Brasil Presbiteriano O Jornal Brasil Presbiteriano é órgão oficial da Igreja Presbiteriana do Brasil Ano 54 nº 694 – Setembro de 2012
IPB completa 153 anos Como parte da comemoração, Caminhada reuniu 35 mil presbiterianos na orla de Copacabana, no Rio de Janeiro Páginas 10 e 11
• Conflitos trabalhistas nas igrejas?
SAF da IP do Brás
• Igreja Presbiteriana condenada por violação de direito autoral? Pode ocorrer.
conta sua história que marca os 100 anos do trabalho feminino realizado na região
Leia, entenda e fique atento!
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EDITORIAL
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Náusea
A
mais triste das cartas escritas para as igrejas do Apocalipse foi a de Laodiceia. A única em que Cristo não incluiu qualquer palavra de apreciação a respeito de virtudes da igreja. Ele não viu uma sequer. Não era fácil lidar com Laodiceia. Outras igrejas tiveram de ser abordadas com severidade por tolerar ou praticar o erro, mas aqui o caso era outro. Jesus vai logo dizendo qual era o problema: Laodiceia não era contra nem a favor, muito pelo contrário. Jesus diz que a igreja não era fria nem quente, era morna, e
isso lhe causava repulsa. Ela acabaria sendo rejeitada pelo Senhor. Não que Laodiceia admitisse ter problemas. Segundo o próprio Jesus ela nutria excelente autoestima e fazia de si uma imagem muito positiva. Outras igrejas podiam ser carentes, mas essa se achava rica, dotada de todos os recursos de que poderia necessitar para tocar os seus inúmeros e ambiciosos projetos. Outras podiam não ter uma clara compreensão da realidade, mas esta supunha ver tudo com muita nitidez, sabia posicionar-se na sociedade
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de modo a conquistar o respeito geral. Outras podiam apresentar-se precariamente, mas esta investia na imagem, tinha estilo, seu visual bem trabalhado a recomendava, dava-lhe credibilidade e atraía adeptos. A igreja certamente crescia. A carta de Jesus foi um banho de água gelada naquela comunidade morna. Nada do que se valorizava ali tinha importância para ele. O Mestre desejava ter intimidade com a igreja, não apenas programas descolados, engajamento social e apresentação bem cuida-
da. Enquanto a igreja se agitava em muitas frentes, ela de fato tentava manterse neutra e indiferente em relação ao Senhor. Jesus a classificou como repulsiva. Nesta época que rejeita o autoritarismo dos fundamentos, a nossa igreja precisa ainda mais do aquecimento da intimidade com Jesus que nos levará a estrilar sempre que sua Palavra for negada ou distorcida. Não pode ficar sempre tudo por isso mesmo. Panos quentes são, na prática, compressas mornas. Isso, para Jesus, dá náusea.
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FAMÍLIAS PRESBITERIANAS DO BRASIL
Família Silva Alderi Souza de Matos
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sta família é uma das pioneiras da IP de São João da Cristina, no sul de Minas, sendo seu membro mais conhecido o Rev. Jacob Silva (1907-1987). Os avós maternos da esposa do Rev. Jacob, Manoel Gomes Ribeiro e Maria Ribeiro Gomes, foram recebidos por profissão de fé e batismo em 1896, pelo Rev. Manoel Antônio de Menezes. Na mesma ocasião, também professaram a fé sua filha Maria Cândida Ribeiro e o noivo Pedro Batista da Silva. Eles foram pais de Elmira Batista Gomes (19071947), primeira esposa do Rev. Jacob Silva. Os pais desse pastor, José Joaquim da Silva e Adelina Maria da Silva, também foram antigos membros dessa igreja, tendo sido recebidos por profissão de fé respectivamente em 1897 e 1898. Poucos anos depois, em 24 de setembro de 1900, ocorreu a organização da igreja de São João da Cristina. Jacob Silva nasceu no dia 7 de junho de 1907. Após fazer os estudos primários em São João, ingressou no Instituto Gammon, em Lavras, e em 1932 se formou em teologia no Seminário de Campinas. De 1933 a 1940, pastoreou várias igrejas no sul de Minas: São João da Cristina (primeiro pas-
tor residente), Itamonte, Itanhandu, São Lourenço e Passa Quatro. Na década de 1940 lecionou no Instituto Gammon, do qual também foi vice-diretor,
cido ao percorrer o Brasil incentivando as igrejas na prática do dízimo. Seu irmão João José da Silva (1904-1987) estudou agrimensura e agronomia
da Silva, Osiander Schaff da Silva e Crisander Schaff da Silva. Os primeiros nomes dos filhos homens homenageiam alguns reformadores protestantes e o segundo nome expressa admiração pelo teólogo e historiador Philip Schaff. O Rev. Jacob se casou em segundas núpcias com Zulmira Felisbina Silva, com a qual teve outros dois filhos: Jacob Silva Júnior (economista, fiscal de rendas) e Zulma Felisbina Silva (professora de biologia na Universidade de São Paulo).
de Anápolis. Reside com a esposa Márcia em Brasília, onde é professor de filosofia no 2º grau. Seu irmão Melanchton Silva, nascido em 1937, mais conhecido como “Professor Tom”, lecionou matemática no Colégio Evangélico de Buriti, em Mato Grosso, por cerca de 30 anos (1969-2000), tendo também atuado na evangelização dos alunos. Foi eleito presbítero da IP de Buriti/ Chapada dos Guimarães. Após a aposentadoria, passou a residir em São Paulo, onde é membro da
Presbitério Sul de Minas - Sr. José Joaquim da Silva - 5º em pe
diretor e orador oficial. Em 1951-52, lecionou no Instituto José Manoel da Conceição, em Jandira (SP). A partir de 1953, pastoreou as IPs da Penha, São Miguel Paulista e Santo Amaro. Depois de jubilado, tornou-se muito conhe-
Rev. Jacob Silva
no Instituto Gammon e foi um dos quatro missionários pioneiros da Missão Evangélica Caiuá, em Dourados, Mato Grosso, ao lado do Rev. Albert Sidney Maxwell, do Dr. Nelson de Araújo e do Dr. Esthon Marques. Casou-se em 1926 com Guilhermina Alves da Silva, natural de Piumhi (MG), que faleceu aos 101 anos em 2002. Após trabalhar na Missão Caiuá, o casal residiu por muitos anos em Lavras. Com a primeira esposa, Elmira, com a qual se casou em 1933, o Rev. Jacob teve seis filhos: Neander Schaff da Silva, Melanchton Schaff da Silva, Sinaida Kemper da Silva, Blandina Domitila
Rev. Jacob Silva e D. Zulmira Felisbina Silva
Osiander Schaff da Silva, nascido em 1944, trabalhou com o Sepal e foi um dos fundadores do conjunto Vencedores por Cristo. Foi ordenado pelo Presbitério de Piratininga em 1979, sucedendo o pai no pastorado da IP de Santo Amaro. Também pastoreou as IPs Central de Goiânia e
IP de Santo Amaro. É autor de um histórico da Igreja Presbiteriana de São João da Cristina (2000) e está preparando para publicação uma história de sua família. O Rev. Alderi Souza de Matos é pastor presbiteriano e historiador oficial da IPB. asdm@mackenzie.com.br
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ARTIGO
A origem de satanás Leandro Antônio de Lima
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ma das coisas mais difíceis de harmonizar com a Soberania de Deus é a questão da existência do mal, especialmente a origem dele. Falar sobre a origem do mal é entrar num dos caminhos mais obscuros da teologia. Antes mesmo de criar a terra e tudo o que nela há, Deus criou algo do qual não temos muito conhecimento, exceto pelas poucas indicações que a Bíblia nos dá. Estamos falando do mundo espiritual. No primeiro versículo da Bíblia está escrito: “No princípio criou Deus os céus e a terra” (Gn 1.1). O segundo versículo passa a concentrar toda a sua atenção na terra: “A terra, porém, era sem forma e vazia” (Gn 1.2). A partir daí pouco se fala sobre o céu. De alguma forma a criação do mundo espiritual está incluída ainda no primeiro versículo. O livro de Jó dá a entender que os anjos foram criados antes que a terra fosse feita porque lemos: “Onde estavas tu, quando eu lançava os fundamentos da terra? (...) Sobre que estão fundadas as suas bases ou quem lhe assentou a pedra angular, quando as estrelas da alva, juntas, alegremente cantavam, e rejubilavam todos os filhos de Deus?” (Jó 38.4-7). Sabemos que
Deus criou os anjos antes dos homens, e que houve uma queda no mundo dos anjos. Essa queda provavelmente aconteceu após o término da criação, uma vez que a Bíblia diz que ao terminar a obra “viu Deus tudo quanto fizera, e eis que era muito bom” (Gn 1.31). Se tudo era muito bom, isso nos faz pensar que a queda de Satanás ainda não havia ocorrido. Não podemos ter certeza sobre como aconteceu a queda dos anjos. Algumas deduções, entretanto, são possíveis a partir de textos indiretos. Sabemos apenas que de alguma forma um grupo de anjos liderados por Satanás se rebelou contra Deus. Satanás significa “Adversário” e é o grande líder dessa rebelião. Ele recebe muitos nomes na Bíblia, e o mais conhecido, Lúcifer (portador da luz), não está na Bíblia. Esse nome vem do latim e era aplicado ao planeta Vênus. O motivo desse nome ser associado a Satanás foi as versões latinas da Bíblia o terem dado ao título “estrela da manhã” que aparece em Isaías 14.12 (no hebraico Hallel). O texto de Isaías diz: “Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filho da alva! Como foste lançado por terra, tu que debilitavas as nações! Tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu; acima das
estrelas de Deus exaltarei o meu trono” (Is 14.1215). Em geral esse texto tem sido entendido como uma referência à queda de Satanás. O que não pode ser ignorado, entretanto, é que, em princípio, esse texto está sendo dirigido ao rei da Babilônia. É uma profecia a respeito desse rei e não uma explicação direta sobre a origem de Satanás. É certo, porém, que o rei da Babilônia tem lá as suas semelhanças com Satanás e, no mínimo, é um representante dele na terra. Por esse motivo, é possível que por detrás do que está sendo dito ao rei da Babilônia haja alguma reminiscência sobre o próprio Satanás. O texto descreve a queda desse rei que em seu orgulho queria ser semelhante a Deus, e realmente este parece ser o motivo principal da queda de Satanás. O grande pecado do diabo foi a soberba. Deduzimos isso de um texto do apóstolo Paulo em que ele fala sobre o cuidado na escolha dos presbíteros. Paulo diz que o presbítero da igreja não deveria ser neófito “para não suceder que se ensoberbeça e incorra na condenação do diabo” (1Tm 3.6). Isso sugere que o grande pecado do diabo foi a soberba ou o orgulho. Se de fato a rebelião de Satanás aconteceu após o sexto dia da
criação, então, o próprio motivo dessa queda pode ter sido o homem. Isso é só uma especulação, mas explicaria o ódio dele pelo ser humano. A inveja misturada ao orgulho por ver Deus colocar sua imagem no homem, e ao mesmo tempo por não ter a adoração que Deus recebia, pode ter sido o pivô da rebelião. Uma pergunta que normalmente surge é: Por que
“Quanto à origem do mal, talvez essa seja a mais difícil questão a ser respondida. É um fato que nunca teremos uma resposta satisfatória, pelo menos não nesta vida”.
Deus permite a existência de um Satanás? Não há dúvidas de que Deus poderia ter impedido a queda dos anjos ou mesmo exterminado todos eles a fim de que não causassem todo o mal que vêm causando ao longo das eras. Essa pergunta nos faz voltar à questão da própria origem do mal. De onde veio o mal? O mundo antigo sempre
acreditou que havia um deus bom e um deus mau. Modernamente essa crença denominada dualismo tem ressuscitado em muitos lugares, especialmente nos movimentos ligados à Nova Era. O dualismo identifica essas duas forças como iguais e dependentes uma da outra, como se uma completasse a outra que não poderia existir sozinha. Esse conceito está muito longe de ser bíblico. De acordo com a Bíblia Satanás não é igual a Deus. Deus é o único Soberano, Satanás é uma criatura rebelde de Deus. Quanto à origem do mal, talvez essa seja a mais difícil questão a ser respondida. É um fato que nunca teremos uma resposta satisfatória, pelo menos não nesta vida. Algumas perguntas nos ajudam a pensar no assunto. De onde veio o mal, se Deus é o criador de todas as coisas? É Satanás o criador do mal? Como ele teria criado o mal se ele próprio era bom antes de pecar? Para começar a responder, uma coisa precisa ficar absolutamente clara: Deus não é o autor do mal. Seja qual for a resposta que dermos para a origem do mal, ela precisa necessariamente excluir Deus, pois se Deus for o autor do mal, não poderia ser o Deus bom e justo no qual cremos. Deus é o criador de todas as
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coisas, mas não é o criador do mal. Então Satanás é o criador do mal? Se Satanás fosse o criador do mal, isso faria dele alguém que realmente está em competição direta com Deus. A verdade é que o mal não foi necessariamente criado. O que queremos dizer é que ninguém o criou do nada e de forma específica. É fruto do uso de coisas que já existiam, como por exemplo, o Livre-Arbítrio, a personalidade e o poder de Satanás. Nesse sentido, Deus dotou Satanás com essas qualidades e ele as usou para originar o mal. Isso é o máximo que podemos dizer, é somente até onde podemos ir. Muitos apelam para a expressão de Isaías, onde Deus diz: “Eu formo a luz e crio as trevas; faço a paz e crio o mal; eu, o SENHOR, faço todas estas coisas” (Is 45.7), como uma prova de que Deus é o autor do mal. O contexto da passagem em questão sugere que esse mal não se refere ao mal último, metafísico, mas a uma situação específica, que no caso dos judeus, seria a vinda dos caldeus contra a nação. O mal neste texto se refere mais a algo como uma calamidade, e não ao pecado. O fato de a Escritura não dar explicação direta sobre a origem do mal, mas, por outro lado mostrar o papel dele,
é uma indicação de que esse último deve ser o foco da nossa atenção. A origem do mal sempre será uma incógnita para nós. Voltando a questão do porquê da permissão de Deus para a origem do mal, devemos pensar se de alguma forma o mal não poderia ser usado por Deus em seus propósitos. Não adianta fecharmos os olhos para o fato de que se Deus concedeu livrearbítrio aos anjos e depois a Adão, assegurou a possibilidade da existência do mal. Porém não podemos imaginar que Deus permitiria algo que pudesse de fato arruinar seus propósitos. Deus sempre manteve tudo sobre controle, inclusive a origem do mal. A Confissão de Fé de Westminster diz: “Desde toda a eternidade, Deus, pelo muito sábio e santo conselho de sua própria vontade, ordenou livre e inalteravelmente tudo quanto acontece, porém de modo que nem Deus é o autor do pecado, nem violentada é a vontade da criatura, nem é tirada a liberdade ou contingência das causas secundárias, antes estabelecidas” (III, 1). Essa talvez seja a afirmação mais precisa que já foi formulada sobre a origem de todas as coisas. Há uma tensão admitida na frase, a de que por um lado tudo acontece segundo a vontade de Deus, e por outro, a de
que isto não faz de Deus o autor do pecado, nem elimina a liberdade do homem. A única responsabilidade pelo mal que pode ser atribuí-
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da a Deus é que ele criou um mundo no qual o mal era possível, e isso para demonstrar sua glória pelo fato dele saber lidar com
isso, e ao final conduzir tudo para um fim bom. O Rev Leandro de Lima é pastor da IP Santo Amaro, SP, e membro do Conselho Editorial da BP
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TESTEMUNHO
153 anos da IPB Júlio Sellos
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or chamado divino temos primeiramente o privilégio de ser cristão. E em segundo lugar a nossa opção humana foi escolher o presbiterianismo para o desenvolvimento de nossa fé e comunhão com nossos irmãos. Nossas razões para essa escolha são as seguintes: I. Somos presbiterianos por sua doutrina A doutrina da IPB é apostólica, pois perseveramos nos ensinamentos dos primitivos e únicos apóstolos. Ao surgir uma doutrina estranha, tipo “dente-deouro”, nós definitivamente não aceitamos... Adotamos o manual doutrinário chamado Confissão de Fé de Westminster, que foi escrita em Londres de 1643 a 1648, como a exposição fiel das doutrinas das Escrituras Sagradas. As doutrinas da IPB são bíblicas e não procedem de homens que agem como se fossem donos da Igreja cuja ênfase é pedir dinheiro e pregar saúde. II. Somos presbiterianos por sua história Historicamente somos calvinistas (e não, arminianos). No Brasil completamos hoje 153 anos da chegada do nosso primeiro missionário americano Rev. Ashbel Green Simonton. Ele iniciou seus serviços no Rio de Janeiro em 12/08/1859 afirmando:
Por que somos presbiterianos
“Ao Senhor pertencem os planos e ao seu servo iniciar a jornada”. Simonton deixou marcas saudáveis do presbiterianismo no Brasil. Ele organizou: a primeira ED com cinco crianças em
“As doutrinas da IPB são bíblicas e não procedem de homens que agem como se fossem donos da Igreja cuja ênfase é pedir dinheiro e pregar saúde”
22/04/1860; a primeira igreja (do RJ) em 12/01/1862; o primeiro jornal (Imprensa Evangélica) em 05/11/1864; o primeiro presbitério em 16/12/1865, quando. na sessão do dia seguinte foi ordenado ao sagrado ministério o ex-padre José Manoel da Conceição. O Rev. Simonton, que faleceu em 1867, foi auxiliado por seu cunhado “Rev. Alexander Blackford, o qual, além de presidir o primeiro presbitério, presidiu também o primeiro sínodo organizado em 1888 (composto de 3 presbitérios: Rio de Janeiro, Pernambuco, Campinas e Oeste de Minas). A Igreja contava com 50 igrejas
locais, mais de três mil membros professos, e não menos de dez mil assistentes (Imprensa Evangélica, 5/1/1889, p. 4). Hoje somos aproximadamente 300 presbitérios, 70 sínodos, e 5.300 igrejas organizadas com mais de um milhão de membros entre adultos e crianças, graças a Deus; aproximadamente 200 escolas de ensino regular, 08 seminários teológicos e 04 institutos bíblicos, 01 Editora, que publica o material que usamos na evangelização e educação cristã. III. Somos presbiterianos por seu governo O governo na IPB é democrático-representativo emanado do povo sobre os líderes. Nossa igreja tem uma Constituição (152 artigos) composta de leis pertinentes à boa administração da IPB. A palavra chave na Constituição é competência, pois dentro de nossa igreja, o pastor, o presbítero, o diácono, e cada sociedade interna (UPH/SAF/ UMP/UPA/UCP) têm sua competência na área de sua atuação, e assim igualmente os concílios da IPB que são quatro: conselho, presbitério, sínodo, supremo concílio. O governo de nossa igreja é conciliar, pois as decisões são tomadas oficialmente em concílios regularmente instalados, com o registro dos fatos ocorridos em atas, e onde se examinam todos os rela-
tórios, inclusive os financeiros para conhecimento do público. Tudo no presbiterianismo tem ordem e transparência. IV. Somos presbiterianos por sua ética Ao observar-se o genuíno cristão-presbiteriano, nota-se nele sua coerência, sua honradez, sua honestidade e seu comportamento social equilibrado de acordo com a Palavra de Deus. Reconhecemos que não
“A ética do verdadeiro presbiteriano é por santidade, caminhando com fé na absoluta soberania de Deus sobre a nossa vida e sobre todas as coisas”
somos perfeitos, e quando erramos, estamos sujeitos à disciplina eclesiástica da exortação, ou do afastamento da comunhão ou (nos casos extremos) da exclusão da Igreja (após processo regular com amplo direito de defesa do suposto réu, o qual ao sentir-se prejudicado no conselho, poderá recorrer aos três outros concílios superiores.). A IPB é a única igreja que dá direi-
to ao membro disciplinado no conselho de recorrer ao presbitério, e depois ao sínodo e ainda ao Supremo Concílio, para que assim, de fato, se faça justiça ao faltoso. O presbiteriano de verdade prega e pratica a Palavra, vivendo com dignidade e credibilidade onde estiver inserido. A ética do verdadeiro presbiteriano é por santidade, caminhando com fé na absoluta soberania de Deus sobre a nossa vida e sobre todas as coisas. V. Somos presbiterianos por sua fraternidade Os presbiterianos são zelosos em cuidar dos irmãos menos favorecidos materialmente socorrendo-os com amor. Não se vê presbiteriano pedindo esmolas. Na igreja local prima-se por comunhão e respeito entre os membros. Há amizade entre os irmãos e isso reflete-se nos alegres encontros de adoração a Deus e de confraternização social. Tudo isto nos faz muito bem. Somos felizes no presbiterianismo. Conclusão Somos cristãos. E somos presbiterianos (também chamados de reformados). Sejamos cristãos-presbiterianos por convicção, crescendo sempre na graça e conhecimento de Cristo, nosso Senhor. O Rev. Júlio Sellos é pastor da IP em Vila Velha, ES.
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HOMENAGEM
Os ilustres presbiterianos desconhecidos Fábio José Barbosa Correia
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m 2012 a IPB está completando 153 anos em solo brasileiro. Temos muito a comemorar. Muitas conquistas, apesar das muitas lutas. Mas não poderia ser diferente. Afinal, pregamos o genuíno evangelho de Cristo, aquele que nos advertiu previamente que o “caminho” não seria nada fácil. Realmente não foi. Não é. Não será. Comemoramos não simplesmente o tempo de existência, pois outras igrejas também poderão chegar a essa marca. O fato é que chegamos e chegamos bem. Deus foi gracioso para conosco. Essa não é uma visão romanceada da realidade. A IPB é uma das poucas igrejas reformadas do Brasil e tem permanecido fiel aos princípios basilares da Reforma Protestante, a exemplo do SolaScriptura. Por tudo isso, olhamos para trás e agradecemos a Deus o envio dos pioneiros do presbiterianismo no Brasil, especialmente o Rev. Ashbel Green Simonton, cuja lembrança é certaem todas as comemorações. Mas há ainda muitos presbiterianos que ajudaram nessa implantação definitiva, comoos Reverendos José Manoel da Conceição, John Rockwell Smith e tantos outros. Nessa lista de presbiterianos pioneiros reconhecidos também há espaço para leigos: Maria Antônia da Silva Ramos
(1815-1902), Antônio José dos Santos Neves (18271874), Presb. João Antunes de Moura (1849-1928), além de outros listados pelo historiador, Rev. Alderi Souza de Matos. Todos esses e muitos outros já fazem parte da galeria dos“ilustres e famosos” pioneiros do Presbiterianismo no Brasil. Homens e mulheres que dedicaram suas vidas a essa causa. A eles, nosso reconhecimento, lembrança e honras devidas. Mas a IPB não se faz apenas de famosos e ilustres. Há várias centenas de “desconhecidos” que a ajudaram a chegar bem até aqui. Homens e mulheres que jamais figurarão em alguma lista. Não serão lembrados nem citados. Pessoas que derramaram suor, lágrimas e até sanguepara que a IPB avançasse sempre, fazendoa chegar até nossos dias. Para homenagear a todos essesilustres presbiterianos desconhecidos, compartilho a história do agora não mais “desconhecido” Presb. Jonas Carvalho de Assis, da 1ª IPB Jordão – Recife-PE. Esse homem, acreditando ser importante fazer a IPB estender suas fronteiras e atendendo ao chamamento para pregar e ensinar aos eleitos daquela localidade, fundou a Congregação Presbiteriana em Jardim Jordão, em Jaboatão dos Guararapes-PE, no ano de 1999. Assim como toda implantação, aquela
também seria carregada de dificuldades e desafios. O local escolhido era de difícil acesso, sendo necessário transpor uma imensa e perigosa ladeira, cuja dificuldade aumentava, ora por conta das chuvas, ora por conta do sol escaldante, ora por conta dos perigos da escuridão da noite. A história da abertura desse campo seria
igual à de todos os outros não fosse o Presb.Jonas um cadeirante, fato que aumenta todas as dificuldades de forma exponencial; mas não para ele. Por muitas vezes ele foi empurrado ladeira acima, na chuva, por outros ilustres desconhecidos.Mas valeu a pena! Lá está um campoativo, com famílias inteiras sendo res-
gatas e tendo suas vidas transformadas pelo poder do evangelho de Cristo. Nesses 153 anos da IPB, nosso reconhecimento a todos os ilustres presbiterianos desconhecidos do Brasil, que fizeram e fazem a IPB avançar. Fábio José Barbosa Correia é presbítero da 1ª IP do Jordão no Recife, PE
Local: Igreja Presbiteriana de Paraíso Rua Oscar Maldonado, 166, Paraíso - São Gonçalo
Roberta Fonseca
PRELETORES
Pedagoga (UFRJ) e Especialista em literatura infanto-juvenil (UFRJ) e uma das autoras da Revista da EBD MQV da Editora Cultura Cristã e Coordenadora do Departamento Infantil da Igreja Presbiteriana de Ramos/RJ
Rev. José José Roberto Rodrigues Coelho
Igreja Presbiteriana Tambaú, João Pessoa/PB Secretário Geral do Trabalho da Infância – IPB
Presb. Presb. Uerles Macedo
Igreja Presbiteriana Nova Aliança-SG Administrador, Especialista em Gestão da Qualidade/UFRJ e Secretário Presbiterial de Educação Religiosa – PCEF
ORGANIZAÇ ORGANIZAÇÃO Federaç Federação de Escolas Bí Bíblicas Dominicais
“Como Trabalhar com Juniores e Pré-adolescentes" “O Papel da Igreja e da Família na Educação das Crianças” “Como Preparar Uma Escola Dominical Dinâmica”
APOIO Presbité Presbitério Central Fluminense
Secretaria de Educaç Educação Religiosa - PCEF
Secretaria Sinodal de Ed. Religiosa - SLF
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BP LEGAL
Conflitos trabalhistas nas Igrejas Ricardo Barbosa
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resce nos tribunais trabalhistas o número de ações com pedido de reconhecimento de vínculo de emprego por pastores e fiéis contra suas igrejas. Embora o problema não atinja diretamente a Igreja Presbiteriana do Brasil, tal circunstância não lhe escapa o interesse. Primeiramente é preciso atentar que, historicamente, a jurisprudência trabalhista tende a ser favorável às igrejas, ao negar o reconhecimento de relação empregatícia a pastores e a seus membros. Os juízes consideram que a subordinação existente é de “índole eclesiástica”, e não empregatícia, e que a retribuição financeira seria apenas para “a manutenção do religioso”. Contudo, mais recentemente e, sobretudo, no contexto dos grupos neopentecostais, a Justiça do Trabalho tem entendido que, quando se busca “lucrar com a palavra de Deus”, poder-se-ia enquadrar uma igreja como “empresa” e um pastor como “empregado”. Assim, as condenações judiciais das igrejas têm ocorrido quando se verifica a circunstância dos pastores serem obrigados ao cumprimento de metas de arrecadação de dízimos e ofertas. “Pode haver instituições
que aparentam finalidades religiosas e, na verdade, se dedicam a explorar o sentimento religioso do povo, com fins lucrativos. Nesse caso, o caráter comercial da igreja permite que seja reconhecido o vínculo empregatício entre os pastores e a instituição”, diz o ministro Ives Gandra Martins Filho, relator de um caso analisado recentemente pela 7ª Turma do Tribunal Superior do Trabalho (TST). Nesse caso, a cobrança de metas pelas igrejas desvirtuaria o caráter eclesiástico, e daria suporte a configuração da subordinação trabalhista para fins de relação de emprego. A situação gerou tamanha insegurança que já começam a surgir casos de instituições religiosas de outras denominações que preferem registrar seus pastores. Além de reconhecer o vínculo de emprego, o TST confirmou decisão que condenou uma igreja ao pagamento de R$ 19 mil de indenização por danos morais a um expastor acusado indevidamente de furto. Em outro caso, embora não tenha sido reconhecida a relação de emprego, foi arbitrada indenização a um ex-pastor acusado, sem provas, de subtrair o dízimo oferecido pelos fiéis durante os cultos. O valor estipulado foi de R$ 70 mil.
As igrejas também têm respondido a processos ajuizados por seus fiéis. Recentemente, o Tribunal Regional do Trabalho do Maranhão reconheceu vínculo entre um de seus membros e uma instituição religiosa. No caso, o reclamante alegou que trabalhava como vigia, fazendo três plantões por semana - turnos de 12 horas corridas, com folga de 24 e 48 horas.
“Pode haver instituições que aparentam finalidades religiosas e, na verdade, se dedicam a explorar o sentimento religioso do povo, com fins lucrativos”.
Pelo serviço, recebia pagamentos quinzenais de R$ 600, mas não era registrado pela igreja. Há também casos envolvendo professores de música, regentes de coral, instrumentistas, zeladores, costureiras e secretários. Nesse caso há que se fazer uma diferenciação: mesmo numa entidade genuinamente eclesiástica, onde a fé não é mercadejada, há funções cujas atividades não são tipica-
mente eclesiásticas (poderíamos assim designá-las como “atividades meio”), como limpeza, segurança, serviços de escritório e de manutenção. Nesses casos, havendo uma contratação, na qual os requisitos da pessoalidade, habitualidade, remuneração e subordinação estão presentes, a natureza empregatícia é inexorável, devendo a igreja arcar com todas as obrigações decorrentes de um típico contrato de trabalho regido pela CLT. Por outro lado, em funções eclesiásticas típicas, como as do oficialato (pastorado, presbiterato e diaconato), bem como em atividades ministeriais nas quais a remuneração não esteja presente (e sim a marca do voluntariado, da abnegação e da motivação pela fé) não há que se falar em relação de emprego, com exceção das situações de desvirtuamento da igreja (objetivo comercial). Dessas considerações podemos extrair alguns cuidados a serem observados em nossas igrejas: Podemos organizar nossas ações, mas devemos tomar o cuidado de não planejar os resultados: “planejamento estratégico”, “planos de carreira pastoral”, estabelecimento de “côngruas vinculadas a metas de arrecadação dizimal”, posturas tomadas por conselhos que tratam seus
pastores como “subordinados” e sujeitos a regras que extrapolam as normas contidas na Constituição da IPB, são os ingredientes certos para que tribunais trabalhistas considerem desvirtuadas as atividades eclesiásticas de uma igreja, e concedam vinculo empregatício a quem reclamar; Tomemos os devidos cuidados com relação às atividades ministeriais, especialmente nas áreas ligadas à música, assistência social e educação. É fundamental que o vinculo seja caracterizado pela natureza eclesiástica. O obreiro deve ser membro da igreja, nomeado pelo seu conselho ou eleito por uma de suas sociedades internas. No mais, é recomendável que não haja dinheiro envolvido como paga pelos trabalhos executados. A essência das atividades ministeriais é a gratuitamente e o voluntariado. Por fim, quanto aos profissionais que prestam serviços nas atividades-meio da igreja (zeladores, secretários, administradores, vigias, etc) se presentes a requisitos da relação de emprego, deve haver o respectivo registro e cumprimento de todas as obrigações trabalhistas previstas na CLT. Ricardo de Abreu Barbosa, é advogado e presbítero da 1ª IP de São Bernardo do Campo, SP
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MISSÕES
Missionários atuando no mundo árabe Emma Castro
O
casal de missionários Rev. Leonardo e Célia de Jesus seguiram para o Líbano no inicio de 2006, depois de trabalhar durante dez anos com comunidades árabes no Brasil. Eles desenvolvem projetos e apoiam o crescimento e desenvolvimento da Igreja Presbiteriana que já existe no eixo Síria-Líbano desde 1820, denominada Sínodo das Igrejas Evangélicas da Síria e do Líbano. Muitas são as razões pelas quais a igreja não se fortaleceu nem se expandiu desde o início nessa região. De acordo com o missionário um dos fatores principais, além da predominância da religião muçulmana, é o constante conflito geopolítico que afeta diretamente a vida eclesiástica. Após cinco meses da sua chegada no Líbano, o casal enfrentou um dos primeiros desafios marcantes no ministério, pois estourou “A guerra de 2006 entre
Israel e o Resbolá”. Eles tiveram a possibilidade de se retirar do país, mas preferiram ficar para ajudar o povo que sofria com os constantes bombardeios e ataques de mísseis. Esta atitude abriu muitas portas porque as pessoas se sentiram amadas. A igreja possui um hospital que atualmente está desativado, porém o asilo construído no complexo hospitalar continua ativo. É nesse asilo que Leonardo desenvolve o ministério de capelania, e Célia realiza atividades de artesanato e terapia ocupacional com os idosos. Um dos projetos desenvolvidos pelos missionários é o “Projeto Rajá”, que em árabe significa Esperança de Salvação. O projeto nasceu da necessidade de capacitar e instruir as pessoas menos favorecidas e visa ajudar os trabalhadores imigrantes, refugiados, minorias étnicas-religiosas e os marginalizados da sociedade,
Célia realiza atividades de artesanato e terapia ocupacional com os idosos
na sua maioria africanos e asiáticos que trabalham em regime de semi-escravidão, conforme o relato de Célia. Leonardo, que é engenheiro em processamento de dados, ensina computação e Célia ensina artesanato, para que as pessoas possam gerar renda para suas famílias. Ao falar das experiências marcantes do ministério, Leonardo enfatiza: “Ver as pessoas tendo um encontro com Cristo é sempre a melhor das experiências, sem sombra de dúvidas. Acompanhar uma pessoa que entende a mensagem do evangelho e vê-la sendo transformada pelo Espírito Santo é a maior de todas as nossas alegrias. Isso pudemos experimentar depois de três anos do nosso ministério no Líbano, quando a Sumita, que era budista, se rendeu a Cristo. Ela era uma das imigrantes da Sirilanka. Nós a discipulamos e batizamos. Logo que acabou seu contrato ela retornou ao seu país como uma missionária no meio do seu povo”, compartilhou emocionado o missionário. Ele acredita que o preparo, antes de seguir para o campo, é um fator muito importante e que, grande parte do sucesso do ministério e de adaptação ao campo depende disso, principalmente na construção de relacionamentos duradouros. De acordo com as experiências vividas no
No asilo, Leonardo desenvolve o ministério de capelania
mundo árabe, é necessário que o missionário que deseja trabalhar em contexto transcultural tenha um bom preparo teológico, transcultural e linguístico, além de uma faculdade. “Eu acredito que hoje não tem mais a oportunidade de servir em qualquer lugar do mundo sem uma profissão. O missionário tem que ter uma profissão. Não vou chegar ao extremo de dizer que a faculdade é indispensável, mas se o missionário tem uma faculdade, um curso superior certamente terá mais portas abertas”, acredita Leonardo. Para Célia, é fundamental que o missionário siga para o campo com a convicção e disposição de servir de varias maneiras, com sua profissão ou na oportunidade que surgir. Segundo os missionários o maior desafio que enfrentam atualmente é lidar com a instabilidade. “Com o conflito na região a gente não sabe o que vai acontecer amanhã, isso gera certo
desconforto ao planejar a longo prazo porque não sabemos das dificuldades que surgirão. Claro que a gente depende da graça de Deus e da ação de Deus. Outro desafio nosso é nossa saúde, porque a gente precisa estar bem para continuar servindo” disse o missionário. E acrescentou: “O que esperamos dos nossos irmãos da IPB é que nos acompanhem, que lembrem sempre que não estamos lá em nosso nome, estamos lá representando o Senhor, o Reino de Cristo. Queremos ter a certeza de poder contar com as intercessões e o apoio dos irmãos. Esperamos que a IPB se veja lá no mundo árabe fazendo a diferença por intermédio da nossa vida, porque temos a certeza de que Deus quer continuar nos usando nesta região, mesmo enfrentando as dificuldades do próprio contexto”, concluiu. Emma Castro é missionária e faz parte da equipe de comunicação da APMT
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COMEMORAÇÃO
IPB completa 153 anos
Sínodos de São Paulo se reúnem para celebrar N o dia 18 de agosto os 15 Sínodos do Estado de São Paulo celebraram os 153 anos da IPB. O culto de adoração realizado no Auditório Rui Barbosa, na Universidade Presbiteriana Mackenzie, teve início às 16 horas facilitando a participação, até mesmo, dos sínodos mais distantes da Capital. Com uma liturgia breve, a comemoração contou com quase 100 vozes do coral do Presbitério Norte Paulistano que entoou três hinos de louvor. Na ocasião, a Palavra seria ministrada pelo Presidente do Supremo Concílio, Rev. Roberto Brasileiro. No entanto, por conta de um acidente doméstico, o reverendo não pode comparecer e convidou o Rev. Milton Ribeiro, Presidente do Sínodo Litoral e pastor da IP Jardim de Oração, para que o substituísse na ocasião. “Creio que a melhor figura a estar aqui seria o nosso presidente Rev. Roberto Brasileiro, mas por um pequeno acidente doméstico, nada muito grave, não foi possível. De qualquer forma, foi ele quem me designou a estar aqui para trazer a mensagem nessa noite. A minha palavra teve como objetivo propor um compromisso pessoal de cada membro dado como um presente de aniversário para a IPB. É um dia de comemoração e devemos agradecer a Deus pela vida e história da nossa Igreja. Senti falta dos jovens participando do culto, ministrando um período de cânticos. É um dia de festa e precisamos de fato, de modo respeitoso, é claro, festejar”, declarou o Rev. Milton. Ao finalizar a mensagem, o pregador da noite ressaltou que “as bênçãos derramadas sobre a IPB nesses
anos não são para mostrar o que somos ou que no céu só terá presbiterianos, mas para testemunhar quem Deus é”. As autoridades presentes foram apresentadas pelo idealizador do evento e presidente do Sínodo Sudoeste Paulista, Presb. Clodoaldo Furlan, que em seguida agradeceu e mencionou de forma animada as igrejas do interior do Estado ali presentes. “A grande força desse culto está nesse presbiterianismo paulista de que a Igreja é uma só e quando os 15 Sínodos se reúnem para, diante de Deus, agradecer pelo que Deus tem feito, aí está a grande bênção! Somos uma Igreja nacional, e aqui em São Paulo nós trabalhamos espalhados nessas 15 regionais vendo o quanto Deus tem abençoado a IPB. Sem dúvida, é um momento de se reunir para agradecer”, afirmou o Presb. Furlan. Compareceram os seguintes representantes: Rev. Waldomiro Nunes da Fonseca (Sínodo Sorocaba), Rev. João Dilson de Oliveira (Sínodo Mogiana), Rev. Naity Wesley Schwench Gripp (Sínodo Vale do Paraíba), Presb. Damocles Perroni Carvalho (Sínodo Norte Paulistano), Presb. Paulo Mastro Pietro (Sínodo Leste de São Paulo), Rev. Marcos
Tadeu Torres (Sínodo São Paulo), Rev. Marco Antônio Rodrigues (Sínodo Unido), Rev. Ageu Cirilo de Magalhães Júnior (Sínodo Piratininga), Rev. Denivaldo Bahia de Mello (Sínodo Grande ABC), Rev. José Maurício Passos Nepomuceno (Sínodo Paulistano), Hesio, César de Souza Maciel (Presidente da Universidade Presbiteriana Mackenzie) e o Rev.Arival Dias Casimiro (Presidente do PMC- Plano Missionário Cooperativo). O Diretor do Seminário JMC, em São Paulo, Ageu Cirilo de Magalhães Júnior falou da alegria de contribuir para o crescimento da IPB. “O Seminário JMC tem formado pastores comprometidos com a Palavra de Deus que tem pastoreado campos no Brasil e fora do Brasil. Saber que estamos contribuindo para o crescimento da IPB no Brasil e fora dele é uma alegria para o nosso seminário que tem se voltado muito para essa área missionária sem perder a ascendência acadêmica. Esse culto de comemoração é importante para o povo presbiteriano perceber a força que tem. Somos um grande número na região e esse ajuntamento é extraordinário para lembrar que não somos apenas igrejas, mas somos um povo de Deus forte em São Paulo”. Dagoberto Santana
Pregador da noite foi o Rev. Milton Ribeiro, Presidente do Sínodo Litoral
O agradecimento se estendeu à Casa Editora Presbiteriana, ao Jornal Brasil Presbiteriano, ao Seminário JMC, à APMT e à Luz Para o Caminho, pelo apoio na expansão do Evangelho e plantação de novas igrejas pelo Brasil. Os parceiros mencionados tiveram um espaço para apresentação de seus produtos na saída do Auditório e cada participante foi presenteado com dois exemplares do Jornal Brasil Presbiteriano. O aniversário de 153 anos foi comemorado em todo o país, como aconteceu em Pernambuco, no dia 12 de agosto, no Centro de Convenções de Olinda. Houve a participação de um coral com 450 vozes no culto de ação de graça coordenado pelo Presidente do Sínodo em Pernambuco, Rev. Roberval Góis. O Presidente do Supremo Concílio da IPB, Rev. Roberto Brasileiro, falou do privilégio de um grupo denominacional em comemorar tal feito, mas também da responsabilidade diante de Deus de sermos testemunhas do Seu amor, chamando a responsabilidade para missões.
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Caminhada Presbiteriana em Copacabana, Rio de Janeiro C
om o tema Cidadania: Ponha fé nesta ideia 35 mil presbiterianos – dados oficiais da Polícia Militar, participaram da caminhadana orla de Copacabana, Rio de Janeiro, no dia 12 de agosto, celebrando os 153 anos da Igreja Presbiteriana no Brasil. Fruto do árduo trabalho de aproximação dos 12 sínodos do Estado do Rio de Janeiro, que desde agosto de 2011 têm perseguido uma agenda única: 1) Plantação de igrejas em todos os municípios do estado; 2) Aumentar a participação das igrejas fluminenses no envio dos dízimos à tesouraria da IPB; 3) Aproximar o Mackenzie da IPB/RJ; 4) Buscar maior visibilidade da IPB em todo Estado. O Rev. Marcos Amaral, Coordenador Geral da Caminhada Presbiteriana, em sua participação no Programa Verdade e Vida, destacou que a Caminhada é uma maneira de nos apresentar à sociedade para a interlocução da construção
O vice-presidente da IPB, Juarez Marcondes, saudando os 35 mil presbiterianos
da cidadania e que o eixo da proposta da caminhada é a pregação da Palavra de Deus, ou seja, dizer para sociedade que Jesus Cristo, o Deus Encarnado é o único meio eficaz para a transformação do homem. Entretanto, a caminhada também propõe temas ligados diretamente à sociedade, e por isso foram
Alguns líderes Sinodais e da IPB, presentes em Copacabana
levantadas as oito metas apontadas pela ONU, para a construção de um mundo melhor: justiça, moradia, segurança, ética, educação, igualdade ... Enfim, o evento foi uma forma de dizer à sociedade que a igreja pode ser um grande interlocutor na construção de uma nova cidadania. Centenas de igrejas do Estado do
Rio de janeiro estiveram representadas no evento, inclusive do Espírito Santo e de outras regiões do Brasil. O Rev.Juarez Marcondes, vicepresidente do Supremo Concílio da IPB representou o Rev. Roberto Brasileiro, presidente do SC/IPB, que estava em Recife participando das comemorações do aniversário da IPB na região nordeste. Também participaram do evento os presidentes dos sínodos da região e de outros estados do Brasil, como Tocantins, Mato Grosso, Maranhão, Santa Catarina, Pará, entre outros. Ao final da caminhada, o Rev. Hernandes Dias Lopes apresentou a mensagem do evangelho aos presentes e aos que estavam nos arredores e na praia. Ao final do evento, Josué Rodrigues e João Alexandre tiveram sua participação com duas canções. O aquecimento para o encontro aconteceu no Posto 6 às 9h. Para lá foram os presbiterianos cariocas, fluminenses e também de outros estados.
Rev. Hernandes Dias Lopes, pregador oficial, fala do Evangelho de Jesus
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AÇÃO SOCIAL
Projeto Missionário de Férias em Mara Rosa, GO Luciana Silva
A
IP de Brasília realizou entre os dias 22 e 28 de julho o Projeto Missionário de Férias (PMF) em Mara Rosa, cidade do interior de Goiás que possui aproximadamente 10 mil habitantes. Estavam presentes jovens de diversas cidades do Distrito Federal e de vários presbitérios, tais como Federação de Mocidade do Distrito Federal (FEMODF), Federação de Mocidade do Planalto Central (FEMOPPLA), Federação de Mocidade de Taguatinga (FEMOTAG), além de integrantes da UPA, totalizando 51 pessoas. De acordo com o pastor da IP em Mara Rosa,Rev. Wilson Lázaro, ao chegar à cidade com a família – esposa Liliana e filhos Isaac e Natan –há seis meses, encontrou o templo fechado e precisando de reformas. Desde então surgiu anseio de reerguer a igreja. Com a orientação de Deus e a ajuda de parceiros, deixou sua cidade Anápolis para fazer a obra. A caravana do PMF chegou às instalações da igreja totalmente reformada e zelada pelo pastor e família, em esforço conjunto com as integrantes da SAF, que cuidaram da organização da limpeza e auxiliaram a equipe da cozinha. A viagem foi muito agradável, tanto a ida como a volta. No primeiro dia de Esco-
la Bíblica de Férias (EBF) mais de 90 crianças participaram, todas sedentas para ouvir sobre o amor de Deus e muitas disseram às monitoras sentir o desejo de entregar os corações a Cristo, no último dia 117 crianças participaram das atividades. ROTINA Os participantes acordavam todos os dias às 6h, tomavam café e, às 7h15 se reuniam para devocional até as 8h quando um grupo se dirigia ao local da EBF e outro convidava as crianças pela cidade. Entre 9h e 11h40 as crianças interagiam com os professores, participando de brincadeiras, aulas e recebendo lanche. O almoço, preparado pela Maria Gonçalves da IP do Riacho Fundo I e Aparecida da IP de Ceilândia, estava pronto ao meio-dia. Elas também preparavam todas as outras refeições, com alegria no rosto. Depois da manhã intensa, parte dos participantes do PMF ainda organizava a igreja para a realização de ação social, às 14h, com atendimento médico, teste de glicose, aferição de pressão, manicure, pedicure, cabeleireiro e ao final atendimento com a mestra em Psicologia Clínica, Raquel Paiva. Apesar do calor, o restante do grupo saía às ruas evangelizando de porta em
No último dia 117 crianças participaram da EBF
porta, conversando com os moradores da cidade e apresentando o evangelho, ouvindohistórias e intercedendo por cada pedido mencionado.A simpatia e a simplicidade dos moradores marcaram o evangelismo, muitos ofereciam lanche e um cafezinho no final da tarde. A receptividade estampada no rosto deles mostrou que não precisamos de muito para ter um coração acolhedor. RESULTADOS Não sabíamos o que o Senhor Jesus planejava para a cidade. É época deeleição, por isso Mara Rosa estava agitada, cheia de carros de som e muita propaganda partidária. Mesmo assim, não houve problemas com os eventos políticos, apenas em uma das noiteso culto e comício ocorreram na mesma rua. Nesse dia muitas pessoas se entregaram a
Cristo, para honra e glória do nome Dele. Enquanto anunciávamos o Evangelho, as irmãs Keila Pinheiro e Sônia Almeida, da IP do Riacho Fundo 1, permaneciam em constante e fervorosa oração. Durantes os dias de evangelização foram carimbados 2.740 folhetos, 1.910 minibíblias, 24 Novos Testamentos e uma Bíblia. Do total, foram distribuídos 1.572 folhetos, 1.072 mini-bíblias, a Bíblia e os Novos Testamentos. O material restante ficou à disposição do pastor da igreja em Mara Rosa para uso evangelístico, além de 28 Bíblias para doação aos novos convertidos. Das pessoas alcançadas com o evangelismo, 80 fichas foram preenchidas: 50 pessoas solicitando visita do pastor, 11 decisões, 3 reconciliações e 16 discipulados, ficando sob responsabilidade do pastor continuar e iniciar estudo com os
demais. ...pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie (Ef 2.8-9). De retorno ao Distrito Federal, o presidente da Femodf, Fernando Rodrigues, proporcionou aos participantes do PMF um momento de descanso no Lago Azul Goiás, churrasco delicioso em um local de paisagem perfeita. A maioriada populaçãona cidade de Mara Rosaé católica. A congregação da IPB existe desde 1966, possui 13 membros comungantes e 7 menores, 26 matriculados na EBD. A SAF é estruturada, tem um grupo de oito adolescentes e a congregação, no momento, conta apenas com a participação fixa de mulheres. Luciana Silva é da equipe de comunicação da Federação de Mocidade do Distrito Federal
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SUSTENTÁVEL
A Rio + 20 e a Palavra de Deus Claudio Aragão da Guia
A
questão da sustentabilidade não é nova, pois, desde o princípio, Deus tudo criou e abençoou, dando ao homem, criado à sua imagem e semelhança, domínio sobre tudo o que criara, mas um domínio exercido com coração e mente, ou seja, com vontade e entendimento ensinados e devidamente governados por sua Palavra: “Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus o criou; homem e mulher os criou.
E Deus os abençoou e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo animal que rasteja pela terra” – Gênesis 1.27-28. Deus falava de sustentabilidade. E tudo isso se deu em um tempo “pré-lapsário”, ou seja, numa condição humana antes da queda. Após a queda, tudo mudou, o que inclui não apenas a natureza humana, mas a própria natureza, as obras criadas, o Universo: “E a Adão disse:
JMC
CURSOS LIVRES º 2 S E M E S T R E D E 2012 SETEMBRO
Dia
Homilética • como preparar estudos e mensagens bíblicas Rev. George Canelhas treinamento Para Professores de escoLa dominicaL Rev. Gildásio Jesus Barbosa dos Reis
OUTUBRO
Dia
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treinamento de oficiais: presbíteros e diáconos Rev. Gildásio Jesus Barbosa dos Reis Dia
20
Lidando com as Perdas e enfrentando o luto Professora Raquel Mendes Carrer Castro Dia
NOVEMBRO
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PreParando Líderes Para encontro de casais Professora Raquel Mendes Carrer Castro
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Liderança Rev. George Canelhas uma introdução a relação entre o cristão e a cultura Rev. Filipe Costa Fontes servindo a cristo em um brasil pós ou Hiper-moderno Rev. Fabiano de almeida Oliveira
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Visto que atendeste à voz de tua mulher e comeste da árvore que eu te ordenara não comesses, maldita é a terra por tua causa [...] Ela produzirá também cardos e abrolhos, e tu comerás a erva do campo” – Gênesis 3.17-18. Daí não causar espanto a declaração do profeta Jeremias, cujo ofício profético foi desenvolvido nos idos de 627 a 587 a.C.: “Até quando estará de luto a terra, e se secará a erva de todo o campo? Por causa da maldade dos que habitam nela, perecem os animais e as aves; porquanto dizem: Ele não verá o nosso fim” – Jeremias 12.4. Somente a partir do conhecimento de Deus, revelado nas Sagradas Escrituras e operado pelo Espírito Santo, é que o homem regenerado experimentará uma verdadeira revolução no conhecimento que tem de si mesmo, com repercussões morais e espirituais que lhe permitirão enxergar, compreender o mundo espiritualmente, levando-o a viver uma vida que glorifique a Deus. Os principais temas da Rio + 20 são: “Uma economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza” e “O quadro institucional para o desenvolvimento sustentável”, temas de reflexão quanto ao futuro do mundo, quanto
à proteção ao meio ambiente, quanto à justiça social e à pobreza. Contudo, a menos que o âmago da questão seja alcançado e tratado – “Por causa da maldade dos que habitam nela, perecem os animais e as aves; porquanto dizem: Ele não verá o nosso fim” – Jr 12.4, tudo não passará de medidas paliativas, casuísticas, atendendo interesses outros, que não o bem da sociedade humana, em sua essência. De certa maneira, a Rio + 20 busca encontrar o caminho para a “redenção” do meio ambiente, da criação, que na linguagem paulina é assim referida: “A ardente expectativa da criação aguarda a revelação dos filhos de Deus. Pois a criação está sujeita à vaidade, não voluntariamente, mas por causa daquele que a sujeitou, na esperança de que a própria criação será redimida do cativeiro da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus. Porque sabemos que toda a criação, a um só tempo, geme e suporta angústias até agora” – Romanos 8.19-22. Diferentemente do pensamento agostiniano, segundo o qual o pecado original é uma privação do bem, o reformador João Calvino entende o mesmo como uma fonte contínua de mal, o que é consentâneo com o entendimento de Jeremias:
“Por causa da maldade dos que habitam nela, perecem os animais e as aves; porquanto dizem: Ele não verá o nosso fim”. À indagação de Jeremias – “Até quando estará de luto a terra...?” – o apóstolo Paulo responde: a criação será redimida do cativeiro da corrupção quando da revelação dos filhos de Deus, ou seja, quando Deus cumprir suas promessas de absoluta redenção, quando o Senhor Jesus Cristo voltar e nós, que temos as primícias do Espírito, formos adotados definitivamente como filhos e experimentarmos a redenção do nosso corpo, conforme Romanos 8.19-23. Façamos nossa parte, nós que conhecemos a Deus e obedecemos a Deus. Sejamos cidadãos conscientes e responsáveis sabendo, entretanto, de onde virá o socorro, a redenção, a salvação, a resposta definitiva e absoluta. Vivamos no presente século “esperando e apressando a vinda do Dia de Deus, por causa do qual os céus, incendiados, serão desfeitos, e os elementos abrasados se derreterão. Nós, porém, segundo a sua promessa, esperamos novos céus e nova terra, nos quais habita justiça” – 2 Pedro 3.12-13. Rev. Claudio Aragão da Guia é diretor do Seminário Presbiteriano do Rio de Janeiro
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Novo Sínodo
Obedecer: uma
prova
de amor Nos dias 27, 28 e 29 julho a IP em Ja boatão promoveu a Es cola Bíblica de Férias reunindo mais de 260 crian ças. De forma lúdica e prazerosa, as crianças ouviram a Palavra do Se nhor por meio do tema Ob edece: Uma Prova de Am or, inspirado na vida de obediência de Noé e a grande construção da ar ca. Toda a igreja se empe nhou em um traba lho realizado com durante os 3 dia zelo e dedicação s.
Crianças de Torre de Pedra estudam a vida de Daniel Com a graça de Deus a IP de Torre de Pedra, interior de São Paulo, realizou nos dias 18 a 21 de julho a Escola Bíblica de Férias que teve como tema “A Vida de Daniel”, baseando-se no versículo chave do capítulo seis “...três vezes no dia, se punha de joelhos, e orava, e dava graças, diante do seu Deus, como costumava fazer”. Foram dias de intenso trabalho, porém de grande alegria e satisfação, recebendo cerca de 100 crianças e adolescentes a cada dia da EBF. No sábado, aconteceu o culto de encerramento com a entrega dos diplomas de participação, lembrancinhas e doces, e a presença de um grande número dos pais das crianças, principalmente não crentes. Louvado seja Deus! Agradecemos e rogamos as bênçãos de Deus sobre todos aqueles que participaram direta e indiretamente deste grande evento: professores, cozinheiras, responsáveis pelos fantoches e à direção da Escola Estadual Professor Renato Angelini por nos ceder suas salas de aulas para a realização da EBF.
No dia 4 de agosto foi organizado o Sínodo Paulistano pelos composto Pau: ios tér Presbi listano (organizado em 19 de janeiro de 1960), Central Paulistano (organizado em 24 de setembro de 2011) e Suleste (orgaPaulistano de 24 em o nizad mo Concílio conduziu setembro de 2011). pela Executiva do Supre a ad me no são mis Co A Sínodo que ficou assim o da Mesa Executiva do os trabalhos da eleiçã io constituída: muceno, do Presbitér Mauricio Passos Nepo Presidente- Rev. José Paulistano; tério Central Paulistano; arte de Faria, do Presbi Presbitério Suleste Vice- Rev. Agnaldo Du li, v. Paulo Bronze do Re tivo ecu Ex io tár Secre Ogéia, do Presbitério Paulistano; sb. José Carlos Prieto Pre iotár cre Se iro Prime e, do Presbitério CenCentral Paulistano; Carlos Alberto Henriqu v. Re iotár cre Se o nd Segu tral Paulistano; io Paulistano. Ochiuline, do Presbitér Tesoureiro- Presb. Adolfo
Federação de SAFs PNPT promo veu a 9ª Oficina de Missões
Neste ano a secretaria de missões da Federação SAFs juntamente com sua diretoria promoveu a 9ª Oficina de Missões e com o envolvimento das 13 SAFs que estão ligadas a ela, apo iaram 13 missionários da JMN. Nes te dia, todas as SAFs participaram do trabalho espiritual e uma palestra com missionário que atua com crianças deficientes e carentes. Em seguida, todas trouxeram suas ofertas espo ntâneas e dos cofrinhos missioná rios, houve venda de artesanatos e com idas feitas e doadas pelas Safs. Todo esse movimento foi revertido em prol desses 13 missionários e para a glória de Deus, os R$6500,00 arrecada dos foram distribuídos como oferta de R$500,00 a esses missionários. Além dessa atividade, as Safs federada s continuam suas orações e seus contatos com os missionários dura nte todo o ano.
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CELEBRAÇÃO
No BRASIL E NO MUNDO Sarah Ribeiro
Consciência Cristã 2013 já tem data e programação fechadas A 15ª edição do Encontro para a Consciência Cristã em Campina Grande (PB) já tem data e programações fechadas. O encontro, considerado o maior evento evangélico da América Latina, será realizado de 06 a 12 de fevereiro de 2013 e contará com diversas palestras simultâneas, 24 eventos paralelos, além de uma tenda de 24 mil metros quadrados, construída para ser a representação do tabernáculo bíblico. Para transmitir a mensagem, estarão presentes 46 dos principais pregadores e pesquisadores cristãos do Brasil e exterior. Entre os preletores estará Ravi Zacharias, considerado um dos maiores apologistas mundiais da atualidade. Entre os temas que serão debatidos nos sete dias do evento, estão importantes assuntos como escatologia, seitas e heresias, fé e ciência, missões, apostasia, além de treinamentos voltados a lideranças cristãs. Para conferir todos os preletores e a programação completa, acesse o site oficial do encontro http://www.conscienciacrista.net/
70 anos de presbiterato em Sorocaba, SP Wilson do Carmo Ribeiro
D
ia 18-08-2012 foi realizado culto na Igreja Presbiteriana Ebenézer (Bairro João Romão, Sorocaba) em ação de graças pelos setenta anos de presbiterato do irmão Bento de Assis Pontes que tem 97 anos de idade. O ato foi conduzido pelo pastor local Rev. Josimar
um diploma de reconhecimento pelos trabalhos prestados ao presbiterianismo ao longo de sua carreira. UM POUCO DE HISTÓRIA Filho de Bento Manoel de Pontes e Martinha Rosa do Espírito Santo, Bento de Assis Pontes que também é conhecido por presbítero
Pesquisa revela que mentir faz mal à saúde Uma pesquisa realizada por psicólogos da Universidade de Notre Dame, nos Estados Unidos, concluiu que o ato de mentir causa problemas físicos e psicológicos em curto prazo. Para chegar a essa conclusão, cem indivíduos com idades entre 18 e 71 anos foram divididos em dois grupos, sendo que metade deles foram instruídos a evitar perguntas que pudessem acarretar em mentiras e a outra metade liberada para enganar. Semanalmente, por dez semanas, os responsáveis pelo estudo examinavam os pacientes utilizando polígrafos e chegaram à conclusão de que o grupo honesto estava com a saúde melhor que os mentirosos, apresentando em média quatro vezes menos queixas ligadas à saúde mental e três vezes menos reclamações de dores físicas. A psicóloga que liderou o estudo, Anita Kelly, explicou que a intenção da pesquisa era saber se viver honestamente pode melhorar a saúde, já que nos Estados Unidos a média é que cada pessoa minta 11 vezes por semana. Kelly percebeu que os participantes da equipe honesta conseguiram reduzir o número de mentiras em torno da quinta semana de prática, uma mudança no comportamento que resultou na melhora das relações mais próximas.
O homenageado recebeu um diploma de reconhecimento pelos trabalhos prestados ao longo de seus 97 anos
Coimbra e pregou o Rev. Jorcelino da Silva, pastor da IP do Calvário e presidente do Presbitério Leste Sorocabano. Participação do conjunto masculino da IP Rocha Eterna (Vila Barcelona), que é a igreja-mãe e o Rev. Dilermando Félix Pereira entregou ao homenageado
Aristides nasceu aos 12-121914 em Juquiá, SP e foi casado durante setenta e nove anos com Maria de Oliveira Pontes, com quem teve quatro filhos. Em 1941 foi eleito diácono na IP de Palmital (Vale do Ribeira) e em 1942 tornou-se presbítero, recebendo a emerência na IP
Bento de Assis Pontes
de Barcelona, atual Rocha Eterna de Sorocaba. Em sua longa trajetória no presbiterato o irmão Bento participou de pregações em inúmeras congregações e organização de igrejas nos Presbitérios de Juquiá e de Sorocaba, entre as quais Morrinho, Vargem Grande Paulista, Piedade, Alumínio e Barcelona. Lúcido e caminhando sem nenhuma ajuda o presbítero Bento tem ajudado o Rev. Josimar Coimbra na distribuição dos elementos da Santa Ceia na IP Ebenézer. Para recrear-se nosso presbítero dedica-se a escrever belos poemas, um dos quais foi lido por ele durante o culto. “Ele... é quem farta de bens a tua velhice, de sorte que a tua mocidade se renova como a da águia” (Sl l03. 3,5) Wilson do Carmo Ribeiro é presbítero na Igreja Presbiteriana Rocha Eterna de Sorocaba
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Consultório Bíblico
Plano da Salvação Odayr Olivetti
“Quem não tinha ninguém que por ele orasse no Antigo Testamento, ( Jesus), mesmo os servos de Deus, foram para o inferno?” Considerações: 1. O plano de salvação inclui eleição eterna, revelação, pregação do pecado e sua gravidade, de sua solução em Cristo, e proclamação do evangelho por todo o mundo (Ef 1.3-14; Rm 3.20-22; Ef 2.1,2, 5-10, Mt 28.18-20). – Isso foi o que aconteceu e é o que acontece normalmente
conhece o evangelho e não se arrepende, não se converte, seu destino é a condenação eterna (Lc 13.1-5; Jo 3.16, 19, 36). 4. Quanto aos servos de Deus da antiga dispensação, eles conheciam a revelação de Deus e o repetido anúncio profético da vida do Redentor. Cristo estava em seus profetas pelo Espírito (1Pe 1.10,11). Jesus declarou que Abraão até o viu pela fé (Jo 8.56). Isaías viu a glória do Senhor e falou dele (Jo 12.41). Mesmo Jó, antiquíssimo,
para sempre fossem esculpidas na rocha! Porque eu sei que o meu Redentor vive e por fim se levantará sobre a terra. Depois, revestido este meu corpo da minha pele, em minha carne verei a Deus. Vê-lo-ei por mim mesmo, os meus olhos o verão, e não outros; de saudade me desfalece o coração dentro de mim”. * A salvação depende única e totalmente à graça de Deus em Cristo Jesus. O alcance da obra expiatória de Jesus no Calvário não sofre restrições, nem quanto ao tempo, nem quanto ao espaço, nem quanto às condições dos pecadores que Deus escolheu salvar. Jesus Cristo é o Cordeiro que foi “morto desde a fundação do mundo”, e “ao Cordeiro pertence a salvação” (Ap 13.8; 7.10).
“Quem conhece o evangelho e não se arrepende, não se converte, seu destino é a condenação eterna” (Lc 13.1-5; Jo 3.16, 19, 36)
com os pecadores. 2. Mas a infinidade de Deus no tempo, no espaço e em seu poder não o limita ao plano geral. Ele pôde e pode salvar quem ele escolheu, esteja o pecador onde estiver, tenha vivido ou viva onde quer que seja e tenha conhecimento unicamente da lei gravada em seu coração (Rm 2.14-16; 11.33-36). 3. Agora, quem
fez uma eloquente declaração profética acerca da vinda de Jesus e da sua ressurreição em Jó 19.23-27: “Quem me dera fossem agora escritas as minhas palavras! Quem me dera fossem gravadas em livro! Que, com pena de ferro e com chumbo,
“Vinde, pois,e arrazoemos, diz o SENHOR; ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a lã. Se quiserdes e me ouvirdes, comereis o melhor desta terra. Mas, se recusardes e fordes rebeldes, sereis devorados à espada; porque a boca do SENHOR o disse” (Is 1.18-20). Palavra do Senhor Jesus Cristo: “O tempo está cumprido, e o reino de Deus está próximo; arrependei-vos e crede no evangelho” (Mc 1.15).
O reverendo Odayr Olivetti é pastor presbiteriano, ex-professor de Teologia Sistemática do Seminário Presbiteriano de Campinas, escritor e tradutor. - odayrolivetti@uol.com.br
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MISSÕES
GAM visita trabalho missionário no Chile O Grupo de Apoio Missionário (GAM) é formado por 22 pessoas de igrejas de São Paulo, Mato Grosso do Sul e Espírito Santo
O
Chile é um país com expressivo número de evangélicos, cerca de 15,14% da população. No entanto, as classes média e alta têm sido pouco impactadas pelo evangelho e pelo povo evangélico. Das 1.150 congregações evangélicas que existem em Santiago, capital do país, somente 20 estão voltadas para as classes média e alta. Para atingir esses corações que ainda não conhecem a Palavra ou não tiveram um contato profundo com ela, nasceu o projeto Andes com Jesus, que faz associação entre o “andar com Jesus” e a Cordilheira dos Andes, um dos destaques da paisagem belíssima que o Chile oferece. O idealizador do projeto é o Rev. Leandro de Almeida Pinheiro, ligado ao Presbitério de Pinheiros, em São Paulo. Há 8 anos em San-
tiago no Chile, o Rev. Leandro pastoreia a Igreja Presbiteriana Cristo Mí Pastor e foi ele quem lançou o convite para plantar uma IP em Santiago ao Rev. Ronaldo Adriano Roque Dourado, que por 9 anos fora pastor da IP de Vila Paulicéia, em São Bernardo do Campo – SP. Com o intuito de apoiar esse trabalho, nasceu o GAM (Grupo de Apoio Missionário/SP). Esse grupo formou-se pela da ideia de Cláudia Oliveira, membro da IP Paulicéia, que com o apoio do seminarista Lucas Lucena reuniu uma equipe de 22 pessoas com membros das IPs Moóca, Vila Paulicéia, Pinheiros e Parque das Nações em São Paulo, e alguns membro de igrejas do Mato Grosso do Sul e Espírito Santo. Esse grupo realizou um trabalho junto à nova con-
Trabalhando com as crianças na Congregação
Integrantes do GAM acompanhados pelo Rev. Ronaldo e a esposa Fabiana
gregação da igreja Cristo Mí Pastor no bairro de La Reina em Santiago no início do mês de julho. Depois de uma longa viagem, a equipe ficou hospedada em uma casa doada por um membro da Igreja Cristo Mí Pastor para a expansão do trabalho no bairro de La Reina. Há um projeto para que, nesse local, durante a semana, funcione um Centro de Apoio à Criança com Síndrome de Down e aos finais de semana seja local para a realização dos cultos. Mesmo com algumas dificuldades, como a baixa temperatura enfrentada pela equipe, o grupo pretende voltar ao Chile para colaborar com o andamento do Projeto Andes com Jesus, além de apoiarem outros missionários em outras localidades. O GAM realizou diversas atividades como apresentação de coral, pesquisa de campo nas casas do bairro, peças de teatro e pantomimas na praça, trabalho com
crianças na própria congregação e em uma escola na periferia da cidade. Apesar das limitações com o idioma, o grupo foi muito bem recebido pelos chilenos do bairro tendo, até mesmo, algumas casas dispostas a receber a visita
tações e aceitaram o convite para a atividade na congregação, onde as crianças ouviram a história do Livro sem Palavras, aprenderam novos cânticos e brincaram. Todos os trabalhos foram acompanhados pelo Rev. Ronaldo e sua família que se sentiram muito gratos pelo apoio dado por esses irmãos. Uma das integrantes do GAM, Isabelle Silva dos Anjos falou sobre o trabalho realizado. “Ter ido ao Chile foi um grande presente para nós que decidimos demonstrar o nosso amor e apoio de forma mais ativa. Tenho certeza que para o Rev. Ronaldo e sua família, foi um momento especial
Atividade realizada na praça
do pastor. Para as atividades na praça, o grupo obteve autorização da prefeitura que permitiu a distribuição de folhetos e até mesmo a utilização de caixa de som para as apresentações teatrais e musicais. Muitas mães assistiram às apresen-
por ver a igreja se unindo mesmo à distância para o trabalho do Senhor”, conclui Isabelle. Oremos para que os frutos das sementes plantadas se multipliquem e que essa igreja cresça para glória do Senhor!
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FIQUE ATENTO!
Igreja Presbiteriana condenada por violação de direito autoral? Pode ocorrer. Anízio Borges e Cláudio Marra
-P
astor, podemos fazer cópia xerox de partituras para uso do nosso coral? – Não, meu irmão, não pode. Seria violação de direito autoral, crime previsto em lei. Não precisamos de outro motivo para recusar essa prática, mas é bom ainda saber que os violadores estão sendo identificados e processados. A Casa Editora Presbiteriana é, como várias editoras neste país, afiliada à ABDR – Associação
Brasileira de Direitos Reprográficos, que localiza e move ação judicial indenizatória de perdas e danos contra pessoas ou empresas que disponibilizem na internet ou que de outra maneira utilizem material editorial de propriedade de afiliados daquela entidade. Além das cópias piratas de partituras e de livros, o festival de pirataria na internet parece sugerir até aos crentes que agora pode tudo. Se está na internet, então está liberado. Livros inteiros de várias editoras são disponibilizados ilegal-
Atenção Concílios e Candidatos ao Sagrado Ministério:
Vestibular
unificado bacharel em
teologia
Faça sua inscrição no site da IPB
www.ipb.org.br
2013
período de inscrições
De 01 a 29 de Setembro de 2012 p r o va s
Dia 27 de Outubro de 2012 r e s u lta d o s
ideiadoisdesign
Dia 30 de Novembro de 2012 Mais informações no site da IPB
JET
Junta de educação teológica
mente para download sem a menor cerimônia. A desfaçatez é tão grande que até a página do copyright é incluída, isto é, a página onde se publica o nome do detentor do direito autoral. A resposta legal está sendo dada. ABDR comunica periodicamente aos seus afiliados o resultado de ações judiciais movidas contra infratores. A CEP recebe mensalmente comunicado quanto a resultados de ações da ABDR. Uma senhora fazia, encadernava e vendia cópias xerox de livros para estudantes de certa universidade do país. Após comunicação às autoridades feita pela ABDR, a polícia fez uma busca e apreensão e encontrou provas do crime. Após denúncia apresentada pelo Ministério Público, a criminosa foi processada e condenada. Leiam os termos do despacho judicial (nos autos do processo n.º 0031593 – 50.2010.8.17.0001 7738): “... julgo procedente a denúncia para condenar _______________, qualificado à f. 02 dos autos, nas penas do art. 184, §2º, do Código Penal. (...) ... visando a ressocializar o agente e inibir novos possíveis criminosos, fixo a pena (...) em 02 (dois) anos de reclusão (...).” A ABDR informou seus afiliados também sobre a
condenação de certo cidadão brasileiro (processo n.º 583.00.2012.1368144/000000-000) que disponibilizava ilegalmente na internet conteúdo editorial de obras de editoras brasileiras: “Ante o exposto, JULGO PROCEDENTE a ação de perdas e danos, pelo rito ordinário, que ASSOCIAÇÃO B R A S I L E I R A DE DIREITOS REPROGRÁFICOS ABDR moveu contra ___________ e condeno o réu ao pagamento à autora de indenização a ser liquidada por arbitramento, nos termos do artigo 103, parágrafo único e 104 da Lei dos Direitos Autorais, considerandose os livros editados pelas associadas da Autora e disponibilizados no sítio do réu, cujo valor indenizatório deverá ser corrigido monetariamente e acrescido de juros legais de mora. Torno definitiva a tutela antecipada já concedida, inclusive, de forma estendida. Condeno, ainda, o réu, ao pagamento das custas, despesas processuais e honorários advocatícios que fixo em 10% (dez por cento) sobre o valor da condenação (CPC, art. 20, § 3º).” – Mas, pastor, o livro está esgotado. Qual é o problema? – Mesmo esgotado um livro, revista ou caderno
de partituras, alguém tem o direito legal de propriedade dessa obra. Só o autor, detentor desse direito pode decidir a respeito de novas edições e cópias. – Mas, pastor, esse negócio de direito autoral não está certo. Esses textos e músicas pertencem ao povo de Deus. Todos nós podemos usar para o Senhor. – É verdade que tudo pertence a Deus. Contudo, a conduta de quem se apropria de um bem imaterial alheio, equivale à prática do furto, própria de “piratas”. Ora! Como ostensivamente relatado pelos historiadores, os piratas dentre outros crimes, furtavam (subtraiam), roubavam (mediante violência) e violavam propriedades e até matavam. Dessa forma, a moderna pirataria vem ameaçando o testemunho da igreja que consciente ou não vem cedendo à tentação de optar pelo mais fácil e mais barato, “a pirataria”. O oitavo mandamento ordena “Não furtarás”. O Senhor exige respeito pela propriedade privada e trata de sua violação no mesmo decálogo em que proíbe a idolatria e outros procedimentos contra a santidade de Deus e contra a dignidade do ser humano. Anízio Borges é advogado e membro do CECEP. Cláudio Marra é o editor do BP.
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EBF
IP de Altinópolis realiza escola bíblica de férias A
Igreja Presbiteriana do bairro Altinópolis (14ª IPB de Governador Valadares/MG) realizou nos dias 24, 25, 26 e 27 de julho a Escola Bíblica de Férias. A programação teve grande participação de crianças do bairro e foi dirigida pelo pastor da igreja, Rev. Agnaldo Silva Mariano e sua esposa, Ana Maria Eler Mariano, contando, ainda, com apoio de vários irmãos e irmãs da igreja. Durante os quatro dias de programação a igreja esteve repleta de crianças. Foram registradas as presenças de 149 crianças no primeiro dia,
Material elaborado pela CEP em 2011
178 no segundo, 183 no terceiro e 212 no encerramento no dia 28/07. O tema da EBF foi “A Máquina do Tempo”, sendo utilizado material da Editora Cultura Cristã.
Foram quase 150 crianças somente no primeiro dia da programação
Faça parte dessa turma do bem!
Seja voluntário!
Porém, se você quer criar um projeto social em sua igreja, organização ou cidade para beneficiar sua comunidade,
torne-se líder!
FAZENDO HISTÓRIA
124o aniversário do SPS
O
Seminário Presbiteriano do Sul – SPS - é uma tradicional e conceituada escola de formação e aperfeiçoamento de pastores da América do Sul. Funciona em sede própria na cidade de Campinas, Estado de São Paulo, no bairro Jardim Guanabara, região nobre da cidade. A propriedade do seminário ocupa uma área de 19.000 m² onde também está localizado o campus Campinas da Universidade Presbiteriana Mackenzie, que mantém uma parceria
com o SPS desde 2002. O Seminário Presbiteriano do Sul foi criado no dia 8 de setembro de 1888. Portanto, no próximo dia 8 de setembro o SPS vai completar 124 anos de existência. A comemoração do aniversário será feita com a celebração de um culto em ação de graças, no dia 10 de setembro, às 19h30, tendo como pregador o Rev. Roberto Brasileiro, presidente do Supremo Concílio da IPB, ex-aluno e ex-professor do SPS.
Informações e inscrições pelo site
www.mackenzievoluntario.com.br voluntariado@mackenzie.br Mackenzie Voluntário
13, 20 e 27 de outubro de 2012 EX_MV2012_anuncio_jbp_264x304 quarta-feira, 22 de agosto de 2012 15:33:40
@mack_voluntario
100 95 75
25 5 0
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CENTENÁRIO
SAF Brás – 100 anos de bênçãos
C
orria o ano de 1912, em São Paulo, Capital; algumas famílias evangélicas se reuniam para o culto dominical. As senhoras e moças, sob a orientação de Dª Enedina Andersen, organizam-se e passam a compor a “Sociedade de Senhoras”, para orar e contribuir para o crescimento da Congregação do Braz. No dia 24 de agosto é eleita a primeira Presidente, Dª Djanira dos Santos Bonilha, jovem ainda, e que bem mais tarde se tornou avó do Rev. Ludgero Bonilha Morais. É importante destacar algumas informações desta história, pois a IP do Braz veio a ser organizada cerca de 2 anos após o nascimento do trabalho feminino que veio a se tornar uma sólida base na vida da Igreja. Dois anos após a organização do trabalho feminino, no ano de 1912, a Congregação Presbiteriana se iniciara sob os auspícios da Igreja Metodista Episcopal do Sul que por aqui se instalara no mês de maio de 1910. Em 29 de setembro de 1912, com este grupo de irmãos, sob a orientação do então ex-ministro daquela Igreja, Antônio Miguel Pinto, por decisão da maioria em uma Assembleia, resolveram se filiar à IPB. Recebidos foram pelo Presbitério de São Paulo. Assim surgiu a Congregação Presbiteriana, esta sendo “acompanhada pela Congregação de Saracura
Grande, Egreja de Porto Feliz, Tietê, Sete Foções e Campinho”. O Presbitério determinou à IP Unida de São Paulo a organização em Igreja. Assim, em pouco tempo; no dia 29 de março de 1914 foi organizada a “Egreja Christan Presbyteriana do Braz”, que anteriormente, por opção dos membros em sua maioria havia escolhido pertencer ao Calvinismo. Mas a Sociedade de Senhoras já existia há cerca de 2 anos, e, desde então, sempre dispostas, pelo trabalho destas “formiguinhas” e sua simpatia, ganharam suas vizinhas; muitas amigas vieram se juntar àquelas laboriosas mulheres e auxiliando seus pastores, presbíteros e diáconos, faziam suas reuniões de oração e movimentavam suas famílias para que além do dízimo, algumas ofertas que cobrissem os gastos de emergência, especialmente na construção do templo da Rua São Leopoldo, nº318, que ainda hoje abriga os crentes do Brás. Mulheres pobres junto com irmãs em boa situação financeira (sempre poucas); semianalfabetas ou universitárias; jovens ou idosas, todas, porém salvas no Senhor Jesus, têm feito o que o Supremo Pastor nos ensinou: “ide e fazei discípulos de todas as nações; vigiai e orai, dai de comer; hospedai; vesti o nu; visitai os presos”. No decorrer dos anos e atendendo às neces-
No culto com mais de 300 convidados cantou o Coral Evangélico de São Paulo
sidades do bairro e da cidade, as sócias da SAF Brás têm se movimentado para atender o que se oferecia como ocasião para servir. Algumas sócias se salientaram nos diversos planos de atuação local ou nacional: Edna Costa, Nimpha Protasio de Almeida, Eleonides Borges Costa, Ivany Escobar Becker, Nair Borelli Ribeiro, mas juntamente com as outras sócias empenhadas em continuar a obra iniciada há 100 anos. Vários meses foram usados para planejar e desenvolver o que pudemos experimentar nos dias 25 e 26 de agosto passado. Foram três marcantes momentos em que a Igreja e convidados se reuniram para render Graças ao Senhor. Sábado, no culto solene de gratidão a Deus, recebemos em nossa Igreja um número superior a 300 pessoas que juntas vieram louvar a Deus pelo centenário de
nossa SAF. Falou na ocasião a digníssima presidente da CNSAFS, a Sra. Ana Maria Prado. Além disso, contamos com o Coral Evangélico de São Paulo, sob a direção da Maestrina Dorotéa Kerr e diversas SAFs do Presbitério Norte Paulistano, a diretoria da Federação de SAFs, parte da diretoria da Confederação Sinodal, a irmã Mathilde Meyer Ribeiro (ex vicepresidente da região Sudeste), o secretário presbiterial Rev. Guilherme Alcântara, e muitas outras SAFs e outros pastores. Dentre as 14 SAFs “filhas” a mais velha, SAF da IP de Vila Maria prestou uma linda homenagem, representando as demais. Recebemos também a representante da SAF mãe, SAF Unida, por meio da irmã Lia Aranha. Realmente tivemos uma festa alegre e muito concorrida finalizando este dia. No domingo as comemora-
ções continuaram. No culto matutino a SAF participou com cânticos e ouvindo vários testemunhos acerca da sua relevância na vida das pessoas e na dinâmica da Igreja. Após o culto fomos surpreendidas com um almoço oferecido pela igreja, comandado por vários irmãos sob os cuidados de pastor, Rev. Eliézer Ferreira. Por fim, à noite, dando sequência ao culto de gratidão pelo centenário, a Igreja recebeu o secretário presbiterial que trouxe a mensagem do Senhor e os cânticos ficaram por conta da equipe Expressão e do coral da Igreja. Foi uma sequência de festas e celebrações maravilhosas, dignas de boas recordações! Louvamos a Deus pela rica oportunidade. Esperamos que, em tudo, tenhamos honrado e glorificado o nome do Senhor. Hoje são 29 sócias, temos 32 assinaturas da SAF em REVISTA; nossa Presidente Paula Bianchi Romer é também Presidente da Federação do Trabalho Feminino do Presbitério Norte Paulistano. Rendemos graças ao nosso amado Deus pelo grande privilégio de servilo e atender às necessidades do próximo. Toda glória seja dada ao nosso Pai Celeste, ao lado de quem sempre queremos andar. Escrito a três mãos: Rev Eliezer Ferreira, Paula Bianchi Romer e Anna Rosa dos Santos Lima – Sec. de Estatística da SAF Brás.