Maracatu nação pernambuco COMO TUDO COMEÇOU
AGRADECIMENTOS
Ao Criador por me conceder a vida, a emoção de viver, a inspiração e o prazer da fotografia. Aos meus amados pais - Mainha Lela e Painho Jayme, já falecidos - e a querida Aiá - Célia, minha 2ª mãe - por terem me guiado na vida com amor e extrema dedicação, assegurando-me um lugar ao sol e as minhas melhores conquistas. Todos os ensinamentos colhidos no seio da minha família foram essenciais ao meu amadurecimento e, sem dúvida, contribuíram com as minhas acertadas escolhas, dentre elas, a que muito me gratifica que é a de fotografar pessoas, lugares, coisas, enfim, o mundo em minha volta.
Por um dever de justiça não posso deixar de ser grato à Professora Renata Victor pelo seu dedicado e profícuo trabalho de edição e tratamento de imagem.
JOSÉ RICARDO
José Ricardo concluiu o curso de Especialização: As Narrativas Contemporâneas da Fotografia e do Audiovisual pela Universidade Católica de Pernambuco – UNICAP – (2019) e é formado: em Tecnólogo em Fotografia pela Universidade Católica de Pernambuco – UNICAP (2015); em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Pernambuco – UFPE (2006) e em Comunicação Social pela Universidade Católica de Pernambuco – UNICAP (1992). Ao longo de sua carreira acumula a participação de um Livro Fotográfico: Imagem Nação sobre o Maracatu Nação Pernambuco (2011); participação do Calendário: PERNAMBUCO Aqui é Meu Lugar (1998) e neste mesmo ano foto escolhida para ser um Folder: Carnaval do Brasil na Alemanha. Serviços: Fotos-jornalismo; Editoriais; Cobertura de eventos; Gastronomia. Projetos: Cobertura do Carnaval e Maracatu Nação Pernambuco há mais de vinte e nove anos.
ÍNDICE
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Apresentação
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Como tudo começou
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Maracatu
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Tipos de Maracatus
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Cortejo de Maracatu
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Personagens
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ficha técnica
APRESENTAÇÃO A presença freqüente de José Ricardo aos ensaios do Grupo nota a sua preocupação em observar os detalhes da coreografia dando uma ênfase na fase de aceleração nos movimentos no decorrer do ritmo próprio dos dançarinos e dançarinas. Por isso ele costuma acertar os cliques nos momentos precisos valorizando desta forma ainda mais a nossa dança Popular através do Maracatu Nação Pernambuco, inclusive suas fotos já foi utilizada em nossa excursão pela Europa: Bienal Internacional de Dança de Lyon (França), Racism Beat It festival (Holanda), Couller Café Festival (Bélgica), África Festival (Alemanha) Montreux Jazz Festival (Suíça), Imst Festival (Áustria) e nos Estados Unidos da América no New Orleans Jazz e no Heritage Festival. Desde Já em nome do todo o Grupo agradecemos a sua entrega praticamente desde o nosso início da formação como Grupo de Dança Maracatu Nação Pernambuco. Com certeza esta minha opinião é respaldada e endossada pelo fundador e diretor musical Bernardino José da Silva.
Amélia Veloso
Coreógrafa
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COMO TUDO COMEÇOU A materialização da formação do Grêmio Cultural e Carnavalesco Maracatu Nação Pernambuco, ocorreu no dia 15 de dezembro de 1989 graças ao empenho do Contramestre Bernardino José Neto após uma temporada vitoriosa em Paris do Balé Popular do Recife e da dedicação de Amélia Veloso que ficou responsável pela coreografia do Grupo. Surgia assim, um novo conceito de Nação Carnavalesca da Fantasia, Tradição e Projeção, ao mesmo tempo, que se concluía um ciclo de 12 anos com o Balé Popular do Recife do Contramestre Bernardino José Neto para se dedicar, a partir daí, ao Maracatu Nação Pernambuco. No caso do maracatu Nação Pernambuco não existe a conotação religiosa apenas a preocupação com a coreografia da dança aliada ao ritmo do maracatu de baque virado. Quanto ao Grupo Maracatu Nação Pernambuco a sua primeira apresentação foi no dia 15 de dezembro de 1989, no Clube Carnavalesco Misto Vassourinhas de Olinda, no largo do Amparo.
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AMÉLIA VELOSO COREÓGRAFA
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BERNARDINO JOSร NETO FUNDADOR
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MARACATU A origem e as características dessa cultura o maracatu é uma manifestação muito rica e cheia de significados. Ele também tem um forte apelo religioso. Em alguns estados do Nordeste, sobretudo em Pernambuco, a preparação para o período carnavalesco é anunciada pelas fortes vibrações dos tambores do maracatu. Além do mais, é mais forte nessa época, porém em todo o decorrer do ano é possível ouvi-los fortes e cadenciados pelas ruas do Recife, Olinda e Nazaré da Mata. De acordo com documentos encontrados na igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos da Vila de Santo Antônio do Recife, fala-se sobre o maracatu desde o ano de 1674. Tudo pode ter iniciado através da miscigenação musical das culturas portuguesa, indígena e africana. É de berço que o maracatu se origina da instituição dos Reis Negros, já conhecida nos países da França e Espanha, no século XV e em Portugal, no século XVI.
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MARACATU DE BAQUE SOLTO O Maracatu de Baque Solto é uma rica expressão da cultura afro indígena no Carnaval de Pernambuco, conhecido por Maracatu de Orquestra, de Trombone ou Rural. Nessa manifestação cultural fica evidente a fusão de vários folguedos populares existentes nas áreas canavieiras do interior do Estado: como reisado, pastoril, cavalo marinho, bumba meu boi, caboclinhos, entre outros. Suas manobras (danças) são um constante vai e vem ao redor do cortejo como se protegessem a agremiação. Ainda temos a presença do Caboclo Arreiamá ou Tuxauá que, em lugar da guiada, traz nas mãos um machado. Sua cabeça é ornada por um grande cocar de penas. A orquestra do brinquedo é chamada de “terno”, composto por bombo, surdo, tarol, porca (cuíca), gonguê, alem dos instrumentos de sopro como clarinete, trombone e o trompete; o comando fica por conta do Mestre, que improvisa versos e loas (músicas). Os ensaios, chamados de “Sambadas”, acontecem sempre em seus terreiros, encontro dos mestres, orquestras e maracatuzeiros.
MARACATU DE BAQUE VIRADO Já o maracatu de baque virado é formado por uma percussão que acompanha um cortejo, a instituição que compreendia um setor administrativo e outro festivo com teatro, música e dança. O maracatu tinha apresentação com falas, mas a parte falada foi sendo eliminada lentamente, resultando em música e dança próprias para homenagear a coroação do rei Congo. Os Maracatus de Baque virado sempre começam em ritmo compassado, que depois se acelera, embora jamais alcance um andamento muito rápido. Antes de se ouvir a corneta ou o clarim, que precedem o estandarte da Nação, é o som do “baque” que anuncia, ao longe, a chegada do Maracatu.
MARACATU NAÇÃO O Maracatu Nação ou Maracatu de Baque Virado é uma manifestação folclórica com origem no estado de Pernambuco. Trata-se do mais antigo ritmo afro-brasileiro. É formado por um conjunto musical percussivo que acompanha um cortejo real. Os grupos apresentam um espetáculo repleto de simbologias e marcado pela riqueza estética e pela musicalidade. O momento de maior destaque consiste na saída às ruas nos desfiles e apresentações no período carnavalesco. COMO tudo começou | 13
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cortejo de maracatu
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Os cortejos de Maracatu são uma tentativa de refletir as antigas cortes africanas, que ao serem conquistados e vendidos como escravos trouxeram suas raízes e mantiveram seus títulos de nobreza, para o Brasil. O cortejo é composto por uma bandeira ou estandarte abrindo as alas. Logo atrás, segue a dama do paço, que carrega a mística calunga, representando todas as entidades espirituais do grupo. Atrás dela, seguem as Yabás (popularmente chamadas de baianas) e, pouco depois, a corte e o rei e a rainha dos maracatus. Os títulos de rei e rainha são passados de forma hereditária. Essa ala representa a nobreza da Nação. De cada lado seguem as escravas ou catirinas, normalmente jovens, que usam vestimentas de chitão. Mantendo o ritmo do desfile, seguem os batuqueiros. Os instrumentos são diversos: alfaias, que são tambores, caixas ou taróis, ganzás e abês, esses conduzidos por mulheres que vão à frente desse grupo e que fazem, do seu toque, um “show” a parte.
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PERSONAGENS
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PORTAESTANDARTE Quem leva o estandarte; este contém, basicamente, o nome da agremiação, uma figura que o represente e o ano que foi criada.
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REI E RAINHA As figuras mais importantes do cortejo. É por sua coroação que tudo é feito.
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VASSALO Um escravo que leva o pálio (guarda-sol que protege os reis).
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FIGURAS DA CORTE Príncipes, ministros e embaixadores.
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DAMAS DA CORTE Senhoras ricas que não possuem título nobiliárquicos.
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YABÁS Mais conhecidas como baianas, que são escravas.
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BATUQUEIROS Quem anima o cortejo tocando vários instrumentos, como caixas de guerra, alfaias (tambores), gonguê, xequerês, maracás, entre outros.
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DAMA DO PAÇO Mulher que leva, em uma das mãos, a calunga (boneca de madeira, ricamente vestida, que simboliza uma entidade ou rainha já morta).
CALUNGA Sobre este personagem Mário de Andrade afirma: “apenas quatro dos diversos sentidos etimológicos da palavra Calunga, oriunda dos dialetos bantos e que está relacionada a uma planta rutácea, um camundongo ou catita, um boneco ou boneca e a uma pessoa malandra, “ratoneira”. No Maracatu o autor se refereà Calunga como uma boneca de sexo feminino, vestida ricamente com roupas de estilo colonial, sendo portada pela Dama do Paço e se constitui em resquícios da mistura entre os cultos afro-americanos. Mulher auxiliar em terreiros Bantos.
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NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO A instituição Rei do Congo, criada na segunda metade do século 17, tinha por finalidade executar a parte administrativa e a representação do ato dos congos (teatro, música e dança). Os escravos coroavam seus reis e rainhas às portas da Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, em Recife. A dança executada com as Calungas tem caráter religioso e tornou-se obrigatória na porta das Igrejas, representando um “agrado” a Nossa Senhora do Rosário e a São Benedito.
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FICHA TÉCNICA
Renata Victor Professora Orientadora
Paulo Pedro de Alcântara Neto Digitalização
José Ricardo Silveira de Oliveira Foto-jornalista
jota bosco Layout e Diagramação
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JosĂŠ Ricardo josersoliveira@uol.com.br +55 (81) 9 9954.4012