Trabalho de Graduação Final - Julia Vasconcelos

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homem-rio

Terminal Fluvial da Cidade de Petrolina

Julia Vasconcelos


Universidade Católica de Pernambuco Arquitetura e Urbanismo

HOMEM-RIO Terminal Fluvial da Cidade de Petrolina

Recife, PE 2021


apresentação O Trabalho de Graduação Final, desenvolvido pela aluna Julia Jammyli Nunes Vasconcelos, sob orientação do Professor Luiz Ricardo Fonseca Marcondes, como requisito final para obtenção do grau de Arquiteta e Urbanista, apresentado ao Curso de Arquitetura e Urbanismo na instituição UNICAP (Universidade Católica de Pernambuco).


Aos meus amigos que me auxiliaram e caminharam comigo nessa jornada.


agradecimentos A todos que sempre se fizeram presente e que estiveram comigo nessa jornada, à minha família, que sempre zelou e investiu em meu futuro. Aos meus colegas de classe, sem eles com certeza a jornada teria sido muito mais difícil, trouxeram levezas em momentos de aflição, obrigada em especial para Palominha, Gabi, Gio, Thalis, Rafa e Yu. Aos meus amigos e namorado, que me deram colo quando foi preciso. Não poderia deixar de agradecer àqueles que contribuíram para a realização desse trabalho, Anderson Fonseca, Herberth Vilaronga e Luiz Moura, muito obrigada pela atenção que foi dada. Nessa etapa que se conclui me pego refletindo sobre todos os momentos de aprendizados que me trouxeram até aqui, dentro e fora da sala de aula, tive a oportunidade de construir uma sensibilidade que hoje é o maior legado que levarei comigo da universidade. Agradecer em especial aos meus eternos professores, Diego BIS e Aristótales Cantalice, por terem ministrado aulas exce-

lentes de Teoria e História da Arquitetura Moderna, que se tornou uma referência muito forte para mim. Aos professores em que passei nas cadeiras de projeto, que foram trocas essenciais para minha formação, em especial a Mucio Jucá, que sempre demonstrou entusiasmo em compartilhar seu conhecimento, o qual tenho grande admiração. Agradecer ao meu orientador, Lula, que se mostrou um grande parceiro de projeto, sempre entusiasmado em contribuir com suas ideias. Foi uma pessoa essencial para expandir minha visão em relação à arquitetura. Hoje, encerro um ciclo realizada com o enriquecimento que levarei comigo dessa experiência.


resumo O transporte fluvial é usual e de grande importância no cotidiano de moradores de cidades ribeirinhas, como Petrolina e Juazeiro, localizadas respectivamente no interior de Pernambuco e da Bahia. O trajeto que conecta as duas cidades, contempla o dia a dia de diversas pessoas da região – principalmente as que fazem uso do transporte público, o trajeto conota grande apelo cultural à travessia do Rio São Francisco, um importante figura para a região. Apesar disso, o modal recebe pouca atenção das prefeituras locais, as quais não fornecem uma infraestrutura que comporte e abriguem as pessoas que a utilizam em seu dia a dia. O desconforto climático causado pelo sol escaldante característico da região. Desta forma, a proposta a ser desenvolvida neste trabalho visa suprir essa demanda, seguindo os princípios de uma Arquitetura Autônoma, advinda da compreensão acerca da sustentabilidade e seus desdobramentos, tendo como principal premissa a preservação do Rio São Francisco. Buscando estratégias de eficiência energética, para que o seu abastecimento ocorra de maneira independente da infraestrutura da cidade, contribuindo para a preservação do ecossistema local.

Palavras chaves: Petrolina, Rio São Francisco, Arquitetura Autônoma.


aBSTRACT River transport is usual and important in the daily life of residents of riverside cities, such as Petrolina and Juazeiro, located respectively in the interior of Pernambuco and Bahia. The route that connects the two cities, contemplates the daily lives of many people in the region – especially those who use public transport, the route connotes a cultural appeal to the experience of crossing the São Francisco River, an important figure for the region. Despite this, the modal receives no attention from local city halls, which do not provide an infrastructure that supports and shelters people who use it in their daily lives. The climatic discomfort caused by the sun heat characteristic of the region. Therefore, the proposal to be developed in this work aims to meet this demand, following the principles of an Off-the-grid Architecture, arising from the understanding of sustainability and it’s consequences, having as its main premise the preservation of the São Francisco River. Based on energy efficiency strategies, so that its supply occurs independently of the city's infrastructure, also contributing to the preservation of the local ecosystem.

Palavras chaves: Petrolina, São Francisco River, Off-the-grid Architecture.


Fig.1: Barca fazendo a travessia do rio. Fonte: Acervo Emerson Henrique


“Na margem do São Francisco nasceu a beleza E a natureza ela conservou” Jorge de Altinho


SUMÁRIO CAP 01

Pág. 01

INTRODUÇÃO

CAP 02

Pág. 09

conceituação teórica: caminhando para o abrigo

CAP 03

Pág. 25

referências projetuais

1.1 1.2 1.3 1.4

Narrativa Justificativa Objetivos: Geral Específicos Procedimentos metodólogicos

2.1 2.2 2.3

Metódos Construtivos Tradicionais Arquitetura Autônoma: Off-the-grid Materiais e Tecnologias Sustentáveis

3.1 3.2 3.3 3.4 3.5

Centro Comunitário Camburi Moradas Infantis Canuanã Centro Max Feffer cultura e sustentabilidade Terminal Marítimo de Passageiros de Fortaleza Casa da Sustentabilidade, Parque Taquaral


CAP 04

Pág. 45

o território: homem-rio

CAP 05

Pág. 68

diretrizes projetuais

CAP 06 Pág. 77

o projeto

CAP 07 Pág. 88

CONCLUSÃO

CAP 08 Pág. 91

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁGICAS

4.1 4.2 4.3

Apresentando o Local Construindo a Paisagem Analise do território


01 INTRODUÇÃO

01


CAP 01

INTRODUÇÃO

Neste capítulo, será apresentado a proposta do trabalho de graduação, assim como as motivações e necessidades para a realização do projeto. Também, será desenvolvido os parâmetros a serem alcançados, através dos objetivos, e como serão alcançados em sua metodologia aplicada. 02


1.1 Narrativa O transporte fluvial é usual e de grande importância no cotidiano de moradores de cidades ribeirinhas, estando inserido nesse grupo as cidades de Petrolina e Juazeiro, localizadas respectivamente no interior de Pernambuco e da Bahia. O trajeto que conecta as duas cidades, contem pla o dia a dia de diversas pessoas da região – principalmente as que fazem uso do transporte público, o trajeto conota grande apelo cultural à travessia do Rio São Francisco, que se faz presente em diversos contos populares locais, músicas e poemas, o rio ganha vida através dessas histórias, torna-se um protagonista com identidade própria. A localização estratégica de ambas as cidades foi um dos fatores que ocasionassem o seu desenvolvimento em meio ao Sertão, o Rio trouxe fartura para àquela região, possibilitando atividades econômicas e de subsistência. Tratar sobre ele vai além de um meio de transporte, é também sobre a cultura local, um símbolo de resistência à tantas adversidades que já foram enfrentadas

por esse povo. Apesar disso, o modal recebe pouca atenção das prefeituras locais, as quais não fornecem uma infraestrutura que comporte e abrigue as pessoas que a utilizam em seu dia a dia. Fazendo com que os seus usuários aguardem pela barquinha¹ no sol escaldante - que é característico na região, obrigando a população a buscar refúgio em sombras de árvores na beira do rio, evidenciando assim a carência de um abrigo. Desta forma, a proposta a ser desen-

volvida neste trabalho, trata-se de um abrigo que supra essa necessidade, assim como uma intervenção em seu entrono imediato, buscando enfrentar os desafios climáticos e naturais, seguindo os princípios de uma Arquitetura Autônoma, advinda da compreensão acerca da sustentabilidade e seus desdobramentos, tendo como principal premissa a preservação do Rio São Francisco. Buscando estratégias de eficiência energética, para que o seu abastecimento ocorra de maneira inde-

PE

PETROLINA

PE

BRASIL

¹ Como os barcos que realizam a travessia são popularmente chamados pela população local.

BA

BA JUAZEIRO

Fig.2: Diagrama de Situação. Fonte: A autora (2021).

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pendente da infraestrutura da cidade, contribuindo para a preservação do ecossistema local. O abrigo, além de sua função, pode ser palco para contemplação da paisagem – que é um dos cartões postais da cidade –, e diversas outras atividades que possam vir a ser performados pela população no equipamento proposto. Para viabilizar essa proposta, faz-se necessário elucidar o contexto local e climático da cidade que sofrerá a intervenção, assim como apresentar os itens culturais que irão permear o trabalho. Ante o exposto sobre o sítio, será apresentado tecnologias estudadas e analisadas que atendam à proposta dentro dos nichos teóricos investigados, sendo eles, a Arquitetura Vernacular, Arquitetura Autônoma e Tecnologias voltadas a eficiência energética. O seguinte trabalho se desenvolverá em sete capítulos. Primeiramente será realizado a introdução à temática apresentada, dando um panorama

Fig.3: Vista áere da Ponte Presidente Dutra. Fonte: Acervo de Leonardo Carvalho.

geral do que será contemplado nos capítulos a seguir. Em consecutivo, será feito uma apresentação mais aprofundada no local de intervenção, e depois será apresentado os teóricos estudados e analisados para a construção deste volume, seguida por uma análise de estudos de caso que antecederão as diretrizes e o desenvolvimento do projetual.

Escanei aqui

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1.2 justificativa Existe uma forte relação entre o desenvolvimento das Cidades e a presença de fontes d’águas, essa relação permeia todas as atividades que desencadearam o crescimento populacional e econômico das cidades ribeirinhas. Com Petrolina e Juazeiro, essa relação não poderia ser diferente, o Rio São Francisco é um fator urbanizador dessas cidades, é um ícone regional de grande valor cultural para as pessoas que cresceram ali, assim como a autora do texto - nascida em Petrolina. Diante disso, a travessia do Rio São Francisco sempre foi uma atividade de rotina da população, sendo além de um modal relevante, mas uma experiencia cultural. Atravessar o rio relaciona-se diretamente com os pescadores que desbravam o rio com as carrancas² em suas embarcações. Visto o seu potencial, se faz relevante a proposta de um equipamento Arquitetônico que valorize e dê subsidio para um melhor funcionamento das barcas que navegam no Rio São Francisco, respeitando a sua diversidade e ecossistema. Todavia, a busca pela preservação desse ecossistema encontra-se em um conflito direto entre a necessidade humana e a natureza, “Os seres humanos são considerados racionais e por conta disso, acreditam ter direitos sobre os outros seres e tratando os recursos naturais como infinitos” (CANEPA, 2007; LEITE, 2011). Em razão desse comportamento e a ambição do ser humano, com a sede pelo capital e o desenvolvimento a qualquer custo, foi responsável pela cria-

Fig.4 Barcas atracadas no desembarque em Juazeiro. Fonte: Acervo pessoal.

Fig.5 Barca atracada no embarque em Petrolina. Fonte: Acervo pessoal.

² Figura confeccionada em uma escultura feita de madeira ou barro, onde apresenta um rosco com características humanas e animais, que é fortemente difundida no artesanato local, utilizada nas proas de embarcações como item de proteção.

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ção de um cenário caótico e de grandes adversidades para a natureza. Relembrando o conceito de Desenvolvimento Sustentável, segundo a Agenda 2030 da ONU é “O desenvolvimento que procura satisfazer as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias necessidades”. Somente em meados dos anos 90 que houve a disseminação de conceitos sustentabilidade aliados a arquitetura e a construção civil, mesmo sendo um segmento que influência diretamente diversas problemáticas ambientais, como o desmatamento, a poluição, a aquecimento global, geração de resíduos e tantos outros. Evidencia-se assim, a necessidade de conciliar a ambas as necessidades, a de construir e a de preservação da natureza e os seus recursos. É de extrema importância a disseminação e realização de estudos que contemplem uma Arquitetura de baixo impacto ambiental, já que é um dos setores responsáveis para a conservação da paisagem natural. Sendo assim, a busca por alternativas e estratégias que para solucionar esse paradigma, a partir de investigações de temáticas desde a concepção da arquitetura vernacular e o seu processo de industrialização, as estratégias advindas das discussões acerca da sustentabilidade, como a Arquitetura autônoma e tantos outros recursos tecnológicos que se aproximam de uma construção eficiente e com baixo impacto ambiental. Fig.6 Barca fazendo a travessia do rio. Fonte: Agência Criativando.

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1.3 objetivos 1.3.1 objetivo geral Propor um protótipo modular de estação fluvial a ser distribuído para travessias nas cidades de Petrolina e Juazeiro, no Vale do são Francisco, respeitando o seu ecossistema e utilizando-se de princípios da autonomia energética.

1.3.2 objetivos específicos Investigar sistemas tecnologicos de autonomia energetica integradas a edificação. Analisar o local, identificando os itens que compõe a sua paisagem, seu clima local e soluções técnicas para um sistema de proteção climática. Definir possíveis rotas a serem contempladas pelo prototipo modular. Detelhar o modulo do prototipos de abrigo para o terminal fluvial de Petrolina.

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1.4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS A abordagem utilizada para realização do presente trabalho conta com algumas etapas a serem discorridas: 1. Construção da conceituação teórica, focando nos princípios de uma arquitetura autonoma, a partir da pesquisa e leitura do material bibliográfico; 2. Estudo dasTécnologias de eficiencia energetica aplicaveis ao projeto; 3. Análise de Estudos de caso, por meio de projetos publicados em sites, livros e revistas especializadas, que contemplam premissas projetuais; 4. Análise do ponto de vista urbano e paisagistico a partir de fotos, visistas a área de intervenção e documentações coletadas; 5. Conhecimento da área de intervenção e seus aspectos legislativos; 6. Elaboração das Diretrizes Projetuais; 7. Detalhamento Projetual do módulo; Considerando todas as etapas prévias concluídas, será adotado diretrizes projetuais que espelham os conhecimentos obtidos no processo, e que serviram de princípios norteadores projetuais. Somente então, a concepção espacial do projeto do Terminal Fluvial da cidade de Petrolina será detalhada.

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02

conceituação temática: caminhando para o abrigo

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CAP 02

conceituação teórica

Neste capítulo, será abordado o embasamento teórico que norteará o desenvolvimento do projeto. Como já dito anteriormente, o entendimento do que é a sustentabilidade na Arquitetura, o uso de tecnologias para agregar a eficiência energética do projeto e reduzir a produção de resíduos, afim de produzir uma Arquitetura Autônoma que assumirá protagonismo no desenvolvimento arquitetônico do edifício. Neste capítulo será destrinchado os seus conceitos a partir de uma análise crítica, com a finalidade de compreende-los e aplica-los ao projeto como objetivo final.

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2.1 MÉTODOS CONSTRUTIVOS TRADICIONAIS O avanço tecnologico no setor da construção civil foi alavancado no périodo pós Segunda Guerra Mundial com a exploração dos combustíveis fosseis. Esses fatores foram fundamentais no processo de transição das tecnicas construtivas, com o crescente uso do concreto e aço as tecnicas tradicionais e populares passaram a ser consideradas rudimentares. Os moldes industriais por vezes gerou uma reprodução em massa impulsionada pelo sistema capitalista, onde a forma de projetar por vezes desconsidera itens norteadores para alcançar uma boa arquitetura, como: o conforto termico; a iluminação natural; e o conforto acustico. Tais fundamentos, foram perdendo espaço para o capital dentro do setor da construção civil atual, criando-se um modelo, que muitas vezes, visa o lucro em deterimento da qualidade, resultando em percas consideráveis para a arquitetura, apesar disso é importante mencionar que o avanço tecnologico proporcionou novos horizontes para a arquitetura, possibilitando diferentes escalas.

Outro fator a se considerar são os danos ambientais causados pelo consumo excessivo por tais materiais como o cimento, no Brasil foi equivalente a 205kg/habitante em 2005, como frisado na Agenda 21 para construção sustentável em países em desenvolvimento (CIB, 2002, p.13-14). O ponto mais simples para começar a avaliar a indústria da construção é observar o seu consumo de energia e emissões de gases geradores do efeito estufa. Os maiores culpados em termos de mudanças climáticas são os materiais que formam a base da construção moderna - concreto e aço. (...) A produção do cimento é, depois da queima de combustíveis fósseis, o maior contribuinte antropogênico de emissões de gases geradores do efeito estufa.

Além dos fatores já mencionados, o uso constante dos materiais indusitrias teve como resultado o afastamento das técnincas construtivas vernaculares, que

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foram entrando em desuso, como por exemplo: a taipa de pilão; o bambu; a pedra; o pau-a-pique; a madeira; a fibra vegetal; o tijolo de adobe; entre outros. A busca crescente por materiais construtivos com baixo impacto ambiental, resultou o resgate dessas técnicas - atráves de diversas pesquisas cientificas. As técnicas construtivas vernaculares, nos atentam aos benefícios dos materiais provenientes da natureza, nos diversos aspectos compreendidos pelo conceito de sustentabilidade, incluindo o aspecto sociocultural e economico. Cada material tem benefícios e limitações que devem ser analisadas conforme o sítio e a função a ser exercida, para que a sua aplicação ocorra de maneira estratégica, entre as técnicas recorrentes estão: Adobe – O tijolo de adobe é feito a partir de uma mistura de barro, palha e água, que é moldado em formato de bloco, desenformado e seco naturalmente durante alguns dias ao sol. É uma tecnica com uma boa durabilidade e ecologico, podendo ser reutilizado, já

que o barro não é cozido, todavia também não é recomendado para edificações com mais de um pavimento. Taipa de pilão – Conhecida como construção em terra pisada, primeiramente é realizado uma fundação para isolar a umidade, partindo para a seleção da terra, segundamente a montagem das formas e por ultimo a sua compactação. Se carcteriza como uma técnica milenar amplamente utilizada, de origem latina, com diversas vantagens e desvantagens, assim como a tecnica de pau a pique tem limitações quanto a sua verticalização. Pau a pique – Consiste inicialmente no entrelaçamento de madeiras ou bambu verticais, amarrados entre si com cipó ou utilizando parafusos, para serem fixados perpendicularmente sobre a fundação, segundamente, na aplicação do barro como vedação. A técnica foi criada pelos árabes, difundida no Brasil no periodo colonial, de simples e facil aplicação, entretanto só é recomendada para edificações térreas e de pequeno porte, e está sujeita a maior influencia aos inteperes.

Fig.7 Confecção de tijolos de adobe. Fonte: Blog qualidade online.

Fig.8 Casa em Taipa de Pilão. Fonte: Site Tem Sustentável.

Fig.9 Parede em pau-a-pique. Fonte: Site Sienge.

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Bambu – Existem diversos fatores que implicam em sua resistência mecânica, como sua idade e a sua espécie, tem como caracteristica alta resistência, estabilidade e certa flexibilidade, possibiltando diversas escalas de construções, um fator a ser ressaltado, é a necessidade de uma base que o isole do contato direto com o solo, evitando a umidade. COB – É uma técnica de terra, composto por uma mistura de argila, areia e palha, um material similar ao adobe. Tem como caracteristica grande plasticidade - permitindo a realização de formas escultoricas – podendo ser utilizada de diversas maneiras além de vedações, sua aplicação consiste na moldagem em formatos de bolas, que serão assentados uns sobre as outras.

Fig.10 Detalhe de estrutura em bambu. Fonte: ArchDaily.

Segundo Santoro e Penteado (2009), há 10.000 anos, a humanidade utilizava os materiais naturais ao seu alcance para Aspectos Princípios estratégias gerais de sustentabilidade construir habitações, somentee nos últimos 100 anos começaram a substituir por materiais industriais. Em razão disso, Manutenção da integridade ecológica por meio da prevenção visando o cenário atual onde passamos a Ambiental

das várias formas de poluição, de prudência na utilização dos

olhar para o progresso sem nós questionar ou enxergar o caos que é provocado em seu alcance, temos muito com o que aprender com tais saberes. Esses conhecimentos foram se consolidando nos mais simples moldes, através da necessidade de habitar em uma realidade em que o capital era escasso na casa de um pescador, na oca do Índio, na casa do pequeno agricultor, nas palafitas, entre tantos outros. Gerando exemplares de grande relevância didática, evidenciando os conhecimentos técnicos para contornar as adversidades do meio em que se inserem. "O uso de certas técnicas de execução e materiais próprios está intrinsecamente ligado ao meio onde a construção está inserida. Será o ambiente que determinará, em alguns casos, se a casa será perene ou temporária, será abrigo ou moradia, terá um nível de acabamento mais apurado ou não, explorará certo material ao seu extremo ou não. Será o meio que determinará o tamanho e as possibilidades

recursos naturais, da preservação da diversidade da vida e do respeito à capacidade de carga dos ecossistemas.

Fig.11 Moldando construção em COB. Fonte: This Cob House.

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construtivas, influenciará o morador a conservar a casa ou não e durante quanto tempo, determinará sua localização em relação ao ambiente e seus recursos. Desse modo a natureza dita as regras de existência e convívio, seja este simbiôntico ou não, o que é extraordinário."(LIMA, 2007 p.13)

Dessa forma, as praticas vernaculares, calcadas em particulariedades regionais, tratam-se de um saber local, fazendo o uso dos materiais e demais recursos da região. Todavia, atualmente essas técnincas construtivas ainda padecem pela carencia de mão de obra especializada, em razão da pequena quantidade de pessoas qualificadas para atuar na área, dificultando a retomada e disseminação desses metódos construtivos. Reforçando a ideia de um saber restrito à uma pequena parcela da sociedade, que por vezes ainda consegue manter esses conhecimentos entre si, onde é destacado por Holmegren (2007), as pessoas comuns e em consonância com fontes

tradicionais de sabedoria e bom senso. Em contrapartida, existem diversas iniciativas e organizações, como o TIBÁ (Instituto de Tecnologias Intuitivas e Bio-Arquitetura) - fundado por Johan Van Legen em 1987, que disseminam os conhecimentos dessas tecnicas construtivas vernaculares, através de cursos vivenciais através de suas aplicações práticas.

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2.2 Arquitetura Autônoma: off-the-grid Na história da arquitetura, a relação do edifício ou da cidade com a natureza sempre assumiu destaque no seu desenvolvimento. As formas da natureza sempre influenciaram o desenvolvimento das artes em geral e em particular a arquitetura. A partir da revolução industrial e dos sus impactos na qualidade de vida das cidades, essa relação sai do campo eminentemente artístico e formal e adentra ao campo da sociologia urbana e da política. Discussões presentes desde as propostas urbanas e arquitetônicas do século XIX, como as cidades jardins inglesa, e culmina com as propostas modernistas do início do século XX. Entre meados das décadas de 60 e 70, os efevercentes debates a cerca da sustentabilidade tem como resultado os primeiros movimentos ambientalistas. Uma públicação relevante para essa discussão forá o relatório “Limites do Crescimento” (Meadows, 1972)³ , resultando no primeiro encontro da Organização das Nações Unidas (ONU). Ocorreram diversos debates internacionais visando

meios para compreender a sustentabilidade em suas diversas esferas. Também nesse periodo, em um momento pós-guerra muitas coisas estavam sendo revistas, caracterizando-se pelo movimento Contracultural, que nada mais era que uma "cultura minoritária caracterizada por um conjunto de valores, normas e padrões de comportamento que contradizem diretamente os da sociedade dominante" (Outhwaite & Bottomore, 1996:134).

O conceito de sustentabilidade dentro do mercado da construção civil surge somente em meados dos anos 90, a priori, uma edificação sustentável, tinha como objetivo alcançar o baixo impacto ambiental e obter a eficiência energética, alcançados através de tecnologias de alto custo e investimentos privados. Essas estratégias foram amplamente utilizadas na arquitetura High Tec - que compreendia grandes expoentes como Norman Foster, Renzo

³ Teoria que fez uma conexão entre a explosão demográfica da época com o crescente consumo de recursos naturais finitos

Piano e Richard Rogers, teve como maior parte de sua produção grandes edifícios coorporativos. Entretanto, esse modelo de edificação sustentável que foi disseminado em 1994 na Agenda 21, era inviável no cenário dos países em desenvolvimento e periféricos, onde há necessidades básicas em evidência, resultando em uma segunda conferencia em 1998, a Agenda 21: para construção sustentável nos países em Desenvolvimento, onde o conceito abrange outras esferas como a social, econômica, política e cultural, estas passam a ser indissociáveis do conceito de sustentabilidade. No contexto Brasileiro, a disseminação de práticas sustentáveis teve como principal liderança – ao contrário de outros países - a iniciativa privada, o que implica na dificuldade de adesão e no menor alcance populacional. Apesar de existirem iniciativas governamentais, a discrepância entre as distintas realidades vivenciadas pela população brasileira, onde se enfrenta necessida-

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des básicas, ser sustentável não é prioridade. Resultando em um processo de transição lento e gradual no perfil de consumo, o que reforça a importância do trabalho multidisciplinar da sustentabilidade. Os aspectos da Agenda 21 foram sintetizados por Silva e Shimbo (2004 apud Yuba, 2005), desenvolvendo e correlacionando as suas dimensões como parte de um todo, assim, idealizando o que é possível alcançar em suas respectivas partes dentro da sustentabilidade, é importante frisar que o planejamento urbano sustentável apenas é viável com um trabalho interdisciplinar, composto por diversas esferas, como ilustrado na tabela abaixo:

Aspectos

Princípios e estratégias gerais de sustentabilidade Manutenção da integridade ecológica por meio da prevenção

Ambiental

das várias formas de poluição, de prudência na utilização dos recursos naturais, da preservação da diversidade da vida e do respeito à capacidade de carga dos ecossistemas. Viabilização de uma maior equidade de riquezas e de

Social

oportunidades, combatendo-se as práticas de exclusão, discriminação e reprodução da pobreza e respeitando-se a diversidade em todas as suas formas de expressão. Realização

Econômico

do

potencial

econômico

que

contemple

prioritariamente a distribuição de riqueza e renda associada a uma redução das externalidades socioambientais, buscandose resultados macrossociais positivos. Criação de mecanismos que incrementem a participação da sociedade nas tomadas de decisões, reconhecendo e

Político

respeitando os direitos de todos, superando as práticas e políticas de exclusão e que promovam o desenvolvimento da cidadania ativa.

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Realização Econômico

do

potencial

econômico

que

contemple

prioritariamente a distribuição de riqueza e renda associada a uma redução das externalidades socioambientais, buscandose resultados macrossociais positivos. Criação de mecanismos que incrementem a participação da sociedade nas tomadas de decisões, reconhecendo e

Político

respeitando os direitos de todos, superando as práticas e políticas de exclusão e que promovam o desenvolvimento da cidadania ativa. Promoção da diversidade e identidade cultural em todas as suas formas de expressão e representação, especialmente

Cultural

daquelas que identifiquem as raízes endógenas, propiciando também a conservação do patrimônio urbanístico, paisagístico e ambiental, que referenciem a história e a memória das comunidades.

Quadro 1. Princípios e estratégias gerais de sustentabilidade. Fonte: Silva e Shimbo apud Yuba (2005, p.18)

Com o intuito de estimular e promover uso de alternativas sustentáveis na construção civil surgiriam classificações e selos como a certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), utilizado afim de classificar o potencial energético de uma edificação verde através de uma pontuação. Apesar da iniciativa ser bem intencionada diversas críticas são feitas ao LEED, considerando o sistema de classificação por “check-list” insuficiente para incentivar soluções de design sustentáveis inovadoras, por vezes funcionando apenas como uma receita a ser seguida 13 para obter-se o certificado, e por não garantir que o resultado seja uma edificação sustentável, gerando uma falsa impressão de edificação sustentável. Além disso, o fato de ser voltado para a realidade dos Estados Unidos também dificulta o reconhecimento de edifícios modelos em outros países, devido à falta de adaptabilidade de alguns quesitos. Outra crítica recorrente é sobre o termo “sustentabilidade”, o uso indiscri-

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minado da palavra a transformou em um termo genérico, pejorativo e por vezes ultrapassado, como aponta o professor da Universidade Técnica de Munique, Michael Braungart. Uma de suas críticas é que a prioridade deveria ser com que todas as etapas do processo industrial não gerassem resíduos, ao em vez de manter o foco em desenvolver formas para descarte e reuso do lixo produzido. Em parceria com William McDonough, desenvolveu conceito conhecido como Cradle to Cradle (‘Do berço ao berço’), que defende uma economia circular, onde os itens produzidos após o descarte sirvam de matéria prima para outros processos. (BRAUNGART, 2016) Seguindo essa linha de raciocínio, a melhor estratégia é a autonomia energética da edificação, onde os sistemas de abastecimentos necessários para o funcionamento daquela edificação sejam provenientes de fontes limpas e evitem a geração de resíduos. Apesar da complexidade de conceber uma edificação de baixo impacto ambiental é de extrema

Ciclo Biológico

Ciclo Técnico

importância a investigação de tais alternativas, pois segundo Kibert (2008), o ambiente construído, mais que qualquer outra atividade humana, possui impactos diretos, complexos e duradouros sobre a biosfera. A arquitetura autônoma, também associada ao termo off-the-grid, é uma premissa projetual na qual a edificação independa, ou seja, não esteja conectada nos sistemas urbanos de abastecimento. Sendo viabilizado através do design integrado a algumas tecnologias incorporadas ao projeto, com a finalidade de abastecimento e gestão dos resí14 duos produzidos, sendo de extrema importância para o atenuar o impacto naquele ecossistema. O reuso da água, até há alguns anos tido como opção exótica, é hoje uma alternativa que não pode ser ignorada, notando-se distinção cada vez menor entre técnicas de tratamento de água versus técnicas de tratamento de esgoto.” (SANTOS, Hilton. MANCUSO, Pedro, 2003, p.121)

Fig.12 Cradle to cradle: Ciclo Biológico e Técnico. Fonte: Google imagens.

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Dentro das estratégias afins de proporcionar maior autonomia a edificação, estão: •

A utilização de fontes de energias limpas;

O reaproveitamento das águas da chuva;

A reutilização das águas cinzas;

Uso de técnicas de compostagem no descarte do lixo;

O sistema do sanitário seco;

Dentre outros conceitos que discorrem sobre a sustentabilidade na construção civil, é importante mencionar também o EcoBalance, foi um conceito desenvolvido pelo Centro para Sistemas de Construção de Potencial Máximo (CMPBS). Assim como diversos movimentos, o Ecobalance, busca o equilíbrio entre a necessidade humana e a natureza de forma balanceada - assim como é disse-

minado pela Permacultura⁴, para isso foi desenvolvido uma estratégia para nortear o processo construtivo, o grau de sustentabilidade é avaliado em alguns critérios: 1) A proporção entre a quantidade de suporte fornecido versus a quantidade de suporte necesário por humanos.

C0²

Fig.13 Ciclo de consumo balanceado. Fonte: A autora (2021).

Ciclo de Vida Comum

2) A razão entre os requisitos de abastescimento do local versus a capacidade de reaproveitamento. 3) A relação entre os recursos proveninetes do local versus a necessidade de materiais externos. (FISK,Pliny. tradução nossa)

Para uma edificação balanceada, é analisado todos esses aspectos, inclusive é levado em consideração a emissão de dióxido de carbono (CO2) na produção e transporte dos recursos que serão necessários para sua construção, a ideia é garantir que a quanti-

⁴ É a concepção de princípios e sistemas de gestão e criação ecológicos, a fim de usufruir da Terra em harmonia e conexão com a natureza.

Fonte Transporte

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Processo Distribuição Uso Reúso Ciclo de Vida Balanceado Fonte Transporte Processo Distribuição Uso Reposição

Fig.14 Esquema do Ecobalance. Fonte: Adaptação feita pela autora (2021).

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e ambiental, que referenciem a história e a memória das comunidades.

dade emitida esteja em equilíbrio com a quantidade que será retornada a natureza em seu ciclo. Nesse sistema é criado uma relação chave entre os recursos como sistemas (água, ar, comida, energia e materiais) e o ciclo da vida (fonte, processo, uso e retorno), que são colocados em uma relação de equilíbrio. Seguindo essa máxima, quanto menor o gasto energético, emissão de gases poluentes e materiais externos necessários em suas etapas de construção melhor será o grau de sustentabilidade, pois facilitará a sua relação de equilíbrio com o sítio, a ideia é que tudo que foi extraído retorne para a natureza. O ciclo consiste nas seis etapas descritas a seguir : 1.

Fonte de extração.

2.

O transporte.

3.

O processo de fabricação.

4. A locomoção/entrega do material. 5. A instalação, uso e manutenção do edifício. 6- O reuso, reciclagem ou descarte.

Além dos fatores que contribuem para a eficiência energética do edifício ocorrem no momento da concepção, os recursos arquitetônicos podem ter grande influência, independentemente das tecnologias aplicadas ao projeto. Recursos como a implantação da edificação, estudo de suas aberturas, aumento a eficiência e aproveitamento energético das edificações, caracterizando uma boa arquitetura, como salienta Serra apud Nakamura (2006), “há muito que pode ser feito na prancheta do arquiteto para melhorar a relação das cidades com o meio ambiente”. Ao compreender as esferas primor-

diais no ato de projetar, desde o conhecimento dos materiais especificados, onde é relevante conhecer o processo de fabricação até a chegada na obra. O consumo energético, a necessidade manutenção e do funcionamento, os sistemas de esgoto, abastecimento de água e eletricidade são itens importantes a serem avaliados para obter-se a autonomia energética da edificação.

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2.3 TECNOLOGIAS ENERGETICAS LIMPAS O conceito contemporâneo de sustentabilidade, como exposto anteriormente, vai além do uso de energias renováveis, é necessário reduzir e se possível não gerar resíduos em seu processo de produção. Mesmo dentro das fontes renováveis energéticas temos aquelas que são consideradas mais limpas que outras em detrimento do impacto causado no ecossistema, vale salientar que existe cada um deles tem seus pré-requisitos para a sua utilização de forma eficaz. Dentre as principais fontes consideradas renováveis utilizadas no Brasil, estão: Hidráulica (59,9%), Eólica (9,4%), Biomassa (8,4%) e Solar (1,6%). Apesar da discrepância entre a quantidade de usinas hidrelétricas entre as demais, é possível afirmar que seja a pior fonte renovável a ser implantada, devido aos impactos ambientais provenientes do seu processo de

Fig.15 Gráfico Matriz Elétrica no Brasil. Fonte: ANEEL/ABSOLAR (2021).

construção, “Ainda que a geração hidrelétrica seja sustentável, algumas regiões atingidas para que ela fosse gerada tiveram, em lugar de desenvolvimento, retrocesso insustentável”. (MÜLLER, 1995). Diversas paisagens, vilarejos e cidades ficaram submersas devido a construção de grandes represas necessárias para o funcionamento desse sistema. Além da relocação da população, sua implantação é extremamente nociva para o meio ambiente, impactando diretamente na fauna e flora daquele local, causando modificações no curso do rio, provocando inclusive extinção de algumas espécies pelas alterações em seu habitat natural. Sem mencionar os desastres causados pelo colapso de sua infraestrutura, devido falhas em manutenções, como ocorreu nas cidades de Mariana e Brumadinho, em Minas Gerais. Dentre as fontes renováveis mencionadas, a energia Eólica e Solar são as que causam menor intervenção no meio

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ambiente, entretanto existe uma disparidade entre as escalas e os investimentos comumente realizados, respectivamente, de forma estatal e privada. Atualmente, segundo os dados de um estudo do CCEE dentro dos períodos entre 2015 e 2019, a energia Eólica apresenta o menor custo pela sua energia produzida, enquanto a energia solar se manteve dentro os valores mais altos. Por muito tempo a tecnologia da geração de energia por sistemas fotovoltaicos esteve fora do mercado devido ao seu alto custo, porém com o desenvolvimento da tecnologia destes sistemas e os incentivos ofertados pelos governos (IMHOFF, J., 2007) a utilização de placas vem sendo disseminado como uma alternativa viável. Também pela sua praticidade, costuma ser utilizada para habitações, equipamentos urbanos e negócios, se tornando um mercado promissor principalmente em regiões em que há a predominância de dias ensolarados, como as cidades de Petrolina e Juazeiro. Além da viabilidade das placas solares

Quanto aos outros aspectos cíclicos, como o abastecimento d’água, uma alternativa seria o uso sistemas de captação da água de chuva para fins não potáveis, o seu funcionamento consiste em seis etapas: Captação, por meio do

Fig.16 Sistema funcionamento energia solar. Fonte: Fóton Engenharia.

no projeto, com o intuito de suprir a autonomia energética da edificação, é um sistema que não necessita de linhas de transmissão até o local e que é gerado in loco. O seu funcionamento é composto em quatro etapas, a energia solar é captada nos painéis fotovoltaicos e segue para um sistema controlador de cargas para que possa carregar as baterias – que vão armazenar a energia produzida durante o dia, na última etapa a energia passa pelo inversor e segue normalmente para o funcionamento dos aparelhos elétricos.

Fig.17 Sistema de captação de águas pluviais. Fonte: SCAP - Ipiranga.

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telhado e sua calha coletora. Adução, consiste no sistema de transporte da água entre a captação, reservatório e distribuição. Tratamento, purificação da água captada. Reserva, onde ocorre o armazenamento d’água. Distribuição, a canalização final do curso da água. Operação, aqui acontece a inclusão da comunidade em sua conscientização e capacitação. Além da utilização de águas captadas para fins não potáveis, é possível também realizar o tratamento das águas cinzas que irão circular na edificação, dispensando parte do tratamento realizado pelo o esgoto. A implementação de Wetlands, sistema composto por lagoas ou canais artificiais rasos que abrigam plantas, além de algumas etapas de filtragem dos dejetos. Esse processo é composto por uma estação de pré-tratamento por um tanque séptico, seguindo para um poço intermediário que irá bombear a água para a etapa em que consiste as plantas aquáticas e filtragem, podendo ser finalizado por um poço final

antes da devolução de seguir para a reutilização da água ou devolução ao meio ambiente. A integração desses sistemas irá aumentar a autonomia da edificação, uma vez que se tratam de sistemas que são complementares. A utilização de tais tecnologias, possibilita que os ciclos de abastecimento sejam iniciados e finalizados dentro da própria edificação, além de reduzir consideravelmente os resíduos gerados em seu funcionamento.

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03 referências projetuais

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CAP 03

referências projetuais

Neste capítulo irá se discorrer sobre possíveis referencias afim de contribuir em seus diversos aspectos na concepção do projeto, que se tem como objetivo final deste trabalho.

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3.1 CENTRO COMUNITÁRIO CAMBURI Localização: Camburi, Ubatuba, São Paulo. Arquitetos: CRU! Architects Área: 175m² Ano: 2018 O projeto do centro comunitário é locado na região litorânea de Ubatuba, São Paulo, fica em uma área dentro da Mata Atlântica – o bioma mais devastado no Brasil. Além desse condicionante, os habitantes nativos sofrem com o processo de gentrificação devido ao grande interesse do setor empresarial, em razão disso fez-se necessários medidas governamentais para garantir a subsistência dessa população e da floresta, criando parques de preservação, os quais dentre eles está o Parque Estadual da Serra do Mar, onde está situado o centro comunitário. A mudança de habitat e as condições de preservação, afetam diretamente nas atividades econômicas e de subsistência dos nativos remanescentes, restringindo-as, “Há 150 anos quilombolas e caiça-

Fig.18: Foto externa da cozinha. Fonte: ArchDaily.

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ras, misturados em uma comunidade homogênea, seguem uma vida tradicional baseada na agricultura, caça e pesca” (CRU!Architects, 2020). O centro realizado em parceria com a ONG Bamboostic, visa atender as necessidades da comunidade local, amparando-a e a incluindo-a em todo o processo, desde a resolução do programa até a construção. Em paralelo a isso, aconteceu a capacitação dos locais nas técnicas construtivas utilizadas, possibilitando uma nova fonte de renda, cumprindo além da sua função social. Além disso, a adoção de estratégias para a inserção do edifício na paisagem, buscando o menor impacto ambiental utilizou-se do bambu, taipa, adobe e garrafas pet em sua construção. Vale ainda comentar a respeito da implantação que segue a melhor orientação de acordo com os principais ventos. Evitou-se a utilização de paredes perpendiculares que bloqueassem o fluxo dos ventos e a elevação da coberta para facilitar a exaustão, conferindo uma ótima eficiên-

Fig.19: Foto interna da cozinha. Fonte: ArchDaily.

Fig.20: Foto circulação externa. Fonte: ArchDaily.

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cia energética. Também se utilizou um reforço estrutural com contraventos nas tesouras, afim de proteger a edificação contra a ação do vento, sendo aspectos que servindo para se referenciar.

Fig.21: Diagrama isométrico estrutura. Fonte: ArchDaily.

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3.2 MORADIAS INFANTIS – FUNDAÇÃO BRADESCO Localização: Formoso do Araguaia, Tocantins. Arquitetos: Aleph Zero, Rosenbaum. Área: 23344m² Ano: 2017 O projeto trata-se de uma escola com internato, localizada na Fazenda Canuanã, com atendendo ao público de 800 alunos entre 7 e 18 anos. Tem como principal objetivo criar um ambiente que remetendo ao modelo cultural e familiar dos alunos, fazendo-se necessário inclusão delas durante o processo, o espaço se divide em duas vilas que são divididas por pátios que agregam um paisagismo atrativo. Em sua arquitetura existe grande influência da cultura indígena local que vem a ser traduzida no projeto, assim como as diversidades de seu contexto, como o encontro entre diferentes biomas. A imensidão do cerrado, a infinitude do céu e os saberes populares. É o continuo, o vasto e uma tênue linha imaginária ao fundo que acolhem a jornada

Fig.22: Perspectiva externa do projeto. Fonte: ArchDaily.

Fig.23: Uma das vistas do projeto evidenciando sua grande coberta. Fonte: ArchDaily.

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e os saberes dos brasileiros residentes na região central do país. A arquitetura lá proposta não poderia ser distinta de tal conformação. É a amplitude que nos toca aliada à beleza do povo que lá habita (Aleph Zero, Rosenbaum, 2020).

Fig.24: Planta Pavimento Térreo. Fonte: ArchDaily.

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Utilizou-se uma grande coberta independente como estratégia para a integração dos volumes, intercalados com pátios entre as edificações e divisões espaciais, podendo ser uma estratégia a ser adotada. Realiza a apropriação da materialidade com maestria, realizando uma arquitetura de excelência, reconhecida e premiada internacionalmente. Fazendo o uso de tijolos de adobe como ponte para a cultura local e o uso da Madeira Laminada Colada (MCL), proveniente de áreas florestais em recuperação, que possibilita peças em grandes dimensões e simplificou a montagem do projeto e se apresenta como um material promissor.

Fig.26: Pátio. Fonte: ArchDaily.

Fig.27: Pátio. Fonte: ArchDaily.

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3.3 CENTRO MAX FEFFER CULTURA E SUSTENTABILIDADE Localização: Pardinho, São Paulo. Arquitetos: Amima Arquitetura. Área: 1651m² Ano: 2008 O projeto fica situada em uma zona rural, segue premissas sustentáveis, que ocasionou em seu reconhecimento, tornando-se a primeira edificação na América Latina a receber a certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design). Seu programa também conta com atividades, como inclusão digital, espetáculos, atividades artísticas que incentivam o desenvolvimento sustentável em três diferentes pilares: ambiental, econômico e social. Dentre os recursos utilizados nos critérios utilizados, assim como as referências expostas previamente utilizou-se do bambu, eucalipto, madeira de cultivo, tijolos e madeiras de demolição. Dentre eles, o bambu foi utilizado com destaque em sua coberta, além ser de fácil cultivo é encontrado em diversas regiões do

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Fig.28: Vista Externa. Fonte: Galeria da Arquitetura.

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país, também conta com algumas características: leve, resistente, durabilidade, econômico. O bambu é pouco utilizado na arquitetura estrutural, mas conseguimos reconhecer suas qualidades específicas e trabalhá-las com criatividade (Leiko Motomura, 2008). O cuidado com o consumo energético e nos compostos emitidos, havendo a escolha criteriosa dos materiais, como a telha que tem 42% de papelão em sua composição. Assim como a preocupação com os resíduos da obra, incorporando parte deles na construção – como bancos e bebedouros -, e no paisagismo estratégico buscando sempre a apropriação com o sítio, utilizando-se principalmente de plantas nativas – que naturalmente consomem menos água e tem menos problemas de adaptação. Adotaram-se tecnologias para obter-se melhor eficiência dos recursos, como o sistema de ventilação e iluminação natural, que reduz significativamente o consumo de ambos. Quanto a economia de água, faz-se a captação das águas das

Fig.29: Estrutura da Coberta. Fonte: Galeria da Arquitetura.

Fig.30: Estrutura da Coberta vista a noite. Fonte: Galeria da Arquitetura.

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chuvas em um reservatório para a utilização nos sistemas internos e o sistema de filtragem para águas cinzas, além de administrar o seu consumo, faz-se uso do mictório seco e tratamento de esgoto por zonas de raízes. Todos esses critérios adotados, contribuíram para que uma edificação de grande porte, como essa, gerasse baixo impacto. Tornando-se um ótimo exemplo, auxiliando na escolha dos materiais, de acordo com o seu processo produtivo, sendo essenciais para alcançar esse objetivo.

Fig.31: Divisões internas e coberta solta. Fonte: Galeria da Arquitetura.

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3.4 TERMINAL MARÍTIMO DE PASSAGEIROS DE FORTALEZA Localização: Fortaleza, Ceará. Arquitetos: Architectus S/S. Área: Ano: 2015 O terminal surge a partir da demanda da copa do mundo de 2014, afim de atender a demanda turística e a promover espaços multiusos para eventos, exposições, festas e entre outros. Apesar de sua volumetria expressiva e da escala discrepante em relação ao produto final a ser adquirido, o foco desta analise será no programa adotado para servir de auxilio desta demanda. Além da estrutura do terminal de passageiros, conta com uma área de bagagens, apoio, estacionamento, um pátio para contêineres, um cais multiuso. Levando para a escala do projeto a ser realizado, se faz necessário uma releitura, de uma estrutura para o controle de acesso de passageiros, uma área de apoio ou suporte, assim como uma área de permanência e público acesso, ficando-se a critério de análise de acordo com

Fig.32: Vista Externa. Fonte: ArchDaily.

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Fig.33: Planta Térreo. Fonte: ArchDaily.

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Fig.34: Planta 1° Pavimento. Fonte: ArchDaily.

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Fig.35: Planta 2° Pavimento. Fonte: ArchDaily.

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a demanda de estacionamento da área. A edificação principal é composta por um térreo mais dois pavimentos. Os ambientes são dispostos entre infraestrutura para funcionamento e de acesso ao público. Conta com a recepção, a seguida do saguão principal que é subdividido em três setores, o que possibilita a utilização conforme a demanda, quiosque de alimentação e espaço comercial, ainda de suporte a ao controle de pessoas existe um espaço destinado à alfandega e a inspeção da polícia federal. Além disso, existem quatro espaços reservados ao fluxo de pessoas: Embarque Controlado; Embarque Franco (em trânsito); Desembarque Franco (em trânsito); Desembarque com Bagagem. No primeiro pavimento já se é destinado usos mais esporádicos, como o salão de eventos/cultural, bar, restaurante, terraço e varanda, assim como fornece o funcionamento de alguns serviços como o Juizado de Menores, ANVISA e a administração interna. No pavimento subsequente, os usos vão ficando mais restri-

tos e de menor acesso, se concentrando áreas de manutenção e depósitos. É importante salientar que as escalas do estudo de caso se diferem do projeto a ser proposto como produto final, mas se faz de grande relevância estudar o programa proposto similar ao terminal fluvial, fazendo um paralelo com o cenário atual e a análise do território realizada, para a realização de uma proposta.

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3.5 Casa da Sustentabilidade – Parque Taquaral Localização: Campinas, São Paulo. Arquitetos: Matheus M. R. Alves, Ricardo F. Gonçalves, Marcus Rosa. Área: Ano: 2016 O projeto foi realizado a partir da demanda da prefeitura do Município de Campinas, através do concurso público para a “Casa da Sustentabilidade” do Parque Taquaral em Campinas, São Paulo realizado pelo IAB do estado. O projeto foi ganhou o primeiro lugar e está sendo utilizado como estudo de caso, no formato anteprojeto, devido as soluções inovadoras utilizadas na proposta. Dentro dos tópicos explorados pela proposta, está a maximização das aberturas afim de beneficiar o uso da ventilação natural para resfriamento da edificação – intensificado também pela cobertura verde – e a captação de iluminação natural, afim de atenuar a necessidade de iluminação artificial. Afim de beneficiar-se dessas aberturas adequadamente, utilizou-se de estratégias de proteção

Fig.36: Vista Fachada lateral. Fonte: Concurso 2016 - IAB SP.

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Fig.37: Vista da coberta. Fonte: Concurso 2016 - IAB SP.

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Fig.38: Corte Perspectivado esquemático. Fonte: Concurso 2016 - IAB SP.

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solar das fachadas laterais onde há maior incidência solar para a filtragem da luz. A proposta consiste em criar um ambiente onde possa experenciar a forma de se relacionar com o meio ambiente através de um sistema integrado a tecnologias. O projeto consta com diversos artifícios que aumentam a eficiência energética do edifício, como o uso de placas fotovoltaicas, a captação d’água que abastece os sanitários e irrigação da massa arbustiva, sistema de compostagem. A implementação dessas tecnologias garante uma performance cíclica da edificação, tornando-a mais independente dos sistemas convencionais de abastecimento e descarte urbano, que também é uma premissa projetual do trabalho desenvolvido aqui.

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Fig.39: Perspectiva Externa. Fonte: Concurso 2016 - IAB SP.

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04 O território: homem-rio

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CAP 04

o território

Nesse capítulo irá se discorrer a respeito do local de inserção do projeto, Petrolina e Juazeiro, afim de contextualizar com a realidade local e cultural, suas referências, destacando quais são suas demandas e condicionantes de extrema relevância para a criação das diretrizes projetuais.

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4.1 APRESENTANDO O LOCAL Na região do Vale do São Francisco, situam-se as cidades Petrolina e Juazeiro, juntas contam com aproximadamente 769.544 habitantes (IBGE, 2020), na atualidade formam o maior polo de fruticultura irrigada do Brasil. A cidade de Juazeiro, consolidada desde o ano de 1833, sendo um ponto comercial estratégico na época, a cidade vizinha, Petrolina tratava-se de nada a menos e nada a mais que uma passagem para chegar em Juazeiro - “Passagem do Joazeiro” (SÁ Y BRITTO, 1995), o local era conhecido apenas como tal, até que recebeu o título de vila com a construção da Igreja Matriz, em 1858. A passagem servia como ponto de apoio do desenvolvimento da zona sertaneja do Estado, com vias de acesso para os Estados do Piauí, Ceará, Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo (PETROLINA, 2014). O nome das cidades originadas respectivamente, de uma típica arvores nativa da caatinga brasileira chamada de Juazeiro, é responsável por gerar uma grande sombra e se tornar abrigo para

Figura 40: Mapa do Estado da Bahia, 1892. Fonte: Acervo Nacional, Mapa do Estado da Bahia por Miguel de Teive e Argolo, 1892.

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Figura 41: Mapa do Poligona das Secas. Fonte: Pre Para Enem.

Figura 42: Áreas de Fruticultura Irrigada, Vale do São Francisco. Fonte: Divulgação Blog Vinicius Santana.

as pessoas que desbravam a caatinga, normalmente encontrando-a isolada na mata. Já o nome de Petrolina, são contadas em algumas histórias, a mais conhecida popularmente é a existência de uma pedra linda na margem do rio, que foi utilizada para a construção da Igreja Catedral, há também um autor petroli-

nense, Santana Padilha, que registrará sua versão em um livro, Pedro e Lina, eles seriam os primeiros moradores e ao se casarem e pronunciarem seus nomes, ouvira-se “Petrolina”. Ambas as cidades se inserem geograficamente no Polígono das Secas definido em 1936 no governo de Getúlio

Vargas, busca uma classificação voltada para a identificação de áreas de extrema aridez e secas, necessitando de investimento de políticas públicas associados aos recursos hídricos. Todavia, as cidades ribeirinhas contam com localização estratégica a margem do Rio São Francisco, que foi um fator

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responsável por gerar fartura e desenvolvimento para a região, hoje Petrolina é chamada como “Terra dos Impossíveis”, por ser uma terra que ninguém esperava prosperar. O Rio carinhosamente chamado de “Velho Chico”, é um dos cursos d’águas mais importantes na América do Sul, responsável por diversas atividades como por exemplo: navegação, irrigação, abastecimento de água, produção energética. Culturalmente, se tornou personagem principal de diversas histórias populares, palco para diversas façanhas populares, suas ilhas ofertam lazer e turismo, faz-se presente nos principais cartões postais e artesanato local.

Figura 43, 44, 45: Obras retratando o “Velho Chico” de Otoniel Fernandes. Fonte: Espaço Cultural CODEVASF.

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4.2 CONSTRUINDO A PAISAGEM Além dos fatores geográficos, é imprescindível trazer à tona a grande influência da Igreja Católica na urbanização das cidades, desde as missões católicas de catequização nos territórios ribeirinhos são franciscanos, que foram responsáveis pelo início do processo de urbanização. Portanto, a malha urbana de freguesias fora configurada pela Coroa em

Figura 46: Foto de Petrolina com a catedral erguida em 10 de maio de 1937. Fonte: Pernambuco em foco (Facebook).

associação com seus oficiais eclesiásticos, notadamente os arcebispos e bispos. As paróquias cumpriram o duplo objetivo de gestoras do cotidiano espiritual e temporal dos ribeirinhos. Com a fundação das sedes paroquiais, eles passaram a usufruir, no dizer de Marx, das formalidades civis oferecidas pelo Estado (ARRAES, 2013, p.17)

A Catedral de Petrolina, assim com a

Figura 47: Foto área de Petrolina após o processo de ocupação. Fonte: Um passeio pela Petrolina de antigamente.

construção de duas escolas cristãs pioneiras na região, respectivamente os colégios Maria Auxiliadora e o Dom Bosco, desencadearam o crescimento urbano com a criação de avenidas e alterações em sua malha viária. Esses três empreendimentos foram idealizados por Dom Antônio Maria Malan, primeiro bispo da diocese, “Façamos a Casa de Deus, e tudo mais crescerá ao redor” (CAVALCANTE, 1999a), e assim como pla-

Figura 48: Foto área de Petrolina em 2016. Fonte: Acervo pessoal Maurício André Anjos.

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nejado a catedral tornou-se um ponto primordial para a urbanização da cidade, como ilustra parte de seu processo nas fotos em anexos. A construção da Ponte Presidente Dutra, marca na história outro item formador da paisagem de ambas as cidades, conta com a tecnologias de pontas para a época como o uso do concreto protendido, possibilitando o vão de 54 metros entre os seus pilares, também

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conta com duas torres que possuem um sistema para a suspenção da parte central da pista para a passagem de grandes embarcações, atualmente o sistema encontra desativo. A ponte faz a integração das cidades, cruzando a ilha do fogo, reforçando o cotidiano dos seus moradores, atualmente sofreu uma duplicação nas pistas para atender o crescente fluxo de veículos. A ocupação de ambas orlas fluviais

se caracterizam pelos skylines de ambas as cidades, em Petrolina já é possível perceber o processo de verticalização, mas ainda se algumas casas familiares se mantêm remanescentes, havendo um perímetro de preservação dos casarões conhecidos como Petrolina Antiga. No outro lado, em Juazeiro, já não se percebe a verticalização na mesma intensidade, apesar da presença três prédios, prevalecem edificações

Figura 49 e 50: Skyline da orla fluvial de Petrolina com marcação do gabarito. Fonte: Autora, 2021.

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com um gabarito baixo – entre térreo e térreo mais três –, apesar de algumas edificações históricas serem desconfiguradas ainda é possível identificar os vestígios da história. O rio é o palco principal para a paisagem local, entre eles permeiam as vistas de ambas as cidades, a presença da ponte e a ilha do fogo ao centro, assim como as barquinhas que cruzam o rio. Dentre os demais elementos formadores de paisagem a serem destacados do mapa, vale ressaltar a presença de duas esculturas que permeiam o rio, do lado de Petrolina, a sereia azul que representa a Mãe D’água, que seria uma representação de Iemanjá, do lado de Juazeiro, a presença do Nego d’água, figuras folclóricas do Rio São Francisco.

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JUAZEIRO

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PETROLINA

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MAPA DE ELEMENTOS DE PAISAGEM

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4.3 ANÁLISE DO TERRITÓRIO ASPECTOS LEGISLATIVOS A paisagem de uma cidade é um registro físico da mudança que aquela área sofreu ao longo do tempo. Os processos humanos a alteraram na medida de suas necessidades e evolução, e para garantir que ocorram de maneira adequada existem as delimitações definidas na legislação. A cidade de Petrolina conta com o Zoneamento segundo o Plano Diretor vigente (Lei Municipal nº 1.875/2006), que no aspecto da área de intervenção é complementar ao Código Municipal de Meio Ambiente (Lei Municipal n°1.199/2002), o novo plano diretor continua em tramitação no setor legislativo. A área de intervenção está inserida na Zona de Preservação Ambiental (ZPA), que é discorrida no Art. 85 do plano diretor pelas suas características, assim como a disponibilidade de terrenos para a expansão urbana e propícia para a ocupação de baixa densidade e compatível

com a sustentabilidade ambiental. Ainda no Plano diretor, é definido algumas premissas e fatores condicionantes para a sua ocupação, disposto no Art. 86 da seguinte forma: A Zona de Preservação Ambiental (ZPA) corresponde a uma área de propriedade e uso do Exército, caracterizada pela baixíssima densidade populacional e construtiva, sem urbanização, com vegetação significativa e espécimes endêmicas do bioma caatinga, constituindo-se num entrave à expansão da malha urbana, cujo entorno é ocupado por loteamentos e habitações de mercado popular, e de estrito interesse do Município. § 1º O território da ZPA, de que trata o caput deste artigo, é prioritariamente propício à utilização dos instrumentos da política urbana e ambiental aplicáveis, com fins de: I - Criação de unidades de conserva-

ção ou proteção ambiental; II - Criação de espaços públicos de lazer e áreas verdes; III - Implantação de equipamentos urbanos e comunitários afins; § 2º Para efetivar a utilização do território da ZPA e integrá-lo à malha urbana, deverão ser adotadas, sucessivamente, as seguintes medidas: I - Gestões municipais no sentido de pactuar com a União as providências para a disponibilização do território e sua urbanização; II - Elaboração de estudo de impacto ambiental; III - Delimitação de áreas para instituição de espaços públicos de lazer e áreas verdes, e de preservação ambiental, com igual proporcionalidade entre elas; IV - O disposto no inciso III deverá ser regulamentado através de lei específi-

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ca e com a participação da sociedade através dos Conselhos Municipal da Cidade e do Meio Ambiente e Fóruns pertinentes. § 3º As condições de uso e ocupação do solo, inclusive as mudanças de uso, ficarão sujeitas à análise especial dos órgãos municipais competentes, devendo respeitar os parâmetros urbanísticos dispostos nesta Lei.

A proposta projetual a ser desenvolvida está em consonância com as leis condicionantes, por se tratar de uma edificação de baixa densidade e de caráter público, tratando-se de um equipamento público que visa adotar a medidas de baixo impacto ambiental e a dispor de espaços de área verde e lazer.

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MAPA DE legislação

JUAZEIRO

PETROLINA

ZPA ZR-1 ZR-2 ZR-3

ZAM ZPH ZIDU 1 ZIDU 2

SETOR 01 SETOR 02 SETOR 03

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mobilidade e fluxos Ambos os mapas visam informar as possíveis conexões cotidianas -principalmente dos pedestres – em relação ao transporte fluvial, quais são as possíveis rotas a serem realizadas daquele ponto de partida e como se dará continuidade, se por exemplo será necessária a adoção de outro modal ou não, já servindo de orientação para possíveis intervenções do poder público, afim de integra-los entre si. O mapa de mobilidade, consiste em classificar as vias lindeiras ao recorte de analise, nele constam os seguintes modais: Ônibus, Carro, Bicicleta e o Caminhar. As principais vias, que são condizentes ao embarque desembarque de passageiros consegue abranger todos os modais citados, sendo elas as possuem maior fluxo de pessoas, principalmente por permearem o centro de ambas as cidades. Ambas as maneiras de se realizar a tra-

vessia do rio, sendo através da ponte e das embarcações, apesar apresentarem tempos de viagem e conforto diferentes, sendo a segunda mais vantajosa principalmente por proporcionar maior contemplação da paisagem. Um fator interessante a respeito da ponte, é que apesar que apenas o trecho da travessia apresenta segurança para bicicletas e pedestres, o acesso é realizado por uma escadaria em ambas as orlas.

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MAPA DE FLUXOS

JUAZEIRO

PETROLINA

LEVE MODERADO INTENSO

N

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MAPA DE MOBILIDADE

JUAZEIRO

PETROLINA

N vias para carros e ônibus vias para pessoas, bicicletas e carros vias para pessoas, bicicletas, carros e ônibus

0

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vegetação A vegetação local, se caracteriza pelo bioma da Caatinga, incluindo diversas espécies arbustivas e arbóreas, que impactam diretamente em qualquer interferência na paisagem. O mapa destaca as principais massas vegetativas que se encontram mais distantes do centro da cidade e mais voltados as margens do Rio. Também evidencia a existência de áreas descampadas, sendo uma característica do bioma a existência de arvores e arbustos espaçados entre si. O sítio de intervenção, está locado em um desses descampados que permeiam entre a cidade edificada e o Rio São Francisco.

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MAPA DE VEGETAÇÃO

JUAZEIRO

PETROLINA

MASSA VEGETATIVA

N

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aspectos Climáticos O clima de Petrolina é classificado como “semiárido quente”, pela classificação climática de Köppen-Geiger, que é a classificação utilizada globalmente. De maneira geral esse clima, tem como principais características verões bem quentes e invernos que variam entre quente a fria e com pouca precipitação de chuva. Neste tópico, estaremos analisando de forma mais específica três fatores, sendo eles:

chuva

ção de chuva mensal acumulada em milímetros, segundo o INMET 2016, sendo uma das preciptações entre as mais baixas do país. A partir deles podemos perceber que os principais períodos de chuva se caracterizam nos períodos entre Fevereiro e Abril, onde há maior precipitação, e o período de maior estiagem nos meses entre Junho a Setembro e no mês de Novembro. Com isso, há pouca necessidade de tomar medidas arquitetônicas afim de proteger-se das chuvas e que seria extremamente benéfico a sua captação e reuso. chuva. Neste tópico, estaremos analisando de forma mais específica três fatores, sendo eles:

Nesse aspecto o clima de Petrolina, há a escassez e a irregularidade das chuvas, com alta evaporação devido ao alcance de altas temperaturas, tendo como índice pluviométrico anual tem uma pequena variação com os anos, mas se caracteriza na média de aproximadamente 400 mm/ano O mapa em anexo classifica a precipita-

Fig.52 Tabela com preciptação anual em Petrolina. Fonte: EMBRAPA.

Fig.51 Gráfico do índice pluviométrico mensal em Petrolina. Fonte: INMET, 2016.

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Ventos O gráfico ilustra os dados fornecidos no INMET 2016, que indica as principais direções dos ventos recebidos na cidade de Petrolina, sendo o principal deles os ventos advindos do Nordeste, chegando à velocidade entre 4 a 6 metros por segundo, e os ventos secundários nas direções Leste e Sudeste, as demais direções apresentam valores não significativos. Com isso, temos em mente que as principais frentes do projeto a serem priorizadas afim da captação de ventos e um ambiente confortável termicamente, seria manter aberturas nas fachadas Nordeste e Sudeste.

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Fig.53 Rosa dos Ventos Petrolina. Fonte: INMET, 2016.

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análise solar É importante salientar, que a região tem como caracteristica o alcance de altas temperaturas, sua média varia entre a média máxima de 34,1° e a média mínima de 20° (INMET 1981-2010). No cotidiano as sensações térmicas chegam a ser bem desconfortáveis, por isso é de extrema importância a criação de sombras e ambientes que criem proteções da excessiva irradiação solar. Será utilizado como material de analise a ferramenta da Carta Solar 5, disponibilizada pelo LABCON (Laborátorio de Conforto Ambiental e Eficiência Energética no Ambiente Construído). A partir de sua leitura, é possível perceber a melhor orientação para implantar a edificação e quais fachadas precisão de mais proteção, sendo está a fachada Norte, que recebe maior quantidade de luz solar em maior periodo do ano. Fig.54 Carta Solar Petrolina. Fonte: LABCON.

5 trata-se de uma representação dos percursos realizados pelo sol em diferentes horários e meses do ano.

64


implantação

se estende à outras cidades ribeirinhas do Rio São Francisco.

O objeto de estudo desenvolvido tem como finalidade criar uma infraestrutura para o transporte fluvial das cidades de Petrolina e Juazeiro, no entanto o transporte fluvial se expande muito além da rota analisada. Diante disso, foi identificado possíveis locais a serem contemplados com a estrutura modular detalhada nesse volume, podendo sofrer adaptações de acordo com a demanda existente. Os pontos, foram definidos a partir da análise dos percursos já realizados pela população, a lazer e turismo, assim como levou-se em consideração a localização de equipamentos urbanos relevantes, como universidades e escolas, que indicam um maior fluxo de pessoas. O intuito é criar ampliar as rota de transporte público fluvial no Vale do São Francisco. Apesar dos pontos identificados serem no perímetro das cidades de Petrolina e Juazeiro, a possibilidade de implantação

65


MAPA de implantações

N

Local do projeto

0

4000 m

locais possíveis


05 DIRETRIZES PROJETUAIS

67


CAP 05

DIRETRIZES PROJETUAIS

Neste capítulo, serão descritas e ilustradas as premissas a serem seguidas na concepção do projeto.

68


5. dIRETRIZES PROJETUAIS Com o intuito de atender a demanda exposta aqui, afim de viabiliza-la com o menor impacto possível para o ecossistema local, sendo listadas da seguinte forma:

1.

Propor uma edificação autônoma utilizando tecnologias como: captação de águas da chuva, aproveitamento de águas cinzas e captação de energia solar.

Fig.55: Diagrama Diretrizes. Fonte: A autora (2021).

69


2.

Elevar o edíficio preservando o solo permeável adaptando-se ao nível do rio.

Fig.56: Diagrama Diretrizes. Fonte: A autora (2021).

Escanei aqui

70


3.

Criar um abrigo com grandes beirais.

Fig.57: Diagrama Diretrizes. Fonte: A autora (2021).

71


4.

Proteger as fachadas do sol utilizando brises, peles e sistemas de vedação.

Fig.58: Diagrama Diretrizes. Fonte: A autora (2021).

72


5.

Criar massa arbustiva no entorno com espécies nativas.

Fig.59: Diagrama Diretrizes. Fonte: A autora (2021).

73


6.

Preservar a paisagem realizando a sua inserção de forma a respeitar o contexto.

Fig.60: Diagrama Diretrizes. Fonte: A autora (2021).

74


7.

Promover um espaço de vivacidade urbana.

Fig.61: Diagrama Diretrizes. Fonte: A autora (2021).

75


76


06 o projeto

77


CAP 06

o projeto

Neste capítulo, será abordado o desenvolvimento do projeto, destrinchando os seus respectivos aspectos para melhor compreensão.

78


o projeto O programa Tendo em vista que o objeto de estudo desenvolvido trata-se de um terminal de passageiros, adotou-se como referência o Manual de Implantação de Terminais Rodoviários de Passageiros (MITERP) para dimensionar e especular a demanda local, realizando as adaptações conforme a necessidade. Utilizou-se também a NBR15450, para Acessibilidade de passageiros no transporte aquaviário. Constatou-se aproximadamente 10 embarcações- revesando entre si. O trajeto dura cerca de 15 minutos e as embarcações tem capacidade máxima de até 100 pessoas. Tratando-se de uma rota

rápida, julgou-se necessário as seguintes instalações: Área de espera; Lounge/café; Banheiros; Sala de funcionários; Bebedouro; Bilheteria; Adminstração; Controle de Acesso e por fim, área técnica que visa locar as instalações para gerar a eficiência energética da edificação. O programa se dispõe em dois níveis, no pavimento de acesso encontra-se os usos para permanência, como o café. No segundo, tem um caráter mais objetivo e funcional, apenas com área de espera, banheiros e bilheteria, segmentando-se de acordo com a experiência desejada pelo usuário.

79


a implantação A implantação foi realizada seguindo linhas de força da malha urbana existente, prolongando-se no eixo de uma das primeiras avenidas da cidade, Avenida Joaquim Nabuco, que se destaca na planta de situação. Outro fator de grande relevância é o a incidência solar, devido ao clima de intenso calor em maior parte do ano. Para esse efeito, também utilizou-se de recursos para gerar melhor conforto térmico, conseguindo também preservar as visadas para a paisagem.

Nascente Poente

Fig.62 Diagrama trajetória solar. Fonte: A autora (2021).

80


O fluxo Trantando-se de um terminal é importante que o fluxo esteja claro e bem definido. O projeto se organiza da seguinte forma: O acesso da cidade é realizado através de uma passarela conectada à escadaria proposta. Chegando na edificação tem duas torres de circulação vertical (a escada e a rampa). Chegando no pavimento inferior, seguindo para a etapa de controle de acesso e por fim, o pier que dá acesso às embarcações. Fluxo Vertical Fluxo Horizontal Fig.63 Diagrama de fluxos. Fonte: A autora (2021).

81


O consumo energético A edificação tem como objetivo a autonomia energética, para isso optou-se pela captação de energia através das placas solares, visto também a incidência solar da região. Para viabilizar o projeto, foi realizado um pré-dimensionamento do consumo de energia realizado pelo equipamento. Para isso, realizou-se a planta de pontos elétricos, iluminação, lista de especificação de equipamentos eletrodomésticos e lâmpadas a serem instaladas, assim como o dimensionamento do equipamento para refrigeração do ambiente, que foi rea-

lizado por um engenheiro mecânico. Para que então fosse somadas as potências de cada equipamento e multiplicando-se pelo horário de funcionamento, que foi aqui estipulado dentre 06h às 20h em dias úteis, 06h às 14h em fins de semanas e feriados, chegando na média de 372 horas mensais de funcionamento. Alguns dos eletrodomésticos foram adotados o funcionamento parcial, visto que são utilizados de maneira esporádica (ex: Microondas, cooktop, coifa). Adotou-se para equipamentos eletrodomésticos: 8.755 W; para refrigeração: 60 kW = 60.000W; para luminárias: 2.074W. A potência total utilizada para o cálculo foi: 70.829 W; aplicou-se

na formula: CONSUMO (kWh) = Potencia (w) x horas x dias/1000 Chegando no consumo mensal de aproximadamente 26.348,38 kWh. Os dados foram repassados para um engenheiro elétrico dimensionar a quantidade de placas necessárias para suprir a demanda energética. Resultou-se em 324 painéis solares (JINKO JKM540M-72HL4-V TIGER PRO 540W 144 CEL MONO HALF CELL 20,94% EFIC), com a necessidade de área útil para instalação de 648m², previstas para serem locadas na coberta da passarela e dos quiosques implantados.

82


Eletrodoméstico

Quantidade

Potência

Potência total

2

1100W

2200W

1

230W

230W

2

1

175W

2725W

Potência

Potência total

54

36W

1944W

10

5W

40W

2

18W

36W

6

9W

54W

2725W

3000W

3000W

2

125W

250W

Fig.64, 65,66 Tabela de especificações. Fonte: A autora (2021).

Quantidade

350W

1

Subtotal

Luminárias

8755w

Subtotal

2074W

Carga de Refrigeração Necessária

Quantidade de equipamentos

Potência

Potência total

20 Toneladas de Refrigeração (Manual do fabricante Hitachi)

2

30KW

60KW

Subtotal

60.000W

83


A captação de Água Apesar de não ter a capacidade de se manter completamente pela captação de chuva, por não ser uma região com predominância de chuva, os índices pluviométricos anuais demonstram estabilidade promissora. Afim de garantir uma certa independência dos sistemas de abastecimento d’água, optou-se pela estratégia captação de águas pluviais e tratamento de águas cinzas para reaproveitar na própria edificação. Para desenvolver esse quesito, foi necessário fazer o pré-dimensionamento do consumo e dos reservatórios inferiores e superiores, seguindo a NBR 5626 – Instalação predial de água fria. Adotou-se o gasto de 50 Litros/dia por

pessoa para edificação de caráter público e comercial, contabilizando a quantidade aproximada de funcionários e do fluxo de pessoas, considerando a capacidade de 140 pessoas prevendo reservatório para até 2 dias. 50 LITROS/DIA - 140 PESSOAS = 7.000 X 2 DIAS = 14.000 L Reservatório Superior: 2/5 da total + Reservatório de Incêndio (20% do valor total). Reservatório inferior: 3/5 do total. Reservatório Litros (7m²)

Superior:

7.000

Reservatório Inferior: 8.400

Litros (8.4m³) A partir do dimensionamento e do consumo médio d’água, chegou no gasto anual de aproximadamente 2.555.000 Litros por ano. Com isso estipulamos a meta a ser captada pelas chuvas anualmente, a coberta funcionará como coletora das águas pluviais. Tendo isso em mente, utilizou-se da NBR 10844 – Instalações prediais de águas pluviais para dimensionar a capacidade de captação pela coberta. Conforme exposto no memorial de cálculo, encontrou-se a área de contribuição do telhado para que em seguida chegasse na vazão de projeto(Q). A intensidade pluviométrica adotada para o cálculo (DADO 1) foi uma média

84


dos índices pluviométricos anuais registrados entre 2017 e 2000 registrados pela EMBRAPA.

410,67 expectativa mm/ano Mm/ano --- 1/ 8760 --- 410,67 Mm/hora --- 1/1 --- x X = 3.597.469,2 mm/h por ano

Área de Contribuição= (a + h/2)b

1) Q= 3597469,2 x 516,60/60 Q = 30.974.209,812 Litros/min

Para uma água do telhado H = 1.48 m | a = 10 | b = 45 A = (10+1.48/2)45 A = 5.74 x 45 A = 258,3 = 2xA = 516,60 m²

30.974.209,812 --- 1/60 X --- 1/525600 (min em um ano)

VAZÃO DO PROJETO Q = I . A / 60 Q = Vazão de projeto L/min I = intensindade pluviométrica mm/h DADO 1 Média nos últimos 18 anos =

a capacidade = 7 m³ Conforme o exposto no calculo acima, o consumo de água necessário para o funcionamento da edificação pode ser suprido pela captação de águas pluviais anualmente. Além disso é previsto a instalação de estações de tratamento d’água conforme o esquema em anexo.

Litros ano = 3.535,86 Litros/ano 2) Q = I . A / 60 Q = 10x516,60/60 Q= 86,1 L/min VOLUME NECESSÁRIO RESERVATORIO ÁGUA PLUVIAL = 1m³ = 1000 litros X = 3.535,86 X = 3,53 m³ ------ aumentar em 100%

85


Legenda 01. Célula botânica de segurança para águas fecais. 02. Célula botânica para águas fecias. 03. Fossa Séptica. 04. Caixa de passagem. 05. Célula Botânica para águas cinzas. 05a.Linha de segurança; 05b. Águas reutilizadas(privada); 05c. Bomba para descarga(privada); 05d. Respirador; 05e. Bomba de recirculação; 05f. Linha de recirculação de águas reutilizadas.

06. Cisterna coleta de águas pluviais.

Fig.68 Esquema de tratamento d’água. Fonte: A autora (2021).

86


07 conclusão

87


CAP 07

conclusão

´Capítulo de constatações finais acerca do projeto desenvolvido.

88


7 conclusão Por fim, o terminal fluvial de Petrolina foi desenvolvido busca explorar as vertentes acerca do movimento ambientalista, ecológico, da eficiência energética. Afim de compreende-las e apurar as necessidades e estratégias adotadas para o desenvolvimento e viabilidade da proposta no contexto em que se insere, nas margens do rio São Francisco. A dialética entre a necessidade humana e a preservação de seu ecossistema, as diretrizes projetuais utilizam-se de tecnologias de uma arquitetura autônoma com eficiência energética encontrar uma estratégia afim de solucionar essa problemática. A demanda identificada e solucionada aqui busca agregar e contribuir com a cidade com um exemplar de arquitetura a ser seguido pela cidade e suas redondezas. O terminal fluvial de Petrolina foi desenvolvido resultado obtido projeto do terminal fluvial de passageiros e abrigo das cidades de Petrolina e Juazeiro, de forma a adequar-se e integra-se em sua paisagem.

89


90


08 referências

91


CAP 08

referências

AGENDA 21. Programme of action for sustainable development. New York: United Nations, 1992. BRAUNGART, Michael. Sustentabilidade é um conceito ultrapassado [entrevista concedida a] Rafael Ciscati. Época, 07 de junho 2016. Disponível em: < https://epoca.oglobo.globo.com/colunas-e-blogs/blog-do-planeta/noticia/2016/06/michael-braungart-sustentabilidade-e-u m-conceito-ultrapassado.html > Acesso: 14, setembro, 2021. BRUNDTLAND, Gro Harlem. Our common future: The World Commission on Environment and Development. Oxford: Oxford University, 1987. Centro Comunitário Camburi. ArchDaily, 2020. Disponível em: < https://www.archdaily.com.br/br/906019/centro-comunitario-camburi-cru-architects>. Acesso em: 04, junho, 2021. CIB e UNEP – IETC. Agenda 21 for Sustainable Construction in Developing Countries. How professionals think in action. Pretoria, África do Sul: CSIR Building and Construction Technology, 2002. COLOMBO, Ciliana R. Princípios teórico-práticos para formação de engenheiros civis: em perspectiva de uma construção civil voltada à sustentabilidade. Tese (Doutorado em Engenharia de Produção) - Centro tecnológico, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis. 2004. CORBELLA, Oscar. YANNAS, Simos. Em busca de uma Arquitetura Sustentável para os trópicos – conforto ambiental. Editora Revan, 2ed, 2003.

CMPBS. Ecobalance. 2013. Disponível em: < http://www.cmpbs.org/projects/2000/ecobalance > Acessado em: 20, setembro, 2021. FISK, Pliny. Ecobalance: A Land Use Planning and Design Methodology. The University of Texas at Austin – School of Architecture. Disponível em: < https://soa.utexas.edu/sites/default/disk/policies_codes/policies_codes/09_03_fa_fisk_ml.pdf >. Acesso em: 02, setembro, 2021. Ideia Circular. O que é Cradle to Cradle?. 2018. Disponível em: <ideiacircular.com/o-que-e-cradle-to-cradle/> Acessado em: 10 de Out. 2021. Histórico do Município. Justiça Federal da 5° Região, 2014. Disponível em: < https://www.jfpe.jus.br/index.php/process o s / c a l c u l o - d e - c u s tas/838-historico-do-municipio-petrolina.htm l>. Acesso em: 05, junho, 2021. Dados Climáticos para Petrolina/Pe. Projeteee, 2021. Disponível em: < http://www.mme.gov.br/projeteee/dados-climat i c o s / ? c i d a d e = P E + -+Petrolina&id_cidade=bra_pe_petrolina.819910_inmet >. Acesso em: 05, junho, 2021. HOLMGREN, D. Permacultura: principios y senderos más allá de la sustentabilidade. Hepburn: Holmgren Services, 2004. 92


LENGEN, Johen Van. Manual do Arquiteto Descalço. São Paulo: Empório do Livro, 2009. LIMA JUNIOR, Genival Costa de Barros. Arquitetura Vernacular Praieira. Recife: Editora Genival costa, 2007. MAURICIO, Cauê.C. ARAUJO, Eliete P. Bioconstrução – Estudo de caso: Projeto e construção da casa ecológica modelo. Relatório final de pesquisa de iniciação científica apresentado à assessoria de pós-graduação e pesquisas da faculdade de tecnologia e ciências sociais aplicadasFATECS. Brasília, 2017. MANCUSO, Pedro; SANTOS Hilton. Reuso de água. Barueri, SP. Manole (USP), 2003. MEADOWS, Donella H. et al. The Future of Nature: The Limits to Growth. The club of Rome, Italy,1972. MUNICIPIO DE PETROLINA. Plano Diretor, lei n°1875, 2006. MUNICIPIO DE PETROLINA. Código Municipal do Meio Ambiente, lei n°1199, 2002. MOLLISON, B & SLAY, R.M. Introdução a Permacultura. Brasília: DF, 1998. Moradias Infantis. ArchDaily, 2020. Disponível em: < https://www.archdaily.com.br/br/879961/moradias-infantis-rosenbaum-r-plus-aleph-zero >. Acesso em: 04, junho, 2021. NAKAMURA, J. A respeito do meio ambiente. Revista Arquitetura e Urbanismo, N.142, p.49-40, 2006. OUTHWAITE, W.; BOTTOMORE, T. (Org). Dicionário do pensa-

93



IGREJA MATRIZ

PRAÇA NT CE ENÁRIA

Rua Aristarco Lopes

Rua Belém do São Francisco

Rua Dr. José Mariano

Av. Joaquim Nabuco

RUA DR. JOÃO PESSOA

Av. Cardoso de Sá

Portal do Rio

N

Terminal Fluvial da Cidade de Petrolina Orientador:

Luiz R. F. Marcondes

Unicap Icam - Arquitetura e Urbanismo

Trabalho Final de Graduação

Aluna:

Mátricula:

Conteúdo:

Escala:

Julia J. N. Vasconcelos

201710655-1

Planta de Situação

0 5 10

Prancha: 20

50m

01/24


0.00 m

-2.00 m

-6.00 m

-9.00 m

i = 15%

N

Terminal Fluvial da Cidade de Petrolina Orientador:

Luiz R. F. Marcondes

Unicap Icam - Arquitetura e Urbanismo

Trabalho Final de Graduação

Aluna:

Mátricula:

Conteúdo:

Escala:

Julia J. N. Vasconcelos

201710655-1

Planta de Coberta

0

5

10

Prancha: 20m

02/24


01 - Acesso Cidade 02 - Circulação Vertical 03 - Circulação 04 - Área de Espera 05 - Lounge Café

C’

D’

Legenda 06 - Bebedouro 07 - WC Masculino 08 - WC Feminino 09 - Cozinha Café 10 - Sala Funcionários

01

02

B

08

10

-2.00 m

09

07 06 02

03

A

A’

Terminal Fluvial da Cidade de Petrolina Orientador:

Luiz R. F. Marcondes

05

C

D

04

N

B’

Unicap Icam - Arquitetura e Urbanismo

Trabalho Final de Graduação Escala:

Aluna:

Mátricula:

Conteúdo:

Julia J. N. Vasconcelos

201710655-1

Planta do Nível 01

0

1

2

5m

Prancha:

03/24


01

B

01 - Circulação Vertical 02 - Contrloe de Acesso 03 - Acesso Pier 04 - Área de Espera 05 - Bilheteria

C’

D’

Legenda

06

-7.00 m

07

08

06 - WC Masculino 07 - WC Feminino 08 - Sala Técnica 09 - Administração

09

B’

05 02

A

A’

01 04

N

C

D

03

Terminal Fluvial da Cidade de Petrolina Orientador:

Luiz R. F. Marcondes

Unicap Icam - Arquitetura e Urbanismo

Trabalho Final de Graduação Escala:

Aluna:

Mátricula:

Conteúdo:

Julia J. N. Vasconcelos

201710655-1

Planta do Nível 00

0

1

2

5m

Prancha:

04/24


Legenda

C’

D’

Legenda pontos elétricos Tomada monofásica 2P+T, à 0,30m do piso, em caixa 4x2"

Ponto de rede ,RJ45, à 0,30m do piso, em caixa 4x2"

Tomada monofásica dupla 2P+T, à 0,30m do piso, em caixa 4x2"

Ponto de rede, RJ45, no forro.

Tomada monofásica 2P+T,

Tomada monofásica 2P+T,

à 1,10m do piso em caixa 4x2"

Tomada monofásica dupla 2P+T, à 1,10m do piso em caixa 4x2"

01 - Acesso Cidade 02 - Circulação Vertical 03 - Circulação 04 - Área de Espera 05 - Lounge Café

no piso x

Tomada monofásica 2P+T, à 0,60m do piso, em caixa 4x2"

Interruptor simples, x seções, à 1,10m do piso, em caixa 4x2"

06 - Bebedouro 07 - WC Masculino 08 - WC Feminino 09 - Cozinha Café 10 - Sala Funcionários

Quadro de distribuição de luz

Tomada monofásica dupla 2P+T, à 0,60m do piso, em caixa 4x2"

01

02

B

08

10

-2.00 m

09

07 06 02

03

A

A’

Terminal Fluvial da Cidade de Petrolina Orientador:

Luiz R. F. Marcondes

05

C

D

04

N

B’

Unicap Icam - Arquitetura e Urbanismo

Trabalho Final de Graduação Escala:

Aluna:

Mátricula:

Conteúdo:

Julia J. N. Vasconcelos

201710655-1

Planta do Nível 01 - Pontos Elétricos

0

1

2

5m

Prancha:

05/24


C’

D’

Legenda pontos elétricos

Legenda

Tomada monofásica 2P+T, à 0,30m do piso, em caixa 4x2"

Ponto de rede, RJ45, no forro.

Tomada monofásica dupla 2P+T, à 0,30m do piso, em caixa 4x2"

Tomada monofásica 2P+T, no piso

Ponto de rede ,RJ45, à 0,30m do piso, em caixa 4x2"

x

Tomada monofásica 2P+T, à 1,10m do piso em caixa 4x2"

Interruptor simples, x seções, à 1,10m do piso, em caixa 4x2" Quadro de distribuição de luz

01 - Circulação Vertical 02 - Contrloe de Acesso 03 - Acesso Pier 04 - Área de Espera 05 - Bilheteria

06 - WC Masculino 07 - WC Feminino 08 - Sala Técnica 09 - Administração

Tomada monofásica dupla 2P+T, à 1,10m do piso em caixa 4x2"

01

B

06

-7.00 m

07

08

09

B’

05 02

A

A’

01 04

N

C

D

03

Terminal Fluvial da Cidade de Petrolina Orientador:

Luiz R. F. Marcondes

Unicap Icam - Arquitetura e Urbanismo

Trabalho Final de Graduação Escala:

Aluna:

Mátricula:

Conteúdo:

Julia J. N. Vasconcelos

201710655-1

Planta do Nível 00 - Pontos Elétricos

0

1

2

5m

Prancha:

06/24


Legenda iluminação

Legenda 01 - Acesso Cidade 02 - Circulação Vertical 03 - Circulação 04 - Área de Espera 05 - Lounge Café

Luminária de embutir para lâmpada PAR 20

C’

D’

Pendente linear para lâmpada tubular fluorescente

Pendente Abajour

06 - Bebedouro 07 - WC Masculino 08 - WC Feminino 09 - Cozinha Café 10 - Sala Funcionários

01

02

B

08

10

-2.00 m

09

07 06 02

03

A

A’

Terminal Fluvial da Cidade de Petrolina Orientador:

Luiz R. F. Marcondes

05

C

D

04

N

B’

Unicap Icam - Arquitetura e Urbanismo

Trabalho Final de Graduação Escala:

Aluna:

Mátricula:

Conteúdo:

Julia J. N. Vasconcelos

201710655-1

Planta do Nível 01 - Iluminação

0

1

2

5m

Prancha:

07/24


Legenda iluminação

C’

D’

Pendente linear para lâmpada tubular fluorescente Luminária de embutir para lâmpada PAR 20 Pendente Luminária de embutir para lâmpada dicróica

Legenda 01 - Circulação Vertical 02 - Contrloe de Acesso 03 - Acesso Pier 04 - Área de Espera 05 - Bilheteria

06 - WC Masculino 07 - WC Feminino 08 - Sala Técnica 09 - Administração

Placa de Led 22x22cm

01

B

06

-7.00 m

07

08

09

B’

05 02

A

A’

01 04

N

C

D

03

Terminal Fluvial da Cidade de Petrolina Orientador:

Luiz R. F. Marcondes

Unicap Icam - Arquitetura e Urbanismo

Trabalho Final de Graduação Escala:

Aluna:

Mátricula:

Conteúdo:

Julia J. N. Vasconcelos

201710655-1

Planta do Nível 00 - Iluminação

0

1

2

5m

Prancha:

08/24


0

1

0

2

5

N

5m

10

20m

Terminal Fluvial da Cidade de Petrolina Orientador:

Luiz R. F. Marcondes

Unicap Icam - Arquitetura e Urbanismo

Trabalho Final de Graduação Escala:

Aluna:

Mátricula:

Conteúdo:

Julia J. N. Vasconcelos

201710655-1

Corte AA

Indicada

Prancha:

09/24


0

1

0

2

5

N

5m

10

20m

Terminal Fluvial da Cidade de Petrolina Orientador:

Luiz R. F. Marcondes

Unicap Icam - Arquitetura e Urbanismo

Trabalho Final de Graduação Escala:

Aluna:

Mátricula:

Conteúdo:

Julia J. N. Vasconcelos

201710655-1

Corte BB

Indicada

Prancha:

10/24


0

0

1

2

5

N

5m

10

20m

Terminal Fluvial da Cidade de Petrolina Orientador:

Luiz R. F. Marcondes

Unicap Icam - Arquitetura e Urbanismo

Trabalho Final de Graduação Escala:

Aluna:

Mátricula:

Conteúdo:

Julia J. N. Vasconcelos

201710655-1

Corte CC

Indicada

Prancha:

11/24


0

1

0

2

5

N

5m

10

20m

Terminal Fluvial da Cidade de Petrolina Orientador:

Luiz R. F. Marcondes

Unicap Icam - Arquitetura e Urbanismo

Trabalho Final de Graduação Escala:

Aluna:

Mátricula:

Conteúdo:

Julia J. N. Vasconcelos

201710655-1

Corte DD

Indicada

Prancha:

12/24


Telha metálica sanduíche Treliça metálica

Viga metálica Pilar metálico em vista

Esquadria Metálica Brise com ripas de madeira horizontais com moldura metálica fixado em laje. Laje em concreto maciço Viga metálica Viga metálica Viga em concreto em vista Pilar em concreto em vista Esquadria metálica

LAJE EM CONTRETO MACIÇO VIGA METÁLICA PILAR DE CONCRETO EM VISTA

0

N

Terminal Fluvial da Cidade de Petrolina Orientador:

Luiz R. F. Marcondes

2

5

10m

Unicap Icam - Arquitetura e Urbanismo

Trabalho Final de Graduação Escala:

Aluna:

Mátricula:

Conteúdo:

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Detalhe Construtivo

Indicada

Prancha:

13/24


Fachada oeste

Fachada sul N

Terminal Fluvial da Cidade de Petrolina Orientador:

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Trabalho Final de Graduação Escala:

Aluna:

Mátricula:

Conteúdo:

Julia J. N. Vasconcelos

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Fachadas Indicadas

0

2

4

10m

Prancha:

14/24


Terminal Fluvial da Cidade de Petrolina Orientador:

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Trabalho Final de Graduação Escala:

Aluna:

Mátricula:

Conteúdo:

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Perspectivas externa

Prancha:

15/24


Terminal Fluvial da Cidade de Petrolina Orientador:

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Trabalho Final de Graduação Escala:

Aluna:

Mátricula:

Conteúdo:

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Perspectivas externa

Prancha:

16/24


Terminal Fluvial da Cidade de Petrolina Orientador:

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Trabalho Final de Graduação Escala:

Aluna:

Mátricula:

Conteúdo:

Julia J. N. Vasconcelos

201710655-1

Perspectivas externa

Prancha:

17/24


Terminal Fluvial da Cidade de Petrolina Orientador:

Luiz R. F. Marcondes

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Trabalho Final de Graduação Escala:

Aluna:

Mátricula:

Conteúdo:

Julia J. N. Vasconcelos

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Perspectivas externa pier

Prancha:

18/24


Terminal Fluvial da Cidade de Petrolina Orientador:

Luiz R. F. Marcondes

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Trabalho Final de Graduação Escala:

Aluna:

Mátricula:

Conteúdo:

Julia J. N. Vasconcelos

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Perspectivas passarela

Prancha:

19/24


Terminal Fluvial da Cidade de Petrolina Orientador:

Luiz R. F. Marcondes

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Trabalho Final de Graduação Escala:

Aluna:

Mátricula:

Conteúdo:

Julia J. N. Vasconcelos

201710655-1

Perspectivas externa

Prancha:

20/24


Terminal Fluvial da Cidade de Petrolina Orientador:

Luiz R. F. Marcondes

Unicap Icam - Arquitetura e Urbanismo

Trabalho Final de Graduação Escala:

Aluna:

Mátricula:

Conteúdo:

Julia J. N. Vasconcelos

201710655-1

Perspectivas interna - acesso

Prancha:

21/24


Terminal Fluvial da Cidade de Petrolina Orientador:

Luiz R. F. Marcondes

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Trabalho Final de Graduação Escala:

Aluna:

Mátricula:

Conteúdo:

Julia J. N. Vasconcelos

201710655-1

Perspectivas interna

Prancha:

22/24


Terminal Fluvial da Cidade de Petrolina Orientador:

Luiz R. F. Marcondes

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Trabalho Final de Graduação Escala:

Aluna:

Mátricula:

Conteúdo:

Julia J. N. Vasconcelos

201710655-1

Perspectivas interna

Prancha:

23/24


Terminal Fluvial da Cidade de Petrolina Orientador:

Luiz R. F. Marcondes

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Trabalho Final de Graduação Escala:

Aluna:

Mátricula:

Conteúdo:

Julia J. N. Vasconcelos

201710655-1

Perspectivas interna - acesso pier

Prancha:

24/24


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