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Brasil Presbiteriano O Jornal Brasil Presbiteriano é órgão oficial da Igreja Presbiteriana do Brasil Ano 56 nº 739 – Junho de 2016

UMP 80 ANOS

Mais de 400 jovens de inúmeras regiões do país encontraram-se na Universidade Luterana do Brasil, para agradecer a Deus e celebrar 80 anos de União de Mocidade Presbiteriana no Brasil. PÁGINAS 10 E 11

Conheça a Missão Caiuá

Gotas de Esperança

Rev. Hernandes Dias Lopes é o novo colunista do jornal Brasil Presbiteriano PÁGINA 19

PÁGINA 5

AEA - Associação Evangélica Assistencial

Entidade social sem fins lucrativos, que tem como principal objetivo mobilizar a sociedade para questões relacionadas aos direitos da infância e da adolescência, nas áreas educacional e assistencial. PÁGINA 7


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EDITORIAL

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Uma regra pela qual viver

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as palavras finais de seu hino nacional os estadunidenses celebram seu país como sendo the land of the free and the home of the brave, a terra dos livres e o lar dos corajosos. Os cristãos norte-americanos, particularmente, precisarão de toda coragem que puderem reunir, porque aquela caminha para ser uma terra sem liberdade religiosa. O Presidente do Southern Baptist Theological Seminary, Dr. Albert Mohler, relata em seu blog – enquanto pode – como a liberdade religiosa morre e ele demonstra que a esquerda secular não pretende deixar pedra sobre pedra. Todos os aspectos da cultura estão sendo rapidamente transformados segundo o modelo secular. Estados norte-americanos que aprovaram leis garantin-

do aos cristãos manterem sua crença e costumes em relação, por exemplo, à questão de gênero, foram forçados a voltar atrás. Até uma lei federal que garantia a liberdade religiosa, assinada por Bill Clinton em 1993, foi agora condenada por Hillary Clinton como sendo “perigosa e discriminatória”. Alguns secularistas e liberais negam estar havendo cerceamento de liberdade religiosa naquele país, mas isso porque entendem ser essa liberdade apenas permissão para adorar quem ou o que a pessoa quiser, em sua igreja, em seu lar e em seu coração, sem qualquer expressão pública ou social. Outros afirmam que não haverá confronto, desde que as doutrinas cristãs deixem de ser moldadas por textos “antigos e ultrapassados” e

se curvem ao pensamento de nossos dias. Na verdade, essa é a liberdade que os secularistas desejam para nós: querem ver-nos livres das Escrituras que abraçamos como inspiradas e inerrantes. Ou seja, os cristãos serão livres para crer o que quiserem, desde que seja aquilo em que também creem os secularistas. Quando dizem que a igreja cristã deve curvar-se diante do “iluminado” pensamento desta época, esses anticristãos dialogam com a antiga lei romana segundo a qual cada habitante do império romano devia, ao menos uma vez por ano, fazer uma libação, render culto à Deusa Roma, personificada no seu imperador, e dizer César é senhor. Tudo isso, porém, está acontecendo lá. E aqui?

Cresci ouvindo crentes agradecerem a liberdade religiosa em nosso país. Olhando o quadro à nossa volta, pergunto-me quanto isso vai durar, afinal, uma sociedade marcada pela crendice, por uma rasa religiosidade e um vago misticismo pode não ser adversário menos inclemente que o enfrentado pelos cristãos nos Estados Unidos. As recentes mudanças ocorridas e por ocorrer em nosso país levantam importantes questões acerca de nosso futuro. Venha o que vier, porém, a igreja brasileira precisa estar pronta para orar, não por liberdade religiosa – por mais agradável que ela seja –, mas para que com intrepidez anunciemos o evangelho, tendo como regra a inspirada e inerrante Palavra de Deus. Que vivamos por ela.

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FAMÍLIA CRISTÃ

Por que Satanás odeia a família? Valdeci Santos

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asta observar as propagandas contra o conceito tradicional de família nos anúncios espalhados pela cidade e as conversas com pessoas ao redor para confirmar que a família está sob ataque. A pornografia pela internet, a pressão dos ativistas homossexuais, a banalização do divórcio e a imoralidade geral, tudo atenta para a desconstrução da noção bíblica de família. De fato, “pela primeira vez na História, a civilização ocidental é confrontada com a necessidade de definir o significado dos termos ‘casamento’ e ‘família’”.1 Isso revela uma crise cultural sem precedentes. Esse impasse moral possui fundamentos espirituais, pois “o mundo jaz no Maligno” (1Jo 5.19). A primeira investida de Satanás foi contra o primeiro casal e os efeitos daquela investida foram nocivos à família: a transferência de culpa entre os cônjuges (Gn 3.11-12), o primeiro fratricídio (Gn 4.8-10), o surgimento da poligamia (Gn 4.19), etc. A família realmente está sob ataque cultural e também espiritual, ou seja, o próprio Maligno quer destruí-la. Por que Satanás odeia tanto a família? Certamente porque ela é importante. A família é fundamental para a criação e educação da próxima geração, mas não

apenas por isso. Segundo as Escrituras, a família é fundamental para instruir e capacitar a pessoa para os diferentes aspectos da vida. I. Ela é um centro de aprendizado teológico Há vários aspectos da vida cristã sobre os quais Deus decidiu nos instruir usando a família. Essa é uma das metáforas mais utilizadas na Bíblia, pois há lições que só podem ser aprendidas mediante uma compreensão correta da família, conforme instituída por ele. A. Deus a usa para nos ensinar sobre sua própria natureza A relação entre os membros de uma família estabelece um vislumbre do relacionamento existente entre as Pessoas da Trindade. O convívio familiar deve refletir a natureza relacional de Deus. Por essa razão, o objetivo de Satanás é destruir qualquer relacionamento pacífico na família, pois assim ele criará confusão quanto à natureza relacional do próprio Deus. B. Deus a usa para nos ensinar o evangelho Quando Deus justifica alguém em Cristo, essa pessoa é adotada como seu filho. Dessa maneira, aprendemos que o relacionamento entre pais e filhos não é sem importância. Além do mais, a adoção acaba espelhando a misericórdia de Deus conosco. Assim, o evangelho da graça pode

ser experimentado diariamente pelos filhos de Deus. Todavia, se Satanás destruir os relacionamentos entre pais e filhos, ele distorcerá a mensagem do evangelho para as pessoas. C. Deus a usa para nos ensinar sobre a Igreja Pedro chama a igreja de a “casa de Deus” (1Pe 4.17) e Paulo diz que os crentes são a “família de Deus” (Ef 2.19; 3.15). Desde que os cristãos são unidos sob a paternidade do Pai pela adoção em Cristo, eles constituem a família de Deus e devem se relacionar como “irmãos” e “irmãs” em Cristo. Assim, a vida familiar ajuda a compreender o tipo de comunidade a ser desenvolvido na igreja. Por essa razão o Inimigo procura destruir a família, pois isso acabará distorcendo nossa compreensão sobre a igreja. Desse modo, para se compreender a virtude relacional de Deus, o seu evangelho e a sua igreja, é necessário primeiro compreender a natureza da família. Quando um cônjuge abandona o outro, quando pais e filhos não se relacionam bem, quando se defende um conceito “diferente” de família com dois pais, duas mães, ou sem a fidelidade exigida no relacionamento, etc., a metáfora é distorcida. Sempre que isso ocorre, Satanás consegue destruir o centro de

instrução teológica no lar. II. A família e a capacitação para o serviço ao próximo A família não é atacada apenas pelo que ela representa, mas também pelo que ela produz. De fato, Deus a estabeleceu para ser um centro de capacitação tanto na igreja quanto no mundo, pois ali se aprende a servir o próximo. A. A família e o serviço na igreja Ao discorrer sobre os relacionamentos corretos na igreja, Paulo ensina que os homens idosos devem ser tratados como pais, os moços como irmãos, as mulheres idosas como mães e as moças como irmãs (1Tm 5.1-2). Na verdade, ele indica que devemos olhar para a família a fim de nos relacionarmos no contexto eclesiástico. Naquela mesma carta, Paulo estabelece que uma das maneiras de identificar pessoas qualificadas para o presbiterato é considerar se eles governam bem a própria casa (1Tm 3.4-5). Assim, a família serve como padrão para relacionamentos na igreja e modelo para liderança eclesiástica. A vida e o serviço a ser desempenhado na igreja podem ser aprendidos no contexto familiar. Se o Maligno consegue desconstruir esse padrão, as implicações para a vida comunitária na igreja são catastróficas.

B. A família e o serviço na sociedade A família presta significante contribuição também à sociedade. Ela não é somente a célula da comunidade, mas também o centro que capacita pessoas para o serviço ao próximo. Além do mais, ela serve igualmente a sociedade quando representa corretamente o seu papel ilustrar as verdades profundas do evangelho. Nesse sentido, temas como paternidade, adoção, relacionamento fraternal, harmonia relacional, etc., são encontrados no contexto da família instituída por Deus. Esses “indicadores do evangelho” acabam servindo de parâmetro para que as pessoas não cristãs compreendam as promessas evangélicas. Por isso, quando noções corretas desses temas são distorcidas, os indicadores do evangelho são corrompidos e até perdidos. Consequentemente, os ataques de Satanás à família não deveriam nos surpreender. Se puder destruir o padrão bíblico de família ele distorce não apenas uma metáfora de ensino, mas um centro de capacitação e serviço que ministra tanto à igreja quanto ao mundo. III. A família e a esperança escatológica Por melhor que seja o relacionamento de uma Continua página 4


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PRÁTICA CRISTÃ família, seus membros sempre compreenderão que o bom não é perfeito! O amor e a alegria resultantes da harmonia entre os cônjuges, do relacionamento sadio entre pais e filhos e das atividades de serviço e apoio mútuos no contexto familiar ainda são marcados por falhas e imperfeições. Assim, as deficiências da família inspiram o anelo pelo momento em que as bênçãos do convívio familiar serão perfeitas. Somente na eternidade com Deus as pessoas poderão desfrutar plenamente a alegria do amor paternal, da intimidade e da harmonia que não cessará. De fato, os benefícios familiares experimentados na terra são apenas vislumbres da glória por vir. Se Satanás desconstrói a família aqui na terra, ele consegue desconstruir a esperança de uma família perfeita e distorce o anelo pelo gozo celestial. Por isso ele é tão intenso em seu ataque à família. Após essas considerações é possível compreender não apenas o propósito de Satanás contra a família, mas a própria importância dela nos planos de Deus. Por isso, a batalha pela fé entregue aos santos também inclui o cuidado e a proteção por famílias biblicamente alicerçadas. Parte desse material foi adaptado de uma palestra sobre criação de filhos ministrada na Captol Hill Baptist Church, Washington, DC., em março 2016. 1KÖSTENBERGER, Andreas J. Deus, casamento e família. São Paulo: Vida Nova, 2012, p. 21. Valdeci da Silva Santos é secretário geral de Apoio Pastoral da IPB e vice-diretor do CPAJ.

Não há “namoro” na Bíblia Alceu Lourenço

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os tempos bíblicos o casamento era um contrato entre duas famílias, usualmente arranjado pelos pais e confirmado publicamente por meio de um dote dado ao pai da noiva. Podia ocorrer até sem consulta aos noivos ou sem que se conhecessem previamente; apesar disso, muitas vezes os jovens indicavam aos pais suas preferências amorosas, e até mesmo se casavam contra a vontade deles – uma atitude vista como rebeldia, ainda que legalmente válida (Gn 24.48-58; 26.34-35; 34.4,11-12; 1Sm 18.17-28; 1Co 7.36-38). Evidentemente, esse sistema não tem nada a ver com a nossa cultura ocidental que, especialmente a partir da influência do Romantismo do século 19, passou a privilegiar a escolha individual da pessoa amada com base em sentimentos que jamais poderiam ser negociados num contrato familiar. E tem ainda menos a ver com o namoro baseado quase exclusivamente nos hormônios e na atração física, tão comum hoje. A ausência do namoro na Bíblia, porém, não significa que ela nada tem a dizer sobre o tema. Pelo contrário: ao se concentrar no casamento, a Bíblia nos

ensina qual é o alvo original de Deus para o relacionamento afetivo [romântico] entre homens e mulheres (Mt 19.4-6). Não estou defendendo o retorno aos arranjos de noivado do Antigo Testamento. Tampouco estou defendendo que seja obrigatório se casar com a primeira pessoa com quem se namora. Mas o fato é que, se examinarmos o namoro com as lentes da Escritura, veremos que o casamento precisa estar no centro do seu conceito e prática. Nesse sentido, recomendo o livro Amor de verdade num mundo de falsidade, de Robbie Castleman (Cultura Cristã). O foco no casamento nos ajuda a ver o namoro como um meio para um fim mais nobre. Por ser visto como um fim em si mesmo, o namoro hoje começa pelas razões mais fúteis e egoístas: porque todos no círculo de amizades já estão namorando; para conseguir companhia social (“cinema sozinho não tem graça”); por falta de jeito de dizer “não” a quem pediu em namoro; por sentir a chegada de certa idade na qual “pega mal” estar solteiro; para ter um escape de um lar sem graça; para levantar a autoestima, garantindo alguém ao lado para nos elogiar, admirar e assegurar o quanto somos amados e aprovados. Ter o casamento como

alvo também implica que aqueles jovens demais para pensar em casamento não estão prontos para namorar. A falta de maturidade emocional fica evidente quando há um envolvimento exagerado que prejudica o desempenho escolar e afasta das amizades saudáveis (às vezes até de Deus!). Mas não é só isso: o casal de namorados mais jovem acaba se envolvendo sem ter nenhuma perspectiva de que

“O foco no casamento nos ajuda a ver o namoro como um meio para um fim mais nobre”. possam concretizar suas juras de amor e carícias por meio do compromisso e da relação sexual que pertencem ao matrimônio (Ct 8.4). É claro que poderão vir a se casar de fato, quem sabe após uma década de namoro; contudo, pelo menos naqueles primeiros anos de namoro juvenil, estiveram apenas iludindo a si mesmos e um ao outro. Esse critério ainda indica que é impossível namorar alguém descrente. Afinal, o povo de Deus sempre foi proibido de se casar com aqueles que não pertencem ao Senhor (Dt 7.3-4;

1Co 7.39). Namorar quem não crê na expectativa de que venha a crer um dia é uma distorção do propósito do namoro. É também uma desonestidade, pois o crente se ilude de que, se não houver conversão, terminará o envolvimento afetivo depois de meses ou anos; e engana o incrédulo, que não é amado por aquilo que de fato é, mas pelo que se deseja que venha a ser. Por fim, o princípio do alvo ajuda a ver a natureza provisória do namoro. Sendo apenas a jornada até o casamento, não desfruta de seus privilégios. Há namoros que se estendem por anos, em geral por razões menores, como apartamento ou formatura; enquanto isso, a fidelidade e propósito de se casar de ambos vai levando a mais intimidade – não raro, chegando à impureza sexual. Se o alvo do relacionamento somente é alcançado no matrimônio, então os namorados precisam rever o tempo que pretendem namorar, bem como o tempo que ficam sozinhos durante o namoro, a fim de chegarem sem mácula ao matrimônio (Hb 13.4). Seu namoro/namorado(a)/ candidata(o) aponta e conduz para aquele relacionamento que reflete Cristo e sua igreja? Então, feliz Dia dos Namorados. O Rev. Alceu Lourenço é pastor auxiliar na IP de Vila Maria, SP.


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GOTAS DE ESPERANÇA

A abundante graça de Deus Hernandes Dias Lopes

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esde o Pentecostes, a igreja de Jerusalém, cheia do Espírito Santo, crescia em números e em graça. Permanecia firme na Palavra e arraigada na oração. Possuía intimidade com Deus e simpatia aos olhos do povo. Adorava a Deus com entusiasmo e em cada alma havia temor. Nessa igreja havia uma liderança cheia do Espírito e um povo comprometido com a santidade. No capítulo quatro de Atos, somos informados de que em todos os crentes havia abundante graça (At 4.33). Cinco verdades nos chamam a atenção na passagem em apreço. Em primeiro lugar, abundante graça apesar de atroz perseguição (At 4.3). Os líderes da igreja estavam sendo encerrados em prisão e açoitados não porque fossem delinquentes e perturbadores da ordem social, mas porque pregavam o poderoso evangelho de Cristo. Uma igreja fiel sempre despertará a fúria do mundo. Uma igreja santa sempre incomodará uma sociedade rendida ao pecado. Porém, apesar de viver debaixo de opressão, a igreja tinha abundante graça, exuberante alegria e poderoso testemunho. Em segundo lugar, abundante graça manifestada num ousado testemunho

(4.8). A igreja dava audacioso testemunho do evangelho mesmo debaixo das ameaças mais ruidosas. Longe da igreja recuar e calar sua voz diante dos açoites e prisões, tornou-se mais intrépida. O apóstolo Pedro, cheio do Espírito Santo, deixou claro que a cura do paralítico (descrita no capítulo 3 de Atos) não era um prodígio realizado por seu próprio poder. Era uma obra soberana de Jesus, o mesmo que vencera a morte, ressuscitando dentre os

“Uma igreja fiel sempre despertará a fúria do mundo. Uma igreja santa sempre incomodará uma sociedade rendida ao pecado”.

mortos. Pedro não se concentra no milagre da cura, mas anuncia a Jesus como o único que pode salvar o pecador. O milagre não é o evangelho, mas abre portas para o evangelho. Pedro não hesitou em proclamar no quartel general do judaísmo que o Messias esperado era o Jesus que havia sido crucificado em Jerusalém e levantado da morte. Não há

nenhum hiato entre o Cristo divino e o Jesus histórico. Ele é o Salvador do mundo. Em terceiro lugar, abundante graça demonstrada em fervorosa oração (At 4.24). Enquanto a liderança da igreja é ameaçada pelas autoridades no front da batalha, a igreja fica na retaguarda da oração. Longe desses crentes perderem a coragem e o fervor espiritual diante da perseguição, entregam-se à oração com mais fervor, sabendo que Deus é soberano e que até mesmo as ações mais perversas dos ímpios estão rigorosamente sob o controle de Deus. A igreja não pede cessação da perseguição, mas poder para testemunhar no meio da perseguição. A igreja não pede ausência de luta, mas oportunidade para pregar. Enquanto os crentes oravam, o Espírito Santo desceu sobre eles. A casa onde estavam reunidos tremeu e todos, com intrepidez, deram testemunho de Cristo. Não há poder sem oração e não há eficácia na pregação sem oração. A igreja precisa não dos aplausos do mundo, mas do poder do Espírito Santo. Precisa não do reconhecimento da terra, mas da intrepidez do céu. Em quarto lugar, abundante graça revelada na plenitude do Espírito Santo (At 4.31). Quando a igreja orou, os céus se abriram, o Espírito Santo desceu e to-

dos ficaram cheios do Espírito Santo. Antes desse revestimento de poder a igreja estava trancada por medo; agora, é trancada por falta de medo. Antes, eles temiam os açoites das autoridades, agora são as autoridades que temem a igreja. Uma igreja cheia do Espírito é irresistível. Ela não teme ninguém a não ser a Deus. Ela não foge de nada exceto do pecado. Um crente cheio do Espírito Santo pode até ser preso e algemado, mas se torna um embaixador em cadeias. Os homens podem nos prender, mas jamais a Palavra de Deus.

Em quinto lugar, abundante graça comprovada pela visível generosidade (At 4.32). Uma igreja cheia de graça é apegada às pessoas e desapegada das coisas. Não retém os bens apenas para si; distribui-os com generosidade. Não acumula com ganância, mas distribui com generosidade. Ama não apenas de palavras, mas de fato e de verdade. Suas obras são o avalista de seus palavras. Prega não apenas aos ouvidos, mas também aos olhos! O Rev. Hernandes Dias Lopes é Diretor de Luz para o Caminho e autor de diversos livros.


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PRESBITERIANISMO EM FOCO

Caminhos cruzados Marcone Bezerra Carvalho

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i recentemente matéria assinada pelo Rev. Brian De Jong, ministro da Orthodox Presbyterian Church, acerca do seu trabalho como arquivista e historiador do presbitério ao qual pertence. O referido artigo me despertou o interesse por ressaltar a contribuição que presbitérios e igrejas locais podem oferecer no que concerne à preservação e divulgação de nossa história. Afinal, a recomendação bíblica de Hebreus 13.7 – “Lembrai-vos dos vossos guias, os quais vos falaram a palavra de Deus, e, atentando para o êxito da sua carreira, imitai-lhes a fé” – refere-se também a líderes do passado e é para todos, não somente para historiadores ou apaixonados pelo saber histórico. Em nossa estrutura de governo, a responsabilidade de cuidar dos documentos e atas cabe, em nível local, aos conselhos, e, no âmbito dos concílios superiores (presbitério, sínodo e supremo concílio), às comissões executivas. O trabalho recai, mais exatamente, sobre o ombro dos secretários. Atas e documentos devem ser arquivados e mantidos em bom estado. É prudente manter uma cópia dessa documentação em mais de um lugar ou ambiente. Existem igrejas e concílios

cujos livros de atas foram destruídos por incêndio ou má preservação, perdidos, ou mesmo usurpados por alguém que se retirou chateado. Com as facilidades atuais, papéis podem ser escaneados e guardados em ambiente virtual – o que não exclui a utilidade e praticidade das cópias físicas. Os conselhos e presbitérios podem nomear alguém para coletar dados

e historiar a vida da igreja ou do concílio. Nossa denominação conta com um historiador oficial, Rev. Alderi Souza de Matos. Seria descabido pensar em um historiador do presbitério? Em um arquivista ou historiador da igreja local? Estou convencido de que não. Tal pessoa poderá contribuir escrevendo históricos ou textos para ocasiões especiais, ou fornecendo material para tanto, entrevistando os membros mais antigos, encadernando e arquivando

boletins, anuários, etc. Tudo isso sob a tutela do pastor ou do secretário do conselho/ presbitério. Qual igreja nunca se deparou com a necessidade de fazer um apanhado histórico para ser lido em certas ocasiões? Além de se constituir em uma medida concreta para documentar a história da igreja ou do concílio, isso diminuiria a carga do secretário em dias de tempo escasso.

Outra possibilidade pouco explorada tem a ver com a instalação de uma biblioteca na igreja. Isso beneficiaria nossa história estimulando a leitura, permitindo a todos o acesso a bons conteúdos de forma gratuita, e fomentaria a cultura teológica e geral dos crentes. Bons livros ao alcance do povo, podendo ser emprestados e devolvidos periodicamente. Nessa biblioteca estariam obras de teologia, comentários bíblicos, livros de aconselhamento, exem-

plares das revistas de Escola Dominical, manuais de história da igreja, volumes com os boletins encadernados, clássicos da literatura, etc. Frequentei por um ano uma igreja que possuía uma pequena (porém seleta) coleção de livros. Sou testemunha de como esse recurso potencializava o ensino transmitido do púlpito.

“Se queremos uma igreja mais forte, confessional e atuante, é fundamental conhecer a caminhada das antigas gerações”. Felizmente, certos presbitérios e igrejas têm manifestado esse cuidado com seu (nosso) passado. Alguns publicam em seu site um resumo de sua história, com fotos, lista de pastores, etc. Recentemente folheei o Breve Histórico de 150 anos – Presbitério do Rio de Janeiro, do historiador Nelson de Paula Pereira. Excelente trabalho. Várias igrejas têm publicado seu histórico. A IP de Santo Amaro, em São Paulo, teve o privilégio de ter o presbítero Samuel Junqueira de Souza como seu historiador. Em duas ocasiões ele publicou em forma de livro a história da

IPSA. Iniciativas pessoais, não institucionais, também são bem-vindas. Em 2010, a irmã Francisca Serafim dos Santos, esposa do falecido Rev. José Faustino dos Santos, publicou, em São Luís (MA), A menina que espantava pássaros, livro autobiográfico que traz esclarecedores registros sobre a evangelização no interior do nordeste em meados do século passado. Esses são bons exemplos dentre muitos existentes. A história da IPB é a história de suas igrejas, concílios, instituições e membros. Temos bons livros que cobrem os 150 anos da denominação, porém, com raras exceções, faltam obras que expliquem o desenvolvimento do presbiterianismo em determinadas regiões, estados ou cidades. Se queremos uma igreja mais forte, confessional e atuante, é fundamental conhecer a caminhada das antigas gerações. Inspirar-nos com os bons exemplos e evitar erros outrora cometidos. Para tanto é necessário preservar e divulgar a nossa história. Nesse processo, igrejas locais e presbitério têm um importante papel a desenvolver. “O caminho de amanhã cruza o de ontem” (John Mackay). O Rev. Marcone Bezerra Carvalho é historiador, colaborador regular do Brasil Presbiteriano e pastor da 1ª IP de Santiago, Chile.


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AÇÃO SOCIAL

AEA – 30 anos Fruto do trabalho da IP Campinas, Associação Evangélica Assistencial, comemora 30 anos de atendimento social na região

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o dia 20 de abril, a Associação Evangélica Assistencial (AEA) realizou culto de ação de graças pelos 30 anos de atuação em Campinas (SP). A associação é fruto do trabalho social da IP de Campinas (IPCAMP). A AEA foi fundada em 30.11.1986, entidade social sem fins lucrativos, braço sócio-educativo e assistencial da IPCAMP. Seu principal objetivo é mobilizar a sociedade para questões relacionadas aos direitos da infância e da adolescência, nas áreas educacional e assistencial. O trabalho da AEA está ligado à Constituição Federal Brasileira (1988) e ao Estatuto da Criança e do adolescente (1990) e demais marcos regulatórios da esfera Federal e Municipal. Na época da fundação, o pastor titular rev. Carlos Aranha Neto trabalhou com os irmãos da igreja, que abraçaram o trabalho social e investiram na causa. A Abertura do culto foi feita pelo Rev. Carlos Eduardo Aranha, filho do Rev. Carlos Aranha Neto e atual pastor da IPCAMP. O programa foi dirigido pelo

presidente do AEA, Presb. Hamilton Ribeiro Jr. Cerca de 80 pessoas participaram, entre membros da diretoria, equipes gestoras das unidades, funcionários, alunos e membros da igreja. Rev. Carlos Aranha Neto pregou sobre a parábola do Bom Samaritano ressaltando o papel do cristão como servo e relembrando o trabalho da AEA. A AEA tem assistido cerca de 650 crianças e famílias nas três unidades que atende. A unidade Vila Formosa, que atende na igreja, foi a primeira escola do projeto e atende 85 alunos em tempo integral (pré-escola de 3 a 6 anos e 11 meses). A diretora é a sra. Maria Helena Silva. Na unidade Santa Rosa, a diretora é a sra. Cristina Souza, e tem atendimento assistencial, alcançando 120 alunos em contraturno escolar, de 6 a 14 anos e 11 meses. A unidade CEI Robinson Cavalcanti, tem trabalho educacional semelhante à unidade da Vila Formosa. Possui 480 alunos nos períodos da manhã e tarde, na idade de 0 à 6 anos e 11 meses. Na diretoria está a sra. Gisdélia Ortiz.

Unidade CEI Robinson Cavalcanti

Esse foi o primeiro evento, dentro das 30 atividades que a diretoria da AEA pretende realizar, em alusão aos 30 anos de história. “Foi um evento marcante, de gratidão e fortalecimento. Deus tem nos usado para abençoar vidas e nosso desejo é levar o evangelho e ser um canal de benção no

Como você pode ajudar:

que diz respeito ao trabalho social”, conclui o presidente da AEA, presb. Hamilton Jr. Está programado para novembro de 2016, mais um culto de ação de graças, a ser realizado na IPCAMP, no próprio mês de aniversário. Para mais informações sobre o projeto, acesse www.aeacampinas.org.br. Seja um voluntário Seja um contribuinte mensal* Seja um padrinho Seja parceiro em nosso s programas sócio-educativos Contribua com serviç os Destine seu Imposto de Renda Doe brinquedos Doe suas notas fiscai s

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Cuidar do presente

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Tipos de programas da AEA Sócio Educativo Conviver Trabalho de caráter continuado que visa fortalecer vínculos familiares, promovendo o acesso e usufruto de direitos e contribuindo para a melhoria da qualidade de vida. Esse programa, desenvolvido para crianças e adolescentes na faixa etária de 06 a 14 anos e 11 meses, é oferecido na unidade Santa Rosa, no contraturno escolar da rede regular de ensino. Educação infantil É na Educação Infantil que a criança desenvolve suas capacidades físicas, cognitivas, afetivas, ética, estética, de rela-

-| www.aeacampinas.org.br

cionamento interpessoal e de inserção social. Esse período é tão importante na vida da criança que a Lei de Diretrizes e Bases (LDB), garante a toda criança de 0 a 5 anos e 11 meses o direito à Educação Infantil e, ao Estado, o dever de promovê-lo. A AEA visa proporcionar à criança um espaço para a brincadeira, interação para que ela expresse suas idéias e pensamentos, dar subsídios para que essa criança encontre afeto e possa utilizar diversas formas de linguagem contemplando sua identidade social e cultural. Esse programa é realizado nas Unidades Vila Formosa e na “Nave Mãe CEI Robinson Cavalcanti”.


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SEMINÁRIOS DA IPB

1a Conferência Teológica do JMC Ageu Magalhães

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1ª Conferência do Seminário Teológico Presbiteriano Rev. José Manoel da Conceição (JMC) realizou-se de 25 a 29 de Abril, na IP Ebenézer, zona norte de São Paulo. O tema geral foi “A Beleza do Rei Jesus”. A Conferência começou com a participação musical do cantor e compositor presbiteriano Stênio Marcius. Na sequência, o Dr. Paul Jehle – que falara no 4º Congresso de Educação Cristã da IPB – proferiu duas palestras sobre o caráter único de Jesus Cristo e sobre a relação entre o Cristianismo e a América do Norte. Dr. Jehle é pastor titular da The New Testament Church em Plymouth (EUA), Diretor da The New Testament College, Fundador do Heritage Institute Ministries (HIM), Diretor de Educação do Plymouth Rock Foundation, conferencista internacional e autor de vários livros. Nas noites seguintes as palestras e preletores foram, respectivamente: “O Retorno do Rei”, Rev. Leandro Lima; “O Senhorio Pastoral de Jesus Cristo”, Rev. Hermisten M.P. Costa; “O Sacerdócio do Rei”, Rev. Heber Jr.; “A Justiça do Rei”, Rev. Heber Carlos de Campos; “A Glória

Rev. Paul Jehle, um dos convidados, e Rev. Heber Jr. como intérprete

Momento de debate

do Rei”, Rev. Ageu Magalhães; “A Obediência do Rei”, Rev. Marcos Granconato; e “A Humildade do Rei”, Pb. Solano Portela. Além das palestras, duas oficinas foram oferecidas com os seguintes temas e preletores: “Encontrando o Rei Jesus nas Festas Judaicas”, Rev. Márcio Alonso e “O Dinamismo do Rei Jesus”, Rev. Sérgio Lima. As participações musicais ficaram por conta de Stênio Marcius, do Coral Sínodo Leste de São Paulo e dos Grupos Instrumentais de Corda e de Sopro da Igreja Presbiteriana Ebenézer. Na última noite foi realizado um painel em que o

Público presente, composto por seminaristas JMC e visitantes

Equipe organizadora da 1ª Conferência Teológica do JMC

Participação musical Rev. Stênio Marcius

Participação musical

Rev. Heber Carlos de Campos, o Pb. Solano Portela e o Rev. Marcos Granconato responderam perguntas dos presentes. Os participantes da Conferência vieram de várias partes da capital paulista e do interior de São Paulo, com boa participação de pastores e irmãos de outras denominações evangélicas como a Batista, Assembleia de Deus, igrejas pentecostais e neopentecostais. Esse fato foi significativo considerando que um dos objetivos da conferência foi justamente expandir a influência da Fé Reformada na cidade de São Paulo. A entrada na Conferência

foi gratuita. Os participantes doaram voluntariamente alimentos não perecíveis, num total de 207 kg que, de acordo com o Rev. Márcio Alonso, pastor titular da IP Ebenézer, serão doados à Associação Evangélica Beneficente. Para o Rev. Daniel Fogaça, Presidente da Junta Regional de Educação Teológica de São Paulo “o acontecimento dessa 1ª Conferência Teológica do Seminário JMC, foi devido à visão da Congregação do JMC e do seu diretor, Rev. Ageu, visão que foi encapada pela JURET/SP. “Com isso, estamos certos de participarmos na edifi-

cação da Igreja de Cristo e na expansão do seu reino. Nós nos alegramos muito em ver, todas as noites, a forte presença do povo de Deus, todos ávidos por uma teologia bíblica reformada. Nós nos alegramos muito com o resultado e com o fato de termos pastores que são fiéis e zelosos no puro ensino da Palavra de Deus. A ele seja toda a Glória”, concluiu Rev. Ageu. Todas as palestras foram transmitidas pela internet e gravadas. Os cinco CDs serão comercializados pela COMEV. O Rev. Ageu Cirillo de Magalhães Jr. é diretor do seminário JMC (SP).


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MISSÕES

VOCARE 2016: O jovem e a sua vocação Congresso reuniu 1.100 jovens, discutindo sobre vocação, responsabilidade social e mobilização missionária Isabella Silveira

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e 21 a 24 de abril, na Universidade Unicesumar, em Maringá, aconteceu o segundo congresso do Vocare. O evento é organizado pela AMTB (Associação de Missões Transculturais Brasileiras), e reuniu organizações, agências missionárias e ministérios, com o objetivo de aproximar adolescentes e jovens cristãos na Missão de Deus; além de mobilizar os vocacionados a se envolverem com as necessidades mundiais em diferentes áreas de atuação. Cerca de 1.100 jovens de mais de 200 cidades do país, lotaram a Arena Vocare durante os quatro dias de evento, muitos interagindo pela primeira vez com diversas realidades e possibilidades de missões dentro do Brasil e no mundo, e outros reafirmando seu chamado. Na abertura, foi apresentado um vídeo do Rev. Ronaldo Lidório, pastor presbiteriano, missionário da APMT e antropólogo, abordando a natureza da vocação. “Deus sempre nos mostra o próximo passo”, disse ele, sobre os questionamentos a respeito de um chamado específico. Durante todo o congresso, falou-se sobre missões transculturais e sobre o fato de

Deus levantar alguns com vocação especifica para esse ministério. A APMT esteve presente no congresso orientando os que desejam servir a Deus em campos transculturais. O Vocare criou duas oportunidades de interação entre as agências missionárias e os jovens. Uma delas foi o VocVillage, espaço para os estandes das organizações, onde cada participante do evento poderia conhecer as agências missionárias, ONGs, ministérios. Segundo os dados da organização do congresso, grande parte dos participantes era da Igreja Presbiteriana e a APMT pode servi-los, apresentando seus projetos missionários, o ensino e a capacitação que a IPB tem realizado pelo mundo. Outro modo de conectar o jovem às necessidades da obra missionária foi o Espaço Connect, em que os jovens anotavam todas as suas habilidades, disposição de tempo e interesse em um banco de dados. Em contrapartida, as organizações missionárias anotavam as necessidades, oportunidades de serviço e capacitação fornecida. Por meio de um programa, os dados entre jovem e organização eram cruzados para que ambos entrassem em contato. Diversos jovens marca-

ram presença, compartilhando seus sonhos e medos a respeito do chamado transcultural. Muitos desejavam se envolver com tradução da Bíblia para línguas minoritárias, oportunidade de servir a curto prazo e o sonho de um ministério entre Povos Não Alcançados. Na “Vivência Missionária”, participantes do Vocare também puderam aprender sobre as experiências vividas por povos menos evangelizados ou perseguidos. Durante dois dias, 600 jovens foram informados sobre realidades missionárias bem distantes e, para muitos, desconhecidas. A dinâmica permitia que o participante escolhesse três rotas diferentes, cada uma com três realidades. Essas rotas tinham simulações do contexto ribeirinho, indígena,

urbano, universitário, africano, pessoas com surdez e outros três apresentando a igreja perseguida. Todos eles foram realizados em parcerias com organizações e agências missionárias. O Vocare chegou ao fim, incentivando cada jovem a continuar o movimento seguindo a vocação de Deus e atuando no lugar para o qual ele os direcionou, por meio de missões transcultu-

rais, urbanas, empresarial, e tantos outros projetos apresentados durante o evento. E segundo as palavras finais da liderança do congresso, “o melhor de Deus ainda está por vir”, quando cada jovem ali presente, voltasse para suas rotinas dispostos a transtornar o mundo (At 17.6), como sugeria o slogan do Vocare. Isabella Silveira é jornalista na APMT/ IPB


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CAPA

Comemoração dos 80 anos de UMP Aline Pereira

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ais de 400 jovens de inúmeras regiões do país encontraram-se na Universidade Luterana do Brasil, para agradecer a Deus e celebrar 80 anos de União de Mocidade Presbiteriana no Brasil. O evento ocorreu dias 21 e 22 de maio na universidade que fica em Canoas, região metropolitana de Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Nem o frio de 13ºC espantou os jovens e os impediu de efetuar inúmeras ações de evangelização. Nas atividades realizadas durante o dia 21, os jovens coletaram 26 bolsas de sangue, arrecadaram aproximadamente 100 quilos de alimentos e 132 mechas

de cabelos; distribuíram 4.000 folhetos evangelísticos, 105 mudas de plantas e 1.600 lixeira para carros (lixocar). Foram doadas 20 bíblias, e os jovens também realizaram uma visita às alas infantil e adulta de um hospital da região. As ações com crianças contaram com o apoio e participação do Rev. José Roberto Rodrigues Coelho, Secretário Geral do Trabalho da Infância. À noite, houve um culto de ação de graças, no qual os jovens puderam louvar e engrandecer a Deus por 80 anos de sustento do trabalho da mocidade presbiteriana. O Rev. Roberto Brasileiro foi o preletor da noite de sábado e, logo após o cul-

Uma das caravanas do Paraná

to, foi homenageado pela Confederação Nacional de Mocidades (CNM), recebendo o título de Amigo da Mocidade. O período de cânticos ficou por conta da banda Solus Christus, de Curitiba, Paraná. Na manhã de domingo pregou o presbítero Alexandre Almeida, Secretário Geral de Mocidades, e o culto encerrou-se com a Santa Ceia. Para esse evento a Confederação Nacional de Mocidades confeccionou diversos produtos comemorativos com o logo desenvolvido por Franklin Ramom, do Rio Grande do Norte, que foi o vencedor de um concurso realizado no ano passado, para a escolha da marca dos 80

Durante a programação, Rev. Roberto Brasileiro foi homenageado com o tít


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P aquece o Rio Grande do Sul Fotos: Allysson Silveira (Caxias do Sul) e Aline TR Caneda

Presb. José Batista da Hora Júnior, Presidente da CNM e Érika Pavão, 2ª tulo de “Amigo da Mocidade” secretária CNM

anos da UMP. Os jovens ficaram muito empolgados com as camisetas, canetas e chaveiros, mas o destaque foi para o moletom que esgotou em questão de minutos. “A UMP é construída e escrita com visão de reino: uns semeiam, plantam, outros regam, outros adubam, outros colhem... Mas o Senhor levanta, mantém e sustém os trabalhadores.

Banda Solus Christus

Caravana do Rio de Janeiro

E como é bom servir nossa IPB e ao Reino, por meio da nossa sociedade interna. Sejamos sempre alegres na esperança, fortes na fé, dedicados no amor, unidos no trabalho, e servos uns dos outros, pelo amor! UMP 80 anos, o nosso maior legado e marca é o serviço”, resume Da Hora Jr, presidente da CNM. Aline dos Santos Pereira é secretária de comunicação e marketing da CNM

Maciel Muss Sein, 1º secretário CNM, Presb. Alexandre Almeida, secretário geral de mocidades


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TEOLOGIA E VIDA

Deus, o Mestre Perfeito Hermisten Costa

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Educação Cristã começa por Deus. É ele quem prescreve o que deseja que saibamos e nos ensina por meio de sua Palavra a fim de vivermos à altura do privilégio de nossa filiação. O padrão de Deus é ele mesmo; ou seja: a perfeição. O modelo que tem para nós é o do próprio Filho. Ele tem um propósito glorioso para os seus filhos. É o Espírito quem nos conduz à conformidade da imagem de Cristo, a meta definitiva de todo povo de Deus. Pela direção do Espírito somos educados a viver como filhos. A Educação Cristã é justamente isto, sermos moldados, conduzidos à maturidade perfeita existente unicamente em Cristo. Paulo esboça a trajetória dos atos de Deus para conosco remontando à eternidade: “Aos que de antemão conheceu, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos” (Rm 8.29). Este é o sentido da santidade. Deus jamais foi ensinado. Como senhor de todo saber, não precisa ser ensinado por ninguém, porque não há saber fora dele: “Acaso, alguém ensinará ciência a Deus, a ele que julga os que estão nos céus?” (Jó 21.22). A origem do saber está em

Deus; ele é a fonte de toda verdade: “toda verdade procede de Deus” (Calvino). Assim, quem quer que saiba genuinamente alguma coisa apreendeu-o dele, a fonte de toda verdade (Is 40.13-14; Rm 11.33-34).

“Instruir-te-ei e te ensinarei o caminho que deves seguir; e, sob as minhas vistas, te darei conselho” (Sl 32.8)

Deus é descrito nas Escrituras como o mestre, o mestre por excelência: a) Ensinou a Moisés o que fazer e dizer (Ex 4.15); b) O ensino está associado à unção do Espírito Santo. Bezalel e Aoliabe, além de aprenderem do Senhor, foram inspirados a ensinar suas habilidades artesanais a outros de maneira que se pudesse construir o tabernáculo (Êx 31.2-6; 35.31-35); c) Treina-nos nas suas veredas (Sl 25.4). O salmo 25, entre outros (34,37,111,112,119,145), inicia cada estrofe com a sequência das 22 letras do alfabeto hebraico. Uma explicação para esse procedimento é a tentativa de facili-tar a memorização do texto. Davi está, portanto, desejoso de guardar, “me-

morizar” o ensinamento de Deus para poder segui-lo confiadamente. No salmo 25 Davi faz algumas constatações a respeito do Senhor como Mestre e afirma que Deus “aponta o caminho que devemos seguir”, “Guia os humildes na justiça”, “ensina aos mansos o seu caminho” e instrui os que o temem” (v.5,8-9,12): Davi estava firmado na promessa de Deus, que diz: “Instruir-te-ei e te ensinarei o caminho que deves seguir; e, sob as minhas vistas, te darei conselho” (Sl 32.8). “No caminho da sabedoria te ensinei, e pelas veredas da retidão te fiz andar” (Pv 4.11). Deus nos ensina para que cumpramos a sua Palavra (Dt 4.1,5,14; 5.1,31; 6.1). C o m o mestre perfeito, Deus usava inclusive o recurso musical para ensinar a Lei ao povo (Dt 31.19,22/Dt 32.1-47). Portanto, devemos buscar em Deus o ensino e a capacitação para guardar os seus mandamentos (Sl 27.11; 86.11; 119.12, 26, 33, 64, 66, 68,108, 124, 135, 171/ Jó 6.24; 34.32). Em outro contexto (c. 740 a.C.) Isaías anuncia que, apesar da desobediência de Israel, Deus enviará mestres que instruirão o povo (Is 30.20-31). As nações virão a Jerusalém para que Deus as ensine (Is 2.3). O Servo do Senhor que virá, possui a língua e os ouvidos de erudi-

to (Is 50.4). Os genuínos filhos de Israel vivem na gloriosa esperança aguardando com alegria a era messiânica, quando todos serão ensinados pelo Senhor (Is 54.13). Por isso, o homem que na presente condição é ensinado por Deus é considerado bem-aventurado (Sl 94.12). Desse modo, devemos suplicar pelo ensino de Deus (Sl 119.12; 119.26,64,66,68,73, 108,124,135; 143.10). O ensino de Deus tem a ver diretamente com o que é necessário à nossa existên-

cia. A sua instrução é fundamental para sermos bem sucedidos (Is 48.17). Na velhice, o salmista reconhece que Deus o tem ensinado desde a sua mocidade, sendo este o seu testemunho constante: “Tu me tens ensinado, ó Deus, desde a minha mocidade; e até agora tenho anunciado as tuas maravilhas” (Sl 71.17). Aprendamos e continuemos a aprender com o Senhor, o Mestre por excelência. O Rev. Hermisten Maia Pereira da Costa é membro do Conselho Editorial do Brasil Presbiteriano.


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NOTA DE FALECIMENTO

Amador Alves de Menezes Alderi Matos

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aleceu no dia 18 de abril de 2016, em Goiânia, o Rev. Amador Alves de Menezes. O sepultamento se deu no Cemitério Jardim das Palmeiras, estando presentes os Revs. Roberto Brasileiro, Augustus Nicodemus Lopes, Juarez Marcondes, Davi Charles Gomes, Mauro Meister, Dr. Benedito Guimarães e outros líderes do Mackenzie e da IPB. Nascido no dia 1º de julho de 1923, em Frutal, no Triângulo Mineiro, de uma família de origem portuguesa e católica romana, Amador converteu-se em 1942, aos 19 anos de idade. Em 1945, foi encaminhado ao Instituto Bíblico Eduardo Lane (IBEL), em Patrocínio, e dois anos mais tarde foi designado como evangelista. Sua ordenação ao ministério ocorreu em 1962, tendo sido o seu pastorado marcado por pregações expositivas e mensagens com aplicação prática na vida dos fiéis. Plantou, ajudou a plantar e pastoreou igrejas nos estados de Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso. Dentre elas, destacam-se as seguintes: em Guira-

Conferência Missionária em Guiné Bissau

tinga (MT), IP de Baunilha; em Goiânia (GO), 1ª Igreja Presbiteriana, IP de Campinas, IP de Vila Bethel e IP de Vila São José. O Rev. Amador deixa um legado de mais de 50 anos de dedicado trabalho pastoral. Do primeiro casamento, com D. Juventina Melo de Menezes, deixou quatro filhos, entre os quais o presbítero Maurício Melo de Meneses, presidente do Instituto Presbiteriano Mackenzie (os demais são Manassés, Milca e Miuci), bem como 9 netos e 10 bisnetos. Deixa ainda a segunda esposa, Sra. Laís Menezes, com quem esteve casado durante 32 anos. Publicou em 2008 a coletânea de poemas bíblicos Pérolas Sagradas. O Rev. Alderi S. Matos é o historiador da IPB.

Clodoaldo Brunet

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aleceu no dia 9 de março, rev. Clodoaldo Brunet, homem dedicado a obra do Senhor, vítima de infarto. O velório ocorreu na congregação de Cajazeiras, e seguiu para a cidade de Pombal (PB), onde o velório continuou na Igreja Presbiteriana de Pombal, com sepultamento na cidade. Rev. Clodoaldo era evangelista, missionário, visionário e acima de tudo, um homem profundamente piedoso que via sempre no sofrimento do próximo, uma oportunidade de ajudá-lo e abençoá-lo. Conhecido, amado e reconhecido

No BRASIL E NO MUNDO

pelo povo da região sofrida do sertão paraibano pela sua forte ação social e pregação da Palavra. Um de seus sonhos era construir e entregar a igreja, o templo da congregação presbiteriana da cidade de Cajazeiras no sertão sofrido da Paraíba, sonho este realizado 12 dias antes de sua morte, inclusive com a presença do Rev. Roberto Brasileiro, presidente do Supremo Concilio da Igreja Presbiteriana do Brasil. Ele era casado com Francivalda Bandeira de Sousa Brunet, e pai de Letícia (12) e Larissa (9).

De 6 a 8 de maio, foi realizada a primeira Conferência Missionária na IP de Djaal, Guiné Bissal, com o tema: “A igreja é o agente para a missão”. “Além da conferência, estamos comemorando dois anos de organização da igreja e a inauguração da reforma do templo: piso, forro e pintura. A Deus toda a glória e àqueles que são parceiros nessa obra o nosso muito obrigado! ”, expressou o Rev. Paulo Serafim. O Rev. Jair de Almeida Jr., professor do JMC e pastor da IP da Glória, SP, esteve presente na comemoração, convidado para ministrar a disciplina “Exegese de Romanos”, do Seminário que funciona na igreja. “Agradecemos a Deus pela vida do Rev. Jair, e sua valiosa contribuição para nosso ministério na formação de novos líderes. Também a nossa gratidão à igreja que ele pastoreia, que além de enviar o seu pastor, mandou também livros e um computador para a biblioteca do seminário presbiteriano de Bissau”, celebrou o Rev. Serafim. Fonte: www.apmt.org.br

Denúncia contra ativistas homossexuais nos EUA Uma denúncia realizada por profissionais ligados à saúde, que surpreendentemente são psicólogos, médicos, especialistas em ética médica, acadêmicos e assistentes sociais, simpatizantes da causa homossexual, mostrou a ação coordenada de ativistas homossexuais nos Estados Unidos para recrutar e influenciar crianças a acreditarem e afirmarem que são transgênero. “Estamos alarmados pela tendência entre os profissionais de saúde mental em aceitar o autodiagnóstico de uma pessoa jovem como transgênero, com o mínimo estudo psíquico sobre isso”, alertaram os profissionais, ligados ao grupo Youth Trans Critical Professionals (YTCP). A denúncia explica, ainda, que os casos precocemente diagnosticados como incompatibilidade com gênero biológico, podem ser, na verdade, problemas psicológicos clássicos: “Em muitos casos, estes jovens podem estar sofrendo com problemas, tais como ansiedade ou depressão, que os tornam presas fáceis para as táticas ‘cult-like’ desses ativistas transgêneros online“, apontaram. Assim, o YTCP passou a expressar sua preocupação com a oferta de cirurgias de mudança de sexo e tratamentos hormonais em pessoas muito novas, pois é provável que essas decisões sejam tomadas sem a certeza a respeito da homossexualidade. O grupo ainda se queixou da legislação em alguns estados dos EUA, em que profissionais de saúde mental são impedidos, em alguns casos, de explorar adequadamente os problemas subjacentes, que podem levar alguns jovens a acreditarem de maneira equivocada que são transgênero. “Chegou o tempo para que profissionais da área de saúde mental, e outros, comecem a falar sobre este assunto”, acrescentaram. Fonte: www.christianpost.com


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MEDITAÇÕES

Andai como filhos da luz “... outrora éreis trevas, porém agora sois luz no Senhor; andai como filhos da luz” (Ef 5.8).

Frans Leonard Schalkwijk

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erta noite, eu estava pregando numa pequena casa de madeira que havia sido transformada em templo pela remoção das quatro paredes internas. Havia uma lamparina colocada numa das vigas. De repente, sem querer, bati na viga e a lamparina caiu no chão. Ficou escuro como o breu e percebemos

que ninguém era vagalume: ninguém tinha luz em si mesmo. Espiritualmente estávamos nas trevas, ou pior, éramos trevas até que o Sol brilhasse em nossos corações (Lc 1.78). Pela graça de Deus agora somos luz no mundo (Mt 5.14), mas somente refletindo a Luz do mundo, o nosso Senhor Jesus (Jo 8.12). Ele, o Servo do SENHOR que,

por nossa causa, andou nas mais profundas trevas e mesmo assim confiou em Deus (Is 50.10). Que privilégio que o Senhor quer usar-nos como lamparinas para ajudar dissipar as trevas (Fp 2.15). O nosso óleo vem do Espírito Santo, que também limpa o nosso pavio; se não, o pavio fumegaria. Não rejeitemos a espevitadeira que Ele usa, mas respeitemos a Sua escolha. Como amados filhos da luz, e não filhos da desobediência (Ef 5.6), andemos no amor de Cristo (Ef

5.1,2), não participando das obras das trevas (Ef 5.11). Este truque diabólico diminuiria a nossa luzinha e correríamos o risco de tropeçar no escuro. Por isso Kivengere, um bispo anglicano em Uganda, advertiu “Ande na luz, para que o diabo não te pegue na escuridão!” (Jo 12.35). No meu escritório tenho um poster que me admoesta constantemente: Walk in the light, as He is in the light (Ande na luz como Ele está na luz; 1Jo 1.7). Pela luz posso conhecer a Deus e a mim mesmo (Jo

1.4) e sei que sou propenso a errar. Mas não quero ficar para trás, nem andar depressa demais. Às vezes está um pouco escuro, e percebo que me atrasei, ou pode ser que eu tenha pressa demais e noto que Ele nem ainda lançou a luz sobre o dia de amanhã (Mt 6.34). Oh Senhor, ajude-me a andar na Tua luz e no Teu passo! Extraído de Meditações de um Peregrino, de Frans Leonard Schalkwijk, Cultura Cristã, 2014.

PROJETO SARA

A família no coral da igreja “Ah, se não fosse o Senhor, que esteve ao nosso lado, Israel que o diga!” Salmos 124.1

O

nosso coral é muito especial: composto por pelo menos quatro gerações: jovens e adolescentes, adultos, avós e bisavós.... Como harmonizar e fazer encontrar tantas vozes tão diferentes? Como afinar? Entendemos que às vezes precisamos cantar, e às vezes ficar quietinhos... pois a voz não alcança a nota certa. Mas uma coisa, todos nós fazemos o tempo todo: louvamos e adoramos ao nosso Deus, que

tem operado o seu poder sobre nós e sobre nossas famílias. Deus tem sustentado nosso grupo coral em nossa amada IP de Praia Grande por dez anos. Participamos do culto em 23 de abril de 2006, com três hinos de Páscoa. Desde então, nos reunimos para ensaiar, rogando ao nosso Deus que aceite o nosso louvor e adoração, mesmo enquanto estamos aprendendo novos hinos. E faze-

mos dos ensaios momentos de louvor e gratidão, reconhecendo que se não fosse o Senhor, não conseguiríamos realizar coisa alguma. Oramos uns pelos outros, nos confraternizamos e nos reunimos semanalmente, confiando na bondade e misericórdia do nosso Deus, que esteve ao nosso lado, por todos estes anos. A benignidade e o amor que Deus tem demonstrado para conosco nos remete a uma atitude de compromis-

so e responsabilidade. Portanto, os coralistas devem ser membros da igreja, reconhecendo o privilégio de conduzir a Igreja de Cristo ministrando louvores. Muitas oportunidades Deus tem nos dado para levar sua Palavra através da música: casas de idosos, escolas, prefeitura, encontro de corais, igrejas irmãs de São Vicente e Santos, albergues, ocasiões especiais como casamentos, batismos e serenatas. Para

tanto, contamos com todo apoio do nosso pastor e do nosso Conselho. Portanto, queremos servir ao nosso Deus, com todo nosso amor, com toda nossa força, com todo coração e com muita alegria. Entendemos o quanto precisamos viver e testemunhar o que cantamos. Queremos ser uma bênção para nossa amada Igreja e que Deus nos ajude, como tem nos ajudado todos esses anos.


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VIDA MISSIONÁRIA

Família Genovez C

ompletamos quatro meses na França em 1º de maio. Algo que parecia tão distante se solidifica cada dia mais, para nossa alegria e glória do nome de Deus. Somos gratos a Deus por seu cuidado e pelo sustento físico, espiritual e emocional que ele tem nos dado. Março foi um mês difícil para nós, mas em abril, apesar dos desafios, sentimos Deus nos animando. Na primeira semana de abril, estivemos alguns dias em Marselha com os missionários da APMT, Paulo Sicoli e Marcos Azevedo, e além de encerrar um projeto de vídeo para a UNEPREF (União Nacional das Igrejas Protestantes Reformadas Evangélicas da França) passamos um tempo com amigos queridos.

Esse encontro tem como objetivo incentivar as igrejas a darem um passo à frente e buscarem meios de fazer mais por missões, alcançando mais pessoas. Em maio tivemos uma reunião na igreja em Montpellier com o pastor e presidente da UNEPREF, Jean-Raymond, que assumirá o trabalho a partir de setembro. Foi bem instrutivo para nós, que nunca tínhamos participado de uma assembleia geral aqui na França. Como está sem pastor desde o ano passado, a igreja tem sofrido com algumas dificuldades, mas de forma geral tem consigo manter estudos bíblicos durante a semana e cultos aos domingos. Diferente do Brasil, o ano letivo aqui começa em

setembro, por isso, agora em junho terá uma reunião em que será discutido nosso campo de trabalho, que acreditamos que seja em parceria com o Jean-Raymond, na igreja de Montpellier. Temos nos dedicado ao idioma francês, porque ele é fundamental para nosso trabalho. Já vimos progresso na escuta e na compreensão e nosso maior desafio é arriscar mais e conversar sempre que tivermos oportunidade. Em março nossa pequena Clarisse completou seu primeiro ano de vida. Estamos alegres por acompanhar o seu crescimento. Ainda em maio, teremos a Convenção Nacional das Igrejas Reformadas Evangélicas na França, ocasião em que a nossa agência

missionaria (APMT) e os missionários, apresentarão seus planos junto à igreja francesa. Estamos muito animados para o que Deus tem reservado para nós. Pedimos que continuem orando conosco, por nossa família, pela França e pelo Brasil, que temos acompanhado as notícias daqui. Somos muito gratos a

Deus pela oportunidade de servi-lo e, assim, contribuir para o crescimento do Reino. Pedidos de oração: Reunião de junho, na qual será definido nosso campo de trabalho aqui na França, e pelo aprendizado do francês. No amor de Cristo, Fábio, Stephany e Clarisse.

FORÇAS DE INTEGRAÇÃO

Simpósio de Atualização Eclesiástica Eliézer Gomes

N

o dia 14 de maio, no templo da Igreja Presbiteriana em Jaguaribe, João Pessoa (PB), foi realizado o Simpósio de Atualização Eclesiástica – “O SISTEMA PRESBITERIANO”. O Simpósio foi ministrado pelo Rev. Estevão Domin-

gos e contou com a presença de dezenas de irmãos e irmãs, oficiais, líderes de sociedades internas, inclusive de outras denominações. Todos os participantes refletiram sobre várias questões relacionadas à doutrina, governança e outros aspectos do dia a dia da IPB. O programa do Simpósio foi composto de oito

Rev. Estevão Domingos falando aos presentes

tópicos discorridos com bastante conhecimento, por parte do preletor, que se propôs, devido à exiguidade de tempo, a estudar a possibilidade de uma reapresentação. Tópicos constantes do programa – 1. Conceito de Sistema Presbiteriano, 2. Sistemas de Governo Eclesiástico, 3. O Sistema Pres-

biteriano e a Identidade da Igreja, 4. Os Símbolos de Fé da Igreja Presbiteriana do Brasil, 5. O Oficialato da Igreja: Presbíteros e Diáconos, 6. Testemunho do Novo Testamento, 7. O Governo na Igreja de Genebra, 8. Presbiterianismo Eclesiástico. Diácono Eliézer Gomes – Secretaria de Apoio às Juntas Diaconais


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16 EDUCAÇÃO CRISTÃ

Capacitação para o Discipulado Beny Santos

N

o dia 14 de maio de 2016, foi realizado o I Congresso Regional de Educação Cristã, na Igreja Presbiteriana de Rolândia – PR, em parceria com a equipe da Casa Editora Presbiteriana e com apoio do Presbitério Norte Novo Paraná (PNNP). Várias igrejas do Sínodo Norte do Paraná e do Sínodo Metropolitano de Londrina participaram: do Presbitério Norte Novo Paraná, a IP de Rolândia, IP de Apucarana, IP de Astorga, IP de Guaraci, IP de Porecatu, Congregações Presbiteriais de Jaguapitã e Maanain de Apucarana; do Presbitério de Maringá, a Quarta IP de Maringá; do Presbitério Vale do Ivaí, a IP de Barbosa Ferraz; do Sínodo Metropolitano de Londrina, do Presbitério Grande Londrina: a IP de Cambé; do Presbitério de Londrina: a IP de Ibiporã e a IP Ágape de Londrina. Também participaram irmãos da Igreja Batista Independente de Rolândia. O total foi de 147 participantes inscritos. Foi um dia muito produtivo, com cinco oficinas: 1– Didática para o ensino de crianças/Como elaborar o culto com as crianças (Márcia Barbutti de São Mateus, ES); 2– A classe de adolescentes I e II (Valéria Toledo de Santos, SP); 3– A classe de jovens I e II (Leninha

Um treinamento animado

Maia de Rio de Janeiro, RJ); 4– Didática para classes de jovens e adultos: o roteiro da aula – I e II (Sandra S. Marra de São Paulo, SP); 5– O Professor Discipulador/ Objetivos da Aula (Cláudio Marra de São Paulo, SP). O Congresso iniciou às 9h00 e o encerramento aconteceu das 17h às 18:15h com um painel. Terminamos esse Congresso com uma alegria imensa pela participação das igrejas, pelo conteúdo das oficinas e o aprendizado adquirido. Estamos muito gratos à Casa Editora Presbiteriana (Editora Cultura Cristã) por idealizar esse tipo de Congresso para treinamento dos professores da Escola Dominical e também agradecemos de modo especial aos preletores que se dispuseram a estar conosco, bem como suas famílias que os liberaram e os apoiaram nesse trabalho. O Rev. Beny Vieira dos Santos é o pastor da IP de Rolândia

Todos concentrados no objetivo

Sorrisos após a oficina de Didática com a profª Sandra (ao centro)

Participantes - vista parcial

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PLANTAÇÃO E REVITALIZAÇÃO

VI Congresso de Plantação e Revitalização Com o enfoque no sacrifício que a missão requer do cristão, o evento contou com palestras e oficinas específicas

Profª Márcia - editora do material infantil da CEP

Rev. Beny na condução do evento

A zelosa equipe de apoio

Profª Leninha - centro - e o ensino de jovens

Profª Valéria - 4ª da esquerda - e o ensino de adolescentes

Participantes - vista parcial

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e 12 a 14 de maio, a Igreja Presbiteriana de Pinheiros, realizou o VI Congresso de Plantação e Revitalização de Igrejas. De acordo com rev. Arival Dias Casimiro, pastor titular e presidente da Junta Missionária Presbiteriana de Pinheiros, temos o desafio de viver sabendo que a nossa missão é maior que a nossa vida. “A história das missões é o relato de vidas que se sacrificaram para realizar a obra. Um missionário abre mão da sua vida para salvar outros”. Com o tema “Sacrifício para realizar a missão”, o VI Congresso recebeu os preletores Arival Dias Casimiro, escritor, conferencista e plantador de Igrejas; Hernandes Dias Lopes, diretor executivo da Luz para o Caminho (LPC), pastor colaborador da Igreja Presbiteriana de Pinheiros, conferencista e autor; Jeong Shik Park, fundador e pastor sênior da Igreja da Graça há 30 anos, conferencista e escritor; José Dilson, missionário da APMT (Agência Presbiteriana de Missões Transculturais, atuando há 25 anos no campo missionário no continente africano (Em Guiné Bissau, plantou uma Igreja Presbiteriana, a primeira denominação

Público presente assistindo a palestra do Rev. Roberto Brasileiro

reformada no país); Roberto Brasileiro, presidente do Supremo Concílio da IPB. Diretor do Instituto Bíblico Eduardo Lane (IBEL). Envolvido com plantação e revitalização de igrejas; Vassilius Constantinidis, conferencista e preletor da APEC no Brasil, Canadá, Estados Unidos, Europa e Coreia do Sul. Além das grandes preleções, os congressistas participaram de oficinas, com os seguintes temas: • O custo da missão na cidade – André Leitão • Liderança Sacrificial – Arival Dias Casimiro • Mobilizando a Igreja ao sacrifício – José Dilson • A importância dos mártires para a Igreja de hoje – Jonathan Ferreira Jr. • O preço para evangelizar as crianças – Vassilius Constantinidis • BAM: Negócios & Missões – Paulo Humaitá

• A missão urbana da capelania – Eleny Vassão de Paula Aitken Um importante destaque na programação, foi o período reservado para a oração, a mais importante ferramenta para o cristão, vivendo em comunhão com Deus. “Cada cristão deve pagar o preço para realizar a missão. Jesus Cristo pagou o preço único, definitivo e insubstituível da nossa redenção, através do seu sacrifício na cruz. Se a compaixão é o motivo da missão, o sacrifício é o seu preço. Se o amor é a raiz, o sacrifício é o resultado. É preciso renunciar a si mesmo, sair da zona de conforto e realizar a missão, afirmou rev. Arival. O VI Congresso foi uma realização da IP Pinheiros em parceria com a JMN, Junta de Missões Nacionais, da Igreja Presbiteriana do Brasil.


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JMN

Nova igreja em campo missionário Congresso reuniu 1.100 jovens, discutindo sobre vocação, responsabilidade social e mobilização missionária Mariano Alves Jr.

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á longo do tempo trabalhando na Peixoto de Azevedo, Matupá, Guarantã do Norte, Marcelândia, Sorriso e na Junta de Missões Nacionais é sempre memorável presenciar a consolidação do campo e vê-lo se tornar uma igreja organizada. Tive o privilégio de estar presente junto com o presb. Vicente Lúcio (Presidente da JMN) e ser o pregador do culto de organização em igreja do campo missionário de Colniza (MT). A JMN é pioneira na implantação de Igrejas nas regiões norte, oeste e meio norte

do Mato Grosso. O Presbitério de Alta Floresta foi desdobrado e criou-se o Presbitério Noroeste; no ano passado esse Presbitério foi desdobrado mais uma vez, dando origem ao Presbitério de Sinop. Tudo isso foi possível a partir das ações missionárias da IPB, através da JMN, tendo como base as Igrejas de Alta Floresta, Sinop, Juína, Juara, Castanheiras e Colíder, todas plantadas pela JMN. Alguns anos depois os campos de Aripuanã foram consolidados e entregues ao Presbitério. Recentemente foi a vez da consolidação e entrega do campo de Nova Mutum, mais precisamente nos

Da direita para esquerda: Presb. Vicente Lúcio, Rev. Samuel, Mariângela e Rev. Mariano Alves.

dias 30 de abril e 1º de maio, quando uma bonita e abençoada festa cristã foi organizada e a nova igreja, do campo de Colniza (MT), foi entregue ao Presbitério Noroeste do Mato Grosso. A JMN continua presente

na região com os campos missionários: Tapurah, Itanhangá (meio norte), Nova Canaã do Norte, Paranaíta, Nova Monte Verde (região Norte), Nova Bandeirantes, Cotriguaçu, Juruena e Porto dos Gaúchos (Noroeste do Estado).

Parabenizamos a todos os obreiros que trabalharam e acreditaram que com a graça de Deus seria possível a implantação e organização da IPB em Colniza. Aos presbiterianos da cidade de Colniza, ao Presbitério que apoiou e recebeu a responsabilidade de dar continuidade, aos novos oficiais presbíteros, diáconos da nova igreja e em especial ao casal missionário que está a frente do rebanho neste momento de consolidação o Rev. Samuel e Mariângela, nossas palavras são de profundo agradecimento e louvor a Deus. O Rev. Mariano Alves Jr é supervisor e divulgador de campos da JMN

Igreja Perseguida

Perseguição na Alemanha

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stima-se que na Alemanha vivam cerca de 1 milhão de refugiados, o que tem sido um sério desafio para o país. A maioria deles se instala em albergues, as moradias temporárias mais comuns entre os alemães. Mas havia uma questão ignorada sobre isso: os albergues são controlados pelos muçulmanos. “Refugiados

de diversas nacionalidades têm encontrado um ambiente hostil quando eles revelam sua fé. Eles foram buscar segurança na Europa, sem contar com a possibilidade de que muçulmanos estariam instalados onde eles chegariam. É decepcionante ouvir que esses cristãos encontraram os mesmos padrões de perseguição em solo oci-

dental. Cerca de 75% deles confirmou que teve de enfrentar desde insultos, danos corporais, ameaças de morte ou músicas e orações extremamente altas como forma de provocação”, comenta um dos analistas de perseguição. “Cerca de 80% dos refugiados cristãos apontaram para a necessidade de um alojamento separado

para cristãos e muçulmanos. Outros sugeriram seminários para todos, a fim de educá-los sobre as leis do governo alemão,

principalmente sobre as questões de liberdade de expressão e religião”, comentou. *Saiba mais: www.portasabertas.org.br


Brasil Presbiteriano

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EVANGELIZAÇÃO

Missão Caiuá Há 88 anos a Missão Evangélica Caiuá atua em 22 tribos indígenas no Mato Grosso do Sul, buscando realizar a vontade de Deus, entre lutas e vitórias

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m 28 de agosto de 1928, por meio da Associação Evangélica de Catequese dos Índios, com sede em São Paulo, foi criada a Missão Evangélica Caiuá, agência missionária que atua entre os indígenas. Nasceu como fruto do sonho do Rev. Albert Maxwell, pastor presbiteriano norte-americano que veio ao Brasil para investir na expansão do evangelho, após ter vendido todos os bens que possuía nos Estados Unidos. Ao se instalar em solo brasileiro, o rev. Maxwell dedicou atenção especial aos índios da região de Dourados (MS), da tribo Kaiwá. Deparou-se com a difícil situação daquele povo, composto, em sua maioria, por crianças e mulheres, que trabalhavam na colheita do mate. Ele concluiu, então, que deveria cuidar não só da dimensão espiritual do índio Kaiwá, mas de seu corpo e mente. Atualmente, a Missão Caiuá é coordenada e administrada pela Igreja Presbiteriana do Brasil e pela Igreja Presbiteriana Independente. “Todo o trabalho realizado na região nos traz muita alegria, pois contamos com

uma equipe muito envolvida e cooperadora. Juntos, nos esforçamos para atingir os objetivos e atender as necessidades nas mais diversas áreas de atuação da Missão, comemora o Rev. Benjamin Benedito Bernardes, secretário executivo da Missão Caiuá. A Missão atende 41.991 índios de 22 aldeias, somente na região de Dourados (MS). Dessas 22 aldeias, a Missão tem missionários em 16, restando, portanto, 6 aldeias a serem atendidas com missionários residentes. O número de membros nas igrejas dessas aldeias, chega a 1.151 pessoas. Somente em 2015, foram recebidos nos campos, 144 novos membros por batismo e profissão de fé. “Temos 4 escolas de pré-escola e ensino fundamental, em convênios com as

Diretoria Missão Caiuá

prefeituras municipais de Dourados, Amambaí, Sassoró e Porto Lindo com 1.734 alunos em 2015. Em 2016, esse número ultrapassou dois mil alunos. Com alegria podemos dizer que temos ex-alunos nossos, que hoje são advogados, enfermeiros, pedagogos, entre outras profissões, que receberam nosso apoio. No ano passado, inclusive, tivemos o primeiro índio formado no Seminário Presbiteriano José Manoel da Conceição (JMC) que, com a graça de Deus, será mais uma benção na Missão Caiuá”, declara o Rev. Geraldo Silveira, presidente da Missão Caiuá. Muitas caravanas de igrejas visitam anualmente a Missão, levando doações, realizando trabalhos de evangelização, ação social, fazendo pintura e reformas.

A liderança da Missão Caiuá busca novas alternativas para que o trabalho possa prosseguir entre os índios

Toda essa ajuda, de acordo com o presidente da Missão, têm sido de grande valia, somando esforços com quem está na linha de frente. “Nós louvamos a Deus pela vida de cada igreja e cada voluntário. Pedimos que essas e as demais Igrejas Presbiterianas do Brasil, orem e invistam na Missão Caiuá. Infelizmente, nem o hospital, nem as escolas, nem o Instituto Bíblico e a própria Missão têm recebido investimento financeiro nos últimos anos, e o patrimônio necessita urgente de manutenção, reforma e novas construções, para melhor atender nossos irmãos

indígenas e acomodar novos missionários”, explica rev. Geraldo. Para atingir uma meta sólida de investimento, a Missão Caiuá necessita de 300 parceiros, entre igrejas, empresários e irmãos que possam contribuir com um valor de R$500,00/mês, durante dois anos. Assim, a Missão poderá continuar a atender índios da região, mantendo o importante projeto de evangelização em meio ao povo indígena. Para mais informações sobre a Missão Caiuá, acesse www.missaocaiua.org.br , escreva para mcaiua@uol. com.br, ou ligue para (67) 3421-4197.

Igrejas de diferentes localidades visitam a Missão Caiuá


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Boa Leitura Fora de Moda Tullian Tchividjian

Um revigorante apelo à ortodoxia. O autor não se desculpa pelo evangelho; mas o usa como um símbolo de coragem. Fora de Moda nos dá uma vista panorâmica da vida cristã real, centralizada em Cristo, comprometida com a igreja, delineada pelo reino, focalizada no futuro e totalmente contracultural. O livro esclarece o que significa estar fora do estilo corrente da cultura – estar alinhado com os caminhos de Deus no que se refere à comunidade, ao estilo de vida, ao trabalho, ao dinheiro, aos relacionamentos, ao culto e à igreja. A promessa de recuperar uma presença autenticamente “fora deste mundo” significa que os cristãos podem, mais uma vez, tornar-se uma autêntica força de renovação para Deus neste mundo. Origens intelectuais da Reforma Alister McGrath A Reforma protestante do século 16 permanece como uma das mais fascinantes áreas de estudo. Uma questão central e muito importante, levantada pela pesquisa moderna intensiva sobre o Renascimento e o Escolasticismo do final da Idade Média, são as origens intelectuais da Reforma. Essa obra explora o tema analisando as ideias do Humanismo e do Escolasticismo. McGrath demonstra como as ori-

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Entretenimento e reflexão O Brasil Presbiteriano não necessariamente endossa as mensagens dos filmes aqui apresentados, mas os sugere para discussão e avaliação à luz da Escritura.

gens intelectuais da Reforma são heterogêneas e delineia as implicações dessa descoberta para entendermos a Reforma como um todo. Casamento temporário (2ª edição) – John Piper

O significado do casamento é grandioso. O abismo entre a visão bíblica do casamento e o conceito humano é – e sempre tem sido – enorme. Algumas culturas, têm respeitado a importância e a permanência do casamento. Outras, como a do mundo ocidental do século 21, têm atitudes tão baixas e utilitárias, que fazem a visão bíblica parecer ridícula para a maioria das pessoas. O casamento é uma dádiva temporária, mas gloriosa. É mais que o amor mútuo entre marido e esposa – imensamente mais. Seu significado é infinitamente grandioso: a manifestação do amor fiel à aliança de Jesus e seu povo. Um livro para casados, solteiros, divorciados e recasados.

Sobre esses e outros títulos acesse www.editoraculturacrista.com.br ou www.facebook.com/editoraculturacrista ou ligue 0800-0141963

A Noiva do Oriente (2005)

Amor Incondicional (2012)

Pete de Jaeger é um jovem consultor sul-africano, que vive negligentemente sua vida cristã: passou a ser um mero religioso, sem compromisso com a Palavra de Deus. O jovem vive dessa forma, sem saber que outros cristãos ao redor do mundo pagam caro por professar a mesma fé que ele, tendo seus direitos negados, principalmente o direito à vida. No entanto, tudo o que esse jovem conhecia sobre sua fé, muda drasticamente, depois que ele faz uma viagem ao Oriente Médio, alterando sua percepção de ser cristão em um ambiente hostil. Pete passa por situações muito difíceis, tendo sua fé testada, e sendo desafiado a viver como autêntico cristão. Um filme recomendado para debates de grupos de estudo, abordando não só o desafio missionário, mas a vida de um crente dedicado ao Reino.

Stuart (Sean Astin), líder da juventude da igreja, e sua esposa, Beth (Erin Bethea), levam cinco adolescentes para acampar no fim de semana; porém, duas garotas têm uma séria discussão. Para resolver o conflito e fazer os jovens repensarem seus comportamentos, Stuart cita o belo exemplo de Oseias (Elijah Alexander): ele recebe uma revelação de Deus e se casa com uma prostituta. Tempos depois, sua mulher, Gomer (Tehmina Sunny), abandona o lar por causa de riquezas materiais. Mesmo assim, seguindo o exemplo do incrível amor de Deus, o profeta perdoa a esposa e volta a cuidar dela depois que é jogada, pelo amante, no mercado de escravos. Uma bela lição é transmitida por essa história emocionante, que exalta o amor incondicional do Senhor e o seu perdão pelos erros do seu povo.

Bonhoeffer – O agente da Graça (2000)

Esse é um filme dramático que mostra o amor de Dietricch Bonhoeffer, um pastor alemão luterano, executado por ir contra os planos de Adolf Hitler. Sua resistência ao nazismo alemão fez dele um herói contemporâneo. Uma história verídica de amor coragem e sacrifício. Nos últimos anos de Bonhoeffer, sua participação na resistência alemã e sua luta moral são dramatizadas neste filme. Mais do que somente uma figura biográfica, Bonhoeffer – O Agente da Graça, abre as portas e traz ao mundo a resistência alemã que é pouco conhecida e detalhada: a heróica rebelião de Bonhoeffer, um ministro luterano altamente respeitado que poderia manter a sua paz e salvar sua vida em várias ocasiões, mas, em vez disso, pagou o último preço por suas crenças.

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