bp_janeiro2008

Page 1

Brasil

PRES­BI­TE­RIA­NO

Janeiro de 2008

Órgão Oficial da Igreja Presbiteriana do Brasil

Rede Presbiteriana de Comunicação

Ano 50 / Nº 640 - R$ 1,80 Divulgação

Fernando Moraes/Folha Imagem

Presbiterianos assistem moradores de rua em Recife Página 16 Divulgação

“Não é bom que o homem esteja só”: Igreja Presbiteriana mantém ministério para apoio a pessoas sozinhas Páginas 10 e 11

Missão Caiuá realiza conferência missionária com indígenas Página 14 Revista Alvo

Início de ano: é bom avaliar em que investimos nosso tempo Página 13


Brasil PRESBITERIANO

Janeiro de 2008

Opinião

Artigo

Ao futuro sem medo se tornou descartável. Isto é extremamente ameaçador ue esse anuncie à sociedade que é formada as coisas futuras, por lares. Já se fala da nova as coisas que hão família, sem maiores laços de vir” (Isaías 44.7). e compromissos, quase uma Muitas são as previsões figura decorativa. para o ano novo, desde as de É nesse contexto que somos analistas especializados em surpreendidos pela Palavra muitas áreas, como dos vival- de Deus, no profeta Isaías dinos de plantão. Algumas (44.1-8). Aqui, ela nos diz: são muito prováveis; não é “não temas” (v.2) e, ainda: preciso fazer muito esforço “não vos assombreis, nem para perceber o que deverá temais” (v.8). É um convite acontecer. Outras, no entan- ao futuro, porém, sem medo. to, são meros palpites, feito Para tanto, o profeta nos dá loteria. E ainda há as previ- algumas razões. sões absurdas. A primeira delas: os atos Tudo isto acontece num poderosos de Deus. Podemos cenário de muitos temores. enfrentar o que está por vir, A rapidez da informação fez neste cenário de insegurancrescer no ser humano o sen- ça, confiando no Deus que timento do medo. Tememos age poderosamente. Ele é o a violência no campo e na Deus que criou todas as coicidade. Tememos as doen- sas, “que nos formou desde ças que vão se propagando. o ventre” (v.2). E não apenas Temos medo da miséria que nos criou, mas intervém em se torna cada vez mais gri- nossa realidade, tornando-se tante na medida em que o o Deus providente. A difeprogresso sócio-econômico rença essencial do cristiavai se acelerando. nismo autêntico reside em Também estamos muito afirmar não só a existência temerosos pela fragilidade de Deus, mas em que ele faz das nossas instituições. A toda a diferença no univercomeçar pela família, que so das coisas. Assim, podeJuarez Marcondes Filho

“Q

Cristo, fundamento e cabeça da igreja Francisco Jonatan Soares

mos enfrentar o futuro com coragem, porque Deus está conosco e nos ajuda (v.2). A sua presença nos traz alívio e refrigério. Que belíssima passagem nos legou o profeta: “derramarei água sobre o sedento e torrentes sobre a terra seca; derramarei o meu Espírito sobre a tua posteridade e a minha bênção sobre os teus descendentes; e brotarão como a erva, como salgueiros junto às correntes das águas” (v.3, 4). Uma segunda razão nos é oferecida para seguirmos em frente, sem medo: um novo relacionamento com Deus, baseado no senhorio de Cristo em nossas vidas. “Um dirá: eu sou do Senhor e por sobrenome tomará o nome de Israel” (v.5). Qual é o nosso nome? Qual é o nosso novo nome? Devemos, neste futuro, caminhar servindo ao Senhor de todo o nosso coração, fazendo a sua vontade em absoluta obediência. Tudo para a glória do nosso Deus. Juarez Marcondes Filho é pastor da IP de Curitiba (PR) e membro do conselho editorial da Rede Presbiteriana de Comunicação.

“O

ra, vós sois corpo de Cristo e seus membros em particular”, I Co 12.27. O apóstolo Paulo, na sua primeira epístola aos Coríntios, no capítulo 12, versículos 12 a 31, nos afirma que, apesar da experiência salvífica ser única e individual, as nossas ações, a partir desse momento, devem ser coletivas, no mesmo corpo, a igreja, sem distinção de valores pessoais no que diz respeito às nossas posses materiais e intelectuais. O corpo a que Paulo se refere é o de Cristo, pois “não vivemos mais, mas Cristo vive em nós”. Afirma ainda, em outra passagem, que Cristo é a pedra angular, o fundamento, o alicerce do corpo, isto é, da igreja. Seguindo esse raciocínio em Efésios 4.15-16, diz que Cristo é o cabeça da igreja, portanto, o mentor intelectual das nossas ações. Não que sejamos manipulados por Cristo, mas sim orientados a meditar dia e noite nos seus mandamentos, os quais irão nos ajudar a desenvolver a nossa santificação. Infelizmente, não é isso que

EXPE­DIEN­TE

Brasil PRES­BI­TE­RIA­NO

Órgão Oficial da

Uma publi­ca­ção da

Ano 50, nº 640 – Janeiro de 2008

www.ipb.org.br

Rua Maria Antônia, 249, 1º andar, CEP 01222-020, São Paulo – SP Telefone: 0(XX)11 3255 7269 E-mail: edi­torbp@rpc.ipb.org.br

Conselho Deliberativo:

Conselho Editorial:

Gunnar Bedicks Júnior – presidente

Valdeci da Silva Santos - coordenador

André Luis da Silva Mello – titular Darly Gomes Silveira Filho – titular Euclides de Oliveira – titular Jared Ferreira Toledo da Silva - titular Johnderson Nogueira de Carvalho - titular Ricardo da Mota – titular

Juarez Marcondes Filho - membro Marcos José de Almeida Lins - membro Romildo Lima de Freitas - membro

Rede Presbiteriana de Comunicação

Edição e chefia de reportagem: Letícia Ferreira DRT/PR: 4225/17/65. E-mail: editorbp@rpc.ipb.org.br Textos: Letícia Ferreira - editorbp@rpc.ipb.org.br e Caroline Santana - caroline@rpc.ipb.org.br

Silas Luiz de Souza - membro

Diagramação: Aristides Neto

Walcyr José de Paiva Gonçalves - membro

Impressão: Folhagráfica

temos visto em muitas igrejas. O fundamento não tem sido Cristo e, sim, as curas, a prosperidade, os interesses pessoais, o crescimento numérico e, muitas vezes, o próprio líder da comunidade. Não é mais Cristo que orienta, os crentes não são mais dependentes de Cristo, e, sim, detentores de poder para determinar o que querem e como querem. A soberania de Jesus é usurpada, a relação com a Trindade passa a ser comercial, isto é, os crentes são submissos ao Deus Triúno se, em troca, receberem as bênçãos. Somos realmente o corpo de Cristo, em que Ele é o fundamento, é quem nos faz andar altaneiramente. Se Ele é o nosso cabeça, que nos ensina a andar pelos caminhos eternos, não nos pertencemos mais, somos raça eleita, separada, servos de um Deus que é soberano e a Ele devemos toda honra e obediência. É urgente o resgate da visão trina da igreja, como povo, corpo e edifício, povo de Deus, corpo de Cristo e morada do Espírito Santo, em que Jesus é o fundamento e cabeça. Francisco Jonatan Soares é pastor da IP Aldeota, em Fortaleza (CE)

Assinaturas Para qualquer assunto relacionado a assinaturas e distribuição do BP, entre em contato com a Rede Presbiteriana de Comunicação (11) 3255 7269 editorbp@rpc.ipb.org.br Rua Maria Antônia 249, 1º andar Vila Buarque CEP 01222-020 - São Paulo


Brasil PRESBITERIANO

Janeiro de 2008

Consultório Bíblico

Predestinação Odayr Olivetti

P

ergunta: Como conciliar 1 Tm 2.4 com a doutrina da predesti-

nação? Resposta: a passagem de 1 Timóteo 2.4 é uma das que nos lembram que há mistérios em Deus e em muitos aspectos do Seu procedimento para com os homens. Deuteronômio 29.29 estabelece importante norma: “As cousas encobertas pertencem ao SENHOR, nosso Deus, porém as reveladas nos pertencem, a nós e a nossos filhos, para sempre, para que cumpramos todas as palavras desta lei”. Nas tentativas de entender e expressar algo desses mistérios, os teólogos e outros estudiosos da Bíblia nos ajudam um pouco. No presente caso, vejamos o que esse pode dizer: 1. Há distinção entre a relação de Deus para com os homens em geral e para com os Seus escolhidos. Tanto num caso como no outro, predominam as manifestações de bondade e misericórdia de Deus. Passagens como Mateus 5.48 e Atos 14.17 mostram a boa vontade de Deus para com todos os homens. Mesmo na passagem de João 3.16, a declaração inicial é que “Deus amou o mundo”, e pelo mundo pôs em ação o Seu amor, enviando Seu único Filho para salvação de todo aquele que nele crê. O desejo divino de que todos se salvem está em consonância com Sua graça comum ou geral – sem a qual o mundo não sobreviveria. 2. Embora o homem só possa crer salvadoramente se for capacitado para isso por Deus (Ef 2.8), o ato de crer é realizado livre e voluntariamente pelo

pecador salvo; 3. Como corolário do item 2, um aspecto misterioso, mas real, e ensinado repetidamente na Escritura, é a soberania de Deus na eleição dos que são salvos e a responsabilidade do pecador por sua perdição. Deus disse a Caim que a ele cabia resistir ao pecado (Gn 4.7: “... a ti cumpre dominá-lo”). Era necessário que Jesus Cristo morresse, mas os que o mataram foram responsabilizados pelo crime (Mc 14.21; At 2.23; 13.28; Lc 23.35; Mt 27.25).

Jesus Cristo revelou explicitamente o que leva os homens à perdição: “Os homens amaram mais as trevas do que a luz” (Jo 3.19). 4. Nossas virtudes humanas são marcadas e prejudicadas por defeitos e por desequilíbrio. Em Deus as virtudes são perfeitas e estão em perfeito equilíbrio. Ele é infinitamente bom e infinitamente justo e santo. Além disso, a santidade caracteriza as outras perfeições de Deus, de modo que o Seu amor é santo e a Sua ira

é igualmente santa. Ao punir o pecador impenitente, Deus não deixou de ter amor. Para nossas minúsculas mentes isso é incompreensível, mas é um fato demonstrado até pelo ensino bíblico simples que declara que Deus ama aquele que Ele submete à Sua disciplina (Hb 12.6). Refletindo no amor santo e na ira santa de Deus, disse Lutero: “A ira de Deus é uma estranha forma do Seu amor”. Que nos cabe fazer? Glorifiquemos o Deus de sabe-

doria insondável, como fez o apóstolo Paulo em Romanos 11.33-36, depois de discutir longamente o tema da eleição. Graças a Deus, nosso Senhor não é apenas um pouco ou mesmo muito maior do que nós! Graças a Deus Ele é infinito, eterno e imutável em seu ser, sabedoria, poder, santidade, justiça, bondade e verdade! Odayr Olivetti é pastor presbiteriano, ex-professor de Teologia Sistemática do Seminário Presbiteriano de Campinas, escritor e tradutor. E-mail: odayrolivetti@uol.com.br


Janeiro de 2008

Brasil PRESBITERIANO


Brasil PRESBITERIANO

Janeiro de 2008

História

Cuidado com as aparências bispo. No final da década de 130, foi para Roma e iz o ditado popular: começou a pregar uma men“Nem tudo o que sagem que a princípio parereluz é ouro”. Em cia muito bonita, bíblica e outras palavras, algo pode verdadeira – a mensagem do parecer bom à primeira vista, Deus de amor. Para Márcion, o amor era mas um exame mais detido irá revelar que é exatamente um atributo moral tão imporo contrário do imaginado. A tante do Ser Divino que na Escritura confirma essa rea- prática ofuscava todos os lidade quando declara: “Há demais. Na sua concepção, caminho que ao homem Deus era exclusivamente parece direito, mas ao cabo um Ser de graça, bondade e dá em caminhos de morte” misericórdia, e não de justi(Pv 14.12). A história do ça ou santidade. Isso signicristianismo está repleta de ficava que Deus não poderia ilustrações desse fato. Um punir ninguém, perdoando a bom exemplo é o caso do todos indistintamente, quer herege Marcião ou Márcion, cressem nele ou não. Ele no segundo século. Esse ensinou aquilo que hoje se cristão era natural da cidade denomina “universalismo de Sinope, na província do soteriológico”, ou seja, que Ponto, norte da Ásia Menor todos irão se salvar, porque (atual Turquia). Pertencia a Deus não pode agir de outra uma rica família de proprie- maneira. Não existe contários de navios e seu pai era denação, inferno ou retriAlderi Souza de Matos

D

buição de qualquer espécie. Márcion foi influenciado por uma filosofia religiosa chamada gnosticismo. Os gnósticos eram dualistas, acreditando que havia duas realidades opostas no mundo – o bem, identificado com o mundo espiritual, e o mal, identificado com a matéria. No entender desse herege, o Deus da dispensação judaica era uma divindade inferior, o criador da matéria, um ser vingativo e justiceiro. O Deus supremo, pai de Jesus Cristo, era retratado na nova aliança como um Deus de amor e perdão sem limites. O problema de Márcion foi não submeter as suas idéias religiosas ao crivo da revelação bíblica e do ensino apostólico. Ele se julgava no direito de decidir sozinho o que era e o que

não era Escritura Sagrada, entre aquilo que ele podia e aquilo que ele não podia aceitar. Tanto é que criou o seu próprio cânon ou lista de livros tidos como inspirados, que incluía somente o Evangelho de Lucas e as cartas de Paulo às igrejas, dos quais eliminou todas as referências ao Antigo Testamento. A igreja de Roma prontamente rejeitou as idéias desse homem e o excluiu das suas fileiras. Ele então fundou sua própria organização, que subsistiu por alguns séculos. A história de Márcion serve de advertência para os cristãos brasileiros do século 21. Hoje em dia, muitos livros, púlpitos e programas de televisão transmitem ensinos que à primeira vista parecem genuínos, salutares e transformadores. Parecem

falar de uma vida espiritual mais dinâmica, maior dependência do poder de Deus, maior confiança nas promessas da Escritura. Todavia, examinados de perto revelam horríveis distorções doutrinárias; interpretação bíblica esdrúxula, subjetiva e interesseira; ênfase em valores, alvos e comportamentos mais ditados pela cultura secular do que pela fé cristã histórica. Porém, a mistura desses erros com aspectos da verdade os torna atraentes, fascinantes mesmo. E muitos têm se rendido a esses enganosos cantos de sereia. Daí a oportunidade da advertência paulina: “Julgai todas as coisas; retende o que é bom” (1 Ts 5.21). Alderi Souza de Matos é pastor presbiteriano e historiador oficial da IPB. E-mail: asdm@mackenzie.com.br

Junta Patrimonial Econômica e Financeira A Junta Patrimonial Econômica e Financeira da IPB (JPEF) pede a todas as Igrejas, Presbitérios e Sínodos que possuam acampamentos ou espaços propícios para abrigar eventos, que enviem fotos, informações e propostas a respeito dos mesmos, no intuito de futuras parcerias de uso, em especial para atender as Federações e Confederações das Sociedades Internas, conforme decisão: CE-SC/IPB-2006 – DOC. CLVII – Quanto ao documento 017 - Ementa: Documento encaminhado pela Secretaria Geral do Trabalho Feminino referente à sugestão de construção de um espaço próprio da IPB para eventos, feita pela Confederação Nacional das Sociedades Auxiliadoras Femininas. Considerando: 1. Que existe no âmbito da IPB, especialmente nas Forças de Integração, um desejo que a Igreja seja dotada de espaços próprios para retiros e congressos; 2. Que a IPB, através de suas Igrejas locais e Presbitérios, administra vários espaços com o objetivo de abrigar congressos, retiros e eventos desta natureza. A CE-SC-IPB 2006 RESOLVE: 1. Encaminhar o documento a JPEF para um estudo completo de viabilidade e o levantamento dos acampamentos existentes e sua divulgação; 2. Solicitar que este estudo não se limite somente a construção, mas também a parcerias com os acampamentos pertencentes as Igrejas e Presbitérios jurisdicionados pela IPB; 3. Apresentar relatório na próxima reunião da CE/IPB. Correspondências e Contatos: Secretário da JPEF: Rev. Geraldo Silveira – Rua Ceará, 1434, Funcionários, CEP: 30150-311 Belo Horizonte, MG – Tel (31) 3273-7044.


Brasil PRESBITERIANO

Janeiro de 2008

Aconteceu Segundo Congresso da Federação do Trabalho Infantil do Presbitério Pontal do Rio Grande Presb. João Sales Rosa, agente do BP e do Cada Dia na IP Central de Uberaba

No Acampamento Presbiteriano da IP Central de Uberaba (MG), de 12 a 14 de outubro, aconteceu o Segundo Congresso da Federação do Trabalho Infantil do PPRG (Presbitério Pontal do Rio Grande), coordenado pela secretária presbiterial e conselheira da UCP local Vera Lúcia Silva Sales Rosa. Participaram do evento 130 crianças da Primeira, Segunda e Terceira IPs de Frutal, Central, Segunda e Terceira de Uberaba (MG), e também do assentamento Estrela da Vitória (um trabalho social e evangelizador da igreja central). Com o tema Jesus Filho de Deus, o Salvador, o congresso teve início com pregação do pastor da IP Central de Uberaba e vice-presidente do presbitério, rev. Saulo Monteiro da Silva. Os preletores foram o rev. Davi Pereira, do Presbitério Pontal do Triângulo Mineiro, e a secretária sinodal do Trabalho com a Infância do Sínodo Triângulo Mineiro, Eude Rosa. O encerramento ficou ao cargo do pastor da Terceira IP de Uberaba e presidente do presbitério, rev. Daniel Gomes da Silva que, antes da mensagem, deu posse à diretoria eleita. O congresso contou também com a preciosa ajuda de algumas senhoras, senhores, jovens e adolescentes na cozinha, nas compras, na distribuição de alimentos, na limpeza, no esporte, nas brincadeiras, no teatro, na monitoração dos quartos, na condução dos cânticos, na ordem e disciplina e outras. E com o apoio da igreja central, que cedeu seu belo acampamento. Mas se não fosse pelo Senhor, nada disso teria sido possível, a obra é de Deus. Infelizmente algumas igrejas ainda não se deram conta da importância do trabalho com crianças e não mandaram seus representantes.

aconteceu, nos dias 29 e 30 de setembro, o tão aguardado Intercâmbio dos Vales, reunindo as IPs Central de Ipatinga e Primeira de Alto Jequitibá (MG), em Ipatinga. A caravana dos irmãos chegou às 9h, sendo recebida com um café da manhã. Logo depois, o grupo seguiu para o Parque Ipanema, visitando também o estádio Ipatingão. À tarde, foi realizado o desafio esportivo. A partida de handebol feminino termina empatada em 7 a 7 e o futsal masculino foi vencido pela IPCI por 6 a 4. O intercâmbio teve como preletor o rev. Rômer Cardoso, professor do seminário Presbiteriano de Belo Horizonte, pastor da IP do Sion e candidato a missionário da Agência Presbiteriana de Missões Transculturais, que foi para Angola, onde visita seu futuro campo missionário. Em três oportunidades ele falou sobre a importância do papel missionário da igreja e relatou o que lhe espera no trabalho que realizará no Continente Africano. A programação contou também com uma confraternização, na noite de sábado, na casa das irmãs Cira e Márcia Oliveira.

IPB organizada em Juquiá

Rev. Cleverson Carlos de Oliveira

Intercâmbio dos Vales reúne IPBs Central de Ipatinga e Primeira de Alto Jequitibá Site da IP Central de Ipatinga

Em um clima de muita festa, alegria e descontração,

Rev. Edison Correa dos Santos

O Dia da Reforma Protestante, 31 de outubro, foi instituído pela administração municipal de Iporã (PR) como Dia do Evangélico e feriado. Na comemoração de 2007, houve oração junto ao monumento à Bíblia, na Praça das Nações, às 7h. Às 9h, uma carreata percorreu as principais vias de nossa cidade, com os participantes empunhando uma bandeira com o desenho do peixe símbolo do cristianismo. Às 14h, as lideranças das várias igrejas evangélicas organizaram uma distribuição de folhetos evangelizadores e convites para o culto público à noite, na Praça das Nações, que aconteceu às 20h. O evento contou com a participação de uma massa de cristãos das várias denominações que cantaram louvando a Deus com os grupos de louvor. Tanto da carreata como do culto participou ativamente a banda da Igreja Evangélica Assembléia de Deus Lírio dos Vales. O rev. Edison Correa dos Santos, pastor da IP de Iporã e presidente do CPLEI (Conselho de Pastores e Líderes Evangélicos de Iporã), liderou a carreata com um carro de som, convidando a população para

No dia 28 de outubro, o PRVB (Presbitério Vale do Ribeira), Região Sul de São Paulo, Sínodo do Litoral Paulista, organizou a Igreja Presbiteriana do Parque Nacional, na cidade de Juquiá. A nova igreja é filha da centenária Igreja Presbiteriana de Juquiá e foi organizada com 88 membros comungantes, sendo recebido mais um membro por batismo e profissão de fé no culto de organização. A Comissão Executiva do PVRB, com o ato de organização, designou como seu pastor, por dois anos, o rev. Cleverson Carlos de Oliveira.

Rev. Edison Correa dos Santos dirigindo a liturgia ao lado dos pastores membros do CPLEI

Fotos: divulgação

Adolescentes no momento da recreação no Acampamento Presbiteriano

Instituído Dia do Evangélico em Iporã, no Paraná

(E) Presb Eraldo Cunha, secretário executivo do PVRB; presb. David Vieira, rev. Alexandre Neubert, da IP da Fazendinha, em Curitiba (PR); rev. Benedito Pontes, secretário do PVRB; rev. Cleverson de Oliveira, secretário de Atas do PVRB e pastor da nova igreja; rev. François Nunes, presidente do PVRB; presb. Nilton Cesar, tesoureiro do PVRB; seminarista Edgard de Lima, da IP Parque Nacional, e rev. Abimael Pereira, vice-presidente do PVRB

o culto à noite. Ele também dirigiu a liturgia do culto, fazendo a leitura do Salmo 133: “Oh! Como é bom e agradável viverem unidos os irmãos!”, enfatizando que o texto enfoca o desejo de Deus de ver seu povo vivendo em união. Falou também sobre a origem do dia da Reforma Protestante no século 16 e o que ela significa hoje para os cristãos protestantes. O pregador foi o rev. Osni Ferreira, pastor da IP de Cruzeiro do Oeste (PR), que fez a leitura de Romanos 1.16-17, texto que levou Martinho Lutero a refletir que “O Justo viverá pela Fé”, gerando os grandes temas da Reforma: “Só as Escrituras, Só a Fé, Só Cristo, Só a Deus Glória”. O vereador Edimilson Ferreira dos Santos, que é evangélico e autor da lei estabelece o dia 31 de outubro feriado em Iporã, falou, também em nome do prefeito Cássio Trovo, e recebeu do presidente do CPLEI uma palavra de agradecimento por atender ao apelo do conselho. O culto foi encerrado com o cântico do hino Castelo Forte, de Martinho Lutero. Historiadores definem a Reforma Protestante como o marco fundamental da Idade Moderna. O rev.


Brasil PRESBITERIANO

Janeiro de 2008

Aconteceu Osvaldo Henrique Hack diz no livro Sementes do Calvinismo no Brasil Colonial: “O impacto provocado pela Reforma Religiosa foi semelhante ao do surgimento do Cristianismo” (p.22). O que corrobora com o que o historiador francês D’Aubigné escreveu: “O Cristianismo e a Reforma são as duas maiores Revoluções da história. Elas não operam unicamente em um povo, como os diversos movimentos políticos, mas em vários povos. O Cristianismo e a Reforma são a mesma Revolução, porém efetuados em épocas e circunstâncias diferentes. Uma é a repetição da outra. Aquela acabou o mundo antigo, esta começou o mundo novo.” (D’Aubigné, Vol. I, p.6).

belíssima! Fruto do trabalho evangelizador da IP de Governador Portela em parceria com o PMC (Plano Missionário Corporativo), a nova igreja foi organizada com 99 membros comungantes e não-comungantes, dois presbíteros e quatro diáconos eleitos e com todos os departamentos instituídos e federados. Está em pleno andamento a construção do novo templo da IP de Paty do Alferes, sendo ela recebida com muito carinho pelos moradores da cidade. Damos graças a Deus por alegrar o nosso coração com a organização da igreja, além de agradecer ao PRJP (Presbitério de Japeri) pelo apoio e orientações nos momentos oportunos, bem como à IP Governador Portela pela visão evangelizadora.

Antonio Marcos, da Segunda IP de Jundiaí; primeiro secretário - José Roberto, da IP de Itupeva; segundo secretário - Samuel Ricardo Olivas, da IP Jardim Planalto, de Jundiaí; tesoureiro - Emanuel Catanho, da Segunda IP de Jundiaí. O presidente em exercício, presb. João Nicanor, agradeceu à federação pelo apoio e cooperação à sua gestão de 2005 a 2007, e deu as boas-vindas à nova diretoria, que foi empossada pelo rev. Ramon Perez. Esta, assumiu com o compromisso de dar continuidade ao trabalho que a Federação do Trabalho Masculino do PRID vem realizando no presbitério.

UPH de Piraquara, no Rio de Janeiro, divulga diretoria para 2008 e homenageia sócio que é membro fundador da igreja Rev. João Luiz Carvalho de Almeida e presb. Antonio Barbosa de Araújo

Aos 80 anos, sempre membro da IPB e fundador da IP de Piraquara (RJ), o presbítero em disponibilidade Genésio de Almeida se estaca na UPH da igreja. Em novembro, foi eleita a diretoria da união, tendo como presidente o presb. Antonio Barbosa de Araújo, que também é agente do BP naquela igreja. Os outros membros da diretoria para este ano são presb. Agnaldo de Almeida Rodrigues: vice-presidente, Zucládio Silva da Costa: primeiro secretário, diác. Antonio de Jesus Raimundo: segundo secretário, e diác. João Alves do Quinto: tesoureiro. São esses irmãos incansáveis na continuação da obra do Senhor Jesus.

(E) Licenciado presb. Wendel Barbosa Caruzo, rev. Cláudio Luis Nunes, rev. Guarim Cordeiro Ferraz, rev. Ronaldo Luis, presidente do PRJP; rev. André Esteves, pastor da igreja, e rev. Evandro Montenegro

Notícias do Presbitério de Indaiatuba

Presb. João Nicanor de Oliveira, presidente da Confederação do Trabalho Masculino do Sínodo de Sorocaba

Diretoria da UPH da Piraquara na sala da sociedade, onde estão expostos os troféus de todas as sociedades internas da igreja com as bandeiras da UPH e da Federação Carioca de UPHs. O irmão que se apóia numa bengala é o presb. em disponibilidade Genésio de Almeida

Organizada igreja em Paty do Alferes Licenciado Wendel Barbosa Caruzo

O dia 17 de novembro de 2007 vai ficar marcado na história recente da pequena cidade de Paty do Alferes, interior do Rio de Janeiro. Foi o dia da organização da Primeira IPB na cidade, uma festa

No dia 24 de novembro de 2007, na IP de Elias Fausto (SP), foi realizado o 28º Congresso Presbiterial do Trabalho Masculino do PRID (Presbitério de Indaiatuba), do SSR (Sínodo de Sorocaba). Com a presença de 30 delegados e 15 visitantes, o evento durou nove horas e contou com a presença de líderes da igreja local e do Trabalho Masculino do PRID e do SSR. Contou ainda com representantes de dez UPHs, duas a menos no total de uniões do presbitério. O congresso transcorreu num clima de muita animação, com a participação do Gam (Grupo de Apoio aos Missionários), que nos trouxe uma palavra de despertamento missionário e agradeceu a parceria criada com a federação na obra de apoio missionário, trabalho criado e apoiado pelo presb. João Nicanor, que é também secretário de Missões da CNHP (Confederação Nacional de Homens Presbiterianos). Na ocasião, ele compartilhou informações da comissão. Após os trabalhos das comissões, passou-se à eleição da mesa diretora para 2008: presidente - presb. Laercio Correia, da IP Jardim Planalto, em Jundiaí; vice-presidente - presb. Sebastião Donizete França, da IP de Várzea Paulista; secretário executivo -

Participantes do Congresso

Novo Templo Presbiteriano no Extremo Oeste Catarinense

Rev. José Ricardo Furquim

O campo de São Miguel do Oeste (SC), que assumi em janeiro de 2005, está jurisdicionado ao Presbitério do Oeste Catarinense. Iniciamos o processo de plantação da igreja nessa cidade, em parceria com a JMN (Junta de Missões Nacionais), e com apoio e trabalho dos reverendos Juan Medina e Henry Haswell, intermediário da Outreach Foundation, além de árduo trabalho da comunidade local, conseguimos arrecadar a verba referente à construção. Realizamos, no dia 25 de novembro, o culto inaugural com a presença de autoridades locais e cerca de 140 pessoas. A congregação conta com 76 membros, liderança e arrecadação estável, com previsão de organização para o próximo ano.

Novas dependências da Igreja


Brasil PRESBITERIANO

Janeiro de 2008

Aniversários

Hospital Evangélico do Rio de Janeiro 120 anos Rev. João Brilhante, capelão Em outubro de 2007, o HERJ (Hospital Evangélico do Rio de Janeiro) comemorou seus 120 anos de fundação, demonstrando que é uma instituição que, ao longo de sua história, tem mostrado a força do protestantismo nacional. Foi fundado e inaugurado em 11 de outubro de 1887 pelas principais denominações deste seguimento, como Batista, Congregacional, Luterana, Metodista e Presbiteriana. Em 1912, realizou-se o primeiro culto a Deus na instituição, celebrado pelo rev. Antônio Trajano. O culto a Deus pelos 120 anos do hospital foi realizado na capela do mesmo, no dia 10 de outubro. Contou com a presença maciça de irmãos e pastores de várias denominações e de muitas autoridades civis e eclesiásticas. Fizeram-se presentes representantes dos principais fornecedores e planos de saúde, da prefeitura, o deputado Arolde de Oliveira, o secretário municipal de Transportes e o vereador Luiz Humberto, secretário municipal de Habitação, que levou uma moção da Câmara Municipal ao HERJ.

buscando alcançar, o que é perfeitamente possível com a graça de Deus, ser um hospital de referência no bairro da Tijuca, no coração do Rio de Janeiro, com muita humildade e fé naquele que tem nos sustentado até aqui. O presidente do conselho de administração é o presb. José Alberto Kuster e o secretário geral é o presb. Lizias Costa Bittencourt, servos dedicados e tementes a Deus.

Rev. Hildebrando Diogo Valim 96 anos Presb. João Adolfo Costa Hanemann, IPB Alfenas-MG. Realizou-se no dia 21 de outubro de 2007, por ocasião da Escola Dominical, um Culto de Ação de Graças pelos 96 anos do rev. Hildebrando Diogo Valim, na Igreja Presbiteriana de Alfenas (MG), que faleceu no dia 19 de novembro de 2007. O pregador convidado foi o rev. Odayr Olivetti, e contouse com a presença do rev. Irineu Pedro, pastor da igreja, outros convidados e irmãos em Cristo.

Fotos: divulgação

Fachada do Hospital

O mensageiro de Deus no culto solene foi o rev. Guilhermino Cunha, que ressaltou no seu sermão a importância dos relevantes serviços prestados pela instituição à comunidade, seu pioneirismo em vários seguimentos da medicina no cenário brasileiro e o cuidado na cura da dor do corpo e da alma por meio do serviço de capelania, dando assistência espiritual. Atualmente, o capelão é o rev. João Brilhante, do Presbitério Rio Norte. O HERJ vive um momento especial, experimentando um crescimento com equilíbrio,

(E) Rev. Irineu Pedro, rev. Hildebrando Valim, rev. Odayr Olivetti e rev. Edwald Valim.

O rev. Valim era natural de Andradas (MG), cursou Teologia no Seminário Presbiteriano de Campinas (SP) e ordenou-se pastor em 1946. Pastoreou diversas igrejas no interior de São Paulo e no sul de Minas Gerais. Em 1963, assumiu a IP de Alfenas (MG), e lá foi pastor efetivo até sua jubilação, aos 70 anos de idade. Mesmo assim, continuou a colaborar ativamente na igreja como professor de Escola Dominical e pregador da Palavra. Além do trabalho na seara do Senhor, o rev.

Valim foi um respeitado professor no Colégio Estadual de Alfenas, onde lecionou diversas disciplinas. Viúvo da sra. Dinah Bornelli Valim, grande cooperadora no seu ministério, deixou seis filhos, dez netos e dois bisnetos.

Igreja Presbiteriana de Sobradinho 45 anos Rev. Fábio Bezerra Lima A Igreja Presbiteriana em Sobradinho nasceu na mesma ocasião em que a cidade foi fundada. A "Cidade Serrana" ou "Cidade do Céu", como é conhecida até aos dias de hoje, por ser a de maior latitude do Distrito Federal, foi fundada em 17 de fevereiro de 1960. Em 21 de junho de 1960, Sobradinho recebia a primeira visita do ilustre ministro americano, rev. Alfred Durand Sunderwirth. Ele dirigiu o primeiro culto protestante no município, no dia 6 de agosto do mesmo ano, na residência do sr. Raimundo Benedito de Freitas e de sua esposa, irmã Conceição Laura de Freitas, crentes presbiterianos vindos de Manhumirim (MG). Quatro meses depois, foi realizada a primeira profissão de fé, sendo batizado o sr. José Vitorino da Fonseca. Em 19 de março de 1961, Elias de Freitas entrou para a história da Igreja, pois foi a primeira criança a ser batizada. O trabalho cresceu e ganhou expressão na cidade sob o pastorado do rev. Jaime Nelson Wright, missionário da Missão Presbiteriana Brasil Central. O entusiasmo dos membros era tal que se reuniam ao ar livre, antes mesmo da construção de um local para a realização dos cultos. Finalmente um lote com boa localização foi adquirido e começaram-se os mutirões para a construção do primeiro templo. Em 25 de novembro 1962, o Presbitério de Brasília, constatando que a congregação satisfazia as exigências constitucionais, nomeou uma comissão para presidir a instalação oficial da igreja. Nessa ocasião, 44 membros comungantes e 40 não-comungantes eram os crentes da futura IPS que, no decorrer das décadas, chegou a ter aproximadamente 300 membros. Com a chegada do rev. Benjamim A. Ferreira, a igreja deu um novo avanço, como a construção do edifício de educação religiosa, que muito tempo serviu como templo. Outros pastores registraram seu ministério entre nós, dando sua valiosa contribuição para a promissora igreja, que caminhava a


Brasil PRESBITERIANO

Janeiro de 2008

Aniversários passos largos para sua vocação de ser uma grande instituição do reino de Deus: reverendos Roger W. Perquins (1966-1968); Albert C. Jurney (1968-1970); Jaime A. Ferreira (1971-1972); Manoel M. Cavalcante (19721973); Benjamim A. Ferreira (1973-1974); Jônathas de S. Braga (1974-1986); Wadislau M. Gomes (1985-1986); Ricardo B. de Souza (1986- 1987); José Augusto Pedra (19871990); Dirceu A. de Mendonça (1992); João B. dos Santos, e José Pereira de Souza (2003-2006).

Templo da IP de Sobradinho

Somos uma igreja com grandes perspectivas. Atualmente, a IPS tem, entre a igreja sede e suas congregações, 281 membros. Embora pequena do ponto de vista estatístico (a igreja teve dois cismas significativos), tem se destacado como um celeiro de vocações. Quase uma dezena de ministros do evangelho, que atuam em diversas igrejas no Brasil, saíram de suas fileiras. Portanto nosso desejo é sepultar o passado, removendo as estruturas frágeis para construir novas bases firmes e duradouras, buscando melhorar nossa identidade denominacional e com o irrevogável compromisso de sermos uma igreja que pesca vidas para Jesus.

Rev. Fernando Pereira Cabral 20 anos de ministério pastoral Rev. Diego Cosendey Maia

Fernando Pereira Cabral nasceu em 5 de outubro de 1962 em São João de Meriti (RJ). Seus pais, Paulo e Nilda, sempre o conduziram no caminho do Senhor, e batizaram-no na IP de Vilar dos Teles, onde se firmou ativamente nos trabalhos da igreja e fez a sua pública profissão de fé. Foi vocacionado por

Deus e encaminhado como candidato ao sagrado ministério por aquele conselho e pelo presbitério local. No dia 10 de novembro de 1984, casou-se com Márcia, companheira fiel na vida conjugal e ministerial. Mais tarde, em 1987, a família estava completa com o Rev. Fernando Cabral nascimento de Filipe, o primeiro filho. Além disso, Fernando formou-se em Bacharel em Teologia pelo Seminário Teológico Presbiteriano do Rio de Janeiro. A partir de sua ordenação, em janeiro de 1987, no Presbitério de Nova Friburgo, pastoreou as igrejas de Cordeiro, Conselheiro Paulino e Sião. E há 17 anos está à frente da Igreja Presbiteriana Central de Nova Friburgo, onde Deus tem proporcionado muitas bênçãos entre lutas e desafios, dos quais podemos citar o crescimento da igreja, a criação de diversos ministérios, a organização de congregações em IPs do Sanglard e de Catarcione, o acompanhamento como Tutor Eclesiástico dos seminaristas que hoje também são pastores e a criação e o pleno funcionamento do Seminário Teológico Central como a concretização de um sonho. No presbitério, bem como no Conselho de Pastores Evangélicos de Nova Friburgo, exerceu diversas funções e ministrou na cidade como manifestação da voz evangélica na sociedade, o que muito engrandece o nome do Senhor e dignifica a igreja. Todas essas bênçãos têm sido experimentadas na graça de Deus que usa da dedicação do pastor e família, bem como da união e integração dos oficiais e, ainda, da disposição e fidelidade dos irmãos membros e freqüentadores da igreja. A IP Central de Nova Friburgo agradece a Deus pela vida do pastor Fernando, na certeza de que seu trabalho fica registrado na história dessa igreja para as gerações que vão sucedendo-se. E deseja que o Deus de toda a graça esteja sempre o aperfeiçoando, firmando, fortificando e fundamentando os passos por onde quer que passe.

IP de Pirassununga (SP) 37 anos de Presbiterianismo e Jubileu de Prata pela Organização Eclesiástica Presb. José Paulo Tannus, secretário do Conselho A Igreja Presbiteriana de Pirassununga iniciou os seus trabalhos na residência do presb. Eudes Lins Bispo. O saudoso rev. Sebastião dos Santos, do Presbitério de Campinas, foi seu primeiro pastor e fundador. O ano era o de 1970 e foi uma caminhada amparada e inaugurada com a graça de Deus, pois muitos obstáculos foram vencidos. A então congregação se tornou igreja em 1982, pelo Presbitério de Limeira. Atualmente, IP de Pirassununga está vinculada ao Presbitério de Leme. Conta com a participação de 110 membros pastoreados pelo rev. Joel Joaquim de Souza. O dia 25 de novembro de 2007 foi festivo para aqueles irmãos. Com a presença do presb. Eudes, comemorou-se essa data com alegria e frutos, pois a IPP já entregou à IPB o rev. Paulo Enrique Sinoti, oriundo da membresia local. A Congregação Presbiteriana Laranjeiras é filha da IP de Pirassununga. Em 2008, ela será conduzida pelo lic. Gilmar Porto de Souza, que também faz parte do rol de membros local. A igreja enviou uma de suas jovens, Elisânia Barbosa, para prosseguir seus estudos no Centro Evangélico de Missões. Com Deus à frente dessa obra, a IPP pretende crescer adorando a Deus, evangelizando os bairros e a cidade, educando em todos os sentidos membros e pessoas, e efetuando um trabalho de ação social que integre os moradores da cidade e a igreja. A Deus toda glória pela jornada eclesiástica efetuada até aqui. Ebenézer!

Rev. Joel Souza e o conselho da Igreja


10

Brasil PRESBITERIANO

Janeiro de 2008

Comportamento

Igreja Presbiteriana mantém ministério para apoio a pessoas sozinhas

“Não é bom que o homem esteja só” Letícia Ferreira e Caroline Santana

“A

do aparecer, particularmente, entre pessoas que têm vulnerabilidade para aceitar mudanças no ritmo e nas circunstâncias de vida do ser humano. Segundo ele, é importante que se distinga um período de tristeza passageira de um quadro depressivo, e a melhor pessoa para se procurar num momento desses é um profissional competente que

rar por qualquer motivo ou sem motivo, dificuldade de terminar coisas que começou, pena de si mesmo, persistência de pensamentos negativos, queixas freqüentes, sentimentos de culpa injustificáveis, perda ou aumento de peso e apetite e insônia. DESILUSÃO Outro compositor e cantor que canta bem esse senti-

palmente por longos períodos, ou não sintam, ainda que tenham vergonha de confessar, medo da solidão, apesar de haver aqueles que (sempre há), ao verem um irmão ou irmã sofrendo ou queixando-se disso, dizem que o que essa pessoa precisa é ter maior comunhão com Deus. Que maior comunhão com Deus teve alguém do

solidão é fera, a solidão devora. É amiga das horas, prima irmã do tempo. E faz nossos relógios caminharem lentos, causando um descompasso no meu coração”. Esse é o primeiro verso da canção Solidão, do cantor e compositor braLalo de Almeida/Folha Imagem sileiro Alceu Valença. Ela ilustra bem o sentimento que se apodera de muitas pessoas que, por uma ou outra circunstância, se vêem sozinhas num determinado ponto da vida. Nas festas de Natal e final de ano, quando a maioria das pessoas se reúne em grupos familiares e de amigos, a solidão pode parecer mais presente. O psiquiatra Joel Rennó Jr (doutor em Psiquiatria pela Faculdade de Medicina da USP, coordenador do Projeto de Atenção à Saúde Mental da Mulher do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da FMUSP, médico do Corpo Clínico do "É importante que se distinga um período de tristeza passageira de um Hospital Israelita Albert quadro depressivo", afirma o dr. Joel Rennó Junior Einstein, em São Paulo, que já foi entrevistado pela saberá fazer o diagnóstico. mento é o sambista Paulinho que Adão, antes da queda, jornalista Marília Gabriela) Ele explica que alguns sen- da Viola, na canção Dança que vivia no Paraíso e com disse ao site Vya Estelar timentos ou sintomas que da Solidão, cujo primeiro quem o Senhor falava diaque a imagem de propa- podem ser sinais de uma verso é “Solidão é lava, riamente? Mesmo ele sengandas e programas de depressão, principalmente que cobre tudo. Amargura tiu-se só por não ter uma TV, com pessoas extrema- se durarem mais de duas em minha boca, sorri seus companhia de seu sangue, mente felizes festejando o semanas consecutivas, são dentes de chumbo. Solidão de “carne e osso” como ele. Natal e o Reveillon, levam pessimismo, dificuldade de palavra cravada no cora- E Deus não o julgou por alguns a acreditar na ale- tomar decisões, dificuldade ção, resignado e mudo no isso, não pensou que Adão estava desdenhando Sua gria de todos, menos na para começar a fazer tarefas compasso da desilusão”. São poucas as pessoas companhia, mas percebeu sua. Assim, os quadros de do dia a dia, irritabilidade depressão no fim de ano ou impaciência, inquieta- que não se sentem mal ao que este estava sentindosão muito comuns, poden- ção, desejo de morrer, cho- estarem sozinhas, princi- se solitário e providenciou

para ele uma companheira, o que é descrito no segundo capítulo de Gênesis. No entanto, não se pode, também, negar que Jesus oferece alento àqueles que se sentem tristes, seja qual for o motivo, e vão a Ele. É curioso o verso final da canção Desilusão: “Apesar de tudo existe uma fonte de água pura. Quem beber daquela água não terá mais amargura”. Até onde se sabe, Paulinho da Viola nunca se declarou cristão, mas a letra, tenha o autor pensado nisso ou não, traz uma verdade bíblica dita pelo próprio Jesus, quando conversou com a mulher samaritana: “aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede; pelo contrário, a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que jorre para a vida eterna” Jo 4.14. VIDA Hoje, Jesus usa seus discípulos para suprirem as necessidades uns dos outros e de todo aquele que precisar. Tanto que um determinado grupo de irmãos presbiterianos despertou para essa realidade, antes não percebida, e criou o Movimento Vida, com a liderança do rev. Lúcio dos Reis de Oliveira, na época pastor da Segunda Igreja Presbiteriana de Uberlândia (MG) e que atualmente está à frente da Quinta Igreja Presbiteriana da cidade. “O número de pessoas enfrentando a dor da solidão por conta da separação pela morte do cônjuge ou pelo


Brasil PRESBITERIANO divórcio, muitas vezes traumáticos, e também os solteiros, acima de 28 anos, nos desafiou a criar um ministério que atendesse, de maneira específica, esse grupo de pessoas”, relata o pastor. Para ele, a estrutura da igreja, que é baseada também em trabalhos e dinâmicas das sociedades internas, voltados para as faixas etárias, não atingiam os anseios, preocupações e rotina desse determinado grupo de pessoas. Por isso, o Movimento Vida passou a organizar atividades específicas para solteiros, viúvos e descasados, como viagens, reuniões e acamSeminário para solteiros pamentos que acontecem todos os anos em abril, no humanos sofridos, traumaferiado da Páscoa, e rece- tizados, sem esperanças e bem pessoas de várias cida- com poucas perspectivas des e regiões do país. de vida. Porém, todos posO rev. Lúcio enfatiza que suem um grande anseio: o Movimento Vida não é encontrar a cura para todos uma agência de matrimô- esses males. nios, ao contrário, o objeDe acordo com a experiêntivo da liderança é propor- cia do pastor, inicialmente, cionar aos participantes um encontra-se uma resistência ambiente de relacionamen- dentro da igreja em relação tos onde pessoas maduras compartilham suas experiências, cada um encorajando e sendo encorajado a prosseguir e confiar na soberania de Deus. Todos passaram a compreender o valor e tarefa de carregar as cargas uns dos outros. Contudo, nada impede que alguém encontre, nesse contexto, a sua “cara metade”. O pastor Lúcio chegou a realizar vários casamentos, uniões que nasceram dentro do movimento e deram certo. Para esse ministro da IPB, participar de uma experiência como essa, inovadora e que abençoa vidas, é gratificante, pois trata-se de um trabalho que lida com seres Estudo Bíblico

Janeiro de 2008 Divulgação

aos descasados, porém, o Ministério Vida não incentiva em momento algum a prática do divórcio, ao contrário, volta seus olhos para uma triste realidade de várias igrejas evangélicas, que é ter em seu corpo de membros muitas pessoas divorciadas. O rev. Lúcio encoraja e

desafia outras igrejas a voltarem seus olhos para esses irmãos e, quem sabe, montar um ministério, departamento ou mesmo simples iniciativas semelhantes. “Durante muitos anos, dirigi acampamentos de jovens, adolescentes e casais, mas em nenhum desses grupos encontrei tanto entusiasmo Divulgação

11

como nas pessoas que têm participado do Movimento Vida”, ressalta o rev.Lúcio EXEMPLO BÍBLICO A Sociedade Bíblica do Brasil (SBB) lançou recentemente a obra “Histórias de Amor da Bíblia”, que reúne 27 casos extraídos das sagradas escrituras e que envolvem o tema amor sob diversos aspectos. Algumas páginas são separadas para contar a história de Rute e sua sogra Noemi. Depois de enfrentarem a morte de seus respectivos maridos, a solidão bateu na porta de suas casas, acompanhada pela dura realidade da viuvez, ou seja, duas mulheres descasadas que deveriam caminhar por si mesmas. Rute, ao invés de abandonar sua sogra e voltar para a casa de seus pais - o que era permitido - não deixou aquela entristecida senhora, e prometeu ficar ao lado dela e seguir o Deus de Israel. O Senhor foi fiel e abençoou sobremaneira Rute, dando-lhe um novo companheiro, Boaz, um homem justo e íntegro. O novo casal trouxe ao mundo aquele que seria o avô do rei Davi e, consequentemente, entrou para a genealogia de Jesus Cristo. Isso prova que se o mundo diz que tudo está perdido, há um Deus que zela por aqueles que estão de coração partido, pois “nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que Deus tem preparado para aqueles que o amam (1 Co 2.9). Mais informações sobre o Ministério Vida pelo telefone (34) 3215-4056. Para conhecer a publicação da SBB acesse www.sbb.org. br


12

Brasil PRESBITERIANO

Janeiro de 2008

Artigo

Plantando igrejas Critérios, limitações e responsabilidade Rev. Ronaldo Lidório

O

plantio de igrejas é a forma mais eficaz e duradoura de perpetuar o evangelho em uma sociedade local. Se plantar igrejas, por um lado, é uma ação desejável e escriturística, por outro carece de orientação teológica. Percebo que a má compreensão sobre o assunto está enraizada na má compreensão da igreja em si, sua natureza e identidade. Devemos nos lembrar que: – A igreja é a comunidade dos redimidos, foi originzada por Deus e pertence a Deus (1 Co 1.1-2). – A igreja não é uma sociedade alienante. Aqueles que foram redimidos por Cristo continuam sendo homens e mulheres, pais e filhos, fazendeiros e comerciantes que respiram e levam o evangelho onde estão (1 Co 6.12-20). – A igreja é uma comunidade sem fronteiras, portanto, fatalmente missionária (Rm 15.18-19). – A vida da igreja, acompanhada das Escrituras, é um grande testemunho para o mundo perdido. É necessário, portanto, que preguemos um evangelho que faça sentido tanto dentro como fora do templo (Jo 14.26; 16.13-15). – A missão maior da igreja é glorificar a Deus (1 Co 6.20; Rm 16.25-27).

Precisamos compreender que, no plantio de igrejas, tanto o pragmatismo imprudente quanto a inércia na evangelização são preocupantes. A Igreja do Espírito Santo, em Gana, por exemplo, é um movimento de plantio de igrejas que se desenvolve rapidamente no sul daquele país e agora envia obreiros para além das fronteiras, também com grandes resultados. Alguns anos atrás seu fundador convidou diversas instituições cristãs no país para o dia de apresentação daquele ministério e, ao fim, declarou ser, ele mesmo, a encarnação do Espírito Santo na Terra. Nem tudo o que demonstra aparente funcionalidade é bíblico. Por outro lado, devemos cuidar para não sermos tomados por um orgulho narcisista-qualitativo como se o número reduzido de convertidos no processo evangelizador fosse evidência de que, ao contrário dos outros, somos bíblicos. Essa postura pode ser também fruto de soberba e incoerência com os fundamentos bíblicos da evangelização. Não interessa o que mais um plantador de igrejas faça, ele precisa proclamar o evangelho. O trabalho social, ministério holístico e compreensão cultural jamais irão substituir a clara comunicação do evangelho

Blog Montréal Plus

Rev. Ronaldo Lidório em visita a Montreal, Canadá, em julho de 2007

ou justificar a presença da igreja. Creio que o conteúdo do evangelho exposto em todo e qualquer ministério de plantio de igrejas deve incluir Deus como ser criador e soberano (Ef 1.3-6); o pecado como fonte de separação entre o homem e Deus (Ef 2.5); Jesus, Sua cruz e ressurreição como o plano histórico, único e central de Deus para redenção do homem (Hb 1.1-4); o Espírito Santo, Parakletos, acompanhante, como o cumprimento da promessa e encarregado de conduzir a igreja até o dia final. O marasmo observado no plantio de novas igrejas normalmente se dá devido a alguns fatores recorrentes: - A dificuldade de se distinguir igreja e templo, perdendo, assim, o valor do discipulado, e gerando estruturas físicas pesadas demais que demandem

excessivo recurso pessoal e financeiro, além de tempo, para sua manutenção. – A elitização do processo de plantio de igrejas, tornando-o uma ação praticada puramente pelos ministros e sem participação dos leigos. – A despreocupação com os fundamentos teológicos e a atração pelos mecanismos puramente pragmáticos, ajuntando grupos sem uma verdadeira identidade cristã. – A ausência da evangelização abundante, sob a segura desculpa da procura pela qualidade pessoal e teológica. – A ausência de sensibilidade social e cultural perante o sofrimento e a diversidade humana, pregando, assim, um evangelho alienado da realidade daquele que o ouve. – A despreocupação com a oração e uma vida séria

com Deus. – A ausência de planejamento ativo para plantar igrejas, de forma metódica e zelosa, por parte das igrejas locais. A. G. Simonton, em seu sermão Os meios necessários e próprios para plantar o Reino de Jesus Cristo no Brasil, de 1867, expõe cinco pontos necessários para a evangelização. Primeiramente, ele nos diz que é necessário ter vida santa pois “na falta desta pregação os demais meios não hão de ser bem sucedidos”. Em segundo lugar, defende a distribuição de literatura bíblica como livros, folhetos e a Bíblia, pois “a imprensa é a arma poderosa para o bem”. Em terceiro lugar, a pregação individual, pois “cada crente deve comunicar ao vizinho ou próximo aquilo que recebe”. Em quarto lugar, ele menciona o chamado ministerial, a pregação por pessoas designadas e ordenadas para esse encargo. Por fim, expõe a necessidade de se estabelecer escolas para os filhos dos membros das igrejas, em uma iniciativa social e de preocupação familiar. Não há projeto mais duradouro e transformador do que este: pregar o evangelho de Cristo plantando igrejas que transformam vidas. Plantar igrejas é missão da igreja.


Brasil PRESBITERIANO

Janeiro de 2008

13

Revista Alvo

Comportamento

No início do ano é bom avaliar em que temos investido nosso tempo e fazer planos

Em quanto tempo o tempo passa? Raquel Novaes e Vivianne Gomes, da Revista Alvo, uma publicação da UMP da IP do Rio de Janeiro

S

abe aquele som que um carro de Fórmula 1 faz quando passa correndo? Ouvimos o barulho e nos viramos para olhar já é tarde, ele já foi? É a sensação de muita gente, hoje, em relação ao tempo. Anda rápido demais, escapa ao controle. Essa corrida termina onde? Para que lugar a pressa tem levado as pessoas? Muita gente – para não dizer todo mundo – vive atrás do tempo perdido. Isso faz com que se viva melhor? Administrar essa competição desleal é um problema que angustia todo cidadão do século 21. “A pressão do urgente aflige as pessoas porque têm que dar conta de diversos compromissos e tudo é muito imediato”, diz Wanderley de Mattos Júnior, pastor da IP Independente Vida Nova, em São Paulo. De acordo com ele, o consumismo piora a situação: “As pessoas são instigadas a trabalhar mais para consumir mais; isso mina o tempo.” As 24 horas de um dia parecem insuficientes. São muitas respostas a dar, muita informação para assimilar. Nas bancas de jornal não cabem mais publicações: revistas sobre carros, artesanato, bebês, jardinagem, vídeo-game, festas, culinária... “Antigamente existiam três ou quatro revistas. A impressão do tempo curto vem também do volume de informação, que hoje é muito maior. A gente recebe mais do que é capaz de processar”, comenta o reverendo.

PLANEJAMENTO Entre trabalho, estudos, afazeres domésticos e outros tantos compromissos diários, poucos conseguem parar no meio da correria e avaliar o que realmente é importante. Há uma tendência de o indivíduo colocar sua vida pessoal em segundo plano, em razão, principalmente, de exigências profissionais. “Acontece com a alimentação, com o sono, com a prática de exercícios e com o amor...”, diz o administrador Gustavo Cerbassi no livro Casais Inteligentes Enriquecem Juntos (Editora Gente, 2004). E isso não significa que as pessoas dêem mais importância ao trabalho do que a todas essas outras coisas. Significa, sim, falta de planejamento. Cerbassi explica: “Todos sabem que sono, exercícios e amor são necessidades fundamentais para a felicidade e a qualidade de vida, porém, a maioria das pessoas não consegue romper bloqueios que as levam a um envelhecimento precoce. Trata-se de uma simples questão de objetivos, prioridades e boa-vontade”. Com a inquietação diante de tanta falta de tempo não são poucos os recursos que funcionam para a otimização de cada minuto gasto com todo tipo de tarefa. Com o rápido avanço da Internet, é possível transferir dinheiro, pagar contas e fazer compras em um supermercado sem gastar nem mesmo uma hora. E aí mora uma contradição: quanto mais a tecnologia avança, mais se reclama da falta de tempo. “As pessoas têm dificuldades de traçar prioridades, de planejar e, culturalmente, o brasileiro tem o costume de

‘empurrar os compromissos com a barriga’, deixando tudo para a última hora”, afirma a especialista em Treinamento e Desenvolvimento de Recursos Humanos Branca Sampaio, que ministra palestras e cursos sobre administração do tempo. RELACIONAMENTO COM DEUS Na era do imediatismo, os reflexos não são somente em nossas tarefas diárias, mas também no nosso relaciomanento com Deus. Nos tempos de Cristo, as pessoas viajavam a pé e demoravam anos para chegar à cidade onde iriam pregar. O tempo era sem medida. E, no caminho, acontecimentos enriqueciam a caminhada. Na época das grandes navegações, o tempo passou a ser medido em meses. Com o avião, a dimensão passou a ser as horas. Hoje, com a Internet e o tefefone celular, um minuto é tempo demais. “Isso faz as pessoas serem menos perseverantes e pacientes. A pressa chegou ao relacionamento com Deus, que passou a ser utilitarista. A ligação dos fiéis a Deus parece estar condicionada não ao amor dEle, mas ao que Ele dá e à rapidez com que isso acontece”, afirma o pastor Wanderley. Ele acrescenta que, se a resposta é demorada – aos olhos de quem pede – a pessoa acaba desistindo do projeto ou muda para uma igreja que ofereça algo mais rápido. “Dentro das igrejas históricas – as que ainda mantêm a sanidade – são poucas as que mantêm a proposta de relacionamento com Deus na base do evangelho. Hoje tudo virou um grande mercado.”

Confira algumas dicas para administrar bem o seu tempo Por Branca Sampaio • Não empurre os compromissos com a barriga. Quem costuma fazer isso é tomado pela ansiedade. Então, se ficar ansioso, pergunte-se o que você adiou. Assim que descobrir o que foi, acabe com as pendências. • Se você precisa estudar para a prova de um concurso ou escrever uma monografia ou projeto, coloque todo o material perto de você, em um lugar visível. Assim, será mais fácil disciplinar-se para fazer o trabalho aos poucos. • Seja disciplinado, mas não muito rígido. A rigidez é tão ruim quanto a falta de disciplina. • Aprenda a dizer não. A dificuldade de dizer não pode ser de origem emocional. Para saber se é assim com você, passe 15 dias dizendo pelo menos um “não” por dia e observe como se sente. Mas cuidado para não exagerar. • Planeje seu tempo. Se você trabalha oito horas por dia, 20% desse tempo devem ser para dar um telefonema, tomar um café com os colegas. E nada de ficar sem almoço ou comer um sanduíche enquanto estuda ou trabalha. O tempo vai render melhor se você parar para relaxar. E lembre-se: uma das características do bom planejamento é a flexibilidade. • Antes de começar suas atividades, trace prioridades e classifique-as como 1, 2, 3... Nessa ordem. • Veja o tempo como seu aliado, não como um ditador. Ele não manda em você.


14

Brasil PRESBITERIANO

Janeiro de 2008

Missões Transculturais

Missão Caiuá realiza conferência missionária com participação ativa dos povos indígenas

Jesus veio para todos Fotos: Missão Caiuá

Missionária Márcia Benício Zambaldi

E

ntre os dias 20 e 27 de outubro, foi realizada a primeira Conferência Missionária da Aldeia Bororó, em Dourados (MS). A conferência foi organizada pelas congregações Peniel e Bororó, cujas equipes são formadas por missionários da Missão Evangélica Caiuá. O grande diferencial foi a participação de preletores indígenas locais, ou seja, tudo foi feito pelos índios e para os índios. O tema central, Jesus veio para todos, foi escolhido com o objetivo de conduzir os indígenas para dentro do contexto missionário, não mais como receptores, mas como servos prontos para entregar-se à obra do Senhor, falando e vivendo o amor de Jesus. Durante todo o evento, crenças e conceitos sobre a vida cristã dos indígenas foram contextualizados para dar lugar a uma visão missionária integral, apresentando-lhes sua responsabilidade como cristãos. As palestras, mensagens e estudos trataram subtemas importantes como Cultura versus Cristianismo e O respeito aos seus iguais, refletindo sobre as perspectivas que os indígenas têm dentro da aldeia, conduzindo-os a compreensão do que é viver com qualidade de vida, dependendo verdadeiramente do Senhor. E ainda Jesus também veio para o meu vizinho, Missões e o Apóstolo Paulo, Como evangelizarei o meu povo, O discipulado dentro

Os pequenos índios na conferência missionária

da Aldeia e Como cuidar de meu irmão, onde velhos hábitos e valores arraigados foram tocados com zelo, levando o indígena a repensar suas atitudes para com o próximo. Tivemos também a conferência missionária para as crianças, contando com mais de 100 menores que participaram efetivamente de todas as atividades. Ao final foi muito gratificante ver vários pequeninos declarando seu amor à obra do Senhor e expressando a vontade de serem missionários. Fizeram-se presentes alguns missionários, como a família Zambaldi: José Carlos (Diadema-SP), Márcia Cristina Benício (Juiz de Fora-MG), Carla Feitosa (Diadema-SP), membros da IPB Ebenézer de Dourados (MS), Sueli Gomes Chaves, da IPB de Patos de Minas, Vânia Pereira da Silva Souza e Pedro Ferreira, da IP de Patrocínio (MG). Contamos também como pregador com o rev. Benedito Troquez, que é um dos ícones da Missão Caiuá, atuante há 46 anos

nesse ministério, dentre outros tantos que nos abençoaram com suas preciosas mãos.

Presb. Alziro da Silva em pregação

nas, para que essa igreja seja firme e forte na presença de Jesus, com o objetivo de servir a Deus e se preparar para assumir a identidade de uma igreja autóctone. Um dos líderes do Conselho Indígena, Alziro de Souza Silva, declarou: “Essa conferência despertou a visão missionária de todos que agora estão vendo que há outros povos a serem evangelizados.

E todos os patrícios querem fazer nosso Deus conhecido, trazendo maior união entre os irmãos indígenas e não indígenas. Há necessidade de outras conferências para que haja um avivamento dentro da igreja indígena, arrependimento e conversões genuínas. Desta forma Satanás, por fim, será derrotado”. Nossa palavra é de concordância: Amém!

Mis. Márcia Zambaldi

AVIVAMENTO Sentimos que o momento era oportuno para fazermos esse evento, pois a Igreja Presbiteriana Indígena está se estruturando e crescendo. Apresentamos a proposta aos irmãos e lançamos o desafio que, para nossa alegria, foi aceito com presteza e facilidade. Devemos trabalhar juntos, missionários e indíge-

Mis. Carla Feitosa e crianças da igreja indígena


Brasil PRESBITERIANO

Janeiro de 2008

15

Memória e saudade Letícia Ferreira

Douglas Moura Ferreira Por Letícia Lopes Ferreira, editora do jornal Brasil Presbiteriano e do Portal da IPB

T

odas as vezes que edito essa coluna, me emociono pensando na dor das pessoas pela perda dos entes queridos. Costumava pensar também, com tristeza, no dia em que o nome de um dos meus queridos estaria aqui. No entanto, não imaginava que isso aconteceria tão cedo. Meu pai, Douglas Moura Ferreira, faleceu no dia 14 de dezembro do ano passado. Ele ia completar 64 anos no próximo dia 22 de fevereiro e, no dia 18 de dezembro, ele e minha mãe, Gilda, teriam completado 36 anos de casamento. É impossível descrever a dor dessa perda imensa. No entanto, há consolo. Minha família e eu temos encontrado conforto no fato de que meu pai, que era um homem que amava profundamente a Jesus, está agora descansando das dores desta vida nos braços do Senhor. Sabemos que no dia determinado por Deus nos encontraremos. É comum, quando pessoas queridas se vão, a família tecer apenas elogios. Meu pai tinha defeitos, naturalmente. Porém, era verdadeiramente cristão e uma pessoa generosa, amorosa, de firmes valores éticos e morais. Trabalhador, inabalável em sua fé, era também muito carinhoso, sensível e sincero, e ainda muito inteligente. Aprendeu a falar inglês sozinho e, contando com os proventos do seu trabalho e com a graça de Deus, mesmo em suas dificuldades em administrar o orçamento doméstico, conseguiu construir uma vida confortável para a família. Cedo se tornou membro da IP em Sengés, interior do Paraná, onde nasceu. Ao chegar à adolescência, meu pai foi para a capital do Estado, Curitiba, servir o Exército. Em seguida, decidiu estudar, fazer o curso técnico em Mecânica no Cefet Paraná (Centro Federal de Educação Tecnológica). Meu avô não tinha condições de ajudá-lo financeiramente e meu pai chegou a passar fome. A felicidade lhe sorriu quando conheceu minha mãe e começaram a namorar. Ela diz que o que primeiro a cativou naquele rapaz tão magrinho e tão pobre quanto ela foi o sorriso alegre e sincero.

Quem fez o casamento dos meus pais foi o rev. Oswaldo Emrich, que também faleceu em 2007 (ver edição do BP de dezembro de 2007). Quando eu era pequena, freqüentamos, durante algum tempo, a IP de Curitiba, pastoreada então pelo rev. Elias Abraão, falecido em 1996. E, quando eu tinha nove anos, minha mãe, criada no catolicismo, se converteu. Pelo ensinamento dela, eu e meu irmão e os pais dela, e no seguir dos anos muito mais gente, entregamos nossas vidas a Jesus. Na mesma época, por nos mudarmos de bairro, nos tornamos membros da IP da Silva Jardim, então pastoreada pelo rev. Alderi de Souza Matos e, em seguida, pelo rev. Antônio Thomaz da Costa. Meu pai foi eleito presbítero e conselheiro da UMP. Os jovens gostavam muito dele e ficaram magoados quando saímos da igreja, por motivos pessoais, e passamos a freqüentar uma comunidade evangélica. No final da vida, meu pai estava freqüentando, com minha mãe, uma igreja batista perto da casa deles. Já estava aposentado, mas, como a aposentadoria não era suficiente, trabalhava em casa como tradutor de inglês e revisor de inglês e português. Chegou a prestar serviços para a Rede Presbiteriana de Comunicação e para a Luz para o Caminho, e estava trabalhando na tradução de um livro para a Editora Cultura Cristã. Além de sabermos que ele está com o Senhor, nos consola o fato de ele ter sido esse homem, pai, marido e avô tão amoroso e presente, sempre pronto a nos acolher e nos aconselhar com uma palavra bíblica. Às vezes, eu até brincava com ele chamando-o de pastor Douglas. Também nos conforta saber que ele estava feliz e teve uma morte quase sem dor, muito rápida. A mim, principalmente, conforta saber que ele tinha certeza do quanto eu o amava, admirava e me orgulhava dele. Considero um grande privilégio tê-lo tido por pai e termos sido tão próximos e amigos. Minha oração é que Deus continue a confortar nossos corações, meu, do meu irmão e da minha mãe, e os de todos os outros familiares e amigos que o amavam e estão compartilhando nosso sofrimento, mas também o consolo do nosso amado Jesus.

Douglas Ferreira com a neta Laura, a quem ele amava apaixonadamente, em julho de 2007

Diác. Antídio Silveira Mendes Por Claudia Dias Barbieri

A

IP do Jardim Augusta, em São José dos Campos (SP), perdeu, no dia 19 de maio de 2007, aos 82 anos, um de seus membros mais queridos, o diác. Antídio Silveira Mendes. Homem extraordinário, zeloso com a obra de Deus, foi um dos organizadores de nossa igreja, em 1970. Desde então, foi eleito diácono por muitos anos. Sempre atuante no trabalho do Senhor, foi professor da Escola Dominical, sócio, presidente e conselheiro de nossa UPH, secretário de nossa igreja e ainda amigo, irmão, pai e companheiro de todos nós, membros da igreja. Nunca deixou de saudar cada visitante e lhe oferecer uma Bíblia. Seu último trabalho em nossa igreja foi como membro atuante do pequeno grupo da Vila Industrial, onde nos ensinou muito da Palavra de Deus e nos alegrou o coração com sua companhia. Quando já estava doente e impossibilitado de ir à igreja, perguntava a todos os que iam visitá-lo como havia sido o culto e a reunião do pequeno grupo, e seus olhos brilhavam de alegria quando contávamos. Ele também me pedia para levar-lhe o jornal Brasil Presbiteriano e me dizia que, por meio desse periódico, tinha notícias de

todos os irmãos presbiterianos do Brasil. Foi assim que me tornei uma leitora assídua do BP, jornal que até então só via nas mãos dos homens membros da minha igreja. A todos os que iam visitar o diác. Antídio, em casa ou no hospital, ele recebia com muito amor e uma palavra de conforto e otimismo, porque, apesar da doença, sua alegria estava no Senhor. O diác. Antídio goza, agora, da glória do Deus que ele sempre serviu, e nós agradecemos a esse Deus pelo privilégio de termos convivido com ele por um breve tempo aqui nesta Terra. Arquivo da Igreja

Diác. Antídio Silveira Mendes


16

Janeiro de 2008

Ação Social

Brasil PRESBITERIANO

Presbiterianos de Pernambuco apóiam moradores de rua e resgatam o valor dessas vidas

Nem só de violência vivem as ruas do Recife Hoje, o projeto completa 18 anos e, segundo inforesses últimos dias mações do rev. Waldir a mídia brasileira Benevides, secretário exepublicou notícias cutivo da entidade, nessa sobre uma nova modalida- caminhada de reintegração de de violência que atin- registra-se que pelo menos ge moradores de rua. A 300 pessoas já foram retiraagressão física deu lugar das das ruas e do mundo da ao atear fogo no corpo de criminalidade. Atualmente, pessoas desfavorecidas. O a sede do trabalho está na último caso ocorreu no dia Comunidade do Pilar, zona 27 de novembro de 2007, carente da capital pernamna região central da cida- bucana. Lá, 60 famílias já de de São Paulo. Enquanto foram alcançadas. dormia, um indivíduo teve O pastor recorda um fato 70 por cento do seu corpo importante, um marco na queimado. história dessa instituição Situações como essa presbiteriana: “A retirada já estão caindo no senso da sra. Raquel Silva das comum, no factual, no coti- ruas há 17 anos é a pridiano. Cenário perfeito para meira vitória, pois ela ajuque os cristãos demonstrem, dou a remover outros que por meio da ação social, o se encontravam na mesma que a misericórdia e o amor situação. Raquel, hoje, tem ao próximo podem produ- uma família constituída por zir. Um bom exemplo é o esposo e filhos, e juntos Projeto Transformação, que freqüentam a igreja, sendo nasceu em 1989 para ampa- ela uma das líderes comurar e evangelizar os garis nitárias”, relata. da cidade de Recife, gra- AÇÃO INTEGRAL ças ao despertar de alguns O rev. Waldir conta que pastores, como os reve- os moradores de rua recerendos Ronaldo Lidório, bem, além da alimentação, Adalberon Garret, Luiz assistência básica de saúde, Augusto Bueno, suas res- regularização de documenpectivas esposas e outros tos e incentivo à reaproxipresbiterianos. mação familiar. Na comuAo se depararem com a nidade do Pilar, a equipe realidade da população de trabalha com organização rua, esses irmãos voltaram comunitária e formação de seus olhos também para liderança, fomentando os os sem teto, aqueles que princípios éticos e cristãos. dormiam pelas calçadas, A liderança promove tamcobertos com jornais e cai- bém atividades de capacitaxas de papelão, alimentados ção e formação de pessoas muitas vezes do que encon- dispostas a gerarem renda travam nas latas de lixo. própria. Caroline Santana Pereira

N

Um bom exemplo é um grupo de mulheres que produz velas artesanais, chamado Luz do Pilar. Em parceria com a Visão Mundial, essas velas estão sendo exportadas para a Europa. Outras senhoras produzem peças de roupas, e com o apoio da Faculdade Boa

e oficinas de capacitação específicas para eles. Uma vez por semana a mocidade reúne-se para discutir temas comuns a essa faixa etária, com embasamento bíblico e prática de discipulado. Relatos de violência, assaltos e crimes fazem parte do passado do bairro Pilar. O Divulgação

Rev. Waldir Benevides: "Através do testemunho, não somente verbal, mas praticado pelos membros do projeto, a comunidade reconhece a ação do poder de Deus"

Viagem, elas serão capacitadas a criarem uma cooperativa e, quem sabe, inaugurar uma grife. Os jovens também são importantes nesse contexto, pois para a direção do projeto, neles residem os embriões de grandes lideranças. A Diaconia apóia essa frente de trabalho e realiza encontros, fóruns

rev. Waldir conta que uma das líderes da comunidade afirmou que após a chegada do projeto, o triste cenário de opressão e delinqüência foi amenizado e deu lugar à paz e à esperança. “Há mais de seis meses não temos um assassinato aqui em nossa comunidade. É Deus atuando através de vocês”, expressou a senhora.

PLANOS Apesar da eficiência do programa Transformação, algumas dificuldades precisam ser superadas, como os limitados recursos financeiros e humanos, a falta de um veículo para ajudar a logística dos trabalhos e ausência de convênios com órgãos públicos e demais instituições. Hoje o projeto conta somente com parcerias. Para 2008, a direção pretende consolidar a cooperativa de mulheres envolvidas na produção de velas e confecções, comprar o automóvel, ampliar a equipe de trabalho e buscar novos mantenedores e parcerias. De qualquer forma, vale a pena destacar o apoio das igrejas presbiterianas da região e do Presbitério Litorâneo de Pernambuco. O rev. Waldir finaliza destacando a importância de um projeto de ação social para a vida da cidade, da igreja e para o reino de Deus: “Através do testemunho, não somente verbal, mas praticado pelos membros do projeto, a comunidade reconhece a ação do poder de Deus. Várias pessoas retiradas das ruas e da comunidade têm entendido a proposta de salvação por meio de Jesus Cristo e se tornaram membros de igrejas evangélicas”, relata. Mais informações sobre o projeto Transformação pelo e-mail revwbenevidessantos@hotmail.com e pelo telefone 81 3061-3578.


Brasil PRESBITERIANO

Janeiro de 2008

17

Missões Nacionais

Campo missionário em São Domingos do Guaporé Junta Sinodal de Missões- RS divulgação

Rev. Jair Moraes

N

destruição na cidade, que não foi imputado o desastre do templo a questões estruturais. Agora cabe a coragem, fé e determinação para reerguer o templo, pois, sua estrutura foi abalada. Cremos que tudo está debaixo da boa mão de Deus, e cremos que o Senhor transformará este momento triste em bênção na nossa vida e igreja. Convidamos você para orar conosco por este campo e seus desafios pois, depois de muitas lutas, viram sua igreja destruída e a construirão novamente. Convidamos você também para participar conosco desta obra de reconstrução. Entre em contato conosco JMN/IPB: jmnipb@terra. com.br, (19) 3255-5648

o dia 15 de setembro de 2007, a cidade São Domingos do Guaporé (RO) foi atordoada com uma forte chuva e ventos impetuosos. A cidade teve postes caídos, casas destelhadas e muitas famílias ficaram em situação difícil. Nessa cidade a IPB tem uma igreja pelo trabalho da Junta de Missões Nacionais, um campo missionário onde o mis. Mílvio Lael Hotti tem feito um grande trabalho. Temos também um templo que abriga a família presbiteriana naquela cidade, e este templo e a casa pastoral foram também atingidos pelo vento, de maneira que muitas telhas foram arrancadas, inundando a casa do missionário. Porém o maior estrago aconteceu na igreja. Telhas foram arrancadas, uma parte do telhado desabou e a porta foi arrancada e arremessada pra dentro do templo. Graças porém a Deus que nenhum estrago teve a não ser o material. Não havia ninguém na igreja. Foi tão generalizada a Templo atingido pelo vento

divulgação

Rev. Henry recebe título de pastor emérito Rev. Claudimir Silva

L

ouvado seja o Senhor! Com muita alegria e gratidão, nossos irmãos de Carazinho iniciaram as atividades da igreja em um novo e espaçoso salão. O culto de inauguração foi no dia 14 de outubro de 2007, com a presença de muitos visitantes e ampla divulgação na cidade. Esse é um passo rumo ao futuro. Vamos rogar a Deus que abençoe muito o pastor local, rev. Paulo Foltran, e toda a igreja. OUTROS CAMPOS Os pastores Ricardo Furquim e Gustavo Bacha visitaram os campos de São Borja, Uruguaiana e Alegrete. A viagem se deu entre os dias 9 e 10 de outubro. Foram

ocasiões de aconselhamento e comunhão. Já entre os dias 15 e 17 do mesmo mês, os pastores Sérgio Lima e Marcos Rickli visitaram os campos de Três Passos, Ijuí, Santo Ângelo, Carazinho, Passo Fundo e Erechim. Louvamos a Deus pelo apoio dos irmãos e queridos pastores. No dia 6 de outubro, a Igreja Presbiteriana Sapiranga celebrou cinco anos de existência e conferiu ao rev. Henry Haswell o título de pastor emérito, por seus 35 anos de ministério em missões. E com a bênção de Deus o trabalho em Uruguaiana avança em meio a muitas lutas. Uma delas é que na casa do vizinho existe um terreiro de Umbanda. Oremos para que o evangelho seja anunciado com a graça que liberta vidas.

Balanço Missionário da JMN Rev. Jair Moraes

C

om o término do ano, novamente podemos falar que “Até aqui o Senhor nos ajudou”, e não nos resta outra expressão senão a do salmista: “A nossa boca se encheu de riso e nossa língua de júbilo”. Ao olhar para o trabalho missionário em solo brasileiro, ficamos maravilhados por ver a ação de Deus movendo corações, convertendo vidas, abrindo portas, libertando, restaurando e fortalecendo. O Senhor tem atuado poderosamente! Em 2007, a JMN (Junta de

Missões Nacionais) atuou em 177 campos missionários. Em cada um deles a Palavra de Deus foi anunciada com esmero, dedicação, temor e muita fé, acreditando que somente o evangelho transforma. Homens e mulheres creram e crêem plenamente no poder de Deus e que Ele tem uma grande obra pra realizar em suas vidas. Por isso se prontificaram a ir para cidades de nosso país e levar as boas-novas da salvação. Os resultados dessa dedicação são as muitas igrejas presbiterianas plantadas pela JMN em toda a extensão territorial brasileira. No final do ano pas-

sado, começamos a entregar algumas igrejas plantadas para os presbitérios e, nesse ano, novos campos missionários nascerão, afinal, os desafios continuam, já que existem inúmeras cidades sem IPB ou sem uma única igreja evangélica, dando espaço para a idolatria, imoralidade, seitas, vícios, etc. O clamor das almas perdidas tem chegado até os ouvidos da IPB que, por meio da JMN, tem se dedicado a enviar missionários para suprir tais carências. Outra informação importante é o valor que as igrejas presbiterianas deram à JMN, abrindo

suas portas em 2007 para a divulgação do rev. Jair Moraes. Muitos irmãos, antes desinformados, passaram a conhecer o valioso trabalho missionário da IPB, seus avanços, vitórias, parcerias, métodos, filosofia e outros. Não restou outra atitude para eles, a não ser também se apaixonar por Missões. Em 2008 conheça mais a JMN, envolva sua igreja na obra missionária e convide-nos para fazer a divulgação, participar de conferências, congressos ou concílios. Reserve uma data em nossa agenda pelo email jmnipb@terra.com.br ou pelo telefone (19) 3255-5648

divulgação

Rev. Jair Moraes, divulgador oficial da JMN


18

Brasil PRESBITERIANO

Janeiro de 2008

Literatura

Valorizando a vida do aos quatro ventos e de como encontrou a resposta uantas pessoas têm por meio da leitura de C. S. se contentado com Lewis, da música de Bob vidas medíocres, Dylan e do compromisso às vezes paupérrimas em de noivado assumido com todos os sentidos, inclusi- aquela que seria sua espove cristãos, entregando-se sa. Foram meios usados por        a prazeres momentâneos e Deus  para ele compreque    do    deixandode desfrutar endesse que estava jogando   verdadeiro prazer em Deus?  sua vida fora.   John Piper trata dessa  a tra  seguida, ele passa ques Em   Não jogue tão no livro sua tar daalegria Cristo que  em   publicado  vida fora, pela    encontrou. Piper demonstra           Editora  Cultura Cristã. O   como descobriu achave  autor nos motiva a viver para sua vida: deleitar-se uma vida de alegria em em Cristo, alegrar-se na        Deus e a não desperdiçá do   glória Senhor Jesus. A    la. Devemos  viver intensa razão de viver ficou clara  mente, mas em Cristo.   como cristal. Os escritos de     com       O livro inicia o relato  Edwards, Jonathan pastor     da história  daconversão americano do século 18,   de um homem ocorrida na o influenciaram grandevelhice contada pelo pai mente. Piper diz ser grato de Piper. A igreja orara a Deus por Edwards não  por décadas pela conver- ter desperdiçado sua vida.  daquele são indivíduo,  até Eis uma das resoluções que  que, durante uma pregação Edwards formulou para si feita pelo pai de John Piper, com seus 20 e poucos anos: aquele senhor foi tocado. “Resolvi nunca perder um As pessoas saíam do templo momento de tempo; mas e aquele homem segurava aproveitá-lo da maneira as mãos do pastor e não mais proveitosa que me for parava de soluçar e chorar, possível”. dizendo: “Eu a joguei fora! EXALTANDO A Eu a desperdicei!”. CRISTO VIDA VITORIOSA O capítulo três inicia com O autor tem o objetivo de a seguinte frase: “O oposto conscientizar seus leitores de jogar a vida fora é vivêde quão terrível é jogar a la com uma única paixão vida fora. É uma tragédia que exalte a Deus e satisdas maiores viver medio- faça a alma”. Isso significa cremente, sem valorizar a gloriar-se na cruz de Cristo. vida e os dons que Deus Toda nossa alegria em Jesus nos deu. Ele fala também não significa ausência de de sua própria experiência sofrimento, mas que podede busca nos conflituosos mos nos gloriar até mesmo anos 1960, quando o exis- pelo sofrimento. O capítulo tencialismo era propaga- quatro enfatiza o fato de Marcelo Smeets

Q

  

I S BN 8 5 7 6 2 2 1 08 -X

9 7 88 576 2 2 1 08 1

que gloriar-se na cruz pode significar entregar nossa vida: “para mim, o viver é Cristo, e o morrer é lucro” (Fp 1.21). Existe também a necessidade de correr riscos. “É melhor perder a vida do que jogá-la fora”, diz Piper no capítulo cinco. Os capítulos seguintes (seis, sete e oito), apresentam a importância de buscarmos levar outras pessoas a se tornarem alegres em Deus,

de viver para provar que Jesus é mais importante que a vida para nós e como isso pode ser manifestado mesmo em nosso horário de trabalho. O capítulo nove trata da majestade de Cristo em missões, em que há a apresentação da vida sofrida, mas com regozijo, do missionário americano na Birmânia na primeira metade do século 19, Adoniran Judson. O capítulo ainda

traz uma breve declaração de fé sobre missões. John Piper finaliza seu livro com uma oração: “que ninguém possa dizer no final: ‘Joguei minha vida fora’”. Que sigamos todos essa exposição bíblica de Piper que apresenta o real sentido da vida e a alegria que podemos desfrutar com abundância em Jesus. É um livro de exaltação a Deus e de verdadeiro regozijo nEle.


Brasil PRESBITERIANO IPB

Janeiro de 2008

19

Pedra fundamental será lançada em cerimônia

Luz para o Caminho terá nova sede A

LPC (Luz para o Caminho), autarquia da IPB bastante conhecida pela produção de obras de evangelização e edificação espiritual, como o devocionário Cada Dia, o Disquepaz, programas de rádio e TV e outras publicações como livros e CDs de conteúdo cristão, terá a pedra fundamental de sua nova sede lançada em cerimônia no dia 14 deste mês. O evento acontece em Campinas (SP), onde a instituição atua há 17 anos, às 15h. Quem informa é o diretor executivo da LPC, rev. Celsino Gama, com o presidente do Supremo Concílio da denominação, rev. Roberto Brasileiro, e o diretor executivo do TBTGH (departamento de rádio e TV da Back to God Hour) da Igreja

Cristã Reformada da América do Norte, parceira da IPB na LPC. Segundo informações da autarquia, em janeiro de 2007, uma comissão do TBTGH visitou o Brasil e recebeu do conselho da LPC a proposta para a construção de uma nova sede. O conselho do TBTGH não apenas aprovou a proposta como iniciou uma campanha de levantamento de recursos para a obra, autorizando, em outubro de 2007, a execução do projeto. A área de construção foi projetada para 1800 m2, com dois estúdios de TV, estúdio de áudio, 12 salas de edição de áudio e vídeo, salas para o Centro de Aconselhamento Disquepaz, escritórios e outras salas e ainda um estacionamento com capacidade para

trinta veículos. Um terceiro pavimento foi projetado para abrigar cinco salas de aula com capacidade para 170 alunos. No entanto, a construção desse pavimento dependerá dos recursos que a LPC pretende levantar no Brasil. Do orçamento para esse projeto, avaliado em R$1.980.000,00, 80% virão de doações de membros da Igreja Cristã Reformada da América do Norte e, os 20% restantes, deverão ser levantados entre igrejas brasileiras. SERVIÇO Segundo a LPC, a autarquia sempre foi voltada para servir à IPB, desejo expresso pela parceira Igreja Cristã Reformada da América do Norte. Em 31 anos de existência, produziu milhares de programas de rádio e TV que

chegam a todo o território nacional e a países africanos de língua portuguesa. Além disso, assessorou pastores e igrejas na produção de programas locais e produziu vídeos e CDs com mensagens e programas especiais. Há 28 anos mantém o Disquepaz, um serviço de mensagens por telefone, com uma tecnologia hoje instalada em cerca de 200 igrejas e vários campos missionários, recebendo aproximadamente 300 mil chamadas por mês. É responsável pela edição do Anuário da IPB desde 1985 e produz, em parceria com a Rede Presbiteriana de Comunicação, os programas de TV Gente que Crê e Verdade e Vida. Em 2000, o TBTGH incumbiu a LPC de produzir pro-

gramas de TV e rádio do Departamento Espanhol daquela instituição, sob a direção do rev. Guilhermino Serrano. Os programas são recebidos na América Latina, Espanha e Estados Unidos por cerca de 400 emissoras de rádio e 130 de TV. A LPC informa que teve a iniciativa e levantou os recursos para a edição inédita em português das Institutas de Calvino, trabalho feito pelo dr. Waldyr Carvalho Luz. Publicou ainda livros do rev. Júlio Andrade Ferreira, aproximadamente cem outros títulos e alguns milhões de edições do Cada Dia, hoje também publicado em espanhol. Mais informações no site da LPC, www.lpc.org.br, pelo telefone (19) 3741 3000 e pelo e-mail lpc@lpc.org.br.


20

Brasil PRESBITERIANO

Janeiro de 2008

História de vida

Rev. Adenildes Carreiro Pinto A

denildes nasceu no dia 12 de maio de 1935, em Alvarenga, então município de Conselheiro Pena, em Minas Gerais. De formação católica praticante, casouse com Izelina Teixeira Pinto, Tina. É pai de cinco filhos e tem 11 netos e duas bisnetas. Adenildes teve seu encontro com Cristo em Vila Paulista, município de Barra do São Francisco, no Espírito Santo. Foi recebido por pública profissão de fé e batismo no dia 2 de junho de 1962. A cerimônia foi realizada pelo saudoso rev. José Fialho. Então se mudou para Belo Horizonte e pas-

Arquivo da família

sou a freqüentar a Terceira IP de BH, onde se tornou membro comungante. Em razão do seu interesse pelos trabalhos da igreja, foi eleito presbítero e, indicado pelo conselho, exerceu a função de evangelista daquela igreja nas suas congregações. Em seguida, como evangelista da Terceira IP de Correntina (BA), plantou a Igreja Presbiteriana do Novo Eldorado, em Contagem (MG). Pelo seu trabalho e aptidões, Adenildes foi enviado ao seminário pelo conselho da igreja. Como ainda não existia o Seminário Presbiteriano Reverendo

Denoel Nicodemos Eller, na capital mineira, foi estudar em outro seminário bíblico em Contagem, onde se formou bacharel em Teologia. Seu tutor foi o rev. Sebastião Guimarães Rocha Filho, a quem dispensa profunda gratidão. Em 1979, Adenildes foi examinado pela extinta Comissão de Seminários, em Campinas (SP). Aprovado, foi convidado a trabalhar no campo da Junta de Missões Nacionais da IPB em Santa Maria da Vitória, na Bahia. Na ocasião, foi ordenado ao sagrado ministério pelo Presbitério Vale do São Francisco. Em Santa Maria da Vitória construiu a casa pastoral. Construiu também, anos mais tarde, o novo templo da IP de Poá, em São Paulo. Finalizou seu frutífero pastorado com a jubilação em um culto de ação de graças na IP de Porto Feliz, no dia 14 de maio de 2006. O pregador foi o rev. Magno Paterlline Vinicius, pastor da Segunda IP de Guarulhos, na Grande São Paulo. Esteve presente e participou da liturgia o presb. Carlos Douglas, secretário executivo do PTTI (Presbitério de Tatuí). Além do diploma de jubilação, o rev. Adenildes foi homenageado com uma placa condecorativa do PTTI. “Por tudo isso posso dizer: grandes cousas fez o Senhor por mim. Por esta razão sou mais do que feliz. Deus seja louvado”, declara o rev. Adenildes.

Rev. Adenildes e a esposa Izelina, em outubro de 2007

Em seu ministério, o rev. Adenildes Carreiro Pinto pastoreou as seguintes IPBs: Em Santa Maria da Vitória (BA) De Correntina (BA) Do Bairro Itatiaia, em Belo Horizonte (MG) Do Bairro Piratininga, em Belo Horizonte (MG) Do Bairro de Candelária, em Belo Horizonte (MG) De Poá (SP) Do Bairro Rancho Grande, em Itaquaquecetuba (SP) De Caçapava (SP) De Ubatuba (SP) De Lorena (SP) De Guaratinguetá (SP) Jardim Augusta, em São José dos Campos (SP), como pastor auxiliar Do Sinai, em Niterói (RJ) De Barretos (SP) De Porto Feliz (SP) Betel, em Tatuí (SP) Fez parte dos seguintes presbitérios: Vale do São Francisco (BA) Jardim das Alterosas (MG) Alto Tietê (SP) Vale do Paraíba (SP) De Niterói (RJ) De Araraquara (SP) De Tatuí (SP) Ocupou os seguintes cargos: Tesoureiro, por duas vezes, e presidente do Presbitério de Niterói Secretário presbiterial de UPH, SAF e UMP


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.