Gazeta Rural nº 307

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Sumário 04 vai criar plataforma logística para escoar os O6Boticas produtos agrícolas do Fumeiro de Montalegre vai decorrer de 25 a 07Feira 28 de Janeiro de 2018 com mais de meio milhão de euros para 08Vinhais novos negócios a partir do fumeiro Vila Madeiro deste ano é dedicado à 10Penamacor floresta 11Folclore dá o mote à passagem de ano em Viseu no concelho de Serpa com muitas as 12Natal actividades do Porco Alentejano de 23 a 25 de Março de 13Feira 2018 promove VII Quinzena Gastronómica da 14Marvão Caça Vedras e Alenquer eleitas Cidade Europeia do 15Torres Vinho 2018 16Wine in Azores vai comemorar 10 anos em 1018 de Mangualde comemorou 25 anos do Foral 18Adega D. Henrique Esperadas mais de 70 mil pessoas na Feira Gastronómica do Porco

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acolhe em 2018 abertura mundial da Bolsa 20Lamego DOP Vinhos Porto e Douro Casa das Beiras e Confraria Saberes e Sabores 22 ‘Grão Vasco’ de Toronto entregou 30 mil dólares de donativos

23Mensagens de Natal e Fim de Ano de José Martino do ano de 2018 para as 24Antevisão agriculturas de Portugal 25Mensagem Ano Novo do Ministro Capoulas Santos prejudicou produção de cereais e azeite e 26Seca beneficiou frutos e vinhos provocam dramática redução da 28Eucaliptos biodiversidade do território de Miguel Galante - Recuperar o tempo 30Opinião perdido das CIM do Centro do país ‘pedem’ 32Presidentes medidas para travar o despovoamento 33Ecoraia 2017 recebeu mais de 30 mil visitantes prepara já Festival Gastronómico do Cabrito 35Oleiros Estonado e do Vinho Callum Europeu aprova “mini reforma” da 36Parlamento política agrícola comum


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De 12 a 14 de Janeiro de 2018, em Boticas

São esperadas mais de 70 mil pessoas na Feira Gastronómica do Porco

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etenta mil pessoas é o número estimado de visitantes esperados na XX Feira Gastronómica do Porco, que vai decorrer em Boticas de 12 a 14 de Janeiro de 2018. O certame marca o arranque da época de feiras dedicadas aos enchidos na região transmontana. Cerca de 40 toneladas de fumeiro e um volume de negócios superior a meio milhão de euros são os números apontados pelo presidente da Câmara de Boticas. À Gazeta Rural, Fernando Queiroga diz que o certame terá algumas novidades, numa feira que “há 20 anos dá a conhecer o que de melhor se faz no concelho”. O autarca de Boticas salienta o crescimento do sector da pecuária, num ano em que a seca também afectou a agricultura no concelho.

GR: Sendo a Feira que abre a época do fumeiro, que expectativa tem para a mesma? FQ: Temos, naturalmente, as melhores expectativas. Não apenas pelo facto de ser a primeira, mas porque já ganhamos o nosso próprio espaço e porque estamos há já 20 anos a dar a conhecer a todos o que de melhor se faz no Concelho de Boticas. A qualidade dos produtos fala por si e, junto com a música tradicional, a exposição e venda de artesanato e, naturalmente, as chegas de bois, são responsáveis por atrair até Boticas milhares de visitantes. Esperamos receber mais de 70 mil pessoas durante os três dias do certame, o que se repercutirá na venda de aproximadamente 40 toneladas de fumeiro e num volume de negócios superior a meio milhão de euros.

Gazeta Rural (GR): Haverá alguma novidade na Feira deste ano em relação a anos anteriores? Fernando Queiroga (FQ): Os moldes da realização da XX Feira Gastronómica do Porco mantêm-se semelhantes às edições anteGR: Como está o sector pecuário no concelho? riores, até porque, como se costuma dizer, “em receita de sucesso FQ: Em termos da pecuária, a criação de gado não se mexe”. bovino, em particular da raça barrosã, é a mais significativa, até porque se trata de uma raça autóctone, não Contudo, há sempre algumas alterações pontuais tendo em vista a melhoria do certame e o ultrapassar pequenas lacunas de esquecendo que está sedeado em Boticas o Agrupamento de Produtores da Carne Barrosã. que nos vamos apercebendo a cada edição. Este ano haverá, por Ao nível da criação de porcos, destinados na quase toexemplo, tasquinhas localizadas no exterior do pavilhão onde serão servidas comidas rápidas e petiscos, que permitirão aliviar talidade para a produção de fumeiro, seguindo os costumes tradicionais, a mesma tem vindo a aumentar de ano um pouco o grande afluxo de gente que acorrem aos restaurantes da Feira para almoçar ou jantar. para ano. A isto não é naturalmente alheia a realização da Ao mesmo tempo, será também reforçada a parceria com os Feira Gastronómica do Porco, mas também se deve à grande procura que o fumeiro e todos os derivados do porco restaurantes do concelho que não estão presentes no recinto têm alcançado. da Feira, para que os mesmos possam servir exactamente os A criação de porcos é uma actividade complementar mesmos pratos que estão disponíveis na Feira. Isto permitirá quer de quem se dedica em exclusivo à agricultura, quer de que as muitas pessoas que não conseguem arranjar mesa no quem tem outras ocupações, mas tem sido uma importante recinto da feira tenham oportunidade de degustarem as mesmas iguarias em qualquer restaurante, havendo, assim uma fonte económica complementar ao rendimento dos agregados familiares. maior disponibilidade de oferta, capaz de acolher todos os A necessidade de existência de produtos tem acompanhaque durante este fim-de-semana se associam a esta verdadeira festa da gastronomia barrosã. do a muita procura existente, pelo que o sector da pecuária está em assinalável expansão no Concelho.

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GR: Em que medida o ano atípico afectou, ou pode afectar, a criação de porcos e a produção de fumeiro? FQ: Esperamos que não afecte, até porque as “matanças” dos porcos para a nossa Feira só agora se iniciam. Foi importante a chegada do tempo frio, porque só assim o fumeiro fica com a qualidade que todos conhecemos. É sabido que este género de produtos têm que beneficiar das condições ideais para a sua produção, sendo que o frio é mais importante do que o fumo e o calor. Aliás, estes produtos têm cada vez menor exposição ao fumo, sendo “curados” em espaços muito arejados e frios. Estamos confiantes que, apesar do ano atípico, como referiu, a qualidade do nosso fumeiro não saia minimamente beliscada. GR: As questões do clima afectaram a produção agrícola no concelho? FQ: Claro que sim. Embora não tenhamos sofrido os efeitos extremos registados noutras zonas do país, o problema maior – a seguir aos incêndios – foi a seca prolongada e a escassez de água. Há quebras ao nível da produção agrícola de uma forma generalizada, mas felizmente sem atingir uma situação de calamidade. De resto, os nossos agricultores estão desde há muito habituados a um clima de extremos, marcado pelas muito baixas temperaturas no inverno e as muito elevadas no verão, o que de ano para ano tem sempre repercussões ao nível das colheitas. GR: Que balanço faz de 2017 e como antecipa o próximo ano? FQ: Acredito que estamos a trabalhar no caminho certo e de que alcançaremos os tão desejados frutos num curto espaço de tempo. Sinceramente acredito que estas regiões do interior do

país têm um futuro positivo pela frente, até porque há cada vez mais pessoas a quererem deixar o grande bulício e o stress do dia-a-dia das cidades para viverem no campo. Depois, com as acessibilidades de que dispomos e com a tecnologia que hoje temos há nossa disposição, é muito mais fácil trabalhar a longas distâncias sem sacrificar a qualidade e a rapidez do trabalho. O desenvolvimento destas regiões trará, simultaneamente, novos desafios e necessidades, abrindo-se aqui algumas oportunidades que poderão ser uma espécie de pontapé de saída para novos projectos e novos investimentos. Tenho, por isso, razões para acreditar que 2018 será um ano bom para Boticas e para o nosso país.

GR: Que mensagem quer deixar? FQ: Em primeiro lugar, gostaria de convidar toda a gente a visitar o concelho de Boticas. Aos que já conhecem e aos que ainda não conhecem, em particular neste próximo mês de Janeiro, por ocasião da Feira Gastronómica do Porco. Tenho a certeza de que não se irão arrepender e ficarão com vontade de voltarem a repetir a experiência. Quero ainda aproveitar esta ocasião para endereçar votos de Boas Festas a todos os portugueses, na esperança de um novo ano cheio de prosperidade e sobretudo de união entre todos nós.

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Investimento está incluído no orçamento para 2018

Boticas vai criar plataforma logística para escoar os produtos agrícolas

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Câmara de Boticas anunciou um orcomo a carne barrosã ou o mel, para que continuem a fixar-se cá e teçamento de 11,1 milhões de euros nham dinâmicas económicas”, frisou. para 2018 e destacou o projecto Casa das Entre os projectos a concretizar em 2018, Fernando Queiroga destaGerações, que vai criar uma incubadora de cou ainda a colocação de iluminação led na rede pública do concelho, empresas e uma plataforma logística para esum projecto que tem um investimento global de 1,2 milhões de euros. coar os produtos agrícolas. Para a concretização deste projecto o município vai usufruir de um O presidente da autarquia do distrito de Vila empréstimo de 600 mil euros, tendo reservas próprias para a restante Real, Fernando Queiroga, afirmou que o valor verba. “Entre seis a sete anos estará completamente pago e teremos do orçamento para 2018 “é rigorosamente” o reduções na ordem dos 70%”, frisou. O autarca referiu ainda que a mesmo do ano passado. Fernando Queiroga câmara aplica cerca de meio milhão nos apoios sociais às famílias do fez uma apresentação pública do orçamento e concelho. grandes opções do plano para o próximo ano, Em 2017, o concelho de Boticas foi afectado pelos incêndios e pela salientando que as prioridades são “os apoios falta de água. “Tivemos problemas, nascentes que pura e simplessociais, a educação o turismo, a agricultura e a mente secaram e tivemos que fazer abastecimento com carros de pecuária”. bombeiros. Não foi catastrófico, não foi, porque fomos transferindo Entre as obras a concretizar no próximo ano, de umas reservas para as outras, mas com este evoluir pode aconFernando Queiroga destacou a recuperação de tecer”, salientou. O município está, por isso, a precaver-se fazendo um antigo edifício para o projecto Espaço Intermais reservas, requalificando alguns depósito que já estão obsolegeracional - Casa das Gerações, num investimentos e a melhorar a rede para travar as perdas de água. to de 1,1 milhões de euros, comparticipados por O concelho Boticas perdeu cerca de dois mil hectares para os fundos comunitários. Este espaço vai acolher uma incêndios e tem, neste momento, cerca de três milhões de euros incubadora de empresas e uma plataforma logístiaprovados para os conselhos directivos dos baldios procederem ca para a concentração e comercialização dos proà reflorestação. dutos dos agricultores do concelho. “Infelizmente, as autarquias têm todos os instrumentos de Em Boticas, a agricultura é de minifúndio e de pegestão do seu território, excepto a floresta. A câmara se quiser quenas quantidades por agricultor, pelo que a ideia reflorestar a área ardida não consegue lá colocar uma planta passa por criar dimensão para facilitar o escoamenporque a gestão florestal não é da câmara, está entregue a prito. “Queremos valorizar a nossa agricultura e dar o vados e aos conselhos directivos”, frisou. Fernando Queiroga apoio necessário aos nossos agricultores para que disse ter “muita expectativa” de que o Governo transfira para continuem a produzir o que tão bem sabem produzir, as autarquias as competências para a gestão florestal.

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A primeira do género do ano no norte do país

Feira do Fumeiro de Montalegre vai decorrer de 25 a 28 de Janeiro de 2018

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Feira do Fumeiro de Montalegre, considerada uma das primeiras feiras do género do ano a decorrer no norte do país, vai decorrer de 25 a 28 de Janeiro de 2018. Com mais 26 edições já realizadas, este é um certame bastante popular na região e no país, não só pelos enchidos da região, mas também pelas suas gentes, que colaboram activamente na elaboração e organização de uma das principais festas da terra. O certame recebe mais de uma centena de expositores e onde são vendidas mais de seis dezenas de toneladas de fumeiro aos muitos milhares de visitantes que demandam a Capital do Barroso, facto que se reflecte na economia deste concelho transmontano. Para além do bom fumeiro, as gentes da terra tudo faz para que a tradição se mantenha e a feira é transmitida de geração para geração.

Exemplo disso, é o hino da feira, todos os anos criado pela geração mais nova. A Feira vai decorrer no pavilhão desportivo de Montalegre onde os visitantes podem encontrar alheiras, chouriças, sangueiras, salpicões, entre outros enchidos, mas também degustar a rica gastronomia desta região do Barroso. VIII Festa do Porco e do Fumeiro em Fafião Entretanto, também no concelho de Montalegre, para aguçar o apetite, a turística aldeia de Fafião não perde a tradição e no primeiro sábado do ano promove a “VIII Festa do Porco e do Fumeiro”. O evento vai decorrer a 6 de Janeiro, é organizado pela associação local e mostra a excelência dos produtos da terra.

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Uma das metas é apoiar e conseguir “20 novos empreendedores”

A promotora é a Associação Nacional de Criadores de Suínos da Raça Bísara, a responsável pelo processo iniciado há mais de 20 anos de protecção da raça que garante a carne que distingue o fumeiro regional de Vinhais, com todos os produtos certificados. O fumeiro afirmou-se como dos mais conhecidos produtos de Vinhais e tem projectado outros na área do sector agroalimentar, onde contudo, os responsáveis notam algumas lacunas e deficiências que pretendem colmatar com o novo projecto. “Temos muitos pequenos produtores na região que são pequeninos empresários. Alguns têm, por exemplo, a dificuldade de ter uma rotulagem (obrigatória) do seu produto (com) o valor nutricional do alimento, ou do ter glúten ou não”, exemplificou. Da mesma forma, o projecto pretende também dar apoio no acondicionamento e embalamento, contando com o apoio da investigação científica através dos parceiros Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e Instituto Politécnico de concelho de Vinhais tem mais de meio milhão de Bragança. euros para investir em novos negócios e apoio ao As duas instituições vão ajudar a fazer um catálogo nutrisector agroalimentar, através de um projecto que tem cional dos produtos, estudos dos cortes das carnes e a pensar como impulso o emblemático fumeiro e o porco bísaro. novos produtos que podem passar por fazer chegar ao merO projecto Apoio ao Empreendedorismo do Sector cado “sopas de alheira, chouriça fresca para assar, salsicha Agroalimentar em Terras de Trás-os-Montes foi apresende porco bísaro ou até um hambúrguer”. tado com a garantia de 534 mil euros de financiamento Entre outras acções previstas estão as bolsas de ideia a a fundo perdido aprovados pela Comissão de Coordenaatribuir a jovens com prémios de 700 euros mensais, duranção e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-N). te seis meses, para darem início ao seu projecto, e a criação Uma das metas definidas é apoiar e conseguir, nos dois de um gabinete de apoio ao empreendedorismo, além da anos de duração do projecto, “20 novos empreendedopromoção e venda de produtos em plataformas digitais. res”, mas também apoiar os atuais empresários na meUma mais-valia para divulgar o que produz a nível naciolhoria da apresentação e venda dos produtos e a criação nal é como encara este projecto o jovem Ricardo Diegues de novos produtos a partir dos tradicionais, como explicou que apostou na produção de cuscos, que a mãe ainda sabe Carla Alves, coordenadora do projecto. fazer da forma genuína à base de farinha de trigo e que outrora eram, nesta zona, os substitutos do arroz e da massa.

Vinhais com mais de meio milhão de euros para novos negócios a partir do fumeiro

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Com o apoio científico do projecto, Ricardo espera poder conhecer melhor as “características não conhecidas, como o valor energético, se dá para fazer sem glúten ou com outras farinhas, por exemplo a de castanha”. Para um dos maiores produtores de fumeiro da região, Alberto Fernandes, este projecto “é válido”, porém entende que a prioridade no sector é apostar na matéria-prima”, ou seja no aumento da produção de porco da raça bísara. “Não há matéria-prima para a própria região, é aí que se tem de apostar”, afirmou, enfatizando que “o que a região precisa efectivamente é da criação de animais”. O problema é também reconhecido por Carla Alves, que defende que se resolve com outro projecto que está à espera desde Fevereiro do aval da Direcção Regional de Agricultura. Trata-se da formalização de um agrupamento de produtores e criação de uma empresa (a AgroBísaro) considerado “essencial para agrupar os pequenos produtos, juntando a oferta e colocando depois no mercado”, como acontece já com outras raças, como a bovina Mirandesa. O projecto prevê majorações para os pequenos produtores e a facilitação do escoamento da carne, que actualmente é uma dificuldade e leva alguns a desistirem da produção, como indicou. Com os incentivos e nova organização, Carla Alves acredita que começarão a aumentar a produção e, consequentemente, o efectivo que ronda actualmente as seis mil porcas reprodutoras. A coordenadora do projecto acredita que em breve estarão reunidas as condições para o agrupamento ser “uma realidade em 2018”. www.gazetarural.com

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Actividades natalícias decorrem até dia 25 de Dezembro

‘Penamacor Vila Madeiro’ deste ano é dedicado à floresta

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“Penamacor Vila Madeiro”, evento que alia o maior madeiro de Natal de Portugal a diversas actividades natalícias, decorre até dia 25 de Dezembro e é dedicado à floresta, anunciou o presidente da Câmara de Penamacor. Segundo António Luís Beites, entre as acções no âmbito deste certame, que é promovido pelo município, estão algumas actividades educativas e de sensibilização centradas na questão da floresta, nomeadamente uma Pode ser visitado até dia 7 de Janeiro acção de reflorestação realizada em conjunto com o Agrupamento de Escolas e durante a qual serão plantados vários sobreiros, árvore que “alimenta” a tradição natalícia do Madeiro de Penamacor. Com o tema “Natal na Floresta”, o programa também integra actividades de orientação destinadas às crianças e que decorrerão na vila e na Mata Municipal, bem como a realização da primeira corrida nocturna solidária “Vila Madeiro”, Câmara do Sabugal voltou a ter este ano um presépio giuma prova de orientação cujo valor da inscrição gante que ocupa cerca de 1.100 metros quadrados de área reverte a favor das populações afectadas pelos e que foi construído com mais de 500 toneladas de materiais incêndios florestais. recolhidos na natureza. Destaque ainda para os espectáculos, a anima“Para a recriação foram usados elementos recolhidos na nação, os presépios vivos, as tasquinhas de gastronotureza, como troncos de castanheiros (mais de 500 toneladas), mia, os espaços de exposição, um mercado de Naheras e musgos, entre outros, que serviram de base à construtal, que devem contribuir para ajudar a dinamizar o ção efetuada a uma escala onde os visitantes têm a percepção comércio local e atrair visitantes à vila. de fazer parte do presépio, como sendo elementos ou persoCom um investimento total de 75 mil euros, a aunagens do mesmo”, segundo a autarquia do Sabugal presidida tarquia sublinha ainda a importância desta aposta por António Robalo. ao nível da identidade e da preservação de uma traO presépio em tamanho gigante, está instalado no centro dição cultural que está enraizada neste concelho do da cidade e é considerado pela autarquia do Sabugal como distrito de Castelo Branco. sendo o “maior Presépio natural” do país. O presépio pode ser Nesse sentido, António Luís Beites garantiu que a visitado diariamente, até ao dia 7 de Janeiro, das 08,30 às 23 candidatura anteriormente anunciada do Madeiro a horas. No âmbito da programação de Natal, o Município do Património Imaterial da UNESCO deverá ser formalizaSabugal, também promove um “Mercadinho de Natal”, consida em 2018, sendo que até aqui tem estado a ser readerado “uma montra para exposição e venda de produtos e lizado o levantamento das diferentes tradições, usos e de artesanato local”. costumes das freguesias do concelho, que também vão O certame decorrerá nos dias úteis das 14 às 19 horas, compor esta candidatura. aos sábados, das 10 às 21 horas, e aos domingos das 10 às 19 horas, sendo que na semana de 18 a 22 de Dezembro funcionará das 10 às 19 horas, nos dias 24 e 31 das 10 às 15 horas e nos dias 25 de Dezembro e 1 de Janeiro, das 15 às 19 horas. Segundo a autarquia, nos horários referidos, “os mais radicais poderão contar com uma Pista de Gelo Ecológica”. As festividades da quadra natalícia culminam nos dias 6 e 7 de Janeiro com um fim de semana dedicado à tradição das Janeiras.

Sabugal tem presépio natural gigante no centro da cidade

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Esperadas cerca de 20 mil pessoas

Folclore dá o mote à passagem de ano em Viseu

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inte mil pessoas são esperadas em Viseu para as comemorações da passagem de ano, que servirão para assinalar a despedida do ano oficial para visitar o concelho e a chegada do ano em que será Cidade Europeia do Folclore. “Fechamos o ano oficial para visitar Viseu e abrimos o ano em que Viseu se assume como Cidade Europeia do Folclore. Será um ano em que Viseu, do ponto de vista europeu, liderará todos os aspectos ligados ao folclore e às tradições”, afirmou o presidente da autarquia, Almeida Henriques, durante a apresentação das comemorações. O vereador da Cultura, Jorge Sobrado, explicou que o folclore foi o mote eleito para a passagem de ano (que tem um orçamento de 50 mil euros), dando assim início a um projecto do município para revitalização desta expressão artística. “Não teremos o folclore apenas no seu estado puro. Haverá a participação de grupos etnográficos e de folclore, mas teremos também música folk, pop e electrónica, com o mote do folclore enquanto grande marca cultural da região”, justificou. Segundo Jorge Sobrado, foi convidada a OqueStrada, uma “banda ícone da reinterpretação das raízes da música tradicional portuguesa, do folclore e do fado, uma espécie de embaixadores da cultura autêntica da música portuguesa com uma roupagem de inovação, animação e um conceito de festa”. A noite será também animada por bandas de Viseu, como Tranglomango, que se filia “na corrente do folk português”, convidando para palco também grupos folclóricos da região e a rapper Kika G. Em palco, estará também Moullinex, que “fará um espetáculo de música eletrónica que se prolonga pela noite fora”, acrescentou. Almeida Henriques disse que esta passagem de ano “tem um significado especial, porque simboliza a consolidação de um percurso” que tem sido feito para a tornar num evento de referência. Este ano, as comemorações mudam-se do centro histórico de Viseu para o Campo de Viriato (recinto da Feira de S. Mateus), devido à crescente adesão de pessoas. “O centro histórico tornou-se pequeno e, do ponto de vista da segurança, seria complicado manter a passagem de ano no Adro da Sé. Fizemos a opção de transferir para o recinto da Feira de S. Mateus, com a colocação do palco mais ou menos na posição que costuma ter e tendo como cenário de fundo a bela silhueta da nossa cidade”, afirmou o autarca. Jorge Sobrado prometeu “o melhor espectáculo de fogo-de-artifício de Viseu”, numa noite que contará com a colaboração de operadores da cidade, seja na colocação de tasquinhas no Campo de Viriato, seja mantendo os bares abertos pela noite fora. Um veículo eléctrico fará a ligação entre a parte baixa e a parte alta da cidade. www.gazetarural.com

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Em Alfândega da Fé, até 7 de Janeiro

Aldeia Natal é uma iniciativa cada vez mais participada

Festejos decorrem até 5 de Fevereiro

Natal no concelho de Serpa com muitas actividades

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Aldeia Natal acontece pela terceira vez consecutiva em Alfândega da Fé. A iniciativa integrada no âmbito do Operação Alfândega em Rede – CLDS 3G, tem cada vez mais participação e expressão. Este ano decorre até 7 de Janeiro e há muitas novidades para quem a visitar. Este Natal, Alfândega da Fé volta a brilhar. Para além das iluminações de Natal, famílias, escolas e instituições, há decorações natalícias para expor na Aldeia Natal. Entre árvores, pais natal, chupa chupas gigantes e outros elementos natalícios, muitos são os motivos para passar pelo Jardim Municipal. Este ano há ainda o trenó e a casa do Pai Natal.

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ão muitas, e para todas as idades, as actividades de Natal em Serpa, promovidas pelo município, Juntas de Freguesia, movimento associativo e outras entidades, numa programação que visa fomentar o espírito solidário e de partilha da época e o apoio ao comércio local, dinamizando espaços públicos, sem esquecer a imprescindível promoção da actividade física. Passeios de BTT e TT, Jogos Aquáticos Natalícios e aulas de fitness, concertos de Natal, bailes, teatro Infantil, oficinas de expressão plástica, animação de rua e mais uma edição da Feira do Sótão marcam presença durante o mês de Dezembro. Na Praça da República em Serpa, está instalada uma Árvore de Natal, simbolizando esta época festiva e, em Vale de Vargo e Serpa, estão patentes os habituais presépios de rua, destacando-se também os Lumes de Natal nas freguesias. A assinalar a passagem de ano, no dia 31 de Dezembro estão programadas festas de Reveillon em Pias, Vila Verde de Ficalho e Vila Nova de S. Bento, organizadas pelas comissões de festas. Encerrando esta época, mais um ano se assinalam os Reis na noite de dia 5 de Janeiro, com início às 20 horas, na Casa do Cante em Serpa. Em simultâneo, decorre a campanha Feliz Natal com o Comércio Local, iniciativa do município de Serpa para estimular as compras no comércio local está a decorrer até ao dia 31 de Dezembro. Com a adesão de cerca de 90 estabelecimentos em todo o concelho, esta iniciativa oferece 50 prémios de 100 euros, a utilizar em qualquer dos estabelecimentos aderentes. O sorteio será realizado no dia 5 de Janeiro, Noite de Reis, às 18 horas na Casa do Cante.


Em Ourique, de 23 a 25 de Março de 2018

XII Feira do Porco Alentejano já tem data marcada

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arco da valorização da fileira do porco alentejano, da projecção do Mundo Rural e da afirmação de Ourique como Capital do Porco Alentejano, a XII Edição da Feira do Porco Alentejano vai realizar-se de 23 a 25 de Março de 2018. O Município de Ourique e a Associação de Criadores de Porco Alentejano (ACPA) voltam a organizar um evento que é uma referência do Mundo Rural do Baixo Alentejo e de Ourique, mobilizando a participação de milhares de cidadãos nas iniciativas técnicas, de promoção dos produtos, gastronómicas e de lazer. A Feira do Porco Alentejano integra-se na estratégia de afirmação desta fileira do Mundo Rural, num contexto marcado por riscos, desafios, oportunidades e a ambição de continuar a valorizar a competência, os saberes e os sabores da região.

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De 23 de Dezembro a 6 de Janeiro

Marvão promove VII Quinzena Gastronómica da Caça

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Município promove, de 23 de Dezembro a 6 de Janeiro, a VII Quinzena Gastronómica da Caça. Até ao Dia de Reis, pode degustar, em onze restaurantes aderentes do concelho do concelho de Marvão, os melhores pratos confeccionados à base de lebre, perdiz, pombo bravo, coelho bravo, javali ou veado. Com extraordinárias condições para a prática da actividade cinegética, o concelho de Marvão é destino de eleição para muitos adeptos da caça. Por isso mesmo, a sétima edição desta iniciativa pretende homenagear os caçadores, afirmar Marvão enquanto destino turístico de caça e destino gastronómico de excelência. A diversidade de saberes e sabores de caça é enorme, mas nas ementas dos restaurantes aderentes a esta iniciativa poderá encontrar várias iguarias que valerá a pena degustar. Açorda de perdiz, empadinha de caça com juliana de alface, caçolinha de castanha, tordos fritos, perdiz de tiro em escabeche, arroz de pombo bravo, lombo de veado com boletus e bacon, ensopado de coelho com lombardo, codornizes de escabeche, javali assado, ou feijoada de lebre são algumas das sugestões apresentadas.

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Anunciou a Associação dos Municípios Portugueses do Vinho

Torres Vedras e Alenquer eleitas Cidade Europeia do Vinho 2018

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candidatura dos municípios de Torres Vedras e Alenquer, no distrito de Lisboa, foi escolhida em Bruxelas para serem Cidade Europeia do Vinho 2018, anunciou a Associação dos Municípios Portugueses do Vinho (AMPV). “A candidatura conjunta apresentada pelos municípios de Torres Vedras e Alenquer foi a escolhida para receber o título de Cidade Europeia do Vinho em 2018”, revelou a AMPV, depois da eleição ocorrida no Parlamento Europeu, em Bruxelas A Rede Europeia de Cidades do Vinho (RECEVIN) já atribuiu o título de Cidade Europeia do Vinho a Palmela (2012, Portugal), Marsala (2013, Itália), Jerez de la Frontera (2014, Espanha), Reguengos de Monsaraz (2015, Portugal), Conegliano Valdobbiadene (2016, Itália) e Cambados (2017, Espanha). “É um motivo de orgulho e de muita honra e resulta do trabalho que temos vindo a fazer com os Vinhos de Lisboa”, afirmou o presidente da Câmara de Torres Vedras, Carlos Bernardes. “É um título importante para a divulgação do território e do produto, que é o vinho, que ainda é pouco conhecido, porque quando falamos em vinhos falamos sempre dos do Douro, do Alentejo ou do Dão e esta é uma oportunidade para os turistas conhecerem os Vinhos de Lisboa”, disse por seu lado o presidente da Câmara de Alenquer Pedro Folgado. Para 2018 estão previstas mais de 60 iniciativas ligadas aos vinhos nos dois concelhos, adiantaram. Concorreram ao título cidades portuguesas e gregas, tendo ficado impedidas de se candidatarem Itália, França e Espanha. Do lado português, disputaram o título Cantanhede, Viana do Castelo, Ponte de Lima, Peso da Régua e Silves, além de Torres Vedras e Alenquer. “Tivemos as várias regiões vitivinícolas representadas e

a candidatura de Torres Vedras e Alenquer representou a região vitivinícola de Lisboa”, explicou José Arruda, secretário-geral da AMPV. Torres Vedras e Alenquer, que contaram com o apoio dos municípios de Lisboa e da Comunidade Intermunicipal do Oeste, que integram a região vitivinícola de Lisboa, justificaram a candidatura “pela importância socioeconómica que a vinha e o vinho” tem na região. A Rede Europeia das Cidades do Vinho (RECEVIN), que integra municípios de 11 países europeus, lançou em 2012 o concurso anual “Cidade Europeia do Vinho”, para intuito turístico. A RECEVIN - Rede Europeia de Cidades do Vinho é constituída por cidades com forte dependência económica da viticultura e que se localizam em áreas protegidas e dedica-se à promoção dos vinhos das diferentes denominações de origem para a dinamização da economia dos respectivos territórios.

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Comemorações decorrerão com pompa e circunstância

Wine in Azores vai comemorar 10 anos em 2018

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maior e melhor evento empresarial realizado na região Autónoma dos Açores vai comemorar 10 anos em 2018. O Wine in Azores, evento promovido pela Gorgeous Azores, vai estar em duas ilhas no próximo ano. De 25 a 27 de Maio em Angra do Heroísmo, na Ilha Terceira, e de 19 a 21 de Outubro no Pavilhão de Exposições, em Santana, na Ilha de São Miguel. O certame irá comemorar este ano 10 anos e será, sem dúvida, o maior e melhor evento de sempre. As comemorações decorrerão com pompa e circunstância que uma data tão importante exige. É o maior e melhor evento empresarial dos Açores e está colocado entre os maiores e melhores eventos da especialidade em Portugal. Na última edição, em Outubro passado, contou com 110 stands de vinho e 90 stands das outras actividades económicas e mais de 20.000 visitantes. “É, na sua essência, uma feira de promoção de vinhos onde os produtores de vinho mais carismáticos de Portugal vêm dar os seus produtos à prova. Quem visitar a feira terá direito a provar os vinhos dos produtores presentes e o prazer de os conhecer pessoalmente”, refere a organização do certame. Outra das actividades de grande relevo do evento são os “showcookings”, elaborados pelos melhores chefes a nível nacional e internacional. Esta é uma arte de cozinhar ao vivo, tornando-se num ‘espectáculo’ que pretende ser interactivo entre os cozinheiros e o público, havendo lugar à troca de opiniões e, naturalmente, à degustação dos pratos confeccionados. Na edição de 2018 já estão confirmadas as presenças dos Chefs Rui Paula, Renato Cunha, André Magalhães, António Loureiro e o Chef Pasteleiro Francisco Gomes. Nas afamadas “Tascas Gourmet” os visitantes e expositores poderão provar toda uma paleta de iguarias. Na Zona Empresarial outras empresas de sectores não ligados ao vinho e á gastronomia expõem e vendem os seus produtos. Este é festival único e irreverente! Com nove edições consecutivas, não pára de surpreender tudo e todos. Baseado num conceito que o influencia fortemente, ‘Business & Pleasure’, tem sido um sucesso ano após ano. A prova reside principalmente no aumento de produtores inscritos, bem como as críticas muito positivas com que a imprensa o tem brindado. “O conceito ‘Business & Pleasure’ demonstra a grande preocupação com a parte comercial/promocional dos produtos presentes na feira, bem como com o bem-estar dos visitantes, primando pelo bem receber e pelo requinte único e inimitável”, referem os organizadores.

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Segundo a Câmara Municipal, promotora do evento

Festival literário de Viseu teve a “melhor edição de sempre”

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terceira edição do festival literário de Viseu foi considerada “a melhor de sempre”, com quase cinco mil pessoas presentes no Solar do Vinho do Dão. O presidente da Câmara de Viseu, Almeida Henriques, referiu que o festival Tinto no Branco, que esteve aliado ao salão Vinhos de Inverno, teve um saldo “muito positivo e desafiador”. “A expectativa da melhor edição de sempre foi integralmente cumprida. Arriscámos ir mais longe e o festival entra agora num novo patamar de exigência”, frisou. A organização considera que “a aposta foi certeira” logo na abertura do festival literário, com os humoristas Michael Palin (dos Monty Python) e Ricardo Araújo Pereira a deixarem “rendida uma enorme plateia”. Este foi considerado do momento alto do festival, com cerca de mil pessoas presentes. No entender do vereador da Cultura, Jorge Sobrado, o Tinto no Branco tem “a especial virtude de confirmar o potencial de Viseu enquanto destino cultural e turístico de Inverno”, associando três grandes atributos, nomeadamente “os seus vinhos, o seu património e a cultura”. “É certo que uma nova edição do Festival Literário de Viseu regressará em 2018”, garantiu. Do programa constaram ainda conversas e provas de vinhos e sabores regionais, espectáculos de música, performances literárias, ‘workshops’ e oficinas infanto-juvenis. No total, estiveram presentes 30 escritores e nomes do panorama literário nacional, como Pedro Mexia, Francisco José Viegas, Nuno Júdice, Frei Bento Domingues, Daniel Oliveira ou Fernando Dacosta. No Solar do Vinho do Dão estiveram instaladas cerca de duas dezenas de produtores, dando a provar o que de melhor se produz na região demarcada do Dão, e 17 operadores agroalimentares e de artesanato, que mostraram os sabores locais e os produtos autênticos produzidos em Viseu.

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Com um jantar solidário que rendeu dois mil euros

Adega de Mangualde comemorou 25 anos do Foral D. Henrique

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ois mil euros foi o valor da receita de um jantar solidário, promovido pela Adega de Mangualde e pela Global Wines, entregue aos Bombeiros Voluntários de Mangualde. A iniciativa, que decorreu nas instalações da Cooperativa, em Mangualde, serviu também para comemorar os 25 anos da marca Foral D. Henrique, “uma das últimas marcas míticas do Dão” que resistiu aos tempos difíceis. Os convidados, cerca de oito dezenas, foram recebidos com um espumante da Adega, tendo sido depois brindados, antes do repasto, com uma prova de vinhos da marca de 1996, 1994 e 1992, com a particularidade do primeiro Foral D. Henrique, tal como os seguintes, ter tido a marca enológica de António Mendes, hoje presidente da Adega. Apesar dos anos, aqueles vinhos mostraram que o Dão ‘não envelhece’, nem perde a elegância que caracteriza os vinhos desta região.

e transforma as uvas dos produtores do concelho de Mangualde. Estamos a falar numa economia de proximidade e o nosso contributo que damos é injectarmos na economia do concelho cerca de uma milhão de euros, entre as uvas que pagamos aos associados, os ordenados aos nossos funcionários e os bens que consumimos das empresas de Mangualde”, referiu o dirigente. António Mendes sublinhou o facto de a Adega ser dirigida por gente com espírito jovem, que “procura fazer uma gestão de acordo com os objectivos que traçamos, mas também apostando na melhoria da qualidade dos nossos produtos, que são os vinhos”. O dirigente destacou ainda o facto de 40% dos quadros da Cooperativa ter formação académica superior.

António Mendes assume “responsabilidade social” da Adega Na ocasião, o presidente da Adega de Mangualde realçou a disponibilidade da Global Wines, “um parceiro forte nos negócios”, que “desde o primeiro momento acolheram esta iniciativa solidária”. António Mendes destacou a “responsabilidade social” da cooperativa que dirige. “Somos uma pequena empresa do sector primário, que recebe

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Foral D. Henrique “resistiu aos tempos difíceis” O presidente da Comissão Vitivinícola Regional do Dão (CVRD) lembrou os 109 anos da Região Demarcada e as marcas míticas que colocaram o Dão no mapa dos vinhos em Portugal, a partir de meados do século passado. “O Foral D. Henrique foi uma das últimas marcas que mais marcaram o Dão”, apontou Arlindo Cuinha, destacando a “grande qualidade dos seus vinhos”, surgindo “numa altura em que o Dão estava a cair, mas resistiu nos tempos difíceis e está hoje a comemorar estes 25 anos”. Para o presidente da CVRD, “o Dão está a recompor-se e a mostrar o melhor que tem”, destacando o facto de “nos últimos 4 anos o vinho certificado na região do Dão aumentou cerca de 40%, o que é notável”. É que, sublinha Arlin-


do Cunha, “o país e o mundo estão a descobrir o Dão”. Quando ao Foral D. Henrique, “conseguiu sobrevir e está outra vez a recuperar a imagem que teve no passado, pois qualidade não lhe falta”, afirmou. O presidente da Câmara de Mangualde começou a sua intervenção começando por recordar António Rodrigues, antigo presidente da Adega de Mangualde recentemente desaparecido, e “que muito contribuiu para aquilo que esta adega é hoje”, afirmou João Azevedo. O autarca lembrou que Mangualde também “contribuiu para que esta marca fosse mais valorizada”, salientando que “o Dão foi torturado, há alguns anos, pelo mercado, mas hoje está na moda” João Azevedo depois de referir que “o vinho é decisivo na nossa economia”, deixou ainda uma novidade. É que, “sem querer repetir eventos que se fazem na região”, o autarca lançou um repto à Adega de Mangualde, ao presidente da CVRD e ao Turismo do Centro, pois pretende promover “iniciativas para encher a agenda do ano”, para além daquelas que promove, “juntando o vinho aos produtos da terra” e, desse modo, “contribuir para o reforço do turismo nesta região, conseguindo ocupar esse calendário com mais pessoas e mais notoriedade”.

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Pavilhão Multiusos em data a designar

Lamego acolhe em 2018 abertura mundial da Bolsa DOP Vinhos Porto e Douro

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abertura mundial da Bolsa DOP Vinhos DOP/IGP (Denominação de Origem Protegida/Indicação GeográfiPorto Douro ocorre no primeiro semestre ca Protegida), que suporta o lançamento destas bolsas. de 2018, em Lamego, e vai dedicar-se exclusiTrata-se, segundo Rui Fraga, de “um novo e inovador canal de vamente aos vinhos de denominação de origem comercialização com dois sentidos”. “A Bolsa DOP consegue reduprotegida deste território, informou a organizazir custos da comercialização dos produtos, consegue criar oporção. tunidades de negócio que é impossível encontrar noutra cadeia Até lá, a empresa que está a desenvolver o prode valor e torna eficiente a conclusão desses negócios. Mas faz jecto, a Intelligent Trade Agency, vai formalizar isso para a oferta e para a procura ao mesmo tempo”, referiu. cerca de 200 protocolos com entidades públicas e O negócio é livre. De acordo com o responsável, “os produtoprivadas. Os primeiros protocolos foram assinados, res e os ‘traders’ (negociantes) vendem e compram tanto quanem Leça da Palmeira, Matosinhos, com a Comissão to queiram e pelo valor que muito bem entendam”. Europeia, o Instituto dos Vinhos do Douro e Porto O local escolhido para a abertura mundial foi o Pavilhão (IVDP) e a Turismo do Porto e Norte (TPN). Multiusos de Lamego. Será um evento com três dias, em que O director executivo (CEO) da empresa, Rui Fraestarão presentes, após selecção, os produtores da região e ga, afirmou que a “Bolsa DOP Vinhos Porto Douro, os ‘traders’ de diversos países, e ainda outras entidades esindividual e permanente, é a primeira do género no senciais para a conclusão de negócios como bancos, despamercado global”. “Na realidade é a primeira vez que chantes oficiais, seguradoras, fabricantes de materiais secos a região, para as suas duas DOP de maior relevância, (rolhas ou garrafas). consegue apresentar-se ao mercado global de acorDepois do evento, os negócios desta Bolsa DOP prossedo com os tempos de hoje, com a economia digital e guem ‘online’, à semelhança das outras bolsas. aquilo que o mundo quer ter: rapidez na maneira como Durante o mês de Dezembro serão ainda assinados protoconhece os produtos, eficiência na maneira como os colos com as câmaras de Vila Real, Peso da Régua e Lameadquire e competência na maneira como os interpreta”, go, a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, o Regia salientou. Douro Park, o Museu do Douro, a Associação de EmpresáA empresa, sediada no Regia Douro Park, em Vila rios de Hotelaria e Turismo do Douro, a Escola Superior de Real, desenvolveu o sistema de gestão estratégica do Tecnologia e Gestão de Lamego e o Turismo de Portugal mercado global para comércio internacional de produtos -- Escola de Hotelaria e Turismo do Douro.

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UM CAMINHO A PENSAR NO FUTURO POR QUEM MELHOR CONHECE O DÃO

BY CARLOS SILVA AB Winemaker

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Apoio foi transferido directamente para as famílias afectadas pelos incêndios

Casa das Beiras e Confraria Saberes e Sabores ‘Grão Vasco’ de Toronto entregaram cerca de 25 mil dólares de donativos

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uma iniciativa da Casa das Beiras e da Confraria de Saberes e Sabores ‘Grão Vasco’ de Toronto, decorreram em Toronto, no Canadá, várias iniciativas de angariação de fundos para ajudar a minorar os efeitos que os incêndios de Outubro tiveram em famílias dos concelhos de Tondela, Oliveira de Frades e Vouzela. A iniciativa, nomeadamente jantares solidários, foi bem recebida pela comunidade beirã naquela cidade da província de Ontário e, no total, foram angariados mais de 25 mil dólares. Entre outras iniciativas, foram leiloadas camisolas do Académico de Viseu e Título entregue do Desportivo de Tondela autografadas pelos por Flávio Martins e José Ernesto Silva jogadores das duas equipas. Foi decidido pelos promotores que a entrega do dinheiro angariado seria feita directamente para as famílias afectadas, pelo que estiveram em Portugal dois elementos das Casa das Beiras, Carlos Nascimento e António Lopes, que, juntamente com José Ernesto Silva, - Almoxarife da Confraria de Saberes e Sabores da Beira O Bispo de Viseu, D. Ilídio Leandro, recebeu o título de Sócio ‘Grão Vasco’, - reuniram com os presidentes das Honorário da Casa do Distrito de Viseu no Rio de Janeiro. A distinção Câmaras de Tondela, José António Jesus, Vouzela, foi entregue pelo presidente da Casa de Viseu, Flávio Martins, e Rui Ladeira, e Oliveira de Frades, Paulo Ferreira, pelo director de Relações Públicas e representante da Casa de a quem foi dada a conhecer a iniciativa e o modo Viseu, José Ernesto Silva. de entrega dos donativos angariados. A entrega do título ocorreu numa altura em que D. Ilídio Leandro Da mesma reunião foi decidido que seriam aguarda que o Papa Francisco nomeie o novo Bispo de Viseu, uma as três autarquias a indicar as pessoas mais vez que está de saída, a seu pedido. carenciadas, tendo sido enviada para a Casa das Com esta distinção, a Casa do Distrito de Viseu no Rio de Janeiro Beira de Toronto a lista, da qual constou o NIB da quer destacar o excelente trabalho de D. Ilídio enquanto Bispo conta pessoal, tendo os apoios sido transferidos de Viseu, mas também a sua grande relação com a comunidade directamente, através de um banco de Toronto. luso-brasileira no Rio de Janeiro. Recorde-se que o ainda Bispo Neste âmbito, há que realçar e destacar o trabalho de Viseu visitou há alguns anos a Casa de Viseu, onde deixou levado a cabo pelo presidente da Casa das Beiras e uma enorme onda de simpatia e grandes amizades. da Confraria de Saberes e Sabores ‘Grão Vasco’ de D. Ilídio Leandro, emocionado, agradeceu a distinção e Toronto, Bernardino Nascimento, e sua equipa, por desejou as maiores felicidades não só aos sócios da Casa de esta iniciativa de carácter solidário, mas também Viseu, mas de uma forma geral a toda a comunidade lusa na agradecer a toda a comunidade portuguesa e beirã Cidade Maravilhosa. naquela cidade canadiana e generosidade e espírito solidários demonstrados. “Este é, também, o papel solidário que as Confrarias e o movimento confrádico devem ter, especialmente em situações inusitadas como aquela que vivemos em Outubro e que afectou, e de que maneira, a nossa região”, afirmam, em uníssono, José Ernesto Silva e Bernardino Nascimento. A organização da iniciativa agradece também o contributo prestado pelo Académico de Viseu e Desportivo de Tondela, com a oferta de camisolas autografadas pelos jogadores, que a Confraria de Saberes e Sabores da Beira Grão Vasco fez chegar a Toronto.

D. Ilídio Leandro é Sócio Honorário da Casa do Distrito de Viseu no Rio de Janeiro

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Mensagens de Natal

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esta quadra desejo em nome da Confraria de Saberes e Sabores da Beira ‘Grão Vasco’ um Santo e Feliz Natal, bem como um ano de 2018 em que todos consigamos atingir todas as nossas expectativas. Como habitualmente, a nossa Confraria promove a entrega de cabazes de Natal, num ano em que a solidariedade, mais do que nunca, foi uma palavra presente. Neste sentido, destaco a contribuição das nossas Confrarias Irmãs, do Rio de Janeiro, de Manaus, de Toronto e da Suíça. Aproveito, como presidente da Assembleia Geral da Federação das Associações da Diáspora, para dirigir uma saudação especial às Associações e Clubes portugueses espalhados pelo mundo, eles que são os verdadeiros embaixadores de Portugal e da cultura portuguesa. Boas Festas José Ernesto Silva Almoxarife da Confraria de Saberes e Sabores da Beira ‘Grão Vasco’

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esejo a todos um Santo Natal e que em 2018 possamos caminhar rumo a um futuro melhor, criando novas oportunidades… Valpaços pode considerar-se um território abençoado, onde a Terra Fria e a Terra Quente lhe oferecem particularidades ímpares, capazes de produzir, acompanhadas pelo saber fazer de um povo, os melhores produtos do mundo nas diferentes estações do ano. Convido todos a visitar-nos no próximo ano. Imagine uma terra onde a sua vista alcança o crescimento dos melhores produtos do mundo, que viajam milhares de quilómetros para satisfazer os gostos mais requintados… Essa terra é Valpaços! Amílcar Almeida Presidente da Câmara Municipal de Valpaços

Advento Tempo que prepara o futuro

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palavra Advento, no sentido etimológico e gramatical, aponta para o futuro, fazendo-nos esperar algo que está para chegar. Assim se lê todo o Advento do Povo Judeu, aguardando a vinda do Messias. Hoje, não pedimos nem esperamos a vinda do Emmanuel celebrado no Natal. Essa vinda aconteceu já e celebramos esse aniversário, com alegria e gratidão, cantando os parabéns a Jesus, no Seu dia de anos… Porém, o Advento, apontando o futuro, faz-nos esperar a segunda e definitiva vinda de Jesus, professada no Credo e a acontecer no fim da cronologia do tempo, neste mundo. Então, celebrar o Natal, em cada ano, é recordar o que aconteceu, na história, e é esperar o que há-de acontecer, no futuro. Será a plenitude da salvação, de cada um de nós, na nossa partida deste mundo. No Credo, nós professamos: «De novo há-de vir para julgar os vivos e os mortos e o Seu Reino não terá fim». Esta afirmação proclama a nova vinda de Jesus, como Juiz e Salvador, concretizando e levando a cumprimento a Sua vontade de nos dar a plenitude da salvação. Concluindo: celebrar o Natal de 2017 é celebrar a história de um nascimento que aconteceu há 2017 anos e continua a ser celebrado como acontecimento feliz. É, também, lembrar a 2ª vinda de Jesus que o Advento nos ajuda a esperar, rezando para que aconteça como vinda feliz e de salvação para todos. Um Santo Advento e um Feliz Natal para todos, são os votos amigos do vosso irmão bispo – Ilídio. D. Ilídio Leandro Bispo de Viseu

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Verallia Portugal continuará a ser referência em soluções inovadoras de embalagem de vidro para bebidas e alimentos, focando-se na sustentabilidade para a comunidade e meio ambiente, valor para os clientes, bem-estar para os consumidores finais e todos os colaboradores e parceiros da Verallia. Os clientes poderão esperar a qualidade e flexibilidade à qual os acostumou, criando garrafas que reflectem as suas marcas, aliando a sua experiência de mercado ao compromisso profissional, respeito, integridade, lealdade e solidariedade, dentro e fora da empresa. Assim, prosseguirá na senda da modernidade e inovação, com o lema “Juntos, construímos o Futuro”. Verallia Portugal www.gazetarural.com

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Opinião

Antevisão do ano de 2018 para as agriculturas de Portugal

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ara o ano de 2018 prevê-se que ao nível das agriculturas de enquanto não existirem faixas sem qualquer Portugal continue a assistir-se ao mesmo tipo de estratégias e combustível, largura de 200 m com pastagens, fenómenos que ocorreram no ano de 2017: a cada 10 km de floresta (quadrículas máximas 1. Incremento das exportações de produtos agrícolas e agro-inde floresta com10 km de lado) o risco de grandes dustriais acima do crescimento da economia, uma estagnação do incêndios e centenas de milhares de hectares arinvestimento por bloqueio do PDR2020 (orçamento muito limitado didos será muito provável (o recurso a fogo conface à procura nas candidaturas submetidas) ausência de decitrolado durante este inverno em pelo menos 120 são na priorização de apoio a cada uma das candidaturas de 1.ª 000 hectares de florestas, empregue com a metoinstalação de jovens agricultores, falta de apoio efectivo aos emdologia indicada no presente parágrafo, é o único presários agrícolas e agricultores da região Interior de Portugal meio efectivo para limitar os incêndios de 2018, toonde os negócios da agricultura têm investimentos mais caros, das as outras medidas em execução com excepção maiores custos de exploração e maiores dificuldades e de acesdo combate, só darão resultados a mais de 2 anos). so aos mercados. Prevejo que em 2018 os empresários agrícolas 2. O crédito bancário para apoio aos investimentos na agriirão dar maior importância: cultura, sobretudo dos jovens agricultores, vai continuar mui1. Aos seguros agrícolas devido à seca e o previsíto limitado, pois assenta no apoio às candidaturas aprovadas vel maior número de acidentes climáticos. pelo PDR2020 (aprovações em número e valores diminutos) 2. À formação profissional e capacitação dos empraticamente não existindo para apoiar investimentos que não presários, chefes de exploração e operadores espetenham comparticipação de fundos financeiros públicos. Esta cializados, porque será a melhor estratégia para tirar situação só era invertida se houver um trabalho político de partido dos recursos existentes e manter a rentabiconvencer a banca a apoiar efectivamente os investimentos lidade das explorações agrícolas, tem por base o auna agricultura com especial incidência nos jovens agricultomento dos custos de exploração e limitação das prores. duções, devido à seca, não havendo a contrapartida 3. É altamente provável que a seca esteja para continuar de aumento em igual proporção dos preços de venda no ano de 2018 e nesta perspectiva, irá assistir-se a decrésdas produções. cimo acentuado das produções agrícolas e diminuição da 3. À agricultura digital e de precisão, porque aparerespectiva qualidade. Vai existir pressão para que Portugal cerão novas soluções tecnológicas e ao mesmo tempo avance rapidamente com um programa de investimento ao verificarão que é o caminho para as suas empresas se regadio público e privado com o objectivo de reter e armamanterem competitivas e exportadoras zenar as águas superficiais. 4. No ano 2018 o risco de incêndio irá continuar muito Votos de Festas Felizes e um Feliz Ano de 2018! elevado, porque o nível de massa combustível nas florestas continua em níveis alarmantes, embora sendo provável José Martino que a melhor gestão dos meios de combate aos fogos e CEO Espaço Visual ignições se repercuta no seu maior controlo. Além disso,

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Mensagem

2017

foi um ano particularmente marcante para o sector em Portugal. A floresta foi duramente atingida por incêndios, bastante potenciados pela seca que atingiu todo o território. Apesar de tudo, para a agricultura, os resultados alcançados foram além do esperado, com algumas fileiras a apresentarem aumentos de produção, como foi o caso do vinho, do azeite, do tomate, da pera e da maçã, entre outras. Este ano veio confrontar o sector agro-florestal nacional com desafios ainda mais exigentes, alguns dos quais com expressão concreta já em 2018. A implementação da Reforma da Floresta e o reforço da mitigação dos efeitos das alterações climáticas são dois temas que vão marcar a agenda e que vão exigir de todos, agricultores, silvicultores e Governo, capacidade de trabalho e especial empenho. No que diz respeito à Reforma da Floresta, 2018 é o ano em que todos os diplomas aprovados estarão em vigor e em execução em conjunto com a reforma do sistema de prevenção da floresta contra incêndios. Por outro lado, é o ano de arranque do Programa Nacional de Regadios, um plano de investimento superior a 500 milhões de euros que aposta na criação e recuperação de perímetros de rega, dotando o país de mais 90 mil hectares de solos aptos para irrigação até 2022. 2018 é igualmente um ano-chave nas negociações da reforma da PAC. Portugal apresentou um documento com as suas linhas estratégicas, que estão parcialmente contidas no Documento de Orientação da Comissão Europeia, tornado público no final de Novembro e que constitui o ponto de partida para o difícil processo negocial que irá decorrer ao longo dos próximos três anos. Luís Capoulas Santos Ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural

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Um ano marcado por baixos valores de precipitação e elevadas temperaturas

Seca prejudicou produção de cereais e azeite e beneficiou frutos e vinhos

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ano agrícola de 2016/2017 ficou marcado pela seca, o que foram as plantas forrageiras, relativamente beneficiou algumas culturas, como a do tomate, fruta e às quais se estima um decréscimo em volume vinho, e prejudicou outras, como os cereais, plantas forrageiras e (-14,1%), já que a “combinação de altas azeite, divulgou o INE. temperaturas e escassez de precipitação conduziu “Em termos meteorológicos, o ano agrícola de 2016/2017 à antecipação do fim do ciclo vegetativo, com uma caracterizou-se pela ocorrência de baixos valores de precipitação redução de matéria verde”. “Em consequência, e elevadas temperaturas (a primavera foi a terceira mais os produtores foram obrigados a antecipar o uso quente desde 1931 e o verão o sexto mais quente e o terceiro de alimentos conservados (fenos e silagens) e a mais seco desde 2000), o que beneficiou o desenvolvimento recorrer a alimentos compostos para alimentar os de algumas culturas e prejudicou outras), refere o Instituto animais”, refere o INE, prevendo uma descida dos Nacional de Estatística (INE) na sua primeira estimativa das preços base de 4,3%. contas económicas da agricultura relativas a 2017. “Durante Quanto aos vegetais e produtos hortícolas, prevê-se este período - acrescenta - foi frequente a completa secagem um aumento em volume (+5,1%) devido, em particular, de charcas e uma grande diminuição do nível das águas aos hortícolas frescos, com “destaque” para o tomate, subterrâneas, com a consequente redução da disponibilidade que apresenta um aumento em volume de 4,5%, em de água para as culturas e para os animais”. “consequência das condições climáticas que permitiram Entre as culturas afectadas negativamente pela seca estão a sementeira e desenvolvimento da cultura”. os cereais, cuja produção em 2017 deverá ficar 8,1% aquém, No que respeita aos frutos, o INE perspectiva em volume, da do ano anterior, “dado que, à excepção do um “acréscimo significativo” em volume (+17,2%), milho, todos os cereais apresentam menor volume de consequência de uma maior produção de maçã, pera, produção”. pêssego, kiwi, frutos de baga e amêndoa, mas uma “A escassez de precipitação, associada a altas redução dos preços em relação ao ano anterior (-1,4%), temperaturas, interferiu negativamente no desenvolvimento em resultado de uma descida generalizada para todos destas culturas, afectando a qualidade”, nota o INE, os frutos, com excepção da maçã. estimando um decréscimo de 0,8% no preço no produtor Este ano a produção de kiwi foi “a maior de sempre”, para os cereais. tendo atingido as 31 mil toneladas “como resultado do Ainda assim, refere, prevê-se um acréscimo em volume acréscimo de produtividade por hectare e, sobretudo, da da produção de milho (+4,2%), já que “o tempo quente entrada em plena produção das plantações recentes”. Já e seco não afectou o desenvolvimento desta cultura em o calibre dos frutos foi “menor do que o habitual, dada regime de regadio”. a excessiva quantidade de frutos por árvore, as altas Também prejudicadas pelas condições meteorológicas temperaturas e a escassez de precipitação”.

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Quanto às amendoeiras, apresentaram “uma quantidade substancial de frutos” e as previsões apontam para uma produção superior a 20 mil toneladas, uma subida de 255,0% face a 2016 e uma “situação única neste século”. Em relação à produção de vinho, as estimativas apontam para um acréscimo nominal de 10,0% e, tendo a vindima sido feita com tempo seco, com uvas em “boas condições sanitárias, bem amadurecidas e com elevados teores de açúcar”, são esperados “vinhos de qualidade superior”. Já na produção de azeite é expectável um decréscimo de 9,3% da produção em volume e um aumento dos preços de base de 29,6%. Segundo o INE, se na campanha actual os olivais regados “atingiram a maturação da maioria dos frutos, perspectivando-se uma produção elevada (aumento de 15,0%)”, nos olivais de sequeiro, que abrangem uma área maior, “a escassa precipitação de Setembro e Outubro, aliada às elevadas temperaturas, conduziu a uma produtividade inferior (queda precoce ou engelhamento dos frutos) e afectou negativamente o teor em gordura das azeitonas”. Esta redução de oferta interna, aliada ao aumento de procura internacional (em consequência da redução da oferta dos países produtores e aumento de consumo a nível mundial) geraram um aumento de preços deste produto no ano de 2017. Globalmente, as estimativas do INE apontam para que a produção do ramo agrícola aumente este ano 4,0%, em termos nominais, traduzindo um aumento do volume (+3,9%) e uma estabilização dos preços base (+0,1%). Já a evolução dos preços no produtor (+0,6%) deverá ser atenuada por uma diminuição dos subsídios aos produtos (-16,0%). www.gazetarural.com

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Adiantou o secretário de Estado das Florestas

Governo vai criar Gabinetes Técnicos Intermunicipais e apostar na rede primária nas florestas

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secretário de Estado das Florestas, Miguel Freitas, afirmou que vão ser criados Gabinetes Técnicos Intermunicipais em cada uma das Comunidades Intermunicipais, anunciando ainda uma aposta na rede primária de defesa das florestas. O secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural, acompanhado por outros elementos do Governo, reuniu com todas as Comunidades Intermunicipais, referindo que a criação dos gabinetes foi um tema em que se chegou a acordo. “Vamos avançar com a criação dos Gabinetes Técnicos Intermunicipais em cada uma das Comunidades Intermunicipais. Este primeiro ano será mais dedicado ao planeamento, mas estes gabinetes vão ter também um papel essencial nos Planos Regionais de Ordenamento Florestal”, afirmou o governante. Miguel Freitas referiu ainda que o programa de fogo controlado vai avançar ainda este ano e que também vai ser efetuada uma aposta na rede primária de defesa das florestas contra incêndios. “A rede primária são as grandes faixas de 125 metros que protegem as florestas. Dos 130 mil hectares planeados só estão executados 40 mil e pretendemos avançar com este processo. Vão ser efetuados 500 novos quilómetros e efetuada a manutenção de metade, cerca de 20 mil hectares, da rede existente”, salientou, explicando que vão ser identificadas as zonas mais críticas. Para a aposta na rede primária está contemplada uma verba de 15 milhões de euros no Orçamento do Estado. O secretário de Estado das Florestas explicou ainda que o secretário de Estado da Energia, Jorge Seguro Sanches, também esteve presente na reunião e que foi abordada a questão da criação de pequenas centrais de biomassa, que serão articuladas com as Comunidades Intermunicipais. Em relação à questão das madeiras ardidas nos incêndios, Miguel Freitas disse que será efetuada uma reunião específica com as cinco Comunidades Intermunicipais para “mapear os parques de madeiras”, em princípio, já na próxima semana. A criação de brigadas de sapadores florestais para a manutenção da rede primária e para a estabilização de casos de emergência foi também um tema abordado na reunião, mas este ainda não é um assunto fechado.

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Opinião

nho do novo modelo, pois esse envolvimento é fundamental para o sucesso da desejada mudança do atual paradigma. Num País com mais de 15 mil ignições por ano (“um recorde em relação a outros países com clima semelhante”, segundo o Prof. Filipe Duarte Santos) e cujas causas são de origem humana em 99% das situações, é fácil perceber por onde se deve abordar o problema dos incêndios floresoi nesses termos que o Primeiro-Ministro António Costa se tais – na redução do número absurdo de ignições. dirigiu à comunicação social na cerimónia de entrega de 44 Os acontecimentos de 15 e 16 de Outubro são viaturas ao abrigo do programa de reequipamento de equipas de uma evidência expressiva do muito trabalho que sapadores florestais. “Os sapadores florestais são um elemento ainda há a fazer nesse domínio. essencial para aproximar a prevenção do combate aos incêndios Aliás, era previsível que este ano podia correr florestais”, disse António Costa nessa ocasião, salientando que mal. Em Abril, a Ministra da Administração Interna fazem “um trabalho absolutamente fundamental”. O Primeiroalertava que os incêndios que estavam a ocorrer -Ministro reafirmou, ainda, a aposta do Governo nos Sapadores “eram preocupantes, porque neste primeiro trimesFlorestais, tendo deixado a promessa de criar mais 200 equipas tre tivemos um número anormalmente elevado de até 2020, ao mesmo tempo que irá ser promovido o reequipaignições”. No entanto, e face à situação de seca que mento das equipas mais antigas. o País atravessou, nem a Protecção Civil, nem o ICNF Dessa intervenção importa reter uma outra mensagem, do ou a GNR, tiveram a capacidade de agir em anteci‘tempo de longo prazo’, que valoriza a dimensão estratégica pação na mitigação do problema. O que sucedeu no da intervenção das políticas públicas, nomeadamente “na cafatídico domingo de 15 de Outubro foi o resultado da pacidade de revitalizar economicamente o interior, condição inação do Sistema de DFCI face ao agravamento do essencial para a criação de emprego, que fixe e atraia popurisco meteorológico de incêndio que a passagem do lações”. De acordo com o Primeiro-Ministro é nesta dimensão furacão Ofélia antecipava... O Instituto Português do que entra a ‘Reforma da Floresta’, que tem como objecto prinMar e da Atmosfera (IPMA) avisou, com 72 horas de ancipal “dotar a nossa floresta de uma capacidade de viabilidatecedência, a Proteção Civil que aquele seria o dia mais de económica que permita fazer uma gestão que seja uma perigoso do ano. fonte riqueza para as populações”. Depois, temos a falta de uma política consistente e No meu ponto de vista, António Costa abordou, de uma integrada de protecção das casas e dos aglomerados poforma clara, o aspeto crítico para vencermos a “Guerra do pulacionais no espaço rural e peri-urbano. Também nesFogo” - a dimensão social dos incêndios florestais. Num dete domínio central, aquilo que temos verificado, ano após bate recente na SIC Notícias, por ocasião da passagem de ano, é a inexistência de uma política realista, mobilizadoseis meses sobre a tragédia de Pedrogão Grande, o Prof. ra da população, que permita transpor para o terreno, de Xavier Viegas, investigador da Universidade de Coimbra, uma forma efectiva, as disposições inscritas na legislação questionava, com grande sentido de oportunidade, Tiago vigente – Decreto-lei n.º 124/2006, de 28 de junho. Oliveira, o presidente da Estrutura de Missão para a InsAntónio Costa anunciou, no Congresso da Associação talação do Sistema de Gestão Integrada de Fogos Rurais, Nacional dos Municípios Portugueses, uma linha de crédito sobre a forma como a população será envolvida no desede 50 milhões de euros para os Municípios promoverem a

Recuperar o tempo perdido

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gestão de faixas de proteção às vias e às localidades, podendo o Estado substituir-se aos proprietários que não cumpram. No entanto, não só se revela uma verba limitada face à dimensão do problema, como falta uma linha programática de acção que lhe dê suporte e permita estabelecer prioridades para a intervenção no território e, consequentemente, para a assertiva alocação dos fundos públicos e uma ação eficaz na proteção das aldeias. O inicio de um novo ciclo autárquico, decorrente das eleições de Outubro, somado com a dimensão de intervenção supramunicipal das CIM, que o Secretário de Estado das Florestas tem estado empenhado em valorizar, constituem duas boas condições de partida para alicerçar uma política nacional efetiva nesse domínio central de intervenção, conforme evidenciaram os incêndios florestais deste ano que destruíram milhares de casas e empresas – só no incêndio de Pedrogão Grande cerca de meio milhar de casas foram, total ou parcialmente, destruídas pelas chamas. De facto, foi a dimensão social que transportou os acontecimentos vivenciados este ano para um novo patamar, para uma “nova geração de fogo”, conforme caracterizou Mark Beighley, o especialista norte-americano que escreveu num relatório de 2009 que Portugal poderia viver uma tragédia sem precedentes, com uma área ardida superior a 500 mil hectares, conforme veio a suceder. A abordagem da dimensão social para responder a esta ‘nova geração de fogo’ implica uma maior responsabilização colectiva dos agentes da Proteção Civil, quer em termos da Administração Central, quer na dimensão municipal, da intervenção direta das autarquias. Como tem afirmado o Prof. Xavier Viegas, a população deve tornar-se o quarto pilar do Sistema Nacional de Defesa da Floresta Contra Incêndios. Num momento em que a floresta regressa à agenda política, é preciso agir para que o próximo ano não repita as tragédias que o Pais viveu em 2017. No entanto, “para aprender não basta só ouvir por fora, é necessário entender por dentro”, escreveu o Padre António Vieira no Séc. XVII e é esta mensagem intemporal que deixo ao Governo para reflexão, em jeito de “fecho de contas” de um ano que poderá ter sido saboroso na Economia, mas que deixou muitos amargos de boca no que aos incêndios florestais diz respeito. Veremos no trabalho da Estrutura de Missão para a Instalação do Sistema de Gestão Integrada de Fogos Rurais se o Governo aprendeu as lições de 2017 e “entendeu por dentro o problema”. Despeço-me com os votos de um Santo Natal e de um Bom Ano Novo, que endosso em especial para todos aqueles que mais sofreram (e ainda sofrem) com os incêndios florestais, na expetativa da recuperação do tempo perdido, com esperança na resolução dos problemas estruturais que Portugal enfrenta na floresta e também no sistema de Proteção Civil.

Miguel Galante Eng.º Florestal

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Impõem-se “a implementação de medidas de prevenção estruturais” e “o lançamento de programas de estímulo ao aumento da produtividade da fileira florestal”, além de outras de “combate à desertificação dos territórios afectados”, afirma, por outro lado, João Ataíde, presidente da CIM da Região de Coimbra e da Câmara da Figueira da Foz. Entre as medidas de prevenção, João Ataíde aponta a “criação de unidade de planeamento florestal à escala intermunicipal”, a “execução das redes de faixas de gestão de combustível” e a “implementação dos sistemas de videovigilância florestal” e “programas de sensibilização e cultura de risco”. Perante a “dimensão da tragédia dos incêndios que assolaram vários municípios da Região de Coimbra”, a CIM adoptou “uma atitude proactiva e de serviço público, Reconstrução do Interior que ardeu é insuficiente assumindo as responsabilidades que lhe para inverter declínio cabem na recuperação económica e social dos territórios afectados”, estando, neste momento a analisar e a encaminhar pedidos de apoio - “e são muitos” - para as entidades competentes. A CIM também está a acompanhar “a implementação das medidas de restabelecimento do potencial produtivo para as empresas, bem como o apoio no quadro social para as famílias afectadas”, com particular atenção nos “impactos decorrentes dos incêndios florestais nomeadamente no que se refere à s apoios para reconstrução das centenas de casas e de necessidade de estabilização das vertentes, empresas destruídas pelos incêndios deste ano e para a retenção de solos e salvaguarda de recursos reflorestação e recuperação da agricultura não bastam para hídricos”. travar o despovoamento do interior da região Centro, defendem A comunidade, que agrega 17 municípios, os municípios. apresentou um quadro com 32 medidas urgentes Para além de mais de praticamente 120 mortos, os fogos deste para “a primeira abordagem assistencialista ano destruíram mais de um milhar de casas, grande parte das aos territórios afectados pelos incêndios, sendo quais primeiras habitações, e mais de 500 empresas e 500 mil que, em diversos domínios, como a agricultura hectares de território, essencialmente de floresta e incluindo ou o turismo”, algumas dessas propostas foram áreas protegidas, sobretudo no interior da região Centro, atendidas. deixando-a mais exposta ao abandono, alertam os autarcas. Mas é necessária “a descentralização das medidas Os apoios para a recuperação das áreas e bens ardidos, de apoio” para permitir “uma maior eficácia e, acima particularmente pelos incêndios que deflagraram em 17 de de tudo, uma desburocratização do acesso ao quadro Junho, em Pedrógão Grande, e em 15 e 16 de Outubro, atingindo de medidas já em aplicação”, destaca João Ataíde. 27 concelhos, são indispensáveis. Na CIM da Beira Baixa, cada um dos seus seis Mas para além das ajudas às vítimas e, por exemplo, do plano municípios está a tratar individualmente os processos de reflorestação do Pinhal de Leiria, há, em relação aos efeitos de candidaturas referentes aos apoios disponibilizados, directos dos fogos, outras situações que exigem atenção, pois, face aos fogos florestais, trata-se de “realidades adverte o presidente da Comunidade Intermunicipal (CIM) de completamente diferentes” entre si, disse o presidente Leiria e presidente da Câmara desta cidade, Raul Castro. É da Comunidade e da Câmara de Castelo Branco, Luís necessário “fazer a contenção dos solos para evitar que as Correia. chuvas arrastem as cinzas e todos os detritos para as linhas Para o presidente da CIM Viseu Dão Lafões, Rogério de água e poder contaminá-las”. São precisos “muros de Abrantes, é preciso “apostar em infraestruturas, como contenção”, adverte Raul Castro. uma via alternativa ao Itinerário Principal (IP) 3, entre Para além da tragédia dos incêndios, impõe-se “combater Viseu e Coimbra, e um aeroporto na região Centro”, a desertificação” e a solução é a criação de postos de para “ajudar o Interior a recuperar e a tornar-se mais trabalho, sustenta Raul Castro - “o desenvolvimento só se desenvolvido”. faz com pessoas e as pessoas precisam de trabalho”. Têm Deveria haver um aeroporto em Coimbra ou em Viseu, de ser criados “incentivos para fixar empresas” nesses para promover a deslocação de turistas para o Interior, territórios, sintetiza Raul Castro, sob pena de o país “correr exemplifica Rogério Abrantes, que também é presidente da o risco de ter vários desertos”. Câmara de Carregal do Sal.

Presidentes das CIM do Centro do país ‘pedem’ medidas para travar o despovoamento

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Certame decorreu em Salamanca

Ecoraia 2017 recebeu mais de 30 mil visitantes

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pavilhão de exposições da Diputacion de Salamanca recebeu a edição 2017 da Ecoraia, certame que este ano contou com mais de uma centena de expositores e recebeu mais de 30 mil visitantes. O certame repetiu êxitos anteriores e é já um dos maiores eventos transfronteiriços. Realizado em parceria com a Comunidade de Trabalho BIN-SAL e Diputacion de Salamanca, no âmbito do projecto BIN SAL Empreende, a Ecoraia reforça as relações existentes entre as instituições que contabilizam mais de 10 anos em diversos projectos. Pelo sétimo ano consecutivo no pavilhão de exposições de Salamanca recebeu mais de uma centena de expositores, com uma representatividade de mais de 50% de produtores Nacionais, os quais apresentaram e venderam os seus produtos, revelando-se desta forma, uma oportunidade de negócio imediato e futuro, com as relações estabelecidas com empresários espanhóis que procuram também neste certame alternativas aos produtos que já comercializam. O evento recebeu mais de 30.000 visitantes, que num fim-de-semana prolongado, antecipando o Natal, puderam realizar as suas compras especialmente em produtos agroalimentares dos dois lados da fronteira. Antonio Dias Rocha, presidente da Associação de Municípios da Cova da Beira, fez “um balanço extremamente positivo” desta iniciativa, que, no seu entender, “deverá ter continuidade, atendendo ao sucesso que vem alcançando todos os anos”. Por sua vez Francisco Javier Iglésias Garcia, presidente da Diputacion de Salamanca, “abraça e vê como oportuna e necessária” a realização da Ecoraia, para que “a dinamização do comércio transfronteiriço seja reforçado e, desta forma, surjam novas oportunidades para os habitantes desta província de Salamanca”. www.gazetarural.com

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Chegada tardia não diminuiu a procura desta iguaria

Dia solarengo atraiu milhares de pessoas à Feira do Míscaro

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lguns milhares de pessoas passaram pelo Largo de S. Bernardo, em Satão, atraídos por uma das iguarias mais apreciadas nesta altura do ano. A Capital do Míscaro acolheu turistas, visitantes, especialistas na degustação de míscaros, artesãos, vendedores e compradores de míscaros “que fizeram com que este certame fosse mais uma vez um sucesso”, refere a autarquia, no balanço final ao certame. Cerca de noventa vendedores de míscaros e de artesanato marcaram, presença num evento realizado num dia solarengo, apesar de algum frio que se fez sentir. Apesar do preço, que muitos consideraram elevado, não sobrou míscaro no final do evento. O ano atípico, com a seca e as chuvas tardias, atrasaram a chegado desse produto tão procurado nesta região. O evento contou com várias actividades como uma prova de míscaros, o tradicional magusto de S. Martinho, actuação do Grupo de Concertinas de São Miguel de Vila Boa e do grupo Sons do Minho. Sátão, a Capital do Míscaro, “continua a oferecer a todos os satenses e visitantes um evento já com tradição, onde o Míscaro e uma vasta oferta cultural e gastronómica proclamaram a ‘Arte de Bem Receber’ das gentes deste concelho”.

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Mostra dos Frutos de Outono foi “fora da época”

Oleiros prepara edição 2018 do Festival Gastronómico do Cabrito Estonado e do Vinho Callum

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ncerrada a Mostra dos Frutos de Outono, este ano realizada fora de época devido ao flagelo dos incêndios, Oleiros olha já para o futuro. À Gazeta Rural, o vereador da Câmara de Oleiros Paulo Jorge Urbano diz que “foi a Mostra possível”, condicionada pelos incêndios que afectaram o concelho e que obrigou à sua realização fora da época habitual. Deste modo, Paulo Urbano aponta para o futuro e trabalha já no Festival Gastronómico do Cabrito Estonado e do Vinho Callum, dois produtos em que a autarquia aposta para a promoção do seu território. Gazeta Rural (GR): Que balanço faz da Mostra dos Frutos de Outono? Paulo Urbano (PU): Foi a possível. O certame foi positivo, embora marcado pelos incêndios deste ano, uma vez que não pudemos realizar esta iniciativa na data prevista. Com isto, não tivemos todos os produtores que estavam inscritos, uma vez que o medronho e a castanha são produtos de época, que nesta altura já existem em pouca quantidade. A realização desta Festa de Produtos de Outono foi decidida pela autarquia de Oleiros, uma vez que é uma actividade inserida no ProDer Beira Baixa Produtos de Excelência. Foi realizada numa altura em que houve muitas actividades nos concelhos vizinhos e não tivemos o público que esperávamos, aquele que habitualmente nos visita no último fim-de-semana de Outubro. Ficou a registo da sua realização e aproveitámos para promover algumas campanhas de sensibilização e distribuição de medronheiros, que nos ofereceram, e esperamos no próximo ano realizar a Mostra nos moldes e na data habituais. GR: No início do ano vem aí um festival gastronómico? PU: Vamos ter o Festival Gastronómico do Cabrito

Estonado e do Vinho Callum, que se vai manter nos moldes que se tem realizado. É um evento que promove um produto nosso, como é o cabrito estonado, uma marca consolidada e um produto típico de Oleiros e com muita procura, tivéssemos nós mais capacidade de oferta. Uma das dificuldades que temos em Oleiros é a criação de cabritos, mas também a produção de vinho Callum. GR: O vinho Callum é uma aposta da autarquia nos últimos anos. Como está o processo? PU: Tem vindo a decorrer ao longo dos últimos anos. Neste momento já temos em Oleiros uma marca de vinho Callum, registada por empresários que vão avançar com a construção de uma adega. Temos vindo a apostar na sensibilização para a plantação de novas vinhas da casta Callum, para termos escala de modo a podermos vender este produto de uma forma diferente. Neste momento, com a promoção que estamos a fazer, não temos capacidade de satisfazer a procura. GR: É um processo que ainda vai demorar algum tempo? PU: Sim, é um processo continuado. A promoção que começámos a fazer há quatro anos do cabrito estonado foi lenta, mas pensada e estruturada. Neste momento Oleiros deve vender, em média, bem mais de uma centena de cabritos estonados por mês. Portanto, como em tudo, o caminho faz caminhando e a aposta que fizemos no cabrito estonado é a mesma que estamos a fazer com o medronho e com o vinho Callum. Este é, contudo, um produto diferente e estamos a trabalhar com a empresa que já fez o registo da marca. O passo seguinte é a tentar fazer a sua certificação e a fazer o registo nos Vinhos Históricos, que é onde se insere. www.gazetarural.com

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Novas regras entram em vigor a 1 de Janeiro de 2018

Parlamento Europeu aprova “mini reforma” da política agrícola comum

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Parlamento Europeu aprovou um regulaAlgumas prerrogativas das organizações de produtores, mento que simplifica as regras da polícomo o planeamento da produção, a optimização dos custos de tica agrícola comum (PAC) e reforça a posição produção, a colocação no mercado e a negociação de contratos de dos agricultores na cadeia de abastecimento fornecimento de produtos agrícolas em nome dos membros, que alimentar. já existem nos sectores do leite, do azeite, da carne de bovino As novas regras, aprovadas por 503 votos a e das culturas arvenses, serão alargadas a todos os sectores favor, 87 contra e 13 abstenções, facilitam tamcom vista a melhorar a posição dos agricultores na cadeia de bém o acesso dos jovens agricultores aos pagaabastecimento. mentos, alargam as medidas de prevenção e gesO chamado “Regulamento Omnibus” altera o regulamento fitão dos riscos e estabelecem um instrumento de nanceiro que rege a execução do orçamento da UE e vários actos estabilização dos rendimentos. legislativos sectoriais, nomeadamente no domínio da agricultuEsta “mini reforma” da PAC inclui, entre outras, ra. disposições sobre o conceito de agricultor activo, O acordo alcançado entre os negociadores do Parlamento Eudando maior flexibilidade aos Estados-Membros, a ropeu e do Conselho no dia 12 de Outubro visa simplificar as ecologização e alterações no âmbito dos seguros. regras da PAC através de uma série de melhorias técnicas de O apoio a contratos de seguro que cubram as quatro regulamentos: pagamentos directos, desenvolvimento perdas causadas por acontecimentos climáticos rural, organização comum de mercado e regulamento horizonadversos ficará disponível quando tiver sido destruída tal. mais de 20% da produção anual média do agricultor. As novas regras entram em 1 de Janeiro de 2018.

FICHA TÉCNICA

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Ano XIII | N.º 307 | Periodicidade: Quinzenal Director: José Luís Araújo (CP n.º 7515) jla.viseu@gmail.com | 968044320 Editor: Classe Média C. S. Unipessoal, Lda Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu Redacção: Luís Pacheco | Opinião: Miguel Galante | Paulo Barracosa Departamento Comercial: Fernando Ferreira Redacção: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu | Telefone 232436400 E-mail Geral: gazetarural@gmail.com | Web: www.gazetarural.com www.gazetarural.com ICS: Inscrição nº 124546

Propriedade: Classe Média - Comunicação e Serviços, Unipessoal Limitada Administração: José Luís Araújo Sede: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu Capital Social: 5000 Euros | CRC Viseu Registo nº 5471 | NIF 507 021 339 Dep. Legal N.º 215914/04 Execução Gráfica: Novelgráfica | R. Cap. Salomão, 121 - Viseu | Tel. 232 411 299 Estatuto Editorial: http://gazetarural.com/estatutoeditorial/ Tiragem média Mensal: Versão Digital: 100.000 exemplares Versão Impressa: 1000 exemplares Nota: Os textos de opinião publicados são da responsabilidade dos seus autores.


Quarta edição do “Prémio Empreendedorismo e Inovação Crédito Agrícola”

Crédito Agrícola distingue seis entidades e projectos com 30 mil euros

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Crédito Agrícola revelou os vencedores do “Prémio Empreendedorismo e Inovação Crédito Agrícola”, numa cerimónia que contou com a presença do Ministro da Agricultura, Luís Capoulas Santos, e onde foram atribuídos 30 mil euros a seis entidades e projectos nacionais. Este prémio, que vai já na quarta edição e que resulta de uma parceria com a INOVISA, está dividido em cinco categorias - Cereais, Floresta, Hortofruticultura, Produção Animal e Inovação em Colaboração. Cada um dos vencedores recebeu um prémio no valor de 5.000 euros e foi ainda atribuído um prémio de reconhecimento especial para a candidatura promovida por Associado do CA, no mesmo valor. Na categoria Cereais o prémio foi atribuído à Matter. Esta entidade transforma resíduos orgânicos resultantes de processos agro-industriais, como a produção de cerveja, em materiais ecológicos para revestimento, mobiliário e outros produtos. A Matter está focada na reutilização de resíduos de produção para a criação de materiais sustentáveis, que podem substituir a fibra de madeira na composição dos aglomerados. Na categoria Floresta o vencedor foi a Associação para o Desenvolvimento da Aerodinâmica Industrial (ADAI). Esta entidade, criada no seio da Universidade de Coimbra, está a desenvolver e a implementar ferramentas para a protecção activa contra incêndios em zonas rurais e na interface urbano-florestal. Estas ferramentas incluem telas ignífugas e sistemas de supressão do fogo, utilizadas para o estabelecimento de um perímetro de defesa e barreira à progressão do fogo. A ADAI está duplamente de parabéns, já que também recebeu a distinção BfK (Born from Knowledge) da Agência Nacional de Inovação (ANI), enquanto entidade cuja inovação “nasce do conhecimento”. A distinção BfK Awards é uma das iniciativas do programa Born From Knowledge (BfK), um programa de valorização do conhecimento científico e tecnológico promovido pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, através da ANI. Através da associação a concursos e/ou prémios de inovação existentes, distingue projectos que “nasçam do conhecimento” e empresas que mais se destaquem em actividades de Investigação & Desenvolvimento (I&D). O BfK representa, assim, uma cultura que celebra a valorização da ciência e o seu impacto na sociedade, dotando Portugal de um programa de promoção e valorização do conhecimento científico e tecnológico. Na categoria Hortofruticultura, o prémio foi atribuído à Biovivos, uma empresa que produz e comercializa três variedades de plantas comestíveis – ervilha, girassol e erva de trigo – altamente nutritivas e vendidas vivas, potenciando assim a qualidade dos nutrientes até ao momento

do consumo. As plantas, que são produzidas em micro-estufas urbanas com painéis solares e baixo consumo de água, são biológicas e sustentáveis. Na categoria Produção Animal a ScrofaTech foi a grande vencedora. Trata-se de uma empresa que desenvolve sistemas inteligentes de apoio à gestão de explorações de suinicultura de vários tipos e dimensões. Com soluções como o Scrofa Partum e o Scrofa Pinge, a ScrofaTech garante sistemas de controlo de processos produtivos, nomeadamente a previsão e monotorização de partos, o controlo do ciclo reprodutor suíno e a monotorização do peso dos animais. O projecto Greentaste foi o vencedor na categoria Inovação em Colaboração. É um projecto focado no desenvolvimento de preparados alimentares à base de tomate verde que não é colhido (tomate-indústria não amadurecido). Estes preparados podem ser utilizados na criação industrial de novos molhos e temperos.

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Equipa da RCI, a única de Viseu, reuniu em jantar de Natal.

Quinta das Rosas é o novo livro do viseense Jorge Marques, numa edição da Edições Esgotadas, cuja apresentação decorreu no Museu Nacional de Grão Vasco, em Viseu

Na campanha Natal Solidário - “Juntos Ajudamos”

Verallia Portugal entregou 500 cabazes a famílias carenciadas

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atal Solidário 2017- “Juntos Ajudamos” é o nome da campanha de solidariedade de Natal que, pelo sétimo ano consecutivo, a Verallia Portugal promove em prol das famílias carenciadas da Figueira da Foz. Cada vez mais focada nos princípios de Responsabilidade Social, a empresa procura auxiliar as famílias mais carenciadas do município da Figueira da Foz através da oferta de bens alimentares. Assim, em colaboração com o município, e com as 14 freguesias adjacentes, a Verallia entregou 500 cabazes recheados de produtos alimentícios, esperando que

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estes ajudem a formar uma quadra natalícia mais feliz e reconfortante às gentes mais desfavorecidas da região. Cada cabaz incluía um pacote de arroz, um pacote de massa, uma lata de atum, uma lata de salsichas, um pacote de bolachas Maria, um frasco de grão-de-bico, uma saqueta de sopa Knorr Legumes, uma Gelatina, um litro de leite e um pacote de Tang para um litro de água. “Juntos Ajudamos” é o lema desta campanha de Natal que reforça os laços entre a comunidade e a Verallia Portugal, que promete continuar a abraçar este tipo de causas, no âmbito da responsabilidade social.


Candidaturas Abertas: Operação 10.2.1.1 – Pequenos Investimentos na Exploração Agrícola Período de Candidatura – das 10:00:00 de 02 de novembro às 16:59:59 de 10 de janeiro de 2018

Operação 10.2.1.2 – Pequenos Investimentos na Exploração Agrícola Período de Candidatura – das 10:00:00 de 02 de novembro às 16:59:59 de 31 de janeiro de 2018

SI2E – Sistema de Incentivos ao Empreendedorismo e Emprego Período de Candidatura – até às 16:00h de 29 de dezembro de 2017

Para mais informações consulte: www.add.pt ou www.pdr-2020.pt

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