Gazeta Rural nº 289

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Director: José Luís Araújo

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N.º 289

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15 de Março de 2017

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Preço 4,00 Euros

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Agro comemora 50 anos ao serviço do sector primário Sernancelhe recebe IV edição da Expo Jardim e Animais Comemorações do Foral de Sever do Vouga regressam em 2017 A “Música faz-se ouvir” no Festival Internacional de Chocolate de Óbidos Ovibeja mostra “todo o Alentejo deste Mundo” em Lisboa Extractos de casca de camarão conservam o vinho

AGRO:50A NOS AVENIDA DA BÉLGICA - VISEU www.lemos-irmao.pt

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Tel. 232 430 450 1


Sumário 04 Agro comemora 50 anos ao serviço do sector primário

do preço do azeite

06 Tim e HMB são cabeças de cartaz nas Festas do Concelho

24 Restaurante Santa Luzia aposta no peixe e nos pratos da

de Constância

época

07 Sernancelhe recebe IV edição da Expo Jardim e Animais

26 De vendedor de tintas em Viseu a Chef de Cozinha… em

09 Comemorações do Foral de Sever do Vouga regressam em

Sever do Vouga

2017

28 Ministro da Economia defende certificação e inovação na

10 Cavacas e paisagens do Douro são atracções em Resende

agroindústria

11 A “Música faz-se ouvir” no Festival Internacional de

30 Feira do Fumeiro do Demo cada vez mais consolidada

Chocolate de Óbidos

32 Secretário de Estado da Agricultura elogiou vitalidade das

15 Ovibeja mostra “todo o Alentejo deste Mundo” em Lisboa

zonas rurais

16 Albufeira recebe IX Grande Mostra de Vinhos de Portugal

33 Selectis juntou 200 participantes no Encontro Nacional

18 Verallia Portugal promove IV Concurso Verallia Design

em Anadia

Awards

35 Concelho de Manteigas é um “Vale por Natureza”

19 Extractos de casca de camarão conservam o vinho

36 Festival internacional promove os saberes e sabores do

20 Secretário de Estado das Comunidades reuniu com

ouriço-do-mar

responsáveis da Lusovini

37 Nasceu a Confraria dos Saberes e Sabores Luso

21 Vinhos do Dão em destaque no Concurso Internacional

Amazónicos em Manaus

“Mundus Vini”

38 Estarreja recebe feira internacional dedicada ao turismo de

22 Quebra de produção de azeitona leva a previsível aumento

natureza

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Certame decorre em Braga de 23 a 26 de Março

Agro comemora 50 anos ao serviço do sector primário

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ministro da Agricultura, Capoulas Santos, vai presidir à inauguração da AGRO - Feira Internacional de Agricultura, Pecuária e Alimentação, que vai decorrer em Braga de 23 a 26 de Março. O certame, promovido pela InvestBraga, é uma mostra de vários sectores ligado ao mundo rural, com expositores de diferentes ramos de actividades. Comemora, com esta edição, 50 anos e é o último que realiza no actual espaço. Este vai ser reabilitado, num investimento de oito milhões de euros, permitindo que o certame, em 2018, tenha mais espaço e possa receber mais expositores. O Administrador Executivo da InvestBraga, em entrevista à Gazeta Rural, realçou a importância do certame para o sector agrícola, considerando a Agro “uma das maiores feiras” do sector em Portugal e “a maior do norte do país”. Do programa do certame, Humberto Ferreira Carlos destacou a Grande Conferencia e a Gala dos 50 anos da Agro, que se realizam no segundo dia, bem como os concursos nacionais das raças, Barrosã e Cachena, o concurso da raça Holstein 4

Frísia, bem como três concursos das raças autóctones Arouquesa e Minhota. Novidade será a primeira edição do concurso avícola de raças autóctones. Em termos de visitantes, Humberto Ferreira Carlos diz que “100 mil é um bom número”, que, contudo, espera seja ultrapassado nas bodas de ouro do evento, salientando, contudo, que o mais importante “é ter cada vez mais profissionais do sector”. Gazeta Rural (GR): O que representam 50 anos para um certame como a Agro? Humberto Ferreira Carlos (HC): A Agro comemora 50 anos e é, por isso, uma feira bastante antiga e um dos dois maiores certames agrícolas em Portugal, a par com a Feira Nacional de Agricultura, em Santarém, e a maior feira do sector que se realiza a norte. A Agro teve vários momentos e chegamos aos 50 anos num momento em que está em alta. Digo isto, porque é o reconhecimento daqueles que participam na feira, enquanto expositores, e

de todos quantos estão presentes nas actividades paralelas, mas também do público em geral. Em edições anteriores tivemos cerca de 100 mil visitantes e, portanto, diria que este ano temos um programa especial. A Agro vai ser diferente e destacaria do programa uma grande conferência onde vamos debater temas diversos ligados à agricultura, à pecuária e à agroindústria durante todo o dia de sexta-feira, dia 24, com início às 9,30 horas. É uma conferência de grande dimensão com 18 oradores. Teremos também um momento de apresentação do prémio Inovação do Crédito Agrícola, que nos merece destaque, dadas as características que este prémio já atingiu em termos nacionais. Nesse mesmo dia, teremos um outro destaque, que é uma gala comemorativa dos 50 anos da Agro, onde vamos homenagear um conjunto de instituições e personalidades que mais se destacaram no apoio à organização do evento ou enquanto participantes. Será uma gala que contará com cerca de 1200 pessoas. www.gazetarural.com


GR: Disse que em 2016 a feira teve cerca de 100 mil visitantes. Qual a perspectiva para este ano? HFC: O objectivo central da feira não é o número de pessoas que a visitam. Estamos conscientes de que vamos atingir, ou mesmo ultrapassar, os 100 mil visitantes de 2016, tendo em conta que a Agro tem cada vez mais uma dimensão nacional e até internacional. Digo internacional, porque temos um conjunto de expositores e visitantes, sobretudo vindos de Espanha, nomeadamente da Galiza. Aliás, o dia 23 de Março será o Dia da Galiza, no qual contaremos com um conjunto de individualidades que virão daquela região para participar nas comemorações daquele dia que dedicamos à Galiza. Portanto, a nossa expectativa é que aumentemos ligeiramente o número de visitantes, sendo que não será possível ter muito mais. Diria que a fasquia dos 100 mil é um bom número. Contudo, o mais importante para nós é termos cada vez mais profissionais do sector, mas este é um certame aberto ao público em geral, sendo que teremos que ter em conta o factor tempo. Os profissionais vêm sempre, cada vez em maior número, e é para aí que apontamos a nossa incidência comunicacional, mas o público também é muito importante. GR: Disse que o objectivo central da Feira não é o número de visitantes? HC: Não. O objectivo central do evento é, e foi ao longo destes 50 anos, contribuir para o desenvolvimento da agricultura, pecuária e indústria agroalimentar. Queremos dar a conhecer o que de melhor se faz em Portugal, nas fileiras mais representativas do sector. GR: O que é que hoje se faz de muito bom no sector agroindustrial em Portugal? HC: Faz-se muita coisa bem feita. Diria que se olharmos para os números do PIB e se compararmos a agricultura, com a indústria e com o comércio e serviços, o que podemos notar é que o crescimento, nos últimos anos, do sector agrícola é muito superior aos outros dois. Se olharmos para o crescimento dos diferentes sectores da economia, a agricultura está destacadamente em primeiro lugar, o que é sinal de que fazemos muita coisa bem feita. Em traços gerais, o sector já exporta muito. Se olharmos para os níveis de exportações são significativos, nomeadamente nas frutas e legumes, no vinho, www.gazetarural.com

onde temos crescimentos muito significativos e importantes, e também na indústria agroalimentar. Isso é demonstrativo de que estamos a trabalhar cada vez melhor. Por outro lado, é importante ressalvar a cada vez maior adesão de jovens à agricultura, nomeadamente ao sector agroalimentar. Este é um aspecto que importa salientar. Nas edições anteriores temos tido, e nesta também, um número significativo de jovens empreendedores, que apostam nesta área, aproveitando recursos já existentes, vindos dos seus familiares, ou implementando o seu próprio negócio. Esta aposta é a garantia de continuidade deste desenvolvimento e garantia de crescimento da agricultura no nosso país. GR: A Agro tem representados todos os sectores ligados à agricultura, mas com particular incidência na pecuária, nomeadamente com os concursos que são um dos momentos altos do evento? HC: Exactamente. Nós realizamos um conjunto de cinco concursos pecuários que decorrem nos três últimos dias da feira. No primeiro dia com os concursos de raça Arouquesa e Maronesa, no sábado temos três concursos, o da raça Minhota; o concurso nacional da raça Cachena, que se realiza pela segunda vez na Agro, e aquele que conside-

ro mais importante, no que se refere às categorias de vitelas e novilhos, que é o concurso da raça Holstein Frísia. Este terá continuidade na tarde de domingo com o concurso de vacas leiteiras, onde será conhecida a grande campeã. No domingo teremos também o XXIX concurso nacional da Raça Barrosã. GR: Mas este ano há a novidade concurso novo? HC: Sim, será a primeira edição do concurso avícola de raças autóctones. É uma novidade, que se realizará na quinta-feira, dia 23. Este é um momento importante, uma vez que estamos a promover o sector agropecuário e o facto de termos muitos visitantes é algo muito interessante para a promoção das próprias raças. GR: Há também uma aposta na gastronomia, nomeadamente em restaurantes de carnes DOP? HC: Exactamente. Teremos na Agro, para além de algumas tasquinhas espalhadas pelo recinto, sete restaurantes de carnes DOP, de raças que estão a concurso, como a Arouquesa, Barrosã, Minhota e Cachena. A Marinhoa e a Mirandesa não estão a concurso, bem como a carne de porco bísaro DOP. Esta é uma excelente oportunidade para o público conhecer e degustar as carnes genuínas de raças portuguesas DOP. 5


Festas do Concelho de Constância decorrem de 15 a 17 de Abril

Tim e HMB são cabeças de cartaz na Festa de Nossa Senhora da Boa Viagem

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onstância recebe nos dias 15, 16 e 17 de Abril a Festa de Nossa Senhora da Boa Viagem/Festas do Concelho 2017, tendo Tim e HMB como cabeças de cartaz do programa de animação. A devoção a Nossa Senhora da Boa Viagem, em Constância, está associada ao intenso tráfego fluvial de mercadorias que se fez durante séculos entre o porto desta vila e a capital. Dos perigos da navegação nasceu o apego dos marítimos à Mãe de Deus e a confiança na sua protectora intervenção. A Festa e a Bênção dos Barcos, em segunda-feira de Páscoa, são os momentos culminantes de uma devoção pelo menos bicentenária. Até aos meados do século XX, apesar de algumas vicissitudes da vida e do mundo, a Festa manteve a sua grandiosidade de sempre, reflectindo a prosperidade económica da vila que vinha da relação com os rios, de onde tirava o seu sustento e o sentido da sua existência. Passado o tempo dos marítimos e do transporte fluvial, a Festa entrou em declínio, como as actividades que a geraram e mantiveram, e só não desapareceu porque a Paróquia decidiu assumir a sua organização, substituindo os festeiros que já não havia, e porque eram muito fundas as raízes que a devoção tinha criado na cultura local. Sendo cada vez mais necessárias as graças do Céu para os caminhos da terra do que para as viagens nos rios, a Festa rendeu-se ao rei automóvel, institucionalizando, a partir dos anos 60, a Bênção das Viaturas que todos os anos se faz na Praça Alexandre Herculano. Nos últimos 30 anos, a Festa vive uma nova fase da sua história, iniciada quando a Câmara Municipal decidiu intervir

nela com o objectivo de a revitalizar e revalorizar, associando-lhe um vasto conjunto de actividades culturais, recreativas e de lazer que constituem as Festas do Concelho de Constância. O essencial da Festa, o seu espírito e o seu sentido profundo são os mesmos de sempre. Mas foram introduzidos diversos e variados elementos novos, susceptíveis de gerarem novos interesses e de motivarem outros públicos. É o contributo do nosso tempo para o renovar de uma antiga tradição que persistirá para além de nós. Este ano Tim, HMB, Ferro & Fogo, Tributo aos Pink Floyd, Tarde de Folclore, Banda da Associação Filarmónica Montalvense e o Carrilhão Lvsitanvs são os destaques musicais das Festas do Concelho 2017. Novidade nas festas deste ano será a Tenda Jovem, um

espaço onde será possível prolongar a animação nocturna. Paralelamente à vertente musical, integram as Festas do Concelho, as ruas floridas, o XXIX Grande Prémio da Páscoa em Atletismo/EDP Distribuição, a IX Caminhada, uma Mega Aula de Zumba, a XXVIII Mostra Nacional de Artesanato e a XI Mostra de Doces Sabores as tasquinhas típicas, diversas exposições, a chegada das embarcações a Constância e um espectáculo piromusical. Ponto alto dos festejos serão as cerimónias religiosas que têm lugar no dia do Concelho, segunda-feira de Páscoa, das quais se destacam a Missa Solene, a Procissão em honra de Nossa Senhora da Boa Viagem e as Bênçãos dos Barcos nos rios Tejo e Zêzere e das viaturas na Praça Alexandre Herculano.

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De 31 de Março e 2 de Abril, no Expo Salão

Sernancelhe recebe IV edição da Expo Jardim e Animais O

Expo Salão, em Sernancelhe, recebe de 31 de Março a 2 de Abril a quarta edição da Expo Jardim e Animais, iniciativa que reunirá mais de duas dezenas de expositores locais e regionais que comercializam produtos ligados à jardinagem, agricultura, animais, utensílios e maquinaria, tecnologia agrícola e muitas opções para quem pretende criar um jardim ou fazer as primeiras sementeiras do ano. O certame é uma organização do Município de Sernancelhe, com os apoios de Aquisern, Expo Salão, Escola Profissional de Sernancelhe e Associação Ponto Solidário. A edição deste ano mantém a vertente pedagógica direccionada para as crianças das escolas e de todos os níveis escolares. Nesse sentido, a tarde de 31 de Março é dedicada aos mais novos, com vários espectáculos e animação alusivos à defesa dos direitos dos animais. A abertura oficial será pelas 18 horas, de 31 de Março, dando o mote para um evento que é uma montra de plantas, flores, mobiliário urbano e de jardim, piscinas e acessórios, equipamentos e acessórios para jardinagem. Para além de estarem representadas algumas das principais empresas do sector na região, não faltarão flores, sementes, fertilizantes, vasos, embalagens e outros artigos para floristas; mobiliário urbano e de jardim, iluminação exterior; máquinas agrícolas e de jardinagem, sistemas de rega, ferramentas e acessórios, bem como muita informação e conselhos técnicos para quem quer conhecer novos métodos de manutenção de jardins. Em simultâneo, a Expo Jardim e Animais oferecerá um espaço dedicado a animais exóticos e de companhia, onde poderão ser apreciadas diversas espécies e as suas características singulares. Do programa constam ainda diversos momentos de cariz informativo, como os workshops dedicados à temática da agricultura, e um concerto de cariz social, no Auditório Municipal. No último dia destaque para o desfile canino e uma largada de pombos promovida pela Associação Columbófila de Sernancelhe. Em entrevista à Gazeta Rural, o vereador da Cultura da Câmara de Sernancewww.gazetarural.com

lhe, Armando Manuel Mateus, destaca o cariz regional deste certame, salientando também a importância e disponibilidade do Expo Salão para receber eventos que sejam transversais à região. Gazeta Rural (GR): A Expo Jardim e Animais tem-se vindo a afirmar e assume-se cada vez mais como um evento regional? Armando Manuel Mateus (MAM): Sim. Esteve evento retrata a região, onde temos viveiristas e empresas comercializadoras de plantas, de Moimenta da Beira, Aguiar da Beira e Sernancelhe, mas também empresas de Viseu e de outros pontos da região. O intuito é que este seja um evento da região. Aliás, nós trabalhamos os eventos numa vertente regional, porque só assim teremos algum peso e representatividade. A Expo Jardim tem um intuito regional e quer-se afirmar como tal. GR: Que importância atribuiu a essa união de esforços, entre concelhos, para promover um evento abrangente à região? MAM: Sem dúvida que é bastante importante. Tanto as temáticas que desenvolvemos ao longo do ano, e no-

meadamente que são desenvolvidas num espaço como o Expo Salão, que tem o intuito de se afirmar na região e, para tal, têm que ter uma abrangência alargada ou um tema transversal aos concelhos que estão à nossa volta. Desta forma, Sernancelhe é um concelho aberto à região, procurando temáticas e evento que sejam abrangentes, porque o espaço do Expo Salão tem as capacidades para as absorver.

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No XXIII Festival Queijo, Pão e Vinho, de 31 de Março a 2 de Abril

Os melhores sabores da Arrábida promovem-se em Palmela

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Festival Queijo, Pão e Vinho decorre, este ano, entre os dias 31 de Março e 2 de Abril, em S. Gonçalo, freguesia de Quinta do Anjo, concelho de Palmela, numa grande celebração dos melhores produtos da região da Arrábida. O Queijo de Azeitão DOP será, uma vez mais, o rei do certame, promovido pela Associação Regional de Criadores de Ovinos Leiteiros da Serra da Arrábida (ARCOLSA), com o apoio financeiro, técnico e logístico do Município de Palmela. Os vinhos regionais, o pão tradicional, mas também a doçaria, a fruta, o mel, o artesanato e a gastronomia têm lugar de destaque no Festival, que apresenta um programa de animação diversificado, para os diferentes públicos. Demonstração de tosquia e ordenha, espectáculos e experiências equestres, passeios pedestres e BTT, animação musical, actividades para crianças no Museu do Ovelheiro e as originais corridas de ovelhas no “Ovinódromo” são algumas das principais propostas. O programa contempla, também, provas de vinho orientadas pelas adegas da região e “laboratórios do

gosto”, onde se aprende a harmonizar o vinho com o Queijo de Azeitão. Para o município de Palmela, este é um momento chave de promoção do mundo rural, bem como da vivência

da Arrábida - candidata a Reserva da Biosfera da Unesco - no âmbito da política de desenvolvimento sustentável do território, assente nos produtos endógenos e nos saberes tradicionais.

No fim-de-semana de 18 e 19 de Março

Carne da Cachena com Arroz de Feijão Tarrestre à mesa em Arcos de Valdevez

No fim-de-semana de 18 e 19 de Março a carne cachena será a rainha das mesas dos restaurantes de Arcos de Valdevez, que irão apresentar mais um prato tradicional da gastronomia 8

local, a “Carne da Cachena com Arroz de Feijão Tarrestre”. A tenra carne Cachena proveniente de animais de raça de gado Cachena, criados em zona de montanha, acompanhada pelo feijão Tarrestre, característico das Serras da Peneda e do Soajo, fazem deste prato um sabor distinto do mundo rural e as delícias de quem o prova. Para além deste manjar, Arcos de Valdevez oferece outros sabores próprios da região, nomeadamente a broa de milho, a laranja de Ermelo, o bolo de discos, os charutos de ovos e os excelentes vinhos verdes. Arcos de Valdevez é, hoje, um destino turístico de excelência, situado no Parque Nacional Peneda Gerês, em plena Reserva Mundial da Biosfera,

declarada pela Unesco. Os visitantes podem fazer um itinerário pelos sabores da gastronomia local, pelas suas tradições, cultura e pela beleza natural deste concelho. Da programação desta iniciativa fazem parte variados momentos de entretenimento, entre os quais a “Feira de Artesanato e Mercado de Sabores”, onde estarão expostas várias peças de artesanato entre outros produtos característicos da região, mostras de raças autóctones, na Porta do Mezio, e visitas guiadas à Porta e ao Paço de Giela, a Rota dos Vinhos de Arcos de Valdevez, com visita a quintas e provas de vinhos, Workshops, demonstrações da gastronomia arcuense, através da realização de showcookings, e actuações musicais. www.gazetarural.com


Nos dias 29 e 30 de Abril

Comemorações do Foral de Sever do Vouga regressam em 2017 A

s comemorações da atribuição do Foral estão de regresso a Sever do Vouga nos dias 29 e 30 de Abril, altura em que o concelho vai recuar vários séculos no tempo. Os 503 anos da atribuição do Foral a Sever do Vouga vão ser o mote para festejar, mas também, para homenagear os filhos severenses, à semelhança do que aconteceu na cerimónia dos 500 anos. No dia 29 de Abril, sábado, haverá uma cerimónia protocolar e oficial de comemoração dos 503 anos de atribuição do Foral ao concelho de

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Sever do Vouga. No dia 30, domingo, será realizada a Feira Quinhentista no espaço confinante ao Jardim do Lago, com uma recreação do espaço à época. Reza a história que quando visigodos e suevos se debateram em luta naquele território, nos inícios do século VI e após vitória dos primeiros, se terá estabelecido por lá um dos seus notáveis guerreiros - O Conde de Sevéri. Durante largos anos os familiares descendentes deste conde usaram o

mesmo título, acabando por dar origem ao que hoje se chama Sever. E por tão profundas décadas há-de ter sido o poderio desta família que no século XII em S. Mamede, ao lado de D. Afonso Henriques, pronto para o auxiliar na árdua mas gloriosa conquistas de independência de Portugal, se encontra D. Ermígio Muniz de Figueiredo, primeiro Conde das Terras de Santa Maria e XXII Conde Sevéri. À palavra Sever juntou-se o vocábulo Vouga, uma vez que é este o nome do rio que ali passa.

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Festa é a 26 de Março, em Caldas de Aregos

Cavacas e paisagens do Douro são atracções em Resende A

s Caldas de Aregos, em Resende, recebem a XI Festa das Cavacas, o evento ideal para se deixar envolver pelos sabores deste concelho situado junto à margem sul do rio Douro, e comprovar por si mesmo a qualidade do doce mais conhecido da região. Cerca de duas dezenas de produtores disponibilizarão este delicioso doce de Resende, num certame onde não faltarão os vinhos da região, licores, compotas e artesanato local, tudo aliado à animação popular proporcionada pelos grupos de danças e cantares tradicionais do concelho. Como já é habitual, quem quiser aproveitar para contemplar a bela paisagem que o rio Douro oferece pode deslocar-se até Caldas de Aregos de comboio, saindo na estação de Aregos (Tormes), podendo contar com 30% de desconto no bilhete e a travessia gratuita, em em-

barcação turística, até à outra margem, local onde decorre a festa, e regresso. O Município de Resende irá, ainda, proceder à entrega dos incentivos às “Melhores Cavacas da Festa das Cavacas”, que visa premiar os três produtores que se distinguirem com as melhores cavacas do certame. O concelho, que também é conhecido pelas suas afamadas cerejas, nesta altura do ano oferece paisagens incríveis com as suas encostas cobertas de um manto branco proporcionadas pelas cerejeiras em flor, que nesta época encontram-se em plena floração. As cavacas são um doce bastante apelativo para visitar Resende. Aliá-las à degustação do bom vinho da região enquanto desfruta de toda a beleza da paisagem do rio Douro é, mais do que uma tentação, um fim-de-semana imperdível.

Nos dias 1 e 2 de Abril, em Alcafozes

Festival em Idanha-a-Nova mostra os melhores produtos silvestres O

Festival dos Espargos, Criadilhas e Tortulhos está de volta com os melhores produtos silvestres. É em Alcafozes, no concelho de Idanha-a-Nova, no fim-de-semana de 1 e 2 de Abril. A quinta edição do Festival promete dois dias de muita animação e gastronomia. Os visitantes podem contar com os mais diversos pratos de produtos silvestres, cozinha ao vivo, workshops, oficinas para crianças e um passeio pedestre pela rota dos cogumelos (dia 2 de Abril, com o especialista nacional José Luís Gravito Henriques. Conceituados chefs de cozinha voltam a marcar presença para confeccionarem imaginativos e apetitosos pratos 10

com produtos silvestres, com destaque para o reputado Chef Valdir Lubave. Irão ser atribuídos prémios para o maior tortulho, maior criadilha, tasquinha mais original e melhor prato de produtos silvestres. As tardes têm muita música. Destaque para o famoso músico popular Fernando Correia Marques, no sábado, e os Fanfarra Alfares (projecto de Zé Emídio), no domingo. Sobem também ao palco vários grupos tradicionais do concelho de Idanha-a-Nova, Cidade Criativa Música da UNESCO. A organização do V Festival dos Espargos, Criadilhas e Tortulhos é da Câmara de Idanha-a-Nova e da União das Freguesias de Idanha-a-Nova e Alcafozes. www.gazetarural.com


XV edição decorre a 2 de Abril

A “Música faz-se ouvir”

no Festival Internacional de Chocolate de Óbidos A música faz-se ouvir na XV edição do Festival de Chocolate de Óbidos, onde, este ano, o chocolate se apresenta em gulosas criações que surpreendem e aguçam o paladar para inéditas experiências. Novos sentidos se despertam perante ingredientes inusitados e insólitas peças, compondo uma melodia de sabores que se fundem para oferecer a melhor de todas as ementas. Uma das muitas novidades, de 2017, entre outras deliciosas surpresas, é uma “olaria” onde o chocolate se transforma em peça numa roda de oleiro. O Festival de Chocolate de Óbidos começou a 10 de Março e decorre até 2 de Abril, e estará aberto ao público de sexta a domingo, das 11 às 20 horas. “Uma colectânea para Ouvir, Conhecer e Provar!”. É possível apreciar esculturas de chocolate sobre conhecidos vultos da música, realizadas por uma equipa liderada pelo Chef chocolatier Abner Ivan, em residência criativa em Óbidos, ver as Serigrafias em Chocolate do Chef Paulo Santos, os adereços da Passagem de Modelos com Chocolate e vários Chefs e apaixonados do chocolate em palco em deliciosas receitas apresentadas em Showcooking. Haverá espaço também para a construção de esculturas ao vivo e uma “olaria” onde o chocolate se transforma em peça numa roda de oleiro. Para provar e experimentar, os expositores em Pontos de Venda fixos e Street Food apresentam as mais curiosas criações e gulodices, desde bombons com sabores inusitados, a tabletes de chocolate de vários tipos e formatos, e

especiais produções de pastelaria especialmente concebidas para fazer brilhar o cacau. Mas a versatilidade deste produto permite ainda usufruir de experiências na área da saúde e bem-estar, encontrando produtos para máscaras, massagens ou esfoliações à base de cacau e produtos naturais, num espaço ChocoDerm onde é possível realizar pequenos tratamentos. Numa área mais lúdica os mais afoitos podem arriscar a sua sorte em jogos onde o prémio final é chocolate: acertar nas latas, girar a Roda da Sorte ou pescar um chocolate, são algumas das brincadeiras onde o visitante poderá se aventurar.

Esta edição do Festival Internacional de Chocolate de Óbidos apresenta o Family Cooking, cujo objectivo é desafiar as famílias a partilharem experiências culinárias. Um conjunto de actividades onde se pode encontrar momentos lúdicos cheios de chocolate. Outro desafio é fazer uma deliciosa pizza de chocolate para toda a família, cheia de cores e sabores. Sobre uma base de massa quentinha, espalha-se molho de chocolate à escolha e polvilha-se com coloridos e deliciosos ingredientes (frutos secos, gomas, frutas, cereais,…). Uma nova forma de degustar esta famosa receita italiana, com guarnição devidamente achocolatada.

Vá ao Fes�val com a Gazeta Rural.

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Festival decorre de 17 a 26 de Março

Montemor-o-Velho promove arroz carolino e lampreia do Baixo Mondego O

município de Montemor-o-Velho, no distrito de Coimbra, organiza de dia 17 a dia 26 de Março o Festival do Arroz e da Lampreia, que junta à mesa um conjunto de sabores do campo e do rio Mondego. Além do arroz carolino do Baixo Mondego, com Indicação Geográfica Protegida, o certame apresenta também no menu a lampreia e o sável do rio Mondego, além dos doces regionais, com destaque para as queijadas de Pereira ou os pastéis de Tentúgal. Na apresentação do festival, o presidente da Câmara, Emílio Torrão, afirmou que o arroz carolino produzido naquela zona do Baixo Mondego “é o melhor do mundo e tem de ser valorizado”, juntamente com os outros produtos endógenos do município. Segundo o autarca, na edição deste ano as tasquinhas conquistam mais área de restauração e melhores condições logísticas, e a animação será reforçada, sobretudo nas horas de ponta de ponta, tudo para que “os visitantes tenham o melhor espaço para pode12

rem desfrutar em família”. “Tivemos de aumentar o espaço de exposição e dos operadores de restauração porque a procura interna e externa excedeu todas as nossas expectativas. Concedemos pela primeira vez uma velha aspiração aos operadores das tasquinhas, aumentando o espaço de restauração para diminuir os tempos de espera e poder aumentar o número de pessoas servidas”, salientou. Durante 10 dias, uma tenda com 3.200 metros quadrados vai estar instalada no Largo da Feira, no centro da vila de Montemor-o-Velho, com quatro tasquinhas abertas ao almoço e jantar, que servem doses de arroz de lampreia tabeladas a 20 euros, entre outros pratos. Lá dentro vão estar também seis stands de doçaria regional, quatro postos de venda de arroz, 16 espaços institucionais, 17 artesãos locais e ainda três bares, para que “a juventude seja integrada no festival”. Outro dos atractivos do evento será uma cozinha ao vivo, em que os visitantes vão poder confeccionar as sopas da região.

O Festival do Arroz e da Lampreia abre portas no dia 17, numa cerimónia presidida pelo secretário de Estado da Agricultura, Luís Vieira, que antes vai participar na apresentação do Plano de Intervenção em Espaço Rural de Arazede e no seminário “Alterações Climáticas e implicações no futuro da agricultura em Montemor-o-Velho”. “Andamos à frente do tempo e já estamos a estudar muito particularmente as alterações do clima no concelho, através de uma empresa internacional, que pode ter influência na produção de arroz”, disse o autarca Emílio Torrão, que se escusou a revelar mais pormenores do estudo. Com um orçamento de 35 mil euros, o Festival do Arroz e da Lampreia de Montemor-o-Velho tem entrada gratuita e conta com o apoio logístico e financeiro do Turismo Centro de Portugal. Durante todo o mês, 17 restaurantes do concelho associam-se à iniciativa e promovem também o arroz carolino e a lampreia, bem como outros pratos regionais. www.gazetarural.com


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Feira do Folar decorre de 7 a 9 de Abril

Valpaços prepara o maior evento da época O

folar será o ‘prato principal’ da XIX Feira do Folar de Valpaços – Produtos da Terra e seus Sabores, que terá lugar, como é tradição, no fim-de-semana de Ramos, nos dias 7, 8 e 9 de Abril. O certame é organizado pela autarquia local e promovido pela Empreendimentos Hidroeléctricos do Alto Tâmega e Barroso (EHATB). Valpaços, já famoso pelos produtos de excelente qualidade e em que o Folar é um “ex-libris”, atrairá milhares de pessoas, que procuram, ainda, um programa de animação e diversão em permanência. A festa entrará também pela casa de milhões de portugueses, residentes ou não no país, através dos programas televisivos, nomeadamente o “Somos Portugal”, transmitido pela TVI, que permitirá ampliar a divulgação do que de melhor se faz no concelho. Uma aposta ganha pelo município pela afluência registada, ano após ano, ao recinto da feira durante os três dias.

Feira do Folar é uma bandeira do Município Um factor preponderante que distingue a Feira do Folar de Valpaços dos 14

demais eventos gastronómicos da região e do país é a participação exclusiva de produtores locais. Tudo o que é comercializado na feira é derivado de matérias-primas produzidas no concelho. “É com imensa satisfação que a autarquia organiza este certame, que é inequivocamente um marco da região, que possui um singular percurso de contínuo sucesso, sendo que o Folar de Valpaços é já um produto de valor acrescentado à economia local”, sublinhou Amílcar Almeida, presidente da Câmara de Valpaços. O certame faz parte da estratégia do município para o “desenvolvimento de um sector de vital importância para o concelho”, “um investimento para promover a nossa economia, criar riqueza e, com isso, criar emprego”, explicou Amílcar Almeida. Durante os três dias, o recinto da feira, o pavilhão multiusos, acolhe mais de uma centena de expositores de produtos locais, tasquinhas com pratos regionais e muita animação musical e cultural. Os milhares de visitantes, portugueses e espanhóis, terão a oportunidade de degustar o melhor folar, bolo podre, mel, fumeiro, a mais variada doçaria regional, pão, vinho, azeite, frutos secos, entre muitos outros. Também na tenda dedicada à gastronomia, os restaurantes e tasquinhas não têm mãos a medir, tal a afluência, em que são servidos os milhos, a posta, com diversos acompanhamentos típicos locais, o bacalhau, doçaria variada, entre muitas outras iguarias, ao som de fado. A harmonização do vinho e folar e as provas de azeite também fazem parte do programa, dando destaque a três produtos de excelência do concelho. A Feira é também sinónimo de eventos de cariz desportivo, como o XIV

Raid TT, que contará com a participação de mais de 300 pessoas; a III Prova do Cão Coelheiro, que contará com cerca de uma centena de pessoas, e a Caminhada – Na Senda do Folar, que reunirá no domingo de Ramos mais de uma centena de pessoas, que percorreram cerca de 15 quilómetros por caminhos rurais do concelho. Amílcar Almeida não se cansa de enaltecer a qualidade dos produtos de excelência do concelho de Valpaços e o empenhamento dos produtores e funcionários camarários que se dedicaram com forte empenhamento e gosto ao evento. O autarca evidencia a sua satisfação pela projecção que o evento já conseguiu atingir em 18 anos de realização, ao afirmar-se cada vez mais na região, realçando que o certame, “representa uma excelente oportunidade de promoção e de negócio, um momento único para apreciar produtos de superior qualidade, cada vez mais premiados, bem como divulgar a nossa cozinha regional, a beleza do nosso artesanato, o dinamismo do nosso associativismo, ao mesmo tempo dar a conhecer as potencialidades turísticas de uma terra que tem o gosto e o hábito de bem receber”. Para o presidente do Município, a Feira do Folar de Valpaços é “o acontecimento de maior significado e auspicioso para o concelho, “um certame em boa hora conseguido, pela dinâmica que imprime à agricultura, à economia e à cultura local, sendo um marco na vida do Município e motivo de sobra para que nos possamos sentir orgulhosos por receber milhares de visitantes e cativá-los a regressar em breve”. “O sucesso desta feira deve-se à qualidade genuína dos produtos que são colocados no certame”, salientou o autarca. www.gazetarural.com


Casa Alentejo recebe Concurso Internacional de Azeites Virgem Extra

Ovibeja mostra “todo o Alentejo deste Mundo” em Lisboa O

tema principal da Ovibeja, que se realiza de 27 de Abril a 01 de Maio, é a promoção dos produtos agro-alimentares do Alentejo tendo em vista a sua internacionalização e potencial exportador. Assim, e, se de repente, “Todo o Alentejo deste mundo” encontrasse “Todo o mundo no Alentejo”? É esta a aposta da XXXIVª Ovibeja através do AgroAlentejoExport. A primeira acção vai acontecer na Casa do Alentejo, em Lisboa, nos dias 23 e 24 de Março, e consiste na reunião do Júri Internacional para apreciação de azeites de todo o mundo apresentados ao VII Concurso Internacional de Azeites Virgem Extra – Prémio CA Ovibeja. Cerca de 40 peritos, oriundos de 12 países, Portugal, Espanha, Itália, Grécia, Eslovénia, Alemanha, Chile, Argentina, Tunísia, Japão, Estados Unidos e Israel, reconhecidos pelo Conselho Oleícola Internacional (COI), vão reunir para apurar os vencedores, de entre cerca de 140 amostras recepcionadas. A organização deste concurso internacional, único em Portugal, está a cargo da ACOS – Associação de Agricultores do Sul em parceria com a Casa do Azeite – Associação do Azeite de Portugal e conta com o patrocínio exclusivo da Caixa Agrícola. Na sequência desta actividade, no sábado, dia 25 de Março, ainda na Casa do Alentejo, das 15 às 19 horas, a organização da Ovibeja vai anunciar o Hall of Fame dos azeite mundiais e apresentá-los em primeira-mão, em provas co-

mentadas pelos peritos internacionais que integram o júri do concurso. Mas como o Alentejo não é só azeite, haverá também provas vinhos regionais e degustar presunto, enchidos, pão, queijos, mel e muitos outros produtos agroalimentares de qualidade superior produzidos no Alentejo. Os produtores alentejanos, entidades oficiais, comunicação social nacional e internacional e o público em geral também estão convidados para se asso-

ciarem ao evento. Na Casa do Alentejo, em Lisboa, no coração da alma alentejana, é representado um mundo de Terra Fértil que, na linguagem do campo, está a lavrar regos de internacionalização. Em contexto urbano, a Ovibeja vai ser o “Hall of Fame” dos produtos agro-alimentares de “Todo o Alentejo deste Mundo”. A organização do evento pertence à ACOS - Associação de Agricultores do Sul.

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À espera mais de dez mil visitantes, de 5 e 8 de Maio

Albufeira recebe IX Grande Mostra de Vinhos de Portugal E

ntre 5 e 8 de Maio, os melhores vinhos nacionais vão estar em destaque no Espaço Multiusos de Albufeira (EMA), na nona edição da Grande Mostra de Vinhos de Portugal, organizada pela Confraria do Bacchus de Albufeira com o apoio da Câmara de Albufeira. O certame conta com a participação de cerca de 110 produtores oriundos das mais variadas regiões vinícolas nacionais, de Trás-os-Montes ao Algarve, e que conta atrair mais de dez mil visitantes. A mostra é uma das mais conceituadas e visitadas demonstrações de vinhos realizadas a sul do País, sendo já considerada um marco no panorama vínico nacional. Ao longo de quatro dias, viticultores, enólogos, profissionais do sector e da restauração, assim como apreciadores - sem esquecer os turistas portugueses e estrangeiros que visitam a região e que já marcam férias especialmente para esta data - terão oportunidade de conhecer o que de melhor se produz num segmento em notória evolução.« Com casa cheia no que toca aos expositores, o certame tem à venda um copo de degustação pelo preço de três euros. Apesar de ser dedicada ao vinho, a mostra também divulga outros produtos regionais, como o azeite, e algumas iguarias confeccionadas por grandes chefs algarvios, em diversos show cookings. Pratos que conseguem aliar o bom vinho ao melhor da gastronomia nacional, num tributo à dieta mediterrânica. “Começámos em 2009 com 42 produtores e este ano teremos mais de 100, excedendo a lotação do EMA. É, de facto, um marco no panorama nacional vínico nacional, sendo a maior mostra de vinhos no Sul do País, procurada por milhares de apreciadores, tanto nacionais como estrangeiros”, revela Carlos Oliveira, Chanceler da Confraria do Bacchus de Albufeira, que está prestes a celebrar o seu décimo aniversário (12 de Abril). “Teremos cerca de mil vinhos na mostra e contamos com mais de 10 mil visitantes”, acrescenta, referindo ainda que existe uma parceria com a União das Misericórdias Nacionais, pelo que algumas também estarão presentes para expor as suas produções vinícolas e de azeite. No final haverá a habitual atribuição de prémios aos melhores dos excelentes vinhos da mostra. 16

“A Confraria do Bacchus sente um enorme orgulho por, com este evento, cumprir um dos principais objectivos que levaram à criação da mesma, que são promover, divulgar e defender os vinhos nacionais, em particular os do Algarve”, sublinha Carlos Oliveira, adiantando que “actualmente os vinhos algarvios estão nos melhores restaurantes da região e são muito apreciados pelos muitos turistas que nos visitam, sendo uma referência na gastronomia local. E sempre servidos com o saber e simpatia da nossa gente, numa região de beleza ímpar.” “Este é um evento que suplanta o próprio concelho, na medida em que promove não só os vinhos regionais do Algarve como todos os vinhos do País, ao mesmo tempo que mostra aos portugueses e aos muitos estrangeiros que visitam Albufeira que Portugal é um país de grande qualidade em termos de vinhos e, também, de grande diversidade de produtores”, afirma Carlos Eduardo Silva e Sousa, presidente da Câmara de Albufeira, acrescentando que a nona Grande Mostra de Vinhos de Portugal “junta o melhor de dois mundos num evento cuja afluência tem vindo a crescer de ano para ano, com cada vez mais produtores a quererem vir aqui mostrar o seu produto. O que prova que o acontecimento é um sucesso. Até porque quem prova os vinhos portugueses, regra geral, torna-se cliente. É muito difícil encontrar vinhos maus em Portugal. E

os preços são imbatíveis.” Já Carlos Gracias, presidente da Comissão Vitivinícola do Algarve, diz que “esta feira distingue-se pela heterogeneidade de produtores, que vão desde as grandes marcas a pequenas quintas.” “É o exemplo do Casal Faria, de Trás-os-Montes, que vem cá todos os anos. É isso que dá valor a este evento, que já é uma referência tanto a nível regional como nacional”, revela, sublinhando que o importante é destacar a qualidade dos vinhos. “Seja em qualidade ou em preço, os vinhos do Algarve são os mais valorizados. Por isso é que existem produtores de outras zonas do País a virem produzir no Algarve. Um desses casos é a Casa Santos Lima, que há três anos se instalou na região e já é a que produz mais a nível de volume. Actualmente é dos maiores exportadores a nível nacional”, revela. A 9ª Grande Mostra de Vinhos de Portugal é um dos mais apetecíveis e populares eventos vínicos organizados a sul do País. Além da habitual prova de vinhos, o certame tem outras propostas. Destaque para os show cookings diários de tributo à dieta mediterrânica harmonizados com diferentes néctares, workshops, provas comentadas, degustação de queijos, enchidos e doçaria regional que permitem ao público uma viagem inesquecível plena de sabores aliados à grande estrela do evento: o vinho. www.gazetarural.com


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Subordinado ao tema “A Garrafa & o Seu Vinho”

Verallia Portugal promove IV Concurso Verallia Design Awards A

Verallia Portugal vai promover a IV edição do Concurso Verallia Design Awards, este ano subordinado ao tema “A Garrafa & o Seu Vinho”, e que terá como padrinho o designer David Gonçalves. Para o efeito, convida todos os alunos do Ensino Superior matriculados no ano lectivo 2016/2017 em Portugal Continental, Açores e Madeira. Cada candidato poderá imaginar uma garrafa de vinho em vidro, explorando ao máximo as possibilidades de criação que oferece este material. A garrafa é como o cartão-de-visita de um vinho, o primeiro contacto visual que o consumidor tem com o vinho e torna-se a primeira forma de diferenciar cada vinho e facilitar a escolha. Desta forma, esta quarta edição do concurso tem como objectivo a apresentação de projectos com foco nas garrafas em vidro para vinhos de mesa. 18

A beleza ou o design inovador de uma garrafa pode representar e elevar o nível de excelência de uma bebida e atrair mais consumidores. Assim, a indústria vinícola e vidreira trabalham em conjunto, de maneira a adequarem os seus produtos aos diferentes tipos de consumidores. Para apresentar um projecto inovador, os candidatos terão que se familiarizar com a essência e potencialidades do material e do processo vidreiro e orientar os projectos em função do público-alvo, bem como, terem em consideração as questões económicas relacionadas com o lançamento de uma garrafa em vidro. Todos os projectos apresentados têm uma projecção não só a nível nacional, mas também a nível internacional. De facto, todos os projectos são apresentados e divulgados em reuniões presenciais, através de catálogos físicos e

digitais a todas as Verallia’s no mundo. De maneira a conhecer o processo industrial de produção e familiarização com o material - vidro, todos os candidatos podem visitar a unidade fabril da Verallia Portugal, sedeada na Figueira da Foz. No entanto, por questões de segurança e regras internas, uma prévia marcação deverá ser efetuada através de e-mail. Caso haja impossibilidade por parte da Instituição de Ensino em visitar a unidade fabril, uma equipa da Verallia Portugal poderá descolar-se à Instituição de maneira a fazer uma apresentação, mediante prévio agendamento. Os vencedores do concurso, e a entrega de prémios, serão dados a conhecer numa cerimónia que irá decorrer no dia 23 de Junho, das 15 às 17 horas, no Centro de Artes e Espectáculos da Figueira da Foz (CAE), que será apresentada por António Raminhos. www.gazetarural.com


Conclui um estudo da Universidade de Aveiro

Extractos de casca de camarão conservam o vinho A

conservação de sumos, vinhos e vinagres pode ser feita com extractos de casca de camarão, conclui um estudo da Universidade de Aveiro (UA) divulgado recentemente. O trabalho dá mais um passo para a substituição dos conservantes sintéticos por extractos naturais, que podem ser obtidos a partir das cascas de camarão ou de culturas de fungos, refere a UA. “As películas feitas a partir destes extractos [casca de camarão] podem ser usadas, seja em vinhos, em vinagres ou em qualquer outra bebida como sumos ou infusões. Para além de ser uma solução saudável e ecológica, esta película mantém intactas as características dos produtos”, explica uma nota de imprensa da Universidade de Aveiro. Actualmente é feita a adição de conservantes sintéticos na produção de bebidas alcoólicas, de vinagres e de sumos, como o anidrido sulfuroso, para evitar a proliferação de microrganismos que degradam o produto e as oxidações que o acastanham. “Estes compostos químicos, para além de danificarem a atmosfera, podem causar reacções alérgicas em algumas pessoas”, advertem os investigadores. Já em 2012, uma equipa da Unidade de Investigação de Química Orgânica, Produtos Naturais e Agroalimentares (QOPNA) do Departamento de Química (DQ) da Universidade de Aveiro, coordenada por Manuel Coimbra, havia anunciado uma alternativa a pensar nos consumidores alérgicos e no ambiente: a adição, durante a produção do vinho, de um polissacarídeo chamado quitosana, que é extraído das cascas dos caranguejos e dos cawww.gazetarural.com

marões, ou mesmo de fungos. A solução, para além de ser mais saudável, faz uso de resíduos de camarão que de outra forma iriam para o lixo e mantém todas as características sensoriais do vinho, seja no sabor seja no aroma. Depois de uma primeira parceria com a empresa Dão Sul, que produziu para fins experimentais três mil litros de vinho branco e 300 litros de vinho tinto sem conservantes pelo método indicado pela Universidade de Aveiro, foi realizado um trabalho de mestrado em ambiente empresarial na empresa Mendes Gonçalves, um dos líderes do mercado nacional de produção de vinagres, molhos e temperos, para testar aquele método. O trabalho de mestrado de Ana Tasso Rosa, orientado pela investigadora

Cláudia Nunes, confirmou que também a adição ao vinagre das películas feitas à base de extractos de camarão, em substituição dos sulfitos, conserva o produto, enquanto mantém todas as características sensoriais do tempero. Manuel Coimbra desfaz os receios de consumidores alérgicos a marisco e garante que as películas feitas “à base de cascas de camarão não provocam alergias a pessoas com intolerância ao marisco, o que torna esta solução ainda mais abrangente para poder ser utilizada em vinhos, incluindo o espumante, vinagres e outras bebidas como a cidra, os sumos, ou as infusões, que podem ser consumidos por todos, mesmo as pessoas alérgicas a marisco e ao anidrido sulfuroso”, garante o investigador. 19


Na sequencia de uma visita ao concelho de Nelas

Secretário de Estado das Comunidades reuniu com responsáveis da Lusovini

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Secretário das Comunidades José Luís Carneiro visitou o concelho de Nelas e reuniu com os empresários e gestores da “Lusovini”, reunião que contou também com o presidente e vicepresidente da Câmara de Nelas. Na agenda esteve especialmente o conhecimento do investimento que aquela empresa do sector do vinho tem vindo a fazer na vila e concelho de Nelas, onde tem a sua sede social, e daí partin-

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do um pouco para todos os pontos de venda no mundo, de Angola ao Brasil, dos Estados Unidos a Hong Kong, passando pelo mercado europeu. A diáspora portuguesa foi encarada e debatida como uma excelente oportunidade para procura e penetração de novos mercados, tarefa que mereceu todo o apoio e disponibilidade do governante. Efectivamente, em todos os países desenvolvidos, na hotelaria, na restau-

ração, na construção civil e em outros sectores económicos, os emigrantes portugueses são hoje empresários de referência e excelente porta de entrada nos mercados desses países. O apoio de qualidade à comunidade emigrante por parte da Câmara mereceu também os maiores elogios e incentivos por parte do governante, pois Nelas vive também na diáspora portuguesa e nos seus mais directos interlocutores.

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Realizado em Düsseldorf, na Alemanha

Vinhos do Dão em destaque no Concurso Internacional “Mundus Vini” Os vinhos do Dão obtiveram em grande plano no Concurso Internacional “Mundus Vini, que decorreu em Düsseldorf, na Alemanha, um dos concursos mais conceituados do mundo vinícola, cuja entrega de prémios se realiza na Prowein, que decorre de 19 a 21 de Março, em Düsseldorf O júri do Concurso esteve reunido durante quatro dias, tendo avaliado um total 6 200 vinhos proveniente de diversos países, atribuindo-lhes medalhas de Grande Ouro, Ouro e Prata. Portugal foi o país mais medalhado na categoria “Grande Ouro”, somando um total de 10 vinhos nesta categoria. O vinho Dão Quinta da Ponte Pedrinha, tinto, Reserva, 2011 foi o único vinho da Região dos Vinhos do Dão premiado nesta categoria.

Titular, Encruzado, 2015 - Caminhos Cruzados Casal Mor Special Selection, tinto, 2015 - Caves Primavera Índio Rei, tinto, 2014 - Amora Brava Chão da Quinta Premium, tinto, 2014 Chão de S. Francisco Catedral, tinto, 2014 – Enoport United Wines Ribeiro Santo, tinto, Reserva 2014 Magnum Vinhos Morgado de Silgueiros, Touriga Nacional, 2014 - Adega Cooperativa de Silgueiros Ribeiro Santo, Encruzado, 2016 - Magnum Vinhos Quinta da Ponte Pedrinha, Touriga Nacional, 2014 - Maria de Lourdes Osório

Medalha de Ouro:

Titular, branco, 2015 - Caminhos Cruzados Bote, tinto, 2015 - Casca Wines

Vinha Maria, tinto, 2015 - Global Wines

Medalha de Prata:

Terras de Viriato, tinto, 2015 - Caves Campelo Torreão da Alameda de Santar, tinto, Reserva, 2014 – Alameda de Santar Ribeiro Santo, tinto, Grande Escolha, 2012 - Magnum Vinhos Ribeiro Santo, branco, 2016 - Magnum Vinhos Dom Daganel, tinto, Grande Reserva, 2015 - Adega Cooperativa de Silgueiros Torre de Ferro, tinto, 2014 - Global Wines Vale Murtinhos, tinto, 2014 - Enoport United Wines

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Segundo previsões agrícolas do Instituto Nacional de Estatística

Quebra de produção de azeitona leva a previsível aumento do preço do azeite D

e acordo com as últimas previsões agrícolas divulgadas pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), a produção de azeitona para azeite deverá ter caído 30% no ano passado para menos de 500 mil toneladas. Isto deveu-se, segundo o INE “às condições climatéricas adversas e à alternância anual de produção dos olivais tradicionais”, pelo que se antevê uma campanha na ordem das 491 mil toneladas, isto é, menos 30% que em 2015, ressalvando, no entanto, que o azeite é “de boa qualidade”. O Instituto Nacional de Estatística (INE) revelou que a produção de azeitona para azeite em Portugal deverá ter caído 30% em 2016, para um total na ordem das 491 mil toneladas, mas com azeite “de boa qualidade”.

Produção afectada pelas chuvas de Maio e os calores tardios de Setembro Henrique Herculano, do Centro de Estudos e Promoção do Azeite do Alentejo (CEPAAL), entidade que visa “dinamizar e potenciar o sector do azeite”, disse que a 22

quebra “é reflexo do que aconteceu no Alentejo”. Isto porque, frisou, trata-se da região portuguesa “com mais olival plantado”. Possui quase 170 mil dos 315.340 hectares do país, segundo dados de 2015 do INE. “E grande parte deste olival é moderna, portanto, com produtividades muito elevadas”, o que faz com que a região, que deve ser responsável por “70 a 80% do azeite produzido em Portugal” nesta campanha, seja “incontornável” no sector, sublinhou. Mas a produção desta campanha, precisou, foi prejudicada pelas “chuvas de Maio, que afectaram a floração das árvores” e pelos “calores tardios, sobretudo em Setembro, que diminuíram o rendimento da azeitona”.

Produtores transmontanos antecipam dificuldades A região de Trás-os-Montes e Alto Douro, a segunda maior produtora nacional de azeite, regista este ano quebras na ordem dos 20% que implicam um aumento de preços encarado como negativo pelo representante do sector. O presidente da Associação de Olivi-

cultores de Trás-os-Montes e Alto Douro (AOTAD), António Branco, afirmou que “infelizmente a diminuição da produção associada ao aumento do preço do azeite é um efeito negativo, porque sofre sempre o produtor”. O dirigente argumentou que o aumento dos preços não compensa o trabalho na produção, que é sempre o mesmo independentemente do resultado, e classificou este ano como “muito confuso” na região com a venda de muita azeitona para fora, nomeadamente Espanha, o que considerou “péssimo” para o azeite regional certificado. O azeite é a segunda produção agrícola com maior peso na economia transmontana, a seguir ao vinho, e movimenta anualmente um valor bruto de 30 milhões de euros. A região transmontana e duriense é a segunda maior produtora de Portugal, com uma produção média anual entre 80 a 90 mil toneladas de azeite transformado em mais de uma centena de lagares. A região lidera com o maior número de azeites certificados em Portugal, concretamente 40, com Denominação de Origem Protegida - DOP Trás-os-Montes, atribuída pela União Europeia. Além dos azeites distinguidos com a certificação de qualidade DOP e biológicos, este produto chega também ao mercado com outras apresentações através de cerca de uma centena de emwww.gazetarural.com


baladores que existem nesta região. A redução na ordem dos 20% na produção não foi tão grande como esperava o presidente da AOTAD. Ainda assim António Branco defende que o ideal para o sector seria que o azeite não dependesse das oscilações de mercado, mas que “tivesse um preço estabilizado”. O dirigente vincou que este “foi um ano muito confuso no mercado”, nomeadamente com a compra de azeitona para fora da região. “É azeite bom que vai ser feito com a nossa azeitona fora da região”, apontou, acrescentando que a consequência será “menos azeite” com a marca regional, o que considerou “péssimo”. O presidente da AOTAD defendeu que “todo o azeite deve sair embalado da região, nunca incógnito” e afirmou que a associação está a trabalhar para isso”. Porém, ainda não consegue evitar que muitas vezes a venda para o exterior não seja sequer registada. Ainda assim, o dirigente considerou que estão a ser dados passos importantes no sentido de reforçar o valor da produção regional e anunciou que foi dado início ao processo de criar mais um azeite na região com Denominação de Origem Protegida, o DOP Douro. “É muito positivo, porque apanha áreas que estão fora da DOP Trás-os-Montes” realçou.

Produtores do Alentejo admitem aumento do preço O aumento do preço do azeite este ano, após a quebra de produção de azeitona na última campanha, é admitido por produtores do Alentejo, região www.gazetarural.com

com mais olival e que produz “70 a 80%” do azeite nacional. A queda da produção de azeitona para azeite em 30% em 2016, para menos de 500 mil toneladas, deverá ser parcialmente compensada pela subida dos preços, o que é espectável que possa acontecer este ano. “Infelizmente, o ano de 2016 foi, do ponto de vista climatérico, muito mau para a agricultura e provocou baixas de produção em vários sectores, designadamente no azeite”, disse o ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, Capoulas Santos, acrescentando que “quando a produção cai os preços tendem a subir”. Logo, o prejuízo que decorre da redução das quantidades produzidas “é pelo menos parcialmente compensado pela subida dos preços. E é isso que esperamos que possa acontecer este ano”, afirmou o governante. O ministro explicou que a produção de azeitona se caracteriza tradicionalmente por anos de safra e contra safra (após um ano de elevada produção segue-se invariavelmente uma menor colheita), sendo esta a realidade com a qual os operadores e os agricultores estão habituados a lidar. Segundo Capoulas Santos, normalmente os anos de menores produções caracterizam-se por melhor qualidade, apesar de actualmente os parâmetros médios de qualidade do azeite português serem “muito bons”, dado existirem tecnologias que permitem manter graus razoáveis de qualidade. Questionado sobre a influência da queda da produção da azeitona nas exportações de azeite, o ministro disse que as grandes empresas exportadoras têm ‘stocks’ e que acredita que “não haverá problemas no abastecimento dos mercados tradicionais portugueses”. A Cooperativa de Olivicultores de Borba, com cerca de 600 associados e uma das principais do Alentejo, assume a diminuição da produção de azeitona para azeite na campanha de 2016/2017, que se vai reflectir no preço do azeite. “A quebra na produção de azeitona provoca o aumento do preço do azeite”, disse Paulo Velhinho, director executivo da cooperativa. A produção de azeitona no seio desta organização registou, nesta campanha, “uma quebra de cerca de 40% em relação a anos normais”, enquanto face a 2015 a descida “foi de 10%”. E, como a azeitona foi paga a um preço “mais elevado”, “os sócios da cooperativa apanharam mais azeitona e não a deixaram nas oliveiras”, acrescentou. “O preço da azeitona na campanha de 2015 foi, em média, entre 36 e 38 cên-

timos por quilo”, enquanto, na última campanha, “a média foi de 48 cêntimos por quilo, embora tenha havido azeitona galega que chegou a render 55 cêntimos por quilo”, disse. Do grupo Sovena, detentor de marcas como a Oliveira da Serra e com 10 mil hectares plantados de olival, a maioria no Alentejo, também chega o alerta de que este ano “há menos oferta” de azeite “do que o normal”, em Portugal e em diversos outros países, pelo que “os preços vão subir”. “Há uma conjuntura internacional que faz com que haja menos oferta do que a procura”, disse o director de Marketing e Vendas da Sovena, Otto Teixeira da Cruz, aludindo a quebras na produção em Portugal, Tunísia e, “principalmente em Itália”, onde “foi muito baixa”, salvando-se apenas Espanha, responsável por 50% do azeite comercializado no mundo. Segundo aquele responsável, como os italianos tiveram essa produção baixa, “têm que ir à procura de azeite e quem tem para lhe vender são os outros países, principalmente Espanha, mas também Portugal, que produz mais cedo”, provocando “uma inflação dos preços”. “Vai ser um ano complicado, mas, se o consumo começar a crescer, depois, terão de ser ajustados também os preços da oferta”, afirmou Otto Teixeira da Cruz. Henrique Herculano, do Centro de Estudos e Promoção do Azeite do Alentejo (CEPAAL), perspectiva igualmente o aumento do preço do azeite, mas acredita que não deverá ser “muito significativo”. Poderá “não ter grande expressão” porque o azeite, “nos últimos anos, já tem tido valores bastante elevados”, previu. A “esmagadora maioria do azeite” que o consumidor está a comprar agora, indicou, “ainda não deve ser desta campanha”, mas “lá para Maio ou Junho já é capaz de haver uma subida do preço, a não ser que haja a importação de azeites do norte de África”. Na região de Portalegre, António Melara Nunes, que produz o azeite Castelo de Marvão confirma “quebras significativas” na produção de azeitona, devido ao tempo seco em 2016. O aumento de preços na venda de azeite a granel já se sente, de acordo com o empresário, que argumentou, contudo, que este cenário pode ser “uma boa oportunidade” para os pequenos produtores. A subida de preços, afirmou, permite ao consumidor, actualmente, comprar azeite intensivo ou de produtor ao mesmo preço, pelo que os pequenos produtores podem “vingar” num mercado “altamente monopolizado”. 23


Nesta nova fase mais virado para o peixe

Restaurante Santa Luzia aposta no peixe e nos pratos da época

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onhecido como um dos ícones da gastronómica da região, o Restaurante Santa Luzia, sedeado junto ao nó do IP5, em Abraveses, é hoje uma instituição de Viseu. A sua cozinha é uma referência para os que apreciam a boa mesa e a arte de bem servir. Famoso pelas seus pratos de carne, o Restaurante Santa Luzia tem vindo a melhorar a sua carta, mantendo a tradição, mas oferecendo agora, também, aos clientes novos pratos de peixe, nesta altura do ano com destaque para a lampreia e o sável. Vasco Trindade é o homem do leme de uma vasta equipa que procura, todos os dias, servir muito bem o cliente, ávido de degustar as melhores iguarias. O famoso polvo, os outros pratos de peixe, o cabrito, a posta na tábua, acompanhados de um arroz corrido ou uma açorda de cogumelos, regados com os melhores vinhos nacionais, com destaque para o Dão, deliciam quem à mesa se senta. À Gazeta Rural, Vasco Trindade diz que este início de 2017 está a ser melhor que os anos anteriores, destacando a recepção dos clientes aos novos 24

partos de peixe. Fruto dessa aposta, o aumento do número de clientes que o Santa Luzia tem vindo a receber. Gazeta Rural (GR: Como está a ser este início de 2017? Vasco Trindade (VT): Apesar de ainda estarmos na época baixa, podemos dizer que estamos a ter um aumento de clientes, embora ligeiro, relativamente a anos anteriores. Não podemos dizer que estamos com o movimento que gostaríamos, mas estamos satisfeitos com o trabalho que temos tido. Temos crescido um pouco. Na altura em que fiz os investimentos, nas novas instalações do restaurante, tive algum receio, porque estávamos num período difícil, mas desde há dois anos temos melhorado bastante e servido mais gente, que sai do nosso restaurante muito satisfeita, o que para nós é muito importante. Temos muitos funcionários, muitos encargos e manutenção. Posso dizer que já tivemos dias melhores, mas penso que temos um restaurante bom, com qualidade, para atender bem os nossos clientes.

GR: Nesta altura, como não podia deixar de ser, para além dos pratos tradicionais, há também os da época, como a lampreia e o sável? VT: Nesta altura trabalhamos bem os pratos com lampreia e sável. Aliás, o sável tem sido uma boa aposta, pois temos servido muitos pratos, acompanhados com açorda de ovas. A lampreia tem saído bem, mas não tanto como noutros anos. Aliás, este ano a lampreia está cara, além de que no início da época havia pouca. Costumamos servir lampreia em meados de Janeiro e este ano começamos bastante mais tarde, porque ou não havia ou chegava muita cara. Em Fevereiro foi bom e se o tempo ajudar, se continuar fresco, vai continuar a ser durante este mês de Março. GR: Com este novo espaço criaram novos pratos? VT: Essencialmente de peixe. Antes das obras, o Restaurante Santa Luzia era um conhecido pela boa carne, que continuamos a ter, mas agora apostamos mais no peixe, que representa 75% da nossa facturação, com destaque www.gazetarural.com


para o polvo, que é o nosso prato típico. Procuramos sempre comprar bom peixe, o que se tem reflectido nos pedidos dos clientes. Para além do peixe, temos os pratos emblemáticos do nosso restaurante, como o cabrito, que sai bastante bem, o arroz de costelas ou a posta na tábua. GR: Os clientes acabaram por ser decisivos nessa mudança e nessa aposta no peixe? VT: Os pratos fazem parte da carta, mas demos conta que conseguimos atrair outro tipo de pessoas, nomeadamente aqueles que estão menos virados para os assados ou estufados. Nos acompanhamentos, tenho que destacar o ‘arroz corrido’, como o de espigos, de berbigão ou de tomate, mas também a açorda de cogumelos, que têm tido uma excelente aceitação por parte de quem nos vista. GR: Estamos à porta da época alta. Tem já alguma perspectiva, numa altura em que se diz que há mais casamentos? VT: Vou ser muito franco. Não fazemos tantos casamentos como fazíamos antes. Temos um salão bom, para cerca de 200 pessoas, e fazemos pequenos casamentos ou baptizados. Mas, na maioria dos casos, o cliente, para esse efeito, gosta de uma quinta, um espaço para a fotografia. Nós temos esse espaço, mas está ocupado com o estacionamento. Efectivamente, temos dado conta que há mais procura, o que significa que havendo mais casamentos, há, naturalmente, mais baptizados. GR: Muito se falou na questão do IVA, que baixou para 13%? VT: A baixa do IVA foi bom, pois estamos a pagar menos. Contudo, tem gerado alguma confusão, porque o IVA sobre as bebidas é a 23% e sobre os restantes produtos é a 13%. Isto, numa hora de maior movimento, dá muito trabalho, pois na factura que emitimos ao cliente temos que descriminar todos os itens. Imagine um grupo de 10 pessoas e no final, se emitirmos um documento global está tudo bem, mas se tivermos que emitir um por pessoa é bastante complicado, pois temos que repartir o valor total por 10 facturas, o que dá bastante trabalho. Mas do mal… o menos.

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Ristorante NR, de Nuno Rodrigues, abriu com comida italiana

De vendedor de tintas em Viseu a Chef de Cozinha… em Sever do Vouga

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iz-se que a vida nos oferece oportunidades que nem sempre aproveitamos ou não percebemos que elas estão mesmo à frente dos nossos olhos. Não foi o caso de Nuno Rodrigues. Nasceu em Tondela, mas foi viver para Viseu, onde trabalhou na área de vendas de tintas. Um dia resolveu emigrar para Inglaterra, acabando por ir parar a um restaurante de cozinha italiana. A vontade de progredir levaram-no a fazer um curso de Chef de Cozinha, em Londres, pago pela empresa onde trabalhava. Porém, as saudades de Portugal, e da namorada que entretanto conheceu, pesaram mais e o regresso acabou por acontecer. Ter o seu restaurante foi o passo seguinte e a escolha recaiu em… Sever do Vouga. Ristorante NR é o nome do espaço

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que abriu na entrada sul daquela vila do Baixo Vouga, junto às escolas. Tal como o nome deixa antever, é um espaço de cozinha italiana, desde as entradas, às sobremesas e até as bebidas. Para mais tarde fica a abertura de uma segunda sala com cozinha portuguesa e um outro restaurante, talvez em Viseu. GR: O que podem esperar os clientes quando entram no Ristorante NR? Nuno Rodrigues (NR): O que pretendemos é que os nossos clientes se sintam como se estivessem em Itália. Todos os nossos pratos são de comida italiana, desde as entradas às sobremesas, até às bebidas. As entradas como o pão de alho, as pizzas, as massas e as saladas.

Temos serviço de comida pronta para levar para casa, mas futuramente faremos entrega ao domicílio. Gazeta Rural (GR): Como é que um viseense abre um restaurante italiano em Sever do Vouga? NR: É curioso que nunca estive em Itália, mas trabalhei com muito italianos em Inglaterra, onde fiz um curso de Chef de Cozinha. A vinda para Sever do Vouga foi natural, pois foi aqui que conheci a minha companheira e apareceu este espaço. Já estava cansado de estar em Inglaterra, pelo que decidi voltar e fixar-me no meu país. Para já abri este restaurante, mas o meu sonho é abrir outros, noutros locais, por exemplo na minha cidade, em Viseu.

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GR: Tendo Sever do Vouga, e a região, produtos endógenos de elevada qualidade, vai usá-los no seu restaurante? NR: No actual espaço vou usar apenas produtos italianos, mas este restaurante está em expansão. No futuro vamos abrir outra sala, apenas com cozinha portuguesa, onde usaremos os produtos locais. Naturalmente que fizemos uma opção, tendo em conta os conhecimentos que tenho, mas não renego as minhas origens. Deste modo, dou outras opções aos nossos clientes. Nos países onde trabalhei, como Inglaterra, Brasil e Estados Unidos, nunca deixei de cozinhar comida portuguesa e

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não seria no meu país que o deixaria de fazer. Contudo, vamos dar passos seguros, consolidando este espaço e depois abriu a outra sala, com cozinha portuguesa e, quem sabe, outros restaurantes com o mesmo conceito. GR: Fez um curso de Chef de Cozinha? NR: Sim, em Inglaterra. A vida dá muitas voltas. Nunca pensei ser cozinheiro, tampouco Chef de Cozinha. Só que, em Inglaterra, fui trabalhar numa cozinha, onde lhe ganhei o gosto e onde me senti realizado no meu trabalho. Entretanto, fiz um curso de Chef de Cozinha em Londres, pago pela empresa onde tra-

balhava. Porém, as saudades pesaram mais, depois que conheci a minha companheira. GR: Disse que viajou pelo mundo. Essa é uma vantagem para conhecer os gostos e, especialmente, novos conceitos da gastronomia italiana, que está espalhada por todo o lado? NR: Sim. Contudo, é mais fácil ir a um restaurante italiano em Portugal, do que fazê-lo em Itália. Aliás, a cozinha italiana será, com certeza, a mais internacional, que está espalhada em todo o mundo. No meu caso, foi uma oportunidade que surgiu na minha vida.

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Na Feira do Queijo Serra da Estrela, em Oliveira do Hospital

Ministro da Economia defende certificação e inovação na agroindústria O

ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, defendeu o reforço da certificação e inovação na agroindústria, tendo em conta que o sector atravessa “um bom momento”. “É nos bons momentos que se tem de apostar na certificação” dos produtos agro-pecuários, bem como na inovação e no investimento em geral, disse Caldeira Cabral, ao intervir, em Oliveira do Hospital, na abertura da XXVI edição da Feira do Queijo Serra da Estrela. O ministro salientou que a certificação dos produtos alimentares tradicionais “é muito importante” para a sua valorização no mercado. Ao confirmar as suas ligações familiares à região do queijo com denominação de origem (DOP) da Serra da Estrela, disse que acompanhou

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“bem as dificuldades” dos pastores e das queijeiras, mas, em contrapartida, testemunha actualmente “as enormes oportunidades” deste produto endógeno. Por sua vez, o presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital, José Carlos Alexandrino, defendeu a necessidade de os poderes públicos incentivarem a produção do queijo DOP Serra d a Estrela, enquanto “produto diferenciador” de 18 municípios dos distritos de Coimbra, Castelo Branco, Guarda e Viseu. Na opinião do autarca, importa valorizar este produto, apostando na inovação, mas “mantendo sempre a tradição” ancestral dos pastores e queijeiras da região. O presidente da Associação Nacional de Criadores de Ovinos Serra da

Estrela (ANCOSE), Manuel Marques, foi outro dos oradores da cerimónia de abertura da feira, que junta cerca de 250 expositores, em representação dos lacticínios e de outros sectores de actividade, Manuel Marques, um dos agraciados pela autarquia local, salientou a acção de “todos aqueles que defendem quem trabalha humildemente” na terra. O secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural, Amândio Torres, também esteve presente na sessão, em que intervieram representantes de diversas entidades, como o presidente da Entidade Regional de Turismo do Centro, Pedro Machado, e a presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, Ana Abrunhosa, entre outros.

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Decorreu em Touro, Vila Nova de Paiva

Feira do Fumeiro do Demo cada vez mais consolidada A

Feira do Fumeiro do Demo é cada vez mais um evento consolidado e que é já um ex-libris da região, que apresenta produto de alta qualidade, capaz de rivalizar com os melhores. Muitas centenas de pessoas passaram pelo Parque Urbano de Touro, onde decorreu a sexta edição do certame, promovido pelo município de Vila Nova de Paiva, em parceria com a Junta de Freguesia de Touro. Em conversa com a Gazeta Rural, o presidente da Câmara de Vila Nova de Paiva realçou a qualidade dos produtos expostos, a quantidade de expositores, “Batemos todos os recordes”, afirmou José Morgado, que adiantou a criação de um Centro de Pesca Lúdica Desportiva, sem morte, no rio Paiva, bem como um Centro de Memória, na antiga escola primária de Queiriga, dos mineiros e da imigração ligados à freguesia. Gazeta Rural (GR): O que lhe diz esta feira? José Morgado (JM): A feira teve um excelente ambiente e falo de bom produto, de grande qualidade, bons expositores e muita gente, neste belíssimo espaço do Parque Urbano de Touro, onde tivemos um dia em cheio. Batemos todos os recordes e este ano juntámos aqui 110 expositores, ocupámos as duas margens do rio Covo, para além de termos tudo muita gente. Penso que tive30

mos bastantes mais visitantes que em edições anteriores. GR: Este certame é um ex-libris da região, demonstrando que aqui também se produz muito bom fumeiro? JM: Claro que sim. Temos que perceber isto: Fui a Sever do Vouga, à abertura do Festival da Lampreia e da Vitela e, no regresso, olhava para a Serra do Caramulo, para a Serra da Estrela e mais a norte temos a Serra da Nave. Nós estamos neste enclave montanhoso, em altitude, onde temos condições climatéricas excepcionais para que haja boa carne, ar puro, que tem tudo aquilo que os nossos avós e pais nos ensinaram e do qual viviam, nomeadamente com a matança do porco. O porco era a base da sua alimentação para todo o ano. Aliás, toda esta região do planalto beirão tem excelentes condições para a produção destes produtos, como os enchidos e o queijo. Temos, por isso, que cultivar este património imaterial. Hoje está muito na moda recuperar este tipo de património, com narrativa e com histórias verídicas daquilo que as pessoas faziam, transformavam e sebavam e que depois colocavam na vara para secar. São estes saberes e sabores que procuramos mostrar neste certame. GR: Hoje o concelho, para além

de ser a “capital ecológica” oferece um conjunto de produtos de excelente qualidade? JM: Sim. Temos um concelho com muitos eventos. Ao mesmo tempo que decorreu esta Feira, tivemos mais dois eventos, nomeadamente um trail na Queiriga, num percurso natural, que contou com mais de seis centenas de inscritos, que passaram pelo Parque Arbutus do Demo, pelas Minas da Queiriga, onde estamos a criar um Centro de Memória, na antiga escola primária de Queiriga, dos mineiros e da imigração ligados à freguesia. Somos um concelho com equipamentos e temos que os colocar ao dispor das nossas gentes, aos serviço da economia e, com isso, dinamizar o território. GR: E a gastronomia, com estes produtos, mas também com a truta? JM: Diz-se que pelo estômago de apanham os amigos. Ora, como isso, falamos de uma boa gastronomia. Com aqueles programas que fazemos com a Entidade de Turismo do Centro e com a AHRESP, que é ‘Selecção’, no sentido de dar capacitação às pessoas que exercem essa actividade para que tenham regras de higiene e segurança, mas também formação, pois se houver bons produtos e um bom serviço, naturalmente incrementamos a nossa economia. www.gazetarural.com


Queremos ter territórios fortes e, como isto, que ninguém fique de fora. Centro de Pesca Lúdica Desportiva, sem morte, no rio Paiva GR: E a truta Fário? JM: Truta Fário da bacia hidrográfica do rio Paiva. Teremos em Junho um evento a ela dedicado, que é o Festival da Truta. Já agora adianto-lhe duas novidades. Neste momento, temos aprovadas todas as ETARs do concelho, o que significa que podemos fazer um tratamento a 100% de todas as águas residuais de todo o esgoto. Para além disso, e é uma garantia que quero dar, vamos limpar estas bacias. A outra novidade é que, a propósito do Festival da Truta, queremos fazer o primeiro Centro de Pesca Lúdica Desportiva, sem morte, no rio Paiva, que será, com certeza, uma grande atracção turística para o nosso concelho, especialmente para os amantes na natureza e deste desporto que é a pesca. Neste âmbito, vamos fazer repovoamentos, com o ICNF, de truta Fário, com reprodutoras da bacia hidrográfica do rio Paiva. Isto é o pleno para que consigamos manter esta genética da trita Fário, a pintadinha do rio Paiva. GR: Se tivesse que definir o território do seu concelho a alguém que o não conhece, que lhe diria? JM: Vila Nova de Paiva é um concelho muito simpático, bem infra-estruturado, que tem gente afável, de cariz rural, mas com uma dimensão natural. Estamos na nascente do rio Paiva, temos boas praias fluviais, um bom roteiro cultural e arqueológico, bons equipamentos desportivos e serviços para que as pessoas venham ter connosco. Se vieram não se arrependem.

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Na Festa do Pastor e do Queijo, em Aguiar da Beira

Secretário de Estado da Agricultura elogiou vitalidade das zonas rurais O

Secretário de Estado da Agricultura, Luis Vieira, inaugurou o novo mercado do gado em Mosteiro, na freguesia de Penaverde, na abertura da Feira do Pastor e do Queijo, promovida pela Câmara de Aguiar da Beira e Junta de Freguesia local. O governante elogiou o novo equipamento, que irá dinamizar o comércio de gado de pequeno porte, já que ali se realiza um mercado quinzenal, bem como o mercado do queijo. Na ocasião, Luis Vieira afirmou que estas feiras “são a expressão da vitalidade das nossas zonas rural”, pois “quando pensamos, e se afirma, que há uma decadência do interior do país, e eu que tenho o privilégio de percorrer o território, vejo que há uma grande dinamização da economia local por todo o pais”. Para o secretário de Estado da Agricultura, as zonas de baixa densidade do interior do país, “são hoje regiões competitivas, porque reúnem a qualidade, com produtos locais muito diferenciados, fazendo com que as nossas zonas rurais se tornem mais atractivas”. Isto mostra, acrescentou Luis Vieira, que “há uma grande dinamização por parte dos nossos agentes locais, desde os produtores às pequenas empresas, surgindo assim iniciativas que transformam os produtos locais e os tornam em mais-valias”. Presidente da Câmara de Aguiar da Beira defendeu menos burocracia na certificação Satisfeito com o novo equipamento e com a adesão de visitantes à Feira do Pastor e do Queijo estava o residente da Câmara de Aguiar da Beira. “Penso que o público reagiu bem, demonstrada pelos muitas pessoas que tivemos a visitar o certame, afirmou Joaquim Bonifácio, convicto que “a mudança vai trazer mais-valias, não só nestas ocasiões, 32

como no mercado quinzenal que aqui vai ter lugar”. Para o autarca, “as novas instalações, do mercado do gado e mercado do queijo, vão melhorar significativamente as venda de gado de pequeno de porte, bem como do queijo”. Este novo mercado do gado pode, segundo o edil de Aguiar da Beira, dinamizar o sector no concelho e na região. “Neste momento temos no concelho cerca de meia centena de explorações, entre grandes e pequenas, com duas queijarias certificadas e sete licenciadas, afirmou Joaquim Bonifácio, acrescentando que “isto poderá parecer pouco, mas para um concelho da nossa dimensão é significativo, pois já temos uma produção anual na ordem das dezenas de toneladas, o que mostra o trabalho que estes queijeiros têm vindo a fazer no concelho”. Segundo o autarca de Aguiar da Beira, “o aparecimento de novos pro-

dutores de queijo é um processo difícil, porque a vida no campo é dura, trabalhando todos os dias do ano. Acredito que, com o impulso que o governo central tem vindo a dar ao nível das ajudas, possa incrementar o sector, com o aparecimento de novos pastores e queijeiros e, com isso, dar mais vida às nossas zonas rurais”, salientou. Joaquim Bonifácio defendeu a desburocratização do processo de certificação, pois isso poderia significar que mais queijo com selo Serra da Estrela pudesse chegar ao mercado. “A questão da certificação é um das situações que urge mudar o resolver, pois faz com que muitos produtores, apesar de terem as suas queijarias licenciadas, não certifiquem o seu queijo, pois é um processo burocrático muito complicado, que temos vindo junto do poder central tentar simplificar”, referiu o autarca. www.gazetarural.com


No âmbito do projecto Select

Selectis juntou 200 participantes no Encontro Nacional em Anadia

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cineteatro de Anadia, em pleno coração da Bairrada, foi o palco do Encontro Nacional Select 2017, promovido pela Selectis, evento que contou com a participação de mais de 200 pessoas. A ordem de trabalhos da sessão plenária abordou uma retrospectiva do projecto, uma abordagem e lançamento de vários novos produtos, entre eles o Shark, herbicida de largo espectro para controlo de infestantes em culturas perenes, e o Belvitis, uma nova e flexível solução na protecção do míldio da vinha. O encontro foi aproveitado pelos responsáveis da Selectis para proceder à entrega dos prémios do concurso de “Nomes para Novos Produtos Selectis” e ao já habitual momento de reconhecimento que tem caracterizado este tipo de eventos do Select. www.gazetarural.com

O dia dos participantes terminou com uma visita ao Museu da Vinha e do Vinho de Anadia e um jantar de convívio bastante animado na Quinta do Encontro, em São Lourenço do Bairro, destacando-se o ambiente de elevada proximidade que se viveu entre todos. Nuno Sérgio, gestor do Projecto Select, referiu à Gazeta Rural que “este é um projecto diferente que tem sido muito enriquecedor para todos, para a Selectis, para os seus distribuidores e clientes de proximidade. É um projecto que tem crescido e que é de todos, feito por pessoas e para pessoas. Este evento requer uma grande mobilização e fica provado, mais uma vez, a capacidade de agregação da Selectis e dos seus distribuidores a quem deixamos um agradecimento muito especial”, afirmou aquele responsável.

Por sua vez a directora de marketing da Selectis salientou a importância da dinâmica da empresa, pois, “de facto, eventos como este têm sido óptimas ferramentas de trabalho e, acima de tudo, excelentes oportunidades para estarmos todos juntos. A realização deste tipo de eventos faz todo o sentido, para as pessoas e pela forma como gostamos de desenvolver o nosso trabalho, com muita proximidade. As novidades em termos de portfólio constituem um momento extremamente rico e que constitui uma grande oportunidade para todos”, afirmou Cláudia Neto. A Selectis, no âmbito do mesmo projecto, vai promover dois workshops, a 24 de Março nas instalações da Casa Ermelinda Freitas, em Palmela, e a 31 de Março na Quinta da Aveleda, em Penafiel. 33


Formação obrigatória para Jovens Empresários Agrícolas Uma das ações inseridas na Medida nº3 - Valorização da Produção Agrícola, do Programa de Desenvolvimento Rural do continente, abreviadamente designado por PDR2020, é a ação 3.1. Jovens Agricultores. De acordo com a OTE49/2017, pode beneficiar do apoio previsto no Regime de Aplicação da acção 3.1, o jovem agricultor que tenha idade compreendida entre os 18 e 40 anos (até à data de apresentação da candidatura), e que se instale pela primeira vez numa exploração agrícola. Os jovens agricultores enquanto beneficiários podem candidatar-se como pessoas singulares ou como pessoas coletivas. Para candidatura ao prémio à primeira instalação, será necessária a verificação dos seguintes critérios: constituição da sociedade (para jovens integrados em sociedade); enquadramento do beneficiário; titularidade da exploração, início de actividade e um plano empresarial, que deverá conter a descrição da situação inicial da exploração; demonstração do potencial de produção da exploração agrícola; indicação das etapas e metas; coerência técnica económica e financeira; ajudas anteriores à apresentação da candidatura e descrição da totalidade dos investimentos a realizar. Após aprovação, os beneficiários ficam sujeitos às seguintes obrigações: cumprimento do plano empresarial, verificado através da execução dos investimentos e do cumprimento das metas físicas e financeiras propostas e formação agrícola adequada. Quando o Jovem não detém a formação adequada fica obrigado a realizar a seguinte formação (Portaria 85A/2017, 24 de fevereiro, artigo 8º): No prazo de 12 meses após aprovação do projeto: Formação base PDR2020, com duração de 50 horas, com base na UFCD7580 No prazo de 24 meses após aprovação do projeto: Formação complementar, com duração mínima de 150 horas, numa ou em ambas as áreas abaixo indicadas: - área da produção agrícola ou animal diretamente relacionada com o setor de investimento; - área de gestão ou formação complementar por recursos aos serviços de aconselhamento 34

No final de 2016 a ZONAVERDE recebeu a aprovação projeto de formação, no âmbito da operação 2.1.1. do PDR2020 – Formação de Jovens Agricultores. A formação é financiada e destina-se a Jovens agricultores que tenham projetos aprovados no âmbito das medidas 3.1.1 do PDR2020 (formação base PDR2020) ou 1.1.3 do PRODER. Desde 13 de Janeiro a ZONAVERDE já iniciou 16 turmas de formação PDR2020 e PRODER, para 227 formandos, em Coimbra, Santa Maria da Feira, Estarreja, Felgueiras, Guimarães, Braga, Vila Verde, Amarante, Faro e Lisboa. As próximas turmas estão a ser preparadas, sendo as vagas preenchidas por ordem de chegada da inscrição completa. Até final de março a ZONAVERDE prevê iniciar formação base PDR2020 em e Santa Maria da Feira; Guarda e Braga Os Jovens Agricultores, com projetos aprovados, podem inscrever-se em zonaverde.pt, para novos grupos de Formação Base PDR2020 |50horas| previstos iniciar em breve em Baião, Viana do Castelo, V. N. Famalicão, Penafiel, Monção, Viseu, Figueira da Foz, Faro e Lisboa Modo de Produção Integrado e Modo de Produção Biológico | 50 horas | até 30 de Abril Termina em 30 de Abril o prazo para realização da formação exigida aos agricultores com compromissos (subsídios) no âmbito da Ação n.º 7.2 “Produção Integrada” e 7.1 “Agricultura Biológica”, prevista no Capítulo III, da Portaria n.º 25/2016, de 9 de fevereiro. MPIntegrado_geral: Curso destinado às pessoas que pretendam obter/ aprofundar os seus conhecimentos em Produção integrada Geral, para aplicação na atual área profissional ou para oportunidade futura Curso homologado pela DRAP. Formação certificada. Últimas inscrições para: Mêda: 16 de Março; Guarda: 17 de Março; Fundão: 22 de Março e Santa Maria da Feira: 23 de março MPBiológico_geral: Curso destinado às pessoas que pretendam obter/ aprofundar os seus conhecimentos em Agricultura Biológica Geral, para aplicação na atual área profissional ou para oportunidade futura Curso homologado pela DRAP. For-

mação certificada. Últimas inscrições para: Mêda: 21 de Março A entidade formadora – 20 anos A ZONAVERDE, CEA, Lda é uma empresa que existe desde 1996, tendo comemorado em Outubro de 2016 o seu 20º aniversário. É um centro de desenvolvimento de competências, especializado na gestão e desenvolvimento de organização (pessoas e processos). Iniciou a sua atividade ligada ao setor agrário, possuindo milhares de horas de formação ministrada em cursos ligados a este setor em cursos como Produção Integrada, Agricultura Biológica, Podas, Enxertia, Aplicação de Produtos Fitofarmacêuticos (25, 35 ou 50horas), Gestão da Empresa Agrícola, Formação específica para orientação produtiva em horticultura, pequenos frutos, fruticultura, helicicultura, micologia, viticultura, plantas ornamentais, bovinicultura. Rapidamente evoluiu para outras áreas de atuação, quer em áreas formação – presencial e a distância- quer em consultoria, adaptadas às necessidades dos clientes. Alguns exemplos de cursos mais realizados: especialização em gestão da formação, segurança alimentar, SIGO, formador a distância, higiene e segurança no trabalho, qualidade, línguas, liderança e motivação de equipas, informática. Em termos de consultoria, realiza projetos de investimento (ex. PDR2020, SIFIDE, Portugal 2020) e apoia a implementação de sistemas da qualidade, segurança alimentar, faz estudos de clima organizacional e planos de desenvolvimento de competências. A equipa é formada por colaboradores internos e externos, todos profissionais especializados, com vasta experiência nas suas áreas de atuação, motivados e com vontade de trabalhar na ZONAVERDE. Reflexo do bom clima organizacional vivido na empresa, são os prémios de “Melhor empresa para trabalhar” que tem recebido desde há 6 anos consecutivos. A ZONAVERDE vê o cliente com o propósito de o apoiar nos desafios que tem pela frente, desenhando soluções ajustadas a cada problema, tornando-nos, assim, parceiros de confiança e de longa duração. www.gazetarural.com


Município apresenta rebranding da marca territorial

Concelho de Manteigas é um “Vale por Natureza”

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o âmbito do programa das comemorações do Feriado Municipal do Município, foi apresentado o rebranding da marca Manteigas. Resultado de um processo de design thinking realizado em co-criação com a população e que envolveu cerca de 150 participantes em cinco sessões de trabalho colaborativo. Estas sessões permitiram identificar os principais recursos e atributos, benefícios e vantagens do território, os seus valores e os vectores diferenciadores que estão no coração da sua comunidade. Manteigas - Vale por Natureza é o novo posicionamento do concelho, que tem uma localização mágica em pleno Vale Glaciário do Zêzere e é o melhor ponto de partida para a descoberta dos singulares valores do património natural da montanha mais alta de Portugal Continental. O novo conceito traduz, também, a vida que brota das nascentes e preenche a paisagem de cor, mas também o pulsar resiliente das gentes serranas. Um destino que é um tesouro guardado e cuja descoberta vale a pena a cada estação do ano, vale pela água www.gazetarural.com

e pelo ar mais puros e parecem tornar transcendentais as experiências gastronómicas que aguardam quem aqui decide chegar. Um território que vale pela sua memória e pelos saberes da pastorícia, da transumância e do burel, vele pelos caminhos e percursos junto aos primeiros degraus que o Zêzere enceta na direcção do Tejo. Os elementos gráficos e as cores da nova identidade visual foram identificados pelos participantes na última sessão de co-criação e têm originem nos elementos dos brasões das freguesias do concelho. Um novo grafismo onde se pressente a orografia do Vale Glaciário e das linhas de água, a malha em que assenta a rede de percursos verdes, a altivez das encostas serranas, define-se como uma marca contemporânea, mas orgânica e vibrante. As cores inspiram-se na mutação da vegetação, do céu, da neve, da terra e da folhagem, numa marca orgânica, natural e activa que resume a essência de ser a Estrela no coração da montanha. O seu dinamismo define linhas de

comunicação específicas em três eixos fundamentais: Cidadania/Município, Turismo/Vale por Natureza e Investimento/Vale de Oportunidades, que organizam os suportes e plataformas de comunicação do Município e o capacitam para um tempo onde o sucesso é determinado pela coerência de presença e discurso. Manteigas - Vale por Natureza será também o mote da participação do Município de Manteigas com um novo stand próprio na BTL - Bolsa de Turismo de Lisboa, assente no novo posicionamento e nos conceitos da nova identidade, onde apresentará sob a nova imagem tanto os valores seguros, como as novas apostas que constituem o programa de oferta turística deste território. Resultado do trabalho colaborativo promovido pela Câmara de Manteigas, com o suporte da empresa BaG! Innovation, consultores em inovação, comunicação e desenvolvimento territorial, o novo posicionamento e a nova identidade Manteigas aspira ser um destino que naturalmente vale a pena descobrir durante todo o ano. 35


Na Ericeira, de 31 de Março a 9 de Abril

Festival internacional promove os saberes e sabores do ouriço-do-mar

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aborear o ouriço-do-mar preparado pela restauração local, descobrir as suas diversas utilizações culinárias pela mão de grandes chefs mundiais e conhecer o contexto ambiental e cultural desta espécie, é esta a proposta da Câmara de Mafra que promove o III Festival Internacional do Ouriço-do-mar, entre os dias 31 de Março a 9 de Abril, na Ericeira. Outrora denominada Ouriceira – dada a forte tradição desta vila piscatória na apanha do ouriço-do-mar – a Ericeira é uma das zonas costeiras de Portugal onde as condições são mais favoráveis ao desenvolvimento do ouriço-do-mar. Depois do sucesso registado em anteriores edições, foi renovado o desafio à restauração local e durante uma semana o festival propõe uma mostra gastronómica em 24 restaurantes aderentes cujas ementas o ouriço-do-mar assume um destaque

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especial, quer reinventando receitas, quer ainda promovendo a forma mais simples de ser consumido: ao natural. Sendo a inovação ao serviço do paladar a grande premissa deste evento, o Festival conta com a presença de vários chefs nacionais e internacionais de renome, que irão brindar os visitantes com as suas experiências mais arrojadas e saborosas envolvendo o ouriço-do-mar nas sessões de showcookings que acontecem nos sábados 1 e 8 de Abril no Mercado Municipal da Ericeira. António Alexandre, Chef do projecto Endògenos que promove e valoriza o ouriço-do-mar da Ericeira desde 2013, e os internacionais, Chef Justin Jennings (Austrália) e Chef Roberto Sihuay (Perú) são algumas das estrelas da gastronomia já confirmadas. Para além da vertente gastronómica, a valorização do ouriço-do-mar enquanto espécie endógena desta re-

Ano XIII | N.º 289 | Periodicidade: Quinzenal Director: José Luís Araújo (CP n.º 7515) jla.viseu@gmail.com | 968044320 Editor: Classe Média C. S. Unipessoal, Lda Redacção: Luís Pacheco | Opinião: Miguel Galante | Paulo Barracosa Departamento Comercial: Fernando Ferreira Redacção: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu | Telefone 232436400 E-mail Geral: gazetarural@gmail.com | Web: www.gazetarural.com ICS: Inscrição nº 124546

gião, a sua contribuição para potenciar o turismo e os projectos de investigação científica em torno da espécie, dão o mote para as Jornadas Técnicas, com diversas actividades a decorrer, a partir do dia 1 de Abril, na Casa da Cultura Jaime Lobo e Silva, localizada no centro da vila da Ericeira. As jornadas irão dar especial atenção a temas como o repovoamento desta espécie marinha, a necessidade de ser criado mais conhecimento científico e de assegurar a sua difusão junto de mariscadores e pescadores, bem como a apresentação dos projectos candidatos ao Mar 2020: Ouriceira Mar e Aqua. O III Festival Ouriço-do-mar é uma iniciativa promovida pela Câmara de Mafra, no âmbito da sua estratégia de preservação e valorização dos produtos endógenos do território, assim como da sua promoção turística e desenvolvimento económico associado.

Propriedade: Classe Média - Comunicação e Serviços, Unipessoal Limitada Administração: José Luís Araújo Sede: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu Capital Social: 5000 Euros | CRC Viseu Registo nº 5471 | NIF 507 021 339 Dep. Legal N.º 215914/04 Execução Gráfica: Novelgráfica | Tel. 232 411 299 Tiragem média Mensal: Versão Digital: 100.000 exemplares Versão Impressa: 2000 exemplares www.gazetarural.com Nota: Os textos de opinião publicados são da responsabilidade dos seus autores.


Apadrinhada pela Confraria Saberes e Sabores da Beira

Nasceu a Confraria dos Saberes e Sabores Luso Amazónicos ‘Grão Vasco’ em Manaus

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á nasceu a Confraria dos Saberes e Sabores Luso Amazónicos ‘Grão Vasco’, em Manaus, no Brasil. O acto de constituição foi formalizado por cerca de duas dezenas de membros fundadores, no passado dia 9 de Março. A nova confraria nasceu no seio da comunidade portuguesa de Manaus, apadrinhada pela Confraria de Saberes e Sabores da Beira ‘Grão Vasco’, estando para breve a realização do I Capítulo de Entronização. António Humberto Matos de Figueiredo, natural de Moimenta da Beira, e Eliete Farias dos Santos, uma descendente de portugueses, são confrades titulares da Confraria de Saberes e Sabores da Beira ‘Grão Vasco’ e foram os mentores da nova colectividade, que terá a sua sede no Luso Sporting Clube, na cidade de Manaus. De salientar que António Humberto Matos de Figueiredo está já há alguns anos radicado em Manaus, é um cowww.gazetarural.com

nhecido empresário nesta cidade e um ‘activista’ na defesa das suas origens. Tem desempenhado várias funções em colectividades ligadas à comunidade portuguesa, pertencendo actualmente aos órgãos directivos do Luso Sporting Clube, do qual já foi presidente. O Almoxarife da Confraria de Saberes e Sabores da Beira ‘Grão Vasco’, José Ernesto Silva, já elogiou o “excelente trabalho” desenvolvido por aqueles dois confrades, em Manaus, na constituição da nova colectividade que se compromete a defender, promover e divulgar da cultura e gastronomia portuguesa em terras da Amazónia. Recorde-se que Luso Sporting Clube foi fundado a 1 de Maio de 1912 por um grupo de comerciantes portugueses interessados na prática do futebol, tornando-se num clube da colónia portuguesa em Manaus, sendo hoje é um dos mais conhecidos clubes so-

ciais daquela cidade. De destacar a importância que as comunidades portuguesas na diáspora, nomeadamente pessoas oriundas da nossa região, dão à cultura e tradições portuguesas, reflectida no facto da Confraria de Saberes e Sabores da Beira ‘Grão Vasco’ já ter sido, por diversas vezes, contactada por pessoas e colectividades de outras regiões do Globo para a constituição de novas Confrarias, que promovam e divulguem as tradições, usos e costumes, bem como a nossa gastronomia beirã. A Confraria Grão Vasco está hoje representada no Brasil na Casa do Distrito de Viseu no Rio de Janeiro, com a Confraria de Saberes e Sabores de Portugal, em Zurique, e a Confraria de Saberes e Sabores de Portugal na Suíça Francófona, em Genebra, bem como representações nos quatro cantos do mundo com confrades titulares. 37


De 6 a 9 de Abril, na envolvente do Percurso de Salreu – Bio

Estarreja recebe feira internacional dedicada ao turismo de natureza

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e 6 a 9 de Abril, Estarreja recebe a terceira edição da “ObservaRia”, uma feira internacional dedicada ao turismo de natureza e em especial ao birdwatching, uma modalidade com particular ênfase na observação de aves, directa ou com recurso a binóculos ou telescópios de campo. Este evento é uma organização da Câmara de Estarreja e do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), que pela primeira vez será realizado na envolvente do Percurso de Salreu - BioRia, em plena Zona de Protecção Especial da Ria de Aveiro, apresentando um programa diversificado onde se destacam as palestras, workshops, ateliers, exposições, actividades de campo e passeios (pedestres, de barco, veículo eléctrico e kayak). Estarreja é um destino privilegiado pela excelência dos seus habitats que são autênticas maternidades para espécies protegidas, como por exemplo a garça-vermelha. Os visitantes podem aproveitar para participar nas várias actividades, tendo como horizonte a beleza natural da zona ribeirinha e dos Percursos BioRia.

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