Gazeta Rural nº 295

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Director: José Luís Araújo

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N.º 295

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15 de Junho de 2017

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Preço 4,00 Euros

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Lapa e Aquilino Ribeiro juntos na IX Feira Aquiliniana em Sernancelhe Boticas promove evento que junta as culturas castreja e romana Penedono convida os visitantes a viajar… até ao passado Viseu mostra autenticidade e talentos nas Festas Populares Sever do Vouga espera “a melhor Feira do Mirtilo de sempre” Festival Ecoraia junta o “melhor da raia” em Sacaparte UDACA apresenta dois novos vinhos brancos de verão

“Regresso” ao futuro! Junho


Sumário 05 Sever do Vouga espera “a melhor Feira Nacional do

23 Estudantes da UC transformam resíduo do queijo e

Mirtilo de sempre”

‘fruta feia’ em Ecobebidas

06 Nova cooperativa de frutos silvestres nasce em Oliveira

27 Governo quer estratégia e plano de acção para

do Hospital

recuperar produção de cereais

08 Exposição quer promover exportações portuguesas

28 Festa da Cereja foi o mote para mostrar as

para o Reino Unido

potencialidades agrícolas de Alfandega da Fé

09 Festival Ecoraia junta o “melhor da raia” em Sacaparte

29 Vinhais com mais de meio milhão de euros para investir

10 Lapa e Aquilino Ribeiro juntos na IX Feira Aquiliniana em

no fumeiro

Sernancelhe

30 ‘Hortíssima’ “é uma homenagem às raízes do concelho

11 Município de Oleiros prepara XVII Feira do Pinhal

da Maia”

12 Trancoso recria Bodas Reais

31 Gestão profissionalizada é fundamental para garantir

14 Boticas promove evento de época que junta as culturas

sustentabilidade futura da floresta

castreja e romana

33 Alto Tâmega discute novos desafios do “Turismo para

16 Penedono convida os visitantes a viajar… até ao passado

Todos” na região

18 Viseu mostra autenticidade e talentos nas Festas

34 ADDLAP inicia formação-acção para a Implementação

Populares da cidade

de Sistemas de Gestão

20 Tondela Brancos Dão no Mercado Velho

35 UDACA apresenta dois novos vinhos brancos de verão

22 Sector do vinho verde vale “algumas dezenas de

36 Turismo Criativo chegou ao Norte de Portugal

milhões de euros” em Ponte de Lima

38 José Martino quer mais apoios para jovens agricultores

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Diz o presidente da Mirtilusa à Gazeta Rural

Campanha do mirtilo “não será tão má” como inicialmente se previa

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iz-se que ‘depois da tempestade vem a bonança’, o que não significa dizer que está tudo bem. É isso que se passa com a campanha deste ano do mirtilo e dos pequenos frutos. Depois do granizo de Abril, houve algum desânimo dos produtores afectados em Sever do Vouga, como foi o caso do presidente da Mirtilusa, o mais prejudicado, que viu um ano de trabalho ir por água abaixo. O início da campanha deixou a fileira, de um modo geral, preocupada, mas aos poucos a comercialização voltou ao normal. Em conversa com a Gazeta Rural, José Sousa afirmou que “o mercado inicialmente estava um pouco saturado, mas voltou tudo ao normal” e que “deverá ser um ano normal”. O dirigente diz-se satisfeito com os esforços da autarquia junto do ministério da Agricultura para que haja alguma compensação para os produtores afectados pelo granizo, mas não se mostra convencido de que isso possa vir a acontecer. Gazeta Rural (GR): Como estão a decorrer a campanha nesta altura? José Sousa (JS): Estão a correr me4

lhor do que no início da campanha. O mercado inicialmente estava um pouco saturado, à semelhança do que aconteceu há cerca de três ou quatro anos, mas voltou tudo ao normal e espero que assim se mantenha até final. Não vamos ter aquele ano tão mau como há cerca de três semanas se previa. Não diria que vai ser muito bom, mas vai ser razoável. Haverá produtores que têm uma campanha melhor do que em anos anteriores, mas haverá outros que não será assim. Contudo, temos que esperar para ver, pois a campanha vai a pouco mais de 20% e ainda há muito fruto para apanhar e para comercializar e temos que ser cautelosos, pois isto não é como se começa, mas sim como se acaba. GR: Em Sever do Vouga as quebras não são tão grandes como inicialmente se previa? JS: Nos produtores associados da Mirtilusa a quebra andará entre as 25 e as 30 toneladas. Contudo, na comercialização, de um modo geral, não se deve notar, porque há muitas plantações jovens, que, muitas vezes, duplicam a pro-

dução de um ano para o outro. Agora, os produtores que viram os seus pomares afectados pelo granizo têm mesmo quebras de produção acentuadas. Porém, em volume, a produção será igual ou talvez superior a anos anteriores. Aliás, a perspectiva era que este seria um bom ano para os pequenos frutos. GR: O presidente da Câmara de Sever do Vouga continua a tentar junto do ministério da Agricultura para ver se há algum apoio aos produtores afectados. Consola-o saber que ainda há uma réstia de esperança? JS: Naturalmente. As pessoas ficam satisfeitas com essa posição da autarquia, que continua a envidar esforços para tentar ajudar, mas daí a haver algumas coisa é muito diferente. Seria bom, mas é muito complicado. Aliás, se tivesse que haver alguma ajuda já se saberia, mas até ao momento não há nada e, por aquilo que já fui ouvindo, tenho quase a certeza de que não haverá ajuda nenhuma. Haverá anos melhores, com certeza. www.gazetarural.com


Diz o presidente da Câmara de Sever do Vouga

“Que seja a melhor Feira Nacional do Mirtilo de sempre”

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ob o lema “10 anos, 10 sabores”, vai decorrer em Sever do Vouga, de 29 de Junho a 2 de Julho, a X Feira Nacional do Mirtilo, certame que atrairá a Sever do Vouga muitos milhares de pessoas. O presidente da Câmara de Sever do Vouga espera que “seja a melhor Feira de sempre” O certame inclui uma componente direccionada para o visitante profissional, com uma área de expositores ligados à fileira e palestras técnicas, e uma componente lúdica, composta por actividades direccionadas a toda a família, nomeadamente animação musical, animação para os mais novos, viagens em comboio turístico, visitas a plantações de mirtilos, apanha do mirtilo, showcookings, entre muitas outras. Em conversa com a Gazeta Rural, o presidente da Câmara de Sever do Vouga avançou com algumas novidades, como o concerto de Pedro Cardeira Cabral e o primeiro Festival de Cinema “Paisagens”, para além de outras actividades. António Coutinho, espera, sobretudo, que seja “uma grande feira”, fazendo jus ao nome “Sever do Vouga – Capital do Mirtilo”. Gazeta Rural (GR): Que novidades apresentará a Feira Nacional do Mirtilo? António Coutinho (AC): Há duas ou três novidades, a principal será o aumento da Feira, com mais gente, se o www.gazetarural.com

tempo estiver bom. Há também a integração directa do festival FESTIM, bem como o I Festival de Cinema “Paisagens” em Sever do Vouga, parte do qual passará também durante a Ficavouga. Para além do Festival de Guitarras, o programa da Feira incluiu o primeiro grande espectáculo de Pedro Caldeira Cabral, um vulto da guitarra, que foi homenageada pelo senhor presidente da República. Esta actuação valoriza Sever do Vouga e a Feira Nacional do Mirtilo. GR: Havia alguma preocupação por parte dos produtores acerca da campanha deste ano, que parece minimizada. Sei que ainda não desistiu de ver os produtores afectados pelo granizo compensados de alguma maneira? AC: Não terá afectado muito, porque este é um ano bom para os pequenos frutos e para o mirtilo em particular. Teria sido excelente, não fosse o granizo ter afectado, e muito, algumas zonas do concelho. Nos locais que não foram afectados a produção é muito boa. Uma coisa compensa a outra, em termos globais, mas não resolve o problema daqueles que foram afectados. Continuamos a trabalhar junto do Ministério da Agricultura para tentar minimizar os prejuízos, e o esforço de um ano de trabalho, compensando, de algum modo, as perdas grandes que tiveram. Ainda recentemente estive em con-

tacto com o Ministério da Agricultura acerca deste assunto e ainda acredito que se possa encontrar uma solução para aqueles que vivem em exclusividade da produção de mirtilo e que foram muito afectados. GR: Mas há outras novidades? AC: Estamos a preparar uma escultura sobre o mirtilo, que dará maior relevo ao nosso concelho enquanto Capital do Mirtilo, algo que há uns anos já tinha previsto. Não deverá estar em condições de ser exposta na Feira do Mirtilo, mas dentro de pouco tempo isso acontecerá, e virá marcar ainda mais Sever do Vouga como Capital do Mirtilo. GR: Em resumo: O que espera da feira deste ano? AC: Espero que esta seja a maior de sempre, o mesmo desejo que tive o ano passado, a nível de expositores e de afluência de público, e não tenho grandes dúvidas de que isso acontecerá. O que vou ouvindo é que a nossa Feira do Mirtilo tem um peso grande no nosso país, sendo que, se percebe, a maior parte dos visitantes vem de muito longe, de todo o país, para ver a feira. Alguns vêm para conhecer o mirtilo, outros porque já se tornou um hábito vir a Sever ver a feira, mas também as nossas paisagens, o nosso património e, naturalmente, a nossa gastronomia. 5


Com sede em Oliveira do Hospital

Nova cooperativa prevê produzir este ano 100 toneladas de frutos silvestres

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ma nova cooperativa de produtores de frutos silvestres, de Oliveira do Hospital, prevê produzir este ano 100 toneladas de mirtilo e framboesa, revelou o presidente da empresa. O empresário Nuno Tavares Pereira disse que a recém-criada Cooperativa Capital dos Frutos Silvestres, com sede em Oliveira do Hospital, reúne “sobretudo jovens agricultores” de 22 municípios dos distritos da Guarda, Viseu e Coimbra. Aos seis fundadores, deverão juntar-

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-se, em breve, “entre 50 a 60 novos produtores”, maioritariamente apoiados pelo Ministério da Agricultura no âmbito de projectos de jovens agricultores. Além de mirtilos e framboesas para consumir em fresco, a nova cooperativa poderá produzir e lançar no mercado outros frutos silvestres, como arando vermelho, groselha e medronho, mas também avelã, pistácio, amêndoa e maçã bravo-de-Esmolfe, uma variedade regional. A sede da entidade fica em Oliveira do

Hospital, “mas dispõe de um grande polo em Mangualde”, nos distritos de Coimbra e Viseu, respectivamente, adiantou Nuno Tavares Pereira, de 37 anos. O presidente da Cooperativa Capital dos Frutos Silvestres realçou a importância das redes de cultivo e distribuição nesta área, envolvendo países com diferentes climas, europeus e do Norte de África, por exemplo, “para que haja produção todo o ano”. “A criação da cooperativa é mais um passo para uma nova agricultura em toda esta região”, o presidente da Câmara de Oliveira do Hospital, José Carlos Alexandrino, que também interveio na apresentação, no salão nobre dos Paços do Concelho. A iniciativa “vem ao encontro de uma nova forma de ver a agricultura”, partilhada pela autarquia, com vista a atrair mais jovens ao sector primário e criar emprego nos municípios do interior, salientou ainda o autarca. A cooperativa assumirá a comercialização, o apoio à plantação e à inovação de subprodutos e a promoção de marcas dos produtores associados, entre outras atribuições. Chás, licores, bebidas destiladas, compotas e barras energéticas são alguns dos derivados em que poderá igualmente investir.

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Nos dias 17 a 19 de Novembro no centro de exposições ExCel

Exposição quer promover exportações portuguesas para o Reino Unido

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ma exposição multissectorial com 3.000 metros quadrados em Londres pretende promover os vários sectores industriais de Portugal, aproveitando que o país “está na moda”, revelou a organização. A Portugal International Expo 2017 está agendada para os dias 17 a 19 de Novembro no centro de exposições ExCel, com um programa provisório que inclui palestras, seminários de gastronomia portuguesa, provas de vinhos, degustações de produtos e actuações de artistas. “Neste momento Portugal está na moda e devemos aproveitar esta vantagem para alavancar os esforços de

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promoção do melhor que o país tem”, refere na apresentação do evento a organização, a consultora PM Excel Group, da portuguesa Patrícia Marcelino. O evento, cujos expositores ainda não foram anunciados, pretende, atrair “empresas e negócios que pretendem importar e comercializar produtos portugueses, respondendo dessa forma à crescente demanda que se verifica com o aumento exponencial de portugueses a emigrar para o Reino Unido, assim como pela curiosidade proveniente do facto de Portugal estar cada vez mais na moda”. O evento quer não só explorar o “mercado da saudade”, composto pelos por-

tugueses residentes no estrangeiro, mas também chegar ao “crescente ‘mercado da curiosidade’”, formado pelos consumidores interessados por produtos étnicos. Segundo estatísticas oficiais britânicas, desde 2012 registaram-se para trabalhar no Reino Unido 150 mil portugueses e só em 2015 estima-se que 2,5 milhões britânicos tenham visitado Portugal. Além dos sectores agroalimentar e bebidas, estão previstos espaços para representantes das fileiras do Turismo, Imobiliário, Materiais de Construção, Mobiliário, Têxteis, Moda e Calçado e Serviços.

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David Carreira é atracção musical

Festival Ecoraia junta o “melhor da raia” em Sacaparte

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recinto do santuário de Sacaparte, na freguesia de Alfaiates, no Sabugal recebe, de 16 a 18 de Junho, o Festival Eco-raia, evento que pretende divulgar os produtos de ambos os lados da fronteira. Organizado pela Associação de Municípios da Cova da Beira (AMCB) e pela Diputácion de Salamanca, de Espanha, com o apoio do município do Sabugal, o certame conta com a participação de 80 expositores portugueses e espanhóis e terá também uma componente de animação musical, tendo David Carreira como cabeça-de-cartaz. O Festival Ecoraia é um “evento transfronteiriço de cariz comercial, promocional, social e de animação” e que pretende replicar em alguns pontos da Feira Ecoraia, realizada em edições anteriores. Este é “um novo modelo pensado e que seguramente marcará o panorama dos eventos nesta região”, referiu o presidente da AMCB, Para José Manuel Biscaia, este evento “é uma maneira de pôr os produtores do lado de Espanha e de Portugal a colaborarem”, afirmou, esperando que “este espaço seja uma maneira de mostrarmos que os produtos espanhóis são bons aqui, em Portugal, e que os produtos portugueses são bons

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aqui e em Espanha”, disse o também presidente da Câmara de Manteigas. A realização deste certame vai reforçar o sentimento de cooperação entre as duas regiões da raia e o presidente da Câmara do Sabugal diz que “a fasquia é alta” para esta edição do certame, pois “estamos a apostar na valorização de algo que já era promovido no nosso concelho, que era uma feira desenvolvida por várias freguesias, mas procurámos aproveitar esse desafio lançado pela AMCB e que vai permitir que ela cresça de uma forma considerável”, afirmou António Robalo. O edil do Sabugal estima que cerca de “dez mil pessoas, visitem o certame ao longo dos três dias e acredita “que se trata de uma excelente oportunidade para divulgar as potencialidades do concelho, da região e também reforçar a ligação a Espanha”. Por sua vez a vice-presidente da Diputacion de Salamanca sublinhou a importância desta relação transfronteiriça de proximidade. Chabela Olivera aponta a Bruxelas e espera que a organização desta feira conjunta possa ser encarada “como um incentivo para reforçar o apoio aos trabalhos em parceria” que tem vindo a ser dinamizados

com AMCB. “A relação que temos com todos os municípios da Beira Interior é muito importante para nós, uma vez que compartilhamos muita coisa e a junção de esforços que está a ser feita significa multiplicar os resultados”, frisou a responsável espanhola, salientando que ao longo da última década “que temos mantido uma relação de proximidade com a AMCB, o resultado tem sido extraordinário e por isso temos de pedir à Europa que continue a apoiar este grupo de trabalho, que é crucial para o desenvolvimento de toda esta região”, sustentou Chabela Olivera. O Festival Eco-raia custa 70 mil euros, sendo 85% do valor comparticipado por fundos europeus, e será realizado anualmente no território dos municípios da AMCB, para “trazer gente e mostrar produtos de qualidade”. O festival tem entrada livre e inclui gastronomia, artesanato, produtos regionais, mostra de gado e de maquinaria agrícola, muita animação, entre outras actividades. Charanga Europa, dia 16, e David Carreira, dia 17, são os nomes sonantes do cartaz de espectáculos. Este evento integra a Agroraia, uma feira que tradicionalmente realiza nesta região e que complementa este festival.

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Nos dias 17 e 18 de Junho

Lapa e Aquilino Ribeiro juntos na IX Feira Aquiliniana em Sernancelhe

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Lapa e Aquilino Ribeiro são duas marcas incontornáveis de Sernancelhe. Com mais de cinco séculos, a Lapa é reconhecida como um dos principais centros de romagem em Portugal, mantendo até hoje um sentido religioso notável. Por sua vez Aquilino é um dos mais reconhecidos escritores portugueses do século XX, que mereceu honras de Panteão Nacional, em 2007. Nos dias 17 e 18 de Junho, na Lapa, o Município de Sernancelhe vai recriar, com rigor histórico e etnográfico, as romarias da Lapa do tempo de Aquilino Ribeiro, “proporcionando aos milhares de visitantes um ‘regresso’ ao passado, uma ‘viagem’ pela identidade das nossas terras e das nossas gentes”, refere a autarquia. A Feira Aquiliniana é um evento temático com selo de qualidade da Escola Profissional de Sernancelhe, cujos formadores e alunos preparam, ao longo do ano, a sua participação no evento de forma activa, recriando profissões, trajes, rituais, actividades e personagens, e procura o equilíbrio entre o sentido religioso e a questão profana do comércio, das tascas, dos comes e bebes, mo10

mentos que têm como inspiração a obra literária do escritor natural da freguesia de Carregal. Assumindo o objectivo cimeiro de ser um tributo a Mestre Aquilino e à Lapa, o certame decorrerá no terreiro do Santuário, envolto pelo conjunto patrimonial constituído pela Igreja, Colégio, Pelourinho, Casa da Câmara e o casario tradicional daquela pequena comunidade pertencente à freguesia de Quintela, enaltecendo a vertente religiosa sempre presente na Lapa, a fé e a lenda que comprovam os mais de 500 anos de história de uma localidade criada pelos Jesuítas. A Feira contará com representações cénicas dos hábitos e costumes tradicionais por grupos etnográficos e de teatro, animação de rua e dramatização de excertos das obras de Aquilino Ribeiro, actuações de ranchos folclóricos e grupos de concertinas e fado à desgarrada e uma mostra permanente de artesanato e de produtos regionais, sempre enquadrados no ambiente que recria a Lapa de finais do século XIX, início do século XX. Promovida com a intenção de atrair

visitantes à região, o vereador com o pelouro da Cultura da Câmara de Sernancelhe considera que “a Lapa tem a particularidade de ser um santuário que acolhe muito peregrinos, sendo que, actualmente, é um espaço que recebe até mais turistas, uma vez que o peregrino está cada vez mais ‘diluído’ no turista”. “Para aproveitar este potencial e fortificá-lo ainda mais surgiu a Feira Aquiliniana, que regressa depois de não se ter realizado durante alguns tempo, para a temática de Aquilino Ribeiro voltasse à Lapa, que foi o lugar onde teve a instrução primária, que está reflectida na sua obra literária”, refere António Mateus. A ‘procura’ do regresso a outros tempos é uma forma de atrair gente ao território. “Sabemos que hoje as pessoas procuram vivências e experiências e o turista procura a genuinidade dos locais, as tradições e a gastronomia, diz António Mateus. Neste aspecto, acrescenta, “a Lapa reúne algumas iguarias gastronómicas, como o queijo, o pão alvo, bem como a doçaria, e nos restaurantes há um cozido à portuguesa único e as trutas do Vouga, pratos muito procurados nesta região por quem nos visita”. www.gazetarural.com


A realizar de 9 a 13 de Agosto

Oleiros prepara XVII Feira do Pinhal com cartaz apelativo

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Vila de Oleiros recebe de 9 a 13 de Agosto a XVII edição da Feira do Pinhal, certame que pretende valorizar todo o potencial endógeno do concelho, bem como captar novas oportunidades. A edição deste ano do evento marca também o fim da sua realização no recinto actual, junto ao edifício da Câmara Municipal, que irá ser alvo de uma profunda remodelação para receber novas valências, “passando a ser um recinto funcional que vai revolucionar por completo o centro da vila”, refere a autarquia de Oleiros. Nesta edição da Feira do Pinhal vão estar em destaque os recursos florestais do concelho, bem como os produtos endógenos, a natureza e as suas gentes. “A nossa estratégia passa pela afirmação de Oleiros como um território competitivo, através da aposta integrada no património natural como base de uma economia local forte e empreendedora”, referiu o vereador da Cultura e do Desporto da Câmara de Oleiros. Com 17 anos de existência, o certame assume-se como um evento de notável importância socioeconómica à escala nacional. “A Feira do Pinhal é hoje uma referência e atrai anualmente muitos expositores e milhares de visitantes”, acrescentou Paulo Urbano, destacanwww.gazetarural.com

do que, para o efeito, “foi planeado um parque de exposições para acolher o certame, devidamente infra-estruturado, a ser construído em local próprio”. Paulo Urbano afirmou que a Feira do Pinhal “é um evento consolidado, que se tem superado graças à aposta contínua na qualidade e na diferenciação da oferta”. Este ano o certame receberá 115 expositores, vindos dos mais diversos pontos do país, fruto de “uma rigorosa e criteriosa selecção”. “Tivemos 140 inscrições, das quais 15 se traduziram em novos expositores”, garantiu o vereador da Câmara de Oleiros. “Sempre foi nosso apanágio apresentar uma oferta surpreendente e variada, mantendo os padrões de excelência a que temos habituados os mais diferentes públicos que nos visitam”, afirmou o autarca, apontando a gastronomia como uma das ofertas para atrair visitantes. “Os sabores do Pinhal poderão ser degustados ao longo dos quatro dias do evento, nas tasquinhas e no espaço destinado à restauração. No plano de animação, além do habitual palco para artistas e grupos do concelho e da animação de rua, a curiosidade recai sobre Mickael Carreira e Miguel Agostinho, que actuarão no dia de abertura, e Augusto Canário e Tiago Silva no dia seguinte.

O grande destaque vai para os espectáculos apresentados pelo Grupo Luso Pirotecnia - Luso Events. Segundo Paulo Urbano é neste âmbito que a Feira do Pinhal se distingue das restantes festas da zona Centro e até do País. Esta é considerada uma aposta cultural de valor, assim como uma montra para uma empresa do concelho que leva o nome de Oleiros por todo o mundo. A 11 de agosto, o Largo do Município recebe o espectáculo “Galileo”, pela Companhia francesa Deux Ex Machina, uma estreia nacional e contempla circo aéreo, corda lisa teia e trapézio dança aérea, com final pirotécnico. Ainda neste dia, decorre a Festa da Dança no recinto de Festas de Santa Margarida com os Dj’s Menasso e Grouse. Como é habitual a Feira do Pinhal encerrará ao domingo com o início das comemorações do Dia do Concelho, na madrugada de 13 para 14 de Agosto. O tão esperado espectáculo piromusical a cargo da Pirotecnia Oleirense dá este ano pelo nome de “Estrelas”. Este espectáculo é desenhado para ser visto no recinto de Festas de Santa Margarida com uma envolvência 360’. As comemorações continuam com a actuação dos ÁTOA, seguindo-se o Grupo Função Públika. 11


Festa da História decorre a 24 e 25 de Junho

“Aldeia Histórica” de Trancoso recria Bodas Reais

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“Aldeia Histórica” de Trancoso recebe nos dias 24 e 25 de Junho mais uma Festa da História – Recriação das Bodas Reais. O evento decorrerá na zona nobre da cidade, com espaços dedicados às tendas de artesanato, tabernas, tendas militares e de ofícios medievais, com animação de arruadas pelo mercado, músicos e malabaristas, treino de armas, encantador de serpentes, dança do ventre, manipuladores de fogo, bobos, saltimbancos e desfiles, rememoração das Bodas Reais e Casamento Régio de El Rey D. Dinis e D. Isabel de Aragão realizado em 1282. Trancoso orgulha-se dos seus pergaminhos históricos desde os alvores dos tempos. Foi desde sempre terra procurada e cobiçada, palco de pelejas e de paz, terras de interculturalidade onde

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ao longo dos séculos se cruzaram nas estreitas ruas do hoje Centro Histórico o clero, a nobreza e o povo, cristãos, judeus e mouros, poetas, profetas, literatos vários, pintores, escultores, físicos e médicos, almocreves, sapateiros, correeiros, tratantes, ferreiros, paneiros, barbeiros, cavadores e ceifeiros, monges e freiras, padres, rabinos e vizires, heróis de lança e espada mas também de enxada, beneméritos e filantropos, políticos, diplomatas, juristas, homens e mulheres de Estado e gente anónima. Vigilante desde as alturas onde o frio e a canícula moldaram as rochas que a tornaram firme na defesa do solo pátrio mas também os rostos lavrados das pessoas que arrancam às entranhas da terra, por entre ribeiros de suor, lágrimas mas também de cantigas antigas e

sorrisos, o pão que alimenta e o vinho que alegra, Trancoso foi sempre burgo fiel na defesa do solo pátrio, povo destemido, resoluto e pronto para enfrentar as crises e tempos difíceis, fossem eles bélicos, conjunturais, políticos, sociais ou culturais. É este tempo que a Festa da História revive por entre tendas onde, tal como no passado, se vendem pão e doces, arte e artesanato, rendas e bordados, adornos, licores e frutas, à mistura com tabernas, acampamentos militares, mesteirais medievais. Trajados a rigor nobres, mendigos, guerreiros, mercadores, príncipes e princesas não vão faltar à festa. E não faltarão bailias, trovas e trovadores, folguedos, danças, desafios e torneios, saltimbancos e bobos, povo… mito povo!

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Nos dias 14, 15 e 16 de Julho

Boticas promove evento de época que junta as culturas castreja e romana

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município de Boticas está apostado em divulgar o seu património histórico e cultural, apostando na sua promoção como marca identitária. Depois de ter promovido a Céltica, em que no cenário do Castro de Carvalhelhos se regrediu no tempo 2500 anos até à época dos celtas, a autarquia da região do barroso aposta num novo evento de época, que decorrerá no centro da vila de 14 a 16 de Julho, e que junta as culturas castreja e romana. A vereadora da Cultura da Câmara de Boticas, à Gazeta Rural, adiantou que este evento visa “promover o território e seu riquíssimo património”, marcado pelas culturas celta e romana. “Um dos 14

objectivos é mostrar a toda a população a nossa riqueza cultural”, referiu Maria do Céu Fernandes. Gazeta Rural (GR): Com esta festa Céltica vamos ao passado com coisas do presente? Maria do Céu Fernandes (MCF): Com este evento regredimos no tempo 2.500 anos e recriamos a cultura da época. Boticas tem um património riquíssimo com mais de duas dezenas de castros, pelo que temos que aproveitar esta riqueza, promovendo-a e divulgando-a com estas iniciativas. Esta é também uma forma de incentivar o comércio local, com os nossos

empresários a marcarem presença nesta festa com os seus produtos. GR: Promover o território com um evento deste género é, também, marcar a diferença? MCF: Temos que aproveitar aquilo que temos, nomeadamente o nosso património arqueológico, cultural e histórico, por forma a promover a região. É isso que temos vindo a fazer e a conseguir. Esta é a segunda edição da Festa Castreja e é para continuar, sendo uma forma de divulgar o nosso território e aquilo que ele tem de genuíno. Foi aqui que foram encontrados os guerreiros castrejos, que são o símbolo www.gazetarural.com


da arqueologia nacional, e, portanto, o que pretendemos é dar a conhecer aos mais novos a cultura e a história da sua terra, pois quem não honra o passado não vive bem o presente, tampouco projecto o futuro. Procuramos, com este evento, envolver as pessoas, dinamizar o território e a nossa economia e, aos jovens, mostrar-lhe a cultura castreja que tantos vestígios deixou no concelho de Boticas. GR: Pretende-se com este evento torná-lo uma marca do território? MCF: Como disse, este é um tema forte no território e desta festa. No entanto, para além dos castros que temos no concelho, alguns muito conhecidos, como o de Carvalhelhos e o Lesenho, temos também várias aldeias e povoados romanos e pretendemos também divulgar essa marca do nosso território. GR: Nesse sentido, vão promover em Julho uma festa que junta as duas culturas? MCF: Sim, em Julho vamos organi-

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zar uma festa que junta a cultura celta e romana, duas marcas muito fortes na nossa região. Esse evento vai decorrer nos dias 14, 15 e 16 de Julho, no centro da Vila de Boticas e mostra a cultura castreja e a chegada dos romanos à região, com o chamado Pacto Barrosorum, que determinou a convivência do dois povos. GR: Essa iniciativa de que vai constar? MCF: Haverá várias representações de época, com música, danças e lutas, sendo também uma forma de divulgar os nossos comércio e os produtos de qualidade, como a carne barrosã, o mel do Barroso, o pão e, de uma forma geral, a nossa gastronomia. A festa terá um cenário completamente diferente. Enquanto a Céltica tem uma marca de ruralidade, esse evento terá um cenário mais urbano, com as legiões romanas, mas também evidenciando a cultura castreja na sua essência. Um dos objectivos é mostrar a toda a população a nossa riqueza cultural, o nosso património, porque, às vezes, as

pessoas nem se apercebem do trabalho que tem vindo a ser feito, nomeadamente pelos arqueólogos da Universidade do Minho, com quem temos um protocolo há vários anos, que têm vindo a fazer um levantamento deste património riquíssimo.

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Feira Medieval decorre de 30 de Junho a 2 de Julho

Penedono convida os visitantes a viajar… até ao passado

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ia 30 de Junho a 2 de Julho, Penedono recria os tempos medievais, o que acontece no maravilhoso centro histórico da vila, tendo a ‘Beatria’ como tema central da Feira Medieval deste ano. Este era documento da época, em que o povo de Penedono tinha o direito a escolher os senhores que queria para os governar, assegurando a sua defesa e bem-estar. Naqueles dias, e graças a uma recriação histórica fidedigna, a vila do norte do distrito de Viseu embarca numa aventura medieval. Pelas ruas vão ouvir-se os pregões dos almocreves, a música dos bobos, os gritos dos guerreiros e os clamores da justiça medieval. Durante quatro dias, Penedono recua no tempo e exibe, para todos os a visitam e apreciam a história, o orgulho que ali prevalece desde os tenros tempos da nacionalidade. O encantador cenário histórico que a vila proporciona, a activa participação das gentes locais, a animação sempre diversificada e constante são motivos que vêm contribuindo para o sucesso alcançado. Penedono é uma terra com história alicerçada em tradições que se vão perpetuando ao longo dos séculos, 16

detentor de um património etnográfico único exorta-o, no dia 29 de Junho, Feriado Municipal, através do Desfile Etnográfico de S. Pedro. Um evento que conta com a participação e envolvência de todas as associações, colectividades e juntas de freguesia do concelho e conta já com a sua XXI edição. O presidente da Câmara de Penedono adiantou à Gazeta Rural que a feira passará a ter um tema todos os anos. A edição de 2017 evocará a “Beatria”, uma forma de governação ao tempo, que permitia que as gentes de Penedono escolhessem os seus governantes. “Será mais um motivo que enriquece o programa da Feira”, salienta Carlos Esteves. “Vamos procurar que todas as feiras medíveis tenham um motivo que sobressaia em cada edição”, adiantando que para o próximo ano o tema já está escolhido e terá a ver com o ‘Magriço’. Hotel Medieval (re)abriu em Penedono A edição deste ano marca também a estreia do ‘novo’ Hotel Medieval, uma unidade hoteleira de 4 estrelas, única no concelho, que abriu recentemente.

Após três anos de encerramento, o Hotel Medieval, que é explorado pela Landsmark - Sociedade Agrícola do Douro, reabriu, resultado de um esforço realizado nos últimos anos pela autarquia com o objectivo de poder disponibilizar alojamento turístico a quem visita Penedono. “Temos vindo a verificar um aumento gradual do turismo no concelho e com a reabertura do Hotel vai ser possível aos turistas que aqui vêm prolongar a sua estadia, o que actualmente não acontece”. Para além disso, acrescentou Carlos Esteves, “vai criar novos postos de trabalho, fixar mais população e, consequentemente aumentar a receita noutras áreas de negócio que já existem na vila. Tudo isto será, sem dúvida, uma grande mais-valia para o município e para a divulgação e crescimento das empresas e produtos locais”, afirmou o edil. Numa altura em que a valorização do turismo no interior do país assume uma importância cada vez maior, o Hotel Medieval, que mantém a traça original característica da identidade histórica e cultural da vila, foi inaugurado a tempo de receber os muitos turistas que se preparam para visitar Penedono durante o período da Feira Medieval. www.gazetarural.com


Feira do Turismo e das Actividades Económicas de Alcácer do Sal entre 23 e 25 de Junho

“Sentir Alcácer” é o mote da PIMEL 2017

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XXVII edição da PIMEL - Feira do Turismo e das Actividades Económicas de Alcácer do Sal vai decorrer de 23 a 25 de Junho, data que coincide com o Feriado Municipal, no dia 24 de Junho. Dedicada ao tema “Sentir Alcácer “, a feira vai ser inaugurada no Pavilhão Gracieta Baião com a presença do Secretário de Estado o Secretário de Estado do Desenvolvimento e Coesão, Nelson de Souza, e com a participação dos embaixadores do Alentejo João Catarré e Sílvia Rizzo. A apresentação oficial do programa contou com a presença dos representantes dos organizadores da PIMEL 2017, da artista Fábia Rebordão, do Cavaleiro António Ribeiro Telles e dos cabos dos forcados de Montemor-o-Novo e Évora que integram o cartaz da corrida nocturna, entre os outros. O presidente da Câmara de Alcácer do Sal sublinhou que a feira acompanha o modernismo das empresas da região, nomeadamente no sector agrícola e vai espelhar a actualidade da produção www.gazetarural.com

alimentar que investe cada vez mais no concelho. Por sua vez Francisco Vacas, presidente da Associação de Agricultores de Alcácer do Sal, disse que a edição de 2016 “foi um sucesso” em termos de negócio para o sector e as expectativas para este ano são ainda maiores. “Vamos ter as maiores empresas de máquinas agrícolas representadas na feira, um colóquio, que vai abordar a agricultura inteligente para dar a conhecer os investimentos dos produtos hortícolas e frutícolas que temos de acarinhar e dar a conhecer, um sector com mais de mil hectares no concelho”. A Caixa de Crédito Agrícola de Alcácer do Sal e Montemor-o-Novo volta a ser parceira da autarquia na organização da PIMEL. Carlos Bicha falou do orgulho em voltar a participar e da importância da instituição bancária com sede em Alcácer do Sal. A programação artística conta este ano com uma oferta variada. A fadista revelação Fábia Rebordão, feliz por actuar em

Alcácer do Sal, disse que o espectáculo apresenta os seus últimos trabalhos prometendo uma surpresa para o público. A fadista actua no dia 23 no palco principal às 22,30 horas. A 24 de Junho Tony Carreira subirá a palco para um concerto memorável. Os DAMA atuam no palco principal da PIMEL no dia seguinte. A PIMEL 2017 conta igualmente com uma programação diversificada, que inclui exposição de gado e máquinas agrícolas, um colóquio de agricultores, cozinha ao vivo, concursos de doçaria, mel e petiscos, desporto, ateliers e espaço infantil, animação de rua e a corrida de toiros (dia 23). Este certame é promovido em conjunto pelo segundo ano consecutivo, numa parceria entre a Câmara Municipal, em co-organização com a Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Alcácer do Sal e Montemor-o-Novo e a Associação dos Agricultores de Alcácer, tendo ainda como patrocinadores ANRITA, Tintas Barbot, Águas Públicas do Alentejo, Turismo do Alentejo e Ribatejo, Super Bock e Delta Cafés. 17


Entre os dias 16 e 24 de Junho

Viseu apresenta “cartaz autêntico” nas Festas Populares

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o “Ano Oficial para Visitar Viseu”, as tradições populares e culturais da cidade de Viriato saem à rua entre os dias 16 e 24 de Junho. O presidente da Câmara de Viseu revelou que as Festas Populares da cidade vão sair à rua durante uma semana, propondo “um cartaz autêntico”, que faz com que Viseu “se assuma como destino turístico”. “Vamos ter um programa autêntico, com eventos muito conceituados e de grande tradição que, com o nosso apoio, têm vindo a fazer um ‘upgrade’ e a consolidarem-se do ponto de vista local, nacional e até internacional. Isto permite que hoje Viseu já se constitua como destino durante as festas populares e já não falamos só do S. João do Porto ou do Santo António em Lisboa”, sustentou Almeida Henriques. Na apresentação das Festas Populares da cidade, o autarca viseense revelou que as tradições populares e culturais da cidade de Viseu saem à rua de sexta-feira a dia 24 e incluem no seu cartaz a Festa das Freguesias, as Marchas dos Santos Populares e as Cavalhadas de Teivas e de Vildemoinhos. “O investimento municipal nas 18

Festas Populares de Viseu ascende a 135 mil euros, entre apoios directos às associações e custos de produção e logística. É um valor bastante substancial”, considerou. O arranque está agendado para esta sexta-feira, com a Festa das Freguesias a levar ao parque Aquilino Ribeiro “uma verdadeira mostra da identidade local do concelho”, com as 25 freguesias a promoverem a sua etnografia, gastronomia e património. Por volta das 19,30 horas do mesmo dia terá lugar um desfile etnográfico, entre o Adro da Sé e a entrada do parque da cidade, prevendo-se a participação de cerca de 800 pessoas, entre as quais 36 grupos de folclore, música tradicional, bombos e bandas filarmónicas do concelho. Ainda englobado na Festa das Freguesias, irá decorrer o concurso “Sabores & Aromas Tradicionais de Viseu”, na tarde de sábado, em que a mostra de sabores será posta à prova pelo chef Hélio Loureiro. Já a noite de sábado ficará marcada pelas marchas populares, em que estarão a concurso nove grupos marchantes e dois grupos convidados, um deles da Madeira.

Esta edição contará com a participação de cerca de 900 pessoas, entre marchas seniores, juvenis e infantis. Do cartaz das festas populares fazem ainda parte as seculares Cavalhadas de Teivas e de Vildemoinhos, no domingo e no dia 24, respectivamente. De acordo com o presidente das Cavalhadas de Teivas, Amador Oliveira, o cortejo será constituído por 11 carros alegóricos, sendo seis artísticos e cinco tradicionais. O desfile, em que participam cerca de 800 pessoas, arranca pelas 15:00 e será acompanhado por grupos de bombos, fanfarras, um grupo de pauliteiros e a tradicional “Dança da Morgadinha”. As Cavalhadas de Vildemoinhos deste ano terão em cortejo 28 carros artísticos, tradicionais e institucionais. Segundo o presidente das Cavalhadas de Vildemoinhos, Ramiro Figueiredo, comparativamente com a última edição, “os carros tradicionais duplicaram”. Este ano, a comissão organizadora promove também o “Concurso das Varandas Enfeitadas de S. João”, em que a comunidade é convidada a decorar a rigor as suas varandas, janelas e portas. www.gazetarural.com


Um subproduto vitícola que resulta de cada vindima

Investigadores estudam uso do engaço da uva na cosmética e alimentação

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nvestigadores da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) estão a estudar o aproveitamento do engaço da uva, um subproduto vitícola que resulta de cada vindima, para as indústrias cosmética, farmacêutica e alimentar. A equipa do Centro de Investigação e de Tecnologias Agroambientais e Biológicas (CITAB), da UTAD, começou a estudar formas de valorização do engaço em 2014. Ana Barros, directora do CITAB, disse que “o engaço é, sem dúvida alguma, uma oportunidade de negócio” para o Douro. A responsável explicou que este subproduto representa 25 por cento dos resíduos orgânicos da indústria vinícola e estava pouco estudado e caracterizado comparativamente com outros subprodutos como as películas, grainhas, borras ou bagaços. Segundo Ana Barros, em 2014 só havia, a nível mundial, 59 artigos publicados sobre o engaço. Desde então a equipa do CITAB já publicou 11. Após cada vindima, verifica-se um excedente deste produto que “não é tóxico, não é prejudicial, mas que possui um elevado teor de matéria orgânica, o que significa que poderá representar um potencial problema ao nível ambiental”. Actualmente, os produtores de vinho optam por depositar em aterros, utilizar www.gazetarural.com

como fertilizante ou para servir de alimentação animal, embora possa provocar problemas de digestibilidade. Ana Barros referiu que os estudos de potencialidade do engaço foram sempre direccionados para uma aplicabilidade na indústria e explicou que os investigadores centraram o seu trabalho em sete castas existentes na Região Demarcada do Douro. Do trabalho realizado é já possível concluir que este subproduto possui características que “ajudam na actividade antibacteriana, anti-inflamatória e antimicrobiana”. “Conseguimos verificar que, de facto, as potencialidades deste subproduto são enormes (…) e isso leva-nos a crer que, rapidamente, vamos conseguir ter resultados para podermos aplicar esta matriz quer na indústria cosmética, quer farmacêutica quer alimentar”, salientou. A investigadora destacou que o engaço tem uma “actividade antioxidante extremamente elevada” e concretizou que o objectivo é, por exemplo, desenvolver um creme antirrugas. “Que é aquele que eu acredito que vai ser a grande potencialidade desde subproduto”, sustentou. Para o efeito, já foram realizados contactos com uma empresa da região e está a ser preparada uma candidatura a fundos comunitários, até porque, se-

gundo a responsável, os testes de cosmética, a nível de segurança e eficácia, “são extremamente dispendiosos”. A parte farmacêutica poderá ser a que demorará mais tempo em estudo. No entanto, segundo Ana Barros, a investigação já feita nesta área “leva a crer que a potencialidade de actividade antibacteriana é elevadíssima”. A responsável explicou que foram testadas bactérias isoladas, do foro gastrointestinal, de pacientes do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), com extractos de engaço e verificou-se que “há castas que conseguem ter uma inibição superior aos próprios antibióticos em termos de crescimento microbiano”. Foi também já produzido um licor de engaço, um trabalho que vai ser intensificado na próxima vindima e que, segundo a investigadora, se verificou possuir “características sensoriais e visuais, ao fim de 90 dias de maceração, idênticas ao vinho do Porto envelhecido”. Como se trata de um produto sazonal, Ana Barros referiu que está a ser analisado o que pode acontecer ao engaço ao longo do armazenamento. “Temos estudos de três meses em que a composição destes compostos se mantém, não é alterada. Isto é extremamente importante também”, concluiu. 19


A 8 de Julho, das 14 às 23 horas

Tondela Brancos Dão no Mercado Velho

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elo segundo ano consecutivo o Município de Tondela, em parceria com a CVR do DÃO, organiza o “Tondela Brancos Dão” um evento dedicado à promoção e divulgação dos vinhos brancos da região do Dão, que se irá realizar no dia 8 de Julho, das 14 às 23 horas, no Mercado Velho de Tondela e área envolvente. Sendo o vinho branco um produto de excelência da região do Dão, com um paladar único, fruto de características endógenas diferenciadas, esta iniciativa decorre da política do Município na promoção de produtos endógenos e de valorização dos traços de singularidade que o caracterizam em diversos domínios, e, em particular, no sector primário. Não falte ao “Tondela Brancos Dão” e redescubra mais uma das marcas singulares desta região.

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Segundo o presidente da Câmara de Ponte de Lima

Sector do vinho verde vale “algumas dezenas de milhões de euros”

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atisfeito com a realização de mais uma Festa do Vinho Verde, cujo balanço considera “francamente positivo”, o presidente da Câmara de Ponte de Lima, à Gazeta Rural, salienta a importância deste sector na economia do concelho. Segundo Vítor Mendes, o sector do vinho é, a seguir à produção leiteira, o que maior peso tem na economia do concelho, “valendo algumas dezenas de milhões de euros”. Para o autarca, a “aposta na qualidade” foi decisiva para que hoje seja um sector em pleno crescimento no concelho, com empresários apostados na exportação. Gazeta Rural (GR): Satisfeito com esta Festa do Vinho Verde? Victor Mendes (VM): Sim. O balanço é francamente positivo, com uma enorme participação de um conjunto de empresários ligados ao sector vitivinícola, mas também de produtos regionais. De salientar a grande presença de visitantes, o que é muito importante neste tipo de iniciativas. É que, para além daquilo que se vende, mais importante são os contactos que são estabelecidos pelos empresários para futuros negócios. Nesta perspectiva, o que me foi dito por quem esteve na feira, e eram cerca de 60 expositores, é que foi muito positivo. Acho que conseguimos concretizar na integra os objectivos a que nos propusemos com esta XXVII Feira do Vinho Verde e, acima de tudo, deixar uma nota muito importante, que é o estabelecimento de parcerias entre várias instituições públicas, nomeadamente entre o município e dois estabelecimentos de ensino, a Escola Profissional de Agricultura e Desenvolvimento Rural de Ponte de Lima e a Escola Superior Agrária de Ponte de Lima do Instituto Politécnico de Viana do Castelo. Para além destas, há um conjunto de outras instituições, ligadas ao sector agro-florestal que estiveram presentes neste certame. Destacaria também os muitos jovens empresários ligados a este sector, o que nos dá uma grande esperança para o presente e futuro do nosso mundo rural, e que apresentam projectos criativos e inovadores, que tem uma dinâmica verdadeiramente empresarial, não 22

apenas para o mercado nacional, mas também internacional. GR: O sector do vinho verde está em expansão? VM: O vinho verde é um dos produtos agrícolas que teve um acréscimo maior em volume de exportações nos últimos anos. Esses jovens empresários estão apostados em marcar presença lá fora e isso resulta de um trabalho que tem vindo a ser feito há alguns anos, que tem a ver a qualidade dos nossos produtos e, principalmente, no sector do vinho. Se há áreas onde avançamos fortemente, no que respeita à qualidade, foi neste sector. GR: Esta feira dá um grande contributo para a promoção, em geral, do território? VM: Estamos todos satisfeitos com os resultados desta feira, desde a organização, os expositores e os visitantes, não só os de Ponte de Lima mas também os que vieram de muitas regiões do país e da vizinha Galiza. Com isto, demos mais um contributo para a promoção dos nossos produtos endógenos e, acima de tudo, do nosso território, que é atractivo, diferente e competitivo, em que procuramos associar os nossos produtos à marca de qualidade que é Ponte de Lima.

Estas feiras ligadas ao mundo rural têm a função de promover Ponte de Lima, não apenas do ponto de vista nacional, mas também internacional, integrados num projecto a que demos o nome de “Ponte de Lima Com Vida”. São 22 eventos que são realizados de Maio até ao segundo fim-de-semana de Setembro, em que mais de um milhão de pessoas nos visitam, o que tem um impacto grande na nossa economia local. Este é um investimento que tem retorno para o território. GR: Tem uma estimativa de quanto vale o sector do vinho no concelho? VM: Garantidamente vale algumas dezenas de milhões de euros. Temos uma cooperativa com três mil associados, com um volume de facturação de cerca seis milhões de euros, para além de um conjunto de produtores/engarrafadores que valem também alguns milhões de euros. Sendo um sector muito transversal, obviamente que tem um impacto grande no que toca às matérias-primas, aos fitofármacos e à maquinaria agrícola. É, portanto, um sector dos mais importantes que temos no concelho, logo a seguir ao sector leiteiro, que é o que tem maior expressão. www.gazetarural.com


Grupo de mestrado em Segurança Alimentar da Faculdade de Farmácia

Estudantes da UC transformam resíduo do queijo e ‘fruta feia’ em Ecobebidas

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objectivo de transformar subprodutos das indústrias de queijo e hortofrutícola em alimentos saudáveis e nutritivos foi o ponto de partida para o desenvolvimento da gama “Toal”, composta por duas ecobebidas totalmente naturais, sem corantes nem conservantes. Na equação para a confecção dos novos produtos, formulados por um grupo de estudantes de mestrado em Segurança Alimentar da Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra (FFUC), entram soro excedente do fabrico de queijo, um subproduto bastante poluente, e morangos que não têm calibre suficiente para venda ao consumidor final, a designada “fruta feia”. No âmbito do projecto foram desenvolvidas duas bebidas inovadoras, parecidas com iogurtes líquidos e sumo de fruta, que apenas diferem no conteúdo: uma de carácter proteico e outra energético. Em comum, explicam as autoras, Daniela Costa e Rita Martins, “as duas bebidas são ricas em antioxidantes e probióticos, que auxiliam na manutenção do sistema imunitário, e os seus açúcares essenciais, bem como os seus pequenos péptidos (pequenas proteínas de fácil absorção) exercem funções www.gazetarural.com

ao nível do sistema cardiovascular, nomeadamente no controlo da pressão arterial. Na Toal proteica, salienta-se um elevado valor nutritivo e atividade biológica, destacando-se a leucina, essencial no processo de crescimento muscular aliado à diminuição da acumulação de gordura corporal”. As jovens, que foram orientadas por Fernando Ramos, docente e investigador da FFUC, evidenciam o facto de ambas as bebidas constituírem “alternativas saudáveis para o consumidor e que não prejudicam o meio ambiente. Pelo contrário, no caso do soro proveniente do fabrico do queijo, estamos a contribuir para mitigar um problema ambiental, evitando que este entre na rede de águas. Já no caso dos morangos, ao aproveitar esta fruta que não é vendida ao consumidor final, estamos a combater o desperdício alimentar”. Todos os anos a indústria da produção de queijo gera grandes quantidades de soro. Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), em 2015 foram produzidos em Portugal 658 milhões de litros de soro de queijo de vaca. De acordo com as alunas, a grande inovação destas ecobebidas assenta no facto de “aproveitarmos todas as

propriedades do soro: proteínas, água e açúcares” e de não exigir um processo de confecção complexo. As ecobebidas Toal já foram degustadas por consumidores e a receptividade “foi muito agradável”, afirmam as jovens, que já contactaram alguns investidores interessados em financiar o seu projecto, dado que, adiantam, “o nosso objectivo é criar uma Startup para comercializar o produto. Entendemos que os estudantes universitários devem saber tirar partido do que aprenderam ao longo do curso e ter a capacidade de criar o seu próprio emprego”. O desenvolvimento dos produtos ‘Toal’ contou ainda com a colaboração de duas alunas de mestrado da Escola Superior Agrária de Coimbra (ESAC), Vânia Gomes e Elsa Rosário, acompanhadas pelo professor Carlos Dias Pereira, e de uma aluna do Instituto Politécnico de Leiria – Polo das Caldas da Rainha, Ana Martins Abrantes. O projecto Toal participou no Ecotrophelia Portugal 2017, concurso promovido pela PortugalFoods e pela Federação das Indústrias Portuguesas Agroalimentares (FIPA), tendo ficado classificado em segundo lugar. 23


Através da Escola Superior de Biotecnologia

Católica integra projecto europeu que explora o potencial das leguminosas

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Escola Superior de Biotecnologia (ESB) da Universidade Católica Portuguesa é uma das entidades que participa no TRUE – Percursos de Transição Para Sistemas de Produção Sustentáveis Baseados nas Leguminosas na Europa, um novo projecto europeu que visa explorar o potencial das leguminosas. Apesar de altamente sustentáveis, uma vez que não requerem fertilizantes de azoto inorgânicos, as leguminosas não são ainda adoptadas numa prática agrícola comum, devido, sobretudo, às dúvidas relacionadas com a sua rentabilidade. Este facto faz com que as leguminosas sejam cultivadas em apenas dois a três por cento das terras aráveis​​ da União Europeia, tornando-a altamente dependente das importações e de energia fóssil, necessária para a produção de fertilizantes azotados inorgânicos. O projecto TRUE pretende alterar exactamente este cenário. A investigação envolve 24 parceiros, de 10 países europeus, que se juntaram para explorar e desenvolver sistemas agrícolas e 24

agro-pecuários sustentáveis ​​baseados nas leguminosas, sendo que a ESB surge como a entidade responsável pela avaliação nutricional, pelo desenvolvimento de produtos inovadores para alimentação humana e, ainda, para rações animais baseadas em leguminosas. O consórcio inclui, não apenas investigadores de diferentes países, mas também empresas que operam em produção e processamento de leguminosas, na sua comercialização e distribuição pelas cadeias alimentares. Ração animal com base em tremoços e feijão É importante referir que o projecto TRUE inova em toda a cadeia de valor, desde o desenvolvimento de novas práticas agrícolas, até ao uso de leguminosas como “fertilizantes vegetais” ou “fertilizantes vivos”, e ainda no que se refere aos testes de novas tecnologias alimentares para melhorar a alimentação e a formulação de alimentos. A este nível, saliente-se que as inovações para ração incluirão, por exemplo,

o uso de tremoços e feijão para novos alimentos de aquacultura. O TRUE pretende aproveitar, igualmente, os benefícios ambientais e sociais das leguminosas, reduzindo as emissões de gases de efeito estufa e a poluição da água e promovendo uma alimentação mais saudável com proteínas de alto valor, o que irá aumentar, simultaneamente, a competitividade comercial das leguminosas na UE. Refira-se que a Escola Superior de Biotecnologia da Universidade Católica Portuguesa integra, assim, um amplo consórcio europeu, que obteve sucesso na concessão de um novo projecto de cinco milhões de euros do programa Horizonte 2020 da UE “Segurança Alimentar Sustentável (SFS) – Cadeias de valor de recursos resilientes e eficientes “. O projecto envolve, além de Portugal, países como Croácia, Dinamarca, Alemanha, Grã-Bretanha, Grécia, Hungria, Irlanda, Eslovénia e Espanha, e conta com o apoio de parceiros académicos e de empresas que operam na produção e processamento de leguminosas e na distribuição e comercialização. www.gazetarural.com


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Segundo o previsto no programa de Governo

Estratégia Nacional para Agricultura Biológica aprovada em Conselho de Ministros

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Conselho de Ministros aprovou a Estratégia Nacional para a Agricultura Biológica e o Plano de Acção para a produção e promoção de produtos agrícolas e géneros alimentícios biológicos, segundo o previsto no programa de Governo. No comunicado do Governo lê-se que a estratégia e o plano de acção “visam reforçar a dimensão económica e competitividade da actividade de produção agrícola biológica, estimulando a oferta e o consumo de produtos biológicos a nível nacional e fomentando a sua exportação”. O Governo determinou ainda a criação do Observatório Nacional da Produção Biológica, que tem como “principais funções avaliar e apresentar propostas de revisão da Estratégia Nacional para a Agricultura Biológica (ENAB)”. No final de Março, o ministro da Agricultura, Capoulas Santos, apresentou a estratégia, anunciando “em todo o património fundiário do Estado que for a concurso será feita uma discriminação positiva dos produtores de agricultura biológica e jovens agricultores”. A disponibilização de terras do domínio privado do Estado para instalar campos de produtos biológicos é uma das 53 medidas do Plano de Acção também apresentado em 29 de Março, focado em três grandes eixos: Produção, Promoção e Mercados e Inovação, Conhecimento e Difusão de Informação. A ENAB, que tem um horizonte temporal de dez anos e será revista ao final de cinco, esteve em consulta pública durante três semanas, para recolher sugestões, antes da decisão final no Conselho de Ministros. Duplicar a área de agricultura biológica para cerca de 12% da Superfície Agrícola Utilizada, actualmente é de 7% e triplicar as áreas de hortofrutícolas, leguminosas, proteaginosas, frutos secos, cereais e outras culturas vegetais destinadas a consumo directo ou transformação são algumas das metas da ENAB. O Governo quer ainda duplicar a produção pecuária e aquícola em produção biológica, com particular incidência na produção de suínos, aves de capoeira, 26

coelhos e apícola e a capacidade interna de transformação de produtos biológicos. O Plano de Acção prevê ainda fomentar a produção biológica em áreas protegidas, Rede Natura e zonas vulneráveis, agilizando o licenciamento e a conversão de explorações para produção biológica, e facilitar a homologação, para utilização em produção biológica, de produtos fitofarmacêuticos já autorizados noutros Estados membros com condições climáticas análogas a Portugal. Distribuir produtos biológicos no novo regime de fruta e leite escolar, incluir estes produtos nas ementas dos refeitórios públicos, criar uma aplicação móvel para localizar unidades de produção ou comercialização de produtos biológicos, disponibilizar informação ‘online’ sobre o controlo oficial destes alimentos e adoptar uma taxa reduzida de Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) de produtos biológicos em toda a

cadeia são outras das acções previstas para ajudar a aumentar o consumo e a confiança dos consumidores. No eixo Inovação e Conhecimento está previsto adequar a formação profissional e o ensino em produção biológica, construindo uma rede de formação profissional e ensino superior. Melhorar a informação estatística e de mercados de produtos biológicos, o apoio técnico específico e promover a investigação nesta área são outras das medidas previstas. De acordo com dados da Direcção Geral da Agricultura e Desenvolvimento Rural (DGADR), o peso da superfície em agricultura biológica em relação à superfície agrícola utilizada total é de cerca de 7%, sendo as regiões do Alentejo e da Beira Interior as que apresentam maior percentagem, 64 e 19%, respectivamente. Em 2015, a superfície em agricultura biológica atingiu os 239.864 hectares, equivalente à área do distrito do Porto. www.gazetarural.com


Anúncio feito pelo ministro da Agricultura

Governo quer estratégia e plano de acção para recuperar produção de cereais

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ministro da Agricultura anunciou, em Santarém, a criação de um grupo de trabalho para delinear “uma estratégia e um plano de acção para a recuperação da produção de cereais em Portugal”. Declarando-se “satisfeito” com a escolha de um sector que o Governo quer “agarrar e recuperar”, Capoulas Santos referiu haver “um conjunto de constrangimentos naturais, que é necessário ultrapassar”, pois o país tem “condições para trabalhar para nichos de mercado de qualidade, de forma muito interessante”. O ministro afirmou que assinou já o despacho para criação do grupo de trabalho, no qual participará pessoalmente juntamente com representantes do seu Ministério e das principais organizações do sector, como a Associação Nacional de Produtores de Cereais (ANPOC) e a Associação Nacional de Produtores de Milho e Sorgo (Anpromis), e que será constituído dez dias depois da publicação em Diário da República. Esse grupo terá um prazo de três meses para apresentação de um primeiro documento de trabalho, que entrará em execução depois de ser aprovado em Conselho de Ministros, adiantou. Capoulas Santos lembrou que a maior parte da área agrícola nacional, em particular nas zonas tradicionais de produção de cereais, elemento básico www.gazetarural.com

da alimentação dos portugueses, é de sequeiro, sendo necessário “encontrar alternativas rentáveis”. O objectivo, disse, é elaborar uma “estratégia nacional para a recuperação da produção de cereais em Portugal e um plano de acção associado”. “Não é apenas definir linhas orientadoras e directrizes gerais, é vê-las em medidas concretas, calendarizadas e quantificadas”, frisou. Capoulas Santos, que visitou demoradamente a Feira Nacional da Agricultura - certame que este ano recebe os visitantes com uma mostra de campos de cultura de cereais instalada no largo de acesso à entrada principal do recinto -, declarou-se “muitíssimo optimista” depois da troca de impressões com os expositores, em particular os de máquinas e equipamentos. “O ambiente que hoje se vive nada tem a ver com o que se vivia há um ano. No ano passado fui confrontado com uma série de queixas, com um clima de desmoralização, e agora, pelo contrário, as empresas estão a vender mais, a exportar mais, e existe um clima de confiança em que acreditam no futuro”. O ministro mostrou-se agradado com o “aspecto, a dimensão e a qualidade” da feira, considerando que isso “reflecte um pouco o que se passa com o sector em Portugal”, pois “está a crescer, a bater recordes de exportação”.

Esperando mais de 200.000 visitantes e 40.000 profissionais ao longo dos nove dias do certame, a organização da FNA apostou na melhoria das condições de acolhimento, disponibilizando um novo parque de estacionamento para mais 1.200 viaturas e mais zonas de sombreamento. As “Conversas de Agricultura”, com mais de 30 seminários e iniciativas para profissionais, trarão a Santarém especialistas nacionais e estrangeiros e vários responsáveis políticos, portugueses e europeus. Concursos e provas nacionais de várias raças de animais e a presença dos produtos vencedores dos concursos nacionais promovidos pelo CNEMA -pão, broas, empadas, gelados, folares, doçaria conventual e tradicional, enchidos, licores, carnes, ervas aromáticas, azeitonas, azeites, vinagres, mel, vinhos -, são elementos de atracção, pois “permitem o contacto directo do consumidor com o que de melhor se faz no sector”. Produtos de “grande qualidade” são dados a degustar no Salão Prazer de Provar e nas “provas na cozinha”, estendendo-se a oferta do que de melhor se produz em Portugal ao espaço onde se concentram os restaurantes de carnes autóctones e as tasquinhas de associações e colectividades da região. 27


Sector primário está em transformação no concelho

Festa da Cereja foi o mote para mostrar as potencialidades agrícolas de Alfandega da Fé

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agricultura e a pecuária são dois sectores em franca expansão no concelho de Alfandega da Fé. A Festa da Cereja serviu para mostrar a vitalidade do sector primário, com destaque para o fruto da época, mas um encontro de pastores de pequenos ruminantes deu para ver a qualidade dos animais, numa região que produz queijo de cabra e ovelha de excelente qualidade. Berta Nunes, presidente da Câmara de Alfândega da Fé, à Gazeta Rural, destacou a importância do sector primário no concelho, que diz, “estar em transformação”, com gente jovem qualidade a apostar na produção de fruta, azeite e amêndoa. Gazeta Rural (GR): A Festa da Cereja mostrou outras potencialidades do concelho? Berta Nunes (BN: É um pretexto para mostrar todos os produtos do território e, desta vez em particular, a vitalidade da pastorícia, com o terceiro encontro de pastores. Entendemos que esta feira não podia esquecer um sector que hoje é importante na economia do nosso concelho. Apesar de termos menos pastores, os que restam são mais competentes, têm outras capacidades e, fundamentalmente, com bons animais. GR: O que representa o sector dos pequenos ruminantes no concelho? BN: Do ponto de vista da riqueza produzida é difícil de contabilizar, mas o que sabemos é que em cada aldeia há dois ou três pastores. O leite é o produto mais importante, que depois é transformado em queijo, de ovelha e de cabra, nas várias queijarias existentes no concelho, mas também a carne, um outro produto relevante deste sector, que permite alguns pratos tradicionais de grande qualidade na nossa região. GR: A cereja, este ano, é de excelente qualidade? BN: Sim. Temos vários produtores de outros concelhos da região, como de Macedo de Cavaleiros, que este ano vieram à nossa feira. Alguns já são associa28

dos na nossa Cooperativa Agrícola, que é o maior produto de cereja da região, como forma de escoarem os seus produtos. Temos que olhar para o território não apenas dentro dos limites do concelho, mas de uma forma mais alargada. Por exemplo, no que respeita à cereja, temos produtores de Vila Flor, do Vale da Vilariça, que estão a produzir no planalto de Alfandega da Fé, quando a Cooperativa e a Câmara Municipal disponibilizaram terrenos, num concurso público, nomeadamente um grande produtor de fruta, que neste momento também está a produzir no nosso concelho. Nós, a Câmara e a Cooperativa Agrícola, temos que trabalhar mais, olhando para o território de uma forma abrangente e não apenas dentro da área do concelho. Desta forma, ganhamos escala e podemos, desse modo, responder às pretensões das grandes superfícies, sem esquecer que para além de quantidade temos que ter qualidade. No caso da cereja, é um fruto que tem que ser vendido de imediato colocado, ser bem vendida, dando mais-valias aos produtores. GR: O sector primário está a me-

xer no concelho? BN: Sim. Não diria que há mais gente, mas há mais jovens agricultores, com qualificação e alguns licenciados, que acreditam na terra. Ou seja, vamos ter uma nova geração de agricultores muito diferente dos seus antecessores. Estamos, cada vez mais, a ter jovens agricultores a investir em várias produções, seja na fruta, na amêndoa, um dos sectores onde está a haver mais investimento, bem como no azeite. Na castanha, temos vários produtores na serra de Bornes e está a vender-se muito bem. Contudo, neste momento está a ter vários problemas, que estamos a acompanhar, nomeadamente as doenças do castanheiro e as práticas culturais. Há, também, a questão da comercialização que ainda não trás mais-valias aos nossos produtores, pois a venda ainda é feita por intermediários, apesar dos preços interessantes. Este é um sector que nos preocupa e que merece toda a nossa atenção, pois poderemos vir a ter problemas mais graves no futuro. Tudo isto para dizer que a agricultura e a pecuária vão continuar a ser a base da nossa economia. São dois sectores em transformação, do meu ponde de vista positiva. www.gazetarural.com


Um dos produtos com maior peso económico no concelho

Vinhais com mais de meio milhão de euros para investir no fumeiro

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município de Vinhais tem disponíveis mais de meio milhão de euros de fundos comunitários para dinamizar e apoiar novos projectos empresariais no sector do fumeiro, um dos produtos com maior peso económico neste concelho do distrito de Bragança, que fez dos enchidos tradicionais uma fileira que movimenta cerca de seis milhões de euros por ano. A Associação Nacional de Criadores de Suínos de Raça Bísara (ANCSUB) é a responsável por esta fileira e “conseguiu a aprovação de um projecto, no âmbito do Programa Operacional Regional do Norte 2020, num montante de financiamento de 534.699 euros. Com o projecto “Apoio ao Empreendedorismo do Sector Agroalimentar em Terras de Trás-os-Montes” pretende-se fomentar o espírito empresarial na região, mais concretamente no que diz respeito à produção de fumeiro de Vinhais com Indicação Geográfica Protegida (IGP). O projecto, que é uma aposta da www.gazetarural.com

ANCSUB com o apoio da Câmara de Vinhais, “permitirá concretizar uma estratégia de valorização dos produtos agroalimentares de Vinhais, em especial do fumeiro, através do apoio às empresas do sector agroalimentar e criação de novas empresas”. A aposta passa também pela “inovação dos produtos endógenos, da qualificação dos empresários do sector agroalimentar e do aumento da comercialização e exportação de produtos e da dinamização e promoção do turismo gastronómico”, segundo informação divulgada pela autarquia local. A secretária técnica da ANCSUB, Carla Alves, salienta que “a aprovação deste projecto reveste-se de uma grande importância para um concelho, onde a produção de fumeiro continua a ser um dos importantes sectores económicos”. “Vinhais é um território rural, onde a agricultura é o suporte socioeconómico da população e a produção de fumeiro tem de continuar

e ser encarada como uma alternativa de criação da própria empresa e do próprio emprego”, defendeu. O projecto, segundo dos promotores, arranca ainda este ano e prolonga-se até 2019. Há mais de 30 anos que os enchidos de Vinhais ganharam estatuto além das fronteiras da região e atraem apreciadores de todo o país, sobretudo na tradicional feira anual. Todos os enchidos de Vinhais têm certificado de qualidade e atingem preços de 40 euros o quilograma, no caso do salpicão, e já conquistaram o mercado nacional e o da exportação. O fumeiro é o pilar da economia local, com 310 postos de trabalho directos num concelho onde 3.000 pessoas vivem apenas da agricultura. A fileira dos enchidos movimenta o concelho durante todo o ano nas cozinhas regionais, nas unidades industriais, nas 185 explorações pecuárias do porco bísaro, o responsável pela carne que distingue este fumeiro. 29


Diz Marta Peneda, vereadora da Cultura da autarquia

A ‘Hortíssima’ “é uma homenagem às raízes do concelho da Maia”

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concelho da Maia promoveu, pelo segundo ano consecutivo, a ‘Hortíssima’, evento que visa ser uma mostra dos produtos hortícolas ali produzidos, sendo também “uma homenagem às raízes do concelho”, antes apelidado do “celeiro do Porto”, pois era dali que saiam, para toda a região da cidade Invicta, as hortícolas, o trigo e outros produtos. À Gazeta Rural a vereadora com os pelouros dos Recursos Humanos e Relações Públicas da Câmara da Maia destacou a importância do evento, no sentido de “fomentar a aproximação dos produtores do concelho aos consumidores”, bem como “promover e a potenciar o uso da terra”. Marta Peneda lembrou o passado rural do concelho da Maia, que agora se tenta recuperar com a realização desta e de outras iniciativas. Gazeta Rural (GR): Qual o objectivo da realização desta ‘Hortissima’? Marta Peneda (MP: É a grande festa dos produtos hortícolas produzidos no concelho e que se realiza, pelo segundo ano consecutivo, no coração da cidade da Maia. Este evento pretende fomentar a aproximação dos produtores aos consumidores e, dessa forma, sensibilizá-los para um estilo de vida e uma alimentação mais saudáveis. GR: Quando olhamos para a 30

Maia, lembra-nos uma cidade industrial, com um aeroporto internacional no seu território? MP: Tudo isso é verdade, mas há também o nosso mundo rural, que é muito importante. Este evento é também uma homenagem às raízes do nosso concelho, que hoje é moderno, próspero e com elevados níveis de exigência no que diz respeito à qualidade de vida. Contudo, há muitos anos era um concelho eminentemente rural, apelidado do ‘celeiro do Porto’, pois daqui saiam as hortícolas, o trigo e outros produtos para a zona do Grande Porto. Daí que hoje, apesar de sermos um concelho moderno e onde é bom viver, façamos esta homenagem à nossa ruralidade, que ainda existe, para que os nossos munícipes se orgulhem e comecem a promover e potenciar o uso da terra, seguindo as novas tendências do mundo moderno. GR: O que resta da ruralidade do concelho? MP: Ainda resta muito. O facto de querermos trazer a horta à cidade, simboliza aquilo que hoje é a Maia, um misto de modernidade com ruralidade, onde é possível viver-se da agricultura, com todas as vantagens de um mundo moderno. GR: Essa ruralidade está virada para a produção de hortícolas?

MP: Este certame tem a parceria da Cooperativa Agrícola da Maia. O que pretendemos foi fazer uma mostra daquilo que melhor se produz no concelho. Tivemos um mercado com cerca de 50 produtos frescos, com características ímpares e completamente diferentes daqueles que se encontram nas grandes superfícies. Paralelamente tivemos animação, com aulas práticas de cozinha, hortas pedagógicas, entre outras actividades e muita animação para todos. GR: Este é um evento anual? MP: Sim. A primeira edição teve lugar o ano passado e demos conta que as pessoas criticaram o facto de terem sido apenas três dias, pelo que este ano passámos para cinco. A primeira edição superou largamente as nossas expectativas e este ano voltou a ser um êxito. Claro que tivemos que criar novas valências ou não fosse a Maia um concelho inovador, um princípio que tentámos reflectir em todos os eventos que promovemos. Nesse sentido, este ano alargámos a ‘Hortíssima’ aos lacticínios, daí que a estrela-mor do evento seja a vaca ‘Mimíssima’. Este evento terá uma realização anual, envolvendo uma parceria aos mais variados níveis, sendo difícil repeti-la mais vezes durante o ano. Contudo, está prevista a realização de uma feira de produtos hortícolas, com periodicidade semanal, mas numa escala menor. www.gazetarural.com


Conclusões da conferência sobre o sector que decorreu em Proença-a-Nova

Gestão profissionalizada é fundamental para garantir sustentabilidade futura da floresta

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sustentabilidade futura dos recursos florestais, que são finitos, está dependente de uma gestão profissionalizada. Esta foi uma das ideias chave transmitida durante a conferência “Floresta, Fonte Inesgotável de Riqueza” que se realizou durante a Festa do Município de Proença-a-Nova e que contou com a presença de secretário de Estado das Florestas e Desenvolvimento Rural. Essa gestão, que implica organização e planeamento, permite também tirar uma maior rentabilidade deste recurso ao mesmo tempo que se protege o ecossistema. As Zonas de Intervenção Florestal e as Entidades de Gestão Florestal são, nesse sentido, importantes ferramentas de gestão que tem de ser certificada. “Temos apenas 10% da nossa área florestal certificada”, avançou Amândio Torres no encerramento da conferência, o que equivale a 300 mil hectares certificados num total superior a 3 milhões de hectares. O governante anunciou a abertura de dois avisos, ambos no valor de nove milhões de euros, um para a regeneração do pinheiro bravo e outro para a substituição de eucaliptais velhos e com baixa produtividade. “Os recursos naturais não www.gazetarural.com

são eternos, temos de ter capacidade produtiva e ecossistemas cada vez mais resilientes e temos que balancear sempre entre o factor económico e o factor da viabilidade do ecossistema onde desenvolvemos a nossa economia. Se o fizermos, creio que o tema desta conferência de hoje, que dizia uma fonte inesgotável de riqueza, vai ser verdade, mas deve ser uma fonte inesgotável de riqueza não para ninguém em particular mas para o colectivo, para as pessoas e para a nossa sociedade. Se fizermos isto estamos a fazer aquilo que nos compete fazer enquanto seres vivos neste planeta”, concluiu do governante. Na abertura do seminário, o presidente da Câmara de Proença-a-Nova falou da necessidade de haver escala no negócio da floresta. “Numa parcela minifundiária como é a nossa, em que temos no concelho de Proença-a-Nova uma matriz fundiária de 0,3 hectares, temos todos, incluindo o Município em primeira linha, de promover uma gestão que seja profissionalizante num espaço maior para, de facto, ganharmos escala e criarmos valor para os proprietários. Mas isso não se faz sem diplomas legais que ajudem os proprietários e que valorizem os seus terre-

nos”, referiu João Lobo. Desta forma, será possível voltar a retirar riqueza da floresta que ocupa 80% da área do concelho. Havendo margem para crescer, é preciso também dar novas roupagens a esta exploração, como centrais de biomassa, sequestro de carbono, turismo de natureza e protecção da biodiversidade. “Estes são alguns dos activos que não podemos perder e que temos que reclamar, nós que estamos nestes territórios, relativamente ao todo nacional”, considerou o autarca. Com cerca de cem participantes, 15 oradores e três moderadores, a conferência abordou diversos temas, divididos em três painéis: o ordenamento e legislação, o potencial das espécies florestais (dando ênfase ao pinheiro manso, medronheiro, resinagem e paulownia) e as valências económicas da floresta (abordando o turismo, a cinegética, a caprinocultura, a gastronomia, a apicultura e o design). Especialistas de diversas áreas deram o seu contributo relativamente a caminhos de exploração deste recurso, diversificando as actividades e permitindo simultaneamente a exploração económica e a protecção do ecossistema. 31


Com muitos desafios pela frente

Pedro Serra Ramos reeleito presidente da ANEFA

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edro Serra Ramos foi reeleito presidente da Associação Nacional de Empresas Florestais, Agrícolas e do Ambiente (ANEFA), no acto eleitoral que decorreu no final do mês de Maio. A única lista a sufrágio, que aposta na continuidade do trabalho que tinha vindo a ser desenvolvido pela anterior Direcção, acabou por ter 100% dos votos, num acto eleitoral bastante participado, tendo havido uma taxa de abstenção de 36% do universo de associados. Segundo a nova direcção, “um dos principais desafios consiste, actualmente, em trazer a dignificação para empresas e trabalhadores, que atuam nos sectores representados pela Associação”. Sendo a ANEFA a única Associa32

ção que representa a nível nacional os prestadores de serviços à floresta, agricultura e espaços verdes, “importa apostar na formação de empresários e colaboradores das empresas para que de uma forma responsável se possa aumentar a produtividade, fazendo melhor, sempre no respeito por um ambiente sustentável”. Segundo os responsáveis da associação, “há uma grande falta de mão-de-obra qualificada para trabalhar nestes sectores e a ANEFA pretende ajudar a colmatar essa lacuna. Isso não implica apenas a presença de licenciados, enquanto responsáveis pelas operações, mas igualmente o aproveitamento do potencial que constituem os atuais activos que operam nos diferentes sectores e cujo reconhecimento deve ser realizado”. Importa além disso, acrescentam, “regular o trabalho efetuado nesses sectores”, o que só será possível, através da criação de um instrumento legal, que já existe no sector dos espaços verdes mas não nos sectores florestal e agrícola, que é o alvará de empresas florestais e agrícolas. “Só assim poderemos garantir, a quem contrata um serviço nesta área, que o mesmo seja realizado por empresas qualificadas”, referem os responsáveis da ANEFA. Esta tem sido uma batalha da Associação, que já viu o seu projecto recusado por quatro vezes ao nível dos diferentes Governos, “mas da qual não abdicamos”, sustentam. O outro desafio que se coloca à actual direcção “é o de procurar garantir uma continuidade de trabalho nos sectores, que continuam muito ‘subsídio dependentes’ ou dependentes das obras públicas, por falta de capacidade de investimento. Essa falta de continuidade, à qual não são alheios os

consecutivos atrasos e alterações na realização do PDR, impedindo as empresas de realizarem um planeamento conveniente, põe em risco milhares de postos de trabalho e a concretização de investimentos que de alguma forma poderiam aumentar a produtividade no sector”. Existe muito trabalho para realizar, mas quem investe, se tem a perspectiva de o poder fazer com a ajuda de subsídios, não o faz, aguardando pelo lançamento de concursos ou aprovação de projectos, que tardam em aparecer. “Quem presta serviços, não pode estar dependente desta situação”, alertam os responsáveis da Associação. Nova direcção Mesa da Assembleia geral Presidente: Unimadeiras, SA - António Loureiro Vice-Presidente: Viveiros St. Isidro Isabel Almeida Secretário: Abastena, SA - Manuel Martins Direcção: Presidente: ForestFin, Florestas e Afins, Lda - Pedro Serra Ramos Vice-Presidente: Igal, Lda. - Filipe Roque Tesoureiro: Gestiverde, Lda. - José Luís André Vogal: Terrateam Lda. - José Miguel Gomes Aires Vogal: Florestas Sustentáveis Lda. Manuel Luís Conselho Fiscal: Presidente: Consagri - Gonçalo Potier 1º Vogal: Trevo, Lda. - Daniel Montes 2º Vogal: Micoflora, Lda. - Maria Bagulho www.gazetarural.com


Últimas

Nos dias 20 e 21 de Junho

Alto Tâmega discute novos desafios do “Turismo para Todos” na região

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uma iniciativa da Empreendimentos Hidroeléctricos do Alto Tâmega e Barroso (EHATB) e organizada por seis municípios - Boticas, Chaves, Montalegre, Ribeira de Pena, Valpaços e Vila Pouca de Aguiar – vai decorrer nos dias 20 e 21 de Junho um seminário subordinado ao tema “Turismo para Todos no Alto Tâmega - Novos Desafios”. No dia 20 os trabalhos decorrerão no Hotel Palace, em Vidago, e no dia seguinte em Pedras Salgadas. Neste seminário, discutir-se-á a importância e a relevância do turismo para todos, promovendo-se a região e o país, com a participação de um painel de oradores nacionais e internacionais, de indiscutível experiência e qualidade. Partindo das especificidades do território do Alto Tâmega, serão debatidos temas como a construção de uma oferta turística acessível, o termalismo e o turismo de natureza em cidades e vilas inclusivas, oportunidades de mercado e

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internacionalização, entre outros. Haverá, ainda, um painel exclusivamente dedicado a exemplos de ofertas de turismo nos seis municípios. Com mais esta iniciativa, o Alto Tâmega coloca-se na vanguarda da discussão acerca da possibilidade de acesso aos recursos turísticos e à fruição do território por todos, numa estratégia intermunicipal concertada, focada no desenvolvimento turístico sustentado, para a região. Este será o primeiro de vários encontros que os seis municípios pretendem promover anualmente pelos concelhos do Alto Tâmega, numa estratégia comum de promoção turística, em torno de várias temáticas. “Turismo para Todos No Alto Tâmega” foi o tema escolhido para este ano, pela relevância do tema na agenda nacional e internacional do turismo, que se pretende um turismo acessível e inclusivo, englobando toda a população indepen-

dentemente do seu grau de autonomia, nomeadamente no que respeita às suas necessidades especiais ou outros aspectos que possam condicionar a sua facilidade em viajar. A ideia é tornar o Alto Tâmega num destino turístico para todos, aberto a pessoas com o mais variado leque de necessidades, isto é, numa oferta turística acessível, introduzindo igualmente a acessibilidade e a inclusão de forma integrada, acrescentando assim à oferta turística uma nova dimensão competitiva. “Os seis municípios juntos, ainda mais organizados e numa estratégia concertada, pretendemos tornar o Alto Tâmega num destino turístico de excelência”. Foi esta a ideia-chave que os autarcas quiseram passar aquando da apresentação do seminário à comunicação social. O objectivo é promover e cativar ainda mais gente a este território, de variadas potencialidades, numa aspiração de internacionalizar o Alto Tâmega.

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Últimas Com sabores a produtos autóctones do Barreiro

Centro de Educação Ambiental da Mata da Machada lança biscoitos e bolachas

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om o objectivo de promover a Mata da Machada, o Centro de Educação Ambiental sedeado o Barreiro, criou, numa parceria com a “Santa Coina Confeitaria”, biscoitos e bolachas com produtos que podem ser encontrados neste espaço florestal do concelho. Poderão ser provados biscoitos de medronho e figo, e bolachas de tomilho e flor de sal. Estes produtos pretendem, também, divulgar o papel que a Mata da Machada e Vale de Zebro tiveram na história do nosso país, na época dos Des-

cobrimentos. Nos fornos da Mata da Machada eram produzidas as formas onde se cozia o “biscoito”, um tipo de “pão” que os marinheiros portugueses levavam nas suas epopeias marítimas. Bruno Vitorino, vereador da Câmara do barreiro, refere que, “com esta ideia, promovemos a Mata da Machada, e o papel do Barreiro na História de Portugal. Com uma pequena ideia, podemos ajudar a contar um grande passado”. Os biscoitos podem ser adquiridos na “Santa Coina Confeitaria”.

No dia 22 de Junho, nas Termas de S. Pedro do Sul

ADDLAP inicia formação-acção para a Implementação de Sistemas de Gestão

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Associação de Desenvolvimento Dão, Lafões e Alto Paiva (ADDLAP) vai iniciar a Formação-Acção para a Implementação de Sistemas de Gestão no próximo dia 22 de Junho, com a Sessão Pública “ Valor Ambiental no Território e na Gestão das Empresas Turísticas”, a realizar entre as 17 e as a9 horas, no Auditório do Balneário Rainha D. Amélia, nas Termas de S. Pedro do Sul. Esta Formação-Acção decorre da aprovação de uma candidatura apresentada ao Programa Operacional Competitividade e Internacionalização (POCI), no âmbito de um projecto conjunto com 16 PME da região, directa ou indirectamente associadas ao Turismo e interessadas no desenvolvimento de capacidades para a implementação de um sistema de gestão na área da Qualidade. O foco da formação procura dotar as empresas envolvidas de maiores competências de gestão tendo em vista o desenvolvimento de um turismo de qualidade e a melhoria de uma oferta 34

ambientalmente responsável no nosso território. Esta oferta de formação por parte da ADDLAP insere-se num conjunto mais amplo que se tem traduzido na organização de ofertas formativas já concretizadas, nomeadamente para Jovens

Agricultores, e que se irão prolongar noutros domínios, como a produção agrícola e animal, turismo e lazer, hotelaria e restauração, secretariado e trabalho administrativo, contabilidade e fiscalidade, indústrias alimentares, ciências informáticas e comércio. www.gazetarural.com


Com o sector cooperativo em destaque

UDACA apresenta dois novos vinhos brancos de verão

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União das Adegas Cooperativas do Dão (UDACA) apresenta dois novos vinhos brancos, numa iniciativa, a decorrer a 16 de Junho, que inclui uma mostra de vinhos do sector cooperativo do Dão. O presidente da UDACA defende a urgente necessidade de se eliminar o estigma de que os vinhos do sector não têm qualidade. Prova disso são os inúmeros prémios obtidos, como ficou demonstrado nos concursos da CVR Dão, com a Adega de Silgueiros em destaque este ano. À Gazeta Rural Fernando Figueiredo destaca o “forte crescimento” da UDACA nas exportações, sem descurar o mercado interno, onde tem vindo a recuperar o seu prestígio. Gazeta Rural (GR): A UDACA apresenta novos vinhos? Fernando Figueiredo (FF): Vamos lançar dois novos vinhos brancos, ao mesmo tempo que promovemos um evento em que os visitantes podem conhecer os melhores vinhos do sector cooperativo do Dão, das adegas de Silgueiros, Penalva do Castelo, Mangualde e Vila Nova de Tazem, cada uma no seu espaço. Esperamos uma boa adesão das pessoas, que poderão provar os vinhos, com um serviço de catering servido por jovens de uma instituição que normalmente nos acompanha, bem como alguma animação. Este evento é destinado ao consumidor final, dando a conhecer a qualidade dos nossos vinhos, em especial os brancos para este verão. GR: A Adega de Silgueiros estewww.gazetarural.com

ve em destaque no último Concurso da CVR Dão, que mostra que a aposta feita de há uns anos está a dar frutos? FF: Sim, cinco medalhas de ouro nos tintos e uma nos brancos. Enquanto presidente da Adega de Silgueiros uma das coisas que me deixava aborrecido era concorrer e não ter prémios, o que fazia com que houvesse quem nos olhasse um pouco de lado. Para inverter isso, tivemos que fazer algo de diferente. Reestruturámos a Adega, a começar pela recepção das uvas, desafiámos os associados a produzir em alta qualidade, como fazem os operadores privados, e hoje apresentamo-nos a concurso não com 2000 litros, mas com lotes de 30 ou 40 ou 60 mil litros, nomeadamente de Touriga Nacional e Encruzado. GR: Isso prova que a aposta foi acertada? FF: É a prova de que a Adega de Silgueiros produz vinhos de grande qualidade. De uma forma genérica, o que tem que ser dito e divulgado é que o estigma de que o sector cooperativo não produz grandes vinhos tem que terminar, tem que desaparecer. O sector tem vinho de qualidade igual ou superior aos outros operadores que estão no mercado. Aliás, este foi um assunto debatido numa recente reunião da Fenadegas, porque, nalgumas organizações de compradores, o estigma de que o vinho do sector cooperativo não tem qualidade ainda existe, esquecendo-se que algumas das marcas com

grande notoriedade no mercado foram ‘criadas’ com vinhos comprados ao sector cooperativo. Fico muito orgulhoso, de uma forma geral, com todo o sector. Em anos anteriores foram outras adegas do Dão a ter tantas medalhas como Silgueiros teve este ano, mas, naturalmente, que fico mais orgulhoso ainda porque foi a adega a que presido a ser galardoada. GR: Na UDACA a aposta continua a ser a exportação, sem esquecer o mercado nacional? FF: Sim. No mercado nacional a UDACA é uma marca prestigiada e com vinhos de qualidade. Não descuramos o mercado interno e continuamos a aposta para que volte a ter o peso de outros tempos. Durante alguns anos descurou-se a marca, mas hoje podemos dizer que estamos, aos poucos, a recuperar mercado, mesmo a nivel internacional. Temos que ter algum cuidado, pois a UDACA compra o vinho, como qualquer outro operador, ao sector cooperativo, tem que colocar a sua margem e vai para o mercado concorrer com outros operadores. Esta situação, por vezes, cria-nos dificuldades, pois não temos preço para concorrer com esses operadores. Para obtermos esse equilíbrio, compensamos com o mercado internacional, onde estamos crescer fortemente. Abrimos novos mercados, como a Coreia do Sul e a Malásia, e estamos muito bem no Brasil. Perdemos o mercado de Angola, por situações que não dizem respeito ao vinho ou ao nosso cliente. 35


Sob o tema “Caminhos do Contrabando”

Turismo Criativo chegou ao Norte de Portugal

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Turismo Criativo chegou ao Norte de Portugal, sob o tema “Caminhos do Contrabando”, numa actividades que decorreu em Vilarelho da Raia, Chaves. O lançamento do projecto contou com a presença de vários participantes de Portugal e Espanha, desde seniores a gaiatos, e todos eles foram “contrabandistas” activos durante esta recriação. Foi um dia intenso, numa actividade que decorreu no meio da natureza, com muito suspense e surpresas à mis-

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tura. Muitos foram intercetados tanto pela Guarda Fiscal Portuguesa como pelos Carabineiros Galegos, tendo sido presos, as mercadorias apreendidas e feitos os respetivos autos. No final da atividade os “contrabandistas” que chegaram a bom porto foram agraciados com uma nota de 100 pesetas cada um e tiveram direito, para além no matabicho, a uma merenda acompanhada de pão de centeio cozido no forno do povo, servida num parque de merendas ao ar

Ano XIII | N.º 295 | Periodicidade: Quinzenal Director: José Luís Araújo (CP n.º 7515) jla.viseu@gmail.com | 968044320 Editor: Classe Média C. S. Unipessoal, Lda Redacção: Luís Pacheco | Opinião: Miguel Galante | Paulo Barracosa Departamento Comercial: Fernando Ferreira Redacção: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu | Telefone 232436400 E-mail Geral: gazetarural@gmail.com | Web: www.gazetarural.com ICS: Inscrição nº 124546

livre. Foram também visitados alguns monumentos locais, com especial destaque a Fonte das Águas Minerais da Facha e o Museu Etnográfico de Vilarelho da Raia. A avaliar pela satisfação de todos os envolvidos, principalmente dos mais novos, os Caminhos do Contrabando voltarão muito em breve. Assim, ficou lançado o projecto do Turismo Criativo fruto de uma parceria de três empresas, Douro-Wellcome, Porto-Wellcome e a Genione Galicia.

Propriedade: Classe Média - Comunicação e Serviços, Unipessoal Limitada Administração: José Luís Araújo Sede: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu Capital Social: 5000 Euros | CRC Viseu Registo nº 5471 | NIF 507 021 339 Dep. Legal N.º 215914/04 Execução Gráfica: Novelgráfica | Tel. 232 411 299 Tiragem média Mensal: Versão Digital: 100.000 exemplares Versão Impressa: 2000 exemplares www.gazetarural.com Nota: Os textos de opinião publicados são da responsabilidade dos seus autores.


Breves V Curso de Introdução à Prova de Vinhos no Feminino

A Direcção Regional de Agricultura e Pescas do Centro, em parceria com a Comissão Vitivinícola da Bairrada, Município de Anadia e Rota da Bairrada, vai levar a efeito no próximo dia 1 de Julho, pelas 10 horas, na sala de Provas da Estação Vitivinícola da Bairrada, em Anadia, o V Curso de Introdução à Prova de Vinhos no Feminino. O curso, gratuito, destina-se em exclusivo ao público feminino, sendo limitado a 42 participantes, pelo que as interessadas deverão proceder à sua inscrição antecipada através da página internet da DRAPCentro. Esta iniciativa insere-se na programação da Feira da Vinha e do Vinho 2017, a decorrer de 23 a 2 de Julho em Anadia. Sátão promoveu sessão de esclarecimento sobre a Vespa das Galhas do Castanheiro O Município de Sátão, atento ao problema da Vespa das Galhas do Castanheiro, realizou uma sessão de esclarecimento para o combate biológico contra esta vespa, na Casa da Cultura de Sátão, em parceria com a RefCast e a DRAP Centro. Esta sessão de esclarecimento contou com a presença de cerca de três dezenas de participantes, que ficaram informados que o combate biológico tem sido o único que se tem revelado eficaz no combate a esta praga, sendo adoptado em outros países da Europa. Foi realçado, igualmente, que é preciso vistoriar os soutos, com o objectivo de retirar o material contaminado dos castanheiros e impedir a sua propagação, um processo que deverá decorrer até meados de Junho, altura em que a vespa começa a sair das galhas. Todos os agricultores que detectarem infestações nas suas plantações devem comunicar essa situação ao Município de Sátão. Curso de Operador Agrícola em Pampilhosa da Serra Com o apoio do Gabinete de Inserção Profissional está a decorrer mais um curso de formação modelar no Concelho de Pampilhosa da Serra, promovido pelo IEFP – Centro de Emprego e Formação Profissional de Arganil. Trata-se de um curso para a área de operador agrícola e que integra 22 desempregados inscritos no Centro de Emprego. Pretende-se dar competências técnicas aos desempregados no sentido de realizarem a manutenção do espaço, anteriormente criado no âmbito do curso de jardinagem, potenciando o mesmo para a criação de uma Horta Comunitária, acção promovida pelo Contrato Local de Desenvolvimento Social – Pampilhosa ATIVA!, que visa fomentar a agricultura de subsistência junto da população em geral e especificamente da mais carenciada. www.gazetarural.com

Curso de formação na área da pastelaria com potencial socioeconómico Entretanto, foi dinamizada pelo Gabinete de Inserção Profissional uma sessão informativa dirigida a quinze desempregadas inscritas no IEFP, sobre o curso modelar na área de pastelaria, que terá lugar em breve, no Concelho de Pampilhosa da Serra. O objectivo deste curso passa por procurar dar um impulso socioeconómico ao Centro de Artes e Ofícios, a dinamizar no âmbito do Plano de Acção do projecto comunitário CLDS -Pampilhosa Ativa!. Pretende-se que o Ex-Centro de Dia de Portas do Souto da Associação de Solidariedade Social de Dornelas do Zêzere, entidade promotora do CLDS, se transforme num espaço de venda de produtos locais. Para isso, é necessário passar por um processo formativo e de identificação de potenciais desempregados que possam tornar-se produtores de produtos endógenos e assim dinamizar a economia local. São João 2017 em Armamar A Câmara de Armamar divulgou o programa oficial das Festas em Honra de São João para este ano. Assim, de 22 a 25 de Junho o concelho duriense está em festa e o programa promete muita animação e algumas enchentes no largo do Tribunal. Mickael Carreira é o cabeça de cartaz e vai subir ao palco na noite de sábado, 24. Mas mais artistas vão passar pelo palco, como o grupo Função Públika, a Orquestra Flash Show, os Sons do Minho e o artista da casa Sérgio Lopes. Na noite de arraial das festas sanjoaninas sete marchas vão desfilar avenida abaixo até à Praça da República, em frente ao edifício da Câmara Municipal para aí exibirem as suas coreografias. A componente religiosa desenrola-se no dia 24, com missa solene de manhã e procissão ao fim da tarde. Quarta edição do concurso Florir Armamar Termina a 24 de Junho o período de inscrições para o concurso Florir Armamar, numa iniciativa da Câmara local. O projecto, que conhece assim a sua quarta edição cumpre objectivos dentro da problemática da preservação do meio ambiente e do reforço da beleza natural que caracteriza o município de Armamar. Simultaneamente fomenta-se a competição saudável entre moradores de ruas, comerciantes e cidadãos em geral para cuidarem a sua rua, a varanda ou o jardim da sua casa submetendo-se a um concurso devidamente regulamentado. Depois de três edições muito participadas a autarquia espera conseguir ainda mais inscrições, conseguindo-se mostrar também um município mais atraente, tanto para os residentes como para quem visita o concelho. 37


Blogger, empresário e dirigente associativo lança petição pública

José Martino quer mais apoios para jovens agricultores

O

dirigente associativo, empresário agrícola e reconhecido blogger, José Martino, acaba de redigir uma Petição Pública intitulada “Agricultura Portuguesa - Jovens Agricultores” (http://peticaopublica.com/pview.aspx?pi=PT85843) em que reivindica o reforço da “dotação orçamental dos concursos já abertos e que não têm dinheiro disponível para apoiar os projectos aprovados, bem como nos concursos a abrir ao longo da legislatura”. Para se atingir este objectivo, José Martino quer que seja discutida e votada na Assembleia da República esta petição pública como recomendação ao Governo para colocar os fundos financeiros necessários aos concursos abertos e a abrir, de primeira instalação de jovens agricultores e respectivos apoios ao investimento”. Este conhecido colunista de diversos jornais nacionais, onde tem defendido nos últimos anos mais apoios para a agricultura portuguesa, afirma na referida petição pública que “dada a escassez de recursos orçamentais, a recomendação ao Governo é no sentido de aumentar o orçamento para suprir as necessidades identificadas atrás, de apoio aos jovens agricultores, fazendo-o através da redução dos montantes financeiros nas outras medidas e acções do PDR2020”.

A GARRAFA & O SEU VINHO

A garrafa é como o cartão-de-visita de um vinho, é o primeiro contacto visual que o consumidor tem com o vinho e torna-se a primeira forma de diferenciar cada vinho e facilitar a escolha.

PADRINHO: DAVID GONÇALVES | Designer ENTREGA DOS PRÉMIOS: 23-06-2017 | 15h00 CAE | Figueira da Foz Apresentação | Humorista ANTÓNIO RAMINHOS | Entrada Gratuita

INFORMAÇÕES: www.criatividade-verallia.pt

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