Análise e Proposta de Alteração dos Transportes: Concelho da Maia
Dezembro de 2018 Juventude Popular da Maia
Breve Introdução Com este relatório pretende-se realizar uma análise aos transportes públicos (metro e autocarro), que servem o Concelho da Maia. Numa perspectiva de melhor servir os Maiatos, serão indicadas algumas propostas de alteração, que se julgam pertinentes, sempre baseadas num estudo de proximidade com a população que diariamente utiliza este tipo de transporte para as suas deslocações. Este produto, nomeadamente este relatório, surge de uma necessidade identificada juntos de diversas pessoas que demonstraram o seu desagrado com alguns aspetos existentes no sistema de transportes públicos que servem o Concelho da Maia. Neste estudo foram abordadas as linhas de autocarro: 600 Maia – Aliados, 600 Maia (Barca) – Aliados, 600 Aliados – Maia, 600 Aliados – Maia (Barca), 4M Maia – Aliados, 4M Aliados – Maia, 601 Aeroporto – Cordoaria, 601 Cordoaria – Aeroporto, 602 Aeroporto – Cordoaria, 602 Cordoaria – Aeroporto, 603 Maia (Zoo) – Marquês, 603 Marquês – Maia (Zoo), 604 Aeroporto – Hospital São João (Metro), 604 Hospital São João (Metro) – Aeroporto, 701 Bolhão – Codiceira, 701 Codiceira – Bolhão, 702 Bolhão – Travagem, 702 Travagem – Bolhão, 703 Cordoaria – Sonhos, 703 Sonhos – Cordoaria, 704 Boavista – Codiceira, 704 Codiceira – Boavista, 705 Hospital S. João – Valongo (Continente), 705 Valongo (Continente) – Hospital S. João, 706 H. S. João – Ermesinde (EST), 706 Ermesinde (EST) – H. S. João, 707 H. S. João – Ermesinde (EST), 707 Ermesinde (EST) – H. S. João, 5M Aliados – Ermesinde (EST) e 5M Ermesinde (EST) – Aliados. Foram ainda abordadas as linhas de metro: Linha C ISMAI – Campanhã, Linha C Campanhã – ISMAI, Linha C Fórum Maia – Campanhã, Linha C Campanhã – Fórum Maia, Linha F Aeroporto – Estádio do Dragão, Linha F Estádio do Dragão – Aeroporto, Linha B Póvoa de Varzim – Estádio do Dragão, Linha B Estádio do Dragão – Póvoa de Varzim. Todas as alterações propostas neste relatório vão deste modo ao encontro dos anseios, mas sobretudo das necessidades que os Maiatos identificaram.
Zonamento Nos transportes públicos em que é possível fazer uso do Andante, estes acabam por obedecer a um mapa composto por zonas, que determinam o título de viagem que o consumidor deverá adquirir assim como definem o preço de acordo com a distância da viagem. Para o caso, importa reter que existem cerca de 46 Zonas que se estendem sensivelmente desde Estela até Silvalde, e desde A Ver-O-Mar até Melres. Além de um número, as Zonas contam também com uma letra que poderá ser o N, o C ou o S. A letra N representa todas as zonas a Norte do IC 24, a letra C todas as zonas que se encontram entre o IC24 e o Rio Douro e a S todas as que estão abaixo do Rio Douro. A título meramente informativo, um título de viagem Z2 custa 1,20€, Z3 1,60€ e Z4 2,00€, sendo que a assinatura mensal equivale a 30,60€, 37,75€ e 48,05€.
No entender da Juventude Popular da Maia, este sistema de zonas não é adequado, porque não salvaguarda as deslocações dentro do Concelho da Maia. A título de exemplo, uma pessoa que pretenda deslocar-se do Fórum Maia (Maia) para o Aeroporto (Maia), necessita de uma Assinatura Mensal Z3 (C5, N11 e N10), mas caso
pretenda deslocar-se do Fórum Maia (Maia) para a Senhora da Hora (Matosinhos) apenas necessita de Assinatura Mensal Z2 (C5 e C2), o que acaba por não fazer sentido, sendo o preço mais elevado e condicionando a mobilidade dentro do mesmo concelho. Como forma de fazer face a esta situação, a JP Maia propõe que as zonas passem a ser definidas por concelho, sendo que a cada concelho corresponderá no mínimo uma zona e no máximo uma zona. Exemplo: Maia (C5), Matosinhos (C3), Porto (C1), entre outros.
Metropolitano – Linha C, Linha B, Linha E Relativamente ao Metropolitano, a Maia é coberta por 3 linhas de Metro: Linha C – ISMAI – Campanhã e Campanhã – ISMAI, Linha B – Póvoa de Varzim – Estádio do Dragão e Estádio do Dragão – Póvoa de Varzim e a Linha E – Aeroporto – Estádio do Dragão e Estádio do Dragão – Aeroporto. No caso do Metro, a satisfação da população Maiata é em geral boa, no entanto é fácil de apontar três situações que são consideradas como menos positivas: a primeira tem a ver com o término da Linha no sentido Maia – Porto, visto que a última paragem é Campanhã e não Estádio do Dragão como é comum nas restantes linhas que partilham este trajeto. Por outro lado, há a velha questão, que se relaciona com a extensão da Linha C até à Trofa e a construção de pelo menos 2 das 8 estações em projeto (Ribela e Muro). Existe também outra questão, que resolveria grande parte dos problemas de mobilidade dos Maiatos dentro do próprio Concelho da Maia e que além disso englobaria grandes aglomerados de população da Maia, que seria a extensão da Linha D do Hospital de São João até ao Parque Maia, passando por locais como Pedrouços, Águas Santas, Milheirós e Gueifães. Relativamente à Linha B e à Linha E não existe grande desagrado por parte dos Maiatos, à exceção da frequência diminuta de passagem na Linha B em alguns períodos do dia e ainda a problemática das composições em Serviço Expresso.
Autocarro – 600, 601, 602, 603, 604, 3M e 4M Relativamente aos Autocarros pertencentes aos STCP, o desagrado da população é muito mais elevado comparativamente com o Metro. As reclamações vão muitas vezes em direção à frequência de passagem, aos constantes atrasos, aos horários e à supressão de veículos. Começando pelo Autocarro 600, que realiza o transporte de pessoas entre a Maia ou Maia (Barca) e os Aliados, existem problemas em termos de atrasos, com especial incidência nas horas de ponta, sendo que no sentido Aliados – Maia existem constantes supressões de veículos sobretudo entre as 18.30h e as 20.00h fruto do fim do horário de trabalho da maior parte dos motoristas da linha, sendo facilmente possível esperar entre 30 a 45 minutos por um veículo que tenha como destino a Maia e não Vale Formoso, Arca D’Água, Amial ou até mesmo “Recolha”, situação que indigna os utilizadores deste transporte público. Relativamente ao 600 existe ainda a situação do 600 Aliados - Maia, que termina a sua viagem na paragem Maia, sendo que seria mais conveniente e útil à população que a última paragem fosse a paragem Fórum, em virtude da maior parte dos utilizadores fazerem a ligação com o Metro. No sentido inverso, seria útil a primeira paragem ser exatamente a paragem Fórum.
Tendo em consideração o 601, que realiza o trajeto Cordoaria – Aeroporto (Via Mar Shopping), não foram encontrados grandes pontos de desagrado da população com quem a JP Maia contactou durante a realização deste estudo, fruto também de se tratar de uma zona com várias alternativas de transportes públicos.
Partindo para a análise do autocarro com o número 602, que realiza o percurso Cordoaria – Aeroporto (Via Padrão Moreira), não existem grandes situações negativas que mereçam reparo neste relatório.
Tomando em consideração o autocarro com o número 603, que liga a Cordoaria à Maia (Zoo), não existem também grandes situações negativas a apontar. O único aspeto menos positivo é a frequência de passagem deste veículo, que no entender dos Maiatos poderia ter uma maior frequência.
Partindo para a análise à Linha 604, que liga o Hospital de São João ao Aeroporto, existem algumas situações que provocam desagrado à população e que não vão ao encontro das suas necessidades. Deste desagrado, destaca-se a necessidade de extensão do horário da linha até à meia-noite e que a STCP evite a supressão de algumas das viagens, facto que se repete com frequência, sobretudo ao fim-de-semana em que periodicidade é de hora a hora. Há ainda outro aspeto a rever, que se prende com o trajeto, nomeadamente na zona de Gueifães, onde existem locais onde os autocarros (em sentidos contrários) não se podem cruzar um com o outro devido à tipologia da rua, e desse modo seria bom desviar o percurso de Hospital São João – Aeroporto pela Rua Luís da Silva Neves, retomando o percurso normal na Rotunda da Avenida Dr. Germano Vieira.
Partindo agora para a análise da Rede da Madrugada dos STCP, tendo somente em consideração os veículos que realizam parte do trajeto pelo Concelho da Maia, a saber 3M e 4M, consideramos que ao nível do 3M (Aliados – Aeroporto) seria útil a sua passagem pelo Padrão de Moreira, uma vez que essa zona se encontra totalmente “despida” de qualquer meio de transporte para a população de Moreira da Maia nesta altura do dia.
Por sua vez, o 4M (Aliados – Maia) é uma linha que necessita e merece uma reformulação, pois consideramos que seria imprescindível a sua passagem pelo Centro de Gueifães, fazendo uma alteração do percurso a começar em Santana, onde o veículo faria o desvio para o Centro de Gueifães, voltando ao seu percurso normal a partir da Rotunda do Lavrador, sendo que no sentido inverso deveria acontecer o mesmo. Esta alteração teria um impacto altamente positivo, porque permitiria cobrir a zona de Gueifães, que neste período se encontra completamente “vazia” de transportes públicos.
Autocarro – 701, 702, 703, 704, 705, 706, 707 e 5M Seria redutor analisar apenas as linhas dos STCP que terminam na Maia, até porque existem muitas outras linhas que em algum momento do seu percurso acabam por cruzar o solo Maiato e que são igualmente importantes de analisar. Relativamente ao 701 que liga o Bolhão à Codiceira, passando grande parte do seu percurso por Águas Santas, não existem grandes pontos negativos a apontar, visto que esta é uma zona extremamente bem servida em relação a este tipo de transporte.
Em relação à Linha 702, que liga o Bolhão à Travagem, esta acaba por ser muito idêntica à do 701, tendo grande parte do percurso em comum sobretudo em Águas Santas, deste modo seria útil uma ligeira alteração de percurso por forma a passar por alguns pontos cruciais de Águas Santas, como por exemplo a USF Alto da Maia.
Partindo para a análise da Linha 703, que realiza a ligação entre a Cordoaria – Sonhos, há novamente uma semelhança com parte do trajeto das linhas anteriores, no entanto, o pior nesta linha segundo a população é a periodicidade dos veículos, sobretudo ao fim-de-semana, algo que é visto com bons olhos caso existisse uma alteração.
Por sua vez, o autocarro com o número 704, realiza a ligação entre a Boavista e a Codiceira, e tem também algumas partes do percurso em comum com os anteriores autocarros analisados, no entanto não existem grandes reclamações relativamente a esta linha, sendo que se trata de uma linha crucial possibilitando facilmente a chegada dos Maiatos que residem nesta zona à zona da Boavista.
O autocarro com o número 705, que efetua a ligação entre o Hospital de São João e Valongo-Continente, é uma ligação que tem uma boa parte do seu percurso por Águas Santas. O principal problema que conseguimos identificar nesta linha é a pouca frequência, pelo que pedimos o reforço desta linha assim como a extensão do serviço até à meia-noite, situação que se justifica pelo percurso que este autocarro efetua.
Tomando em análise o autocarro com o número 706, que realiza o trajeto Hospital de São João – Ermesinde (EST) Via Mte Penedo, trata-se de uma linha importante que assegura as deslocações dos Maiatos, pelo que uma das razões de maior insatisfação tem a ver com a fraca periodicidade de passagem deste veículo, tendo por vezes intervalos de 1 hora e 30 minutos, o que não serve de todo os interesses da população, pelo que propomos um menor intervalo de passagem entre veículos, de forma a servir melhor a população.
Por sua vez, a linha 707, que realiza a ligação entre o Hospital de São João e Ermesinde (Estação) Via Arregadas, trata-se também de uma linha importante, tal como a anterior, que assegura as deslocações dos Maiatos, nomeadamente na freguesia de Milheirós, pelo que uma das razões de maior insatisfação tem a ver com a fraca periodicidade de passagem deste veículo, tendo por vezes intervalos maiores do que 1 hora e 30 minutos, o que não serve de todo os interesses da população. Por esse motivo, propomos um menor intervalo de passagem entre veículos, de forma a servir melhor a população, assim como o prolongamento da sua passagem, pelo menos, até à meia-noite.
Tendo também em consideração a Rede de Madrugada dos STCP, o 5M desempenha também um papel importante, permitindo a deslocação dos Aquisantenses durante este período do dia. Relativamente a esta linha não existem grandes problemas a apontar.
Conclusão Esta análise desenvolvida pela Juventude Popular da Maia, partiu do contacto com a população maiata, que ao longo do ano de 2018 foi transmitindo os pontos positivos e os pontos negativos que identificam nos transportes públicos que atravessam o Concelho da Maia. Foi tido em consideração, por parte da JP Maia, a opinião de mais de 1000 Maiatos, e todas as propostas refletem as necessidades da maioria da população. O que se espera com este relatório é que seja parte da observação e ponderação por parte de todos os agentes com responsabilidades nos transportes públicos que servem o Concelho da Maia, e que se possam adotar todas, ou pelo menos uma grande parte das recomendações anteriormente apresentadas e que melhorariam, sem espaço para dúvidas, as deslocações dos Maiatos.