Gazeta rural nº 309

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Sumário

05 07 09 10 12 13 14 17 18

Programa das amendoeiras em flor em Foz Côa com 40 iniciativas

Autarca de Penalva garante uma “grande” Feira do Pastor e do Queijo ANCOSE quer salvar queijo certificado da Serra da Estrela

Feira do Queijo do Alentejo recebe produtores de todo o país Aldeias do Xisto promovem evento dedicado à gastronomia típica beirã

Festival de Sopas de Sernancelhe com muito folclore

Feira de Fumeiro de Vinhais à espera de 80 mil visitantes

Expo Estrela com cartaz atractivo em Manteigas Feira das Tradições em Pinhel será “a melhor de sempre”

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19 20 22 24 26 30 32 34 38

Olival e azeite dominam edição deste ano da Feira Nacional da Agricultura Constância prepara Festas do Concelho 2018 Da singularidade do carnaval de Nelas à secular tradição em Canas de Senhorim

Vila Franca das Naves concentra as atenções do Carnaval em Trancoso Casa da Passarela comemora 125 anos com vinhos “de outro mundo” Mudanças na agricultura e alimentação podem combater aquecimento global

Sociedade tem de estar preparada para enfrentar incêndios extremos Crédito Agrícola reforça apoio à produção nacional

Feira “100% Agrolimiano” mostra o melhor do sector agroalimentar de Ponte de Lima


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Agenda

Festivais gastronómicos De 23 de Fevereiro a 18 de Março - Festival de Chocolate em Óbidos Realizado na pitoresca Vila Medieval de Óbidos, este Festival transporta grandes e pequenos para um mundo de fantasia onde o Chocolate é protagonista. Com decorações e cenários coloridos, actividades e muita animação para todas as idades, este é um evento inesquecível que irá divertir toda a família! De 2 e 4 de Março – Silarca - Festival do Cogumelo Realizado na freguesia de Cabeça Gorda, no concelho de Portel, este evento recebe expositores com produtos ligados à produção de cogumelos, ervas aromáticas, licores regionais, doçaria tradicional, bordados e costuras, bem como algum artesanato regional. Feiras sectoriais De 2 a 4 de Fevereiro – Feira de Caça, Pesca e Desenvolvimento Rural O evento, que terá lugar em Vilar Formoso, reúne expositores ligados ao mundo da caça, pesca e desenvolvimento rural, provenientes de todo o território nacional e transfronteiriço. De 9 a 11 de Fevereiro – Feira das Tradições e Actividades Económicas O município de Pinhel organiza o maior certame de Inverno da Beira Interior, que conta com mais de duas décadas de existência De 12 a 14 de Fevereiro – SISAB 2018 A “maior mostra mundial de marcas e produtos de um só país dirigidos à exportação” vai decorrer em Lisboa. De 27 de Abril a 1 de Maio - Ovibeja 2018 “Todo o Alentejo deste mundo” é o slogan que promoveu um certame que atrai agricultores, mas dezenas de milhares de visitantes. Exposição pecuária, boa gastronomia alentejana e os melhores concertos.

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Evento de excelência que reúne num só espaço os vários produtores concelhios, divulgando todas as potencialidades e saber fazer deste concelho minhoto. De 2 a 4 de Fevereiro - Festival do Butelo e das Casulas Produtores de butelo, casulas e fumeiro, expositores de artesanato, produtos hortícolas e da terra dão a conhecer aquilo que de melhor se faz na região de Bragança. De 8 a 11 de Fevereiro – Feira do Fumeiro de Vinhais A mais antiga Feira Nacional do Fumeiro junta dezenas de expositores. Destaca-se das demais pelos enchidos de excelência que valeu a Vinhais a atribuição do título “Capital do Fumeiro”. De 9 a 11 de Fevereiro - Festa da Orelheira e do Fumeiro O certame decorrerá em Cabeceiras de Basto e conta com o tradicional fumeiro, a promoção gastronómica, o folclore, o artesanato e muita animação. De 10 a 13 de Fevereiro – Feira do Fumeiro de Almeida A freguesia de Almeida promove uma feira dedicada às especialidades do fumeiro, mas também outras iguarias como a bola de carne, os doces, o pão tradicional e artesanato. Nos dias 3, 4, 10 e 11 de Março – Feira do Fumeiro de Trancoso Este evento conta com produtores de enchidos e fumados, queijos, pão, doçaria regional, vinhos, mel, azeites e ainda artesanato regional. Feiras do Queijo Dias 3 e 4 de Fevereiro – Feira do Pastor e do Queijo em Penalva do Castelo Este evento congrega produtores de queijo que assim têm oportunidade de divulgar, promover e vender um dos produtos de excelência do concelho. De 9 a 13 de Fevereiro – Expo Serra em Gouveia Os melhores produtos provenientes da Serra da Estrela são promovidos nesta Feira, onde os produtores da região mostram o que de melhor produzem.

De 15 a 17 de Junho - Feira do Campo Alentejano Esta feira agroindustrial, promovida pela Câmara de Aljustrel, já conquistou o seu lugar no panorama regional, do sul do país,

De 10 a 13 de Fevereiro – Feira do Queijo Serra da Estrela O certame vai ter lugar no Mercado Municipal de Seia e área envolvente e procura promover amplamente o queijo, os produtos endógenos, a cultura e as tradições locais.

Feiras de Fumeiro De 2 a 4 de Fevereiro - Feira do Fumeiro de Vieira do Minho

De 23 a 25 de Fevereiro - Feira do Queijo do Alentejo 2018 A tecnologia artesanal do queijo tem grandes tradições no Alentejo, nomeadamente em Serpa, onde, desde sempre, desempenhou um papel de grande importância económica.


De 23 Fevereiro a 11 de Março, envolvendo mais de 3000 pessoas

Programa das amendoeiras em flor em Foz Côa com 40 iniciativas

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município de Foz Côa acolhe de 23 de Fevereiro a 11 de Março o espectáculo natural das amendoeiras em flor, numa organização com 40 iniciativas culturais e económicas envolvendo mais de 3000 pessoas. “Nós sabemos que a grande porta de entrada no concelho de Foz Côa é o do sector do turismo. Investimos cerca de 120 mil euros nas actividades da amendoeira em flor, que trazem retorno económico ao território “, avançou o vice-presidente da câmara de Foz Côa, João Paulo Sousa. Vila Nova de Foz Côa assume-se como a Capital da Amendoeira em Flor, em que a promoção destas festividades começou há 37 anos, num território detentor de dois patrimónios mundiais classificados pela Unesco. “Temos um conjunto de actividades promocionais, turísticas e culturais viradas para os territórios do Douro, Côa e para o Museu e Parque Arqueológico. Conjugámos a paisagem com gastronomia e paisagem ao par dos produtos endógenos “, explicou. Na componente económica, o período das festividades vais contar com quatro feiras de rua. A estes mercados, acresce uma novidade que passa por levar à vila de Almendra um novo certame vocacionado para os produtos da terra “de qualidade superior”. As actividades cinegéticas, associadas aos passeios pedestres, serão outras das iniciativas que prometem atrair algumas centenas de pessoas aos territórios do Douro e Côa. No campo musical, o destaque vão para a presença de Miguel Araújo, Diogo Piçarra ou os Sons do Minho. A organização das festividades da amendoeira não aponta números concretos de visitantes, já que há pessoas que circulam por todo o concelho, preferindo afirmar que serão alguns milhares de pessoas que por esta altura do passam por Vila Nova de Foz Côa, vindos essencialmente do litoral. “Só no desfile etnográfico, um dos eventos maiores das festividades, que decorre pelas ruas da cidade, juntam-se mais de seis mil pessoas”, exemplificou João Sousa. O Município de Vila Nova de Foz Côa, pioneiro na elaboração e na concretização dos projectos relativos à Amendoeira em flor, e mais recentemente dos patrimónios mundiais, “tem apostado forte” neste certame considerando-o “como um investimento e não uma despesa”.

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Com cerca de 40 expositores e 3 e 4 de Fevereiro

Autarca de Penalva garante uma “grande” Feira do Pastor e do Queijo

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omo habitualmente, Penalva do Castelo abre o ciclo de eventos dedicados ao queijo Serra da Estrela. Assim, a 3 e 4 de Fevereiro todos os caminhos vão dar a ‘Castendo’, numa feira que para além o queijo, o rei da festa, oferece também outros produtos regionais, como o vinho do Dão, o fumeiro e o artesanato. Em entrevista à Gazeta Rural, o presidente da Câmara de Penalva espera uma “grande” Feira, naquele que é “o maior evento do concelho”, onde “haverá queijo de excelente qualidade”. Francisco Carvalho, a cumprir o segundo mandato, espera concretizar nos próximos quatro anos duas obras que considera “fundamentais para o desenvolvimento do concelho”, como são a circular à Vila e o acesso à A25. Gazeta Rural (GR): Este é um evento marcante para os produtores do concelho? Francisco Carvalho (FC): Sem dúvida. É a XXVII edição de um evento que vai ser realizado num figurino semelhante ao dos últimos anos, com a presença da RTP, sábado de tarde, e de um artista popular, Gabriell, na tarde de domingo, dado que esta é também uma festa virada para as nossas gentes. Fizemos um apelo aos nossos produtores para levarem à Feira o mesmo número de quilos de queijo de anos anteriores, de modo a que quem vier a Penalva, nesse dia, tenha queijo assegurado. No espaço da Feira haverá lugar para outros produtos do concelho, com o vinho do Dão, o fumeiro e o artesanato. Estarão presentes cerca de 40 expositores numa tenda gigante. Penso que teremos uma grande feira, naquele que é o maior evento do concelho. GR: 2017 foi um ano atípico, pelas razões conhecidas. A seca afectou a produção de queijo no concelho?

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FC: A falta de chuva afectou, de um modo geral, toda a agricultura do concelho. Quero aqui referir a ANCOSE, que foi um parceiro importante para aliviarmos o bolso dos nossos agricultores, oferecendo alimentos para os rebanhos. A autarquia contribuiu com um donativo à Associação para custear o transporte e nós também comprámos alimentos para os animais, que ofertámos aos nossos agricultores. Foi a preocupação de salvaguardar a rentabilidade dos rebanhos e da pastorícia. Os agricultores estão agradecidos e o Município também quer que eles sintam a importância que têm no evento que vamos realizar em torno do queijo. Pedi-lhes para virem à feira e trazerem queijo, para que as expectativas dos visitantes não saiam goradas. O que posso assegurar, em função do que me foi dito, é que quem visitar Penalva do Castelo naquele fim-de-semana terá queijo Serra da Estrela de melhor qualidade do que em anos anteriores.

GR: Está no início do seu segundo mandato. Qual a obra que, para si, é importante fazer nos próximo anos? FC: Tenho como objectivo, nos próximos 4 anos, completar as obras que vêm do mandato anterior, mas lançando outras que consideramos importantes. Foi reconhecido que fizemos um mandato excepcional. Sem falsa modéstia, acho que ficará na história do concelho. E não foi pelo facto de eu estar na presidência da Câmara, mas foi o melhor mandato até agora realizado. Tivemos alguma sorte e muitos apoios, pelo que dificilmente no futuro, mesmo com o Francisco Carvalho, se fará um mandato tão bom quanto o anterior. GR: O ano passado mostrou alguma Tenho esperança que o Portugal 2020 seja remodelado, uma vez preocupação com o facto de alguns pastoque está com uma fraca execução. Se isso vier a acontecer, penso res deixarem de produzir queijo e entregaque será um ‘abrir de portas’ para que a sua excepção se aproxime rem o leite nalgumas queijarias da região. dos 100%. A situação alterou-se? Naturalmente que há uma obra que gostava de ver concretizada FC: Não. Os produtores de queijo são os mesa curto prazo e que é a ligação da circular de Goje à Zona Empresamos. Não houve aumento nem diminuição. Há rial. É importante para os futuros empresários que esta obra seja uma parte da produção de leite que está a ser construída, porque retira o trânsito da Vila e encurta distâncias entregue nalgumas queijarias, como a da Casa da para a A25. Esta é uma obra de curto prazo. A outra, de médio Ínsua e a Queijaria de Germil, que seleccionam prazo, que gostava de ver concretizada é a ligação de Penalva à muito bem os donos dos rebanhos. São duas queiA25 na zona de Chãs de Tavares, entre Mareco e Pousadas, na frejarias certificadas e licenciadas, que só recebem guesia de Castelo de Penalva. É um troço curto, de cerca de dois leite de ovelha Bordaleira Serra da Estrela, o que quilómetros, sem grandes constrangimentos ou obras de arte, é, desde logo, garantia de qualidade no queijo que – terá eventualmente uma pequena ponte - e terá baixo custo. produzem. Depois desta obra feita, cabe à autarquia gerir as rodovias do Há pequenos produtores que sabem que a autarconcelho de modo a encurtar distâncias para a sede, melhoranquia os protege e apoia. Na reunião que tive com do estrada que vai de Penalva ao Carvoeiro. Esta será uma obra eles, oferecemos o transporte no dia da Feira, para prioritária para desenvolver o concelho e alavancar a economia o queijo e o queijeiro, àqueles que não o têm, para local. que esse não seja um óbice à sua presença na feira. GR: Os pastos melhoraram com as chuvas de Dezembro o que ajuda na qualidade do queijo? FC: Desde as primeiras chuvas que os pastos ficaram mais verdes e o leite que é produzido, e entregue às queijarias, é de excelente qualidade.

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Em Seia de 10 a 13 de Fevereiro

Tradição e inovação na Feira do Queijo Serra da Estrela

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lencada nos valores deste território de montanha, cujas condições naturais estão na origem do desenvolvimento da actividade agroalimentar, a Câmara de Seia promove, no fim-de-semana do Carnaval, de 10 a 13 de Fevereiro, mais uma edição da Feira do Queijo. Numa aliança entre a tradição secular, a criatividade e a inovação, esta mostra tem como principais objectivos a valorização e promoção da marca do Queijo Serra da Estrela, da sua cadeia de valor e dos seus agentes directos, sector com forte expressão no concelho, e, intrinsecamente, a dinamização da actividade turística da Serra da Estrela. Ter um evento que complemente a diversão do Carnaval e uma vinda à neve, com o produto que foi eleito pelos portugueses como o melhor dos melhores, constituem motivos mais do que suficientes para visitar Seia. Nos planos económico, social e cultural, a Feira do Queijo é, igualmente, uma oportunidade para criar sinergias, promover as potencialidades e recursos do território, bem como incentivar e impulsionar novos investimentos, no quadro das novas oportunidades, relacionadas com a qualificação e valorização dos produtos tradicionais. Entre as principais novidades para este ano, destaca-se a ampliamostras do Cão Serra da Estrela, fiel aliado do ção da área coberta no espaço envolvente ao mercado municipal, pastor. Assistir às demonstrações da ordenha da oferecendo mais conforto aos expositores e visitantes, e a aposta ovelha ou às produções ao vivo do Maior Queijo na cozinha a vivo, que nesta edição, para além da utilização de de Ovelha de Seia e do Enchido de Seia são ouprodutos locais, dá visibilidade aos restaurantes locais. Assim, tras das sugestões do programa delineado para os resultante do desafio lançado aos empresários, o programa intequatro dias. gra a confecção de pratos comummente associados à actividade Num ambiente de festa e muita animação, onde pastorícia, que por sua vez podem ser regularmente degustados não faltará a música tradicional, a feira proporciona nos próprios restaurantes. Por sua vez, os produtores de queijo e igualmente oportunidades de degustação, nas tasenchidos apresentarão petiscos e doces inspirados nos próprios quinhas, e de compras num leque diversificado de produtos. expositores de artesanato e de produtos da terra. A proposta é para saborear os produtos regionais, onde o Do vasto programa, destaque ainda para o desfile de Queijo Serra da Estrela assume maior protagonismo, mas de moda com expositores presentes na feira, com prique são indissociáveis produtos como o pão, o vinho do Dão, os mazia para as capas de burel, acessórios tradicionais enchidos e o mel. e calçado artesanal. Aos sabores de montanha, associam-se saberes elencados A feira abrirá todos os dias das 10 às 22 horas, à exnos valores tradicionais da pastorícia, uma vez mais reprecepção da terça-feira de Carnaval, cujo encerramento sentados na recriação da Quinta do Pastor, mas também nas será antecipado para as 18 horas.

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Associação, sedeada em Oliveira do Hospital, criou um centro de recria

ANCOSE quer salvar queijo certificado da Serra da Estrela

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m centro de recria da Associação Nacional de Criadores de Ovinos Serra da Estrela (ANCOSE) deverá contribuir para salvar o queijo certificado da Serra da Estrela, após milhares de ovelhas terem morrido nos fogos de Outubro de 2017. “Houve uma perda muito grande de efectivos”, afirmou João Madanelo, técnico da ANCOSE e responsável pelos trabalhos naquele centro, em Oliveira do Hospital, para preservar “um legado dos antepassados”, que inclui queijo, requeijão e borrego, três produtos da Serra da Estrela com denominação de origem protegida (DOP). Três meses depois dos incêndios de Outubro, na região Centro, em que, segundo estimativas da ANCOSE, terão perecido mais de 8.000 pequenos ruminantes, entre ovinos de raças autóctones e alguns caprinos, a unidade de recria reúne actualmente 130 fêmeas jovens. Trata-se de “borregas que foram desmamadas” e que estão a ser alimentadas com feno e rações para depois serem entregues aos associados, explica João Madanelo. “Seleccionamos as melhores borregas e fazemos um repovoamento orientado”, refere, indicando que “vão entrando e saindo animais” das instalações criadas para o efeito. Em Outubro, “houve muita mortalidade de animais jovens”, quando já tinham ocorrido muitos partos. Na distribuição de reprodutoras, a associação dá prioridade aos criadores que perderam ovelhas nos incêndios, seguindo-se aqueles que querem aumentar o número de efectivos. Nos últimos seis anos, a redução do total de ovelhas da Serra da Estrela não parou de se acentuar, o que já tinha levado a associação a defender incentivos públicos à preservação do queijo DOP. “Não podemos deixar extinguir o queijo Serra da Estrela”, afirmou, em Fevereiro de 2017, Manuel Marques, presidente da ANCOSE, que abrange 18 municípios dos distritos de Viseu, Coimbra, Guarda e Castelo Branco. Além de terem dizimado rebanhos, os incêndios destruíram queijarias, estábulos e pastos, o que originou iniciativas de apoio por todo o país, mas também no estrangeiro, com o objectivo de salvar da extinção o queijo DOP, bem como os outros produtos únicos da ovinocultura regional. Perante dificuldades acrescidas, alguns produtores continuam a apelar à solidariedade, para que o sector consiga sobreviver. É o caso de Mariana Vaz Patto, cuja família possui 184 ovelhas bordaleiras em Gramaços, Oliveira do Hospital, após ter perdido 106 animais no incêndio. “Ficámos com a nossa produção reduzida a um terço”, revela. Em Novembro de 2017, a exploração obteve 600 litros de leite, tendo rondado os 1.800 litros no mesmo mês de 2016. Mariana Vaz Patto realça que a exploração enfrenta agora “um problema muito grave”, para criar 27 borregas destinadas a repor o efectivo. A sua alimentação, que inclui rações e leite em pó, representa um investimento sem retorno nos próximos tempos. “Mantemos os mesmos custos fixos e ainda não sabemos se vamos sobreviver”, declara a gerente da empresa criada pelo médico António Vaz Patto, seu pai, autor do livro “Com os pastores também se aprende”. A abundância de pastos deverá ocorrer com a chegada da primavera. “As borregas ainda têm de estar no estábulo”, danificado pelo fogo, e importa “aproveitar ao máximo o leite” que as ovelhas adultas produzem para queijo. “Toda a nossa capacidade produtiva ficou afectada”, acrescenta. Como falta matéria-prima devido aos incêndios, “o preço do queijo tem de aumentar”, na opinião de Mariana Vaz Patto. A ANCOSE pretende que, “dentro de um ou dois anos”, o sector “volte ao normal ou melhor”, apesar das adversidades. “Estamos a fazer esse esforço”, rematou João Madanelo. www.gazetarural.com

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Em onze restaurantes locais

Fevereiro é o Mês das Migas no concelho de Mora

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ora promove durante o mês de Fevereiro um evento que promove um dos pratos mais tradicionais da cozinha alentejana. As migas vão provar-se à mesa de 11 restaurantes do concelho de Mora. Trata-se de um prato que tem tanto de delicioso como de versátil. Migas de espargos, batata, gatas, coentros, ovas, enchidos, entre outras. A base é o pão alentejano e os acompanhamentos podem ser os mais variados. Há erpa prepara a XVII Feira do Queijo do Alentejo, que se realiza migas para todos os gostos. de 23 a 25 de Fevereiro, no Parque de Feiras e Exposições. O Esta é uma opção constante nos menus dos certame insere-se na estratégia de desenvolvimento do município, restaurantes participantes, no entanto, no deconstituindo-se uma referência na região, promovendo o concelho e correr do Mês das Migas, que vai de 1 a 28 de Fevalorizando os seus recursos e as suas melhores produções agroalivereiro, a oferta é adaptada, existindo em cada mentares, ancoradas no emblemático Queijo Serpa. um deles mais variedades destas iguarias que Com a participação de 44 queijos - de Serpa, Évora, Nisa, Beira fazem as delícias de quem as prova. Baixa, Castelo Branco, Azeitão, Redondo, Borba, Estremoz, Rio de Para a quinta edição do Mês das Migas, a orgaMoinhos e Serra da Estrela – contará pela primeira vez com queijo nização, que cabe à Câmara de Mora, apresenta produzido em modo biológico. uma novidade. “Migas com Chefe”, inserido na rúDurante estes três dias será possível conhecer o melhor das probrica Alentejo em Cena, vai dinamizar e valorizar duções agroalimentares e da gastronomia local, nomeadamente o evento que se tem vindo a consolidar ano após enchidos, vinho, azeite, azeitonas, mel, doçaria conventual, bem ano. Nesse sentido, nos fins-de-semana do mês de como o artesanato regional. Fevereiro, os restaurantes participantes vão receO certame conta com diversas iniciativas para todos os gostos ber nas suas cozinhas um Chef que vai preparar um e muita animação, fazendo da Feira do Queijo do Alentejo um prato de migas, que será, posteriormente, degustamotivo perfeito para visitar Serpa. Estão garantidas actividades do pelos clientes. Joaquim Saragga Leal, Cyril Devide animação para o público mais jovem, oficinas práticas de lliers, Luís Barradas, Pedro Sommer, Pedro Mendes e culinária com queijo, o Concurso de Melhor Queijo da Feira do Hugo Brito, são os Chefs convidados. A apresentação Queijo, ateliê de fabrico de queijo, demonstração de tosquia, dos pratos será acompanhada por um momento muconcurso de ovinos e percurso pela cidade, workshop de cães sical. de pastoreio, tasquinhas, Cante Alentejano, música, animação Com a organização deste evento a Câmara de Mora circulante, BTT – Rota do Queijo, rafting no Guadiana e muitas continua a apostar na projecção económica, turística outras oportunidades de experimentação e de diversão. e cultural do concelho. Mostrar e valorizar o que de melhor se faz, neste caso gastronomicamente, permiIV Semana Gastronómica do Queijo com mais restaurantes te que o Mês das Migas seja um cartão-de-visita na diaderentes vulgação da “boa mesa” alentejana. No Parque de Feiras e Exposições, de 23 a 25 de Fevereiro

Feira do Queijo do Alentejo recebe produtores de todo o país

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O município de Serpa e os restaurantes do concelho levam a cabo a IV Semana Gastronómica do Queijo, que decorre de 5 a 11 de Fevereiro. A iniciativa realiza-se âmbito da valorização dos queijos Serpa produzidos no concelho e da promoção da Feira do Queijo do Alentejo. Vinte e nove restaurantes do concelho, quase o dobro da edição passada, aderiram à iniciativa e vão promover o queijo como um dos ingredientes principais na confecção dos seus pratos, dando assim a conhecer a riquíssima e diversificada gastronomia local.

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“Xisto Week” decorre até 11 de Fevereiro

Aldeias do Xisto promovem evento dedicado à gastronomia típica beirã

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Rede das Aldeias do Xisto promover até 11 de Fevereiro a “Xisto Week”, evento que pretende celebrar a gastronomia beirã, acrescentar valor ao já existente e apresentar novas propostas para os visitantes. “É um evento que procura não só celebrar a gastronomia do território, mas também activar aquilo que são as propostas mais ligadas com o espírito dos lugares, que é a nossa grande proposta de valor e a chave da relação entre quem está e quem chega”, referiu Rui Simão, coordenador da ADXTUR - Agência para o Desenvolvimento Turístico das Aldeias do Xisto. Segundo este responsável, a “Xisto Week” contará com o contributo de seis conceituados ‘chefs’ que, previamente, se juntam aos ‘chefs’ e cozinheiros de 12 restaurantes das diferentes aldeias de xisto para, em conjunto, elaborarem as denominados ementas que privilegiam os produtos mais típicos e emblemáticos da gastronomia local, como a cabra, a truta e os peixes do rio. Encontros que se repetem ao longo deste certame, com a realização de jantares “a quatro mãos”, estando já marcado um para o dia 03 de Fevereiro, no restaurante “O Buke”, na Pampilhosa da Serra, e outro para dia 10 de Fevereiro, no “Museu da Chanfana”, Miranda do Corvo, este último concebido com produtos produzidos no Parque Biológico da Serra da Lousã. “A lógica passa por celebrar a gastronomia e os produtos regionais ao mesmo tempo que se vão construindo, renovando e reinventando pratos sempre a partir da herança e do património do saberes e sabores locais e resgatando produtos identitários que, por alguma razão, até estavam a ser deixados de fora em alguns menus”, acrescentou. Entre as propostas encontram-se, por exemplo, crocantes de chanfana, broa de enchidos e queijos da quinta, sopa na panela de pedra, cabrito estonado em forno de

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lenha, couve recheada com migalhada de chanfana, canja de pato do rio, tártaro de truta, tigelada da terra com geada, crocante de nabada de Semide, entre outras iguarias. Com o nome “Espírito do Lugar”, estes menus vão estar permanentemente disponíveis e podem ser reservados através da nova plataforma bookinxisto.com. A rede de Aldeia de Xisto prevê ainda fazer realizar uma “temporada de verão” da “Xisto Week”, de modo a elaborar ementas e pratos com base em produtos dessa época. A Rede das Aldeias do Xisto é um projecto de desenvolvimento sustentável, de âmbito regional, liderado pela ADXTUR, que tem sede na Barroca, concelho do Fundão, distrito de Castelo Branco. Desenvolvida em parceria com 20 municípios da região Centro e com cerca de 100 operadores privados, a ADXTUR congrega, assim, as vontades públicas e privadas de uma região, que se revêem na gestão partilhada de uma marca, na promoção conjunta de um território, na criação de riqueza através da oferta de serviços turísticos e, finalmente, na preservação da cultura e do património do mundo rural beirão.


De 16 a 18 de Fevereiro, com 16 associações participantes

V Festival de Sopas de Sernancelhe com muito folclore

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ão 16 associações do concelho, 16 sopas, milhares de litros de sopa promovendo uma mostra de 16 sopas e a actuação de nove ranchos folclóricos de todos o país são os princonfeccionadas com os legumes trazidos cipais condimentos do V Festival de Sopas e Encontro de Ranchos de Serpelas associações participantes. nancelhe. Aos milhares de visitantes é dada a posO evento, que vai decorrer no Expo Salão de 16 a 18 de Fevereiro, alia sibilidade de provarem sopas originais, a gastronomia tradicional à cultura etnográfica, e um exemplo do aprocom ingredientes frescos e que não coveitamento dos produtos biológicos dos quintais e hortas das aldeias do nheçam produtos químicos. A sopa é o soconcelho. matório dos sabores da terra ao saber que Tendo como principal objectivo promover as sopas que marcam a passou de geração em geração e que, caso ementa beirã, este Festival é uma manifestação cultural autêntica, onde agora não fosse impulsionado com iniciatios rituais de antigamente são recuperados e as receitas revitalizadas. A vas como o Festival de Sopas, corriam o risco abertura oficial do Festival será no dia 16, pelas 19 horas, pelo secretáde se perder. rio de estado das Autarquias Locais, Carlos Soares Miguel. A par da capacidade gastronómica de cada Tendo como grande objectivo dar a conhecer o concelho de Sernanassociação, o evento contará com a etnogracelhe, enquanto território que privilegia a memória cultural do seu fia. Ao palco subirão, durante os três dias, povo, o Festival de Sopas é um evento que posiciona o município como nove ranchos folclóricos, numa demonstração apostado na valorização dos saberes e sabores de antigamente, recuda cultura de várias regiões do nosso país. Da perando receitas e técnicas de confecção diferenciadoras das aldeias serra ao litoral, da Beira Alta ao Minho, são vádo concelho. rias as actuações que trarão cor e alegria ao Por outro lado, o evento vai ao encontro do conceito de cultura Expo Salão. biológica, ainda muito presente nas hortas e quintais das aldeias, Durante três dias, o Festival das Sopas, que terá entrada livre e dezasseis sopas para prova, contará com uma exposição etnográfica das artes e dos ofícios de antigamente, onde não faltarão as antigas cozinhas da aldeia, as tabernas e os espaços agrícolas típicos dos meios rurais.

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De 8 a 11 de Fevereiro, com 70 produtores

Feira de Fumeiro de Vinhais à espera de mais de 80 mil visitantes

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município de Vinhais promove de 8 a 11 de Fevereiro a XXVIII Feira de Fumeiro, certame que este ano espera receber mais de 80 mil visitantes. A expectativa é de Carla Alves, responsável pela realização do evento, que, em entrevista Gazeta Rural, salientou também a elevada participação de produtores de fumeiro, em número de 70, que este ano marcarão presença na Feira. Carla Alves apontou o aumento do número de expositores ao projecto de empreendedorismo no sector agroalimentar, que está em marcha, que visa apoiar novos produtores e que está na fase inicial, mais virada para a investigação, que considera muito importante para que se possa avançar com a criação de novos produtos. Gazeta Rural (GR): Que novidade apresenta a edição deste ano da Feira? Carla Alves (CA): Este ano há a destacar o aumento do número de produtores presentes na Feira, aspecto que é importante realçar este aspecto, num território onde cada vez menos pessoas se fixam. Teremos 70 produtores na Feira, o que me parece ser o prenúncio do projecto de empreendedorismo no sector agroalimentar que temos em marcha e que visa apoiar novos produtores, dentro da fileira do porco e do fumeiro, promove a investigação científica, aposta na melhoria da imagem, rotulagem e promoção, com o claro intuito de fomentar a comercialização. O grande objectivo deste projecto é o aumento e a fixação de mais gente no sector agroalimentar e, sobretudo, na criação de porco Bísaro e na produção de fumeiro de Vinhais. GR: Qual tem sido a adesão ao projecto? CA: Tem sido boa. O projecto desenrola-se durante dois anos e tem quatro grandes acções e nós estamos ainda na primeira. Esta está mais virada para a investigação científica e os nossos parceiros são o Instituto Politécnico de Bragança (IPB) e a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD). Estamos ainda na primeira fase, porque sem este trabalho inicial de investigação, que é necessário, as acções seguintes estão comprometidas.

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Os investigadores estão a trabalhar na criação de novos produtos, com um estudo mais detalhado em torno da carcaça e da carne de porco Bísaro, como o Manuel Nutricional dos Enchidos de Vinhais. Este trabalho é muito importante para depois passarmos essa informação aos produtores. Em breve iremos abrir as candidaturas para as Bolsas de Ideias. Neste aspecto, o projecto contempla 12 bolsas, a que os produtores se podem candidatar, recebendo um apoio financeiro relativo a novos projectos, ou até para aqueles que já estão no terreno a trabalhar e que querem fazer algo de novo a partir do que já têm. GR: Considera positivo o envolvimento da comunidade científica no sector primário, que está cada vez mais interessada nesta área? CA: Considero fundamental que a comunidade científica apoie a produção. As duas instituições de ensino superior de Trás-os-Montes devem ajudar a desenvolver as riquezas endógenas da região. Sabemos que a UTAD tem estado muito apostada em ajudar o Douro, como também o deve fazer em relação ao porco Bísaro e ao fumeiro de Vinhais, como o IPB com a castanha, o fumeiro e a carne de porco Bísaro. Estes académicos, colocados a investigar as nossas riquezas endógenas, só nos podem trazer mais-valias nos projectos que pretendemos levar a cabo. Estou a lembrar-me de produtos que já tem muito trabalho de há anos, até porque todos têm uma protecção comunitária, o que, para se fazer na altura, deu muito trabalho. Esse trabalho foi feito em 1995, o que quer dizer que agora está desactualizado. Por exemplo, quando o projecto foi feito o salpicão não podia ser fatiado, o que agora se pretende alterar. Para isso temos que ter apoio científico para haver uma justificação em como o produto pode ser fatiado e que isso não altera a sua qualidade. Estamos a falar em pequenas coisas, mas todos os dias necessitamos desse apoio. Quem está no campo, ou mesmo as associações e Câmaras Municipais que queiram ajudar, vão debater-se com a necessidade de ter investigação científica no sector. As universidades e institutos politécnicos têm que estar vocacionados e virados para ajudar naquilo que for necessário e que tem utilidade para a região. GR: Voltando á Feira. Com mais produtores, esperam-se mais visitantes, num fim-de-semana de Carnaval. Que expectativa tem? CA: Este ano esperamos aumentar bastante o número de visitantes, apontando para cerca de 80 mil pessoas em Vinhais, mais 10 mil que em anos anteriores, porque, como disse, estamos a falar de um fim-de-semana de Carnaval. A prova de que as nossas expectativas são elevadas é que as unidades hoteleiras da região estão lotadas, de Vinhais, a Bragança ou em Mirandela. O facto de ser num fim-de-semana prolongado é muito interessante, porque há sempre umas miniférias, ou uma ponte, o que faz com que mais gente se possa deslocar. Esta altura trás também outros eventos associados na região, como o Carnaval dos Caretos de Vila Boa e de Podence, cartazes que são mais um atractivo suplementar. Quem vier passar um fim-de-semana a Vinhais pode visitar outras actividades que se realizam noutros concelhos da região. É um momento excelente da Feira que, lembro, se realiza, há 38 anos, sempre no segundo fim-de-semana de Fevereiro e que este ano coincidiu com o Carnaval. Estou certa que outros eventos do género que se realizam antes não nos tiram gente ou mercado. O que é importante é que se façam eventos ligados a este sector da produção de fumeiro. Será, com certeza, um grande fim-de-semana, com muita gente, pois fomos contactados com muita antecedência por agências de viagem com um programa da Rota do Fumeiro, que temos feito em Vinhais aos fins-de-semana e são muitas as excursões marcadas para Vinhais no período da feira. www.gazetarural.com

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Festival regressa no primeiro fim-de-semana de Fevereiro

Butelo virou rei gastronómico do Carnaval de Bragança

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m menosprezado enchido com que as altura em que ninguém praticamente comia, a não ser algumas pesgentes de Bragança aproveitavam ossisoas do meio rural que tinham esta preocupação e ainda mantinham a nhos do porco virou, em menos de uma détradição por altura do Carnaval, e hoje também é extremamente difícil cada, rei gastronómico do Carnaval, graças a conseguir encontrar casulas no mercado e encontram-se a um preço iniciativas como um festival que regressa no enormíssimo”, segundo o autarca. primeiro fim-de-semana de Fevereiro. “Também por aí, já há pessoas hoje no meio rural que já secam o O Festival e Semana Gastronómica do Butelo feijão para depois venderem como casula para esta altura do ano e das Casulas é o evento que dá a degustar o poderem fazer o seu negócio e também arrecadarem mais algum volumoso enchido de ossinhos e as cascas de dinheiro”, indicou. feijão secas que, depois de demolhadas, são coO Grão-mestre da Confraria do Butelo e das Casulas, Milton Roque, zidas e acompanham o enchido num prato que acrescentou que a iniciativa de Bragança está a ter um “efeito conleva também outras carnes. tágio” nos concelhos limítrofes. “Já há muitas cozinhas regionais a Ao longo dos tempos, da tradicional matança produzir só, exclusivamente, butelo porque a procura é muito grando porco saía um butelo enchido na bexiga do anide. Há algumas fábricas com alguma dimensão, em que 80% da mal com as carnes menos nobres e que as famílias produção cinge-se no butelo, quando não representava sequer 5%, guardavam para comer no Carnaval. Hoje, em dia, há cerca de seis, sete anos”, concretizou. garantem os responsáveis locais, não há oferta A produção deste enchido será sempre limitada, na medida em para tanta procura, tanta do butelo, ao peço de 14 que “não se consegue produzir mais do que quatro butelos por euros o quilo, como das casulas, pagas a 12 euros cada porco”, como explicou o grão-mestre. Esta limitação tem a o mesmo peso. ver com a carne que é aproveitada para o enchido, os ossinhos. O salto aconteceu desde que este prato começou Ainda assim, o uso de outros ingredientes permite que hoje em a ser promovido em semanas gastronómicas, em dia o número de butelos em cada matança seja superior ao único Bragança e com a criação da Confraria do Butelo e exemplar tradicionalmente feito com a bexiga do animal. das Casulas, há oito anos, que organiza, junto com a O butelo e as casulas serão o prato em destaque no primeiro câmara municipal, o Festival anual na época de Enfim-de-semana de Fevereiro, em Bragança, no festival com a trudo. mesa posta numa tenda instalada na praça Camões. As iguaO presidente da câmara, Hernâni Dias, disse que, rias podem também ser degustadas em 27 restaurantes da embora não saiba quantificar, o crescimento da procidade que aderiram à semana gastronómica a decorrer em cura e venda deste produto tem sido “enormíssimo”. simultânea. Quem quiser adquirir o fumeiro e outros produtos “O butelo tem tido um aumento exponencial ao nível tem um espaço de venda para o efeito e também pode ver da procura, tanto que, por exemplo, mesmo em Lisconfeccionar o enchido ao vivo de forma artesanal. boa, onde é feita uma acção de promoção, e no Porto A organização introduziu este ano uma novidade com estambém, todas as pessoas, nomeadamente a Casa de paço e programação dedicados às crianças, como a hora do Trás-os-Montes e também os restaurantes mais ligados conto na biblioteca contígua ao festival, para que toda a faà região que têm este prato, vendem de uma forma abmília possa participar no evento sem a limitação de não ter solutamente incrível, houve um aumento enormíssimo onde deixar os mais novos. de uns anos para os outros”, afiançou o autarca. A novidade desta edição será o Encontro Nacional de ConHernâni Dias realçou que “quase ninguém comia butelo frarias de Portugal, que decorre no dia 03, e que levará a e agora há imensas pessoas a procurar” e “localmente, o Bragança representantes das variadíssimas confrarias gasque dizem as pessoas que o vendem, é que não têm capatronómicas existentes no país, que contabilizam cerca de cidade para poder responder às solicitações relacionadas 90 mil confrades. Entre outras actividades, será também com a procura do butelo”. possível visitar com guia a zona histórica e os equipamenO mesmo acontece com as casulas, já que “houve uma tos culturais da cidade de forma gratuita.

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De 10 a 13 de Fevereiro

Expo Estrela 2018 com cartaz atractivo em Manteigas

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anteigas é lugar de paragem obrigatória na quadra de carnaval. É que ali decorre, de 10 a 13 de Fevereiro, a edição 2018 da Expo Estrela que tem Mafalda Arnauth, David Antunes, Amor Electro como cabeças de cartaz no programa de animação. Divulgar o que de melhor tem o concelho, encravado na Serra da Estrela, é o objectivo. “É um certame que há 26 anos pretende promover e divulgar o que de melhor se faz em Manteigas, nas diferentes áreas, da indústria, ao artesanato e à gastronomia, bem como mostrar as nossas potencialidades mais atractivas, como a natureza”, afirmou o preAmor Eletro anima noite sidente da Câmara de local na apresentação do evento. No âmbito das actividades da Expo Estrela, acrescentou Esmeraldo Carvalhinho, “prede Carnaval tendemos dar a conhecer o que cerca de meia centena de expositores têm para mostrar”, entre entidades oficias, associações, artesanato, O programa de animação da Expo Estrela produtos regionais, comércio e serviços e outros. O autarca destacou apresenta nomes de primeiro plano do panoraa área dos têxteis, onde em Manteigas “o sector tem dado mostras da ma musical nacional, a que se juntam as bandas recuperação, numa indústria tradicional que se foi perdendo”. filarmónicas locais, que já actuaram com alguns Esmeraldo Carvalhinho salientou a participação da Câmara de dos maiores nomes. “Manteigas tem tradição nas Manteigas na Associação Geoparque, “que pretende levar o planalbandas filarmónicas, com qualidade reconhecida, to central da Serra da Estrela a uma posição de maior visibilidade” que actuarão com nomes de renome nacional e onde, neste contexto, “o concelho tem uma participação e um papel internacional”, destacou o autarca. Assim, no dia muito activo”. 10 a Banda União actuará com Mafalda Arnauth, O edil adiantou também que esta edição da Expo Estrela “terá enquanto no dia seguinte a Orquestra de Sopros alguma inovação”. “Estamos reduzidos ao espaço da Praça Municida Música Nova actuará com o David Antunes e a pal, mas que terá ser repensado para este tipo de actividades. Tem The Midnigt Band. Os Amor Eletro abrilhantarão a alguns constrangimentos, que nesta edição vamos tentar ultrapasnoite de Carnaval, com o tradicional baile e concursar, desde logo em termos de comodidade, conforto e segurança so de máscaras pela noite dentro. para os expositores e visitantes”, referiu Esmeraldo Carvalhinho, No dia 13 a Expo Estrela encerra com uma prova deixando entender que a construção de um multiusos será possíde Queijo Serra da Estrela e o desfile de Carnaval, vel se houver fundos comunitários. que andará pelas ruas da Vila, com a participação do Com um orçamento na ordem dos 70 mil euros, mais baixo em Agrupamento de Escolas de Manteigas e os popularelação a anos anteriores, o presidente da Câmara de manteigas res que se juntam ao desfile. garante que a qualidade pode até ser superior.

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Em Santarém, de 02 a 10 de Junho no Centro Nacional de Exposições

Olival e azeite dominam edição deste ano da Feira Nacional da Agricultura

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olival e o azeite são os temas escolhidos para a 55.ª Feira Nacional de Agricultura/65.ª Feira do Ribatejo, que se vai realizar de 2 a 10 de Junho no Centro Nacional de Exposições, em Santarém. Em comunicado, o Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas (CNEMA) afirma que, em torno da temática do olival e do azeite, o certame vai receber o “World Olive Oil Summit”, que contará com a presença de especialistas nacionais e internacionais da fileira do azeite. Nesse âmbito, vai realizar-se, ainda, o Concurso Nacional de Azeites, o Congresso Nacional de Azeite, o Simpósio Nacional de Olivicultura, uma exposição de Azeites Premiados, exposições de pintura e fotografia, acções de ‘show cooking’ para adultos e crianças e ainda a exibição de filmes alusivos ao tema, afirma a nota. Como tem sido tradição, nos dias úteis, a Feira Nacional de Agricultura volta a ser palco de um ciclo de seminários e colóquios para debate e discussão dos principais temas agrícolas, mantendo-se a zona para promoção e demonstração de maquinaria agrícola.

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O certame contém ainda áreas destinadas a equipamentos, às associações e cooperativas agrícolas, ao artesanato, à venda comercial diversa e a zona gastronómica, procurando “agradar aos vários tipos de público que visita a Feira”. Os melhores produtos agroalimentares nacionais estarão em destaque no Salão Prazer de Provar, iniciativa que voltará a privilegiar acções dirigidas a produtores, consumidores e profissionais, com relevo para a área dedicada aos vencedores dos Concursos Nacionais de produtos portugueses, acrescenta. Paralelamente, decorrerá mais uma edição da Fersant - Feira Empresarial da Região de Santarém, promovida pela Associação Empresarial da Região de Santarém (Nersant).


Em Pinhel, nos dias 9, 10 e 11 de Fevereiro

Feira das Tradições 2018 será “a melhor de sempre”

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município de Pinhel promove a XXIII Feira das Tradições e Accomo chamariz, a animação do evento conta tividades Económicas, este ano sob o tema “Música e Instrucom nomes de peso. Resistência, HMB e Matias mentos”. O certame tem lugar de 9 a 11 de Fevereiro, tendo a apreDamásio são os cabeças de cartaz, a que se junsentação decorrido em aldeia de Cidadelhe, a porta sul do Parque tam artistas locais. Arqueológico do Vale do Côa. O presidente da Câmara de Pinhel No plano da animação destaque também para adiantou que esta “será a melhor edição de sempre” do evento. o tradicional desfile de Carnaval da comunidade Rui Ventura justificou a escolha de Cidadelhe “porque queremos, escolar, que segundo o presidente da Câmara de cada vez mais, dar a conhecer aquilo que achamos que é imporPinhel é um evento “diferenciador”, uma vez que tante e que não é suficientemente conhecido”. O edil lembrou a os participantes vão desfilar caracterizadas com a aldeia “é a porta sul” do Parque Arqueológico do Vale do Côa. temática da Feira deste ano. Considerado o maior certame do género na região, a Feira das Tradições tem lugar no Centro Logístico de Pinhel, conta com um Novo espaço da Feira em perspectiva espaço coberto de 10 mil metros quadrados e receberá cerca de 200 expositores dos mais diferentes sectores de actividade, com O certame contará com cerca de duas centenas particular destaque para os do concelho. de expositores da região, com a gastronomia e os O tema central da Feira é tema “Música e Instrumentos”, o produtos endógenos do concelho a terem espaços que depois de 23 edições “se torna difícil”, admitiu o autarca, próprio. A procura foi “muito elevada” e a autarquia porque “em 23 edições já tivemos 23 temas”. Rui Ventura lemjá tem dificuldade em responder ao elevado número brou que se aproximam as bodas de prata do evento, que coinde expositores que pretendem estar presentes. cidem com um outro que “orgulha de todos os pinhelenses”. “A “O espaço começa a ser curto e nós vamos ver se Feira vai fazer 25 anos na mesma altura das comemorações conseguimos, de uma vez por todas, resolver definitidos 250 anos de elevação de Pinhel a cidade”, enfatizou Rui vamente o espaço da feira”, com Rui Ventura a garantir Ventura, garantindo que “vai ser seguramente um data históque face à dinâmica que a mesma já adquiriu, “vamos rica em que comemoramos o maior evento de promoção do ter que dar o passo em frente para o espaço definitivo nosso território”. para a Feira das Tradições”, que este ano tem um orPara o autarca “a Feira das Tradições tem que ser um marçamento que ronda os 400 mil euros, repartidos pelo co do nosso potencial, dar a conhecer o nosso território e o Município e pelos patrocinadores do certame. que de melhor temos no concelho, que, em primeiro lugar, são as pessoas”. Cartaz com nomes de peso no panorama musical Se a Feira mostra o que de melhor tem Pinhel nas suas diferentes vertentes, com destaque para as actividades económicas e para a gastronomia e produtos regionais www.gazetarural.com

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Para divulgar em Portugal e no estrangeiro

Vila Velha de Ródão lança “Terras de Oiro” para promover os produtos locais

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Câmara de Vila Velha de Ródão lançou a marca “Terras de Oiro” com o objectivo de promover no país e no estrangeiro os produtos locais, como o azeite, o mel e o queijo. “A criação da marca ‘Terras de Oiro’ surgiu da nossa vontade de diferenciar Vila Velha de Ródão, destacando as condições naturais e os produtos de excelência da região, que, a partir Com inscrições abertas para as Mostras de agora, irão estar agrupados na marca Terras de Artesanato e Doces Sabores de Oiro”, refere o presidente do, Luís Pereira. Esta marca tem como objectivo representar os produtos do concelho e promovê-los em Portugal e no estrangeiro, numa clara aposta nos produtos locais, como o azeite, o mel ou o queijo. O projecto contou com a participação do mestre Manuel Cargaleiro, natural do concelho de Vila Velha de Ródão, que criou os rótulos para uma s Festas do Concelho de Constância 2018/Festa de Nossa Seedição especial de 500 garrafas de azeite produnhora da Boa Viagem terão lugar nos dias 31 de Março e 1 e zidos pela cooperativa local, Rodoliv, líder há nove 2 de Abril, que têm como grande atractivo as ruas floridas e, como anos consecutivos da tabela dos melhores azeites ponto alto, a chegada das embarcações à foz do Rio Zêzere, oriunde Portugal. “Esta edição limitada constitui um dos das de vários municípios ribeirinhos do Tejo. primeiros projectos da nova marca para os produEste evento, além da Mostra Nacional de Artesanato e da Mostos do concelho de Vila Velha de Ródão ‘Terras de tra de Doces Sabores integra um vasto programa de animação, Oiro’”, explica o autarca. com destaque para o XXX Grande Prémio da Páscoa em AtletisLuís Pereira sublinha ainda que a participação do mo, a X Caminhada, uma Mega Aula de Zumba, as tasquinhas mestre Manuel Cargaleiro neste projecto vem acrestípicas, exposições diversas e um espectáculo piromusical. centar prestígio ao azeite produzido em Vila Velha de Ponto alto dos festejos serão as cerimónias religiosas que têm Ródão. “Estamos muito orgulhosos do trabalho delugar no dia do Concelho, segunda-feira de Páscoa (2 de Abril), senvolvido pelo mestre Manuel Cargaleiro nesta edidas quais se destacam a Missa Solene, a Procissão em honra ção especial de azeite de Ródão, que muito irá contride Nossa Senhora da Boa Viagem e as Bênçãos dos Barcos nos buir para promover a nossa região a nível nacional e rios Tejo e Zêzere e das viaturas na Praça Alexandre Herculainternacional”, concluiu. no. As inscrições para a XIX Feira Nacional de Artesanato, para a XII Mostra de Doces Sabores e para as Tasquinhas, Quiosques de Venda de Bebidas e Espaço Jovem, actividades que terão lugar em Constância por ocasião das Festas do Concelho 2018 / Nossa Senhora da Boa Viagem -, já estão a decorrer, pelo que os interessados devem consultar as normas e respectivas fichas de inscrição no site do município.

Constância prepara Festas do Concelho 2018

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Quatro bairros ‘oferecem” dois corsos distintos no concelho

Da identidade do carnaval de Nelas à secular tradição em Canas de Senhorim

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concelho de Nelas não deixa passar em claro esta época do ano. Quatro bairros ‘oferecem” dois carnavais distintos, com dinâmicas diferentes, mas sempre com o mesmo espírito. Da folia de Nelas, com uma oferta carnavalesca mais ‘internacional, os Bairros da Igreja e do Cimo do Povo ‘esgrimem’ argumentos para disputar o título de melhor desfile e melhor Rainha e atrair visitantes. Por sua vez, em Canas de Senhorim aposta-se numa tradição secular. Duas associações, Paço e Rossio, procuram a genuinidade para diferenciar o carnaval na Vila. O auge é o despique final, entre os dois bairros, algo que Sofia Relvas definiu como “extraordinário e memorável para todos os que participam nele ou assistem apenas”. Em entrevista à Gazeta Rural, a vice-presidente da Câmara realçou a importância do cartaz turístico “Carnaval do Concelho de Nelas” e a sua importância na região. Sofia Relvas deixou um desafio à Turismo do Centro para a criação de um roteiro carnavalesco na região, baseado na diversidade de cada um dos carnavais. Gazeta Rural (GR): O Carnaval no concelho de Nelas vai ser como em anos anteriores? Sofia Relvas (SR): Como sempre foi. O Município de Nelas, naquilo que é a sua diversidade na oferta turística, sempre marcou pontos nesta quadra do carnaval, que no concelho se vive de uma forma vibrante, pois não passa despercebida a ninguém esta data do calendário. E vive-se com duas dinâmicas muitos próprias e diferentes, como é em Nelas e Canas de Senhorim. Em Nelas é organizado pelas duas associações, Cimo do Povo e Bairro da Igreja, enquanto em Canas a responsabilidade cabe às Associações dos bairros do Rossio e do Paço e a população adere, de forma orientada, a essas dinâmicas. Em Canas de Senhorim, os trajes são feitos pelas pessoas e grupos que se organizam, enquanto as associações fazem os carros alegóricos. Em Nelas é diferente, pois as associações acabam por fazer um pouco de tudo e as pessoas inscrevem-se para fazer parte do corso alegórico.

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São as associações que fazem os carros e os trajes. A Câmara tem apoiado sempre o Carnaval no concelho, de forma igual em Nelas e Canas de Senhorim, com os subsídios que atribui às quatro associações, bem como todo o apoio logístico que é solicitado, para além do apoio de comunicação e promoção que fazemos à marca “Carnaval do Concelho de Nelas”. Ainda recentemente tivemos a RTP em Canas de Senhorim e não deixámos de falar do carnaval no concelho. A região Viseu Dão Lafões e todos os turistas que nesta altura do ano visitam a Serra da Estrela têm a certeza de que há um fim-de-semana garantido com muita animação, de domingo Gordo até terçafeira de Carnaval, com festas e bailaricos durante os quatro dias.

GR: O Carnaval é uma quadra com inúmeros eventos na região e com um grande fluxo de pessoas que demandam a serra da Estrela. Tem ideia do número de visitantes que por aqui passam nesta altura do ano? SR: Não temos um número. O que posso dizer é que as unidades hoteleiras de Viseu à serra da Estrela costumam estar, de um modo geral, com níveis de ocupação muito elevados. Isso não acontece por um factor isolado, mas sim por um conjunto de eventos, mas também porque a região se tornou num destino turístico muito procurado, com um conjunto de produtos turísticos integrados, que, todos juntos, fazem da emoção chamariz. Quem vem à nossa região neste fim-de-semana sabe que há boa comida, excelentes vinhos do Dão, que fazem uma harmonização fantástica com o queijo Serra da Estrela, bem como com toda a gastronomia regional.


Existe cada vez mais uma agenda de eventos e uma agenda de dinâmica cultural que é reconhecida a nível nacional, o que faz com que nesta miniférias, pessoais, em grupo ou familiares, esta seja uma região forte, na resposta que dá a quem a visita. Além da folia da quadra, as pessoas que vêm à região têm várias ofertas, da Serra da Estrela, ao património arquitectónico e cultural e ao enoturismo, mas estão perto de vários carnavais que poderão visitar ao longo da sua estadia. Podem fazer um roteiro carnavalesco na região Centro, vertendo sempre para a qualidade do alojamento e do bem-estar que as unidades hoteleiras da região oferecem. Quem, por exemplo, fica instalado nas Casas do Lupo pode divertir-se com o nosso carnaval, mas não terá dificuldade em ir à Serra da Estrela ou ver um outro no litoral, sendo o concelho de Nelas o ponto central do seu destino turístico nesta altura do ano. GR: Disse que o Carnaval do concelho está ao nível de outros, que se fazem no litoral. Olhando para o interior norte do País a oferta é menor, mas diferenciada, desde os caretos em Trás-os-Montes e Lazarim, no concelho de Lamego, desaguando, passe a expressão, no Carnaval de Nelas e de Cabanas de Viriato, no concelho de Carregal do Sal, para além e outros de menor expressão. Tudo isto pode ser um cartaz a aproveitar? SR: Sem dúvida. Ainda não existe um roteiro integrado dos carnavais do Centro, mas porque não? Fica o desafio. Criamos tantas rotas de turismo destinado na região Centro e, de facto, está aqui uma que não está sinalizada como tal. A região Centro é muito forte na diversidade de ofertas de carnaval que tem, umas com uma inspiração mais brasileira, outras seculares, como é o caso de Canas de Senhorim, que tem uma dinâmica muito própria de competitividade de dois bairros. As músicas que são tocadas e cantadas em toda a marcha durantes os três dias são muito próprias, concebidas pela comunidade. No final há um despique entre os dois bairros que é qualquer coisa de mágico e memorável, para quem gosta daquela ‘confusão’. Por sua vez o Carnaval de Nelas tem uma dinâmica interessante, com os dois bairros a apresentarem, cada um, o seu carro onde vai a rainha, que se cruzam no último dia de carnaval num despique, onde as duas rainhas se cumprimentam e trocam de carro. Os membros das associações fazem o mesmo, num momento de união. Há aqui uma referência grande à figura da rainha do Carnaval. São tradições que, ano após ano, se vão repetindo, mas sempre com uma emoção renovada e a vontade de a repetir no ano seguinte. Como disse, na região Centro, se pegarmos em cada um dos carnavais fortes que há, e identificarmos as suas singularidades, a Entidade de Turismo do Centro tem aqui uma grande oportunidade de criar um novo roteiro turístico na região. Não tenho dúvida nenhuma.

Nota: A escolha das fotos é da responsabilidade da direcção da Gazeta Rural www.gazetarural.com

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Festejos decorrem de 9 a 12 de Fevereiro

Vila Franca das Naves concentra as atenções do Carnaval em Trancoso

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ila Franca das Naves concentra as atenções nos festejos do A partir de Fevereiro e durante 10 meses Carnaval no concelho de Trancoso. O corso carnavalesco de domingo gordo é já um cartaz naquela região do nordeste da Beira, que atrai alguns milhares de foliões. Em Trancoso o Carnaval vive-se por todo o concelho de 9 a 12 de Fevereiro. O programa começa sexta-feira, dia 9, com um desfile do Agrupamento de Escolas de Trancoso, a que segue o ‘Passeio dos Foliões’. No domingo, as comemorações do carnaval concentram-se em Vila Franca das Naves, com um corso carnavalesco e, ao fim da tarde, o Enterro do Entrudo e um baile de máscaras. A folia termina na segunda-feira à noite, também com um baile de máscaras, na sede do concelho, na associação ACRT. Espaço Visual lança, no próximo mês de Feve“A comemoração do carnaval é um evento importante e granreiro, a especialização em kiwicultura para emde no concelho, que o município apoia”, adiantou o presidente presários agrícolas. Esta acção tem como objectivo a da Câmara de Trancoso. Amílcar Salvador destaca a “particiaquisição de competências que permitam ao emprepação de toda a comunidade escolar” no desfile que abre os sário instalar e gerir a exploração, tendo em vista a festejos na sexta-feira, dia 9 de Fevereiro. produção sustentada de kiwi verde, amarelo e arguta. O autarca destaca o corso carnavalesco que terá lugar em Esta formação está organizada ao longo de 10 meVila Franca das Naves, “num cortejo dos melhores que se faz ses, num total de 150 horas, para que todos os partina região”, com a organização da Junta de Freguesia e apoio cipantes possam acompanhar um ciclo cultural comdo município e das associações do concelho. “Procuramos pleto da cultura da actinídea. Dispõe de programa que tenha, cada vez mais, a participação de um maior núestruturado numa componente teórica e prática, com mero de associações do concelho, naquele que é o momento práticas inovadoras de gestão, transmitidas de acordo alto dos festejos do Carnaval em Trancoso”, afirmou Amílcar com o desenvolvimento da cultura, numa perspectiva Salvador, considerando que “é um fim-de-semana que atrai de aprendizagem participativa, agregando conhecimenmuita gente ao concelho”. to técnicos especializados nas diversas componentes da É que, diz o edil, “há uma circulação grande de pessoas kiwicultura (regadio, fertilização, protecção das plantas, nesta quadra, nomeadamente na zona da Serra da Estregestão agrícola e práticas culturais). la, com eventos ligados ao queijo, e também a Feira das Mais do que a formação teórica dos participantes, Tradições em Pinhel, e nós temos que aproveitar esse flupretende-se criar a oportunidade dos empresários exexo de visitantes”. É que “Vila Franca das Naves tem já um cutarem as diversas operações culturais em campo com programa de Carnaval que nos orgulha e onde o Município os melhores profissionais do sector. No final, será emitido põe todo o empenho, para que esse corso carnavalesco certificado de formação de 150h que pode dar equivalêntenha cada vez mais figurante e participantes”, afirmou o cia à Formação Complementar de Jovem Agricultor. autarca de Trancoso.

Espaço Visual lança especialização em kiwicultura

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Prova decorreu na Cave Lusa e esgotou em três dias

Casa da Passarela comemora 125 anos com vinhos “de outro mundo”

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Cave Lusa, em Viseu, promoveu uma prova de vinhos da Casa da Passarela, que contou com a presença de Paulo Nunes, enólogo de um dos mais prestigiados produtores da região do Dão, que está a comemorar 125 anos. Cerca de meia centena de pessoas, na sua maioria ligada ao sector da restauração, marcaram presença numa prova com vinhos que marcam a história da Passarela e do Dão. Dois Encruzados; um branco feito com colheitas de cinco anos; um tinto produzido como há 50 anos e com as técnicas da época, até ao vinho que comemora os 125 anos da Passarela, foram alguns dos néctares que marcaram esta prova, naquilo que poderíamos chamar de néctares de ‘outro mundo’, mas que só o Dão oferece.

“A Casa da Passarela é um parceiro estratégico” O administrador da Cave Lusa mostrou-se satisfeito com a adesão a esta prova e com os vinhos que foram dados a provar. Rui Parente considera a Casa da Passarela “um parceiro estratégico”, que tem “elevado a região do Dão ao patamar em que merece estar”. Gazeta Rural (GR): Como viu esta prova de vinhos da Casa da Passarela? Rui Parente (RP): É o culminar do esforço, da tendência, o caminho progressivo e a afirmação da região do Dão. Acho que é um belo exemplo de um produtor que tem elevado a nossa região, que representa o Dão e o coloca num patamar em que merece estar. GR: Onde é que estes vinhos de encaixam no portefólio da Cave Lusa? RP: A Passarela é um parceiro estratégico, pois acredi-

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tamos no projecto desde no início, ajudamos a promovê-lo na nossa cidade e na região, mas também nas áreas onde operamos, que já são bastante alargadas, em Portugal e não só. Neste momento a Casa da Passarela tem uma presença muito importante naquilo que é nosso portefólio de comercialização. GR: E a Cave Lusa estar a estender-se? RP: Continuamos a fazer o nosso caminho, com trabalho e muita humildade, bem como aquilo que gostamos, aquilo que eu gosto, com uma equipa jovem e dinâmica. Todos juntos temos feito um trabalho na base do crescimento e da consolidação. Este é caminho que pretendemos continuar a trilhar.

GR: Como está o mercado do vinho em Portugal? RP: Nos últimos cinco anos o consumo tem crescido e, sobretudo, hoje temos um consumidor mais aberto à experiencia, mais bem informado, não tão agarrado ao classicismo dos vinhos que imperou durante muitos anos. Hoje a tendência de consumo abre portas a novos produtores, a novos projectos, alguns que não estavam tão bem, mas que melhoraram porque se actualizaram. GR: Os consumidores estão mais abertos, por exemplo, a aceitar um vinho que a Passarela apresentou, feito como há 50 anos e com os métodos de vinificação da época? RP: Naturalmente. Se olharmos alguns anos para trás, não vemos vinhos destes ou sequer parecidos. Era tudo muito clássico. A Casa da Passarela já tem alguma importância no mercado dos vinhos no panorama nacional e a prova disso é que este evento esgotou em três dias e com muita gente jovem. Não foi o caso desta, mas noutras provas temos tido a parte feminina muito bem representada. Isto é um sinal claro de que o consumidor hoje estar a mudar e mais aberto a novas experiências vínicas.


prendida, porque o terroir também a história de uma adega, e olhar para trás e perceber o que foi feito. Muitas vezes isto custa-nos, no sentido de desapegar aquilo que temos e agarrar numa tradição que vem de trás, mas acho que é fundamental para ser o reflexo de uma uma cultura e de uma parcela de vinha.

“O meu objectivo é anular o trabalho do enólogo” O enólogo da Casa da Passarela surpreendeu os presentes, não só na forma simples como explicou cada um, mas especialmente pela sua visão acerca do vinho do Dão e das formas de produção. “O meu objectivo é anular o trabalho do enólogo” e “os vinhos que provámos são o reflexo de um trabalho de cinco a seis anos”, afirmou à Gazeta Rural. Gazeta Rural (GR): O que trouxeste para esta prova? Paulo Nunes (PN): É uma boa pergunta. Trazemos sempre o nosso trabalho, as nossas novidades e tivemos muitas. Os vinhos que provámos são o reflexo de um trabalho de cinco a seis anos. Demos a provar, pela primeira vez, o rótulo preto do Villa Oliveira, que é um vinho branco feito com cinco colheitas diferentes. Este vinho é o reflexo de cinco anos dentro de uma garrafa. Quando apresentamos uma garrafa ela tem o reflexo de um tempo enorme, que é o que acontece com este vinho. GR: Já o provaste. Que diria a quem ficou curioso? PN: É uma pergunta ingrata. O que que procuro sempre é que seja o reflexo de um terroir, de uma Casa e de uma região. Que no fundo seja o espelho de tudo isso. Honestamente, o meu objectivo, e já o disse diversas vezes, é anular o trabalho do enólogo. Pode parecer um contra-senso, mas não é. Nós temos que anular os nossos vícios e os nossos métodos para potenciar aquela uva, aquela vinha ou aquela casa. Mas olhar de uma forma des-

GR: Ao fazeres esse vinho com cinco colheitas diferentes, é a demonstração de que o vinho quer tempo? PN: Muito. Tudo isto muitas vezes é ingrato, porque estamos numa cultura globalizada dos fastfood, fastdrink, fastlive (viver rápido) entre outras coisas do género, e onde tudo é para ontem. O vinho não é isso. Nós precisamos de tempo, de reflectir e de perceber todos os processos que são da essência humana e o vinho é a nossa matriz e a nossa alma. Faz parte do nosso ADN. Acho que estamos em contraciclo com o nosso ADN e com o ciclo actual de vida, onde tudo é para ontem. Nós precisamos de tempo para o vinho. É que hoje já ninguém tem tempo para abrir uma garrafa e ficar duas horas à volta dela. Isto é surreal, pois já ninguém tem tempo para fazer isso. Há 10 anos, antes dos smartfones, tínhamos esse tempo. O que é que isto evoluiu em apenas uma década? É preciso muitas vezes nisto. O vinho tem esse lado e de nos fazer perceber que nós necessitamos de tempo para ele.

GR: E o Dão precisa de tempo? PN: O Dão precisa de muito mais tempo. Há coisas que são facilmente entendíveis e o Dão, no bom sentido, não é facilmente entendível. Há coisas que são demasiado imediatas, mas que nos cansam pouco tempo depois. O Dão não nos cansa, mas intriga-nos inicialmente e precisamos de muito mais tempo para ele. Precisamos de tempo para explicar, para interpretar e para assimilar o que é o vinho do Dão. www.gazetarural.com

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Alertou, também, para a falta de um calendário para aplicar a estratégia nacional

Agrobio quer calendário para estratégia nacional e financiamento para agricultura biológica

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Associação de Agricultura Biológica alerser concretizada, Jaime Ferreira explicou que, aquando da prepatou para a necessidade de financiamento ração da estratégia nacional, “a Agrobio apresentou no grupo de de novas áreas produtivas e novos produtores trabalho uma proposta com calendário, com orçamento para cada biológicos e para a falta de um calendário para acção, mas isso foi retirado na versão final”. “E não vimos nada a aplicar a estratégia nacional, com acções prograeste nível”, pois “foi criado um observatório para acompanhar a madas no tempo. execução da estratégia nacional, mas sem calendário e orçamento O presidente da Associação Portuguesa de Agriadequado para determinadas tarefas como é que se monitoriza?”, cultura Biológica (Agrobio), Jaime Ferreira, destaquestiona. cou a importância de um calendário e do respectiO responsável da Agrobio, que reuniu com o secretário de Estavo financiamento para que possam ser cumpridas do da Agricultura, chamou igualmente a atenção da tutela para a as medidas previstas no plano de acção que acomnecessidade de apoio a novos agricultores e novas áreas produpanha a Estratégia Nacional para a Agricultura tivas. “Este apoio é essencial para a existência de novos agriculBiológica, aprovada no ano passado. “Há coisas tores e absolutamente crucial. Hoje temos um mercado a querer que não percebemos como vão ser executadas. Por mais produtos biológicos e nós não temos produção biológica exemplo, está previsto um portal de informação nacional que responda. Existe alguma, mas não é suficiente para a agricultura biológica, mas para isso é preciso para o mercado e, então, recorre-se a importações”. haver verba disponível”, afirmou. Jaime Ferreira sublinha que, “a agricultura biológica não pode Quanto à falta de um calendário que defina os peser feita à base de importações” e que “é preciso um verdaríodos temporais dentro dos quais cada medida deve deiro fomento a novos agricultores, novas áreas de produção”.

Ficha técnica Ano XIII | N.º 309 307 | Periodicidade: Quinzenal Director: José Luís Araújo (CP n.º 7515) jla.viseu@gmail.com | 968044320 Editor: Classe Média C. S. Unipessoal, Lda Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu Redacção: Luís Pacheco | Opinião: Miguel Galante | Paulo Barracosa Departamento Comercial: Fernando Ferreira Redacção: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu | Telefone 232436400 E-mail Geral: gazetarural@gmail.com | Web: www.gazetarural.com ICS: Inscrição nº 124546

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Propriedade: Classe Média - Comunicação e Serviços, Unipessoal Limitada Administração: José Luís Araújo Sede: Lourosa de Cima - 3500-891 Viseu Capital Social: 5000 Euros | CRC Viseu Registo nº 5471 | NIF 507 021 339 Dep. Legal N.º 215914/04 Execução Gráfica: Novelgráfica | R. Cap. Salomão, 121 - Viseu | Tel. 232 411 299 Estatuto Editorial: http://gazetarural.com/estatutoeditorial/ Tiragem média Mensal: Versão Digital: 100.000 exemplares Versão Impressa: 1000 exemplares Nota: Os textos de opinião publicados são da responsabilidade dos seus autores.


“Houve uma medida de apoio à agricultura biológica em 2015, mas abriu nesse ano e fechou. Desde essa altura não houve mais apoio”, acrescentou A Estratégia Nacional para a Agricultura Biológica, aprovada no ano passado, vigora até 2027, com uma avaliação prevista a meio caminho. Jaime Ferreira mostra-se também preocupado com a área da divulgação e promoção da agricultura biológica, frisando que abriu uma medida de apoio relacionada as acções de divulgação, mas as regras não permitem a candidatura de associações como a Agrobio. “Abriu para as confederações nacionais de agricultura. É uma medida feita à medida dessas confederações, que nem sequer falam de agricultura biológica”, afirmou. Por outro lado, acrescentou, “é muito importante promover a existência de organizações de produtores”, por causa da comercialização de produtos biológicos. “A legislação actual não favorece a criação dessas organizações porque exige critérios difíceis de atingir na agricultura biológica, como, por exemplo, os níveis de facturação obrigatórios para os membros, que normalmente não existem” neste tipo de agricultura. Na reunião com a tutela, a Agrobio apresentou uma proposta para rever esta legislação. “Organizar os produtores para se poder vender os produtos de forma agrupada é essencial na agricultura biológica”, explicou Jaime Ferreira. Sobre o financiamento actual e futuro da agricultura biológica, da tutela a Agrobio não obteve avanços: “Foi tudo muito para o próximo quadro comunitário, que é só em 2021”. “Sabemos que alguns países estão cada vez mais interessados em promover apoios para a agricultura biológica, mas em Portugal está tudo muito difícil”, lamenta o presidente da Agrobio, acrescentando: “Este é o sector da agricultura em Portugal que mais cresce e que mais tem potencialidade para crescer. Este é o sector que fala de produtos de grande qualidade que era onde Portugal se devia centrar”. “A agricultura portuguesa devia centrar-se não na produção em quantidade, mas na qualidade. Nós nunca seremos competitivos do ponto de vista externo ou interno na quantidade, só na qualidade”, afirma Jaime Ferreira, que defende ainda uma aposta em culturas mais resistentes às alterações climáticas. “Portugal continua a apoiar culturas que não têm futuro, pois usam em excesso os recursos que temos e isso não é sustentável. A agricultura biológica é a que tem melhores características para resistir às alterações climáticas”, concluiu.

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Adiantou o Secretário de Estado das Florestas

Governo vai criar “cabras sapadores” para limpar florestas

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Governo vai avançar este ano com projectos-piloto de “cabras sapadoras” com rebanhos dedicados à gestão de combustível florestal na rede primária, anunciou esta quarta-feira o secretário de Estado das Florestas, destacando o reforço na prevenção de incêndios. A questão silvopastoríl é essencial, por isso vamos fazer projectos-piloto este ano de chamadas ‘cabras sapadoras’”, declarou Miguel Freitas, expliRevela o organismo científico indepencando que o Governo vai intervir na rede primária através da componendente Climate Action Tracker. te mecânica com o fogo controlado e através da componente biológica com silvopastorícia. Segundo o governante, as organizações de produtores florestais são “os parceiros privilegiados” para a defesa da floresta contra incêndios. No âmbito de uma audição parlamentar na Comissão de Agricultura e Mar, o secretário de Estado das Florestas lembrou que já foram disponibilizados 17 milhões de euros para executar acções de defesa da floresta contra incêndios, destinados essencialmente à rede primária. “Temos 130 mil hectares para executar”, referiu o governante, acrescentando que “estão feitos apenas 40 mil hectares” e a expectativa é “nos próximos três anos poder executar a totalidade da rede primária da defesa da floresta contra incêndios”. Aos 17 milhões disponíveis neste âmbito “serão somados 15 miudanças nas práticas agrícolas, nos hábilhões para executar este ano cerca de mil quilómetros de rede pritos alimentares e no desperdício alimenmária de defesa da floresta contra incêndios e manter 20 mil hectar poderiam ajudar a conter o aquecimento tares da rede primária que está executada”, indicou Miguel Freitas. global, segundo uma análise do organismo cienDe acordo com o titular da pasta das Florestas, o país vai ter, “pela tífico independente Climate Action Tracker. primeira”, um equilíbrio orçamental entre a prevenção e o combate A agricultura provoca 10% das emissões gloaos incêndios florestais. bais de gases com efeito de estufa e pelo menos O governante referiu ainda que o país vai ter uma directiva única metade das emissões de gases que não o dióxido de prevenção e combate aos fogos. “Pela primeira vez em Portude carbono, ao nível de cinco a seis gigatoneladas gal, vamos ter uma directiva operacional que mostra bem aquilo por ano do equivalente em dióxido de carbono. que se vai fazer quer em combate quer em prevenção. Até agora, “Mudar as práticas agrícolas poderia levar a a directiva operacional era apenas de combate”, declarou o secreuma redução de 0,6 gigatoneladas do equivalentário de Estado das Florestas. te em dióxido de carbono, mas quando combinado com o abandono da carne e lacticínios poderia chegar às três gigatoneladas”, o que poderia ser suficiente para descarbonizar o sector para chegar aos 1,5 graus”, afirmou Niklas Höhne, do Newclimate Institute. As principais fontes de metano e óxido nitroso na agricultura são a flatulência dos animais, os fertilizantes sintéticos, o cultivo de arroz, os resíduos das colheitas e o cultivo de solos orgânicos. No que toca ao desperdício alimentar, defende-se que os supermercados europeus deviam deixar de rejeitar alimentos por causa da forma, tamanho ou cor e que, em alguns casos, as etiquetas que definem uma data de consumo aconselhada podem ser retiradas. “Mudanças na dieta poderão implicar que há menos mil milhões de hectares de terra dedicada ao cultivo, trazendo a curva das emissões para baixo. Aliás, alguns governos já encorajam os cidadãos a mudarem hábitos alimentares por causa dos benefícios em termos de saúde pública”, afirma-se no Climate Action Tracker. Os apelos do organismo visaram os representantes da indústria agrícola mundial, que estiveram reunidos em Berlim para o Fórum Global de Alimentação e Agricultura.

Mudanças na agricultura e alimentação podem combater aquecimento global

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Defendem investigadores, parceiros do projecto Firextr

Sociedade tem de estar preparada para enfrentar incêndios extremos

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nvestigadores defenderam, em Vila Real, número de incêndios, quer também dos seus impactos e consequênque é preciso prevenir e preparar a sociedacias”, frisou de para enfrentar os incêndios extremos, que O especialista explicou estes fogos resultam de uma “combinação estão a ocorrer com maior frequência, e evitar complexa de um conjunto de factores”. “É uma combinação de clique se transformem em tragédias. ma e de vegetação, dos combustíveis para o fogo e depois a forma Os parceiros do projecto Firextr (fogos extrecomo as populações estão organizadas. Tudo isto, traduz-se num mos) reuniram-se na Universidade de Trás-oscenário que pode ser bastante complicado nomeadamente para -Montes e Alto Douro (UTAD) e fizeram um ponto o futuro, neste contexto em que estamos a viver de alterações da situação sobre a iniciativa que arrancou em climáticas”, salientou. 2016, antes dos grandes incêndios que devastaA ideia chave do Firextr assenta no conceito ‘fire smart territoram Portugal em 2017 e vitimaram mais de uma ries’ (território inteligente ao fogo), através de uma abordagem centena de pessoas. social-ecológica em todas as etapas da gestão dos incêndios, O ano passado foi, para os investigadores, de principalmente as de prevenção e preparação. aprendizagem quer pela dimensão dos fogos quer Mário Pereira apontou que o primeiro passo é as pessoas estapelas condições meteorológicas que se verificaram rem conscientes do risco de correm, como o de terem casas no no país. “Os eventos extremos são incêndios que meio da vegetação. “A única forma de evitar é criar condições não é possível controlar. Por isso, é preciso organizar para que os incêndios não ganhem essa envergadura”, acreso território para que não ocorram. E, na eventualidacentou Paulo Fernandes, investigador da UTAD que integrou a de de ocorrerem, a sociedade estar devidamente precomissão técnica independente aos fogos de Pedrogão e de parada para enfrentar o incêndio e evitar a ocorrênOutubro. cia de vítimas”, afirmou a coordenadora do projecto, Primeiro é preciso “evitar as ignições” e depois dar “uma Fantina Tedim, investigadora da Universidade do Porresposta inicial o mais rápida e eficiente possível”. “Para estes to. A responsável considerou que “os incêndios extrefogos não há combate que valha, meios que valham. Portanmos podem ocorrer, mas isso não significa que esses to, se não for naqueles minutos iniciais, naquela meia hora incêndios se transformem em tragédias”. O Firextr faz inicial, tudo o que se possa fazer depois é simplesmente para uma abordagem multidisciplinar aos fogos, envolve oito defender pessoas e estruturas”, frisou. instituições de Portugal, da Austrália, Canadá, França, Depois, continuou, é preciso “que o espaço florestal seja Itália e EUA e deverá estar concluído até 2019. menos contínuo e tenha menos quantidade de combustível Mário Pereira, investigador do Departamento de Física e tenha uma composição de vegetação menos inflamável”. da UTAD, referiu que há estudos sobre eventos extremos “Depois de estarem em movimento estes fogos entram fahá mais de 20 anos. “Em termos de evolução no tempo, cilmente em povoações, por exemplo chegaram ao centro aquilo que vemos é que estes eventos estão a ocorrer de Mira, de Oliveira de Frades e de Oliveira do Hospital, com maior frequência e com dimensões cada vez maiores porque aproveitam qualquer vegetação que exista. A únitambém. Há estas duas tendências crescentes, quer do ca forma é evitar que o fogo se torne grande”, afirmou.

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Ministro do Ambiente esteve em Montalegre,

Governo anunciou contratação de mais 25 vigilantes para áreas protegidas

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ministro do Ambiente anunciou, em Montalegre, a contratação de mais 25 pessoas para integrarem o corpo nacional de agentes florestais que vão reforçar a prevenção e vigilância em áreas cinco protegidas. João Matos Fernandes esteve em Montalegre para a apresentação dos projectos de prevenção contra incêndios e restauro do Douro Internacional, Montesinho, Tejo Internacional e Serra da Malcata, num investimento global de quatro milhões de euros. O governante anunciou a abertura de um concurso, já publicado em Diário da República, “para contratar mais cinco equipas, mais 25 pessoas, que vão ficar nestes cinco parques”. Estes operacionais vão reforçar a prevenção e vigilância nestas áreas protegidas e a sua contracção está incluída nos planos de restauro e prevenção contra incêndios, apresentados agora e que foram adaptados do plano-piloto delineado para o Parque Nacional da Peneda Gerês (PNPG). “Começámos há um ano com o projecto-piloto da Peneda Gerês e tivemos muito bons resultados porque tivemos mais 50 homens no terreno, o que fez com que tivéssemos uma muito maior capacidade de agir e de apagar os fogos logo no início”, referiu o ministro. No entanto, ressalvou que “a prevenção estrutural é muito mais do que isso e, por isso, é que, passada a época de incêndios, estes mesmos 50 homens já limparam 80 quilómetros de caminhos e 80 hectares de terreno”. Com estes projectos, pretende-se promover a “É esta experiência que vamos multiplicar em mais cinco áreas prevenção estrutural contra incêndios e restauprotegidas/parques nacionais do país”, sublinhou. Segundo explirar áreas florestais relevantes para a conservacou, como “os territórios são todos diferentes, a única coisa que ção da natureza que foram percorridas por incênverdadeiramente se pode repetir é ter mais homens no terreno”. dios em 2017 e mobilizar equipamentos e meios Em Montalegre foram apresentadas seis equipas do corpo naciopara a execução das ações no domínio da prevennal de agentes florestais, com 30 homens, e, segundo João Matos ção, da vigilância e da recuperação de habitats. Fernandes, vão ser então contratadas mais 25 pessoas. Entre as medidas comuns a todas estas áreas Após os incêndios que assolaram o Gerês, em 2016, foi criaprotegidas estão a aposta na prevenção e vigilândo um plano-piloto que vai ser, agora, replicado, com as devidas cia, campanhas de sensibilização para boas prátiadaptações, em duas áreas protegidas atingidas por fogos em cas silvopastoris, campos de alimentação para aves 2017, o Parque Natural do Douro Internacional e o Monumento necrófagas e contratação de equipas de vigilantes Natural das Portas de Ródão. da natureza. O Governo decidiu ainda levar a efeito uma intervenção de caNo Tejo Internacional vão ser reconvertidas áreas rácter preventivo em três outras áreas que incluem os Parques de eucaliptais abandonados e aumentadas as áreas Naturais do Tejo Internacional e de Montesinho e a Reserva Nade azinhais e zimbrais e, no Montesinho, vão ser valotural da Serra da Malcata. rizados 200 hectares de habitat do lobo ibérico.

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aquisição de bens imóveis (explorações agrícolas, instalação de agro-indústrias, armazéns, escritórios e espaços comerciais). O Crédito Agrícola apresenta também soluções de antecipação ou complemento aos investimentos que são objecto de financiamento a curto, médio e longo prazo, no âmbito das medidas do Programa de Desenvolvimento Rural (PDR 2020) e das Ajudas Directas. Entre as soluções de protecção, destaque para os Seguros Não Vida, onde se incluem o CA Tractores e Máquinas Agrícolas, o CA MultiRiscos Empresas e o CA Riscos Industriais e, nos Seguros Vida, o CA Empresa Viva, CA Pessoa Chave e CA Corporate, soluções de protecção para os gestores e colaboradores da empresa. Durante o período da Campanha os Clientes beneficiam de condições especiais de subscrição destes produtos. O Crédito Agrícola está, desde sempre, ao lado dos produtores nacionais apoiando o desenvolvimento do sector primário e privilegiando o apoio à agricultura sustentável. A campanha CA Agricultura está disponível na rede de Agências do Crédito Agrícola, até ao dia 6 de Abril. CA vence na categoria Atendimento ao Cliente O Crédito Agrícola foi distinguido, pelo quarto ano consecutivo, com o Prémio Cinco Estrelas na categoria “Banca - Atendimento ao Cliente”. A única instituição financeira cooperativa em Portugal, com mais de um século de actividade, obteve a melhor Campanha “CA Agricultura” classificação pelos portugueses, de entre os vários Bancos analisados, no que ao atendimento ao Cliente diz respeito. O prémio, promovido pela U-Scoot, com base num estudo de mercado realizado pela IPSOS APEME, distingue os melhores serviços e produtos no mercado Crédito Agrícola lançou a Campanha “CA Agricultura”, nacional, através da avaliação independente de condestinada ao segmento empresarial agrícola e agro-insumidores e segundo indicadores como a satisfação, dustrial. Sob o claim “Invista numa Agricultura mais Inovadointenção de recomendação, confiança na marca e tamra”, esta campanha apresenta um conjunto de soluções para bém inovação. empresas, com vista ao desenvolvimento do sector primário. Esta distinção é o reflexo do empenho de todos as Entre as soluções de financiamento, destaque para o créequipas na prestação do melhor atendimento ao Cliendito à tesouraria, para fazer face às necessidades do diate e é também uma prova da cultura de proximidade do -a-dia; o crédito ao investimento que permite o financiaCA às comunidades onde se insere. Um dos factores que mento de médio e longo prazo para a aquisição de imóveis, distingue a instituição financeira e que visa potenciar o equipamentos, efectivos pecuários e factores de produção, desenvolvimento socioeconómico das regiões. para potenciar o negócio; o apoio ao negócio internacional, O Crédito Agrícola, a única instituição de crédito cooatravés do financiamento e do apoio à exportação. Estão perativa portuguesa, de capitais exclusivamente nacioainda disponíveis soluções de leasing mobiliário – veícunais, está presente em todo o país e detém a maior rede los automóveis e máquinas agrícolas – e imobiliário para de Agências.

Crédito Agrícola reforça apoio à produção nacional

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Diz Vítor Gomes, presidente da Caixa de Crédito Agrícola do Vale do Dão e Alto Vouga

“Falta a motivação da juventude para se fixar no interior”

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s Caixas de Crédito Agrícola continuam a ser os agentes bancários que mais próximo estão do sector primário e, por isso, com um melhor conhecimento das ambições e necessidades daqueles que fazem da terra o seu ganha-pão. Vítor Gomes, presidente da Caixa de Crédito Agrícola do Vale do Dão e Alto Vouga, é um profundo conhecedor do sector na área de intervenção da entidade bancária que gere. Numa altura em que proliferam na região as Feiras do Queijo, entende ser importante a apostar e estimular este tipo de iniciativas. Sobre o sector na região, diz que “falta a motivação da juventude para se fixar no interior” e para “apostarem na agricultura e pastorícia”.

No nosso país continua-se a burocratizar e não a simplificar. Aqui estamos na frente da corrida! Estou esperançado que seremos capazes de ultrapassar esta situação com sucesso. GR: Que apoios há para o sector? VG: Os apoios são os habituais, alguns subsídios, crédito com juros baixos, apoio político com legislação pontual por causa da seca e dos incêndios, mas o principal não existe. Falta a motivação da juventude para se fixar no interior e se dedicar à agricultura e pastorícia, como actividade principal. É pena, pois assim cada vez estaremos mais desertificados e a médio prazo só existirão pequenas vilas e algumas cidadezinhas. GR: Que efeitos os incêndios tiveram na região e que impacto tiveram na actividade do Crédito Agrícola? VG: Felizmente no Crédito Agrícola não houve impacto negativo, já o mesmo não se poderá dizer no que respeita a alguns clientes que viram as suas pastagens, gado e bens destruídos.

Gazeta Rural (GR): Numa altura em que na região predominam as Feiras do Queijo, GR: Que conselho daria a quem hoje quer iniciar uma activienquanto responsável por uma instituição dade no sector primário? bancária, como olha para este sector? VG: Diria que deviam procurar o apoio técnico junto de uma Caixa Vítor Gomes (VG): Acho magnífico que se de Crédito Agrícola da sua zona (como a Caixa de Crédito Agrícola continue a divulgar os produtos endógenos da do Vale do Dão e Alto Vouga, que abrange os concelhos de Mannossa região e a apoiar o sector primário. Para gualde, Penalva do Castelo, Sátão e Vila Nova de Paiva), e também isso os municípios e as forças vivas das regiões, as Associações de Desenvolvimento Local (ADL), na nossa área a empresas, empresários políticos e outras instiAssociação de Desenvolvimento do Dão (ADD) e eventualmente os tuições, com destaque para as Caixas de Crédito serviços de algumas Cooperativas. Agrícola, devem estimular, divulgar e apoiar estas Na minha opinião são os consultores mais vocacionados para iniciativas, os seus promotores e produtores, no aconselhamento e apoio a baixo custo, ligados e vocacionados caso do Queijo Serra da Estrela, preferencialmente para a agricultura. o DOP da região demarcada. Este sector está a atravessar uma crise que se GR: Como está a situação do crédito bancário? deseja passageira, essencialmente pelas alterações VG: Na nossa área de intervenção, infelizmente, continua em climáticas que têm assolado a região (fogos e seca), fase de estagnação, pois não têm surgido novo projectos, viámas também pelo abandono da actividade de pasveis, para se instalarem na agricultura ou noutro sector de actorícia por parte da nossa juventude. É que não há tividade na região. Noutras regiões do nosso país, como a faixa estímulos para fixação dos jovens na agricultura do do litoral e proximidade de grandes centros urbanos, felizmeninterior e os que vão havendo são muito burocráticos. te, está a dar sinais positivos de recuperação.

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No âmbito do Projecto RUSDELA

Desenvolvimento Sustentável nas Comunidades Rurais debatido em Coruche

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om o objectivo de divulgar o Projecto RUSDELA e estimular o interesse sobre sustentabilidade, inovação social e economia verde junto dos intervenientes das comunidades, a Sociedade Portuguesa de Inovação, em colaboração com a Câmara de Coruche, promoveu no Observatório do Sobreiro e da Cortiça o workshop “RUSDELA – Desenvolvimento Sustentável nas Comunidades Rurais”. Este projecto, co-financiado pela Comissão Europeia expresso num consórcio internacional de sete entidades e seis países da Europa (Hungria, Bulgária, Itália, Grécia, Espanha e Portugal), pretende criar uma nova metodologia e base de conhecimento sobre sustentabilidade e desenvolvimento rural para os decisores e figuras-chave de Em Moimenta da Beira, pequenas comunidades rurais na Europa. de 9 a 11 de Fevereiro É neste enquadramento que este projecto está a desenvolver um Toolkit que apresenta um conjunto de ferramentas e metodologias de forma a atender aos desafios práticos que as comunidades rurais enfrentam no seu trabalho diário e com isso aumentar o seu bem-estar. Estes quatro temas - desenvolvimento rural sustentável, agro-ecologia, transportes/mobilidade sustentável e resiliência/mudanças nas comunidades (que são comuns a todas as comunidades rurais dos países do consórcio), irão servir de base para o desenvolvimento deste Toolkit, i.e. um dossier de conteúdos e casos práticos que irá ser disponibilizado gratuitamente na plataforma online www.rusdelaproject.eu, para servir de base de discussão à comunidade, com o objectivo de promover uma aprendizagem acessível e uma consulta pública facilitada. O workshop contou também com a participação de Frederiuatro restaurantes e sete empreendimentos tuco Lucas, director Executivo da Associação Portuguesa de Marísticos de alojamento do concelho de Moimenrketing Rural e Agronegócio e Coordenador do Programa Novos ta da Beira aderiram à X edição dos Fins-de-SemaPovoadores que realizou uma apresentação sobre o desenvolvina Gastronómicos, evento promovido pelo “Turismo mento sustentável em comunidades rurais. do Porto e Norte de Portugal”, que em Moimenta da Estes workshops tipo já foram igualmente apresentados em Beira vai decorrer nos dias 9, 10 e 11 de Fevereiro, países parceiros do consórcio como a Itália, Hungria e Grécia. com o apoio da Câmara Municipal. Coruche foi um dos locais escolhido pelas características e Cozido à Portuguesa é o prato-base que será serviidentidade do seu território. do nos quatro restaurantes aderentes, prato que na sua confecção usará uma vasta variedade de carnes, nomeadamente carne de porco, de vaca e de frango; e ainda moiro de sangue, chouriço, farinheira, chouriço de sangue, bacon ou toucinho, salpicão, batata, cenoura, couve cultivada na hortinha. Tudo regado com azeite caseiro ou, se preferir, com o caldo da cozedura das carnes. O prato, esse deve ser acompanhado com um vinho tinto da região, necessariamente um Terras do Demo. A ementa do fim-de semana inclui também queijo fresco com doce de abóbora e tarte de maçã. Os restaurantes, num gesto de boas vindas, oferecerão um copo do melhor vinho. Já as unidades de alojamento aderentes farão descontos de 20% nas noites de sexta-feira e sábado.

Cozido à Portuguesa servido em fim-de-semana gastronómico

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Última

hora

No concelho de Lamego, de 10 a 13 de Fevereiro

Entrudo mais genuíno do país sai à rua em Lazarim

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onhecido pelos populares caretos, esculpidos em madeira de amieiro, o Entrudo de Lazarim vai voltar a sair à rua nesta vila do concelho de Lamego, de 10 a 13 de Fevereiro. Este ano são esperados milhares de visitantes para verem a desfilar as tradicionais máscaras diabólicas e carrancudas, fruto de um trabalho minucioso e paciente de artesãos locais que lutam para preservar a memória histórica das suas gentes. O ponto alto do Entrudo de Lazarim é, sem dúvida, a leitura dos testamentos da comadre e do compadre na terça-feira de Carnaval. Nesta ocasião, tapam-se os ouvidos aos mais sensíveis, pois é o momento das verdades guardadas durante todo o ano se fazerem escutar, numa missão a cargo de dois jovens, vestidos de negro, que, desenrolando lengalengas, criticam os rapazes e as raparigas da terra. No final, para encerrar as comemorações é oferecido caldo de farinha e feijoada, ao som de uma intensa animação musical. Este ano, haverá ainda espaços gastronómicos, venda de produtos regionais e artesanato, para além de muita animação de rua. Quem visitar a vila de Lazarim também poderá ver caretos à solta de grupos convidados, participar num raid fotográfico na Alcaria de Mazes e num concurso de máscaras. O Centro Interpretativo da Máscara Ibérica (CIMI) vai também impulsionar esta dinâmica cultural com a realização de um workshop sobre máscaras e a «1ª Experiência de Careto». Organizado em parceria pela Junta de Lazarim e pela Câmara de Lamego, este Entrudo mantém-se o símbolo do sentir e da arte popular desta povoação.

Com o objectivo de combater a desertificação e criar emprego

Espaço Visual promove pistácio na Beira Alta e Alentejo

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consultora agrícola Espaço Visual vai organizar sessões de esclarecimento sobre a cultura do Pistácio nas regiões do Alentejo e da Beira Alta. José Martino, CEO

da Espaço Visual, é de opinião que a cultura do pistácio em Portugal “é um negócio com muito interesse e rentabilidade e que é preciso que os potenciais produtores e investidores conheçam como se implementa esta actividade, quais as regiões, solos e climas mais adequados, bem como a construção do modelo técnico e económico de produção e comercialização, rentabilidade e elaboração do plano de desenvolvimento estratégico”. O pistácio, no entender do consultor agrícola, “pode ser um factor decisivo de criação de riqueza, postos de trabalho e dinamização de economias locais e regionais mais débeis, porque situadas em territórios de baixa densidade e nas regiões mais desfavorecidas de Portugal”. Para além disso, diz José Martino, “o pistácio pode contribuir para travar a desertificação destas regiões, desenvolvendo a criação de projectos agrícolas sustentáveis”. Assim, durante o mês de Fevereiro, a Espaço Visual vai estar nos distritos de Beja, Évora e Guarda. A 13 de Fevereiro, em Serpa (17 horas); a 19 de Fevereiro em Montemor-o-Novo (16.30 horas); a 22 de Fevereiro em Almeida (14.30 horas) e em Pinhel (17.30 horas); a 28 de Fevereiro em Figueira de Castelo Rodrigo (11.00 horas) e na Guarda (17.30 horas). Todas as informações podem ser vistas em www.espaco-visual.pt. De 3 a 13 de Fevereiro

Folia carnavalesca no concelho de Carregal do Sal Desfiles, dança dos cús, carnaval da criança, jantares e muitos bailes é assim o carnaval em Carregal do Sal. O concelho vive a folia carnavalesca que, no caso, dura mais do que três dias! Miúdos e graúdos festejam uma das mais antigas e peculiares tradições do Concelho. Em Cabanas de Viriato, a folia começa no sábado, 3 de Fevereiro, com o tradicional Baile do Chapéu, no Lagarto, e continua, no fim-de-semana seguinte, com os jantares (mediante reserva para geral@dancadoscus.com ou junto dos elementos da Associação do Carnaval de Cabanas de Viriato) e animação nocturna na Tenda Louca; os bailes, repartidos entre o Lagarto e o salão dos Bombeiros Voluntários; o Carnaval da Criança e a Feira Anual, no domingo e a peculiar Dança dos Cús, na segunda e terça-feira de Carnaval, que certamente e, à semelhança do que acontece anualmente, trará milhares de foliões de diversas paragens ao concelho. No dia 9 de Fevereiro, os mais pequenos saem à rua para o habitual Desfile do Agrupamento de Escolas, conferindo um colorido e dinamismo diferentes às principais artérias da vila sede. E ainda na vila sede é o sábado de Carnaval que marca os festejos com o desfile de carros alegóricos, jantar de confraternização que obriga os participantes a apresentarem-se fantasiados a preceito e festa pela noite dentro. www.gazetarural.com

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Nos dias 17 e 18 de Fevereiro, no Pavilhão de Feiras e Exposições

Feira “100% Agrolimiano” mostra o melhor do sector agroalimentar de Ponte de Lima

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mês de Fevereiro começa em grande com a III Feira 100% Agrolimiano, que o Município de Ponte de Lima realiza nos dias 17 e 18 de Fevereiro, no Pavilhão de Feiras e Exposições. O certame tem como objectivo principal, mostrar, divulgar e promover o melhor do que se produz no sector agroalimentar em Ponte de Lima, sendo que esta é uma das áreas que mais se tem desenvolvido no concelho, ao longo dos últimos anos. Este crescimento deve-se não só a uma maior valorização dos produtos endógenos, mas também à aposta em novos negócios, com produtos únicos e de qualidade. O crescimento do sector tem-se manifestado tanto na qualidade dos produtos como no número de postos de trabalho criados. A RTP irá acompanhar em directo o evento, com o programa Aqui Portugal, onde as potencialidades do mundo rural do concelho estarão expostas e onde os visitantes poderão apreciar e comprar os mais diversos produtos como vinho verde, enchidos, fumados, sidra, mel, cogumelos, frutas e produtos hortícolas, entre outros, exclusivamente produzidos na nossa terra. No âmbito desta feira, realiza-se o VIII Concurso de Raça Holstein Frísia do Alto Minho, numa parceria entre o Município de Ponte de Lima e a Coopalima, com o apoio da Associação Portuguesa dos Criadores da Raça Frísia, da Associação de Apoio à Bovinicultura do Norte e da Escola Profissional de Agricultura e Desenvolvimento Rural de Ponte de Lima. Os bovinos de Raça Frísia tem grande expressividade na nossa região e, como tal, são um elemento chave no desenvolvimento do sector primário do nosso concelho. Além disso, a excelente qualidade da carne e a grande capacidade de produção de leite fazem deste um dos produtos endógenos de maior relevância e que conta com cada vez mais apreciadores e criadores. Para além do Concurso da Raça Frísia do Alto Minho, irão desenvolver-se outras actividades, com destaque para o Workshop “Pratos com Histórias”, por Saphir Cristal. A Feira 100% Agrolimiano destina-se ao público em geral e aos profissionais do sector e pretende atrair potenciais investidores que queiram instalar os seus negócios em Ponte de Lima.

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