ro s 4 ,0 0 E u | P re ç o 7 1 0 2 o de 1 d e Ju lh 298 | 3 .º N | A ra ú jo Jo s é L u ís D ir e c to r:
aze w w w. g
tarural
.com
O número 13! Dizem que o 13 é o número do azar, mas não há forma de o contornar. Desta vez marca o início de mais um ano de publicações regulares da Gazeta Rural. Como é uma edição de aniversário tenho que escrever um editorial, não que isso seja obrigatório, mas porque há tanta coisa para dizer que não sei por onde começar. Bom, cá vai. 13, este verão, é o número do azar, para mal dos nossos pecados, pois este tem sido efectivamente um ano terrível para a nossa floresta, mas sobre isto fala quem sabe nesta edição, o Miguel Galante. Ao longo destes 12 anos já completos, o nosso mundo rural mudou. Sim? Não concordo. Basta ver o que se está a passar nas florestas para percebermos que pouco ou nada mudou. Aplicou-se mais tecnologia, mas esta não resolve tudo. A tecnologia aplicada é sempre um complemento, ou mesmo um acessório, indispensável no mundo de hoje à actividade humana no campo. Pode antecipar, mas não controla o tempo, as chuvas, o sol ou a trovoada seca. E reparem que neste parágrafo não coloquei o número… 13. Sim, é verdade, a Gazeta Rural anda por aí há 13 anos a mostrar muito do nosso mundo rural. É claro que não conseguimos estar em todo o lado, mas prometemos continuar a tentar contribuir para a melhoria da qualidade de vida daqueles que trabalham a terra, daqueles que nos proporcionam vinhos fantásticos, enchidos fabulosos, queijos incomparáveis, sabores inolvidáveis e muitos saberes que o gosto não detecta. Nesta hora de festejar,
2
www.gazetarural.com
FEIRA DO VINHO DO DÃO Editorial algumas notas especiais. Um agradecimento aos nossos patrocinadores, porque sem eles não teríamos chegado aqui; aos nossos leitores, que não dispensam a Gazeta de 15 em 15 dias, ou aqueles que diariamente fazem do nosso website um dos mais procurados. Aos nossos fiéis colaboradores, pelo empenho que diariamente colocam no trabalho que desenvolvem para por cá continuarmos, em especial à nossa “Criativa Paginadora” que nesta edição resolveu mudar o que entendeu, sem que a liberdade de criar lhe fosse cortada. Por fim um pedido: Quando hoje vemos tanta discussão em torno da floresta; quando vemos o aproveitamento que se tenta fazer desta tragédia, pergunto se não será a altura de todos, mas todos mesmo, repensarmos a forma como está o nosso mundo rural, como está o nosso interior, ou como agora se diz os “territórios de baixa densidade”. É tempo de parar para pensar, reflectir verdadeiramente sobre o que queremos, efectivamente, para o nosso país, para o interior, para que nenhuma ‘trovada seca’ nos leve mais um pouco das nossas raízes. Um dia será tarde e a continuar assim, no final resta-nos a memória. José Luis Araújo
ARRANJE ESPAÇO NA GARRAFEIRA! VAMOS A PROVAS E FAÇAMOS UM BRINDE! JUNTE OS AMIGOS! CELEBRE O DÃO CONNOSCO!
NELAS MUNICÍPIO DE NEL AS
www.gazetarural.com Instituição de Utilidade Pública
3
Em Viseu, de 11 de Agosto a 17 de Setembro
Feira de S. Mateus à espera de mais de um milhão de visitantes
A
“mais popular e mais antiga e mística Feira da Península Ibéripitão Fausto, Savanna e You Can’t Win Charlie ca” arranca a 11 de Agosto, em Viseu. São mais de 120 evenBrown, fazem parte do leque de artistas que sutos, durante 38 dias, que integram o programa da 625ª edição da birão ao palco do certame. Feira de S. Mateus. O presidente da Câmara de Viseu sublinhou Até 17 de Setembro haverá concertos, cinema, folclore, artesaque este ano “a feira dá novos passos na sua renato, concursos, dias temáticos, exposições e workshops, tudo novação”, sendo uma das novidades “a instalação numa área de 50 mil metros quadrados de animação e experiênde uma praça-jardim, com 900 metros quadrados, cias, 10 mil metros quadrados de diversões, com 240 expositores junto à Porta de Viriato, que trará melhor ambienpermanentes e 70 expositores temporários, 48 de artesanato e os te, maior atractividade e maior conforto aos visirestantes de outros sectores. tantes”, afirmou Almeida Henriques. A nova rua Um milhão e setecentos mil euros é um orçamento “ambicioso, das enguias, uma das grandes tradições gastronósustentável, rigoroso e muito prudente”, bem como um “planeamicas da feira, é outra das novidades, com “com mento dos custos e das receitas é realizado com enorme detaarquitecturas qualificadas, que fazem justiça à sua lhe e cuidado para sermos sustentáveis”, garantiu o presidente história”. da Viseu Marca. João Cotta diz que a Feira de S. Mateus “é um Este ano haverá seis “domingos francos”, que, evento sustentável, popular, para todos os gostos, que nos faz segundo Almeida Henriques, visam “não deixar ninmergulhar nas nossas recordações e ajuda a criar as memórias guém de fora” e “são um tributo ao aniversário da de Viseu nos mais novos”, afirmou, lembrando que, na edição mais antiga feira franca viva da península, a pensar do ano passado, se registou mais de um milhão de entradas. especialmente nas famílias”, frisou. Com um total de 240 expositores, a região de Viseu está representada por mais de uma centena, sendo que a organiGrande orquestra de percussão comunitária zação pretende que este número suba para metade. “Somos abre e fecha o certame uma feira nacional, mas também somos uma feira regional”, justificou João Cotta. A “Orquestra 625 - Bombos, Amuletos, Tachos e deA Feira de S. Mateus terá o maior espectáculo de luz em mais objectos da Feira” será o nome de palco para a Portugal, com mais de 285.000 lâmpadas, novas arquitecabertura e encerramento da Feira de São Mateus em turas, como as novas casas para as enguias, e com o mais 2017. Este é um projecto artístico comunitário, de reporcompleto cartaz musical de sempre. Seu Jorge, Paula Fertório e natureza originais, que assinalam uma edição conandes, Matias Damásio, Nélson Freitas, HMB, Áurea, Marmemorativa do certame. co Paulo, Resistência, Paulo de Carvalho, José Cid, David O projecto nasce de um desafio lançado em parceria Carreira, AGIR, DENGAZ, Diogo Piçarra, Cuca Roseta, Fábia pelo Município de Viseu e Viseu Marca à Gira Sol Azul para Rebordão, Mara Pedro, Carla Linhares, Catarina Rocha, Camarcar o ano em que a feira franca viva mais antiga da Pe-
4
www.gazetarural.com
nínsula Ibérica comemora 625 primaveras. de Julho, será a vez do compositor Jorge Prendas, coordenador do Aberto a qualquer participante, “entre os 6 e Serviço Educativo na Casa da Música e membro dos Vozes da Rádio. 106 anos”, mesmo que sem formação ou expePara integrar o projecto, os interessados terão ainda de participar riência musical, e a grupos de percussão da região do período intensivo de ensaios correspondente a cada um dos esde Viseu, a Orquestra apresentará um reportório pectáculos (de 7 a 10 de Agosto para a actuação de abertura e 15 e original nas suas actuações. Esperam-se algumas 16 de Setembro para a actuação no encerramento da Feira). centenas de participações. A direcção artística é de Feira de São Mateus tem parceria com UDACA para promover Ana Bento e Ricardo Baptista. vinho da Região do Dão Os instrumentos são também “originais”: aos instrumentos de percussão convencionais como “Irreverente” será o vinho “oficial” os bombos, juntam-se objectos que ilustram o cerda Feira de São Mateus 2017 tame, como tachos, amuletos, baldes, entre outros. Sons autênticos e inconfundíveis, numa Orquestra A Viseu Marca e União das Adegas Cooperativas do Dão (UDAúnica, à medida da Feira de São Mateus. CA) desenvolvem uma parceria promocional na Feira de São Ma“Este é um projecto que reflecte o ADN popular, teus 2017. Tendo em vista promover o reconhecimento e o contradicional e simultaneamente inovador da Feira e de sumo de vinhos do Dão naquele que é o maior certame da região Viseu”, acredita o presidente da Câmara de Viseu. “É de Viseu, as duas instituições acordaram eleger os vinhos “Irretambém uma iniciativa de formação artística comuverente” como “marca oficial” da Feira de São Mateus neste segnitária que honra a matriz cultural deste certame”, mento de produto, numa parceria com a Comissão Vitivinícola acrescenta Almeida Henriques. Regional. Complementa-se e reforça-se, deste modo, o estatuto Do projecto resulta uma agenda de cinco workshops do Dão como “vinho oficial da Feira”. de formação já a decorrer, com diferentes formadores Para a Viseu Marca e a UDACA, “esta é uma experiência que especialistas em artes comunitárias e performativas, deverá ser renovada e incrementada no futuro”. Desta forma, percussão e educação musical. De natureza facultativa, o evento assume o seu papel de promotor dos produtos locais os workshops oferecem à comunidade a oportunidade de maior valor na região, como são os vinhos do Dão, contride contactar antecipadamente com o espírito do projecto buindo para reforçar o posicionamento de Viseu como cidade e experimentar e trabalhar os talentos num contexto criavinhateira. tivo sob a direcção de grandes profissionais. As inscrições Por sua vez, os visitantes da Feira de São Mateus somam à são gratuitas e decorrem em www.feirasaomateus.pt sua experiência de “feirar” o reconhecimento dos produtos Segunda, terça-feira e sábado realizam-se três destes made in Viseu, nomeadamente enogastronómicos. Os vinhos cinco workshops de formação, ministrados por grandes da marca estarão disponíveis para venda a copo ou em garranomes da cena musical portuguesa. Esta terça-feira, 25 fa, a um preço acessível, nos restaurantes aderentes. www.gazetarural.com
5
De 24 a 27 de Agosto
Produtos locais e muita animação marcam as Festas do Concelho de Penalva do Castelo
D
avid Antunes, Augusto Canário e José Alberto Reis são os nomes sonantes do panorama musical nacional que fazem parte do cartaz de espectáculos das Festas do Concelho de Penalva do Castelo, que vão decorrer de 24 a 27 de Agosto. Contudo, os ‘reis’ da festa são o vinho, o queijo e os produtos da terra ali produzidos. O vinho terá mesmo um dia especial, com a realização da IV Feira do Vinho “Dão de Penalva”, que inclui um Mercado Rural, com os produtos locais. “O cariz das Festas do Concelho são iguais às dos anos anteriores”, referiu o presidente da Câmara de Penalva à Gazeta Rural. É que as “inovações que havia a fazer já foram feitas e resultaram”, acrescentou Francisco Carvalho. O autarca destacou a aposta na qualidade dos produtos locais, como o vinho, o queijo, a maçã e outros, que os turistas que visitam o concelho, ou que se instalam nas unidades hoteleiras locais, já não dispensam. Francisco Carvalho continua a defender uma via de acesso rápido de Penalva do Castelo à A25, que tem alternativas à ligação pela estrada que liga a Mangualde. Gazeta Rural (GR): O que vai haver de novo nas Festas do Concelho deste ano? Francisco Carvalho (FC): São sensivelmente iguais às dos anos anteriores. Já fizemos as inovações que tínhamos que fazer no primeiro ano e que resultaram. Vamos ter muita diversão, mas as festas servem também para promover os produtos endógenos de Penalva do Castelo, com o vinho de Penalva à cabeça. No Mercado Rural va-
6
www.gazetarural.com
mos mostrar o que de bom se faz no concelho nas áreas da fruticultura, mas também na produção de hortícolas e leguminosas, nomeadamente estufas que se instalaram no concelho, e que vão ter ali a oportunidade de vender os seus produtos frescos. Também vamos contemplar os produtores de enchidos, porque temos cá bom fumeiro. No ano passado ficaram encantados com o resultado da venda dos seus produtos. Em resumo, diria que vamos manter o figurino das festas, com quatro dias de muita animação, privilegiando obviamente o Feriado Municipal e o dia 27, onde iremos proceder à entrega dos diplomas do Concurso de Vinhos “La Selezione del Sindaco”, com um representante da Associação de Municípios Produtores de Vinho (AMPV). Aguardamos, também, a confirmação da presença de um membro do Governo. GR: O vinho é um elemento importante nas festas, com uma mostra com produtores do concelho? FC: Sim. Terá lugar no domingo à tarde, o último dia das festas, em que os nossos produtores estarão presentes. Nessa mostra estão presentes os vinhos premiados no Concurso de Vinhos “La Selezione del Sindaco”, bem como novos vinhos lançados no último ano. Esperamos que os nossos produtores nos surpreendam com um néctar especial. GR: Falou na produção de hortícolas e legumes em estufas, cuja produção tem vindo a aumentar? FC: No último ano apareceu mais um. Neste momen-
vinhos, queijos, maçãs, não se importando de pagar mais caro por um produto genuíno. GR: O turismo tem sido uma aposta conseguida? Penalva do Castelo tem tido mais gente? FC: Desde que a Casa da Ínsua aderiu ao Grupo Parador, é quase garantida a presença diária de cerca de 70 a 80 espanhóis em Penalva do Castelo. O Hotel Portas do Dão também tem tido mais ocupação, porque Penalva do Castelo passou a estar no mapa do Turismo do Centro, além de que os nossos eventos têm tido uma projecção nacional e além-fronteiras. Uma característica do actual executivo da Câmara Municipal é a preocupação de que se fale sempre bem de Penalva do Castelo, nas nossas deslocações ou nos órgãos de comunicação social. As pessoas acabam por dar conta do grande amor que temos à nossa terra e, dessa forma, suscitamos-lhe a curiosidade de visitarem Penalva do Castelo. Por outro lado, os nossos eventos, como a Feira do Queijo, que tem uma transmissão televisiva durante seis horas, num período de Inverno em que as pessoas ficam mais por casa, criam curiosidade nas pessoas em vir a Penalva do Castelo, conhecer o nosso património, os nossos produtos endógenos, e, dessa forma, dinamizar a economia local.
to, estamos a falar de quatro produtores, jovens agricultores que estão a desenvolver a sua actividade em estufas, que se candidataram a fundos comunitários. GR: Em que áreas? FC: Na produção de legumes, alfaces, tomate, pepino, meloa e outros. Aliás, têm fornecido praticamente a rede social do concelho com os seus produtos. Os nossos lares vão adquirir às estufas hortícolas durante quase todo ano.
GR: Mas pode vir aí mais uma unidade hoteleira? FC: Neste momento, há interesse de três empresários (dois portugueses e um brasileiro), para a construção em Penalva do Castelo de uma unidade hoteleira, tipo Resort. Se esse projecto se concretizar, teremos no concelho a instalação diária de várias de centenas de turistas de nacionalidade brasileira. Pessoas que hoje temem pela sua segurança no Brasil e que vêem o seu futuro na Europa e em Portugal a porta de entrada. Penalva do Castelo teve a felicidade de ter um penalvense ali residente e outro de nacionalidade brasileira com vontade de investir no concelho. Os nossos jovens, que acabam os seus cursos, terão assim mais uma oportunidade de colocação no ramo da hotelaria ou nas empresas ao mesmo associadas.
GR: O que não fez neste mandato que gostaria de ter feito? FC: Essa é uma pergunta que vai de encontro à situação económica do país. Naturalmente que Penalva do Castelo, e há unanimidade nesta pretensão, precisa de uma via de acesso à A25, que é primordial para que possa dar GR: Ao longo deste seu mandato, como vê a o salto que tanto necessita. Sem esse acesso, os nossos evolução do sector primário no concelho? investidores, os pequenos e médios empresários que se FC: O número dos agricultores não aumentou, com queiram instalar na nossa zona empresarial têm sempre excepção daqueles que se dedicaram à produção em essa barreira, porque hoje as empresas fazem contas às estufas. Os que que ainda resistem a trabalhar a terdespesas e se puderem ter uma fábrica a 10 quilómetros ra estão a produzir melhor e com mais qualidade, no da A25 não a vão instalar a 15 ou 20 quilómetros. vinho, na fruta, nomeadamente na maçã Bravo de EsRespondendo à sua questão, eu queria ter feito a ligamolfe, ou no queijo Serra da Estrela. ção à zona empresarial, através da circular à Vila, e tamA aposta da autarquia é que quem produz continue bém uma ligação à A25, mas não pela estrada que vai de a fazê-lo com elevada qualidade, porque os nossos tuPenalva do Castelo a Mangualde, que tem um custo demaristas continuam a procurar estes produtos e não se siado elevado para uma população de 8 mil habitantes. importam de os pagar a um preço superior, ou seja, se Contudo, há outras alternativas, como uma ligação atraproduzirem produtos de elevada qualidade têm escoavés da freguesia do Castelo a Chãs de Tavares, que tem mento garantido. Os turistas que frequentam o Hotel de um custo 10 vezes inferior à ligação a Mangualde. Com Charme Casa da Ínsua, nomeadamente os espanhóis, esta ligação já ficaríamos satisfeitos. não se importam de pagar bem e os que se hospedam Diria que é necessária uma ligação de Penalva do Castelo no Hotel Portas do Dão, também procuram, no comércio à A25 e fazer a circular da vila até à zona empresarial, para local, produtos para levarem para as suas terras, como diminuir os custos às empresas que ali se venham instalar. www.gazetarural.com
7
A
vila Histórica de Almeida irá ser palco de mais um grandioso evento, que atrai anualmente milhares de pessoas. De 25 a 27 de Agosto aquela vila raiana regressa ao início do século XIX com a Recriação Histórica do Cerco de Almeida. Marcada pelo rigor da época, esta reconstituição hisNos dias 25, 26 e 27 de Agosto tórica irá transportar todos quando nela participam, bem como os muitos visitantes, para os acontecimentos passados em 1810 com a III Invasão francesa, que abordou o território nacional por Almeida, cuja posição constituía um sério obstáculo à sua progressão, pois a sua estrutura era capaz de suportar um cerco prolongado. O exército anglo-luso contava com o seu valor defensivo, pelo que a praça recebeu obras, reforços humanos e materiais para ganhar o tempo necessário no sentido de preparar as operações de defesa subsequentes, mas uma violentíssima explosão no seu paiol principal, a 26 de agosto de 1810, levou à sua capitulação. Para além de toda a Recriação Histórica que se fará sentir, o evento contará também com um Seminário Internacional, um Mercado Oitocentista, a recriação da queda de Almeida e a explosão do Castelo, para além de um espectáculo piromusical, animação nocturna e muitas surpresas. Para os visitantes, este é um evento cultural a não perder, pelo rigor da época, para além de despertar a curiosidade a quem por lá passar, ficando, desse modo, a conhecer um pouco mais da nossa história e a época oitocentista em Almeida- Estrela do Interior!
Vila raiana ‘regressa’ ao início do século XIX e recria Cerco de Almeida
8
www.gazetarural.com
De 9 a 11 de Agosto, em Oleiros
Companhia de teatro francesa protagoniza espectáculo único na Feira do Pinhal
A
XVII Feira do Pinhal, que vai decorrer de 9 a 11 de Agosto, volta a incluir no seu programa um espectáculo multimédia de excepção, numa co-produção do Município de Oleiros, da Luso Events e da companhia de teatro francesa Deux Ex Machina. No dia 11 de Agosto pela uma hora da manhã, em frente à Câmara Municipal, vai poder assistir-se durante 50 minutos a “Galileo” que, como João Paulo Ribeiro da Luso Pirotecnia refere, “é essencialmente teatro aéreo e que resulta porque para grandes plateias toda a gente consegue ver. É um espectáculo muito circense, com efeitos especiais e depois terá um final de fogo-de-artifício mais emblemático”. Emblemático tem sido exactamente a palavra de ordem desta aposta do Município há já alguns anos, com produções de alta qualidade diferenciadoras de tudo o que se faz nos eventos da região. “Galileo”, tal como o nome indica, tem inspiração em Galileu Galilei, físico, matemático, astrónomo e filósofo, nascido em Itália no século XVI, com enorme contributo para a ciência. Muitas das suas descobertas, levaram-no a defender o Heliocentrismo (os planetas em volta do sol e não o oposto). O foco, no dia 11, serão os Astros e o Homem, num grande evento aéreo, que decorre entre os 15 e os 30 metros de altura, que inclui projecções monumentais de nebulosas e constelações como retrato do século XVII. João Paulo Ribeiro sublinha que “é a primeira vez que este espectáculo está em Portugal, com uma companhia reconhecida a nível internacional e que está nas capitais de todo o Mundo, e também está em Oleiros!”
Mickael Carreira é cabeça de cartaz de espectáculos A Feira do Pinhal conta com 115 expositores e tem como cabeça de cartaz o cantor Mickael Carreira. O certame volta a destacar, nesta edição, fundamentalmente, os recursos florestais. “A XVII Feira do Pinhal volta a demonstrar a sua consolidada notoriedade, trazendo anualmente milhares de pessoas a Oleiros, satisfazendo todos os públicos com um cartaz apelativo e diversificado e ainda expositores que mantêm os padrões de excelência a que esta feira nos habituou”, afirma o vereador com os pelouros da cultura e do desporto. Paulo Urbano adianta ainda que esta é a última edição em que a feira decorre no local do mercado semanal, devido às proporções e à quantidade de pessoas que atrai anualmente. “Foi planeado um parque de exposições para acolher o certame, devidamente infra-estruturado, o qual está a ser construído em local próprio”, disse. Já em relação ao cartaz de espectáculos, os destaques vão para Mickael Carreira, no dia da abertura do certame, e a 11 de Agosto o espectáculo “Galileo”, pela companhia francesa Deux Ex Machina. A Feira do Pinhal encerra ao domingo, com o início das comemorações do Dia do Concelho na madrugada de 13 para 14 de Agosto, altura em que decorre o espectáculo piromusical a cargo da Pirotecnia Oleirense. www.gazetarural.com
9
Em Sátão, de 12 a 20 de Agosto
Tony Carreira e UHF são atracções nas Festas de São Bernardo Gazeta Rural (GR): O que mais destacaria no programa das Festas de S. Bernardo? Alexandre Vaz (AV): As Festas de S. Bernardo de 2017, assim como nas edições passadas, incidem sobre três grandes áreas: a cultura, o desporto, a gastronomia e muita animação. Com um programa vasto, de modo a abranger todas as faixas etárias e gostos distintos, as Festas proporcionam aos nossos munícipes e visitantes a possibilidade de participação em todos os dias de forma gratuita. Este ano, a grande atracção serão a banda UHF e o artista Tony Carreira.
S
ão esperados milhares de pessoas durante os oito dias que duram as Festas de São Bernardo, em Satão, uma iniciativa da Câmara Municipal. A banda UHF (dia 17) e Tony Carreira (dia 20) são os cabeças de cartaz do programa de animação, que conta ainda com grupos locais, um festival de folclore, uma peça de teatro, bem como o Dia do Emigrante, no sábado, dia 19, que terá por palco o Santuário de Nosso Senhor dos Caminhos, em Rãs. À Gazeta Rural, o presidente da Câmara de Sátão diz que as Festas de São Bernardo “são o maior evento que o concelho promove” e que “atraem milhares de visitantes”. Para Alexandre Vaz a cultura, o desporto e a gastronomia “são as três grandes áreas” das festas, de onde ressalta o Festival da Sopa, na sexta-feira, dia 16, mas também a Feira Anual e o Concurso de Gado, no último dia. Em relação a este último, o autarca tem o “desejo para este ano contrarie a estatística dos anos anteriores” e se seja “uma Feira do Gado como as de outrora”.
10
www.gazetarural.com
GR: Que expectativa tem para as mesmas? RC: Ano após ano, superamos as espectativas acerca das Festas de São Bernardo. Somos brindados por milhares de pessoas durante a semana da festa, o que nos incentiva a continuar com bom trabalho que temos vindo a desenvolver. GR: As Festas de S. Bernardo são o maior evento que o concelho promove? Em que medida contribuem para a economia local? AV: De facto, as Festas de São Bernardo são o maior evento que o concelho promove. Aliada à circunstância de serem em Agosto e ao grande aglomerado de emigrantes da nossa região, são factores que tornam a Festa um sucesso todos os anos. O Município de Sátão oferece à população um distinto programa durante uma semana, atraindo ao longo dos dias milhares de pessoas,
que, consequentemente, terá um grande impacto na economia da vila e do concelho. Os empresários locais de restauração, de superfícies comerciais e até de alojamento beneficiarão com a realização destas Festas. GR: O concurso do gado é um momento que as Festas homenageiam os criadores do concelho. Que concurso espera ter este ano? AV: Infelizmente, com o passar dos anos, são cada vez menos as participações no concurso pecuário de gado bovino. De forma a promover os hábitos tradicionais, rurais e a criação do gado bovino, a Câmara Municipal de Sátão insiste na realização da Feira do Gado. O desejo para este ano é que se contrarie a estatística dos anos anteriores e se realize uma Feira do Gado como as de outrora. No final, são entregues os prémios pecuniários e as Menções Honrosas aos donos dos animais. GR: A feira anual é, hoje, um atractivo suplementar? GR: A feira anual, para além da compra e venda de mercadorias, é um ponto de encontro e de fraternização de muitos munícipes. Este evento, para além do sector económico, é um evento cultural, que reúne pessoas de todas as faixas etárias, e não deixa que se esqueça uma tradição tão portuguesa como a de feirar.
GR: O Festival da Sopa é outro momento a assinalar? AV: O Festival da Sopa nos anos anteriores realiza-se no domingo, este ano, sendo novidade, o Festival realizar-se-á na sexta-feira, dia dedicado ao Folclore e à Música Popular Portuguesa. O Festival da Sopa é um evento que une pequenos e graúdos e incentiva a uma alimentação saudável.
GR: Quais os atractivos que o Sátão oferece nesta altura do ano? AV: A grande atractividade que enriquece ainda mais o concelho de Sátão nesta altura do ano é a Praia Fluvial do Trabulo. Com uma arquitectura moderna e com variados espaços de lazer, são aos milhares as pessoas que se deslocam para passar agradáveis momentos. Convido ainda a visitarem, no âmbito do turismo, o Santuário de Nosso Senhor dos Caminhos e a Capela da Nossa Senhora da Esperança, dois ex-líbris do concelho de Sátão. Relativamente à cultura e animação, este ano destacamos da programação das Festas de São Bernardo a oportunidade de assistir e participar no Concerto de Sinos “Campanologias Beirãs” e no Teatro “O Pequeno Grande Polegar”.
T +351 22 450 90 47 | geral@espaco-visual.pt Av. Ass. Comercial e Industrial de Gondomar, 290 4420-620 Gondomar
www.gazetarural.com
11
O
Mercado à Portuguesa está de volta ao Braga Parque e durante um mês, promete apelar aos sentidos dos visitantes do centro comercial minhoto com uma vasta selecção dos mais indulgentes produtos do imaginário gastronómico e cultural português, como, por exemplo, um cabaz repleto dos mais deliciosos exemplares de queijos, enchidos e doces conventuais. Retomando o espírito dos tradicionais mercados regionais, o já clássico Mercado à Portuguesa do centro comercial de referência da cidade de Braga volta para mais uma edição plena de sabores e aromas que deixará qualquer um com água na boca, não esquecendo também as mais típicas peças de artesanato e alguns dos produtos mais característicos de Portugal. Distribuídos por pitorescas banquinhas junto à icónica escadaria central, pequenos produtores de várias regiões do país convidam a uma imersão total na tradição lusitana. O palato será o primeiro a ser inevitavelmente seduzido pelos carismáticos queijos nacionais, que conquistam pelo sabor forte e inconfundível, ou os incontornáveis enchidos, como a alheira, a farinheira e o chouriço, que são reis e senhores de qualquer mesa portuguesa. Numa nota mais doce, surgem os suspeitos do costume: os doces conventuais, uma das principais heranças da doçaria e pastelaria nacionais, concluirão com chave-de-ouro as compras para uma refeição única que surpreenderá os familiares e amigos. Mas, porque nem só de iguarias gastronómicas se pode encher este cabaz, a oferta de artesanato é rica e variada. Com vincada regionalidade e uma personalidade única, os bordados revelam os saberes e costumes intemporais de uma arte passada de geração em geração, transportando consigo a história e as lendas dos locais. Presente em variados objectos de decoração para o lar, estará também a cortiça, a matéria-prima portuguesa por excelência, emprestando todo o seu conforto a criações irreverentes. Afirmando-se como uma montra para o que de melhor se faz em Portugal, o Mercado à Portuguesa não esqueceu também os têxteis, as louças e icónicas No Centro Comercial Braga Parque, até 27 de Agosto esculturas pelos quais os pequenos produtores são tão reconhecidos. “Recebemos, no mês de Agosto, milhares de visitantes no centro comercial, sendo que muitos deles são emigrantes que aproveitam o verão para visitar a família e o seu país. É, por isso, muito importante para nós podermos oferecer um pouco da portugalidade que não têm lá fora neste Mercado à Portuguesa, uma iniciativa que reúne muita popularidade entre os nossos clientes”, afirma Ana Rodrigues, responsável de Marketing do Braga Parque. “Esta é uma missão que levamos muito a sério: queremos estar próximos das entidades locais e dos bracarenses, quer vivam em Portugal ou além-fronteiras”. Com uma programação preenchida por degustações das mais sofisticadas criações e produtos gastronómicos e demonstrações de técnicas artesanais, a edição de 2017 conta também com algumas surpresas que serão reveladas ao longo do mês. Resta apenas visitar o mercado, junto à escadaria principal, até 27 de Agosto, das 10 às 23 horas.
Braga recebe mostra do que de melhor se faz em Portugal
12
www.gazetarural.com
Seu Jorge
agir
marco paulo
fábia rebordão
savanna
diogo piçarra
12 de agosto
14 de agosto
15 de agosto
16 de agosto
17 de agosto
18 de agosto
7,5€
3€
5€
gratuito
paula fernandes
Matias damásio
pedro abrunhosa
aurea
APRIL IVY
dengaz
19 de agosto
22 de agosto
25 de agosto
26 de agosto
29 de agosto
1 de setembro
7,5€
4€
4€
3€
paulo de carvalho
O Mundo da sara
You Can’t Win Charlie Brown
2 de setembro
3 de setembro
4 de setembro
3€
3€ / 5€*
gratuito
gratuito
3€
gratuito
3€
cuca roseta
hmb
Nelson freitas
6 de setembro
8 de setembro
9 de setembro
4€
3€
5€
bilhetes à venda em:
CAPITÃO FAUSTO
josé cid
david carreira
resistência
11 de setembro
13 de setembro
15 de setembro
16 de setembro
gratuito
3€
5€
5€
www.feirasaomateus.pt, Rede Blueticket, nos quiosques já disponíveis no Forum Viseu e Palácio do Gelo Shopping Programa e bilhética sujeitOS A ALTERAÇÕES.
* 3€ BILHETE DE CRIANÇA E 5€ BILHETE DE ADULTO
www.gazetarural.com
13
Até 6 de Agosto
Ruas Floridas aguardam 750 mil visitantes em Redondo
A
s ruas da vila de Redondo, no Alentejo, vão estar ornamentadas com flores, figuras e outros motivos em papel colorido, durante as festas Ruas Floridas, que esperam 750 mil visitantes. Consideradas “uma das principais manifestações culturais do Alentejo”, as tradicionais festas, promovidas pelo município, têm periodicidade bienal e a edição deste ano, que decorre até ao dia 06 de agosto, conta com 36 ruas enfeitadas, com temáticas diferentes, por mais de 30 mil metros quadrados de ocupação com motivos de papel. O presidente da Câmara de Redondo, no distrito de Évora, António Recto, adiantou que este ano está previsto “um maior número de visitantes, entre 700 e 750 mil”. O autarca disse haver “um pouco mais de ambição” quanto ao número de visitantes, devido ao facto de o município ter promovido, desde há alguns meses, uma iniciativa intitulada “Rua Móvel”, uma mostra de divulgação das festas, que percorreu várias cidades do país. A ornamentação das ruas da vila alentejana envolve, segundo os promotores, “um trabalho voluntário de criatividade e imaginação que ocupa entre 400 e 500 pessoas”, além de “toneladas de papel” e outros materiais que a autarquia adquire. “Há pessoas que estão desde Setembro do ano passado a trabalhar nas ornamentações”, observou António Recto, indicando que o investimento total nas festas ronda os 300 mil euros. Uma das voluntárias, Luísa Calapez, acompanha há muitos anos a preparação das festas, por ser funcionária municipal, mas só
14
www.gazetarural.com
há cerca de uma década é que começou a fazer flores, por apreciar o trabalho da população. “De ano para ano, as pessoas querem mostrar sempre melhor e fazer trabalhos com mais pormenores” para que “elogiem a sua rua”, contou, referindo que existe também uma “competição saudável” entre a população para mostrar que “a sua rua é melhor que a dos outros”. Luísa Calapez, uma das pessoas envolvidas na ornamentação, trabalha desde Janeiro, com outros moradores da Rua Cândido dos Reis, na decoração desta artéria com o tema “Boutique de Palhais”, inspirado no antigo nome da rua, que era Rua de Palhais. Depois de um longo interregno, o município retomou há 24 anos as tradicionais festas populares da vila, em que a população ornamenta as ruas com figuras, flores e outros motivos em papel colorido, com entrada livre. Os temas escolhidos pelos moradores, considerados autênticos artistas, são os mais variados, desde motivos etnográficos e florais até histórias imaginárias e exóticas, num evento que “abrange uma área grande da vila” e que em 2015 recebeu cerca de meio milhão de visitantes. Cada rua apresenta um tema diferente, escolhido livremente pelos moradores, que o mantêm em segredo até ao dia da saída do programa. Os registos escritos mais antigos indicam que a ornamentação das ruas remonta a 1838, tendo passado a ter carácter bienal em 1998. O programa dos festejos inclui, entre outras iniciativas, espectáculos musicais, encontros de bandas filarmónicas e de ranchos folclóricos, corrida de toiros, actividades desportivas e animação de rua.
De 8 a 10 de Setembro, em Anadia
Velódromo de Sangalhos recebe ‘Bairrada Vinhos & Sabores’
P
elo quinto ano consecutivo, a Bairrada é palco de um grande evento que reúne o melhor da região, no que toca aos seus ‘Vinhos’ e ‘Sabores’. Aquele que, de 2013 a 2016, se chamou de ‘Encontro com o Vinho e Sabores Bairrada’ assume nesta edição, de 2017, o nome de ‘Bairrada Vinhos & Sabores’. De 08 a 10 de Setembro todos os caminhos vão dar ao Velódromo Nacional - Centro de Alto Rendimento de Sangalhos, no concelho de Anadia. A entrada no evento é livre e gratuita para quem não quiser adquirir copo de prova, cujo valor pode ser de dois ou três euros, mediante apresente ou não convite. Uma festa que pretende brindar a esta altura do ano, em que o universo vitivinícola ganha peso e as adegas acolhem a azáfama e a euforia de quem tanto se dedica a uma actividade tão nobre, agarrada à terra e com tanto ainda para dar.
www.gazetarural.com
15
No mês de Agosto é tempo dos emigrantes regressarem à sua terra natal, vindo de todas as partes do mundo. Os portugueses regressam ao seu país, à sua terra, onde reencontram a família e aos amigos. Também aqui, por Terras de Aguiar da Beira, onde muitos têm as suas raízes, é o momento de matar saudades e recarregar ‘baterias’. Assim, o município de Aguiar da Beira dá as boas vindas a todas e a todos os emigrantes, desejando-lhes umas boas férias por terras de Cabicanca
16
www.gazetarural.com
Um abraço amigo O presidente da Câmara Municipal Joaquim Bonifácio
Com uma nova imagem que destaca a palavra Dão
Adega Cooperativa de Penalva do Castelo lançou gama de sete monocastas
A
Gazeta Rural (GR): A Adega de Penalva lançou um conjunto de monovarietais com nova imagem, em que a aposta vai para a visibilidade do Dão? José Frias Clemente (JFC): O Dão está em crescimento. Há alguns ano caiu, bateu no fundo, mas hoje está no bom caminho e, também por isso, escolhemos estes rótulos em que a palavra Dão aparece destacada, em que as características do vinho estão no contra rótulo. Lançamos uma gama de sete vinhos sete vinhos com um rótulo muito parecido, - quatro tintos e três brancos, - com as castas Touriga Nacional, Tinta Roriz, Tinta Pinheira, Jaen, Encruzado, Cercial e Bical, vinhos de topo e de excelente qualidade. Na verdade, bem precisamos cada vez mais de falar no Dão, uma vez que estamos, tanto a nível nacional como nas exportações, a caminhar bem e devemos destacar a marca Dão, que o Dão merece. GR: Destacaria duas notas, que é a aposta em algumas castas, como a Tinta Pinheira e o Bical, que durante algum tempo ‘perderam’ alguma notoriedade na região? JFC: Ultimamente não têm sido castas ‘habituais’ em monovarietais na região, tanto o Cercial e o Bical nos brancos, como a Tinta Pinheira nos tintos. Esta última foi sempre uma casta muito boa, embora nem sempre é boa na vinha, pois tem anos de grandes produções, noutros é mais fraca, mas sempre fez vinhos de qualidade. Quanto ao Cercial e ao Bical são dois monocastas que se vêm pouco no mercado. São castas que dão uvas de excelente qualidade e muito importantes para os nossos vinhos. Felizmente, temos muitas na nossa região e que entravam nos nossos vinhos de lote. Daí que, entendemos que estava na altura de colocar no mercado estes dois monovarietais, que, naturalmente, serão degustados pelos apreciadores e consumidores.
Adega Cooperativa de Penalva do Castelo lançou no mercado uma gama de sete monocastas, - quatro tintos e três brancos, - em que a referência especial vai para o rótulo, onde GR: Como está a correr o ano? a palavra Dão aparece em grande destaque, JFC: No plano comercial o ano tem sido, diria, bom. Não vendemos mas também vinhos das castas Cercial, Bical e o que queremos, pois há uma concorrência muito grande no mercaTinta Pinheira, que foram bem recebidos pelos do, mas felizmente vamos escoando o vinho. apreciadores. Quanto à vindima, esperamos que seja bastante boa, o tempo vai, O presidente da Adega de Penalva diz que diria, a jeito, para que assim seja. Esperamos uma vindima com granesta aposta se deve, em primeiro lugar, ao des vinhos, mas o tempo dirá. A continuar assim, as vindimas deverão facto do Dão estar em crescimento no merser antecipadas uma a duas semanas. Porém repito, o tempo é que vai cado, tanto a nível interno como externo, ditar este tipo de situações. mas também pelo facto daquelas três castas ainda terem uma boa expressão nos assoGR: O tempo vai muito instável, com pouca chuva, mas variaciados da Adega e darem excelentes vinhos. ções térmicas grandes? José Clemente adiantou que, a manter-se o JFC: Sim, é verdade. Não é muito bom para o vinho a instabilidade do tempo que se tem feito sentir, “as vindimas tempo, mas precisávamos de uns dias de chuva. Há uns dias caiu um ordeverão ser antecipadas uma a duas semavalho, uma pequena chuvada, nalgumas zonas do concelho de Penalva, e nas”. isso fez bem às uvas, mas foi pouca. Vamos esperar para ver. www.gazetarural.com
17
Os elogios do secretário de Estado da Agricultura e Alimentação
“Lusovini está a fazer um excelente trabalho”
N
o lançamento da primeira pedra do seu novo Centro Logístico, em Nelas, a Lusovini Vinhos de Portugal ouviu elogios do secretário de Estado da Agricultura e Alimentação. O presidente do grupo, Casimiro Gomes, apontou como objetivo estratégico para todo o setor aumentar em 50 cêntimos o preço médio por garrafa de vinho português no mercado internacional. O lançamento da primeira pedra do novo Centro Logístico da Lusovini Vinhos de Portugal – um investimento de 4,5 milhões de euros que será realizado no perímetro da sua sede social, a Adega de Nelas – acabou por ser dominado pelas referências aos 30 anos de carreira profissional do presidente do grupo, Casimiro Gomes. Na cerimónia tanto o secretário de Estado da Agricultura e Alimentação, Luís Vieira, como o presidente da Câmara de Nelas, Borges
18
www.gazetarural.com
da Silva, assinalaram “o percurso notável” da Lusovini nos seus oito anos de vida. “Olhando para os investimentos que fez e o que agora está a lançar, e vendo a forma como trabalha todos os mercados em que está presente, somos obrigados a reconhecer que a Lusovini Vinhos de Portugal está a fazer um excelente trabalho”, afirmou Luís Vieira. Segundo o secretário de Estado, o grupo “irá certamente continuar a ter sucesso” devido ao espírito empreendedor dos seus acionistas e administradores. “Casimiro Gomes tem uma grande qualidade – é um homem que olha para a frente! Por isso, este grupo está preparado para os desafios e para as oportunidades do futuro”, sublinhou o governante. Também o presidente da Câmara de Nelas, Borges da Silva, elogiou os investimentos que a Lusovini tem feito no concelho e o exemplo dado por Casimiro Gomes, “um
empresário que vem de fora”, no caso, da Bairrada. “É uma pessoa que vem de fora e que nos ajuda a perceber melhor as qualidades do Dão e o nosso potencial”, afirmou Borges da Silva. Antes das intervenções tinha decorrido uma visita às instalações da Adega de Nelas, que a Lusovini adquiriu em 2014 e que apresentou ao mercado em Setembro de 2016, completamente recuperada. No final da visita Casimiro Gomes apresentou a nova imagem e designação do grupo empresarial: ‘Lusovini Vinhos de Portugal’. A nova imagem sublinha o facto de o grupo estar sediado no Dão, no território entre os rios Mondego e Dão. E o novo nome remete para as vantagens que a Lusovini tem retirado de vender no estrangeiro vinhos de várias regiões de Portugal. “O todo é que faz a diferença”, afirmou Casimiro Gomes. “É com a grande diversidade dos vinhos do país inteiro que todos podemos ganhar”. Seguiu-se a cerimónia de lançamento da primeira pedra do novo Centro Logístico. Aproveitando a topografia do terreno, a nova obra irá criar no subsolo uma cave para fermentação e estágios de espumantes. Essa parte da obra é muito importante para a Lusovini, uma vez que o grupo está a projetar um crescimento de mais de 50% nesta categoria nos próximos anos. A nova cave tem também o objetivo de reforçar a decisão estratégica de apostar no estágio prolongado dos vinhos brancos e tintos das categorias mais altas. A conclusão da obra está prevista para dentro de um ano. Este investimento de 4,5 milhões de euros foi justificado com a crescente exigência de rapidez na entrega de encomendas pelos principais mercados em que a Lusovini trabalha, como Estados Unidos, China, Norte da Europa, Brasil, Angola e Moçambique, entre outros países. A Lusovini Vinhos de Portugal tem mais de 70% da sua atividade comercial no estrangeiro e, por isso, a exigência destes mercados obriga a empresa a dispor de um maior potencial de resposta em termos logísticos. Com este novo centro, a sua capacidade de stock de produto acabado irá crescer para as mil paletes. “Estar sediado no interior não é uma dificuldade para o crescimento das empresas, pelo contrário”, afirmou Casimiro Gomes na última intervenção da cerimónia, já durante o jantar. “Para além da qualidade intrínseca dos seus vinhos, Portugal tem muito fatores no seu interior que ajudam a valorizar este produto, como a paisagem, a cultura, o património, a gastronomia, as infraestruturas, entre outros. Temos de nos mobilizar, e de os mostrar a todos, para conseguir pequenas conquistas como aumentar em 50 cêntimos o preço médio das garrafas de vinho português no mercado internacional”, continuou Casimiro Gomes. “Quando tal acontecer, estaremos a injetar dezenas de milhões de euros neste setor. É nisso que eu quero ajudar Portugal”, concluiu o presidente da Lusovini. www.gazetarural.com
19
20
www.gazetarural.com
Com o selo de qualidade “Lua Cheia em Vinhas Velhas”
Chegou um tinto “Insurgente” do Dão
D
a premiada região demarcada do Dão ‘ergueu-se’ o Insurgente. Este novo tinto, com a chancela do produtor Lua Cheia em Vinhas Velhas, é o primeiro de uma trilogia, tal como a série assinada por Veronica Roth. Influenciado pelo rigoroso clima da Serra da Estrela e do Caramulo, este néctar faz jus ao nome, de sabor intenso e complexo, é impossível que não se destaque entre os vinhos do Dão. Fruto das castas de Touriga Nacional (70%) e Alfrocheiro (30%) e de cor vermelho granada, o Insurgente provoca uma explosão no palato. A fruta vermelha e as notas balsâmicas, a lembrar o pinhal e o eucalipto, conferem-lhe uma elegância única. Para uma experiência gastronómica completa, o ideal é servir este vinho com pratos da cozinha mediterrânica ou queijos de pasta mole. A Lua Cheia em Vinhas Velhas já há muito tempo que queria fazer um vinho no Dão, porque entende que esta região é uma das que mais se aproximam dos vinhos que se faziam antigamente, com uma identidade muito portuguesa. Esta região tem um terroir único, onde a Touriga Nacional assume um comportamento sem igual. As uvas do Insurgente são provenientes de vinhas das localidades de Nelas e Mangualde, com um clima influenciado pelas serras do Caramulo e Estrela. “Não aplicamos um estágio de madeira com o intuito de manter as características intensas e complexas das uvas desta região”, refere o produtor. A Lua Cheia em Vinhas Velhas “continua empenhada em apresentar vinhos com carisma, não só na região onde nasceu, o Douro, mas também noutras como Vinho Verde, Alentejo e agora o Dão”, acrescenta.
www.gazetarural.com
21
Diz Armindo Jacinto, presidente da Câmara local
“A Feira Raiana em Idanha-a-Nova é um exemplo”
“A
Feira Raiana em Idanha-a-Nova é um exemplo”, afirmou Armindo Jacinto, presidente do município raiano, no momento da inauguração do certame. “São eventos desta natureza quer podem trazer notoriedade e desenvolvimento para estes territórios que obviamente terão de ser um desígnio nacional”, acrescentou o autarca. Já Manuel Caldeira Cabral, ministro da Economia, reforçou as palavras do edil idanhense, considerando o certame “um excelente exemplo de como se pode reforçar a cooperação transfronteiriça, criando e dinamizando novas oportunidades de desenvolvimento numa zona próxima do mercado ibérico”. Por sua vez, Eurico Brilhante, secretário de Estado da Internacionalização, realçou os produtos de alta qualidade que se produzem nesta zona do país, bastante apreciados a nível mundial. O certame, que contou com mais de 200 expositores portugueses e espanhóis, é organizado pelos municípios de Idanha-a-Nova e de Moraleja (Espanha). Vinte e um anos depois da primeira edição, a mostra de produtos da raia, resistiu ao tempo, às mudanças políticas dos dois lados da fronteira e até “até à falta de financiamento europeu”, como referiu o autarca idanhense. José Manuel Alves
22
www.gazetarural.com
Recebeu III Fórum Mundial de Inovação Rural
Idanha-a-Nova aponta à economia verde para captar empresas
O
Município de Idanha-a-Nova quer ser um ‘Concelho + Bio’, estimulando a produção biológica e a economia verde e criando condições para a fixação de novas empresas no território. O presidente da Câmara de Idanha-a-Nova, Armindo Gateway Beira Baixa irá Jacinto, anunciou esta estratégia durante o III entrar em funcionamento em breve Fórum Mundial de Inovação Rural, com a intenção de aderir à rede de ‘bio-distritos’, um projecto inovador com génese em Itália que se tem alargado a vários outros países. Organizado pelos municípios de Idanha-a-Nova e Moraleja (Espanha), o evento realizou-se em simultâneo com a XXI Feira Raiana, com um conjunto de debates, workshops e uma mostra de 80 empresas e startups inovadoras. “Recebemos em Idanha-a-Nova vários exemplos do melhor que existe na Europa ao nível da inovação em territórios rurais. Foram apresentados casos de sucesso oriundos de Portugal, Espanha, Itália, França Gateway Beira Baixa – Idanha-a-Nova irá entrar em e Alemanha”, referiu Armindo Jacinto. funcionamento em breve. Trata-se de um espaço para O Bio-Distrito de Cilento, Itália, foi um dos projectos divulgação turística e promoção dos produtos locais, que participantes. Armindo Jacinto aponta este projecto se encontra à entrada da vila de Idanha-a-Nova. “como um bom exemplo do que queremos implementar O projecto alia a promoção turística da região a uma em Idanha-a-Nova, entre outros projectos que também mostra de produtos representativos do que melhor se faz vão ao encontro da nossa estratégia para promover o em Idanha-a-Nova e nos outros concelhos que constituem desenvolvimento sustentado deste território”. a Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa (CIMBB).A Os ‘bio-distritos’ ou ‘eco-regiões’ são áreas geográficas apresentação do espaço contou com a presença do onde os agricultores, os cidadãos, os operadores presidente da Câmara de Idanha-a-Nova, Armindo turísticos, as associações e o poder local, assinam Jacinto, e do secretário executivo da CIMBB, Joaquim um acordo para a gestão sustentável dos recursos Morão. locais, partindo do modelo biológico e agroecológico. A iniciativa Gateway Beira Baixa tem como objectivo Nestas regiões a promoção dos produtos biológicos está promover este território e as suas potencialidades, estreitamente articulada com a promoção do território e a partir de espaços nos concelhos que compõem a suas mais-valias, para atingir o pleno desenvolvimento das Comunidade. Integra o Projecto de Comunicação suas potencialidades económicas, sociais e culturais. e Marketing do PROVERE 2020 Beira Baixa: Terras A inovação aplicada à ruralidade, a produção biológica e de Excelência e é co-financiada pelo Centro 2020, a economia verde foram as temáticas centrais do III Fórum Portugal 2020 e União Europeia, através do FEDER Mundial de Inovação Rural, cofinanciado pelo programa de (Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional). Cooperação Transfronteiriça Interreg V-A Espanha-Portugal (POCTEP 2014-2020) e pela União Europeia através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional.
Novo espaço em Idanha-a-Nova vai divulgar produtos da Beira Baixa
A
www.gazetarural.com
23
da Beira das condições ideais para a prática da Orientação enquanto actividade turística de natureza. Este investimento é, na opinião do autarca, “da maior importância para alavancar a estruturação de um produto turístico, que é a Orientação Desportiva”, para a qual o concelho dispõe “de condições ímpares para a sua prática ao mais alto nível plenamente reconhecidas”. O segundo projecto é o empreendimento turístico projectado e já iniciado no Complexo das Termas das Caldas da Cavaca Hotel SPA, que tem sofrido vários constrangimentos. Segundo Joaquim Bonifácio, “a justiça dos argumentos apresentados e a relevância do investimento em causa para a valorização termal e turística do território” mereceram o máximo de Feira de Actividades Económicas terminou em grande atenção por parte de Ana Mendes Godinho, “que possibilitou uma reavaliação favorável do processo”, faltando agora a análise do mesmo por parte de outros serviços da administração central. Em resposta, a Secretário de Estado do Turismo lembrou o compromisso do actual governo “em fazer e adoptar medidas especificas para os territórios de baixa densidade”, como é o caso de Aguiar Beira. “São estes territórios que merecem um olhar mais atento e com medidas mais activas que os outros”, afirmou a governante, lembrando que “o turismo abertura da Feira de Actividades Económicas serviu para o pode ter um papel chave na dinamização destas presidente da Câmara de Aguiar da Beira sensibilizar a Secrezonas do interior”. tário de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho, para dois projecPara este efeito Ana Mendes Godinho lembrou tos importantes para o concelho, como são a criação de condições a criação do programa ‘Valorizar’, dotado com ideais para a prática da Orientação, enquanto actividade turística uma verba de 20 milhões de euros, para identifide natureza, bem como a questão do projecto do empreendimencar produtos com aptidão para o desenvolvimento to turístico do Complexo das Termas das Caldas da Cavaca. dos territórios do interior, ao qual a Câmara de Aguiar da Beira se candidatou. Segundo a goverTerminou em grande a Feira de Actividades Económicas do connante, “o êxito do programa, que nos últimos cinco celho de Aguiar da Beira. Marco Paulo actuou no último dia do meses recebeu mais de 250 candidaturas, já fez certame e levou ao rubro os muitos milhares de pessoas que ali com que houvesse necessidade de um reforço suse deslocaram. O certame cumpriu os objectivos da organizaplementar de mais 10 milhões de euros”. ção, que passam por mostrar o melhor que o concelho mais a ocidente do distrito da Guarda tem nos aspectos económicos e associativos. A Quinta Pedagógica foi a área do certame que mais atraiu ‘miúdos e graúdos’. A sessão de abertura contou com a presença da Secretário de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho, que depois de inaugurar o reabilitado edifício do Julgado de Paz, presidiu à inauguração da Feira, que se insere num conjuntos de eventos que o município promove para divulgar e promover o concelho. “Estes eventos inserem-se numa lógica de actuação concertada com o sector empresarial, tendo em vista o incremento da actividade económica do concelho”, começou por referir o presidente da Câmara de Aguiar da Beira. Joaquim Bonifácio aproveitou para sensibilizar a governante para dois projectos que considera “particularmente importantes e cuja viabilidade e execução no curto prazo se revelam fulcrais para o desenvolvimento turístico e económico do concelho”. O primeiro, ainda em fase de apreciação, diz respeito à candidatura apresentada pelo Município ao Turismo de Portugal à linha de apoio à Valorização Turística do Interior, que tem como objectivo dotar o concelho de Aguiar
Aguiar da Beira aposta na valorizarão do território para a prática da Orientação
A
24
www.gazetarural.com
é muito maior em tamanho”, referiu o presidente da Câmara de Sever do Vouga. António Coutinho referiu que o objectivo principal era a causa social, mas também divulgar um produto importante da nossa agricultura, que é a laranja de Sever do Vouga”. Segundo o autarca, a laranja produzida no concelho “é de excelente qualidade”, como ficou patente no bolo, mas “tem alguns problemas de colocação no mercado porque ser irregular”. Contudo, António Coutinho mostra-se disposto a contrariar a tendência da distribuição. “A nossa laranja é boa e tem que entrar no mercado”, diz, convicto, o autarca. Quanto à Ficavouga “correspondeu às expectativas”, referiu o edil. “Tivemos a vantagem do S. Pedro ter ajudado, com uma semana óptima”, disse António Coutinho, salientando que houve “altos e baixos, nomeaNo último dia da Ficavouga damente a meio da semana, mas os dois fins-de-semana foram muito bons”. A sessão de abertura da Ficavouga contou com a presença do Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares e, aproveitando a presença do governante, o presidente da Câmara de Sever do Vouga sensibilizou-o para os constrangimentos que o concelho tem em termos de acessibilidades, nomeadamente à A25. Na ocasião Pedro Nuno Santos reconheceu que “há sensibilidade” por parte do governo maior bolo da laranja do mundo foi feito em Sever do Vouga, no último para esta reivindicação, que considera dia da Ficavouga, certame que durante uma semana atraiu milhares “justa”. de pessoas e que teve um cartaz de luxo. A edição 2017 do certame, que aniA iniciativa teve como objectivo divulgar a laranja de Sever do Vouga, que ma o final de Julho em Sever do Vouga é de excelente qualidade, mas teve também uma causa social, pois a receita e é uma mostra das potencialidades do da venda reverteu para a Liga Portuguesa Contra o Cancro. concelho, ficou marcada pela lançaPara a confecção do bolo foram necessário 410 kg de açúcar, 360 kg de mento do novo slogan. ‘Vais ao Fica – margarina, 360 kg de farinha, 300 kg de laranjas, 7200 ovos e 750 tabuleiros. Vouga é Sever’ é, diz o autarca, “uma A VougaPan e Pastelaria Confiança, de Sever do Vouga, e a Pastelaria Flor de marca apelativa para conhecer o conAveiro foram os mestres pasteleiros desta obra de doçaria. celho e mostrar aquilo que de bom “O objectivo foi plenamente atingido e ultrapassado, até nas medidas, porque temos”, nomeadamente “o rio Vouga e tudo à volta dele, as nossas paisagens, que simbolizam uma grande marca e é também motivo de atracção para muitos visitantes”. Portanto, “este slogan intensifica essa marca e faz com que muita gente venha a Sever do Vouga”, afirmou António Coutinho. O edil lembrou que Sever tem vários atractivos neste verão, nomeadamente as duas praias certificadas, que são a Quinta do Barco e a Cabreia. “Enquanto a Cabreia é um parque de laser, a Quinta do Barco é mais uma praia de água com uma piscina flutuante. A época balnear ainda há pouco começou e já deu para perceber que estas duas praias são altamente frequentadas”, afirmou o presidente da Câmara de Sever do Vouga.
Confecção do maior bolo
do mundo serviu para divulgar
a laranja de Sever do Vouga
O
www.gazetarural.com
25
Inclui incubadoras de empresas e instituições de ensino superior
Projecto reúne 15 entidades para apoiar negócios nas regiões rurais do Norte
U
m grupo de 15 entidades, que inclui incubadoras de empresas e instituições de ensino superior do Norte do país, integram um projeto que prevê dois milhões de euros para apoiar o empreendedorismo, nos pequenos negócios em territórios rurais. O projeto chama-se “EMER-N, Empreendedorismo em Meio Rural na Região do Norte”, é apoiado por fundos comunitários e foi apresentado no Instituto EmCertame atraiu dezenas de milhares de pessoas a Cinfães presarial do Tâmega, em Amarante. O EMER-N conta também com o envolvimento de dez associações de desenvolvimento local com atividade na região Norte. Francisco Araújo, coordenador do projeto, explicou que está prevista “uma rede de mentores, contratada e financiada pelo projeto nas associações de desenvolvimento local e uma rede de especialistas, que é contratada através das instituições superiores”, nomeadamente o Instituto Politécnico de Bragança, o Politécnico de ViaExpoMontemuro – Feira Regional é uma aposta gana do Castelo e a Universidade de Trás-os-Montes e Alto nha”, avança a Câmara de Cinfães no balanço final Douro. “Existe uma plataforma electrónica, onde todas ao certame que, no mês de Julho, atrai dezenas de milhaestas entidades trabalham, fazem a inscrição das intenres de pessoas, vindas de vários pontos do país, aquele ções do projeto e as avaliações dos projetos”, explicou. município duriense. Estes foram os ingredientes que fiAssinalou ainda que a rede “materializa-se na colocazeram do certame “um verdadeiro sucesso, com ganhos ção no terreno dos mentores, que trabalham os projetos evidentes para a economia local, para a promoção dos com empreendedores ou empresas que necessitam deste produtos e empesas do concelho, bem como para a dinaapoio, no sentido que a sua ideia se materialize”. mização do “turismo”. O apoio pode incidir no desenvolvimento da ideia, idenOs produtos endógenos, a actividade económica e o tificando “a alavancagem através de um financiamento de empreendedorismo foram os ingredientes certos para o um programa comunitário, ou dos institutos de emprego”. sucesso deste evento regional organizado pela Câmara “O que se pretende é disponibilizar, nos territórios de baixa de Cinfães. densidade, consultadoria aos empreendedores, através dos Com a presença de mais de uma centena de exposimentores ou especialistas”, anotou. Pretende-se, prosseguiu tores, a edição 2017 da ExpoMontemuro voltou a ser Francisco Araújo, “dinamizar o empreendedorismo, o empreuma fonte de oportunidades para os produtores, as go e a atividade empresarial nos territórios de baixa densidaempresas e restaurantes presentes. Destaque para a de, contribuindo para a coesão territorial e social”. gastronomia, os vinhos verdes, o fumeiro, a doçaria, O projecto terá a duração de dois anos, em 86 municípios, e as compotas, o artesanato, a agroindústria e os desjá conta com cerca de 370 inscrições na plataforma. portos de natureza. A juntar a todos estes ‘ingredientes’ muita animação musical, com os grandes nomes da música nacional a passar por Cinfães, bem como grupos da terra, orquestras típicas e os ranchos folclóricos também foram uma presença assídua mostrando a riqueza cultural de Cinfães – Capital da Música e das Tradições. “Uma palavra de reconhecimento a todas as entidades envolvidas e presentes nesta ExpoMontemuro, que vem crescendo ano após ano e de forma sustentada, sendo propósito do Município transforar este vento numa referência a nível nacional”, avança a Câmara de Cinfães.
ExpoMontemuro “atingiu patamar de excelência”
“A
26
www.gazetarural.com
www.gazetarural.com
27
FNAP e INIAV unem esforços para divulgar as Boas Práticas
Posto Apícola será Laboratório Nacional de Referência da Qualidade do Mel
A
Federação Nacional dos Apicultores de Portugal (FNAP) e o Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV) unem esforços para divulgar as Boas Práticas junto dos apicultores portugueses e pretendem criar um Laboratório Nacional de Referência da Qualidade do Mel. No âmbito do protocolo de colaboração técnico-científica, assinado na sede da CAP, as duas entidades comprometeram-se a revitalizar o Posto Apícola, uma estrutura de investigação, experimentação, formação e divulgação, situada na Tapada da Ajuda, em Lisboa, que será um polo dinamizador do sector apícola. “A partir desde momento os apicultores portugueses e o sector apícola em geral têm no Posto Apícola um centro de apoio para actualizar conhecimentos e melhorar a sua actividade”, afirmou Manuel Gonçalves, presidente da FNAP, que realça a juventude e a dinâmica do sector da colmeia em Portugal, que conta com mais de 45 técnicos especializados no apoio aos apicultores. O presidente do INIAV explicou que o Posto Apícola procurará concentrar todas as estruturas de apoio à produção de mel e outros produtos da colmeia, entre as quais, o laboratório de referência de sanidade apícola e, futuramente, o Laboratório Nacional de Referência da Qualidade do Mel, para análises físico-químicas, polínicas e sensoriais. “O protocolo que assinamos com a FNAP enquadra-se na estratégia do INIAV de estabelecer parcerias com as organizações de cúpula do sector primário, com vista a transferir conhecimento da investigação para os utilizadores finais, estou muito satisfeito com mais este passo”, afirmou Nuno Canada. O presidente da Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) manifestou satisfação pela escolha da sede da CAP para a assinatura do protocolo e disponibilidade em apoiar. “No âmbito das actividades da CAP será com muito gosto que apoiaremos a dinamização do sector do mel, que merece uma atenção especial de divulgação e apoio aos apicultores, para que criem massa crítica e consolidem as suas posições no diálogo com os seus interlocutores comerciais”, afirmou Eduardo Oliveira e Sousa. O protocolo tem como objectivos dinamizar estudos, actividades e projectos no espaço do Posto Apícola, que é propriedade do INIAV; aproximar o Posto da comunidade e dos operadores da fileira apícola, na óptica da promoção do intercâmbio e transmissão de conhecimentos, con-
28
www.gazetarural.com
tribuindo para a afirmação da sua relevância no sector apícola nacional. O Posto Central de Fomento Apícola foi criado pelo Decreto nº 20417 de 21 de Outubro de 1931 (Lei do Fomento Apícola) pelo ministro Linhares de Lima, sendo as funções alteradas pelo Decreto-lei nº 27207 de 16 de Novembro de 1936, tendo tido um papel preponderante na modernização da apicultura mobilista. É um local com um valor histórico importante e tem infraestruturas que poderão ser postas ao serviço da investigação em apicultura, nomeadamente um apiário experimental, uma melaria, oficinas de apoio e um laboratório. O apiário experimental e escola apresentam-se em socalcos, envolvido por grande diversidade de plantas melíferas. Actualmente tem 50 colónias instaladas em colmeias tipo lusitana. A celebração deste protocolo surge num contexto em que o sector apícola nacional apresenta uma dinâmica de crescimento e profissionalização nunca antes alcançada. Dados da Comissão Europeia, revelam que Portugal atingiu um número recorde de 700.000 colmeias, em 2016, com um crescimento de 23,5%, embora se mantenha a tendência de diminuição do nº de explorações (10.698) dos últimos anos, um sinal claro de que os apicultores portugueses estão mais profissionais e especializados.
Junho foi um dos mais quentes desde que existem registos
Governo reconhece seca severa no continente desde 30 de Junho
O
Governo reconheceu a existência de uma situação de seca severa no território continental, desde 30 de Junho, que consubstancia um fenómeno climático adverso, com repercussões negativas na actividade agrícola, em despacho publicado em Diário da República. No preâmbulo do diploma, com efeitos a 30 de Junho, o ministro da Agricultura, Capoulas Santos, recorda que o ano hidrológico 2016/2017 se tem caracterizado, em termos gerais, por “um défice de precipitação, valores das temperaturas média e máxima muito acima do normal”, em particular desde o início da primavera, com ondas de calor durante dias consecutivos, baixo teor de água no solo e disponibilidades hídricas abaixo das médias de armazenamento. Em termos agrícolas, refere o documento, “denota-se já nas actividades agrícolas que suportam a alimentação animal, culturas forrageiras e pastagens, quebras de produtividade relevantes, pelo que, em muitas situações, se antecipa o consumo das reservas existentes destinadas ao período estival ou mesmo o desvio para pastoreio de áreas de cereais para grão”. Capoulas Santos destaca ainda os prejuízos registados nos cereais para grão, traduzidos numa quebra de qualidade e de rendimento, e lembra que a falta de água para rega levou à redução de áreas semeadas nas culturas de arroz, milho para grão, tomate para indústria, melão e batata. Este passo agora dado pelo Governo inicia procedimentos para a disponibilização de compensações aos agricultores. Segundo o diploma, “o agravamento destes factores ao longo do ano hidrológico, bem como o efeito cumulativo dos mesmos, resultaram numa situação que se traduzia, no final de Junho, em 72,3% do território em seca severa e 7,3% em seca extrema e num valor médio de precipitação acumulada de 75 %”, lê-se no despacho. O ministro lembra ainda que, até ao final de Junho, se observou em quase todo o território precipitação acumulada inferior à média registada entre 1971 e 2000 que, em determinadas zonas, representou uma diminuição de quase 50%. Também o teor de água no solo, em percentagem da capacidade de água utilizável pelas plantas, se situou entre 30% e 50%, excepto na região norte. “Para esta situação terão contribuído as elevadas temperatura verificadas em Junho, um dos mais quentes desde que existem registos, com o valor da temperatura máxima do ar de 29,57ºC “, o terceiro mais alto desde 1931. O Governo, no despacho, lembra ainda a ocorrência entre 7 a 24 Junho de ondas de calor em todo o território, com excepção da faixa litoral, e consequentemente, no final de Junho, apenas três (Lima, Ave e Arade) das 12 bacias hidrográficas existentes acima do nível médio de armazenamento. “Consequente, conclui-se que o território continental encontra-se sujeito a uma seca extrema ou severa e que, pela sua gravidade, consubstancia um fenómeno climático adverso”, conclui. www.gazetarural.com
29
Dizem que “a situação actual não é sustentável”
Produtores de leite apelam ao Governo para não deixar indústria matar o sector
A
Opinião Parabéns Gazeta Rural!
Associação de Produtores de Leite de Portugal (Aprolep) quer que o Governo seja mediador esta edição de final de Julho a revista Gazeta Rural comenas conversações com as indústrias do sector, acumora 13 anos de publicações regulares, a Espaço Visual sando-as de terem “grandes lucros mas continuaaproveita esta oportunidade para felicitar a equipa da Gazeta rem a deixar fechar e morrer as explorações”. Rural por este feito, pela contribuição que deram ao longo deste “A situação actual não é sustentável: ter um secperíodo temporal para o desenvolvimento das agriculturas de Portor a produzir leite abaixo do preço de custo. Satugal e sobretudo do seu mundo rural. bemos que temos ajudas europeias, mas mesmo Esta data e este espaço servem para reflexão sobre a seguinte assim não conseguimos cobrir o défice que temos. questão: Que mudanças aconteceram, que alterações de visão se E vamos acumulando dívidas que começam a ficar deram desde o ano de 2004 até hoje nos campos e na sociedade insustentáveis. Estamos sempre à espera de um portuguesa? melhor dia, da luz ao fundo do túnel mas ela não De 2004 a 2011 a agricultura não era e não foi prioridade política aparece”, disse o presidente da Aprolep, Jorge dos governos de Portugal. Tudo se alterou com a crise económica e Oliveira. financeira e a intervenção da troika em Portugal. A agricultura pasO responsável pela associação, que represensou a ser vista como uma actividade económica que ajuda ao desenta mais de meio milhar de produtores, explicou volvimento económico do país, sendo liderada pelo forte movimento que são precisos 35 cêntimos para produzir um de instalação de jovens empresários agrícolas. litro de leite, sendo que o máximo que a Aprolep O que resultou deste fenómeno? Um processo em que hoje se trasabe que os produtores estão a receber é 30 duz em pelo menos sete vezes mais candidaturas de investimento que cêntimos/litro. “E a maioria só recebe a 27 e 28 apoio financeiro público para as suportar. Para cúmulo da ironia deste cêntimos/litro. Não pode ser. No resto da Europrocesso, há jovens que não conseguem obter apoio público para se pa, temos países como a Holanda que paga a instalarem apesar de quererem dedicar-se à actividade agrícola, um 39 cêntimos. A média da Europa ronda os 35 contributo directo para uma mudança estrutural, inverter o estado da cêntimos. Agora estamos a alertar, mas poarte das agriculturas de Portugal, diminuir o peso relativo do número deremos vir a tomar medidas duras para que dominante dos agricultores com idade avançada. Por outro lado, tamnos oiçam”, disse Jorge Oliveira. bém parece indicar que, para a opinião pública e para o cidadão méSegundo um levantamento feito pela Aprodio, o mundo rural e as agriculturas não são importantes, só devem ser lep “quatro das maiores empresas portuapoiadas se houver fundos financeiros da União Europeia e em casos de guesas têm juntas 30 milhões de euros de escassez orçamental nacional não devem ser prioridade. Só desta forma lucros”, razão pela qual a associação não se consegue explicar e entender porque o governo de Portugal não tenha percebe o porquê de “não acompanharem disponibilizado em 2016 e 2017, os 300 M€ em cada ano de orçamento o preço europeu” pago aos produtores. “O nacional mínimo necessário para continuar a apoiar os investimentos. que percebemos é que não há vontade Os incêndios florestais do ano passado, do corrente ano e previsivelpara subir o preço de compra de leite, mesmente dos próximos anos (para serem controlados exigem uma aplicação mo existindo condições e assistimos a um adicional de pelo menos 300 M€ na prevenção do fogo, gestão florestal, orGoverno que não faz nada e a explorações denamento florestal, novas plantações, etc. assim como, o desenvolvimena fecharem quase todos os dias”, afirmou. to das agriculturas nas regiões de Baixa Densidade para fixar população e A título de exemplo, Jorge Oliveira aponcriar zonas tampão sem combustível) irão pressionar à mudança de atitude tou que só na cooperativa de que faz parna sociedade e no governo, decorrentes do prejuízo anual gerado pelo fogo te, da Trofa/Santo Tirso, fecharam cinco nas florestas será medido e o respectivo valor, indiscutivelmente maior, será explorações este ano e revelou ter sido comparado com os valores de investimento necessário. pedida uma audiência à tutela no início Aqui chegados que perspectivas para os próximos 13 anos? de Junho, sobre a qual aguarda resposta. Iremos assistir a uma revolução tecnológica seja pela agricultura de preAlém de abordar estas preocupações, cisão e digital, aportarão maior e melhor gestão no campo, seja pelas novas a Aprolep pretende pedir ao Governo variedades obtidas geneticamente, trarão plantas melhor adaptadas ao clima que “não sobrecarregue o criador com e solos, seja pelo incremento de modos de agricultura mais sustentáveis, soa taxa seca dos matadouros”. Em causa bretudo o modo de produção biológico que será mais generalizado. está o facto de até aqui, o custo por Além disso, as alterações climáticas que se fazem sentir, a seca severa a limpeza de restos de animais mortos extrema, precipitações pontuais e elevadas, etc. terão de ser enfrentadas e os estar a cargo de quem leva o animal investimentos em práticas culturais e tecnologias que façam o seu controlo até ao matadouro, sendo que agora a onde seja possível, serão paralelamente prioritários. “taxa seca”, como descreveu Jorge Estou certo que em 2030 as agriculturas e as florestas de Portugal terão maior Oliveira, é da responsabilidade do peso económico e social, tendo um maior contributo para a economia de Portucriador. “Não estamos contra a taxa. gal que prevejo, nessa altura, será desenvolvida. É uma taxa que visa a eliminação dos restos de animais mortos. Mas não José Martino é justo que seja sempre o criador a CEO Espaço Visual pagar”, concluiu Jorge Oliveira.
30
www.gazetarural.com
N
www.gazetarural.com
31
Opinião
experiência em Bruxelas, com capacidade técnica reconhecida e com a determinação política necessária para concretizar no terreno as medidas aprovadas na Reforma da Floresta. A tarefa não se afigura fácil (bem pelo contrário) e a fasquia está bem alta! Não obstante, acredito que que a equipa de Capoulas Santos fica reforçada com a entrada de Miguel Freitas e poderá beneficiar do pragmatismo do novo Secretário de Estado das Florestas para a implementação de uma nova dinâmica na política florestal do Governo. Pelo trabalho que desenvolveu no Parlamento no domínio dos Incêndios Florestais, alicerçado nos relatórios de que foi relator em 2006 e em 2014, certamente que o papel do Ministério da Agricultura e do ICNF no Sistema vigente de Defesa da Floresta Contra Incêndios será uma das áreas em foco durante o seu consolado no Terreiro do Paço. Os grandes incêndios florestais que têm devastado o Pais assim o ditam! Também, neste domínio, é preciso operar uma reforma profunda. As linhas mestras da prevenção estrutural que estavam inscritas no Plano Nacional de Defesa da Floresta Contra Incêndios não estão a acontecer no terreno, sobretudo naqueles territórios mais vulneráveis como é o caso da região do Pinhal Interior. E, neste domínio em concreto, os acontecimentos no concelho de Mação mereciam um estudo atento da parte do ICNF, nomeadamente no que respeita à implementação das infra-estruturas de DFCI naquele território, pois é reconhecido por todos que Mação fez uma forte aposta nesse domínio após os trágicos incêndios de 2003. Diz o povo que nas crises surgem as oportunidades e está o momento em que escrevo estas linhas, já ardeprevisto o desenvolvimento de uma área-piloto nos conceram mais de 100 mil hectares em Portugal, ultralhos afectados pelos incêndios de Pedrogão Grande e de passando a meta estabelecida no PNDFCI, num regisGóis. É uma oportunidade única para desenvolver uma nova to que faz de 2017 o pior ano da última década. São abordagem no planeamento de uma floresta mais resiliente números que exigem uma reflexão profunda sobre a aos incêndios florestais, sem cair nas tentações da planificaforma como a política de Defesa da Floresta Contra ção megalómana desenvolvida nas Comissões Regionais de Incêndios, adoptada em 2006, tem sido desenvolviReflorestação criadas após os incêndios de 2003. da, sobretudo numa perspectiva da revisão do Plano O modelo não funcionou e gastou-se demasiado tempo e diNacional de DFCI cuja vigência termina em 2018. nheiro do erário público num exercício de planeamento utópiNuma análise dos acontecimentos mais recentes, co, com magros resultados no terreno. diria que estamos num momento crítico, decisivo, O Programa de Sapadores Florestais, criado por Capoulas para encetar uma mudança do paradigma. Miguel Santos quando foi Ministro da Agricultura em 1999, é um outro Freitas substituiu Amândio Torres na Secretaria de instrumento de política que poderá beneficiar de uma nova diEstado das Florestas e do Desenvolvimento Rural, nâmica no quadro da Reforma da Floresta, bem como o Fundo o que pode ser interpretado como um sinal político Florestal Permanente. nesse sentido. Feitas as contas, são muitos os trabalhos que o Governo tem A Reforma da Floresta está aprovada, na sua pela frente até ao final da legislatura, no que respeita ao sector maioria. Depois de um emotivo final de sessão florestal. Os primeiros passos para encetar a Reforma da Floresta legislativa, com um intenso debate político na estão dados. Agora, é ter a coragem, o pragmatismo e a visão Assembleia da República que colocou novamennecessárias para encontrar as soluções para ultrapassar os conste a floresta no centro das atenções da opinião trangimentos e por em marcha a Reforma da Floresta no terreno, pública (embora num tom demasiado centrado por forma a contrariar a crónica falta de gestão da floresta, mitigar na “questão do eucalipto”) e que obrigou a um a vulnerabilidade do território aos incêndios florestais e a dar rentrabalho suplementar do Ministro da Agricultutabilidade aos recursos florestais e segurança aos investimentos na ra Capoulas Santos na procura dos equilíbrios floresta. possíveis, em sede parlamentar, para o cumpriTermino com umas palavras de felicitação ao amigo José Luís mento dos desideratos do Governo. Araújo por mais um aniversário da Gazeta Rural. O mundo rural preE agora? “Miguel Freitas vem para implecisa desta publicação e é de louvar a dedicação que a Gazeta Rural mentar a Reforma da Floresta” destacava o tem colocado na divulgação do melhor do nosso país interior, daquele jornal Publico após a tomada de posse e, de imenso desconhecido dos portugueses. Faço votos de continuação do facto, é esse o perfil do novo Secretário de bom trabalho. O nosso país real merece! Estado das Florestas - um político experiente, conhecedor do sector florestal, com um perMiguel Galante curso rico no Ministério da Agricultura, com Eng.º Florestal
A Reforma da Floresta está aprovada. E agora?
N
32
www.gazetarural.com
Última
hora Em Sagres, de 4 a 8 de Outubro
Festival de Observação de Aves com mais de 200 actividades F
oi anunciado o programa do VIII Festival de Observação de Aves & Actividades de Natureza, que vai decorrer em Sagres, de 4 a 8 de Outubro, que será o ponto de encontro das aves migratórias e dos amantes da natureza. Serão cinco dias com actividades a decorrer de manhã à noite em várias zonas de Vila do Bispo, com incidência para Sagres. O programa é muito diversificado, mas o destaque vai para as saídas de observação de aves em terra e no mar. Como não só de aves vive o festival, o programa conta também com caminhadas, passeios para conhecer a geologia, a flora e o património local, sessões de anilhagem, passeios de barco, actividades dirigidas aos mais novos, mini-cursos e outras actividades interessantes e relacionadas com o mote que une organização e participantes – a Natureza! O festival é também um evento que promove a partilha e a troca de experiências entre os amantes da natureza. É uma oportunidade de relaxar e usufruir do fantástico e único pôr-do-sol de Sagres. Entre
as surpresas a destacar para a edição deste ano, os participantes podem contar com momentos de convívio ao pôr-do-sol, concertos, observatórios móveis e viagens de comboio para descobrir de uma forma cómoda Sagres. A participação implica inscrição nas actividades através de um formulário que se encontra no site do festival e, atenção, porque muitas actividades esgotam muito rapidamente. Existem actividades gratuitas e outras pagas, mas sempre com um desconto especial para os participantes do festival. Esta é uma iniciativa da Câmara Municipal de Vila do Bispo, que tem como co-promotores a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves e a Almargem.
Obras tiveram um custo total de 443.435 euros
Trancoso requalificou e reabriu o Mercado Municipal
A
Câmara de Trancoso reabriu as portas da Praça Municipal ao público e comerciantes, concluídas as obras de requalificação. A obra em questão insere-se num rol de medidas protecionistas do mercado de sexta-feira, um dos maiores e mais antigos mercados semanais do país. As obras ali realizadas tiveram um custo total de 443.435 euros, visando dotar a praça municipal de condições adequadas, de mais higiene e conforto, tanto para os comerciantes que aí exercem habitualmente a sua atividade, como para o público consumidor. Para a Câmara de Trancoso, este é um dos investimentos prioritários, inserindo-se na estratégia de regeneração do centro histórico da cidade, enquadrando este projeto no PARU Planos de Ação de Regeneração Urbana aprovado. A intervenção realizada foi objeto de uma candidatura ao Programa 2020, tendo obtido e aprovado financiamento de 85%, no montante de 355.300 €/FEDER. www.gazetarural.com
33
Surpreendida pela descida de produção do azeite no ano passado
Casa do Azeite perspectiva aumento significativo da produção para este ano
A
Casa do Azeite foi surpreendida pela descida de produção do azeite no ano passado e perspectiva um aumento “significativo” para este ano, “acima das 100.000 toneladas”. A secretária-geral da associação, Mariana Vilhena de Matos, enumerou entre as causas para a “quebra muito significativa” no ano passado as más condições climatéricas e ser uma campanha em contra-safra: “a um ano de grande produção segue-se, normalmente, um ano de produção mais baixa”. “No entanto, apesar desses factos, a quebra surpreendeu-nos um pouco, pois as novas áreas de olival altamente produtivo continuam em expansão, principalmente no Alentejo, e deveriam ter contrabalançado, mesmo que parcialmente, essa quebra, o que parece não ter acontecido”, notou a responsável. Mariana Vilhena de Matos acrescentou que a marcar o ano passado esteve ainda o “fraco rendimento da azeitona, ou seja, cada litro de azeite teve que ser produzido à custa de mais quilos de azeitona”. Recentemente, o Instituto Nacional de Estatística informou que a produção de azeite desceu 36,4% na campanha de 2016, recordando que a primavera chuvosa afectou os olivais, “originando uma carga de azeitona inferior à esperada”, sobretudo nas variedades mais tradicionais. Para este ano, a Casa do Azeite espera um “significativo aumento da produção nacional, certamente para valores acima das 100 mil toneladas de azeite”, no âmbito das “favoráveis condições climatéricas, que permitiram uma excelente floração e vingamento dos frutos”. Como factores positivos estão também o facto de ser um ano de safra (maior produção) e de entrada em produção de novas áreas recentemente plantadas. “Leva-nos a prever um significativo aumento da produção nacional, certamente para valores acima das 100.000 toneladas de azeite”, concluiu. Desde 1976 que a Casa do Azeite tem por missão o apoio aos produtores e embaladores e a promoção de azeite de marca.
34
www.gazetarural.com
CIM Viseu Dão Lafões apresentou candidatura ao programa ‘Valorizar’
Conversão da antiga Linha do Vouga em ecopista vai custar 3,3 milhões
“Valorizar”, do Portugal 2020 (fundos europeus). “O investimento global do projecto é de 3,3 milhões de euros. No espaço canal ao nível da infraestrutura é de 2,4 milhões de euros e o investimento em pontes, túneis e obras de arte ascende a quase um milhão de euros”, informou. Nos 14 quilómetros que atravessam o concelho de Viseu serão investidos 500 mil euros, 400 mil euros nos 6,4 quilómetros que atravessam S. Pedro do Sul, 400 mil euros nos quase nove quilómetros de Vouzela e mais de um milhão de euros nos cerca de 26 quilómetros que atravessam Oliveira de Frades. De acordo com a CIM Viseu Dão Lafões, com este projecto pretende-se requalificar o piso da plataforma antiga da Linha do Vouga, mas também dotar este troço de equipamentos e infraestruturas que permitam à população local e aos seus visitantes apreciar a paisagem verde. Pretende-se ainda organizar e colocar no mercado os recursos endógenos do território (naturais, paisagísticos, patrimoniais e culturais), contribuindo para “a qualificação da oferta turística e para a notoriedade e atractividade do destino”. Com a concretização da copista do Vouga, que se vem juntar aos quase 50 quilómetros da Ecopista do Dão, será criado um corredor com uma extensão que poderá ser vista como “a maior ecopista contínua da Península Ibérica”.
de euros
A
Comunidade Intermunicipal (CIM) Viseu Dão Lafões anunciou a apresentação de uma candidatura a fundos comunitários para a requalificação e conversão da antiga linha ferroviária do Vouga em ecopista, num investimento que ultrapassa os três milhões de euros. De acordo com o presidente da CIM Viseu Dão Lafões, o projecto vai ser implementado ao longo de 55 quilómetros do troço da linha do Vouga, entre Viseu e Oliveira de Frades. “Este é um projecto estruturante para a região”, pelo que “tomámos a decisão política de avançar com o mesmo a uma candidatura a fundos europeus, para construção de uma ecopista que começa em Viseu, passa por Vouzela, S. Pedro do Sul e termina em Oliveira de Frades”, avançou José Morgado. Na apresentação, que decorreu na antiga estação ferroviária de Bodiosa, em Viseu, o secretário executivo da CIM Viseu Dão Lafões, Nuno Martinho, explicou que este projecto será candidatado ao Programa www.gazetarural.com
35
Última Hora
O
s “Cock Robin”, uma das bandas de pop rock mais populares em todo o mundo na década de 80, responsável por êxitos que marcaram uma geração e que atingiram recordes de vendas (ouro e platina), sendo que seis dos seus temas alcançaram o top 50 mundial, vão estar em Moimenta da Beira, dia 22 de Setembro, na primeira noite da “Expodemo”, a festa da maçã, para um concerto que ficará na história do certame. O acesso ao palco é de entrada livre. Os “Cock Robin”, que estiveram recentemente em Portugal para duas apresentações memoráveis nos coliseus de Lisboa e do Porto, foram criados em 1982 por Peter Kingsbery (vocalista), dissolveram-se em 1990 e ressurgiram em 2006. O concerto, integrado no cartaz da sexta edição da “Expodemo”, que abre ao fim da tarde de 22 de Setembro e encerra a 24 do mesmo mês, põe nos píncaros a programação do evento que na edição do ano passado teve uma afluência de público superior a 30 mil pessoas. Sobre o resto do cartaz, praticamente fechado, volta a ficar assegurada, pela quina vez consecutiva, a transmissão em directo do “Somos Portugal”, da TVI, o programa de entretenimento televisivo mais visto em Portugal, que vai para o ar na tarde de domingo, último dia do certame. De resto, um sublinhado ainda para a continuação na aposta de uma programação cultural alternativa, com elementos culturais diferenciadores, como teatro de rua (com vídeo mapping), artes performativas e exploratórias, estátuas humanas, graffiters a trabalhar ao vivo, espectáculos circenses, provas de vinho e de maçã, espaços de gastronomia tradicional, gastronomia de ‘autor’, restaurantes e tasquinhas a céu aberto, ‘apple party’ com Djs, entre muitas outras actividades.
Certame decorre em Moimenta da Beira de 22 a 24 de Setembro
Banda “Cock Robin” é cabeça de cartaz na Expodemo
FICHA TÉCNICA
36
Ano XIII | N.º 298 | Periodicidade: Quinzenal Director: José Luís Araújo (CP n.º 7515) jla.viseu@gmail.com | 968044320 Editor: Classe Média C. S. Unipessoal, Lda Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu Redacção: Luís Pacheco | Opinião: Miguel Galante | Paulo Barracosa Departamento Comercial: Fernando Ferreira Redacção: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu | Telefone 232436400 E-mail Geral: gazetarural@gmail.com | Web: www.gazetarural.com ICS: Inscrição nº 124546 www.gazetarural.com
Propriedade: Classe Média - Comunicação e Serviços, Unipessoal Limitada Administração: José Luís Araújo Sede: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu Capital Social: 5000 Euros | CRC Viseu Registo nº 5471 | NIF 507 021 339 Dep. Legal N.º 215914/04 Execução Gráfica: Novelgráfica | R. Cap. Salomão, 121 - Viseu | Tel. 232 411 299 Estatuto Editorial: http://gazetarural.com/estatutoeditorial/ Tiragem média Mensal: Versão Digital: 100.000 exemplares Versão Impressa: 1000 exemplares Nota: Os textos de opinião publicados são da responsabilidade dos seus autores.
Nos dias 12, 13 e 14 de Agosto
Manteigas é palco do Festival da Juventude e da Natureza
M
obilizar e promover a natureza e os jovens, dois valores que a organização considera fundamentais, é o objectivo da realização do Festival da Juventude e da Natureza, que decorrerá em Manteigas nos dias 12, 13 e 14 de Agosto. Durante três dias serão promovidas iniciativas particularmente dirigidas aos mais jovens, não faltando música, desporto, descoberta e diversão. Nesta edição do Festival da Juventude e da Natureza são esperadas mais de 2500 pessoas, que poderão disfrutar as maravilhas do Parque Natural da Serra da Estrela com actividades em espaço aberto, como iniciação ao Trail; BTT; Geocaching Escalada; Orientação; Biodiversidade, entre outros. Poderão também assistir a sessões de cinema e teatro também ao ar livre. Em complemento, e com grande relevo, a música será uma constante do Festival. Nélson Freitas será o cabeça de cartaz do segundo dia. As bandas, The Sweet Childreen e Rocknrolla animarão as restantes noites.
www.gazetarural.com
37
Última Hora
Com vinho, lagaradas tradicionais, animação pombalina e concertos
Vindouro - Festa Pombalina regressa no primeiro fim-de-semana de Setembro
A
grande celebração anual do Douro está de regresso. No primeiro fim-de-semana de Setembro, nos dias 2 e 3, o Museu do Vinho de São João da Pesqueira acolhe a décima quinta edição da Vindouro - Festa Pombalina. Mais de duas dezenas de produtores de vinhos DOC Douro e do Porto apresentam referências icónicas e os mais recentes lançamentos no concelho que possui a maior área de vinha classificada como Património da Humanidade. E, em época de vindima, voltam a realizar-se as tradicionais lagaradas, com a especial participação dos produtores presentes no evento. O programa diversificado não esquece o ansiado show cooking, desta vez com Vítor Matos, chefe que lidera as cozinhas do Vidago Palace Hotel e do Antiqvvm, no Porto, onde ostenta estrela Michelin. Em conversas sobre o vinho, o sommelier Manuel Moreira vai transmitir conhecimentos e dicas sobre as temáticas “Brancos de Eleição”, “Tintos do Douro” e “Vinhos do Porto”. A nova edição da Vindouro não se restringe ao Museu do Vinho e volta a ter as ruas de São João da Pesqueira como palco privilegiado. A figura histórica de Marquês de Pombal é protagonista, com o jantar, o mercado e o desfile pombalinos a constituírem-se como grandes atracções da programação. Os Azeitonas e António Zambujo, nomes consagrados do panorama musical português, proporcionarão concertos a não perder. O cartaz contemplará ainda actuações de DJ´s. Vindouro - Festa Pombalina é uma organização da Câmara de João da Pesqueira, com produção da EV – Essência do Vinho e apoio da Revista de Vinhos. O programa integral estará brevemente disponível em www.vindouro.com.
Telefone 232 187 231 Telemóvel 962 850 771
38
www.gazetarural.com
Morada Rua Mário Moreira Pais Nº 10, Lo Lote 1, R/C Dt.º 3515-174 Abraveses Viseu
www.gazetarural.com
39