O Pequeno Príncipe e o Coronavírus

Page 1


I

Quando eu era criança, li um livro no qual mostrava uma jiboia que engolia um morcego. Causou uma grande impressão em mim e me inspirou a desenhar.


II Tomando uma iniciativa artística, assustador. E Esse é o resultado.

desenhei

algo

“Por que eu deveria ter medo de um chapéu” perguntaram os adultos. Mas esse desenho não era apenas um chapéu. Os adultos que deviam saber tudo não entendiam meu medo.


III

Meu desenho não era um chapéu! Era uma jiboia que acabara de comer um morcego. Isso me assustou porque os morcegos podem ter doenças perigosas e não é prudente que uma jiboia os coma. Quem sabe que tipo de efeito dominó catastrófico esse tipo de refeição pode ter sobre o resto da fauna e flora, mesmo do outro lado do mundo.


IV

Conheci alguns anos depois o Pequeno Príncipe que estava prestes a surtar porque algumas pessoas não são limpas, iguais aos morcegos.


V

“Me desenhe um sabonete!”, disse o Pequeno Príncipe. Não sabia por que ele me disse isso, mas desenhei. Ele olhou para o meu primeiro sabonete e me disse que era pequeno demais. VI

O segundo sabonete era muito escorregadio para as suas mãos.


VII

“Está seco, esse sabonete”, ele me diz enquanto olhava minha terceira tentativa. VIII

Para não perder a paciência e para ele calar a boca, desenhei uma caixa de sabonete para ele. “é perfeito, eu posso levar meu sabonete para onde quiser.” Ele exclamou antes de sair com sua caixa vazia.


IX

Veja bem, o Pequeno príncipe vivia em um pequeno asteroide contaminado por uma nova forma do Coronavírus, o COVID_19 (esse vírus já existia, chamamos de covid-19 porque é sua nova forma) por causa dos viajantes que retornaram das férias e não respeitavam medidas simples de higiene, nem queriam respeitar o distanciamento social ou mesmo a quarentena, que eram, no entanto, necessários para evitar a contaminação da comunidade.


X

Então o pequeno príncipe fez o possível para limpar sua casa, para que pudesse acabar com o vírus, mas ele não tinha todo o material necessário.


XI

Tudo porque em outros asteroides, as pessoas egoĂ­stas compravam quantidades infinitas de produtos de limpeza e alimentos, privando assim muitas pessoas dos mesmos alimentos ainda necessĂĄrios para todos.


XII

O Pequeno Príncipe não teve outra escolha senão deixar seu asteroide para procurar um antídoto milagroso para salvar seu planeta. Ele aproveitou uma manada de sacolas plásticas (abandonadas por todos os lados) que passava, para se lançar no céu com elas.


XIII

No Primeiro asteroide, ele encontrou um rei com um fardo de papel higiênico. O pequeno príncipe perguntou ao rei qual era o reino sobre o qual ele dominava. O Rei respondeu: “Eu sou o rei da compra a granel em tempos de pânico”. Foi então que o pequeno príncipe perguntou a ele: Majestade, posso ir ao banheiro antes de sair?” Tomado por medo de ficarsem Papel Higiênico, o rei respondeu: “quando as condições forem favoráveis”


XIV

O próximo asteroide tinha o mais vaidodo de todos os vaidosos. Não sou vaidoso, sou empreendedor: vejo oportunidades de negócios e as aproveito” Assim justificou o vaidoso, quando o pequeno príncipe lhe perguntou por que ele tinha tantos frascos de álcool em gel em seu planeta. O homem presunçoso, tendo entendido o valor dos desinfetantes em tempo de crise, aproveitou a situação de escassez de álcool em gel, para comprar o máximo de frascos possível e fazer uma fortuna desonesta ao vende-los por até 10 vezes mais o preço que valia.


XV

Enquanto continuava o caminho, o Pequeno Príncipe sentiu o cheiro de álcool emanando de um asteroide. Quando ele chegou lá, viu um bêbado. “um tolo comeu um morcego e, por causa disso, não tenho emprego. Para esquecer todas as minhas preocupações, eu bebo. É meeu direito como cidadão! Ninguem vai dizer o que fazer, para eu ter um emprego!”


XVI

Montanhas emanavam do asteroide seguinte. Elas eram estranhas. Na verdade, eram montanhas...de latas. “eu só tenho reservas, mesmo que eu tenha comida para além da minha expectativa de vida, e até mesmo dos meus filhos, tenho medo de acabar.”


XVII

“Pedimos às pessoas que fiquem em casa, mas as pessoas continuam dirigindo para comprar apenas duas bananas no supermercado local. Então tenho que gerenciar o tráfego dessas pessoas irresponsáveis.”


XVIII

No último asteroide a caminho, o Pequeno Príncipe encontrou Horácio. Ele explicou que para achatar a curva, era necessário seguir as indicações preciosas e ponderadas da Organização Mundial de Saúde. Basicamente, adotamos o senso comum de uma população dita civilizada e educada, para não sair apenas por um saco de batatas fritas e uma cerveja, e nem para fofocar com os vizinhos.


XIX

O Pequeno prĂ­ncipe finalmente pousou na terra, mais precisamente no estacionamento do famoso Carrefur. Foi nesse momento que ele conheceu GRANDE, uma raposa selvagem.


XX

GRANDE é meu apelido, na verdade meu nome é Grande Bom Senso. A razão pela qual sou selvagem é que ninguem sabe como me cativar. Portanto é simples, voce só precisa usar seu bom senso.


XXI

EntĂŁo o pequeno prĂ­ncipe fez um pedido de que todos e cada um cativasem GRANDE para que todos pudessem usar o Grande Bom Senso. Dessa maneira, o mundo inteiro poderia emergir desse terrivel episĂłdio, ainda mais civilizado e cheio de bom senso para a humanidade!


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.