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Brasil Presbiteriano O Jornal Brasil Presbiteriano é órgão oficial da Igreja Presbiteriana do Brasil Ano 56 nº 722 – Janeiro de 2015

Sons de Natal

No dia 25 de novembro de 2014, aconteceu na cidade de Campinas (SP) a segunda edição do evento “Um Grito de Paz”, realizado pela capelania da Universidade Presbiteriana Mackenzie, com apoio da Prefeitura. De acordo com Rev. Marcelo Coelho, capelão na unidade Campinas, dois objetivos principais norteiam o projeto: reafirmar a confessionalidade da Universidade e oferecer aos moradores de Campinas e região, músicas clássicas natalinas, com qualidade, que transmitam a verdadeira mensagem de salvação, conforme o Mackenzie crê.

Missão Europa, uma obra que avança Jubileu de Prata do trabalho missionário da APMT/IPB na Europa, ordenação de oficiais nacionais, exame de candidato para a ordenação ao Sagrado Ministério, chegada de novos missionários e a abertura de novos campos, consolidam o esforço missionário no “velho continente”. PÁGINAS 10 E 11

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Série

Presbiterianismo na América do Sul Nos próximos meses vamos informar a situação da Igreja Presbiteriana (ou Reformada) no continente, bem como relatar o esforço que a nossa denominação tem feito para que a Palavra de Deus frutifique na Bolívia, Chile, Peru, Paraguai, Uruguai e dentro do próprio Brasil. PÁGINA 4

Em pé (de esquerda a dereita): Rev. Walter Pinheiro, Rev. Raimundo Montenegro, Rev. Jânio Ciritelli, Rev. Gilberto Coelho, Rev. Jhonny Alicea Baez, Rev. Humberto de Oliveira, Rev. Carlos del Pino, Rosa del Pino, Rev. Benilton dos Santos, Rev. Ignacio Michón, Tirza de Mandonça, Rev. Ronaldo André, Rev. Fábio Diniz, Ana Elisa Diniz. Sentados (de esquerda a dereita): Daniel Stefan, Rev. Gabriel Neubarth, Rev. Everton Pita, Rev. Manoel López Franco, Rev. Jocildo Maximino e Rev. Dirceu de Mendonça.


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EDITORIAL

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O que vai ser?

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ma das expressões da graça de Deus na aliança foi ele haver comunicado a Abraão que a punição pela desobediência às estipulações pactuais seria assumida por ele mesmo, Deus. É o que aprendemos em Gênesis 15.17. A santidade divina também foi expressa de modo claro. Quando Abraão e Sara resolveram agilizar o programa divino e providenciar um herdeiro lançando mão de expediente cultural, o Senhor confrontou o patriarca: “Eu sou o Deus TodoPoderoso; anda na minha presença e sê perfeito” (Gn 17.1). Deus não precisava de ajuda para cumprir suas promessas; quanto a Abraão, cabia-lhe ser obediente. O pacto e a existência de Israel atestam a soberania e a graça de Deus: “Não é por causa da tua justiça, nem pela retitude do teu coração que entras a possuir a sua terra” (Dt 9.5). A iniciativa divina, porém,

jamais significou que Israel seria um povo mimado e irresponsável. Ao contrário, a eleição colocava diante deles uma escolha vital: “Eis que, hoje, eu ponho diante de vós a bênção e a maldição: a bênção, quando cumprirdes os mandamentos do SENHOR, vosso Deus, que hoje vos ordeno; a maldição, se não cumprirdes os mandamentos do SENHOR, vosso Deus, mas vos desviardes do caminho que hoje vos ordeno, para seguirdes outros deuses que não conhecestes” (Dt 11.26-28). Ou, colocado de modo ainda mais dramático: “Vê que proponho, hoje, a vida e o bem, a morte e o mal (...) Os céus e a terra tomo, hoje, por testemunhas contra ti, que te propus a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e a tua descendência” (Dt 30.15,19). O povo que não havia sido escolhido por sua justiça tinha de perceber-se diferente dos

outros povos e não deveria adotar a injustiça deles. Deus se comprometera como seu Deus e Israel deveria comprometerse a obedecê-lo. Certa vez eu chamei um curso sobre a aliança divina de parceria com Deus. Um zeloso colega me perguntou se aquilo não sugeria sinergismo. Certamente, não. Precisamente por termos sido incluídos na aliança – sem méritos de nossa parte – ouvimos a exigência divina: “Anda na minha presença e sê perfeito”. Ou o alerta pactual: “Escolhe ... a vida, para que vivas, tu e a tua descendência”. De novo correremos para o Senhor que nos capacita por seu Espírito, mas não reduz jamais os seus padrões. A alternativa à bênção é a maldição; em vez de se admirarem os povos diante do modo de vida da igreja, menearão a cabeça diante das ruínas que restaram. Despedindo-se dos presbíteros de Éfeso, Paulo os preve-

niu acerca dos perigos de dentro e de fora. Lobos vorazes e homens pervertidos atacariam a igreja. Anos mais tarde, o Cristo ressurreto confronta a mesma igreja. Ou volta a ser a igreja que deveria ser ou perde o seu lugar. É a mesma oferta de bênção ou ameaça de maldição que se repete e que faríamos bem em – com temor de Deus – recordar. Enquanto temos em mente as resoluções de ano novo, faremos bem em nos lembrar da aliança, avaliar o significado de nossa identidade, de como fomos separados em Cristo pela graça divina para uma vida de santidade; lembrar que ser uma igreja confessional não significa apenas crer nas doutrinas certas, mas, por isso mesmo, rejeitar outros deuses, andar na presença do Senhor e viver para a sua glória. É a bênção da comunhão divina ou a maldição e condenação. O que vai ser?

Ano 56, nº 722 Janeiro de 2015 Rua Miguel Teles Junior, 394 Cambuci, São Paulo – SP CEP: 01540-040 Telefone: (11) 3207-7099 E-mail: bp@ipb.org.br assinatura@cep.org.br Órgão Oficial da

www.ipb.org.br Uma publicação do Conselho de Educação Cristã e Publicações Conselho de Educação Cristã e Publicações (CECEP): Clodoaldo Waldemar Furlan (Presidente) Domingos da Silva Dias (Vice-presidente) Alexandre Henrique Moraes de Almeida (Secretário) André Luiz Ramos Anízio Alves Borges José Romeu da Silva Mauro Fernando Meister Misael Batista do Nascimento Conselho Editorial da CEP –

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Antônio Coine Augustus Nicodemus Gomes Lopes Cláudio Marra (Presidente) Heber Carlos de Campos Jr. Misael Batista do Nascimento Tarcízio José de Freitas Carvalho Ulisses Horta Simões Valdeci da Silva Santos Conselho Editorial do BP – fevereiro 2014 a fevereiro 2016:

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Alexandre Henrique Moraes de Almeida, Anízio Alves Borges, Clodoaldo Waldemar Furlan, Hermisten Maia Pereira da Costa, Márcio Roberto Alonso Edição e textos: Cibele Lima E-mail: bp@ipb.org.br Diagramação: Aristides Neto Impressão:


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ARTIGO

A palavra, o culto e as nossas experiências Hermisten Costa

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ma das tarefas de grande importância para o ministro é a elaboração da ordem do culto. Elaborar cada elemento do culto com oração, inteligência e submissão é uma tarefa por vezes árdua, porém, bastante gratificante. O ministro trabalhará com os recursos de que dispuser: a sua congregação conhece muitos hinos e/ou cânticos? Dispõe de gente talentosa para tocar instrumentos condizentes com o culto? Há bons grupos (corais, conjuntos, quartetos, etc.) que além de piedade, apresentam um cântico mais elaborado, com arte? Tudo isso envolve conscientização (a quem estamos prestando culto?), ensaios, compromisso, disposição de aperfeiçoamento e de enriquecimento de nossa hinologia. Quanto mais recursos tivermos, melhores condições teremos de cultuar a Deus com integridade e arte. A imprescindível sinceridade de nosso coração não deve se opor ao desejo de apresentar algo a Deus com o melhor que temos, visando glorificá-Lo e que a sua Palavra seja melhor compreendida e eficaz na vida de todos que a ouvimos. Nem tudo que fazemos para a glória de Deus é adequado ao culto público. Quando escrevo este texto

estou glorificando a Deus no propósito de compreender e transmitir o sentido bíblico da arte; no entanto, isso não significa que posso levar meu computador para o período de culto público e ali começar a elaborar um texto e dizer que estou cultuando a Deus. A distinção aqui não é entre o sagrado e o profano, mas, entre o público e o privado. A dicotomia entre “arte cristã” e a “arte pagã” tem contribuído para que os cristãos muitas vezes se distanciem das expressões artísticas, rotulando-as precipitadamente de pagãs, sem o devido critério. Por outro lado, e isso é o mais grave, com o nome de arte cristã tem-se pretendido criar um suposto isolacionismo cultural que, na realidade tem sido, em geral, de baixíssima qualidade e, o pior: alegadamente para a glória de Deus. Muitas vezes em nome de uma “arte cristã” estamos patrocinando uma “reserva de mercado”, onde a sensatez e o senso crítico não têm vez, visto que, nesse caso, o que conta é o sentimento, como se ele, por si só estivesse acima de qualquer juízo de valor. Horton alerta-nos quanto a isso: “Se vamos escrever literatura ‘cristã’ e criar obras de arte e música distintamente ‘cristãs’, isso deverá ser feito de modo tão plenamente persuasivo intelectualmente e artistica-

mente que os que não são cristãos ficarão impressionados por sua integridade – mesmo que eles discordem”. A literatura, a música e a arte em geral, com uma cosmovisão notadamente cristã, tenderão a enfrentar os preconceitos próprios de quem tem uma cosmovisão diferente. Não há imparcialidade nem de cá, nem de lá. E nisso não há nenhum elogio. Contudo, o esforço

A dicotomia entre “arte cristã” e a “arte pagã” tem contribuído para que os cristãos muitas vezes se distanciem das expressões artísticas. por apresentar algo de alto nível, independentemente de sua aceitação entre os de cosmovisão diferente da nossa, deve arder em nosso coração, nortear o nosso pensamento e impulsionar as nossas mãos. No campo musical, por exemplo, temos também uma limitação da amplitude da experiência cristã em nossas letras, dando a impressão de que temos apenas vitórias, conquistas e sucesso. Cantamos com muita frequência um amon-

toado de clichês repetitivos e fáceis de decorar, reproduzindo sempre a mesma experiência. Os cânticos devem ser centrados em Deus, sendo a expressão de uma experiência com Deus, “porque é certo que jamais agradarão a Deus os louvores que não procedam dessa fonte de amor” (João Calvino). É natural que, com o tempo, os hinos/cânticos passem a fazer parte de nossa história de vida: eles, sem dúvida, retratam verdades bíblicas; contudo, essas verdades, cridas por nós, assumem um significado subjetivo quando são vivenciadas, muitas vezes – ainda que não exclusivamente –, em nossas crises, angústias e mesmo júbilo. Desse modo, assim como há textos das Escrituras marcantes, que falam de modo especial à nossa experiência de vida, há hinos que realçam momentos de nossa comunhão com Deus e, também, às vezes a dura realidade cotidiana. Se vocês pararem por um instante para refletir sobre isso certamente se lembrarão de hinos/cânticos que estiveram associados à sua conversão, a momentos alegres e dolorosos, a determinadas épocas de sua vida: infância, mocidade ou mesmo à atualidade. Obviamente, a nossa experiência não esgota o sentido dos hinos, mas, sem dúvida, elas resignificam a

mensagem. De passagem, podemos entender também que a letra que cantamos é fundamental na compreensão, fixação e expressão do nosso louvor. Lloyd-Jones, fazendo eco a Agostinho e a Calvino, acentua: “Sempre nos compete lembrar-nos de que não devemos concentrarnos só em cantar a melodia. No momento em que fazemos isso, já nos afastamos da instrução do apóstolo (Ef 5.19). As palavras vêm em primeiro lugar – elas são mais importantes que a melodia. Naturalmente, as palavras e a melodia devem vir juntas, consorciadas e fundidas para darem expressão ao nosso louvor. Mas não há nada que seja tão fatal como entoar a melodia somente, sem dar atenção às palavras”. Portanto, o meditar nos feitos de Deus é um imperativo ao louvor. O salmista louva a Deus considerando o seu livramento: “Bendito seja o Senhor, porque me ouviu as vozes súplices! O Senhor é a minha força e o meu escudo; nele o meu coração confia, nele fui socorrido; por isso, o meu coração exulta, e com o meu cântico o louvarei” (Sl 28.6-7). Consideremos isso atentamente em nossa adoração. Que Deus nos ilumine. Amém. O Rev. Hermisten Maia Pereira da Costa integra a equipe de pastores da Primeira IP de São Bernardo do Campo, SP.


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HISTÓRIA

Série Presbiterianismo na América do Sul Marcone Carvalho

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uando se fala da história do presbiterianismo, é comum ouvirmos referências à Europa ou Estados Unidos. Nomes como Calvino, Knox e Simonton são inevitavelmente lembrados. No entanto, é incomum escutarmos algo sobre a história do movimento reformado na América do Sul. Isso se deve ao fato de dispormos de pouco material a esse respeito. Por essa razão, ao longo dos próximos meses vamos informar a situação da Igreja Presbiteriana (ou Reformada) no continente, bem como relatar o esforço que a nossa denominação tem feito para que a Palavra de Deus frutifique na Bolívia, Chile, Peru, Paraguai, Uruguai e dentro do próprio Brasil. Estamos convencidos da importância de se saber de nossas origens na Suíça, Escócia e América do Norte; mas a história ficará incompleta se desconhecermos o que se passou e o que está acontecendo bem mais perto de nós, com os nossos vizinhos sul-americanos. O estabelecimento de presbiterianos/reformados em algumas regiões da América do Sul remonta aos séculos 17 e 18, nas antigas Guianas Inglesa, Holandesa e Francesa. De maior destaque, porém, foi o grande empreendimen-

to missionário feito pelos protestantes ao longo do século 19, período que ficou conhecido como “o grande século das missões” (Kenneth Latourette). A evangelização protestante na América do Sul fez parte desse avanço missionário. No que se refere aos presbiterianos, de indiscutível importância foi a criação, em 1837, da Junta de Missões Estrangeiras da Igreja dos EUA. Desde então, os norte-americanos têm enviado missionários para os diversos lugares do mundo. Em alguns países sul-americanos, a chegada deles foi precedida por agentes das Sociedades Bíblicas, imigrantes de fala inglesa, capelães, ou mesmo empresários, que, por vezes, deram apoio aos seus irmãos de fé. Outro fato interessante tem a ver com a atuação dos presbiterianos escoceses na Argentina, Peru e Guiana. Mais recentemente, nas últimas décadas do século 20, as igrejas presbiterianas da Coreia do Sul passaram a enviar missionários para essa parte do globo. Observando o mapa do continente pelo critério da presença das igrejas calvinistas, é possível classificar os países em quatro grupos. Ex-colônias de países protestantes. As antigas guianas Inglesa e

Holandesa foram, por muito tempo, colônias da Inglaterra e Holanda, respectivamente. Por conta disso, receberam grande contingente de pessoas dessas nações. Foi nesse contexto que os presbiterianos escoceses se instalaram na região a partir de 1766. Posteriormente, com ajuda dos presbiterianos do Canadá, a Igreja Presbiteriana voltou sua atenção à evangelização dos escravos e indígenas. Um presbitério foi estabelecido, permanecendo ligado à Igreja Presbiteriana da Escócia até 1967, quando se tornou independente (Presbyterian Church of Guyana). Outra denominação existente no país é a The Guyana Presbyterian Church. No Suriname, os holandeses implantaram a Igreja Reformada em 1668, denominação que se tem mantido desde então. Na década de 80, na capital do país, americanos estabeleceram uma igreja com

cultos em língua inglesa, a First Presbyterian Church of Paramaribo. Países alcançados durante “o grande século das missões”. O segundo grupo diz respeito às nações onde o trabalho foi iniciado no século 19 e estruturado até meados do século passado. Essa situação engloba Brasil (1859 – primeiro missionário; 1888 – autonomia eclesiástica), Colômbia (1856; 1936), Chile (1873; 1964), Venezuela (1897; 1946) e Peru (1897; 1963). Em cada um desses lugares, a Igreja Presbiteriana está consolidada. Países alcançados na segunda metade do século 20. Em um terceiro grupo, temos as nações que têm sido alcançadas em décadas recentes. O Paraguai tem recebido missionários do Brasil, desde 1969, e da Coreia do Sul, desde 1975. Nos anos 80 a Bolívia

começou a ser evangelizada por presbiterianos coreanos (1983) e brasileiros (1988). No Equador, a efetivação do trabalho presbiteriano só aconteceu em 1991, por meio dos missionários da Igreja Presbiteriana da América (PCA). Em 2010 havia 18 igrejas: 12 ligadas à missão americana e 6 da missão coreana. Nesses países a Igreja Presbiteriana está em fase de consolidação. Países a serem alcançados: desafio para o século 21. Uruguai e Guiana Francesa constituem o último grupo. Esses países carecem de apoio. No primeiro, que faz fronteira com o Rio Grande do Sul, a Igreja Presbiteriana chegou em 2005. Segundo o Rev. Gustavo Mello Guimarães, pioneiro uruguaio e pastor da Primera Iglesia Presbiteriana Reformada Conservadora, em Rivera, “a obra começou com muitos anos de atraso porque Europa, Estados Unidos e Brasil se esqueceram de nós”. Em 2009, a IPB enviou a família Rolim, que atua na capital Montevidéu à frente de uma congregação que já reúne por volta de 30 pessoas. A Guiana Francesa é um departamento ultramarino, ou seja, uma extensão da França na América do Sul. No passado, a Igreja Reformada esteve presen-


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IGREJA PERSEGUIDA

te; atualmente, não. Um caso curioso é o da Argentina. O presbiterianismo se instalou no país em 1829, com os imigrantes escoceses. No entanto, somente em 1986 os cultos passaram a ser feitos em língua castelhana. Existem pelo menos 10 diferentes igrejas presbiterianas/reformadas no país, pequeníssimas em número de membros e quase todas não conservadoras. Como se vê, a presença dos presbiterianos em nosso continente se assemelha a um mosaico: desenho formado por peças de diferentes cores. Em alguns lugares, a Igreja Presbiteriana está consolidada, mas carece de revitalização e apoio externo. Em outros, está à procura de sua plena autonomia. Por sua vez, no Uruguai – assim como no estado brasileiro que lhe faz fronteira –, existe muita coisa para ser feita; na Guiana Francesa, o testemunho reformado ainda está por se manifestar. A IPB e as demais igrejas presbiterianas em nosso país podem exercer um papel fundamental na propagação da fé reformada no continente. Que Deus nos ajude a escrever um novo capítulo na história do calvinismo na América do Sul. O Rev. Marcone Bezerra Carvalho é colaborador regular do Brasil Presbiteriano.

Paquistão: Leis contra blasfêmia são usadas para prática de abuso contra cristãos Haroon Mustafa Janjua*

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ecentemente, em Kot Radha Kishan, província de Punjab, no Paquistão, Saima e Shahzad, um casal de jovens cristãos, teve suas pernas quebradas e foram espancados quase até a morte antes de serem queimados vivos em um forno de tijolos. Embora tenham sido acusados de blasfêmia, o verdadeiro motivo foi uma disputa financeira com o seu empregador. Antes deste episódio, Rimsha Massih, uma garota cristã de 11 anos de idade, foi condenada à morte por queimar algumas páginas do Alcorão. Meses depois, um imã, líder religioso no islamismo, foi preso por suspeita de “plantar” as páginas na bolsa da menina. Sem conseguir esconder o caso, a Suprema Corte absolveu Rimsha, mas ela e sua família fugiram para o Canadá evitando a perseguição. Asia Bibi é outra cristã que enfrenta uma sentença de morte por blasfêmia. O governador de Punjab, Salman Taseer, foi morto por apoiar o caso de Asia. Shahbaz Bhatti, ministro federal, também

foi morto por querer reformar as leis de blasfêmia. Atualmente, existem pelo menos 17 pessoas condenadas por blasfêmia no corredor da morte no Paquistão. Outros 19 estão condenados à prisão perpétua. Extremistas fundamentalistas religiosos no Paquistão têm usado as leis de blasfêmia para perseguir, torturar e matar as minorias acusando-as de profanar escrituras sagradas ou por colocar em circulação panfletos supostamente críticos ao islã. Foi o que aconteceu em março de 2013. Uma multidão, chateada com um suposto comentário depreciativo sobre o profeta, invadiu a área cristã de Joseph Colony e queimou mais de 100 casas. As vítimas contaram que suas Bíblias também foram queimadas. Rashid Rehman, um advogado de 53 anos de idade, que assumia os casos de minorias há mais de 20 anos, foi baleado e morto. Historicamente, leis têm estado intimamente ligadas ao desenvolvimento da civilização. No Paquistão, onde a ideologia islâmi-

ca é protegida pelo Estado, as leis tomaram um conceito diferente. De acordo com o Centro de Pesquisas Pew, 22% dos países têm leis de blasfêmia, porém não são aplicadas. No entanto, na atmosfera altamente carregada no Paquistão, onde os fundamentalistas são poderosos, falar de liberalizar as leis de blasfêmia, especialmente a partir de uma perspectiva de direitos humanos, pode ser um desastre ou a morte. Vamos orar em favor dos cristãos e das minorias do Paquistão. Não devemos esperar por mais incidentes como esse em Kot Radha Kishan para vermos os perigos do mau uso das leis de blasfêmia. Publicado originalmente no site “A voz dos mártires” - www.vozdosmartires.com.br *Haroon Mustafa Janjua é um comentarista no Paquistão.

CONPLEI JOVEM 2014

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encontro de jovens indígenas realizado pelo Conselho Nacional de Pastores e Líderes Evangélicos Indígena (CONPLEI JOVEM 2014), no Mato Grosso do Sul foi abençoado por Deus. De acordo com divulgação do missionário Rev. Ronaldo Lidório, mais de mil jovens, de diversas etnias, louvaram o Nome do Senhor Jesus, durante os dias do

encontro. Dentre eles, dezenas de vocacionados para a obra missionária, foram desafiados a continuar no propósito e na caminhada de servir a Deus. Todo louvor à Deus, pois ele tem feito grandes obras na Igreja indígena brasileira. (Texto publicado na página do facebook do rev. Ronaldo Lidório, e adaptado para o jornal)


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LIDERANÇA

Congresso de Pastores e Líderes: 20 anos Jeremias Pereira

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iniciativa de promover esse evento começou pela fome e necessidade de viver tempos de refrigério da parte do Espírito de Santo. No Supremo Concílio de 1990, um colega me mostrou um livreto e emprestou por uma noite o livro Reavivamento na África do Sul. Para lá fomos em 1991, numa caravana de mais de cem pessoas entre pastores e líderes e passamos ali cerca de duas semanas sendo confrontados pela Palavra de Deus, desafiados a arrepender de pecados, crer no poder da cruz e na ação poderosa do Espírito

Santo, santificar nossas vidas e pregar o evangelho de Cristo Jesus. Voltamos com os corações inflamados para buscar tempos de avivamento. Promovemos o primeiro Congresso de Pastores e Líderes chamando os amigos por telefone ou carta para vir a BH e passar três dias em local retirado. Éramos pouco mais de trinta pessoas, entre pastores e seminaristas. Foram dias inspiradores e de renovo espiritual. Saímos daquele encontro combinados que no próximo ano, nos encontraríamos novamente, e que levaríamos nossas igrejas a orar pelo avivamento, transformação de vidas, conver-

são de pessoas e o crescimento integral de nossas igrejas. Enquanto isso, a fraternidade, a intercessão e o amor entre aqueles líderes crescia constantemente. Nossa vontade era experimentar e conhecer sobre o avivamento e o movimento do Espírito Santo ao longo da História da igreja, e orar, consagrar nossas vidas e seguir andando sabendo que tudo vem das mãos do Senhor. O CPL foi realizado de 1991 até 1997. O saudoso Rev. Antônio Elias e sua esposa eram presenças indispensáveis e marcantes. Retornamos (em 2001) aos CPLs com uma convicção de que devíamos investir

nas novas gerações e em manter viva a chama do avivamento na alma dos pastores e líderes. E também escolhemos investir intencionalmente na restauração de ministérios e famílias pastorais (aliás isso foi desde o início). Uma característica que o CPL nunca perdeu é de ajudar obreiros que quase nunca vão a nenhum congresso. Obreiros necessitam de serem cuidados. Os CPLs sempre tiveram o apoio espiritual e financeiro da Oitava Igreja Presbiteriana de BH e de outros parceiros que nos possibilitam trazer obreiros de regiões carentes e ou campos missionários para um tempo de refrigé-

rio, descanso e oração. Os CPLs nunca foram exclusivamente de pastores presbiterianos. E de lá para cá, irmãos de várias denominações têm participado tanto como congressistas como pregadores. É sempre uma boa reunião da família da fé. Seguimos sabendo que isso é só o começo e que o Eterno tem muito mais. Olhando para trás, porém, temos muito a celebrar. E podemos dizer com alma em festa: “Com efeito, grandes coisas fez o Senhor por nós, por isso, estamos alegres” (Sl 126.3). O Rev. Jeremias Pereira é pastor da 8ª IP de Belo Horizonte.

JUBILEU DE PRATA

25 anos da Igreja Presbiteriana de Praia Grande E m 10 de abril de 1983, aconteceu o culto de inauguração da Congregação Presbiteriana de Praia Grande, fruto de iniciativa da Igreja Jardim de Oração de Santos, sob o pastoreio do Rev. Marcelino Pires de Carvalho e com apoio do presbítero João Pereira. A congregação continuou seus trabalhos sob a responsabilidade do presbítero Nelson França e em 19 de fevereiro de 1989 foi organizada como igreja, sendo o seu primeiro pastor o Rev.

Luiz Roberto França de Mattos. Mesmo sendo uma pequena igreja, vários pastores foram ordenados ali: o presbítero Nelson França, em dezembro de 1996, sendo inicialmente pastor auxiliar e, após seis meses, passou a ser o pastor titular, até hoje; Rev. Isaías, ordenado em 1999, passando a ser pastor da IP Central de Itanhaém; e Rev. Vitor A. A. Albieiro, ordenado em 2005, passando a ser pastor da IP de Peruíbe. A igreja se reunia numa

edícula, tendo de fazer várias ampliações ao longo de anos. Hoje, ocupa um templo amplo, um prédio de quatro andares, com estrutura para todas as programações de suas sociedades internas. Vale ressaltar que, mesmo em construção, a igreja não deixou de sustentar seus ministérios internos, não deixou de entregar o dízimo ao Supremo Concílio e não deixou de sustentar seus missionários. Deus nos abençoou com seu sustento e ampliação a cada ano,

completando em 2014, 25 anos de sua existência. SAF, UCP, UMP, UPA, UPH, Coral, Departamento de Missões, Escola Dominical, todos atuantes para a glória de Deus e edificação da igreja. Com visão missionária, a igreja participa em programações de casas de repouso, albergues, escolas estaduais, departamentos da prefeitura entre tantos outros campos para a proclamação do evangelho em Praia Grande. Por fim, no último dia da

Bíblia, fechamos o ano de 2014 com chave de ouro: nossa igreja ganhou um belo presente: nosso pastor Rev. Nelson França, entregou uma Bíblia copiada à mão por ele mesmo. Começou a copiar a Bíblia em 2008 e terminou em 2013, incentivando a todos para não só ler a Bíblia, mas copiá-la, tendo uma experiência ímpar com Palavra de Deus. Parabéns à amada IP de Praia Grande, e que Deus conserve seu ministério para honra e glória do seu Nome.


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PROJETO SARA

Culto doméstico será nosso desafio em 2015 “A Sete nasceu-lhe também um filho, ao qual pôs o nome de Enos; daí se começou a invocar o nome do Senhor” (Gn 4.26). Raquel de Paula

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primeira família criada por Deus estava em crise: o irmão mais velho mata seu irmão mais novo. Adão e Eva estavam diante de tamanha maldade de seu filho Caim, consequência da desobediência no jardim do Éden. Quando eles tornam a se relacionar, nasce um filho à imagem de Adão e lhe chama de Sete (Gn 5.3). E depois de muitos anos, nasce um neto especial para Adão: Enos. Por que este neto era especial?

Eles vão usufruir da alegria de estar se cumprindo o propósito da criação por meio da linhagem de Sete. E esse neto marca um momento histórico, o início do culto. A família da aliança começa a louvar e glorificar ao Deus que os criou. Este ano, o Projeto Sara vai encorajar cada família presbiteriana a resgatar o hábito do culto doméstico. Esposas orando por seus maridos, filhos honrando a seus pais. A família unida buscando maior intimidade

“O PROJETO SARA, apresentou os versículos decorados para toda a igreja. Momento de grande alegria e gratidão à Deus” com Deus, orando e lendo a Bíblia juntos, uma iniciativa da Igreja Presbitreriana de Praia Grande, e sugestão à demais igrejas.

O culto doméstico deve ser realizado de acordo com a realidade e necessidade de cada família. Oremos para que Deus direcione o que ler na Palavra, o que cantar com nossos queridos e por fim, ficaremos perplexos em abaixar nossas cabeças diante de Deus e ouvir as orações de nossa família: saberemos o que se passa na mente e coração de cada um, quando se curvarem perante Deus e abrirem seus corações e proclamarem suas orações. A intimidade com o

Senhor é parte da bênção. Vamos também usufruir maior intimidade entre nós mesmos, em diálogo, em comunhão e principalmente, com a presença de Deus em nossos lares. Vamos colocar em prática desde já. Iniciemos nosso ano novo com a vitória de conseguirmos nos reunir em família, em culto ao nosso Deus. Desfrutemos desse grande desafio, dessa grande bênção! Raquel de Paula é membro da IP Praia grande – SP

CIDADANIA

Presbítero recebe título de cidadão E

m Alumínio, SP, pequena cidade industrial situada na região de Sorocaba, a Câmara Municipal concedeu o título de Cidadão Aluminense ao Presbítero Wilson do Carmo Ribeiro em cerimônia realizada naquela Casa de Leis no dia 22.11.2014. A iniciativa de concessão da honraria foi do vereador Dr. Alexandre Amaral, que levou em conta a atuação do presbítero, que além de ser membro organizador da Igreja Presbiteriana local e no vizinho Município

de Mairinque, atuou também como professor, correspondente jornalístico e vereador, além de participar da organização da Cooperativa de Crédito local. Wilson, que é natural de Campos Novos Paulista, interior do Estado de São Paulo, viveu e trabalhou em Alumínio trinta e três anos. Começou na localidade como oleiro, ajudando os pais a fazer tijolos que foram usados na ampliação da Vila Paulo Dias. Sua esposa, a profes-

sora Claudineide Marra Ribeiro, com quem teve os filhos Wilson Cláudio, Eliane, Flávia e Artur também teve destacada atuação na localidade, militando nos serviços da igreja em especial no trabalho feminino e no magistério municipal e estadual. Presbítero desde 1975, Wilson continua exercendo seu ofício atualmente na IP Rocha Eterna de Sorocaba, SP, colaborando nas pregações e na Escola Dominical. Em seu blog, Wilson tem historiado igrejas, muni-

Da esquerda para a direita: Eliane (filha), Flávia (filha, com a filhinha dela Isabella), Wilson, Claudineide (esposa), Artur (filho) e Wilson Claudio (filho).

cípios e personalidades, sendo seu principal trabalho “O Presbiterianismo em Sorocaba e Região”

– http://wilson-ribeiro.blogspot.com.br/2014/06/opresbiterianismo-em-sorocaba-e-regiao.html.


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CELEBRAÇÃO

Sons de Natal Coral formado por igrejas presbiterianas de Campinas e região, marcaram o início das comemorações na cidade, com apoio da Universidade Presbiteriana Mackenzie Fotos: Cibele Lima

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o dia 25 de novembro de 2014, aconteceu na cidade de Campinas (SP) a segunda edição do evento “Um Grito de Paz”, realizado pela capelania da Universidade Presbiteriana Mackenzie, com apoio da Prefeitura. De acordo com Rev. Marcelo Coelho, capelão na unidade Campinas, dois objetivos principais norteiam o projeto: reafirmar a confessionalidade da Universidade e oferecer aos moradores de Campinas e região, músicas clássicas natalinas, com qualidade, que transmitam a verdadeira mensagem de salvação, conforme o Mackenzie crê. “As Igrejas Presbiterianas que participam são parceiras. Elas é que possibilitaram que isso acontecesse. Os coros estão preparando cantatas,

estão extremamente extenuados com agendas, mas, ainda assim, os maestros, presidentes dos corais e os pastores, compraram a ideia, e, assim, criamos uma parceria.” Toda a programação é realizada pelo Grande Coral de Campinas, nome dado à união dos coros de oito igrejas das cidades de Campinas, Santa Bárbara D’Oeste, Piracicaba e Americana. A coordenação geral fica por conta do Maestro Parcival Módulo, da Coordenação de Artes do Mackenzie em São Paulo, que apoia o evento, coordena e rege todas as músicas interpretadas pelo coral no dia da apresentação. “É uma parceria da capelania do Mackenzie Campinas com a coordenadoria de Artes Mackenzie, e o objetivo é envolver

as igrejas e os coristas da região. É um diferencial. Um evento da cidade de Campinas e das cidades vizinhas”, explica Parcival. Com decoração natalina, o prédio principal da universidade recebeu os duzentos coristas nas varandas e, na porta de entrada, os cinco músicos da Sinfônica de Campinas que participam pela primeira vez do evento. O grande número de expectadores foi se formando pouco a pouco, com crianças, idosos, jovens, adultos, homens e mulheres. Do lado de quem dedicou tempo e disposição para a participação no Grande Coral, partia um sorriso de satisfação e gratidão, traduzindo o que representaram os meses de preparo. Jonas Donizette, Prefeito da cidade de Campinas,

compareceu acompanhado de sua esposa, Sandra Ciocci e, participando da abertura do evento, falou da importância do Mackenzie na abertura das festividades natalinas da cidade, desejando que “o evento se torne uma tradição no calendário da cidade e que o canto do coral seja de paz e de esperança, como o próprio nome do evento sugere”. Cristãos, ele e a esposa Sandra, afirmaram que existe hoje uma necessidade de utilizar as boas oportunidades para falar do amor de Deus e o período natalino é estratégico para isso. “A melhor maneira de despertar nas pessoas que o natal é a celebração do nascimento de Jesus – e não essa correria de consumo – é cantando o amor de Deus. O Secretário de Cultura foi muito recepti-

vo ao projeto e nos apoiou desde o início. Temos levado música de qualidade, gratuitamente e com a mensagem do evangelho, à nossa cidade”, afirmou Sandra Ciocci. A capelania estima que cerca de duas mil pessoas tenham acompanhado os quarenta minutos de apresentação do coral. Houve, ainda, transmissão ao vivo pela IPBTV e TV Mackenzie, além de menção por outros veículos de comunicação, como Globo e Record. De acordo com Rev. Marcelo Coelho, a cada nova edição o desejo de ampliar o alcance aumenta e, com isso, os desafios de utilizar as ferramentas disponíveis para a evangelização. “Para o ano que vem desejamos manter o que está bom e aprimorar cada vez mais”, garantiu.


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AÇÃO SOCIAL

Amar a Deus e ao próximo Em meio à tristeza por viver longe da família, crianças do MAESP recebem visitas e presentes, experimentando alegria e amor no Natal. Letícia Gois

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correria natural de fim de ano teve uma parada estratégica e reflexiva para cerca de trinta jovens e adolescentes da IP da Penha, em São Paulo, no fim de 2014. A agitação era outra: carregados de presentes preparados com muito carinho por membros da igreja, e motivados pela solidariedade, chegaram ao MAESP – Movimento de Ajuda aos Encarcerados de São Paulo – e receberam tanto quanto deram. O MAESP tem por finalidade oferecer acolhida para crianças e adolescentes, cujas famílias encontram-se impossibilitadas temporariamente de cumprir a função de cuidado e proteção. Atuam com atendimento constante e personalizado,

com moradia dentro de um clima residencial, proporcionando a garantia dos direitos. De acordo com a assistente social, Fernanda Tieni Oliveira, todo o contato que as crianças da casa possam ter com pessoas da sociedade, tende a ser benéfico para elas. E em casos de festinhas e presentes, como no Natal, a alegria é imensa. “As crianças ficam bem agitadas, eufóricas, animadas, elas gostam porque é algo bom que sai da rotina delas”, afirma. Durante o mês de novembro, toda a igreja foi envolvida no trabalho que culminaria na visita. Cada membro interessado ficou responsável por uma criança, entregando um kit com roupas, sapatos e brinquedo novos. Aos jovens, ficou a responsabilidade de realizar brinca-

deiras, músicas, histórias, e a interação com as crianças. “A alegria e a surpresa no rosto de cada criança são indescritíveis e elas ficaram ainda mais animadas para brincar depois de terem recebido os presentes”, disse Surama Ribeiro, membro da IP Penha e uma das apoiadoras da iniciativa. No final do dia, ninguém queria parar com a brincadeira, tanto as crianças do MAESP, quanto a equipe. Uma das crianças disse, entre presentes e sorrisos que, para ela, esse foi o melhor Natal, pois, além de ganhar presentes, ganhou também novos amigos. Um ato aparentemente simples requer muito esforço dos responsáveis, tanto do MAESP quanto dos líderes da igreja. A assistente social explica que as campanhas para receber pessoas na casa,

Foto: Rebecca Tosta

Em dia de visitas no Maesp, crianças brincam com os presentes que ganharam.

ou envolver pessoas em doações para manter o bom funcionamento, é sempre um desafio. As necessidades não são apenas no Dia das Crianças e no Natal. O Rev. Jean Francesco, pastor de jovens da IP Penha e idealizador da visita, afirma que o trabalho precisa ser feito e que gerar consciência na juventude é fundamental. “É realmente muito difícil convencer jovens e adolescentes a participar dessa iniciativa, mas existem algu-

mas coisas que podem motivá-los. Uma delas é enfatizar que dentro de cada jovem há um desejo de fazer diferença, que às vezes é esquecido com redes sociais; então o importante é lembrá-los de que a gente nasceu para amar a Deus e ao próximo, e um dos jeitos de fazer isso é nos doando e repartindo nossa alegria com as crianças”, afirma. Letícia Gois é membro da Igreja Presbiteriana da Penha em São Paulo, e estudante de jornalismo.

EDITORIA

Ceia da virada: alimento espiritual e comunhão E m várias igrejas presbiterianas de todo o Brasil já é uma tradição a ceia de fim de ano entre os membros e familiares, embora seja um período de férias, quando muitas famílias aproveitam para viajar. Cada região do Brasil guarda as peculiaridades culturais e estruturais para

a realização da ceia, mas, normalmente, a divisão das tarefas e o trabalho conjunto fortalecem a comunhão. Um destaque especial, claro, para as mulheres da Sociedade Auxiliadora Feminina (SAF) que sempre colaboram com amor e dedicação. Algumas igrejas que reali-

zam: Igreja Presbiteriana de Brotas, em Salvador (BA) - 25 anos de formação, 200 membros. Realizam ceia de ano novo há 10 anos. Igreja Presbiteriana de Serra Negra (SP) - 32 anos de atividades e aproximadamente 80 membros, também realiza a ceia, com cerca de 40 pessoas

participando. Igreja Presbiteriana da Vila Rosalina, RIo Verde (GO) - a igreja tem 11 anos. Cerca de 150 pessoas participam da ceia de ano novo, com destaque para visitantes. Oportunidade de comunhão, acolhimento e evangelização. Já na Igreja Presbiteriana

de São João da Boa Vista (SP) - Com 125 anos e cerca de 280 membros, a ceia já não acontece há cerca de 5 anos. Como grande parte dos membros viajam neste período festivo, a igreja opta por realizar a confraternização no natal, ficando com culto de ano novo sem o jantar.


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MISSÕES

Missão Europa, uma

Jubileu de Prata do trabalho missionário da APMT/IPB na Europa, ordenação de ofici de novos missionários e a abertura de novos campos, co Fotos: Daniel Pinheiro

Mateus Mendonça com Emma Castro

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trabalho dos missionários da Agência Presbiteriana de Missões Transculturais – APMT/ IPB na Europa deu passos muito importantes nos últimos meses; uma história que começaremos a contar aqui, mas continuaremos na edição seguinte do Brasil Presbiteriano. Nos dias 11 e 12 de dezembro de 2014, na igreja de Huelva, Espanha, aconteceu a última reunião do Sínodo Nacional da IEPE – Iglesia Evangélica Presbiteriana de España. Na reunião estiveram presentes missionários que atuam na Espanha, Portugal, Itália, Albânia e Romênia. Foi examinado o candidato ao Sagrado Ministério, Daniel Stefan, romeno, atual evangelista da Igreja Presbiteriana de Mangalia, Romênia. No culto de encerramento foi comemorado o Jubileu de Prata da igreja hospedeira, que marcou o início do trabalho missionário da APMT/IPB em solo europeu. Antes de 1989, pastores brasileiros foram enviados a alguns países da Europa, mas em parceria com igrejas norte-americanas. Somente a partir de 1989 o esforço missionário passou,

Presbítero italiano Francesco Pinelli e Rev. Humberto (centro)

Rev. Dirceu de Mendonça, atual pastor da Igreja Presbiteriana de Huelva

então, a ser totalmente com recursos das igrejas brasileiras. Esta nova etapa de missões transculturais da IPB na Europa teve início há 25 anos, com a chegada do Rev. Hugo Vivas e família em Huelva, Espanha, onde plantaram duas, das sete igrejas que hoje formam a IEPE. Para o Rev. Carlos del Pino, coordenador da Base Europa da APMT e pastor da igreja de Torrelodones, na Espanha, vivemos um tempo especial de avanço do Evangelho na Europa. “O trabalho missionário na Europa representa um dos grandes desafios para a igreja no Brasil, especialmente por suas características históricas, sociais, religiosas e filosóficas que formam uma densa barreira para que o evangelho

IPB, pois, apesar das dificuldades e crises, desenvolviam o trabalho missionário no Paraguai, na Bolívia e em alguns países da África, como Angola e Moçambique, e estavam iniciando outras frentes em países mais longínquos. Também era o início de um trabalho que iria se expandir para vários países da Europa. A celebração do Jubileu de Prata da Igreja de Huelva, que deu início ao que hoje é o Sínodo Nacional da IEPE, foi marcada por momentos muito emotivos, lembranças de uma longa caminhada e o avanço da Igreja do Senhor. O pregador do culto foi o Rev. Ignácio Michón, primeiro pastor espanhol ordenado, fruto do trabalho missionário da APMT/IPB na Espanha.

seja vivido e proclamado”, explicou. Ao relembrar os alvos já alcançados, o Rev. Del Pino acrescentou: “Vemos as conquistas e nos alegramos com cada vitória que Deus tem concedido nos países em que estamos trabalhando. Somos gratos também pela equipe que já temos e pelos novos missionários que anualmente estão chegando. Avançamos com firmeza, passo a passo, para a glória do nosso Deus”, concluiu. 25 ANOS DE TRAJETORIA MISSIONÁRIA NA ESPANHA A chegada do Rev. Hugo e Fátima Vivas em Huelva, Espanha, em 1989, foi um marco histórico do movimento missionário da

A ocasião foi propícia para um tempo especial de comunhão e reencontros. Estiveram presentes, membros da igreja local, entre eles os primeiros cristãos convertidos no início do trabalho, membros de outras igrejas, missionários de outras cidades da Espanha, da Europa, e pastores de outras denominações. Um dos momentos mais emotivos que comoveu os presentes se deu durante a projeção de um vídeo enviado pelos missionários Rev. Hugo Vivas e sua esposa Fátima, cumprimentando a igreja. Muitas pessoas, principalmente os primeiros convertidos através do ministério dos missionários pioneiros, ficaram profundamente emocionadas. Rev. Hugo e sua esposa, Fátima, desenvolveram seu ministério em Huelva de


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obra que avança (1)

iais nacionais, exame de candidato para a ordenação ao Sagrado Ministério, chegada onsolidam o esforço missionário no “velho continente”. 1989 a 1995, e se mudaram para a cidade de Don Benito, onde plantaram a segunda igreja, atualmente pastoreada pelo Rev. Jânio Ciritelli, casado com Lídia. A missionária Edilene Mendes, que trabalhou por vários anos na igreja de Huelva e atualmente mora em Málaga; esteve presente no culto e teve a oportunidade de dirigir suas palavras de saudação à igreja. Ela agradeceu a Deus a oportunidade de servi-lo nessa cidade durante vários anos do seu ministério. No tempo do pastorado do Rev. Walter Pinheiro na igreja de Huelva, o Rev. Ignácio Minchón foi ordenado ao Sagrado Ministério. Ele é casado com a missio-

Culto de 25 anos em Huelva

nária Edilene Mendes que desenvolve o ministério na Espanha desde o ano 1996, sendo a missionária da APMT que há mais tempo atua no país. Após ser ordenado, o Rev. Ignácio assumiu o pastorado da igreja em Huelva e o Rev. Walter, Sueli e filho, mudaram-se para Getafe, onde plantaram mais uma igreja, perto da capital, Madri. Desde junho de 2013, O Rev. Ignácio, Edilene e filhos moram em Málaga, onde estão plantando uma nova igreja em uma área populosa da cidade, que carece de congregações evangélicas. Rev. Everton Pita, sua esposa Nayra e filhos, plantaram a terceira igreja

em Sevilha. Essa igreja já enviou o primeiro candidato ao Sagrado Ministério para o Seminário em Barcelona e coopera com o sustento do seminarista. Além das igrejas citadas, também formam parte da IEPE a igreja de Torrelodones, plantada e pastoreada pelo Rev. Carlos del Pino, ao lado da sua esposa Rosa; a igreja “Libre Acceso”, de Madri, foi plantada pelo Rev. Fábio Pinto e sua esposa Ana Elisa, que trabalham para a consolidação da igreja nascente. O Rev. Jocildo Maximino e sua esposa Tatiana não são missionários da APMT, porém são membros da IEPE e começaram um novo traba-

Rev. Ignacio Minchón

lho pioneiro na cidade La Coruña. Para os missionários presentes no dia da comemoração, recordar a história e o avanço do trabalho missionário na Espanha é um grande incentivo a continuarem firmes e a permanecer ainda mais tempo trabalhando para a consolidação e ampliação dos campos já estabelecidos, como também investir na abertura de novas frentes. Segundo Rev. Dirceu Amorim de Mendonça, pastor atual da igreja em Huelva, e sua esposa Tirza, o trabalho na Espanha e na Europa precisa ser feito pensando nas gerações

futuras. “Essa visão poderia parecer distante e provocar desânimo, mas ao olhar a história escrita desde a chegada do Rev. Hugo e Fátima, constatamos um longo caminho já percorrido e um grande legado já construído para as gerações que estão chegando, o que nos enche de ânimo e esperança. Agradecemos a Deus por sua obra e por dar-nos o privilégio de fazer parte dela”, afirmou Rev. Dirceu. Mateus Rodrigues de Mendonça, jornalista, é filho do Rev. Dirceu de Mendonça e missionário em Huelva, Espanha. Emma Castro, jornalista, é missionária de Base da APMT. Daniel Gallo Pinheiro, fotógrafo, é filho do Rev. Walter Pinheiro e missionário em Getafe, Espanha.


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FORÇAS DE INTEGRAÇÃO

Por nossas crianças As igrejas precisam entender que as crianças são importantes no Reino de Deus (...) e também necessitam aprender sobre Deus e sua Palavra.

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valiar o ano que passou, agradecer as conquistas e reunir forças para recomeçar. O início de um novo ano é o momento ideal para reflexões. Reeleito para o quadriênio 2014-2018, Rev. José Roberto Rodrigues Coelho, Secretário Geral da Infância, fala ao Brasil Presbiteriano sobre os desafios vencidos pela equipe da Secretaria Geral do Trabalho da Infância da Igreja Presbiteriana do Brasil (SGTI/IPB), e os projetos para os próximos anos.

BP: Rev. José Roberto, como sr. avalia essa reeleição? José Roberto: Creio que a minha reeleição foi a confirmação de que o nosso projeto – Mãos e Coração – é funcional e tangível na sua proposta de capacitar os adultos que trabalham com as crianças e alcançar o coração dos pequeninos com a Palavra de Deus. Durante o quadriênio 20102014 a SGTI não mediu esforços para executar o Projeto “Mãos e Coração”. Sendo assim, a expectativa de continuidade desse projeto, fez com que a reeleição acontecesse de forma tranquila na última reunião do Supremo Concílio/IPB. BP: Há diferenças de propostas do quadriênio passado para o novo desafio 2014–2018? José Roberto: Certamente algumas novidades aparecerão e, consequentemente, nos objetivos que queremos

alcançar para o novo quadriênio. Estamos atentos para toda e qualquer necessidade que o trabalho com a infância nos exija. As mudanças e transformações na sociedade estão acontecendo cada vez mais rápido e temos a obrigação de estar preparados para todas elas no que diz respeito a infância. Contudo, os dois principais objetivos continuarão presentes: Capacitação e Evangelização. BP: Qual o principal destaque de sua gestão no primeiro quadriênio? José Roberto: Além do projeto como um todo, posso destacar os nossos congressos. O Congresso Mãos e Coração ofereceu tanto ao educador cristão como ao orientador da UCP a oportunidade de aprender, divulgar, interagir, trocar experiências e conhecimentos uns com os outros e também com uma equipe de preletores e palestran-

tes altamente capacitada e reconhecida em todo o Brasil. Nos últimos quatro anos (2010 – 2014) a SGTI realizou cinco Congressos: Goiânia – GO, Belém – PA, Curitiba – PR, João Pessoa – PB e Recife – PE. Alcançou a marca de 1.500 congressistas, 200 voluntários e 30 palestrantes. Esses números representam uma grande vitória, pois estamos tratando de um congresso para um público específico: adultos que trabalham com crianças. BP: Haverá alguma mudança no programa do Congresso e Treinamentos? José Roberto: Sim. A previsão é de alguns ajustes e o acréscimo de novos temas, como: Homilética para professores de crianças. Os temas já trabalhados, continuarão sendo oferecidos, mas, devido as grandes transformações e aos novos valores e padrões implatados na sociedade, é necessário a inclusão de temas que ajudem aos pais e educadores a utilizar o que for interessante, atrativo e eticamente correto nessa nova maneira de fazer pedagogia. Além disso, vamos lutar para que o conceito de família que a Bíblia nos revela seja mantido e for-

Rev. José Roberto Rodrigues Coelho - Secretário Geral da Infância

talecido. Vamos trazer ao debate assuntos polêmicos como: Lei da Palmada, Lei da Homofobia, etc. BP: Como o Supremo Concílio tem entendido o espaço das crianças dentro das igrejas locais? José Roberto: A criança, como qualquer outra pessoa de qualquer outra faixa etária, precisa ser acolhida pela igreja. As igrejas precisam entender que elas são importantes no Reino de Deus e que por mais agita-

das, inquietas, barulhentas, e (para alguns) irritantes que possam ser, elas também necessitam aprender sobre Deus e sua Palavra. Já houve muito preconceito e muita barreira com relação ao trabalho da infância na igreja. Infelizmente, em alguns lugares esse preconceito ainda persiste, mas aos poucos, todos estão compreendendo como é importante conduzir os pequeninos nos preceitos da Lei do Senhor, e a igreja é o lugar para isso.


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Fotos: Cibele Lima

Parte da Equipe SGTI no Congresso Mãos e Coração, em Curitiba

BP: Qual sua opinião sobre o papel da Igreja em relação ao cuidado com a infância no Brasil, dentro e fora das Igrejas? José Roberto: A igreja sempre teve e sempre terá um papel importante na sociedade. É dela a responsabilidade de evangelizar, ensinar e acolher a todos, inclusive crianças, através de suas dinâmicas de trabalho e atuação. Dessa forma, a igreja precisar se apresen-

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tar como protagonista no que se refere ao cuidado com o ser humano. Creio que projetos sociais de acolhimento e evangelização de adultos e crianças vítimas da violência, do álcool, das drogas, do abandono ou qualquer outro tipo de mal que permeia a sociedade é também responsabilidade da igreja. BP: Seria viável um encontro nacional da UCP, como acontece com UPA e UMP, com a participação de

crianças? José Roberto: É extremamente complicada a realização de um encontro de âmbito nacional com as ciranças. Um evento desse porte exigiria um esforço gigantesco dos pais, orientadores, professores e lideres infantis. Além disso, a SGTI teria de carregar uma responsabilidade enorme nos ombros: a segurança de cada criança envolvida no evento. Dessa forma, por uma questão de prudên-

Adolescentes, na letra e na melodia

União Presbiteriana de Adolescentes (UPA) realizou em 29 de novembro de 2014, o 2º Concurso Nacional de Música. Uma linda festa de alegria e talento invadiu o audiório Rui Barbosa, no Instituto Presbiteriano Mackenzie, em São Paulo. O concurso tem revelado adolescentes com talento para a música,

com boas letras, ainda adolescentes. Nesta segunda edição, os ganhadores vieram diretamente da Cidade de Cruzeiro do Sul, no Acre, com o grupo Ricos, apresentando a canção “Adolescente de Cristo” (letra e musica de Ramon de Souza Silva). A diretoria da UPA já comunicou que mais concursos estão por vir.

13 cia, bom senso e logística, não vejo viabilidade num evento dessa amplitude. Contudo, creio que a solução sejam os encontros e acampamentos regionais. BP: Quais os planos para os próximos anos? José Roberto: Vamos dar continuidade ao Projeto Mãos e Coração que tem como principais atividades os Treinamentos e os Congressos. Mas, estamos estudando e planejando novos desafios como: Encontro Nacional de Secretários Sinodais; Capanha Nacional de Evangelização das Crianças (com distribuição de um panfleto evangelístico sempre no mês de outubro); Revitalização da UCP; Encontro Regional de Filhos de Pastores e Missionários; Publicação de novas EBFs em parceria com a Cultura Cristã; Acampamentos de UCPs; Retiro de Pais e Filhos; etc. Ainda durante a entrevista, Rev. José Roberto confirmou que o próximo Congresso Mãos e Coração já tem data e local. Será na cidade de fortaleza

(CE), sediado na Igreja Presbiteriana de Fortaleza, nos dias 01 e 02 de maio de 2015. Ainda no mês de janeiro as inscrições estarão abertas diretamente na IP Fortaleza, ou pelo site www.ipb-infancia.com.br. A SGTI realiza congressos, treinamentos, encontros, EBFs, acampamentos e tantos outros eventos em diversos lugares do Brasil. Com o tempo, a equipe conquistou espaço e respeito dentro e fora da IPB e o objetivo é continuar na caminhada. “Os desafios serão grandes, mas creio que Deus conduzirá a SGTI em triunfo. Por isso, as palavras de ordem são: ‘Sê forte e corajoso; não temas, nem te espantes, porque o SENHOR, teu Deus, é contigo por onde quer que andares’ (Js 1.9). Aproveito para reiterar que a SGTI conta com o apoio de todos para a continuidade deste trabalho. Todos serão importantes para cumprir os propósitos de Deus para esse braço importante da IPB”, concluiu Rev. José Roberto. Cibele Lima é jornalista e escreve para o Jornal Brasil Presbiteriano


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RETROSPE O

s projetos para um novo ano são, na maioria das vezes, esboços daquilo que de fato pretendemos realizar no ano seguinte. Como cristãos, sabemos que, embora façamos planos, a resposta certa vem dos lábios do Senhor Deus (Prv. 16:1). Como líderes de uma igreja, ou de ministérios, as decisões e os planos são desafios que envolvem pessoas e que, portanto têm um valor maior de responsabilidade. Porém, o ano passa e não é sempre que se consegue atingir todos os propósitos estabelecidos. Os dias correm velozmente e a memória nem sempre acompanha tantas conquistas, tantos desafios... tantas realizações! Uma breve retorspectiva do que foi matéria no Jornal Brasil Presbiteriano em 2014, ajudará a relembrar alguns dos sonhos sonhados, sendo alguns desses, realizados.

Cerca de 600 jovens, entre delegados e visitantes discutiram e propuseram novos direcionamentos para os trabalhos da UMP Nacional em 2014. O XVII Congresso Naciona de Mocidade aconteceu em Palmas (TO), entre os dias 14 e 19 de janeiro. Os preletores convidados, rev. Roberto Brasileiro, Rev. Marcos Agripino, Rev. Young Ko e Rev. Renné Padilla, conduziram os jovens a uma profunda reflexão sobre a verdadeira missão do cristão no mundo. Na ocasião, foi eleita a diretoria para o quadriênio 2014-2018.

No dia 16 de fevereiro, aconteceu o 16º Encontro para Consciência Cristã, organi-

zado pelo VINACC - Visão Nacional para Consciência Cristã, influente e conhecido projeto que leva, gratuitamente, temas importantes para o crescimento do indivíduo na sociedade e na família, sempre embasados nas Escrituras e na vida cristã. Os preletores da edição foram: Paul Washer, Russel Shedd, Augustus Nicodemus, Adauto Lourenço e Rev. Hernandes Dias Lopes.

A Igreja Presbiteriana do Brás (SP) celebrou seu centenário com cultos especiais de gratidão, recebendo Rev. Carlos Aranha Neto como convidado. Organizada em 29/03/1914, a IP Brás é a igreja-mãe de 14 igrejas presbiterianas nos bairros: Vila Mara, São Miguel Paulista, Penha, Vila Esperaça, Vila Formosa, Guaianases, Ermelino Matarazzo, Vila Diva, Bosque da Saúde, Vila Prudente, Moóca, Mauá (posteriormente transferida para Santo André), Ferraz de Vasconcelos, Brooklin (IP Calvário) e a congregação de Santo Amaro. Em 1999 a Igreja inaugurou o Colégio Presbiteriano do Brás, como concretização de mais um importante passo para a aproximação da igreja com a comunidade do entorno. Atualmente, Rev. Eliéser Ferreira é o pastor titular da IP do Brás.

Com 850 participantes, sendo eles, 338 delegados, a Confederação Nacional de UPH, realizou em Aracruz (ES) seu XIII Congresso

Nacional. Estiveram presentes como preletores, os reverendos Roberto Brasileiro, Eliseu Eduardo de Souza, Alessandro Santarelli, João Josué Roma da Silva e Claudio Aragão da Guia. Na ocasião, houve eleição para o quadriênio 2014-2018.

As festividades pelos 78 anos da União de Mocidade Presbiteriana (UMP) aconteceram em diversas regiões do Brasil, com iniciativas importantes, como palestras, workshops bíblicos e ações de cidadania e voluntariado. No dia 17 de maio, em Campo Grande (MS), a Confederação Nacional de Mocidade desenvolveu ações sociais, de evangelismo e doação de sangue, com o tema “Salvos pelo Sangue”. A iniciativa ocorreu também em outras localidades, contribuindo, assim, com 5 mil bolsas de sangue em todo o Brasil.

No dia 17 do mês, a Agência Presbiteriana de Missões Transculturais (APMT) da Igreja Presbiteriana do Brasil, anunciou oficialmente a liberdade dos missionários Zeneide Novaes Moraes (Missão Servos) e José Dilson (APMT / casado com a missionária Marli). Relembrando: Os missionários brasileiros José Dilson Alves da Silva (45) e Zeneide Moreira Novais (53) estiveram presos Casa de Detenção e Correção


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E CTIVA 2014 de Thiès (Senegal), desde 6 de novembro de 2012. Eles foram denunciados pelo pai de um dos meninos que estava inserido no Projeto Obadias, um abrigo para meninos de rua que oferece alimentação, consulta médica, roupa, atividade esportiva, dentre outros cuidados mais. Ambos foram acusados formação de quadrilha, exploração de menor e desvio de menor. Enfim, livres, graças à Deus.

Destaque, ainda em Junho, para o mega projeto de evangelismo na Copa do Mundo, “Fomos todos Convocados”. Idealizado e coordenado pala Confederação Nacional de UPH, o projeto destribui 700 mil folhetos evangelísticos em português, 150 mil em inglês e 150 folhetos em espanhol, e contou com grande adesão das igrejas de cada região.

(RN), com 138 Deputados, representando 310 Presbitérios e 78 Sínodos. Na ocasião, foi eleita a mesa diretiva: Presidente: Rev. Roberto Brasileiro, com reeleição, Vice: Rev. Augustus Nicodemus, Secretário Executivo: Rev. Juarez Marcondes, 1º Secrt.: Rev. José Romeu, 2º Secrt.: Presb. Jairo Souza Cruz, 3º Secrt.: Rev. Alcyon Vicente, 4º Secrt.: Rev. Ewerton Tokashik e Tesoureiro: Presb. José Alfredo M. de Almeida. Na ocasião, foi feita convocação de uma segunda reunião (12 a 15/11/14), extraordinária, para tratar de documentos protocolados que não foram examinados. O Jornal Brasil Presbiteriano lançou uma edição especial para a cobertura da 38ª reunião ordinária.

A Junta de Missões Nacionais (JMN) durante as comemorações dos 155 anos da Igreja Presbiteriana do Brasil, realizou solenidade de para recepção dos diplomados e para posse dos eleitos para o quadriênio 2014 - 2018. O JMN é uma comissão composta por 9 membros eleitos pelo Supremo Concílio da IPB, que tem por finalidade recrutrar missionários, plantar igrejas em campos pioneiros no Brasil, etc. Destaque, também para o aniversário da Igreja Presbiteriana Doze de Agosto, que celebrou 65 anos, realizando cultos de gratidão.

A 38º Reunião Ordinária do Supremo Concílio da IPB aconteceu de 19 a 26 na cidade de Natal

Em setembro o BP divulgou a decisão de Dona Eunice Souza da Silva de deixar

o cargo de secretária geral do trabalho feminindo da Igreja Presbiteriana do Brasil. Ao todo, foram 36 anos atuando na Sociedade Auxiliadora Feminina (SAF), sendo 16 anos como secretária geral, ao lado das irmãs auxiliadoras.

A Igreja Presbiteriana de Bauru completou 80 anos de trabalhos e histórias no mês de outubro. Organizada em 02/10/1933, a igreja hoje é dirigida por Rev. Marcelo Mata de Sousa, e tem uma importante iniciativa voltada para missões, ajudando a manter varios missionários na África e Ásia, e, dentro do Brasil, colaboram, também, com as missões nacionais.

Aconteceu no dia 2 de novembro, na 1ª IP de Bragança Paulista (SP) a “Oficina da Vida”, durante a Escola Bíblica Dominical. O palestrante foi o atleta Daniel Dias que falou sobre tema “Superando Obstáculos”. Daniel contou as suas lutas desde criança e todo o apoio que recebeu dos pais, de sua esposa Raquel Dias e seu filho Asaph (07 meses). Ao todo ele conquistou 15 medalhas paraolímpicas, sendo 10 de ouro, 4 de prata e 1 de bronze, tornando-se, assim, o maior medalhista brasileiro em jogos paralímpicos.

Um período de grande agitação nos seminários presbiterianos de todo o país. A ordenação de seminaristas recém-formados traz grande alegria a todos os envolvidos, que participam dos cultos de gratidão à Deus pelas vitórias alcançadas.


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FALECIMENTOS

Presb. Bruno Carapiá Lima de Barros e Silva Wendell Xavier

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o dia 11/12, numa quinta-feira, às 16 horas e 14 minutos, o nosso Pai Celestial resolveu tomar para si um de seus filhos queridos, o irmão Presbítero Bruno Carapiá Lima de Barros e Silva, aos 46 anos, em razão de uma complicação infecciosa causada por um acidente automobilístico no dia 26/11 na BR-365, próximo à cidade de Montes Claros. Presb. Bruno era o atual Presidente do Presbitério Norte de Minas – PNTM e Tesoureiro do Sínodo Norte de Minas – SNM, tendo já exercido anteriormente outras funções nestes concílios, além de ser representante do Supremo Concílio da IPB. Natural de Salvador – BA, exercia seu segundo mandato como presbítero na Primeira Igreja Presbiteriana de Pirapora – MG, pastoreada pelo Rev. Geraldo Cardoso de Sá Filho. Foi servo fiel ao Senhor em tudo o que fez. Exercia com prazer e liberalidade seu serviço cristão. Demonstrou, em cada detalhe, zelo e prazer na obra de Deus. Não media nenhum esforço para contribuir para o avanço do Reino, sobretudo em sua região, oferecendo de seu tempo, seus recursos e sua inteligência. Foi um grande amigo, mais chegado que irmão. Leal, abnegado, fiel. Um bom companheiro. Suas palavras sinceras, transparentes, incisivas, que em muitas situações não eram compreendidas por alguns – um

preço às vezes pago por aqueles que querem manter sua idoneidade e que não desejam negociar princípios e valores – eram sempre pautadas por uma coerência e um estilo peculiares. Sua querida mãe, D. Marilene Carapiá, serva fiel ao Senhor, disse no culto fúnebre: “Deus me permitiu ter meu filho por 46 anos, ao meu lado, os quais viveu intensamente diante do Senhor. Quando nasceu, o consagrei a Cristo. ‘O Senhor me deu, o Senhor me tomou, louvado seja o nome do Senhor’”. Deixou viúva Rassire Montroze e órfãos seus filhos Breno, Bruna e Victor, além de amigos muito queridos, entre os quais me incluo. Convivi com o Bruno e posso atestar que ele foi daqueles amigos cujas ausências são sentidas para sempre, até aquele dia em que o abraçarei novamente nos céus, na presença do Pai, que nos ama e nos chama para sermos seus eternamente!

por alguns períodos. Transformado pela graça de Deus, recebeu a oportunidade de recomeçar. Com a vida restaurada, buscou viver de maneira digna diante de Deus.

perou com seus muitos dons. Foi professora de Escola Dominical por anos seguidos, educando gerações de presbiterianos ali; todos aprenderam com ela a cantar os 66 livros da Bíblia, o que era lindo de se ver. Trabalhou com música, principalmente com as crianças, mas também fazendo parte do coral da Igreja, o que aconteceu até mais ou menos os seus 95 anos. Quando completou 94 anos, conseguimos reunir em festa na Igreja de Araraquara, antigos membros do seu Coral Juvenil e do conjunto Nova Vida, todos de grande atuação na vida da Igreja.

Deixou quatro filhos: Vivian Cavalcante Macedo, Francisco Budny Macedo, Pedro Budny Macedo e Esther Budny Macedo.

O Rev. Wendell Lessa Vilela Xavier é VicePresidente do Sínodo Norte de Minas – SNM

Ida de Muzio Guimarães

Euricles Cavalcante Macedo

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aleceu no dia 22 de outubro de 2014, Euricles Cavalcante Macedo, fotógrafo e jornalista, que atuou como editor do Jornal Brasil Presbiterano, além de trabalhar como assessor político em Campo Grande e repórter em diversos jornais. Nascido em 25 de março de 1956, Euricles, filho de pastor, cresceu em ambiente cristão, mas esteve afastado do seio da igreja

Cecília Accorsi de Lima

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aleceu no dia 04 de dezembro de 2014 em Araraquara/SP, a sra. Ida de Muzio Guimarães, dois dias antes de completar 100 anos de idade. Dona Ida nasceu em São Paulo (capital) no dia 06 de dezembro de 1914, mas mudouse para Araraquara por volta de 1954. Era então casada com o Sr. Pedro Guimarães, tinha dois filhos e logo todos se filiaram à Igreja Presbiteriana, onde ela coo-

Estávamos planejando uma grande comemoração para os seus 100 anos, mas ela foi internada com pneumonia poucos dias antes do seu aniversário. Dona Ida estava lúcida e esperava com alegria a reunião que se avizinhava. Quis o Senhor levá-la para estar com ele. O hino que todas as crianças sob seus cuidados aprendiam e que foi cantado no seu funeral dizia: “São de Jesus as histórias que eu quero ouvir”. Cecília Accorsi de Lima é membro da IP Filadélfia de Araraquara.


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EVANGELIZAÇÃO

Jovens Alcançando Jovens Rev. Paulo de Tárcio

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juventude da Igreja Presbiteriana 305 Norte em Palmas-TO (UMP e UPA), igreja pastoreada pelo Rev. Paulo de Tárcio G. de Passos desenvolve vários projetos evangelísticos, dentre eles, o Projeto Transformatto. O slogan do projeto é: Jovens Alcançando Jovens - e tem como principal objetivo atrair e alcançar jovens e adolescentes com a mensagem do evangelho. O projeto Transformatto é o braço evangelístico das

duas sociedades internas e desenvolve várias atividades evangelísticas, dentre elas, o Acampamento Transformatto - acampamento evangelístico realizado durante um fim de semana nas dependências do Acampamento Refúgio, localizado na Serra do Carmo, que ladeia a capital tocantinense e de propriedade do Rev. Paulo Passos. O programa do evento é recheado de boa música, peças teatrais, filmes e vídeos evangelísticos, estudos bíblicos evangelísticos, devocionais, pre-

gações evangelísticas, testemunhos, lazer e muita comunhão. O Acampamento Transformatto acontece duas vezes por ano, no primeiro e segundo semestres, e a última edição aconteceu nos dias 14 a 16 de novembro de 2014 e contou com a participação de vários jovens e adolescentes não crentes, além da equipe organizadora. As palestras foram ministradas pelos pastores Paulo de Tárcio Passos e Izael Veloso Ribeiro, ambos da IP 305 Norte.

Jovens e adolescentes no acampamento Transformatto

Como o projeto tem crescido, a intenção para 2015 é dividi-lo em dois eventos com públicos distintos: O Transformatto Jovem e o Transformatto Teen, sendo realizados respectivamente no primeiro e segundo

semestre do ano, alcançando assim, um público específico. Rev. Paulo é pastor na Igreja Presbiteriana 305 Norte (Palmas-TO), e pastor de evangelismo pessoal na APECOM - Agência Presbiteriana de Evangelização.

VIDA CRISTÃ

Casamento à prova do tempo Seis filhos, dez netos, dois bisnetos e muita gratidão a Deus nas Bodas de Ouro de casal presbiteriano em Jacareí.

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casal Neide Perez (65) e Augusto Perez Campos (76) celebrou em dezembro de 2014, 50 anos de casamento. O compromisso que foi selado no dia 10 de dezembro de 1964, trouxe grande alegria na ocasião, para as famílias amigas e vizinhas, no bairro São Silvestre, Jacareí (SP). Foi nessa cidade que a família cresceu, multiplicou e gerou frutos. Neide e Augusto se converteram ao cristianismo há mais de 25 anos, e logo

começaram a congregar na Igreja Presbiteriana da cidade. Com a graça de Deus, criaram seus seis filhos: Dimas, Tânia, Telma, Gisleine, Max, Marcos Paulo; e desfrutam a alegria de ter dez netos e dois bisnetos. Tanta gratidão e felicidade ao logo desses 50 anos, culminou na celebração das Bodas de Ouro do casal, realizada em um buffet na cidade de Jacareí, com momentos especiais de gratidão a Deus.

Na Igreja Presbiteriana Vila Pinheiros, atualmente pastoreada pelo Rev. Edson Perpétuo, Augusto Perez é presbítero em disponibilidade e dona Neide é sócia da SAF, da qual já foi presidente. Para dona Neide, não existe um “segredo” específico para tantos anos de casamento, mas sim, um conjunto de atitudes. “É preciso ter muita paciência no casamento e na família. O diálogo e o amor são essenciais para que a harmonia permane-

Presbítero Augusto e D. Neide Perez - Bodas de Ouro

ça, mas, acima de tudo, é preciso colocar nas mãos de Deus todos os momen-

tos que vivemos, sabendo que é ele que nos sustenta”, concluiu.


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EDUCAÇÃO TEOLOGICA

Sonho missionário e crescimento teológico Seminaristas do JMC realizam segunda viagem missionária a Angola e se alegram com os frutos do trabalho. Fotos: Eliane Machado

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otivados por uma viagem realizada em 2013 a Angola, fruto de uma parceria entre o Seminário José Manoel da Conceição (JMC) e a Agência Presbiteriana de Missões Transculturais (APMT), Jair Ramos, membro da IP Saracuruna (Rev. Eliel Pegas) e Eliane Machado, membro da IP Manaus (Rev. José João) realizaram mais uma viagem missionária, de 03 a 11 de dezembro de 2014. Desta vez, a iniciativa partiu do desejo que eles tinham de retonar ao país e retomar o trabalho iniciado. O apoio financeiro partiu das respectivas igrejas de origem, e da IP Jd. Tranquilidade (Guarulhos – SP), da qual o Rev. Evandro Luiz Ávila é pastor titular, e onde os seminaristas frequentam durante o período de estudo. A obra missionária que realizam, atende ao seminário que a Igreja Presbiteriana de Angola tem em Luanda, capital do país, que foi construído em parceria com a IPB. A parceria consiste em ajudar os irmãos angolanos no preparo teológico, objetivando fornecer aos líderes, jovens e professores de EBD, um aprofundamento quanto aos assuntos fundamentais do evangelho.

zindo um desenvolvimento cristão sólido na vida dos irmãos da IP Angola, multiplicando a ação de Deus naquele país. Como alunos do sétimo período no JMC e com todo o embasamento que recebem é natural que novos desafios surjam. A gratidão a Deus, às igrejas e aos familiares que apoiam tais projetos, leva à importante reflexão sobre o real motivo de um trabalho como esse em Angola

Seminaristas Eliane e Jair com irmãos da IP Angola

“Nós entendemos que o nativo bem preparado tem muito mais eficiência na transmissão dos conteúdos apresentados, pois leva em consideração as questões culturais peculiares à missão transcultural”, explica Jair. O conteúdo apresentado foi a respeito da doutrina da salvação (soteriologia), com conceitos a respeito de como a salvação se desenvolve, com exposição sobre chamada eficaz, conversão, regeneração, adoção e justificação, entre outros elementos. Para os seminaristas, o trabalho com os irmãos angolanos é, ao mesmo

tempo, um desafio e um privilégio, pois, nos pequenos detalhes vêem a mão e o cuidado de Deus. “Devido os rumores de que a doença Ebola estava se espalhando pelo continente, muitos ficaram apreensivos quanto a nossa ida para Angola. No entanto, Deus está no controle. Depois de muita oração entendemos que deveríamos ir e que, se estivéssemos enganados quanto aos propósitos do Senhor, ele mesmo fecharia as portas para nossa ida. Ter fé. Foi o que nos definiu nesta viagem.” Os relatos sobre o grande interesse dos angola-

nos, com fome e sede de receber os ensinos bíblicos, traz ânimo e força ao trabalho. “Foi fascinante expor o conteúdo e ver que cada palavra dita era intensamente absorvida por cada um, como se fosse a coisa mais preciosa que poderiam ter, como de fato é.” As boas notícias sobre os trabalhos chegam aos seminaristas com um peso de satisfação e reconhecimento da graça de Deus, reforçando o chamado para essa obra. Segundo relatos dos próprios alunos angolanos, os conteúdos ensinados são transmitidos nas igrejas da região, produ-

Irmãos da IP Angola durante aulas e palestras

e Jair define: “a fé consistem em três fatores importantes, que são: conhecimento, convicção e confiança. O que nos levou a Angola foi a união desses elementos, pois confiamos e experimentamos que as promessas de Deus, contidas nas Escrituras, são verdade”.


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CELEBRAÇÃO

Canções do verdadeiro Natal Crianças do Colégio Presbiteriano do Brás aprendem o real significado do natal e cantam o amor de Deus em estação do metrô de São Paulo

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Companhia Metropolitana de trens de São Paulo (Metrô), realizou durante o mês de Dezembro de 2014, o Projeto Canto Coral de Natal. O projeto já está em sua 22ª edição, que contempla diversas estações metroviárias. Cinquenta e um corais natalinos foram selecionados para apresentar as clássicas músicas natalinas, em minipalcos instalados. O Colégio Presbiteriano

do Brás (SP) esteve entre os selecionados, e apresentou-se na estação Sé, a estação com maior movimento de pessoas. Acompanhadas da equipe de coordenação do colégio, sessenta crianças do ensino fundamental 1 e 2, cantaram diante do público que passava. De acordo com Aline Ochiulini, professora no colégio, e regente do coral há quatro anos, a experiência foi marcante para todos os envolvidos. “As

crianças ficam bem motivadas com a apresentação. Os ensaios começam em agosto e são cansativos, porque, para cada local, temos o cuidado de preparar um repertório diferente. Então, quando o grande dia chega, a expectativa é muito boa e todos participam com muita alegria e entusiasmo.” O coral foi criado em 2003, mas é a primeira vez que se apresenta no metrô. A direção do colégio tem o cuidado de envolver as

crianças com o verdadeiro sentido do natal, desde os primeiros ensaios, e enfatiza a importância do que estão cantando. “Durante os ensaios, as crianças são orientadas e conscientizadas sobre o nascimento de Jesus, à luz da Bíblia. É um trabalho difícil, porém, gratificante para nós, professores e direção, e para os alunos que levam na vida a experiência dessa apresentação e a verdade do evangelho.” O Projeto Canto Coral

de Natal faz parte da programação cultural de dezembro do Metrô desde 1992. O acontecimento já se tornou uma tradição para os usuários, que todo final de ano acompanham, nas estações, os cantores, músicos e maestros de diversos corais e instituições. Outras igrejas têm aproveitado essa grande oportunidade para cantar o amor de Deus, revelado em Jesus Cristo, Seu filho, trazendo salvação. Fotos: Raquel Lima dos Santos

Crianças no metrô Sé (SP)


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Boa Leitura

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Entretenimento e reflexão Filmes para curtir e pensar

Meditações de um peregrino

Meditações breves a partir de pregações do Rev. Francisco Leonardo ao longo de seu ministério. Elas refletem a combinação de erudição e piedade desse holandês, incansável no serviço do seu Salvador. Excelentes para renovar a fé e fortalecer o ânimo do povo de Deus nestes dias tão difíceis. 16 x 23 cm – 192 páginas

Vocação Perigosa

Este é um livro diagnóstico, de Paul Tripp. Foi escrito para ajudá-lo a olhar para si mesmo no espelho expositor da vida e do coração, que é a Palavra de Deus – para ver coisas que estão erradas e precisam ser corrigidas e para ajudá-lo a colocarse, mais uma vez, sob o poder curador e transformador do evangelho de Jesus Cristo. 16 x 23 cm – 192 páginas

dele. Os que têm lidado com esses temas, que são quase todos, encontrarão auxílio prático e biblicamente fundamentado nestas páginas. 16 x 23 cm – 176 páginas

Exodus: Gods and Kings. Dirigido por Ridley Scott, com roteiro de Adam Cooper, Bill Collage, Jeffrey Cane e Steve Zaillian. 20th Century Fox, 2014.

Fome por Deus

Sexo e Dinheiro

Há algum assunto que ocupe nosso pensamento mais do que esses? Há algum outro assunto que escravize nossa vida mais do que esses? Paul Tripp mostra como transformamos essas bênçãos de Deus em escravidão e como uma perspectiva teocêntrica é o único modo pelo qual elas podem ser colocadas de volta em seu devido lugar, a serviço

Neste livro, John Piper nos desafia à busca ao Senhor, mas faz um alerta de cuidado com livros a respeito do jejum. A Bíblia é muito cuidadosa em nos advertir acerca de pessoas que ‘exigem abstinência de alimentos que Deus criou para serem recebidos, com ações de graças, pelos fiéis e por quantos conhecem plenamente a verdade’ (1Tm 4.3). Mas quando Deus é o supremo anelo do nosso coração ele será supremo em tudo o mais. Deus é mais glorificado em nós quando estamos mais satisfeitos com ele. 16x23 cm - 192 pg

Sobre esses e outros títulos acesse www.editoraculturacrista.com.br ou www.facebook.com/editoraculturacrista ou ligue 0800-0141963

Filmes adaptados de livros costumam provocar nos apreciadores da obra original reações que vão de um leve desconforto até forte revolta. Ocorre que os autores originais tiveram necessariamente suas visões de mundo e propósitos que, porém, são às vezes um tanto diferentes e mais amiúde diametralmente opostos às cosmovisões e objetivos do roteirista e do diretor do filme. Isso será sempre comum, mas saber disso não acalma os ânimos quando a obra original em questão são as Escrituras Sagradas. Ainda afogados nas impressões negativas causadas pelo filme Noé, somos confrontados agora com mais um filme “bíblico”, Exodus. O blogueiro Ken Ham é

de opinião de que o filme “diminui a glória de Deus e seu caráter divino”, porque o Senhor é representado por um menino que aparece ao longo do filme e nada tem a ver com a majestade do Todopoderoso. Moisés, por seu lado, não poderia estar mais distante do profeta do êxodo bíblico, iniciando suas ações libertadoras mais como um líder politizado tipo terrorista de nossos dias. Muitos das ações portentosas de Deus – por que não estou surpreso? – ganham contornos naturalistas. Afinal, um deus reduzido a um moleque levado será inteiramente descartável. Sempre é possível para o cristão ver um filme assim e dar todos os descontos necessários para as mudanças em relação ao original. A pergunta que não quer calar, porém, é: por que embarcaríamos numa empreitada destinada a banalizar o que reconhecemos como sagrado? Entretenimento é algo tão importante assim? E diversão às custas de uma caricatura da Palavra de Deus? Eu sei que, em algumas igrejas locais, o próprio culto já foi travestido como espetáculo, mas, vamos aderir?

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