Director: José Luís Araújo
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N.º 294
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31 de Maio de 2017
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Preço 4,00 Euros
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Boticas recua à época castreja com guerreiros e artesãos Floresta em destaque nas Festas do Município de Proença-a-Nova Cereja de Alfândega da Fé chega à alta cozinha do Porto Sever do Vouga prepara X Feira Nacional do Mirtilo Vinho Verde e Produtos Regionais animam Ponte de Lima Touriga Nacional da CM Wines é o “Grande Vinho do Dão” Grande Prémio das Beiras e Serra da Estrela disputado por 17 equipas de oito países
Produtores de mirtilo preocupados!
Sumário 04 Boticas recua à época castreja e transforma populares
Crédito Agrícola do Vale do Dão e Alto Vouga
em guerreiros e artesãos
25 Projecto “Almond Power” venceu XIV edição do
06 Festas do Município de Proença-a-Nova sob o mote
Poliempreende
“Floresta - Fonte Inesgotável de Riqueza”
26 Infestação da vespa do castanheiro está a atingir
08 Feira Agrícola dos Açores em Junho com 270 vacas
proporções muito grandes em Vinhais
Holstein Frísia a concurso
28 Figueira de Castelo Rodrigo cria regulamento para
09 Cereja de Alfândega da Fé chega à alta cozinha do
apoiar agricultura e empreendedorismo
Porto
30 Governo vai abrir concurso para florestação sobreiros e
11 Albergaria-a-Velha volta a ser a capital nacional do Pão
carvalhos
12 Edição 625 da Feira de São Mateus com “cartaz de luxo”
31 IX Ficor reforçou a marca “Coruche – Capital Mundial da
14 Sever do Vouga prepara X Feira Nacional do Mirtilo
Cortiça”
16 Santarém recebe Feira Nacional de Agricultura com o
32 Grande Rota do Alva valoriza percurso ribeirinho entre
tema Cereais de Portugal
Seia e Penacova
17 Festa do Vinho Verde e dos Produtos Regionais anima
35 Grande Prémio das Beiras e Serra da Estrela disputado
Ponte de Lima
por 17 equipas de oito países
18 Touriga Nacional da CM Wines é o “Grande Vinho do
36 Espinho promove XXI Festival Internacional Estátuas
Dão”
Vivas
20 Governo duplica apoios à reestruturação da vinha
37 Arcos de Valdevez promove Festivinhão - Festival
22 “A desertificação do interior é um problema sobre o qual
Enoturístico
os autarcas terão que se debruçar”, Alerta o presidente do
38 Emoções ‘a mil’ no V Festival de Desporto na Natureza
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Nos dias 10 e 11 de Junho, na localidade de Carvalhelhos
Boticas recua à época castreja e transforma populares em guerreiros e artesãos
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oticas celebra em Junho a “Céltica”, uma festa que permite viajar no tempo até à época castreja, transformando populares em guerreiros, sacerdotes e artesãos, e visa promover a economia local e atrair visitantes. “Este é mais um evento para promover o concelho, as tradições milenares, os usos e os costumes deste povo, porque nos identificamos com esta cultura”, afirmou Fernando Queiroga, presidente da Câmara de Boticas. O autarca frisou que a segunda edição da “Céltica - Festa Castreja”, que decorre nos dias 10 e 11
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de Junho, quer criar “dinâmicas económicas no concelho” e “atrair visitantes”. O palco para a festa é a localidade de Carvalhelhos, onde se localiza um povoado fortificado, o castro ou castelo dos Mouros, um imóvel de interesse público que remonta à proto-história e tinha uma utilização militar e habitacional. O símbolo maior da época castreja em Boticas é a “Estátua do Guerreiro”, que foi descoberta no castro do Lesenho (século I depois de Cristo) e que se encontra no Museu Nacional de Arqueologia.
Fernando Queiroga referiu que, em Junho, o município vai recuar no tempo “quase 2.000 anos”. E é precisamente para celebrar o seu passado e esta história milenar que decorre a “Céltica”, evento que tem como “ponto alto” a participação da comunidade local como figurante nas recriações históricas, nomeadamente num casamento celta e num espectáculo de danças céltico galaicas. Este ano, a adesão da comunidade “quase que duplicou” num envolvimento que pretende recriar a vivência quo-
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tidiana de um povoado castrejo, com personagens “vindas da Idade do Ferro”. Durante dois dias, guerreiros, sacerdotes, artesãos, músicos e pastores vão dar vida a Carvalhelhos nesta festa que, para além da gastronomia local, propõe também mercados com produtos das serras do Barroso, ofícios ao vivo, danças e cantares, desfiles e arruadas musicais, exibições de falcoaria e de destreza castreja. Estão ainda programadas três visitas guiadas diárias àquele castro.
“Se a montanha não vem a Maomé, vai Maomé à montanha” No âmbito da “Céltica - Festa Castreja”, a Câmara de Boticas promoveu uma acção de promoção do evento no Welcome Center, no Porto. Na ocasião, o vice-presidente da autarquia transmontana, à Gazeta Rural, mostrou-se satisfeito com a receptividade recebido do público à iniciativa. António Guilherme Pires sustentou a necessidade de atrair gente ao território, com iniciativas como esta. Para isso, usou o antigo ditado popular: “Se a montanha não vem a Maomé, vai Maomé à montanha”, além de que “não temos que inventar nada, mas apenas explor o que temos”. Gazeta Rural (GR): Qual foi o objectivo desta acção no Porto? António Guilherme Pires (AGP): ‘Se a montanha não vem a Maomé, vai Maomé à montanha”. Estas acções junto do público urbano das cidades do litoral são necessárias, porque não bastam as campanhas publicitarias. Acreditamos que vindo aqui, a nossa mensagem passa melhor às pessoas. Sabemos que o difícil é levar as pessoas ao interior, mas quem o visita fica surpreendido com o que temos, reconhecem que desconheciam e confessam que se conhecessem melhor o território e a qualidades dos nossos produtos já tinham ido mais vezes. Foi partindo desta ideia que fizemos esta acção promocional no Porto, procurando passar a mensagem de que vale a pena visitar Boticas. GR: O objectivo desta acção promocional é atrair mais gente? AGP: Esta Festa Céltica iniciou-se o ano passado. Sabemos que temos origens celtas, que o povo castrejo povoou aquela região e foi lá que foi encontrada a estátua do Rei Galaico, que está no Museu Nacional de Arqueologia, em Lisboa. Deste modo, e porque temos raízes no www.gazetarural.com
mundo celta e castrejo, decidimos promover este evento para explorar as nossas raízes e para informar as pessoas, dando a conhecer os nossos antepassados, a nossa história, mas também a nossa gastronomia. GR: Boticas é o concelho do país com mais castros. A ideia deste evento é tirar proveito desse património? AGP: Naturalmente que sim. Temos o Castro do Lesenho, onde foi encontrada a estátua do Rei Galaico, mas há outros, como o de Carcavelos. Temos que valorizar o que temos e, desta forma, desenvolver o concelho e a região. Não temos que inventar nada, mas apenas explor o que temos. Com esta festa pretendemos mostrar quem somos, de onde viemos, mostrar as nossas raízes e criar uma actividade do mundo celta, com recriações históricas, oficinas temáticas, num local para toda a família. Além de melhor ficarem a conhecerem a nossa história, há o divertimento e a gastronomia. GR: Quando falamos de gastronomia em Boticas, vem-nos à memória os enchidos, a carne barrosã, o mel, entre outros. É um chamariz? AGP: A vitela barrosã é o ex-libris da nossa gastronomia, já galardoada como a melhor das melhores carnes DOP nacionais, e por aqui de vê a sua qualida-
de. O mel, o fumeiro, o cozido barrosão já é famoso, bem como as trutas do rio Bessa, já muito conhecidas. São produtos genuínos, produzidos no nosso concelho pelos métodos tradicionais, mas com todo o controlo de higiene e segurança alimentar. Apesar de haver já alguma industrialização, não perderam a sua característica tradicional da receita e dos sabores originais. Quem prova os nossos enchidos lembra-se, com certeza, dos sabores das nossas avós, o que não acontece com muitos produtos que se encontram no mercado. A nossa aposta é na qualidade dos nossos produtos e na tradição. GR: Boticas, hoje, está na moda, com a Feira Gastronómica do Porco, com a Festa Céltica, e com outras iniciativas que procuram atrair gente a um concelho que aposta na sua ruralidade? AGP: Nós valorizamos muito o que temos. Acreditamos na qualidade e na mais-valia dos nossos produtos locais e na nossa agricultura. O que nos fez acreditar foi que quem nos visita elogia o que temos e volta mais vezes. Desse modo, temos que, cada vez mais, apostar na promoção dos nossos produtos, do nosso património e do nosso território. Com isso atraímos mais gente ao concelho, melhoramos a nossa economia e combatemos a desertificação do interior. 5
De 9 a 11 de Junho, com Boss AC e Miguel Araújo
Festas do Município de Proença-a-Nova sob o mote “Floresta - Fonte Inesgotável de Riqueza”
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Floresta - Fonte Inesgotável de Riqueza” é o tema das Festas do Município de Proença-a-Nova, que vão decorrer de 9 a 11 de Junho. O evento, promovido pela autarquia local, tem um programa vasto a variado, desde uma conferência que abordará temas relacionados com a floresta, mas também com Boss AC e Miguel Araújo como destaques no cartaz de espectáculos. Em entrevista à Gazeta Rural, o presidente da Câmara de Proença-a-Nova diz que este é “o maior evento que o município promove”, que visa divulgar o que de melhor tem o concelho. João Lobo justifica a floresta como tema central das festas, pelo facto de “estar na agenda do dia”, além de que o concelho “tem 80% da sua área coberta de floresta e tem que olhar para este recurso como o futuro”. Gazeta Rural (GR): Que expectativa tem para a Festa do Município deste ano? João Lobo (JB): A Festa do Município é actualmente o maior evento do calendário que o Município de Proença-a-Nova promove anualmente e a expectativa é sempre a de divulgarmos 6
o que de melhor fazemos no concelho junto dos milhares de visitantes que nos procuram nestes dias. Este ano, associamos o tema da Floresta - Fonte Inesgotável de Riqueza à festa porque, de facto, volta a estar na agenda do dia. De acordo com os novos diplomas legais que estão a ser preparados para a reforma da floresta, o nosso objectivo é dar-lhe ênfase e ver se nós, enquanto sociedade, nos conseguimos concertar no sentido de dar passos para que a floresta represente de facto essa riqueza. GR: O que desataca no programa das Festas? JB: Destaco a conferência de dia 9 de Junho que abordará vários temas, nomeadamente ordenamento, legislação, valências económicas e potencialidades da floresta; os concertos de Boss AC, no dia 9 de Junho, e de Miguel Araújo, no dia 10 de Junho, e o facto de comemorarmos este ano duas associações do concelho: o Grupo Coral de Proença-a-Nova, que comemora 40 anos e tem sido o maior embaixador cultural deste concelho quer nacional, quer internacionalmente e que encerra
o terceiro dia de festa com um espectáculo piromusical; e, por outro lado, o Centro Ciência Viva da Floresta, que comemora dez anos no dia 21 de Julho e que iniciará durante a Festa do Município a celebração, assinalando o caminho feito e apontando para as estratégias de futuro que queremos para o dinamismo deste centro. Há, de facto, muitas razões para visitar Proença-a-Nova todos os dias, mas com certeza que nestes dias mais motivos haverá. GR: O que representa a floresta no contexto da economia do concelho? JB: O concelho de Proença-a-Nova tem 80% da sua área coberta de floresta e tem que olhar para este recurso como o futuro. Se já o foi e já teve uma importância extrema relativamente àquilo que é a capacidade de gerar riqueza para os que aqui vivem, hoje, para além de termos que fomentar a escala e o ordenamento dessa riqueza, também é um activo do ponto de vista ambiental. Desde logo pela capacidade que tem de sequestrar carbono e este concelho foi pioneiro quando criou a iniciativa www.gazetarural.com
Carbono Mais. Depois, relativamente àquilo que é o património cultural e o turismo de paisagem, Proença-a-Nova foi pioneira na criação de praias fluviais, aproveitando as represas que tinham sido feitas para efeitos de regadio, promovendo o lazer e a fruição dos espaços por parte da população e dos turistas que nos visitam. Temos os passeios pedestres e os percursos de BTT marcados e homologados, escalada e paraquedismo. Estamos a marcar a Grande Rota da Cortiçada, que passa pela maior parte dos alojamentos locais. Evidentemente que não queremos massificar o turismo, mas temos todas as condições para, em rede, construirmos pacotes muito atractivos de divulgação deste território assente neste turismo de natureza. Para além destas potencialidades, em termos de postos de trabalho a floresta ainda tem um peso significativo, é seguramente mais de 40% da actividade económica. A fileira florestal está bem organizada do ponto de vista de várias espécies, nomeadamente do eucalipto e sobreiro e a área de eucaliptal já passou a de pinheiro bravo. Hoje, no país, temos 872 mil hectares de eucalipto contra 734 mil hectares de pinheiro bravo e esta espécie tem que ser apoiada financeiramente para que haja retorno para os proprietários. GR: Num sentido mais alargado, como está o sector primário do concelho e que áreas, para além da floresta, se têm destacado? JB: A agropecuária é, sem dúvida, um importante pilar da actividade económica do concelho e temos actualmente empresas que se distinguem em áreas chave como a criação de caprinos, com bastante tradição na nossa região, com a produção de leite de cabra e a queijaria, a produção de azeite e de vinho, os citrinos, a cereja, o mel, entre outros produtos. Outras áreas estão a surgir, como os cogumelos, os ovos e os óleos essenciais, aproveitando os recursos existentes no concelho. Recentemente apoiámos a criação de uma cooperativa de produtores de leite de cabra, porque consideramos que o desenvolvimento do nosso território tem sempre de ser feito assente nas nossas características e potencialidades. GR: Proença é um produtor de cereja. Como será a produção este ano? JB: Efectivamente temos uma importante área do concelho com condições ímpares para a produção de www.gazetarural.com
cereja, tendo os primeiros frutos sido colhidos ainda em Abril, antevendo uma produção excepcional. No entanto, as primeiras duas semanas chuvosas de Maio acabaram por ter impacto negativo nas espécies mais temporãs, levando a uma significativa perca de produção. Se não chover mais, como apontam as previsões, as restantes espécies irão garantir cereja de muita qualidade. Mas sem dúvida que, sem a chuva neste período, teria sido um ano excepcional que tanta falta fazia aos nossos produtores depois de no ano passado a produção também ter sido bastante afectada pelas chuvas de Abril. GR: A gastronomia é um dos polos de atracção para o turismo, como o Festival das Sopas. O que tem sido feito para atrair visitantes à região e a Proença em particular? JB: O turismo é de facto gerador de riqueza para estes territórios e, também alicerçado na gastronomia, temos uma variável que faz parte da equação que permitirá um excelente resultado no futuro próximo. Somos conhecidos pelo plangaio, que é único, pelo maranho, pela tige-
lada, pelo queijo de cabra, pela cereja e azeite de qualidade, elementos que merecem a preferência de quem escolhe sabores genuínos, alicerçados em saberes que passaram de geração em geração e que marcam a nossa identidade. Consciente desse polo de atractividade, o Município promove diversos eventos, como o já referido Festival das Sopas e Condutos, que realizámos em Abril ou o festival da Cereja, em Maio. Até ao fim do ano vamos ter a Feira da Tigelada e do Mel (28 e 29 de Julho), a Feira de Outono - Festival do Plangaio e do Maranho (23 e 24 de Setembro) e a Feira de Natal e da Filhó (16 e 17 de Dezembro), todos assentes nas nossas especialidades gastronómicas. É importante referir que estes eventos são organizados em conjunto com as associações locais que trazem as comunidades, criando assim auto-estima e condições de partilha. Desta forma, chamamos novamente a sociedade civil a intervir naquilo que deve ser um factor fulcral hoje da nossa iniciativa, que é a promoção do território, dos seus recursos e potencialidades para atrair investimento, fixar pessoas e ter mais turistas a visitarem-nos. 7
De 15 a 18 de Junho, no parque de exposições de Santana, Ribeira Grande
Feira Agrícola dos Açores em Junho com 270 vacas Holstein Frísia a concurso
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Feira Agrícola Açores decorre de 15 a 18 de Junho, em São Miguel, com 270 vacas da raça Holstein Frísia a concurso, num certame que é uma montra do melhor que se faz na agricultura açoriana, com retorno para a economia do arquipélago. “É um certame de reconhecida importância para o desenvolvimento da agricultura da região e que promove as potencialidades dos agricultores, dos produtores e da agroindústria de todas as ilhas”, afirmou o secretário regional da Agricultura e Florestas. João Ponte falava numa conferência de imprensa para apresentação do certame, que se realiza desde a década de 80, promovido pelo Governo dos Açores e que vai decorrer no parque de exposições de Santana, em Rabo de Peixe, concelho da Ribeira Grande. A edição deste ano conta com 600 metros quadrados de espaços cobertos, bem como mais de 2.700 metros qua8
drados de exposição ao ar livre para o sector agro-comercial, onde cerca de 60 operadores económicos vão dar a conhecer serviços e ferramentas disponíveis para os agricultores regionais, acrescentou. No âmbito da feira decorrerá o XVI concurso micaelense da raça Holstein Frísia que contará este ano com a participação de 270 animais de São Miguel, Faial, Pico, São Jorge e Terceira, organizado pela Associação Agrícola de São Miguel, um evento com projecção nacional e internacional. O titular pela pasta da Agricultura nos Açores salientou que o concurso, este ano incluído na Feira Agrícola Açores, “ganha uma envolvência regional e projecta a excelência genética reconhecida a nível nacional”, indicando, ainda, que “a adesão ao concurso de jovens manejadores é bem demonstrativa da motivação da juventude para o mundo agrícola”.
João Ponte destacou também o cariz comercial da feira, que dá “ênfase à excelência das produções agrícolas e pecuárias açorianas”, e salientou a importância do ponto de vista turístico. Do programa da Feira Agrícola Açores consta uma mostra de 30 animais de raças bovinas de carne com maior expressão na região e ainda uma mostra de 20 ovinos e caprinos. No dia 18 está programado um leilão de novilhas, mas durante o certame vão decorrer também concursos hortícolas frutícolas, de mel, queijos e uma mostra de chá dos Açores com provas e palestras sobre aquela produção. Os equinos também estarão presentes com 36 animais, quer na vertente produtiva, quer na lúdica. Haverá animação lúdica e cultural, destacando-se a demonstração de Juntas de Ramo Grande, provas comentadas de vinhos e chá, e avaliação por degustação do público dos queijos dos Açores. www.gazetarural.com
Autarquia promove o emblemático fruto de 9 a 11 de Junho
Cereja de Alfândega da Fé chega à alta cozinha do Porto
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cereja de Alfândega da Fé vai chegar aos menus da alta cozinha do Porto, cidade onde foi apresentada a festa que entre 09 e 11 de Junho promove o emblemático produto deste concelho de Bragança. O município escolheu para apresentar o programa da Festa da Cereja o restaurante do chefe de cozinha Marco Gomes, que vai acrescentar ao menu uma nova entrada criada para o almoço de hoje e inspirada nas cerejas colhidas na véspera em Alfândega da Fé. Os bombons de ‘foie gras’ foram uma das novidades de um almoço com a cereja presente em todos os pratos e que passarão a integrar o menu do restaurante “Oficina”, como confirmou o chefe Marco Gomes. A presidente da Câmara de Alfândega da Fé, Berta Nunes, explicou a escolha com o facto de Marco Gomes ser natural do concelho transmontano e porque “tem sido embaixador dos produtos e da gastronomia” tradicionais. O chefe estará presente em Trás-os-Montes para uma demonstração de cozinha durante a feira impulsionada há quase 40 anos pela cereja, mas que www.gazetarural.com
é uma montra de todos os produtos de Alfândega da Fé. A agricultura é o sector com maior peso económico neste concelho e a cereja nem é o que tem mais expressão, mas acabou por vingar depois daquele que é considerado o “pai” da agricultura transmontana, Camilo Mendonça, ter projectado, na década de 1960, para esta zona os pomares deste fruto. O município vai homenagear Camilo Mendonça com a apresentação de um livro sobre o “engenheiro” que impulsionou também o azeite, a amêndoa, castanha, hortícolas, produtos que precedem a cereja em termos de peso económico. A autarca indicou que nos últimos anos novos investimentos estão a permitir aumentar e diversificar as produções e que o propósito é continuar a expandir, embora sem expectativas de criação de emprego, devido à mecanização. Segundo a presidente da câmara falta mão-de-obra na agricultura e sazonalmente, na época das campanhas, é visível a presença de imigrantes, nomeadamente búlgaros, mas também paquistaneses e nepaleses.
Um fenómeno em sentido contrário àquele que leva muitos portugueses, e concretamente desta região, à apanha de cultura em Espanha e França, com contratos sazonais. Tal como acontece com outras culturas, a área de cerejal está a aumentar e algumas das novas plantações devem-se aos quatro jovens agricultores que aceitaram cultivar terras cedidas pela câmara. Os pomares de cereja ocupam 60 hectares e o potencial da produção ronda as 100 toneladas. No fim-de-semana da Festa estão disponíveis para venda cerca de 10 toneladas da cereja e transformados, onde não faltará o salpicão de cereja, compotas, entre outros. Entre os mais de 100 expositores, encontra-se a variedade de produtos do concelho transmontano, assim como tasquinhas com a gastronomia regional, como indicou Ana Duque, responsável pela organização. A animação contempla também espectáculos musicais com nomes como João Pedro Pais e do programa da festa continua a constar o encontro de pastores em homenagem àqueles que são os arquitectos da paisagem. 9
De 9 a 11 de Junho
Constância homenageia Camões nas Pomonas Camonianas
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onstância recebe as XXII Pomonas Camonianas, um grandioso evento cultural, que vai decorrer de 9 a 11 de Junho, que pretende homenagear Camões, a época em que o épico viveu e a sua ligação à vila de Constância. Este concelho à beira Tejo tem com Camões uma muito antiga e arraigada relação de afecto, fundada na plurissecular tradição de que o épico terá vivido na vila durante algum tempo, aqui tendo escrito parte da sua produção poética. Sobre as ruínas que o povo aponta como tendo sido as da casa que o acolheu, foi erguida a Casa-Memória de Camões que visa perpetuar a memória do poeta em Constância e transformar-se, a prazo, num Centro de Estudos Camonianos. Em Constância evocam igualmente o épico Monumento a Camões, do mestre Lagoa Henriques, e o Jardim-Horto Camoniano, desenhado pelo arquitecto Gonçalo Ribeiro Teles, que apresenta a maior parte das plantas referidas por Camões na sua obra e é considerado um dos mais vivos e singulares monumentos erguidos no mundo a um poeta. Todos os anos a 10 de Junho, Dia de Camões, Constância celebra Camões e a sua relação com ele, realizando as Pomonas Camonianas, uma exposição-venda das flores e dos frutos referidos pelo poeta na sua obra (mercado quinhentista), evocando os tempos em que Camões ali terá vivido. São protagonistas os alunos dos estabelecimentos de ensino do concelho, dos jardins-de-infância à escola secundária, que, com a colaboração dos seus professores, dos pais e encarregados de educação, das animadoras e do pessoal não docente, representam figuras da época, animam o mercado, declamam poesia e apresentam danças quinhentistas, numa manifestação festiva de apropriação colectiva da memória de Camões. Paralelamente ao Mercado Quinhentista, integram o programa das XXII Pomonas Camonianas um Cortejo Quinhentista, o VI Festival Hípico de Constância, a Orientação Noturna, Danças Quinhentistas, o Declamões, a Taberna Quinhentista e muita animação. Nos dias 10 e 11 de Junho, a Praça Alexandre Herculano e a Avenida das Forças Armadas, recebem uma grandiosa Feira de Antiguidades e Velharias, que conta com a participação de algumas dezenas de expositores.
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Na Quinta da Boa Vista/ Torreão, de 9 a 11 de Junho
Albergaria-a-Velha volta a ser a capital nacional do Pão
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lbergaria-a-Velha volta a ser a capital do Pão, com a realização do IV Festival Pão de Portugal. O evento, que no ano passado juntou cerca de 30 mil pessoas, vai decorrer na Quinta da Boa Vista/Torreão entre os dias 9 e 11 de Junho. São três dias a experimentar mais de 70 variedades de pão de produtores nacionais, num festival com entrada gratuita e um programa cultural muito diversificado. Entre as variedades de pão que vão ser apresentadas para venda, contam-se os tradicionais pães típicos da região e do País , mas este ano a oferta de pão para celíacos e intolerantes ao glúten vai crescer. Serão apresentados pão quinoa real sem glúten, pão sarraceno sem glúten, pão de alfarroba sem glúten, entre outros. A oferta de pão doce também aumenta. Haverá regueifa doce, pão de Deus e também o desejado pão-de-ló de Ovar. Para acompanhar estas 70 variedades de pão, há expositores com diversos complementos, como compotas, queijos e enchidos. Como vem sendo hábito, o Festival Pão de Portugal vai ter um espaço dedicado ao fabrico de pão, com vários fornos e mesas de trabalho, sendo possível acompanhar a sua confecção, desde a levedação, amassadela e cozedura. Os pães fabricados neste espaço serão distribuídos pelas IPSS do Concelho, que têm o fornecimento de pão assegurado durante três dias. Desde a primeira edição do Festival, as sessões de showcooking são muito procuradas. Mas este ano, além de se poder ver os Chefs a trabalhar, também se vai poder participar na mesa de cozinha e fazer os melhores pratos à base de pão. Os Chefs este ano são a Tia Cátia, presença habitual no canal 24 Kitchen; Cristina Manso Preto, presença habitual
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na RTP1, e Emídio Concha de Almeida. Do Brasil, viajando de propósito para o Festival, são aguardados Claudine e Óscar, proprietários da padaria e mercearia La Panoteca, em Curitiba, que desenvolvem um conceito de “slow food”, fabricando pães com farinhas integrais de trigo, centeio, cevada e milho, feitos com fermento natural, com receitas inspiradas em receitas portuguesas e uruguaias. Os mais novos também podem fazer pão através de sessões de showcooking. Para além destas sessões, que são gratuitas, estão agendadas apresentações de livros e conversas à volta do pão, com destaque para a antropóloga francesa Mouette Barboff, que vem apresentar “Pão das Mulheres”, obra ímpar sobre o fabrico do pão nas décadas de 1980 e 1990, em três zonas distintas do País: Alentejo, Serra da Estrela e Alto Minho. Relativamente à programação cultural do Festival Pão de Portugal, a edição
deste ano também dá um salto, com o concerto de sábado à noite de Júlio Pereira. Estão ainda a ser preparados espectáculos de dança, teatro, e diversas animações musicais com grupos locais. O Festival de Cinema Do Pão é outros dos atractivos. Os filmes seleccionados para o certame serão exibidos durante o evento. O Do Pão é uma parceria entre o Município e o Cine-Clube de Avanca. Na Biblioteca Municipal, ao lado da Quinta da Boa Vista, vai estar em exposição “Maruxa”, uma mostra de Ilustração, de Mafalda Milhões. O Festival promove ainda visitas guiadas à Rota dos Moinhos, com um programa gastronómico diversificado e passeios pela natureza, em torno dos moinhos. O Trail Rota dos Moinhos – “Comigo ninguém faz farinha!” é outras das acções do certame, bem como a Parada da Primavera, um desfile temático e colorido, com as crianças do pré-escolar e 1.º Ciclo, em desfile pelas ruas da cidade.
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Em Viseu, de 11 de Agosto a 17 de Setembro,
Edição 625 da Feira de São Mateus com “cartaz de luxo”
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cartaz principal da 625.ª Feira de São Mateus, que se realiza de 11 de Agosto a 17 de Setembro, em Viseu, integra 16 bandas e artistas e tem uma “marca forte da lusofonia”, anunciou hoje a organização. A Viseu Marca, entidade que organiza a Feira de S. Mateus, divulgou os cinco nomes que faltavam para completar o que considera ser “um cartaz de luxo para um ano especial”, nomeadamente Matias Damásio, Dengaz, Nelson Freitas, José Cid e Resistência. O cantor e compositor angolano Matias Damásio é a voz dos hits “Loucos” e “I Wanna Be Your Hero” e terá à sua responsabilidade o concerto no “Dia Solidário” dedicado aos Bombeiros Voluntários de Viseu. Também em tons e ritmos africanos, Nelson Freitas estreia-se na Feira, prometendo hinos como “Miúda Linda” e “Break of Dawn”. O português Dengaz regressa ao palco da Feira de São Mateus com um novo álbum de originais, um ano depois de enchente de fãs em Viseu, Em ano de aniversário redondo, mais dois clássicos são garantidos no cartaz de 2017. O homem do rock português, José Cid, levará o público numa viagem por grandes e reconhecidos sucessos, em Dia Solidário dedicado às Confe12
rências de São Vicente de Paulo. Por outro lado, a banda histórica dos anos 90 “Resistência”, faz uma paragem em Viseu, a 16 de Setembro, nos seus 25 anos de carreira, em vésperas do cair do pano no certame. As presenças agora confirmadas juntam a Seu Jorge (12 Agosto), AGIR (14 Agosto), Marco Paulo (15 Agosto), Diogo Piçarra (18 Agosto), Paula Fernandes (19 Agosto), Pedro Abrunhosa (25 Agosto), AUREA (26 Agosto), Paulo de Carvalho (2 Setembro), Cuca Roseta (6 Setembro), HMB (8 Setembro) e David Carreira (15 Setembro). “Há estreias imperdíveis, de nomes que nunca pisaram o palco em Viseu, há grandes clássicos e há uma marca indelével da lusofonia”, frisou o gestor da Viseu Marca, Jorge Sobrado. Segundo o responsável, houve uma aposta na “música cantada em português, mas em diferentes continentes”. No “Ano oficial para visitar Viseu”, a organização quis apresentar para o verão “uma proposta renovada e mais atractiva” não só para residentes e turistas, mas também para quem vive na região, explicou. Nesse âmbito, foram instituídos seis “domingos francos”, com entradas gratuitas, para a edição comemorati-
va dos 625 anos da feira. “É um piscar de olhos ao público da região”, que privilegia visitar a feira ao domingo e, assim, o poderá fazer “em condições de especial acessibilidade”, justificou Jorge Sobrado. Segundo o gestor da Viseu Marca, estes “domingos francos” foram uma resposta a um desafio lançado pelo presidente da Câmara de Viseu, Almeida Henriques, atendendo ao caráter histórico da Feira de S. Mateus, que é “a mais antiga feira franca viva da Península Ibérica”. Jorge Sobrado realçou que a entrada livre ao domingo favorece os resultados da feira em termos de crescimento de público e também é vantajosa para quem nela faz negócios. A mais de dois meses do início da feira, só cinco por cento dos espaços para comércio não estão atribuídos, embora já haja candidatos, acrescentou. O presidente da Viseu Marca, João Cotta, sublinhou “o investimento elevado” que o município tem feito na modernização e requalificação” do recinto onde se realiza a feira, o Campo de Viriato, o que qualificou o evento. “Havia pessoas que estavam desligadas da feira e retomaram essa ligação”, afirmou. www.gazetarural.com
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Com os produtores e comercializadores preocupados
Sever do Vouga prepara X Feira Nacional do Mirtilo
A
Câmara de Sever do Vouga prepara a X Feira Nacional do Mirtilo, que vai decorrer de 29 de Junho a 2 de Julho. Sob o lema ’10 anos, 10 sabores’, o evento, de entrada gratuita, realiza-se no Parque Urbano da vila e promete levar milhares de visitantes à Capital do Mirtilo ao longo dos quatro dias. O certame inclui uma componente direccionada para o visitante profissional, com uma área de expositores ligados à fileira e palestras técnicas, e uma componente lúdica, composta por actividades direccionadas a toda a família, nomeadamente animação musical, animação para os mais novos, viagens em comboio turístico, visitas a plantações de mirtilos, apanha do mirtilo, showcookings, entre muitas outras actividades previstas no programa do certame. 14
“Preço da fruta no mercado internacional não está famoso” A menos de um mês da realização da Feira Nacional do Mirtilo, há preocupações entre os produtores e comercializadores e as razões são distintas, mas resultam num mesmo problema. A juntar aos estragos provocados pelo granizo de Abril, junta-se agora a questão do preço nos mercados internacionais, bastante baixos, bem como o excesso de oferta de fruta. “Os preços da fruta no mercado internacional não estão famosos”, diz o presidente da Cooperativa Bagas de Portugal. Paulo Lúcio diz mesmo que “estão escandalosamente baixos, em relação, por exemplo, ao ano passado”. O dirigente diz que “vamos ter muita fruta, de boa qualidade, que está a chegar no tempo certo, ape-
sar do problema do granizo, mas que foi localizado, mas os preços estão a atrapalhar”. O que acontece, salienta o presidente da Bagas de Portugal, “é que o mercado internacional está inundado de fruta”, dando como exemplo a última semana de Maio, “em que não houve exportação para França, porque o mercado estava cheio de fruta, e isto já não é uma questão de preço”. As razões têm a ver com múltiplos factores internacionais. “O ano passado tivemos um atraso no início da produção de cerca de um mês, o que está a suceder nalguns países”, mas , “nesta altura estamos a lidar com muitos mais países produtores, mais players no mercado”, diz Paulo Lúcio, sustentando a necessidade de “trabalhar mais cientificamente com as variedades, alargando a época de produção, indo para www.gazetarural.com
aquelas que são mais rentáveis. Por exemplo, o ano passado, quem tivesse fruta em Maio estava a ganhar muito dinheiro, este ano acontece o inverso e está a perder dinheiro”. Tudo isto está já a reflectir-se nos produtores, que “vão receber menos pelo fruto, com margem de ganho menor e, naturalmente, com menos dinheiro para poder investir na minha exploração, refere Paulo Lúcio, referindo que para alguns produtores “será mesmo uma questão de sobrevivência”, uma situação “que prejudica todos os produtores”. “Nos pomares afectados pelo granizo 60% de fruta é considerada ‘lixo’” O presidente da Mirtilusa foi um dos produtores mais afectados pelo granizo de Abril que dizimou muitos pomares de mirtilo. José Sousa “estava a prever ter uma produção a rondar as oito toneladas, mas se conseguir duas tonewww.gazetarural.com
ladas e meia será muito bom”, lamenta o dirigente, que foi, provavelmente, “um dos produtores do concelho mais afectado pelo granizo, como outros que têm as suas plantações nas zonas de Paradela, Nogueira e Penouços”. José Sousa diz que “este ano haverá uma quebra acentuada de quantidade de fruto comercializado pela Mirtilusa”. É que o início da campanha “está a ser difícil”, referiu, salientando que “em relação ao preço, ainda não se pode dizer nada”. Para já, diz o dirigente, “os produtores estão com algumas dificuldades em fazer a colheita, dado que há muito fruto picado nas plantas, por causa do granizo. O que nos chega é que as plantações que foram afectadas pelo granizo é que há cerca de 60% de fruta que é considerada ‘lixo’, aproveitando-se os restantes 40%”. “ Segundo o dirigente da Mirtilusa, o fruto ‘impróprio’ para comercialização pode ir para a indústria “se houver quem o compre, o que duvido que
aconteça”, ou ficar nas plantas, porque “ao preço que é pago não justifica a apanha”. Apoios não chegaram Após o dia fatídico de 19 de Abril, em que o granizo dizimou vários pomares, a autarquia reuniu com os produtores afectados e foi feito um levantamento exaustivo dos prejuízos causados, mas as esperanças de serem ressarcidos caíram por terra. “A informação que temos é que não haverá ajudas nenhumas, nem do estado nem do município, porque, diz-se agora, havia seguro de colheitas”, diz o presidente da Mirtilusa, que alega não ter conhecimento da sua existência. José Sousa deixa críticas às entidades ligadas ao sector, como a Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Centro e a AGIM, pois “se tinham conhecimento da sua existência deveriam ter informado a Mirtilusa e outras entidades comercializadoras”. 15
Entre os dias 10 e 18 de Junho
Santarém recebe Feira Nacional de Agricultura sob o tema “Cereais de Portugal”
A
54ª Feira Nacional de Agricultura/64ª Feira do Ribatejo, que decorre em Santarém entre 10 e 18 de Junho, tem como tema “Cereais de Portugal”. O palco da festa da Agricultura será, uma vez mais, o Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas (CNEMA), que irá receber, durante nove dias, a maior e mais antiga feira do sector agrícola. A Feira Nacional de Agricultura (FNA) oferece inúmeros motivos para uma visita de lazer ou de negócio, para as famílias, que procuram descontracção e animação, num evento que pontua pela qualidade da gastronomia e do artesanato, pela oportunidade de contacto directo com animais e pelos variados espectáculos ao vivo, sendo também uma excelente local para os visitantes adquirirem produtos alimentares de todas as regiões do país; para os profissionais que pretendem estabelecer negócios e parcerias a Feira é o mais importante ponto de encontro do sector agrícola nacional, indispensável a quem pretende trocar experiências, debater problemas ou reflectir sobre o futuro. A programação da FNA de 2017 é a mais completa e ambiciosa de sempre, prevendo-se uma adesão de mais de 200 mil visitantes e 40 mil profissionais. As grandes questões relativas à agricultura nacional e internacional vão estar em discussão através de um 16
conjunto de 30 seminários e colóquios técnicos, denominados “Conversas de Agricultura”. Estes debates decorrem principalmente nos dias úteis e reúnem no mesmo espaço profissionais e oradores de prestígio nacional e internacional, contam com representações internacionais, organizações de agricultores europeias, eurodeputados e técnicos estrangeiros. Recorde-se que em 2016 a área de debate e discussão dos principais temas agrícolas contou com a presença de mais de 6.000 pessoas. Nesta edição da Feira, vão estar em destaque na Nave A, os vencedores dos Concursos Nacionais de Produtos Portugueses, realizados desde o início de 2017. Pão, broas, empadas, gelados, folares, doçaria conventual e tradicional portuguesa, enchidos, licores, carnes, ervas aromáticas, azeitonas, azeites, vinagres, mel, vinhos, entre muitos outros, são alguns dos produtos em concurso que vão estar em exposição para dar a conhecer o que de melhor se produz em Portugal. Os Concursos Nacionais cumprem uma dupla funcionalidade, estimulando concorrência e promovendo a competitividade entre os concorrentes, e disponibilizando aos consumidores uma forma de reconhecimento da qualidade dos produtos com denominação de origem. Cumprindo o objectivo de premiar,
promover, valorizar e divulgar a qualidade, especificidade e a diversidade dos produtos portugueses, a Feira vai ser palco das cerimónias de entrega de prémios dos vários Concursos. O Salão Prazer de Provar reúne no mesmo espaço vários produtos de grande qualidade como azeites, queijos, enchidos, méis, compotas, frutas, entre outros bens alimentares. Paralelamente decorrem “Provas na Cozinha” com mostras e degustações de produtos ou harmonizações entre Vinhos/Azeites, entre outras actividades, uma forma do consumidor tomar conhecimento e experimentar produtos já confeccionados nem sempre de fácil acesso. Os visitantes da Feira Nacional de Agricultura poderão saborear os melhores produtos portugueses. Participam na Feira diversos restaurantes de carnes de raças autóctones e tasquinhas regionais promovidas por associações e colectividades do concelho de Santarém. O evento conta ainda com a participação de expositores que irão colocar à disposição do público queijos, enchidos, doces tradicionais, entre outros. Durante a FNA de 2017 haverá largadas e corridas de toiros, concursos equestres, sessões de Karaoke, espectáculos de dança e concertos vários com cabeças de cartaz como Richie Campbell, David Antunes & The Midnight Band, Ana Moura e Ana Carolina. www.gazetarural.com
De 9 a 11 de Junho, na Expolima
Festa do Vinho Verde e dos Produtos Regionais anima Ponte de Lima
P
onte de Lima promove de 9 e 11 de Junho a XXVII Festa do Vinho Verde e dos Produtos Regionais, o ex-libris da identidade do concelho e da região. Este certame vem-se assumindo cada vez mais como uma marca gastronómica de índole nacional e como um dos principais atractivos regionais. Ponte de Lima é um dos locais de mais significativa expressão deste tipo de património. A Festa, verdadeira alavanca para a promoção e divulgação do melhor que o mundo rural, pretende ser uma mostra da dinâmica do sector vinícola e do turismo enogastronómico. Se a cozinha limiana é apreciada nos quatro cantos do mundo, o Vinho Verde é reconhecido como único no planeta. A Festa do Vinho Verde e dos Produtos Regionais de Ponte de Lima é organizada pelo Município de Ponte de Lima, em parceria COM a Escola Profissional de Agricultura e Desenvolvimento Rural de Ponte de Lima e a Escola Superior Agrária de Ponte de Lima do Instituto Politécnico de Viana Castelo.
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Dão Primores premiou colheitas de 2016
Touriga Nacional da CM Wines é o “Grande Vinho do Dão”
A
CM Wines, da sub-região de Silgueiros, voltou a obter o galardão do “Grande Vinho do Dão”, com um monocasta Touriga Nacional. O vencedor foi conhecido durante o Dão Primores, evento que a Comissão Vitivinícola Regional do Dão (CVRD) realizou pelo sétimo ano consecutivo, que integrou a cerimónia de entrega de prémios do Concurso “Os Melhores Vinhos do Dão no Produtor – Dão Primores” colheita 2016. A Touriga Nacional, nos tintos, e o Encruzado, nos brancos, foram as castas mais premiadas. Os vinhos a concurso foram avalia-
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dos por um júri composto pelo plenário da Câmara de Provadores da CVR do Dão. Este ano, na categoria de vinhos brancos foram atribuídos seis diplomas Ouro e oito diplomas Prata. Na categoria de rosados houve três diplomas ouro e um diploma Prata e, na categoria de tintos, foram entregues 39 diplomas Ouro e um diploma Prata. Faz ainda parte do regulamento do concurso, dentro dos cinco vinhos com Diploma Ouro mais pontuados, seleccionar o Grande Vinho do Dão, este ano foi atribuído ao produtor CM Wines, com um vinho tinto da casta Touriga Nacional.
Participaram no concurso 46 produtores com um total de 195 amostras de vinhos brancos, rosados e tintos. Foram atribuídos prémios a 30% das amostras a Concurso. A Declaração de Vindima 2016 foi da responsabilidade do Viticólogo João Porto, que apresentou o ano vitícola e do Enólogo Carlos Lucas, que apresentou o perfil geral dos vinhos da colheita de 2016. Os profissionais do sector e os convidados tiveram a oportunidade de provar cerca de 160 vinhos (vinhos tintos, brancos e rosados) de 32 produtores inscritos no evento.
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PRODUTOR
LV CONCURSO "OS MELHORES VINHOS DO DÃO NO PRODUTOR" DÃO PRIMORES COLHEITA 2016 CATEGORIA
ESPÉCIE
Casta
Litros
CM Wines Sociedade Vinícola, Lda
Pindelo de Silgueiros - Viseu
IV
TINTO
TOURIGA-NACIONAL
5000
Adega Cooperativa de Penalva do Castelo, CRL
Penalva do Castelo
IV
TINTO
TINTA-RORIZ
15000
Adega Cooperativa de Silgueiros, CRL
Loureiro de Silgueiros
IV
TINTO
TOURIGA-NACIONAL
4000
Adega Cooperativa de Silgueiros, CRL
Loureiro de Silgueiros
IV
TINTO
TOURIGA-NACIONAL
5000
Adega Cooperativa de Silgueiros, CRL
Loureiro de Silgueiros
IV
TINTO
TOURIGA-NACIONAL
20000
Adega Cooperativa de Silgueiros, CRL
Loureiro de Silgueiros
IV
TINTO
TOURIGA-NACIONAL
20000
Adega Cooperativa de Silgueiros, CRL
Loureiro de Silgueiros
IV
TINTO
TOURIGA-NACIONAL
20000
António Silva Viana
Vila Nova de Tazem
IV
TINTO
TOURIGA-NACIONAL
Global Wines, S.A.
Carregal do Sal
II
TINTO
Global Wines, S.A.
Carregal do Sal
II
TINTO
Jaime de Almeida Barros, Lda
Sabugosa - Tondela
IV
TINTO
Jaime de Almeida Barros, Lda
Sabugosa - Tondela
II
TINTO
Madre de Água, Lda
Vinhó - Gouveia
IV
TINTO
TOURIGA-NACIONAL
2250
Maria de Fátima Teixeira Ribeiro Silva
S.João de Lourosa-Viseu
IV
TINTO
TOURIGA-NACIONAL
5000
O Abrigo da Passarela, Lda
Passarela - Gouveia
IV
TINTO
TOURIGA-NACIONAL
3000
O Abrigo da Passarela, Lda
Passarela - Gouveia
IV
TINTO
TOURIGA-NACIONAL
3600
O Abrigo da Passarela, Lda
Passarela - Gouveia
IV
TINTO
TOURIGA-NACIONAL
7200
Peter Eckert Vinhos, Lda
Oliveira do Conde - Carregal do Sal
IV
TINTO
TOURIGA-NACIONAL
11025
Quinta da Fata - Agricultura e Turismo, Lda
Vilar Seco - Nelas
IV
TINTO
TOURIGA-NACIONAL
2500
Quinta da Fata - Agricultura e Turismo, Lda
Vilar Seco - Nelas
IV
TINTO
TOURIGA-NACIONAL
3000
Quinta de Lemos, S.A.
Passos de Silgueiros - Viseu
IV
TINTO
TOURIGA-NACIONAL
3000
Quinta de Lemos, S.A.
Passos de Silgueiros - Viseu
IV
TINTO
TOURIGA-NACIONAL
Quinta de Lemos, S.A.
Passos de Silgueiros - Viseu
II
TINTO
Quinta de Lemos, S.A.
Passos de Silgueiros - Viseu
IV
TINTO
Quinta de Lemos, S.A.
Passos de Silgueiros - Viseu
II
TINTO
3000
Quinta do Vale do Cesto, Lda
Lageosa - Oliveira do Hospital
II
TINTO
2250
Quinta do Vale do Cesto, Lda
Lageosa - Oliveira do Hospital
II
TINTO
Rosa Maria Pereira Albuquerque Silva
Silvã de Cima - Sátão
IV
TINTO
ALFROCHEIRO
4000
Sociedade Agrícola Boas Quintas, Lda
Mortágua
IV
TINTO
TOURIGA-NACIONAL
15000
Sociedade Agrícola de Santar, S.A.
Santar - Nelas
II
TINTO
Sociedade dos Vinhos Borges,Lda
Aguieira - Nelas
IV
TINTO
TOURIGA-NACIONAL
10700
Soito Wines, Lda
Tibalde - Mangualde
IV
TINTO
TOURIGA-NACIONAL
1500
Soito Wines, Lda
Tibalde - Mangualde
IV
TINTO
TOURIGA-NACIONAL
1500
Soito Wines, Lda
Tibalde - Mangualde
IV
TINTO
TOURIGA-NACIONAL
1500
Soito Wines, Lda
Tibalde - Mangualde
IV
TINTO
TOURIGA-NACIONAL
Soito Wines, Lda
Tibalde - Mangualde
IV
TINTO
ALFROCHEIRO
Soito Wines, Lda
Tibalde - Mangualde
II
TINTO
Vinícola de Nelas, S.A.
Areal - Nelas
II
TINTO
Vinícola de Nelas, S.A.
Areal - Nelas
IV
TINTO
TOURIGA-NACIONAL
8000
Carlos Pedro Barahona Pais de Brito
Vilar Seco - Nelas
IV
TINTO
ALFROCHEIRO
5000
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ADEGA
Página 1 de 2
5000 4500 2925
TOURIGA-NACIONAL
1500 3000
3000 3000
TOURIGA-NACIONAL
3000
2125
2250
1500 1500 4000 8000
DIPLOMA
GRANDE VINHO DO DÃO OURO OURO OURO OURO OURO OURO OURO OURO OURO OURO OURO OURO OURO OURO OURO OURO OURO OURO OURO OURO OURO OURO OURO OURO OURO OURO OURO OURO OURO OURO OURO OURO OURO OURO OURO OURO OURO OURO PRATA
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Até cerca de 80 milhões de euros
Governo duplica apoios à reestruturação da vinha
O
Governo decidiu duplicar o apoio à reestruturação e reconversão da vinha permitindo que sejam contempladas, em 2017, candidaturas até cerca de 80 milhões de euros. O ministro da Agricultura afirmou que este valor, que duplica o concurso já aberto, no montante de 40 milhões de euros, anunciado no parlamento, irá contemplar praticamente todas as mais de 2.800 candidaturas apresentadas, abrangendo cerca de 5.100 hectares de vinhas. “Iremos assim dar um contributo muito importante para que a reestruturação da vinha em Portugal acelere, para que os excelentes vinhos portugueses, que todos os dias ganham prémios em mercados internacionais, se afirmem cada vez mais”, o que é uma “boa notícia para os viticultores portugueses”, referiu Luís Capoulas Santos. O governante adiantou que a medida VITIS, Regime de Apoio à Reestruturação e Reconversão da Vinha, foi, “provavelmente, o programa europeu que melhor sucesso teve em Portugal”, salientando o “orgulho” por ter estado ligado ao seu lançamento, há 15 ou 16 anos. “É um programa que fez muito por aquilo que é o sector da vinha em Portugal, porque permite, de uma forma muito simples e com apoios financeiros muito generosos, reestruturar as antigas vinhas por novas, bem localizadas, com as castas mais adequadas, enfim, com todos os requisitos técnicos que a nova vitivinicultura exige”, declarou.
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Alerta o presidente do Crédito Agrícola do Vale do Dão e Alto Vouga
“A desertificação do interior é um problema sobre o qual os autarcas terão que se debruçar”
O
Crédito Agrícola é uma instituição que tem apostado na proximidade com as populações, sendo hoje um banco, pois de tal se trata, que merece a confiança dos seus depositantes. A Caixa de Crédito Agrícola do Vale do Dão e Alto Vouga (CAVDAV), que abrande os concelhos de Mangualde, Penalva do Castelo, Sátão e Vila Nova de Paiva, está nesse patamar e é um parceiro no desenvolvimento destes quatros municípios. Vítor Gomes, presidente do Conselho de Administração da CAVDAV, em conversa com a Gazeta Rural, sublinha o papel da instituição no mercado em que está inserida, mas não deixa de deixar alguns alertas, nomeadamente para a desertificação do interior e para a falta de projectos que possam ser aprovados e apoiados. Também por isso, “temos 22
imensa dificuldade em vender dinheiro e transformá-lo em crédito”, afirma. Gazeta Rural (GR): A Caixa de Crédito Agrícola do Vale do Dão e Alto Vouga é uma referência na região e uma instituição consolidada? Vítor Gomes (VG): Sim. Tem um papel preponderante no mercado em que está inserida, goza de autonomia e está vocacionada para o apoio do desenvolvimento da sua região e dos mercados locais. Estamos empenhados, tal como os autarcas, na fixação de pessoas no território e queremos também ajudar a combater a desertificação que vai pelo interior. Exemplo disso é a nossa parceria com a Comunidade Intermunicipal Viseu Dão Lafões, nomeadamente no
apoio e fixação de empreendedores na região. Os nossos rácios são confortáveis, sólidos e acima dos mínimos exigidos pelas autoridades de supervisão, patentes no nosso último relatório e contas. A nível do Grupo Crédito Agrícola a Caixa do Vale do Dão e Alto Vouga, num universo de 82, ocupa 34ª posição em termos de dimensão. Os capitais próprios são cerca de 19 milhões de euros e temos um rácio de solvabilidade de 37,6%, muito acima do exigido. A margem financeira, por força das circunstâncias do mercado, tem quebrado bastante, mas temos tido contrapartidas noutros produtos, como na área dos seguros, onde se destacam as nossas duas Seguradoras dos ramos Vida e Não Vida, que têm tido prémios nacionais de desempenho, tal como o Grupo Crédito Agrícola, patente www.gazetarural.com
no Prémio “5 Estrelas” no “Melhor Atendimento de Clientes Bancários”, pelo terceiro ano consecutivo. A Seguradora do Ramo Vida foi a primeira no ranking da melhor seguradora, na sua dimensão, entre muitos outros prémios que o Grupo tem conseguido. Por tudo isso, a Caixa de Crédito Agrícola do Vale do Dão e Alto Vouga respira confiança, é um pilar fundamental na nossa sociedade, um banco de confiança e estamos disponíveis para apoiar os nossos associados e clientes nas suas candidaturas ao Quadro Comunitário 2020. Para o efeito temos uma parceria com a Associação de Jovens Agricultores de Portugal (AJAP) para a elaboração gratuita de candidaturas, a parceria com a CIM Viseu Dão Lafões, somos parceiros da Associação de Desenvolvimento do Dão (ADD), desde a sua fundação, e temos também parcerias com algumas Agrupamentos de Escolas da nossa área de influência, mas também do vizinho concelho de Viseu, onde instituímos o prémio “Aluno Excelência do Crédito Agrícola”, em que premiamos os melhores alunos pelo seu desempenho académico e comportamental ao longo do ano escolar. A tudo isto poderemos juntar o patrocínio que damos, juntamente com alguns municípios, no apoio aos produtos endógenos da nossa terra, como concursos de vinho, promoção do queijo Serra da Estrela e da maçã Bravo de Esmolfe. Em resumo, diria que somos um parceiro no desenvolvimento local. A nível internacional temos feitos algumas parcerias com emigrantes portugueses que estão estabelecidos na França (Paris) e na Suíça, através dos nossos escritórios locais, onde temos procurado criar intercâmbios entre exportadores portugueses e importadores nesses mercados, de modo a desenvolver as nossas empresas e a fomentar a exportação de produtos portugueses.
por melhores acessos que tenham, por melhor que seja a rede de água e saneamento, se não houver pessoas isso não serve para nada. O Crédito Agrícola também sente essa preocupação. Onde não é possível rentabilizar uma agência, a máquina faz alguns serviços e evita deslocações a um balcão. Nas aldeias onde fechámos balcões mantivemos as ATMs, de forma a termos uma presença mais próxima junto dessas comunidades. Na nossa área de intervenção não tivemos despedimento de pessoal e a nível nacional o Crédito Agrícola tem procurando manter a sua rede de agências, algumas abertas em locais onde outros fecharam, e pela primeira estendemo-nos ao mercado da Madeira, que tem sido um êxito enorme. Neste âmbito, tem havido contacto entre as entidades locais e a Caixa Central no sentido de alargar a rede de balcões naquela região, num sinal de proximidade, mas também de aposta no desenvolvimento local. Somos uma instituição de crédito que não procura só o lucro. O nosso objectivo é ter resultados positivos, sendo que parte deles são canalizados para actividades sociais e para o desenvolvimento local. GR: A desertificação de que fala também se sente nos pedidos de elaboração de projectos para o sector primário? VG: Sim, bastante. Como disse, fazemos parte, desde a sua fundação, da ADD, por onde têm passado alguns projectos e temos notado que as candidaturas, neste quadro comunitário,
são em menor número, não sei se devido à burocracia ou se por desmotivação das pessoas. A nível investimentos no sector, na nossa área de intervenção, infelizmente não vejo grande crescimento, não vejo grandes projectos e não vejo novidades. Continuamos, nalguns casos, com muito sucesso no mercado do vinho, temos alguma expectativa nos pequenos frutos, mas tirando isso não há mais nenhum sector que se destaque. Há alguma expectativa para a floresta, mas vamos ver como as novas medidas serão implementadas, no sentido de fomentar a plantação do pinheiro em detrimento do eucalipto. GR: Numa sua intervenção recente, afirmou que o Crédito Agrícola tinha muitos depósitos a prazo e não havia recurso a crédito. Essa situação mantem-se? VG: Sim, infelizmente. Na nossa região é uma situação transversal, não só na nossa área de intervenção, mas noutros concelhos limítrofes. O Crédito Agrícola tem tido excedentes de liquidez, por força da confiança que os depositantes têm na nossa instituição, mas preferem ter dinheiro disponível a uma taxa simbólica. Temos imensa dificuldade em vender esse dinheiro e transformá-lo em crédito. Não têm aparecido operações que sejam viáveis, porque não nos interessa só a garantia, mas o que nos importa é a viabilidade dos projectos, que criem riqueza para o promotor, que lhe permitam pagar os empréstimos que contraíram. Têm sido muito poucos os que aparecem.
GR: Quando vemos outras instituições bancárias a encerrar balcões, o Crédito Agrícola mantem a aposta de proximidade com os seus clientes e com as populações, assumindo-se como um motor de desenvolvimento local? VG: Nós também já fechámos duas agências na nossa área de intervenção, porque o problema é a falta de pessoas. A desertificação do interior é um facto e um problema sobre o qual os nossos autarcas terão que se debruçar seriamente. É um desafio que tenho lançado a alguns deles, para que olhem para os seus concelhos e se preocupam com o facto de terem cada vez menos gente, porque www.gazetarural.com
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Por estudantes de mestrado da Faculdade de Ciências de Coimbra
Produto alimentar de fruta e algas 100% natural criado em Coimbra
U
m produto alimentar eco-inovador, combinando medronhos, amoras silvestres e algas, foi produzido por uma equipa de estudantes de mestrado da Faculdade de Ciências de Coimbra, com a colaboração da Escola Superior Agrária de Coimbra. Semelhante a uma gelatina com polpa, o novo produto alimentar, denominado ‘gratô’, é 100% natural, sublinham os seus criadores, uma equipa de alunos do mestrado em biodiversidade e biotecnologia vegetal da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC). A ideia de criar “um novo produto alimentar que pudesse ser ingerido por todos - crianças e adultos, intolerantes à lactose e ao glúten, vegetarianos, diabéticos, etc. -, surgiu num ‘roadshow’ realizado no âmbito de uma parceria entre a Universidade de Coimbra (UC) e a PortugalFoods, promovida pelo gabinete do vice-reitor para a investigação e inovação, Amílcar Falcão”, refere uma nota da UC. O ‘gratô’ consiste num “combinado de fruta e algas 100% natural e de origem vegetal”, salientam Daniela Pedrosa, Isabel Cardoso e Nádia Correia, as es24
tudantes envolvidas no projecto. “O medronho é o ingrediente principal porque queremos promover o consumo deste fruto, com muito potencial, mas pouco explorado além dos licores. Contém também amora silvestre e algas marinhas, nomeadamente grateloupia turuturu e undaria pinnatifida (vulgarmente conhecida como wakame)”, descrevem as mestrandas, citadas pela UC. “A introdução das algas no combinado é uma mais-valia relevante do ponto de vista nutricional porque são muito ricas em iodo (essencial para o desenvolvimento cognitivo em crianças) e em fibras alimentares”, salientam. As autoras do ‘gratô’ adiantam ainda que querem promover uma alimentação saudável e, por isso, o combinado “não tem na sua composição açúcares refinados, tem apenas o açúcar natural das frutas e uma pequena porção de stevia (adoçante natural)”. Para a produção do novo combinado alimentar, as estudantes contaram com a orientação dos professores Leonel Pereira, especialista da FCTUC em macroalgas marinhas, que conduziu a escolha, identificação e reco-
lha das algas, e de Goreti Botelho, da Escola Superior Agrária de Coimbra (ESAC), que guiou todas as etapas da confecção. O ‘gratô’, em fase de protótipo, já foi apresentado numa feira agroalimentar e a reacção dos consumidores que experimentaram “foi extremamente positiva, incentivando-nos a colocar o produto no mercado”, referem as alunas da FCTUC, revelando que já estão “em contacto com algumas empresas do sector”, que manifestam interesse em comercializar o produto. Falta ainda, no entanto, “realizar mais testes, mas, se tudo correr como previsto, o ‘gratô’ poderá estar na mesa dos portugueses dentro de um ano”, prevêem. As estudantes disputaram a final nacional do Ecotrophelia, um concurso de âmbito internacional promovido pela PortugalFoods e Federação das Indústrias Portuguesas Agro Alimentares (FIPA), para “premiar a inovação do meio académico no sector agroalimentar”. Se o projecto vencer a final nacional, o ‘gratô’ será apresentado na Ecotrophelia Europa 2017, que decorre em 21 e 22 de Novembro em Londres. www.gazetarural.com
Final nacional vai decorrer em Setembro
Projecto “Almond Power” disputa a final do Poliempreende em Bragança
O
projecto “Almond Power”, da Escola Superior Agrária de Viseu (ESAV) foi o vencedor da fase regional do Poliempreende do Instituto Politécnico de Viseu (IPV). O júri regional escolheu o vencedor entre os nove planos de negócio que foram a concurso, após a submissão na plataforma de 27 ideias de negócio. Na sessão realizada na biblioteca da Escola Superior de Tecnologia de Viseu (ESTGV) o júri pôde apreciar e complementar a análise realizada às diferentes candidaturas e chegar a um consenso acerca das três melhores ideias de negócio que se apresentaram nesta edição. Da análise das ideias de cada equipa, e com base na apresentação que estas efectuaram, o júri seleccionou as três melhores ideias apresentadas a concurso este ano, que obtiveram o prémio previsto no regulamento. O primeiro prémio foi para o projecto Almond Power (ESAV); o segundo foi para
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o Cynarvest Flower (ESAV); e o terceiro para UPSPOT System (ESTGV). O júri do concurso regional foi constituído por Carlos Rua, em representação do presidente do IPV; Rui Almeida, em representação da Associação Empresarial da Região de Viseu (AIRV); João Paulo Marmeleiro, em representação da Caixa Geral de Depósitos (CGD), Luís Tavares, em representação do IAPMEI, e André Ferreira, em representação da JEEC-NA – Jovens Empresários e Empreendedores Católicos. A equipa classificada em primeiro lugar, “Almond Power”, constituída por Márcia Cristina Félix, aluna da ESAV, Tiago Ribeiro, diplomado do IP de Bragança, e pelo docente António Pinto e o técnico superior Rui Coutinho, ambos da ESAV, irá representar o IPV em Setembro próximo no concurso nacional do XIV Poliempreende, a disputar entre os vencedores de cada um dos institutos politécnicos do país e que este ano se realizará em Bragança, organizado
pelo IPB. O Poliempreende é um concurso de ideias e de planos de negócios enraizado no carácter eminentemente prático e profissionalizante da formação ministrada nos 15 institutos politécnicos do país, nas escolas superiores não integradas e nas escolas politécnicas das universidades de Aveiro e do Algarve, que compreende um universo de mais de 100.000 alunos e 7.000 docentes. O concurso tem uma componente regional e outra nacional. A nível regional, cada instituto politécnico promove um conjunto de iniciativas que culminam com a atribuição de prémios aos três melhores projectos apresentados. Os vencedores em cada instituição são, posteriormente, submetidos à apreciação de um júri que irá escolher os três melhores projectos nacionais. A coordenação nacional do Poliempreende é rotativa, estando a XIV edição do concurso, de 2017, a cargo do Politécnico de Bragança.
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Entidades de Vinhais falam em “estado de calamidade”
Infestação da vespa do castanheiro “está a atingir proporções muito grandes”
A
Câmara de Vinhais e os partidos da oposição pediram a intervenção do Governo face à “calamidade” causada pela infestação da vespa-das-galhas-do-castanheiro naquele que o um dos maiores produtores de castanha de Portugal. O executivo da Câmara de Vinhais pediu ao Governo uma actuação conjunta para combater a praga e apoio aos produtores para os prejuízos económicos, enquanto a oposição reclama que seja declarado o “estado de calamidade”. Vinhais é responsável por dez das cerca de 40 mil toneladas de produção nacional de castanha que equivalem a uma facturação anual “entre 15 a 20 milhões de euros” neste concelho do distrito de Bragança. As entidades locais temem consequências idênticas às registadas noutros produtores europeus onde esta praga arrasou 80% da produção de castanha. O vice-presidente da Câmara, Luís Fernandes, disse que a infestação “está a atingir proporções muito grandes, sobretudos nas aldeias da zona da Lomba”. “Tem surgido em muita quantidade e já se espalhou por todos os soutos, mesmo nos castanheiros bravos e nos mais antigos”, contou. As entidades locais ainda estão a fazer o levantamento das zonas afectadas, mas só “na zona da Lomba foram contabilizados dois mil castanheiros contaminados”, de acordo com o autarca. 26
A presença da vespa-das-galhas-do-castanheiro, que reduz o crescimento dos ramos e a frutificação, já foi detectada nos soutos de Vinhais em anos anteriores, mas, sobretudo em novas plantações, o que permitiu resolver o problema com o corte e queima dos ramos contaminados. Esta operação tem sido realizada, nos últimos dois anos, pelas entidades locais, nomeadamente a Câmara Municipal e a associação florestal Arborea, e conseguido “controlar a praga”. Luís Fernandes contou que este ano começaram a fazer o mesmo trabalho e depararam-se com um cenário em que o corte e queima dos ramos afectados já não é a solução. A solução apontada pelos técnicos, segundo disse, terá de passar pela luta biológica com a largada de um parasitóide que ataca as vespas. O vice-presidente da autarquia indiciou que “cada largada custa 200 euros” e que “vão ser necessárias muitas”. A Câmara Municipal “está disponível para colaborar na compra” que entende tem de ser integrada numa acção e plano que junte diversas entidades, nomeadamente o Ministério da Agricultura, a associação florestal, a Comunidade Intermunicipal das Terras de Trás-os-Montes e Instituto Politécnico de Bragança, uma das instituições de ensino superior envolvidas na investigação do parasitóide. As entidades locais ainda não conse-
guem quantificar prejuízos, na medida em que não serão já visíveis na produção deste ano, como explicou Luís Fernandes que não tem dúvidas de que “atendendo à situação quase dramática como se está a expandir, vai ter consequências muito graves”. As comissões políticas do PSD e do CDS-PP de Vinhais, que apoiam a candidatura às autárquicas liderada por Carlos Almendra, divulgaram terem remetido uma missiva a sensibilizar o primeiro-ministro, o ministro da Agricultura e os deputados eleitos pelo círculo eleitoral de Bragança “para as consequências nefastas desta praga”. OS dois partidos realçam que “a castanha é a maior riqueza e activo do concelho de Vinhais” e que o alastrar desta praga “está a deixar muitos produtores numa situação de verdadeiro desespero”. PSD e CDS-PP vincam ainda que um cenário idêntico de perda de produção na ordem dos 80%, como já aconteceu noutros países, “seria catastrófico” para o concelho de Vinhais. “Face à gravidade e profundidade que esta praga já atingiu”, reclamam que o Governo faça uma avaliação dos danos causados e que pondere “medidas profiláticas” e o decretar do “estado de calamidade pública para ser possível compensar os produtores de castanha através da concessão de apoios financeiros”. www.gazetarural.com
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Para combater o “insuficiente investimento empresarial”
Figueira de Castelo Rodrigo cria regulamento para apoiar agricultura e empreendedorismo
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Câmara de Figueira de Castelo Rodrigo, no distrito da Guarda, criou um regulamento municipal para apoio ao sector agrícola e ao empreendedorismo, de forma a combater o “insuficiente investimento empresarial”. O Regulamento Municipal “Figueira + Verde” e “Empreende + Figueira” foi publicado em Diário da República e entra 28
em vigor no dia seguinte ao da sua publicação. A medida é justificada pela autarquia, presidida por Paulo Langrouva, pelo “insuficiente investimento empresarial e a reduzida propensão e escassez de recursos para o lançamento de novas empresas que se verifica no concelho de Figueira de Castelo Rodrigo, bem como a escassa diversidade de sectores de actividade existentes”. O município, que faz fronteira com Espanha, também avançou com o regulamento por entender que a sua área geográfica, predominantemente agrícola, tem de “continuar a merecer o melhor apoio” para promoção do desenvolvimento socioeconómico que se pretende. No âmbito do novo Regulamento Municipal poderão ser apoiadas iniciativas de carácter agrícola, comercial e serviços que sejam relevantes para o desenvolvimento sustentável do concelho, contribuam para o fortalecimento da economia local e para a diversificação do tecido empresarial, criem novos postos de trabalho e sejam inovadoras. O programa “Figueira + Verde” concede apoios ao sector agrícola e florestal, para plantação de amendoeiras, casta-
nheiros, figueiras, laranjeiras, oliveiras, marmeleiros, nogueiras e pistacheiros, reflorestação com espécies autóctones, implementação e recuperação de entradas e vedações de propriedades rústicas, aquisição de equipamentos agrícolas, recuperação de lagares de azeite e de vinho e obtenção de Denominação de Origem Protegida e Controlada, entre outros. Como incentivo à instalação de novas explorações agropecuárias ou ampliação de explorações já existentes, o município também concederá apoios aos criadores de gado bovino, ovino, caprino e suíno. Quanto ao programa “Empreende + Figueira”, atribuirá apoios ao comércio e aos serviços em áreas como registo de marcas, patentes e logótipos, constituição de sociedades, aquisição de equipamento mobiliário e informático, participação em feiras e certames. Segundo o documento, os beneficiários dos apoios municipais comprometem-se a manter a iniciativa empresarial em causa no concelho de Figueira de Castelo Rodrigo por um prazo não inferior a três anos. www.gazetarural.com
Opinião Floresta portuguesa acelera 15000 hectares ao ano…
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a abertura de mais uma edição da FICOR – Feira Internacional da Cortiça de Coruche, o Ministro Capoulas Santos invocou a necessidade de Portugal recuperar a área de floresta perdida nos últimos 15 anos – 150.000 ha. E para concretizar esse objectivo, anunciou a abertura de novo concurso para a florestação de azinheiras, sobreiros e carvalhos, com uma dotação global de 27 milhões de euros. Efectivamente, é preciso revitalizar a Floresta Portuguesa, um recurso estratégico para o Pais e essencial ao desenvolvimento do interior. No entanto, recomenda-se cautela quando se fala de floresta em Portugal. Desde logo, porque mais de 95% da floresta é privada e depois porque o Estado nem sempre tem dado o melhor exemplo… Acresce que, à excepção do famigerado eucalipto (prometo que em breve me irei debruçar sobre esta matéria neste espaço), nos últimos anos as dinâmicas de arborização têm sido muito pálidas e resumem-se quase em exclusivo na plantação de pinheiro manso e de sobreiro no Sul do País, a coberto dos apoios financeiros, cada vez menos interessantes, dos fundos comunitários. E é esta avaliação que é preciso fazer, que urge fazer – com objectividade e transparência é preciso aferir os motivos para o desinvestimento que se tem assistido em novas arborizações no nosso país, antes de avançar para anúncios e mais anúncios de abertura de novos concursos do PDR 2020. Numa altura em que passaram quase dois anos de Governo da “Geringonça”, teço uma avaliação pouco positiva do mandato no que respeita à Política Florestal. Para além da apressada Reforma (“poucochinha”) das Florestas, de cariz meramente legislativo, pouco se fez que justificasse as expectativas criadas em torno da recuperação da Secretaria de Estado das Florestas. O Secretário de Estado das Florestas tem sido secundarizado pelo Ministro da Agricultura, que qual eucalipto tem secado o espaço de manobra política ao Secretário de Estado, que se tem limitado ao papel de representação institucional em feiras e mercados… No entanto, era preciso mais! muito mais! e a escolha de Amândio Torwww.gazetarural.com
res para o lugar parecia acertada, face ao seu currículo no sector. No entanto, tem-se revelado um equívoco… O ICNF continua inoperante, as ZIF bloqueadas, o Programa de Sapadores Florestais continua em ponto morto (esta ano, nem o Dia Nacional do Sapador Florestal foi recordado pela Tutela), as Matas Nacionais e os Baldios continuam o ciclo de desinvestimento público, os PROF por rever e a política de prevenção de incêndios florestais no domínio das palavras, sem força de intervenção no terreno. António Costa afirmou recentemente que a floresta tem de ser uma oportunidade. Acredito que sim, mas para criar essa dinâmica de oportunidade, alguma (muita) coisa tem de mudar no Terreiro do Paço (e na Avenida da República também). Capoulas Santos vincou novamente em Coruche que o Governo quer repor numa década os 150.000 hectares de floresta que o país perdeu nos últimos 15 anos, salientando querer continuar a política seguida durante a sua anterior passagem pela pasta da Agricultura, “único período em que o montado de sobro aumentou”. Pois bem, é aqui
que reside o problema do Ministro Capoulas Santos, que parece não querer perceber que os tempos mudaram desde essa altura. O PDR 2020 não tem os mesmos apoios aliciantes para a florestação de terras agrícolas do Reg. (CEE) n.º2080/92 desse tempo… E os números dos ProDeR falam por si entre 2007 e 2013 foram florestados menos de 15.000 ha. “O que pretendemos é ter uma floresta melhor, mais bem gerida, geradora de riqueza e de emprego e menos susceptível aos incêndios florestais. Para isso, é preciso trabalhar em várias frentes ao mesmo tempo, desde logo no ordenamento florestal”, disse Capoulas Santos. No entanto, a revisão dos PROF continua por concretizar… Este é o cerne da questão no que respeita à política florestal em Portugal. Os anúncios e as palavras dos governantes carecem de uma visão assertiva, de diagnóstico e de cenarização realistas e quando assim sucede, as políticas derrapam e, tal como as árvores, caiem com estrondo! Miguel Galante (Eng. Florestal) 29
Adiantou o ministro da Agricultura, em Coruche
Governo vai abrir concurso para florestação de sobreiros e carvalhos
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ministro da Agricultura disse que o Governo vai abrir novo concurso para a florestação de azinheiras, sobreiros e carvalhos, com uma dotação global de 27 milhões de euros. Luís Capoulas Santos falava na inauguração da IV edição da Feira Internacional da Cortiça (FICOR), que decorreu em Coruche, sob o lema “Mais cortiça para um planeta melhor - dinâmica económica com consciência ecológica”. O ministro realçou o peso económico “muito relevante” da cortiça e a “valia muito grande do ponto de vista ecológico e ambiental” do montado, que é “importante preservar e conciliar com a vertente económica”. Capoulas Santos afirmou que o Governo quer repor numa década os 150.000 hectares de floresta que o país perdeu nos últimos 15 anos, salientando querer continuar a política seguida durante a sua anterior passagem pela pasta da Agricultura, “único período em 30
que o montado de sobro aumentou”. Em relação à cortiça, o objectivo é “continuar a manter a hegemonia de Portugal, que é primeiro produtor e primeiro exportador mundial deste produto único e que permite acrescentar, por exemplo, ao vinho uma imagem de qualidade que nenhum produto sintético consegue igualar”. A associação da cortiça ao vinho constituiu o destaque da edição deste ano da FICOR, com o primeiro piso do pavilhão de exposições, onde se realizaram provas de vinhos, decorado com mobiliário de cortiça. Sobre a reforma da floresta, Capoulas Santos disse que o Governo está a fazer “o que há muitas décadas anda a ser adiado”, ou seja, “responder aos problemas estruturais”, na origem do aumento dos incêndios e de um “deficiente aproveitamento económico”. Dos dez diplomas preparados pelo Governo nesta matéria, cinco foram já
promulgados pelo Presidente da República e os restantes cinco encontram-se na Assembleia da República, disse. “O que pretendemos é ter uma floresta melhor, mais bem gerida, geradora de riqueza e de emprego e menos susceptível aos incêndios florestais. Para isso, é preciso trabalhar em várias frentes ao mesmo tempo, desde logo no ordenamento florestal”, disse. Essa reforma, adiantou, é para um horizonte alargado, sendo objectivo que ela resulte de consenso político, para que possa continuar mesmo quando há mudança de Governo. O presidente da Câmara Municipal de Coruche, Francisco Oliveira, realçou a importância social e económica da cortiça para o concelho e destacou o facto de o certame deste ano ter sido associado ao Ano Internacional do Turismo Sustentável, chamando a atenção para o montado como “ecossistema único”. www.gazetarural.com
Com um balanço claramente positivo
IX Ficor reforçou a marca “Coruche – Capital Mundial da Cortiça”
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décima edição da Feira Internacional da Cortiça (FICOR) reforçou a marca “Coruche – Capital Mundial da Cortiça”. Inaugurada pelo Ministro da Agricultura, Capoulas Santos, o que demonstra a importância que sector representa para o país, o balanço é claramente positivo. O presidente da Câmara de Coruche destacou, - perante os produtores de cortiça, empresários, profissionais do sector florestal e agrícola, bem como da população, - a importância da FICOR, que se tem vindo a afirmar-se ao longo dos anos no contexto nacional e internacional pelo carácter interprofissional, agregando os principais agentes da fileira, desde a produção florestal à indústria, passando pela investigação e desenvolvimento. Exemplo disso tem sido o trabalho desenvolvido pelo Centro de Competências do Sobreiro e da Cortiça, que reuniu afim de aferir o estado da arte ao nível da investigação e a forma de financiar a Agenda 3i9. Para além do carácter interprofissional, destacou-se ainda o debate político, que teve lugar no Observatório do Sobreiro e da Cortiça, que teve como mote o compromisso de “Todos pelo Sobreiro”. Francisco Oliveira destacou ainda a importância da ligação do vinho à cortiça e a criação do espaço Wine and Cork que se revelou um sucesso de partilha tripartida entre casas vinícolas, produtores de cortiça e a população. Em jeito de balanço o autarca reforça que “o carácter lúdico-profissional da FICOR é o nosso selo de qualidade”, pois “conseguimos colocar este tema na ordem do dia e reforçar a importância da sustentabilidade do sobreiro
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e deste sector para a nossa economia, além de termos conseguido gerar atractividade e tornar a cortiça um tema atraente para o público em geral”. Francisco Oliveira referiu também a adesão do público ao certame, com “milhares de visitantes” a assistir ao desfile de moda ‘Coruche Fashion Cork’, que este ano contou com os coordenados do estilista Nuno Baltazar, e a animação, quer em concertos quer nas actividades lúdicas para os mais novos, foi um sucesso. O autarca de Coruche tinha dito na inauguração da Feira e repetiu-o no final do certame, que “estamos na presença do nosso ouro verde” destacou. Além da mobilização da população no vasto programa lúdico- cultural, um dos maiores sucessos da FICOR esteve
na área desportiva com a XIII edição da Corrida das Pontes que contou com mais de 900 atletas e é já um marco nos eventos de running a nível nacional. “A importância do evento e a certeza de que estamos no caminho certo passa, também, pela atractividade que o nosso território tem tido nomeadamente com a IKIMOBILE que foi parceira do evento e vai investir 1.6 milhões em Coruche na área da tecnologia móvel” referiu o autarca. Hoje, Coruche é sinónimo de cortiça e montado de sobro e este certame contribui para o desenvolvimento rural de áreas de baixa densidade, e reconhece a importância estratégica desta nobre matéria-prima, a cortiça, para o futuro do concelho e do país.
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António Costa, na inauguração do BLC3, em Oliveira do Hospital
Floresta não é um problema e “tem de ser uma oportunidade”
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primeiro-ministro, António Costa, realçou que o país não pode só ouvir falar de floresta quando se chega ao verão e começam os incêndios, sublinhando que esta tem de ser encarada como uma oportunidade. “O país só ouve falar de floresta quando chegamos ao verão e começam os incêndios. A floresta não é um problema. A floresta tem de ser uma oportunidade de criação de valor”, disse o primeiro-ministro, que falava na inauguração do BLC3, campus de tecnologia e inovação de Oliveira do Hospital, no distrito de Coimbra, que se foca na conversão de mato inculto e resíduos agroflorestais em substitutos de petróleo. Para o líder do Governo, “há que reconstruir uma economia com base na floresta”. Se hoje a população já não usa “os gravetos”, pequenos pedaços de madeira das matas para cozinhar, há que encontrar “novas formas de aproveitar” esses gravetos, “toda essa
biomassa”, notou. Exemplo disso é o BLC3, que trabalha em desenvolvimento de tecnologia que possa transformar a biomassa “em combustível”, apontou António Costa. Essa transformação “permite dar um novo valor económico”, ao mesmo tempo que assegura a limpeza das florestas e poupa “ao país muito dinheiro”, que gasta na importação de combustível, vincou o primeiro-ministro. “É um excelente exemplo de como podemos casar tudo: investimento com conhecimento, a valorização desse conhecimento do ponto de vista económico - desenvolvendo o que está por desenvolver - e ainda conseguir com isto um melhor equilíbrio energético” e tornar o país “menos dependente da importação de combustível fóssil, afirmou. Durante o discurso, António Costa voltou a repetir várias das ideias que já tinha espelhado em Góis e Tábua, falando da necessidade de emprego qualificado, da importância do investimento em infraestruturas rodoviárias e da necessidade de uma economia forte. Também neste discurso, e pela terceira vez, António Costa pediu emprestadas as palavras ditas por Jorge Sampaio em 2003, na cerimónia do 25 de Abril, realçando que também o BLC3 é uma prova de que “há bastante mais vida para além do orçamento”. “Em vez de dizermos para os jovens irem para fora procurar o vosso futuro, é essencial criar condições para ficarem e construírem o vosso futuro, o nosso futuro, o futuro do país aqui, em Portugal”, frisou, considerando que tal “é possível e é possível em territórios que podiam ser considerados mais frágeis”.
Criada por sete municípios
Grande Rota do Alva valoriza percurso ribeirinho entre Seia e Penacova
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ete municípios criaram a Grande Rota do Alva, numa sessão realizada em Penacova em que as partes assumiram o compromisso de valorização ambiental e turística deste afluente do rio Mondego, numa extensão de 106 quilómetros. Com esta iniciativa, as autarquias envolvidas comprometem-se a criar uma rota de percursos pedestres e cicláveis, na qual serão integrados diversos caminhos já existentes. “Investimos na valorização de todo o rio Alva, entre Gouveia e Penacova”, disse o presidente da Câmara de Penacova. Humberto Oliveira adiantou que o projecto avançará com apoio de fundos europeus diversos do Portugal 2020, reunindo os municípios de Gouveia, Seia, Oliveira do Hospital, Arganil, Tábua, Vila Nova de Poiares e Penacova. O autarca estima que serão investidos quase 100 mil euros na Grande Rota do Alva, entre a nascente e a foz do rio, nas povoações do Sabugueiro (Seia) e Porto da Raiva (Penacova), nos distritos da Guarda e Coimbra, respectivamente. As candidaturas foram apresentadas pelas comunidades intermunicipais (CIM) da Região de Coimbra e Beiras e Serra da Estrela, no âmbito de uma parceria com a Associação para o Desenvolvimento Integrado da Rede das Aldeias de Montanha (ADIRAM) e com o Provere iNature -- Turismo Sustentável em Áreas Classificadas, gerido pela agência Gardunha XXI. Na apresentação da Grande Rota do Alva, na Casa do Povo de São Pedro de Alva, estiveram presentes representantes dos sete municípios que integram o projecto, das duas CIM e da agência de desenvolvimento Gardunha XXI, além de várias entidades convidadas. 32
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“Tons da Primavera” reforçou o seu potencial na agenda turística da cidade vinhateira
Arte pública no mundo rural é aposta ganha no III Festival de Street Art de Viseu
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o “Ano Oficial para Visitar Viseu”, o “Tons da Primavera” reforçou o seu potencial na agenda turística da cidade vinhateira. O primeiro evento enoturístico do ano, que harmoniza o street art, os néctares do Dão e um cartaz musical pop e disco, garantiu a presença de milhares de visitantes ao longo dos últimos quatro dias em Viseu. Nesta nova edição, quatro colectivos e seis artistas responderam ao desafio do Município de Viseu e da Viseu Marca e levaram a arte pública ao espaço rural e escolar, tendo por referências as marcas de Viseu enquanto cidade-jardim e cidade vinhateira. “Uma aposta ganhadora”, nas palavras do presidente da Câmara de Viseu, Almeida Henriques. “Viseu ganha novas 10 paisagens artísticas originais que conferem maior atractividade e identidade aos seus lugares”, sublinha. “É já um roteiro identitário e com expressão”. Com manifestação que vão do graffiti à pintura clássica, da ilustração à instalação, cinco quintas do Dão (Falorca, Chão de São Francisco, Turquide, Pedra Cancela e Reis), quatro escolas básicas (São João de Lourosa, Loureiro de Silgueiros, Ribeira e Balsa) e a APPACDM de Viseu conquistaram novos tópicos de reconhecimento e visitação. www.gazetarural.com
Foram criadores nomes tão reconhecidos como o Coletivo RUA, Tamara Alves, Pichi & Avo, ADD Fuel, Jorge Abade, Break One e Pedro Podre, a que se juntaram os viseenses Tiago Lopes, Luís Belo e Ana Seia de Matos e o coletivo Ergo Bandits. Também a arte relacional do Atelier Ser conquistou centenas de crianças das escolas básicas cujas fachadas foram intervencionadas durante o festival, com oficinas de serigrafia, levando à comunidade escolar o respectivo processo criativo. O roteiro da arte urbana em Viseu conta agora com 26 “telas a céu aberto” e uma instalação artística (na Quinta de Reis, da autoria de Tiago Lopes), que convida os visitantes a um vaivém de experiências entre a cidade e o campo. “O street art é já uma marca indissociável de Viseu, com lugar cativo nas opções turísticas de quem nos visita”, destaca o presidente da Câmara. Segundo o curador artístico festival, DRAW, “o Tons da Primavera é uma referência no mapa nacional do street art. Este ano soubemos inovar e diferenciar ainda mais o festival.” A programação do “Tons da Primavera” trouxe ainda ao Centro Histórico da cidade um concerto de Rodrigo Leão e
Scott Matthew, na noite de sábado, que viram encher o Adro da Sé com mais de 4000 pessoas. Também a banda Fingertips, a artista Rita Redshoes e o “Embaixador” de Viseu Moullinex atuaram na Fonte das 3 Bicas, com “casa” cheia. Durante quatro dias, o Mercado 2 de Maio encheu-se de viseenses e visitantes, que desfrutaram de um mix de experiências: provas de vinhos e sabores do Dão, música ao vivo, showcookings, oficinas, street food e visitas guiadas ao roteiro de street art. A VISEU MARCA, responsável pela produção executiva do evento, destaca “a crescente dinâmica turística que a agenda de eventos vinhateiros garante à cidade-região, bem como a exposição pública de Viseu enquanto destino turístico urbano, trendy e criativo”. “Um evento que impulsiona e destaca os talentos, embaixadores e empreendedores da cidade e da região”, conclui a associação de city marketing. O “Tons da Primavera” é uma iniciativa promovida pelo Município de Viseu, com produção executiva da Viseu Marca e a parceria da Comissão Vitivinícola Regional do Dão (CVR do Dão). São ainda parceiros do evento a Auto Sertório e a GALP. 33
Últimas De 7 a 10 de Junho, Convento de São Francisco
Investigadores ibéricos debatem futuro da Horticultura em Coimbra
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Associação Portuguesa de Horticultura (APH) e a Sociedade Espanhola de Ciências Hortícolas (SECH) realizam o VIII Congresso Ibérico de Ciências Hortícolas, no Centro de Congressos de Coimbra, localizado no Convento de São Francisco, de 7 a 10 de Junho. Este congresso reúne a cada 4 anos a comunidade científica e técnica luso-espanhola que trabalha em fruta, hortaliças, vinha, olival, plantas aromáticas e medicinais e plantas ornamentais, constituindo-se como o mais alargado fórum de discussão de ciências hortícolas na Península Ibérica. O congresso acolhe cerca de 200
trabalhos de investigação de todas as áreas das ciências e tecnologias hortícolas, tendo por mote a “Intensificação e Sustentabilidade nas Cadeias de Valor Hortícolas”. Destacam-se as sessões plenárias sobre “Intensificação sustentável – Um novo modelo em Horticultura”; “Serviços ecossistemicos em Viticultura”; “Caracterização e melhoramento genético da beringela para compostos bioactivos” e “A organização da produção hortícola e os desafios do conhecimento e dos mercados”. Os restantes trabalhos são apresentados nas seguintes áreas: Horticultura herbácea; Culturas protegidas e enge-
nharia hortícola; Viticultura; Fruticultura; Olivicultura; Rega e fertilização; Pós-colheita e segurança alimentar; Consumidores e modulação da qualidade sensorial e funcional. No dia 10 de Junho decorrem visitas técnicas a algumas das principais explorações agrícolas da região Centro de Portugal: Calcob; Valmarques; Quinta do Celão; Certifruteiras; Cooperativa Agrícola do Távora e Soma, bem como à Estação Agrária de Viseu, entidade pública de investigação.
Nasce a 3 de Junho, em Vilarelho da Raia, Chaves
Turismo criativo chega ao Norte de Portugal
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e uma parceria entre três operadores Turísticos, - a Douro-Wellcome, a Porto-Wellcome e a Genuine Galicia, - vai ver a luz do dia o primeiro projecto de Turismo Criativo no Norte de Portugal. A apresentação está marcada para o dia 3 de Junho, em Vilarelho da Raia, Chaves, no âmbito dos Caminhos do Contrabando no meio de muita acção, por entre ex-contrabandistas, ex-guardas-fiscais, ex-carabineiros e muitos mais. Inspiradas no novo conceito internacional de Turismo Criativo, este projecto pretende proporcionar aos visitantes do Norte de Portugal e da Galiza um conjunto de novas experiências e produtos turísticos, com o objectivo de desenvolver o potencial criativo dos participantes, através do seu envolvimento activo em workshops, cursos e outras experiências de aprendizagem que sejam características destes destinos turísticos. Considerada uma forma emergente de fazer turismo, tanto pelo lado da oferta como pelo lado da procura, permite ao turista aprofundar o contacto e conhecimento com a cultura local, através da participação directa em actividades culturais e criativas, na maior parte das vezes envolvendo as populações locais. Este projecto é o primeiro do género no Norte de Portugal e está num processo de certificação na Plataforma “Creative Tourism Network”. 34
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De 2 a 4 de Junho, com partida de Penamacor e final em Manteigas
Grande Prémio das Beiras e Serra da Estrela vai ser disputado por 17 equipas de oito países
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Beira Interior, com a Serra da Estrela como palco principal, vai receber o Grande Prémio das Beiras e Serra da Estrela, uma corrida de classe 2.1 que decorrerá de 2 a 4 de Junho, fazendo parte, pelo segundo ano consecutivo, do calendário da União Ciclista Internacional. A competição, promovida Associação de Municípios da Cova da Beira (AMCB), pela vai levar o pelotão a completar 554 quilómetros, num traçado sinuoso que inclui dez prémios de montanha e três etapas, com partida de Penamacor e final em Manteigas. A primeira etapa é a mais acessível, não sendo de estranhar que os 199 quilómetros que vão ligar Penamacor a Celorico da Beira terminem com uma chegada ao sprint, apesar de o itinerário conter três subidas pontuáveis para a classificação dos trepadores, todas de terceira categoria. A segunda viagem é ligeiramente mais curta, levando a caravana de Fornos de Algodres até Trancoso, através de um traçado de 192 quilómetros, durante o qual os ciclistas terão de subir duas montanhas de terceira categoria e uma de segunda. O Grande Prémio das Beiras e Serra da Estrela encerra com a etapa-rainha, uma ligação de 163 quilómetros, entre www.gazetarural.com
Belmonte e Manteigas, que sobe ao alto da Torre, a partir de Seia. A passagem no ponto mais alto de Portugal Continental acontece a 25 quilómetros da chegada. A prova contará com 17 equipas, oriundas de oito países. Portugal é o país mais representado, através da Equipa Portugal e das seis equipas continentais, Efapel, LA Alumínios-Metalusa BlackJack, Louletano-Hospital de Loulé, RP-Boavista, Sporting-Tavira e W52-FC Porto. De Espanha chegam a continental profissional Caja Rural-Seguros RGA e as continentais Burgos BH e Euskadi Basque Country-Murias. O Kuwait vai fazer-se representar pelas formações Kuwait-Cartcuho.es e Massi-Kuwait Cycling Project. Somam-se as equipas continentais Bike Aid (Alemanha), Equipo Bolivia (Bolívia), JLT Condor (Grã-Bretanha), Lokosphinx (Rússia) e Team Sapura Cycling (Malásia).
Promover o território Na apresentação da prova, o presidente da AMCB, afirmou que o objectivo da realização desta prova é a “promoção” do território da Beira In-
terior e da Serra da Estrela. José Manuel Biscaia sustenta que uma prova desta dimensão é “uma oportunidade e um importante contributo para uma efectiva promoção da região”, deixando a ideia de que a prova do próximo ano chegará também a Salamanca. O presidente da AMCB espera que a prova “seja um grande sucesso” como foi a edição de 2016. Já o presidente da Entidade Regional de Turismo do Centro, depois de referir a importância desta prova na atracção de turistas à região, sublinha que “o desafio será a promoção integrada da marca “Serra da Estrela” de forma concertada com outros produtos”, dando como exemplo o turismo religioso. Pedro Machado sustenta que a Serra da Estrela “mais do que uma montanha, é uma região”, que integra “um conjunto de argumentos ímpares capazes de justificar uma visita”, que “forma um acervo único da história de Portugal”. Já Delmino Pereira, presidente da Federação Portuguesa de Ciclismo, salientou a importância da realização da prova nesta altura do ano, referindo que “a região tem tudo a ganhar com a ligação umbilical que tem ao ciclismo”, ou não fosse a Serra da Estrela um local de culto para o ciclismo nacional. 35
Nos dias 10 e 11 Junho, no Largo da Câmara Municipal
Espinho recebe XXI Festival Internacional Estátuas Vivas
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spinho receberá, no fim-de-semana de 10 e 11 de Junho, o XXI Encontro Internacional de Estátuas Vivas, o mais antigo do Mundo. Em pleno coração da cidade esta mostra de performances artísticas de imobilidade expressiva promove uma vez mais a cumplicidade entre os participantes e o público. A iniciativa é uma organização da Câmara de Espinho que visa incentivar, divulgar e dignificar a criação artística nas artes performativas que se realizará, na praça Dr. José Salvador (Largo da Câmara Municipal) a partir das 15 horas e que contará com a participação de 40 estátuas a concurso, às quais se juntam
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convidados vindos de Israel, Argentina, França e Ucrânia. Destaque ainda para a participação especial de António Gomes dos Santos, recordista mundial, que estará presente neste Encontro com duas das suas criações e também como membro do júri. A pensar nas crianças, o Festival contará com espaço a elas dedicado, onde terão a companhia de uma simpática e divertida estátua. Na noite anterior à prova (sáb. 10 de Junho.) a partir das 21,30 horas, realizar-se-á o Lu(g)ar de Estátuas, evento que reúne num deslumbrante ambiente nocturno, 15 ‘estátuas’ de participantes distinguidos pelos júris das edições anteriores.
Ano XIII | N.º 294 | Periodicidade: Quinzenal Director: José Luís Araújo (CP n.º 7515) jla.viseu@gmail.com | 968044320 Editor: Classe Média C. S. Unipessoal, Lda Redacção: Luís Pacheco | Opinião: Miguel Galante | Paulo Barracosa Departamento Comercial: Fernando Ferreira Redacção: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu | Telefone 232436400 E-mail Geral: gazetarural@gmail.com | Web: www.gazetarural.com ICS: Inscrição nº 124546
Ao longo destes 21 anos de existência, o Encontro de Estátuas Vivas de Espinho permitiu que esta arte performativa ganhasse outra visibilidade a nível nacional e internacional, potenciando o aparecimento de novos criadores e artistas, que tiveram neste evento a possibilidade de mostrar o seu talento e trabalho. Na edição deste ano, serão atribuídos os seguintes prémios: ‘Prémio Especial do Júri’; ‘Prémio Revelação’ e ‘Prémio do Júri’. No final do Encontro terá ainda a oportunidade de assistir ao espectáculo de lira acrobática, interpretado por Rita Martins, bailarina e artista de novo circo.
Propriedade: Classe Média - Comunicação e Serviços, Unipessoal Limitada Administração: José Luís Araújo Sede: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu Capital Social: 5000 Euros | CRC Viseu Registo nº 5471 | NIF 507 021 339 Dep. Legal N.º 215914/04 Execução Gráfica: Novelgráfica | Tel. 232 411 299 Tiragem média Mensal: Versão Digital: 100.000 exemplares Versão Impressa: 2000 exemplares www.gazetarural.com Nota: Os textos de opinião publicados são da responsabilidade dos seus autores.
Milhares de pessoas passaram pelo evento
Feira das Tradições e dos Produtos da Terra recriou Mangualde antigo
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ilhares de pessoas invadiram o centro da cidade de Mangualde para participar na segunda edição da “Feira das Tradições e dos Produtos da Terra”. Num ambiente animado e trajado à época foi recriado o Mangualde antigo dos anos de 1940, 1950 e 1960. O presidente da Câmara de Mangualde marcou presença na iniciativa. Na abertura do evento, o Auditório da Câmara de Mangualde, acolheu a conferência “Economia e Sociabilidade Rural na Beira na primeira metade do séc. XX”, proferida por Maria Margarida Sobral da Silva Neto, especialista em História Moderna e Contemporânea, Regime Senhorial, Sociedade e Vida Agrária, da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra. Durante o certame, as tabernas, os produtos regionais, os jogos tradicionais e o teatro estiveram em destaque. Foi possível conhecer os produtos e os ofícios da época - ourivesaria, vendas, retrosaria, fotógrafo à la minute, doçaria, medicina popular, alfarrabista, vendedoras de praça, simulacro, bordados, sapateiros, lanifícios e muito mais - ao som de espectáculos de ranchos folclóricos e bandas filarmónicas. Paralelamente, no sábado, o Mercado Municipal de Mangualde acolheu o ‘II Festival do Borrego’, organizado pela COAPE, com o objectivo de valorizar a fileira e promover a pastorícia, bem como degustar o borrego confeccionado de maneiras diferentes, o queijo DOP e outros produtos da terra.
Durante os dias do evento, realizou-se ainda o ‘Fim-de-semana gastronómico do cabrito’ nos restaurantes aderentes. A iniciativa foi promovida pela Câmara de Mangualde e contou com a parceria da Cidade Excelência Associação – Turismo de Mangualde, da COAPE, da Queijaria Vale da Estrela e do Agrupamento de Escolas de Mangualde e do CLDS 3G.
Decorre nas ruas do centro histórico da Vila, de 16 a 18 de Junho
Arcos de Valdevez promove Festivinhão - Festival Enoturístico
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epois do sucesso alcançado em 2016, regressa o Festivinhão - Festival Enoturístico de Arcos de Valdevez, de 16 a 18 de Junho, numa organização Associação dos Vinhos de Arcos de Valdevez e do Município de Arcos de Valdevez. Tal como na edição anterior, o evento terá lugar nas ruas do centro histórico da Vila de Arcos de Valdevez, contando com espaço de exposição de vinhos e produtos locais, espaço provas, tasquinhas de petiscos, espectáculos de palco, animação de rua, workshops técnicos, curso de iniciação à prova de vinhos, percursos turístico-gastronómicos pela Vila, visitas a Quintas/ Adegas para além de uma de programação musical forte. Antecedendo o evento, está em curso a selecção do ‘Festivinhão’17 Vinho do Ano’, com um Grande Prémio para o Vinho da Casta Vinhão e a Selecção do Ano para as categorias de Vinhos Verdes Tintos, Brancos, Rosé, Espumantes Tintos e Espumantes Brancos. Haverá ainda uma Selecção para os Vinhos de Arcos de Valdevez nas mesmas categorias (excepção dos espumantes, que apenas tem uma categoria genérica). É na relação entre a gastronomia tradicional e a diversidade dos vinhos que melhor se potencia a riqueza da actividade turística na Região Norte de Portugal, em particular na região dos Vinhos Verdes. A harmonização entre o património natural, construído e imaterial, o alojamento e as actividades de animação turística, potenciam a criação de valor económico www.gazetarural.com
para a região e para os agentes envolvidos. Será sob esta temática de fundo, que dia 16 de Junho decorrerá um seminário, coordenado pela Escola Superior Agrária do IPVC, com dois painéis: na parte da manhã dedicado à vinha e ao vinho; na parte da tarde dedicado ao marketing, ao turismo, gastronomia e vinhos. Este segundo painel decorrerá no ambiente especial do café mais antigo de Arcos de Valdevez, o “Café Arcuense”. Este festival enoturístico pretende celebrar a Casta Vinhão e a sua fabulosa evolução em termos técnicos e produtivos. Agora, a casta vinhão é a rainha. É ela que melhor se relaciona com as iguarias gordas como a lampreia, o sarrabulho, o cozido à portuguesa, o arroz de cabidela, o cabrito mamão da serra, etc.. Arcos de Valdevez, com o seu “terroir”, soube manter uma reserva de qualidade e tradição na produção de Vinhão e também inovar sem nunca descurar a relação harmónica com a gastronomia. Mas o Festival apresenta outros vinhos verdes, com destaque para os brancos Loureiros e Alvarinhos, rosados e espumantes. Arcos de Valdevez teve o primeiro produtor com uma marca dedicada exclusivamente ao vinhão. Ali existe a Estação Vinícola Amândio Galhano, da Comissão de Viticultura dos Vinhos Verdes, onde está o repositório de castas regionais e onde se faz a investigação e experimentação fundamental. . 37
Nos dias 10 e 11 de Junho, em Zebreira
Emoções ‘a mil’ no V Festival de Desporto na Natureza
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emoção vai tomar conta da aldeia raiana de Zebreira, Idanha-a-Nova, nos dias 10 e 11 de Junho, com o electrizante V Festival de Desporto na Natureza. Paintball, escalada, rappel, slide, tiro com arco e um conjunto de passeios (pedestre e a cavalo) vão oferecer momentos de desporto, aventura e lazer. Conte ainda com prova de atletismo, concurso de pesca e os empolgantes Festival Hípico e Raid Equestre Internacional, onde o cavalo é figura central. A partir das potencialidades do Tejo Internacional, Reserva da Biosfera da UNESCO, o V Festival de Desporto na Natureza convida visitantes de todas as idades a desfrutar do ar puro do campo, durantes dois dias sempre em movimento. Haverá ainda grupos de música tradicional, concertos de Vítor Rodrigues (sábado) e Ruth Marlene (domingo), DJ, animação de rua, feira de produtos, tasquinhas e muitas outras surpresas. O evento é uma organização do Município de Idanha-a-Nova e da União das Freguesias de Zebreira e Segura, que integra a estratégia de Cooperação Transfronteiriça do Interreg Espanha-Portugal.
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