Director: José Luís Araújo
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N.º 285
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15 de Janeiro de 2017
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Preço 4,00 Euros
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Saberes do campo Feira do Fumeiro de Montalegre de 26 a 29 de Janeiro Serpa prepara Feira do Queijo Alentejano Rodrigo Leão & Scott Matthew abrem “Ano Oficial para Visitar Viseu” ‘Terras sem Sombra’ regressa em 2017 Feira da Caça e Turismo em Macedo de Cavaleiros Universidade de Vila Real propõe uma “verdadeira revolução” na floresta
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Sumário 04 “A Feira do Fumeiro de Montalegre é abertura do mundo rural à cidade”, diz Orlando Alves 06 Município de Serpa apresenta Feira do Queijo do Alentejo 2017 07 Ourique recebe a edição 2017 da Feira do Porco Alentejano 08 Festas do Município 2017 de Proença-a-Nova dão destaque à floresta 09 Rodrigo Leão & Scott Matthew abrem “Ano Oficial para Visitar Viseu” 10 Feira das Tradições e Actividades Económicas de Pinhel com cartaz atractivo 11 Feira Tradicional de Enchidos & Sabores em Belmonte 12 Vouzela recebe o maior evento nacional de fotografia de natureza 13 ‘Terras sem Sombra’ regressa em 2017 14 Feira divulga o pinhão e os sabores de Terras de Carregal do Sal 15 Macedo de Cavaleiros recebe a maior Feira da Caça e Turismo 17 Os Melhores do Ano 2016 no vinho e gastronomia anunciados a 27 de Janeiro 18 Vão chegar vinhos brancos e rosés com a marca “Índio Rei” 20 Concurso selecciona escanção nacional para “O Melhor Escanção da Europa”
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21 Exponor recebe Exposição Internacional de Orquídeas 22 Opinião de Paulo Barracosa 26 UTAD quer patrimonializar a rota do contrabando 27 Startup portuguesa lança nova ferramenta de marketing agrícola digital 28 Câmara de Almeida organiza visitas guiadas pelo património da antiga praça-forte 29 Região Centro passa a ter limite máximo de 75 colmeias por apiário 30 PDR com 15 mil candidaturas e mil milhões de euros de investimentos aprovados em 2016 31 Universidade de Vila Real propõe uma “verdadeira revolução” na floresta 32 Governo aposta na criação de centrais de biomassa mas de menor dimensão 33 Opinião: 2016 o início de uma nova floresta 34 Opções de consumidores de um país causam perdas de espécies noutros Estados 35 DRAP Centro organiza acção de divulgação sobre poda de mirtilos 36 ADDLAP promove acções de formação jovens agricultores 38 Bragança vai receber IX Congresso Ibérico de Agroengenharia
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ontalegre recebe, de 26 a 29 de Janeiro, a XXVI Feira do Fumeiro, evento que será inaugurada, no dia 26, pelo Ministro-Adjunto da Presidência, Eduardo Cabrita. São quatro dias de promoção do território de um cartaz que é já uma referência para o país. A “rainha do fumeiro” é um dos momentos alto deste concelho da região do Barroso, que iniciou o ano com a Sexta-feira 13, um dos momentos altos desde mês de Janeiro na região. Em conversa com a Gazeta Rural, o presidente da Câmara de Montalegre sublinha a importância deste evento para a região, mas especialmente para a economia local, assente na agricultura, na pecuária e na floresta, afirmando que a “Feira do Fumeiro de Montalegre é abertura do mundo rural à cidade”. Orlando Alves lamenta a dificuldade dos mais jovens em seguir os passos dos seus progenitores, preferindo a emigração a uma vida digna e saudável na sua terra. 4
Diz o presidente da Câmara, Orlando Alves
“A Feira do Fumeiro de Montalegre é abertura do mundo rural à cidade” Gazeta Rural (GR): Que expectativas tem para a edição deste ano da Feira do Fumeiro? Orlando Alves (AO): São as maiores. É sempre um momento muito esperado aquele que Montalegre proporciona de fazer o acasalamento do mundo rural com a cidade, através da nossa identidade, da nossa idiossincrasia, das nossas realizações e das vivências que vamos proporcionando. A expectativa é enorme, porquanto começámos as hostilidades com a Sexta-Feira 13, que foram um êxito enorme, mais uma vez, bem como algumas celebrações populares de S. Sebastião, que também têm impacto no dia-a-dia das nossas populações. A Feira do Fumeiro são quatro dias de abertura do mundo rural à cidade e, sobretudo, em que as pessoas que nasceram nele regressam à sua terra. As nossas cidades estão povoadas de pessoas que daqui tiveram que sair, mas que guardam os cheiros, os sabores, as vivências da sua infância e os mimos que a sua mãe e avó proporcionavam. Esta é a oportunidade de se fazer esse reencontro cultural e, felizmente, neste contexto Montalegre tem sido bem-sucedido. Não temos uma acessibilidade fácil ou uma via rápida. Somos dos poucos concelhos que ficou de fora de todo o despesismo que por aí lavrou, mas mesmo assim temos sempre estado no top
dos concelhos que sabem promover-se e das terras que concitam atenções no panorama regional e até nacional. GR: O S. Sebastião é uma festa que se realiza a 20 de Janeiro, que não é muito badalada, mas que tem uma grande tradição por esta região? OA: Sim. Temos várias freguesias onde o S. Sebastião é celebrado, mas noutros concelhos aqui à volta tem, também, grande expressão. São manifestações culturais, radicadas no fervor religioso, que é a alma e o sentir do nosso povo. Vem muita gente de fora da região, nomeadamente do Minho, para estas festividades, onde o pão e o vinho, depois de benzidos pelo pároco são ofertados a todos os presentes. GR: Disse que Montalegre ficou de fora do despesismo que lavrou no país, no que toca a vias rápidas e auto-estradas, o que não impediu o concelho de saltar para a ribalta nacional com a Feira do Fumeiro e não só? OA: Esse facto deve-se à atractividade deste território, das gentes que o habitam, mas também dos produtos locais que servimos a quem nos visita, à nossa forma de receber, à afabilidade das nossas gentes, mas também às realizações que promovemos ao longo do ano e que são muitas. www.gazetarural.com
Não é por acaso que Montalegre, em termos de hotelaria, não se distingue o Verão do Inverno, porque, para nós, a época do frio até tem um impacto maior do que no tempo do calor. Isso é, naturalmente, muito bom e esse posicionamento resulta do querer das pessoas que aqui resistem e que viram que, de facto, para sobrevivermos temos que estar unidos e saber traçar desígnios, como são a Feira do Fumeiro; as Sextas-Feiras 13, que são qualquer coisa do outro mundo; o Congresso de Medicina Popular; o Campeonato do Mundo de Rali-Cross; o Encontro de Música Jovem, que reúne durante uma semana cerca de 300 crianças e infantes, que vêm de todo o país e que trazem os pais e irmãos, a preparar um concerto musical no último dia com as três centenas de jovens no palco, com espectáculos grandiosos. É assim que dinamizamos este território. Mas o grande esforço vai para os empresários da restauração, os nossos agricultores e produtores pecuários que colocam na mesa aquilo que o visitante gosta e aprecia. GR: Tem dado uma atenção especial às gentes do campo do seu concelho? OA: Tenho tentado ir de encontro àquilo que é o anseio das pessoas, ou melhor, tentado ir de encontro àquilo que considero ser a estratégia que tem que ser implementada num território em decadência, que está a morrer, em que as pessoas emigraram e onde sobretudo há uma incapacidade muito grande de adaptação das mesmas à nossa realidade. O nosso problema é essencialmente cultural. Aquilo que eu faço de pôr cerca de dois milhões de euros na economia local serve para quem está, porventura, à procura de traçar um perfil e um desenho para a sua vida, tente perceber que não é desonroso trabalhar no campo ou ser pastor, porque estas actividades têm que ser lucrativas, seja no campo ou na floresta. Quando digo que o nosso maior problema é de natureza cultural, estou a pensar na incapacidade que os nossos jovens têm de perceber que na agricultura ou na pecuária pode-se fazer uma vida equilibrada, saudável e digna. Como costumo dizer, o pastor chega do monte com o rebanho, toma um banho, coloca um perfume e à noite vai para a discoteca. É assim que as coisas têm que ser. Esta incapacidade de nos adaptarmos àquilo que somos origina algumas desorientações que conduzem as pessoas à saída mais óbvia e mais fácil que é a www.gazetarural.com
da emigração. Vão para o estrageiro e ganham a mesma coisa que tiram aqui, se equiparamos o que lá ganham ao custo de vida de lá e de cá. Aqui tinham oportunidade de ser reis e senhores, enquanto lá preferem ser, muitas vezes, escravos a trabalhar para patrões impertinentes. Essa incapacidade é gritante e vai demorar muito tempo a mudar. Não percebo como é que jovens, que são herdeiros de grandes propriedades, não conseguem aqui definir um rumo para a sua vida, preferindo andar por aí, pendurados no ordenado mínimo, quando podem ter muito mais. O que a autarquia faz é ir de encontro a essa evidência e tentar fazer ver, através dos apoios que canaliza para o sector primário a quem ainda não conseguiu uma orientação para a sua vida, que se fizer a opção de permanecer na terra e investir na agricultura ou na pecuária pode ter uma vida honrada e digna. Há um engenheiro químico italiano em Montalegre que anda a trabalhar há dois anos para estruturar um rebanho de 500 caprinos, para produzir leite de cabra, no sentido de desenvolver um conjunto de actividades, que são promocionais do território e são valorativas e enriquecedoras. Um homem que vem de Itália, com uma licenciatura, atraído
por alguém de quem se enamorou, chega aqui e percebe que a nossa vida é a agricultura, a pecuária e a floresta. Ele viu e tenta transpor para aqui aquilo que na sua terra fazem. São, contudo, estes handicaps que nos destroem e fazem com que tenhamos dificuldade em levantar a cabeça, que tem que ser tido como o maior empenho de todos nós no povoamento e na sustentabilidade do território. GR: Disse que investe cerca de dois milhões de euros no sector primário. Onde é que entra aí o Plano de Desenvolvimento Rural? Ou o PDR não está virado para o minifúndio? OA: Não está nada virado. O problema desse meu amigo italiano radica também nas dificuldades, na morosidade com que se tomam decisões e na incapacidade para o decisor, muitas vezes, perceber onde está um projecto interessante, âncora, que ilumine outras consciências, como é o caso deste projecto, que foi reprovado e que está à espera de poder ter uma segunda oportunidade, para ver se consegue recuperar o propósito de se fixar aqui, de dinamizar o território e ajudar a esclarecer outros a seguir um caminho semelhante àquele que ele traçou para a sua vida.
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A realizar de 24 a 26 de Fevereiro, no Pavilhão de Feiras e Exposições
Município de Serpa apresenta Feira do Queijo do Alentejo 2017 A
Até ao mês de Abril em 26 restaurantes
Valença oferece a ‘Melhor Lampreia do Mundo” à sua Espera
um mês da realização da XVI Feira do Queijo do Alentejo, o município de Serpa fará a apresentação pública do evento a 24 de Janeiro, no Museu Etnográfico de Serpa. Esta acção pretende dar a conhecer o programa da Feira, os objectivos do certame e apresentar as diversas acções de promoção que vão decorrer até à abertura do certame. A Feira do Queijo do Alentejo realiza-se de 24 a 26 de Fevereiro de 2017, no Pavilhão de Feiras e Exposições de Serpa, e é uma mostra económica do melhor que se produz no concelho, com destaque para o queijo e os produtos agroalimentares, onde estão também representados o artesanato, os produtos regionais, as tasquinhas com gastronomia típica e outras actividades ligadas ao mundo rural e à cultura e identidade local, tem vindo a aumentar a capacidade de atracção de profissionais do sector, ao mesmo tempo que potencia e estimula o turismo no concelho, com o crescente número de visitantes que anualmente marcam presença. Nesta edição, o certame terá maior área e maior número de produtores, estando confirmados queijos de Serpa, Évora, Nisa, Beira Baixa, Castelo Branco, Terrincho de Trás-os-Montes, Azeitão, Redondo, Borba, Estremoz, Rio de Moinhos, Serra da Estrela, Açores e Salamanca (Espanha). De salientar a forte presença do Cante Alentejano durante os três dias da Feira, as actividades de animação para o público mais jovem garantido no Espaço Brinca, as oficinas práticas relacionadas com a culinária e o queijo, as sessões de apresentação de projectos e programas relacionados com o desenvolvimento local, o Concurso de Melhor Queijo da Feira e muitas outras oportunidades de experimentação e de diversão.
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lampreia do rio Minho saboreia-se já em Valença. A considerada melhor lampreia do mundo, apresenta-se à mesa até Abril, como um prato de excelência. Os 26 restaurantes aderentes apresentam, sobretudo, ao fim de semana, menus em que a lampreia é rainha, à mesa, nestes meses. Pescada pelas comunidades de pescadores de São Pedro da Torre e Cristelo Côvo no rio Minho e é entre Janeiro e Abril que a lampreia se apresenta divina. Há séculos que nas cozinhas valencianas se apuram receitas e modos de preparar a lampreia. Os segredos e o apurar das tradições da preparação, confecção e apresentação tem passado de geração para geração. As unidades de restauração locais apresentam estes pratos seculares. Em Valença saboreia-se lampreia de muitas formas. Esta temporada é a oportunidade para se deliciar com a lampreia, sobretudo, à bordalesa, a recheada, em arroz de lampreia, fumada/grelhada ou assada no forno.
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No âmbito do Plano de Desenvolvimento do Sector Agroalimentar do Baixo Tâmega
AE de Amarante desenvolve ciclo de workshops destinados ao sector agroalimentar T erá lugar no próximo dia 21 de Janeiro, pelas 10 horas, o primeiro de um conjunto de 30 workshops destinados a criar mais dinâmica no sector agroalimentar da região, no âmbito da estratégia da Associação Empresarial de Amarante. Subordinado ao tema “Vender mais e melhor no sector agroalimentar”, a iniciativa irá decorrer no IET – Instituto Empresarial do Tâmega e destina-se a empresários do sector agrícola e de transformação de produtos alimentares. Este ciclo de sessões de trabalho de-
corre de uma candidatura aprovada ao Sistema de Incentivos às Acções Colectivas, do Norte 2020, e estará em curso até Março de 2018, nos concelhos de Amarante, Baião, Celorico de Basto e Marco de Canaveses, tendo por objectivo apoiar o crescimento das empresas e o desenvolvimento do cluster, tornando-o mais atractivo para novos investidores. O plano tem como parceiros locais a Câmara de Amarante e as Associações Empresariais de Baião, Celorico de Basto e Marco de Canaveses.
Nos dias 23, 24, 25 e 26 de Março
Ourique recebe a edição 2017 da Feira do Porco Alentejano A
Câmara de Ourique já definiu os dias 23, 24, 25 e 26 de Março para a realização da XXI edição da Feira do Porco Alentejano. Durante quatro dias, a Capital do Porco Alentejano acolherá um evento que se consolidou como uma das principais mostras regionais de produtos do mundo rural e uma referência nacional e internacional da fileira do porco alentejano. Num evento que consolida a afirmação do porco alentejano como elemento estruturante da economia local, o Município de Ourique, em articulação com a Associação de Criadores de Porco Alentejano (ACPA), está a trabalhar para assegurar uma oferta de excelência na gastronomia, na animação musical, no lazer e na divulgação do melhor do Mundo Rural. Uma vez mais, a Feira acolherá jornadas técnicas e de debate direccionadas para os criadores de porcos alentejanos e para os produtores agroalimentares. Num esforço do Município e da Comunidade para a afirmação de Ourique como Capital do Porco Alentejano, o certame procurará conjugar o melhor das nossas tradições com abordagens inovadoras ao melhor do Mundo Rural.
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A realizar nos dias 9, 10 e 11 de Junho
Festas do Município 2017 de Proença-a-Nova dão destaque à floresta
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Câmara de Proença-a-Nova tem agendados um conjunto de evento para este ano de 2017, com destaque para as Festas do Município, que decorrerão nos dias 9, 10 e 11 de Junho, subordinadas ao tema da floresta. Além da gastronomia local que dá destaque à tigelada, ao plangaio, à filhó, maranho ou cereja, a autarquia do Pinhal Interior vai realizar este ano de 2017 o Festival das Sopas, adicionandolhe a temática do conduto.
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Do cartaz dos eventos realce especial para as Festas do Município, este ano subordinadas ao tema da floresta. “Visando o património, a cultura, o turismo de natureza, a gastronomia e os recursos endógenos, os nossos eventos promovem a aposta identitária do nosso território, fator diferenciador e, dessa forma, motor de atracção”, refere João Lobo, presidente da autarquia de Proença. Marca de continuidade será o Festival
de Teatro, os passeios pedestres, nomeadamente a Rota da Cortiçada. A GR39, que está marcada para o final do primeiro trimestre de 2017, promove uma visita a alguns dos pontos de maior interesse do concelho, destacando as paisagens naturais, a fauna e flora, as praias fluviais, os miradouros, a riqueza geológica, bem como as aldeias típicas.
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Na Sé de Viseu., a 20 de Janeiro
Rodrigo Leão & Scott Matthew abrem “Ano Oficial para Visitar Viseu”
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Sé de Viseu, um dos mais emblemáticos monumentos da cidade de Viriato, vai receber o concerto de abertura do “Ano Oficial para Visitar Viseu”, protagonizado por Rodrigo Leão & Scott Matthew, a 20 de Janeiro, sexta-feira. O espectáculo terá início às 22 horas, com entrada livre. A abertura de portas da Sé ao público será pelas 21,30 horas e a organização espera uma “noite especialmente mágica”. Os artistas apresentarão o seu mais recente álbum, “Life is Long”, incluído no Top 10 dos Melhores Álbuns Nacionais de 2016 da Blitz. A iniciativa “2017, Ano Oficial para Visitar Viseu”, promovida pelo Município com o apoio executivo da Viseu Marca e institucional do Turismo do Centro, quer dar “um empurrão positivo” no reconhecimento e na reputação de Viseu enquanto destino turístico e de visita. Pelo menos duas dezenas de medidas internas e externas serão postas em curso ao longo do ano 2017. A campanha parte da valorização de uma atitude colectiva de hospitalidade e deseja suscitar um forte apelo de redescoberta de uma das mais históricas e culturais cidades do país no “turismo interno”. Da campanha fará parte um conjunto de acções de envolvimento comunitário, a renovação e upgrade da agenda de eventos e uma promoção nacional e ibérica, segmentada por diversas cidades-alvo. Perto de duas dezenas de acções internas e externas serão activadas ao longo do ano 2017. Numa primeira fase, a campanha “2017, Ano Oficial para Visitar Viseu” centra-se na comunidade local e visa reforçar e “activar” o sentido de pertença e orgulho locais. Neste âmbito, os viseenses são convidados a adoptar o papel de “embaixadores” e a dar ‘voz’ aos atributos da cidade, mas também a desafiar os amigos, a família e os conhecidos a visitar Viseu. Para além disso, a iniciativa pretende envolver também as escolas do concelho e talentos locais em acções especiais de programação e merchandising. A participação de Viseu na Bolsa de Turismo de Lisboa, em Março, marcará o arranque da vertente externa da campanha, direccionada para o reconheciwww.gazetarural.com
mento de Viseu enquanto destino turístico, com o objectivo de atrair visitantes, turistas e interesses através da aposta na promoção dos principais atributos identitários da cidade. Uma exposição histórica e multimédia alusiva aos primeiros projectos de pro-
moção turística de Viseu, a edição impressa de um guia turístico e a selecção de personalidades nacionais e internacionais como “embaixadores de Viseu” são algumas das acções que se destacam na comunicação externa desta campanha. 9
Em Pinhel, de 24 a 26 de Fevereiro
Feira das Tradições e Actividades Económicas com cartaz atractivo
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nselmo Ralph, Santamaria, Diego Miranda e Aurea são nomes confirmados no cartaz da XXII edição da Feira das Tradições e Actividades Económicas do concelho de Pinhel, que irá decorrer nos dias 24, 25 e 26 de Fevereiro. A edição 2017 do certame, que irá contar com exposições, tasquinhas, salão de vinhos, tradições e costumes, música popular e concertos, será dedicada aos brasões, pelourinhos e cruzeiros do concelho. As freguesias do concelho continuam a ter lugar de destaque, num evento que junta o tecido empresarial pinhelense e os produtos endógenos locais, como o vinho, azeite, mel, enchidos, o granito e outros. O certame conta ainda com uma mostra de actividades económicas, produtos e serviços de diversos pontos do país. As inscrições para a
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participação de expositores no evento estão abertas até 20 de Janeiro. O concelho de Pinhel orgulha-se das suas tradições, nomeadamente as ligadas ao sector primário, já que as gentes do concelho desde sempre viram na agricultura e na pastorícia a sua principal fonte de riqueza. O trabalho da terra foi-se aperfeiçoando, ao longo dos séculos, dando origem à certificação de produtos como o vinho, o azeite, os enchidos e o granito. Ainda hoje se encontram no concelho de Pinhel memórias dessas Artes e Ofícios que se foram perdendo no tempo, mas que a autarquia local pretende recuperar, lembrar e homenagear em cada edição da Feira das Tradições e Actividades Económicas. Este certame realizou-se pela primeira vez em 1996 e, desde então, não tem parado de crescer. Hoje em dia, é tida
como um dos maiores eventos deste género na região. Ao passar pela Feira das Tradições, cada ano dedicada a um tema diferente, os visitantes são convidados a reviver tradições antigas, reveladas pelos artesãos do concelho. A par disso, podem apreciar um vasto leque de produtos e serviços apresentados pelos agentes económicos da região e de outros pontos do País. A Feira das Tradições e Actividades Económicas assume-se, também, como um espaço de conhecimento, lazer e diversão, traduzido na realização de colóquios, desfiles alegóricos, actividades radicais e, ainda, variadas propostas culturais que vão da música tradicional aos concertos com nomes sonantes da música nacional e estrangeira. Estes são, sem dúvida, excelentes motivos para visitar Pinhel, conhecer as suas gentes e descobrir as suas tradições.
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Decorre até 29 de Janeiro, em Mirandela
Festival de Sabores do Azeite Novo promove produtos locais D Nos 25 e 26 de Fevereiro, no Pavilhão Multiusos
Feira Tradicional promove Enchidos e Sabores de Belmonte
ecorre até 29 de Janeiro, em Mirandela, o XII Festival de Sabores do Azeite Novo, evento que tem como objectivo valorizar e promover não só os produtos locais, como natural destaque para o azeite, mas também o território. O Inverno é a altura do ano de eleição para alguns dos melhores produtos gastronómicos daquele concelho transmontano. É neste período que tradicionalmente se mata o porco e surgem a azeitona, a couve-penca, o azeite e o fumeiro no qual se inclui a alheira, entre outros, e, por isso mesmo, são mais procurados e apreciados. A Câmara de Mirandela apoia a promoção destes produtos e os seus produtores de várias formas, nomeadamente criando eventos de grande dimensão que mobilizem os produtores, a fileira industrial, o comércio a retalho, os mirandelenses, os visitantes e potenciais compradores.
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Pavilhão Multiusos de Belmonte vai receber nos dias 25 e 26 de Fevereiro a quarta edição da Feira Tradicional de Enchidos e Sabores em Belmonte, que visa promover os produtos locais, com destaque para a doçaria, que esteve na génese deste evento Promovida em parceria pela Câmara de Belmonte e Empresa Municipal de Promoção e Desenvolvimento Social do Concelho (EMPDS), o certame deverá contar com mais de meia centena de expositores, a maioria do concelho. Doces, enchidos, queijos, vinhos, licores, azeite ou pão são alguns dos produtos que os visitantes ali poderão encontrar. A “grande tradição” de Belmonte na área da doçaria foi um dos motivos que levou à organização desta feira que, simultaneamente, pretende promover e divulgas os produtores agrícolas e aos comerciantes locais.
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Cinclus Fest decorre de 27 a 29 de Janeiro
Vouzela recebe o maior evento nacional de fotografia de natureza O
s grandes nomes nacionais da fotografia de natureza vão voltar a reunir-se em Vouzela nos dias 27, 28 e 29 de Janeiro, em mais uma edição do Cinclus Fest, onde vão partilhar o seu trabalho através de palestras, workshops e exposições. O VII Festival de Imagem de Natureza de Vouzela, o evento de referência do género em todo o país, é uma organização do Município de Vouzela e da Comissão CINCLUS e conta este ano novamente com o apoio do Grupo GENERG. Para a edição deste ano estão confirmados nove fotógrafos nacionais e dois internacionais. De Portugal vêm Elsa, Santos, Hugo Sousa, Maurício Soares, Miguel Serra, Pedro Narra, Pedro Baptista, Nuno Cabrita, Luís Quinta e Luís Afonso. Da Holanda, vem Theo Bosboom e de Espanha Angel Fitor, ambos vencedores de vários concursos de fotografia internacionais. Para além das palestras destes 11 fotógrafos, o programa conta ainda com a exposição “No Trilho do Lobo” de João Cosme, a apresentação dos livros “No Trilho do Lobo”, de João Cosme, “Abutres da Península Ibérica”, de Carlos Rio e “Pólo Norte – o Degelo Final” de Pedro Rego, e a atribuição do prémio do concurso nacional GENERG – Fotógrafo de Natureza do Ano. O Cinclus Fest tem como grande objectivo a promoção e conservação da natureza através da imagem, enqua-
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drando-se na estratégia do Município de valorização do Parque Natural Local Vouga-Caramulo (Vouzela) e dos seus recursos. O Cinclus é também uma das iniciativas de excelência no âmbito do PROVERE iNature, facto que, ao abrigo deste programa para intervenção em áreas classificadas, garantirá financia-
mento à realização do evento durante três anos. O enorme sucesso da iniciativa deve-se muito ao forte empenho do Município e à grande dedicação da Comissão Organizadora, em que se destacam os reconhecidos fotógrafos João Cosme, vouzelense, Luís Quinta e Ricardo Guerreiro.
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Festival decorre de 11 de Fevereiro a 1 de Julho
‘Terras sem Sombra’ regressa em 2017 ao Alentejo O
Terras sem Sombra regressa em 2017 para promover, mais uma vez, um território que sobressai pelos valores ambientais, culturais e paisagísticos e apresenta um dos melhores índices de preservação na Europa. Este festival tem como pano de fundo o Baixo Alentejo, realizando-se, em itinerância, nos concelhos de Almodôvar, Sines, Santiago do Cacém, Ferreira do Alentejo, Odemira, Serpa, Castro Verde e Beja, de 11 de Fevereiro a 1 de Julho. Considerado um dos cinco melhores festivais do género na Europa, o Terras sem Sombra assenta em três pilares: Música, Património e Biodiversidade. A décima terceira edição pretende sobrelevar ainda mais estes três eixos, explorando e indo ao encontro de um território de gentes, cultura, inovação e empreendedorismo. A música continua a ser a “porta” para o conhecimento desta região. “Do Espiritual na Arte: Identidades e Práticas Musicais na Europa dos Séculos XVI-XX” é o mote para esta edição que, lembrando o título de uma célebre obra W. Kandinsky, se centra no diálogo entre a Arte e o Sagrado, numa perspectiva
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aberta e ecuménica, em que convivem o Cristianismo, o Judaísmo e o Islão, como foi timbre, durante séculos, na Península Ibérica. Depois do Brasil, em 2016, o presente ano tem Espanha como País Convidado. Os concertos programados realizam-se aos sábados, sempre em monumentos, maioritariamente igrejas que sobressaem pelo valor patrimonial e pelas condições acústicas. Mantêm-se também, nas manhãs de domingo, as acções de voluntariado para a salvaguarda da biodiversidade dos concelhos que o festival percorre. Estas acções, nesta edição, vão apresentar novas rotas, pois as caminhadas realizadas passarão ou terão por destino espaços que se destacam por serem exemplos de boas práticas, ao nível do empreendedorismo ou da inovação: turismos rurais, comunidades autóctones, unidades transformadoras, etc. Este ano, como novidade, o Terras sem Sombra abre as portas, em exclusivo, de espaços que estão normalmente fechados ao público, através de uma visita guiada, no sábado à tarde, pelas cidades e vilas que acolhem o Festival, o que re-
presenta uma magnífica oportunidade para conhecer o património mais representativo do Baixo Alentejo. Na sua missão de incentivar e dar a conhecer os produtos regionais, todos os anos, o Terras sem Sombra destaca um produto de inquestionável referência. Em 2017, o protagonista é o azeite da Cooperativa Agrícola de Beja e Brinches. Lembrando a inquestionável importância do azeite de qualidade para a cozinha portuguesa. Aliás, ele tem presença obrigatória em qualquer despensa do nosso país – e tem vindo a ganhar terreno no resto mundo. De entrada gratuita, o projecto Terras sem Sombra, fundado em 2003, é da responsabilidade da Associação Pedra Angular, em estreita ligação com o Departamento do Património da Diocese de Beja que resulta da parceria entre várias entidades. Une-as o amor pelo Alentejo, pela sua arte, história, monumentos e música e o desejo de fazer com que esta mensagem chegue a um público cada vez mais vasto. A apresentação oficial do programa completo do Terras sem Sombra terá lugar em Serpa, no dia 26 de Janeiro.
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Nos dias 20, 21 e 22 de Janeiro
Feira divulga o pinhão e os sabores de Terras de Carregal do Sal N
os dias 20, 21 e 22 de Janeiro todos os caminhos vão dar a Carregal do Sal, com a realização de um certame que visa divulgar e promover uma das apostas do município. A Feira da Pinha e do Pinhão, Saberes e Sabores de Terras de Carregal do Sal visa promover a aposta na nova centralidade da cultura do Pinheiro Manso, desígnio concelhio e regional que o Município de Carregal do Sal implementou e pretende enraizar e consolidar, protagoniza o querer preservar o ambiente, incentivando a adopção de medidas mais amigas e a promoção dos recursos endógenos que hão-de ser, também, decisivos no desenvolvimento socioeconómico do concelho. As pessoas, a sua capacidade empreendedora e os seus valores, alicerçados nos legados que, de geração em geração, têm sido transmitidos e enriquecidos, são a maior riqueza deste Concelho. Foi, uma vez mais, alicerçado nestes pressupostos, que a Câmara Municipal abraçou a terceira edição deste certame, como forma de reforçar todo o trabalho feito e consolidado em edições anteriores e com o intuito de recordar e dar a conhecer o que em termos endógenos existe no concelho. As mostras de artesanato, gastronomia, etnografia, entre outras, vão, por certo, deliciar os visitantes. Hão-de ser os produtos sabiamente manufacturados pelos artesãos, o vinho do Dão, os licores e a afamada ginja, os doces, os bolos tortos e os pratos típicos, a par do pinhão, ex-libris do certame, per si ou combinado com outras iguarias, a desafiar os visitantes, nomeadamente os mais audazes e atrevidos. No dia 20 de Janeiro (6.ª feira), a Feira
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abre as suas portas às 18 horas. Com um leque significativo de expositores, mais de uma centena, para todos os gostos e sabores, o certame contará com degustações e animação a cargo do Grupo de Danças e Cantares da Sociedade Filarmónica de Cabanas de Viriato, do Torreão de Currelos e dos grupos Kotas à Solta e Sonhos Rotos. No dia 21 de Janeiro (sábado), a feira estará ininterruptamente aberta das 10 horas deste dia às 2 horas da manhã de domingo. As degustações vão continuar a aliciar os visitantes e a animação estará a cargo do Rancho Infantil Cravos e Rosas, do Grupo de Cavaquinhos e do Grupo Folclórico d’Alegria, todos de Vila Meã,
do grupo Viriatus da Sociedade Filarmónica de Cabanas de Viriato e do Grupo de Cordas Contratempo. Às 23 horas, David Antunes, acompanhado pelo The Midnight Band, subirá ao palco. O último dia, com horário das 10 às 23 horas, terá como especial enfoque e atracção o Programa da TVI “Somos Portugal”. A Feira encerrará com o Brinde ao Pinhão e com a actuação do grupo Cordas e Cantus da Sociedade Filarmónica de Cabanas de Viriato e do Rancho Folclórico Flores da Beira de Travanca de S. Tomé. Durante os três dias, o Grupo Art&Manha, com os seus “desaires” e “contratempos” animará os espaços da Feira.
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DE 26 a 29 de Janeiro,
Macedo de Cavaleiros recebe a maior Feira da Caça e Turismo O
nordeste transmontano recebe de 26 a 29 de Janeiro o maior evento cinegético do país. A XXI Feira da Caça e Turismo, uma iniciativa da Câmara de Macedo de Cavaleiros, é ponto de passagem obrigatória de caçadores e de várias famílias. O evento é uma marca incontornável daquela região, uma montra de toda a região para os milhares de visitantes anuais, portugueses e espanhóis. Macedo de Cavaleiros prepara-se para acolher milhares de visitantes atraídos, também, pelos sabores da gastronomia. No recinto do certame, os restaurantes presentes não deixarão de apresentar outros pratos de caça, como o arroz de lebre ou a perdiz estufada, apenas para citarmos alguns exemplos. O mais fiel amigo dos caçadores terá direito a concurso especial de beleza, nas categorias de perdigueiros e coelheiros. Estes últimos farão ainda uma prova de trabalho de caça. A Prova de Sto. Huberto, em dois dias, é marca obrigatória no programa, tal como a Cetraria, com a realização da única prova em Portugal integrando a Copa Ibérica.
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Os amantes da aventura irão à conquista dos caminhos no Raide TT e os betetistas contarão com o passeio de BTT. A não perder será também a mostra de doces do Geopark Terras de Cavaleiros, em diferentes showcookings, resultantes do “desafio” assumido pelos alunos do Curso de Hotelaria e Restauração do Agrupamento de Escolas. É a “Geodiversidade à mesa” para provar e apreciar.
Rota Gastronómica do Javali Nos quatro dias da Feira, os 17 restaurantes aderentes promovem a Rota Gastronómica do Javali, dando a oportunidade de todos saborearem esta iguaria da cozinha transmontana, uma peça de excelência da actividade cinegética. Assim, em simultâneo com a Feira da Caça e Turismo, decorre a Rota Gastronómica do Javali. Confeccionado e apresentado de múltiplas formas, o Javali é apreciado por todos. Neste desafio aos sentidos, que é o Geopark Mundial da UNESCO, esta rota
gastronómica conquista pelos seus aromas e sabor, os mais refinados paladares. Pelo quarto ano consecutivo, esta rota gastronómica proporciona um motivo adicional para visitar Macedo de Cavaleiros. É uma iniciativa da Confraria do Javali, com o apoio da Câmara de Macedo de Cavaleiros e Geopak Terras de Cavaleiros.
I Congresso Terras de Cavaleiros – “Humanizar o Turismo” O I Congresso de Turismo “Terras de Cavaleiros destaca-se no programa do certame. Durante dois dias, no Centro Cultural de Macedo de Cavaleiros, as boas práticas no turismo, no âmbito do Programa Mundial de Geoparques da UNESCO e de diferentes Municípios, estarão em evidência, sob o mote “Humanizar o Turismo”. Empresários, técnicos de turismo, estudantes de áreas distintas como o Turismo, a Geologia ou a Biologia, autarcas, profissionais diversos, são desafiados a conhecer, debater, aprender e crescer. 15
Cerimónia realiza-se no Hotel Crowne Plaza, no Porto
“Os Melhores do Ano 2016”
no vinho e gastronomia anunciados a 27 de Janeiro
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celebrar 100 edições e 10 anos, a revista Wine – A Essência do Vinho prepara-se para eleger quem mais se destacou no vinho e na gastronomia durante o ano passado. “Os Melhores do Ano 2016” serão anunciados e premiados na cidade do Porto, no hotel Crowne Plaza, no próximo dia 27 de Janeiro. A publicação bimestral já divulgou, na mais recente edição, os nomeados que concorrem nas seguintes 15 categorias: “Vinho do Ano”, “Personalidade do Ano no Vinho”, “Produtor do Ano”, “Produtor Revelação do Ano”, “Enólogo do Ano”, “Sommelier/Wine Director do Ano”, “Mixologista do Ano” (nova categoria), “Personalidade do Ano da Gastronomia”, “Chefe de Cozinha do Ano”, “Restaurante Gastronómico do Ano”, “Restaurante com Melhor Serviço de Vinhos”, “Produto Artesanal do Ano”, “Destino Gastronómico do Ano”, “Enoturismo do Ano” (nova categoria) e “Personalidade do Ano no Brasil”. No total são 60 nomeados, personalidades e projectos que se distinguiram em diversas áreas e desenvolveram um trabalho de excelência em prol do vinho, da gastronomia e do enoturismo. O jantar e cerimónia de entrega de prémios “Os Melhores do Ano 2016”, que se realiza no próximo dia 27 de Janeiro, sexta-feira, contará a presença dos nomeados, assim como de individualidades ligadas a estas áreas, num total de cerca de duas centenas de convidados.
“Os Melhores do Ano 2016”: Nomeados Vinho do ano: Barca Velha 2008 (Douro) Casa de Santar Nobre 2013 (Dão) Dona Maria Grande Reserva 2011 (Alentejo) Quinta do Vallado ABF Very Old Tawny Porto 1888 (Vinho do Porto) Personalidade do ano no vinho: Filipa Garcia (administradora Garcias) Hans Jorgensen (produtor Cortes de Cima) Pedro Jorge (proprietário Garrafeira Alfaia) Vasco d’Avillez (presidente da CVR Lisboa) Produtor do ano: Casa Agrícola Horácio Simões (Península 16
de Setúbal) Herdade do Portocarro (Península de Setúbal) Provam (Monção e Melgaço) Quinta do Lemos (Dão) Produtor revelação do ano: Azores Wine Company (Açores) Druida (Dão) Quinta do Popa (Douro) Vicentino Wines (Alentejo) Enólogo do ano: Jorge Moreira (Douro) Luís Louro (Alentejo) Rita Marques (Várias regiões e países) Tiago Alves de Sousa (Douro) Sommelier/Wine director do ano: António Coelho (Lasarte, Barcelona, Espanha) Luís Moura (Dux Petiscos e Vinhos, Coimbra) Pedro Santos (Rei dos Leitões, Mealhada) Rui Miguel Madeira (Areias do Seixo, Torres Vedras) Mixologista do ano (nova categoria): João Rodrigues (Columbus Cocktail & Wine Bar) José Robertson (Cinco Lounge, Lisboa) Paulo Gomes (Red Frog, Lisboa) Tiago Moreira (Pestana Vintage, Porto) Personalidade do ano da gastronomia: Adriana Freire (Cozinha Popular da Mouraria) Duarte Calvão (jornalista) Edgardo Pacheco (jornalista) Fátima Moura (autora de livros de gastronomia e gastrónoma) Chefe de cozinha do ano: Alexandre Silva (Loco, Lisboa) Henrique Sá Pessoa (Alma, Lisboa) Luís Américo (Puro 4050, Porto) Tomoaki Kanazawa (Kanazawa, Lisboa) Restaurante gastronómico do ano: Casa de Chá da Boa Nova (Leça da Palmeira) LAB by Sergi Arola (Sintra) Loco (Lisboa) The Yeatman (Vila Nova de Gaia)
Restaurante com melhor serviço de vinhos: Fortaleza do Guincho (Cascais) Gaveto (Matosinhos) Rei dos Leitões (Mealhada) Romando (Vila do Conde) Produto artesanal do ano: Casa do Aido (São Pedro do Sul) Chá Camélia (Vila do Conde) Quinta de Folga (Melgaço) Salmarim (Castro Marim) Destino gastronómico do ano: Braga Estremoz Funchal Mealhada Enoturismo do ano (nova categoria): Cartuxa (Évora) Esporão (Reguengos de Monsaraz) Hotel Monverde (Amarante) São Lourenço do Barrocal (Monsaraz) Personalidade do ano no Brasil: Alexandre Henriques (restaurante Gruta de Santo António, Nitéroi – Rio de Janeiro) Carlos Moura (importadora Brasvini) Joachim Koerper (restaurante Eleven Rio, Rio de Janeiro) José Jaime Barcelos (restaurante Ostradamus, Florianópolis) www.gazetarural.com
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Adiantou Susana Abreu, da Amora Brava
Vão chegar vinhos brancos e rosés com a marca “Índio Rei” O
Museu Nacional de Grão Vasco, em Viseu, recebeu o último capítulo da ‘obra’ Índio Rei. O vinho com a marca enológica de Carlos Silva, produzido para a Amora Brava, foi dado a conhecer em Portugal depois de ter sido apresentado oficialmente em Curitiba, no Brasil, em Novembro de 2016, no dia da inauguração das novas instalações do Museu de Arte Indígena, onde é o vinho oficial. O Índio Rei Dão DOP 2014 está agora disponível para os apreciadores e o êxito das duas apresentações deixa Susana Abreu confiante no futuro. À Gazeta Rural, a CEO da Amora Brava adiantou que em breve vão surgir brancos e rosés com a marca Índio Rei. Gazeta Rural (GR): Apresentado o Índio Rei, em Curitiba e Viseu, como olha agora para o projecto? Susana Melo Abreu (SMA): Não esperava todo este sucesso, mas acreditava que era possível e que vai ser ainda maior. Estou num “barco”, no meio do Atlântico entre o Brasil e Portugal. Para mim e para o Carlos é uma surpresa muito agradável. É um projecto muito bonito e tem havido algumas propostas de colaboração e reuniões com alguns organismos para falarmos deste projecto. GR: Tanto em Curitiba como em Viseu esteve muita gente na apresentação do Índio Rei. O que sentiu nos dois eventos? SMA: Tenho que assumir que a apresentação em Curitiba foi surpreendente e diferente daquilo a que estamos habituados por cá, desde as pessoas presentes até ao enquadramento do evento. Ambas foram muito bem frequentadas, com pessoas interessadas em conhecer o novo vinho. Contudo, a forma como os brasileiros encaram este tipo de eventos, se vestem e se comportam é muito especial. Por outro lado, as pessoas em Portugal são mais sóbrias, como se viu no evento do Museu Nacional Grão Vasco. Diria que ambos os eventos correram muito bem, com pessoas interessadas em apreciar um vinho novo, certamente diferente. Porém, pelo envolvimento, o evento no Brasil foi mágico. GR: Como se sente ao ter um vinho em dois museus?
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SMA: Há relativamente pouco tempo tivemos o primeiro vinho Dão Nobre. Esta é uma nobreza de outro tipo, mas efectivamente sinto-me como uma embaixadora da cultura portuguesa e do vinho do Dão em dois países. GR: O Psique e o Índio Rei são duas marcas inspiradas em obras de dois museus. Vai continuar a inspirar-se na cultura e nos museus, sejam eles nacionais ou internacionais? SMA: É uma boa pergunta. Penso que sim. O nosso primeiro vinho, o Psique, inspirado na belíssima escultura de Eros e Psique, de António Canova, exposta no Louvre, nasceu num momento especial e teve uma apresentação mais sóbria, também no MNGV, ao lado de quadro do mesmo tema de Domingos Sequeira. A grandiosidade da obra de Vasco Fernandes ajudou à ligação ao Brasil. Acredito que mais adiante o Psique vai dar que falar. Foram duas experiências boas e o futuro dirá o que virá por aí. GR: Até agora só tem vinhos tintos. Para quando um branco ou rosé? SMA: A gama Psique estará sempre associada à cor do amor, portanto além de um vinho tinto surgirá um rosé e, daqui a algum tempo, um vinho de maior idade, diria um amor adulto. No que respeita ao Índio Rei, os brancos vão chegar e já estamos a tratar disso. GR: Vinhos de lote ou monocastas? SMA.: Pensamos que a marca Índio Rei vai ser a nossa porta-bandeira e terá desde monovarietais a vinhos de lote, brancos, tintos e rosés. GR: O Carlos Silva é consultor em mais de três dezenas de produtores e a primeira ideia que se poderia tirar é que este é mais um vinho de um enólogo. Porém, percebemos que é… “um filho diferente”? SMA: Ao contrário do que muitas pessoas pensam, o Carlos é uma pessoa muito sóbria e discreta. Por isso, ele teria isto guardado para quando os vinhos fossem dele e é o que está e vai continuar a acontecer. 19
A 22 de Janeiro, na Bacalhoa, em Azeitão
Concurso selecciona escanção nacional para “O Melhor Escanção da Europa”
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Bacalhôa, em Azeitão, vai receber a 22 de Janeiro, o III Concurso Selecção Europa do qual sairá o vencedor que irá participar na próxima edição de “O Melhor Escanção da Europa”, a realizar em Maio, na Áustria. O concurso é feito por fases. Numa primeira os candidatos a melhor Escanção Nacional 2017, terão de responder a um teste escrito, seguido de uma prova de três vinhos, sendo que uma delas terá de ser feita em língua inglesa ou francesa, segundo a escolha do candidato. Numa segunda fase, os candidatos terão de fazer as notas de uma harmonização entre vinho e iguarias. Por último, terão de fazer a decantação de um vinho em cinco minutos, frente a um júri. O evento, promovido pela Associação dos Escanções de Portugal (AEP), este ano é patrocinado pela Bacalhôa Vinhos de Portugal. Para a final passam os três candidatos com melhor pontuação, sendo que a mesma estará aberta ao público e será realizada na parte da tarde.
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De 31 de Março a 2 de Abril
Exponor recebe Exposição Internacional de Orquídeas A
Exponor vai receber, de 31 de Março a 2 de Abril a VIII Exposição/Venda Internacional de Orquídeas do Porto, evento que pretende levar a todos o conhecimento do cultivo dos inúmeros géneros de orquídeas e possibilitar a todos os orquidófilos conhecer e adquirir todos esses géneros, enriquecendo assim a qualidade das suas colecções. Os conhecimentos sobre orquídeas serão aumentados pela ajuda de orquidófilos experientes que irão fazer palestras. A exposição de orquídeas do Porto já se tornou um evento a que todos os portugueses e espanhóis da Galiza se habituaram a estar presentes todos os anos, 15 dias antes da Páscoa. Com sucesso atrás de sucesso, a Associação Portuguesa de Orquidofilia (APO) tem vindo a melhorar cada vez mais esta exposição, tanto na sua qualidade como no espaço que ocupa, que já atinge os 4.450 m2.
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Opinião
Viseu,
o Distrito de eleição para visitar… daqui em diante… E
ste título parecendo aludir à cena política a que se irá assistir no presente ano, pretende, na verdade, apelar à estratégia “política” dos recursos genéticos, humanos, culturais e imateriais do tal território de que tanto falo e que tenho prazer em poder contribuir para a sua valorização. Viseu será a cidade oficial do Turismo da Região Centro para visitar em 2017 e terá um lugar de destaque na Bolsa de Turismo de Lisboa no corrente ano. Na verdade, a cidade de Viseu é uma excelente montra para todo este território, onde deveriam ser realizados eventos que, devidamente programados no tempo para não se sobreporem sobre outros da região, ajudassem a promover o território no seu todo e se afirmasse assim de forma natural como cidade região, em sinergia e complementaridade com essa mesma região. Um evento dedicado ao Queijo Serra da Estrela em Maio com as ovelhas a circularem na “passadeira vermelha” da cidade e uma feira onde o queijo, os pastores e as queijeiras eram os verda-
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deiros “artistas” e um “Apple day” para divulgação e promoção das variedades regionais de maçã da região seriam seguramente dois excelentes exemplos. Assim, a cidade de Viseu, acredito, ganhava respeito pelos outros municípios seus pares, ajudando a redistribuir riqueza e promovendo os produtos que lá são produzidos, só que com uma outra visibilidade. O distrito de Viseu, com os seus 5 mil km2, é um dos raros exemplos no mundo onde, fruto de uma combinação harmoniosa de factores naturais e condições humanas, conseguimos ao longo de gerações, através de laboriosos e engenhosos processos de domesticação feito por agricultores e pastores, entre os quais se incluiu Viriato, congregar um naipe de excelência ao nível dos recursos genéticos vegetais e animais nas mais diversas áreas de produção agrícola, florestal e animal. Como expoentes da produção agrícola temos a viticultura, a fruticultura, as ervas aromáticas e a horticultura em sua larga medida em modo de produ-
ção biológica e outra que ainda está por lançar, a produção natural. Na produção animal temos a ovelha Serra da Estrela, o cabrito da Gralheira, a vitela Dão Lafões, a paivota do Alto Paiva e onde fazendo alguns atropelos à taxonomia, mas sem ficar a dever à excelência, ainda podemos fazer incluir a truta do Paiva. Na área florestal temos o pinheiro bravo, o castanho e a castanha, a bolota e o carvalho, os cogumelos silvestres, o mel e a geleia real, entre muitos outros recursos. Mais recentemente surgiram os apelidados frutos vermelhos que, noutras latitudes consideradas frutas dos bosques, revelam uma variação de tons que apelam à riqueza de antioxidantes, compostos tão requisitados na nutrição moderna prevenindo fenómenos de oxidação e privilegiando o anti-envelhecimento e o combate a agentes mutagénicos. Temos ainda muitos recursos que irão surgir completamente de novo na região, muito por força das alterações climáticas mas também pela capacidawww.gazetarural.com
de de inovação e engenho dos nossos produtores e outros ainda que iremos recuperar da galeria doirada do reservatório genético destas paisagens, entre os quais o mostajo e as pútegas são apenas exemplos. Estes recursos, como matéria-prima e ingredientes, serviram como mote para que se tenham estabelecido nesta mesma região com uma dinâmica e saber ímpares, métodos e processamentos da área da tecnologia alimentar que são parte integrante da cultura e identidade de um povo e que se assumem como fileiras estruturantes de toda uma região. São exemplos o vinho, que se expressa de modo identitário e diferenciado em regiões demarcadas diversas como o Dão, Távora-Varosa, Douro e Lafões, a par de queijos como o Serra da Estrela e o da Lapa. Mas há muitas mais que normalmente não damos o devido valor e estou-me a lembrar apenas do pão de Sangemil ou da sêmea e a boroa de Vildemoinhos. Contudo, neste território de eleição não temos um grande centro de investigação, que congregue várias instituições, vocacionado para os grandes pilares estratégicos no sector agroalimentar e muito dificilmente o iremos ter nos próximos anos. Talvez porque temos um sector privado produtivo muito prolífico que prescinde desta estratégia e que usou os fundos públicos para fins privados, nalguns casos com enorme sucesso. Mas será isso a melhor estratégia para a região? E o sector científico terá na verdade procurado junto do sector produtivo dar resposta às questões de hoje, mas acima de tudo às do amanhã, através de delineamento de uma estratégia de aplicação e inovação em recursos e produtos que temos obrigação moral mas também económica de o fazer. Todos referem o sucesso do sector do calçado, mas o do vinho não deixa de ser menos brilhante, onde o exemplo da cooperativa de Távora-Varosa, com o seu espumante Terras do Demo, é um dos seus mais recentes expoentes. Mas sempre na busca de uma maior qualidade e identidade no futuro acaba de lançar um novo espumante com base na casta Verdelho, mas que está no terreno
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há já alguns anos, começando agora a dar os seus frutos. Esta é uma das questões determinantes no sucesso da agricultura, que é a necessidade de planearmos estrategicamente com bastante antecedência, porque temos um contrato de preservação e sustentabilidade para com a natureza que todos temos que saber respeitar, mas que a área da agricultura é uma das primeiras que sofre quando não o cumprimos. A fruticultura é um outro dos exemplos de relevo que a região tem vindo a criar, muito por força do trabalho notável de uma equipa de técnicos e a quem têm que ser dadas condições para continuarem um trabalho começado, persistente, mas ainda não culminado. Precisamos de produzir material vegetal certificado, não apenas em termos genéticos, mas também fitossanitários para uma aposta mais veemente nas nossas variedades regionais. Apesar dos muitos estudos já realizados, ainda precisamos saber mais sobre as virtudes dessas mesmas variedades, quer na área da nutracêutica, quer nas aplicações da saúde, bem como na avaliação da influência das alterações climáticas na produção e na qualidade dos seus frutos. No que concerne ao Queijo Serra da Estrela, que se apresenta como uma das referências gastronómicas nas épocas festivas que muito recentemente juntaram as famílias na partilha de memórias, afectos, sentimentos e sabores, é um daqueles casos mais paradigmáticos de um recurso sempre adiado na capacidade de conquista do mundo. Apenas vos digo, afortunados aqueles que têm a possibilidade de vir à região escolher “o creme de la creme” no que a este ícone se refere. Este último Natal teria sido uma excelente oportunidade para a confraria do Queijo Serra da Estrela levar ao seu confrade de Mérito, o actual Presidente da República, Prof. Marcelo Rebelo de Sousa, aquele produto que melhor representa o sentimento da “Estrela de Belém” e que com esta “luz de espírito” nos guiasse para o futuro almejado para a fileira do QSE. A vastidão do território da região demarcada do QSE, outrora vagueada
pelo rebanho do pastor Viriato, que deveria constituir-se como uma real mais-valia, parece teimosamente assumir-se como um óbice para o alavancar de todo um sector em uníssono, com um potencial de crescimento ímpar. Neste novo ano queremos acreditar que a Escola Superior Agrária de Viseu, como parte do sistema científico público, possa vir a estabelecer uma aposta clara com o tecido empresarial ligado à fileira do Queijo Serra da Estrela, em consequência do significativo número de candidaturas que lançou em co-promoção com outros centros de investigação da região, ao nível nacional e internacional. Sendo este um produto de raiz tradicional que assenta na memória e saberes empíricos de uma região e das suas gentes, sem abdicar da sua identidade, deve lançar-se à conquista de mercados globais suportadas por serviços e tecnologias inovadoras, não apenas ao nível da produção, mas também das suas ferramentas que hoje se alicerçam em know-how científico de base muito alargada mas inteiramente sinérgico e complementar. Lanço aqui o repto de candidatar o QSE a património cultural imaterial da humanidade e assumo-me como o seu primeiro subscritor, como uma forma de pressionar a Comissão Europeia para se manter a utilização da flor de cardo na sua laboração e as raízes culturais que foram provadas, por tanta humanidade e tão diversa na escala do tempo sem paralelo na geografia. O projecto CARDOP tem vindo, desde 2010, a estabelecer parcerias com instituições de diversa índole, científica, cultural e social, para estudar e conhecer melhor a flor de cardo como ingrediente, reconhecendo desde o primeiro momento a necessidade de constituirmos campos de recursos de cardo para estudo, mas simultaneamente para produção de flor. Este nosso percurso levou-nos a instalar cerca de uma dezena de campos e mais de 5000 plantas que permite hoje termos um conhecimento mais abalizado sobre esta espécie e produzir flor de cardo com uma qualidade irrepreensível que fornece algumas das queijarias
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de referências da região. Um dos campos que mais nos orgulhamos neste projecto é o que se encontra no Estabelecimento Prisional do Campo, que foi estabelecido em 2013 como um campo experimental de cardo com a vocação de produção de flor e que é actualmente uma referência na região e no País. Neste campo estão um conjunto seleccionado de recursos genéticos de cardo que representam não apenas um repositório, mas um potencial de futuro que irá assegurar a prossecução da utilização da flor de cardo como elemento diferenciador e exclusivo na produção do Queijo Serra da Estrela na região demarcada de Denominação de Origem Protegida. Este conceito que foi criado originalmente com a visão estratégica do à data Director, Dr. Miguel Alves e o planeamento agrícola do Eng.º Nuno Pestana, formado na ESAV, tendo sido possível concretizar pela vontade dos próprios reclusos, que têm colaborado de forma activa e inexcedível neste desígnio que é hoje levado a cabo por outros atores ao nível da coordenação e da execução pela mão do actual director, Dr. José Pedreira, e pelo coordenador agrícola, Sr. José Oliveira, mas com a mesma determinação e capacidade. Como prova do trabalho realizado e forma de divulgação de todo este conceito, iremos realizar no final do mês de Janeiro uma acção pública para entrega de flores de cardo de qualidade inexcedível, que cumprem todas as questões relativas à qualidade do perfil bioquímico da suas cardosinas e às questões microbiológicas relativas à segurança alimentar, a queijarias do território Serra da Estrela que permitirá laborarem mais de 6000 queijos no presente alavão. Este é um momento em que se volta a falar do Queijo Serra da Estrela pelo aproximar da realização das diversas feiras por toda a região e que normalmente se traduz em muitas promessas políticas, a maioria das quais infelizmente acabam por não se concretizar. Aproveitamos o ensejo para convidar todos aqueles que se interessam pela temática do QSE a poderem assistir ao momento simbólico de entrega das flores aos produtores seleccionados à qual se seguirá uma prova de degustação de Queijos Serra da Estrela produzido com base em flores desenvolvidas a partir do projecto CARDOP que se realizará nas Instalações do Estabelecimento Prisional do Campo. Paulo Barracosa 24
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Estudo sobre as memórias clandestinas da aldeia raiana de Tourém
UTAD quer patrimonializar a rota do contrabando
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m estudo da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) traz a lume lugares de memória e testemunhos de antigos contrabandistas da aldeia raiana de Tourém, no concelho de Montalegre, com vista a implementar um processo de patrimonialização de uma rota do contrabando naquele território. Trata-se de um estudo documental, realizado pelo jovem investigador Hugo Carvalho dos Santos, no âmbito do seu mestrado em Comunicação e Multimédia e com a orientação dos docentes Emanuel Peres Correia e Leonel de Castro, que propõe uma reflexão sobre o futuro da fronteira potenciando a memória dos lugares, hoje em vias de desertificação, retratando as pessoas que, em épocas diferentes, participaram nesta actividade clandestina, bem como os percursos, maioritariamente isolados e abrigados, utilizados para o contrabando. Com cerca de uma centena e meia de habitantes, ninguém esconde o passado da localidade ligado ao contrabando, não só de produtos e animais, mas também de pessoas que tentavam, “a salto”, atravessar a fronteira e emigrar para outros países. Com o poder central demasiado longe e durante séculos votada ao esquecimento, a povoação criou laços e métodos próprios de ligação no comércio com o outro lado da fronteira, havendo uma convivência muito próxima entre povos, que por vezes ia contra a inimizade e mesmo a guerra entre os países.
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O contrabando fazia-se com o café para lá e o bacalhau para cá, mas também petróleo, lingotes de cobre, chumbo, gasóleo, cabeças de gado, vinho e outros bens. Havia códigos de ética entre contrabandistas e códigos estratégicos para enganar as autoridades. “O vinho de Espanha era ruim, mas era barato”, testemunha um dos antigos contrabandistas, que em pequeno, antes das aulas, ia ao vinho ao outro lado da raia. Num desses dias foi apanhado e preso pelos guardas com um garrafão de vinho com quatro litros. A sua mãe teve de pagar 450 escudos para o libertarem, o que “naquele tempo valia quase tanto como um bezerro”, recorda. E o vinho ainda ficaram os guardas com ele. “Nessa altura tudo comia – refere um dos testemunhos. – Os guardas também comiam. Eles ganhavam mais do que nós. Os maiores contrabandistas eram eles. Comiam bem. Quando deixavam passar um, já tinham comido dois”.
Rico de memórias de miséria e sofrimento, de histórias humanas vividas por um povo que lutava como podia para sobreviver em terras isoladas, este trabalho propõe constituir-se como “um documento que ajude na preservação e patrimonialização da memória do contrabando e da fronteira de Tourém”. Enriquecido com muitas imagens de pessoas e lugares, a rota de contrabando proposta apresenta-se como repositório da memória de uma clandestinidade corajosa com imensos registos, não apenas os ligados ao contrabando, mas também as histórias de pessoas e lugares que auxiliavam a emigração “a salto” e que acolhiam galegos fugidos à ditadura franquista. Nesta mesma rota, realça-se ainda o reconhecimento popular da capela de S. Lourenço que a tradição consagrou como padroeiro dos contrabandistas, uma vez que era junto dela que sucediam muitas das operações clandestinas, na crença de que o santo as auxiliava. www.gazetarural.com
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pesar dos avanços tecnológicos e do amadurecimento da Internet, as explorações agrícolas estão ainda muito focadas na produção, ignorando uma das principais formas de valorização dos seus produtos, o marketing e o desenvolvimento de uma marca. Promover leite e carne de vaca, e produtos agrícolas em geral, é uma tarefa complexa porque não há forma de diferenciar uma exploração de outra e estas estão limitadas na sua localização, muitas vezes longe do mercado e dos consumidores. Com a crescente preocupação dos consumidores com a origem dos seus alimentos e a sua maior disposição para pagar extra por leite e carne de qualidade que cumpram as melhores práticas de respeito pelo ambiente e bem-estar dos animais, cabe à produção cumprir com regulamentação diversa, e ainda investir nas mais inteligentes e modernas soluções para promover os seus negócios e colocar a sua marca o mais perto possível do consumidor. A partir de hoje com a Muuu, todas as pessoas que trabalham na produção de leite e carne de vaca podem promover as boas práticas das suas explorações na Internet. A Muuu analisa todos os maneios e actividades com os animais e produz uma classificação de boas práticas da exploração. Os produtores podem então gerar automaticamente uma página personalizada do negócio na internet, mostrar a sua classificação, adicionar conteúdos de fotografia e vídeo do dia-a-dia e lançá-los nas redes sociais para promover o seu negócio junto dos seus clientes e dos consumidores dos seus produtos. A Muuu está disponível gratuitamente para todos os profissionais que trabalham com explorações de bovinos em Portugal e no Brasil. A Faarm é uma startup portuguesa incubada na Startup Lisboa, que desenvolve tecnologia para que todos possamos partilhar e seguir informação com significado sobre a origem e percurso dos alimentos que comemos todos os dias, projectando uma indústria alimentar mais justa e transparente. Com a Muuu, a Faarm ganhou em 2016 o Startup Simplex, concurso para a simplificação administrativa do Estado promovido pelo governo e foi eleita como a startup mais promissora da Startup Lisboa, tendo acesso a €100.000 de investimento da Caixa Capital.
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A nova versão da Muuu para as explorações pecuárias
Startup portuguesa lança nova ferramenta de marketing agrícola digital
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Com o objectivo de dinamizar o centro histórico daquela vila fronteiriça.
Câmara de Almeida organiza visitas guiadas pelo património da antiga praça-forte
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Câmara Municipal de Almeida anunciou que organiza visitas guiadas, orientadas por um técnico ou através de um guia turístico interactivo, com o objectivo de dinamizar o centro histórico daquela vila fronteiriça. Segundo a autarquia presidida por António Baptista Ribeiro, a visita guiada, “quando é solicitada com interesse no acompanhamento, é orientada por um técnico especializado na área, especificidade da visita e interesse do grupo”. A mesma tem a duração aproximada de duas horas e o percurso integra deslocação ao património edificado de maior interesse turístico e histórico, entrada em museus e a contemplação da paisagem envolvente ao centro histórico, entre outros momentos. Uma outra opção de visita a Almeida, uma vila localizada no distrito da Guarda, perto da fronteira com Espanha, é através de guias turísticos interactivos, que devem ser solicitados no Posto de Turismo Municipal. Os guias turísticos
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interactivos, com utilização gratuita, são disponibilizados em três idiomas Português, Espanhol e Inglês - e funcionam “através de vídeos falados e legendados”. O município de Almeida também disponibiliza aos turistas um projecto de visitação em formato pedestre, baseado num itinerário, que conta com pistas que ajudarão os visitantes a percorrê-lo. “Através deste novo serviço turístico, o visitante será guiado a percorrer todo o burgo, recantos, ruelas, comércio e os mais emblemáticos monumentos desta praça-forte e terá a oportunidade de explorar alguns aspectos da História local e nacional e, simultaneamente, conhecer factos e curiosidades desta Vila Museu do interior”, refere a autarquia. Esta proposta, mais direccionada para a segmentação familiar, proporciona “de uma forma divertida, interactiva e descontraída, a descoberta da Estrela do Interior (como também é designa-
da a vila de Almeida)”, sustenta. A autarquia explica ainda que a visitação pedestre também pode ser alargada a escolas e a todo o tipo de público “desde que seja demonstrado interesse” na sua realização. Os interessados podem agendar as várias propostas de visitação no Turismo Municipal de Almeida, no horário de funcionamento daquele serviço, de segunda-feira a sexta-feira (das 09:00 às 12:30 e das 14:00 às 17:30) e aos feriados e fins-de-semana (das 10:00 às 12:30 e das 14:00 às 17:30). “Desperte a curiosidade e venha descobrir a ‘Estrela do Interior’” é o desafio lançado pela Câmara de Almeida aos potenciais visitantes da vila que faz parte do Programa das Aldeias Históricas de Portugal. A antiga praça-forte de Almeida, construída nos séculos XVII e XVIII, está localizada perto da linha de fronteira com Espanha e é considerada uma “jóia” da arquitectura militar abaluartada. www.gazetarural.com
Tal como já acontece no Alentejo
Região Centro passa a ter limite máximo de 75 colmeias por apiário E
ntra em vigor no próximo dia 4 de Fevereiro as novas regras para o sector do mel na região centro. A Portaria n.º 8/2017 foi publicada em Diário da República e estabelece o limite máximo de 75 colmeias por apiário na região Centro, tal como acontece já no Alentejo. O documento foi assinado pelo Ministro da Agricultura, Luís Capoulas Santos, e determina a densidade de implantação de apiários nos municípios de Castelo Branco, Covilhã, Fundão, Idanha-a-Nova, Oleiros e Vila Velha de Ródão, da área da Direcção de Serviços de Alimentação e Veterinária da Região Centro. Segundo a Portaria, os apicultores que já se encontrem instalados nos municípios referidos dispõem de um período de três anos para se adaptarem às regras estabelecidas na presente portaria. A portaria explica que o Decreto-Lei n.º 203/2005, de 25 de Novembro, estabelece o regime jurídico da actividade apícola relativa à detenção, criação ou exploração de abelhas da espécie Apis mellifera, fixando, designadamente, os parâmetros a que deve obedecer a densidade de implantação de apiários, bem como o limite máximo nacional de colmeias por apiário. Atendendo à diversidade geográfica e climatérica do território nacional, aquele diploma prevê que possam ser estabelecidas diferentes densidades de implantação a nível regional e um número de colmeias inferior ao limite máximo nacional, tendo em conta as características específicas de cada região. “A região Centro possui elevadas potencialidades naturais para a prática apícola, no entanto esta actividade é fortemente condicionada por plantas melíferas com períodos de floração curtos e muito dependentes das condições climatéricas da região que as afecta especialmente nos meses de Verão”, pode ler-se na portaria.
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Assim, quando instaladas em apiários próximos, as colónias “entram em competição alimentar, uma vez que as áreas de pastagem se sobrepõem, situação essa que se agrava com o número elevado de colónias instaladas na área de alguns municípios”, explica o documento. “Tais razões aconselham a que na área
daqueles municípios nunca se instalem mais de 75 colmeias por apiário, à semelhança do que acontece na região do Alentejo, tendo-se concluído, pela prática de maneio, que um número superior é prejudicial, conduzindo a um baixo rendimento, elevada mortalidade e uma maior proliferação de doenças”, diz a portaria. 29
Em terrenos Não Privados
CIM Região de Coimbra apresenta candidatura à Instalação de Redes de Defesa da Floresta Contra Incêndios Segundo o Ministro da Agricultura
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Comunidade Intermunicipal (CIM) Região de Coimbra apresentou uma candidatura de “Instalação de Redes de Defesa da Floresta Contra Incêndios em Terrenos Não Privados” ao Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos, no âmbito do Portugal 2020. A candidatura de cariz intermunicipal envolve os municípios de Lousã, Mira, Miranda do Corvo, Pampilhosa da Serra e Penacova e propõe a abertura de 257 hectares de faixas de rede primária de faixas de gestão de combustível (RPFGC), a abertura de 31 hectares de faixas de rede secundária de faixas de gestão de combustível (RSFGC) e a beneficiação de 63 km de rede viária florestal (RVF), infraestruturas fundamentais para a defesa da floresta contra incêndios e salvaguarda do património florestal da Região. O aumento da probabilidade de ocorrência de incêndios florestais potenciado pelas alterações climáticas implica uma maior exigência da capacidade de intervenção no combate a estes fenómenos, de forma a minimizar os avultados danos ambientais e patrimoniais daí resultantes. O projecto assume uma importância estratégica para a promoção da adaptação às alterações climáticas e prevenção e gestão de riscos através do reforço da instalação das redes de defesa da floresta contra incêndios através da diminuição da carga de combustível e reforço do acesso a pontos de água, em terrenos não privados, da propriedade ou sob administração dos Municípios envolvidos. Esta candidatura vem reforçar o papel agregador da CIM Região de Coimbra, que assume a floresta como um recurso endógeno a preservar e a melhoria da rede de defesa da floresta contra incêndios como um instrumento no combate aos incêndios florestais, naquilo que se preconiza como um pilar para a estratégica intermunicipal da CIM. A candidatura foi submetida com um investimento total de 1.357.305,09 € a que corresponde uma comparticipação do Fundo de Coesão de 1.153.709,33 €.
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PDR com 15 mil candidaturas e mil milhões de euros de investimentos aprovados em 2016
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Programa de Desenvolvimento Rural (PDR2020) bateu em 2016 um recorde em termos de candidaturas aprovadas, com 15 mil projectos decididos, envolvendo um total de mil milhões de euros de investimentos, disse ontem o ministro da Agricultura à margem da Assembleia da CONFAGRI. “O PDR está agora a funcionar em velocidade de cruzeiro”, adiantou Capoulas Santos à margem da Assembleia Geral da CONFAGRI (Confederação Nacional das Cooperativas Agrícolas de Portugal), explicando que 2016 foi o ano de “arrumar a casa” e encontrar soluções para “as derrapagens financeiras” que levaram o Governo a reforçar a dotação do programa em mais 155 milhões de euros. Segundo Capoulas Santos, 2016 foi o ano em que maior número de candidaturas foi decidido, tendo sido aprovadas 15 mil candidaturas no total. “O melhor ano tinha sido o de 2010 com 10 mil candidaturas e só entre Abril e Dezembro de 2016 foram aprovadas mais de 11 mil”, notou o governante. As candidaturas são essencialmente relativas a projectos direccionados para as explorações agrícolas, instalação de jovens agricultores, pequenos agricultores e agroindústria, totalizando um investimento superior a mil milhões de euros em projectos contratados, salientou. A nível do volume de pagamentos de projectos já iniciados, foram pagos 1.700 milhões de euros, o que significou a execução integral da dotação do PDR prevista, acrescentou o responsável da pasta da Agricultura. Capoulas Santos acredita que o ritmo de execução do PDR vai ser acelerado ainda mais em 2017, apostando na consolidação dos apoios financeiros direccionados para o investimento nas explorações agrícolas, florestas e indústria agroalimentar, bem como na simplificação dos procedimentos. Outras das prioridades para 2017 passam pela execução do plano nacional de regadio que está a ser negociado com o Banco Europeu de Investimento (BEI), para regar mais 90 mil hectares até 2020, bem como a reforma da floresta. O ministro prevê que os diplomas que estão, actualmente, em discussão pública poderão ser aplicados a partir do segundo semestre deste ano. www.gazetarural.com
Para acabar com “a inércia” das entidades responsáveis pelo sector
Universidade de Vila Real propõe uma “verdadeira revolução” na floresta
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Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) defende uma “verdadeira revolução” na floresta, alicerçada em conhecimento técnico-científico, para acabar com “a inércia” das entidades responsáveis pela gestão e ordenamento do espaço florestal. Este desafio serviu de mote a um encontro realizado em Vila Real, e se insere no ciclo de debates “A floresta portuguesa em causa”, que a academia transmontana está a organizar em conjunto com a Ordem dos Engenheiros. “A UTAD está assim apostada em quebrar com as receitas e soluções que já provaram não serem as mais adequadas”, afirmou Rui Cortes, docente e investigador do departamento de Ciências Florestais e Arquitectura Paisagista. Em debate estiveram temas como o aproveitamento da biomassa florestal, o fogo controlado e a redução do risco de incêndio, o cadastro, o banco de terras, os incentivos ao ordenamento florestal através das Sociedades de Gestão Flo-
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resta, a promoção de novas Zonas de Intervenção Florestal (ZIF) e ainda os procedimentos legais para acções de arborização e rearborização. Rui Cortes referiu que, “do ponto de vista económico, a floresta em Portugal ocupa uma posição ímpar no contexto europeu, representando a fileira respectiva cerca de dois por cento do Produto Interno Bruto (PIB)” e em relação ao Valor Acrescentado Bruto (VAB) “aproxima-se dos quatro milhares de milhões de euros”. Segundo dados do investigador, este sector envolve ainda cerca de “95 mil postos de trabalho directos, além de remunerar quase 400 mil proprietários”. “Toda esta riqueza está em perigo, pondo em causa ainda a importante função da floresta na biodiversidade e na conservação do solo e da água”, frisou o investigador. Rui Cortes considerou que “o actual quadro dramático da floresta nacional surge pela conjugação de diversos fac-
tores que vão muito além dos incêndios de Verão que alarmam as populações e que incentivam os sucessivos governos a lançar mais medidas e legislação direccionada principalmente para o combate de incêndios”. Este debate inseriu-se na discussão pública aberta pelo governo até ao próximo dia 31 de Janeiro, a fim de preparar um conjunto de medidas legislativas a que chamou ‘A reforma da floresta’ com as quais procura responder aos grandes desafios da floresta portuguesa. Segundo dados divulgados pela Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) e pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), a área ardida em 2016 quase que triplicou em relação a 2015, tendo os fogos consumido um total de 152.251 hectares. Já o número de incêndios diminuiu no ano passado cerca de 16 por cento em relação a 2015, tendo deflagrado 13.137 fogos. 31
O Revelou o secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural
Governo aposta na criação de centrais de biomassa mas de menor dimensão
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Governo vai apostar na criação de centrais de biomassa de menor dimensão, relativamente à unidade de Mortágua, e envolver os municípios, revelou o secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural. “Mortágua é uma grande central”, disse Amândio Torres, frisando que, segundo o seu homólogo Jorge Seguro Sanches, secretário de Estado da Energia, para um melhor aproveitamento energético dos resíduos florestais, “o caminho passa por centrais mais pequenas” e em maior número. O secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural intervinha em Coimbra num debate público sobre a reforma da floresta, projecto que inclui diversos diplomas e que foi apresentado pelo Governo na Lousã, em Outubro passado. O executivo de António Costa “vai definir os locais onde deverão ser instaladas” as novas centrais termoeléctricas alimentadas por resíduos florestais diversos. Essa missão caberá especialmente a Jorge Seguro Sanches e ao próprio Amândio Torres, engenheiro silvicultor oriundo da Lousã, no distrito de Coimbra.
Perante uma plateia de cerca de 200 pessoas, entre produtores florestais, autarcas, e técnicos, o governante defendeu a importância de os municípios serem, localmente, “pivôs desse processo” de instalação de centrais de biomassa mais adequadas à realidade do país. No âmbito da reforma florestal concebida pelo actual Governo, vai igualmente ser reforçado o papel dos municípios nas acções de arborização e rearborização. Realçando que a reforma da floresta “não passa só por isto”, Amândio Torres disse que, em cada concelho, as autarquias ainda têm sob a sua responsabilidade “apenas uma pequena parte” do território. “O resto passa-lhes ao lado”, adiantou, defendendo que as autarquias “têm de começar a ser mais activas neste processo”. Amândio Torres informou que, através de uma portaria, o Governo vai estabelecer “algumas condicionantes” à plantação ou replantação de novas áreas florestais, incluindo de eucaliptos, cuja extensão total no país não deverá ser ultrapassada.
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Opinião
2016, o início de uma nova floresta? 2
0 anos volvidos sobre a aprovação na Assembleia da República da Lei de Bases da Política Florestal, importa deitar um olhar critico ao estado em que se encontra hoje a floresta portuguesa. Uns verão o “copo meio cheio”, com mais planeamento, com uma industria de base florestal consolidada, exportadora de bens transaccionáveis e que gera riqueza para o País, outros, pelo contrário, verão o “copo meio vazio”, da floresta devastada por incêndios cada vez mais devastadores e pelo abandono a que tem sido votada, em resultado da perda crescente de rentabilidade, conjugado com o aumento crescente dos riscos a que está sujeita. Eu olho para trás e vejo, sobretudo, 20 anos de oportunidades perdidas, resultantes da deriva a que a política florestal tem estado sujeita. E o ano que passou espelha bem as consequências dessa deriva. A floresta voltou a ser o pasto das chamas, em mais um Agosto em que os incêndios fizeram a abertura dos telejornais e geraram infindáveis debates sobre a teorização desses mesmos incêndios. E, novamente, das cinzas emanou mais uma Reforma para a Floresta. Todavia, 2016 até prometia... António Costa, empossado no final de 2015, retomava a Secretaria de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural na arquitetura do Governo, num claro sinal político que a floresta voltava a ocupar um lugar de destaque na ação governativa, dando expressão e conteúdo ao texto do programa do Governo. Meses mais tarde, em Mação, António Costa presidia às cerimónias oficiais do Dia Internacional das Florestas e reforçava
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esse sinal político quando pedia “uma floresta à prova de fogo”. No entanto, um verão mais severo iria demonstrar que a floresta portuguesa não é à prova de fogo, pondo a descoberto todas as fragilidades estruturais, tantas vezes diagnosticadas. No cômputo final, foram contabilizados mais de 150 mil hectares de área ardida, naquele que foi o pior registo da última década. E das cinzas destes fogos, nasce a “Reforma da Floresta”. Anunciada, por António Costa, ainda no rescaldo das chamas, em Outubro, num Conselho de Ministros Extraordinário realizado no COTF – Lousã são aprovadas as bases legislativas dessa Reforma. Com esse propósito, o Governo colocou 10 medidas legislativas em Consulta Pública, num processo inovador de participação cívica que merece ser sublinhado, na procura do envolvimento da sociedade portuguesa no debate sobre a floresta, que afinal não é de “todos”, mas sim da posse de milhentos proprietários - desde as nano, mini, micro propriedades que povoam o norte e o centro do Pais, até às empresas da indústria papeleira e aos grandes proprietários dos sistemas agro-florestais do sul do Pais. Neste processo, tive a oportunidade de acompanhar o debate promovido pela Ordem dos Engenheiros em torno da Reforma da Floresta. Mas, desse debate, apesar de não ter emanado uma visão que clarificasse o papel da Engenharia Florestal para o desenvolvimento da floresta portuguesa, ressaltou a identificação de um conjunto de prioridades, com o fim da dupla Tutela dos Ministérios da Agricultura e do Ambien-
te sobre o ICNF, no topo dessa lista. 2016, também, fica marcado pelo arranque efetivo das medidas florestais inscritas no PDR2020 e pelo anúncio da conclusão do processo de revisão dos Planos Regionais de Ordenamento Florestal em Março de 2017 pelo Ministro Capoulas Santos. Feito um breve balanço de 2016, receio que estejamos perante mais uma oportunidade perdida para a Reforma que o Setor Florestal precisa. Nesta reflexão socorro-me das palavras tecidas pelo meu colega Victor Louro, autor do livro “A Floresta em Portugal - Um apelo à inquietação cívica”, e que num debate televiso alertou para o foco em que é preciso colocar a “Reforma da Floresta” – aumentar a rentabilidade dos ativos florestais e resolver as falhas de funcionamento do mercado! Na minha opinião é aqui que reside o cerne da questão florestal e não é por acaso que Portugal é o único País da Europa onde a área florestal regrediu, bem como é o único País do sul da Europa onde os incêndios florestais continuam a aumentar. A floresta portuguesa está hoje mais vulnerável que há 20 anos atrás. É com essa preocupação que iriei assistir, em Santarém, à última sessão do períplo regional do Governo sobre a “Reforma da Floresta”, para poder ter uma opinião mais formada e informada sobre a matéria, pois parece-me que os objetivos inscritos em 1996 na Lei de Bases da Política Florestal ainda estão por cumprir na sua generalidade. Miguel Galante (Eng. Florestal) 33
Segundo um estudo publicado na revista britânica Nature Ecology and Evolution
Opções de consumidores de um país causam perdas de espécies noutros Estados
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nvestigadores anunciaram estar em condições de identificar e medir o perigo oculto para a vida selvagem da importação de bens de consumo, seja beber um café expresso em Pequim ou comer uma salada de tofu em Chicago. O novo estudo, publicado na revista britânica Nature Ecology and Evolution, identificou que opções de consumidores de determinado país causam mais perdas de espécies terrestres e marítimas noutros Estados. Os investigadores criaram um “mapa de ameaças” global que permite detalhar o impacto das exportações para os Estados Unidos, China, Japão e União Europeia (UE) nas espécies em perigo. Para garantir o abastecimento de grãos de café ou tofu, por exemplo, foram destruídas florestas em Samatra (Indonésia) ou no Mato Grosso (Brasil), que levaram ao desaparecimento de dezenas de animais e plantas, por perda do habitat. Um dos exemplos referidos é como a procura crescente de azeite de Portugal e Espanha pode levar ao desaparecimento do lince ibérico, devido à construção de barragens para controlar a irrigação dos terrenos. Com base em quase sete mil espécies terrestres e marinhas ameaçadas - de acordo com a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, si-
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gla em inglês) - os investigadores definiram “focos” de perda de biodiversidade em troca de centenas de bens e mercados distantes, o que permite conhecer onde devem ser focados os esforços de conservação. Actualmente, 90% dos mais de seis mil milhões de dólares (5,75 mil milhões de euros) mobilizados todos os anos para a conservação de espécies são gastos dentro das nações mais ricas, onde o dinheiro é angariado. “No entanto, estes países raramente apresentam focos de ameaça”, disse um dos autores Keiichiro Kanemoto, professor da universidade japonesa Shinshu, em Matsumoto. Cerca de 2% das ameaças a sapos considerados vulneráveis no Brasil podem ser directamente atribuídas à extracção de madeira para bens exportados para os Estados Unidos. Do mesmo modo, a indústria madeireira na Malásia, sobretudo para exportação para a UE e China, afectou o habitat do elefante asiático, da águia-gritadeira (‘greater spotted eagle’) e do urso-malaio. O derrube das florestas no sul do Brasil, para a produção de carne bovina, destruiu o habitat do macaco mono-carvoeiro, conhecido como muriqui. “Identificámos focos de ameaças à biodiversidade que são predominantemente criados por um pequeno número
de países”, disse Kanemoto. O trabalho “devia facilitar a colaboração directa entre produtores e consumidores”, acrescentou. Para os cientistas, encontrar novas soluções para a perda de espécies tornou-se urgente, com o desaparecimento de animais e plantas mil vezes mais rápido do que há apenas alguns séculos. A Terra entrou num “evento de extinção em massa”, que só aconteceu seis vezes nos últimos meio milhar de milhão de anos. Alguns destes eventos foram responsáveis por 95% do desaparecimento de todas as formas de vida. As ameaças à biodiversidade não incluem o comércio ilegal de marfim de presas de elefante, ou aves raras e répteis, vendidos como animais de estimação. No papel, muitos dos animais e plantas ameaçados estão protegidos ao abrigo da Convenção da ONU sobre Comércio Internacional de Espécies Ameaçadas e Fauna e Flora Selvagens (CITES, sigla em inglês). Mas o tráfico, no valor de 150 mil milhões de dólares (143 mil milhões de euros) por ano, destas espécies - vivas ou de determinadas partes - continua a ser muito elevado. O estudo não considerou a influência de outros factores como o crescimento urbano, a caça local ou as alterações climáticas. www.gazetarural.com
A 20 de Janeiro, na Estação Agrária de Viseu
DRAP Centro organiza acção de divulgação sobre poda de mirtilos
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Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Centro, através da Direcção de Serviços de Desenvolvimento Agro-Alimentar, Rural e Licenciamento, Divisão de Apoio à Agricultura e Pescas vai organizar a 20 de Janeiro, na Estação Agrária de Viseu, uma acção de divulgação/formação sobre poda de mirtilos. Nesta actividade, serão apresentados e discutidos os resultados obtidos no campo experimental, desde a sua instalação. Os participantes terão, ainda, a oportunidade de assistir à realização da poda e serão sensibilizados para os diferentes modos de actuar consoante as características de cada cultivar. Para que os intervenientes possam usufruir plenamente desta acção serão constituídos dois grupos, um de manhã e outro à tarde. Os interessados podem indicar a sua preferência que, se possível, será respeitada.
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A 22 de Janeiro, em Peva, Moimenta da Beira
Marrada de carneiros e luta de bois na festa de Santo Antão
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cartaz da Festa de Santo Antão, que se realiza no dia 22 de Janeiro, em Peva, Moimenta da Beira, volta a ser preenchido por tradições populares, de características singulares, como a marrada de carneiros, a luta de bois, o jogo da cagadela da vaca e a bênção dos animais, não fosse Santo Antão o padroeiro supremo dos animais domésticos. Os festejos terão lugar no Santuário, um promontório que se alcança subindo umas dezenas de degraus. É lá em cima, e nas suas envolvências, que se vai desenvolver quase todo o programa, menos a procissão que descerá até à igreja de baixo. No espaço haverá, em permanência, bar aberto com petiscos regionais. Programa 08h30 – Início das romagens ao Santuário, com oferendas 11h00 – Eucaristia solenizada (Procis-
são Igreja Paroquial) 12h00 – Bênção dos animais 14h00 – Realização do leilão das oferendas
15h00 – Marradas de carneiros e luta de bois 16h30 – Cagadela da vaca (prémio um borrego)
Em Viseu e Tarouca
ADDLAP promove acções de formação jovens agricultores
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Associação de Desenvolvimento Dão, Lafões e Alto Paiva (ADDLAP) abriu inscrições para formação dirigida a Jovens Agricultores com projectos de instalação aprovados ao abrigo do PDR 2020 e PRODER (com projectos de investimento aprovados a partir de 01 de Janeiro de 2013), de acordo com a Portaria nº 145/2016, de 17 de Maio. Estas formações serão ministradas em Viseu, nas instalações da FENAFRUTAS – Federação Nacional das Cooperativas Agrícolas de Horto fruticultores (junto aos serviços da DRAPC) e em Tarouca (Castanheiro do Ouro), nas instalações da OPAV – Organização de Produtores Agrícolas do Varosa.
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De acordo com a Orientação Técnica Especifica nº 27/2016, o Módulo de formação PDR2020, com a duração de 50 horas, é constituído pelas seguintes unidades de formação: solo; clima; botânica agrícola; relação solo-planta-clima-ambiente; resíduos e efluentes das explorações; produção agrícola sustentável. A formação para jovens agricultores com projecto aprovado a partir de 01 de Janeiro de 2013 ao abrigo do PRODER é constituída por um módulo de formação básica de agricultura (48 horas), formação de gestão da empresa agrícola (45 horas), formação específica para a orientação produtiva da instalação (nº de horas variável que
Ano XIII | N.º 285 | Periodicidade: Quinzenal Director: José Luís Araújo (CP n.º 7515) jla.viseu@gmail.com | 968044320 Editor: Classe Média C. S. Unipessoal, Lda Redacção: Luís Pacheco | Opinião: Miguel Galante | Paulo Barracosa Departamento Comercial: Fernando Ferreira Redacção: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu | Telefone 232436400 E-mail Geral: gazetarural@gmail.com | Web: www.gazetarural.com ICS: Inscrição nº 124546
pode ir de 25 a 60 horas, em função da orientação produtiva) e componente prática (60 horas). O funcionamento de cada um dos módulos de formação está dependente do número de inscrições e, no caso do módulo 2 – Formação específica da Orientação Produtiva para os Jovens Agricultores ao abrigo do PRODER, do número de inscrições segundo a Orientação Produtiva. Estas formações serão ministradas por um corpo de formadores credenciados e ocorrerão em horário pós-laboral. Os formandos terão direito a subsídio de alimentação e poderão beneficiar de subsídio de transporte, dependendo do local de residência.
Propriedade: Classe Média - Comunicação e Serviços, Unipessoal Limitada Administração: José Luís Araújo Sede: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu Capital Social: 5000 Euros | CRC Viseu Registo nº 5471 | NIF 507 021 339 Dep. Legal N.º 215914/04 Execução Gráfica: Novelgráfica | Tel. 232 411 299 Tiragem média Mensal: Versão Digital: 100.000 exemplares Versão Impressa: 2000 exemplares www.gazetarural.com Nota: Os textos de opinião publicados são da responsabilidade dos seus autores.
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Breves
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De 4 a 6 de Setembro de 2017
Bragança vai receber IX Congresso Ibérico de Agroengenharia
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ragança vai receber o IX Congresso Ibérico de Agroengenharia que se vai realizar de 4 a 6 de Setembro. Organizado pela Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Bragança; pela Secção Especializada de Engenharia Rural da Sociedade de Ciências Agrárias de Portugal; e pela Sociedad Española de Agroingeniería, o Congresso é uma oportunidade para juntar investigadores, técnicos e demais profissionais do sector que conjuntamente possam apresentar e partilhar ideias e experiências, e reflectir sobre as perspectivas futuras para a Agroengenharia. As áreas temáticas do congresso abrangem todas as tecnologias voltadas para a melhoria das actividades agropecuária, o desenvolvimento sustentável do meio rural, a sustentabilidade ambiental e humana.
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