Director: José Luís Araújo
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N.º 296
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30 de Junho de 2017
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Preço 4,00 Euros
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Tondela aposta num grande evento de vinhos brancos Nova categoria de vinho tem origem em investigação da UTAD Feira de S. Mateus 2017 com mais de 120 eventos em 38 dias A Expomontemuro “é hoje uma mostra dos produtos da região” A lição do fogo de Pedrogão: Basta! Ministro quer região Centro como laboratório da reforma da floresta
Brancos? É em Tondela!
Sumário 04 Feira de S. Mateus 2017 com mais de 120 eventos em
27 Autarca de Alfândega da Fé reclama plano de
38 dias
desenvolvimento do interior
06 Festival da Melancia chega para refrescar o verão
28 Cerca de 15000 pessoas passaram pelo Festival Ecoraia
07 Festival Ser+Cultura em Sernancelhe com cartaz de luxo
29 Capital do Mirtilo apresentou nova imagem e novo site
08 A Expomontemuro “é hoje uma mostra dos produtos da
do município
região”
30 Associação Transumância e Natureza sugere aposta
10 Expo Bairrada eleva Oliveira do Bairro a capital da região
em floresta resiliente ao fogo
11 Paulo Gonzo é cabeça de cartaz na XI Feira do Cavalo
31 Ministro da Agricultura quer região Centro como
12 Projecto ‘Há Festa na Aldeia’ segue em Burgo
laboratório da reforma da floresta
14 Tondela aposta num grande evento de vinhos brancos
32 Opinião - A lição do fogo de Pedrogão: Basta!
16 Projecto SmartAgriFor Norte 2020 quer empresas a
34 “2017, Ano Oficial para Visitar Viseu” conquista 5
beneficiar da inovação
distinções
17 Adegas do Dão deram à prova vinhos de verão
35 Jardins Efémeros oferecem a Viseu mais de 300
18 Festival junta “Wine and Blues” em Viana do Castelo
actividades em 10 dias
19 Nova categoria de vinho tem origem em investigação
36 ACOS congratula-se com classificação do Campo
desenvolvida na UTAD
Branco a Reserva da Biosfera
20 Única vinha de Lisboa lança “Alma do Vinho”
38 Viticultores de todo o mundo preocupados com as
23 Turismo do Centro destaca confiança das Aldeias do
mudanças climáticas
Xisto no futuro 24 Suinicultores lançaram no Cartaxo carne certificada de ANUNCIO ARRIOSTA_SELECTIS_210x140_AF.pdf qualidade superior
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Em Viseu, de 11 de Agosto a 17 de Setembro
Feira de S. Mateus 2017 com mais de 120 eventos em 38 dias
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ais de 120 eventos vão dar vida à 625ª edição da Feira de S. Mateus, em Viseu, que decorrerá de 11 de Agosto a 17 de Setembro. Concertos, cinema, folclore, artesanato, concursos, dias temáticos, exposições e workshops são algumas das actividades que os visitantes vão encontrar na mais antiga e mística feira da Península Ibérica. “Tudo isto se passa em 50 mil metros quadrados de animação e experiências, 10 mil metros quadrados de diversões”, frisou João Cotta, presidente da Viseu Marca, entidade organizadora da feira. O orçamento da Feira de S. Mateus deste ano, de 1,7 milhões de euros, é, segundo João Cotta, “ambicioso, sustentável, rigoroso e muito prudente”. “O 4
planeamento dos custos e das receitas é realizado com enorme detalhe e cuidado para sermos sustentáveis”, garantiu. Aquele responsável sublinhou que se trata da “feira popular mais antiga e mística da Península Ibérica” que, apesar da idade, “é uma jovem cheia de vida e fulgor”, graças à requalificação de que beneficiou nos últimos anos. “A Feira de S. Mateus é um evento sustentável, popular, para todos os gostos, que nos faz mergulhar nas nossas recordações e ajuda a criar as memórias de Viseu nos mais novos”, afirmou, lembrando que, na edição do ano passado, se registou mais de um milhão de entradas. Segundo João Cotta, este ano a fei-
ra tem “240 expositores permanentes confirmados e 70 expositores temporários, 48 de artesanato e os restantes de outros sectores”. “Em 2013, a região de Viseu representava 30% dos expositores, hoje representa 45% e queremos chegar aos 50%. Somos uma feira nacional mas também somos uma feira regional”, justificou. O presidente da Viseu Marca destacou também o facto de se tratar do “maior espectáculo de luz em Portugal”, com “mais de 285.000 lâmpadas”, as “novas arquitecturas, como as novas casas para as enguias”, e o cartaz musical fechado há três meses e que será “talvez o mais completo de sempre”. Trata-se de um cartaz marcado por www.gazetarural.com
“grandes artistas e grandes estreias em Viseu, como Seu Jorge, Paula Fernandes, Matias Damásio, Nélson Freitas, HMB e Áurea”, e “grandes regressos históricos, como Marco Paulo, Resistência, Paulo de Carvalho, José Cid”. “Temos propostas irresistíveis para o público jovem, como David Carreira, Agir, Dengaz, Diogo Piçarra, HMB, April Ivy, DJ Set da Rádio Comercial em finais de tarde, entre outras”, acrescentou. João Cotta disse que haverá ainda “um palco para a música portuguesa de eleição, o fado”, com Cuca Roseta, Fábia Rebordão, Mara Pedro, Carla Linhares e Catarina Rocha, e “músicas alternativas como Capitão Fausto, Savanna, You Can’t Win Charlie Brown”. O presidente da Câmara de Viseu lembrou que a estratégia posta em prática visou “o reencontro com a ideia de uma feira cultural e económica de Viseu”.
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“Uma ideia implementada há 90 anos, em 1927, o ano zero da nova Feira de S. Mateus, com a influência criadora do nosso capitão Almeida Moreira”, afirmou Almeida Henriques. O autarca sublinhou que este ano “a feira dá novos passos na sua renovação”, sendo uma das novidades “a instalação de uma praça-jardim, com 900 metros quadrados, junto à Porta de Viriato, que trará melhor ambiente, maior atractividade e maior conforto aos visitantes”. “Esta praça-jardim é um tributo à cidade-jardim que é Viseu. Será sombreada e terá difusão de vapor de água, sendo um espaço de encontro, de eventos e de descanso”, explicou. A nova rua das enguias, uma das grandes tradições gastronómicas da feira, é outra das novidades, com “com arquitecturas qualificadas, que fazem justiça à sua história”.
Segundo Almeida Henriques, o objectivo foi não deixar ninguém de fora e, por isso, este ano haverá seis “domingos francos”. “São um tributo ao aniversário da mais antiga feira franca viva da península, a pensar especialmente nas famílias”, frisou. O autarca avançou que desafiou um conjunto de músicos de Viseu a desenvolver o projecto de uma “grande orquestra de percussão” para a abertura e o encerramento da feira. “Será composta por algumas centenas de artistas, profissionais e amadores, por jovens em formação e mesmo por crianças. Terá um reportório original, interpretado com objectos relacionados com a Feira de S. Mateus, a par de instrumentos de percussão convencionais”, explicou, acrescentando que a direcção musical e artística ficará entregue a Ana Bento e Ricardo Ferreira.
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Nos dias 15 e 16 de Julho, no Ladoeiro
Festival da Melancia chega para refrescar o verão!
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No fim-de-semana de 7 a 9 de Julho
Feira da Bôla de Lamego junta espumante e folclore internacional
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maior ícone gastronómico do concelho de Lamego volta a ser o “produto estrela” da IX Feira da Bôla de Lamego. Organizada pela Câmara de Lamego, esta iniciativa decorrerá na Av. Dr. Alfredo de Sousa com diversos produtores locais, durante o fim-de-semana de 7 a 9 de Julho. Tendo como cenário o Santuário dos Remédios, o certame terá ainda associada uma forte componente musical na noite de sábado. Sobe ao palco o 40º Festival Internacional de Folclore que visa proporcionar uma experiência agradável ao público que todos os anos visita este certame. Promovido pelo Rancho Regional de Fafel, este festival, que terá início às 21,30 horas, para além da associação anfitriã, apresentará actuações do Grupo Folclórico de São Pedro de Paus (Resende), do Folk Group Iskraemeco Kranj (Eslóvénia) e do Zpit Um Lublin (Polónia). A divulgação desta iguaria volta também a estar ligada à realização de uma promoção especial: na compra de uma bôla, o público pode adquirir uma garrafa de espumante Raposeira por 3,5 euros.
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já nos dias 15 e 16 de Julho que chega o XIII Festival da Melancia do Ladoeiro, no concelho de Idanha-a-Nova. O festival mais fresco deste verão regressa com muita animação, música ao vivo, concursos, colóquios e a mais doce, fresca e saborosa melancia. O cartaz musical é um dos ingredientes que promete animação. No sábado, dia 15, o Ladoeiro apresenta Sevilhanas (20 horas), uma Grande Noite de Fados com Cidália Moreira, Luís Capão e Filipa Carvalho (21,30 horas) e os conhecidos Minhotos Marotos (23 horas). No domingo, a não perder, a actuação do grupo de música popular 7 Saias (21 horas). Antes, no mesmo recinto, o palco é entregue ao melhor da música tradicional, com os ranchos folclóricos da ACDL (Ladoeiro), Cabacinhas de Santiago (Viseu), Penha Garcia e Grupo Etnográfico Danças e Cantares do Minho. Os mais talentosos podem, desde já, garantir a sua participação no Concurso de Escultura em Melancia, com direito a prémio monetário. No plano da gastronomia, destaque para a participação do Chef Valdir Lubave, no domingo, dia em que também decorre um colóquio dedicado aos benefícios da melancia (10,30 horas). O festival é organizado pela Câmara de Idanha-a-Nova e a Junta de Freguesia do Ladoeiro, com co-financiamento do Interreg Espanha-Portugal.
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Nos dias 7, 8 e 9 de Julho
Festival Ser+Cultura em Sernancelhe com cartaz de luxo
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ernancelhe organiza, de 7 a 9 de Julho, o festival de cultura Ser+Cultura, evento que acontecerá no Centro Histórico da Vila, e cujo cartaz apresenta nomes de artistas nacionais como Miguel Gameiro e Pólo Norte, a fadista Mara Pedro, Patrícia Teixeira, finalista do The Voice Portugal, e ainda Nuno Norte, vencedor da primeira edição do Ídolos. Este festival de cultura mantém o alinhamento das anteriores edições, não faltando a componente desportiva e solidária com a caminhada e trail solidário pelo “castanheiro em flor”, em colaboração com a Liga Portuguesa Contra o Cancro. Durante três dias, subirão aos oito palcos do Centro Histórico da Vila de Sernancelhe artistas de todo o País, pintores, escultores, fotógrafos e músicos. Diversificar a oferta cultural, divulgar e promover o património concelhio, no caso os monumentos do Centro Histórico, como a Igreja Românica, o
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Pelourinho, o Solar dos Carvalhos e o Solar dos Condes da Lapa, bem como os equipamentos Auditório Municipal, Biblioteca e Museu Padre Cândido, são os objectivos da iniciativa, que completa quatro edições. Oito palcos receberão espectáculos ao longo dos três dias, sempre sem parar, com muitas opções culturais, ao gosto de cada pessoa, que poderá escolher o espectáculo a que mais deseja assistir. De realçar que os espectáculos, todos gratuitos, terão um carácter rotativo entre os diversos palcos enumerados e serão complementados com apontamentos de espectáculos de rua que surgirão espontaneamente em alguns recantos estratégicos do centro histórico com o objectivo de interligar os diferentes palcos e ajudar no encaminhamento dos visitantes. O artesanato e a gastronomia estarão igualmente em destaque com barraquinhas estrategicamente colo-
cadas junto aos palcos. Mais de uma dezena de espaços representarão as artes e os ofícios do concelho e nas tasquinhas poderá ser degustada a nossa gastronomia, com os sabores mais autênticos da Terra da Castanha. Referir que durante os três dias do evento decorrerá uma Feira do Livro e estarão em exposição a fotografia de Rui Lourosa e artistas da localidade francesa de Jacou geminada com Sernancelhe, a exposição de pintura de Fernando Martins, a escultura de Xico Lucena, José Manuel Justino, Rodinhas, Pedro Lacerda, Santinho e Mariline Ricardo, todos artistas do Concelho de Sernancelhe. Destaque no campo literário para a apresentação do livro “No Adeus à Sombra de Mestre Aquilino”, da autoria de Manuel de Lima Bastos, e ainda a realização da Caminhada e Trail solidário, acção que pretende angariar verbas em favor da Liga Portuguesa Contra o Cancro.
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A realizar de 12 a 16 de Julho, em Cinfães
A Expomontemuro “é hoje uma mostra dos produtos da região”
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Município de Cinfães promove, de 12 a 16 de Julho, a quarta edição da Expomontemuro, que este ano contará com 120 expositores, sendo esperados mais de 20 mil visitantes. O certame “é hoje uma mostra dos produtos da região”, como referiu à Gazeta Rural o vereador daquela autarquia duriense responsável pelo evento. Pedro Miguel Semblano Teixeira salientou que a quarta edição do evento constituiu o “ano de consolidação do conceito”, que este ano terá mais animação de rua e que será “a melhor” de todas as já realizados. Gazeta Rural (GR): Que novidade apresentará a Expomontemuro 2017 e que expectativa tem para o certame? Pedro Miguel Semblano Teixeira (PMST): Este certame surgiu de uma necessidade de consolidar um evento regional em Cinfães que promovesse de uma forma transversal os produtos endógenos do concelho e da região. 8
Em 2017 realizamos a quarta edição deste evento, constituindo desta forma um ano de consolidação do conceito. O número de inscritos leva-nos a procurar melhorar de ano para ano o espaço de forma a acolher a maior parte dos inscritos, realizando assim um grande trabalho de promoção. Depois da inserção de palestras e workshops em anos anteriores, vamos procurar este ano aumentar a animação de rua. Esperamos que este certame seja o melhor dos já realizados, contribuindo assim para a promoção do nosso território e dos nossos produtos endógenos. GR: A Expomontemuro já se assumiu como uma grande mostra do melhor que tem o concelho? PMST: A Expomontemuro assumiu-se mais que uma mostra dos produtos do concelho. É hoje uma mostra dos produtos da região, contribuindo assim para um aumento da notoriedade, da qualidade e da promoção dos mesmos, aumentando também de forma
significativa as suas vendas directas e indirectas. Como disse, o objectivo é ter uma promoção transversal dos produtos e serviços, aliados à vertente etnográfica, musical, tradicional e gastronómica, permitindo desta forma uma promoção em linha e um aumento significativo na comercialização e o consequente crescimento económico. GR: Cinfães é um território onde a montanha e o rio se unem. Como olha o concelho nestas duas vertentes? PMST: Muitas vezes as montanhas e os rios são olhados como barreiras. Nós olhamos para eles como um dos nossos principais activos que, aliados à força de bem receber das nossas gentes, nos transforma num destino naturalmente único, capaz de proporcionar experiências fantásticas. Neste momento os percursos pedestres e de BT T, que implementamos no Vale do Bestança e na Serra do Montemuro, permitem uma inserção www.gazetarural.com
fantástica neste vale, desde as margens até à serra, sendo que já temos aprovada uma candidatura para mais três PR’s e um GR. Este trabalho vai consolidar e permitir inserções nos rios Paiva, Ardena, Bestança, Sampaio e Cabrum e percorrer os mesmos até aos “picos” da Serra do Montemuro. Este trabalho, aliado ao investimento em infraestruturas localizadas e ao atracão de cada vez mais provas de desporto de natureza, faz de nós um concelho cada vez mais atractivo e proporcionador de experiências fantásticas. GR: Tem tirado proveito do potencial turístico do mesmo? PMST: Cada vez mais se nota que este trabalho positivo de promoção e desenvolvimento de infraestruturas de apoio nos traz cada vez mais turistas e visitantes, cada vez mais dormidas, aumentando assim a necessidade de termos mais empresas de animação, de acolhimento e de apoio a este tipo de actividades. O movimento é cada vez mais e menos sazonal. Queremos exactamente aumentar ainda mais esse potencial, pois acreditamos nas pessoas e na sua
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capacidade de fazer cada vez mais e melhor. Paralelamente, aumentamos a qualidade de vida dos que cá moram. GR: Como está o sector rural e quais as áreas onde mais se tem investido? PMST: O turismo e a agricultura, bem como a transformação alimentar, têm que andar de mãos dadas, pois estão intimamente ligados. Nesse sentido, notamos, ao longo destes quase quatro anos, um aumento significativo do investimento agrícola, notório na intervenção realizada nos espaços rurais e consequentemente um aumento de jovens a trabalhar estas áreas que já começam transformar os seus produtos e a leva-los por vários certames, também impulsionados pelo município. A diversidade da actividade agrícola, apoiada por alguns programas de investimento, também se tem sentido cada vez mais. É importante termos investimentos diversificados e que se complementem, para assim termos uma cadeia de valor estruturada e capaz de dar resposta a quem nos vista e a quem cá vive, com claras repercussões no crescimento económico e desenvolvimento da qualidade de vida.
GR: Quantos expositores vão marcar presença na Expo e qual o número estimado de visitantes? PMST: O número de expositores deve estabilizar nos 120, por limitações de espaço, estando ainda as nossas equipas a estudar a possibilidade de aumentarmos o espaço para dar resposta a tanta procura. O número de visitantes deve ser o maior de sempre, sendo esperados perto de 20 mil visitantes.
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De 7 a 16 de Julho, no Espaço Inovação
Expo Bairrada eleva Oliveira do Bairro a capital da região
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Espaço Inovação, em Oliveira do Bairro, recebe de 7 e 16 de Julho a Expo Bairrada. A edição deste ano volta a apresentar as múltiplas vertentes diferenciadoras da região, como são a indústria, o comércio e os serviços, mas também a gastronomia e a enologia, o artesanato e o desporto equestre. Com organização da Câmara de Oliveira do Bairro, a Expo Bairrada apresenta-se espaço de afirmação e desenvolvimento da economia da região. Ao longo de 10 dias, a Expo Bairrada 2017 apresenta um programa de espectáculos verdadeiramente irresistível, com um cartaz de concertos que conta com nomes como os The Gift, HMB, Carlão, Gisela João, Miguel Araújo, Expensive Soul e Anselmo Ralph, aos quais se juntam, ao longo de todo o evento, um conjunto de espectáculos na área equestre absolutamente único na região, com nomes como Natália Cerqueira, o rosto do volteio em Portugal, a Charanga da GNR e a Reprise da Escola de Mafra. De salientar que o Espaço Inovação, localizado em Vila Verde, contará com 10
três palcos, apostando na diversidade e qualidade não só dos grandes nomes da música nacional, mas também na apresentação de projectos musicais do concelho e da região, que na Expo Bairrada têm a oportunidade de apresentar o seu trabalho para um público mais vasto. A gastronomia e enologia, áreas diferenciadoras e grandes apostas económicas da região, voltam a ter grande destaque na programação, destacando-se o Festival do Kiwi, um dos produtos ex-libris do concelho de Oliveira do Bairro, e várias provas de vinhos, que contarão com a presença de produtores e caves da Bairrada, num espaço dedicado ao efeito. Também a área do turismo terá uma presença reforçada nesta edição, com uma representação da Turismo Centro de Portugal e de vários operadores turísticos. Para a edição de 2017, o Município de Oliveira do Bairro volta a contar com a parceria de entidades locais e regionais, como são os casos da Associação Comercial Industrial da Bairrada (ACIB), Cooperativa Agrícola de Oliveira
do Bairro (CALCOB), Rota da Bairrada e Kiwicoop. A versatilidade do programa permite apresentar um conjunto de propostas diversificadas e convidativas, a preços bastante acessíveis para toda a família, para os aficionados da arte equestre e para o público que procura conciliar negócios com lazer. No programa, mantém-se a realização de vários concursos nacionais de Saltos, do Concurso de Saltos em Liberdade e ainda de Atrelagens, das habituais Cavalhadas com Póneis e Cavalos, que vão decorrer ao longo de todo o evento, bem como demonstrações da Alta Escola Equestre com Luís Matos, dias 14 e 15 de Julho, e de equitação Natural como Tiago Perez, nos dias 7 e 8 de Julho. Na área de exposição será possível conhecer o tecido industrial e comercial não só do concelho de Oliveira do Bairro mas de toda a Bairrada, para além do melhor artesanato que se faz na região. No exterior do recinto destacam-se a área de restauração e os palcos, por onde vai passar grande parte da animação da feira. www.gazetarural.com
De 6 a 9 de Julho, em Ponte de Lima
Paulo Gonzo é cabeça de cartaz na XI Feira do Cavalo
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m ano após ter completado a sua primeira década, a Feira do Cavalo está de volta ao Vale do Lima, de 6 a 9 de Julho para a edição de 2017. Atingido e consolidado o actual patamar de maturidade, é já seguro afirmar que Ponte de Lima se destaca de entre as referências nacionais e internacionais ao nível do desporto equestre de alta competição. Não haverá maior prova disso mesmo do que o facto de a Feira do Cavalo de Ponte de Lima ser reconhecida pela Associação Nacional de Turismo Equestre, com a marca “Turismo Equestre Portugal”, e da mesma ter sido premiada pelo Turismo de Portugal como um dos eventos de referência nacional, assim como, com o prémio “Evento do Ano”, no âmbito dos Alto Minho Business Awards 2017. Promotora da região e do país, a componente hípica é alavanca fundamental para a dinamização turística. Alicerçada na base da preservação da tradição e da identidade cultural da região, a Feira dá a conhecer o que de melhor existe em Ponte de Lima. Cavalos Lusitanos, cavaleiros prestigiados e competidores de top nacional, rumam naquele fim-de-semana à vila mais antiga de Portugal para um mega evento equestre, com forte predominância desportiva. Provas de Dressage, Equitação de Trabalho, Modelo e Andamento, Admissão de Garanhões, Horseball, Atrelagem, Equitação Adaptada e um leque de outras competições internacionais matizam o programa da Feira que inclui ainda um conjunto de outras actividades e espectáculos, relacionados com a arte equestre. Consta ainda da programação um concerto de Paulo Gonzo, em plena Gala de Abertura da Feira do Cavalo. O cantor de “Sei-te de cor” já não é estranho a Ponte de Lima, e na noite de 6 de Julho, está presente na Expolima - o recinto do www.gazetarural.com
evento,- a partir das 22 horas, num concerto com entrada gratuita. Organizada pelo Município de Ponte de Lima e pela Associação Concelhia das Feiras Novas, com a colaboração da Associação Empresarial de Ponte de Lima, da Escola Superior Agrária e do Centro Equestre do Vale do Lima, a Feira do Cavalo regista desde a sua primeira edição um grau notável de sucesso, transversal às áreas desportiva, cultural e económica. Nas palavras da organização, todos os objectivos propostos foram alcançados. E à semelhança de nos anos anteriores, a satisfação de atletas, expositores, coudelarias e criadores na estrutura deste certame é máxima regente e condição sine qua non para o sucesso da Feira, para a promoção do Cavalo Lusitano e para o difundir da marca de Ponte de Lima, enquanto Destino Equestre Internacional de excelência. 11
No concelho de Felgueiras, a 8 e 9 de Julho
Projecto ‘Há Festa na Aldeia’ segue em Burgo
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quinto ciclo de Verão dos festivais ‘Há Festa na Aldeia’ segue para norte e acontece nos dias 8 e 9 de Julho em Burgo, no concelho de Felgueiras. Com muita música, partidas à descoberta dos segredos do património, apresentação do artesanato e gastronomia locais, este é um evento-âncora realizado para mostrar os resultados do trabalho realizado ao longo do ano com os habitantes locais. Trata-se de um projecto comunitário, que tem efeitos muito positivos naquilo que são os seus objectivos de desenvolvimento rural e capacitação dos seus habitantes. O ‘Há Festa na Aldeia’ é um projecto de dinamização rural de territórios que, pela geografia próxima a grandes centros urbanos, foram estrangulados ao longo do tempo. A ADER-SOUSA, Associação de Desenvolvimento Rural das Terras do Sousa, juntou-se a esta iniciativa, englobando as três aldeias do seu território 12
de actuação – Burgo (Felgueiras), Castromil (Paredes) e Figueira (Penafiel). Tendo em conta a sua localização e as particularidades de cada região, desenhou-se uma iniciativa que permitisse, recuperando os usos e saberes tradicionais, reforçar economicamente estas regiões, promover o emprego e desenvolver o turismo. Baseada na teoria da Mudança, uma estratégia que coloca os habitantes das aldeias como principais agentes da mudança, são feitas várias formações ao longo do ano para que a promoção do espaço se ligue directamente ao desenvolvimento e capacitação das pessoas. Durante os festivais ‘Há Festa na Aldeia’ são apresentados os resultados do trabalho da comunidade. A marca HFA mostra o que de melhor se faz nestes territórios, como a descoberta do património, gastronomia, artesanato e música regionais, a pro-
var que o que é nacional é mesmo bom, sobretudo as pessoas, as que fazem e acontecem, as que visitam e todas as que se entregam em gesto de amor. O ciclo de festas começou em Junho, em Vilarinho de São Roque (Albergaria a Velha). Depois de Burgo, segue-se Areja (Gondomar) nos dias 15 e 16 de Julho, Porto Carvoeiro (Santa Maria da Feira) nos dias 12 e 13 de Agosto, terminando em Ul (Oliveira de Azeméis) a 9 e 10 de Setembro. Em Vilarinho de São Roque, Areja, Porto Carvoeiro e Ul, o Há Festa entra pela mão de uma Associação congénere, a Associação de Desenvolvimento Regional das Terras de Santa Maria (ADRITEM), sempre em parceria com os Municípios e comunidades locais, sendo que é a Associação de Turismo de Aldeia (ATA), a promotora que dissemina o projecto pelas Associações de Desenvolvimento Local espalhadas pelo país. www.gazetarural.com
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No Mercado Velho, a 8 de Julho
Tondela aposta num grande evento de vinhos brancos
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Mercado Velho, em Tondela, vai receber a 8 de Julho o ‘Tondela Brancos’, evento que vai na segunda edição e que este ano dá um passo em frente alargando a mostra a vinhos brancos de toda a região do Dão. Depois da experiência da primeira edição em 2016, em que limitou a mostra a produtores do concelho, a Câmara de Tondela, promotora da iniciativa, decidiu abrir a iniciativa à Região Demarcada do Dão, numa visão mais alargado e abrangente, uma vez que o vereador responsável do evento aponta já para um evento diferenciador a nível nacional. Em entrevista à Gazeta Rural, Pedro Adão diz que em 2016 “a ideia era percebermos se o projecto tinha potencial para ter sucesso”, o que veio a acontecer. Deste modo, este ano “decidimos fazer um evento à escala da região”, apontando poder vir a fazer “um evento 14
à escala nacional”. Gazeta Rural (GR): O que será a segunda edição do Tondela Brancos? Pedro Adão (PA): Com esta segunda edição pretendemos dar a possibilidade à região que em termos da qualidade dos vinhos brancos tem uma característica muito própria. O ano passado realizámos a primeira edição, quase a título experimental, apenas com produtores locais, dando destaque aos brancos de Tondela, reconhecidos como dos melhores da região do Dão. A ideia era percebermos se o projecto tinha potencial para ter sucesso. Este ano, na sequência do êxito da edição de 2017, decidimos fazer um evento à escala da região e será o Tondela Dão Brancos. Não pretendemos fazer mais uma feira de vinhos, tampouco fazer concorrência a outros
concelhos da região, mas sim marcar e destacar um produto que tem uma diferenciação e que hoje é muito procurado no mercado. GR: Mas a ideia passa por ‘estender’ este evento ainda mais? PA: Pretendemos, daqui a algum tempo, fazer um evento à escala nacional. Queríamos, sem dúvida, que Tondela marcasse este projecto, pois os vinhos brancos são todos diferentes. Queremos aproveitar o potencial que o concelho tem na produção de vinhos brancos e, desse modo, queríamos tornar este evento num marco a nível nacional. GR: Numa dada altura houve uma quebra de produção de vinhos brancos, mas hoje há uma aposta forte na sua produção, com as castas nobres da região? www.gazetarural.com
PA: Hoje o vinho branco ganhou uma escala significativa no mercado. O que me vai sendo transmitido pelos produtores é que o consumidor exige cada vez mais vinhos brancos de qualidade. Também sabemos que este foi, durante algum tempo, esquecido. Houve mesmo produtores que arrancaram as castas brancas para plantar tintas. Hoje o quadro é diferente. Os produtores têm menos dificuldade em vender os vinhos brancos que os tintos, porque o consumidor está cada vez mais bem informado e já procura brancos e tintos, sabendo-se que a produção dos primeiros é menor. GR: Na sua perspectiva o que marca a diferença dos vinhos brancos de Tondela? PA: Tem a ver com o nosso clima e a nossa localização. O vale da Serra do Caramulo, virado para a Serra da Estrela, faz com que os brancos aqui produzidos tenham características muito próprias. Basta lembrar que, no passado, os brancos de Tondela, produzidos na antiga Adega Cooperativa, ganharam imensos prémios a nível nacional e in-
white wines tondela vinos blancos tondela 8 JULHO’ 17 MERCADO VELHO
ternacional. Para além disso, sabemos que alguns dos espumantes produzidos na Bairrada são feitos com vinhos brancos produzidos no nosso concelho. Aliás, temos produtores no concelho que fazem espumante na região da
Bairrada. Tudo isto significa que este projecto tem qualidade e tem pernas para andar, no sentido de fazermos em Tondela um grande evento de vinhos brancos, diferenciador a nível nacional. PT
Tondela
EN ES
BRANCOS DÃO
15h30 | “Branco, o vinho das elites até ao Século XX” Prova Comentada de Vinhos Brancos do Dão [Virgílio Loureiro & Carlos Silva] “White wine, the wine of the elites until the 20th century” Dão White Wines Commented Tasting “Blanco, el vino de las elites hasta lo siglo XX” Prueba comentada de Vinos Blancos de Dão
16h00 | Duplo Sentido [momento musical 1º momento] [1st musical moment] [primero momento musical]
17h15 | Duplo Sentido [momento musical 2º momento] [2nd musical moment] [segundo momento musical]
18H00 | Show Cooking - “De volta à taberna” [Chef Luis Matos] Show cooking – “Back to the tavern” “De retorno a la taberna”
21H00 | Gustavo Dinis e Miguel Cordeiro [duo de guitarras 1º momento] [guitar duet – 1st moment] [dúo de guitarras – primero momento]
21H00 | Show Cooking - “Branco é, mas com frango também se bebe” [Chef Luis Matos] Showcooking – “White Wine it is, but it can also be drunk with chicken” “Blanco es, pero con pollo también se bebe”
22H30 | Gustavo Dinis e Miguel Cordeiro [duo de guitarras 2º momento] [guitar duet – 2nd moment] [dúo de guitarras – segundo momento]
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Primeiro Open Day ocorreu na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro
Projecto SmartAgriFor Norte 2020 quer empresas a beneficiar da inovação das Universidades
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apacitar as empresas para uma exploração plena das potencialidades dos sectores agroalimentar e florestal é a prioridade do projecto SmartAgriFor Norte 2020. Será através do formato “Open Day” que investigadores de quatro universidades do Norte do País se empenharão na transferência de conhecimento e na aproximação ao tecido empresarial. “Um dos grandes objectivos do projecto passa por mapear, identificar e colocar em contacto agentes económicos dos sectores agroalimentar e florestal do Norte do País com entidades do Sistema Científico Tecnológico da região Norte, definindo temas científicos de trabalho que permitam acrescentar valor aos produtos regionais”, explica Eduardo Rosa, coordenador do SmartAgriFor Norte 2020. Levado a cabo pela Universidade de Trás-os-Montes e Alto-Douro (UTAD), pela Universidade do Porto (UP), pela Universidade do Minho (UM) e pela Universidade Católica Portuguesa (UCP), o projeto SmartAgriFor Norte 2020 vai centrar-se na investigação relacionada com estes dois sectores que representam cerca de um quinto de todas as exportações nacionais. Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), o sector agroalimentar foi, em 2016, responsável por 11,7% das exportações portuguesas. Por sua vez, o valor combinado das pastas celulósicas, madeiras e cortiças representaram, no mesmo ano, 8% das vendas para o estrangeiro. Para Eduardo Rosa, o Open Day é a configuração ideal para apresentar, de forma integrada, as competências de cada universidade e os principais resultados científicos alcançados, “fazendo-os chegar ao tecido empresarial e demonstrando as vantagens específicas na utilização do conhecimento na cadeia de valor”. Co-financiado pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) e pelo Programa Operacional Regional Norte 2020, o projecto “SmartAgriFor Norte 2020 - Promoting Agri-Food 16
and Forestry Stakeholder Engagement for Knowledge transfer and SmartAgriFor partnerships” é uma parceria entre a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, a Universidade do Porto, a Universidade do Minho e a Universidade Católica Portuguesa. Vinha e Vinho, um binómio estratégico na Região Norte No decorrer de 2017, o projecto SmartAgriFor Norte 2020 vai promover uma série de Open Days para discutir temáticas relativas a quatro cadeias de valor: Vinha e Vinho, Olival e Azeite, Frutas e Legumes e Florestas. O primeiro ocorreu na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e debateu problemáticas, apontou soluções, estratégias e tendências que poderão potenciar a fileira da vinha e do vinho. Com a participação integrada de investigadores das quatro universidades, este primeiro evento do projecto pretendeu estreitar o relacionamento entre a Ciência e a Tecnologia e o tecido empresarial vitivinícola a operar na região Norte. Alterações climáticas e medidas de adaptação, gestão do estado hídrico da videira e qualidade da uva, novas tecnologias e processos na gestão da vinha, inovação e criação de valor a partir dos co-produtos da vinha e do vinho foram alguns dos assuntos em debate. “Foi apresentada neste Open Day a investigação de ponta que as quatro universidades estão, neste momento, a desenvolver e que é de extrema importância para os empresários que, diariamente, se deparam com novos desafios”, afirmou Eduardo Rosa. Modelos que permitem prever doenças na vinha, o aproveitamento do engaço da uva para a cosmética, farmacêutica e alimentação ou ainda tecnologia não invasiva que permite avaliar a qualidade da uva, são alguns dos assuntos que vão permitir aos empresários interpretar a Ciência de uma outra forma. www.gazetarural.com
Um evento organizado pela UDACA
Adegas do Dão deram à prova vinhos de verão
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União das Adegas Cooperativas do Dão (UDACA) promoveu o “Sunset Tasting – Adegas do Dão”, numa prova de vinhos onde foi possível ficar a conhecer as novas colheitas de brancos e rosés que as Adegas Cooperativas do Dão têm para oferecer para esta época quente. Entre provas de vinhos e mostras de produtos regionais, houve também muita animação cultural. A prova reuniu as adegas de Penalva do Castelo, Mangualde, Silgueiros, Vila Nova de Tazem e a UDACA, numa mostra que visou a apresentação das novas colheitas de brancos e rosés de cada uma, mas também foi possível provar alguns tintos e colheitas mais antigas. Estiveram, também, presentes os “Fumeiros Montemuro” e “Que Viso Eu?” com certame de produtos gastronómicos regionais. A animação foi garantida com uma dança de abertura a cargo de alunas do curso de “Desporto e Actividade Física” da Escola Superior de Educação de Viseu (ESEV), uma actuação dos “Cavaquinhos de Silgueiros” e um fecho em grande com a “Tuna Dão 1998”. Foi, ainda, possível realizar visitas guiadas às instalações da UDACA e contemplar uma exposição artística da autoria de David Soares, do curso “Artes Plásticas e Multimédia” da ESEV. Para melhor celebrar a ocasião, a UDACA lançou, no evento, o novo KIT das Adegas, na versão “Summer Edition”, que se apresenta em estojo com cinco garrafas, uma de cada uma das Adegas, entre Encruzados e Rosés de eleição. Este Kit de Vinhos de verão junta-se aos já existentes KIT das Adegas Premium e Kit das Adegas tintos.
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Lachy Doley e Doghouse Sam cabeças de cartaz
Festival alia o vinho ao blues em Viana do Castelo
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australiano Lachy Doley, os belgas Doghouse Sam & His Magnatones e o português André Indiana são os cabeças de cartaz da segunda edição do Wine and Blues Festival. A segunda edição do evento, que vai decorrer entre 13 e 15 de Julho, vai contar ainda com a participação dos Delta Blues Riders, The Hurt Fingers e da banda espanhola Wax Boogie Rhythm Combo. O evento, cuja primeira edição decorreu na praça da Erva, muda-se este ano para outro ‘ex-libris’ do centro histórico da cidade, a Praça da República. Na conferência de imprensa de apresentação da edição 2017, o produtor
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do festival, Jacques Ribeiro, destacou a realização “de dois concertos por noite” e referiu que o cartaz do Wine and Blues de Viana do Castelo “não fica nada atrás dos cartazes de festivais europeus”. Ricardo Camelo, da organização, explicou que a mudança de local do festival fica a dever-se ao número de produtores de vinho que vão estar presentes no evento. O responsável disse ainda que o edifício dos paços do concelho irá acolher até 15 produtores de vinho verde do Vale do Lima, Melgaço, Monção e Paredes de Coura, no distrito de Viana do Castelo, e Barcelos, no distrito de Braga.
Durante os três dias do evento haverá degustação e prova de vinhos, entre as 21 e as 00 horas. A vereadora da Cultura da Câmara de Viana do Castelo, Maria José Guerreiro, destacou a “conjugação da música e do vinho verde”, referindo que “o festival que cresceu quer no número de espectáculo e quer na dimensão dos artistas” que este ano integram o cartaz. Andreia Pereira, da Associação Portuguesa da História da Vinha e do Vinho, aplaudiu o conceito do festival que “alia o vinho ao blues”, afirmando que é um evento “ambicioso que tem a expectativa de abranger público de todo o norte de Portugal e da Galiza”.
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Vai ser lançado pela Adega de Figueira de Castelo Rodrigo a 7 de Julho
Nova categoria de vinho “única no mundo” tem origem em investigação na UTAD
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Pinking teve origem num trabalho de investigação de mestrado em Enologia, tem pedido de patente registada e vai ser lançado pela Adega Cooperativa de Figueira de Castelo Rodrigo a 7 de Julho. O que se pensou inicialmente ser um “defeito” de produção, afinal deu origem a uma “nova categoria de vinho única no mundo”. Quem afirma é Jenny Silva, enóloga da Adega Cooperativa de Figueira de Castelo Rodrigo que, em 2014, como estudante de mestrado de Enologia na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), identificou o fenómeno Pinking em conjunto com Fernando Nunes e Fernanda Cosme, docentes e investigadores do Centro de Química da UTAD. Identificada a origem deste fenómeno, este tem já um pedido de patente nacional e internacional. Pinking, “defeito” historicamente conhecido pelo processo de “aparecimento de uma cor rosa-salmão em vinhos produzidos exclusivamente de uvas de castas brancas”, é um processo natural e está “relacionado com as condições
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climáticas, nomeadamente a temperatura média dos dez primeiros dias do mês de Outubro, processo coincidente com o final de maturação das uvas brancas nesta região”. É precisamente estas condições que tornam esta categoria de vinho “tão rara e passível de não poder ser produzida todos os anos, já que em caso de temperaturas médias altas, ou pluviosidade neste período, o fenómeno não ocorre ou ocorre em menor escala, sublinha o investigador da UTAD, Fernando Nunes. A criação desta nova categoria de vinho, que adoptou o nome do fenómeno, vai ser lançada a 7 de Julho pela Adega Cooperativa Figueira de Castelo Rodrigo que, entretanto, adquiriu a patente à UTAD e tem como enóloga responsável Jenny Silva, a antiga estudante da UTAD. O vinho Castelo Rodrigo Pinking 2016 é um DOC, exclusivamente vinificado a partir da Síria, a casta branca de eleição na Região Demarcada da Beira Interior, apresentando “aroma frutado e boca equilibrada com final harmonioso”.
“As vantagens da criação deste novo vinho são muitas, sobretudo para a Adega”, afirma o seu director, António Madeira, que, confrontada com um problema comum na sua região, a cor rosada do vinho branco, cujo tratamento implicava um processo de estabilização associado a elevados custos, deu “luz verde” à UTAD para estudar e identificar a base desta instabilidade. O processo está descrito e publicado na prestigiada revista científica internacional Journal of Agricultural and Food Chemistry, disponível em http://pubs.acs.org/doi/abs/10.1021/ jf500825h com o título “Origin of the Pinking Phenomenon of White Wines”, e despertou já o interesse de produtores italianos, confrontados com o mesmo problema, frisa o investigador. “No fundo transformámos um defeito numa nova categoria de vinhos, que irá para o mercado a par dos Brancos, Tintos e Rosés”, explica a enóloga. O resultado está à vista e vai ser dado a conhecer ao mundo já em Julho em Figueira de Castelo Rodrigo.
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No próximo dia 5 de Julho
Única vinha de Lisboa lança “Alma do Vinho”
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Vinha do Parque Vinícola de Lisboa, onde pela primeira vez este ano serão vindimados dois hectares de vinha, fica na 2ª Circular junto à Rotunda do Relógio e ao Aeroporto, e vai acolher a apresentação de “A Alma do Vinho”, que decorrerá em Alenquer, entre 21 e 24 de Setembro. Esta feira consistirá num certame que promete, através de um conjunto diversificado de actividades, transportar os visitantes até ao universo do vinho. Mercado de vinhos, concursos e espectáculos musicais farão parte do programa. A apresentação de “A Alma do Vinho” está marcada para o próximo dia 5 de Julho e será feita pelo presidente da Câmara de Alenquer, Pedro Folgado, pela Comissão Vitivinícola da Região de Lisboa e pela P.P.C. Produções.
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Nos territórios da região Centro afectados pelos incêndios
Turismo do Centro destaca “confiança” das Aldeias do Xisto no futuro
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presidente da Entidade Regional de Turismo do Centro, Pedro Machado, destacou o “clima de confiança” dos empresários turísticos e parceiros da rede de Aldeias de Xisto no futuro dos territórios da região Centro afectados pelos incêndios. “Sai daqui um clima de grande confiança e uma mensagem de esperança entre todas as entidades e empresas ligadas ao projecto da Agência para o Desenvolvimento Turístico das Aldeias de Xisto (ADXISTUR) sobre a forma como podemos gerar sinergias para fazer face à tragédia que aconteceu nesta região”, disse Lusa Pedro Machado, a propósito dos incêndios que atingiram aquela zona e que provocaram 64 mortos e mais de 200 feridos. À margem da reunião extraordinária do Conselho Geral de Parceiros das Aldeias do Xisto, que decorreu em Figueiró dos Vinhos, Pedro Machado disse que entre as conclusões está a afirmação de que “não se olhe para este território com miserabilismo”. “Este território foi infelizmente atingido por uma catástrofe, esta catástrofe tem várias condicionantes, vários elementos sobre os quais ainda estão por apurar responsabilidades. Mas que não se olhe para isto como um território de catástrofe e muito menos etiquetado como a estrada disto ou daquilo”, frisou Pedro Machado, numa alusão ao troço da Estrada Nacional 236-1 (Figueiró dos Vinhos - Castanheira de Pera), onde morreram 47 pessoas e que foi apelidada de “estrada da morte”. “É uma estrada da memória e vamos procurar todos contribuir para ultrapassar essa imagem negra que ela criou e passarmos a ter, isso sim, um território www.gazetarural.com
de oportunidades e a estrada 236 ser, também ela, uma estrada de oportunidades para o futuro”, enfatizou. Na reunião que juntou, para além dos empresários e parceiros da ADXISTUR (entidade que representa 27 aldeias em 16 concelhos do interior centro do país, cerca de uma dezena localizadas em municípios atingidos pelas chamas), o Turismo de Portugal, Turismo Centro de Portugal e a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), foi decidido um conjunto de acções “concretas”, com um calendário “de curto, médio e longo prazo”, disse Pedro Machado. As iniciativas incluem a promoção de visitas ao território das Aldeias do Xisto
de alguns operadores turísticos “e não isolar esta região daquilo que é o conjunto da oferta do Centro de Portugal” e medidas para “campanhas imediatas nacionais, sobretudo para o mercado interno alargado ao mercado ibérico e depois, no médio prazo, as políticas ligadas à promoção internacional”, indicou Pedro Machado. A rede de Aldeias do Xisto quer também ser parceiro na agenda de ordenamento florestal preconizada pelo Governo, nomeadamente sobre zonas de protecção às povoações e “ter opinião sobre a acessibilidade e a mobilidade, ou seja, aquilo que constrói o conjunto do território turístico”, sublinhou o responsável do Turismo Centro de Portugal. 23
Apresentação decorreu no final do VIII Congresso Nacional de Suinicultura
Suinicultores lançaram no Cartaxo carne certificada de “qualidade superior”
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Federação Portuguesa de Associações de Suinicultura apresentou, no Cartaxo, o selo de certificação de carne de porco portuguesa de “qualidade superior”, porco.pt, iniciando a campanha “Dê o porco ao manifesto – Escolha o que é nosso”. A apresentação decorreu no final do VIII Congresso Nacional de Suinicultura, que decorreu no Centro Cultural do Cartaxo, no distrito de Santarém, e no qual cerca de 400 profissionais do sector - entre produtores, veterinários, farmacêuticos, representantes das indústrias de rações e também responsáveis de entidades oficiais – debateram questões como estratégias de desenvolvimento e internacionalização, promoção de raças autóctones, melhoria das práticas de produção (nomeadamente sanitárias e de bem-estar animal) e a criação de metodologias de diferenciação da carne de porco pela qualidade. A Federação Portuguesa de Associações de Suinicultura (FPAS) explicou o lançamento da marca porco.pt com o facto de, segundo um estudo que pro24
moveu, 52% da população portuguesa desconhecer a origem da carne que consome. O selo tem como principal objectivo “diferenciar a carne de porco produzida em Portugal e surge como resposta do sector à crise vivida nos últimos dois anos”, afirma a FPAS, sublinhando que o novo produto cumpre um “rigoroso caderno de especificações, homologado pelo Ministério da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural e que regula todo o processo de produção, abate, transformação, comercialização e promoção de uma carne de qualidade superior”, com certificação por uma entidade independente. O presidente da FPAS, Vítor Menino, lembrou, na abertura do congresso, a crise vivida pelo sector, considerando-a essencialmente a “consequência de uma fileira que se deixou adormecer durante décadas” e de um mercado interno “desequilibrado, onde a actividade foi brutalmente desvalorizada, como se fosse descartável”. Vítor Menino assegurou que a carne de porco “continua a ser a mais consu-
mida pelos portugueses e, ao contrário do que dizem profissionais do fundamentalismo e da desinformação, apresenta nos últimos anos uma tendência crescente de consumo”. Segundo dados apresentados pelo secretário de Estado da Agricultura durante o congresso, a produção suína atingiu os 572 milhões de euros em 2016, representando 8% da produção agrícola nacional e registou um crescimento médio anual em volume de quase 2% desde 2012. Não sendo ainda auto-suficiente na produção de carne suíno - em 2015 produziu cerca de 75% da carne consumida no país -, o sector apresenta um “potencial de crescimento assinalável” que pode contribuir para o equilíbrio da balança comercial alimentar nacional, realçou. Luís Vieira elencou as acções desenvolvidas, no início do mandato deste Governo, para ajudar o sector num momento de crise, que atribuiu a um “forte desequilíbrio entre a oferta e a procura que se traduziu numa forte pressão sobre os preços e margens”, num momenwww.gazetarural.com
to de “envolvente externa desfavorável no mercado comunitário”, em particular devido ao embargo decretado pela Rússia. Das medidas adoptadas na altura, continuam à disposição dos produtores as duas linhas de crédito garantidas, uma de 10 milhões de euros para suprir dificuldades de tesouraria, e outra, do mesmo montante, para reestruturação de dívidas à banca ou a fornecedores, disse, sublinhando que o sector vive agora um momento de recuperação dos preços e de aposta na diferenciação, nomeadamente nas raças autóctones. O número de explorações tem vindo a diminuir, com uma maior concentração de efectivos nas de maior dimensão, disse, apontando que das 44.000 explorações do país, 1,6% (710) representam cerca de 90% do total de efectivos. O sector tem igualmente apresentado projectos a financiamento comunitário, tendo sido já aprovadas 130 candidaturas ao Programa de De-
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senvolvimento Rural (PDR 2020), que representam um investimento de 65 milhões de euros, com 22 milhões de apoio público. Luís Vieira desafiou o sector a resolver os problemas ambientais que ainda persistem, lembrando que têm estado disponíveis “apoios generosos no âmbito do FEOGA e do FEADER” e que esta é uma questão “altamente valorizada pelos cidadãos”. Vítor Menino referiu a determinação do sector para “superar as adversidades, potenciar as oportunidades e definir estratégias”, dando como exemplo projectos que a FPAS tem desenvolvido ao longo dos últimos anos e que “revolucionarão a suinicultura portuguesa a nível técnico e económico”, como a criação de uma “exploração-escola, que servirá de centro de investigação tecnológica e de formação suinícola”. O congresso terminou com “um momento de degustação” da carne certificada com o selo porco.pt na Praça 15 de Dezembro, no Cartaxo, que ficará “pintada de cor-de-rosa”.
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Constituída a Irrigants D’Europe
Agricultura de regadio já fala a uma só voz na Europa
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Irrigants D’Europe nasceu para defender os interesses do sector junto das instâncias europeias e para explicar à sociedade a importância do regadio na produção de alimentos. Portugal assume a presidência desta associação até 2020. A cerimónia da assinatura de constituição da Irrigants D’Europe decorreu em Santarém, Portugal, com a presença das quatro federações de regantes suas fundadoras – ANBI (Itália); FENACORE (Espanha); Irrigants d’France e FENAREG (Portugal) e do Ministro da Agricultura de Portugal. Por decisão unânime dos pares, Portugal assume a presidência da Irrigants D’Europe no primeiro mandado, entre 2017 e 2020. “A água e o regadio são essenciais à competitividade da agricultura no Sul da Europa. Com a criação da Irrigants D’Europe os agricultores regantes partem para a negociação da próxima reforma da Política Agrícola Comum com uma posição fortalecida e mais aptos a defender os seus interesses”, afirmou Luís Capoulas Santos, Ministro da Agricultura de Portugal. “A Irrigants D’Europe visa participar activamente nos processos decisórios europeus, oferecendo a riqueza da experiência e do conhecimento dos seus membros, mantendo fortes raízes em séculos de gestão e de governança da água em agricultura. Em vésperas da revisão da Directiva Quadro da Água e da revisão da PAC, faz todo o sentido que os representantes do regadio se unam numa entidade que tem como princi26
pal objectivo defender esta actividade, fundamental na agricultura dos países mediterrânicos e não só. Mais que um direito, esta é uma obrigação que nos assiste”, considerou José Núncio, presidente da Federação Nacional de Regantes de Portugal (FENAREG), por inerência presidente da Irrigants D’Europe. “Congratulo-me com a união de quatro federações de regantes do Sul da Europa agora representadas pela Irrigants D’Europe e estou certo de que saberemos defender o regadio num momento tão importante como o actual, em que se prepara a revisão da Directiva Quadro da Água na EU”, acrescentou Éric Frétillère, presidente da Irrigants de France. “Pela primeira vez os agricultores do Sul da Europa falam a uma só voz para defender o regadio, que hoje é um recurso imprescindível na agricultura do Mediterrâneo, mas que no futuro será também uma necessidade para os países do Centro da Europa, devido às alterações climáticas. A criação da Irrigants D’Europe representa um grande passo para toda a agricultura europeia”, afirmou Adriano Battilani, presidente da Associazione Nazionale Consorzi di Gestione e Tutela del Territorio e Acque Irriga, de Itália. “Até 2030 precisamos de produzir mais 40% de alimentos para suprir as necessidades da crescente população mundial e temos que o fazer usando menos água e menos terra per capita. Isso só se consegue através do armazenamento de água para uso na agricul-
tura e com um regadio eficiente. A Irrigants D’Europe fará ouvir a sua voz em Bruxelas para que os países do Norte da Europa percebam a importância desta mensagem”, rematou Andrés del Campo, presidente da Federación Nacional de Comunidades de Regantes (Fenacore), de Espanha, e também presidente da Comunidade Euromediterrânea de Regantes (EIC). A Irrigants D’Europe representa 75% da área de regadio na Europa (7,7 em 10,2 milhões de hectares de regadio). Os objectivos desta associação constam da “Declaração de Santarém”, assinada pelas quatro federações fundadoras. A Irrigants D’Europe terá a sua sede social em Bruxelas, em local a anunciar brevemente. A Federação Nacional de Regantes de Portugal A FENAREG é uma associação de utilidade pública, sem fins lucrativos, de âmbito nacional, fundada em 2005, que agrupa entidades dedicadas à gestão da água para rega, tanto superficial como subterrânea, com o objectivo de unir esforços e vontades na defesa dos seus legítimos interesses e na promoção do desenvolvimento sustentável e da competitividade do regadio. Actualmente conta com 28 associados que representam mais de 25 mil agricultores regantes e cerca de 135.000 hectares, que significa mais de 90% do regadio organizado, 76% do regadio colectivo público e cerca de 20% do regadio nacional. www.gazetarural.com
Que avance além dos diagnósticos e discursos
Autarca de Alfândega da Fé reclama plano de desenvolvimento do interior
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presidente da Câmara de Alfândega da Fé, no distrito de Bragança, reclamou um plano de desenvolvimento do interior construído com as pessoas que estão no terreno e que avance além dos diagnósticos e discursos. Para a autarca de um concelho que perdeu metade da população nas últimas décadas, “o diagnóstico está feito: o interior está a perder população com uma série de consequências negativas, entre as quais também o abandono das terras e até os fogos florestais, que é o que está agora na actualidade”. Berta Nunes defende que não podem ser só os especialistas a definir este plano e que o ponto de partida pode ser o trabalho feito pela Unidade de Missão para a Valorização do interior, que considera não ser suficiente para reverter o despovoamento da faixa interior “que é a maior parte do território” português. A fuga de população começou com a emigração e agora, como constatou, “resulta da emigração e do envelhecimento, com um saldo fisiológico (diferença entre a natalidade e mortalidade) negativo, ou seja morrem mais pessoas do que aquelas que nascem, com mais peso agora que a própria emigração”. Para reverter esta realidade, defende que “é preciso haver mudanças na viwww.gazetarural.com
são do país sobre o Interior” e que “não basta” o discurso, que considera, contudo, “positivo”, do primeiro-ministro António Costa “de que o interior não é as traseiras do litoral, que é de facto uma parte do território que está mais próxima da Europa”. A autarca transmontana entende que “é preciso avançar mais” e que o trabalho desenvolvido pela Unidade de Missão pode ser um ponto de partida para “um plano de desenvolvimento integrado para o interior, que tenha alocados os recursos necessários para o levar à prática, que seja integrado, que tenha vários eixos de desenvolvimento desde a agricultura, a floresta, a agroindústria, turismo, mas não só”. Berta Nunes reclama mais “celeridade” neste trabalho que deverá implicar “todos os ministérios e para o qual fossem alocados recurso e que tivesse objetivos, metas e uma calendarização para que as coisas não ficassem mais uma vez na gaveta. “Também é importante que o debate não comece novamente pelo diagnóstico, porque já estamos fartos de ouvir falar no diagnóstico, já conhecemos os problemas”, afirmou, em declarações à Lusa. A presidente de Alfândega da Fé defende ainda que esta “discussão tem que
ser feita com as várias partes interessadas”, desde “autarquias, associações” a “grupos de cidadãos e os ministros e os secretários de Estado também têm que vir ao terreno”. “Também não vamos pensar que vão ser os especialistas no gabinete a construir esse plano. Fazem falta na discussão, mas esse plano tem de ser construído com as pessoas que estão no terreno, porque os especialistas podem trazer achegas importantes, mas não conhecem a realidade do dia-a-dia e não conhecem a realidade n os seus pormenores”, considerou. Berta Nunes acredita que haverá vontade localmente para avançar para este trabalho “se as pessoas perceberem que não é mais uma vez discutir para não fazer”, como considera que aconteceu, por exemplo, com a discussão para a distribuição de fundos comunitários. “Fizemos uma grande discussão sobre a importância da coesão e [nós], os autarcas do interior, começamos a chamar a atenção que ao fim de quatro quadros comunitários não estávamos mais coesos como território. (...) Disseram que isso ia ser tido em consideração e, no fim, tivemos um quadro comunitário ainda pior que o anterior, em que os pequenos municípios estão a ser muito prejudicados em várias áreas”, apontou. 27
Certame anual percorrerá os municípios da AMCB
Cerca de 15000 pessoas passaram pelo Festival Ecoraia
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erca de 150 mil pessoas passaram por Sacaparte, no concelho do Sabugal, no Festival Ecoraia, uma mostra do melhor que tem a região da raia. O evento, que se realizou pela primeira vez e que irá percorrer os concelhos da Associação de Municípios da Cova da Beira (AMCB), permitiu aos visitantes usufruir de diferentes actividades e experiências, desde a degustação de produtos das mais variadas zonas do país, passando pela gastronomia, onde os expositores espanhóis puderam dar a conhecer os seus produtos tradicionais, como os enchidos, doces e licores. A componente agrícola esteve bem patente, com exposição de maquinas agrícolas, entre outros equipamentos, bem como uma mostra de gado, onde se puderam encontrar espécies raras em Portugal, como foi o caso de duas vacas japonesas da raça Wagyu, famosa por fornecer a carne de Kobe, considerada a 28
melhor do mundo, A troca de experiencias musicais, entre Portugal e Esapnha, foi outra das notas do evento, com um concerto de música tradicional portuguesa, com o grupo ‘’Sr. Vadio’’, que contrastou com o concerto de música tradicional espanhola, com os Charanga Europa. David Carreira foi o cabeça de cartaz e deliciou os milhares de pessoas que após um concerto de Micael Simões, uma jovem promessa local, mostrou a energia ‘’Carreira’’. O presidente da Associação de Municípios da Cova da Beira referiu que o festival teve ‘’um orçamento foi muito cauteloso”, estimando que “cerca de 15000 pessoas tenham passado pelo evento’’ e ‘’todas as famílias se divertiram e puderam passar um dia diferente do que é habitual’’, considerou José Manuel Custódia Biscaia. ‘’O intercâmbio cultural e comercial é impor-
tantíssimo e o apoio da Diputacion de Salamanca, do Município do Sabugal e da AFRS, contribuíram para o sucesso desta iniciativa’’ refere o presidente da AMCB. ‘’A área kids foi a mais concorrida’’ e ‘’o concerto do David Carreira foi brilhante’’ foram algumas das frases que mais se ouviram no recinto de Sacaparte. As Capeias, com os recortadores ‘’Arte Charro de Ciudad Rodrigo’’, e o grupo de forcados amadores de Coruche fizeram as delícias dos milhares de pessoas que vivem esta tradição que é património imaterial da Unesco. O modelo do festival foi também muito bem acolhido por outros representantes dos Municípios que estiveram presentes na inauguração e ao longo do evento. “Também é desta forma que se contrariam os desequilíbrios económicos do interior para o litoral’’, sustentou José Manuel Custódia Biscaia. www.gazetarural.com
Esperados mais de 50 mil visitantes em Sever do Vouga
Capital do Mirtilo apresentou nova imagem e novo site do município
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cerimónia de abertura da X Feira do Mirtilo foi aproveitada para apresentar a nova imagem do município de Sever do Vouga, mais adequada, moderna e assente no mirtilo, bem como o novo site da autarquia, mais eficaz para os seus utilizados. Na ocasião, o presidente da Câmara de Sever do Vouga, António Coutinho, destacou a importância económica deste fruto para o concelho. Cerca de 50 mil é o número estimado de visitantes que passaram por Sever do Vouga na X edição da Feira Nacional do Mirtilo, certame que este ano reuniu cerca de uma centena de expositores. O certame organizado pela câmara de Sever do Vouga apresentou algumas novidades, como uma nova zona gastronómica, dedicada à “street food”, concertos, “workshops”, visitas a pomares de mirtilos do concelho e um festival de cinema. Para assinalar os dez anos da feira, a câmara preparou uma selecção de dez variedades de mirtilo, devidamente identificadas, que os visitantes pudewww.gazetarural.com
ram provar após a sessão de abertura. Maior parte do mirtilo produzido já está vendida A maior parte do mirtilo produzido este ano já está vendida, mas o presidente da Mirtulusa garantiu que não faltará fruto durante a feira, que decorre até 2 de Julho em Sever do Vouga. “De momento, não temos “stock”, porque já tenho o fruto vendido. Temos compromissos assumidos e temos que os respeitar”, disse o presidente da Mirtilusa. José Sousa, responsável da sociedade que surgiu há mais de 20 anos em Sever do Vouga para escoar o produto, diz que, neste momento, já não há muita fruta, porque a campanha começou este ano mais cedo. “Muitos produtores já acabaram a sua colheita. A campanha teve o seu pico há cerca de uma semana e, agora, já entrou em decadência”, explicou. Ainda assim, o presidente da Mirtilusa está confiante de que não vai haver
falta deste fruto para a Feira do Mirtilo, adiantando que o produto comercializado durante o certame é “uma coisa residual”. “Antigamente, vendia-se muito fruto durante a feira quando era novidade no país. Chegámos a vender entre cinco e seis toneladas. Actualmente, todos os comerciantes juntos não vendem quatro toneladas”, disse José Sousa. Segundo o presidente da Mirtilusa, o mirtilo deverá estar à venda na feira a preços que variam entre os 6,5 euros e os 7,5 euros, por quilo. José Sousa referiu ainda que a campanha deste ano está a decorrer “razoavelmente”, adiantando que o resultado deverá ser “um bocadinho melhor” do que no ano passado, apesar dos estragos causados pelo granizo, em Abril. “Houve a queda de granizo e tivemos plantações muito afectadas. Os produtores da Mirtilusa tiveram uma quebra entre as 25 e 30 toneladas”, adiantou. A Mirtilusa prevê produzir este ano mais de 100 toneladas de mirtilo, sendo que 95 por cento da produção destina-se à exportação. 29
Com sede em Figueira de Castelo Rodrigo
Associação Transumância e Natureza sugere aposta em floresta resiliente ao fogo
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Associação Transumância e Natureza (ATN), com sede em Figueira de Castelo Rodrigo, no distrito da Guarda, defendeu “uma nova política florestal que invista numa floresta diversificada, resiliente ao fogo e caracterizada por espécies autóctones”. No seguimento dos “trágicos acontecimentos” registados na região Centro, a direcção da ATN exprime a sua solidariedade para com os familiares das vítimas de Pedrógão Grande e com a população da área afectada e, com base na sua experiência, faz sugestões em ordem a uma nova política florestal. “Consideramos que nesta altura são mais importantes os contributos das pessoas envolvidas directamente nas dinâmicas das zonas rurais, que vivem e trabalham todos os dias nesta realidade, do que considerações teóricas distantes, onde não há contacto nem consciência concreta das situações”, defende a direcção da associação. Para a ATN, que tem Pedro Prata como coordenador executivo, é fundamental, “para além da presença ac30
tiva nos locais sensíveis, uma reflexão profunda sobre as causas que levaram a este desastre, nomeadamente os cobertos monoculturais contínuos de espécies pirófilas (no caso, o pinheiro e o eucalipto) e a renovação das políticas até agora aplicadas, para que as mesmas sejam realmente eficazes”. “Nesse sentido, identificamos a necessidade de uma nova política florestal que invista numa floresta diversificada, resiliente ao fogo e caracterizada por espécies autóctones, disponibilizando recursos e meios para um ordenamento de território activo; para a profissionalização e especialização dos principais atores envolvidos no combate directo e para o trabalho de proximidade contínuo com as comunidades locais”, defende. A instituição lembra que “já sofreu bastante” com incêndios de grandes proporções que devastaram as áreas que se propõe proteger e que ao longo dos anos foi aperfeiçoando a capacidade “para mitigar as condições que permitem estes acontecimentos”. “Com base na nossa experiência di-
recta, ao longo dos anos, e considerando a complexidade social e territorial dos fogos, campanhas de vigilância activa, trabalho colaborativo na gestão da floresta e fomento de redes de contactos para a vigilância, dão resultados positivos na detecção e combate rápido de ignições”, refere a ATN. Acrescenta que estas iniciativas, “combinadas com acções de prevenção através da silvicultura preventiva, do pastoreio extensivo com grandes herbívoros em estado semi-selvagem, da diversificação do coberto florestal, da promoção da descontinuidade do mosaico agro-florestal, da melhoria das linhas de água e do aumento da capacidade de retenção de água na paisagem (...) aumentam a resiliência e diminuem o risco e severidade dos incêndios”. A ATN é uma organização sem fins lucrativos que dedica a sua actividade à gestão e conservação da natureza. Gere cerca de 800 hectares de propriedades, que constituem a Reserva da Faia Brava, a primeira área protegida privada do país, localizada no Vale do Côa. www.gazetarural.com
Na Comissão da Agricultura e do Mar da Assembleia da República
Ministro da Agricultura quer região Centro como “laboratório” da reforma da floresta
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ministro da Agricultura defendeu, no parlamento, que os concelhos da região Centro afectados pelos incêndios sejam um “laboratório” da reforma da floresta para mostrar o resultado, a prazo, dos objectivos do Governo. Apesar de a propriedade dos concelhos ser privada, pelo que “qualquer intervenção deverá contar com os principais interessados”, o ministro Luís Capoulas Santos acredita que “esta tragédia deveria e poderia levar a iniciar a reforma da floresta precisamente naqueles municípios”. “Não sendo a reforma da floresta visível de imediato à escala nacional, se concentramos todas estas medidas, de forma antecipada, naquele território e transformá-lo num laboratório daquilo que, a prazo, pode ser a floresta portuguesa bem gerida e bem ordenada”, afirmou aos deputados da Comissão da Agricultura e do Mar da Assembleia da República. O ministro da Agricultura garantiu ainda estarem a ser dadas ajudas aos agricultores afectados pelos incêndios registados no Centro do país, pormenorizando os apoios dados na alimentação animal. “É com muita satisfação que estamos a coordenar a logística da distribuição dos alimentos para os animais, que na sua maioria foram doados por organizações de agricultores, produtores de leite e 16 empresas agroalimentares, que ofereceram várias dezenas de toneladas de rações”, afirmou o governante. www.gazetarural.com
Capoulas Santos acrescentou que o seu ministério integrou a lista de doadores, através da Companhia das Lezírias, tendo disponibilizado até agora 90 toneladas de alimentos para “acudir aos primeiros dias”. “Sei que o ministério da Administração Interna está também a preparar, a exemplo do que fizemos no ano passado, um conjunto de medidas para dar apoio financeiro para alimentação animal, porque desde esta data até que venham as primeiras chuvas
não existirão pastagens no terreno”, explicou. Aos deputados, Capoulas Santos referiu ainda que o apoio passará também pela recuperação do potencial produtivo, referindo a possibilidade de alocação a fundos perdidos para pagar entre 50% a 80% do valor dos bens e equipamentos perdidos. O governante admitiu ainda que possam ser mobilizados recursos extraordinários do Orçamento de Estado. 31
Opinião
A lição do fogo de Pedrogão: Basta!
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ortugal viveu em Pedrogão Grande a maior tragédia de que há memória relacionada com os incêndios florestais. Ainda hoje me custa a acreditar como foi possível 64 pessoas terem perdido a vida naquele incêndio! No entanto, há 10 anos havia sucedido na Grécia uma tragédia humana de contornos muito semelhantes. No pânico, quando fugiam do fogo, dezenas de habitantes de uma aldeia escolheram o caminho errado, tal como em Pedrogão Grande. E é neste ponto que devemos parar para olhar para esta tragédia e tirar lições para que não se volte a repetir. Nessa perspectiva, aproveitei para reler alguns textos que publiquei neste espaço de opinião na Gazeta Rural e encontrei algumas pistas que apontavam que uma tragédia desta dimensão poderia acontecer em Portugal, mais cedo ou mais tarde. Era apenas uma questão tempo, dado o estado de abandono a que o interior do Pais tem sido votado. A verdade é que depois do forte impulso reformista do primeiro Governo Sócrates, no rescaldo dos acontecimentos de 2003 e 2005, as instituições têm perdido a força e a determinação que se exigia para fazer a mudança então preconizada. A visão incutida na Estratégia Nacional para a Floresta de 2006 era assertiva – colocava a ênfase na mitigação do risco de incêndio florestal e, simultaneamente, promovia a especialização florestal do território. Infelizmente, não passou de “letra morta”, tal como a revisão que lhe sucedeu em 2015. E aqui tenho de dar toda a razão ao ex-deputado comunista Agostinho Lopes, que, recentemente, num debate televisivo simplesmente colocou os 32
relatórios produzidos na Assembleia da República em cima da mesa e questionou porque motivo os sucessivos governos têm ignorado as recomendações que são tecidas? A floresta tem de ser reconhecida pela Sociedade como um desígnio nacional e nessa perspectiva compete ao Governo adoptar as medidas conducentes a tal desiderato nas políticas públicas, tanto em termos legislativos como em sede da gestão dos fundos públicos comunitários e nacionais. A tragédia de Pedrogão Grande tem de ser um momento de viragem! Existem responsabilidade políticas que deverão ser assacadas, com coragem e firmeza! E, nesse domínio, são evidentes as fragilidades do Ministério da Agricultura, que precisa de gente com fibra e com visão para materializar no terreno, de uma vez por todas, uma política florestal ajustada aos desafios e potencial da floresta portuguesa. No entanto, no anúncio das prioridades da política florestal que o actual Secretário de Estado das Florestas fazia poucos dias antes do incêndio de Pedrogão Grande, deixava de lado a defesa da floresta contra incêndios e essa é uma omissão gravíssima, pois o Ministério da Agricultura não se pode demitir da responsabilidade que detém no pilar da prevenção estrutural! Não vou comentar, por agora, o debate em torno da diabolização do eucalipto, nem as afirmações recentes que o Ministro Capoulas Santos - “não haverá mais um único pé de eucalipto em Portugal”, expressou no Parlamento a esse propósito. Não obstante, estou de acordo com o Ministro da Agricultura quando afirma que “o ordenamento florestal é a magna questão que temos pela fren-
te”. Trata-se de “um exercício de longo prazo” e que “só é possível com regras de ordenamento e gestão profissional da floresta”. No entanto, a revisão dos Planos Regionais de Ordenamento Florestal tarda em estar concluída, seis depois de este processo ter sido desencadeado. Também não percebo a pressão que o Governo está a colocar na aprovação no Parlamento da revisão do Decreto-lei n.º 124/2006, quando a sua proposta não desbloqueia os constrangimentos da aplicação efectiva no terreno das medidas dispostas no corpo da lei. As imagens da “estrada da morte” são bastante elucidativas do incumprimento da legislação em vigor… “Porquê?” fazia a manchete do jornal PUBLICO após a tragédia. A resposta é complexa. Desde logo, porque não dispomos de uma cultura de Protecção Civil em Portugal. Depois, porque o País continua sem estar preparado para responder aos grandes (mega) incêndios florestais – faltam equipas de profissionais treinados e preparados para gerir estes teatros de operações de maior complexidade; não dispomos de analistas de fogo para apoiar a tomada de decisão na retaguarda e na frente de combate; não temos equipas de profissionais em permanência formadas para combater esses grandes incêndios florestais; os aglomerados populacionais e as unidades industriais continuam sem a devida protecção estrutural, tal como não dispomos de equipas vocacionadas para intervir no terreno após os grandes incêndios para a mitigação de riscos de protecção civil e de controlo de erosão pós-fogo, nem para o planeamento da recuperação ecológica das áreas ardidas. No entanto, existe bastante conhewww.gazetarural.com
cimento técnico e científico e existem técnicos formados (muitos no desemprego…), mas falta um sistema efectivo que os integre e dê uma resposta cabal, integrada e duradoura ao problema. Não digo que seria possível evitar o drama ocorrido em Pedrogão Grande, mas falhou muita coisa… quer a montante, na prevenção estrutural, quer no momento da resposta. E os riscos climatológicos decorrentes das Alteração Climáticas dizem-nos que no futuro existe potencial para que a tragédia vivida em Pedrogão Grande se repita, com maior frequência e intensidade. A Reforma Florestal que o Governo encetou o ano passado é uma peça importante para mudar o paradigma, mas afigura-se insuficiente por si só para fazer essa mudança. Precisamos de criar um território mais resiliente aos incêndios florestais, um território mais competitivo e para isso o Estado tem de investir numa estrutura profissional e dedicada que permita transpor do papel para o terreno as medidas que há muito estão identificadas. Para isso ser uma realidade, a actual estrutura do ICNF não tem capacidade para dar uma resposta cabal (nem sequer para gerir a floresta que lhe compete…) e depositar tudo nas mãos dos privados e das autarquias é querer tapar o sol com a peneira.
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A devastadora fúria das chamas do incêndio de Pedrogão Grande, que juntamente com o incêndio de Góis, reduziu a cinza quase cinquenta mil hectares, demonstraram que os incêndios florestais são um problema de uma complexidade cada vez maior, cuja mitigação exige uma resposta política robusta assente num patamar de comando político supraministerial, conforme era recomendado no relatório do Deputado Miguel Freitas que analisou a problemática dos incêndios florestais após os incêndios de 2013. Em suma, existem muitas lições a extrair deste incêndio e que certamente virão a lume com a avaliação externa independente que está em preparação. O Governo tem de dar um sinal claro que é preciso uma mudança efectiva a vários níveis. Não basta a determinação política que António Costa tem colocado nesta matéria. É preciso ir mais além e a estrutura actual da Administração Florestal já provou que não tem condições para dar conta do recado. Aliás, pelos vistos nem sabia do relatório de avaliação do Plano Nacional de Defesa da Floresta Contra Incêndios que havia encomendado e pago. Miguel Galante Engº. Florestal
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Nos Prémios Lusófonos da Criatividade
“2017, Ano Oficial para Visitar Viseu” conquista 5 distinções
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nome “Viseu” soou cinco vezes no Cinema São Jorge, em Lisboa, tantas quanto o número de distinções conquistadas nos Prémios Lusófonos da Criatividade. A campanha de marketing territorial “2017, Ano Oficial para Visitar Viseu” arrecadou cinco prémios, entre eles um lugar no topo, “Ouro”, e quatro “Bronze”. Foi na categoria de “Relações Públicas - Mídia Expontânea em Campanhas de Publicidade” que a campanha conquistou o “Ouro”. Os prémios “Bronze” foram alcançados nas categorias de “Relações Públicas - Eficácia em Campanhas”, “Activação de Marca – Eficácia”, “Branded Content em TV” e “Melhor Uso de Media em TV”. 34
Para o presidente da Câmara de Viseu, Almeida Henriques, “estes prémios são a confirmação cabal da eficácia da estratégia de desenvolvimento e promoção da marca Viseu, com um forte envolvimento da comunidade local e um reduzido investimento orçamental”. O Município de Viseu fez-se representar na cerimónia por Jorge Sobrado, gestor da marca Viseu e adjunto do Presidente da Câmara. Os Prémios Lusófonos de Criatividade são o único festival a nível mundial dedicado exclusivamente a premiar, homenagear e debater os mercados publicitários e de comunicação dos países de língua oficial portuguesa.
“2017, Ano Oficial para Visitar Viseu” é uma iniciativa da responsabilidade do Município de Viseu e da Viseu Marca, que visa dar “um empurrão positivo” no reconhecimento e na reputação de Viseu, apostando para isso num conjunto de medidas de envolvimento comunitário, de renovação e upgrade da agenda de eventos e de promoção nacional e ibérica. A campanha contou com a participação voluntária de dezenas de viseenses, nas fases interna e externa, assim como dos “Embaixadores de Viseu”. A OPAL Publicidade foi a agência responsável pela sua concepção criativa e gráfica. www.gazetarural.com
Últimas
De 7 a 16 de Julho e terão como tema central o «Paradoxo»
«Jardins Efémeros» oferecem a Viseu mais de 300 actividades em 10 dias
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festival cultural multidisciplinar «Jardins Efémeros» vai oferecer à cidade de Viseu, em Julho, mais de 300 actividades em 10 dias, nas áreas da arquitectura, artes visuais, som, dança, teatro, cinema, pólis, oficinas e mercados, revelou a organização. «Não há muitas cidades a acolher um projecto de vanguarda como este em Viseu. Não há nenhum com este contexto internacional e com acesso livre, para aproximar as pessoas à arte contemporânea», considerou a criadora dos «Jardins Efémeros», Sandra Oliveira. Na apresentação do evento, que decorre na cidade de Viseu de 7 a 16 de Julho, Sandra Oliveira explicou que esta sétima edição terá como tema central o «Paradoxo». «Numa altura da globalização e com todos à distância de um clique, estamos cada vez mais sós. Apostamos na arte e cultura como veículo de coesão social e de estarmos uns com os outros», justificou. Na área da arquitectura, a criadora do evento destacou a instalação denominada «Tília», do arquitecto João Loureiro em colaboração com Rafael Gomes, que «é um tributo à cidade de
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Viseu, através de um dos seus símbolos naturais» e que será instalada no interior do Claustro da Catedral de Viseu, no Adro da Igreja da Misericórdia e no Largo Pintor Gata. Na vertente das artes visuais, será instalada na Praça D. Duarte a «Peça para Perséfone», um trabalho de Gabriela Albergaria em taipa, com técnica de construção em terra, que terá sonorização de Pedro Tudela, composta por sons naturais captados no distrito. «Trata-se de uma peça de grande complexidade técnica e que pesa 48 toneladas. No fundo é um diálogo entre natureza e terra, construído num monólito em frente à estátua de D. Duarte, onde por cima será colocada uma oliveira que representa a região: é um diálogo entre a terra e o granito, entre natureza e o poder (rei)», descreveu. Na vertente Pólis, a criadora dos «Jardins Efémeros», sublinhou a instalação imersiva «Vestido a Rigor», que estará patente na sala de exposições temporárias do Museu Nacional Grão Vasco, e que nasceu do projecto participativo com a comunidade cigana do Bairro Social de Paradinha, de Viseu. Destaque também para o projecto
de intervenção artística em várias lojas tradicionais e espaços devolutos na Rua Direita, com o intuito de sensibilizar a população para a reabilitação física e humana do centro histórico de Viseu. Sobre o som, Sandra Oliveira disse aos jornalistas que é a área que dá menos trabalho a preparar, embora seja a que dá sempre mais destaque. «Este ano temos o privilégio de contar com nove presenças internacionais, exclusivamente para Viseu, em que cruzamos artistas internacionais de topo, na área experimental e ambiental, e outros projectos mais vanguardistas do que de melhor se faz na Europa», apontou. Ao longo da sua intervenção, aludiu ainda ao Festival Política, na área do cinema, com dois filmes a serem apresentados pela primeira vez em Portugal, com a devida tradução. «Tem por objectivo sensibilizar as pessoas para votarem, num ano de eleições», sustentou. A sétima edição dos «Jardins Efémeros» vai custar 192 mil euros, contando com um apoio financeiro de 123 mil euros por parte da Câmara de Viseu, que disponibiliza ainda um apoio não financeiro que ultrapassa os 15 mil euros.
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Gazeta Rural Estatuto Editorial
A região onde nos inserimos é eminentemente rural, onde a agricultura de pequena dimensão predomina, onde há uma cada vez maior aposta no meio, nomeadamente na vinha, na floresta, no turismo rural, na inovação, mas fundamentalmente há cada vez mais gente virada para a terra, no regresso às origens. Foi a partir daqui que sentimos a necessidade de colocar ao serviço da região, e do país, um órgão que possa ser o porta-voz das coisas boas que se fazem neste domínio, na divulgação dos nossos produtos endógenos e em dar a conhecer pessoas que se destacam nos mais diversos sectores. Deste modo a Gazeta Rural, um jornal quinzenário editado para a região das Beiras, terá como temática principal as notícias e fotos relacionadas com a terra, artigos de opinião, assim como toda a informação do meio rural, variando de dimensão conforme a temática desenvolvida, em língua portuguesa e com facilidade de leitura, podendo conter também entrevistas e reportagens com pessoas e entidades ligadas ao meio, variando na sua dimensão consoante o interesse que o entrevistado possa apresentar. O papel do jornal é normalmente o de 60 gramas, eventualmente com alguma variação, podendo a capa ser um pouco mais robusta, portanto com mais gramagem. Assim, o editor assume o compromisso de respeitar os princípios deontológicos da imprensa e da ética profissional, de modo a não poder prosseguir apenas fins comerciais, nem abusar da boa-fé dos leitores, encobrindo ou deturpando a informação.
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Alertando para as alterações climáticas como ameaça a este ecossistema
ACOS congratula-se com classificação do Campo Branco a Reserva da Biosfera
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ACOS – Associação de Agricultores do Sul congratula-se com a classificação do concelho de Castro Verde como Reserva da Biosfera da UNESCO e felicita os subscritores da candidatura, a Associação de Agricultores do Campo Branco, o Município de Castro Verde e a Liga para a Protecção da Natureza. Por considerar bastante relevante o trabalho realizado, a ACOS manifestou, desde o início, o seu apoio a esta candidatura. Salienta a importância do trabalho em parceria que tem vindo a ser realizado no sentido de gerar desenvolvimento, com preservação da biodiversidade, compatibilizando a actividade agrícola com a conservação da natureza. O Campo Branco é uma extensa zona de sequeiro com uma importante actividade pecuária – designadamente bovinos, ovinos e suínos – cereais e montado, onde as adversidades têm vindo a ser transformadas em desafios, por via de um trabalho conjunto entre as diferentes instituições e a comunidade de agricultores local. O reconhecimento e visibilidade internacional dos valores naturais e dos produtos locais, potenciados pela classificação da UNESCO com a recém distinguida Estepe Cerealífera de Castro Verde, fazem aumentar a necessidade de tomada de medidas a curto, médio e longo prazo para mitigar os efeitos das alterações climáticas já sentidas na região.
Ano XIII | N.º 296 | Periodicidade: Quinzenal Director: José Luís Araújo (CP n.º 7515) jla.viseu@gmail.com | 968044320 Editor: Classe Média C. S. Unipessoal, Lda Redacção: Luís Pacheco | Opinião: Miguel Galante | Paulo Barracosa Departamento Comercial: Fernando Ferreira Redacção: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu | Telefone 232436400 E-mail Geral: gazetarural@gmail.com | Web: www.gazetarural.com ICS: Inscrição nº 124546
Propriedade: Classe Média - Comunicação e Serviços, Unipessoal Limitada Administração: José Luís Araújo Sede: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu Capital Social: 5000 Euros | CRC Viseu Registo nº 5471 | NIF 507 021 339 Dep. Legal N.º 215914/04 Execução Gráfica: Novelgráfica | R. Casimiros - Viseu | Tel. 232 411 299 Tiragem média Mensal: Versão Digital: 100.000 exemplares Versão Impressa: 2000 exemplares www.gazetarural.com Nota: Os textos de opinião publicados são da responsabilidade dos seus autores.
Breves Feira Quinhentista de Coina de 21 a 23 de Julho A Feira Quinhentista de Coina, no concelho do Barreiro, volta a realizar-se este ano. A segunda edição deste evento, com entrada livre, que, no ano passado, recebeu milhares de visitantes, terá lugar no espaço do mercado mensal de Coina, nos dias 21, 22 e 23 de Julho, das 14 às 24 horas. Esta é uma iniciativa da Câmara do Barreiro (CMB) e da União das Freguesias de Palhais e Coina, com o apoio à organização da Alius Vetus – Associação Cultural História e Património. Tecfresh’17 – Feira Tecnológica para Frutas e Hortícolas A Tecfresh’17 – Feira Tecnológica para Frutas e Hortícolas, evento que se realiza pela primeira vez, vai decorrer no Centro Nacional de Exposições, em Santarém, de 16 a 18 de Novembro, e pretende ser um ponto de encontro entre profissionais do sector. O certame tem como intuito ser uma ponte para estabelecer relações comerciais entre empresas, discutir negócios e uma forma de apresentar as novidades relacionadas com este mercado. Orientada para profissionais, a Tecfresh’17 visa concentrar empresas, instituições e associações, com produtos e serviços destinados a este tipo de mercado. Representa uma oportunidade para as empresas e demais organizações partilharem com os seus actuais e potenciais clientes os produtos e serviços de que dispõem, sendo um centro de negócios por excelência. Paralelamente, vão decorrer conferências e seminários para que agricultores, fruticultores e horticultores, entre outros, possam relatar experiências, debater ideias ou participar em acções de formação sobre a sua actividade diária. A Tecfresh’17 tem como público-alvo profissionais como Agricultores, Empresários Agrícolas, Engenheiros Agrónomos, Engenheiros Mecânicos, Estudantes do Ensino Profissional e Ensino Superior, Fruticultores, Horticultores entre outros ligados ao Mundo Rural. Câmara de Seia cria Loja da poupança energética em parceria com a ENERAREA A Câmara de Seia com o apoio da Agência Regional de Energia e Ambiente (ENERAREA) abriu a Loja da Poupança Energética, um novo espaço criado no Mercado Municipal onde todos os senenses podem requisitar, de forma gratuita, aconselhamento sobre a melhor forma de poupar energia. Na Loja da Poupança Energética de Seia, que funcionará às quartas-feiras, das 10 às 13 e das 14 às 16 horas, ajudam a tirar www.gazetarural.com
dúvidas sobre a factura energética, a escolher o melhor tarifário e fornecedor, a fazer um plano de poupança energética, a escolher um sistema de aquecimento de águas através da energia solar ou encontrar soluções de construção que melhorem o desempenho energético da sua habitação. Desenvolvido ao abrigo do PEEM – Plano de Eficiência Energética Municipal, esta iniciativa pretende contribuir de forma decisiva para a redução do consumo energético no sector doméstico. Na Loja da Poupança Energética o munícipe vai poder descobrir se utiliza de forma racional a energia em sua casa e o que poderá fazer para a tornar mais eficiente. A ideia é tornar os senenses em consumidores de energia mais eficientes, com conhecimento e competências para aumentar o conforto habitacional, ao mesmo tempo que reduzem o consumo e, consequentemente, o valor da factura energética. Federação europeia do sector dos painéis derivados de madeira critica apoio a pellets A Assembleia Geral da Federação Europeia do Sector dos Painéis Derivados de Madeira (EPF) que decorreu no Porto, lançou um apelo para que se acabem os apoios dados ao fabrico de pellets. De acordo com aquela federação, é urgente parar com as distorções do mercado geradas directa e indirectamente pelos apoios dados à queima de madeira. Estima-se que sejam exportadas de Portugal, anualmente, entre 700 e 800 mil toneladas de pellets para serem usadas como combustível na Europa, desperdiçando a oportunidade de utilizar este recurso natural em aplicações de maior valor acrescentado e que geram mais empregos para a economia portuguesa. A federação assinalou também que a capacidade de produção de painéis de aglomerado de partículas (PB) e de fibras de madeira (MDF) permite armazenar o equivalente a 1.2 milhões de toneladas de CO2 por ano em painéis que podem ser utilizados em aplicações para mobiliário e construção. Numa economia circular, que se tem vindo a desenvolver e a aprofundar, verifica-se já hoje a incorporação anual de mais de 280 mil m3 de madeira reciclada como matéria-prima dos painéis derivados de madeira evitando a deposição de resíduos de madeira em aterro, e estendendo o valor desta importante matéria-prima. A Federação Europeia do Sector dos Painéis Derivados da Madeira (EPF) representa empresas de 25 países europeus e um volume de negócios agregado de 22 mil milhões de euros anuais e mais de 100 mil empregos. Esta Assembleia Geral teve como parceiro organizador a Sonae Arauco, que é membro da sua direcção. 37
Querem estimular a biodiversidade
Viticultores de todo o mundo preocupados com as mudanças climáticas
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iticultores de todo o mundo, cada vez mais atingidos pelas secas e pelas inundações, pediram unidade contra as mudanças climáticas, não só para proteger sua produção, mas também para cumprir os objectivos do acordo de Paris. Na Vinexpo, um dos mais importantes eventos vínicos do mundo, os principais actores do sector querem estimular a biodiversidade e criar plantas mais resistentes ao fenómeno global. “Poderíamos criar um grupo em nível mundial de todos os viticultores para lutar pela redução dos gases de efeito estufa (...) e fazer uma mudança que seria acompanhada por outras empresas”, pediu Miguel Torres, presidente da espanhola Bodegas Torres, garantindo que o sector precisa de “grandes mudanças”. Os incêndios na Austrália e no Chile, ou as geadas tardias na França no final de Abril - todos esses países produtores de vinho - ilustram as consequências das mudanças climáticas que vão se agravando, segundo John Holdren, decano da faculdade de Ciências do Meio Ambiente de Harvard. O cientista aponta que, diferente de outros sectores, os “dirigentes influentes” do mundo conhecem o vinho muito bem. “Se pudermos fazê-los compreender que seus grandes vinhos estão em risco teremos muita influência nessa questão”, assegura.
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