural (GR): Este é um Natal diferente, numa aldeia típica da Serra do Montemuro. O que atrai, na sua perceptiva, os milhares de pessoas que visitam a Gralheira nesta altura do ano? Armando Mourisco (AM): Várias coisas. A Gralheira é uma aldeia típica da serra de Montemuro, com uma animação magnífica nesta quadra e que se transforma na Aldeia do Pai Natal. Para além disso oferece paisagens fantástica, para além de toda a beleza deste concelho, bem como a nossa gastronomia e produtos endógenos, magníficos e diversificados, que aqui têm um sabor especial, fruto da dinâmica da população que abre as suas casas nestes dias e as transformam em oficinas temáticas. É este conjunto de circunstâncias, alia-
da naturalmente ao desenvolvimento do território do concelho de Cinfães, ao marketing promocional, associado à gastronomia, às paisagens, ao saber receber das nossas gentes e os nossos produtos endógenos que criam toda esta dinâmica. GR: Trazer gente à Serra do Montemuro é importante, pois ainda há muito por explorar? AM: A obra mais importante que se pode fazer, em qualquer terra, é atrair gente, pois assim a economia funciona e há sustentabilidade. Normalmente quem visita Cinfães volta e trás outros amigos. Naturalmente que o trabalho não é fácil e não é possível fazer todo de uma vez, mas tem-se feito bastante, mas ainda há muito por fazer. Há um plano estratégico de desenvolvimento do concelho, mas há
também um plano de intervenção para a serra de Montemuro que está sendo posto em prática. Recentemente inaugurámos o Multiusos de Montemuro, um espaço de lazer e cultura, mas sobretudo um espaço de transformação do fumeiro e de comercialização dos produtos endógenos. Temos atraído gente ao território e estamos a investir forte, também, nos centros de acolhimento e suporte de natureza, circuitos pedestres, circuitos de BTT, mas também o forte investimento que temos feito no Centro de Interpretação do Vale do Bestança. Portanto, é esta dinâmica e todo este conjunto de intervenções, que estão programadas, umas já realizadas, outras em projectos, outros em execução, como a requalificação dos centros das nossas aldeias. Em breve irá a concurso requalificação do centro Ruivais, na freguesia de Ferreiros de Tendais; o parque lazer de Pias, no rio Bestança; a requalificação da aldeia de Boassas, entre outros, para além de um conjunto de investimentos para potencializar as zonas ribeirinhas dos nossos rios, nomeadamente o Douro. GR: Num concelho onde há dificuldade nos acessos, há que aprovei-
tar o que a natureza oferece? AM: Sim, o mundo rural é cada vez mais atractivo. A dificuldade que existe no concelho de Cinfães são os acessos para o exterior, porque os acessos internos, grande parte deles, já estão requalificados. Faltam, efectivamente, acessos ao exterior. Foi suspenso pelo Governo, até ver, a aproximação de Cinfães à A4, mas era também fundamental para o concelho o IC35, uma ligação rápida do baixo concelho a Penafiel e também à A4, ou seja aos grandes centros. Felizmente, apesar destas dificuldades, temos conseguido atrair investimento na área do turismo, na área industrial, como o sector do calçado a entrar em força em Cinfães e a criar uma centena de postos de trabalho. Futuramente haverá mais novidades, nomeadamente a transformação dos nossos produtos endógenos, os licores, o vinho verde, a doçaria, o fumeiro, as compotas. Em breve irá a concurso público a construção da cozinha regional de doces, licores e compotas, na freguesia de Fornelos. Com isto, estamos a dinamizar o concelho num todo. Depois de termos executado o diagnóstico, estamos a colocar em prática o
plano estratégico e pensamos que temos um futuro risonho e já há resultados visíveis. No final de 2013 a taxa de desemprego era de mais de 2700 desempregados, hoje, segundo os dados do Instituto de Emprego e Formação Profissional estamos com um pouco mais de 1700 desempregados. Isto é um sinal de crescimento e desenvolvimento do concelho. GR: O que pede para 2017? AM: Continuo a pedir o mesmo de sempre: confiança do cinfanense no território, confiança nos investidores externos no território e muita união. Todos juntos somos capazes de continuar a transformar este concelho e eu tenho mais três anos para que este concelho esteja completamente mudado, com taxa de desemprego ao nível do país ou mesmo inferior, com o potencial dos nossos recursos endógenos, como o turismo, a gastronomia, o artesanato, com este ambiente e esta natureza prodígia. Iremos continuar a trilhar o caminho do desenvolvimento, convictos da confiança que existe hoje no território, com a confiança nos programas de apoio que temos implementado aos investidores externos e com a união das nossas gentes.
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Com um rebanho de 700 ovelhas
Mário Andrade é o maior criador de ovinos de raça Bordaleira em Trancoso Mário Andrade é o maior criador de ovinos da raça Bordaleira da Serra da Estrela do concelho de Trancoso, com um rebanho de cerca 700 animais, que comercializa vivos ou para carne. “Sempre me dediquei à criação. Vendo borregos e gado para a ordenha”, afirmou à Gazeta Rural, adiantando que não faz ordenha e que, por isso, o leite é para alimentar as crias. Mário Andrade tem os rebanhos na zona de Reboleiro, freguesia do concelho de Trancoso, e para alimentar 700 animais, tem “uma área grande de serra, para além de lameiros e forragem. Trabalha com o filho, Filipe Trindade, e mais dois empregados, mas diz que actualmente se vive “uma crise no sector”. Mário Andrade dedica-se apenas à criação de animais, pois a produção de queijo tem muita burocracia, o que fez com que deixasse de ordenhar o gado. “Para além das exigências serem muitas, nós estamos numa zona desfavorecida, no limite da Região Demarcada de Queijo da Serra da Estrela, ou seja, a minha freguesia já não faz parte, embora todo o meu rebanho seja de ovelhas da raça 24
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Bordaleira da Serra da Estrela e sou o único da região”, lamenta Mário Andrade. “Só tenho ovelhas de raça Bordaleira e se quiser fazer queijo não é classificado como Serra da Estrela, apesar das minhas pastagens estarem no limite da região. São as tais burocracias que existem”, refere o criador de gado. Deste modo, dedica-se à criação e à pastorícia, que abarca uma área que atinge quatro freguesias. Apesar de não produzir queijo, Mário Andrade é um observador atento e vai ouvindo os lamentos dos produtores. “Está muito mau, as saídas são muito poucas, devido, em parte, às exigências e ao preço do queijo”. Assim, a venda do leite às fábricas da região é, na maior parte dos casos, a opção. O preço do leite ronda um euro, mas é o mesmo há mais de duas décadas. “Um euro não é de mais, mas a 200 escudos já se vendia há vinte anos”, refere Mário Andrade, que teve “a melhor sala de ordenha do concelho de Trancoso”, mas deixou “de ordenhar o gado porque os leiteiros chegaram a uma cer-
ta altura que não podiam pagar o leite a 200 escudos. O meu contrato era de lhe dar o leite mais barato 10 cêntimos e tirarem-mo todo o ano ao mesmo preço, mas, a certa altura, disseram-me que o preço era igual para todos e eu, para não ter chatices, passei a dedicar-me só à criação de borregos”, afirmou. A venda dos animais é feita em várias fazes e tem preços diferentes. Assim, o borrego de leite, com 6 a 7 quilos, anda entre os 40 a 50 euros, aumentando o preço consoante o peso do animal. Um borrego entre os 12 e os 15 quilos pode andar pelos 75 euros. “Procuro a vender os borregos o mais tarde possível, porque, como não ordenho, quanto mais tarde os vendo, menos trabalho me dão porque as ovelhas arriscam-se a estragar do glúteos e assim eles mamam até a mãe deixar de dar leite”, refere Mário Andrade. O preço dos animais adultos também varia consoante o animal. “As ovelhas não são todas iguais e tanto podem render 150 como 300 euros. Por exemplo, o ano passado foi vendida aqui uma ovelha por 500 euros”, refere o produtor.
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Trancoso voltou a ser ‘invadida’ por milhares de pessoas na Festa Anual de Santa Luzia, certame que inclui uma mostra e exposição de gado ovino patente no Parque Gado. A estrutura foi recuperada em 2014 e apresenta agora todas as condições para receber gado bovino, ovino e caprino. Amílcar Salvador, presidente da Câmara de Trancoso, em conversa com a Gazeta Rural, destaca a importante do sector primário no concelho e quer ter um grande mercado de gado todas as sextas-feiras.
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Parque reúne todas as condições
Câmara de Trancoso quer ter um grande mercado de gado semanal Gazeta Rural (GR): Satisfeito com esta mostra e exposição de Gado, no âmbito da Feira Anual de Santa Luzia? Amílcar Salvador (AS): Sim. A Feira já tem muitos séculos de existência e as pessoas vêm a Trancoso para comprar agasalhos, roupas, alfaias agrícolas, sementes e outros produtos, mas, acima de tudo, foi sempre uma feira também ligada à compra e venda de animais, até porque é um sector com peso económico no nosso concelho e onde o mundo rural é extremamente importante.
Temos mais de 15 mil ovinos no concelho e com muitos os criadores de gado. É um sector importante, com muitas famílias a viverem daquilo que os animais dão, desde o leite, à carne e ao queijo. É uma grande fonte de rendimento e o município tinha realmente que os apoiar. Temos jovens agricultores, mas também temos outros com mais idade, mas são um instrumento realmente importante no cultivo a terra, o tratarem dos campos, porque deste modo as paisagens ficam mais bonitas e, com isso, arrastam outros sectores, como o turismo, fruto
do trabalho que desenvolvem ao longo do ano. Para além disso, há um aspecto importante. Cultivar os terrenos e tratarem dos animais serve, também de prevenção contra os incêndios florestais, e por isso o nosso concelho hoje está cada vez mais limpo e os nossos criadores de gado dão uma ajuda importante, naturalmente com os nossos sapadores florestais. GR: Este mercado do gado foi revitalizado em 2014? AS: Sim, procurámos revitaliza-lo há dois anos. Durante muitos anos, na Feira de Santa Luzia sempre se venderam animais. Contudo, houve um interregno e em 2014 revitalizámos o mercado, dando-lhe também outras condições. Esta é a nossa terceira Feira do Gado no dia de Santa Luzia e estamos muito contentes, pois tivemos uma adesão muito grande por parte dos criadores de gado, para além de que foi, também, um dia de convívio e de confraternização. GR: O mercado de gado funciona semanalmente e, no fundo, serve para revitalizar a economia? AS: Todas as sextas-feiras há mercado de gado, com mais ou menos animais, nomeadamente ovinos e aparecem muitos comerciantes. A Câmara Municipal tudo tem feito para que os nossos criadores de gado venham ao mercado e, para o efeito, isentámo-los do pagamento das guias e de taxas para entrar. É tudo por conta da Câmara numa parceria que temos com a Cooperativa Agrícola Bandarra, por forma a atrair cada vez mais gente, porque efectivamente acreditamos no futuro e não baixamos os braços. Sabemos que esse sector passou por uma crise muito profunda, há algumas exigências, mas naturalmente está cá para ajudar, pois é preciso alguma formação e algum incentivo e a Câmara esta disponível para isso. Temos que encarar o futuro com optimismo neste sector, acreditar que podemos voltar a ter aqui um grande mercado de gado de ovinos. Estiveram cá os responsáveis da Direcção Geral da Alimentação e Veterinária, visitaram também as instalações do pavilhão destinado aos bovinos, que se encontra em excelentes condições. Há três anos recuperámos este espaço, que estava completamente degradado, e hoje está digno, onde é possível fazer leilão de gado, tem uma balança, e está a funcionar a 100%. Tem todas as
condições para voltarmos a ter em Trancoso um grande mercado de gado todas as sextas-feiras. GR: Há um outro sector importante no concelho que é a criação e porco bísaro e a produção de enchidos? AS: Temos algumas empresas importante no sector do leite, nomeadamente a Lactovil e a Lacticôa primeira sedeada em Trancoso e a segunda em Vila Franca das Naves. São duas empresas que já facturam vários milhões de euros. Para além disso, a produção de enchidos e salsicharia no concelho é extremamente importante, nomeadamente a Casa da Prisca, uma empresa de referência nacional e internacional e em que trabalha muito com o porco bísaro, com uma qualidade de carne diferenciada. Também estamos a olhar para este sector, pois notamos que cada vez também há mais gente interessada neste tipo de negócios. Nesta área fazemos sempre um grande evento, no final de
Fevereiro e início de Março, que é a Feira do Fumeiro, onde os nossos empresários estão presentes, porque entendemos que este é outro sector muito importante e com grande importância económica. GR: Portanto, quem vier a Trancoso pode degustar a carne, os enchidos, o queijo e adoçar a boca com as sardinhas doces? AS: Naturalmente. É um doce conventual característico de Trancoso. As sardinhas doces são conhecidas no país inteiro e no estrangeiro. Felizmente temos também uma empresa que as produz muito bem e as coloca no mercado. Há também sardinhas doces que ainda são feitas por algumas pessoas de forma mais caseira e que também muito saborosas. Portanto, mas nada como vir a Trancoso degustar a nossa gastronomia, provar as sardinhas doces, apreciar as paisagens e apreciar até o nevoeiro que habitualmente temos durante algumas semanas, que é também uma mais valia para quem nos visita. www.gazetarural.com
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No Sabugal, em Junho de 2017
Festival Ecoraia para animar a Beira Interior e a província de Salamanca Salamanca recebeu a VI Feira Transfronteiriça Ecoraia, que irá ter um ‘remake’ em Junho próximo no Sabugal, com a realização do Festival Ecoraia, uma festa de Verão mas com muita animação de rua. A Ecoraia levou a Salamanca mais de uma centena de expositores daquela província espanhola, mas também da Beira Interior Norte, e repetiu o êxito de anos anteriores, com um número de visitantes que ultrapassou as expectativas. O certame promovido pela Diputacion de Salamanca e a Associação de Municípios da Cova da Beira (AMCB) realiza-se no âmbito das actividades da Comunidade de trabalho BIN-SAL AMCB - Diputacion de Salamanca. “Está é uma iniciativa comercial, onde os produtores de cada um dos lados da 28
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fronteira unem esforços para impulsionar as produções agroalimentares de cada um dos lados da fronteira”, afirmou o presidente da Diputacion de Salamanca. Javier Iglesias sublinhou as boas as relações de Espanha e Portugal, espelhadas na realização deste evento, acrescentando que “rompendo a fronteira, os dois países ganham, fazendo-o através dos protagonistas do meio rural, que com muita resiliência e esforço mantêm os seus postos de trabalho, a sua actividade económica e mantêm viva a chama das oportunidades do meio rural”. Para o presidente da Diputacion de Salamanca “a razão de ser dos dois países é a de encontrar caminhos de comunicação e de cooperação para me-
lhorar a qualidade de vida das pessoas que vivem doa dois lados da fronteira”, Por outro lado, acrescentou, “a nossa razão de ser é impulsionar politicas e acções que nos levem nesse sentido”. Javier Iglesias garantiu ainda que a Diputacion de Salamanca e a AMCB “estão empenhadas, com os novos fundos europeus, manter este tipo de acções, que permitam a criação de oportunidades e a actividade económica no meio rural, nas zonas menos povoadas dos dois lados da fronteira”. Para aquele responsável espanhol, a Ecoraia “é uma boa iniciativa, porque num mundo globalizado, onde tudo é mais complexo, mais difícil, onde os mais pequenos não têm tantas oportunidades, nós facilitamos a sua visibilidade, damos-
-lhes as ferramentas e o acesso ao conhecimento dos compradores”. É que, acrescentou Javier Iglesias, “queremos levantar a voz daqueles que produzem produtos de alta qualidade e de alto valor para o meio rural para que possam ser conhecidos e comercializados e a Ecoraia é um grande escaparate daquilo que de muito bom se produz nos nossos dois países”. Na abertura do certame o presidente da AMCB alinhou pelo mesmo diapasão do seu homólogo espanhol. “Evento dá um novo paradigma na relação transfronteiriça”, pois “os nossos transitórios representam uma nova centralidade na Europa e, por isso mesmo, uma potencialidade que queremos transformar em
realidade”, afirmou José Manuel Biscaia. O presidente da AMCB avançou ainda que a Feira Ecoraia e o Festival Ecoraia são, para nós, uma ferramenta com que pretendemos combater as disparidades regionais na lógica da valorização territorial, assumindo o território como uma oportunidade. Pretendemos que esta seja uma estratégia que promova, além do território, a equidade e igualdade de oportunidades e de coesão, sublinhou José Manuel Biscaia. Com estes eventos, acrescentou este responsável, “pretendemos igualmente alertar os nossos governos para a promoção da justiça social e para que acompanhem e se envolvam no grande desígnio europeu da coesão territorial”.
É que, “ninguém pode ter duvidas, que estes eventos transfronteiriços são um tónico para o desenvolvimento dos territórios raianos, ao mostrar, potencializar e dinamizar os nossos produtos e os nossos produtores”, afirmou José Manuel Biscaia, que lembrou que a Ecoraia “é um evento onde se promovem os produtos e os produtores, se estabelecem relações bilaterais, se trocam experiências e se abrem possíveis novos mercados” A Ecoraia envolve um investimento de cerca de 150 mil euros, valor que José Manuel Biscaia espera “seja um impulso aproveitado pelos produtores e pelos expositores para dar maior visibilidade e atractividade aos seus produtos”.
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Quatro dias de verdadeira magia no concelho
Mercado de Natal em Nelas foi um sucesso Num verdadeiro ambiente de espírito natalício e magia, o Mercado de Natal em Nelas, abrilhantou todo o concelho, durante quatro dias, com actividades festivas, assinalando com muita alegria esta quadra natalícia. O Mercado de Natal foi um sucesso, tendo atraído muita gente à tenda instalada na praça do Município. Com a iluminação natalícia da Vila de Nelas como pano de fundo, o presidente da Câmara de Nelas, José Borges da Silva, frisou a importância desta iniciativa enquanto montra privilegiada de produtos
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tradicionais da época e importante veículo dinamizador das tradições e o do comércio locais, agradecendo a participação e empenho de todos os intervenientes que, em conjunto, são a força motora para consolidar este evento no tecido cultural do Concelho. Durante o Mercado de Natal, o Vinho do Dão também marcou presença com a realização de um conjunto de Provas Cegas “Vinhos do Dão à Descoberta” promovido pelo grupo ‘Cegos por Provas numa oportunidade única de degustar, às cegas, vinho dos produtores
do concelho, trocar impressões e partilhar a paixão por este néctar ímpar da Região do Dão. À Quinta do Sobral, Fontes da Cunha e Fidalgas de Santar foram entregues as medalhas e diplomas obtidos no concurso “La Selezione del Sindaco” o que comprova a excelência dos produtores locais. Destaque também para a mostra de artesanato, gastronomia, produtos da terra, vinho do Dão, doçaria conventual e doces tradicionais, movimento estudantil e associativismo que marcaram com muita alegria e magia este mercado.
A partir do próximo mês de Janeiro
Agricultores e Governo dos Açores
satisfeitos com aumento do preço de leite à produção O presidente da Federação Agrícola dos Açores e o secretário regional da Agricultura e Florestas manifestaram satisfação pelo aumento do preço do leite pago à produção, previsto para Janeiro de 2017. Jorge Rita, presidente da Federação Agrícola, disse que a “Bel Portugal”, que detém duas fábricas de lacticínios na ilha de São Miguel (Ribeira Grande e Covoada) “vai aumentar o preço do leite à produção em um cêntimo por litro, a partir de 01 de Janeiro”. “O aumento de um cêntimo não é ainda aquilo que era expectável para as nossas necessidades, mas vamos aguardar que haja oportunidade de haver novos aumentos nos próximos tempos”, disse Jorge Rita, sublinhando, no entanto, “este
momento de viragem” no sector, depois de, durante dois anos, se terem registado descidas do preço do leite à produção. Segundo o presidente da Federação Agrícola, além da Bel, também a Insulac (outra indústria de lacticínios da ilha de São Miguel), “se prepara para aumentar em um cêntimo por litro, o preço do leite ao produtor, a partir de Janeiro”. O anúncio dos aumentos foi recebido, também, de forma “positiva”, pelo secretário regional da Agricultura e Florestas, João Ponte, que, à margem de uma visita a uma exploração agrícola na ilha Terceira, afirmou esperar que “esse aumento possa vir a ser seguido por outras indústrias na Região”. “Esse ajustamento contribui para o aumento
do rendimento dos produtores açorianos e é um sinal de confiança no futuro da actividade na fileira do leite nos Açores”, frisou o governante, admitindo que este aumento já era “expectável” por parte do Governo Regional. Apesar deste ligeiro aumento, Jorge Rita considera que aquilo que as indústrias se preparam para pagar a mais é ainda “insuficiente”, face aos dez cêntimos por litro que os produtores açorianos perderam nos últimos dois anos. “A reposição dos dez cêntimos é que seria o ideal, mas todos nós temos consciência de que os mercados têm vindo a reagir, mas ainda não reagiram ao ponto de sermos pretensiosos a esse ponto”, admitiu o presidente da Federação Agrícola. www.gazetarural.com
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Preços pagos aos produtores continuam “demasiado baixos”
Produtores de leite e carne pedem mais apoios ao sector da pecuária A Associação dos Produtores de Leite e Carne (APLC) lamentou as “dificuldades sem fim à vista” no sector pecuário e reclamou mais medidas de apoio. A APLC afirmou, num comunicado, que os preços pagos aos produtores de leite, depois do fim das quotas leiteiras, continuam “demasiado baixos”, apelando ao Governo para que “continue a reclamar insistentemente em Bruxelas a criação de um sistema de regulação da produção”. A APLC defende igualmente maior acompanhamento e fiscalização dos contratos praticados em Portugal e que “os preços pagos à produção e a quantidade de produção por exploração possam ser debatidos e negociados em pé de igualdade e não impostos por uma das partes”. Também a produção de carne de suíno “começa novamente a dar sinais de instabilidade com a baixa dos preços na produção”. A associação critica a anterior ministra da Agricultura, Assunção Cristas, por não ter negociado com Bruxelas apoios
para os produtores de carne de porco nacional, instando o actual responsável pela tutela, Capoulas Santos, a tomar a iniciativa de apoiar o sector. O ministro da Agricultura deve tam-
bém tomar medidas para erradicar o surto de ‘língua azul’ que está a afectar a produção de ovinos e “tem gerado situações de autêntica calamidade”, reclama ainda a APLC.
No âmbito do PDR2020 – Programa de Desenvolvimento Rural
Governo abriu concursos de 80 ME
para investimento na agricultura e agroindústria O Governo abriu dois concursos, no valor de 80 milhões de euros, para financiar investimentos na transformação e comercialização de produtos agrícolas. Os dois concursos decorrem, até Março de 2017, no âmbito do PDR2020 – Programa de Desenvolvimento Rural e destinam-se a financiar investimentos na transformação e comercialização de produtos agrícolas, bem como na exploração agrícola. De acordo com um comunicado do Ministério da Agricultura, na área dos “Investimentos na Transformação e Comercialização de Produtos Agrícolas, o objectivo é apoiar a realização de inves32
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timentos na transformação e comercialização de produtos agrícolas destinados a melhorar o desempenho competitivo das unidades industriais, através do aumento da produção, da criação de valor baseada no conhecimento, em processos e produtos inovadores, na melhoria da qualidade dos produtos, numa gestão eficiente dos recursos, no uso de energias renováveis”. Relativamente ao investimento na exploração agrícola, “o objectivo é apoiar a realização de investimentos na exploração agrícola destinados a melhorar o desempenho e a viabilidade da exploração, aumentar a produção, criar valor,
melhorar a qualidade dos produtos, introduzir métodos e produtos inovadores e garantir a sustentabilidade ambiental da exploração”. Para o ministro da Agricultura, os dois concursos vão “impulsionar o investimento no sector através da implementação de uma nova dinâmica no programa de apoio, recuperando atrasos e colocando novos apoios ao serviço da agricultura”. Capoulas Santos sublinha que “não há tempo a perder” e que “o Governo tem feito um esforço grande para garantir também o nível de investimento no sector, que vai agora ser reforçado com este novo pacote de ajudas”.
Projecto junta produtores e investigadores à grande distribuição
Pão 100% português promove produção de cereais em Portugal Cinquenta mil pães com ingredientes 100% nacionais começaram a ser vendidos no âmbito de um projecto que junta produtores e investigadores à grande distribuição e que pretende promover a produção de cereais em Portugal. O presidente do Clube Português dos Cereais de Qualidade, Fernando Carpinteiro Albino, disse que o projecto nasceu em Elvas com o objectivo de congregar “toda a fileira”: a produção nacional de trigos moles, que dão origem ao pão, a indústria, que transforma o trigo em farinha, um produtor de pão e um vendedor de pão. A parceria inicial envolveu a Cooperativa de Beja e Brinches, a empresa Gérmen Moagem de Cereais e a “Panificadora Marques Filipes”, apoiados pelo Clube de Produtores do Continente, mas em 2017, pretende-se alargar a produção a outros membros do clube. Para já as 25 toneladas de trigo produzidas e transformadas em 20 toneladas de farinha deram origem a 50 mil pães certificados, feitos com cereais do Alentejo, que começaram a ser vendidos nos hipermercados Continente. Fernando Carpinteiro Albino defende que Portugal tem de voltar a apostar nos cereais porque “não se pode dar ao luxo de importar quase 100 por cento do pão e das massas que consome” e lembra que a quase totalidade do pão consumido em Portugal é fabricado com matérias-primas provenientes do estrangeiro. “Infelizmente, 92% do pão que consumimos é importado”, afirmou, acrescentando que Portugal importa trigo europeu, sobretudo de França e da Alemanha, mas também “muito do Canadá” o que implica grandes custos. Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística, em 2015, foram importadas 1.276.000 toneladas de cereais, no valor de 264 milhões de euros, e exportadas 17.000 toneladas, grande parte devido ao arroz, o que equivale a 3,4 milhões de euros. O grau de autoaprovisionamento de cereais em Portugal é de 27 por cento, sendo que o trigo e a cevada são aqueles que mais contribuem para a dependência dos mercados externos. “Espero que este deixe de ser um projecto para passar a ser realidade e que consigamos ter o pão com cereais de
Portugal à disposição dos portugueses com os trigos do nosso Alentejo, o sítio com mais apetência para a produção de cereais”, desabafou o produtor. Fernando Carpinteiro Albino destacou também o papel “indispensável” da investigação neste projecto, através da Estação Nacional de Melhoramento de Plantas de Elvas, que tem ‘salvado’ algumas variedades portuguesas e promovido melhorias da produtividade para que os agricultores obtenham “bons resultados”. “Tem de haver uma simbiose muito grande entre a investigação e a produção para que os industriais entendam que este trigo pode fazer uma boa farinha, porque temos de fazer trigo de acordo com os interesses dos fabricantes do pão”, salientou o mesmo responsável, garantindo que os cereais nacionais “dão origem a farinhas tão boas como as importadas”. A presidente do Clube de Produtores Continente, Ondina Afonso, adiantou que o pão vai ser vendido nas 231 lojas do grupo Sonae, estando previstas a produção de 50 mil unidades até ao final deste ano e o alargamento do projecto a partir do próximo ano. No total, as 100 toneladas de trigo produzidas foram transformadas em 75 lotes de farinha, estando ainda a ser estudado se numa
segunda fase, a partir de 2017, “irá ser acrescentado ainda mais valor ao produto”. Ondina Afonso destacou que o Continente tem apostado no reforço da produção nacional e que decidiu juntar-se à iniciativa por se tratar de «um projecto de fileira» que fomenta o conhecimento e a investigação. Contribuir para «contrariar» o desequilíbrio da balança comercial no que diz respeito à elevada dependência externa dos cereais importados foi outro dos motivos invocados para a parceria. www.gazetarural.com
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Em biorefinarias de pequena escala
Ministro da Agricultura quer resíduos florestais a produzir combustíveis O ministro da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Florestas, Luís Capoulas Santos, anunciou que o Governo está a estudar a possibilidade de usar resíduos florestais para produzir biocombustíveis em biorefinarias de pequena escala. Capoulas Santos disse que o objectivo é “usar os desperdícios das florestas não só para produzir energia”, como acontece nas centrais de biomassa, mas também biodiesel. O ministro adiantou que esta possibilidade está ainda a ser estudada, em termos de viabilidade económica, e que os materiais que poderão ser usados nesta utilização serão devidamente identificados. “Até agora, os resíduos da floresta têm sido aproveitados sobretudo para centrais de biomassa com objectivo de produzir energia eléctrica, nós queremos ir um pouco mais longe”, disse Capoulas
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Santos, adiantando que “há experiências em Portugal, com resultados interessantes”. O objectivo “é produzir biodiesel a partir de resíduos da floresta em unidades próprias, que poderão simultaneamente produzir electricidade”, acrescentou. Capoulas Santos considerou “que esta possibilidade pode alterar completamente a valia económica destas unidades porque, a partir do momento em que tal processo se torne economicamente viável, a produção de electricidade passa a ser um mero subproduto”. O Governo já encarregou o Laboratório Nacional de Engenharia Civil de “validar e confirmar a viabilidade técnica e económica desta possibilidade”, que Capoulas Santos espera que passe de “uma mera hipótese com possibilidade de sucesso a uma aplicação prática concreta”.
Livro contém selecção dos pratos mais tradicionais da região
Está de volta a maior competição formativa do ano
Carta Gastronómica “24H Agricultura da Região de Lafões Syngenta” decorre a foi apresentada 1 e 2 de Abril em Vouzela A edição de 2017 das 24H Agricultura Syngenta decorrerá a A Confraria dos Gastrónomos de Lafões apresentou, no Salão Nobre da Câmara de Vouzela, a Carta Gastronómica da Região de Lafões. Trata-se de um documento fundamental para a história da alimentação local e constitui um factor de promoção e divulgação dos produtos da região e da restauração em particular. A elaboração da carta gastronómica era um objectivo antigo da Confraria, mas que por diversos motivos só agora foi possível concretizar. O trabalho de recolha, composição e produção demorou cerca de três anos a estar concluído e no livro consta a selecção dos pratos mais tradicionais da região de Lafões, desde sopas, como a sopa de castanhas ou a sopa seca de Alcofra, passando pelo pão, pelas papas de milho, pelos pratos de caça (como o coelho ou a perdiz), pela galinha ou o galo. Nos peixes, destaque para o bacalhau, o polvo, a sardinha e o peixe do rio, já nas carnes, a vitela domina, mas também figuram pratos com porco ou cabrito. Na Carta Gastronómica há ainda um espaço dedicado à doçaria, um aspecto também muito forte na região. Os pastéis de Vouzela ocupam um lugar ilustre, mas a aletria, o pão-de-ló, o folar de Vouzela, as queijadinhas, as cavacas e os doces de feira, como os caladinhos, beijinhos e bolos de gema completam um leque muito alargado dos doces mais tradicionais confeccionados na região de Lafões. A apresentação do livro contou com a presença de Jorge Adolfo Marques, historiador e investigador; Homem Cardoso, que fotografou as receitas do livro, o Chef Licínio Marques, Arsénio Saraiva e João Oliveira, Grão-Mestre da Confraria dos Gastrónomos de Lafões. Também presente na sessão esteve Rui Ladeira, Presidente da Câmara de Vouzela, que agradeceu o empenho da Confraria na elaboração da Carta Gastronómica, um documento que considera “muito importante para preservar e divulgar o património gastronómico e cultural da região”. A Carta Gastronómica da Região de Lafões vai estar à venda nos três concelhos (Vouzela, Oliveira de Frades e São Pedro do Sul) e tem um custo de vinte euros.
1 e 2 de Abril, na Escola Superior Agrária de Coimbra. São esperados 150 alunos do ensino superior agrícola de todo o país para pôr à prova conhecimentos, atitudes e competências. As 24H Agricultura Syngenta são uma competição formativa organizada pela Associação Portuguesa de Horticultura (APH), a IAAS Portugal -Associação Internacional de Estudantes de Agricultura e a Sfori, destinada aos futuros engenheiros agrónomos para demonstrar as competências exigidas aos profissionais no mundo moderno. Na edição de 2016 participaram 30 equipas, compostas por alunos oriundos de universidades e escolas superiores agrárias, desde Trás-os-Montes até ao Algarve. As 24 horas consecutivas de competição consistem em exigentes provas teóricas e de campo que simulam situações técnico-científicas na área da Agricultura, devendo os concorrentes encontrar soluções para problemas técnicos e de gestão de uma exploração agrícola, numa lógica de criação de valor nas organizações.
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Com início previsto para 09 de Janeiro
ADDLAP promove acções de formação para jovens agricultores A Associação de Desenvolvimento Dão, Lafões e Alto Paiva (ADDLAP) abriu inscrições para formação dirigida a Jovens Agricultores com projectos de instalação aprovados ao abrigo do PDR 2020 e PRODER (com projectos de investimento aprovados a partir de 01 de Janeiro de 2013), de acordo com a Portaria nº 145/2016, de 17 de Maio. Estas formações serão ministradas em Viseu, nas instalações da FENAFRUTAS – Federação Nacional das Cooperativas Agrícolas de Horto fruticultores (junto aos serviços da DRAPC) e em Tarouca (Castanheiro do Ouro), nas instalações da OPAV – Organização de Produtores Agrícolas do Varosa. De acordo com a Orientação Técnica Especifica nº 27/2016, o Módulo de formação PDR2020, com a duração de
50 horas, é constituído pelas seguintes unidades de formação: solo; clima; botânica agrícola; relação solo-planta-clima-ambiente; resíduos e efluentes das explorações; produção agrícola sustentável. A formação para jovens agricultores com projecto aprovado a partir de 1 de Janeiro de 2013 ao abrigo do PRODER é constituída por um módulo de formação básica de agricultura (48 horas), formação de gestão da empresa agrícola (45 horas), formação específica para a orientação produtiva da instalação (nº de horas variável que pode ir de 25 a 60h, em função da orientação produtiva) e componente prática (60 horas). O funcionamento de cada um dos módulos de formação está dependente do número de inscrições e, no caso
do módulo 2 – Formação específica da Orientação Produtiva para os Jovens Agricultores ao abrigo do PRODER, do número de inscrições segundo a Orientação Produtiva. Estas formações serão ministradas por um corpo de formadores credenciados e ocorrerão em horário pós-laboral. Os formandos terão direito a subsídio de alimentação e poderão beneficiar de subsídio de transporte, dependendo do local de residência. O início da formação dependerá do número de formandos inscritos e ocorrerá a partir do próximo dia 09 de Janeiro. Para mais informações os interessados poderão consultar os serviços da ADDLAP (Rua dos Loureiros, nº 16, em Viseu) e a responsável pela Formação, Isabel Oliveira, ou a página www.addlap.pt.
Ano XII | N.º 284 | Periodicidade: Quinzenal Director: José Luís Araújo (CP n.º 7515) | jla.viseu@gmail.com | 968044320 Editor: Classe Média C. S. Unipessoal, Lda | Redacção: Luís Pacheco | Opinião: Miguel Galante Departamento Comercial: Fernando Ferreira Redacção: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu | Telefone 232436400 E-mail Geral: gazetarural@gmail.com | Web: www.gazetarural.com ICS: Inscrição nº 124546 Propriedade: Classe Média - Comunicação e Serviços, Unipessoal Limitada | Administração José Luís Araújo | Sede: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu Capital Social: 5000 Euros | CRC Viseu Registo nº 5471 | NIF 507021339 | Dep. Legal N.º 215914/04 Execução Gráfica: Novelgráfica | Tel. 232 411 299 | E-mail: novelgrafica2@gmail.com | Rua Cap. Salomão 121, 3510-106 Viseu Tiragem média Mensal: Versão Digital: 100.000 exemplares | Versão Impressa: 2000 exemplares Nota: Os textos de opinião publicados são da responsabilidade dos seus autores.
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Equipa técnica apoia viticultores da ilha de Porto Santo
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O Instituto do Vinho, Bordado e Artesanato da Madeira enviou para o Porto Santo uma equipa técnica para proceder à actualização do cadastro vitícola e disponibilizar apoio nas visitas que está a realizar às explorações agrícolas. Segundo uma nota divulgada pela Secretaria da Agricultura e Pescas da Madeira, o objectivo é “promover a produção de uvas de qualidade e o consequente aumento de rendimento dos viticultores da ilha”. A informação adianta que esta deslocação servirá, igualmente, para dar apoio na concepção de um projecto de experimentação no Campo do Farrobo com o objectivo de estudar as melhores práticas para a produção de uva de mesa e de uva para a produção de vinho, decorrendo os trabalhos até ao fim da semana.
Presépio do Buçaco feito com madeira “fustigada” por ciclone Conselho forma-se uma plataforma de Equipa técnica apoia viticultores lenhoso proveniente da mata. A madeira resultante de árvores de- debate onde os intervenientes podem da ilha de Porto Santo vastadas pelo ciclone Gong, em 2013, contribuir para a qualificação da oferta turística e, assim,do para a quaumafoi serração portátil e toda a habilidaO Instituto do Vinho, Bordado e ArteO Presépio de Natal da Fundação Mata do Buçaco (FMB) inaugurado junto ao Convento de Santa Cruz,municipal na Mata Nacional Buçaco (Luso, Mealificação do destino turístico Armamar ee da arte dearte, e criatividade queobras alguns funcionásanato de daum Madeira enviou parana o Porto lhada). Trata-se trabalho baseado história da inspirado em de grandes mestres da pintura maneirista, renascentista Douro. rios dada FMB emprestaram este desafio, Santo uma equipa concebido técnica para contemporânea, totalmente porprocecolaboradores FMB (alguns delesa reclusos do Estabelecimento Prisional de Coimbra), com recurso exNesse sentido os conselheiros deveos “ingredientes” usados nesta der àaactualização do cadastro vitícola e foram clusivamente material lenhoso proveniente da mata. rão promover, acompanhar, analisar, disponibilizar apoio nas visitas que está a receita natalícia. e sustentar um processo dealguns re- funcioFeito sob coordenação do histoàs explorações agrícolas. pelo ciclone A madeirarealizar resultante de árvores devastadas Gong, ema2013, uma serração portátil e debater toda a habilidade e criatividade que riador Filipe Teixeira, se receita inspirounatalícia. em flexão estratégica sobre o sector turísSegundo uma nota pelaos “ingredientes” nários da FMB emprestaram a estedivulgada desafio, foram usadosque nesta Secretaria da Agricultura e Pescas da obras de grandes mestres da pintura, tico e cultural de Armamar, mobilizando os da agentes locais sector,Lotto, tendoFra em Lorenzo Fra Angelico, Sano objectivo é “promover a proFeito sob Madeira, a coordenação do historiador Filipe Teixeira,como que se inspirouLotto, em obras de grandes mestres pintura, comodo Lorenzo Angelico, vista a concretização de Paula medidas e prodroDuncan, Botticelli, Sir Edward dução deSiruvas de qualidade e o John conseSandro Botticelli, Edward Burne-Jones, McKirdy Gregório Lopes,Burne-Jones, Gerard van Honthorst, Nicola Pisano ou Rego, o presépio do jectos estruturados e compatibilizados Johnum McKirdy Duncan, Gregório Lopes,visitem quente aumento de rendimento dos viti-ser mais Buçaco, também ele uma obra de arte, pretende atractivo para que mais turistas esta floresta pública, que é candidata a PatrimóGerard van Honthorst, Nicola Pisano ou com o plano de actividades da Câmara cultores da ilha”. nio Mundial da UNESCO. A informação adianta que esta des- Paula Rego, o presépio do Buçaco, tam- Municipal. locação servirá, igualmente, para dar bém ele uma obra de arte, pretende ser Idanha-a-Nova promove Mercaapoio na concepção de um projecto de mais um atractivo para que mais turistas visitem esta floresta pública, que é can- dinho de Natal no Campo do Farrobo Conselhoexperimentação Municipal de Turismo de Armamar tomou posse com o objectivo de estudar as melho- didata a Património Mundial da UNESCO. O Mercadinho de Natal de Idanha-ares práticas para a produção de uva de Conselho Municipal de Turismo -Nova traz mais alegria à época natalímesa e de uva para a produção de vinho, cia. De 21 e 24 de Dezembro, a animadeTurismo Armamar tomou possenum acto conduzido os trabalhos até aoMunicipal fim da de Tomaramdecorrendo posse os membros do Conselho (CMT) de Armamar, pelo presidente da Câmara, João Paulo Fonção toma contae do Mercado Municipal seca, quesemana. presidirá ao CMT. Esteve presente Paula Reis, representante da Entidade Regional de Turismo do Porto Norte de Portugal, que congratulou Tomaram posse os membros do Con- (Praça) e dá ainda mais sabor aos proo Município pela criação deste órgão consultivo. Presépio do Buçaco feito com selho Municipal de Turismo (CMT) de Ar- dutos tradicionais. Música, ateliers e divertimentos para mamar,enquadra-se num acto conduzido pelo presiciclonee de reflexão, Esta novamadeira “fustigada” instância, com funçõespor consultivas num contexto de crescimento turístico da região e integra representantes de rastreios e a alegria conta- de debate dentepúblicas da Câmara, João Paulo vários agentes económicos locais, assim como entidades e privadas. Com a Fonseca, constituiçãocrianças, deste Conselho forma-se uma plataforma giante Pai Natal do sãodestino bons motivos que presidirá ao turística CMT. Esteve presente O Presépiopodem de Natal da Fundação onde os intervenientes contribuir para a qualificação da oferta municipal e, assim, para ado qualificação turístico Armamar e Douro. Mata do Buçaco (FMB) foi inaugurado Paula Reis, representante da Entidade para fazer as compras no comércio lojunto ao Convento de Santa Cruz, na Regional de Turismo do Porto e Norte cal. Desde produtos regionais, a doces Nesse sentido conselheiros deverão promover, analisar, debater e sustentar reflexão estratégica sobre o sector turísnatalícios,deartesanato e bacalhau, nada de Portugal, que congratulou o Municí-um processo Mata os Nacional do Buçaco (Luso, Mea- acompanhar, tico e cultural deTrata-se Armamar, agentes locais do sector, vistaconsultivo. a concretização de medidas projectos estruturados e compatipara umeNatal bem passado. pio pela criaçãotendo desteem órgão faltará lhada). demobilizando um trabalhoos baseado bilizados com o plano actividades Municipal. A inauguração do certame está marEsta nova instância, com funções na história dade arte, inspiradoda emCâmara obras de grandes mestres da pintura maneirista, consultivas e de reflexão, enquadra- cada para a manhã do dia 21, assinalarenascentista e da arte contemporânea, -se num contexto de crescimento tu- da com música e encenações natalícias. totalmente concebido por colabora- rístico da região e integra represen- Todos os dias, entre as 9 e a 14 horas, Idanha-a-Nova promove Mercadinho de Natal do tantes de vários agentes económicos o Mercadinho de Natal oferece um amdores da FMB (alguns deles reclusos Estabelecimento Prisional de Coimbra), locais, assim como entidades públicas biente aconchegante e animado para com recurso exclusivamente a material e privadas. Com a constituição deste fazer as suas compras. O Mercadinho de Natal de Idanha-a-Nova traz mais alegria à época natalícia. De 21 e 24 de Dezembro, a animação toma conta do Mercado Municipal (Praça) e dá ainda mais sabor aos produtos tradicionais. Música, ateliers e divertimentos para crianças, rastreios e a alegria contagiante do Pai Natal são bons motivos para fazer as compras no comércio local. Desde produtos regionais, a doces natalícios, artesanato e bacalhau, nada faltará para um Natal bem passado. A inauguração do certame está marcada para a manhã do dia 21, assinalada com música e encenações natalícias. Todos os dias, entre as 9 e a 14 horas, o Mercadinho de Natal oferece um ambiente aconchegante e animado para fazer as suas compras. www.gazetarural.com
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Aberta ao publico de sexta a domingo
Boticas abriu Loja de Produtos de Montanha A Loja de Produtos de Montanha, que funciona na Carreira da Lebre, já abrir portas, num espaço privilegiado de venda dos produtos tradicionais do concelho de Boticas, desde o fumeiro ao pão, passando pelo mel, pela Carne Barrosã e pelo artesanato local. Resultando da parceria existente entre o Município e a Cooperativa Agrícola de Boticas, os produtores do concelho entregarão os seus produtos no local, que depois serão disponibilizados para venda, sendo, assim, garantida uma maior rentabilidade para os produtores, em particular para aqueles que se dedicam à actividade agrícola. A Loja de Produtos de Montanha estará aberta ao público às sextas-feiras, sábados e domingos, em horário a divulgar oportunamente.
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