REVISTA
Brasília, Mar. | Abr. 2016
Ano III Ed.16
Rotina sem
Rotina
Projeto de viagem pelo mundo chama atenção pela ousadia e criatividade
Parabéns Brasília! Mais um aniversário será comemorado no mês de abril, e a Di Rolê preparou uma mini galeria com imagens exclusivas da nossa cidade. Pág. 18 e 19
Nesta edição abordamos grandes ideias, contadas por meio de pequenas histórias de pessoas que ousaram e acreditaram em projetos inovadores. A novidade é que estamos acompanhando a tendência do mercado, oferecendo a você uma leitura mais dinâmica e rápida. A partir desta 16ª edição, a revista Di Rolê passa a ser digital. Mais sustentável e prática, pensada para o cidadão brasiliense. Leia Online!
JÚLIA DALÓIA
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JORNALISMO DIVULGA CULTURA E GERA PROTEÇÃO SOCIAL NA CAPITAL
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Diretora Executiva Revista Di Rolê
EXPEDIENTE Jornalistas: Giulia Roriz, Jéssica Moura, Júlia Dalóia, Juliana Mendes, Karyne Graziane, Priscila Botelho e Thalyne Carneiro. Fotografia: Carlos Eduardo, Daniel Salgado, Geovanna Bembom, Giulia Roriz, Ítalo Amorim, Karyne Graziane, Pedro Magalhães, Priscila Botelho, Priscilla Teles e Renan Aires. Projeto Gráfico e Diagramação: Gueldon Brito e Thaíssa Nobre. Diretora Executiva: Júlia Dalóia
Expresse sua opinião, sugestão ou comentário acerca das matérias abordadas nesta edição. Envie sua sugestão de pauta para o email: revistadirole@gmail.com /revistadirole @revistadirole @revistadirole www.arevistadirole.com.br
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EMPREENDEDORISMO SOCIAL CHAMA ATENÇÃO NAS REDES SOCIAIS PAIXÃO POR MOTORES E ROCK
ESPAÇO DO LEITOR
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JOVEM BRASILIENSE MOSTRA QUE É POSSÍVEL VIVER UMA ‘ROTINA SEM ROTINA’ VIAJANDO O MUNDO ANIVERSÁRIO DE BRASÍLIA
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SURFISTAS DO ASFALTO
MUITO MAIS QUE UM MINUTO
14 A Di Rolê oferece ao leitor comodidade e praticidade. Pensando nisso, por meio deste QR Code, você poderá se conectar à nossa fanpage no Facebook e ficar por dentro da programação cultural de Brasília e região. Acesse e curta esta ideia!
A BANCA MAIS BONITA DA CIDADE
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22 DE MARÇO: DIA MUNDIAL DA ÁGUA
SUMÁRIO
EDITORIAL
Este é um momento em que o Brasil passa por mudanças significativas. Enquanto uns se reinventam por aqui - seja no lado profissional ou na vida pessoal -, outros apostam em jornadas fora do país.
PRÓXIMA PARADA
fotos:
Giulia Roriz
PRÓXIMA PARADA
A banca mais bonita da cidade
ficou desempregada, decidiu ter uma banquinha de jornal que unisse jornalismo, literatura brasiliense, geografia e cultura da cidade, onde as pessoas que frequentassem pudessem ter a oportunidade de conhecer mais sobre a história da capital. Por sorte, quando estava procurando, achou na quadra 308 da Asa Sul uma que estava à venda e com histórias de três gerações para contar. A família Vasconcelos cuidava da entrega de jornais e revistas a clientes assíduos há décadas, quando deixaram a quadra (e a banquinha) há 4 meses, mas apenas com a promessa de que Conceição cuidaria do lugar e manteria a velha clientela.
“Aqui aparece todo tipo de gente, de todos os lugares. Uma francesa até fez um desenho da banquinha. Um grupo de canadenses se encantou com o lugar e levaram vários presentes. Aparece de tudo um pouco por aqui”, diz Franciele Alves, que trabalha na banquinha desde a reinauguração. Todos os fins de semana, além de banca de revistas, ela se transforma em um
point cultural que mistura música, literatura, encontro de escritores, bandas brasilienses, lançamentos de revistas, exposição de fotografias e documentários. Tudo isso é registrado no “Blog da Conceição – O blog que banca Brasília”, onde ela conta crônicas e novidades sobre a banquinha de forma bem humorada e afirma. “Brasília é minha vida, e essa banquinha faz parte dela”.
Desde que reinaugurou a banca, Conceição cumpriu a promessa e foi além. Manteve os clientes antigos, conquistou novos, transformou a banca em um ambiente cultural e ponto turístico da cidade, onde até os guias já incluíram em seus roteiros.
Por Giulia Roriz
A
Banca da Conceição, na 308 sul, conhecida como quadra modelo de Brasília, certamente é a mais charmosa da cidade. Chama atenção pela quantidade pequena de jornais e revistas em relação aos souvenirs e livros da capital. Dona do local há apenas quatro meses, Conceição Freitas não esconde o amor pela cidade que conheceu
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ainda menina, quando o pai lhe mostrava em fotos, ainda na época da construção de Brasília. Amazonense de nascimento, encantou-se pela arquitetura e história da cidade e, a partir disso, criou um modo de vida brasiliense dentro de si.
Conheça mais sobre essa jornalista empreendedora aqui: Blog: https://bancadaconceicao.wordpress.com/ Facebook: https://www.facebook.com/bancadaconceicao/
Trabalhou com jornalismo por 20 anos, mas quando
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EMPREENDEDORISMO SOCIAL
Jornalismo divulga cultura e gera proteção social na capital Projeto social da revista Traços ajuda pessoas que vivem em situação de rua Por Juiana Mendes
Kátya Volpato
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desejo de usar a profissão para mudar a vida das pessoas, fez o jornalista André Noblat alimentar a ideia de trazer para Brasília um projeto social voltado para os moradores de rua. Ele conheceu a iniciativa em 2005 por meio de uma revista argentina, a Hecho. A partir daí foram dez anos de pesquisas sobre o modelo também usado em outras 123 cidades do mundo como Paris, Londres, Santiago e São Paulo. O projeto consiste na geração de renda por meio da revenda dos exemplares da Revista Traços. Com um rico conteúdo sobre o espaço cultural da capital, a revista tem como vendedores pessoas que fizeram das ruas brasilienses sua moradia. A publicação custa R$5, dos quais qua t ro reais f ic am para o revendedor custear suas necessidades e R$1 é usado para a compra de outro exemplar para revenda. E assim surge a geração de renda. Noblat explica que cada detalhe do projeto foi pensado antes de ser colocado em prática. Ao conhecer a dificuldade vivida por um projeto semelhante, em relação ao acompanhamento diário dos participantes, surgiu a preocupação para que não fosse apenas para ganhar dinheiro, mas que pudessem ser protegidos. “Decidi que só lançaria a revista aqui quando tivesse condições de criar esse cinturão de proteção social para as
pessoas em situação de rua atendidas. Demoramos dez anos, mas finalmente conseguimos garantir isso com a parceria valiosa da Secretaria de Cultura e da
não basta”, afirma.
Secretaria de Desenvolvimento Social”, afirma André Noblat, diretor de redação da Revista Traços.
radores voluntários que têm como preocupação manter a qualidade da revista, o que é fundamental também para a a u to e s t i m a d e q u e m a vende. “Eles querem ser reconhecidos como porta-vozes da cultura de Brasília. Sabem que têm um ótimo produto nas mãos. Não querem esmolas, querem que as pessoas leiam mais”, ressalta Noblat.
A produção é feita por uma pequena, mas competente, equipe de profissionais remunerados, além de colaboÍtalo Amorim
EMPREENDEDORISMO SOCIAL
Os “porta-vozes da cultura”, como são chamados pelo chefe de redação da Traços, José Rezende Júnior, são selecionados em parceria com assistentes sociais do Centro de Atendimento à População de Rua do Governo do Distrito Federal (Centro Pop). A seleção só tem uma exigência: os candidatos devem ser pessoas em situação de rua que queiram mudar de condição. Segundo Noblat, esse é um processo gradual que tem como primeiro passo querer sair das ruas, e o projeto é fundamental para essa mudança. “O segredo é o acompanhamento que damos às pessoas em situação de rua. A revista é uma ferramenta. Por si só,
O valor que vai para a revista, referente à venda dos exemplares, serve para custos básicos como combustível, maquiador para as fotos e organização dos eventos de lançamento de cada edição. E o projeto é possível devido à Lei de Incentivo à Cultura que levou à conquista de patrocínios como os das empresas Souza Cruz e Bancorbrás, que sustentam a publicação.
sebinho.com.br
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EMPREENDEDORISMO SOCIAL
Rogério Soares de Araújo, 44, é um bom exemplo do sucesso do projeto. Nascido em São Paulo, viveu em um orfanato até os 18 anos, onde teve boas oportunidades apesar da falta de um seio familiar. Porém, ao sair do abrigo conheceu o álcool e as drogas, que o levou a perder o emprego e viver nas ruas. Passou pelo Paraná, Goiás e Minas Gerais até chegar à Brasília, em 2010, onde fez do “buraco do rato”, no Setor Comercial Sul, sua moradia.
Para Rogério que vivenciou a importância do projeto social da Revista Traços, é gratificante ver o bom resultado alcançado em tão pouco tempo. “A Traços aqui em Brasília mudou o modo de ver os moradores de rua. Eu sempre acreditei nesse projeto. Até os idealizadores estão assustados porque em tão pouco tempo quantas pessoas já saíram das ruas? Temos pessoas hoje que estão no mercado de trabalho, temos pessoas que voltaram para seus lares, para suas famílias, a Traços fez essa ponte”, afirma. Rogério destaca ainda que as parcerias são importantes para solucionar os problemas das pessoas em situação de rua que par ticipam do projeto, afinal a revista não é um trabalho, é para a pessoa que está em vulnerabilidade poder pagar um aluguel, sair
da rua, não ter que mexer no lixo como acontecia com ele, que comia restos, bebia álcool de posto, pedia. Segundo Rogério, hoje em Brasília, ele vê que essa realidade está mudando com a ajuda da Revista Traços, que está dando novo visual a essas pessoas.
Surfistas do asfalto O Longboard, variação de skate street, cai no gosto dos brasilienses Por Thalyne Carneiro
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e vo cê j á p a s s o u p e l o Eixão Norte aos domingos deve ter observado uma Kombi parada com vários objetos típicos do mundo do skate espalhados. Além, claro, de uma multidão ao redor disso tudo. O que pouca gente sabe é que toda essa aparelhagem é montada por ninguém mais que os Long Brothers, associação espor-
“É uma ponte entre as ruas e um emprego. A intenção é colocar pessoas no mercado de trabalho. Minha vida mudou, deu um giro de 180 graus. Passei um ano em tratamento sem poder sair, depois tive a oportunidade de voltar a estudar, daí me apareceu a Traços que eu ia vender e hoje estou dentro do escritório”, comemora. Quem tiver interesse em ajudar mais pessoas a não só sair das ruas, mas a realizar sonhos engavetados, procure um porta-voz da cultura e adquira seu exemplar da Revista Traços. Eles estão espalhados nas Asas Sul e Norte da Capital Federal, na rodoviária e em pontos fixos como no Libert Mall e na Banca de Revistas da Conceição Freitas na 308 Sul.
tiva para quem ama subir no Longboard e dar um rolê no fim de semana. O Longboard, ou no popular, Long, é uma variação do skate que possui uma prancha e rodas maiores. Ao contrário da versão de skate chamada de street, modalidade mais popular, o Long alcança altas velocidades, podendo chegar a até 100 Km/h. É utilizado em
Ítalo Amorim
Com pouco tempo de existência, o projeto já gerou ótimos resultados. Em circulação desde o segundo semestre do ano passado, a Revista Traços e seu projeto social já retirou 20 pessoas das ruas, das 50 que começaram. Dez delas passaram, por vontade própria, a fazer tratamento contra dependência química, um dos maiores motivos que levam pessoas a viverem nas ruas. Mais de 25 mil exemplares foram vendidos, o que fez com que 90% dos porta-vozes da cultura parassem de pedir esmolas.
“Um pessoal me ajudou e me levou para um centro de recuperação onde estou até hoje. Fiquei um ano em tratamento e agora saio para estudar na Escola Meninos e Meninas do Parque. E no Centro Pop fui apresentado à Traços. Comecei a participar das reuniões, fui um dos primeiros. E achei um projeto muito bom. Comecei vendendo a revista. Com o passar do tempo viram minha capacidade e me contrataram para ser monitor deles nas ruas. Estou muito feliz e vejo um futuro muito bom”, afirma Rogério, empolgado.
fotos:
Resultados
ESPORTE
fatoonline.com.br
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ESPORTE
NA NET
Muito mais que um minuto
competições profissionais, mas também para prática recreativa. Paulo Roberto, 42, um dos fundadores da Long Brothers, começou a praticar a atividade há 15 anos. No começo, ele usava o esporte apenas para se divertir e espairecer. Porém, há oito anos, o comerciante passou a dedicar-se a competições e, hoje, é o 7º no ranking nacional na categoria de Speed Downhill. “Eu andava de skate já na infância, mas aí eu parei de andar, fui correr atrás de emprego, de faculdade”, conta Roberto, “mas depois voltei com o Long, que é mais rápido, tem mais adrenalina”. A categoria do Paulo, Speed Downhill, consiste em descer uma ladeira ou colina na maior velocidade possível. Para isso são utilizadas roupas especiais – capacete full face, segunda pele e macacão de couro - pois é uma das categorias mais perigosas dos praticantes do esporte.
Com vídeos de humor de curta duração, atores de Brasília fazem sucesso no YouTube Por Priscila Botelho
C J á o Ro d r i g o D e l a n o, 4 0 , pratica a atividade há apenas um ano e meio. O também comerciante precisava encontrar um esporte que lhe trouxesse mais saúde e bem estar. “Na época em que conheci o Long, eu estava com sobrepeso. Comecei a andar e me sentir bem. Está sendo uma terapia”, diz Delano. “Hoje o skate não é mais tão marginali-
zado como há alguns anos. Virou também um meio de transpor te, uma forma de conhecer mais gente e fazer novas amizades”. O esporte nos últimos anos tem se tornado muito popular entre as pessoas de todo o mundo e de todas as idades. Um dos fatores que contribuem para isso é a divulgação da atividade, principalmente na TV, com a transmissão de campeonatos como o “Megarrampa”. Além disso, o Estado também tem investido na construção de Skate Parks, o que acaba motivando crianças a conhecerem o esporte.
om 170 mil inscritos e mais de 15 milhões de visualizações no You tube, o brasiliense Bernardo Felinto, do Canal ‘Só 1 Minuto’, faz sucesso na internet. Criado no final de 2013, o canal de humor na web era apenas uma brincadeira. Foram divulgados apenas três vídeos que caíram no gosto do público. O que era diversão tornou-se trabalho e, hoje, ‘Só 1 minuto’ é o maior canal de humor do Centro-Oeste. As gravações ocorrem três vezes por semana em Brasília e toda quinta-feira sai um vídeo novo. A proposta é levar
Para quem quer começar a andar de Long, empresas na internet vendem modelos simples, que estão em torno de R$550. A Kombi dos Long Brothers está sempre no Eixão aos domingos. A associação dá dicas e até umas aulinhas para quem quer começar.
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fotos:
humor para o público com temas referentes às relações amorosas. “90% do que a gente produz é sobre relacionamentos, mas outros assuntos podem virar pauta também”, explica Felinto. Além de Bernardo, o elenco é composto por Agatha Silvestre e outros atores convidados que fazem participações especiais. Apesar do grande sucesso, Felinto faz algumas observações sobre os obstáculos. “A internet possibilita que as pessoas assistam de qualquer lugar, e há também a liberdade para abordar temas mais ousados, mas há dificuldades como a concorrência e os custos com a divulgação”, afirma. Para alavancar a audiência, os atores apostaram na parceria com blogs de humor que também fazem sucesso na internet. Outro ponto abordado pelo
Priscila Botelho
ar tista é a quantidade de bons atores que há em Brasília, mas que infelizmente não encontram muito espaço no mercado cultural da cidade. A falta de teatros, os altos custos com aluguéis e a falta de incentivo à cultura também estão na lista. “Lamentavelmente, a população brasiliense não tem muito hábito de frequentar o teatro, muitas pessoas que vão ao meu espetáculo me conhecem por causa do canal”, explica. Alguns episódios divulgados no YouTube também ganham vida nos palcos. Além do canal, Bernardo dá aulas em seu curso de teatro para atores e não-atores, tem uma longa lista de participações em novelas da Rede Globo e mais de 25 peças de teatro, incluindo: “Não durma de conchinha” e “Tudo sobre nossa vida sexual”, realizada em parceria com a atriz Fabianna Kami.
Confira o trabalho de Bernardo! Acesse: youtube.com/CanalSo1Minuto
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CAPA
fotos: Daniel Salgado
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Jovem brasiliense mostra que é possível viver uma ‘Rotina sem Rotina’ viajando o mundo 365 dias, cinco continentes, mochila nas costas e dezenas de histórias
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air da zona de conforto, deixar para trás cer tos hábitos e a velha rotina é um tanto desafiador. A insegurança, o medo e as incertezas, por vezes tomam conta de nossa ousadia e coragem, nos impedindo ou dificultando a realização de grandes sonhos. Por meio das redes sociais - onde histórias incríveis e imagens de destinos diversos têm se propagado com mais frequência -, a ideia de viver o mundo está se tornando cada vez mais comum entre muitos brasileiros. É possível notar, principalmente no Facebook e Instagram, a quantidade de pessoas que largam tudo para viver uma vida que sempre sonharam, conhecendo novos lugares, pessoas, culturas e agregando para suas vidas novas experiências pessoais.
O Projeto A n t e s d e v i a j a r, a q u e l e friozinho na barriga e uma ce r t a a n s i e d a d e a c a b a m acontecendo, mas é preciso p l a n e j a m e n t o e a n t e ce dência para organizar tudo. Percorrer cinco continentes e traçar um itinerário não é tarefa fácil. Por isso, Daniel realizou todo o planejamento pré-viagem ao longo de dois anos, além de juntar
Rotina Sem Rotina é o nome simples e criativo criado pelo jovem brasiliense, Daniel Salgado, de 29 anos, cujo a ideia era abdicar da antiga rotina para seguir novos rumos e experiências. Tudo começou há aproximadamente dois anos, com o despertar de um sonho an-
tigo de dar a volta ao mundo apenas com uma mochila nas costas. Vivenciar novas culturas, explorar lugares e sabores era agora uma lenda pessoal para o jovem. A partir daí começou a imaginar e desenhar um projeto em que percorreria todos os continentes em 365 dias.
dinheiro ao longo desse período. “Até de bazar participei para fazer dinheiro”, conta animado por ter arrecadado uma boa quantia. A partida foi dada no mês de janeiro e muita coisa já está acontecendo.
tentável, aliado ao exercício de trabalhos voluntários.
O principal objetivo deste projeto é mostrar a possibilidade de se viver uma vida simples, por meio de um estilo de vida econômico e sus-
Por isso, a meta é percorrer países em desenvolvimento, onde a moeda local vale menos que o Real. Na Ásia, por exemplo, a viagem será mais longa devido principalmente a este aspecto, em que países como Tailândia, Laos, Vietnã, Nepal, Índia e China serão visitados. Já na África, mesmo com as condições sociais do
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CAPA
CAPA
continente, os valores são mais elevados e, em muitos países, pagos em dólar. O Leste Europeu, sendo o lado mais econômico da Europa também é parte do trajeto de Daniel, junto à América Central e América do Sul. Aproximadamente 32 países serão percorridos. Para ele, os principais aspectos considerados ao mapear as datas e locais visitados foram o clima e o custo benefício, uma vez que no verão é possível aproveitar melhor o local e reduzir as peças de roupas na mochila. Já sobre o custo - levando em consideração à alta do dólar – foi fundamental para definir os países selecionados em cada continente. A meta de gastos estipulada por Daniel é de 27 dólares por dia, podendo chegar até 45, incluindo hospedagem e alimentação. Ele ressalta que ter flexibilidade para mudar o rumo a qualquer momento também é importante, uma vez que estando fora da sua realidade tudo pode acontecer.
O desejo do jovem desbravador é que sua história sirva como uma semente de motivação a outras pessoas, cujo objetivo é mostrar por meio deste projeto de viagem, que é possível sair da sua zona de conforto e desbravar o desconhecido com poucos recursos. Basta ter vontade e determinação para dar o passo inicial. Por isso, Daniel deixa seu recado que “se o seu sonho é escapar da rotina e experimentar grandes viagens pelo mundo, entre sem medo nessa aventura e acompanhe o
trajeto do Rotina Sem Rotina pelo mundo. Que seja uma inspiração para você.” E para quem tem sonhos, mas receio de realizá-los, fica a dica de leitura de Daniel com o livro O Alquimista, de Paulo Coelho, onde muitas perguntas e dúvidas sobre projetos de vida poderão ser esclarecidas. Se o seu sonho é escapar da rotina e experimentar grandes viagens pelo mundo, entre nessa aventura e nos acompanhe. O site é www.rotinasemrotina.com.br.
www.rotinasemrotina.com.br Instagram: @rotinasemrotina Facebook: /rotinasemrotina
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GALERIA
GALERIA Carlos Eduardo
Aniversário de Brasília
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É preciso ressaltar a importância da obra não só como uma biblioteca pública, como também parte essencial da paisagem de Brasília, um conjunto completo de Oscar Niemeyer. Parabéns, Brasília!
omo não admirar um pôr do sol? Este fenômeno magnífico da natureza que traz vida para as imagens capitadas da Capital planejada, de arquitetura futurista, de céu notório e que pode ser considerada um dos berços do rock nacional. Na imagem a Torre de TV, um dos pontos turísticos da cidade que abriga uma das feirinhas mais bacanas da Capital e que está localizada no
Biblioteca Nacional de Brasília, situada no Complexo Cultural da República, Eixo Monumental
“coração” de Brasília, a direita o Conjunto Nacional, primeiro shopping da cidade e segundo shopping inaugurado no Brasil, ao fundo a silhueta do
Centro de Convenções Ulysses Guimarães, e para completar, mais uns dos incríveis pôr do sol que BSB nos proporciona quase que diariamente.
arquitetônica. Por sua modernidade. Porém, quando falo de Brasília e, principalmente da minha geração, o que vem à minha cabeça é a originalidade. É a construção
de uma cultura miscigenada. E nada melhor que retratar essa característica com um dos ícones de BsB: O CONIC. Local onde é tudo junto e misturado. Igreja Universal ao lado de loja que vende produtos do candomblé. Lanchonete com a melhor coxinha frita ao lado da cantina natureba. Quer uma camiseta com a sua cara? Corre lá. Tem de samba; tem de esporte; tem de gíria brasiliês. E os garotos com os skates? E tem faculdade de Teatro. E tem sex shop. E tem sempre uma novidade. É um lugar vivo. O Conic parece nunca dormir!
Karyne Graziane
Renan Aires
Burle Marx, entre outros, Brasília tornou-se uma cidade além do seu tempo, com seus traços e planejamento. Obras
Pedro Magalhães
rasília é umas das capitais mundiais da arquitetura. Com a participação de Oscar Niemeyer, Lucio Costa, Lelé,
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ecantos desconhecidos de Brasília: foto de um pequeno alpendre, diante de um belo poço azul, encontrado dentro de uma fazenda, no caminho para o Tororó.
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om suas curvas bem trab a l h a d a s e , a o f u n d o, a s l i n h a s p e r fe i t a m e n te planejadas, essas duas beldades - o Museu da República e a Catedral de Brasília
- enchem nossos olhos de alegria. Viva estes monumentos maravilhosos da nossa capital!
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Trecho da música Brazilian Skies, da cantora Annie Haslam
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Renan Aires
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“Didn’t I tell you Under Brazilian skies Always together Love will remain in our eyes This feeling Will always stay with me This romance can never be”
Giovanna Bembom
Ítalo Amorim
como a Esplanada dos Ministérios, Catedral e Museu Nacional são sempre lembradas, porém, outras passam sem serem percebidas, como por exemplo, a Biblioteca Nacional de Brasília.
céu de Brasília, muitos já disseram, também é um patrimônio. Nesta foto podemos ver a Catedral que brilha branca, sob o céu limpo, azul e o sol com sua grandeza... E uma menina contemplando... Brasília inspira também pelo seu céu, os que na Terra respiram. Já dizia a canção...
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mo minha cidade. Sou daquela geração que o IBGE e os jornais amam intitular: nascidos em Brasília. A capital é mundialmente conhecida por sua beleza
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EMPREENDEDORISMO
fotos:
Karyne Graziane
EMPREENDEDORISMO
Empreendedorismo social chama atenção nas redes sociais
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m dos brinquedos mais antigos e populares do mundo – a boneca – é talvez o p r i m e i r o p r e s e n te q u e muitas meninas ganham em sua vida. No entanto, por mais comum que as bonecas sejam, a maioria delas não representa o universo que muitas crianças, principalmente as brasileiras, convivem. Quer um exemplo? Vá ao google imagens e digite bonecas; ou vá a uma loja procurar por uma. Provavelmente você vai se deparar com um paredão de bonecas brancas, loiras e de olhos azuis. E quem se identifica com elas? Como as crianças enxergam isso? Foi pensando nesta realidade que a artesã e moradora do Gama, Ingrith Shabazz, 23 anos, resolveu colocar a mão na massa e customizar bonecas para vender. Ela conta que um dia foi à uma loja comprar um presente de aniversário para
a prima do namorado e em todas as tentativas só encontrava bonecas com um padrão estabelecido. Daí, em 2014, começou a produzir as peças. A partir da técnica denominada reroot – que consiste trocar os fios dos cabelos por outro material – Ingrith busca personalidade em cada objeto que cria. Entre a maioria das bonecas estão as famosas Barbies.
Mas no ateliê é possível encontrar outros modelos. Lá, todas recebem características de mulheres negras, como cabelos cacheados e crespos. Para dar um efeito natural, ela utiliza a fibra de canecalon, mesmo material utilizado por cabeleireiros para fazer os famosos rastafaris. Além disso, roupas, lenços e outros acessórios são destaques em cada peça criada, que é vendida a partir de R$90. Por mês, a jovem consegue fazer até 15 entregas, apesar da demanda chegar a pelo menos 80 pedidos. A maior procura vem do Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília.
Artesã do Gama customiza bonecas para combater o racismo e empoderar meninas negras
“Só quem consegue fazer esta técnica sou eu. Sempre tive proximidade e familiaridade com o ar tesanato”, explica.
Por Karyne Graziane
Conforme a jovem ar tesã, customizar as bonecas é uma forma de resistência ao racismo institucional que tanto afeta algumas crian-
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NA BALADA
fotos: André
Borges
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ças brasileiras. É também uma maneira de empoderar a estética negra das meninas desde cedo. “Este é meu espaço de militância o n d e te n h o u m t r a b a l h o de formiguinha, porque eu busco chamar atenção de um determinado nicho. É apenas um ícone de representatividade. O que eu quero é que essas meninas se enxerguem desde cedo; que isso impacte na autoestima de cada uma, que vejam um futuro e que ocupem cargos de chefia”, afirma. No Facebook, Ingrith mantém uma página para exibir o seu trabalho, sob o título
“Customizações Dandara, por Ingrith Shabazz”, onde é possível conferir o trabalho da jovem. A página já tem mais de 2 mil curtidas e a cada dia recebe mais adeptos e fãs do trabalho. Lá, tem fotos das bonecas, vídeos e entrevistas. O nome da página já mostra a ideia da jovem, em que Dandara, na cultura africana, significa “princesa guerreira”, ou “princesa negra”. De acordo com a história do Brasil Colonial, esta teria sido uma negra escrava guerreira, esposa da emblemática figura do Zumbi dos Palmares, e mãe de três filhos dele.
Paixão por motores e rock Festa semanal reúne motociclistas na Torre de TV em evento com shows gratuitos Por Jéssica Moura
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terça-feira. Já per to do fim da tarde, o som de motores desacelerando se mistura com os acordes de guitarras sendo afinadas. Modelos bem cuidados de Harley-Davidsons e Che-
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vettes antigos são enfileirados no gramado um ao lado do outro. Ao redor dos automóveis, pessoas usando jaquetas de couro, calça jeans e botas, bebem cerveja, comem pastel, conversam e
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NA BALADA
NA BALADA admiram os carros e motos. Essa cena bem que poderia ser de um filme americano, mas ocorre semanalmente e de graça na Torre de TV. O encontro, entitulado Point das Máquinas, estaciona na praça da Torre e reúne a cada edição cerca de quatro mil motociclistas e colecionadores de carros antigos da cidade para trocar experiências sobre os veículos e para curtir o rock ‘n’ roll. A festa, que entrou no ‘ponto morto’ em outubro passado, vai engatar as marchas a partir de abril para a alegria dos frequentadores. É o caso da empresária Flávia Picorelli, que desde julho do ano passado não falta a nenhuma das edições da festa. Ela conta que, como a maioria dos outros frequentadores, já vai ao trabalho de moto para passar na Torre na volta para casa e, para ela, o fato de o evento ser em dia de semana não é problema. “É bom para descontrair e ouvir um ótimo rock ‘n’ roll. E
como meus pais também são motociclistas, acaba se tornando um encontro de família. É muito divertido ver todas aquelas motos, jeeps e carros antigos, ainda mais com música boa”, destacou. O organizador do evento, Roberto Sávio, o Betinho, explica que o grupo de motociclistas já existe desde 2000, mas teve de mudar o local dos encontros mais de três vezes. E só depois de conseguir reservar o espaço na Torre, no ano passado, é que puderam concretizar o projeto de unir a paixão pelos automóveis com a música de qualidade em um ponto fixo: “A proposta de trazer a festa para a Feira da Torre foi boa para os motociclistas, e também ajudou a acender as luzes da Torre durante a noite na semana, uma ação inédita, coisa que há mais de 40 anos não acontecia. O movimento de motociclistas acaba gerando renda para esses comerciantes”, afirmou Betinho. No palco montado na Torre,
já passaram diversos artistas da cidade, como a Old Boys Blues Band, Down Jones e Rio Claro. Muitos deles, para agradar o público, costumam tocar as músicas que são a preferência dos motociclistas e fazem covers de bandas consagradas como Black Sabbath, Pearl Jam e Motorhead. Co n t u d o , o e s p a ço t a m bém serve de vitrine para as bandas locais, e por isso, algumas das bandas tocam o trabalho autoral. Assim, o público, que de outra forma não conheceria o som dos brasilienses, tem a chance de comprovar com os próprios olhos e ouvidos que o rock de Brasília não morreu. Em julho, a banda de rock psicodélico Maria Sabina e a Peia, que mistura rock
e ritmos brasileiros como baião e samba, preferiu a r r i s c a r e to c a r m ú s i c a s p r ó p r i a s e co n s e g u i r a m cativar a plateia. Entre os espectadores, estava um ícone da cena que ficou impressionado com o som da banda. Era Bil, ex-baixista do Detrito Federal, banda de punk rock brasiliense da década de 1980.
“Um mês depois o Bil entrou para a banda, por isso esse show foi tão importante, e funcionou como vitrine para nós. A gente não ia conseguir atrair aquele público em um evento só nosso, porque eles estavam lá pelo encontro de motociclistas, mas agora puderam conhecer também o nosso som”, comemora a cantora.
Próximo evento: 5 de abril de 2016 Horário: 18h às 00h Local: Feira da Torre de TV
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22 de março: Dia Mundial da Água
Priscilla Teles
PALAVRAS AO VENTO
Guarde para sempre seus melhores momentos
Terra Planeta Água “Água que nasce na fonte Serena do mundo E que abre um Profundo grotão Água que faz inocente Riacho e deságua Na corrente do ribeirão Águas escuras dos rios Que levam A fertilidade ao sertão Águas que banham aldeias E matam a sede da população Águas que caem das pedras No véu das cascatas Ronco de trovão E depois dormem tranquilas No leito dos lagos
Água dos igarapés Onde Iara, a mãe d’água É misteriosa canção Água que o sol evapora Pro céu vai embora Virar nuvens de algodão
Ensaio
Gestante
Gotas de água da chuva Alegre arco-íris Sobre a plantação Gotas de água da chuva Tão tristes, são lágrimas Na inundação Águas que movem moinhos São as mesmas águas Que encharcam o chão E sempre voltam humildes Pro fundo da terra
Ensaio
Família
Guilherme Arantes
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MAR|ABR 2016 | REVISTA DI ROLÊ
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