Revista Di Rolê 12ª Edição

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Revista

Brasília, Jul|Ago. 2015

Ano II Ed.12

Uma jornada de

bicicleta e

um sonho de percorrer a América Latina Na companhia de sua bike ‘Princesa’, um jovem desbravador enfrentou as mais diversas dificuldades e percorreu, sozinho, 17 países


Secretaria de Cultura, Governo do Distrito Federal e Oi apresentam

Nos termos da Portaria 3.083, de 25.09.2013, do Ministério da Justiça, informamos que a Licença de Funcionamento deste CCBB tem número 00340/2011, com prazo de validade indeterminado.


Livre para todos os públicos

utopia lírica vicente de mello

15 de julho a 7 de setembro quarta a segunda – CCBB Brasília

produção

apoio cultural

patrocínio


EDITORIAL

Como é bonito ver, cada vez nítido, as cores dessa cidade! Brasília vem despontando em diversos segmentos: artístico, cultural, gastronômico e de entretenimento. E nós da Revista Di Rolê temos o privilégio de noticiar algumas histórias antes nunca relatadas na capital. CAPA Um sonho e a vontade de rodar a América do Sul foi o que motivou um jovem do interior de São Paulo a rodar 22.300Km em uma bicicleta por mais de dois anos. Esta é uma história encantadora de motivação, superação e desafios que veio para florear nossa capa nesta edição e surpreender os amantes de aventura. EMPREENDEDORISMO Quando se coloca na boca derrete como um chocolate suíço. O sabor é inconfundível e existem diversas formas de montá-lo em uma sobremesa. Um produto made in Bsb, o Mr. Brownie é hoje uma marca consolidada, que cresceu no mercado local e nacional e inaugurou, no mês de julho, sua primeira loja na cidade. LITERATURA Um livro e muitos registros fotográficos foi o resultado da aventura de uma jornalista otimista que, mesmo com deficiência física, percorreu países africanos em busca de belas histórias para contar. Preparamos uma edição especial para aqueles que tem sonhos e acreditam que, mesmo com as dificuldades e percalços ao longo do caminho, tudo dará certo quando realmente se quer realizar algo. Boa leitura!

JÚLIA DALÓIA Diretora Executiva Revista Di Rolê

Espaço do leitor

EXPEDIENTE Textos: Ana Luiza Medeiros, Bianca Bruneto, Elisabete Martins, Gabriela Melo, Juliana Mendes, Ludmilla Brandão, Mariana Dâmaso, Priscilla Teles e Thalyne Carneiro Fotos: Carlos Eduardo Jr., Ítalo Amorim e Pâmela Kissianne Projeto Gráfico e Diagramação: Gueldon Brito Diretora Executiva: Júlia Dalóia

Expresse sua opinião, sugestão ou comentário acerca das matérias abordadas nesta edição. Envie sua sugestão de pauta para o email: revistadirole@gmail.com /revistadirole @revistadirole www.arevistadirole.com.br


Uma bicicleta e um saxofone

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A menina dos olhos de Dulcina

Jornalista brasiliense supera desafios e lança livro sobre viagem para a África

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Ultimate Frisbee: a disciplina que vai além das salas de aula Bolinho não, o nome é Mr. Brownie!

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Modernidade com sustentabilidade: uma dupla que tem dado certo! Quero escrever um livro!

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“Bora pra Cachu?” Uma jornada de bicicleta pela América Latina

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Poema sobre a inércia

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Sumário

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Um pão fresquinho embalado em uma bela arte


Arte urbana

Um pão fresquinho embalado em uma bela arte Esta é a mais nova ideia de fazer arte em Brasília, desta vez no saquinho do pão de cada dia Por Priscilla Teles

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Arte urbana

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á imaginou ir comprar um pão quentinho no domingo e se deparar com uma bela ar te no saquinho de pão? Essa é a ideia da exposição inovadora implementada na cidade, Arte Quentinha – Circuito das padarias. A parceria entre profissionais e agitadores culturais da capital traz para o público candango 24 obras plásticas de diferentes artistas, em 130.000 sacos de pães distribuídos em padarias parceiras do projeto, situadas em Brasília e Regiões Administrativas (RAs). As inscrições aconteceram online, em maio e junho, onde puderam par ticipar artistas brasileiros ou es-

trangeiros, maiores de 18 anos e residentes no DF há mais de um ano. Cada inscrito pôde concorrer com até duas obras, cujo tema era livre, e pôde simular as artes nos saquinhos de pão, no site do projeto. Das 24 obras participantes, seis são de artistas convidados pela curadoria, nove escolhidas por seleção e mais nove por votação popular online. Cada artista ganhará R$500,00 como forma de ajuda de custo. Na primeira fase foram recebidas mais de 200 obras. De 6 a 12 julho ocorreu o voto popular, com divulgação em 20 de julho. A circulação dos saquinhos Divulgação

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com arte vai se iniciar a partir de 3 de setembro. A Arte Quentinha teve curadoria de Renata Azambuja, conhecida pesquisadora, autora e professora da Universidade de Brasília (UnB), e veio em sua primeira edição homenagear o artista e fundador do Ateliê de Artes Plásticas da UnB, Glênio Bianchetti. Contou ainda com o patrocínio do Fundo de Apoio à Cultura (FAC) da Secretaria de Estado de Cultura do Governo do Distrito Federal. Garanta sua arte e passe na padaria mais próxima, fomente e conheça a arte made in BsB. Divulgação

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Perfil

Uma bicicleta e um saxofone Conheça o músico que leva a realidade de filmes norte-americanos às ruas de Brasília com seu saxofone, sua bicicleta e seu chapéu Por Gabriela Melo

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oão Alves da Cruz Filho, idealizador do projeto musical itinerante de Brasília, “Meia Boca Band”, é o nome do músico que tocou com Stevie Wonder em Brasília. O trabalho dele se abrilhanta com um saxofone, a caixa de som para reproduzir o que ele toca, uma bicicleta que serve como meio de transporte, e um chapéu - como nos filmes norte-americanos, para arrecadar as contribuições do público. Casado há oito anos e com uma filha de sete, o músico tem o apoio da família para levar o projeto

“Meia Boca Band: artistas de rua” em frente. Ser músico era seu sonho de adolescente, mas antes de realiza-lo, João cursou as faculdades de Enfermagem e Educação Física sem concluir nenhum dos cursos. O músico foi integrante da Escola de Música de Brasília, mas também não concluiu o curso de clarineta, porque seu estilo não era compatível com o da escola. Foi bombeiro, mas aposentou-se em 2011 devido a uma lesão na coluna.

Fotos por Ítalo Amorim

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perfil Em uma conversa com o médico, João decidiu dedicar-se mais tempo à música. Foi quando começou a estudar saxofone. “Quando você estuda um instrumento desses há muita repetição, o som não tem como não ficar alto. Eu morava em um prédio, e o som incomodava os vizinhos que, um dia, pediram para que eu parasse”, conta João Filho. Procurando um lugar para fazer seu som, o músico decidiu tocar na rua. Como forma de mostrar que aquilo era um ofício, e para que as pessoas não reclamassem, colocou o chapéu em frente. As crianças o assistiam e levavam os pais que começaram a depositar moedas em seu chapéu. João resolveu levar adiante o projeto e estimular outros músicos a tocarem nas ruas, como nos filmes norte-americanos que mostram pessoas que praticam a arte como uma forma de trabalho. “Comecei para mim mesmo mas, como viajei, vi algumas coisas. Cheguei do Canadá e notei que lá eles realmente sobrevivem disso, é uma realidade, não é coisa de filme. Eu falava para os músicos daqui que esse trabalho era legítimo, mas nunca tinha vivenciado. Agora que vi, posso falar para acreditarem porque dá certo,” declara o músico. Uma das experiências vividas em sua jornada como artista de rua foi a oportunidade de tocar com o cantor norte-americano Stevie Wonder na

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calçada da confeitaria Praliné, em Brasília. João almoçava com sua esposa e filha quando o artista chegou cercado por seus seguranças. Buscando uma forma de se aproximar para uma foto, o músico decidiu tocar do lado de fora do local. Após duas horas tocando, o artista norte-americano que estava com fone durante o almoço, reparou João na saída e o convidou para tocarem juntos. Para João Filho a experiência valeu mais do que os diplomas que poderia ter recebido. “Acho que foi um momento de premiação. Quando você faz um trabalho muito bem feito e recebe uma premiação,” afirmou o artista. Steve Wonder tocou “Garota de Ipanema” com ele e o estimulou a continuar o trabalho ao dizer que estava no caminho certo. Além de tocar nas ruas João Filho atende a convites para

tocar em Unidades de Tratamento Intensivo e até em hospícios. Os médicos reconhecem na música uma forma de alegrar os pacientes e potencializar a melhora. Segundo o músico, as melodias ajudam, inclusive, pacientes em coma. “Sou o mais apaixonado de todos pelo instrumento que toco e pela força que a música tem. Eu sei o que a música pode causar nas pessoas”, afirma João Filho. Para contar mais sobre suas histórias o músico planeja lançar um livro. Ele tem buscado apoio e vendido adesivos com o nome do projeto para arrecadar fundos para a publicação. Aos que tiverem interesse em conhecer o trabalho do artista e ajudá-lo, podem contribuir quando o virem com sua bicicleta pela cidade ou contactá-lo pelo facebook, cujo nome é João Filho.

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culture-se

A menina dos olhos de Dulcina

Faculdade Dulcina sobrevive apesar das dificuldades, e continua encantando estudantes Por Thalyne Carneiro

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Faculdade e o Teatro Dulcina de Morais estão localizados no Conic desde a década de 70, quando foram inaugurados pela própria Dulcina que, a convite de Juscelino Kubitschek, trouxe sua Fundação Brasileira de Teatro para Brasília. Depois de 40 anos de história, os dois abrigaram muitos artistas e professores de artes, por meio do sonho realizado de Dulcina em formar e profissionalizar artistas no Brasil.

Dulcina de Morais, nascida em 1908 no Rio de Janeiro, foi atriz e professora de artes. Além da sua forma criativa de atuar, Dulcina foi uma das primeiras a lutar pelos direitos dos artistas. “Antes dela os artistas recebiam a mesma carteirinha que as prostitutas para trabalhar na rua”, conta José Regino de Oliveira, que é palhaço, ator, diretor e ex-aluno de Dulcina. “O jeito dela, a forma dela se colocar... Ela era uma imperatriz aqui

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de fevereiro de 1908

Divulgação

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Nasce Dulcina de Moraes, no Rio de Janeiro

Criação da Fundação Brasileira de Teatro (FBT), no Rio de Janeiro, mantenedora da faculdade de artes

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de julho de 1955

1972 Dulcina muda-se para Brasília à convite de Juscelino Kubitschek, trazendo a sede da FBT para a capital.

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culture-se dentro, era uma coisa incrível, ela era uma figura que fazia a diferença”. Hoje, José Regino ainda frequenta a faculdade, mas agora como Diretor na Companhia Celeiro das Antas, criada por ele mesmo. Os ensaios e apresentações são feitos constantemente na instituição. “Eu tenho uma história muito antiga com a faculdade, eu me formei aqui no anos 80, na época em que a Dulcina ainda estava aqui”, explica. ”Mas quem fica na cidade sempre tem um vínculo. Você sente isso“. Vanilda Santos é professora de artes cênicas na rede pública do Distrito Federal, e também foi aluna de Dulcina. “Foi por um semestre só. E foi o último semestre dela. Depois disso ela se enclausurou por conta da doença. E foi definhando... Já não dava mais conta de ir à faculdade. Tivemos muitos bons professores treinados por ela”, relata.

Segundo os dois, o legado se estende muito além das estruturas físicas da instituição de ensino. “Aprendi com ela a ter garra, o idealismo e o amor pelo trabalho, pela arte, pela educação. E acreditar que você pode mudar o mundo, por meio de suas ações, do trabalho. Com base nisso, toda a minha caminhada profissional foi pautada”, diz Vanilda. “Foi comovente não só a Dulcina na época, mas todas as pessoas que ela trazia, que chegavam à cidade, que passavam por aqui”, complementa José. Ela convidava e sempre dava um jeito de trazer pra dar uma aula, ou uma aula aberta, um espetáculo, davam uma palestra, ou faziam um debate. Foi bom acompanhar esse processo, porque ela foi uma revolucionária no teatro”, conclui. Julie Wetzel se formou na Faculdade Dulcina há dois anos, não conheceu a atriz fundadora da instituição, mas

garante que ela ensinou bem seus alunos, hoje professores. “Uma aula com quem a conheceu é fascinante. Dá vontade de ficar uma noite inteira estudando. Eles conseguem passar de forma tão íntegra, tão verdadeira, que faz com que a gente queira estar aqui”, explica a atual Produtora Cultural da Instituição. “Eu nunca saí daqui. No meu último semestre teve a intervenção do Ministério Público, em que a gente fez um comitê dos alunos. Meus amigos foram arrumando emprego e se afastando, eu fui ficando aqui, fazendo a produção. Fiquei seis meses trabalhando na instituição como voluntária e fui contratada depois”. A intervenção Depois da morte de Dulcina, a faculdade e o teatro foram administrados pela Fundação Brasileira de Teatro e, a partir daí, a instituição passou por problemas financeiros. “O que acabou com o Dulcina foi a

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de março de 1982 Inauguração do Teatro Dulcina de Morais

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de abril de 1980

Inauguração da Faculdade de Artes Dulcina de Morais, oferecendo originalmente os cursos de Licenciatura em Educação Artística, Bacharelado em Artes Cênicas e Bacharelado em Música.

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Dulcina falece em Brasília, no Hospital HRAN

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de agosto de 1996

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de dezembro de 2007 Tombamento do Teatro Dulcina de Moraes e dos acervos fotográfico, textual e cênico da atriz.

Intervenção do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, depois de um abaixo-assinado feito pelos alunos.

Desde de julho de 2013

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Carlos Eduardo Jr.

culture-se A situação das dívidas fica ainda pior quando se fala em leiloar o prédio para quitá-las. “Nós temos hoje duas folhas de pagamento. Uma folha atual, dos professores que estão aqui, e outra só de salários atrasados. Nos últimos dois anos já paguei mais de 400 mil reais somente em acordos trabalhistas e, esse dinheiro, era dos professores que hoje estão aqui.

má gestão de todas aquelas pessoas que entraram tentando salvar e no final da história acabaram tirando tudo que tinha. O governo por si só não tomou nenhuma iniciativa”, conta Vanilda. A crise financeira foi tão catastrófica que, em 2012, os próprios alunos e professores fizeram uma petição ao Ministério Público para que intervissem na faculdade. Em 2013, dois interventores assumiram a administração e tentam pagar a dívida que estava em torno de 13 milhões deixada pelos antigos gestores, além dos problemas na estrutura física do espaço. “A gente tá voltando com a dignidade desse espaço. Aqui foi um lugar de muitas coisas desastrosas”. Marco Schimitt é um dos administradores judiciais enviados pelo Ministério Público para salvar a faculdade e hoje

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tenta sanar as dívidas por meio de projetos, como o “Brasília por Dulcina”, onde padrinhos financiariam o curso inteiro dos alunos em troca de publicidade. “Uma faculdade funciona melhor com quanto mais alunos ela tiver. Temos que lidar com o problema de aumentar muito a mensalidade e o aluno não conseguir pagar. O público que nos procura geralmente é das classes C, D e E. É raro achar uma família que incentive o artista”, ressalta o interventor. Além disso, antes destas medidas, a faculdade não tinha quase nenhum documento que apontasse as dívidas. “Viemos exatamente depois de um abaixo-assinado feito por alunos e professores que estavam vendo as coisas acontecerem sem nenhuma explicação, sem nenhuma transparência. Uma coisa realmente esquisita”, conta Marco.

“Dulcina prezava muito o entendimento emocional, a questão humanitária, de você doar arte, doar amor, doar informação para as pessoas, para os alunos. Eu penso que vai ser uma destruição de um patrimônio brasiliense ter que acabar com o Dulcina”, desabafa Vanilda. “Nós comparávamos o Conic como a Zona Vermelha de Brasília, porque a concentração de todos os gostos, de todas as tribos, acontece lá. No Conic você tem de tudo. Tudo que há dentro da sociedade. Tem a política, a cultura, a marginalidade, a escória, os trabalhadores...”. “Para mim, esse espaço é muito impor tante, de referência, é importante pra cidade”, afirma José Regino. Imagina isso aqui só com espaço comercial o tempo inteiro. Para mim é o equilíbrio do lado oposto de lá. Dentro desse corpo arquitetônico, a faculdade tem um papel enérgico fundamental na cidade”, conclui o Diretor, com um tom de apelo para chamar atenção da população e da iniciativa pública à causa.

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Tendência

Verão Mar Moda Estação Piscina Estilo Praia

Informações: instagram.com/euphoriabiquinis facebook.com/euphoriabiquinis


literatura

Jornalista brasiliense supera desafios e lança livro sobre viagem para a África Mesmo com deficiência física Jéssica Paula passou pela Etiópia, Sudão e Uganda numa aventura que resultou no livro “Estamos Aqui” Por Ludmilla Brandão

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Sudão, depois de descobrir que não havia nenhum relato sobre o local. Uma história aparentemente normal nos dias de hoje, se não fosse pelo fato de fazer a viagem sozinha por países em guerra, e ter uma deficiência física desde os seis anos de idade, que paralisou as pernas

e a obrigou a usar duas muletas para se locomover. O livro foi feito por meio do crowdfunding (financiamento coletivo pela internet) e teve lançamento no início do mês de junho. A Di Rolê a entrevistou e revela em entrevista exclusiva um pouco dessa experiência. Fotos por Jessica Prego

éssica Paula Prego é uma jornalista brasiliense de apenas 23 anos e, mesmo com a pouca idade, já acumula boas e interessantes experiências. Fez um intercâmbio onde conheceu países em conflito interno e, em uma das viagens, teve a ideia de escrever um livro sobre a África. A jovem programou o roteiro por quatro países com foco no

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literatura contar as histórias deles. Durante a viagem eu ia anotando, gravando e fotografando. Mas só parei para escrever, durante 10 meses, quando voltei para o Brasil.

D.R: Por que decidiu fazer essa viagem? J.P: Eu estudei reportagem especial na Espanha, graças a uma oportunidade de intercâmbio entre as universidades de Brasília (UnB) e a Universidade Carlos III em Madri. Sempre me interessei por histórias desconhecidas e queria escrever algo sobre a África, um continente que sempre tive curiosidade em conhecer e sempre admirei. Então tive a oportunidade de ir para o Marrocos e a Mauritânia. Foi lá que tive a ideia de fazer um trabalho sobre vítimas de conflito. A viagem [em 2013] durou 2 meses.

o meu foco. Então estipulei um roteiro de viagem.

D.R: O seu roteiro foi Etiópia, Sudão, Sudão do Sul e Uganda. Houve algum motivo especial para escolher esses países? J.P: Quando vi que não havia nenhum material falando sobre o Sudão, meus olhos brilharam e decidi que esse seria

D.R: O nome do livro é “Estamos Aqui”, pois uma pessoa que você conheceu pediu para contar a história do povo de lá. Como foi o processo de criação da obra? J.P: Essa foi a ideia do título do livro, e o que me motiva a continuar trabalhando para

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D.R: O fato de ser mulher, viajar sozinha por locais em guerra e usar muletas dificultou ou incentivou sua aventura? J.P: O fato de ser deficiente física é uma peculiaridade. O que para muitos seria uma desvantagem, para mim foi uma super ajuda. Ser deficiente trouxe destaque para a minha história. E por meio disso eu posso contar a história deles hoje. Além disso, as pessoas me ajudaram muito durante a viagem. Isso me deu abertura para que eles me contassem a história da vida deles.

D.R: Como escolheu seus personagens? Mesmo com a dificuldade de comunicação nos países que passou, de para manter contato com algumas destas pessoas pra falar sobre o lançamento do livro? J.P: Os personagens que estão no livro são quem eu encontrei pelo caminho. Acredito que eles me escolheram. Mas acredito mesmo que foi Deus quem os colocou no meu caminho. Infelizmente é difícil manter contato com a maioria pela dificuldade que eles têm de acesso à internet, ou mesmo aqueles que sequer tem um endereço fixo. Mas alguns eu consigo contato até hoje, via facebook ou skype. D.R: Pretende fazer uma próxima viagem como está? Qual a programação para divulgar em outros lugares? J.P: Pretendo escrever outras obras sobre viagens. Sempre em volta desse objetivo de contar histórias desconhecidas. Mas, por enquanto, quero continuar trabalhando com palestras em universidades e empresas e com a divulgação do livro em todo Brasil, para que depois eu possa financiar outros projetos, conclui a jovem. O livro “Estamos Aqui” esta disponível no site www.jessicapaula.net (na aba livro) e é vendido pelo valor de R$ 49,90.

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esporte canyoning

“Bora pra Cachu?” Canionismo promete ser a nova praia do brasiliense Por Thalyne Carneiro

á pensou em praticar uma atividade física ao ar livre, ficar pertinho da natureza e, de quebra, conhecer lugares de beleza exótica? Foi exatamente isso que Fábio, Luciana, Rodrigo, Leonardo e Carlos Eduardo encontraram no canionismo ou canyoning, atividade que consiste na prática de explorar rios, transpondo obstáculos e acompanhando seu fluxo, começando da nascente e descendo por cachoeiras e cânions. “Começamos na nascente dos rios, em cima da montanha e vamos até a parte baixa do vale. Seguimos fielmente o fluxo do rio. Descemos pelas cachoeiras, fazendo a instalação de material lá dentro, para podermos utilizar um equipamento esportivo leve, realizando a expedição toda com sucesso” explica Fábio Miguel, canionista há 23 anos.

des de montanha, de caverna, atividades de campo, rapel em cachoeira... Essas coisas. Quando eu vi que lá fora praticavam uma atividade que era muito superior à nossa, falei: ‘Isso daí a gente já tá praticando no Brasil também!’”, comenta Fábio. O Distrito Federal está na lista dos melhores lugares para se dedicar ao Canionismo. Existem cerca de 3.000 quedas d’água, o que torna o DF um dos lugares mais propícios para a prática da atividade. O polo de canionismo, segundo o grupo, está aos arredores

José Carlos de Queiroz Jr.

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Fábio é um dos precursores da atividade no Brasil. Ele, juntamente com um amigo, é o responsável atualmente pelo treinamento e divulgação do esporte no País. “Eu já praticava escaladas, ativida-

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esporte

Atualmente se tem conhecimento de 250 canionistas no Brasil. A atividade não é reconhecida ainda como um esporte, por falta de adeptos e apoio, como explica Fábio. “Enquanto não tivermos uma identidade formada, que é o que estamos tentando fazer agora - ao criar uma confederação - não poderemos ter uma competição. Então temos que transformar isso em uma atividade esportiva para fazer as primeiras competições. Aí poderemos falar que é um esporte. Por enquanto é uma atividade técnica”. O trabalho de divulgação e aproximação é todo feito por redes sociais. Juntos, eles possuem um grupo para trocar experiências, contabilizar praticantes e unir os esforços para o reconhecimento como esporte.

uma das vantagens de se dedicar à atividade. “Meu irmão já quase pisou numa jararaca e eu o ajudei. As pessoas podem nunca ter me visto. Ao chegar lá eu vou me preocupar com quem estiver fazendo o esporte”, esclarece Carlos Eduardo Aragão que, junto com seu irmão Leonardo Aragão, explora os cânions há quase um ano. “É uma grande família pra mim. Eu nunca te vi, mas quando você está lá comigo no cânion, você confia a sua vida em mim. Se eu me machucar lá dentro, é você que tem que me tirar. Então além de ser tudo isso, pra mim, é a formação de grandes amizades”, acrescenta Fábio.

Quem não gosta muito dos riscos são os familiares, que passam muito tempo sem ao menos ter contato com os exploradores. Quando não é a falta de sinal da operadora de celular, é a impossibilidade de ficar com ele por perto por conta da água. “Eu não sabia nadar, estou aprendendo agora. O pessoal lá de casa fica bem preocupado” conta Juliana Abraão, a mais nova Para dedicar-se ao canionis- canionista do grupo, pratimo é preciso procurar um cante há apenas 6 meprofissional para orientação. ses. Já Leonardo Apesar de prazerosa, a atividade envolve alguns riscos e, por isso, deve ser feita por principiantes com instrução e material adequado. Para a prática são utilizados equipamentos especiais, como os do rapel e de mergulho. Além disso, o canionismo deve ser praticado em grupo o que, segundo quem pratica, é mais

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confessa: “Minha mãe fica desesperada às vezes com as minhas fotos. Uma vez mostrei o vídeo de um pulo que eu fiz, ela teve até que tomar um remédio, porque ficou muito nervosa”. Além dos benefícios físicos é impossível não notar o deslumbramento com a natureza pelos praticantes. Rodrigo Henrique é canionista há quase um ano e não esconde a satisfação. “Quem pratica não sabe explicar e quem nunca fez não consegue entender. É uma coisa única. Você só ouve a natureza, a água. Você só ouve o vento, as árvores. Você está num lugar que realmente é quase intocado pelo homem, é um templo” afirma. “Dentro do cânion, o que eu acho mais incrível, é estar num lugar onde poucas pessoas tiveram acesso”, relata Leonardo. “Não se vê lixo, ou uma bituca de cigarro. É muito bom estar em um lugar in natura, conservado do jeito que ele realmente é. Essa pra mim é a maior graça”, conclui. E aí? Quer tentar também? Fábio do Canyon Contatos: (61) 99892030 (61) 91798805 José Carlos de Queiroz Jr.

de Brazlândia, por possuir o maior número de cânions próximos um do outro. “Em todo o Brasil, o lugar mais fácil de se praticar é aqui. Nossos acessos são fáceis, têm poucos quilômetros de estrada e pouca caminhada”, pontua Fábio.

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Capa

Uma jornada de bicicleta pela América Latina Na companhia de princesa Beto se lançou em uma viagem de autoconhecimento e grandes descobertas por dois anos e oito meses. Aventuras e muitas emoções é o saldo desta experiência Por Juliana Mendes

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omo dizia Clarice Lispector, “um pouco de aventura liberta a alma cativa do algoz cotidiano”. E aventura é o que o jovem fotógrafo Roberto Ambrósio Filho, mais conhecido como Beto, tem correndo em suas veias. Desde pequeno já admirava o pai se aventurando com o paraquedismo e as viagens que realizava de bike pela região onde morava. Em 2010, encorajado por um cicloviajante brasileiro que escreveu um livro sobre sua volta ao mundo em cima de uma bicicleta, Beto deixou seu espírito aventureiro aflorar, convidou um amigo para fazer uma pequena viagem e fez o que dizia Lispector.

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Em janeiro do ano seguinte, se lançou em sua primeira aventura, foi de Salvador a Fortaleza pedalando. A experiência foi tão satisfatória que o jovem se apaixonou pela ideia. E no dia 02 de dezembro de 2012, data de seu 25º aniversário, resolveu arriscar uma aventura maior. Pegou sua máquina fotográfica, sua coragem, anseios e receios, colocou tudo na mochila e foi pedalar pela América Latina. Só ele, Deus e a princesa, sua companheira bike. Para Beto essa aventura tem sido um aprendizado, uma experiência de autoconhecimento. “Encontrei na bici-

cleta a melhor maneira de refletir, de me conhecer. Sentimentos à flor da pele o tempo todo, sede, fome, saudades, alegrias. Tristezas, cansaço físico, solidão, enfim... Tudo elevado à décima potência. Dessa forma, nos autoconhecemos mais, por que devemos manter a calma, sempre”. É assim que Beto resume como tem sido a viagem, mais de dois anos depois de sair de sua casa em Araraquara, São Paulo. Já foram 22.300 Km pedalados por 17 países da América Latina e algumas cidades do nosso imenso Brasil. Muitas culturas conheceu, novas

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Capa

amizades nasceram e tudo registrado em um diário digital, de inesquecíveis lembranças, que Beto faz questão de atualizar sempre que pode. Por onde passa deixa um pouco de si e leva um pouco dos outros que sempre fazem questão de acolhê-lo. Deve ser difícil para ele dizer qual lugar deixou mais saudades. Para quem passou pela Cordilheira dos Andes e conheceu os descendentes Incas, e também pela Guatemala e se encantou com a cultura de descendência Maia, com certeza não vai conseguir expressar em palavras quão rica tem sido a viagem. E claro, não poderia deixar de citar um pedacinho do nosso Brasil. “Sem falar na Amazônia, tão rica e cheia de pessoas de uma pureza maravilhosa”, afirmou.

Fotos por Beto Ambrosio

E é exatamente por não conseguir expressar em palavras as emoções sentidas ao passar pela Argentina, Uruguai, El Salvador, Belize, México,

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expedição Cuba, Nordeste brasileiro e tantos outros belíssimos lugares, que Beto captou cada momento com sua lente. Imagens magníficas que transmitem toda a emoção vivida pelo fotógrafo aventureiro. Dificuldades se misturam às emoções durante a viagem, mas nada o faz desistir de seus objetivos. Trechos difíceis, mas que ao final deixaram marcas inesquecíveis de superação e coragem. Um exemplo? Os quatro dias que pedalou pelo deserto do Atacama, no Chile. Descrito por ele como seu maior desafio. Onde enfrentou calor durante o dia, muito frio à noite, sujeira, subidas “suaves e infinitas”, como ele mesmo descreveu em seu diário, e ventos fortes. Mas foi em meio às dificuldades enfrentadas nesse trecho que conheceu a solidariedade humana. Muitos caminhoneiros paravam para matar sua sede. “Bastava erguer a garrafinha vazia que o primeiro já parava, com um galão cheio para me presentear com o quanto eu quisesse. Muitos quiseram me dar carona, mas a minha vontade de conquistar esse deserto era tão grande quanto a minha sujeira”, lembrou orgulhoso. Outro momento descrito por Beto como inesquecível foi sua chegada à Cordilheira dos Andes, onde viu neve pela primeira vez e por onde pedalou por um ano até chegar à Colômbia. Mas um lugar específico foi, nas palavras de Beto, “palco de uma das

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melhores fases da viagem”. Por todos os lugares em que passou ele conheceu pessoas inesquecíveis, mas foi em Natal, no Rio Grande do Norte e claro, no Brasil, que encontrou uma das pessoas mais importantes dessa experiência. Uma bela moça que embarcou na aventura com ele, tomando lugar da solidão que por tanto tempo o acompanhou. Porém, durante todos esses anos de viagem Beto aprendeu muitas coisas, uma delas foi a conviver com despedidas. Com certeza ele aprendeu que a vida é um ciclo, em que pessoas vêm e vão. E com aperto no coração despediuse da bela moça, por ora. Deu uma pausa na viagem para atender a um pedido especial. Participar do Encontro Nacional do Cicloturismo, realizado próximo a Campos do Jordão, onde falou sobre tudo o que aprendeu até agora. “Falei que o mais maravilhoso dessa viagem, foi ter aprendido sobre o valor das coisas. O valor da nossa comida, do nosso lar, da família, os amigos. O mundo se escancara diante dos nossos olhos quando viajamos de bicicleta, e dessa forma podemos vê-lo do jeito que ele é: rico, lindo, maravilhoso, pobre, sofrido, triste e desigual. Isso nos mostra o quão pequenos somos diante do todo. Nos mostra o quão idênticos somos diante de Deus, o quão privilegiados somos diante

da triste realidade. E a percepção de tudo isso, nos leva ao sentimento mais nobre que o ser humano pode ter: a Gratidão”, discursou. Teve que se segurar para não voltar correndo para o aconchego de seu lar que estava a cerca de 400 Km dali. Mas se manteve forte, e voltou para sua princesa ao final do evento. O coração não resistiu, no entanto, à saudade da bela moça de Natal. Correu para o abraço, matou a saudade e seguiu viagem. Ao escrever seu último diário, direto de Salvador, na Bahia, o aventureiro admitiu estar contando as horas para o dia de retornar para casa, previsto para 15 de agosto de 2015. “A ansiedade é grande, preciso me controlar a cada dia para não deixar esse sentimento me fazer mal. Muita oração, pensamento positivo e paciência”. Questionado sobre quais lugares deixaram saudades e gostinho de quero mais, Beto foi categórico. “Gostaria de voltar para a Argentina, para fazer caminhos que não fiz nessa viagem, no caso, o norte e o sul do país. Fora isso, não penso em voltar. A vida é muito curta para repetir caminhos!” concluiu entre risos. Quem quiser sentir um pouco dessa emoção acesse o diário “Vestígios de Aventura” (https://www.facebook.com/ vestigiodeaventura) e se deleite com belas imagens e uma pitada de adrenalina.

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Coluna eco

Modernidade com sustentabilidade: uma dupla que tem dado certo! Por Elisabete Martins

Bicicleta de bambu é a nova invenção “ECO” de brasiliense

Fotos por Pâmela Kissianne

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Coluna eco

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á se imaginou andando em uma bike de bambu? Poisé, a invenção é uma criação do estudante brasiliense de agroecologia, Leandro Pereira, que também trabalha com bioconstruçao e práticas agroecológicas. Leandro sempre gostou de fazer trilhas de bicicleta e, a ideia de fazer uma com bambu surgiu quando ele viu uma reportagem que mostrava um modelo feito de madeira. Depois de conhecer o potencial do bambu Leandro voltou a alimentar o sonho antigo que, agora, tornou-se realidade. Além do bambu, utilizouse espuma de mamona, que prende o material nas conexões com o alumínio. O bambu utilizado para construir a bicicleta é da espécie Phyllostachys Aurea, popularmente conhecido como Cana-Da-Índia, e veio da plantação de um amigo de Leandro. A bicicleta levou três semanas para ser concluída, desde a colheita e tratamento do bambu.

já que são produtos naturais, sustentáveis e de fácil acesso. “É importante incentivar o uso da bicicleta e, nesse contexto, a valorização do uso do bambu e da mamona como matérias primas, já que são tratados como pragas em nosso país!”. E engana-se quem pensa que a bicicleta de bambu é só para ver ou dar uma voltinha. Ela funciona perfeitamente, como uma convencional, e é mais leve que a de alumínio, pois tem uma flexibilidade própria que lembra os amortecedores. A bicicleta tem um visual tão diferente da tradicional que as pessoas não acreditam que é de bambu e chegam perto para tocar. Alguns até chegam a perguntar se é pintura.

A ideia inicial deste modelo ecologicamente correto é que seja para uso próprio mas, depois dos testes, se a bike atender às expectativas, o criador do modelo poderá fazer mais para vender, sob encomenda. A criatividade vai longe quando o assunto é reaproveitar ou aproveitar aquilo que se considera inútil, como neste caso. O bioconstrutor também faz estruturas naturais, vegetais e trabalha com produção agrícola sustentável, abrangendo um enorme leque de práticas ‘ecologicamente corretas’. Conheça o trabalho de Leandro. Acesse o perfil no facebook: Planalto Nativo.

De acordo com o rapaz, além de um sonho realizado foi muito bom fazer pesquisas com o bambu e espuma de mamona,

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literatura

Quero escrever um livro! Iniciar o processo de criação e realizar o sonho de escrever um é mais simples do que parece Por Ana Luiza Medeiros

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e você tem o desejo de escrever um livro, mas nunca chegou a colocar a ideia em prática, não se preocupe, você não está sozinho. Muitas pessoas compartilham desse bloqueio de iniciante, que impede que se dê abertura ao processo de criação e coloque as ideias no papel. É claro que o tal bloqueio não é novidade para quem gosta de escrever, afinal, acontece até com os melhores e mais experientes, por que não aconteceria com você? Para superar esse mal que de vez em quando aflige a comunidade dos autores, aqui vão

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algumas dicas que facilitarão tanto a criatividade quanto a criação. 1. Auto-análise Muitas pessoas tiveram seus textos criticados anteriormente e, anos depois, sentem-se inseguras quanto à habilidade de escrever. Outras passam pelo bloqueio do porquê tentaram criar o texto de uma só vez, e não descobriram ainda que escrever é um processo que envolve várias etapas, construídas para facilitar e dar mais qualidade ao texto criado. Nesses casos é preciso refletir sobre os motivos que impedem, verdadeiramente, de sentar e dar início ao pro-

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literatura

cesso de criação. Do contrário, sempre haverá desculpas para não começar, ou desistir ao longo do caminho. Tome a decisão sensata de que chegou a hora de começar, e não olhe para trás. Você está pronto? 2. Exercitando a criatividade Imagine que a criatividade é um músculo em seu corpo e que, para ser desenvolvido, assim como qualquer outro músculo, ele precisa ser exercitado com frequência. Quanto mais você exercita, mais forte e ágil ele fica. E então será apenas uma questão de tempo até que você se sinta apto a alçar voos mais longos, passando de meros exercícios para textos curtos, crônicas e, finalmente, um livro completo. Podemos citar como exemplo de exercício redigir alguns capítulos de um de seus romances favoritos, observando não apenas o texto, mas também como o escritor apresenta a composição dos parágrafos, a forma como os personagens se manifestam, como se descreve pessoas e lugares, como se explicam

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detalhes sem deixar que o texto perca o interesse do leitor, e etc. Ou você pode colocar no papel frases iniciais e completá-las formando um parágrafo com o que sua imaginação mandar. Exemplos de início de frases são: “Nós caminhamos com pressa até a...”, “Eu sempre desejei...” ou ainda: “A primeira vez que eu...”. 3. Desenvolvendo o método Agora que você já está com o músculo da criação aquecido, pode começar a criar o que eventualmente será o seu livro. E o primeiro passo é desenvolver um método de criação. Existem os fixos, que podem ser ensinados e seguidos à risca, mas também é possível desenvolver um próprio, e ir lapidando aos poucos conforme for se obtendo experiência. Para quem gosta de seguir métodos já utilizados por outros autores, os passos de criação para dar início ao seu projeto são fazer uma entrevista com os personagens, descrever quem são eles, detalhes de suas personalidades, assim como se

estivesse entrevistando uma pessoa para o “cargo” de seu melhor amigo. Quanto mais você o conhecer intimamente, mais fácil será desenvolver a sua história. Em seguida, discorra em um resumo sem tantos detalhes o começo, meio e fim da sua história. Não se preocupe com o fato de estar revelando o final, pois esse resumo vai servir de mapa para você na hora de detalhar os capítulos, e não será lido por mais ninguém. Finalmente, antes de iniciar o primeiro capítulo, você ainda precisará definir quais são os personagens principais, qual é a relação que existe entre eles, e quais são as locações principais que deverão ser descritas com mais detalhes no texto final. Agora sim, após colher todas essas informações é só imprimir, assentar as folhas ao seu lado na mesa do computador, e que comece a criação. *Ana Luiza Medeiros é escritora de romances cômicos e seus livros estão disponíveis no site Amazon.com.br em versão e-book.

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esporte

Fotos por Equipe Frisbee BsB

Ultimate Frisbee: a disciplina que vai além das salas de aula Como uma disciplina do curso de ed. física da UnB, o esporte faz tanto sucesso que idealizadores decidem abrir vaga para a comunidade Por Mariana Dâmaso

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esporte

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riado para ser uma disciplina da grade curricular do curso de Educação Física da Universidade de Brasília (UnB), o Ultimate Frisbee é uma modalidade que atraiu mais interessados que o esperado e por isso, o idealizador Felipe da Costa, decidiu abrir a oportunidade de prática da atividade à comunidade. Em 2014 foi realizado o I Festival de Ultimate, que contou com a presença de 60 participantes. Além da parte prática, o evento promoveu um Congresso técnico que contou com a participação do professor José Albeiro, da Universidade de Antioquia, na Colômbia. A partir deste grande interesse demonstrado pelos alunos à prática do esporte, decidiram criar um Projeto de Extensão, que conta hoje com mais ou menos 25 participantes.

Neste ano de 2015 a equipe selecionada participou de seu primeiro torneio internacional, em Buenos Aires. O time foi montado com bastante variedade de cidades e culturas, recebendo participantes de São Paulo, Uberlândia, Colômbia e Argentina. O Festival promoveu sua segunda edição nos dias 11 e 12 de Julho na Universidade de Brasília, com a participação de 80 pessoas. Entre os presentes estiveram competidores de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Para o treinador Felipe da Costa, poder estar à frente desse tipo de projeto é um grande feito: “sempre quis realizar esse tipo de projeto com formação de equipe, atendimento esportivo voltado à saúde e integração dos participantes”, conta.

Felipe revela que o trabalho é positivo também por tratar da formação dos estudantes em diferentes âmbitos. “Aprendemos a ter responsabilidade e nos divertimos ao mesmo tempo, essa é a grande vantagem do projeto”. Entenda as regras O Ultimate Frisbee é um esporte praticado com um disco de 175 gramas que combina a destreza do Futebol Americano com a finta e a marcação do Basquete. O objetivo do jogo é chegar com o disco na Zona de Gol que ficam localizados nas extremidades do campo. Duas equipes de sete jogadores cada competem para marcar o maior número de gols possíveis. Os integrantes da equipe atacante passam o Frisbee de jogador para jogador. Ao recebê-lo, estes devem fixar um pé de pivô (ao estilo do Basquete) e passá-lo antes de 10 segundos. Os integrantes da equipe de defesa devem impedir que os atacantes recebam o Frisbee na Zona de Gol. Este é o único esporte no mundo que não possui árbitros. Quem se interessar, o segundo semestre de 2015 vem com novidades: a criação de uma turma avançada de Ultimate. A disciplina Ultimate Frisbee será mantida, com disponibilidade de 30 vagas, assim como o projeto de extensão, que é destinado à comunidade.

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Fotos por Pâmela Kissianne

Empreendedorismo

Bolinho não, o nome é Mr. Brownie! Em 2015 a marca genuinamente brasiliense completa 16 anos de existência e celebra a abertura da nova loja na 103 sul Por Priscilla Teles

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Empreendedorismo

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s famosos brownies americanos com toque brasileiro completam mais um ano de sucesso. A Mr. Brownie está de casa nova desde o dia 11 de julho e cheia de novas ideias para atender os mais diversos gostos.

velha receita de sucesso. Agora a Mr. Brownie tem uma nova loja e mais de 30 produtos de dar água na boca.

De acordo com o sócio proprietário, Guilherme De Sordi, a marca já fazia parte de sua vida desde a época do colégio. Em 1999 José Lacombe idea- “Por acreditar tanto no nome lizou e fundou a empresa que, e no produto, em menos de 30 a princípio, tinha como ideia dias larguei o meu emprego trabalhar com hotéis, presen- e assumi os brownies”, conta. teando os hóspedes com os Com a marca mais consolidagostosos brownies em kits de da surgiu a necessidade de boas-vindas. A ideia cresceu, aproximá-la do público e traganhou o mercado local e balhar por mais produtos. Ao encontrou, em 2011, quatro longo de 2014 iniciaram-se estudantes da Universidade os testes para o novo cardápio, de Brasília (UnB) – Guilherme sempre com os ingredientes De Sordi, Tarso Frota, Rodrigo tradicionais do brownie, comMelo e Andrei Prates, que binados com outros tipos de procuravam um “personagem” doces, gerando sobremesas interessante para um Proje- criativas. to de Consultoria Júnior da faculdade. Resultado? Novas Dentre as novidades gasestratégias, novos sabores e a tronômicas desenvolvidas

em parceria com um chef e pâtisserie encontram-se: Mr. Brownie Brulée, Brownie Gateau, Nha Brownie, Churros Xablau, Macarownie, Waffle Brownie e Naked Brownie. Para os que gostam das receitas mais conhecidas, também é possível encontrar brownie com nutella, trufa de coco, doce de leite, amendoim, limão, ovomaltine, trufa de chocolate e tradicional. E ainda existe a opção dos brownies para comer de colher! A marca pode ser encontrada em algumas redes de supermercados, restaurantes, padarias e lojas de açaí. A fábrica da marca genuinamente brasiliense encontra-se na 108 norte e sua nova loja fica na 103 sul. Mais informações sobre a marca podem ser obtidas por meio do site: www. mrbrownie.com.br.

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palavras ao vento Até quando? Duas torres farão sombra A esperança do sujeito Que vê em meio ao concreto Um coito interrompido e mais um reeleito. Até quando Olharão de baixo pra cima Imóveis... sem gasolina se movendo por apenas mais um dia? Cadê a coragem? de sair do protesto e ir pro Contesto! Conhecer o desconhecido, Estudar e aprender o por quê disso, daquilo. Enquanto isso... a justiça permanece em estado vegetativo.

Poema sobre a inércia Por Bianca Bruneto

estranhabeleza

Até quando? Ver o Cristo se render à falta de comoção Até quando? Cadê o nosso pão? A escolha é sua.

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