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Brasil

PRESBITERIANO

Feve r e i r o de 2006

Órgão Oficial da Igreja Presbiteriana do Brasil

Rede Presbiteriana de Comunicação

Ano 49 / Nº 617 - R$ 1,80 Divulgação

Alegoria da redenção Adaptação para o cinema de “As Crônicas de Nárnia” é oportunidade para reaquecer debate sobre o cristianismo junto à sociedade

A figura imponente de Aslan traz consigo a representação metafórica do sacrifício redentor de Jesus Cristo, o Leão de Judá

Páginas 12 e 13

Rev. Carlos Aranha, Rev. Guilhermino Cunha e Rev. Osvaldo Hack celebram Jubileu Ministerial. Missionário Presbiteriano evangeliza na África do Sul Páginas 10 e 11

Famílias deixam de receber complemento alimentar Páginas 9

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Palavra da Redação Existem várias maneiras de anunciar os princípios do cristianismo. Atualmente, até mesmo as produções cinematográficas são utilizadas para tais fins. Por isso, o destaque do Brasil Presbiteriano de fevereiro é a repercussão do filme “As Crônicas de Nárnia: O Leão, a Feiticeira e o Guarda-roupa”, baseado no livro de CS Lewis, importante escritor da literatura cristã. Nárnia lidera as bilheterias em várias partes do mundo, e no Brasil não é diferente. Por isso, está entre os filmes mais vistos de todos os tempos. O Sínodo Sudoeste Paulista divulgou uma agenda com toda a programação do ano. Conversamos com o Pb. Carlos Douglas Diniz, secretário executivo, que falou com detalhes sobre os eventos e a importância dos mesmos, com ênfase no encontro de Casais e no da Terceira Idade. Confira os detalhes dessa programação na página 8. O dia 14 de janeiro de 1981 possui elevada importância para a IP do Rio de Janeiro. Há 25 anos, a IP do Rio de Janeiro recebia o rev. Guilhermino Cunha como pastor. Essa data foi relembrada pela igreja em um culto de gratidão e louvor a Deus. Saiba como foram as comemorações na página 9. Na reportagem das páginas 10 e 11 apresentamos o trabalho do rev. Gesse Almeida Rios na África do Sul. Conheça o cenário no qual ele está inserido, onde o Apartheid foi extinto há menos de uma década, mas a segregação social ainda existe, e sua atuação com imigrantes refugiados que falam a língua portuguesa e sonham em retornar aos seus países. Dia 5 de fevereiro, o segundo domingo do mês, é o dia do homem presbiteriano. Entrevistamos alguns líderes da igreja, que atuam em instituições sociais, para refletir sobre o papel, atuação e a importância desses servos de Deus para a vida de nossa igreja. Vale a pena ler na página 15. Nem só de boas notícias é composta essa edição. Na página 18, o BP esclarece os motivos que contribuíram para a suspensão do composto alimentar Nutriamar, que auxiliava no combate à desnutrição de pessoas carentes. Lamentavelmente, uma ajuda a menos faz com que esse mal prospere em nosso país. Aproveite também a seção Notícias e Classificados, e tenha uma leitura abençoada.

Nosso recado Memória de uma vida com Cristo Faleceu no dia 14 de janeiro o Reverendo Ludgero Machado Moraes. Nascido em 17 de dezembro de 1920 (data em que se comemora o dia do pastor presbiteriano), na cidade de Alegre, Espírito Santo, o Rev. Ludgero é filho de Olinto Sales Moraes e Eponina Moraes. Cursou Teologia no Seminário Presbiteriano do Sul, formando-se em 16 de novembro de 1946 e em 23 de novembro do mesmo ano casou-se com a jovem Josenira Bonilha de Moraes. Foi ordenado pastor no dia 2 de fevereiro de 1947 e enviado neste mesmo ano para a igreja Presbiteriana de Muqui, no Espírito Santo. Trabalhou como missionário durante 12 anos pela Junta de Missões Nacionais da Igreja Presbiteriana do Brasil, quando implantou o trabalho presbiteriano pioneiro na cidade de Ponte Nova-MG. Em 1957, foi para São Caetano do Sul onde pastoreou as seguintes igrejas: Igreja Presbiteriana Filadélfia, Igreja Presbiteriana de São Caetano, Igreja Presbiteriana Vila Paula, Igreja Presbiteriana Vila Gerti e Igreja Presbiteriana de Diadema. Foi pastor nesta

Erramos Faltou crédito na foto da capa da edição do Brasil Presbiteriano do mês de janeiro. A fotografia que ilustrou a primeira página da primeira edição de 2006 é da fotógrafa Flávya Mutran, da Folha de S.Paulo. Na poesia Ano Velho, da edição de janeiro do BP (Painel pág. 8) na terceira linha, onde está escrito: “É necessário lembrar fazê-lo com juízo imparcial”, deve-se ler: “É necessário fazê-lo com juízo imparcial”.

EXPEDIENTE Órgão Oficial da

Brasil PRESBITERIANO

Uma publicação da

Ano 49, nº 617 – Fevereiro de 2006

www.ipb.org.br

Rua Maria Antônia, 249, 1º andar, CEP 01222-020, São Paulo – SP Telefone: 0(XX)11 3255 7269 E-mail: editorbp@rpc.ipb.org.br

Presb. Gunnar Bedicks Jr. – Presidente Presb. Gilson Alberto Novaes - Secretário Rev. Alcides Martins Jr. – Titular Presb. José Augusto Pereira Brito – Titular Rev. Carlos Veiga Feitosa – Titular Presb. Sílvio Ferreira Jr. – Titular Presb. Clineu Aparecido Francisco – Diretor Administrativo-financeiro Rev. André Mello – Diretor de Produção e Programação

região por 33 anos. Construiu ao todo 21 templos durante seu ministério. Foi jubilado, em 1990, na Igreja Presbiteriana de Diadema. Em seguida, mudou-se para Meaipi-ES, onde implantou o trabalho presbiteriano com alguns irmãos. Josenira e Ludgero tiveram seis filhos: Ludgero, Paulo Rubem, Hamilton, Lucila, Priscila e Marila; e doze netos: Jarbas, Hamilton, Guilherme, Eduardo, Ricardo, Ludgero Neto, Lílian, Vivian, Heloisa, Aline, Camila e Bianca. Há aproximadamente um ano, mudaram-se para Campinas e passaram a freqüentar a Igreja Presbiteriana de Barão Geraldo, onde criaram fortes laços de amizade com os irmãos em Cristo. O rev. Ludgero é pai do Rev. Ludgero Bonilha Moraes , pastor da 1ª IP de Belo Horizonte, Minas Gerais e secretário executivo do Supremo Concílio da IPB. O culto de sepultamento foi realizado no Cemitério Flamboyant, em Campinas (SP) e estiveram presentes filhos, esposa e colegas de ministério, membros da igreja que pastoreou e o presidente do Presidente do Supremo Concílio da IPB, rev. Roberto Brasileiro.

Conselho Editorial: Rev. Augustus Nicodemus Lopes Rev. Celsino Gama Rev. Evaldo Beranger Presb. Gilson Alberto Novaes Rev. Hernandes Dias Lopes Rev. Vivaldo da Silva Melo

Secretaria de Atendimento ao Assinante: (19) 3741 3000 / 0800 119 105

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Edição e Chefia de Reportagem: Letícia Ferreira DRT/PR: 4225/17/65 E-maill: editorbp@rpc.ipb.org.br Textos: Letícia Ferreira (editorbp@rpc.ipb.org.br) e Martha de Augustinis (e-mail: martha@rpc.ipb.org.br) Caroline Santana (caroline@rpc.ipb.org.br) Diagramação: Aristides Neto Impressão: Folhagráfica

Assinaturas Para qualquer assunto relacionado a assinaturas do BP, entre em contato com:

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Opinião

Réquiem presbiteriano Celsino Cunha Gama

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ive que comparecer ao funeral da mãe de um vizinho. Senhora já idosa, faleceu em casa, depois de anos de cuidado carinho e amor cristãos, demonstrados por seu filho e nora. Quando a hora chegou, não havia padre ou líder leigo, todos foram se achegando mansa e silenciosamente ao redor do caixão. Nenhuma palavra proferida. Algumas preces silentes. Lágrimas. Um ou outro se benzendo com o “sinal da cruz”. Fiquei pensando que aquela seria a maneira como gostaria de ser sepultado quando a hora chegasse. Mas como líder presbiteriano, creio que não vou

escapar dos pastores perfilados ao lado do caixão. O coral convocado às pressas. Aquelas coroas de flores horrorosas com um formato de letra que detesto. Algumas prédicas e falas com aquela voz gutural tentando explicar sobre ressurreição dos mortos e salvação da alma, como que justificando que o meu lugar estava garantido nos céus. Na verdade, não sou eu (pois estarei morto, bem morto, espero), mas é minha família e amigos mais chegados, que não escaparão. Estou, em vida, negociando para que não passem por isso. Gostaria de ser cremado com a presença da família e alguns poucos amigos

chegados (ser cremado não é pecado). E mais tarde, esses e outros se reuniriam para curtir uma boa comida, boa música e lembrar algumas coisas e espero, sentir saudades, pois é uma maldição morrer sem deixar saudades. Infelizmente nossa igreja presbiteriana não tem uma liturgia para os funerais. Pena. Poderia ser usada para todos indistintamente, ricos e pobres, os considerados importantes e os simples. Afinal, há distinção diante do Deus Eterno, perante quem todos vão comparecer? Evitaria aquela idéia de que quanto mais pastores lá na frente, mais importante foi a pes-

soa. Alguns querendo mostrar sua importância porque gozavam da intimidade do finado. Só falta começarem a gravar e fotografar as liturgias fúnebres e, pasmem, vender depois os DVDs com as mensagens! Evitaria os sermões evangelísticos, numa utilização do defunto como meio de evangelização. Outro dia ouvi uma exposição, coerente, porém imprópria, sobre predestinação em um funeral. Não seria bem melhor pessoas ligadas ao morto contar alguma história, breve biografia da sua vida, de forma natural? E os casos pitorescos, como numa cidade do interior de Minas, onde os crentes mais

simples são velados no templo antigo e os mais graúdos no templo novo! E aí?! O velório deve ser no templo ou no salão social? Já aconteceu em sua igreja de suspenderem o culto da manhã para velar dona Maria Lavadeira no templo? Felizmente, em algumas cidades, a prefeitura proíbe velórios em casa ou em templos e aí, o que não se consegue na igreja, o município faz: colocar pobres e ricos, gente simples e doutores, no salão do serviço funerário. Rev. Celsino Cunha Gama é diretor executivo da Luz para o Caminho (LPC).

Consultório Bíblico

“Sic et Non” Odayr Olivetti

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ergunta: O homem coopera com Deus na obra de salvação do pecador? Resposta: “Sic et non” (sim e não). No sentido real e profundo, o ser humano ficou impossibilitado de realizar o bem aceitável a Deus. Citando o Salmo 14, o apóstolo Paulo afirma: “Não há justo, nenhum sequer” (Rm 3.10). Mesmo as nossas melhores virtudes estão maculadas pelo pecado. O profeta Isaías descreve as nossas boas ações, a nossa retidão, as nossas justiças com a fortíssima expressão: trapos imundos. O Novo Testamento não deixa por menos. Além da declaraçao do apóstolo Paulo acima citada, basta acrescentar estas fortes

palavras do Senhor Jesus Cristo: “Sem mim nada podeis fazer”(Jo 15.5). Um aspecto prático e importante da insistência da Bíblia em afirmar a incapacidade moral e espiritual do ser humano é a necessidade de reduzir a pó a arrogância humana – a autoconfiança, a auto-suficiência, o orgulho do homem. “Eu” fiz isso. “Meu braço” conseguiu aquilo. “Vejam que cidade maravilhosa é esta Babilônia que ‘eu’ construí”, disse noutras palavras Nabucodonosor- e Deus o submeteu a uma terrível e prolongada humilhação. Ainda bem que ele aprendeu a lição (Dn 4). Jesus Cristo nos diz que, depois de havermos feito um trabalho completo, devemos declarar

“somos servos inúteis”, porque não fizemos mais que a nossa obrigação. Depois de afirmar clara e explicitamente que somos salvos pela graça (pelo favor imerecido de Deus) em Efésios 2.8, o apóstolo Paulo faz três afirmações que reforçam aquela declaração: (1) “Isto não vem de vós”. A salvação não vem de vós; a graça da salvação não vem de vós; o motivo pelo qual vos é dada a graça da salvação não vem de vós; (2) “É dom de Deus”. É presente de Deus; (3) “Não de obras” - por quê? “para que ninguém se glorie”. * Mas nada do que foi dito destrói estoutra verdade: Deus exige o nosso serviço e valoriza os nossos esforços, como valorizou

os de Josué, quando lhe disse: “Sê forte e corajoso, porque tu farás este povo herdar a terra que, sob juramento, prometi dar a seus pais” (Js 1.6). Lembremonos, porém, de que estas palavras foram ditas no contexto do governo soberano de Deus e de Sua aliança com Seu povo (Js 1.1-9). Voltando a Efésios 2, vemos, no contexto da salvação pela graça e não pela obras, a clara indicação de que as obras fazem parte da vida do salvo, não como meio de salvação, mas como fruto e evidência da salvação. Para este assunto há um fecho de ouro em Filipenses 2.12,13, onde o apóstolo diz: “desenvolvei [não “realizai”] a vossa salvação com temor e tremor”e,

sem titubear, acrescenta: “porque Deus é quem efetua em vós tanto o querer como o realizar, segundo a sua boa vontade”. O cristão diz: “Graças te dou, Ó Deus, porque me chamaste para realizar o teu serviço”. E acrescenta: “Eu te louvo e te glorifico, ó Deus, porque em mim e por meu intermédio realizas a obra para a qual me chamaste. Amém”. O rev. Odayr Olivetti é ministro jubilado da IPB, foi pastor de várias igrejas e professor de Teologia Sistemática no Seminário Presbiteriano de Campinas. É autor de alguns livros e tradutor de inúmeras obras cristãs.


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História do Movimento Reformado

As Confissões Reformadas

Os 67 Artigos de Ulrico Zuínglio (1523) Alderi Souza de Matos

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ste artigo inicia uma nova série que irá abordar os principais documentos confessionais da fé reformada. Confessar significa declarar a fé, algo que os cristãos têm feito desde o início. A Reforma Suíça caracterizou-se pela grande quantidade de declarações doutrinárias que produziu, com objetivos confessionais, apologéticos e didáticos. Num contexto de intensas controvérsias, os reformados entenderam que era necessário expor de modo claro e incisivo as suas convicções, com base nas Escrituras. As confissões reformadas são uma das principais expressões e fontes da teologia desse ramo protestante. Algumas de suas ênfases são comuns ao protestantismo em geral e outras,

específicas da tradição reformada. Quanto à autoria, houve uma grande variedade de situações: alguns documentos foram elaborados por indivíduos, outros por grupos e ainda outros por grandes assembléias de teólogos. Esses textos em geral assumiram duas formas: confissões de fé (divididas em capítulos e seções) e catecismos (perguntas e respostas). Os 67 Artigos de Zuínglio são considerados não somente a primeira confissão reformada, mas a primeira confissão protestante. Ao contrário das 95 Teses de Lutero, eles não só abordaram um vasto conjunto de doutrinas e práticas, mas deram considerável atenção a alguns princípios basilares do novo movimento protestante. Seu autor, Ulrico Zuínglio (1484-1531), o fundador da tradição reformada, come-

çou a ser impactado pela Bíblia a partir de 1516, quando pároco em Einsiedeln. Ao tornar-se o sacerdote da principal igreja de Zurique, em 1519, seus sermões e preleções alicerçados no Novo Testamento assumiram um crescente tom reformista. O contexto dos 67 Artigos foi a Primeira Disputa de Zurique, em 29 de janeiro de 1523, convocada pelo conselho municipal para resolver a controvérsia religiosa que havia surgido na cidade. O conselho aprovou as proposições de Zuínglio e determinou que os ministros daquele cantão pregassem somente o que tinha apoio nas Escrituras. Esse foi o marco inicial da Reforma Suíça. Os artigos ou Schlussreden (“conclusões”), que tiveram 26 edições em dois anos, dão ênfase à supremacia das Escrituras, prin-

cipalmente no parágrafo introdutório: “Eu, Ulrico Zuínglio, confesso que tenho pregado na nobre cidade de Zurique estes sessenta e sete artigos ou opiniões com base na Escritura, que é chamada theopneustos (isto é, inspirada por Deus). Proponhome a defender e vindicar esses artigos com a Escritura. Mas se não tiver entendido a Escritura corretamente, estou pronto a ser corrigido, mas somente a partir da mesma Escritura”. Outros destaques são: Cristo é o único Salvador da humanidade; a igreja é definida em categorias espirituais, não institucionais; as obras são boas só na medida em que são de Cristo, não nossas; as tradições humanas, ou seja, missa, proibição de alimentos, festivais, peregrinações, vestes especiais, ordens religiosas e celibato cle-

rical, são inúteis para a salvação; em sua esfera, a autoridade do Estado é superior à da igreja; somente Deus absolve os pecados humanos; a Escritura não ensina o purgatório e um sacerdócio separado; a pregação está no centro do ministério da igreja. Talvez a maior vitória de Zuínglio nesse debate tenha sido o endosso formal do princípio de sola Scriptura: a Escritura, com Cristo no seu centro, é a única autoridade capaz de dirimir todas as questões religiosas. Com esse notável documento, Zuínglio lançou os fundamentos da fé evangélica e reformada.

O rev. Alderi Souza de Matos é o historiador oficial da IPB asdm@mackenzie.com.br


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Liderança

Planejamento Estratégico Evaldo Beranger

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uem não sabe para onde vai não tem pressa de chegar, nem sabe que direção seguir. Assim é também na igreja e no ministério. Fomos chamados por Deus para servi-lo. Será que sabemos onde e como fazê-lo? Jesus tinha bem definidos os seus objetivos e suas metas. Suas estratégias eram claras e bem delineadas. Ao subir para o céu, deixou metas e alvos mensuráveis para a igreja nascente: em At 1.8, diz: “mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra.” O livro de Atos se estrutura em torno destes alvos missionários. Começa em Jerusalém e termina em

Roma, na porta de entrada para os confins da terra. Esta tarefa continua... Estamos iniciando o ano de 2006 e quase todas as igrejas locais entregaram os seus relatórios, os ministros compareceram aos seus presbitérios. A reunião do presbitério é oportunidade de avaliação e redirecionamentos. Avaliamos tudo o que ocorreu nos campos de trabalho, desde finanças, movimentos de rol e relatórios ministeriais e eclesiásticos. Examinamos nosso ministério a fundo em dias de intenso trabalho conciliar, às vezes entrando na madrugada para ultimar relatórios e tomar decisões que vão mexer com a vida e famílias de ministros e igrejas. Tomamos decisões que podem curar ou abrir feridas, resgatar ou desgarrar rebanhos, direcionar ou matar vocações. Olhamos para trás, mas será que olhamos

para frente? Será que sabemos para onde queremos ir, como oficiais e concílios? Planejamos as nossas ações ou “corremos atrás do prejuízo” (sic)? Não podemos deixar que as circunstâncias nos atropelem e apenas o desenrolar delas determine o nosso ministério. Nosso Deus é um Deus que planeja a sua vontade e se manifesta não pelo acaso, mas onde há planejamento e propósito. Lembremo-nos do sábio de Israel: “O coração do homem pode fazer planos, mas a resposta certa dos lábios vem do Senhor” (Pv 16.1). E o próprio Senhor Jesus ensina: “Pois qual de vós, pretendendo construir uma torre, não se assenta primeiro para calcular a despesa e verificar se tem os meios para a concluir? Para não suceder que, tendo lançado os alicerces e não a podendo acabar, todos os que a

virem zombem dele, dizendo: Este homem começou a construir e não pôde acabar” (Lc 14.28-30). Esta é a preocupação de nosso Supremo Concílio reunido em sua Comissão Executiva. Veja a resolução aprovada no Doc. CE2001-CLVIII – ... A Comissão Executiva do Supremo Concílio, Considerando: 1. Que o Planejamento Estratégico é uma iniciativa muito positiva dentro da realidade da Igreja Presbiteriana do Brasil; 2. Que as reuniões anuais primam por estabelecer metas e acompanhar o atingir destes alvos, resolve: 1. Aprovar o relatório sobre o Planejamento Estratégico da IPB, destacando a busca do entrosamento entre os órgãos gestores das diversas áreas da nossa Igreja; 2. Recomendar que o Planejamento Estratégico seja regionalizado, ou seja, dividido em cinco regiões, com líderes locais

contemplando as necessidades e os alvos de cada região nas mais diversas áreas – Norte, Nordeste, Sudeste, Centro-Oeste e Sul; 3. Recomendar que, de posse dos relatórios de cada uma das cinco regiões, a direção dos órgãos nacionais faça a sincronização de objetivos, de forma a contemplar todo o País; 4. Recomendar que sejam estabelecidas metas para o ano de 2006, de forma que sempre haja metas para os cinco anos seguintes. Estamos em 2006. É hora de colhermos os frutos de um planejamento feito debaixo da unção do Espírito Santo: “Não há bons ventos pra quem não sabe aonde vai.” (sic)

O rev. Evaldo Beranger é pastor auxiliar da IP do Rio de Janeiro

Artigo

Jubilação compulsória Addy Félix de Carvalho

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a próxima RO/SC, em julho, será submetido ao concílio o anteprojeto da jubilação compulsória, de acordo com o parecer, favorável, da maioria dos presbitérios da IPB. Sou contra a emenda e, se Deus quiser, estarei debatendo e votando de acordo com essa convicção formada ao longo das experiências e conhecimento do assunto. A questão, sobre a qual tenho propalado esta minha posição, não é somente, no meu caso, de declarar apenas meu desejo de “me jubilar”, mas responder à grande interrogação ainda não respondida em relação aos pastores que se aproximam da idade limite dos 70 anos: “eu posso me jubilar?” A emenda que, se aprovada, passará a vigorar a partir de julho, não atende satisfatoriamente às nossas reais necessidades – eu também estou chegando... – e, a meu ver, nem de longe é solução; ao contrá-

rio, em muito agravará o problema, por exemplo, do excesso de pastores no vasto campo presbiteriano em nossa pátria. Na verdade, todos pensam e querem se jubilar; ou quase todos. Muitos pastores estão de bem com a vida, após a compulsória, fazendo alegremente o que lhes apetece e lhes agrada, dedicando-se a outros ministérios, trabalhando, construindo, combatendo o bom combate. Afinal, depois de muitos anos de pastoreio desgastante, fazer outras coisas é novidade que estimula a qualquer um. A diferença entre o querer e o poder é que a jubilação subtrai-nos a côngrua pastoral e outros benefícios (moradia, água, luz, telefone, 50% da previdência e plano de saúde), exatamente na fase mais crítica do pastor, que, pela lógica, necessitará mais de assistência médica, medicamentos, e, naturalmente, de sobreviver condignamente, e isso não acontece nem acontecerá com a ínfima pensão do INSS. Melhor

dizendo, àqueles que contribuíram penosamente durante vários anos. Centenas de pastores nem se inscreveram na Previdência, nem conseguiram construir poupança ou patrimônio. A exceção fica por conta de uns poucos, cujos conselhos votaram verba para os manter no gozo da jubilação. Conta-se nos dedos os privilegiados que recebem das suas ex-igrejas o sustento como jubilados. Essa realidade, por outro lado, vem tirando a prioridade do pastoreio, impelindo muitos deles a fazer concursos para a Prefeitura, Estado, Polícia Federal, Faculdades (Direito, principalmente) etc. Poucos hoje querem saber apenas do ministério pastoral. Quando jubilados – e há dezenas por aí – continuam pastoreando igrejas sob o beneplácito de seus concílios, situação que poderá causar danos e conseqüências desagradáveis às igrejas que os têm e aos presbitérios que os acomodam. Estatisticamente, temos mil pastores sem igrejas e nossos seminários

formam dezenas de pastores ano a ano. O que vamos fazer com os que entram no “mercado de trabalho”, sem jubilar (aposentar) os que atingem os 70 anos? Ah! São apenas 30 ou 40 jubilações a cada ano! A conta é muito simples: 1000 pastores já sem campo, mais os que saem anualmente dos seminários e mais 30/40 que não se aposentam... Neste ano e até 2010, quantos serão? O argumento de que pastores chegam aos 70 anos com saúde e com vigor jamais me convenceu, pois há, também, pastores desgastados, física e psicologicamente falando, aos 50/60 anos de idade, adoentados, inquietos, sem dormir, sem campo e sem futuro, preocupados com o dia de amanhã. Qual o conselho que indica para eleição em sua igreja um pastor de quase 70 anos? Qual a igreja que está querendo, hoje, a “experiência e sabedoria” de quem chega à jubilação? Qual o pastor, idoso, que tem sido preletor de congressos e acampamentos de jovens

e/ou adolescentes? Não estou sendo senil e nem me sinto ainda um descartado, mas às vezes me pergunto o que devo fazer com a experiência acumulada em anos de ministério pastoral! Quem as quer? Quero lembrar, finalmente, que a primeira tentativa contrária à jubilação compulsória deu ensejo à resolução SC-54/084. A decisão do SC foi a seguinte: “Quanto à proposta para que se processem os estudos para a reforma da CI/IPB no sentido de cancelamento do § 2º do Art.49, que fixa a jubilação compulsória dos ministros, foi rejeitada porquanto o SC entende que a lei, no tocante a este assunto, é sábia e deve permanecer como está”. O mesmo afirmo hoje: a jubilação compulsória é uma lei sábia e deveria permanecer como está. Quem viver, verá.

Rev. Addy Félix de Carvalho é pastor da IP Moriah, em São Paulo.


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Notícias Mackenzie no Rio de Janeiro No dia 12 de fevereiro, o Conselho Deliberativo do Instituto Presbiteriano Mackenzie e o Instituto Brasileiro de Contabilidade, entidade mantenedora da Faculdade Moraes Junior, promo-

Cartaz de convocação para o culto de ação de graças

vem um culto de ação de graças pelo início do processo de implantação do Mackenzie no Rio de Janeiro. A solenidade terá lugar na Igreja Presbiteriana do Rio de Janeiro, às 10h15, sendo oficiante o pastor da igreja. rev. Guilhermino Cunha e pregador o presidente do Supremo Concílio da IPB, rev. Roberto Brasileiro.

Limeira e da IP Central. “Foi muito edificante.”, compartilhou o rev. Sebastião Batista da Cunha. “Iniciamos em janeiro de 2005, indo até novembro. Mandamos encadernar em 3 volumes. Copiamos em folhas de papel almaço. o número dos capítulos foi escrito em vermelho, o número dos versículos em preto e os versículos foram grafados em azul.”

Bíblia é copiada à mão No dia 11 de dezembro, dia da Bíblia, a Congregação Presbiterial Ebenézer (SP) realizou um culto especial de ação de graças pela conclusão do projeto de copiar toda a Bíblia. Mais ou menos 40 pessoas participaram: crianças, adolescentes, jovens e adultos. Também ajuEquipe que trabalhou para prodaram irmãos da IP Conservadora de duzir a Bíblia à mão

Igreja Presbiteriana do Brasil Secretaria Executiva Belo Horizonte, 02 de dezembro de 2005. Estimado irmão em Cristo. Por ordem do senhor Presidente do Supremo Concílio da Igreja Presbiteriana do Brasil, Rev. Roberto Brasileiro Silva, venho por meio desta convocar a reunião da Comissão Executiva do Supremo Concílio da Igreja Presbiteriana do Brasil, que se reunirá no mês de março/2006 dos dias 20 à 25. A reunião se dará nas dependências da Universidade Presbiteriana Mackenzie, à Rua Itambé, São Paulo – Capital, iniciando com almoço no restaurante do Campus às 12h e 30min. do dia 20 de março de 2006. Os irmãos presidentes de sínodos terão as suas despesas ressarcidas da seguinte forma: a) Os presidentes que residem em distância superior a 500Km, via aérea. b) Os presidente que residem em distância inferior a 500Km, via terrestre. As passagens aéreas serão adquiridas pela Tesouraria do Supremo Concílio e remetidas aos irmãos presidentes com a devida antecedência.

As despesas dos representantes das Juntas e Autarquias correrão por intermédio das entidades que representam. Para qualquer outro esclarecimento quanto a hospedagem, transporte e ressarcimento, solicitamos entrar em contato com a Tesouraria do SC/ IPB através do telefone (28) 3522-6488. Lembramos que a documentação a ser encaminhada a esta Comissão Executiva tem seu prazo máximo até o dia 20 de fevereiro contando com o carimbo postal. Todos os documentos que não foram remetidos dentro do prazo, não serão considerados nesta reunião. Lembramos ainda que toda a documentação oriunda dos Concílios deve ser tramitada via Sínodo. Rogamos as mais ricas bênçãos de Deus sobre o amado irmão, esperando vê-lo em breve, sublinhamos os nosso respeito e consideração em Cristo. Seu irmão e conservo.

Rev. Ludgero Bonilha Morais Secretário Executivo do Supremo Concílio da Igreja Presbiteriana do Brasil


Brasil PRESBITERIANO Janelas para o mundo

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Instituto Renas

Motivos para comemorar na obra social cristã Fernanda Brandão

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arece haver um espírito de ranzinzice no meio evangélico tradicional, por parte da liderança: muitas lamentações e poucas celebrações. E, da mesma forma que um filho adolescente, em suas tentativas de amadurecer, não é nem um pouco encorajado quando seus pais apontam seus erros sem atentar para seus acertos, a igreja se ressente de reconhecimento e celebração. Tenho tido o privilégio de acompanhar a trajetória (ainda tímida) da RENAS – Rede Evangélica Nacional de Ação Social desde a sua gestação. Hoje participo da equipe que produz um boletim eletrônico semanal e que acaba de colocar no ar o site da RENAS. Uma das seções do boletim (Recortes) traz um pequeno resumo de notícias ou artigos veiculados em periódicos evangélicos relacionados à ação social. Em um ano colecionamos 515 recortes, e quase todos foram fotocopiados e arquivados. Posso garantir aos leitores: há muitos motivos para comemorações! Do Oiapoque ao Chuí, há iniciativas de evangélicos na área social, dando conta da diversidade de necessidades e dos públicos-alvo. De 15 a 17 de março, haverá o Encontro RENAS – Trabalhando em Rede, em São Paulo (Veja Box) Informações: (11) 4136-1253/1982/1236 /

nac@valedabencao.org. br, no qual serão mostradas algumas iniciativas como estas: O ICP — Instituto Central do Povo, no bairro de Gamboa, no Rio de Janeiro, que teve o seu certificado de filantropia assinado pelo presidente Getúlio Vargas, completa 100 anos em 2006. Obra social da igreja metodista tem o pioneirismo como marca: foi a primeira creche pública do Brasil, sediou o primeiro curso profissionalizante e abrigou o primeiro cinema comunitário em 1921. O ICP oferece atendimento em horário integral a 333 crianças de até 7 anos de idade e a suas famílias, administra uma casa lar onde moram 20 jovens entre 13 e 17 anos, e promove para os jovens da comunidade cursos de informática, costura e artesanato, atividades recreativas e academia, em parceria com a Associação de Moradores Sparta. (Tel. 21 2516-9208 e 2223-0881.) A Acev – Ação Evangélica, com quase 70 anos de atuação, é uma igreja dedicada à evangelização de sertanejos e sempre aliou à prática do evangelho a ação social. Uma alternativa inovadora para solução em escala comunitária da desnutrição e miséria crônicas da região tem atraído a atenção e o apoio de visitantes e especialistas do exterior e de órgãos nacionais, como a Embrapa e a UFPB. Trata-se do culti-

vo da leguminosa originária da Índia moringa (Moringa Oleifera), que, com pouca água, rapidamente torna-se fonte de sombra e de alimento para pessoas e animais. A Acev distribui sementes da moringa para o plantio em casas ou propriedades rurais. (www.acaoevangelica.com. br) COMUNIDADE CONTRA A AIDS Para reforçar a mobilização ocorrida para do Dia Mundial de Luta contra a Aids (1º de dezembro), a Rede de Comunidades Saudáveis do Estado do RJ e o Cedaps promoveu o evento “Fala Comunidade 6!”. O principal objetivo do evento foi consolidar a resposta das comunidades populares à causa da Aids no Rio de Janeiro. Participaram do encontro representantes do Ministério da Saúde, das secretarias estadual e municipal de Saúde, do Fórum de ONG/Aids - hoje com 105 instituições filiadas -, entre outros. Informações: (21) 38520080. O ISER – Instituto Superior de Estudos da Religião está disponibilizando a pesquisa Ação Social Evangélica – projetos sociais. Regiões metropolitanas de BH, RJ e Campinas. Este estudo foi encomendado ao ISER pela Compassion do Brasil. A primeira parte do documento situa historicamente o interesse dos evangélicos pela ação social

e a segunda parte apresenta uma análise das principais características dos projetos sociais evangélicos. Algumas informações extraídas do Relatório: 487 (57% das 843 igrejas pesquisadas) informaram possuir algum tipo de trabalho social Destes, 218 igrejas apresentaram trabalhos sociais dirigidos a crianças e adolescentes nas faixas etárias entre 0 e 18 anos incompletos. As atividades ligadas à educação e à saúde respondem por quase metade dos serviços oferecidos pelas instituições evangélicas. 52,1% das instituições estão inscritas no Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente e 54,9% no Conselho Municipal de Assistência

Social. (Solicitar ao ISER: www. iser.org.br) Site Renas O nosso site ficou pronto. Você já visitou? Se não, vá lá; faça-nos uma visita, com certeza vai ser muito edificante. Se sim, continue nos visitando, pois o conteúdo é atualizado diariamente. O site ficou muito agradável e de fácil busca de conteúdos. (www.renas.org.br) O boletim de onde foram retiradas estas informações é produzido e divulgado pela Editora Ultimato, com acompanhamento de Klênia Fassoni. Endereço para correspondência: Caixa Postal 88, 36.570-000 Viçosa / MG E-mail: rede@ultimato.com.br

Encontro Renas; trabalhando em Rede 15, 16 e 17 de março A Rede Evangélica Nacional de Ação Social (RENAS) reconhece que as igrejas e organizações sociais de ação social de iniciativa evangélica têm se constituído numa força importantíssima para a nação brasileira, frente aos desafios cada vez maiores de exclusão e desigualdade social enfrentados pelas famílias empobrecidas do nosso país. Por isso, propomos o ENCONTRO RENAS, cujo tema é “Trabalhando em Rede”, que será uma oportunidade de proporcionar encorajamento, capacitação, articulação, troca de experiências e recursos, mas acima de tudo a oportunidade de encontrar pessoas que já estão trabalhando em rede em diferentes regiões brasileiras. Vamos ouvir e aprender como as organizações sociais e seus líderes têm se fortalecido uns com os outros através do trabalho em rede, e contribuído para a transformação social e espiritual das pessoas às quais se propõem a atender. Data:15 a 17 de março de 2006. Local: Vale da Bênção, São Paulo. Mais informações no site da Renas, www.renas.org.br


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Integração

Visando melhorar a comunicação e a integração da IPB, Sínodo Sudoeste Paulista propaga sua agenda de atividades pelas igrejas.

SDP divulga atividades em prol da unificação Martha de Augustinis

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om o intuito de envolver e unir a Igreja e difundir cada vez mais a Palavra de Deus, o Sínodo Sudoeste Paulista (SDP), no estado de São Paulo, divulgou no início deste ano sua agenda de atividades e de seus cinco presbitérios. De acordo com o presb. Carlos Douglas Diniz, Secretário Executivo do SDP, todas as atividades e até mesmo a divulgação dessa agenda têm como objetivo unir e abençoar a Igreja de Jesus Cristo. “As atividades fortalecem a comunhão e estreitam o vínculo da paz entre os irmãos. Também são importantes para que a Palavra de Deus seja divulgada e conhecida”. Entre as diversas atividades dos presbitérios está o 10° Encontro de Casais realizado pelo sínodo e pelo Presbitério de Botucatu (PBTU). Neste encontro são abordados temas e reflexões sobre os relacionamentos conjugais, o que, segundo o presb. Carlos, têm resultado em muitas bênçãos divinas. “Deus tem operado através destes encontros; casamentos têm sido restaurados, pessoas têm conhecido o Senhor Jesus e muitos casais têm testemunhado mudanças abençoadas em seus casamentos”, conta o secretário, que estima a presença de 160 pessoas para o encontro deste ano, que acontecerá entre os dias 17 e 19 de março. Os preletores do evento serão o pastor e missionário Sérgio Leoto e a mis. Magali Leoto, ambos conferencistas do Serviço de

Última Reunião Ordinária do SDP (da esquerda para direita): rev. Wandell Ribeiro; presb. Douglas Diniz; presb. Clodoaldo W. Furlan; rev. Giovani F. Pereira e rev. Carlos Telles.

Evangelização para a América Latina (Sepal). As atividades com os casais se estenderão, pela primeira vez, ao sínodo no Primeiro Encontro de Casais do Sínodo Sudoeste Paulista, que acontecerá entre os dias 17 e 19 de novembro deste ano. Outro evento importante será o Encontro Sinodal da Terceira Idade, que acontece na IP de Botucatu, em Botucatu (SP), no dia 18 deste mês. O presb. Carlos afirma que a Secretaria Sinodal da Terceira Idade tem se esforçado muito para criar Secretarias Presbiteriais buscando, cada vez mais, um carinho especial com essa faixa etária. O preletor do evento será o Secretário Sinodal da Terceira Idade, rev.

Ismael de Lima, e será abordado o cuidado e o envolvimento da Terceira Idade na Igreja. “O encontro visa um planejamento bienal com os Secretários Presbiteriais, mais as Federações da UPH e SAF para traçar planos e metas para um envolvimento cada vez maior desses irmãos com as Igrejas e Concílios”, explica. Quanto ao valor que o idoso cristão possui para a sociedade e para a Igreja, o presb. Carlos coloca as palavras do rev. Ismael. “O reverendo afirma que as principais características e valores são: para Deus não há idade; os idosos, por serem filhos da luz, participam de uma enorme família, que é a família da

fé, portanto, não há desamparados, não há abandonados, não há asilos. Idoso cristão não é problema para a sociedade, nem para a igreja”. PROPAGAÇÃO Com relação à divulgação da agenda de atividades do sínodo, o secretário executivo afirma que a iniciativa de propagar todos os trabalhos do SDP partiu do presidente do sínodo, presb. Clodoaldo Waldemar Furlan. “Todo evento tem de ser bem trabalhado, a começar por sua divulgação. Uma boa comunicação transmite seriedade, compromisso e trabalho. O SDP também tem apoiado, com os dois folders que foram feitos para os últimos dois Encontros de Pastores

e Esposas”, afirma o presb. Carlos, apontando ainda que todas as igrejas e congregações do sínodo receberam folders e cartazes com a agenda do SDP. O presb. Carlos contou ainda os planos e objetivos que os membros do SDP têm preparado para suas atividades. “O sínodo Sudoeste Paulista (SDP) e seus cinco presbitérios (Médio Paranapanema, Itapeva, Botucatu, Itapetininga e Tatuí) têm procurado trabalhar um envolvimento cada vez maior entre as Secretarias Sinodais e as Secretarias Presbiteriais, tendo como meta a unidade da Igreja, e com isso um crescimento espiritual e numérico”. Como prova deste esforço, o presbítero aponta a Secretaria Sinodal de Educação Religiosa, que tem como secretário o presb. Luis Antonio de Castro. A secretaria está se esforçando para que sejam formadas Federações de Escolas Dominicais por todo o sínodo, a fim de preparar e orientar professores, secretários e superintendentes para que as escolas dominicais sejam cada vez melhores e mais dinâmicas, e proporcione às crianças, que o presbítero coloca como a “igreja futura”, um crescimento com identidade diferente daquilo que o mundo ensina e oferece, além do cuidado com os adolescentes, jovens e adultos. Mais informações: Secretaria Executiva do SDP – fone: (15) 3384-2897; e-mail: executivasdp@fasternet.com. br.


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São Paulo, Rio de Janeiro e Florianópolis rendem ações de graças por aniversário de pastorado de seus líderes

Jubileu ministerial de Pastores Vice-presidente do Supremo Concílio da IPB completa 25 anos de ministério Da Redação

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IP do Rio celebrou o jubileu do rev. Guilhermino Cunha em culto no dia 14 de janeiro. Membros da igreja, concílios de demais convidados reuniram-se para agradecer a Deus pelo trabalho desempenhado pelo reverendo ao longo deste período. A abertura do evento contou com uma narrativa histórica da trajetória do rev. Guilhermino. Nascido em Dom Cavati (MG) em um lar presbiteriano, estudou em escola evangélica em Alto do Jequitibá. Cursou a faculdade de Direito e Filosofia e, ainda na juventude, exerceu o cargo de presidente da UMP da 1ª Igreja Presbiteriana de Belo Horizonte e da federação de Mocidades. Logo o chamado foi confirmado em sua vida. Assim, iniciou os estudos no Seminário Teológico Presbiteriano do Centenário, em Vitória (ES). Casou-se com Hélida, foi ordenado pastor e empossado como ministro em 1968, no templo da Igreja Presbiteriana Central de Cachoeiro do Itapemirim (ES). Após concluir, em 1971, mestrado no Seminário Teológico de Pittsburgh

(EUA), o rev. Guilhermino retornou à IP de Cachoeiro, mas Deus o conduziu à IP de Copacabana, na capital do Rio de Janeiro. Dez anos depois, tornou-se pastor da IP do Rio de Janeiro, a mais antiga do Brasil. Seu compromisso foi o de manter a paz, a pureza e a unidade da Igreja. Nestes 25 anos, Rev. Guilhermino deu ênfase à sua visão missionária, instituindo parcerias como o Rumo ao Sertão, a Missão Caiuá, e a Feira das Nações. O rev. Guilhermino foi presidente do Supremo Concílio da IPB por dois mandatos consecutivos, de 1994 a 2002. Atualmente, é o vice-presidente do Supremo Concílio. Presidiu ainda a Sociedade Bíblica do Brasil, e é membro da Academia Brasileira Evangélica de Letras. Rev. Antônio Elias A igreja adorou ao Senhor em um culto de gratidão pelos 25 anos de ministério do rev. Guilhermino. O mensageiro da noite foi o rev. Antônio Elias, que tomou como base o texto de Gn.12:2: “Se tu uma benção”. Ao final da noite, o rev. Guilhermino recebeu os cumprimentos no Hall Nobre, em recepção aberta para toda a igreja e convidados.

Ex-chanceler do Mackenzie é homenageado por Jubileu de Rubi

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IP de Florianópolis celebrou no mês passado um culto de gratidão a Deus pelo aniversário de 40 anos de ministério do rev. Osvaldo Henrique Hack. Catarinense nascido em lar evangélico, é Bacharel em Teologia pelo Seminário Teológico Presbiteriano do Sul, e foi consagrado ao ministério pastoral em 6 de janeiro de 1966. Antes de chegar à IP de Florianópolis em 1967, onde ficou até 1992, e recebeu o título de pastor emérito por seu jubileu de prata como pastor daquela igreja, pastoreou igrejas em Itajaí, Joinville, São Francisco do

Sul, Camboriú e Blumenal. Vida eclesiástica e acadêmica Entre os cargos exercidos pelo rev. Osvaldo na vida eclesiástica estão os de presidente do Presbitério de Florianópolis; do Sínodo Meridional(1971-1977); Presidente da Junta de Educação Teológica (19901994;1999-2002); entre outras funções. Atualmente é presidente do Sínodo da Integração Catarinense. Ele ajudou a fundar o Conselho de Igrejas para o Ensino Religiosos (CIER) em Santa Catarina. Cursou teologia e missão em Amsterdam(2000) no congresso mundial realiza-

do pela Associação Billy Graham, na Holanda. Rev. Osvaldo fez doutorado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie e pós-doutorado pela Universidade de São Paulo em História Social. Entre seus livros já publicados, o destaque é “Travessia pelo deserto: reflexões sobre o pastorado”, lançado em referência aos 40 anos de ministério. Casado com Elisabeth Lucia Prange Hack, é pai e avô. O presidente do Supremo Concílio da IPB, rev. Roberto Brasileiro, trouxe a mensagem no culto de gratidão pelo Jubileu de Rubi do rev. Osvaldo.

Secretário da Junta de Missões Nacionais chega aos 40 anos de ministério

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m dezembro último, a IP Unida de São Paulo (SP) rendeu graças a Deus pelos 40 anos de ministério do rev. Carlos Aranha Neto. O culto especial de comemoração contou com a preleção do presidente do Supremo Concílio da IPB, rev. Roberto Brasileiro, e com um breve histórico da vida eclesiástica do rev. Carlos. Formado no Seminário Presbiteriano de Campinas (SP), no dia 7 de novembro de 1965 e ordenado

ao ministério dois meses depois, o rev. Carlos Aranha Neto pastoreou as igrejas de Hortolândia e de Campinas, tomando a frente da IP Unida em 1991. Nesses 40 anos de pastorado, o reverendo teve a oportunidade de presenciar reuniões da IPB e ocupar cargos importantes. Presidiu e participou ativamente das atividades dos Presbitérios de Campinas e Unido chegando à presidência do Sínodo Unido em agosto de 2000, cargo que ocupa até hoje.

O rev. Carlos foi ainda professor e Deão do Seminário Presbiteriano de Campinas de 1988 a 1990. Cinco anos mais tarde, o reverendo ocupou a presidência da Junta de Missões Nacionais (JMN) da IPB, onde permaneceu até o ano 2000. Ao longo de sua vida eclesiástica, o reverendo participou de 18 reuniões da Comissão Executiva da IPB e seis reuniões do Supremo Concílio, sendo nomeado o terceiro secretário no ano de 2003.


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Missões

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Missionário presbiteriano na Cidade do Cabo, África do Sul, vence os obstáculos para a pregação do evangelho em uma sociedade recém-saída do Apartheid

Do outro lado do oceano Filipe Albuquerque

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ape Town, ou Cidade do Cabo, na África do Sul, sustenta a fama de ser uma das cidades mais belas do mundo. Banhada pelas águas do Oceano Atlântico, possui belezas naturais comparáveis a outros pólos turísticos espalhados pelo planeta – cidades como Rio de Janeiro e Florianópolis, e as ilhas no Mar do Caribe, por exemplo. Foi para esta cidade que Deus levou a família do Rev. Gessé Almeida Rios, com o objetivo de trabalhar com estrangeiros que vivem naquela cidade. Mas os desafios enfrentados pelo missionário se apresentam na mesma proporção das riquezas da Criação existentes na Cidade do Cabo. Durante quase meio século (de 1948 a 1994) o país viveu sob o regime do Apartheid. Pelo sistema político segregacionista, a maioria da população, composta por negros – cerca de 70% à época – viu-se usurpada em seus direitos de cidadãos sulafricanos. Assim, por uma decisão de uma minoria branca poderosa, tudo deveria ser devidamente segregado; enquanto os hospitais dirigidos a brancos tinham estrutura comparável a qualquer hospital de pais de primeiro mundo, os destinados aos negros sofriam com escassez de recursos e pessoal preparado. As marcas deste regime arbitrário e cruel estão visíveis até hoje em meio à sociedade

sul-africana. E é neste contexto que o rev. Gessé realiza seu trabalho. “Chegamos aqui apenas pouco mais de sete anos após o fim daquele sistema”, relembra o missionário, que desembarcou com a família na Cidade do Cabo em 4 de fevereiro de 2002. “O que vimos quando chegamos, e ainda vemos, é uma gritante desigualdade social separando as raças. Ainda é difícil a mobilidade social das raças negras e mestiças. O que há de positivo é uma forte pressão política de oferecer mais espaço para aqelas raças que foram menosprezadas no tempo do Apartheid”, comemora o missionário. Neste cenário, o rev. Gessé tem trabalhado junto a estrangeiros residentes na Cidade do Cabo, mais especificamente o que ele classifica como refugiados: pessoas que estão provisoriamente na cidade. Há hoje uma igreja no bairro de Kenilworth que atende a uma comunidade de língua portuguesa. Segundo o missionário, apesar de não se tratar necessariamente de uma cogregação, o trabalho funciona como se fosse uma. O grupo de, em média, 12 pessoas, é composto por angolanos, brasileiros, portugueses e congoleses que falam português. “São pessoas que estão em trânsito, na sua maioria”, explica o reverendo. Os encontros acontecem nas instalações da Igreja Presbiteriana do Kenilworth, que cede o espaço gratuitamente.

“Temos feito contato evangelístico com pessoas de diversas nacionalidades, como Angola, Áustria, Brasil, Moçambique, Israel, Ilha da Madeira, Portugal, Estados Unidos, Paquistão, Ruanda, Quênia, Suazilândia, Sudão, Zimbabue etc. “Nosso principal objetivo é o de alcançar estrangeiros vivendo em Cape Town com o poder do Evangelho”, define o rev. Gessé. “Não sabemos de que forma ou quando Deus, através do Espírito Santo, realizará sua obra. Semeamos e oramos na esperança de que muitos sejam alcançados e, ao voltarem para seu povo, sejam testemunhas da salvação em Cristo Jesus”, completa. O trabalho é feito inicialmente por meio de visitas. Quando há interesse por parte dos visitados em conhecer mais a respeito do Reino, o rev. e sua família colocamse à disposição para realizar estudos bíblicos, focados no discipulado. O passo seguinte é encaminha-los à Igreja Presbiteriana de Kenilworth, para que frequentem e entendam o significado de viver em comunhão. O missionário trabalha ainda com famílias carentes; algumas delas não possuem local para morar. “Há um grande abrigo na cidade para refugiados e semteto. Ali, temos mantido um trabalho de evangelização e discipulado com rapazes e crianças”. Este trabalho é realizado aos sábados, e é acompanhado de momentos

de recreação, explica o rev. Gessé. “Nos estudos bíblicos, ministramos um curso bem básico. Deixamos com eles lições impressas para completarem as respostas durante a semana, e coletamos na semana seguinte, quando deixamos outras, e assim por diante”. O missionário tem o cuidado de distribuir ainda roupas usadas e cobertores providenciados pela Igreja Presbiteriana. “Às vezes levamos um lanche, quando nossas condições nos permitem”, revela. Juventude Além de suas belezas naturais, a Cidade do Cabo é reconhecida mundialmente por suas universidades. Hoje já existem agências promotoras de intercâmbios estudantis que indicam a cidade como uma excelente opção para quem deseja estudar inglês, imerso em uma cultura que tem o idioma anglo-saxão como oficial. O que tem proporcionado a igrejas e agências missionárias um vasto campo, composto por jovens estudantes, para a expansão do evangelho. A juventude focada pelo missionário é também a composta por refugiados. Para estes, a estratégia encontrada foi a de usar o esporte como meio de aproximação. Por meio do futebol e do vôlei, o rev. Gessé apresenta a boa nova de Salvação a muitos que admiram o talento nato do brasileiro para esportes coletivos, principalmente o futebol. “Na sua maioria, (os jovens refugiados) são

amantes do futebol e, por conta disso, vêem o Brasil com muita admiração. O fato é que aproveitamos essa porta (o esporte) para introduzir o evangelho”, revela. Aids e abismo social O regime de segregação criou um profundo abismo entre as camadas mais ricas e miseráveis na África do Sul. Mesmo hoje, 12 anos após o fim do Apartheid, as marcas causadas por este sistema ainda estão expostas pelas ruas da cidade; a necessidade de equilíbrio social é gritante. Mas o rev. Gessé alerta para o fato de que as necessidades da população mais carente daquele país são as mesmas dos brasileiros esquecidos na pobreza. Problemas como acesso à educação com o mínimo de qualidade, suficiente para dar a crianças condições de sonhar com dias melhores, doenças resultantes da total falta de saneamento básico, falta de moradia etc.. “Cape Town é uma cidade cercada por imensas favelas, tais como a Kayelitshia, com mais de um milhão de habitantes, além de vários outros assentamentos ilegais”, lamenta o missionário. Ele destaca ainda que a falta de emprego é o grande problema da população carente na Cidade do Cabo. Na África do Sul, o índice de desemprego chega a alarmantes 40%. Com relação ao problema da falta de moradia, o reverendo comenta que já existem igrejas engajadas em projetos de construção

Rev. Gessé (ao violão) dirige louvor em culto de língua portuguesa realizado na Cidade do Cabo

de casas. Tais igrejas contam com voluntários para preparar casas para os que encontram teto apenas sob viadutos e marquises. “Creio que somente o evangelho para dar esse tipo de sensibilidade ao homem em uma sociedade fortemente voltada para a satisfação do ego”. Outro drama enfrentado pelos africanos está na saúde. Conhecida em todo o mundo pelo problema enfrentado com a Aids, a África do Sul possui mais de 35% da população infectada pelo HIV. Cálculos revelam que aproximadamente 2 milhões de crianças estão órfãs por conta da doença. “Somente no ano passado o governo

decidiu oferecer tratamento gratuito para pacientes que comprovem falta de recursos”, explica o rev. Gessé. Ele pondera que, mesmo que a ação represente um avanço na luta contra a epidemia, ainda é muito pouco. “Isso porque não atende nem a 10% daqueles em real necessidade”. Mas o missionário encontra motivos para estar otimista com relação a este grave problema. Segundo conta, as igrejas estão empenhadas em minimizar o efeito devastador da Aids em meio às famílias sul-africanas. Hoje, já existem igrejas trabalhando junto a orfanatos com o objetivo de amparar crianças que perderam os pais em vir-

tude da doença. Outro motivo para render glórias a Deus é a constatação de que os cidadãos daquele país tem se tornado mais conscientes do problema ao abraçarem a fé cristã, entregando suas vidas a Jesus. “Como conseqüência disso, a promiscuidade perde força. Nos ambientes genuinamente cristãos, o índice de infectados é bem menor”, afirma o reverendo. Em uma cidade em que beleza e miséria caminham lado a lado, o rev. Gessé encontra motivos para comemorar. O trabalho em constante desenvolvimento realizado pelo missionário e sua família há exatos quatro anos tem colhido excelentes resultados.

Durante este período, refugiados entregaram a vida a Jesus. Alguns deles foram acompanhados de perto pelo missionário, por meio de estudos bíblicos elementares e também mais elaborados. “Por dois anos acompanhamos um grupo de 13 jovens em um programa de escola bíblica. Com o apoio de mais dois colegas, lecionamos 30 matérias ao longo daquele período. Alguns desses irmãos continuam dando bom testemunho, evangelizando e discipulando outros”. O missionário explica que, na maioria dos casos, refugiados são pessoas que perderam praticamente tudo, incluindo até a própria dig-

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nidade. Deixaram para trás casa, família, identidade, o contato com a família, profissão, amigos etc.. “(Estão) apenas em busca do direito de continuar existindo. São obrigados a se sujeitarem a todo tipo de humilhação e a única esperança que têm é a de continuar vivos no dia seguinte”, relata o rev. Gessé. Mas ele constata, a cada dia, que o evangelho restaura sonhos e traz de volta a dignidade destes imigrantes. “Percebemos que, ao receberem o evangelho, voltam a sonhar. Sonham em retornar um dia à sua terra, rever aqueles que lhes são caros e reconstruir a vida. É através do evangelho que descobrem que, para Deus, não há impossíveis”. Para este ano, os planos são continuar com os cultos em língua portuguesa na Igreja Presbiteriana de Kenilworth, e dar seqüência ao trabalho de evangelização para jovens por meio do esporte. O missionário trabalha ainda para a efetivação da “Casa Maná”, cujo objetivo é oferecer apoio aos refugiados que aceitam a Jesus como Senhor e Salvador, mas que passam por situações de desemprego e falta de moradia. “A discriminação a refugiados aqui é muito alta. Por falta de recursos para morarem em locais mais seguros, são obrigados a viverem em favelas, e ali são alvos de violência ainda maior. Estamos lutando para conseguir um local que sirva de abrigo até que consigam serviço e assim tenham dinheiro suficiente para sua própria acomodação fora da favela”, explica o rev. Gessé. Contatos com o rev. Gessé podem ser feitos pelo email gesse@miaf.org.br, ou pelo telefone (00**) 27-7618508.


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Cinema

Obra prima de escritor britânico chega às telas do cinema e bate recordes de bilheteria; adaptação é oportunidade para suscitar discussão sobre o evangelho

CS Lewis nas telas Letícia Ferreira e Filipe Albuquerque (free lancer)

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clássico “As Crônicas de Nárnia – O Leão, a Feiticeira e o GuardaRoupa”, do escritor cristão CS Lewis (1898-1963), estreou nos cinemas do planeta em dezembro último. A obra do autor irlandês, filho de presbiterianos, ainda é pouco conhecida no Brasil. Mas o filme – durante boa parte do mês de janeiro, “Nárnia” esteve em segundo lugar entre os filmes mais assistidos nos Estados Unidos – , dirigido pelo neozelandês Andrew Adamson (vencedor de dois Oscars com Shrek e Shrek 2) pode fazer justiça a Lewis e seu trabalho, que possui admiradores no universo acadêmico e literário mundial. E talvez seja a oportunidade que a igreja evangélica precisava para retomar o diálogo sobre o cristianismo junto à sociedade, que teve em A Paixão de Cristo, de Mel Gibson (2004), um estímulo para permanecer na pauta de discussões em todo o planeta durante seu período nas telas. Sob esta perspectiva, Brasil Presbiteriano conversou com representantes da IPB e conhecedores da obra de CS Lewis sobre o significado e a importância de, em um período da história em que títulos literários procuram questionar a existência e a divindade de Jesus, ter na tela dos cinemas um filme cuja premissa é apresentar Cristo e seus ensinamentos de maneira lúdica. Apresentado ini-

cialmente como uma série de histórias infantis, As Crônicas de Nárnia narram a saga de quatro crianças que adentram o universo fantástico de Nárnia e, entre tantas personagens com ares mitológicos e durante a história que narra luta travada entre o bem e o mal, encontram-se com o leão Aslan, uma representação alegórica de Jesus. Para o rev. dr.Mauro Meister, professor de Antigo Testamento e coordenador da área de Teologia Exegética do Centro Presbiteriano de Pósgraduação, é necessário assistir ao filme com certo olhar crítico. Segundo o reverendo, “algumas coisas (apresentadas no filme) poderiam deixar um fã de Lewis muito chateado, e outros, teologicamente ‘plugados’, muito preocupados”. Entre as observações feitas pelo dr. Mauro está o fato de que o pai de Aslam é substituído pela ‘Mágica que Governa’, fazendo com que ‘o Imperador que governa além do mar’ torne-se, de acordo com o rev., impessoal, semelhante ao ocorrido na trilogia “O Senhor dos Anéis”. “Outro problema é que Aslam, no livro, é muito mais poderoso e efetivo na sua autoridade do que a forma como está representado no filme”, pondera o dr. Mauro. Entretanto, apesar das ponderações, o rev., que assistiu o filme acompanhado dos filhos, é otimista com relação à adaptação do livro. Ainda que, em sua visão, alguns diálogos do livro tenham sido sacrificados na versão

Aslam é o leão que se lança em sacrifício para a redenção de Nárnia; conexão direta com a mensagem de salvação do Evangelho

para as telonas, o filme é envolvente e profundo. Como parte mais emocionante da fita, ele destaca o momento em que Aslam, que carregava sobre si a esperança de salvar Nárnia, entrega-se para morrer no lugar de Edmundo, que rebelou-se contra seus irmãos e traiu a população de Nárnia. “A caminho do seu lugar de sacrifício, pelas mãos da Feiticeira Branca, Aslam afirma a dois personagens (as filhas de Eva), que era necessário que ele fosse sacrificado. Nesta altura, minha filha pediu para assentar-se ao meu lado e me disse: ‘Papai, não estou entendendo o filme’. Veio para o meu colo e eu rapidamente expli-

quei o caráter representativo dos personagens”, relembra o rev. Mauro. Mas ao depararse com a cena em que Aslam se apresenta para o sacrifício, conta o dr., “meu filho se inclina, algumas cadeiras de distância, e diz: ‘Pai, é igualzinho à Bíblia!’. Minha sensação, naquele instante, é que ambos compreenderam, no filme, o conceito de redenção. Esta é a proposta de Lewis em seu livro e, pelo menos nós três tivemos este impacto”. O dr. Mauro conclui encontrando no filme excelente oportunidade para que pais cristãos mostrem a história e o significado da redenção fora do ambiente regular da

igreja e do culto doméstico. Ele faz questão de alertar que se trata de uma obra de ficção, e que a tentativa de encontrar harmonia entre todos os elementos apresentados no filme e aspectos teológicos é como tentar interpretar cada elemento de uma parábola: “impossível sem que se conclua uma bobagem”. Dr. Mauro recomenda ainda que cristãos convidem não-cristãos para uma sessão de “As Crônicas de Nárnia”, com o objetivo de utilizar a narrativa para explicar o conceito de redenção. Para ele, “ainda que a história esteja lá, quem não conhece a narrativa bíblica não entenderá a preciosidade dos conceitos sem que


Brasil PRESBITERIANO haja quem os explique”. Autora de “A Antropologia Filosófica na Obra de CS Lewis”, tese de mestrado publicada pela editora Mackenzie, Gabriele Greggersen entende que o filme foi bastante fiel ao livro. Para ela, eventuais diferenças sutis em relação ao original do autor irlandês “são acréscimos, como toda parte introdutória, que até considerei importantes para o entendimento das condições da guerra, das quais já estamos distanciados no tempo do clima e da realidade da Europa que afetavam principalmente as crianças nos grandes centros urbanos”. Gabriele ressalta que a ausência de elementos do livro, como os preparativos para o jantar na casa dos castores, a longa conversa que Edmundo tem consigo mesmo enquanto caminha em direção ao castelo, a descrição feita por Lewis dos sentimentos das crianças sobretudo no momento em que elas escutam pela primeira vez o nome de Aslam, além de interferências feitas pelo escritor deixam a desejar. “E do ponto de vista do humor e do clima geral da história, a cena que mais me fez falta foi a do gigante que se comove no final e pede emprestado o lencinho de Lúcia, que acaba confundindo com Lúcia mesmo”. Tais ausências, pondera Gabriele, tiraram do espectador a oportunidade de desfrutar das “cenas de maior profundidade filosófica e teológica e o conceito central da ‘magia mais profunda de antes da aura do tempo’, que dá ao livro um caráter distintamente anti-maniqueísta”. Ela acrescenta que importantes diálogos suprimidos, contidos nestas cenas citadas, tiram, de certo modo, as noções de redenção e resgate. “Entretanto, acredito que o diretor de qualquer filme

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A pequena Lúcia, Suzana e Edmundo, amparado pela mãe: alterações em relação ao texto original não comprometem a premissa da obra de CS Lewis

tem o direito de exercer o seu papel de criador”, ressalta Gabriele, “‘inventando’ detalhes a mais na história, como no caso da raposa e do encontro de Tumnus e Edmundo no calabouço”. Mas a escritora faz observações significativas quanto a determinadas alterações: “o que não se pode admitir é a omissão de conteúdos teológicos e filosóficos, como o conceito de realidade e verdade, tão iminentes no livro e que tentamos esmiuçar na tese de mestrado”. Sua tese, “Antropologia Filosófica de C.S. Lewis”, está sendo relançada pela Editora Vida. Gabriele conclui que, salvos tais detalhes, a adaptação ao cinema da obra de Lewis serviu para tornar o autor mais conhecido principalmente entre os brasileiros. Na avaliação da escritora, “nós estávamos completamente alienados da importância que o autor vem adquirindo pelo resto do mundo”. Por ocasião do lançamento de “Nárnia”, Gabriele acaba de traduzir “Um ano com CS Lewis; leituras diárias de suas obras clássicas”, publicado

pela Editora Ultimato (leia texto na página 14). Na visão do rev. Evaldo Beranger, pastor auxiliar da IP do Rio de Janeiro, a adaptação para o cinema de “As Crônicas de Nárnia” é a realização de um sonho acalentado há tempos pelos leitores e aficionados da obra de CS Lewis. Para ele, a competência das companhias Walt Disney e Walden Media só fizeram transformar o filme em algo realmente mágico. Inicialmente apreensivo com a idéia de ver a obra adaptada para o cinema, teve seus receios dissipados ao assistir a versão legendada. “E meu entusiasmo cresceu com a versão dublada”, comemora o rev..segundo Evaldo, ambas são muito bem cuidadas, os efeitos especiais são extraordinários, os atores, competentes, e o que é melhor: (o filme é) fiel ao que está escrito”. O rev. Evaldo acredita que o efeito causado pela adaptação não poderia ser melhor. De acordo com sua observação, chega a ser impressionante conversar com quem assistiu o filme sem ter lido o livro,

ou com quem sequer conhecia a obra de CS Lewis. “Há uma identificação imediata com a obra substitutiva de

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Jesus na cruz por aqueles que são cristãos. Já para aqueles que não são cristãos, o filme constitui-se em uma ponte surpreendente para a apresentação do evangelho”, define. Outro efeito singular, para o reverendo, e a curiosidade pela leitura das Crônicas que o filme suscita. Ele destaca ainda a campanha de marketing desenvolvida para levar o público aos cinemas, com bonecos alusivos à história em promoções da rede de lanchonetes Mc Donalds, e a reedição, em fascículos separados ou em volume único do livro, em edição de luxo. “Parece que a maravilhosa criação de CS Lewis saiu, finalmente, das estantes para a cultura popular. E o que é melhor: em grande estilo”, vibra o rev. Evaldo Sites consultados: UOL Cinema, Portal da Revista Ultimato.

Igrejas britânicas em campanha para divulgar “Nárnia” As igrejas evangélicas do Reino Unido entenderam que a exibição de “Nárnia” pode ser a oportunidade de trazer novamente o tema redenção à sociedade. Assim, editoras produziram pacotes especiais com o livro para as igrejas, enquanto metodistas prepararam sermões temáticos. A editora evangélica Christian Publishing and Outreach (CPO) estabeleceu um acordo com a Disney. Pelo contrato, a companhia obteve permissão para usar imagens do filme em pacote preparado especialmente para as igrejas. Pôsteres, DVDs e folderes foram criados para anteceder a estréia do filme nos cinemas. Ainda segundo a editora, um guia foi criado para auxiliar os líderes cristãos a como preparar sermões incluindo o tema “Nárnia”, bem como realizar atividades com crianças baseadas na história de CS Lewis. A Igreja Anglicana de San Luke, em Maidstone, sudoeste da Inglaterra, adotou a mesma rotina utilizada no lançamento de ‘A Paixão de Cristo’, de Mel Gibson. De acordo com um porta-voz da comunidade, foram comprados 10 mil libras, ou R$38.400, em ingressos para serem entregues a famílias de pais solteiros da região. O objetivo era presentear, no Natal, famílias carentes que não teriam condições financeiras de ir ao cinema.


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Livro

É tempo de C.S Lewis Gabriele Greggersen

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paixonei-me por C.S. Lewis sem saber quem ele era, quando vi o desenho animado de O Leão, a Feiticeira e o Guarda-Roupa na televisão, quando era criança. Fiquei emocionada com a história e a princípio não fiz associação com o evangelho. A ficha viria cair apenas mais tarde, quando as histórias começaram a ser usadas no grupo de jovens que meus irmãos mais velhos freqüentavam e do qual eu ainda não podia participar. Mas, como sou curiosa, fui logo lendo toda e qualquer das Crônicas que me caíam nas mãos. Reencontrei-o bem mais tarde, num lugar totalmente inesperado: um curso de filosofia na Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo. Dessa vez o livro foi Cartas do Diabo a seu Aprendiz, que rendeu três horas de debate sobre literalmente “Deus e o mundo” com o meu professor, que acabaria se tornando o meu orientador, tanto no mestrado, quanto no doutorado. Ele escreveu algo no prefácio da minha tese, Antropologia Filosófica de C.S. Lewis, quando foi publicada pela Editora Mackenzie, que explica tudo: “Nesse sentido, C.S. Lewis em The Four Loves fala da amizade como faísca, um intuir que, no meio daquela massa, há alguém — passe a palavra

tão desgastada — especial, único em sintonia conosco, e dizemos admirados e agradecidos: ‘Ah, você também/” O sentido de uma das palavras gregas para amar — filéin — é precisamente o desse Ah, you too?, o estar em sintonia (filadélfia é a sintonia entre irmãos; filantropia, o sentir com o gênero humano” (p. 8). Muitas coisas me põem em filadélfia com esse autor: ele foi um amante da filosofia, da literatura e da educação, tanto que se tornou professor de várias disciplinas nessas áreas em Oxford e Cambridge. Ele já amava os mitos e gostava de contar histórias, desde antes da sua conversão, e não viu necessidade de abandonar essas paixões depois. Coisas assim me aproximam também de Monteiro Lobato, Malba Tahan, os irmãos Grimm, Cervantes, Nietzsche, Goethe e tantos outros excelentes autores. Porém há algo mais que nos põe em sintonia: ele também era cristão, como o eram autores correlatos seus, como J.R.R. Tolkien, G.K. Chesterton e George Mac Donald. Será que amo C.S. Lewis mais como escritor clássico ou como cristão? Difícil dizer. Contudo mais difícil ainda é encontrar um autor que consiga conciliar o ser um clássico com o ser ótimo professor, excelente filósofo ou até mesmo teólogo,

C.S. Lewis propõe uma apologética clara, lógica e simples nos seus escritos teológicos

como alguns o consideram, e cristão excepcional. Pois na vida intelectual e cultural um cristão muitas vezes se sente só e incompreendido, uma vez que não encontra muitos irmãos nesses meios. Parece que os cristãos que ainda restam ali brincam de esconde-esconde. C.S. Lewis, ao contrário, propõe uma apologética clara, lógica e simples nos seus escritos teológicos, que me deu base e segurança na fé cristão no contexto universitário. Mas, como já dizia

Pascal, há razões de que até a razão duvida... Quando a Editora Ultimato me pediu para traduzir Um Ano com C.S. Lewis; leituras diárias de suas obras clássicas, eu disse que gostaria de ter um ano para faze-lo. Assim, eu teria mais chances de fazer um excelente trabalho e, ao mesmo tempo, garantiria o “maior prazer” em cumprir esse desafio. Porém as coisas nem sempre são como a gente acharia ideal, e C.S. Lewis está pedindo pressa,

principalmente neste país em que ele ainda é tão pouco conhecido. Então, espero que o meu prazer apressado possa se somar ao de diversos amantes de Lewis e das leituras diárias, numa “progressão geométrica e sinergética” cotidiana em prol do reino de Deus. Gabriele Greggersen é doutora em filosofia da educação e autora de Antropologia Filosófica de C.S. Lewis. (Publicado na Revista Ultimato, no 298, jan-fev 2006)


Brasil PRESBITERIANO Data Comemorativa

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Líderes colocam a importância do homem presbiteriano frente à ação social e à família.

Dia do homem Presbiteriano gera reflexões Martha de Augustinis

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o primeiro domingo deste mês, dia cinco, a IPB reserva suas comemorações aos homens presbiterianos. A data é comemorada em diversas igrejas, com é o caso da IP de Vila Mariana, em São Paulo (SP), que realiza o Culto de Ação de Graças no Dia do Homem Presbiteriano. Sempre que o evento se aproxima, diversas considerações sobre o papel, os desafios e a essência do que é ser um homem presbiteriano afloram e pedem discussões e reflexões. Pensando nisso, o BP ouviu alguns líderes presbiterianos que exercem cargos frente à ação social, à Igreja e à sociedade como um todo. Ocupando a superintendência de Desenvolvimento Humano do Instituto Presbiteriano Mackenzie (IPM) há quase um ano, o presb. Hothir Ferreira vê o papel do homem presbiteriano extremamente ligado à reflexão sobre a pessoa de Cristo em todos os âmbitos. “Pela prática do amor, espírito de serviço e postura ética. O seu desafio começa em casa, amando e sendo referência para esposa e filhos”, afirma, apontando ainda a ação social como uma grande oportunidade de serviço cristão e um meio eficaz de propagar a mensagem redentora do Evangelho. O presbítero apresenta também a realidade de que o testemunho, as ações e o temor a Deus que o homem presbiteriano imprime na sociedade são também a imagem da

IPB, o que, segundo o presb. Hothir, é muito importante, haja visto o tempo de confusão religiosa em que vivemos. MUITO ALÉM DA UPH E falando em refletir à sociedade o que é a IPB, por meio do testemunho, o Secretário

forma, na IPB. Do mesmo modo se expressa o pastor efetivo da IP de Vila Ema, em São Paulo (SP), rev. Paulo Bronzeli. “O papel do homem presbiteriano vai muito além da UPH. A sociedade é um meio através do qual o homem presbiteriano pode atuar para

Entendo que quando não se tem UCP, UPA e UMP funcionando dentro dos moldes estabelecidos pela Igreja, não estamos contribuindo para a formação de bons cidadãos. Não tenho dúvidas que a resposta é positiva (de que há um incentivo). O que lamento

Presb. Lidiel Scherrer (à esquerda) em reunião com o presb. Adonias Campos, presidente da CNHP.

Executivo da Comissão Nacional dos Homens Presbiterianos (CNHP), presb. Lidiel S. Scherrer afirma que infelizmente algumas igrejas têm restringido o papel e o foco do homem presbiteriano à União Presbiteriana dos Homens (UPH). “Vejo o homem presbiteriano inserido na Igreja em seu sentido amplo, bem como em toda a sociedade”, afirma o secretário, completando que o problema não está apenas em algumas igrejas, mas, de certa

atingir a comunidade onde está inserido”, afirma. Quando questionado sobre a existência de um incentivo da Igreja e de sua doutrina para a formação de bons homens presbiterianos, o presb. Lidiel expõe ausências, falta de estímulo e pouca preocupação com a formação de cidadãos. “Vejo com tristeza que existe por parte de alguns um esforço para desestimular a participação nos trabalhos nas sociedades internas da Igreja (Forças de Integração).

é que, em algumas situações, não temos lido a ‘cartilha’”. Ele afirma que ser um homem presbiteriano é estar, acima de tudo, sempre disponível, de forma que tal disponibilidade seja de fato percebida pela Igreja, servindo de um valioso instrumento. “Entendo que o principal papel do homem presbiteriano frente à sociedade atual é ser ‘sal e testemunha’. Temos que, a cada instante, fazer a diferença positivamente, onde quer que estejamos”.

FAMÍLIA E SOCIEDADE Quando o papel do homem é questionado, o secretário da CNHP aponta uma realidade de nossos dias. “O maior problema nesta situação é a definição do que é um lar não cristão de um lar cristão. No Brasil, entende-se que todos somos cristãos; o que antigamente chamaríamos de ‘lar crente’ seria o ideal”. E completa: “acima de tudo, entendo que a grande diferença está no equilíbrio que existe nos lares onde a Bíblia ainda reina. União da família, para mim, é fundamental para a construção de uma sociedade livre ou com menos problemas”. Seguindo essa idéia, o presb. Lidiel apresenta a obra social como outra forma de amenizar os problemas e melhorar a sociedade. “Não tenho elementos suficientes para falar em termos de Brasil. No entanto, no caso da nossa região (estado do Espírito Santo), entendo que poderíamos estar realizando obra social de grande monta, caso de fato estivéssemos mais disponíveis. Vejo como grande desafio do homem presbiteriano a participação em sociedades organizadas (Ongs, associações filantrópicas, conselhos municipais etc.), dando testemunho e fazendo uma diferença positiva”. Sobre este assunto, o rev. Paulo, da IP de Vila Ema, pondera que a obra social é muito importante, sendo que o cristão deve atender aqueles que precisam, seguindo as boas obras às quais Deus, de antemão, preparou para que andasse nelas (Ef. 2.10).


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Missões

Obra missionária da IPB em solo brasileiro é discutida com o tema Chamados para Proclamar

Junta de Missões Nacionais realiza 6º Encontro O

6º Encontro Nacional dos Missionários da Junta de Missões Nacionais da IPB, em Brasília (DF), de 16 a 20 de novembro de 2005, com o tema Chamados para Proclamar, foi positivo em todos os aspectos para o rev. Lourival Luiz do Prado, superintendente da junta: “congresso – o conteúdo de pregações e seminários proporcionou uma oportunidade ímpar de reciclagem para mais de cem obreiros presentes, além de dezenas de agentes missionários; confraternização: após 12 anos sem um encontro nacional, todos os missionários e diretoria da JMN mais os parceiros e agentes puderam se ver como uma verdadeira família celebrando juntos a Deus e, comungando uns com os outros; cooperação: o encontro propiciou uma rara oportunidade para comprovar quão amada é a obra missionária e a JMN/IPB em particular pelas IPs pelo Brasil. Além da participação da família presbiteriana do Distrito Federal, muitas outras igrejas e pessoas se manifestaram com doações generosas de várias maneira. Muitos trabalhando duro durante todo o evento, embora tenham ido como inscritos para participar, dando contribuições expressivas; parcerias: durante o encontro, várias parcerias de cooperação mútua ou mesmo de ajuda unilateral por parte de igrejas foram celebradas, outras encaminhadas com vistas à abertura de novos campos ou consolidação dos campos existentes; aprendizado: “creio que todos nós, mas eu, em particular aprendi muito com todos. Aprendizado que, certamente fará diferença dos campos existentes”.

FUTURO O rev. Lourival conta que a JMN recebeu um convite para realização do próximo encontro nacional para 2007, também em Brasília, assunto a ser estudado, definido e divulgado em tempo oportuno. “Crendo que a consciência missionária de todos os que participaram foi trabalhada pelo Espírito Santo de Deus, colhamos juntos os frutos espirituais, todos para a honra e glória do Deus Trino, Senhor absoluto da Seara”, diz. O rev. José Batista da Hora, presidente da JMN/IPB, afirma que no encontro houve um envolvimento abençoador da igreja hospedeira e das igrejas, presbitérios e sínodo do Distrito Federal, o que mostra que há unidade, paz e visão missionária no seio da IPB. “Os frutos colheremos a curto, médio e longo prazo. Deus está nos dando oportunidades de plantarmos a boa semente do evangelho. A tarefa é inacabável enquanto Jesus não voltar. O seu ide é imperativo para todos nós que o Senhor já chamou para propagar o seu reino”, declara. Além das plenárias e seminários, no domingo, dia 20, pela manhã, boa parte dos missionários esteve nas igrejas de Brasília falando na Escola Dominical e divulgando o trabalho da junta. No mesmo domingo aconteceu o encerramento do evento com culto às 14h, sendo o pregador o rev. José Batista da Hora, com a ministração da Ceia do Senhor. Todas as equipes que trabalharam foram homenageadas. Foram mais de 70 pessoas trabalhando efetivamente para a realização do evento, irmãos e

Rev. José Batista da Hora e Rev. Lourival Luiz do Prado

irmãs de várias igrejas. O encontro contou com a presença de quase 100% dos missionários da JMN, suas famílias, missionários parceiros, também com suas famílias, representantes de parcerias, colaboradores da JMN e muitas igrejas representadas. Ao

todo foram 170 congressistas. Além de oferecer orientações bíblicas, teológicas, doutrinárias, na busca constante de melhor equipar os obreiros houve reuniões em que a diretoria da JMN pôde ouvi-los, encorajá-los e motivá-los. Todo o evento foi filmado pela LPC,

o que possibilitará a reprodução de todas as palestras. A JMN ofereceu tratamento dentário para mais de 40 missionários e cerca de 15 de seus filhos, através das igrejas de Taguatinga e Nacional. Funcionou um consultório médico, com muitos atendimentos, com algumas especialidades e uma farta farmácia. Foi realizado uma “butique missionária”, para o qual cada família contribuiu com pelo menos 15 peças de roupas seminovas, muitos ternos e calçados. Alguns levaram caixas de roupas para seus campos. A JMN ainda proporcionou aos seus missionários um passeio pela cidade de Brasília. E para completar a bênção do evento, a Confederação Nacional de SAF’s presenteou com uma oferta de natal no valor de R$ 150,00 para cada família dos missionários da junta.

Bazar da JMN de camisetas, cofrinhos, canetas, bandeiras, bonés e Bíblias, comandado pela Missionária Maria Alice do Prado.


Brasil PRESBITERIANO Biografia

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Pastor da IPM no período de 1909 a 1918

Rev. Aníbal Nora – Um Pastor Manso e Humilde Compilação do rev. Anderson Sathler

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asceu a 3 de agosto de 1877, em Arrozal do Piraí, Rio de Janeiro. Residiu em Mar da Espanha, Manhuaçu (Santana / Sta. Filomena) e São Paulo (Lençóis). Fez a sua pública profissão de fé com o rev. Francisco Lotufo, em 14 de abril de 1901, aos 23 anos de idade. Como gostava de estudar muito a Bíblia, logo foi convidado a pregar e dar algumas aulas na escola dominical. A primeira exposição que fez das escrituras foi no texto de João 14.27. Após esta pregação recebeu muitos cumprimentos e foi investido no cargo de pregador. Sentiu-se chamado para o ministério e foi animado pelo rev. Vicente Themudo Lessa e pelo rev. Manoel Alves de Brito a estudar para ser pastor. Estudou no Mackenzie College, com muitas dificuldades financeiras. Foi licenciado em 3 de agosto de 1908 e ordenado em 6 de setembro de 1908, pelo Presbitério do Rio de Janeiro. Sua tese junto ao presbitério foi A Bíblia é a Palavra de Deus. Tanto a tese quanto o sermão de prova foram muito apreciados. A chegada do rev. Aníbal Nora à região se deu através da ida do presb. João

Leandro de Faria à reunião do Presbitério do Rio de Janeiro a 30 de julho de 1908. Nesta reunião, o presbítero solicitou do rev. Álvaro Reis que atendesse ao pedido da IP Alto Jequitibá, enviando um obreiro. Naquele tempo, Aníbal Nora estava licenciado e foi designado para atender os campos das duas igrejas: Alto Jequitibá e Manhuaçu (Barra do Jequitibá). Antes de vir para o campo, procurou entre as moças da IP do Rio aquela que deveria ser sua companheira e auxiliadora. Gostou da organista da igreja, Constância Lemos. Ela aceitou se casar e ir para o interior de Minas Gerais. Antes de sua ordenação, o licenciado se tornou noivo, vindo a se casar a 21 de novembro de 1908. Após o casamento, chegou à região no dia 3 de dezembro de 1908. No entanto, foi em 9 de setembro daquele ano que foi pela primeira vez a Alto Jequitibá. Chegou até Carangola pela estrada de Ferro Leopoldina e, depois de cavalgar 48 quilômetros, chegou a Alto Jequitibá, acompanhado do presbítero acima citado e do irmão Luiz Pinheiro.

No dia seguinte à chegada, realizou os primeiros trabalhos: às 10h oficiou o sepultamento da esposa do irmão Tobias Stofell e, às 16h, abençoou, no Córrego da Jacutinga, o casamento da filha do irmão José Tavares. Foi entre lágrimas e risos que iniciou seu pro-

Rev. Aníbal Nora teve o ministério marcado por inúmeras viagens missionárias

fícuo ministério no leste de Minas. Nos primeiro 15 dias fez inúmeras pregações e visitas. Tomou medidas urgentes no sentido de visitar todo o campo, sendo que gastou 45 dias para percorrer toda a vasta extensão do campo ligada à IP do Alto Jequitibá. Seu ministério foi marcado por inúmeras viagens missionárias, chegando a atender localidades a até 270 km

de Alto Jequitibá, não apenas em Minas Gerais, mas também no Espírito Santo e Rio de Janeiro. Viajava sempre em lombo de burro, porque cavalo não agüentava as longas estradas com pastos pouco viçosos. Nessas viagens enfrentou perigos e perseguições, mas foi sempre protegido de forma providencial pelos anjos do Senhor. É lógico que contou com auxiliares prestimosos, tanto leigos como pastores. Sempre reconhecia e valorizava o apoio recebido de seus companheiros de viagem. Além de batizar crianças, realizar profissões de fé e batismos, ministrar o sacramento da Ceia do Senhor, presidir conselhos, organizar igrejas, pontos de pregação e congregações, construía templos. Sua visão era larga, a ponto de adquirir inúmeros terrenos e administrar junto com os conselhos a construção de templos. Foi o responsável pela construção do segundo templo da IP do Alto Jequitibá, inaugurado a 8 de outubro de 1911, e do templo na cidade de Manhuaçu, inaugurado a 10 de agosto de 1912. Em Alto Jequitibá, organizou uma Banda de Música,

criou a festa conhecida de Sete de setembro e fundou o Colégio Evangélico. Sua esposa, dona Constância, começou a dar aulas para as crianças, criando assim uma escola primária na casa pastoral, que chegou a ter 70 crianças matriculadas. Foi o germe do Ginásio Evangélico de Alto Jequitibá, o qual foi organizado oficialmente em 5 de março de 1923. Seu pastorado esteve concentrado na IP do Alto Jequitibá, de onde saía para dar assistência às igrejas da região. Ali esteve por 19 anos consecutivos (1908 a 1927). Em 1927, com 50 anos de idade, atendeu o convite da IP de Florianópolis (SC), ali permanecendo três anos, após os quais foi para Sengés (PR). Em 1933, apresentouse ao Presbitério de Niterói, devido à enfermidade de sua esposa, que a obrigava residir naquela cidade. Pastoreou a IP de Nova Friburgo até 1938. Depois, a IP de Pacheco e, em 1941, a IP de São Gonçalo, onde criou o Lar Samaritano para acolher dignamente pessoas idosas. Os últimos anos de vida do rev. Aníbal foram vividos dentro do Hospital Evangélico no Rio de Janeiro, onde recebeu todos os cuidados médicos. Mas, a 15 de janeiro de 1971, veio a falecer, sendo assim transferido para o Lar Celestial.


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Carta de Princípios A Contribuição da Universidade Presbiteriana Mackenzie para a ética Introdução Augustus Nicodemus Anualmente, a Chancelaria da Universidade Presbiteriana Mackenzie publica uma Carta de Princípios, em que expõe um tema de destaque e relevância para a Universidade. Este ano, o tema escolhido foi Ética na Política e a Universidade. O objetivo da Carta, que também serve como material de discussão na disciplina Ética e Cidadania, é divulgar a visão confessional do Instituto Presbiteriano Mackenzie, a Mantenedora da Universidade, sobre assuntos de interesse geral. A escolha do tema para 2006 deveu-se não somente ao seu caráter desafiador, mas também ao empenho, desenvolvido pela Chancelaria junto à Universidade, em fazer conhecidos, respeitados e levados em conta os princípios cristãos desta Instituição diante dos problemas políticos vividos hoje no país.

Leia na íntegra o texto da Carta de Princípios O termo “política” é usado para os procedimentos, os meios e as estratégias empregados pelas autoridades para alcançar os fins do Estado. Política é, portanto, a ciência de governar. Por causa das deficiências inerentes ao próprio poder e pela corrupção espiritual e moral dos seres humanos, a política acaba invariavelmente cedendo a ambições despóticas e egoístas, servindo a outros fins que não os legítimos. A isso chamamos de corrupção. Historicamente, a corrupção na política é tão antiga quanto o Estado, variando apenas em intensidade de acordo com os valores morais, a cultura e a religião do lugar. A expressão “ética na política” expressa o desejo de que o poder político seja exercido da forma correta e para os fins legítimos. Ela ganhou muita atenção recentemente em nosso país diante de denúncias de corrupção envolvendo pessoas públicas de diferentes níveis de autoridade. Em decorrência, muitas propostas e movimentos em favor da ética na política têm surgido. A necessidade de um referencial distinto para a ética na política O que se percebe claramente num primeiro olhar sobre a ética

na política é a necessidade de referenciais seguros e consistentes nos quais os apelos à moralização sejam fundamentados. Toda ética pressupõe um conjunto de valores com base nos quais se tomam decisões. Todavia, desconstruída pelo relativismo moral e pelo individualismo de nossos dias, a ética na política aparenta carecer de fundamentos coerentes que lhe permitam fazer pronunciamentos morais e moralizantes. Qual a base para se clamar por honestidade, sensibilidade, verdade, sinceridade, integridade e altruísmo na política se estes são conceitos considerados relativos e subordinados ao pragmatismo individualista, conforme a mentalidade de nossa época? Qual a base para se clamar em prol dos oprimidos, excluídos e sem-nada do nosso país, se o ser humano é visto como fruto do meio e da seleção natural, onde sobrevivem os mais aptos (leia-se, os mais espertos), independentemente dos meios que se utilizam para isto? Em grande parte, este vácuo de absolutos foi gerado pela secularização gradual das culturas e do Estado e pelo abandono no Ocidente dos valores morais e espirituais do cristianismo, que um dia serviram de fundamento para o surgimento das políticas democráticas. O

humanismo materialista, centrado no anthropos, não tem conseguido produzir um sistema de valores abrangente que permita uma chamada coerente à ética na política. Entendemos que a ética protestante reformada está fundamentada em princípios e valores revelados por Deus nas Escrituras do Antigo e do Novo Testamento, a Bíblia, e que, portanto, oferece uma visão unificada e coerente da vida e um apelo consistente à moralização do Estado. Quando na História, antiga e moderna, governantes e regimes despóticos e totalitários reivindicaram fundamentação no cristianismo para suas barbáries, estavam, na realidade, fugindo do ensinamento do cristianismo bíblico e histórico. O Protestantismo Reformado e a Política Aqui é preciso fazer um esclarecimento. Nem todos os políticos chamados de evangélicos se mantêm sob o direcionamento e com a visão das grandes doutrinas levantadas pela Reforma do Século XVI. Na verdade, alguns segmentos mais recentes, mesmo apresentados como evangélicos, até mesmo procuram se dissociar dessas doutrinas. A força política do protestantismo reformado se fundamenta em diversas premissas sobre Deus e sobre o homem ensinadas na revelação bíblica. São elas: a igualdade de todos os homens diante de Deus, a vocação individual de cada ser humano por Deus, a doutrina do sacerdócio universal de todos os cristãos genuínos, que entende que a autoridade deve ser exercida como uma delegação concedida por Deus ao povo e do povo aos governantes, a doutrina da autoridade das Sagradas Escrituras,

a Bíblia, que despertou o povo para estudar, instruir-se e assim gerir seus destinos, e o ensino de que as autoridades políticas são constituídas por Deus e respondem diante dele pelo exercício do poder. Conforme o estudioso francês André Biéler, “a democracia não consegue instalar-se nem permanecer lá, onde as premissas religiosas ou filosóficas profundas das populações são estranhas aos princípios evangélicos, iluminados pelo Cristianismo reformado” (1999, p.50). O principal conceito da visão reformada quanto à política é que somente Deus tem poder absoluto. Desse conceito decorrem vários princípios que moldam a visão reformada da política e apontam o caminho da ética. Mencionamos alguns deles. 1) A fé reformada faz a clara distinção entre Igreja e Estado, mas vê toda autoridade como procedente de Deus (Epístola aos Romanos 13). Os governantes são vistos como servos de Deus neste mundo, para através da política e do exercício do poder promover o bem comum, recompensar os bons e punir os maus. Como tal, haverão de responder diante de Deus pela corrupção na política, pela insensibilidade e pelo egoísmo. A visão do cargo político como sendo uma delegação divina desperta no povo o devido respeito pelas autoridades, mas, ao mesmo tempo, produz nestas autoridades o senso crítico do dever. 2) A fé reformada resiste ao conceito da soberania absoluta do Estado, “um produto do panteísmo filosófico alemão” (Abraham Kuyper, 2002, p. 96) e ao conceito da soberania absoluta do povo, conforme defendido pela revolução francesa. O poder reside em Deus. Tanto o poder do >>>


Brasil PRESBITERIANO Estado quanto do povo são delegados por ele visando à organização da humanidade. Como conseqüência, a fé reformada defende que nenhum ser humano tem poder sobre outro, a não ser quando delegado por Deus, ao ocupar um cargo de autoridade. Desta forma, a fé reformada se levanta contra toda opressão política à mulher, ao pobre e ao estrangeiro, contra todo sistema político que produza escravidão, contra o conceito de castas e da distinção entre sacerdotes e leigos. Luta para que cada pessoa seja reconhecida e tratada, em termos políticos e sociais, como uma criatura feita à imagem de Deus. 3) Já que o poder não é intrínseco ao ser humano, mas uma delegação divina, deve-se resistir a quem exerce o poder político em desacordo com a vontade de Deus. Esta vontade divina para os governantes se encontra claramente expressa na Bíblia, como por exemplo, nos Dez Mandamentos. Entre eles encontramos proposições como “não furtarás”, “não dirás falso testemunho”, “não matarás”. Essas proposições refletem absolutos éticos presentes em todas as civilizações, em função de todos os seres humanos levarem em sua constituição a imagem e semelhança de Deus – com maior ou menor precisão –, em função da imperfeição moral existente na humanidade. Nenhum governante tem imunidade contra a Lei de Deus. Na tradição protestante reformada, resistir à corrupção na política é dever de todos e a vontade de Deus para cada cristão verdadeiro. Um outro conceito fundamental da visão reformada é que a humanidade se encontra em um estado de queda moral e espiritual, sendo, em princípio, inclinada a fazer o mal antes que o bem. Em decorrência disto, mais dois princípios norteadores da ética na política se seguem: 1) A política é entendida como

uma necessidade diante desta situação de queda moral. Foi por esta causa que Deus instituiu os magistrados. É imprescindível que haja autoridade que reprima a injustiça, proteja os inocentes, socorra os oprimidos e promova o bem-estar dos cidadãos. A política, como ciência de governar, se torna indispensável, para que os governantes exerçam sua função com verdade e justiça. A fé reformada acata e se submete aos poderes constituídos, embora negue ao Estado o direito de se imiscuir em matérias de religião. Reconhece a necessidade do exercício da autoridade, mas jamais ao custo da liberdade de consciência, dom precioso de Deus. 2) A corrupção na política é vista pela fé reformada como tendo origem primariamente no coração dos seres humanos. A Bíblia afirma que não há sequer uma pessoa justa neste mundo. “Todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Romanos 3.23). Jesus Cristo disse que é do coração dos homens e das mulheres que procedem “maus desígnios, homicídios, adultérios, prostituição, furtos, falsos testemunhos, blasfêmias” (Mateus 15.19-20). Quando a causa é identificada, há condições de se buscar o remédio adequado. Aqui se percebe a insuficiência das éticas humanistas reducionistas, que analisam apenas aspectos sociológicos e antropológicos da corrupção na política, deixando de incluir a dimensão pessoal: egoísmo, maldade, crueldade, despotismo, avareza, inveja, cobiça. O protestantismo reformado prega uma conversão interior dos governantes e dos governados a Deus, que se arrependam do mal e pratiquem obras de justiça. Por fim, o conceito de graça comum (concedida a todos) ensina que há princípios gerais que, se seguidos e aplicados, produzirão a ética na política. Segundo este conceito, Deus abençoa a

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humanidade em geral com virtudes e qualidades, independentemente das convicções religiosas e políticas das pessoas. É por este motivo que encontramos quem se professa cristão e não tem ética, e encontramos a ética funcionando pelas mãos de quem não se declara cristão. Ao reconhecer a graça comum de Deus, o protestantismo reformado entende que o caminho para a ética na política não é necessariamente converter todos ao cristianismo e nem colocar em cargos políticos quem se professa cristão, mas contribuir para que os princípios acima mencionados sejam reconhecidos e exercidos por todos, independentemente da convicção religiosa. O Papel da Universidade O protestantismo reformado, desde o seu início, foi uma das forças geradoras da democracia moderna, com seu espírito revolucionário, defensor da liberdade e desafiador das estruturas religiosas, sociais e políticas que escravizam o homem. As inúmeras universidades reformadas que nasceram após a Reforma protestante nos paises que a abraçaram, como Suíça, Inglaterra, Holanda, Escócia, Hungria e posteriormente os Estados Unidos, se tornaram centros difusores dos princípios da Reforma, quer pela produção e ministério de seus docentes, quer pela formação de centenas e centenas de cidadãos imbuídos deste mesmo espírito. Podemos mencionar entre elas as universidades de Genebra, Harvard, Yale, Princeton e a Universidade Livre de Amsterdã. Nelas, foram estudados e transmitidos os princípios e valores que serviram de base para a formação de uma consciência ética na política desses paises. Muitos dos grandes estadistas, chefes políticos e autoridades civis dos países mais desenvolvidos estudaram em universidades reformadas. Estas universidades, sendo con-

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fessionais, adotaram em sua fundação, como referencial explícito, as confissões de fé oriundas da Reforma protestante. As universidades são centros formadores dos que haverão, um dia, de influenciar a opinião pública e, talvez, exercer o poder político. Elas têm um papel crucial diante do clamor nacional por ética na política. E sem excluir as demais, as universidades confessionais têm uma oportunidade histórica de contribuir para que este clamor seja atendido, ainda que a longo prazo, visto que a eficácia da universidade, neste aspecto, reside no processo de educar cidadãos. Conclusão A Universidade Presbiteriana Mackenzie, cada vez mais consciente de sua origem e vocação cristã reformada, almeja contribuir para a ética na política nacional através de uma educação que leve em consideração os princípios morais e espirituais do cristianismo reformado, uma das maiores forças geradoras da democracia. O eixo do ensino deve refletir a confessionalidade, sem ferir a autonomia universitária. O eixo da pesquisa deve descobrir maneiras criativas de aplicar à realidade brasileira a força do protestantismo reformado que forjou as políticas democráticas e ensejou o desenvolvimento da moderna ciência em outros tempos e em outras terras. E o eixo da extensão deve estender a mão de misericórdia à comunidade, enquanto trabalhamos por dias melhores. O rev. Augustus Nicodemus Lopes é chanceler da Universidade Presbiteriana Mackenzie Obras Mencionadas BIÉLER, André, 1999. A Força Oculta dos Protestantes. São Paulo: Editora Cultura Cristã. KUYPER, Abraham, 2002. Calvinismo. São Paulo: Editora Cultura Cristã.


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Ação Social

Por falta de recursos, complemento alimentar tem distribuição interrompida.

Uma ajuda a menos Caroline Santana

“F

oi com pesar que enviei a vocês essa notícia”. Estas são as palavras do rev. Alexandre Pevidor ao informar ao Brasil Presbiteriano que o composto alimentar Nutriamar teve sua produção e distribuição suspensas. Tal composto, uma farinha de grande valor nutricional, era oferecida gratuitamente e auxiliava no combate a um grande problema que existe em nosso país: a desnutrição. Inicialmente, a farinha era produzida com recursos financeiros próprios do reverendo. A composição da Nutriamar foi desenvolvida por ele e por sua esposa sob a orientação divina. Com o passar do tempo, o projeto foi alcançando grandes dimensões e conseguindo pequenos patrocínios. Assim, foi montada uma estrutura para a produção de 500 quilos ao mês da farinha e isso equivale atender aproximadamente 1200 crianças. Porém, os gastos foram se intensificando e o pouco patrocínio tornou-se insuficiente. O reverendo explica que, para a produção de cada quilo da Nutriamar, gastam-se R$10,00 em matéria-prima. No caso da produção em grande quantidade, é necessário manter um funcionário, uma cozinha que atenda totalmente as normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), maquinários, energia, embalagens e etiquetas, além das despesas da distribuição. Segundo o reverendo, os

grandes prejudicados nessa situação são as pessoas que recebiam e dependiam da Nutriamar: idosos, mães pobres em período de gestação, pacientes em tratamento de quimio e radioterapia, crianças desnutridas e com deficiência nutricional na alimentação diária. Ele ressalta que na cidade de Iubi, localizada no sertão de Pernambuco, as crianças são as que mais sofrem. Um exemplo foi o caso da menina Adnaelém. Sua situação, citada na reportagem de março de 2005 do BP, motivou o rev. Alexandre a enviar a Nutriamar para o sertão. Ela sofria de desnutrição pela falta do que comer. Porém, no caso dela, já era tarde. Ela faleceu com 15 anos devido às várias deficiências ocasionadas pela desnutrição crônica, pois ela pesava 25 quilos. CONSEQUÊNCIAS Questionado sobre quais serão as conseqüências para a vida dessas pessoas que contavam com a Nutriamar, o rev. Alexandre afirma que existe a hipótese de que cada criança que participava do projeto contribua, com o preço de suas tenras vidas, a manter as estatísticas de mortalidade infantil por desnutrição. Para ele, a criança que conseguir sobreviver nessa jornada de luta terá grandes dificuldades de raciocínio, memorização, ou seja, seu desenvolvimento psíquico será sensivelmente afetado, prejudicando seu aprendizado escolar, convívio social etc. A gestante que não possui condições de obter uma alimentação saudável não terá

graves conseqüências em sua estrutura bio-psiquico-motora, pois esta já está formada de maneira ideal ou não. Todavia, no caso do feto, a falta de nutrientes no organismo da mãe pode causar sérios danos em seu desen-

jeto Amar é de frustração e tristeza, pois muitas pessoas depositavam suas esperanças neles. Os pequenos colaboradores não aceitaram a suspensão. Entretanto, reconheceram que sem apoio financeiro é impossível manter o

Famílias como essa poderão ser prejudicadas com a falta da Nutriamar

volvimento, comprometendo o nascimento e a vida da criança no futuro. E essa pode ser mais uma pessoa que dependerá da sociedade para sobreviver. SENTIMENTO De acordo com o rev. Alexandre, o sentimento que cerca a equipe do pro-

projeto. A equipe possui muitas idéias e sonhava com a ampliação do projeto no futuro. Porém, “idéias não matam fome, não desfazem guetos, não mudam a história de uma criança, não transformam tristeza em alegria e esperança”, completa o reve-

rendo. Além disso, falar em dinheiro para causas sociais é algo controverso para muitas pessoas, pois muitos projetos são utilizados para o enriquecimento ilícito às custas da miséria alheia. “Pensei que poderia mudar muita coisa no mundo. Pensei que poderia mudar a realidade de muitas crianças em meu rico país chamado Brasil. Minha tristeza maior é chegar à conclusão de que pensar assim é pensar sozinho. É uma esperança romântica em um mundo onde as pessoas estão mais preocupadas em ganhar, adquirir, manter status e cuidarem de si”. Eis o lamento de um idealizador ao ver seu trabalho interrompido. Ainda não há previsões para uma possível retomada do projeto. Mesmo assim, o rev. Alexandre diz que ainda não perdeu as esperanças e nem a fé de ver alguém que possa ter o mesmo sentimento de amor ao próximo e que queira mudar a história do nosso país investindo no ser humano. Ele ressalta que a Nutriamar pode ser produzida por qualquer igreja, ministério ou sociedade e, principalmente, por alguém que veja com os olhos de Cristo, que acredite mais nas pessoas e abra mão de si mesmo e viva para os outros. E conclui: “O projeto pode ser retomado um dia, mas não depende de mim. Se assim fosse, acredite, ele jamais seria suspenso”. Mais informações com o Rev. Alexandre Pevidor pelo telefone (41)248-8067 ou pelo e-mail apividore@yahoo. com.br


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