Revista Di Rolê 4ª Edição

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cine Drive-in é preciso! Comemore o 54º aniversário de Brasília e viva a história do último cinema ao ar livre do Brasil

Espelho de monumentos As curiosidades de 7 pontos turísticos da capital

Março/Abril 2014 :: Revista Di Rolê ::

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SIMPLICIDADE!

Quem disse que comunicação tem que ser cheia de coisas

que fazem mais coisas?


Experimente o conceito

menos é mais e descubra o resultado de uma comunicação pensada para você!

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Sumário 10

Literatura

II Bienal Brasil do Livro e da Leitura acontecerá em abril na cidade

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Quero Comer

Casa de drinks oferece um Paradiso em terras brasilienses

26 Hits

Um novo olhar por entre as ruas da Capital

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Bate-Papo

Brasília, Renato Russo e o “Poetas do Ceub”

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dade

Editorial

EXPEDIENTE

JORNALISMO Ana Luiza Medeiros Bianca Bruneto Bianca Ramos Clarice Gulyas Danielle Gaspar Danilo Monteiro Diogo Alves Djenane Arraes Guilherme Carvalho Júlia Dalóia Letícia Tôrres Luiz Felipe Brandão Soloni Rampin Vinícius Brandão Priscilla Teles FOTOGRAFIA Fernando Aguiar Graciete Brito

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inda engatinhando e a cada edição ganhando forças, a revista Di Rolê alcança mais uma conquista ao chegar no lançamento de sua 4ª edição. Bimestralmente são desempenhados trabalhos entre nossa equipe e realizadas produções individuais, por cada colaborador participante desta empreitada, que busca constantemente a excelência nos serviços prestados.

Nesta edição, o leitor poderá conferir matérias em homenagem ao aniversário de Brasília, em abril, com uma matéria sobre o único Cine Drive-In remanescente no Brasil, que está pertinho, lá no autódromo. Aos que já conhecem alguns dos principais monumentos de Brasília, mas não sabem detalhes por traz de cada um, aqui está uma bela oportunidade para descobrir sobre estes pontos turísticos da capital e algumas de suas curiosidades. Fernanda Takai, vocalista da banda Pato Fu, brilha como capa desta edição e conta à Di Rolê algumas conexões que tem com Brasília. A cantora também fala sobre o seu novo álbum solo, “Na Medida do Impossível”, com lançamento previsto para março, e outros assuntos como literatura e projetos pessoais. Que nesta edição especial, de comemoração ao aniversário de Brasília, o leitor possa desfrutar de conteúdos especialmente elaborados para felicitar mais um ano de vida de nossa cidade e seus encantos, da arquitetura à gastronomia.

DIAGRAMAÇÃO Amanda Viviele Camilla Maia DESIGN GRÁFICO Saulo Cardoso

Boa leitura,

DIRETORA EXECUTIVA Júlia Dalóia

Júlia Dalóia Diretora Executiva - Revista Di Rolê

É ESPAÇO DO LEITOR Se você recebeu, leu e tem opiniões sobre assuntos da Revista Di Rolê, agora pode expressar. Envie sua sugestão ou comentário acerca dos assuntos abordados na presente edição para: revistadirole@gmail.com.

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Di Rolê Foto: Divulgação

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Cine Raridade Apesar de ser o último cinema ao ar livre do país, brasilienses ignoram o Cine Drive-in estacionado no coração da Capital Federal

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ara muitas pessoas, ir ao cinema é um prazer tão grande que tem dia cativo marcado na agenda semanal. O início da magia se dá quando as luzes vão se apagando, começam os trailers, os barulhinhos de pipoca, o casal ao lado aos beijos estalados, o ar condicionado começa a ficar muito frio, um espectador sentado atrás de vocês não para de se mexer e esbarrar na sua poltrona, outro por perto incomoda com a luz do celular por checar o Facebook durante a sessão, o áudio da sala nem sempre está lá aquelas coisas, tem o grupo de amigos que comenta em

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Soloni Rampin voz alta cada uma das cenas, mais à frente, o celular começa a tocar uma música estranha de balada e o sujeito atende à ligação ali mesmo. Quem nunca passou por, pelo menos, uma dessas situações, que atire a primeira pedra. Mas, em Brasília, existe uma alternativa para circunstâncias como essas, o Cine Drive-in. O Cine está localizado na Área Especial do Autódromo, perto do Estádio Mané Garrincha e do Ginásio Nilson Nelson, num local de fácil acesso no centro da cidade. Para assistir a uma sessão, basta ir até lá de carro, pagar o ingresso de cada

um dos ocupantes, estacionar o veículo em frente à tela de projeção e desligar as luzes. O áudio do filme é sintonizado no rádio de cada carro pela frequência 88,7 FM, mas quem não tem o aparelho, pode solicitar caixas de som para serem acopladas ao veículo. No local, também está disponível o serviço de lanchonete. Basta acender o farolete do automóvel que um garçom virá até você. O cardápio, distribuído na entrada do cinema, conta com os itens tradicionais, como pipoca, bala, chiclete, chocolate, refrigerante, mas também com itens pouco comuns: hot-dog, sanduíches,


! Vida no Cine A história do Cine Drive-in se confunde com a história de vida de Marta Fagundes, sua atual proprietária. O estabelecimento foi fundado em 1973, pelo filho do ex-presidente João Figueiredo, Paulo Renato Figueiredo, então militar, no intuito de ajudar o garoto a contratar um bom gerente para o local, pediu ao pai de Marta que, durante a noite, fosse o gerente do cinema. E Marta, que não podia ficar sozinha em casa à noite já que sua mãe estudava, passou parte da juventude nesse ambiente. “Em 1978, eu ia voltar para o Rio Grande do Sul para fazer faculdade, mas minha mãe não deixou. Acabei cursando Nutrição na UnB e fui contratada como gerente do Cine Drive-in naquele ano”, conta ela.

Em 1989, o cinema seria fechado, uma vez que os proprietários da época voltariam para o Rio de Janeiro e Marta, então gerente e administradora, comprou o estabelecimento. Desde aquele ano, é ela quem cuida toda noite pessoalmente de sua paixão: o Cine Drive-in. E só pode ser amor, porque os olhos dela ainda brilham e sorriem quando fala dele.

! Vida do Cine Com a chegada dos shoppings e a quase extinção das salas de rua, o Cine Drive-in, que teve seus anos áureos nas décadas de 1970 e 1980, com filmes como “Embalos de Sábado à Noite”, enfrentou uma fase difícil, mas não fechou. “Toda empresa tem altos e baixos. Com a vinda dos cinemas de shopping e toda a praticidade deles, o movimento diminuiu, mas de uns cinco anos para cá, recuperamos o nosso público.

E temos clientes fiéis”, destaca a proprietária. Os amigos Bruno Saviotti e Rodolfo Poppi são dois deles. “A ideia de assistir um filme no conforto do seu carro, te dando a liberdade de ficar em pé, fumar um cigarro, tomar um drink e ainda apreciar o céu de Brasília no final da tarde é que faz o programa mais do que valer a pena”, elogia Rodolfo. “Praticamente parei de frequentar os cinemas de shoppings. Muita gente, uma grande fila, pessoas falando durante o filme, pagar estacionamento e tudo o mais. Haja paciência! No Drive-in, é o contrário”, completa Bruno. Além das vantagens destacadas pelos rapazes, um grande destaque é saber que o Cine Drive-in de Brasília é o último cinema ao ar livre remanescente no Brasil e o maior da América Latina. Sua tela de projeção é a maior do país,

Foto: Divulgação

batata frita, quibe, nuggets e algumas bebidas alcoólicas.

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Di Rolê

com 312m². Uma raridade brasiliense! Tanto é que a deputada distrital Luzia de Paula está defendendo um projeto de lei para tombar o Cine como Patrimônio Cultural do Distrito Federal. Há, também, outras tentativas de imortalizar o cinema através do próprio fazer cinematográfico. Com um filme de ficção sobre uma família que é proprietária de um cine drive-in, o cineasta brasiliense Iberê Carvalho conta um pouco da história do nosso cinema ao ar livre. Além de Iberê, o diretor Cláudio Moraes também está produzindo um vídeo-documentário sobre o estabelecimento, com depoimentos de novos e antigos frequentadores e suas histórias sobre o lugar. E boas histórias não faltam na vida do Cine Drive-in. Na opinião de Marta, a mais inusitada foi a de um casal que, no meio do filme, brigou e o jovem saiu do carro para espairecer no

banheiro. A namorada dele foi embora e o deixou para trás, a pé, sem celular nem carteira. “Eu o encontrei vagando pelo cinema e ele me contou o que havia acontecido. Dei carona para o moço até a rodoviária e ainda emprestei o dinheiro para ele pegar um ônibus para casa!”, diverte-se Marta relembrando a passagem.

! Dificuldades Algumas pessoas têm receio de frequentar o Cine por desconhecerem o objetivo do local. “Recebo muitos e-mails perguntando se aqui passa filme de conteúdo adulto, ou se tem cama e banheiro privativos ou um jeito de isolar o carro para que os passageiros fiquem mais ‘à vontade’”, relata a proprietária. “Sempre, educadamente, respondo que aqui é um cinema normal e que a pessoa está procurando o estabelecimento errado”, ri. Mas esta confusão não é a única dificuldade por que passa

o Cine. Com cada dia menos filmes gravados em películas de 35mm, as opções de filmes a serem reproduzidos acabam ficando restritas. “Tentamos sempre passar filmes que estão em cartaz ao mesmo tempo que em outros cinemas, mas, como nosso projetor ainda é o de películas de 35mm, não consigo ter acesso a todos os filmes que eu gostaria. E a cada dia fica mais restrito. Precisaríamos de outro projetor”, explica Marta. O projetor a que ela se refere é um modelo digital, cujo investimento é muito alto para um cinema que voltou a se reerguer há tão pouco tempo. Mas Marta não desanima. Está à procura de um patrocínio ou financiamento para adquirir o projetor antes de 2015, quando os filmes serão comercializados apenas na plataforma digital. Fechar o Cine Drive-in não passa pela cabeça de Marta. Seria como acabar com um grande amor e deixar órfãos centenas de filhos.

Foto: Fernando Aguiar

Endereço: ÁREA ESPECIAL DO AUTÓDROMO Centro Desportivo Presidente Médice Asa Norte Fone: 61 3273-6255 Fax: 61 3273-7490 Horário de atendimento: De segunda a domingo das 18h às 22h30 8 :: Revista Di Rolê :: Março/Abril 2014


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Literatura Foto: Divulgação

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II Bienal Brasil do Livro e da Leitura acontecerá em abril na cidade Após uma estreia vitoriosa em 2012 o evento consolida-se como um dos maiores projetos de livro e literatura do País

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evento literário mais aguardado pelo DF já tem data confirmada. A segunda edição da “Bienal Brasil do Livro e da Leitura”, sucesso de público em 2012, o seu ano de estreia com mais de 250 mil visitantes, vai acontecer entre os dias 12 e 21 de abril no endereço original, a Esplanada dos Ministérios, em um pavilhão especialmente montado para acolher os auditórios e espaços gastro-

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Ana Luiza Medeiros nômicos que irão promover o encontro dos autores com o público de Brasília. Serão 10 dias dedicados a palestras, seminários, debates, lançamentos e mostras de cinema. Tudo criado com um orçamento de R$ 11 milhões, investidos pela Secretaria de Cultura do GDF, como parte das comemorações do aniversário de Brasília, além do adicional de R$ 4 milhões, disponibilizados pela Secre-

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taria de Educação para alunos e professores da rede pública do Distrito Federal adquirirem livros ao longo da visita pelo local. Durante seu pronunciamento oficial no lançamento do evento, que aconteceu no último dia 30 de janeiro na Biblioteca Nacional, o Secretário de Cultura do Distrito Federal, Hamilton Pereira, afirmou: “Estamos procurando organizar a bienal em torno da rede


escolar. A cultura no Brasil não pode ser tratada exclusivamente na dimensão do entretenimento. É preciso tratá-la como formação de valores e formação de consciência”.

Foto: Divulgação

Para agregar ainda mais valor ao evento, que promete ser a consolidação da Capital como ponto de referência para a comunidade literária do País, a programação oficial - ainda sendo formada até o fechamento desta edição - traz nomes nacionais e internacionais de peso como o homenageado do ano, considerado por muitos como o mais importante escritor brasileiro em atividade, Ariano Suassuna, e o homenageado internacional, o uruguaio Eduardo Galeano, autor de

obras antológicas como “As veias abertas da América Latina” e a trilogia “Memória de Fogo”. A programação completa da bienal e outros nomes podem ser conferidos no site da revista Di Rolê (www. arevistadirole.com.br). Lembrando o aniversário dos 50 anos do golpe militar de 1964, a II Bienal vai contar com uma programação especial voltada para o tema. Foram idealizados um seminário, leituras dramáticas de textos sobre o período histórico, uma mostra de cinema que vai exibir, dentre outros, o filme “O que é isso, companheiro”, do diretor Bruno Barreto, de 1997, e também os chamados "Shows da Resistência", com

bandas que trarão o clima artístico do período. E para os escritores que tiveram a 1ª edição de suas obras publicadas entre 1º de janeiro de 2012 e 31 de dezembro de 2013, escritas originalmente em português, e que inscreveramse até o dia 3 de março, haverá também o Prêmio Brasília de Literatura, que irá premiar com até R$ 30 mil os ganhadores das mais variadas categorias como Conto, Crônica, Infantil e Romance, além de muitas outras. Para quem se interessou em participar e quer curtir esse vento que promete parar a cidade, o site oficial (www.bienalbrasildolivro.com.br) será alimentado com informações até o final do mês de abril.


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Tribos

Personal Stylist O guru da moda que tem feito bonito em todos os sentidos

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Bianca Ramos

le vai muito além de ensinar como vestir-se bem. “… Pois esta vida não está sopa / E eu pergunto: com que roupa? /Com que roupa que eu vou / Pro samba que você me convidou? / Com que roupa que eu vou / Pro samba que você me convidou?...” A música de Noel Rosa, compositor carioca, foi escrita em 1929, mas o drama que ela retrata continua sendo tão atual quanto qualquer outro fato contemporâneo: como se vestir para uma ocasião especial. É pouco provável que uma pessoa nunca tenha vivido o dilema de não saber o que vestir em algum momento específico e, graças a situações como estas e aos tempos modernos, foi que surgiu o Personal Stylist (PS). Este profissional é capacitado para indicar a forma como uma pessoa deve vestir-se e apresentar-se em sociedade, levando em consideração biotipo, personalidade, estilo de vida, profissão, entre outros. Para Dorotéa Mendonça, personal atuante em Brasília e que se especializou em consultoria de imagem após cursar Moda, ser personal é “construir uma imagem de estilo individualizada” e ainda afirma que “a construção do estilo é muito importante porque diferencia a forma como queremos ser tratados”.

Mônika Romeiro / Foto: Clausem Bonifácio

Agora se por acaso você acha que a tarefa de um PS se resume apenas em ajudar a escolher o mais adequado para você se vestir está enganado. O trabalho deste profissional pode ser bem mais complexo e necessário do que se possa imaginar. Há diferentes tipos de consultorias oferecidas como: avaliação do biotipo, estilo pessoal e análise de cores que mais lhe favorecem, coordenação de looks, consultoria de compras (personal shopper), organização de closets, arrumação de malas, assistência de estilo para eventos específicos, consultorias em lojas e até assessoria de imagem. Há ainda consultorias específicas relacionadas a mudanças físicas como: indicação de dentistas, esteticistas, nutricionistas e até de cirurgiões plásticos, se for o caso. Segundo Mônika Romeiro, personal brasiliense 12

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E se engana quem pensa que são só as mulheres que contratam os serviços destes profissionais. O público-alvo é um dos mais ecléticos, independente do gênero, da idade, da condição social, do cargo ocupado ou ainda da situação para a qual o cliente necessita de auxílio. Vale ressaltar que é bem corriqueiro vermos PS assessorando artistas, atletas, empresários e figuras públicas, inclusive políticos. Bom exemplo disso é Yan Acioli, personal stylist e produtor de moda brasiliense, que é conhecido por vestir Sabrina Sato, Carol Celico e o marido, o jogador de futebol Kaká, entre tantos outros. Recentemente pesquisas relacionadas à moda apontaram que 55% da primeira impressão que as pessoas têm umas das outras baseia-se na aparência e em suas ações. Isso explica, em parte, o fato das pessoas estarem cada vez mais atentas para a necesidade de se sentirem bem e serem aceitas, quer seja por elas mesmas ou pelos outros. Dorotéa afirma que “o trabalho é muito gratificante porque as pessoas se sentem fortale-

cidas, adequadas ao que são no seu íntimo. Muitas vezes as pessoas não se sentem confortáveis com o que usam, mas não sabem o que deveriam usar para expressar quem são, seu potencial e habilidades. O resultado é sempre visível. As pessoas se sentem mais confiantes e fazem escolhas melhores a partir do processo de auto conhecimento de seu estilo pessoal”. E vale ressaltar que diante disso o resultado do trabalho feito pelo PS toma uma proporção muito maior, ou seja, vai muito além do que deixar uma pessoa apresentável. Por sua vez, Mônika comenta que “o poder de transformação que este trabalho dá à vida de uma pessoa é muito gratificante” e ainda ressalta pontos positivos do trabalho: “a convivência, sempre agradável, com o cliente, e a oportunidade de fazer novas amizades, porque o trabalho é muito pessoal e íntimo, onde

você acaba se tornando quase um ‘personal tudo’. É uma grande oportunidade de você se superar como pessoa, já que lida com universos bem diversificados”. Para quem gostou tanto da ideia e já está pensando em trabalhar como PS, vale se ater às dicas de quem já é da área. Enquanto Dorotéa acredita que o primeiro passo seja capacitar-se “fazendo uma faculdade de Moda ou cursos específicos”, Mônika chama a atenção para um aspecto fundamental: “necessariamente você tem que ter uma imagem limpa e correta para passar credibilidade aos seus futuros clientes. Você é seu cartão de visita!” Contato Personal Stylist Dorotéa Mendonça: www.doroteamendonca.com.br Mônika Romeiro: mkromeiro@gmail.com

Dorotéa Mendonça / Foto: Tatiana Rehbein

que atua no mercado há 10 anos e que tem como mentora Costanza Pascolato, seu trabalho vai um pouco além de simplesmente vestir bem seu cliente, porque “faço uma consultoria de imagem, onde além do vestuário, trabalho a imagem do cliente como um todo: pele, cabelo, orientação nutricional e física, maquiagem, etc. Faço o que for necessário para melhorar a imagem e, consequentemente, a autoestima e estilo de vida da pessoa”.

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Giro Capital

Foto:s Divulgação

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Quitutes no CCBB

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Redação

contecerá no gramado do CCBB (Centro Cultural Banco do Brasil) a segunda edição do projeto Quitutes, encontro que reúne chefes renomados e novos talentos em um dia inteiro dedicado à gastronomia.

micos e workshops sobre temas variados.

A festa da boa mesa servida como comida de rua será no mês de março, e vai reunir número de expositores maior do que a primeira edição, que teve cerca de 60 empreendimentos gastronô-

O público esperado é de mais de dez mil pessoas e a entrada é franca. Mais surpresas pra embalar o evento estão por vir. Fique atento à página do projeto no facebook: /QuitutesBsb

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Todos os pratos apresentados serão servidos ao preço máximo de R$ 20, com variedade de entradas, pratos principais, bebidas e sobremesas.

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Quero Comer

Foto: Divulgação

Paradiso Cine Bar CLS 306 Bloco B (61) 3526-8072 Segunda a sexta das 18h à 01h Sábado das 18h às 02h

Casa de DRINKS oferece um Paradiso em terras brasilienses O clima é convidativo e o cardápio inventado para homenagear o cinema Vinícius Brandão 16

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m agosto de 2013, Octávio Prado Basso, José Augusto Basso e João Emanuel Paes conseguiram unir duas de suas paixões em comum: cinema e bebidas. Depois de meses realizando os preparativos, abriram o Paradiso Cine Bar, tematizado para homenagear a sétima arte. O nome vem de uma das grandes obras do cinema. O filme “Cinema Paradiso” é uma descontraída homenagem à amizade, assim como uma demonstração de amor pelo próprio cinema. Difícil encontrar um nome mais adequado para uma casa cujo objetivo é criar um ambiente onde os clientes poderão divertir-se entre amigos, experimentando bebidas e pratos relacionados aos filmes que gostam. Para criar o cardápio, o chef e consultor Diego Koppe pegou referências de diversos filmes das telonas. Assim inventou pratos como o “Monty Python e o Cálice Sagrado”, que acrescenta a um tradicional sanduíche de frango um pouco de coco. Os cavalos do filme eram representados por pessoas fazendo barulhos com cascas de coco. É um pequeno e inusitado detalhe que resultou em um sanduíche muito saboroso. Na parte de bebidas, o consultor foi Victor Quaranta, que pegou drinks famosos como o Bloody Mary e o White Russian e lhes deu nomes de filmes. No caso dos dois, “Bastardos Inglórios” e “O Grande Lebowsky”, respectivamente. O Bloody Mary ganhou o nome por tratar-se de um filme com muito sangue, enquanto o White Russian é frequentemente bebido por um personagem do filme dos irmãos Coen.

Além de drinks clássicos, Quaranta também criou bebidas novas que, ou existem apenas nos universos dos filmes, ou cujas misturas remetem às obras das quais tiram o nome. Uma delas é o Five Dollar Shake, “criada” pelo personagem do John Travolta em “Pulp Fiction” ao misturar milk -shake com whisky. Algumas apenas remetem visualmente, como a Smurfs, que vem em três copos com bebidas azuis e um suspiro em cima. Basta olhar para conseguir ver na bebida os seres felizes e coloridos dos filmes infantis. O drink é, inclusive, um dos mais pedidos justamente por conta de seu apelo visual. Na parte de comida podem ser pedidos petiscos, pratos principais, sanduíches e sobremesas. Para dar água na boca e como dica de pedidos, os donos do Paradiso recomendam o “7 Dias em Cancun” - fatias de frango empanado com coco -, o “Adeus, Lênin” - linguiça recheada -, o “Silêncio dos Inocentes” - cubos de cordeiro -, “O Poderoso Chefão” - prato com carne à parmegiana - e o sanduíche “O Artista” - filé à milanesa com maionese de alho da casa. Entre os drinks, existem as misturas sem álcool. O jogo de bebida chamado “Os Vingadores” vem com quatro copos que trazem as cores dos heróis do filme. Eventualmente, a bebida começou a ser pedida com álcool e uma segunda receita com vodca foi criada. Uma receita voltada para o público feminino é o “Moulin Rouge”. Ele é entregue com um prato indicando a ordem do drink por meio de “takes”. O primeiro passo é deixar o chocolate derreter na

boca. Em seguida, bebe-se uma esfera vermelha repleta de daiquiri – uma bolha que estoura na boca liberando o líquido - e fecha com uma taça de espumante. A mistura é suave e saborosa. Para garantir a qualidade de todos os copos que chegam às mesas, Quaranta treina pessoalmente cada um dos barmen para acertarem as bebidas em seus mínimos detalhes. Afinal, todas devem ter tanto o sabor quanto o visual corretos. A brincadeira diverte e é possível passar bastante tempo no local rindo com os nomes do cardápio. Os garçons são simpáticos e prestativos e não vão ficar incomodados de explicar os itens do menu. Tudo é feito com muito cuidado e o resultado pode ser sentido no sabor de cada prato e cada bebida. O valor do lugar é reflexo do primor com o qual os donos cuidam dele. Reestruturam as opções de comidas e bebidas para se manter atualizados com os lançamentos do cinema de seis em seis meses. Como o primeiro semestre foi completado agora, o cardápio acabou de ganhar novos itens. De segunda a sexta, antes das 21 horas, o Paradiso tem Happy Hour com chope por R$4 e todas as caipirinhas da casa por R$10. Ainda tem promoções eventuais como o dia Tarantino, em que tudo no cardápio relacionado aos filmes do diretor ganham desconto. Aos interessados em experimentar o mundo do cinema por meio de drinks elaborados e pratos personalizados, podem conhecer o local, que fica na Asa Sul.

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Esporte Foto: Divulgação

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Brasília OVAL Brasilienses tomam gosto pelo futebol americano e times da cidade são destaques em torneio nacional

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capital do país é famosa pelos traços do arquiteto Niemeyer, pela forma de avião desenhada por Lúcio Costa e por suas ruas sem esquinas. Com tantas formas geométricas em destaque, uma tem ganhado atenção especial do brasiliense: a bola oval. É com ela, força e estratégia que o futebol americano tem conquistado espaço na vida de muitas pessoas. Criado nos Estados Unidos, o esporte é o mais popular na terra do Tio Sam. A National Football League (NFL), um dos maiores torneios esporti-

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Danilo Monteiro vos do mundo, arrecada anualmente bilhões de dólares em patrocínios, ingressos, cotas de tv, vendas de produtos oficiais, entre outros. Tanto profissionalismo fez com que o “football”, como chamam os americanos, ultrapassasse as fronteiras do país e conquistasse o globo. Se o prazer de assistir ao futebol americano na TV aumenta, a consequência viria logo. Há alguns anos o morador de Brasília divide o espaço nos fins de semana na Esplanada dos Ministérios com jovens admiradores do esporte. Garotos e garotas, das mais va-

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riadas idades, se reúnem para “bater aquela peladinha”. De longe o negócio é divertido, mas de perto o bicho pega. De uma simples diversão para a coisa séria. Geralmente é da brincadeira que nasce a competição. Sérgio Weiler é um dos fundadores e atual presidente do Tubarões do Cerrado, primeiro time de futebol americano de Brasília. Em 2014, o “Tuba” completa 10 anos de existência. É um dos times mais tradicionais do Brasil. E a vida de Weiler não é nada fácil. Além de comandar uma


equipe que conta com 77 pessoas envolvidas, jogadores e comissão técnica, ele ainda desempenha o papel de líder do time como quarterback, responsável por dar passes e guiar os companheiros, assim como um camisa 10. “O futebol americano é um esporte muito peculiar. Ele mescla inteligência e força física. Isso atrai a atenção das pessoas, naturalmente”, conta sobre o crescimento do esporte por conta das características marcantes. Na cidade, o esquadrão comandado por Weiler ainda tem concorrência. Fundado em 2008, o Brasília V8 também tem desempenhado papel importante ao elevar o nome do esporte na capital. Apesar de compartilharem a atenção do público brasiliense, V8 e Tubarões se consideram coirmãos. Líder e presidente do time, Raphael Andrade também dá pitacos sobre o aumento da visibilidade. “Eles estão sempre investindo em qualidade de treino, atração pro jogo, mobilizações sociais e isso acaba atraindo cada vez mais público não só no Brasil, mas em outras partes do mundo”, alega Andrade. O presidente do Tuba revela algumas dificuldades que os times enfrentam no dia-a-dia. “O espaço dado ao futebol americano ainda é muito menor se comparado ao futebol, isso dificulta o crescimento

em questão de visibilidade e logística” salienta, Weiler.

os times são favoritos a levantarem o caneco.

O representante do V8 vai além. “O maior problema é financeiro. O equipamento todo custa aproximadamente 1.200 reais. Buscamos sempre patrocinador, mas mesmo com bons projetos, por se tratar de futebol americano, as pessoas não dão valor”, afirma Andrade.

! NOVATOS

Mesmo assim, todo ano o Tubarões e o V8 conseguem participar de torneios nacionais. Em março, o Touchdown, principal competição brasileira, vai iniciar a temporada com times de vários cantos do país. Com tradição e confiança, os brasilienses só pensam em vencer. “O Tubarões sempre busca o título. Este ano investimos mais para trazer essa conquista para a cidade”, diz o quarterback. Segundo ele, ganhar o torneio ajuda a criar uma identidade com Brasília e colocaria o esporte no patamar de outros como o MMA e basquete. O otimismo também é visto do outro lado. Playoff é o objetivo principal da equipe comandada por Andrade. “Estamos com jogadores de seleção, fizemos contratações e ainda aumentamos o volume de treino”, comenta. Se no futebol brasileiro a capital sente falta de clubes competitivos, no americano

A cada dia que passa o número de praticantes aumenta. Provavelmente, ao ler essa matéria, você estará interessado em jogar uma partida com amigos ou quem sabe se juntar ao plantel de equipes como o Tubarões ou o Brasília V8. E para isso não existe segredos. Antes de se aventurar pelas jardas, é bom consultar os mais experientes para pegar dicas. Outro detalhe importante para aqueles que querem fazer parte de times profissionais, é esperar por processos seletivos que acontecem todos os anos. O presidente do “Tuba” já passa as primeiras observações aos aspirantes. “Quando o Tubarões do Cerrado realiza seletivas em busca de novos jogadores, normalmente valorizamos os que têm vontade de aprender acima de outros quesitos”, alerta Weiler. “Para entrar no Brasília V8 precisa passar por um teste de habilidades motoras que consiste em testes de corrida, salto e resistência, mas não necessariamente habilidade para o futebol americano”, relata. Pronto. É só anotar e jogar uma boa “peladinha” de futebol americano. O objetivo é entrar para o Tubarões ou o V8? Basta querer, ter vontade de aprender e tentar, o resto deixa o talento falar por si só.

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Capa

Foto: Bruno Senna

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Pop eu soul Fernanda Takai lança novo disco e revela as ligações estreitas que estabeleceu com Brasília

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que é ter uma alma pop? Nas palavras da cantora e escritora Fernanda Takai, significa “se divertir com a música, gostar de refrão, mas também chorar com versos que se pareçam demais com a gente.” Ser pop é não se fechar em palavras e sons antipáticos. É cuidar bem do que canta e cultivar a empatia com uma verdadeira vontade de comunicação. Enfim, a alma pop tenta “não rastejar com a gente e elevar-se”. É com este jeito leve e pop de ser que Fernanda Takai apre-

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Djenane Arraes senta o novo trabalho solo, Na Medida do Impossível. O disco é uma gema que pode te levar a fazer algumas reflexões, mas que também relaxa e deixa a mente mais leve, levada pela candura única da voz desta amapaense. As faixas são compostas por canções inéditas e versões, mas o grande barato deste álbum são as diversificadas e inusitadas parcerias. Fernanda fez música pop com Pitty, conhecida pelo rock pesado. E também fez dueto com o padre Fábio de Mello na faixa, “Amar Como Jesus Amou”, de padre Zezinho, com ar-

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ranjo de Toshiyuki Yasuda, reconhecido produtor japonês especialista em trilhas de vídeo-games. Brasília também tem o seu lugar em “Na Medida do Impossível”. Há alguns anos, Fernanda compôs “De Um Jeito Ou De Outro” com o ex -baterista da Legião Urbana, Marcelo Bonfá. A música fez parte do primeiro disco solo do músico lançado em 2000. Em Na Medida do Impossível a canção foi repaginada. Há também a contribuição do professor da Universidade de Brasília Climério Ferreira


e Marina Lima na faixa “Quase Desatento”, e também um dueto com Zélia Duncan na versão de “MonAmour, Meu Bem, MaFemme”, música famosa na voz de Reginaldo Rossi. Não é de hoje, aliás, que Fernanda dialoga musicalmente com artistas da cidade. Ela já gravou com Herbert Vianna e fez um dueto póstumo com Renato Russo. Com Zélia Duncan, a ligação é antiga e ainda mais estreita. Fernanda e o marido John Ulhoa fizeram inúmeras parcerias ao longo do tempo com Zélia, sendo que o dueto no novo disco é apenas o capítulo mais recente desta amizade. “Talvez a pessoa mais Brasília seja Zélia Duncan”, disse Fernanda. “Somos muito amigas e sempre que estamos na mesma cidade, damos um jeito de almoçar ou jantar, ver o espetáculo uma da outra”.

! Conexões com Brasília

“A primeira vez que estive aí [em Brasília] era muito novinha e achei tudo diferente. Uma paisagem urbana insólita”, revelou. “A partir dos anos 1990, voltei muitas vezes com a minha banda e sempre fui bem acolhida pelos fãs e por jornalistas que incentivavam o nosso trabalho. Fiz muitos amigos e hoje é uma cidade que sempre me dá motivos para voltar. Minha filha também gosta muito daí e diz que quer ir comigo quando eu for. Não posso me esquecer de mencionar o fato de ter cantado com o Duran Duran pela primeira vez em Brasília. Foi o meu dia de princesa”.

Foto: Bruno Senna

Se fosse possível fazer uma retrospectiva sobre todas as passagens de Fernanda Takai pelo DF ao longo dos anos, o mapa do Plano Piloto e de algumas cidades próximas ficaria todo riscado. Brasília foi uma das primeiras capitais a receber o Pato Fu, banda de Fernanda, no início dos anos 1990. De lá para cá, ela se apresentou em diversos locais entre teatros, ginásios, estádios e espaços abertos. A banda esteve, inclusive, em Taguatinga em duas ocasiões, sendo que em uma delas foi extraído uma cena que compõe o vídeoclipe de “O Peso das Coisas”, gravado na cidade pelo cineasta brasiliense José Eduardo Belmonte.


Capa

Duran Duran é uma das bandas que influenciaram a ainda adolescente Fernanda Takai. Foi justo no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, durante a passagem dos ingleses em 2012, que a fã ilustre realizou o sonho ao cantar “Ordinary World” com o vocalista Simon Le Bon. Esta canção está, inclusive, no disco solo ao vivo Luz Negra. Outro grande encontro de Fernanda Takai que aconteceu em Brasília foi com a Aterciopelados, da Colômbia. As duas bandas fizeram parcerias em discos, mas o primeiro contato em pessoa entre elas aconteceu no palco do Centro Cultural Banco do Brasil, na ocasião do festival Soy Loco Por Ti, América, em 2011. Pelo lado literário, Fernanda Takai, autora de dois livros de crônicas e do infantil A Gueixa e o Panda Vermelho, participou da 1ª Bienal do Livro e da Leitura de Brasília. A mesa redonda em que esteve presente na companhia de Nando Reis foi uma das mais concorridas daquele evento. “Listando assim, parece que já ocupei todos os espaços, né?”, brincou. “Minha maior vontade é continuar sendo alguém relevante para que a cidade continue a me querer”. Pergunto se há mais algum evento cultural da capital que ela ainda deseja fazer parte. “Pensando bem, tem o Festival de Cinema. Participei de algumas produções de curtas e longas [metragens] dublando ou cantando. Quem sabe?” 22 :: Revista Di Rolê :: Março/Abril 2014

! Fernanda Takai recomenda Boa de garfo, Fernanda Takai é admiradora da arte culinária e gosta de frequentar bons restaurantes nas cidades em que visita no Brasil e pelo mundo afora. A cantora e escritora recomendou três deles em Brasília: - Dom Francisco (402, Asa Sul); - Universal Diner (210, Asa Sul); - Trattoria da Rosário (QI 17, Lago Sul).

Fotos: Divulgação

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Cult Art

Fotos: Divulgação

Foto: Divulgação

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CIA BURLESCA inaugura sede na Asa Norte No local serão oferecidos cursos para a comunidade e oficinas de teatro

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companhia de teatro que ganhou destaque no ano passado por desenvolver vários projetos culturais pelas cidades do Distrito Federal – como o “Estação Burlesca” que levou alegria, música e arte para a rotina do brasiliense nas estações de metrô – tem uma nova conquista este ano: um lugar para chamar de seu. Em março, a Cia Burlesca vai inaugurar sua sede na 406 Norte bloco B, Sala 50 (Subsolo). Em atividade há cinco anos, a Cia Burlesca comemora a aquisição e revela os planos para a sede: “é onde vamos poder desenvolver atividades como pesquisas, ensaios, oferecer cursos à comunidade e realizar encontros periódicos

Danielle Gaspar para elaboração de propostas para editais de fomento à cultura, seja de montagem de espetáculo ou manutenção de grupo”, diz Pedro Caroca, integrante e ator da companhia. Ele conta, ainda, que ter uma sede é uma das maiores dificuldades das companhias de teatro e ressalta a importância que um espaço como este tem, pois ele “cria identidade, agrega e consolida o grupo”. A Cia Burlesca tem um amplo repertório de projetos interessantes, como “Estação Burlesca”: apresentações teatrais nas estações de metrô, Sonoros e “Contos”: leitura de histórias em bibliotecas públicas do DF para crianças. Ambos os projetos foram apoiados pelo Fundo de Apoio à Cultura (FAC) da

Secretaria de Cultura do GDF. A companhia oferece, também, oficinas de teatro político, percussão, contação de histórias, palhaçaria, entre outros. Com a filosofia de buscar romper as fronteiras entre o erudito e o popular, despertando a consciência crítica no homem de forma divertida e bem humorada, a Cia Burlesca abrirá as portas em março. O evento de inauguração, ainda sem data definida, será aberto ao público e terá diversas programações ao longo do dia. Para mais informações, acesse os canais de comunicação do grupo. Site: ciaburlesca.blogspot.com Facebook: facebook.com/ciaburlesca.df

Março/Abril 2014 :: Revista Di Rolê :: 23


Foto: Rádio Transamérica

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Álbum

Herói das 22h Djenane Arraes*

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ção financeira. É o chamado jabá institucionalizado. Mas existem aqueles que ainda possuem o ideal romântico em promover aquilo que realmente gosta. É o caso de Marcos Pinheiro.

Um artista não consegue alcançar o reconhecimento sem a ajuda e o apoio de pessoas que acreditam no potencial da obra e que se prestam a usar dos meios que possuem na divulgação dela. Claro que hoje são feitos acordos comerciais por uma parte da mídia que visa a divulgação de trabalhos, muitos de qualidade questionável, em troca de uma compensa-

O Cult 22 foi criado em 1991 em parceria com o também jornalista Carlos Marcelo. Ele ia ao ar pela rádio Cultura às 22h, daí o nome. Na atualidade o programa é transmitido pela rádio Transamérica às terças-feiras às 21h. Foi no Cult 22 que a demo dos Raimundo foi tocada pela primeira vez. Isso bem antes da banda ganhar notoriedade na MTV. Marcos Pinheiro deu a sua contribuição ao apresentar para a cidade talentos que surgiriam ao longo da década, como Little Quail and The Mad Birds, Maskavo Roots, Bois de Gerião e Móveis Coloniais de Acaju, entre inúmeras outras. Dessa forma, o Cult 22 se transformou num tradicional local em que as bandas de rock de Brasília conseguem promover seus traba-

stá no ar mais uma edição do Cult 22. É sempre uma grande satisfação ouvir a frase narrada pelo jornalista Marcos Pinheiro, um dos maiores heróis do rock de Brasília. Você pode questionar a razão de tal status dispensado a um cidadão que não tem banda, não se sabe se é um instrumentista e, a julgar pelo timbre da voz, também não seria um bom vocalista. Como conferir a posição de herói do rock a alguém que não teve a influência e o alcance de um Herbert Vianna? Ou mesmo dos grandes comunicadores?

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:: Revista Di Rolê :: Março/Abril 2014

lhos sem precisar pagar jabá. Da mesma forma que o programa é uma fonte rica de informação para quem quer conhecer o que há de novo. Eu sou uma romântica assumida, que pensa que pode fazer alguma diferença ao usar o Twitter para divulgar uma canção aos meus parcos seguidores. Assim como românticos foram os punks com o lema “faça você mesmo”, e as estratégias de divulgação que apostavam no boca a boca. Românticos, como são todos aqueles que trabalham em prol da cultura numa época em que esta é maltratada por inúmeros motivos sócio-políticos. Nesta leva, Marcos Pinheiro é um dos grandes heróis românticos do rock brasiliense: está há mais de 20 anos resistindo e divulgando a música da nossa cidade. *Djenane Arraes é formada na Universidade Católica de Brasília. Tem passado zineiro e é uma defensora do jornalismo independente.


Foto: Rádio Transamérica

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Hits

Foto: Juliana Argolô

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Um novo olhar por entre as ruas da Capital Como forma de diminuir o preconceito que ainda existe com artistas gospel, Hélvio Sodré chega ao mercado musical do Distrito Federal com um novo conceito de falar daquilo que passamos no dia a dia Priscilla Teles 26

:: Revista Di Rolê :: Março/Abril 2014


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om uma população que chega a quase 3 milhões de habitantes, Brasília apresenta um crescente aumento de seguidores religiosos que, de acordo com o Censo de 2010, mostra que os maiores representantes são os católicos (56,6%), seguido pelos evangélicos (26,8%). O universo musical cristão conta com representantes que querem mudar a realidade atual de preconceito, existente nos dois lados. O muro criado por diferenças ideológicas serve apenas para fechar os olhos e ouvidos a artistas de qualidade que nada mais querem do que expressar suas experiências e sentimentos como todos os outros. Hélvio Sodré, um baiano de 30 anos que foi adotado pela capital brasileira, apresenta em suas letras e melodias influenciadas pelo rock clássico - transformações e sentimentos comuns a todos nós. “Sou um pecador que foi resgatado e encontrei na música uma forma de expressar tudo o que já passei e que continuo passando. Sou evangélico de uma linha reformada onde não existe muita diferença entre o sacro e o profano, tudo se resume às escolhas que você faz. Na minha música tento mostrar exatamente isso”, conta Sodré. Crescido ao som de Elvis Presley, The Beatles e Pink Floyd, Hélvio faz um rock alternativo que chegou como água fresca

para os que já estavam saturados da forma convencional como as músicas gospel eram feitas. Em 2009 começou seu percurso como artista independente, mas logo foi visto e desejado por gravadoras. Assim, em 2011 assinou com a empresa fonográfica paulista Salluz e despontou no mercado. “Existia a preocupação com relação à aceitação, mas eu comecei num momento em que as pessoas estavam tão cansadas do que existia no mercado cristão que havia muito incentivo para eu continuar. Sempre achei um elogio o fato de ser diferente”, lembra.

! Banda Gospel à vista Em 2013 nasceu o projeto Fé, Amigos e Poesia, de um encontro despretensioso com os amigos Bruno Branco e Marcela Taís. O trio que ficou conhecido como os “Tribalistas gospel” fizeram um trabalho diferente musicalmente e ideologicamente do trio formado por Marisa Monte, Carlinhos Brown e Arnaldo Antunes, mas que se tocam em muitos pontos. Pois de uma forma ou de outra tudo se resume em amor, seja entre pessoas, seja o de Deus com os homens. Ao olhar do músico, o motivo para o sucesso do projeto, que lançará seu primeiro EP ainda em 2014, foi o fato de ter sido feito por pessoas que juntaram-se para fazer arte sem pensar em mercado e retorno financeiro, mas por uma amizade sincera.

Sobre o cenário musical cristão da cidade Hélvio acredita que existem muitos músicos talentosos e uma união que faz possível a realização de eventos que tocam de axé a rock’n roll. “Estamos crescendo a ponto de sermos reconhecidos pelo país. Antes em Brasília, no que tangia à música gospel, pouquíssimas bandas conseguiam uma repercussão ou conseguiam sair do universo brasiliense. Existe um fenômeno acontecendo onde grandes corporações fonográficas estão de olho no mercado da cidade”, explica o cantor. Artistas como Marcela Taís, Junior Neguebe e os Ministérios Aclame, Declararei e Novidade de Vida são nomes que chamam a atenção pela qualidade do trabalho e o alcance a fãs de todas as idades. Para o próximo álbum, com previsão de lançamento em julho deste ano, Hélvio preferiu uma produção independente. A promessa é de um novo estilo que em nada se parece com os CDs lançados anteriormente, o que se torna um risco, segundo o cantor. Serão músicas mais clean com influências brasileiras e do folk, rompendo com o rock dos anos 90 que já havia sido apresentado. “As letras são mais rasgadas, sobre experiências que acumulei desde o último trabalho. Também devo lançar dois vídeos acústicos que já estão prontos”, diz.

Março/Abril 2014 2014 :::: Revista Revista Di Di Rolê Rolê :::: 27 Março/Abril


Na Balada

Foto: Fernando Aguiar

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A balada alternativa "CINEME-SE" propõe em um só lugar, CINEMA, FILME e MÚSICA ao mesmo tempo Brasília destaca-se e sai na frente quando o assunto são eventos culturais alternativos. "Cineme-se" é um deles

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om a falta de um evento semanal fixo em Brasília, o cardápio cultural da cidade era pouco e sem público. Pensando na necessidade de unir cinema e música, no dia 11 de dezembro de 2013 nasceu o projeto “Cineme-se”, dedicado aos cineastas e cinéfilos de Brasília, onde a união entre

Luiz Felipe Brandão cinema e música eletrônica acontecem em um só ambiente. O empresário e produtor Daniel Amaro, um dos idealizadores do projeto, - também conhecido como DJ Spot toca rock há mais de 12 anos. Há aproximadamente um ano, Amaro começou a perceber que no período de férias em Brasília não havia nenhum

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atrativo noturno semanal. Diante dessa realidade, ele e dois amigos, Gustavo Bill e Ruiz Lopes, decidiram criar um evento diferenciado. O “Cineme-se” completou a 7ª edição, no dia 7 de janeiro de 2014. A festa acontece todas as terças-feiras, com entrada gratuita, no clube da ASCEB, na quadra 904 Sul, a partir das 20h.


Uma verdadeira mistura de cinema com música. Durante o evento, dois filmes diferentes são passados ao público, sendo um autoral e o outro de escolha do diretor convidado. Nos intervalos, o som fica por conta dos Djs Bill e Spot e no comando das projeções o Vj Reyzek.

O estilo musical tocado na festa é o “IndieDance”, enraizado em gêneros mais antigos como o rock alternativo e o pós-punk, que surgiram na década de 1980. "A banda Delta Vox e a cantora Mari Vaz são artistas da cidade, que têm projetos musicais de autoria própria e são mais a cara do projeto”, lembrou Amaro. Quem curte algo diferente pode apreciar uma decoração estilo “noir”, com drinks especiais, espumantes a preços

promocionais e uma discoteca voltada para o Folk, R&B, Trip Hop, Rock e música eletrônica, por conta de Gustavo Bill e Daniel Spot, Dj's residentes do evento. O objetivo do projeto “Cineme-se” é criar um ambiente para reunir amigos que pretendem colocar o papo em dia e curtir um som diferente. Revela-se, também, como um local propício para desfrutar um bom filme. Interessou em curtir o evento? Acesse o facebook e fique por dentro da programação: Facebook: /cinemesebrasilia

Foto: Fernando Aguiar

Amaro comenta a iniciativa e ressalta: "o legal é isso, a cada semana o debate é diferente e, com o rodízio dos diretores que acontece a cada semana, surgem novas ideias e questionamentos a cada edição do evento. O evento conta hoje com um público fiel, trazendo

entre 300 e 400 pessoas a cada terça-feira", revela.

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Próxima Parada

Você conhece a sua CAPITAL? Prestes a fazer 54 anos, Brasília ainda é um local de contínua descoberta para os seus moradores. Nesta edição especial de aniversário de Brasília, a Di Rolê selecionou alguns dos principais monumentos da cidade e suas curiosidades Guilherme Carvalho

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! Museu Nacional Honestino Guimarães

pesar de ter sido idealizado por Oscar Niemeyer ainda em 1958, o museu só foi inaugurado em 2006 e carrega as tradicionais curvas da arquitetura de Niemeyer. O museu é uma cúpula com três andares e 14.000 m2 de área interna. A obra carrega o nome de Honestino Guimarães, um personagem importante dos movimentos estudantis que ocorreram na ditadura militar. Uma curiosidade é que a data de inauguração coincidiu com o aniversário de 99 anos de Niemeyer. Data de inauguração: 15 de Dezembro de 2006 Arquiteto criador : Oscar Niemeyer Altura: 30 metros 30 :: Revista Di Rolê :: Março/Abril 2014

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Foto: Divulgação

Foto: Divulgação

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Foto: Fernando Aguiar

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! Dois Guerreiros

estátua de bronze é uma das mais antigas e simbólicas de Brasília e é popularmente conhecida como “Dois Candangos”. Foi o nome dado aos trabalhadores que vieram à futura capital do país para construí-la e, por consequência, seus primeiros moradores. Ela foi inaugurada em 1959, um ano determinante para Brasília. A capital foi inaugurada em 21 de abril de 1960. Em 1959, mesmo com as obras iniciadas em 1956, a cidade já contava com 60 mil habitantes e estava longe de cumprir o cronograma de obras. A Catedral, o Congresso e unidades básicas, como hospitais e casas estavam apenas na fase de montagem. Visando cumprir a data de entrega, as empresas responsáveis pela mão de obra aumentaram a carga de trabalho, obrigando os candangos a cumprir uma frenética corrida contra o tempo. Foi o momento com mais mortes de trabalhadores, que acumulavam falta de boas condições básicas de vida e jornadas insanas de trabalho. Em um desses casos, os jovens pedreiros Expedito Xavier Gomes e Gedelmar Marques morreram soterrados. A escultura “Dois Guerreiros” foi feita em homenagem a eles e a todos os candangos que deram sua força, e alguns até sua vida, para o sonho de JK. Data de inauguração: 1959 Arquiteto criador : Bruno Giorgi Altura: 8 metros

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! Mirante da Torre Digital

o monumento mais novo da lista, mas nem por isso menos deslumbrante. A torre, apelidada pelos brasilienses e pelo próprio Niemeyer de “flor do cerrado”, foi o último monumento feito por ele antes de sua morte, que ocorreu em 5 de dezembro de 2012. Apesar de menor, o mirante para visitação da Torre Digital é bem maior que o da Torre de TV analógica e fica a 120 metros do chão, o que oferece uma visão panorâmica de toda a Capital Federal. Data de inauguração: 21 de abril de 2012 Arquiteto criador : Oscar Niemeyer Altura: 182 metros Março/Abril 2014 :: Revista Di Rolê ::

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Próxima Parada

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! Catedral Metropolitana de Nossa Senhora Aparecida

Catedral foi o primeiro monumento iniciado em Brasília, sendo sua estrutura iniciada em 12 de setembro de 1958. No entanto, ela só foi ficar pronta em 31 de maio de 1970. É uma das obras mais importantes de Niemeyer e é conhecida mundialmente como uma das mais belas catedrais. Algumas razões para isso é que ela “recria e atualiza a espacialidade de um templo religioso”, segundo Rodrigo Queiroz, que possui doutorado e mestrado em arquitetura moderna e nas obras de Oscar Niemeyer. Conforme Queiroz, uma das grandes inovações da catedral é o teto transparente. “As igrejas, especialmente no século 18, tem o teto pintado com imagens que remetem ao céu, como é muito comum em Ouro Preto, por exemplo. Há essa ligação de olhar para o alto e ver o céu. Niemeyer inova nesse ponto fazendo um teto transparente, trazendo um céu literal pra dentro da igreja”. Outra curiosidade é que, no projeto inicial, a Catedral deveria ter 21 parábolas na sua estrutura que, mais tarde, foi mudado para 16 por razões estéticas.

Praça do Relógio é um dos pontos mais movimentados do Distrito Federal. Em média, um milhão de carros passam por lá a cada mês. O monumento que dá nome à praça fica em cima de uma coluna de concreto que, junto ao relógio, soma 17 metros de altura. O “relógio” foi uma doação de Eiichi Yamada, presidente da multinacional Citizen Watch CO., em 1970. As quatro faces do relógio são voltadas, cada uma, para um ponto cardeal. Uma curiosidade é que a obra é tombada como patrimônio histórico e artístico do Distrito Federal pelo Decreto n° 11.823, de 18/09/1989. O tombamento ocorreu por meio de um abaixo assinado feito pelos moradores de Taguatinga, com 1.120 assinaturas em resposta à proposta que visava demolir a Praça do Relógio. Data de inauguração: 22 de dezembro de 1970 Arquiteto criador : Adail Dalla Bernardina 32 :: Revista Di Rolê :: Março/Abril 2014

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! Praça do Relógio

Foto: Divulgação

Data de inauguração: 31 de maio 1970 Arquiteto criador: Oscar Niemeyer Altura: 40 metros


Foto: Fernando Aguiar

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! Ponte JK

omposta por três arcos que simulam o movimento de uma pedra quicando sobre a água, a Ponte JK, mesmo sendo recente, tornou-se um dos monumentos que mais caracteriza Brasília. Ela obteve grande destaque em seu lançamento sendo, inclusive, considerada a ponte mais bonita do mundo, em 2003, pela Sociedade dos Engenheiros do Estado da Pensilvânia, dos Estados Unidos. Para se ter uma ideia da magnitude da obra, a quantidade de aço utilizada na ponte é duas vezes maior do que a utilizada na construção da torre Eiffel, da França. Além de cartão postal e ponto turístico, a ponte tem um grande papel no desafogamento do trânsito na região do plano piloto. Por dia há um fluxo diário médio de 40 mil veículos no local. A dica é visitá-la à noite, quando a iluminação torna o visual ainda mais belo.

Foto: Divulgação

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Foto: Fernando Aguiar

Data de inauguração: 15 de dezembro de 2002 Arquiteto criador : Alexandre Chan Medidas: 62 metros de altura / 1200 metros de comprimento / 24 metros de largura

! Parque da Cidade Dona Sarah Kubitschek

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ais conhecido entre os moradores da capital como “parque da cidade”, foi inaugurado com o nome de “Parque Recreativo Pitton Farias”, uma homenagem ao filho do então governador de Brasília, Elmo Farias. Dezenove anos depois, Cristóvam Buarque, que ocupava a posição de governador da capital, sancionou a Lei nº 1.410, que mudava o nome do local para Dona Sarah Kubitschek, em homenagem à esposa de Juscelino Kubitschek. Ponto bastante visitado de Brasília, o parque é famoso não apenas por ser maior, em extensão, que o Central Park, de Nova Iorque (que tem 3,41 km2), mas também por ser o local do primeiro encontro de um tal Eduardo e uma tal Mônica, conhecidos de Renato Russo. Data de inauguração: 11 de outubro 1978 Arquiteto criador: Roberto Burle Marx Extensão: 4,2 km²


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Na Net

Ter um VLOG é tendência no mundo da INTERNET

A facilidade de se fazer ouvir por meio de vídeos tem aumentado o número de adeptos a este novo modo de se comunicar

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internet pode ser considerada o meio de comunicação mais democrático da atualidade porque nela todos podem emitir suas opiniões, principalmente por meio das redes sociais. É preciso apenas ter acesso à rede, um perfil pessoal e pronto: tudo que é postado ganha proporções incalculáveis. Outra plataforma bastante popular na web são os famosos e tradicionais blogs, uma espécie de diário virtual – mas bem diferente daquele que você mantinha na infância, em segredo e guardado numa gaveta –, os de hoje são abertos ao público. Qualquer público. Mas então, o que seriam os vlogs? A definição é a mesma que a dos blogs, entretanto, muda-se a grafia da palavra – escrita com a letra v de vídeo – e o conteúdo, que é transmitido por meio de vídeos, e não de texto ou fotos. Eles geralmente expressam os interesses e opiniões de seu autor, e a pauta pode variar entre assuntos mais específicos como maquiagem, moda, beleza, vídeo game e futebol, ou assuntos aleatórios e polêmicos. Ou seja, a criação é livre. No Brasil, os vlogs ganharam popularidade no ano de 2010 com o “Mas poxa vida”, de PC Siquei-

Danielle Gaspar ra, e o “Não faz sentido”, de Felipe Neto. Considerados os precursores dos vlogs no país, os dois ainda são atuantes no meio e juntos possuem mais de 4 milhões de inscritos em seus canais no Youtube. Eles expõem o que pensam, falam mal do que está na moda e usam o humor como escudo e ferramenta para atrair mais público. Como declarou PC Siqueira: “nada melhor do que fazer um vídeo para irritar as pessoas”. Há gente que compartilha dessa mesma opinião, como por exemplo, Gabriel Nogueira, estudante de 19 anos, que reveza seu tempo estudando e assistindo vlogs pelo YouTube como forma de lazer. “É interessante ouvir o que os outros têm a dizer, confrontar pontos de vistas e dar risadas. Por isso prefiro os vlogs mais críticos”, conta Gabriel. Para os adoradores de moda e beleza, o assunto está tomando conta da rede com diversos vídeos. A blogueira Thamyê Bassegio, 21 anos, do Mundo de Guria, conta que entre os muitos recursos de mídias utilizados em seu blog, o vídeo é o mais popular. “O retorno dele é maior, as meninas preferem me assistir falando por 10 minutos a ler um texto muito extenso”.

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Em Brasília, um vlogueiro que vem ganhando destaque é Hedy Tenório, 23 anos, do “Pó Pará”, com 4.500 inscritos. Tudo começou de forma despretensiosa, “estavam me devendo dinheiro e por causa disso não consegui ir a um show que queria muito, então resolvi fazer um vídeo para desabafar e reclamar de todos os caloteiros. Deu certo”, conta Hedy. Hoje, seu vlog possui o público gay como alvo específico e, com dois anos de existência, ele já aprendeu a lidar com questões delicadas que envolvem os vlogueiros como, por exemplo, o fato de ser considerado um formador de opinião. “Antigamente eu achava que ter um vlog era apenas ser ‘famoso’ e ‘popular’. Mas significa que você vai formar uma opinião, as pessoas levam para si aquilo que foi dito como um legado. Por isso, quando faço o texto para cada vídeo, tomo cuidado para não acabar com a vida de ninguém”. E para quem se interessou em se tornar um vlogger, Hedy dá a dica: “É divertido. Só não se esqueça: seu tempo e sua vida mudam. Tudo vai ser motivo de vídeo, de comentar. Mas é bom. É prazeroso”.


Contato: (61) 3478.1457 / (61) 8276.4422

douxbrigaderia@gmail.com

/douxbrigaderiadf

@douxbrigaderia


Palavras ao Vento

Galhos Secos Letícia Tôrres

A seca secou minha emoção O galho florido, foi seco no chão A seca secou a minha razão O galho seco não tem salvação A chuva choveu no meu coração Nos olhos escorreu minha oração O galho secou, o galho floriu Ora penou, ora sorriu A vida assim, ciclo sem fim

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Foto: Letícia Tôrres

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Foto: Acervo Público

Inaugurada a confusão entre cronistas, poetas políticos e profetas, Uma nova capital com dedos de Niemeyer com sonhos construídos por todos os lados E alguns tapas na cara, Candangos, Guerreiros brasilienses, frutos de um cerrado bem brasileiro, minimamente planejado... nele veem borboleta, alguns, um avião, outros muita sujeira que atrapalham a visão, num cenário cultural borrado pelo Congresso manchado e escarrado, Desordem e regresso em pleno Planalto central, E sobra, pros filhos da pátria a luta, diária de gente que não para não desiste, e paga com os olhos da cara.

Esperança de Concreto Bianca Bruneto

Março/Abril 2014 :: Revista Di Rolê ::

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Bate-Papo

Brasília, Renato Russo e o "POETAS DO CEUB" Ex-integrante do grupo “Poetas do Ceub”, Byron de Quevedo, contou à revista Di Rolê como foi a convivência com seu ex-colega de faculdade, Renato Manfredini Junior, o Renato Russo Diogo Alves

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om apenas dezessete anos, em 1977, Renato Manfredini Junior, mais conhecido como Renato Russo, começou o curso de jornalismo no Centro Universitário de Brasília (Ceub) e fez parte do grupo “Poetas do Ceub”, formado por jovens intelectuais da época. “Depois que fiz jornalismo no Ceub foi a glória, lá não existia uma rotina tão chata e homogênea quanto na UnB. No Ceub eu

Fotos: Acervo Byron de Quevedo

fiz um filme, um livro de poesias, uma peça de teatro, a gente fazia e desfazia. Era um ambiente muito bom.” (Publicação de 12 de outubro de 1996. Renato Russo faleceu no dia anterior à publicação desta matéria.) Byron de Quevedo foi um dos integrantes do “Poetas do Ceub” e, em entrevista exclusiva à Di Rolê, contou sobre os desafios que tiveram de enfrentar na ditadura militar e como o grupo contribuiu para o amadureci-

38 38 :::: Revista Revista Di Di Rolê Rolê :::: Março/Abril Março/Abril 2014 2014

mento pessoal e profissional do jovem Renato. D.R: Quem eram vocês e como era a época em que viveram? Byron de Quevedo: Nós éramos pessoas em estado de caos, vidas indefinidas, carreiras indefinidas, futuro indefinido. Nós estávamos em plena ditadura, na época do governo de João Batista Figueiredo, depois do Geisel, aquele governo que matava mesmo. Essas peças produzidas sobre o Renato


omitem exatamente o período mais importante da fase dele, que é a transformação do garoto “americanizado”, num cara que foi acordado por vários pensadores que conviviam junto com ele. D.R: Como era o Renato à princípio na faculdade? Byron de Quevedo: Quando o Renato foi para o Ceub, ele caiu num grupo de pessoas que estava tentando entender o presente. Nós estávamos vivendo a ditadura, a repressão. Ele era um cara que passava mensagens com o seu violão, sozinho ou com o grupo. Era um cara igual a nós, mas era um cara muito corajoso. Na época da ditadura xingava os caras de “Filhos da ...”. Fazia aquelas músicas, o pai e a mãe dele quase morriam, porque tinham medo dele sumir de repente. Quando a mensagem dele começou a ter popularidade, mesmo que pequena, o sistema tentava preservar o regime e perseguia as lideranças que estavam aparecendo. Renato estava em uma dessas lideranças. Ele era de uma liderança mais séria, porque conseguia penetração pela poesia e pela música. D.R: Como foi o convívio do grupo com a ditadura na época? Byron de Quevedo: Ironicamente, logo depois que Renato começou a mostrar suas músicas, os agentes do governo da repressão passaram para o SNI - Sistema Nacional de Informação - todas as músicas dele, que foram estudadas pelos “censores” da época. Quando rolava algum show, haviam muitas vaias, incitadas pe-

los próprios militares infiltrados. A gente via. Nós não aguentávamos mais. Qualquer barzinho que a gente ia eles estavam em volta, jogando tampa de garrafa, jogando copo, fazendo piadinhas, chamando todo mundo de “viado”. “Quem acompanha viado é viado”, diziam. Naquela época, o regime militar brasileiro era extremamente homofóbico. O grupo “Poetas do Ceub“ contribuiu com o Renato para a maturidade dele e para transformarse no poeta que se tornou. D.R: Qual foi o momento inesquecível da época de faculdade? Byron de Quevedo: Não posso esquecer uma peça de teatro que fizemos no Ceub. Era para passar no auditório, mas foi censurada porque que os “censores” não gostaram. Essa peça acabou sendo encenada numa sala enorme, com todas as janelas abertas. O Renato ia fazer o papel de Jesus Cristo. No dia da peça ele chegou bêbado, completamente bêbado, e as meninas, a Divina junto com a Leila e a Cássia, pegaram ele, deram um banho e o enrolaram dentro de um lençol branco. Ele veio e fez a peça. Aquilo ficou muito interessante, porque ele falava umas coisas, inventava outras. Foi um momento profético e a sala ficou lotada. D.R: Como eram os professores da época? Byron de Quevedo: O Renato vivia uma experiência e aquilo ficava na cabeça dele. Depois, aquilo se transformava em poesia e logo depois em música. Nós tínhamos um professor ufanista,

que defendia a ditadura bravamente. O Renato sabia que ele era dedo duro, já tinha tido uma intriga anteriormente. Quando foi numa determinada aula, ele começou a fazer ufanismo. “E vocês já estão aí matriculados no curso superior, agora pertencem a uma elite do país, vocês estão com o futuro garantido”. E o Renato gritou lá do fundo da sala: “Nós não temos futuro”. Tudo isso no meio da aula... ”Nós não temos futuro, nós não temos tempo nenhum por causa de filhos da... como você, que roubou o nosso futuro. Vocês só fizeram machucar, maltratar, vocês roubaram nossas lideranças e agora vem com essa conversa de merda que nós temos futuro. Que futuro essa ditadura deixou pra nós? Somos uma legião de merda, uma geração coca cola, nós somos os filhos dessa ditadura”. Vários destes termos que ele usou no dia apareceram em suas músicas, posteriormente. “Quando eu falo do ‘Poetas do Ceub’, eu falo sobre o reconhecimento das influências que tivemos. Nós somos influenciados e influenciamos o meio em que vivemos. O Renato vivia no meio desses poetas que discutiam a sociedade e a arte. Um fazia cinema, outro fazia teatro, eu fazia artes plásticas, música e poesia”, concluiu Byron. Byron de Quevedo foi quem criou o ritmo arrastarock - uma mistura de catira, forró, blues e rock. Hoje é compositor, músico, jornalista e poeta. [A entrevista de Byron de Quevedo passou por uma edição ao ser publicada neste exemplar.]

Março/Abril Março/Abril 2014 2014 :::: Revista Revista Di Di Rolê Rolê :::: 39 39


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