Cartazes dos filmes trash da década de 1950 até 1990
UM CARTAZ bem elaborado de um filme torna-se muito mais do que simples instrumento de divulgação de uma produção cinematográfica. Ele se torna um objeto de significação que expressa e valoriza a “alma” do filme, a sua razão de existir, o seu diferencial de expressar o trabalho e a autoria do cineasta. A sua singularidade de despertar a curiosidade e o desejo do publico em assisti-lo. Um excelente cartaz é a representação da película, um representar que, ainda que seja uma parte do filme, provê o tom certo que inicia a relação do publico com aquele trabalho, por isso, a elaboração de um cartaz não pode ser negligenciada, há de ser bem planejada e realizada para antecipar visualmente a experiência cinematográfica que a audiência terá. O cartaz de Cinema não precisa sugerir tudo o que o filme aborda, mas ele tem que sugerir uma proposta visual materializada através de simples detalhes nos seus signos que fazem o publico indagar: “UAU! Grande sacada! O que será que acontece nesse filme? Preciso assistí-lo o quanto antes!
Para cada gênero de filme estabeleceram-se fórmulas, ícones e elementos comuns entre si, a fim de criar entre ambos uma maior diferenciação. Nos filmes de horror trash também há uma fórmula geral pré-estabelecida, porém a quantidade de elementos que os cartazes de filmes de horror proporcionam é bem maior. Essa imensa quantidade de elementos possíveis nos filmes de horror permite a criação de diversos acontecimentos em seu enredo e, consequentemente, diversas possibilidades de elementos visuais em seus cartazes também. Como cada época viveu seu horror os elementos dos cartazes do gênero de horror também sofreram mudanças de acordo com o surgimento de novas abordagens de temas em suas produções. Em geral, os cartazes de filmes trash tem uma aparência vintage (feitos a mão), com a presença de pessoas, o predomínio do contraste entre tons escuros e cores vibrantes e com as informações centralizadas em sua maioria. Com uma tipografia própria e bem característica e algo que induz o espectador entender do que se trata o filme.
“Cartazes são mensageiros. Cartaz é expressão de cultura. (...)Visíveis e inconfundíveis, como parte de um processo de comunicação(...) Bons cartazes falam uma linguagem internacional.” Manfred Triesch
O QUE E FILME TRASH O QUE É FILME TRASH?
Em geral trata-se de um filme tecnicamente mal feito (propositalmente ou não) mas que tem valor como entretenimento. A definição de Filme Trash ainda é muito discutível, pois muitos filmes que em sua época foram grandes produções passaram a ser considerados Trash, quando os efeitos especiais se tornaram datados. A estética cinematográfica Trash pode ser usada em qualquer gênero de filme ou vídeo mas é mais usada no Terror.
O QUE É FILME TRASH DE TERROR
Costuma-se considerar Trash todo filme de Terror que ao invés de causar medo ou tensão, é engraçado, geralmente de baixo orçamento, sem roteiros brilhantes e muito menos elencos milionários, com alguns elementos um tanto “toscos” mas que ajudam a criar toda a magia que o trash tem.
ORIGEM DOS FILMES B
Em 1931, devido à Crise Norte Americana de 1929, a Indústria Cinematográfica entrou em crise. O público já não estava mais freqüentando as salas de cinema, por isso produzir e exibir tais filmes foi se tornando cada vez menos rentável às produtoras de cinema. Segundo Gomes de Mattos ³nesse ano o número de espectadores caiu para 70 milhões, e em 1932, sofreu uma nova queda para 55 milhões´ (MATTOS, 2003, p.13). Os estúdios na época, para não correrem o risco de perder público, criaram diversas estratégias para diminuir (de forma indireta) o preço dos ingressos nas salas de exibições. Uma das diversas soluções encontradas foi exibir duas sessões pelo preço de apenas uma, exibindo um filme ³A´ (filme de grande produção com alto orçamento), e um filme ³B´ (filmes de baixo orçamento e produção). Como aponta Mattos (2003), foi a partir da década de 1930 que o filme ³B´ surgiu e ganhou maior notoriedade. Com a maior popularização dos filmes B, o public passou a perceber que mesmo possuindo um baixíssimo orçamento, podia-se produzir um filme cativante e inovador. Isso se devia pelo fato de, como havia um orçamento mais escasso, os diretores e produtores se preocupavam mais em inovar suas linguagens (e técnicas cinematográficas) para atrair o espectador. Como a maioria desses tipos de filmes eram considerados superfíciais e clichês, eles se adaptaram melhor aos gêneros de Horror, Westerns e Gangsters. Foto do Texas in Chain Saw
Vincent Price, Lloyd Kaufman, Ed Wood, Roger Corman, Peter Jackson, Sam Raimi, John Waters, Robert Rodriguez, Stuart Gordon, Russ Meyer, Charles Band. James Cameron, Sam Raimi, George Romero, Dario Argento e George Romero, John Carpenter, Zé do Caixão, Rodrigo Aragão, David Cronenberg.
70
DECADA
de
“Bons tempos foram os anos 70!” É assim que podemos dizer dessa década. Também conhecida como a época áurea para o cinema trash, esse foi o tempo em que uma nova geração de filmes de série B. Até então, esses filmes eram considerados cult, por serem exibidos nas sessões de madrugada e não serem tão conhecidos.
Mas com a popularização deles, os filmes passaram a ser exibidos nos cinemas e ser reconhecido pelos críticos. Abordavam diversos temas como blaxploitation (filmes que eram encenados por atores negros e voltados para o público negro americano) e exploitation (os filmes apelativos, tema muito explorado nas décadas anteriores), influenciando diretores renomados atualmente. Mas o que marcou mesmo esse período foram os filmes de terror. Robert Ebert (um crítico de cinema) disse que filmes de terror e apelativos tinham um bom retorno financeiro se investisse uma quantidade certa de dinheiro, o que é comprovado com o filme mais importante dessa época: The Texas Chain Saw Massacre (O Ataque da Serra Elétrica). Como a maioria dos filmes de terror, sempre há algo que aterroriza um grupo de pessoas e não foi muito diferente nesse período. Há monstros e animais (de origem bizarra) que protagonizam os ataques nos filmes; um assassino em série a espreita, só esperando para atacar suas vítimas; um poder sobrenatural ou o ressurgimento dos mortos. Temas comuns, mas abordados de forma totalmente grotesca e exagerado que é a graça dos filmes dessa época. Em geral, a utilização de métodos mais artísticos, não mais dirigidos por projetos racionais, influenciou a década de 1970. Curvas, cores, saturação e tipografias psicodélicas ganharam cada vez mais aceitação. As fotografias conquistaram um grande papel, ocuparam uma maior parte da área do cartaz com tipografia localizada na parte inferior. Técnicas como fotocomposições distorcidas e espichadas, fundindo imagem e palavra através do processo de reprodução.
ANIMAIS “O modo como encaramos, quase sempre afeta aquilo que vemos” (DONDIS, 2003, p.19).
KILLER “O brilho relativo, do claro ao escuro, das gradações tonais ou de valor” (DONDIS, 2003, p. 66). Ou seja, é o brilho que varia de acordo com a presença ou ausência de luz.
Dem么nios Muita sangue e formas bizarras est茫o presentes em filmes com dem贸nios, os cartazes dessa leva levam as caracteristicas mais marcantes desses filmes fielmente.
“Há excessivo uso da técnica de distorção visual entre seus elementos para justamente causar sensação de impacto e asco, que se deseja transmitir”
Uma breve lista de filmes da dĂŠcada de 70 & 80 que podem ou nĂŁo ter aparecido neste livro.
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1972 // Garden of the Dead
1980 //
Alligator
1973 // The Legend of Hell House
1980 //
The Changeling
1973 // A Reflection of Fear
1981 //
The Evil Dead
1974 //
1982 //
The Thing
1975 // The Giant Spider Invasion
1983 //
Mortuary
1976 //
Creature from Black Lake
1984 //
C.H.U.D.
1976 //
The Little Girl Who Lives Down the Lane
1985 //
Fright Night
1977 // Kingdom of the Spiders
1986 //
Chopping Mall
1978 // Piranha
1986 //
The Fly
1978 // Attack of the Killer Tomatoes
1986 //
House
1978 // The Alpha Incident
1987 //
The Kindred
1978 // Halloween
1987 //
Bad Taste
1979 // The Brood
1988 //
Ghost Town
1979 // Up From the Depth
1988 //
The Unnamable
The Texas Chain Saw Massacre
Este livro é composto pelas famílias tipográficas American Typewriter, Futura, Impact, Birch Std , Kreepshow ‘Frigid’, Oh No e October Crow e foi impressa em papel Ledger Bramco 80g/m2 e papel marfim 120g/m2
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