Econews - Jornal de economia da UERJ ed2

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ECONEWS Informe da Faculdade de Ciências Econômicas da UERJ

Ano 1 - Nº 2

NOVOS DOCENTES

Conheça quem são os professores que ingressaram na faculdade recentemente

Edíficação da Universidade do Estado do Rio de Janeiro.

Este jornalzinho tem o intuito de informá-los sobre as atividades da Faculdade de Ciências Econômicas (FCE) da UERJ. Utilizaremos este espaço para dar algumas notícias relevantes, não apenas do ponto de vista institucional, mas também acadêmico. Aceitamos sugestões e contribuições para as próximas edições. Gregorio Stukart e Paulo Henrique Soto Costa Diretor e vice-diretor da FCE

Estudo Versus Trabalho Por Gregorio Stukart

A maior parte das justificativas para a falta de presença e até as notas insuficientes dos alunos diz respeito ao seu emprego. A disposição desta direção da FCE de não aceitar estas desculpas merece uma explicação. Existem muitos motivos para cursar uma Universidade, mas o motivo econômico é de melhorar a renda através da aquisição de conhecimentos úteis no mercado de trabalho, isto é adquirir capital humano. Os professores tem uma função social ao melhorar o futuro nível de vida dos seus alunos em relação ao restante da população e para conseguir seu intuito estabelecem regras e requerimentos mínimos como notas e presença. Muitos estudos confirmam a elevação do rendimento para quem termina a Faculdade. Inclusive a taxa de retorno deste investimento no Brasil é das mais elevadas.

Este investimento consiste do tempo dedicado ao estudo e, portando, diminuído do trabalho ou do lazer. O outro custo deste investimento que é o custo direto da educação não se aplica aos estudantes do ensino público gratuito e pode ser grosseiramente calculado como a mensalidade vezes os 48 meses de duração mínima o que resulta em um “desconto”de R$ 108.000,00 (48 x R$ 2.250,00) em relação a FGV Rio, por exemplo. Voltando ao custo em termos de horas de lazer ou trabalho sacrificadas. Este custo é inerente ao investimento em educação e não há desconto. Infelizmente isto significa que uma pessoa que depende de seu emprego para sobreviver e que o horário deste emprego coincide com o da faculdade, dificilmente poderá estudar. Isto é quase tão injusto quanto impedir de cursar a faculdade, através do vestibular, alguém que não tem o preparo intelectual suficiente.

Na coluna do professor, o docente Bruno Leonardo explicita as contradições e desafios econômicos da cidade do Rio de Janeiro (Página 4)

COORDENAÇÃO Fique por dentro da primeira avaliação institucional promovida pela FCE e participe da nova pesquisa (Página 2)

SEMANA DE ECONOMIA A nossa já tradicional Semana de Economia vem aí! Ocorrerá do dia 21 ao 23 de outubro. Será uma excelente oportunidade de ouvir especialistas e expoentes de diversas áreas da Economia, e debater temas pertinentes ao futuro da economia brasileira e à sua futura carreira como economista. Participe!


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ECONEWS  Número 2, Ano 1

CAECO Se você não acredita, fique sabendo que nós acreditamos. E acreditamos que a diferença está lendo isso agora.

prestígio da FCE. Foram apontados como motivo das reprovações professores demais exigentes e nunca a falta às aulas. Eu mesmo pensei que apenas através dos resultados das provas poderia incentivar o estudo, mas notei que os alunos faltosos não se davam conta de quanto isto prejudicava seu rendimento. Existe agora um movimento inverso, do qual participo, de exigir o comparecimento às aulas dentro das regras da Universidade.

Aproveitem o clima de amizade que a UERJ proporciona como nenhuma outra faculdade.

Quase não existem autodidatas em economia, portanto o professor é necessário e sua atuação se concentra nas salas de aula.

E cuidem do patrimônio da sua universidade. Nossos maiores patrimônios estão aí e vocês devem zelar por eles.

COORDENAÇÃO

Calouros de Economia, em breve nossa faculdade será a melhor do Brasil.

A galera do CAECO está empenhada, nossa Atlética Taurus é promissora, a Economus ruma ao sucesso e a Diretoria e Coordenação da FCE estão se esforçando para fazer o melhor. O resto é com vocês. Vivam intensamente esta experiência que é estar na FCE -UERJ e sejam bem vindos.

ECONOMUS A Economus Consultoria é a Empresa Júnior da Faculdade de Ciências Econômicas da UERJ. Fundada em 2001, vem possibilitando que os alunos vivenciem na prática a teoria exposta em sala de aula, através da gestão da empresa e da realização de projetos para seus clientes. Toda a sua atividade é supervisionada atualmente pelo professor Jorge Cláudio, da FCE/UERJ, e dentre os projetos recentes está um Estudo de Viabilidade Econômica para a NN Investimentos. Mais informações em: www.economus.uerj.br

Em economias divididas pela especialização só os mais dotados de recursos e de capacidades podem ter acesso à carreira de economista ou qualquer outra que diferencie sua renda, como a de médico ou jogador de futebol, por exemplo.

Cabe aos professores formar bons economistas e do outro lado, como membros de uma comunidade, fazer algo para reparar injustiças. Não me parece correto misturar as coisas e piorar a formação de economistas com caridade. A caridade estaria melhor servida se dirigida a entidades que se especializam em ajudar os mais carentes ou injustiçados. De outro lado, distribuir diplomas por caridade não ajudaria os que recebem este diploma, pois o mercado acaba discriminando; mas baixaria a reputação dos outros diplomados pela universidade. Quanto aos estágios, as empresas responsáveis que os concedem respeitam os horários da Faculdade e me proponho a escrever para empregadores pedindo o respeito ao horário das aulas. Empresas que, através de estágios contratam mão de obra mais barata, devem ser evitadas e denunciadas. Como alternativa para quem não dispõe de tempo já existem cursos à distância disponíveis no mercado. Continuamos a dar cursos presenciais por acreditar que tenham um rendimento superior, o que é confirmado pelo mercado de trabalho, mas que demandam um investimento maior do aluno. O argumento de que a presença é desnecessária se difundiu na última década em nossa Faculdade, quando, por diversos motivos, houve uma queda do

Neste ano de 2014 realizamos as duas primeiras avaliações institucionais da história da FCE: sobre 2013.2 e sobre 2014.1. O questionário continha perguntas sobre os cursos, os professores, a direção da FCE, sua secretaria, seu centro acadêmico e a infra-estrutura. Havia ainda um espaço destinado a comentários e sugestões – onde recebemos vários inputs valiosos! Foram poucas as avaliações ainda, mas já deu para notar alguns padrões, como professores que recebem nota máxima sempre e outros mal avaliados por diversos alunos. Tais informações são muito valiosas e estão sendo utilizadas pela Coordenação e Direção para a melhoria de nossa graduação, além de cada professor da FCE receber uma planilha com as avaliações dos seus próprios cursos. Seguem alguns dados da 1a avaliação. Obtivemos 76 respostas de um total de 44 alunos. Apenas 6 alunos preencheram o formulário para 4 ou mais matérias. Ainda é pouco, mas já foi muito válido. A tabela abaixo traz o número de questionários preenchidos, de alunos respondentes e a média de matérias respondidas por aluno, conforme o ano de matrícula na FCE. 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013

respostas 8 4 11 7 3 36 7 76

alunos 3 4 8 6 2 16 5 44

média 2,67 1,00 1,38 1,17 1,50 2,25 1,40 1,73


Ano 1, Número 2

A tabela abaixo traz a média e o desvio-padrão das notas dos quesitos gerais da FCE. MÉDIA DESVPAD

Direção CAECO Sec. Instalações 3,16 2,41 3,48 3,11 1,12 1,23 1,09 0,95

Esta primeira avaliação serviu como um primeiro experimento, a ser aprimorado. Na segunda avaliação – cujas respostas ainda estamos processando – tivemos um total de 212 respostas, ou seja, praticamente triplicamos! Certamente, contamos com a participação ainda mais intensa dos estudantes nas avaliações que virão. Ser avaliado é essencial para o aprimoramento, seja ele pessoal ou institucional. Queremos uma FCE de excelência, que se traduza no futuro em um maior reconhecimento do valor do seu diploma, a se traduzir em melhores oportunidades de trabalho e maiores salários para os que por aqui passarem. Para chegarmos lá a sua participação hoje como aluno é essencial. E isso passa por ter bons resultados também em avaliações externas, como ENADE e ANPEC. Não deixe de participar deste processo!!! A melhoria da nossa faculdade também depende de você.

Selecionados no programa Startup Rio

ECONEWS

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NOVOS PROFESSORES Elias Marco Khalil Jabbour

Marina Monteiro Machado

Possui graduação em Geografia pela Universidade de São Paulo (1997), mestrado em Geografia (Geografia Humana) pela Universidade de São Paulo (2005), e doutorado em Geografia (Geografia Humana) pela Universidade de São Paulo (2010). É Professor Adjunto da Faculdade de Ciências Econômicas da UERJ. Foi - entre abril de 2006 e fevereiro de 2007 - Assessor Econômico da Presidência da Câmara dos Deputados (Brasília-DF). Tem experiência na área de Geografia e Economia com ênfase em Geografia Humana e Econômica, Economia Política, Economia Política Internacional e Planejamento Econômico atuando principalmente nos seguintes temas: China, socialismo, desenvolvimento, categoria de formação social, Pensamento Independente de Ignácio Rangel, Brasil e infra-estruturas.

Graduada em História pela Universidade Federal Fluminense (2004), instituição onde também realizou o mestrado (2007) e o doutorado (2010) junto ao programa de pósgraduação em História Social. No ano de 2011 realizou estágio de Pósdoutorado no Instituto Universitário de Lisboa. Pesquisadora em História Rural e História das Propriedades (séculos XVIII e XIX), é coordenadora executiva do Núcleo de História Rural da Universidade Federal Fluminense e integra a equipe fundadora da Rede Proprietas. Em 2012 publicou o livro “Entre Fronteiras: posses e terras indígenas nos sertões (Rio de Janeiro, 1792-1824)”, a partir da tese de doutorado defendida, e em 2013 organizou em coautoria o livro “Em terras lusas: conflitos e fronteiras no Império Português”.

lecionadas receberão suporte intelectual de especialistas e empresas como o Google, além do apoio financeiro do governo durante um ano.

Os alunos estão desenvolvendo o Mobility, que será um aplicativo de localização do transporte público do usuário a partir de informações geradas pelo GPS dos veículos. Os alunos Davi Hyppoli- Também será criada uma rede to e João Pedro Almeida da onde os usuários compartiFCE/UERJ, e Renato Macha- lharão informações úteis. do, do Infnet, foram aprovados para o programa Startup Rio. As startups digitais se-

Informe Os alunos Diego Bezerra e Daniel Demetrio foram selecionados por critérios objetivos (baseados em CR e matérias obrigatórias cursadas, além da disponibilidade do aluno) e representaram a FCE-UERJ na Gincana Regional de Economia do CORECON-RJ, no dia 13/08. A FCE estreava na competição e nossa dupla já ficou em brilhante 2º lugar no Estado!!! Parabéns à dupla!!! (E à FCE como um todo!)


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ECONEWS  Número 2, Ano 1

COLUNA DO PROFESSOR

Pensar o Rio Regional: uma economia estadual forte é um sistema econômico forte Bruno Leonardo Barth Sobral O período de eleições se avizinha, tornando propício levantar questões para o debate. Diante do quadro nacional, muitas vezes o quadro estadual não recebe a mesma atenção. No Rio de Janeiro, isso se torna mais grave pela forma histórica como se compôs sua “capitalidade” a partir da economia carioca. Enquanto arena de decisões nacionais e centro cosmopolita, isso permitia “pular” a estruturação de uma escala regional de desenvolvimento para articular diretamente um Rio Nacional a um Rio Local (fazendo referência à expressão cunhada pelo economista Mauro Osorio). Nesse sentido, nossa elite política e intelectual voltava-se aos “problemas do Brasil”, enquanto os problemas locais eram enfrentados na sombra da burocracia, muitas vezes sob uma lógica fragmentária e através de políticas de clientela. Quanto à escala regional, esta se manteve com pouca expressão, inclusive com a falta de uma governança metropolitana efetiva e de orçamentos territorializados que permitissem a redistribuição de recursos com fins de planejamento. Enfatizo a questão metropolitana porque é grave a precariedade de sua densidade produtiva e o déficit em infraestrutura básica. Por exemplo, em 2012 (segundo RAIS), a participação relativa da indústria de transformação no total de empregos formais na periferia da RMRJ (12,6%) era menos que a metade da participação relativa nas periferias da RMSP (26,4%) e da RMBH (29,7%). Considerando o peso do emprego industrial sobre o total da população, a situação é ainda mais grave: 2,06% para a periferia da RMRJ, enquanto para periferia da RMSP era 7,35% e para periferia da RMBH era 7,37%. Em termos de infraestrutura básica, em 2010 (segundo Censo Demográfico), ainda existem diversos municípios com menos de 70% dos domicílios atendidos por rede de água. Itaboraí, sede de investimentos bilionários da Petrobrás no COMPERJ, somente 27% dos domicílios estavam atendidos. Contudo, o rol dos desafios de infraestrutura é bem mais amplo, em especial, envolvendo uma maior regularização fundiária e a execução de uma política efetiva de zoneamento urbano (com mais clareza na definição dos usos e fiscalização). A despeito da reprodução dos problemas na escala regional, segundo o relatório Decisão Rio 2011-2013 da FIRJAN (2011, p.10): “a cidade do Rio de Janeiro tem atualmente, nos seus bairros mais nobres, o metro quadrado residencial mais valorizado do país e, no centro comercial, escritórios cujo valor do metro quadrado já supera até mesmo os de Manhattan, em Nova Iorque”. Adicionalmente, o documento apontou que: “a marca “Rio de Janeiro” ganhou e continua a ganhar valor, sendo associada internacionalmente, com sucesso, aos mais variados produtos e serviços, tais como filmes, moda, eventos, cultura e design”. Diante dessa contradição, um julgamento apressado aceita-

ria que a tarefa seria um “reequilíbrio” espacial, enfocando a necessidade de aumentar a atratividade mercantil dos vazios urbanos e das áreas mais periféricas. A partir dessa visão, dois equívocos são frequentes quando se discute políticas: 1) resumí-las a ações compensatórias para atender às “regiões-problema” presas em algum “círculo vicioso de pobreza”; 2) resumí-las a romper obstáculos para o aproveitamento de vantagens locacionais e economias de aglomeração. No primeiro caso, desconsidera-se que a problemática envolve a totalidade da organização do território, e, no segundo caso, desconsidera-se que os processos de desenvolvimento são supralocais e polarizados em torno de centralidades urbanas que articulam complexos logístico-produtivos em um escala ampliada. Em meu livro lançado no final do ano passado, “Metrópole do Rio e Projeto Nacional: uma estratégia de desenvolvimento a partir de complexos e centralidade no território” (Garamond, 2013), busquei esclarecer que lutar pelo desenvolvimento do Rio de Janeiro é lutar pelo desenvolvimento do Brasil (!). Mais que uma “frase de efeito”, isso significa que, ao se discutir a economia fluminense, os desafios nacionais não se apequenam, ao contrário, explicitam-se devido as nossas especificidades. Ouso afirmar que não deveria ser um tema ausente do debate nacional a discussão da natureza do protagonismo fluminense nos destinos do país, assim como seu êxito depender da prioridade para uma política regional, friso, a partir da consolidação de complexos e centralidades no território. É uma comemoração apressada elencar a importância na exploração de petróleo e gás, na produção cultural, na organização de grandes eventos e mais alguns nichos setoriais e centros de pesquisa. Da mesma forma, é ingênuo assumir como sinal de progresso a “farra” imobiliária junto às grandes operações urbanas e à atração de mega empreendimentos. Por esse prisma, recai-se em falácias decisórias, fruto de supostas clivagens: entre áreas ricas versus áreas pobres, ou entre interiorização do desenvolvimento versus concentração na capital e adjacências. Ao contrário, o desafio é a construção de uma escala de planejamento integrado que, em particular, requalifique o sentido histórico de seu processo de metropolização e construa um sistema econômico forte.

Expediente Diretor: Gregório Stukart Vice-diretor: Paulo Henrique Soto Elaboração do Jornal: João Paulo Meireles

Diagramação: Tarcísio Ribeiro Impressão: Gráfica UERJ Tiragem: 800 Contato: economia@uerj.br


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