bp_janeiro2009

Page 1

O Jornal Brasil Presbiteriano é um órgão oficial da Igreja Presbiteriana do Brasil Ano 50 nº 651 – Janeiro de 2009

Folhapress

ESPERANÇA E FORÇA: A IPB E OS ATINGIDOS PELAS CHUVAS NO BRASIL

Páginas 10 e 11

Resultado do Exame Nacional de Avaliação dos Seminários da IPB/2008 e as mudanças previstas para as provas deste ano

Ensino do criacionismo nas escolas confessionais levanta discussão no meio secular. Em entrevista, o Presidente da Junta de Educação Teológica da IPB fala sobre o assunto

Página 08

Página 17


Brasil Presbiteriano

Janeiro de 2009

Editorial

Desafios de nosso tempo

A

preocupação com os necessitados tem sido marca do povo de Deus desde o começo. O Senhor mesmo determinou que eles fossem atendidos e os israelitas deveriam se programar para cumprir essa determinação (Lv 19.10). Um dos primeiros grandes impasses da Igreja Primitiva foi exatamente relativo à situação das viúvas carentes e a solução foi tipicamente cristã (At 6.1). Ao longo dos séculos essa marca da igreja não se perdeu, embora às vezes tenha ficado quase apagada. O livro Dois Reinos, de Clouse, Pierard e Yamauchi (Cultura Cristã 2003) aborda a preocupação missionária com o bem-estar social, relatando que "a grande maioria dos missionários [via] como sua principal tarefa ganhar os perdidos para Cristo, [mas] o movimento como um todo teve um impacto enorme na melhoria da qualidade de vida do mundo não-ocidental" (pág.482). Os efeitos da Revolução Industrial desafiaram a igreja. Ainda segundo os autores citados, "Relacionado ao aumento da população, houve um crescimento das favelas. Cidades inteiras pareciam surgir do nada e o crescimento descontrolado colocava um peso excessivo sobre os serviços urbanos — esgotos, coleta de lixo, abastecimento de água, saúde pública, segurança e moradia. (...) As edificações ... ficavam lotadas de gente. Muitas vezes, famílias inteiras moravam em um só cômodo e em alguns lugares a vida familiar desinte-

grou-se ao mesmo tempo que inúmeras crianças começaram a encher as ruas. A fumaça pesada e a fuligem do início da era do carvão escureciam o céu e causavam doenças respiratórias. O fedor da sujeira e excrementos no chão era inacreditável" (pág.447). A filantropia e o trabalho voluntário de caridade foram respostas cristãs naquele contexto. Grupos se organizaram. Sociedades beneficentes e orfanatos se multiplicaram. "O grupo Clapham foi um exemplo excepcional ... e seu trabalho refletia o papel chave desempenhado pelas sociedades voluntárias nas atividades filantrópicas evangélicas" (pág.451). A IPB existe há 150 anos em um contexto que significa um desafio perene na área social, e muitas têm sido as respostas dos presbiterianos à carência reinante. Este jornal tem informado a respeito dessas ações, como estímulo a que mais se faça nesse sentido e para que se glorifique a Deus por isso. É, por isso, com gratidão a Deus que acompanhamos e noticiamos a respeito das iniciativas de presbiterianos por ocasião da lamentável tragédia que se abateu sobre Santa Catarina e sobre outros estados brasileiros (págs. 10 e 11). É a Jesus que estamos servindo (Mt 25.40). Outro destaque desta edição é a matéria sobre o ensino do criacionismo no Mackenzie e a reação da mídia secular. Não começamos nada que outras escolas evangélicas e confessionais já não estejam fazendo, mas o grito

dos meios de comunicação foi notável. O BP vai deixá-lo bem informado a respeito (págs. 17, 18 e 19). Mas não posso deixar de men-

cionar, também, a matéria sobre o resultado do provão, a avaliação do ensino teológico em nossos seminários, medida que mostra a preocupação da igreja

com o ensino teológico. É acompanhando nossas casas de profetas e os candidatos ao ministério que poderemos elevar o nível pastoral na IPB.

JORNAL BRASIL PRESBITERIANO Faça sua assinatura e/ou presenteie seus familiares e amigos. Nome: ____________________________________________________________________ CPF: _____________________________________________ RG: _____________________ Igreja que é membro:_________________________________________________________ Endereço: __________________________________________________________________ Bairro: ___________________________________________________CEP: _____________ Cidade:_____________________________________________________________UF:_____ Email: _________________________________________________ Telefone: ____________ Mês inicial da assinatura: ________________________ Quantidade de assinaturas: _______ Assinatura Anual – Envio mensal • Individual (até 9 assinaturas): R$ 20,00 cada assinatura. Somente com depósito antecipado ou cartão VISA. • Coletiva (10 ou mais assinaturas): R$ 14,00 cada assinatura. Formas de pagamento: Depósito bancário (anexar ao cupom o comprovante de depósito) Banco do Brasil Banco Bradesco Banco Itaú C/C 2093-1 C/C 80850-4 C/C 51880-3 Ag. 0635-1 Ag. 0119-8 Ag. 0174 Boleto bancário para 30 dias (somente acima de 10 assinaturas) Cartão VISA Nº do cartão ____________________________________________________ Validade ____/_____ Nome do titular _________________________________________

Grátis! Uma assinatura para pacotes de 10 ou mais assinaturas. Após efetuar o depósito, informá-lo pelo telefone (11) 3207-7099 ou email edna@cep.org.br.

EXPE­DIEN­TE Órgão Oficial da

Brasil PRES­BI­TE­RIA­NO Ano 50, nº 651 – Janeiro de 2009 Rua Miguel Teles Junior, 394 – Cambuci, São Paulo – SP - CEP: 01540-040

www.ipb.org.br Conselho de Educação Cristã e Publicações: Mauro Meister – presidente André Luis Ramos - secretário Alexandre Henrique Moraes - tesoureiro

Telefones: (11) 3207-7099/3207-7092 Casa Editora Presbiteriana: Haveraldo Ferreira Vargas - superintendente Cláudio Antônio Batista Marra – editor

Uma publicação do Conselho de Educação Cristã e Publicações

E-mail: bp@cep.org.br

Conselho Editorial: Alexandre Henrique Moraes Anízio Alves Borges Cláudio Marra (supervisão) Hermisten Maia Pereira da Costa

Jader Borges Filho Misael Nascimento Valdeci da Silva Santos

Edição e textos: Raquel Magalhães - ES - 01149/JP E-mail: bp@cep.org.br  Diagramação: Aristides Neto Impressão: Folhagráfica


Brasil Presbiteriano

Janeiro de 2009

Documentos da História da IPB

Artigos orgânicos do presbitério do Rio de Janeiro Alderi Souza de Matos

P

ara poder adquirir propriedades em seu próprio nome, e não em nome dos missionários, o Presbitério do Rio de Janeiro pediu ao governo imperial a aprovação dos seus “artigos orgânicos” em documento de 15 de julho de 1871, assinado por cinco de seus membros (Alexander Blackford, Francis Schneider, George Chamberlain, Robert Lenington e João Fernandes Dagama). Transcrevem-se abaixo alguns dos 17 artigos: Art. 1º - Os abaixoassinados, membros da Igreja Presbiteriana, incorporam-se em sociedade, sob o título de Presbitério do Rio de Janeiro, para o fim de adquirir, possuir e administrar os estabelecimentos necessários ao culto e instrução das comunidades que pertencem à mesma Igreja neste Império, à residência dos respectivos pastores, e para hospitais. Art. 2º - Serão membros desta sociedade os abaixo-assinados, e todos os mais ministros e pastores do mesmo rito que se reunirem ao mesmo presbitério, segundo as constituições e disciplina da mesma igreja. Art. 13 – A Sociedade fica com licença para adquirir os terrenos e prédios que lhe forem precisos para o seu culto, morada dos pastores e instrução, tudo na forma do

decreto legislativo nº 1225 de de julho de 1871. 20 de agosto de 1864. Decorrido pouco mais de Art. 14 – Os abaixo- um ano, D. Pedro II aprovou assinados A. L. Blackford e F. os referidos artigos orgânicos J. C. Schneider entram para mediante o Decreto nº 5105 a Sociedade com o prédio e o de 3 de outubro de 1872. No terreno situados nesta cidade dia 17 do mesmo mês, emitiu à travessa da Barreira D. Pedro Ii nº 11, dos quais são c o - p ro p r i e t á r i o s , tendo-os comprado para, em casa sem forma exterior de templo, servirem como servem para seu culto particular e doméstico, como é permitido pelo art. 5º da Constituição do Império, e também para residência dos pastores, e casas de instrução já legalmente autorizadas. E o abaixo-assinado Roberto Lenington também entra para a Sociedade com um terreno e casa que possui na vila de Brotas, uma carta régia, selada com as província de São Paulo... Armas Imperiais e registrada na Secretaria do Estado Art. 17 – Aprovado que seja dos Negócios do Império, este compromisso pelo governo declarando tal fato. O teor da imperial, ficam obrigados ao carta régia é o seguinte: cumprimento de todas as suas cláusulas os abaixo-assinados Dom Pedro, por graça de e todos os mais membros Deus e unânime aclamação da Sociedade presentes e dos povos Imperador futuros. Qualquer reforma fica Constitucional e Defensor dependendo da assembléia Perpétuo do Brasil, faço saber geral do presbitério, e somente aos que esta minha carta será executada depois da virem que, atendendo ao que aprovação pelo governo requereram os membros da imperial. Rio de Janeiro, 15 Sociedade “Presbitério do Rio

de Janeiro” e conformando-me, por minha imediata Resolução de 18 de setembro findo, com os pareceres das Seções de Negócios do Império e da Justiça do Conselho de Estado exarados em consultas de 21 de agosto de 1871 e de 10 de fevereiro último, houve por bem, por Decreto No. 5105 de 3 do corrente mês de outubro, aprovar, para os efeitos civis, os artigos orgânicos ou compromisso da mesma Sociedade, datados de 15 de julho de 1871 e divididos em 17 artigos, com a cláusula, porém, de que a Sociedade fica obrigada, nos casos e para os fins designados no Decreto No. 1225 de 20 de agosto de 1864, a impetrar licença especial quanto aos bens que d’ora em diante adquirir. Pelo que lhes mandei passar a presente por mim assinada, e que será selada com as Armas Imperiais. Dada no Palácio do Rio de Janeiro, em dezessete de outubro de mil oitocentos e setenta e dois, qüinquagésimo primeiro aniversário da Independência e do Império. [Assinatura do Imperador]. Carta pela qual Vossa Majestade Imperial há por bem aprovar os artigos orgânicos ou compromissos da Sociedade Presbitério do Rio de Janeiro, como acima O Rev. Alderi Souza de Matos é pastor presbiteriano e historiador oficial da IPB. asdm@mackenzie.com.br


Brasil Presbiteriano

Janeiro de 2009

500 anos de João Calvino

A Academia de Genebra e a Evangelização Hermisten Maia Pereira da Costa

C

alvino (1509-1564) viveu no século 16. Era francês de nascimento, tornando-se genebrino de coração. Teve uma sólida formação humanista, aderindo à Reforma Protestante entre 15321534, tendo sido levado de modo definitivo a liderar o processo reformador em Genebra a partir de 1541, o que o fez até a sua morte em 1564. Nos seus poucos anos de vida Calvino teve tarefas gigantescas que até hoje não conseguimos compreender adequadamente como ele conseguiu desempenhá-las com tanto brilho. Se nos ativermos apenas aos seus comentários de quase toda a Bíblia, isso seria mais do que suficiente para reverenciá-lo como um servo de Deus que prestou valiosíssimo serviço à Igreja de Cristo. Contudo, além dessa obra, ele produziu dezenas de outras, envolvendo cartas (mais de quatro mil), sermões, panfletos, livros e o seu principal trabalho sistemático, As Institutas da Religião Cristã (1536-1559). Participou de concílios, pregou mais de três mil sermões, trabalhou arduamente na Reforma de Genebra, aconselhou, orientou, instruiu, superintendeu, etc. E tudo isso, com uma saúde débil e em muito pouco tempo.

Curiosamente, ainda que sua maioria, alunos estran- tacamos que, com exceção não tenha escrito trabalhos geiros vindos da Fran- de Isaías, todos os comenespecíficos sobre econo- ça, Holanda, Inglaterra, da tários de Calvino sobre os mia, direito, pedagogia, Alemanha, da Itália e de profetas "consistem em retórica, administração e outras cidades da Suíça. sermões direcionados a evangelização, influenciou Além disso, Genebra se alunos em treinamento para todas estas áreas simo trabalho missionáplesmente expondo rio, principalmente João Calvino a Palavra de Deus. na França". É especialmente das Acontece que o Institutas e de seus envio de missionácomentários que rios para outras cidaextraímos os seus des e países era uma princípios orientaquestão delicada dores das diversas para a qual a Comáreas mencionadas, panhia de Pastores os quais nos permimanteve, enquanto tem compreender o pode, sigilo absoluto seu quadro de refeaté mesmo do Conrência fornecendoselho Municipal. nos assim, elemenOs nomes dos mistos para uma cosmosionários eram em visão Reformada. geral mantidos em Neste texto destasigilo. A primeira caremos (de forma vez que tais nomes Curiosamente, ainda que embrionária) apenas são mencionados na alguns aspectos da não tenha escrito trabalhos Companhia de Pasespecíficos sobre economia, sua visão missionátores de Genebra foi direito, pedagogia, retórica, ria. em 22 de abril de administração e evangeliza1555, Jehan Vernoul ção, Calvino influenciou todas A Academia: Escoe Jehan Lauvergeestas áreas simplesmente la de Missões at, enviados para as expondo a Palavra de Deus igrejas dos vales de Fiel ao seu princíPiemonte e Jacques pio de que "... as escolas tornou um grande centro Langlois Tours, Lausanne teológicas [são] berçá- missionário, uma verda- e Lyon, onde seria martiririos de pastores", Calvino deira "escola de missões", zado em 1572. criou – com donativos que porque os foragidos que Outro exemplo: o envio ele pessoalmente ajudou a lá se instalaram, puderam, de dois ministros para a recolher –, uma Academia posteriormente, levar para missão no Brasil, em resem Genebra (5/6/1559) os seus países e cidades posta ao apelo de Villegag– contando com seiscen- o evangelho ali aprendi- non, é descrita de forma tos alunos, aumentando do. "O estabelecimento da sumaríssima: O registro já no primeiro ano para Academia foi em parte rea- simplesmente menciona novecentos alunos –, a lizado por causa do desejo (25/08/1556) que Pierquem coube a educação de suprir e treinar missio- re Richier († 1580) e M. dos protestantes da língua nários evangélicos", infor- Guillaume Charretier francesa, atingindo em ma-nos Mackinnon. Des- (Chartier) foram enviados.

O evangelho deve ser oferecido a todos os povos A proclamação do evangelho objetiva glorificar a Deus: "O nome de Deus nunca é melhor celebrado do que quando a verdadeira religião é extensamente propagada e quando a Igreja cresce, a qual por essa conta é chamada 'plantações do Senhor, para que Ele seja glorificado' [Is 61.3". Este objetivo da Academia faz jus à compreensão missionária de Calvino. Considerando que o reino de Deus envolve todos os povos – Jesus Cristo não foi enviado apenas aos judeus –, a mensagem do evangelho deve ser anunciada a todos. Comentando 1Timóteo 2.4, Calvino afirma: ".... nenhuma nação da terra e nenhuma classe social são excluídas da salvação, visto que Deus quer oferecer o evangelho a todos sem exceção". À frente: "Aqueles que se encontram sob o governo do mesmo Deus não são excluídos para sempre da esperança de salvação". Por isso, "O Senhor ordena aos ministros do evangelho (que preguem) em lugares distantes, com o propósito de espalhar a doutrina da salvação em cada parte do mundo". Analisando uma das implicações da petição "venha o teu reino", comenta: "Por-


Brasil Presbiteriano tanto, nós oramos pedindo que venha o reino de Deus; quer dizer, que todos os dias e cada vez mais o Senhor aumente o número dos Seus súditos e dos que nele crêem....". Devemos trabalhar com urgência dentro da esfera que nos foi confiada por Deus. O que não nos pertence deixemos onde está de modo firme e seguro: sob os cuidados de Deus. Portanto, "como nós não sabemos quem são os que pertencem ou deixam de pertencer ao número e companhia dos predestinados, devemos ter tal afeto, que desejemos que todos se salvem; e assim, procuraremos fazer a todos aqueles que encontrarmos, sejam participantes de nossa paz (...). Quanto a nós concerne, deverá ser a todos aplicada, à semelhança de um remédio, salutar e severa correção, para que não pereçam eles próprios, ou a outros não percam. A Deus, porém, pertencerá fazê-la eficaz àqueles a quem preconheceu e predestinou". O nosso trabalho deve ser feito com total confiança de Deus, sabendo que cabe a Ele converter o coração do homem e, que a rejeição do evangelho neste momento não implica necessariamente na rejeição absoluta. Essa convicção nos estimula a trabalhar com fervor e alegre perseverança: "Visto que a conversão de uma pessoa está nas mãos de Deus, quem sabe se aqueles que hoje parecem empedernidos subitamente não sejam transformados pelo poder de Deus em pessoas diferentes? E

Janeiro de 2009

Considerando que o reino de Deus envolve todos os povos – Jesus Cristo não foi enviado apenas aos judeus –, a mensagem do evangelho deve ser anunciada a todos assim, ao recordarmos que o arrependimento é dom e obra de Deus, acalentaremos esperança mais viva e, encorajados por essa certeza, aceleraremos nosso labor e cuidaremos da instrução dos rebeldes. Devemos encará-lo da seguinte forma: é nosso dever semear e regar e, enquanto o fazemos, devemos esperar que Deus dê o crescimento (1Co 3.6). Portanto, nossos esforços e labores são por si sós infrutíferos; e no entanto, pela graça de Deus, não são infrutíferos". A nossa responsabilidade: ".... é nosso dever proclamar a bondade de Deus a toda nação".

em toda a Europa; o grau concedido aos seus alunos era amplamente aceito e considerado em universidades de países protestantes como, por exemplo, na Holanda. O historiador católico Marc Venard, comenta que a Academia "será daí em diante um viveiro de pastores para toda a Europa reformada". A Academia contribuiu em grandes proporções para fazer de Genebra "um dos faróis do Ocidente" admite Daniel-Rops. A formação dada em Genebra era intelectual e espiritual; os alunos participavam dos cultos das quartas-feiras bem como em todos os três cultos prestados a Deus no domingo. Um escritor Considerações Finais referiu-se a Genebra deste modo: "Deus fez de GeneA Academia tornou-se bra sua Belém, isto é, sua grandemente respeitada casa do pão".

Calvino insistiu junto aos Conselhos para melhorar as próprias condições do ensino, bem como os recursos das escolas. Visto que o Estado estava empobreSem dúvida, entre os Reformadores, Calvino foi quem mais amplamente compreendeu a abrangência das implicações do evangelho, nas diversas facetas da vida humana, entendendo que "o evangelho não é uma doutrina de língua, senão de vida

cido, apelou para doações e legados. Sem dúvida, entre os Reformadores, Calvino foi quem mais

amplamente compreendeu a abrangência das implicações do evangelho, nas diversas facetas da vida humana, entendendo que "o evangelho não é uma doutrina de língua, senão de vida. Não pode assimilar-se somente por meio da razão e da memória, senão que chega a compreenderse de forma total quando ele possui toda a alma, e penetra no mais íntimo recesso do coração". Por isso, ele exerceu poderosa influência sobre a Europa e Estados Unidos. Schaff chega dizer que Calvino "de certo modo, pode ser considerado o pai da Nova Inglaterra e da república americana.". Rev. Hermisten Maia Pereira da Costa integra a Equipe de Pastores da IP em São Bernardo do Campo (SP) e é professor de Teologia Sistemática no Seminário Presbiteriano Rev. José Manoel da Conceição.


Brasil Presbiteriano

Janeiro de 2009

Responsabilidade Pastoral

Hora de despertar! Valdeci da Silva Santos

A

importância do trabalho missionário é amplamente confessada pela maioria dos pastores de formação evangélica. Pregar o evangelho a todas as nações é considerado uma das principais atividades da igreja de Cristo sobre a terra. Contudo, a prática ministerial de alguns parece refletir a convicção de Juan Carlos Ortiz de que pastores não geram ovelhas, apenas as alimenta; ovelha é quem gera ovelha. Segundo Ortiz: . . . o arquiteto não constrói os prédios que projeta; ele faz os cálculos e planos, e outros os constroem . . . os pastores podem treinar novos pastores. As ovelhas geram outras ovelhas; e, por que não poderiam elas mesmas alimentar com leite os seus cordeirinhos? Este é o processo natural e, também o segredo da multiplicação (ORTIZ 1980, p. 104). De acordo com esta perspectiva, o envolvimento no trabalho missionário é uma responsabilidade que se limita aos membros da igreja local. Todavia, aqueles que pensam que o envolvimento missionário é responsabilidade apenas das ovelhas nunca devem se esquecer de que eles também são ovelhas do Supremo Pastor. Uma vez que a igreja local é orientada, discipulada e motivada por sua liderança, especialmente pelo pastor, a falta de comprometimento dos líderes com o despertamento missionário de suas comunidades resulta em sérios prejuízos para a seara do Mestre. Quando os pastores negligenciam a responsabilidade de motivar suas igrejas em prol da obra missionária esta tarefa é relegada às agências missionárias. Embora essas agências se esforcem por realizar um trabalho a contento, o fato é que elas

não o conseguem, pois sempre estão muito distantes das igrejas locais e sua contribuição mais valiosa é facilitar o ingresso do missionário no campo. A motivação missionária, a formação, o pastoreio dos obreiros e o sustento dos mesmos estão intimamente conectados à igreja local. O fato é que há uma geração de missionários retornando do campo por ter atingido a idade da aposentadoria e os candidatos a substituí-los são poucos, alguns despreparados e outros sem as devidas condições financeiras, pois "missões" não faz parte dos temas freqüentemente abordados nos púlpitos das igrejas locais.

A responsabilidade de pregar o evangelho pertence a todos os servos de Jesus Outro problema com a negligência dos pastores em motivar suas igrejas para a obra missionária está relacionado ao que ocorre com a própria vizinhança dessas igrejas. Normalmente aqueles que não são desafiados ao envolvimento missionário não conseguem alcançar os que moram ao seu redor. A freqüência dessas igrejas, no geral, consiste de membros que moram em áreas mais afastadas, que dependem de veículos para sua locomoção ao templo e não daqueles que moram na vizinhança e poderiam vir a pé. Além de resultar em um acúmulo de veículos no estacionamento da igreja, este quadro revela que algumas comunidades não possuem olhos nem para os que estão ao seu lado! Além do mais, essa atitude alimenta a convicção de que missões só podem ser realizadas por aqueles que cruzam os oceanos e nunca por aqueles que se dispõem a cruzar a rua para falar de Cristo para o próximo. Pior

ainda, o descaso da liderança eclesiástica com a prática missionária transmite a mensagem de que esta atividade é secundária, que só deve ser lembrada uma vez por ano e que somente algumas pessoas "anormais" se interessam por ela. O fato é que o envolvimento de um pastor com a atividade missionária da igreja depende de sua teologia sobre Deus e de sua perspectiva sobre o ser humano. Além do mais, o entendimento dessas áreas está sujeito ao conhecimento bíblico que esse pastor possui. Por exemplo, a revelação bíblica sobre Deus é que ele é absolutamente soberano, sábio e comprometido com sua criação. A mensagem missionária teve sua iniciativa no próprio Deus que amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho (Jo 3.16). Dessa forma, qualquer pastor que tem sua prática ministerial fundamentada na revelação bíblica de Deus invariavelmente será comprometido com o mundo de Deus, sua obra redentora e sua mensagem salvadora. De certa forma, toda negligência à atividade missionária pode estar vinculada a uma teologia errônea. O comprometimento com a atividade missionária da igreja ainda depende da compreensão que a pessoa tem sobre o ser humano. O ensino bíblico nesse caso é que o homem é um pecador, destituído da glória de Deus, condenado à perdição eterna se não se arrepender dos seus pecados e se não crer em Cristo como o único Salvador. Paulo, em seu ministério apostólico, afirmava esforçar-se para anunciar o evangelho a fim de que as pessoas se convertessem das coisas vãs e se voltassem para o Deus vivo (At 14.15). O homem sem Deus é considerado filho da ira e está sem esperança de Deus no mundo (Ef 2.12). Somente a mensagem do evan-

gelho é poderosa para transformar "filhos da ira" em "filhos de Deus". Logo, qualquer pastor que tiver uma perspectiva correta sobre a humanidade estará comprometido com o anúncio do evangelho e a prática missionária da igreja cristã. O que um pastor poderia fazer para se envolver com missões? Primeiramente ele poderia manter uma agenda sistemática de intercessão pela obra missionária. Há várias informações sobre povos não-alcançados, sobre campos missionários e, especialmente, sobre o contexto no qual o próprio Deus o colocou como pastor. Assim, o vínculo criado pela intercessão logo será transmitido em suas conversas, sermões e atitudes em geral. Depois, ele pode manter o compromisso de pregar periodicamente sobre o assunto. A Bíblia está repleta de subsídios a esse respeito. Há textos que indicam a importância da prática missionária, outros desafiam a um maior envolvi-

Somente a mensagem do evangelho é poderosa para transformar "filhos da ira" em "filhos de Deus" mento e ainda outros descrevem as bênçãos advindas desse comprometimento. Quando a igreja ouve o seu pastor pregando periodicamente sobre um assunto ela se convence de que o mesmo é importante! Em terceiro lugar, o pastor ainda pode convidar missionários para compartilhar suas experiências do campo com a igreja local. Há muitos pastores que temem fazer isto com receio de que os missionários abusem de oportunidades como estas para pedir dinheiro. Quando o pastor é escrupuloso com questões financeiras ele sempre teme que o seu rebanho seja

explorado nesta área. Todavia, por mais que tal cuidado seja louvável, o mesmo não deve ser um empecilho à exposição do rebanho às experiências maravilhosas do cuidado e graça de Deus com os seus servos missionários. Nesse sentido, há ainda a possibilidade de motivar algumas famílias da igreja a convidar missionários para almoços e jantares. Alguns pais ficariam admirados em observar o quanto seus filhos podem aprender com esses encontros. Finalmente, tanto o pastor quanto o restante da liderança de uma igreja local poderiam se oferecer para experiências pessoais em campos missionários. Hoje em dia há várias oportunidades de viagens missionárias de curta-temporada, de auxílios prestados a igrejas no interior, de viagens evangelísticas em determinadas regiões do país. O propósito dessas experiências é expor seus participantes a uma realidade que eles só conhecem por meio de relatos verbais ou escritos. Embora o tempo seja curto em algumas dessas viagens, nunca se deve desprezar o dia de pequenos começos. Vários pais poderiam se alegrar no Senhor com os resultados espirituais de terem doado suas férias para missões! Enfim, motivar a igreja local para o envolvimento missionário é parte essencial da tarefa dos pastores e líderes, pois eles também são ovelhas do Bom Pastor. A responsabilidade de pregar o evangelho pertence a todos os servos de Jesus, pois somente assim é possível interpretar que o consolo e companhia que ele prometeu até a consumação dos séculos diz respeito a cada um desses servos (Mt 28.18-20). Aqueles que desejam o consolo devem abraçar a responsabilidade! O Rev. Valdeci da Silva Santos é pastor presbiteriano e Coordenador do D. Min./RTS/CPAJ


Brasil Presbiteriano Finanças

Janeiro de 2009

Organizadores preparam atividades para 2009

Sínodos de SP unidos em Workshop Clodoaldo Furlan

A

Tesouraria do Supre-mo Concílio da IPB e os Sínodos do interior do Estado de São Paulo (Bauru, Campinas, Mogiana, Oeste de São Paulo, Sorocaba e

Sudoeste Paulista) promoveram o Workshop para Tesoureiros na cidade de Bauru, nos dias 21 e 22 de novembro. O evento contou a direção do Pb. Renato Piragibe, Tesoureiro do SC-IPB. Estiveram presentes mais de 120 pesFotos: Divulgação

soas, sendo deste total de presentes 64 tesoureiros. Todos os Sínodos se fizeram representar. O Sínodo de Bauru, através do seu Presidente Rev. Leonardo Santana de Oliveira, e a 1ª. Igreja Presbiteriana de Bauru, apoiaram e participaram amplamente do Workshop. No sábado de manhã (22/11) a devocional foi realizada pelo Presidente do Supremo Concílio, Rev. Roberto Brasileiro da Silva. Também foram preletores: Pb. Renato Piragibe, Pb. André Luiz da Rocha de Souza e Pb.

José Alfredo – Presidente da Junta Patrimonial Econômica e Financeira (JPEF). No sábado de manhã, após o término da devocional, a Tesouraria do SC-IPB realizou a despedida da funcionária Elaine de Oliveira Stauffer da Silva que deixaria o quadro de funcionários da Tesouraria no dia 30 de novembro de 2008. O Rev. Roberto Brasileiro orou pela vida da irmã, agradecendo a Deus por todo o trabalho que ela realizou nos sete anos que gerenciou o escritório da Tesouraria em Cachoeiro

do Itapemirim. Os Presidentes dos Sínodos do Estado de São Paulo agradecem a Tesouraria do SC, na pessoa do Pb. Renato Piragibe; e a toda equipe da Tesouraria pela organização e realização do Workshop. Agradecem também, na pessoa do Rev. Roberto Brasileiro, todos os preletores que participaram deste importante evento. Os frutos do trabalho foram muitos e de grande relevância para a Igreja Presbiteriana do Brasil no Estado de São Paulo.

Workshops realizados em 2008 11 e 12/07 - Catedral Presbiteriana do Rio - Rio de Janeiro 15 e 16/08 - Câmara Municipal de Jacundá - Pará 26 e 27/09 - 1ª Igreja Presbiteriana de Vitória - Espírito Santo 10 e 11/10 - CTE - Fortaleza - Ceará 14 e 15/11 - IP Ebenézer - São Paulo 21 e 22/11 - Hotel Obeid Plaza - Bauru - São Paulo

Workshops previstos para 2009 27 e 28/03 - Cachoeiro de Itapemirim (ES) - Região sul do ES e norte do RJ Abril - Belém (PA) - Região Norte do Pará 22 e 23/05 - Aracaju - Região de Alagoas e Sergipe Junho - Curitiba - Região do Paraná Julho - Volta Redonda - Região sínodo Oeste Fluminense e Serrano Fluminense Mais de 120 pessoas estiveram presentes no evento realizado na IP de Bauru

Agosto - Recife - Regiãoz de Pernambuco


Brasil Presbiteriano

Janeiro de 2009

Resultado

Exame Nacional de Avaliação dos Seminários da IPB/2008

O cuidado da IPB com o ensino teológico

S

aiu o resultado do Exame Nacional de Avaliação dos Seminários da IPB/2008, o “provão”, como ficou conhecido. Em primeiro lugar, na classificação geral dos seminários, está o Seminário Teológico do Nordeste. Em segundo, o Seminário Presbiteriano do Sul; e em terceiro o Seminário Teológico Presbiteriano Rev. José Manuel da Conceição. As provas foram aplicadas no dia 22 de Outubro de 2008, em todos os Seminários da IPB. As avaliações constaram de cinquenta questões de múltipla escolha, divididas em sete áreas: Teologia Sistemática, Teologia Pastoral, Teologia Exegética (Bíblica), História da Igreja, Filosofia, Língua Portuguesa, Constituição, Ordem e Governo da IPB. Participaram dos exames 128 alunos. De acordo com o presidente da Junta de Educação Teológica da Igreja Presbiteriana do Brasil (JET), Solano Portela, o objetivo do “provão” é avaliar a qualidade de ensino dos seminários da IPB. “Mas sabemos que o exame não é a palavra final na aferição dos nossos seminaristas. Há outros pontos como comunhão e vida espiritual que contribuem para o desenvolvimento e treinamento pessoal de cada um em seu ministério pastoral”, ressalva ele. Ele acredita, no entanto, que por meio do “provão”

é possível identificar e tratar áreas de deficiência. “Esperamos que, com base nos resultados apresentados, os seminários busquem uma melhoria e invistam nos pontos em que apresentaram menores índices de desempenho”, recomenda Portela. Provão 2009 – Para este ano, Portela anuncia algumas modificações no exame, entre elas o aumento no número de questões. “Em vez de cinqüenta serão cem”, afirma ele. Além disso, as provas serão elaboradas por uma equipe de professores formada por representantes de todos os seminários presbiterianos. “É importante que os seminaristas encarem o ‘provão’ com responsabilidade, afinal de contas, de certa forma, é a credibilidade da instituição em que eles estudam que está em jogo”, recomenda Portela. O Pb. Eli Medeiros, relator da Comissão do Provão, conclama os seminários para que os resultados sejam utilizados para o aperfeiçoamento da formação dos futuros pastores da IPB. “É a qualidade dos pastores que almejamos para uma melhor nutrição espiritual das igrejas. Os concluintes devem se conscientizar que a realização de um bom curso e busca de responder da melhor maneira possível ao “provão” é uma grande evidência do compromisso com o Reino que se espera dos futuros pastores da denominação”, recomenda ele.

DESTAQUES DA PONTUAÇÃO DOS SEMINÁRIOS Seminário Teológico do Nordeste - 1º lugar na média geral. - Acima da média em Teologia Sistemática, Teologia Pastoral, História da Igreja, Filosofia e Constituição e Ordem da IPB. Seminário Presbiteriano do Sul - 2º lugar na média geral - 1º lugar em Teologia Exegética e Bíblica e História da Igreja. Seminário Teológico Presbiteriano Rev. José Manuel da Conceição - 3º lugar na média geral. - 1º lugar em Teologia Pastoral. Seminário Teológico Presbiteriano Rev. Ashbel Green Simonton - 1º lugar em Constituição e Ordem da IPB.

Seminário Presbiteriano Brasil Central - Acima da média em Teologia Pastoral, Teologia Exegética e Bíblica, Filosofia e Constituição e Ordem da IPB Seminário Teológico Presbiteriano Rev. Denoel Nicodemus Eller - Acima da média em Teologia Pastoral, Filosofia e Constituição e Ordem da IPB. Seminário Presbiteriano do Norte - Acima da média em Teologia Pastoral, Teologia Exegética e Bíblica, Filosofia e Constituição e Ordem da IPB. Seminário Presbiteriano de Brasília - Acima da média em Teologia Sistemática , Teologia Pastoral, Teologia Exegética e Bíblica e Constituição e Ordem da IPB

COMPARAÇÕES HISTÓRICAS COLOCAÇÃO GERAL DOS SEMINÁRIOS - 2002 A 2008 2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

SPAS

55.6

SPAS

52.3

SPAS

55.8

STNe

61

STNe

69.1

JMC

61

STNe

63,75

JMC

55

JMC

50.6

SDNE

54.5

SPAS

57.6

JMC

61.3

SDNE

60

SPS

62,57

SPS

55

SPS

50.0

STNe

50.7

JMC

56.6

SPAS

60.9

SPS

58

JMC

61,56

STNe

54

SDNE

49.5

SPS

49.8

SDNE

50.9

SDNE

57.1

SPAS

57

SPAS

59,64

SPBC

54

STNe

48.9

JMC

49.7

SPB

50.2

SPB

55.6

STNe

56

SPBC

55,68

SDNE

50

SPBC

46.5

SPB

47.9

SPBC

49.3

SPN

55.4

SPB

49

SDNE

54,76

SPB

48

SPB

44.5

SPBC

47.3

SPN

48.3

SPS

55.4

SPBC

46

SPN

54,67

SPN

45

SPN

40.3

SPN

46.9

SPS

47.4

SPBC

55.1

SPN

46

SPB

53,25

OS PRIMEIROS COLOCADOS 1º lugar

2º lugar

Alexandre de Jesus dos Prazeres Robson Grey Gomes da Silva

Anderson Rodrigues Batalha Carlos Sócrates de Siqueira Cláudio Daniel Gallo Dyemmes Procópio de Carvalho Fábio Barreto Cunha José Luiz Martins Carvalho Wendel da Silva Ribeiro


Brasil Presbiteriano UMP

Janeiro de 2009

Jovens da região sul do país se unem em gratidão ao Senhor

Sul realiza Encontro Regional de Mocidades Fotos: divulgação

Quelita da Silva

O

Encontro Regional de Mocidades – Sul, realizado nos dias 15 e 16 de novembro, na cidade de Itapema, Santa Catarina, foi um marco na vida da mocidade sulista. Motivados pelo tema do encontro, "Identidade e Compromisso com Cristo: Afinal quem sou?", e pela mensagem levada pelo Rev. Ageu Magalhães, diretor do Seminário JMC (São Paulo), os jovens refletiram sobre o papel deles como presbiterianos e o compromisso que cada um deve ter com a IPB. No total, quarenta jovens participaram integralmente do encontro e outros trinta circularam em algum momento do evento, vindos de vários estados. Do Paraná estiveram representadas a IP Prudentópolis, IP Tingüi (Curitiba), IP Tarumã (Curitiba), IP Capão da Imbúia (Curitiba), IP Boa Vista (Curitiba), IP Vila Americana (Curitiba). Além disso estavam lá representantes da IP de Sapiranga (RS) e irmãos do Rio de Janeiro e de Juiz de Fora (MG). Finalmente, do estado anfitrião tivemos a companhia de irmãos de São Francisco do Sul, Itapema, 1ª IP e 2ª IP de

Foto oficial do Encontro Regional de Mocidades - Sul 2008

Itajaí, e IP Luz do Vale (Camboriú). Três grupos dirigiram os momentos de cânticos espirituais, membros das UMPs das cidades de Itapema, Itajaí e Camboriú. O ERSul 2008 ainda contou com a participação do Conjunto Maranata, formado por jovens (casados e solteiros) da Igreja de Itapema, onde existe a União Presbiteriana de Casais Jovens (UPCJ). Foram realizados dois grupos de estudo, com os temas Música e Relacionamentos. Sobre o primeiro assunto, palestrou Leiliane, Secretária de Música da CNM; e sobre Relacionamentos, ministrou o Rev. Maick Ferrarezi, pastor da IP Vila Americana, em Curitiba. Este também dirigiu uma devocional durante a "Noite com as Estrelas", momento em que o grupo se reuniu à beira da praia de Itapema para louvar a Deus. Quem participou desfrutou de dias muito abençoados! E quem não pode participar deste, fica o convite para o ERSul 2009, previsto para acontecer em maio, no estado do Paraná.

Maulem (Sec. Presbiterial Federação UMP Tarumã); Quelita (Vice Sul/CNM); Vivian e Davi (família Rev. Ageu); Rev. Ageu Magalhães (Palestrante); Leiliane (Sec. Música/ CNM); Pb. Alexandre (Sec. Geral da Mocidade); Rev. Josiel (Pastor da IP Itapema).

Quelita da Silva é vice-presidente Sul da Confederação Nacional de Mocidades/IPB


Brasil Presbiteriano

Janeiro de 2009 Solidariedade

Brasil Presbiteriano

Cidades afligidas pelas chuvas recebem cuidado especial da IPB

Provação e caridade cristã

A

calamidade que se abateu sobre Santa Catarina no final do ano passado por causa do imenso volume de chuvas é, sem dúvida, uma das maiores catástrofes naturais já ocorridas em nosso país. Desde Florianópolis até Joinville, incluindo cidades menores como Brusque, Luís Alves e Gaspar, milhares de pessoas sentiram as privações deste grande flagelo. Mas, apesar do caos que se abateu sobre a região, o que se vê por lá, atualmente, é um imenso esforço para reconstruir o que foi destruído pela chuva. Neste aspecto, os irmãos das cidades do sul têm experimentado de forma tremenda a caridade cristã. Diante das dificuldades retratadas na região, milhares de pessoas, em todo o Brasil, se mobilizaram no intuito de ajudar na recuperação das cidades sulistas. As igrejas presbiterianas do Brasil também se uniram, numa grande força-tarefa, para colaborarem com as cidades atingidas. Em São Paulo, o Rev. Gecy Soares de Macedo, da IP de Jabaquara, foi um dos mobilizadores das arrecadações de doações para Santa Catarina. Com a parceria do presbitério Sudeste Paulistano, Macedo conta que foram enviados emails convocando todas as igrejas paulistas a participarem do movimento. O resultado: mais de 30 mil quilos de doações, entre alimentos,

roupas e objetos de higiene pessoal. “Quando iniciamos a campanha, imaginávamos que conseguiríamos encher um caminhão pequeno, mas, para a nossa surpresa, mandamos duas grandes carretas para os irmãos de lá”, comemora o pastor. Em conversa, por telefone, com o Rev. Jair de Almeida Jr, ele garantiu que os irmãos presbiterianos da região estão muito gratos com todas as demonstrações de amor manifestadas pelos irmãos de todo país. “Somos gratos a Deus pelo apoio que estamos recebendo”, afirmou. O Rev. Joel, da IP de Blumenau, também manifestou sua gratidão. A igreja de lá recebeu tantas ofertas que a capacidade de armazenamento chegou ao limite. “Estamos repartindo com os demais cidadãos catarinenses”, informou. A Secretaria Executiva do Supremo Concílio e o Conselho de Ação Social da IPB continuam mobilizados e articulados com as lideranças locais, visando à efetivação de ações concretas que possam aliviar o sofrimento dos irmãos do Estado de Santa Catarina. “As ações também deverão ser estendidas aos irmãos do norte do Rio de Janeiro, Minas Gerais e do Estado do Espírito Santo, que também passam por situação semelhante”, avisa o presidente do Supremo Concílio da IPB, Roberto Brasileiro.

Operação Barnabé

E

m Blumenau, segundo relatório enviado pelo Rev. Joel, da IP da cidade, foram definidas estratégias de auxílio às vítimas da catástrofe. O conjunto de ações foi batizado de “Operação Barnabé”. Entre as estratégias definidas está a criação do Fundo Solidário Barnabé, cujos recursos serão utilizados para atender às necessidades dos abrigos próximos da Igreja: Escola Júlia Lopes, Colégio Vidal Ramos e Almirante Tamandaré. “O fundo também servirá de auxílio para as necessidades prementes de alguns atingidos pelas catástrofes, tais como: aluguel de imóveis, compra de móveis”, explicou Joel. Ele esclarece, ainda que a igreja disponibilizará uma verba mensal para auxílio aos membros mais afetados. “Inclusive com recursos oriundos da arrecadação normal da Igreja”, reitera. Joel afirma que as necessidades serão atendidas a

partir do conhecimento das necessidades pelos presbíteros e diáconos. A Operação Barnabé ainda prevê a verificação das necessidades dos abrigos mais próximos e das pessoas em situação crítica. Além dessas, o esforço em prol da reconstrução ainda consta de ações imediatas como orações e captação de recursos “Estamos nos disponibilizando para ajudar no que for preciso. Confiamos que Deus usará a IP Blumenau para auxiliar e minimizar o sofrimento de muitos atingidos”, garante o pastor. O Conselho disponibilizou a conta corrente da Igreja para as doações: Banco Itaú, Agência 0132 C/C 37832-4.

Janeiro de 2009 Folhapress

10

“Mais bem-aventurado é dar que receber” Jair de Almeida Júnior

I

SOS - Santa Catarina Rev. Roberto Brasileiro Silva, Presidente do Supremo Concílio da IPB, juntamente com o Secretário Executivo, Rev. Ludgero Bonilha Morais, reuniram-se com o Rev. Oswaldo Hack, representante dos presbiterianos no estado de Santa Catarina, e juntos fazem um apelo a toda Igreja Presbiteriana do Brasil para que venham em socorro dos irmãos presbiterianos neste momento de calamidade pelo qual estão passando. O Rev. Marco Serjo presidente do Conselho de Ação Social da IPB está responsável em arrecadar todo e qualquer recurso financeiro e enviar aos irmãos presbiterianos em Santa Catarina. Colabore você também! Igreja Presbiteriana Itajaí Banco do Brasil Ag: 0305-0

RJ, ES e MG também são atingidos por fortes chuvas

O

rev. Gilson da Silva de Jesus, pastor da Primeira IP de Ururaí, Campos dos Goytacazes (RJ), informou que após um período de chuvas abundantes e intensas, a situação dos moradores da cidade de Campos também está complicada. O pastor relatou que 15 famílias da igreja ficaram fora de suas casas e foram abrigadas em escolas públicas, casas de parentes e amigos. Alimentos não perecíveis, roupas pessoais e de cama, mesa, banho, material de higiene pessoal podem ser enviados para região. Para saber mais detalhes entre em contato com o rev. Gilson pelo telefone (22) 9826-2509. No Espírito Santo também houve intensas chuvas durante o mês de novembro e dezembro. Muitas famílias ficaram desabrigadas em cidades como Vila Velha, Ibitirama e Cachoeiro de Itapemirim. Em Minas Gerais, o número de municípios que decretaram estado de emergência, até o fechamento desta edição, era de 43. Em todo o estado mineiro, 81 municípios haviam sido afetados pelas chuvas e cerca de 28 mil pessoas estavam desabrigadas ou desalojadas no Estado.

11

tajaí significa “rio que corre sobre as pedras”. Bem que poderia ser chamado de “Ocajaí”, o rio que corre sobre as casas. A enchente que atingiu o município no final de novembro impôs severos danos a muitas famílias, alguns deles, irreversíveis. Cerca de noventa por cento da cidade foi inundado. Localizada na foz do rio Itajaí-Açu, no qual deságua o ItajaíMirim, recolhe as águas que escoem de todo Vale do Itajaí. Embora a cidade tenha um histórico que comprove a possibilidade da tragédia, as grandes inundações que assolaram a região em 1983 e 1984, tornaram-se apenas História e histórias, estas, nas lembranças que eram trazidas à tona quando as chuvas, em algum momento, se intensificavam. Devido a isso, a cidade não apenas foi pega de surpresa, mas, também, totalmente despreparada. Não havia botes de prontidão para socorrer os bairros lindeiros aos rios. Inexistiam estoques de alimentos não perecíveis para serem utilizados em caso de calamidade pública. Por ocasião da enchente, aproximadamente cinqüenta mil pessoas ficaram desabrigadas ou desalojadas. A energia foi cortada, bem como o abastecimento de água. É irônico necessitar de água vivendo, literalmente, no meio dela. O medo da necessidade, mais do que a carestia real, somado ao oportunismo “gersiano” de levar vantagem em tudo, levou grande número de pessoas a saquear estabelecimentos que comercializavam alimentos e bens de consumo em geral. Alguns entrevistados durante o saque a um grande atacadista da cidade, justificaram o ato afirmando que “precisavam pensar na festa de final de ano”. A enchente mal havia completado dois dias e já estavam invadindo e roubando farmácias! Contudo, em meio a tanta tragédia

física e espiritual, observa-se e experimenta-se grande medida de compaixão e solidariedade. Dentre a população, aqueles que tinham pavimentos superiores em suas residências, recebiam vizinhos das casas térreas, alojando quem podiam. Pelo menos quinze famílias de membros da Primeira e da Segunda I.P. de Itajaí foram drasticamente atingidas. Passada a inundação, quando o sistema de telefonia e a energia voltaram, de todo Brasil chegaram telefonemas e e-mail’s das igrejas, crentes que, por estarem ligados como membros do mesmo Corpo, sentiam nossas dores a centenas e milhares de quilômetros. Já em oração, se ofereceram a ajudar. Passamos a receber doações financeiras através de depósito bancário, mesmo do exterior. Em seguida, começaram a chegar caminhões e até carretas, repletas de alimentos, material de higiene pessoal e limpeza, e artigos de cama, mesa e banho. A IPB nacional também se mobilizou, enviando para cá um membro do CAS (Conselho de Ação Social) para ver, de perto, os estragos da enchente. Atualmente, além da distribuição dos víveres, que, de tão abundantes, são distribuídos não apenas aos crentes, estamos trabalhando para mobiliar casas que tiveram seus móveis destruídos pela enchente, e reconstruindo quatro casas, cujas propostas de reconstrução podem ser vistas no site de nossa igreja (www.primeiraipbitajai.com.br). Desde o início, a Primeira e a Segunda I.P. de Itajaí têm trabalhado juntas, tanto na arrecadação, quanto na aplicação dos recursos e distribuição de alimentos. Louvamos a Deus, porque em meio à tristeza, os irmãos têm sido alívio e refrigério. Que o Senhor lhes retribua por Sua Graça. Rev. Jair de Almeida Júnior Pastor da 1ª I.P. de Itajaí Rev. Jair de Almeida Júnior é Pastor da 1ª I.P. de Itajaí


12

Brasil Presbiteriano

Janeiro de 2009

Notas CULTURA A SERVIÇO DO REINO

Um espetáculo musical, baseada na parábola do filho pródigo, lotou o Teatro Municipal de Marília, em São Paulo, no dia 20 de setembro. Adaptada pelo Rev. Augusto Pinheiro e sua esposa, Bianca Lemos, a peça, chamada “O Retorno”, foi apresentada pelos jovens e adolescentes da 2ª Igreja Presbiteriana da cidade, da qual ele é o pastor. A peça já havia sido apresentada na própria igreja no final do ano passado. A idéia de levar o trabalho para o teatro municipal partiu de alguns convidados dos membros da igreja, que se surpreenderam com o trabalho. O ingresso, um quilo de alimento não perecível, resultou na arrecadação de meia tonelada de alimentos, doados às instituições e vítimas da tragédia de Santa Catarina. COMEMORAÇÃO

A UPH da IP de Manhumirim, Minas Gerais, comemorou, no dia 16 de novembro de 2008, o seu 47º aniversário. Na ocasião foram homenageados seis sócios da UPH com título de Sócio Emérito: Pb. Silas Ferreira de Souza, José de Oliveira Louback, Rev. Sergio Pereira Tavares, Pb. Adel Bussinger, Pb. Dário da Silveira Dias e Jaime Pereira Ramos e Pb. Enéas de Sá Tavares.

UM PEQUENO NATAL NOTA DE FALECIMENTO

O mês de dezembro foi de muita festa na IP da Tijuca, no Rio de Janeiro. As comemorações que pontuaram a chegada do Natal através de eventos especiais realizados a cada domingo, foram o diferencial do último mês do ano de 2008. Um dos eventos foi a apresentação da cantata "Um Pequeno Natal”.

Fotos: Divulgação

A cantata deu asas à imaginação dos que a assistiram ao espetáculo, ao narrar, por meio das canções, como aranhas, abelhas, joaninhas, pulgas e pirilampos aprenderam sobre o verdadeiro sentido do Natal. Dessa forma, a mensagem que o grupo deixou para a platéia foi a de que Deus se importa e ama as pequenas criaturas tanto quanto ama todas as demais que fazem parte de sua Criação. CARREATA, EM VOLTA REDONDA, INCENTIVA A LEITURA DA BÍBLIA

A IP de Volta Redonda, Rio de Janeiro, localizada na Rua Carlos Chagas, nº 340, bairro São Lucas, promoveu, no último dia 14 de dezembro, uma carreata em comemoração ao Dia da Bíblia. A igreja se encontrou às 8h30min e saiu com os automóveis e com um carro de som, instruindo as pessoas a lerem a bíblia e convidando-as para os cultos, e fez paradas em duas praças distribuindo folhetos e cantando louvores.

Com quase 88 anos, o presbítero Abílio Coelho faleceu na cidade de São Paulo no dia 26 de agosto de 2008. No dia seguinte, após um tocante culto de despedida na Igreja Presbiteriana de Vila Mariana, seu corpo foi sepultado no Cemitério dos Protestantes, junto ao da esposa Ita Edi Ribeiro Coelho, falecida em 2005. Abílio nasceu no município de Carmo do Paranaíba, oeste de Minas Gerais, no dia 19 de outubro de 1920. Conheceu o evangelho com cerca de dez anos, quando seu pai, Américo Moreira Coelho (1887-1986), se converteu através da leitura Abílio Coelho e sua da Bíblia. Aos esposa Ita Edi Ribeiro 21 anos, sendo membro da Igreja Presbiteriana de Patos de Minas, sentiuse chamado para pregar o evangelho e fez sua primeira viagem missionária no interior do seu estado. Durante 16 dias, percorreu 420 km e dirigiu 42 cultos. Desde então, sempre se dedicou a missões, tanto na vida particular como no trabalho da Igreja Presbiteriana do Brasil. Nas décadas de 1960 a 1990, o presbítero Abílio exerceu cargos de grande relevância na Igreja Presbiteriana do Brasil. Entre eles, merecem destaque os seguintes: presidente da Junta Patrimonial, Econômica e Financeira; presidente de Junta de Missões Nacionais e presidente da Comissão Presbiteriana de Evangelização. Deixou esposa, dona Ita Edi Ribeiro; cinco filhos (Ana Maria, Ita Valmeri, Ângela Maria, Ialda Edi e Abílio), doze netos e dois bisnetos, aos quais legou a chama do amor à igreja de Cristo e à causa do evangelho.


Brasil Presbiteriano Superação

Janeiro de 2009

13

Centro de Treinamento Missionário capacita pastores, evangelistas e missionários

Número de alunos no CTM, em 2008, é superior aos dos anos anteriores C

apacitar pastores, evangelistas, missionários e oficiais da IPB é o compromisso do Centro de Treinamento Missionário. Localizado em Patrocínio, Minas Gerais. Ele atua como importante ferramenta da igreja. Este ano o CTM contribuiu com a capacitação de 77 pessoas. “Este número é superior a todas as demais edições que realizamos”, garante o Rev. Jedeías Almeida Duarte, diretor-executivo do Plano Missionário Cooperativo. O CTM é um instituto de capacitação jurisdicionado à JET (Junta de Educação Teológica) e coordenado O CTM funciona no IBEL, em Patrocíno, MG pelo Rev. Roberto Brasileiro e outros em pequenas cida- sobre a necessidade de uma Silva. des, alunos com chamado vida de oração e leitura Desde 2002, a IPB como para o trabalho transcultural bíblica constante. denominação, investe 52% e outros com o chamado de suas receitas em evan- para capacitação da sua pró- COMPROMISSO gelização e missões e a pria Igreja”, explica o Rev. COM O TRABALHO cada ano cresce o número Jedeías. MISSIONÁRIO de alunos que procuram se São 120 horas/aulas de O CTM foi criado em envolver com este momen- Teologia Pastoral voltadas 1996 pela CE/SC da IPB, to especial. Com a credi- especificamente para os momento em que a denobilidade conquistada desde princípios Reformados que minação iniciou um novo então, o CTM encerrou suas direcionam a prática calvi- processo de revitalização atividades de 2008 já com nista na evangelização bus- e compromisso com o tra30 pedidos de reserva de cando a capacitação missio- balho missionário tanto no vagas para 2009. lógica de todos os alunos. Brasil quanto no Exterior. A realidade multi-acadêA estratégia misDesde 1997 o CTM já mica do CTM possibilita sionária é oferecida capacitou 573 alunos. A intercâmbio e crescimen- mediante estudos da maioria deles já está no to. Numa mesma sala se Antropologia Missionária, campo missionário da IPB assentam alunos com for- da Contextualização e da por meio dos órgãos mismação pré-teológica, pas- Fenomenologia de Religião. sionários: Junta de Missões tores, mestres e doutores. A prática devocional tam- Nacionais (JMN) Agência “Alunos com chamado para bém é aprimorada e os alu- Presbiteriana de Missões projetos em grandes cidades nos são levados a refletir Transculturais (APMT)

Divulgação

e Plano Missionário Cooperativo (PMC). O CTM funciona no IBEL, Patrocínio/MG, apesar de algumas edições terem acontecido no

IBN, Garanhuns/PE. Desde 2007 a Coordenação do CTM, além do Trabalho de Conclusão do Curso, tem requerido dos alunos leituras e resenhas de obras relevantes para a complementação das atividades em sala de aula. A premissa gerenciadora para a existência CTM é o treinamento ou discipulado do obreiro que foi vocacionado por Deus para o trabalho ministerial. Sendo esta a prerrogativa mais importante da sua formação, recrutamento, seleção e envio a um projeto missionário. “Qualquer processo de avaliação que não tenha o treinamento do obreiro como a prioridade número um é uma predisposição à secularização da própria vocação”, acredita Rev. Jedeías Almeida Duarte.

FALE COM A GENTE Tem uma notícia bacana referente aos trabalhos desenvolvidos por sua igreja, presbitério, sínodo e/ou ministério local? Mande para nós para que possamos publicá-la no jornal!

Por email, escreva para bp@cep.org.br Todas as contribuições são bem-vindas!


14

Brasil Presbiteriano

Janeiro de 2009

Doação

A CEP presenteou a Missão Caiuá com a coleção Comentários do Novo Testamento

Casa Editora Presbiteriana doa livros A

Missão Caiuá, com sede em DouradosMS, comemorou no mês de setembro, de 2008, oitenta anos de trabalho entre as tribos indígenas da região e de outras localidades do Estado do Mato Grosso do Sul. O trabalho da Missão Caiuá tem certificação e reconhecimento do poder público, com trabalho voltado para o índio em várias áreas, inclusive educacional e hospitalar. Para a preparação dos missionários presbiterianos que atuam nas aldeias, a Missão mantém um Instituto Bíblico. Visando a ampliação das obras teológicas que a biblioteca possui, a Casa Editora Presbiteriana doou, no final do ano passado, toda a coleção teológica da série Comentário do Novo Testamento. A CEP incluiu também a Missão Caiuá para

Novo templo

recebimento regular de sua publicações. A coleção foi recebida com muita alegria pelo Diretor da Missão Caiuá, Rev. Beijamin Bernardes; e pela responsável pelo instituto missionária Meire. A entregue foi feita pelo Pb. Clodoaldo Furlan (Presidente/SDP) e Rev. Alcir Gomes (Sec. Sinodal de Missão e Ev./SDP), por ocasião de visita da caravana do Sínodo Sudoeste Paulista (SDP). Também no mês de setembro foi organizada a Igreja Indígena Presbiteriana do Brasil, com a devida aprovação do SC-IPB, e pelo SC da Igreja Presbiteriana Independente do Brasil, igreja parceira com a IPB no trabalho e constituição da Missão Caiuá. Que o Senhor Deus continue a abençoar o profícuo trabalho missionário da Missão Caiuá.

Fotos: Divulgação

A sede da Missão Caiuá é em Dourados, Mato Grosso do Sul

A nova igreja foi inaugurada no agreste pernambucano

Nasce IP em Terezinha E

m parceria com a IP de Bom Conselho, a Junta de Missões Nacionais abriu mais um campo missionário. A cidade contemplada foi Terezinha, localizada no agreste meridional de Pernambuco. O novo templo foi inaugurado no dia 20 de setembro com um culto de dedicação, sob a direção do Rev. Alexander Oliveira

Paes, Pastor da igreja parceira; do Rev. Mariano Alves Júnior, representante da JMN; e do missionário Severino Vilar de Morais Filho, obreiro do campo. Na ocasião estiveram presentes o prefeito do município, Sr. Ezaú Gomes, bem como os pastores e líderes de todas as igrejas evangélicas da cidade. Foi com grande alegria

que os irmãos receberam o seu novo templo. Todos louvaram a Deus agradecendo-lhe por esta vitória alcançada. “A cidade de Terezinha agradece à JMN por ter investido nela. Na eternidade poderemos ver claramente o valor deste investimento”, conclui o Rev. Alexander Oliveira Paes, Pastor da IP de Bom Conselho.

Divulgação


Brasil Presbiteriano 150 anos

Janeiro de 2009

15

Santa Catarina e Rio Grande Sul celebram os 150 anos da IPB e reúnem centenas de irmãos para adorar a Deus

Sesquicentenário no Sul do país Fotos: Divulgação

Caroline Santana Pereira

N

o dia 18 de novembro de 2008 foi celebrado um culto de ações de graças a Deus no Teatro Municipal Álvaro de Carvalho, em Florianópolis (SC). Na ocasião foram comemorados os 150 anos da IPB e os vinte anos de presbiterianismo em Santa Catarina. Todo o Estado esteve representado por seus pastores e concílios. Os presidentes dos presbitérios do Oeste Catarinense, Integração Catarinense, Litoral Catarinense e Florianópolis participaram da liturgia do culto como gesto de gratidão a Deus. Um grande coral, composto por 70 vozes de das igrejas presbiterianas catarinenses e sob a regência de Mércia Mafra Ferreira, Alexandre Costa Leão e Cláudio Bristot, louvou a Deus com o hino "Bênção inefável", cântico oficial do Sesquicentenário. O rev. Roberto Brasileiro, mensageiro da noite, pregou sobre uma Igreja que precisa rogar sempre, baseado na passagem bíblica de Lucas 17: "Senhor, aumenta-nos a fé". Convidou todos os pastores presentes e suas esposas e orou por eles, conclamando-os a exercer um pastorado comprometido com o Reino de Deus. Na solenidade foi lançado o livro "Semeadura Presbiteriana no Sul

culto de adoração e ações de graças a Deus na Associação dos Engenheiros do Rio Grande do Sul. Além dos pastores de Porto Alegre e região, estiveram presentes também outros irmãos presbiterianos, frutos do trabalho evangelizador da IPB no Estado. A mensagem do rev. Roberto Brasileiro, cujo

crentes gaúchos que, a todo instante, mencionavam, maravilhados o tamanho do impacto que aquela concentração iria causar no presbiterianismo local. Creio que ultrapassamos 600 pessoas", relata. O culto proporcionou momentos de intensa comunhão entre os irmãos, através da participação de um

Apresentação do coral no culto realizado em Porto Alegre

Brasileiro", de autoria do rev. Osvaldo Henrique Hack. A obra contém toda a história do presbiterianismo nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, desde seus primórdios. O Teatro Municipal foi o local das primeiras conferências presbiteria-

nas de George Whitehill Chamberlain em 1888, e após 125 anos, pôde receber a família presbiteriana, para momentos de louvor, adoração e gratidão. Já em Porto Alegre, a festa pelos 150 anos da IPB foi celebrada no dia 23 de novembro, com um grande

Em Florianópolis, também houve comemoração pelos 20 anos de presbiterianismo na região

tema era "Uma Igreja abençoada que abençoa" foi baseada na passagem bíblica de Lucas 5. O pastor mostrou aos presentes o que pode e deve fazer a Igreja que tem recebido do Senhor dádivas tão preciosas. De acordo com o rev. Jáder, para os moldes do RS, o culto reuniu a maior concentração de presbiterianos já vista na região. "Preenchemos um espaçoso salão, emocionando os

coral, composto por membros das igrejas locais, e da realização de um almoço. Diversas caravanas deslocaram-se de diversos municípios para celebrar os 150 anos da IPB, muitas delas estampando camisas com a logomarca oficial do Sesquicentenário. O pioneiro do trabalho presbiteriano na região foi o rev. Antônio Elias (in memorian), falecido em dezembro de 2007.

Mais informações sobre os 150 anos da IPB no site www. ipb.org.br/sesquicentenario/home.php Rev. Roberto Brasileiro conclama Igreja a rogar por mais fé

Colaboraram os Revs. Oswaldo Hack e Jáder Borges


16

Brasil Presbiteriano

Janeiro de 2009

Consultório Bíblico

DEUS DE MISERICÓRDIA Odayr Olivetti

Na crise financeira, pago o aluguel ou o dízimo?

V

amos às considerações a cerca do assunto. Primeiro, o dízimo é um aspecto importante da mordomia cristã: eu, com tudo o que sou e tenho, pertenço a Deus, meu Criador e meu Redentor. Segundo, o dízimo é o método incipiente de contribuição. No Antigo Testamento havia muitas outras ofertas, algumas obrigatórias, outras voluntárias. No Novo Testamento, que não anula o Antigo (Mateus 5.17-20), a contribuição é avaliada e motivada pelo amor, sendo considerada, além de um ato de amor, uma graça. Recomendo a leitura de 2 Coríntios 8.1-9. Observe, neste texto, a pala-

vra "graça" nos versículos 1, 4, 6, 7 e 9. Quanto ao dízimo: (a) É prática bíblica; (b) É a décima parte dos produtos colhidos, ou dos bens recebidos, ou do dinheiro ganho; (c) O dízimo deve ser entregue à igreja. Não deve ser administrado pessoal ou particularmente. Há crentes que, tendo reservas, entregam o dízimo mesmo quando têm prejuízo. Jesus elogiou a viúva pobre que deu todo o dinheiro que tinha (Marcos 12.41-44). E em todas as circunstâncias devemos lembrar-nos da severa advertência de Jesus Cristo registrada em Marcos 8.34-38. Deus exige obediência às Suas leis, mas no impas-

Anuncio_SESQ_RODAPE.qxp:selo_tarja_Slogan_A4.qxp

9/2/08

se entre lei e misericórdia, a misericórdia prevalece (Oséias 6.6). Se o crente passar por real dificuldade financeira e não tiver reservas, não se aflija porque: (a) O dízimo é do que temos, não do que não temos; (b) Se houver gastos supérfluos que poderíamos cortar, cortemo-los para

não deixarmos de pagar os dízimos. (c) Se ficarmos no impasse: pagar o dízimo ou pagar alguma dívida, de aluguel ou outra coisa semelhante, e não temos reservas, paguemos a dívida ao próximo. Com relação a isso, Jesus condenou os fariseus porque diziam que o servo de Deus podia dei-

xar de cumprir seu dever de honrar (dar "honorários") a seus pais, se o dinheiro fosse dado ao templo (à igreja): Mateus 15.3-6. Deus condescende com Suas ovelhas e com Seus cordeiros, em particular com os que requerem maior cuidado, como se vê em Isaías 40.11 (NVI): "Como pastor ele cuida de seu rebanho, com o braço ajunta os cordeiros e os carrega no colo; conduz com cuidado as ovelhas que amamentam suas crias". O Rev. Odayr Olivetti é pastor presbiteriano, ex-professor de Teologia Sistemática do Seminário Presbiteriano de Campinas, escritor e tradutor. odayrolivetti@uol.com.br

2:47 PM

Page 1

Igreja Presbiteriana

150 anos evangelizando o Brasil No Brasil há muitas igrejas cristãs. Mas poucas têm um século e meio de história. A IPB tem. São cento e cinquenta anos educando, promovendo ações sociais, transformando vidas com a palavra de Deus. Igreja Presbiteriana. 150 anos evangelizando o Brasil. www.ipb.org.br/sesq


Brasil Presbiteriano

Janeiro de 2009

17

Entrevista Especial

Ensino do Criacionismo no Mackenzie e a controvérsia levantada pela mídia Presidente da Junta de Educação Teológica da Igreja Presbiteriana do Brasil se pronuncia a respeito do tema

A

mídia denunciou: o criacionismo está sendo ensinado em aulas de ciência. O jornalista Marcelo Leite, da Folha de São Paulo, abordou o Mackenzie a partir de uma aferição de livros do Sistema Mackenzie de Ensino (SME), que ensina o criacionismo. Ele entrevistou o Rev. Dr. Augustus Nicodemus Lopes (Chanceler da instituição), o Rev. Dr. Mauro Meister (assessor teológico-filosófico do programa), e o Pb. Dr. Cleverson Almeida (Diretor de Ensino e Desenvolvimento), responsável, entre outras coisas, pelos Colégios Presbiterianos Mackenzie (São Paulo, Tamboré e Brasília) e pelo SME. A Folha publicou o texto de Marcelo Leite no domingo 30.11.2008, retratando mais ou menos o que se passa, mas com a usual tendência de ridicularizar e distorcer quem não reza pela cartilha evolucionista. O artigo teve repercussão bem acima da média. Para se ter uma idéia, o blog dele (que publica os seus artigos na íntegra), geralmente tem

quatro a cinco comentários por artigo. Este artigo já ultrapassa os 150 comentários. A maioria, como se espera, fazendo coro no ataque ao criacionismo. Alguns comentários muito

vem despertando o interesse do restante da mídia e da própria Folha, que solicitou a Christiano Silva Neto para que escrevesse uma posição a favor do criacionismo, colocando outra

no caderno “Educação”, em 08.12.2008, uma reportagem sobre criacionismo nas escolas, dando a posição do Colégio

bons, em defesa do ensino; vários de pastores presbiterianos. Entre 01.12.2008 e 12.12.2008 a Folha de São Paulo não passou um dia sem que o assunto “criacionismo” freqüentasse a coluna de carta dos leitores (Painel do Leitor). Isso

posição contra, de um evolucionista da Universidade Federal da Bahia. Os dois artigos foram publicados no sábado 06.12.2008, gerando ainda mais cartas sobre o tema. O jornal O Estado de São Paulo fez igual abordagem e entrevista e publicou,

Batista de São Paulo, do Mackenzie e de Colégios Adventistas. Nessa reportagem ressaltam que as escolas católicas “não vêm nenhuma incompatibilidade com o evolucionismo”. Essas notícias têm sido igualmente debatidas em vários blogs, como no do

"Deus não freqüenta laboratório de ciência e pesquisador não é divindade"

Enézio de Almeida Filho (http://pos-darwinista. blogspot.com/), no http:// laudascriticas.wordpress. com/2008/12/07/ c r i a c i o n i s t a s evolucionistas/ , entre outros e, finalmente, de Reinaldo Azevedo: http://brasilacimadetudo. lpchat.com/index2. php?option=com_ c o n t e n t & d o _ pdf=1&id=5733. A Globo News esteve no Mackenzie no dia 10.12.2008, trazendo câmeras, repórteres, etc. Foram entrevistados os Drs. Mauro Meister e Augustus Nicodemus, bem como a Diretora do Colégio de São Paulo, e coordenadora do SME, Profa. Débora Muniz. O programa resultante dessas gravações será levado ao ar, possivelmente, em fevereiro de 2009. Em 13.12.2008, a Folha de São Paulo, na página C-4, publicou mais uma reportagem de página inteira. Nela, o Mackenzie é mencionado nominalmente, contrapondo a instituição ao Ministério da Educação. Em uma provocação, o Ministro da


18

Brasil Presbiteriano

Janeiro de 2009

Entrevista Especial Educação é citado por nome em uma das manchetes e textos. Fotos mostram a entrada e nome do Colégio Presbiteriano Mackenzie, o livro de Ciências, etc. Ainda que a manchete tente colocar o MEC e o Mackenzie em contraposição, não houve nenhum pronunciamento oficial do MEC, e o Mackenzie opera dentro da perfeita legalidade, como instituição confessional, de acordo com a Lei de Diretrizes e Bases, em seu artigo 20, que especifica a existência da escola confessional, assegurando assim a “pluralidade de visões” no cenário educacional brasileiro. Em 14.12.2008, o jornal O Estado de São Paulo publicou entrevista, em destaque, com a Dra. Roseli Fischmann, professora laureada da USP, ex-professora do Mackenzie, na pg. J3. Ela afirma que “Deus não freqüenta laboratório de ciência e pesquisador não é divindade”, por isso criacionismo não deveria ser ensinado nas aulas de ciências. A partir disso, o BP entrevistou o Pb. Solano Portela. Ex-Superintendente de Educação Básica do Instituto Presbiteriano Mackenzie, atual Diretor de Planejamento e Finanças da Instituição e presidente da Junta de Educação Teológica da Igreja Presbiteriana do Brasil, sobre o tema em debate. BRASIL PRESBITERIANO: Aulas de ciências e aulas de religião apon-

tam para o criacionismo, ou são apresentadas as duas teorias (criacionismo e evolucionismo), deixando que os alunos escolham qual delas lhes parece mais convincente? SOLANO PORTELA: É exatamente essa perspectiva ampla, de que existem

convívio, nas ações. Nas demais matérias, e não é só em Ciências, uma escola cristã deveria partir do pressuposto de que Deus existe. Essa é uma realidade básica que não deve ser sonegada aos alunos, pois partindo dela eles estão sendo realmente educados e não enga-

alternativas de pensamento, que se procura oferecer com o ensino do criacionismo. Há mais de um século que o evolucionismo tem sido apresentado de forma monolítica, não apenas como uma teoria, mas como fato comprovado. Sob o suposto manto de “ciência objetiva”, a academia tem impedido que se mostrem as alternativas interpretativas aos achados da Ciência. Na aula de religião, em uma escola cristã, ensina-se sobre Deus, sobre seus feitos, sobre as implicações de sua existência na vida pessoal, no caráter, no

nados em uma falsa realidade. Semelhantemente, a “escola secular” não é “neutra”. Ela parte, sim, do pressuposto naturalista de que Deus não existe, ou de que ele é irrelevante ao que está sendo ensinado. A partir disso ela constrói a sua cosmovisão, na qual o homem reina supremo e Deus é o grande ausente. O Deus confinado à aula de religião, não é o Deus da Bíblia, que interage com a criação. Isso não significa que se ensine religião, na aula de ciência. A ciência explora a natureza, atesta e é construída em cima de

regularidades físicas e químicas, chamadas de “leis”, de um universo harmônico que procede de Deus. Estudar ciência nesse contexto faz muita diferença positiva. Os alunos esperam regularidade, não se surpreendem ou se intrigam com ela. Aprendem, também, a

ria mais aceita no mundo científico e preparam seus alunos adequadamente para estarem versados sobre ela, ainda que com o qualificativo de que não confundam teoria com fatos. BP: Evolucionistas e criacionistas concordam em alguma coisa? No quê? SP: Concordam. Os evolucionistas examinam as diversas espécies de seres vivos, incluindo o homem, e discernem nelas algum paralelismo estrutural. Chegam à conclusão de que descendem, portanto de um ancestral comum. Os criacionistas verificam que existe, sim, paralelismo estrutural em grande parte da criação. Conjugam isso com a verdade bíblica da existência de um Criador – ou seja, em vez de um ancestral comum, temos um Criador comum, com “Dentro do criaum plano mestre, que criou cionismo existe as espécies. Há concordânuma diversidade de cia, portanto, na primeira opiniões sobre o parte da avaliação da natudesenvolvimento e reza. É importante ressaltar o tempo a partir da que dentro do criacionismo criação, mas o ponto existe uma diversidade de comum é a crença opiniões sobre o desenvolno Deus Criador” vimento e o tempo a partir da criação, mas o ponto separar os fenômenos que comum é a crença no Deus se podem repetir e verifi- Criador. cáveis em laboratório, das ilações filosóficas e mera- BP: Qual a orientação mente interpretativas rela- das escolas presbiterianas cionadas com a origem da com relação ao ensino do matéria, dos seres vivos e criacionismo e do evoluda própria humanidade. cionismo? Por último, as escolas SP: O criacionismo faz confessionais, ensinam, parte da cosmovisão crissim, o evolucionismo, com tã. A existência do Deus o qualificativo que é a teo- Criador é substanciada


Brasil Presbiteriano

Janeiro de 2009

19

Entrevista Especial na Palavra de Deus, faz parte dos documentos históricos doutrinários da Igreja Presbiteriana (seus “Símbolos de Fé”). Para serem coerentes, as escolas presbiterianas não deveriam se furtar ao ensino do criacionismo. Ao mesmo tempo, como já afirmamos, é necessário ensinar aos alunos o que diz a teoria da evolução, pois ela faz parte do sistema que nos cerca e no qual estamos inseridos. BP: Os evolucionistas defendem que o evolucionismo é derivado de uma teoria científica consagrada e amplamente comprovada em diversos setores da biologia e antropologia, que ele é um dos pilares das conquistas científicas modernas e que, por conta disto, deve ser ensinado nas escolas. Para eles o criacionismo não passa de uma hipótese, sem bases científicas que comprovem a sua teoria. O que o senhor tem a dizer sobre isso? SP: O evolucionismo está muito mais para filosofia, do que para ciência verdadeira. Achar que só essa idéia encontra abrigo legítimo em aula de ciência é um grande erro, especialmente nas últimas décadas, quando grandes descobertas da microbiologia apontam para falhas gritantes na teoria da evolução. Um grande número de cientistas tem abraçado a idéia do Intelligent Design (aportuguesado, no Brasil, para design inteligente). O surpreendente é que vários

desses não são cristãos; uma grande parte é até evolucionista em alguns pontos. No entanto eles têm enxergado que a teoria de Darwin tem lacunas e falhas enormes. Foi formulada, e permanece quase com a sua estrutura original, numa época em que não havia a instrumentação nem as condições para o desenvolvimento da microbiologia. O olhar de Darwin era para as coisas externas; o olhar da ciência biológica das décadas passadas é para as estruturas internas. Elas se apresentam cada vez mais complexas do que se imaginava anteriormente e, ao mesmo, tempo, mais regulares na codificação que aponta para uma inteligência, em sua formação. É incrível como alguns autores, supostamente científicos, como o jornalista Marcelo Leite (Folha de São Paulo, 30.12.2008, no Caderno +!) dizem, sobre

o DNA, que “Os primei­ ros seres vivos da Terra ‘inventaram’ essa maneira de transmitir caracterís­ticas de uma geração a outra, há cerca de quatro bilhões de anos, e ela se perpertuou desde então”! Ou seja, para o evolucionista, é mais fácil acreditar nessa falácia, do que na existência de um Criador Inteligente. Persistir somente com o ensino do evolucionismo, cerrando os olhos, os ouvidos e a boca a outras evidências, é um grande erro, é deseducar. BP: O senhor acha que, um dia, essa discussão sobre “quem tem razão” a respeito da criação do mundo terá fim? SP: Para quem aceita a Palavra de Deus como Escritura inspirada, proveniente do próprio Deus, por meio de autores humanos que foram preservados de erro em seus regis-

“O homem natural, que não aceita a revelação de Deus, sempre estará a procura de explicações que excluam o próprio Deus da equação” tros, a questão já deveria estar resolvida. Deus criou, e ponto final. O homem natural, que não aceita a revelação de Deus, sempre estará a procura de explicações que excluam o próprio Deus da equação. Como ele teima em viver em metade da realidade, as suas equações sempre terão mais incógnitas do que sua capacidade de resolvê-las. Creio que a ciência irá descobrindo, mais e mais, evidências que dificultarão a ampla aceitação da evolução, como é visto nos dias de hoje. BP: Qual o papel do educador cristão diante dessas teorias? SP: O educador cristão luta com muitas dificuldades. Uma delas é a carência

de material didático, exatamente o que está se procurando suprir com o Sistema Mackenzie de Ensino que tem sido desenvolvido no Mackenzie desde 2005. Em 2009, os livros atingirão já o 5º. ano do ensino fundamental, começando com a pré-escola (Maternal, Jardim I e Jardim II). O material de ciências é uma joint venture com a ACSI (Associação Internacional de Escolas Cristãs – vide matéria sobre o assunto no BP de maio de 2008) que foi traduzido e adaptado para as condições brasileiras. Os demais livros e matérias, também refletem a realidade de Deus; partem da pressuposição da divindade e não escondem das crianças essa verdade; mostram a diferença entre os sexos, a partir da criação; defendem o valor da família, e vários outros pilares que hoje são execrados e contestados pela sociedade pagã. A outra dificuldade, é a pressão para respeitabilidade social e corporativa. Eles são pressionados a aceitar a evolução, pois “todos pensam assim”. É preciso coragem e a percepção de que abraçar o criacionismo, nada mais é do que levar a Bíblia a sério e aplicar as verdades da Palavra ao todo da nossa vida. Quando ele encontra uma escola que dá o respaldo institucional a essa postura, obtém uma possibilidade de trabalho consciente e de realização pessoal, educando no sentido real do termo.


20

Brasil Presbiteriano

Janeiro de 2009

Pioneirismo

Primórdios da obra presbiteriana no Maranhão Fotos: Arquivo

Alderi Souza de Matos

O

s presbiterianos foram os pioneiros protestantes na terra de Gonçalves Dias. O primeiro missionário que pregou em São Luís foi o Rev. John Rockwell Smith, em julho de 1875. Em 1878, também esteve na capital maranhense o Rev. Alexander Latimer Blackford, cunhado de Simonton, na época em que trabalhava como agente da Sociedade Bíblica Americana. Em 1882, houve a visita do Rev. DeLacey Wardlaw, que no mesmo ano fixou residência em Fortaleza. Por esse tempo, trabalhou por alguns meses em São Luís o colportor e evangelista João Mendes Pereira Guerra. Finalmente, em 1885 estabeleceu-se no Maranhão o abnegado médico e missionário Rev. George William Butler, que ali permaneceu até 1892. Butler organizou o trabalho presbiteriano, construiu a casa de oração, fez excursões evangelísticas pelos rios Itapicuru e Mearim, e pregou em Alcântara e Caxias. A primeira pessoa batizada por ele foi uma senhora da alta sociedade local, D. Maria Bárbara Belfort Duarte, esposa de um parlamentar e tribuno do império. A organização da igreja ocorreu no dia 6 de junho de 1886, sendo o templo

Rev. Belmiro César e família

Rev. Dr. George Butler

inaugurado em 26 de julho do ano seguinte. O Rev. William M. Thompson foi o sucessor imediato do Dr. Butler, tendo chegado a São Luís em 1890. Organizou a Igreja de Caxias em 22 de setembro de 1895. Em meados de 1896 foi residir nessa cidade, ali permanecendo até 1902. Depois disso, esteve várias vezes em Caxias, demorando-se nessas visitas. Penetrou até Barra do Corda, realizando ainda outras viagens missionárias. De julho de 1895 a março de 1903, fixou-se na capital o Rev. Carlyle R. Womeldorf,

auxiliando o pastor local e fazendo algumas viagens pelo interior. Abriu trabalhos em São Bento e Anil. O primeiro pastor nacional a trabalhar em São Luís foi o Rev. Belmiro de Araújo César, que permaneceu no Maranhão por muitos anos, de dezembro de 1893 a outubro de 1911. Por seu intermédio, muitas pessoas aceitaram o evangelho. Foi professor no Liceu Maranhense. Pregou ao longo do Itapicuru e visitou Belém do Pará. Foi substituído por alguns meses pelo aspirante ao ministério Persiano Alves, mais tarde ordenado minis-

Rev. William M. Thompson

tro. Com a retirada deste, ficou à frente da igreja o presbítero Samuel César, filho do Rev. Belmiro, que também alcançou o ministério. Depois disso vieram os Revs. Raimundo Bezerra Lima, Antônio Teixeira Gueiros, João Gadelha e outros mais. Um

grande auxiliar do trabalho de São Luís foi o presbítero Raimundo Ferreira da Silva. Em Caxias, trabalhou por muitos anos o Rev. Otávio Valois da Costa. O Rev. Alderi Souza de Matos é pastor presbiteriano e historiador oficial da IPB. asdm@mackenzie.com.br


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.