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Brasil

PRESBITERIANO Órgão Oficial da Igreja Presbiteriana do Brasil

Maio de 2004

Ano 45 / Nº 596 - R$ 1,80 Divulgação

Capelania em presídio feminino prega o amor de Deus e transforma vidas

Coral Mulheres Virtuosas, formado por internas de unidade da Penitenciária Feminina Estadual do Espírito Santo

Páginas 10 e 11 Divulgação

Divulgação

Divilgação

Presbiterianos combatem miséria no sertão baiano

IPB realiza mutirão da cidadania em Goiânia

Associação presbiteriana promove luta contra as drogas

Páginas 6 e 7

Página 8

Página 18


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Brasil PRESBITERIANO

Maio de 2004

Palavra da Redação Há oito anos e sete meses, Luzia Rodrigues está presa por homicídio na unidade de Praia do Canto da Penitenciária Feminina Estadual (PEF) do Espírito Santo. Antes de ser presa, Luzia era auxiliar de enfermagem, mas tinha uma vida triste que a levou a procurar soluções no Candomblé. Após se envolver no crime e ser presa, a vida ficou mais triste e ela não sabia como sair de tanta miséria e frustração. Um dia, Luzia conheceu o pastor Ronaldo, um crente que, todas as semanas, ia à PEF para conversar com as internas. No início, Luzia chegou a ficar irritada com a conversa dele, mas logo se emocionou e começou a chorar e, quando percebeu, estava contando para o pastor sobre sua vida e suas mágoas. "Ninguém parava para me ouvir e me dar atenção e eu achava que não tinha mais jeito e nada mudaria meu modo de pensar e de agir". Até o dia em que o pastor lhe disse: "Vamos orar, Luzia, você vai ser uma nova criatura". Ela aceitou Jesus como seu único salvador. Hoje, casada com um homem cristão na Igreja Presbiteriana, Luzia afirma que sua mudança se deve a Deus e ao rev. Ronaldo, que foi quem acreditou e apostou no trabalho naquela unidade prisional. "O trabalho não foi em vão e precisamos de pessoas assim, que nos dêem a mão e o ombro amigo como ele". Esta é somente uma das histórias de transformação nos cinco anos que o rev. Ronaldo, a esposa e a filha trabalham na capelania da PEF. Nas páginas 10 e 11, o leitor fica sabendo como tem sido esse trabalho de amor, dedicação e coragem. Outro trabalho que tem transformado vidas, mas desta vez, na Bahia, é o da IP em João Dourado. Esta reportagem, nas páginas 6 e 7, fecha a série de reportagens sobre o trabalho que a IPB vem realizando no sertão baiano, onde somente o amor de Deus tem sido maior que a miséria e as necessidades. Na página 17, o BP traz o perfil de dois entre os 22 pastores jubilados na última reunião da Comissão Executiva do SCIPB, realizada em março (BP março 2004, pg 8), que muito contribuíram para a IPB e o reino de Deus em seus anos de pastorado: rev. Antônio Sperber e rev. Salomão Azulay. O primeiro, foi chamado por Deus para servi-lO após viver uma infância e juventude de privações e trabalhos duros. O segundo, renunciou ao amor da família, de cultura hebraica, para dedicar-se a servir à família de Cristo. Estas e outras histórias sobre o poder transformador de Deus você encontra nesta edição do Brasil Presbiteriano.

Seu recado Com grande satisfação fizemos o download da edição de fevereiro do ¨nosso¨ Brasil Presbiteriano. Parabenizamos pela idéia ¨globalizada¨, pois, embora distantes geograficamente, emocionalmente nos sentimos mais próximos. Rev. Dirceu e Tirza de Mendonça, missionários da APMT/IPB em Don Benito, Espanha. O artigo O Culto Cristão (seção Opinião, BP março 2004, pg. 3) deveria valorizar a essência, mas não em parte. Não é possível que conjuntos musicais e bateria sejam mais uma vez vítimas de discriminação e desprezo, sinônimos de shows e exibicionismo, bem como exemplos de má conduta dentro das Igrejas. Que tal se lembrássemos de Davi, tocador de harpa, poeta, fazia músicas. Quando ele e o povo de Deus retornavam para Jerusalém com a Arca da Aliança, alegravam-se com todo o empenho ao Senhor, com todo o tipo de instrumentos musicais de corda, sopro e percussão (2 Sm 6:5, 6:14 e 1 Cr 13:8, 15:28). O que dizer de Paulo e Silas, presos, oravam e cantavam, momento em que as cadeias foram quebradas e vidas salvas (At 16:1935). Isso é Culto Cristão. Devemos divulgar a essência nos púlpitos como um todo, púlpitos estes que para Jesus eram num monte, no barco, na praia, na aldeia, etc. Márcio Bordini Amaral, de Ubatuba (SP)

Brasil PRESBITERIANO

Uma publicação da

Rua Maria Antônia 139, 2º andar, CEP 01222-020, São Paulo – SP Telefone: 0(XX)11 3255 7269 E-mail: editorbp@rpc.ipb.org.br

Pb. Gunnar Bedicks Jr. – Presidente Pb. Gilson Alberto Novaes - Secretário Rev. Alcides Martins Jr. – Titular Pb. José Augusto Pereira Brito – Titular Rev. Carlos Veiga Feitosa – Titular Rev. André Mello – Titular Pb. Sílvio Ferreira Jr. – Titular Pb. Alberto Jones – Diretor Administrativo-financeiro Pb. Euclides de Oliveira – Diretor de Produção e Programação

Conselho Editorial: Rev. Alderi Souza de Matos Rev. Celsino Gama Rev. Cláudio Marra Pb. Gilson Alberto Novaes Rev. Silas de Campos

Secretaria de Atendimento ao Assinante: (19) 3741 3000

Louvamos a Deus pelo Dia do Jornalista, incluindo nas orações pelo Brasil Presbiteriano, bênçãos aos filhos de Deus. Dái-nos um amor gritante por notícias abençoadas. Norma Disney Soares de Freitas, da IP de Aldeota, em Fortaleza, Ceará

Erramos Ao contrário do publicado na seção Notícias da edição de abril de 2004 (pg 13), os contatos corretos para o Congresso Nacional da CNE, que acontece de 22 a 25 de julho em Guarapari, no Espírito Santo, são - e-mail: ciwandre@uaivip.com.br e telefones: 31 3551 3401 ou 31 3551 3959.

Ano 45, nº 596 – Maio de 2004

www.ipb.org.br

Diferente da impressão que o prezado irmão Ivan Furquim de Arruda manifestou em carta publicada no BP de março de 2004, gostei do artigo Presbiterianos querem Resgatar Valores Teológicos, Espirituais e Reformados no Louvor (BP dezembro 2003). Gostei da opinião do pastor Augustus Nicodemus.Tirei algumas fotocópias e passei a alguns líderes de nossa igreja. Achei o artigo muito oportuno, pensei que seria melhor se acompanhado de testemunhos de igrejas afetadas e irmãos afetados, por esta que eu chamo de "erva daninha" de "ventos de doutrinas" que entrou no seio de nossa amada igreja, inclusive na liturgia. Jair Casarino, da IP Jardim da Glória, em São Paulo

Nosso recado

EXPEDIENTE Órgão Oficial da

Quero parabenizá-los pelas melhorias constantes no BP. Muito apropriado o artigo do rev. Celsino Gama: Plágio, Fraude ou Fraqueza (seção Opinião, BP fevereiro 2004, pg. 3). Infelizmente, esta é uma triste realidade. Rev. Paulo Roberto Muniz Gomes, de Olinda (PE)

Luz para o Caminho RPC Rede Presbiteriana de Comunicação

Edição: Letícia Ferreira DRT/PR: 4225/17/65 E-maill: editorbp@rpc.ipb.org.br Reportagem: Letícia Ferreira, Lucilene Nascimento (e-mail: lu@rpc.ipb.org.br) e Gustavo Brigatto (e-mail: gustavo@rpc.ipb.org.br) Diagramação: Aristides Neto Revisão: Douglas Moura Ferreira Impressão: Folhagráfica

Assinaturas Expedição 0(XX)19 3741 3000 0800 119 105 brasilpresbiteriano@lpc.org.br Rua Antônio Zingra nº 151, Jardim IV Centenário CEP 13070-192


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Opinião

Por uma Igreja Participativa “O

presbiterianismo é, por definição, um sistema eclesiástico eminentemente participativo, democrático, de responsabilidades compartilhadas. Calvino e os demais próceres reformados entenderam assim, com base no precedente bíblico neotestamentário. No primeiro século, as igrejas cristãs locais caminhavam em direção a um modelo federativo, conexional, e as decisões eram tomadas pelos líderes de forma colegiada, conforme exemplificado pelo "concílio de Jerusalém" (Atos 15). Foi exatamente essa ênfase que levou à consagração do termo "igreja presbiteriana" no século dezesseis. Inicialmente

foi utilizado o nome "igreja reformada". Pouco depois, na Escócia, os calvinistas insurgiram-se contra o episcopalismo que os reis queriam impor. Foi como se tivessem dito: "Não queremos uma igreja governada por bispos nomeados pelos reis, e sim uma igreja autogovernada, liderada por representantes eleitos pelas comunidades locais". Surgiu assim o conceito de "presbiterianismo", que refletia ao mesmo tempo o desejo de autonomia da igreja em relação ao estado e de um governo colegiado, representativo. Esse princípio basilar deve ser afirmado em todas as áreas, como a discussão dos grandes temas cruciais para a vida da

igreja. Dentre estes se destacam a educação teológica, as qualificações para o ministério, a plantação de igrejas, as missões nacionais e transculturais, a teologia do culto, a responsabilidade social, a relação com a sociedade e a cultura etc. Essas questões, pela sua importância e urgência, devem ser alvo de amplo debate, liderado pelos concílios, mas envolvendo todos os segmentos da igreja. Um recurso que pode ser benéfico é a nomeação de comissões de alto nível cujos relatórios ou pareceres venham a enriquecer e orientar os debates. Para que essa troca de idéias se torne mais fecunda, é preciso dar maior agilidade e efi-

ciência ao funcionamento dos nossos concílios. Uma opção seria tornar mais freqüentes as reuniões do Supremo Concílio. Quatro anos, no mundo dinâmico em que vivemos, é tempo demais. Alternativamente se poderia dar maior peso e representatividade às reuniões anuais da Comissão Executiva, que na prática funciona como um pequeno Supremo Concílio. Talvez seja a hora, mediante as devidas emendas constitucionais, de dar esse status oficial à Comissão Executiva. Outra necessidade é a análise prévia das questões, principalmente as mais importantes, para que assuntos vitais não sejam discutidos e decididos de forma precipitada e

apaixonada, sem a devida reflexão. Finalmente, uma sugestão que pode dar a toda a igreja um maior senso de comunhão e participação é a realização periódica de congraçamentos da família presbiteriana, em âmbito nacional, regional e local. Que tal, por exemplo, realizarmos encontros dos presbiterianos nas grandes cidades brasileiras, com bons preletores e boa música cristã, propiciando oportunidades de confraternização, inspiração e mobilização para a causa de Cristo? Em conclusão, honrar as melhores tradições do presbiterianismo implica em sermos uma igreja verdadeiramente participativa.

Consultório Bíblico

Perda da salvação Odayr Olivetti

ergunta: Romanos 11.22 quer dizer que o salvo pode ser cortado ou perder a salvação? Resposta: Essa passagem parece contradizer o claro ensino de Jo 3.36; 10.28 e etc. Outras passagens que levantam o mesmo problema: Mateus 8.11,12; Lucas 13.28; Hebreus 6.4-6. Sem diminuir a realidade da dificuldade que tais passagens significam para a mente humana, vejamos alguns princípios ou regras que nos ajudam a dirimir a dificuldade: 1 Não basear doutrina em passagem isolada.

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2 As Escrituras, inspiradas por Deus, nunca se contradizem. 3 Ir do conhecido para o desconhecido (partir de passagens nas quais o ensino e o sentido são claros). 4 Ter visão do conjunto. Não fique perto demais de um dado problema. Tome distância para ter visão geral (Não restrinja sua visão só focalizando uma árvore; contemple igualmente o bosque). 5 Uma regra geral, indispensável, que na verdade inclui as demais: tenha em vista o contexto, o versículo completo, o trecho em que ele está, o capí-

tulo, o livro, a Bíblia toda (analogia da fé). Com relação ao texto propriamente dito (Rm 11), notese que a apostasia de Israel não foi total. Os versículos 2 e 5 dizem: "Deus não rejeitou o seu povo, a quem de antemão conheceu... Assim, pois, também agora, no tempo de hoje, sobrevive um remanescente segundo a eleição da graça". No capítulo 9, versículo 6, há esta importante declaração: "E não pensemos que a palavra de Deus haja falhado, porque nem todos os de Israel são, de fato, israelitas". Verdade que tem seu paralelo sobre os cris-

tãos no que declara o apóstolo João: "Eles saíram de nosso meio; entretanto, não eram dos nossos; porque, se tivessem sido dos nossos, teriam permanecido conosco; todavia, eles se foram para que ficasse manifesto que nenhum deles é dos nossos" (1 Jo 2.19). É bom fixar este postulado: Não há na Bíblia nenhuma afirmação que diga que os eleitos podem cair ou que podem ser lançados fora. Já, por outro lado, quanto à segurança final do salvo, haverá declaração mais clara e preciosa que esta do Senhor

Jesus Cristo? – "As minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem. Eu lhes dou a vida eterna; jamais perecerão, e ninguém as arrebatará da minha mão" (Jo 10.27,28).

O rev. Odayr Olivetti é ministro jubilado da IPB, foi pastor de várias igrejas e professor de Teologia Sistemática no Seminário Presbiteriano de Campinas. É autor de alguns livros e tradutor de inúmeras obras cristãs.


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História do Movimento Reformado

João Calvino: Os Anos Finais Alderi Souza de Matos esde que retornou a Genebra em 1541, Calvino se dedicou a uma intensa atividade em várias frentes, pastoreando, escrevendo e cuidando dos interesses da causa reformada. Esse trabalho se desenvolveu em meio a muitas dificuldades e obstáculos, principalmente os constantes conflitos com as autoridades civis. Algumas das famílias mais ricas e influentes da cidade (os chamados "libertinos") opunham-se ao seu programa de reformas e elevação dos padrões morais da comunidade. Essa situação mudou em

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Memória

1555. Os conselhos municipais passaram a ser constituídos de homens simpáticos a Calvino e os últimos anos da vida do reformador foram mais gratificantes. O ano de 1559 foi especialmente importante, com a ocorrência de três eventos significativos: Calvino finalmente tornou-se cidadão de Genebra (até então era apenas um imigrante), publicou a edição definitiva das Institutas e inaugurou a sua sonhada Academia, voltada para a preparação de pastores, embrião da atual Universidade de Genebra. Na vida pessoal, o reformador enfrentou diversas provações ao longo desses anos. Em 1549 perdeu Idelette, a esposa dedi-

cada e leal que o havia acompanhado por dez anos. Durante toda a estadia em Genebra, Calvino também lutou com constantes problemas de saúde dos mais diversos tipos. Uma coisa que impressiona os estudiosos é que um homem de saúde tão precária, assoberbado com tantas responsabilidades e desafios, tenha encontrado tempo e disposição para escrever uma quantidade tão impressionante de obras, todas marcadas por grande erudição e profundidade. Um episódio lastimável da vida do reformador genebrino foi o seu envolvimento na execução de Miguel Serveto, em 1553. Serveto era um médico

espanhol que havia escrito várias obras contra a doutrina da trindade. Condenado à morte pela Inquisição em Lyons, na França, conseguiu fugir e foi parar em Genebra, onde foi preso, julgado e executado na fogueira pelas autoridades civis, sob a acusação de heresia. Calvino atuou como a principal testemunha de acusação. Esse evento lançou uma triste mancha sobre a sua reputação, mais tarde reconhecida e lamentada pelos seus seguidores. Infelizmente, esse fato tem levado muitos críticos a ignorarem as importantes contribuições positivas do reformador. João Calvino faleceu com quase 55 anos no dia 27 de

maio de 1564. Segundo suas instruções prévias, foi sepultado em um local não identificado. Seu lema de vida, que aparece em muitas de suas obras, mostra uma mão que segura um coração, tendo em volta as seguintes palavras: "Cor meum tibi offero, Domine, prompte et sincere" (O meu coração te ofereço, ó Senhor, de modo pronto e sincero). Um dos maiores legados desse líder é representado pelas suas obras, que serão brevemente descritas no próximo artigo. O rev. Alderi Souza de Matos é historiador oficial da IPB. asdm@mackenzie.com.br

IP de Pederneiras é 18 anos mais velha do que se pensava

Resgate de uma História Letícia Ferreira m novembro de 2003, o Presbitério de Bauru, São Paulo (PBRU), regularizou a situação histórica da IP de Pederneiras que, de 80 anos, passa a contar 108 anos, sendo, assim, a mais antiga do Presbitério. Quem descobriu o erro na contagem da idade da igreja foi o rev. Joselito Gomes, atual pastor da IP de Pederneiras e presidente do PBRU. Ele conta que a igreja, que tem uma significativa e relevante participação histórica no cenário presbiteriano paulista e brasileiro, sofria com a falta de informações precisas sobre sua data de organização. "Tudo porque o primeiro Livro de Atas do Conselho havia sido extraviado, trazendo, como resultado, a imprecisão sobre a data de organização do trabalho

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presbiteriano em solo pederneirense", afirma. Observando que havia, em relatos das vidas de pastores presbiterianos como Américo Justiniano Ribeiro e Boanerges Ribeiro, menções à IP de Pederneiras em épocas anteriores à que constava como o início da igreja, ele desconfiou de algo errado e foi em busca de informações. Coletando dados na edição de janeiro de 2001 do jornal Brasil Presbiteriano sobre As Primeiras Igrejas Presbiterianas do Brasil, pesquisa do rev. Alderi Souza de Matos, historiador da IPB, e no livro Annaes da 1ª Egreja Presbyteriana de São Paulo, do rev. Vicente Themudo Lessa (pp. 486,487), o rev. Joselito chegou à conclusão de que o trabalho presbiteriano na cidade de Pederneiras tem 108 anos e não 80 como se

pensava, pois a igreja foi organizada em 5 de setembro de 1895 pelo rev. João Vieira Bizarro e pelo pb. Belarmino Ferraz. Segundo o livro Annaes da 1ª Egreja Presbyteriana de São Paulo, na época, a igreja era do Ribeirão do Veado, município de Pederneiras, no âmbito da igreja de "Lençoes". Foi organizada com 29 membros comungantes e, na organização, quatro pessoas fizeram profissão de fé: Dinarte Coutinho, Theresa de Magalhães Coutinho, João de Oliveira Fernandes e Sophia Coutinho. Foram eleitos presbíteros os irmãos Silvério Coutinho e Evaristo Coutinho e, diácono, Francisco Luiz Coutinho. O escritor do livro, rev. Vicente Themudo, foi pastor da IP de Pederneiras por seis anos. DAS MAIS ANTIGAS DO

BRASIL Em nome do conselho da igreja, o rev. Joselito encaminhou documento ao PBRU, na sua reunião ordinária, em novembro de 2003, solicitando a regulamentação da data de organização. Após apreciação do Concílio, o assunto foi aprovado por unanimidade pelo plenário, passando a IP Pederneiras a ser a igreja mais antiga do PBRU e uma das mais antigas do Brasil. No rol publicado no BP de janeiro de 2001, a IP Pederneiras constava na 69ª posição. Outro fato que comprova a idade da igreja é a pesquisa histórica sobre a cidade, que está sendo realizada por uma funcionária da prefeitura. Ela também constatou que a igreja tem, na verdade, 108 anos. O rev. Joselito comemora a decisão e conta que, na IP Pederneiras,

grandes e renomados pastores do passado exerceram o seu ministério. Ele destaca os nomes dos reverendos Ludgero Braga, Coriolano de Assumpção, Nathanael Emmerich, Boanerges Ribeiro e Américo Justiniano Ribeiro. "Fica, assim, registrado este ato público de reconhecimento de dignidade eclesial para o louvor e a glória de Jesus - o Senhor da Igreja - e para a alegria da referida comunidade, que, por motivos alheios à sua vontade, não pôde comemorar o seu centenário", afirma. Segundo ele, os membros da IP de Pederneiras ficaram surpresos e alegres ao saber da importância histórica de sua igreja e estão se preparando para, em setembro, organizar uma festa pelos 109 anos.


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Liderança

Ocupado demais para orar? Valdeci da Silva Santos

ivemos em uma época frenética e não em uma era contemplativa. Há grande chance de acertar ao se afirmar que tanto no trabalho quanto nos momentos de lazer nós nos apressamos, estressamos, desfocamos e nos consumimos. Quando surge uma pausa em nossas atividades, geralmente estacionamos diante da televisão, possivelmente conectada a um vídeo-cassete ou DVD, e simplesmente absorvemos o que nos é oferecido. O resultado é que raramente separamos tempo para pensar, meditar, inquirir, analisar, refletir e, especialmente, orar. Lillian Guild (Ministry 1995: 28) conta uma história divertida de uma ocasião em que ela e seu esposo viajavam de carro pelas rodovias americanas. Em deter-

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minado momento encontraram um carro parado ao lado da estrada e ao seu lado havia uma pessoa bem vestida e com o semblante desorientado, desiludido e agitado. O casal Guild parou e ofereceu ajuda. A pessoa explicou que sabia, quando saiu de casa, que tinha pouco combustível, mas como estava com muita pressa para chegar a uma importante reunião de negócios, preferiu não gastar tempo abastecendo. A única coisa de que o seu carro precisava era combustível. Lillian e seu esposo tinham um galão de combustível de reserva, o qual deveria ser suficiente para que o empresário chegasse ao próximo posto a poucos quilômetros adiante. Agradecendo profusamente a eles, o motorista saiu acelerando.

Ao seguir sua viagem em uma velocidade mais lenta, o casal Guild dirigiu outros vinte quilômetros e, surpreendentemente, encontrou novamente o mesmo carro parado ao lado da estrada. O motorista, não menos perturbado do que da primeira vez, e até mais agitado, ficou pateticamente agradecido quando eles pararam. A explicação para o fenômeno? Simples, o motorista estava tão apressado para chegar ao seu encontro de negócios que decidiu não parar no posto e continuou na sombria esperança de que o galão que havia recebido o levaria ao seu destino. Parece difícil acreditar que alguém possa ser tão tolo até nos lembrarmos de que esta é exatamente a maneira como muitos de nós agimos com rela-

ção à oração. Estamos tão ocupados correndo para o próximo item da agenda, que decidimos não parar para abastecer. Infelizmente, os líderes cristãos podem estar entre os piores transgressores. Confrontados com demandas constantes e urgentes do ministério, é fácil para aqueles em posição de liderança negligenciar seu chamado para se consagrarem à oração e ao ministério da Palavra. Certamente verbalizamos, do mais profundo do coração, a importância e a relevância da oração na vida cristã. Todavia, uma justificativa apresentada para a nossa negligência de uma vida sistemática de oração tem, em geral, uma agenda sobrecarregada que indica o próximo mês como a data mais provável

para que a oração receba a devida atenção. Surpreendemo-nos, porém, ao ler nas Escrituras que o próprio Jesus, a despeito de suas muitas atividades, não negligenciava a oração, mas retirava-se para lugares solitários a fim de orar. O reformador Lutero ecoou o ensino de Jesus de modo curioso: "Se estás muito ocupado para orar, certamente estás muito ocupado!" Algum assunto urgente e emergente dever estar roubando o lugar daquilo que é importante.

O rev. Valdeci da Silva Santos é coordenador do Doutorado em Ministério no Centro Presbiteriano de Pós-graduação Andrew Jumper valsaints@mackenzie.com.br

Resenha

Lei e Graça Pb. Solano Portela

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dissociação entre a lei e a graça tem sido uma das características da igreja evangélica de nossos dias. Esse contraste encontra-se enraizado em uma compreensão teológica dispensacionalista das Escrituras. Como resultado, o poder da graça salvadora de Cristo é diminuído, aventando-se até mesmo a possibilidade de uma queda da graça quando se dá uma atenção à lei. É exatamente este contexto que faz com que o livro Lei e Graça (Editora Cultura Cristã, 2003), do dr. Mauro Meister, seja tão pertinente e necessário. Ele não somente responde com

acuidade às perguntas freqüentes que surgem, nesse dilema artificial traçado pelo evangelicalismo dos nossos dias, como também analisa a fundo as diferentes nuances e aspectos da representação escriturística da lei de Deus. Alicerçado na teologia dos reformadores e apresentando uma visão calvinista desse tema, o autor vai até a História mostrando como distinções bíblicas importantes sobre o uso da lei auxiliam a igreja na compreensão da questão, apresentando aos fiéis uma forma válida e eficaz de pautarem suas vidas pela vontade prescri-

tiva do nosso Deus. O dr. Mauro analisa ainda as reações à compreensão da lei surgidas no seio da igreja, apresentando os efeitos de cada um dos posicionamentos na solidez doutrinária destes pontos de vista. A forma como nosso senhor Jesus Cristo interagiu com a lei de Deus é especialmente pertinente a esse debate. Várias páginas são dedicadas a essa apreciação, de muito valor didático. Também, a terceira pessoa da Trindade recebe destaque especial no final do livro. Ali, notamos o papel todo especial da lei na santificação progressiva operada pelo Espírito

de Deus, certos de que tal estudo irá fundamentar uma vida de maior santidade e apreço pelas verdades divinas, ao mesmo tempo em que atende à necessidade corrente de obras exegeticamente sólidas por autores que compreendem a situação de anorexia espiritual pela qual passa a igreja brasileira. Que este estudo produza o fruto e a comunhão real que devem ser experimentados na obra da disseminação do evangelho de Cristo. Santo de Deus na vida dos redimidos. Recomendamos com intenso entusiasmo este livro ao povo

Solano Portela é presbítero da IP de Santo Amaro, São Paulo


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Desenvolvimento Comunitário IPB promove desenvolvimento social e evangelização

Presbiterianos combatem miséria na Bahia Divulgação

Letícia Ferreira

m 1902, o coronel João Dourado, dono da Fazenda Canal, no sertão baiano, se tornou cristão, graças ao testemunho de outro coronel: Benjamin Nogueira. Um ano depois, o interesse do cel. Dourado em conhecer as Escrituras levou o missionário rev. Pierce Chamberlain a sair de Vila Nova Rainha (hoje Senhor do Bonfim) e percorrer, a cavalo, os 320 quilômetros que o separavam da Fazenda Canal, para lá pregar o evangelho. Em 1904, ele retornou à Fazenda e lá permaneceu por seis dias, quando incentivou a abertura de uma escola, que foi fundada no dia 25 de fevereiro daquele ano, com oito alunos. O cel. Dourado e sua família foram os primeiros membros da Igreja Presbiteriana de João Dourado, que completa 100 anos em 5 de fevereiro de 2005. O primeiro pastor foi o missionário Pierce Chamberlain. Hoje, o pastor da Igreja é o rev. Cloves Azevedo Oliveira e, segundo ele, toda a liderança do município é formada por presbiterianos ou filhos de presbiterianos. O prefeito, João Cardoso, e sua família, são membros da IPB. O rev. Cloves conta que a Igreja Presbiteriana (além da IP de João Dourado, com 450 membros, há também a IP Betel) é muito respeitada no município, pois desenvolve muitos trabalhos missionários e de ação social por meio da Associação Educativa Presbiteriana Canal de Vida. A Associação é responsável por quatro projetos: Centro Estudantil da

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Casa construída em parceria com o Mack Pesquisa e a família que mora nela

Independência (CEI), Escola Presbiteriana de Canal, Promoção do Desenvolvimento Sustentável nas Comunidades do Semi-árido Baiano e Fazenda Canal de Vida. O CEI, com oito anos de fundação e dirigido pela professora Sirlé Vieira da Silva Lima, é uma instituição sem fins lucrativos que procura oferecer à comunidade do Bairro Independência desenvolvimento e educação, principalmente a crianças e adolescentes. Segundo a irmã Sirlé, Independência é um bairro muito carente, que sofre bastante com drogas, violência e prostituição infantil. A miséria é muito grande e muitas pessoas não sabem o que é o conforto de possuir um banheiro ou uma cama. A fonte de renda é rural e a falta de emprego, alimen-

tos, tratamentos de saúde e educação é grande. São pessoas que pouco vivem, mas sobrevivem no dia-a-dia com pouca esperança. Atendendo 110 crianças, o CEI oferece reforço escolar até a 4ª série do Ensino Fundamental, atividades recreativas e esportes, teatro e educação cristã, além de cursos de informática para adolescentes. Em 2003, ofereceu cursos de alfabetização de adultos, numa parceria com o Mack Pesquisa, da Universidade Presbiteriana Mackenzie, projeto para o qual Sirlé pretende que haja continuidade. Também no ano passado, duas vezes por semana, cem pessoas recebiam, gratuitamente, um sopão, realizado em parceria com a Secretaria de Ação Social do Município e a organização

Voluntários Sociais da Bahia. O CEI promove, ocasionalmente, palestras educativas e aconselhamento, além de auxiliar pessoas carentes, sempre que há condições, providenciando alimentos e medicamentos. "Gostaríamos de desenvolver um trabalho melhor e suprir de maneira mais eficiente as carências da população", desabafa Sirlé. "Sonhamos muito em oferecer cursos profissionalizantes, mas temos carência financeira, de pessoal e material". Os recursos financeiros para o CEI são repassados pela organização Compassion do Brasil, que funciona em esquema de apadrinhamento de crianças. Das 110 crianças atendidas hoje (já foram 230), 86 são apadrinhadas. No entanto, a parceria com a


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Divulgação

Alunos do CEI participam da inauguração da Fazenda Canal de Vida

Compassion só irá durar até o final de 2004, e Sirlé não sabe como o CEI dará continuidade, a partir de 2005, a seus trabalhos e projetos. CANAL DE VIDA Para suprir o CEI e outros trabalhos da Associação Educativa Presbiteriana de João Dourado, foi adquirida a Fazenda Canal de Vida, com 70 hectares de terra agricultável, um poço artesiano com vazão de 49 mil litros d’água por hora, um reservatório com capacidade para 1,6 milhões de litros d’água e um curral. No ano passado, a fazenda, mais uma vez em parceria com a Compassion, plantou quatro hectares de cenoura. Neste ano, por causa da seca, foi perdida uma lavoura de feijão, cuja renda seria empregada para fazer o teto do novo templo da IP de João Dourado, que deverá ser inaugurado parcialmente em 2005 com capacidade para duas mil pessoas. Com o final da parceria com a Compassion, não se sabe como continuará a manutenção da Fazenda, e há a necessidade urgente da formação de novas parcerias.

Outro trabalho educacional desenvolvido pela IPB em João Dourado é a Escola Presbiteriana de Canal, que atende a 300 crianças oferecendo ensino baseado no método Positivo, do Paraná. As crianças que pagam a escola, pagam uma mensalidade ínfima, e a escola sobrevive dos recursos do

apadrinhamento de 93 crianças, também pela Compassion. Fundada há 12 anos, a Escola é respeitada como a melhor da cidade. HABITAÇÃO E TRABALHO O município de João Dourado foi sede de um projeto de pesquisa acadêmica realizado pelo Mack

Pesquisa e pela Faculdade de Engenharia da Universidade Presbiteriana Mackenzie, liderado pela professora e doutora Gilda Collet Bruna: Promoção do Desenvolvimento Sustentável nas Comunidades do Semi-árido Baiano. Com tecnologia desenvolvida em pesquisa acadêmica, pessoas da comunidade aprenderam a fabricar tijolos e uma habitação barata e confortável. O Projeto acadêmico terminou, mas a comunidade, em parceria com a prefeitura do município e o Mackenzie Solidário, do Instituto Presbiteriano Mackenzie, deverá utilizar a tecnologia aprendida para gerar empregos, na fabricação dos tijolos e das casas, e habitação acessível à população carente. O projeto teve participação fundamental da Missão SERVI, liderada pelo rev. Gilmar Oliveira de Cerqueira, pastor da IP de Piritiba, município vizinho a João Dourado (BP março 2004, pgs 10 e 11). Associação Educativa Canal de Vida, Praça João Dourado, 26, CEP 44920-000, João Dourado BA. Telefones: 0(XX)74 668 1034/668 1106/668 1293. E-mail: revcloves@bol.com.br Divulgação

Templo da IP de João Dourado em construção


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Ação Social

Aproximadamente 3.300 pessoas foram atendidas em várias áreas e ouviram a Palavra

IP de Campinas realiza Mutirão da Cidadania Divulgação

Rev. Jean Chagas e Letícia Ferreira

o dia 28 de março, a IP de Campinas, em Goiânia, Goiás, realizou o Segundo Mutirão do Evangelho e Cidadania. Trata-se de uma ação integrada de mais de 300 voluntários, na maioria membros da igreja, no sentido de atender a população em diversas áreas: médica, odontológica, advocatícia, psicológica, pastoral, recreativa, esportiva etc. Segundo o pastor da igreja e idealizador do mutirão, rev. Jean Chagas, foram feitos 3306 atendimentos num único dia. As assistências tiveram início às 8h e se estenderam até às 17h. Após os atendimentos, as pessoas se congregaram em frente a um palco para uma celebração de louvor e adoração que reuniu, segundo informações da polícia militar, cerca de duas mil pessoas. O rev. Jean conta que o primeiro mutirão aconteceu em setembro de 2002 e atendeu a cerca de 1500 pessoas. Foram utilizadas as instalações da igreja e uma das faixas da Avenida 24 de Outubro, que foi interditada. Já no segundo mutirão, foram utilizadas, além da igreja, uma escola e uma creche. A Avenida 24 de Outubro, no Setor Campinas, em frente à Igreja, foi totalmente interditada das 8h às 22h (término da celebração pública). F U N D A M E N TA Ç Ã O BÍBLICA O mutirão nasceu pela ini-

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Atendimento de saúde durante o mutirão

ciativa do pastor da IP de Campinas, rev. Jean Chagas, que tem como base de sua ação a compreensão missiológica de que o evangelho precisa alcançar todas as dimensões da vida humana, tendo a missão da igreja um caráter integral em relação à vida do ser humano. O pastor lembra a grande transformação social, cultural e, acima de tudo, redentora que a Reforma produziu a partir do resgate da verdadeira mensagem evangélica. Com ele, assumiu a coordenação geral o irmão Delcimar Santos. Para que o mutirão pudesse alcançar a vida de tantas pessoas e representar um testemunho do amor de Deus, o pastor conta que a igreja estabeleceu parcerias com a iniciativa privada, ONGs e secretarias de governo tanto estaduais como

municipais. Ele faz questão de citar empresas como a Uniodonto e instituições como a Fundação Banco de Olhos, Hospital da Polícia Militar e Associação Brasileira de Odontologia, que deram sua parcela de contribuição, além de diversas empresas que patrocinaram a divulgação e os mais de 100 brindes que foram sorteados. "Todo o voluntariado foi organizado a partir de pastas de coordenação, tendo à frente líderes da Igreja. Grupos de evangelização de outras igrejas e missões interdenominacionais atuaram durante todo o dia na evangelização dos assistidos", afirma. CELEBRAÇÃO Na celebração pública, vários ministérios da Igreja local participaram ativamente. A mensagem evangelística

foi ministrada pelo rev. Jean e aproximadamente 30 pessoas manifestaram publicamente o desejo de se entregar a Cristo. Também participaram cantores ligados à rádio Sara Brasil FM, que contribuiu cedendo a estrutura de palco e o locutor Gleidson Silva, que dirigiu a programação. "Uma igreja de 400 membros conseguiu levar para avenida duas mil pessoas em um único dia, e, o mais importante, a maioria absoluta dos presentes eram famílias nãocristãs", comemora o rev. Jean. Ele conta que três das quatro emissoras locais de televisão cobriram jornalisticamente o evento e que os dois maiores jornais impressos da cidade lançaram matérias sobre o 2º Mutirão do Evangelho e Cidadania. Várias famílias que foram

alcançadas começam a freqüentar a igreja e ser acompanhadas. "Além dos resultados externos, há um grande fruto colhido junto à membrezia: a ação conjunta de praticamente todos os membros do corpo, oferecendo seus dons, talentos, profissões, tempo e energias ao serviço do Reino de Deus". BEM-ESTAR Joselinda Gomes Carrijo, membro da IP de Campinas e psicóloga, foi a responsável pela coordenação da equipe de Psicologia. Ela e mais quatro psicólogos fizeram atendimentos individuais durante o mutirão nas áreas de depressão, drogas e alcoolismo, infância e adolescência e seus problemas emocionais e escolares e terapia familiar. Segundo ela, a área de depressão foi a mais procurada, mas um assunto acabava levando a outro. Cada área contava com um profissional especializado no atendimento. Auxiliando a equipe, estavam os membros do grupo Melhor Idade, da IP de Campinas, coordenado por Joselinda, que atende aos idosos da igreja. O grupo já está no segundo ano e, segundo a coordenadora, tem colhido resultados positivos. No próximo mutirão, a equipe de Psicologia irá organizar palestras sobre os temas mais procurados. "O trabalho foi muito bom, tanto para quem recebeu quanto para quem deu o atendimento", afirma Joselinda. "Deus usa os caminhos da Psicologia para as pessoas ficarem bem".


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Teatro

Jovem escreve peça sobre vida de Lutero Letícia Ferreira

jovem André Felipe Noronha da Silva, membro da IP Betânia de Americana, interior de São Paulo, está procurando um diretor profissional da área de Artes Cênicas para auxiliá-lo na montagem da peça que escreveu, Sola Gratia, sobre a vida de Martinho Lutero. A peça foi escrita quando André Felipe, de 20 anos, terminava o ensino médio e montada pela primeira vez em 2002, de forma amadora, pelo grupo de teatro da IP Shalom, em Piracicaba, São Paulo. Segundo ele, a primeira montagem foi muito emocionante, mas agora gostaria que a peça e sua mensagem alcançassem mais pessoas. "Foi muito

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gostoso trabalhar com o primeiro grupo, que deu tudo de si, mas gostaria de montar a peça com mais recursos, de uma forma mais profissional", afirma. Ele conta que a duração da peça, os textos longos e de linguagem um pouco complicada foram as maiores dificuldades encontradas pelo grupo amador que, forte e corajoso, conseguiu montar a peça em três meses. Sola Gratia foi apresentada em vários lugares, inclusive no teatro da Escola Particular Metodista de Piracicaba. Com 20 personagens principais, a peça dura cerca de 1h15, tem cenários e figurino de época e uma linguagem que pretende ser semelhante à do tempo em que se passa a história, no século

XVI. Com alguma licença poética, com a qual insere no texto humor e romance, conta a história de Lutero desde a infância, com base em pesquisas realizadas por André Felipe e o grupo da IP Shalom, que reuniram mais de duas mil páginas sobre a vida do reformador. André Felipe começou a interessar-se pela história de Lutero ao ler algumas publicações sobre a vida desse personagem e sentiu o desejo de escrever sobre ela ao perceber que a maioria das pessoas só conhecia o trecho mais famoso, quando Lutero publicou as 95 Teses. A peça, em flash back (recurso em que a narrativa vai e volta no tempo), começa em uma cena onde estão Lutero e seus amigos Melantus, o pintor Lucas

Cavati (que, segundo André Felipe, fez muitas imagens de Lutero e do pai deste) e uma personagem poucas vezes mencionada, o camponês Miconius. André Felipe incluiu uma cena em que Lutero precisa casar nove ex-freiras que, convertendose ao protestantismo, fugiram do convento (na época não era correto uma mulher de moral permanecer solteira), casando-se ele mesmo com uma delas. E ainda uma cena de luta de espadas, quando tentam assassinar Lutero em Worms, Suíça. Paralelamente, a peça mostra cenas de camponeses e habitantes daquela época e local. Em uma delas, o jovem Miconius precisa ir ao Brasil para livrar a alma de sua mãe do Purgatório. Há outra em que persona-

gens se unem contra idéias da Igreja Católica, principalmente as indulgências. Outro projeto de André, que ainda está em desenvolvimento, é um musical baseado em Cantares, mas o texto ainda não está pronto. André Felipe fez teatro amador e cursava Jornalismo, faculdade que precisou interromper por dificuldades financeiras. Já escreveu e montou outro espetáculo, a fábula infantil Alegria do Sol e Alegria da Lua, que fala da graça geral e da graça específica. Baseado na peça Sola Gratia, escreveu ainda um conto sobre a história de Lutero. Ele é filho do rev. Reinaldo Araújo da Silva, pastor da IP Betânia, em Americana, onde hoje a família reside.

Rev. Tim Keller visita IP Central em Londrina rev. Tim Keller, pastor da Redeemer Presbyterian Church, em Nova York, será o preletor do 31º Encontro para Pastores e Líderes do Serviço de Evangelização para a América Latina, Sepal, dos dias 3 a 7 de maio, em Águas de Lindóia (SP). Após o encontro, o pastor estará, nos dias 8 e 9 de maio, em Londrina, Paraná, numa parceria com a Universidade Filadélfia de Londrina, UniFil, falando aos pastores e líderes da

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região e pregando no domingo, dia 9, na Igreja Presbiteriana Central da cidade, pastoreada pelo rev. Osni Ferreira. Segundo o rev. Osni, o rev. Tim Keller é formado pelo Gordon-Conwell Theological Seminary e doutorado em ministério pelo Westminnter Theological Seminary. O rev. Keller fundou e pastoreia a Igreja Presbiteriana Redeemer, que conta hoje com cerca de 4500 membros. "É uma das igrejas mais eficazes em

alcançar os chamados yuppies nova-iorquinos, grupo geralmente arredio a assumir um compromisso com a Igreja e composto por jovens profissionais de sucesso", afirma o rev. Osni. Ele conta que o dr. Keller tem um ministério voltado para evangelizar cidades através de grupos pequenos denominados Fellowship Groups. "Ele fundou o Centro de Plantação de Igrejas, do qual tive o privilégio de ser o primeiro diretor e onde trabalhei por três anos. É com

grande prazer que, de Londrina, continuamos com esta parceria que engloba o Plano Missionário Cooperativo da IPB em inúmeros projetos de plantação de igrejas em grandes cidades e capitais brasileiras". Segundo o rev. Osni, o objetivo desse encontro em Londrina é reunir um bom número de pastores e líderes presbiterianos, desejosos de ter seus ministérios revigorados, suas igrejas crescendo e grandes cidades sendo transformadas pelo poder do

evangelho. SEPAL A SEPAL é uma missão internacional estabelecida no Brasil há mais de 30 anos, mantida por ofertas, cujo objetivo é equipar a igreja brasileira através de suas lideranças, fornecendo treinamentos e materiais. Seus missionários desenvolvem ministérios em áreas como aconselhamento, pesquisas, missões transculturais, discipulado, cura interior, batalha espiritual, estratégias de evangelização, entre outras.


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Mulheres detidas por vários tipos de crimes se convertem e são auxiliadas

Ação Social

Capelania em penitenciária transforma vidas no Espírito Santo Fotos:Divulgação

Letícia Ferreira

omo pode uma pessoa mudar, se não tem alguém que acredite nela?", pergunta Soniléia de Lourdes Eller, presa há nove anos por assassinato na unidade da Penitenciária Estadual Feminina (PEF) do Espírito Santo em Praia do Canto. Soniléia é uma das internas que se converteram a Jesus por meio do trabalho de capelania, realizado na PEF, sob a liderança do rev. Ronaldo Bezerra de Oliveira e Souza, pastor da IP de Praia do Canto (IPBPC). Ela mudou, pois descobriu que Jesus acredita nela. A jovem conta que a capelania provê às internas da PEF, cuja população varia de 190 a 210 mulheres, ajuda nas áreas emocional, psicológica, material e espiritual. "Neste País e neste mundo de tantos problemas, ainda existem pessoas boas, que têm coragem e amor ao próximo", afirma. "O rev. Ronaldo vem nos ajudando dentro de suas condições e com o conhecimento de outras pessoas. Reconheço que não é fácil, mas quem tem amor e Deus no coração ajuda, e agradeço a Deus por enviar o rev. Ronaldo para nos dar apoio moral e religioso. Ele é paciente em ouvir nossos desabafos". As mudanças na vida dela e de muitas outras internas, algumas já em liberdade, são o que move o rev. Ronaldo e sua equipe de capelania a desenvolver esse trabalho. Ele trabalha com a esposa, Marisa Lara e com Marta Passos, membro da

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igreja que desenvolve o mesmo trabalho na Penitenciária Estadual Masculina, e tem a ajuda da filha de 13 anos, Lídia Lara, como pianista do coral Mulheres Virtuosas, formado por internas da PEF. Ele visita a penitenciária regularmente duas vezes por semana. Quando questionado sobre o que o motiva a realizar esse trabalho, sua resposta é simples: "fomos chamados por Deus para isso". E acrescenta que Deus não faz diferença de pessoas e ordenou pregar o evangelho a todos. "As internas merecem uma oportunidade de recomeçar, são nosso próximo e devem ser amadas. Elas são como ovelhas que não têm pastor", diz. EVANGELIZAÇÃO E AUXÍLIO O trabalho realizado pela capelania na PEF é direcionado principalmente ao aconselhamento individual, tanto para internas que são indicadas pela direção da PEF, como àquelas que o procuram voluntariamente e que são a maioria. "O aconselhamento é feito no pátio da Penitenciária, sob as árvores, ou sentados no chão do corredor, onde existe um pouco de liberdade tão necessária às internas", conta o rev. Ronaldo. Além disso, ele ministra estudos bíblicos e auxilia as internas em várias áreas: familiar, jurídica, médica, social e espiritual. Na área jurídica, busca apoio com advogados, contato com juízes da Vara de Execução Penal, desembargadores e etc, pois muitas internas não têm advogado. Às vezes, ele mesmo faz

da noite, normalmente jantam conosco. Pelo menos duas vezes por ano estão conosco: em maio, no Dia das Mães, e em setembro, no aniversário da igreja". Ele apela a todos os presbiterianos do Brasil que queiram ajudar, a enviarem doações, como medicamentos (que serão encaminhados aos responsáveis), livros, Bíblias, folhetos, material de limpeza e de higiene pessoal, roupas, calçados,

armação de óculos, tampinhas de garrafa e retalhos de tecidos de algodão, material para confecção de bijuteria, telas, pincéis e tinta para pintura, etc. Contatos: Rua Dom Pedro II nº 115, ap. 101, Praia do Canto, Vitória – ES. CEP 29055-600. Telefones: 27 3325 9626, 27 9924 3583, 27 3235 2370. E-mail : romali@uol.com.br

Ele pode transformar você Casamento entre Luzia Rodrigues, interna da PEF, e Luiz Chagas, interno em outra instituição

o acompanhamento de processos procurando ajuda com profissionais cristãos ou mesmo diretamente no andamento de processos via Internet. Em muitos casos, a capelania auxilia as internas na área de saúde, encaminhando-as para exames, consultas e outros procedimentos não disponíveis no sistema carcerário. "Médicos cristãos têm sido uma bênção no nosso trabalho, como os presbíteros dr. Carlos Emerich e dr. Alonso Luiz de Souza", diz o pastor. A Penitenciária tem uma biblioteca que a capelania está tentando melhorar e, este ano, recebeu da Casa Editora Presbiteriana a doação de 80 livros. Federações de SAF’s, como as dos presbitérios de Guarapari e Serrano Espírito-Santense têm participado

levando material de higiene pessoal e realizando o Culto do Bebê pelo menos duas vezes por ano, pois várias internas ficam na PEF com seus bebês e alguns nascem lá. Para a diretora da penitenciária, Maria Auxiliadora Zoppi, a capelania auxilia a manter uma boa "temperatura" na unidade e só tem trazido resultados positivos: "O rev. Ronaldo é o único pastor que conheço que, além de pregar a Palavra de Deus, que é muito importante, trabalha com as internas com sensibilidade, trazendo outros benefícios". O rev. Ronaldo conta que mesmo as internas que não concordam com sua pregação e aconselhamento têm grande respeito por seu trabalho, por ele e sua família. DIFICULDADES Segundo o rev. Ronaldo, o traba-

Rev. Ronaldo e a esposa Marisa, com a filha Lídia: chamados por Deus para atuar na Penitenciária

lho não poderia ser realizado se o Conselho da IPBPC não autorizasse a permanência dele e não o apoiasse, inclusive votando em orçamento verba para a sua realização. "Muitas doações são recebidas dos membros da pequena igreja que sustenta este trabalho (hoje 57 membros comungantes)", afirma. Mas diz que falta apoio de outras igrejas, que já foi solicitado, e de concílios superiores. Ele enumera algumas dificuldades da capelania na PEF, principalmente a sua própria falta de preparo: "o que sabemos, aprendemos sozinhos e já estamos ensinando a outros". Afirma ainda que o sistema penitenciário brasileiro é precário, sem estrutura para a recuperação da interna, e que as mulheres que trabalham na PEF fazem um esforço tremendo para minorar a dor e a

ociosidade das internas. Ele diz que a capelania atende a somente cerca de 80 das internas, por falta de pessoal. Há também falta de Bíblias para dar às internas. "Necessitamos de 30 Bíblias por mês para este trabalho, mas não temos recursos. Nestes mais de 4 anos de trabalho, quase 5, distribuímos cerca de 345 Bíblias às internas e ficamos com um déficit de aproximadamente 1200 Bíblias”. UM LUGAR NA IGREJA O rev. Ronaldo diz que as internas, principalmente as pertencentes ao coral Mulheres Virtuosas, costumam referir-se à IPBPC como sua igreja, onde são tratadas como gente. "Quando estão conosco na Igreja, normalmente almoçam com os membros e passam parte da tarde conosco. Quando vão para o culto

hino escrito por Soniléia Foi preciso passar por tristeza e solidão Conhecer a realidade de grades e prisões. Foi aí que descobri que Jesus é a solução. O seu sangue derramou pra nos dar a Salvação. Refrão: Hoje eu vou testemunhar, em louvor vou adorar. Aquele que veio para me salvar. Quando em tribulação, tristeza e solidão, Não tenha dúvida, irmão, Jesus é a solução! Hoje eu quero cantar, em louvor adorar Aquele que veio pra me transformar. Ele me transformou e mudou o meu viver. Ele pode transformar você!


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Lançamento

Oficiais da IPB são público de nova publicação

Secretaria Executiva e CEP lançam revista Lucilene Nascimento

ervos fiéis e capacitados para o trabalho para o qual Deus os chamou. É essa a postura que a IPB espera dos seus oficiais e, para isso, na Comissão Executiva do Supremo Concílio, que aconteceu nos dias 15 a 19 de março deste ano, foi lançada a revista Servos Ordenados pela Secretaria Executiva da IPB, em parceria com a Casa Editora Presbiteriana. A revista, trimestral, é destinada aos pastores, presbíteros e diáconos da igreja. A revista visa ao treinamento e aperfeiçoamento da liderança e ao melhor desempenho do ministério desses oficiais. O secretário executivo do SC-IPB e responsável por essa nova publicação, rev. Ludgero Bonilha Morais, diz que a idéia dessa revista é que os oficiais tenham um preparo bíblico e doutrinário e entendam qual é o seu ofício e porque Deus os chamou para esse trabalho. "Essa publicação surgiu diante da preocupação da liderança da Igreja em formar, de maneira adequada e eficaz, esses servos de Deus para o exercício do ofício", afirma o rev. Ludgero. A criação da revista foi aprovada na reunião ordinária da Comissão Executiva do Supremo Concílio de 2003, e, na reunião deste ano, ela foi lançada oficialmente. Firmada em Primeira a Timóteo 3, em que o apósto-

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lo Paulo cita não só as características espirituais fundamentais para o exercício dos oficiais na igreja, mas destaca o procedimento familiar e diante da sociedade que devem ter esses irmãos, a linha editorial da revista

Servos Ordenados também trata da vida dos oficiais fora das paredes da igreja. Além de artigos sobre temas de interesse, a revista aborda o contexto igreja, vida familiar e pessoal, por meio de resenhas de filmes e livros, entrevistas, reportagens,

seção perguntas e respostas, discussão de temas familiares e juvenis, e, ainda, a divulgação de eventos e encontros para pastores, presbíteros e diáconos. Contribuindo com a revista, estão sendo preparados

cursos especiais, em vídeo, voltados ao mesmo público. Esse projeto, que ainda não tem prazo para distribuição, será um complemento da Servos Ordenados e tratará, de forma mais prática, os deveres e funções desses oficiais.

O Cuidado com o Rebanho de Deus Rev. Roberto Brasileiro, presidente do SC-IPB

"Atendei por vós e por todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos constituiu bispos, para pastoreardes a igreja de Deus, a qual ele comprou com seu próprio sangue. Eu sei que, depois da minha partida, entre vós penetrarão lobos vorazes, que não pouparão o rebanho. E que, dentre vós mesmos, se levantarão homens falando coisas pervertidas para arrastar os discípulos atrás deles", At 20.28-30. Mais uma revista no mercado editorial evangélico? Creio que não! A proposta apresentada é para o treinamento dos servos de Deus, aprimorando a liderança para melhor desempenho de seu ministério no reino de Deus. A Igreja convive sempre com adversários e, em João 10, o Senhor Jesus refere-se a eles como ladrões e salteadores, mercenários e lobos. Neste caso, a idéia central é que todo aquele que está em Cristo Jesus, o qual persevera por nós, enfrenta essas situações descritas. Faz-se, portanto, necessário, que tenha raízes profundas para fazer frente aos seus adversários. O apóstolo Paulo, escrevendo a Timóteo, seu filho na fé, sobre o preparo eficiente da liderança cristã, deixa bem claro o seguinte: "Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina. Continua nestes deveres; porque fazendo assim, salvarás tanto a ti mesmo como aos teus ouvintes" (I Tm 4.16). Isto nos leva a concluir sobre a necessidade de os líderes estarem orientados quanto à exposição doutrinária, que é a expressão de nossa fé. Portanto, creio que a nossa liderança precisa ser bem treinada e instruída para fortalecer a igreja na sua caminhada, enfrentado os grandes desafios da pós-modernidade. Espero que o material desta revista seja de utilidade prática para a firmeza doutrinária do líder, ajudando-o a orientar a Igreja no seu desempenho ministerial. Assim, teremos uma igreja forte, se nossa liderança agir como o testemunho de Jesus a respeito de João Batista. "Então, em partindo eles, passou Jesus a dizer ao povo a respeito de João: Que saíste a ver no deserto? Um caniço agitado pelo vento? Sim, que saíste a ver? Um homem vestido de roupas finas? Ora, os que vestem roupas finas assistem nos palácios reais. Mas, para que saístes? Para ver um profeta? Sim, eu vos digo, e muito mais que um profeta. Este é de quem está escrito: Eis aí eu envio diante da tua face o meu mensageiro, o que preparará o teu caminho diante de ti" Mt 11.710.


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Notícias Site da família Gueiros O professor presbiteriano David Gueiros Vieira, de Taguatinga, Distrito Federal, acaba de lançar um site sobre a família Gueiros. Segundo ele, essa família, espalhada pelo Brasil, teve importante participação na história do Brasil e da IPB. O site é resultado do trabalho de vários membros da família e mostra, como o prof. David explica na homepage, um apanhado de eventos, biografias e anedotas. www.geocities.com/davidgueiros

eles nos passam os nomes de alguns missionários para serem ajudados". Além deste trabalho, estão sendo desenvolvidas duas células de evangelização em bairros distantes da cidade, uma para crianças e outra no lar de um

obra", afirma. Seu objetivo, diz, é que o leitor receba de Deus conforto, encorajamento e edificação. Contato: maurosa@uol.com.br. Já o rev. Marcos Severo de Amorim está lançando, pela editora Socep, o livro Igreja Cristã Evangelizadora. Entre outros assuntos, o livro destaca a prioridade da igreja, seus métodos de evangelizar, sua história e sua maneira de atrair as pessoas. O livro faz parte da campanha pela aquisição de uma sede para o projeto Rumo ao Sertão, da IP de Carnaubal, em Mossoró, Rio grande do Norte. Contato: prmarcossevero@uol.com.br.

IP de Alto Rio Novo: 73 anos servindo a Deus

E o rev. Calvino Rocha, pastor da IP Central de Caruaru (PE) está lançando seu terceiro livro, fruto da sua dissertação para o mestrado em Teologia. O livro Responsabilidade Social da Igreja é da Editora Descoberta e, segundo o autor, é um convite à reflexão sobre ação social. "Caminhe por estas páginas e reveja seus conceitos sobre ação social e sua relação com evangelização á luz da Bíblia, do Pacto de Lausanne, da história da Igreja Cristã e da Teologia", afirma. Contato: prcalvino@ig.com.br .

29 anos do Sínodo Espírito Santo/Rio de Janeiro O Sínodo Espírito Santo/Rio de Janeiro celebrará culto em ação de graças pelo 29º aniversário, no dia 26 de junho, na IP Central de Cachoeiro do Itapemirim (ES), tendo como pregador o secretário executivo do Supremo Concílio da IPB, rev. Ludgero Bonilha de Morais.

IP de Alto Rio Novo comemora 73 anos Em duas noites de louvor e adoração a Deus pelas bênçãos recebidas e as que ainda virão, a IP de Alto Rio Novo, Espírito Santo, comemorou 73 anos de história. A celebração aconteceu nos dias 6 e 7 de dezembro de 2003, e contou com a participação da maioria dos 145 membros da igreja. "A festa foi agradabilíssima, muito bonita", afirma rev. Samuel França de Souza, pastor efetivo da igreja. Foi ele quem iniciou um dos principais projetos desenvolvidos pela IP: o Grupo de Apoio Missionário (GAM). "Fui criado e formado em SP na IP da Penha, e lá atuei em trabalhos com missões". As atividades do Grupo consistem basicamente no envio de roupas, medicamentos e outros itens que os missionários precisem. Atualmente, são 6 os missionários ajudados pela igreja. "Mantemos contato com a Junta de Missões Nacionais e

casal que está sendo discipulado.

Nascem quatro igrejas no Alto Paranaíba Na VIII Reunião Extraordinária do Concílio do Presbitério Leste do Alto Paranaíba (PLAP) foi aprovada a organização de quatro igrejas: Congregação Sebastião Amorim e Colina em Patos de Minas, Congregação da Cidade de Lagoa Formosa e Congregação Alvorada em Carmo do Paranaíba. O PLAP nasceu dia 14 de novembro de 1998, fruto do desmembramento do PAPB (Presbitério do Alto Paranaíba) e conta, hoje, com nove igrejas, 10 pastores, 11 evangelistas e oito candidatos ao ministério.

Lançamentos de livros O livro Carpe Diem é fruto das elocubrações do autor, segundo ele próprio. O rev. Mauro Sérgio Aiello está lançando o livro independentemente e afirma que muitas dessas elocubrações foram motivadas por circunstâncias envolvendo seu ministério nos dois últimos anos junto à IP Maranata em Santo André. "Na verdade, eram pastorais que transformei em artigos e publiquei nesta

Campeonato de Futsal em São Paulo A Confederação Sinodal de UPHs do Sínodo Borda do Campo promove o V Campeonato Estadual de Futsal entre UPHs. O evento acontece no dia 7 se setembro, aproveitando o feriado do Dia da Independência. As campeãs dos campeonatos anteriores são as UPHs da IP Independente de Freguesia do Ó (primeiro), da IP Esperança, em Perus (segundo), da IP do Jardim Santo Alberto, em Santo André (terceiro) e da Federação de UPHs de Santo André, que venceu o quarto campeonato. Informações e inscrições com Cosme, pelos telefones 011 4367 2833 e 4368 7466.


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Janelas para o Mundo Divulgação

do Centro de Monitoramento de Racismo e Xenofobia.

A Paixão de Cristo no Oriente Médio O pastor e missionário presbiteriano no Oriente Médio, rev. Osni Ferreira, conta que o ódio aos judeus tem motivado muitos árabes a assistirem ao filme A Paixão de Cristo, de Mel Gibson. Assim, acabam tendo contato com a mensagem do evangelho, gerando muitas mudanças. Ele conta que o sucesso do filme é grande e que a reação dos muçulmanos, ao chegarem ao cinema, é de ironia e há piadas sobre judeus e Jesus. Contudo, basta o filme começar e as reações vão mudando: "O silêncio toma conta do cinema e é possível ouvir o choro de várias pessoas, ao ver o sofrimento de Cristo na cruz". Para ele, há muitas coisas que se pode discordar no filme (ele diz que na tradução para o árabe há várias falhas), porém, uma coisa que não se pode questionar é que tem trazido um grande impacto na vida de muitos e, no OM, tem servido de uma porta aberta para a pregação do Evangelho. "Louvamos a Deus, pois já temos alguns convertidos fruto desse filme", comemora. Segundo relatos registrados no site da Apec Coréia (www.cefkorea.org), no Qatar, os missionário da Apec contam que, até o momento, exibiam filmes sobre Jesus somente em sessões secretas. No entanto, nas últimas semanas, milhares de muçulmanos árabes têm assistido ao filme. "Em duas horas, pude ver mais qatarianos ouvindo do evangelho do que em cinco anos em que aqui vivi", conta o missionário. No Kwait, o filme está tão popular que outros filmes têm sido cancelados para que as salas de cinema possam exibir A Paixão de Cristo. Na Arábia Saudita, onde não há salas de cinema, estão começando a aparecer DVDs piratas do filme. Um missionário num desses países conta que duas mulheres muçulmanas, influenciadas pelo filme, lhe pediram o

Anti-islamismo também está presente na Europa

Rev. Osni Ferreira e a esposa Cláudia Novo Testamento em árabe. "Ore para que muitos prestem atenção a este filme e que acenda um interesse e uma fome para saberem mais de Jesus e da Bíblia", pede o missionário. "Ore para que os corações estejam abertos para o amor de Jesus. Ore para que os crentes tenham a oportunidade de falar com seus amigos e que estejam disponíveis para aqueles que serão impactados pelo que verão".

Anti-semitismo aumenta na Europa No dia 31 de março, a agência antiracista da União Européia divulgou que a violência contra judeus cometida por jovens brancos está aumentando em muitos países da região como França — o principal - Bélgica, Alemanha, Holanda e Reino Unido. A violência é expressa em palavras na Internet, pichações e vandalismo ou mesmo em incêndios criminosos e até ataques físicos. O relatório pode ser acessado no site http://eumc.eu.int/eumc/index.php?fusea ction=content.dsp_cat_content&catid=1,

No estado alemão de BadenWürttemberg, as professoras muçulmanas de escolas públicas estão proibidas de usar o véu. A lei foi aprovada no dia 1º de abril pelos deputados e assim que foi aprovada, foi acusada de anti-islâmica pela oposição, pois não existe a proibição de símbolos cristãos nas salas de aula. Na Itália, uma muçulmana marroquina foi recusada para trabalhar numa creche, no vilarejo de Samone, porque usaria o véu nas salas de aula. Os diretores alegaram que a vestimenta poderia assustar as crianças. No dia 1º de abril, o ministro do Interior, Giuseppe Pisanu, pediu à escola que reconsiderasse a decisão porque o véu é um símbolo cultural e religioso inofensivo. No entanto, o partido italiano Liga do Norte, que é anti-imigrações, elogiou a decisão da escola, afirmando que ela está exercendo o direito de educar as crianças nas tradições italianas.

Apec realiza congresso nacional A Apec — Aliança Pró-evangelização das Crianças realiza, de 2 a 6 de agosto, seu 14º Congresso Nacional no Hotel Vale do Sol, em Serra Negra, São Paulo. O tema será: Coração e Mãos, Tudo Pelas Crianças. As devocionais serão ministradas pelo dr. Russell Shedd e, o louvor, pelo pastor Marcílio e sua esposa Zelda de Oliveira, da Primeira Igreja Batista de Curitiba. Inscrições e informações na Apec — Setor de Congressos, no telefone 11 5574 6633 ou pelo e-mail congresso@apec.com.br.


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História da IPB no Vale do Paraíba é abençoada

IP de São José dos Campos completa 50 anos Divulgação

Gustavo Brigatto

bril foi de festa para a IP de São José dos Campos, interior de São Paulo. Nesse mês, a igreja completou 50 anos. Para celebrar, foram realizadas atividades especiais nos quatro domingos do mês. No dia 4, pregou o pastor da IP do bairro da Lapa, em São Paulo, rev. Jorge Alberto Canilhas, filho da IP de São José. No dia 11, foi a vez do coral da igreja apresentar a sua Cantata de Páscoa. Na semana seguinte, dia 18, houve um culto de gratidão, com participação na liturgia dos irmãos das cinco igrejas organizadas com apoio da IP de São José. As comemorações de abril se encerraram no dia 25, em um culto com a presença do cantor João Alexandre e banda. Mas a festa não termina aí. No início de agosto, próximo ao aniversário da IPB, a igreja receberá o presidente do SC-IPB, rev. Roberto Brasileiro, que pregará nos cultos da manhã e da noite. "A IP de São José dos Campos está passando por um momento muito gostoso, com sociedades e grupos bem organizados e cerca de 280 membros comungantes", comemora o pastor Naity Wesley, efetivo da igreja há quatro anos. GRUPOS E SOCIEDADES O grupo de teatro e coreografias Frutos do Rei é composto por crianças e adoles-

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centes e se apresenta na cidade com objetivos de evangelização. Já o Grupo de Ação Social da Igreja Presbiteriana (GASIP) centraliza toda a ação social da igreja. Entre os serviços oferecidos pelo grupo está o empréstimo de cadeiras de rodas e cama de enfermagem para pessoas que não têm condições de comprar ou alugar esses equipamentos. Os membros que precisam cuidar da saúde, mas não têm condições financeiras, podem contar com a ajuda da igreja para pagar exames e consultas, além de economizar comprando remédios na pequena farmácia comunitária mantida pela igreja. A ajuda a famílias carentes da própria igreja ou indicadas por membros, é feita através da doação de alimentos realizada duas vezes por mês. "Chamamos as pessoas para comparecer à igreja para entregar o alimento físico e espiritual. Se elas não vierem, nós vamos até a sua casa e fazemos uma devocional", explica o pastor Naity. Por meio de sua Secretaria de Ação social, a SAF também mostra sua preocupação com essas questões montando e distribuindo enxovais de bebê. Em parceria com a ALFALIT, a igreja também auxilia no programa de alfabetização de adultos do Governo Federal, cedendo salas para aulas, treinamento de professores e distribuição de material didático.

IP de São José dos Campos: preocupação com o social

Mas um dos trabalhos da Igreja que mais tem recebido atenção ultimamente é o de revitalização da Congregação do bairro de Chácaras Reunidas, região industrial de São José dos Campos. "A Congregação existe há 19 anos, mas ficou abandonada por algum tempo. Resolvemos mudá-la para um bairro residencial próximo e o trabalho tem mostrado bons resultados. Somos realmente muito abençoados", alegra-se o pastor Naity. A IP de São José dos Campos faz parte do Presbitério Vale do Paraíba

(PVPB), com sede na própria cidade e composto de nove igrejas nas cidades de Jacareí, Jambeiro, São Sebastião e Caraguatatuba, contando ainda com congregações em Santa Isabel e no Jardim Imperial, bairros de São José dos Campos. HISTÓRIA Em novembro de 1938, Antônio Mendes Ribeiro se mudou para Jambeiro, onde constituiu uma fazenda e constatou que não havia nenhum trabalho presbiteriano. Em seguida, mudaram-se também para lá os fazendeiros Argentino Soares Ribeiro e Antônio Santiago da Silva.

As três famílias presbiterianas começaram a se reunir regularmente para orar e estudar a Bíblia. Em 1951, o Presbitério de São Paulo encarregou o rev. Pérsio Gomes de Deus, que dava assistência pastoral ao rebanho presbiteriano em Jambeiro, de abrir novos trabalhos no Vale do Paraíba. Ele passou a visitar cidades como Taubaté, Caçapava e São José dos Campos. Nesta, ele encontrou famílias presbiterianas que freqüentavam cultos de outras denominações evangélicas. Em fevereiro de 1952, com uma reunião na biblioteca do sanatório Vila Samaritana e sob a tutela do rev. Pérsio Gomes de Deus, o licenciado em Teologia Ruben Alberto de Souza reuniu os irmãos Américo de Castro, Possedônio José de Freitas, Adão Plácido de Oliveira, Alínio Moreira Coelho e o dr. Vicente Soares de Barros Júnior para estudar a criação de um trabalho presbiteriano. Resultado disso, no dia 2 de março de 1952, aconteceu a primeira reunião presbiteriana oficial em São José dos Campos, em uma propriedade do dr. Vicente de Barros. Ali foi dado início à Escola Dominical que, daquele momento em diante, iria funcionar ininterruptamente todos os domingos. Pouco mais de um mês depois, em 20 de abril, foi organizada a Congregação que deu início à IP de São José dos Campos, em 10 de abril de 1954.


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Jovens

Rev. Walcyr Gonçalves diz que pretende resgatar engajamento político e sociológico dos jovens presbiterianos

Novo secretário da Mocidade fala sobre projetos Divulgação

Lucilene Nascimento leito com 42 votos para o cargo de Secretário Geral do Trabalho da Mocidade da IPB, na última reunião da Comissão Executiva do SCIPB, realizada de 15 a 19 de março, o rev. Walcyr Gonçalves afirma que pretende, como um dos seus principais objetivos no novo cargo, resgatar o engajamento político e sociológico dos jovens presbiterianos. Ele vem substituir o rev. Martorelli Dantas, que renunciou ao cargo devido à sua transferência para uma outra denominação. Desde então, a secretaria geral da mocidade estava sob a direção provisória do pb. Renato José Piragibe, tesoureiro da IPB. O rev. Walcyr, que pastoreia a IP Monte Horebe da Figueira, em Duque de Caxias, RJ, foi, durante os anos de 1990 a 1994, secretário executivo da Confederação Nacional de Mocidade (CNM) e acompanha o trabalho da mocidade desde 1984, período de reorganização da CNM. O Secretário Geral desempenha a função de uma espécie de tutor dessa Secretaria. "Ele é o elo de ligação do Supremo Concílio com a Confederação Nacional. Como secretário, eu serei o responsável por orientar, aconselhar, lutar pelas reivindicações e trabalhar diretamente com a mocidade nacional", o rev. Walcyr resume suas funções. RESGATAR A HISTÓRIA DA MOCIDADE Hoje, a Confederação está forte, desenvolve importantes

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trabalhos regionais, mas ainda há muito a ser trabalhado, comenta o rev. Walcyr. "Nossa tradição é de luta. A Mocidade Presbiteriana da década de 50 foi marcada pelo engajamento social, e um dos meus objetivos como secretário é resgatar esse engajamento social, político e sociológico. Essa é a nossa historia", diz o novo secretário. Segundo ele, para que tal objetivo seja alcançado, é necessário que haja uma mobilização nacional. "Precisamos da ajuda dos pastores e das igrejas locais para que os jovens sejam incentivados a se envolverem nesse trabalho evangelístico e salvador", salienta. O novo secretário adianta que, para alcançar uma confederação engajada e comprometida com o evangelho, trabalhará em parceria com o rev. Haveraldo Ferreira, secretário-geral do trabalho com adolescentes. "Como não há muita diferenciação de idades e os objetivos são bastante comuns para essas duas sociedades, nada melhor que somar forças para alcançar tais objetivos", comenta o rev Walcyr. MOCIDADE FORTE Neste mês, a UMP completa 68 anos de existência e, como forma de agradecimento a Deus, no dia 15, em Porto Alegre, às 19h, a Confederação Nacional de Mocidades organiza um culto comemorativo. No dia 22 de maio, é a vez da UMP Paulista, com o apoio da CNM, comemorar o aniversário na Universidade Presbiteriana Mackenzie. A programação terá início às 10h e encerramento com um culto de gratidão às 18h.

Rev. Walcyr Gonçalves: novos objetivos para os jovens presbiterianos

Dentre as atividades destacam-se a III Maratona de Arrecadação de Alimentos e workshops. Em maio do ano passado, cerca de 1500 jovens estiveram presentes durante todas as comemorações e a I Maratona de Arrecadação de Alimentos arrecadou mais de uma tonelada de alimentos que foram doados para AEB (Associação Evangélica Beneficente). Grupos teatrais e musicais da capital e do interior participaram da festa. Informações no site www.umpsaopaulo.com.br. O Projeto UMP SP é um dos exemplos de mocidade comprometida com a realidade social brasileira. É um projeto que abrange a união de todas as Confederações de Mocidade dos 12 sínodos do Estado de São Paulo e desenvolve trabalhos que visam ao fortalecimento das sinodais do estado. Um dos trabalhos mais impactantes desenvolvidos

por esses jovens paulistas foi a Missão Plantar, na cidade de Lorena (BP novembro de 2003, pg 19). Realizado naquela cidade do interior paulista, nos dias 1 e 2 de novembro de 2003, o evento contou com evangelismo de porta em porta e ainda com um grande culto celebrado ao ar livre, com pregação da Palavra e celebração de louvor com a banda Na Rocha. HISTÓRIA QUE AS ATAS NÃO CONTAM Com o objetivo de resgatar a história da Mocidade Presbiteriana, a CNM está organizando um livro em que todos os jovens – de hoje e do passado - poderão, e deverão, contribuir efetivamente enviando histórias vividas por suas mocidades locais. Histórias que as Atas não contam (BP fevereiro de 2004, pg 14) é o provável nome do livro e ilustra o objetivo desse trabalho, que é contar histórias e mostrar a cara da mocidade presbiteriana em

seu dia-a-dia, nos detalhes mais simples e corriqueiros. O primeiro livro da Confederação Nacional da Mocidade, Eu faço parte dessa história, foi lançado em janeiro de 2002 e conta, de forma cronológica, parte da história da Confederação Nacional, abrangendo o período de extinção da CNM, durante a ditadura militar. Os relatos vão do ano de 1936, período de organização da Mocidade Nacional, ao ano de 1988, período de sua reorganização. As contribuições para o novo livro devem ser enviadas para Enos Moura Filho, Av. Napoleão, 67, Vila Matilde, São Paulo, ou por e-mail para enos@uol.com.br. AGENDA CNM 2004 A CNM organiza, ao longo do ano, encontros em todas as cinco regiões do país, que visam ao treinamento e capacitação da juventude presbiteriana para o trabalho do Senhor. "São momentos agradáveis de compartilhamento de experiências e estudo da Palavra", comenta o rev. Walcyr. Além disso, houve também o Encontro Nacional da Mocidade Presbiteriana (BP março de 2004, pg 16). A reunião desse ano aconteceu nos dias 19 a 24 de janeiro, na cidade de Domingos Martins, ES, e contou com a presença do presidente e vice-presidente do Supremo Concílio da IPB, reverendos Roberto Brasileiro e Guilhermino Cunha, entre outros palestrantes. De 23 a 25 de Julho, será a vez do Encontro Regional de Líderes da região Sul e, em novembro, será a vez da Região Sudeste.


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Pastores falam sobre suas histórias de vida ao chegarem aos 70 anos

Rev. Sperber e rev. Azulay são jubilados Gustavo Brigatto e Letícia Ferreira o dia 17 de março, durante a 36ª Reunião Ordinária do Supremo Concílio da IPB, em São Paulo, foi realizado o culto dos Pastores Jubilados. Vinte e dois pastores foram jubilados, entre eles, o rev. Antônio Sperber, que foi o pregador da ocasião. São 70 anos de idade e 39 de pastorado, pois foi ordenado no dia 24 de janeiro de 1965. Segundo ele, desde cedo demonstrou vocação para o Ministério da Palavra. Nascido em 24 de outubro de 1933, era o primeiro homem entre os filhos do casal Antônio Sperber e Florinda Julia Sperber e tinha a responsabilidade de dirigir os cultos domésticos como um "eloqüente pregador", na sua casa na região do Córrego do Mantimento, Minas Gerais, onde hoje existe a cidade de São José do Mantimento. Na igreja também participava e, certo domingo, em 1947, fez uma prelação quando estava

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presente o rev. Orlando Satlher, então pastor da IP de Manhuaçu, Minas Gerais. O pastor disse aos pais do menino que o filho deles deveria estudar para pastor. Como a família não tinha condições financeiras, o pastor propôs que o menino fosse morar em sua casa em Manhuaçu e estudar de graça. "E o Antônio vai ser pastor", disse. No entanto, o pai do menino faleceu no dia 2 de fevereiro de 1948 e, com ele, foi enterrado o sonho do filho de ir para Manhuaçu. Ao invés dos livros, a enxada, pois ele passou a ser arrimo de família. Não deixou de progredir na igreja, participando como regente do coral, professor da Escola Dominical, primeiro presidente da UMP. Em 1952, o jovem Antônio Sperber foi trabalhar no colégio em Caratinga, Minas Gerais, em troca de hospedagem e estudos. Em 1960, entrou para o Seminário Presbiteriano do Centenário e, após formar-se, pastoreou várias igrejas, sempre com os olhos voltados para

Rev. Antônio Sperber: líder presbiteriano se destacou principalmente em Minas Gerais

abertura de novas frentes de trabalho. Durante todo esse tempo, teve a dedicação de Ruth Scherrer Stauffer, com quem se casou em 6 de janeiro de 1967. Com ela, o rev. Sperber teve cinco filhos e, até agora, seis netos. Todos são presbiterianos e o filho Alberto Henrique Stauffer Sperber é o pastor efetivo da Terceira IP de Manhuaçu. "Posso dizer: Eu e minha casa serviremos ao Senhor", afirma. "Grandes coisas o Senhor tem feito por mim, por isso vivo alegre". REV. SALOMÃO AZULAI Outro pastor jubilado durante a 36ª reunião Ordinária do Supremo Concílio, em São Paulo, foi o rev. Salomão Lopes Azulay, da IP de Belém, Pará. Nascido em família judaica em Santarém, interior do Pará, Salomão teve lidar com o grande aborrecimento de seu pai e a divisão de sua família quando

resolveu receber Jesus em sua vida. Seu encontro com o Evangelho aconteceu no período em que esteve preso após o Golpe de 1964. Salomão, que começava o curso de Ciências Matemáticas na Universidade Federal do Pará, foi convocado para uma missão especial na Base Aérea do Galeão no Rio de Janeiro e lá estava quando os militares tomaram o poder. Permaneceu preso por cerca de quatro meses, dos quais, 15 dias incomunicável em uma cela. O alívio vinha com a leitura do Evangelho e as visitas do rev. Domingos Andrade Lima. "Aceitei a Jesus como meu Salvador e Senhor pessoal em uma noite de muitas ameaças. Noite inesquecível! Senti um alívio e uma paz indizível. Eu agora pertencia ao Senhor Jesus. Com Ele e nEle nada poderia temer". O rev. Azulai começou o

curso de Teologia no Seminário Presbiteriano do Norte em 1965 e, em 1969, o Presbitério de Pernambuco o ordenou ministro e o designou pastor-evangelista da IP do Pina, em Recife. Ao concluir o bacharelado, foi eleito pastor efetivo da igreja por cinco anos. Na década de 1970, foi eleito segundo secretário e deputado do Supremo Concílio pelo Presbitério de Pernambuco e foi presidente do Presbitério por duas vezes. Transferiu-se para o Presbitério do Rio Doce, em Minas Gerais, onde pastoreou a IP de Itabirinha de Mantena. Empossado pastor evangelista da IP de Belém em janeiro de 1975, foi eleito no mesmo ano pastor efetivo por cinco anos e reeleito por quatro vezes. Em 2001, após 26 anos de pastorado, recebeu da Assembléia da Igreja o título de Pastor Emérito. Entre 1975 e 2001, presidiu e representou presbitérios; plantou igrejas e liderou a construção de templos; criou o Centro Presbiteriano de Teologia como autarquia do Presbitério de Pernambuco (hoje desativado). O rev. Salomão cursou a faculdade de Psicologia e hoje preside a Associação Missionária Tazulayt, que, entre outras coisas, promove atividades evangelísticas e doutrinárias, atendimento psicanalítico, prevenção contra drogas e mantém parcerias com a Aliança Pró-evangelização de Crianças – Apec e com o Presbitério Metropolitano de Belém. Ele colabora em sua igreja natal pregando uma vez por mês e ensinando na Escola Dominical.


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Combate às drogas

Respostas para dependentes químicos

Associação previne e trata uso de drogas rar profissionais para servir de mediadores em seu local de trabalho e na sua comunidade, oferecendo a eles cursos de capacitação na área de dependência química para que possam intervir em problemas referentes ao uso indevido de drogas". Os recursos que mantém a APADD provêm da IPB e de doações.

Gustavo Brigatto Associação de Prevenção e Assistência aos Dependentes de Drogas, APADD, é uma entidade filantrópica presbiteriana, com sede em Vila Velha, Espírito Santo. Sua atuação é fundamentada na prevenção e esclarecimento sobre o perigo do uso das drogas e na assistência aos dependentes ou Tratamento Ambulatorial. Há ainda um forte trabalho de Terapia Espiritual entre os pacientes. "Só a Igreja do Deus vivo, que tem o evangelho, que é o poder de Deus, pode dar resposta ao dependente químico. Esse é o nosso principal foco de trabalho. Para isso, realizamos um trabalho evangelístico no Hospital e Maternidade de Vila Velha e laboratórios de oração com funcionários e dependentes. O resultado, em 2003, foram 47 pessoas aceitando o Senhor Jesus", conta Carlos Alberto da Silva, presidente da APADD e um dos fundadores da associação. Cadastrada nos conselhos e secretarias municipais, estaduais e federais de assistência social e combate às drogas, só no ano passado, o atendimento geral da associação atingiu o número de 17.974 pessoas. Em 15 anos de atuação, a APADD já atendeu a mais de

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APPAD promove enventos de esclarecimento sobre o uso de drogas

220 mil pessoas. ATUAÇÃO O Núcleo de Prevenção da APADD é composto por uma psicóloga, uma psicanalista e um administrativo. O objetivo é conscientizar crianças, adolescentes e jovens sobre o perigo das drogas através de atividades como teatro e palestras em escolas, igrejas, empresas públicas e privadas etc. Só em 2003, esse núcleo atingiu um total de 12.628 pessoas. A APADD é a única instituição em Vila Velha que oferece o Tratamento Ambulatorial para dependentes de drogas.

Nela são atendidas as pessoas que procuram tratamento por vontade própria, pela ajuda da família e amigos ou encaminhados pela Justiça e outras instituições, como igrejas, conselhos tutelares etc. Esse serviço se divide em várias áreas de atuação: A Atenção Primária ou primeiro contato com o dependente, é dada por um ex-usuário de drogas que, depois de recuperado, passou por um curso de capacitação e serve como espelho para quem está passando por esse mau momento e precisa de apoio. "Quando o dependente ouve

alguém que passou pela mesma situação que ele, respira aliviado e se sente mais confortável para fazer o tratamento", relata a dra. Jussara Abreu Silva, supervisora técnica da APADD. Depois entra em cena o Serviço Social, que avalia a situação do dependente e de sua família, examinando seus conflitos, problemas com a Justiça, tipo de droga que utiliza e com que freqüência, determinando assim a forma como ele deve ser tratado e auxiliando no seu processo de reintegração à sociedade. Também fazem parte do tratamento, consultas com profissionais das áreas médicas e de Psicologia, que trabalham a parte de conscientização do paciente de seu próprio vício e diagnóstico para desintoxicação. "Além disso, mantemos um Centro de Estudos e Pesquisa que tem por finalidade prepa-

CONSCIENTIZAÇÃO O trabalho da APADD teve início com uma conscientização e mobilização, fruto de um incidente ocorrido em 1988, num acampamento de jovens da Primeira IP de Vila Velha. "Encontramos droga com um dos garotos que estavam no acampamento e isso causou um espanto geral, jamais poderia passar na cabeça de alguém que, num acampamento de uma igreja, haveria um caso de uso de drogas", conta Carlos Alberto. O incidente provocou a discussão da necessidade da igreja de ter pessoas preparadas para administrar o problema. A partir de fevereiro de 1988, um grupo formado por médicos, psicólogos, assistentes sociais, advogados, funcionários públicos federais e pedagogos, entre outros profissionais, começou a se reunir para tratar do tema, quando surgiu a proposta de criar uma associação específica para enfrentar o desafio de combater as drogas. Em novembro do mesmo ano, a associação foi oficialmente criada, com o registro de seu estatuto em cartório e a eleição de sua primeira diretoria efetiva, com mandato de dois anos.


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Assistência

Equipe Amanajé louva a Deus pela compra de barco o início de março, foi paga a última parcela do barco Amanajé, do Projeto Amanajé, liderado pelo missionário rev. Ronaldo Lidório na Amazônia. "Louvamos a Deus pela forma como muitos foram usados para fazer do barco uma realidade". Segundo o rev. Lidório, o barco mede 15 por 4 metros, podendo abrigar 15 pessoas e com autonomia para até 60 dias de viagem. Está pronto e navegando entre Manaus e o Rio Cuieiras. Assim que o nível do Rio Negro subisse, começaria a ir para São Gabriel da Cachoeira onde ajudaria com o trabalho no Alto Rio Negro. "O barco terá alguns propósitos bem definidos, otimizando seu uso. Fará o transporte dos missionários, suprimentos e medicamentos, conduzindo os projetos de assistência comunitária nos quais estamos envolvidos", conta o rev. Lidório. O barco também facilitará as viagens de mapeamento e pesquisa

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Barco Amanajé: conduzindo os projetos de assistência comunitária

além de, em breve, funcionar como barco hospital. O Projeto Amanajé é um trabalho de médio e longo prazo com povos indígenas, de alcance missionário e desenvolvimento de programas sociais relevantes. Contatos: APMT: www.apmt.org.br AMEM: www.amem.org.br

Francisco e Rose Ferreira: franciscorose@hotmail.com Ronaldo e Rossana Lidório: rlidorio@hotlink.com.br Márcio e Isaura Schmidel: marcio@schmidel.com.br Gilvânia Santos: gilvaniarsantos@hotmail.com Marcelo e Cláudia Carvalho: marcclau@hotmail.com.br Iraquitan e Silvéria Carvalho: iraquitanc@ig.com.br

O rev. Ronaldo Lidório e a Equipe Amanajé agradecem aqueles que oraram e também os que contribuíram financeiramente: • rev. Jeremias, que levantou fundos para este projeto junto a algumas igrejas amigas; • Oitava IP de Belo Horizonte, que carinhosamente contribuiu para a construção do barco; • Missão AMEM, especialmente seu diretor Hans Schutze, que levou a cabo o contato com a agência cristã Hilfe Fuer Brueder, que custeou grande parte do valor deste projeto; • Ministério Assembléia de Deus em São Paulo; Hebron Assec (queipsl@presbiteriano.net) participou fielmente em todas as etapas de construção; • IP Central de Cuiabá pelo desprendido envolvimento financeiro; • IP de Manaus, pelo bom apoio no preparo do projeto; • Igreja do Nazareno, em Campinas (SP); • ofertas pessoais da Equipe Amanajé e recursos adquiridos pela venda dos livros Novas Fronteiras e Konkombas (escritos pelo rev. Lidório); • Igreja Vida Nova, no Canadá, em particular ao envolvimento do Pr. Ceny Tavares; • Presbitério Vale do São Mateus, no Espírito Santo; • irmão Admael, membro da Assembléia de Deus em Manaus e dono do estaleiro que construiu o barco: pela paciência e toda a colaboração; • queridos irmãos que individualmente participaram.

Aniversário

IP de Alta Floresta completa 20 anos de organização o dia 17 de março, a IP de Alta Floresta completou 20 anos de organização. Na verdade, segundo o rev. Hélio Francisco da Silva, pastor da igreja, a história começa seis anos antes da organização, quando, em 1978, os reverendos Odilon Sales e Luiz Ricardo Monteiro da Cruz, o evangelista José Antônio Pereira e o presbítero Dirceu Cerzósimo, então presidente da Junta de Missões Nacionais da IPB, fizeram uma

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viagem de reconhecimento à cidade de Alta Floresta, com vistas a abertura da Igreja na cidade. No ano seguinte, o presbítero Dirceu e rev. Odilon retornaram a Alta Floresta e adquiriam os imóveis da rua F, onde residiria o pastor da igreja e seria iniciada a Escola Presbiteriana. Em fevereiro de 1980, o rev. Odilon, sua esposa Ialda e seu filhos chegaram à cidade, fixaram residência e deram início ao trabalho missioná-

rio. O primeiro culto foi realizado no dia 17 de fevereiro de 1980, na residência do casal Hélio e Cleide Coutinho. E a primeira Escola Dominical, no dia 24 do mesmo mês, na casa do rev. Odilon, com a participação de três outras famílias. Dois anos depois, foi adquirida a área em que a igreja seria fixada, na Avenida Ariosto da Riva, para onde também seria transferida a Escola Presbiteriana. Muitas

outras famílias se uniriam à fé e, no dia 17 de março de 1984, foi organizada a IP de Alta Floresta. A comissão organizadora compunha-se dos presbíteros Abílio Coelho, Dirceu Cerzósimo, Cyrilo Luciano Gomes e Rev. Odilon Sales, pastor da igreja até 1987. Hoje, o Conselho é composto pelos presbíteros Cláudio Hartwig, Lourenço Almeida Nascimento, Reinaldo Sebastião do Monte e Valmir José de

Paiva. "Durante todo esse tempo, a IP de Alta Floresta tem proclamado as boas novas de Jesus Cristo, crendo em um só Deus, que subsiste em triunidade e crendo na Bíblia Sagrada como única regra de fé e prática. Procura seguir os seus ensinos para uma vida mais honrada nesta terra e principalmente, para agradar ao Deus que tanto nos ama e manifesta sua bondade para conosco diariamente", afirma o rev. Hélio.


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Resoluções do SC IPB Por decisão da Comissão Executiva do Supremo Concílio da Igreja Presbiteriana do Brasil, publicamos como artigo especial o documento abaixo que trata da importante guarda do Dia do Senhor. Entendemos que a IPB, em seus Princípios de Liturgia, reservam uma alusão especial a este tema de nossa prática cristã. Secretário Executivo do SC-IPB, rev. Ludgero Bonilha Morais CE-SC/IPB-2004 - DOC. XLII Referente ao Documento número 037, procedente do Sínodo Piratininga: Reencaminhando as consultas dos Docs. CE-SC 03-014, CE-SC-03-191 e CE-SC-02 porque não atendeu as consultas e / ou resoluções deste Sínodo. A Comissão Executiva do Supremo Concílio, RESOLVE: 1) Tomar Conhecimento; 2) Considerar: I. As resoluções do SC-78-032 - Sínodo Meridional - Pedido de advertência aos Presbitérios quanto à guarda do dia do Senhor - Doc. CI - Quanto ao Doc. 40 - pedido de advertência aos Presbitérios quanto à guarda do dia do Senhor - O Supremo Concílio resolve: Recomendar aos Presbitérios e aos ministros da Igreja Presbiteriana do Brasil que cumpram os dispositivos da Constituição da Igreja e dos Princípios de Liturgia sobre a guarda do dia do Senhor SC-78-045 - Sínodo de Sorocaba - solicitação para observância e guarda do domingo - Doc. XCVIII - Quanto ao Doc. 50 - proposta referente à guarda do domingo - o Supremo Concílio resolve: Determinar que a Igreja Presbiteriana do Brasil, por seu representante legal, promova as necessárias gestões, junto às autoridades competentes no sentido de garantir a observância e a guarda do domingo, como dia do Senhor pelos cristãos evitando escalas de exames escolares, concursos e outros atos administrativos nesse dia. CE-92-088 - Doc. LXV Quanto ao Doc. 86 - Do Presbitério de São Carlos, sobre recepção de membro que seja "profissional esportista". Considerando que: 1) É dever de todos lembrar-se do Dia do Senhor, preparando-se de antemão para sua guarda. 2) Tratar-se de um profissional, regularmente exercendo sua profissão, da qual extrai seu sustento, sem depor contra a ética cristã; a CE-SC/IPB resolve: Recomendar que seja recebido ressaltando que seja observado o que preceituam os artigos 1º e 4º dos PRINCÍPIOS DE LITURGIA - CAPÍTULO I - O DIA DO SENHOR - Art. 1º - É dever de todos os homens lembrar-se do dia do Senhor (Domingo) e preparar-se com antecedência para guardá-lo. Todos os negócios temporais devem ser postos de parte e ordenados de tal sorte que não os impeçam de santificar o Domingo pelo modo requerido nas Sagradas Escrituras. Art. 2º - Deve-se consagrar esse dia inteiramente ao Senhor, empregando-o em exercícios espirituais, públicos e particulares. É necessário, portan-

to, que haja, em todo esse dia, santo repouso de todos os trabalhos que não sejam de absoluta necessidade, abstenção de todas as recreações e outras coisas que, lícitas em outros dias, são impróprias do dia do Senhor. Art. 3º - Os crentes, como indivíduos ou famílias, devem ordenar de tal sorte seus negócios ou trabalhos que não sejam impedidos de santificar convenientemente o Domingo e tomar parte no culto público. Art. 4º - Conselhos e Pastores devem mostrar-se atentos e zelar cuidadosamente para que o Dia do Senhor seja santificado pelo indivíduo, pela família e pela comunidade.II. O que determina os símbolos de Fé da IPB na Confissão de Fé Capítulo XXI – DO CULTO RELIGIOSO E DO DOMINGO: VII. Como é lei da natureza que, em geral, uma devida proporção do tempo seja destinada ao culto de Deus, assim também em sua palavra, por um preceito positivo, moral e perpétuo, preceito que obriga a todos os homens em todos os séculos, Deus designou particularmente um dia em sete para ser um sábado (descanso) santificado por Ele; desde o princípio do mundo, até a ressurreição de Cristo, esse dia foi o último da semana; e desde a ressurreição de Cristo foi mudado para o primeiro dia da semana, dia que na Escritura é chamado Domingo, ou dia do Senhor, e que há de continuar até ao fim do mundo como o sábado cristão. Ref. Exo. 20:811; Gen. 2:3; I Cor. 16:1-2; At. 20:7; Apoc.1:10; Mat. 5: 17-18. VIII. Este sábado é santificado ao Senhor quando os homens, tendo devidamente preparado os seus corações e de antemão ordenado os seus negócios ordinários, não só guardam, durante todo o dia, um santo descanso das suas próprias obras, palavras e pensamentos a respeito dos seus empregos seculares e das suas recreações, mas também ocupam todo o tempo em exercícios públicos e particulares de culto e nos deveres de necessidade e misericórdia. Ref. Exo. 16:23-26,29:30, e 31:15-16; Isa.58:13; no Catecismo Maior: P. 115. Qual é o quarto mandamento? R. O quarto mandamento é: "Lembra-te de santificar o dia de Sábado (descanso). Trabalharás seis dias e farás neles tudo o que tens para Jazer. O sétimo dia, porém, é o Sábado do Senhor teu Deus. Não farás nesse dia obra alguma, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o peregrino que viver das tuas portas para dentro. Porque o Senhor fez em seis dias o céu, a terra, e

o mar, e tudo o que neles há, e descansou ao sétimo dia; por isso o Senhor abençoou o dia sétimo e o santificou." Ret. Exo. 20:8-11. P. 116. Que se exige no quarto mandamento? R. O quarto mandamento exige de todos os homens o santificar ou o guardar santos para Deus todos os tempos especificados que Deus designou em sua Palavra, expressamente um dia inteiro em cada sete; que era o sétimo desde o princípio do mundo até à ressurreição de Cristo, e o primeiro dia da semana desde então até ao dia de hoje, e há de assim continuar até ao fim do mundo; o qual é o sábado cristão, e no Novo Testamento é chamado o dia do Senhor (Domingo). ReI. Gen. 2:3; I Cor. 16:2; At. 20:7; João 20:19,26: Apoc. 1:10. P. 117. Como há de ser santificado o Sábado ou Dia do Senhor? R. O Sábado, ou Dia do Senhor, há de ser santificado por um santo descanso por todo aquele dia, não somente de tudo quanto é sempre pecaminoso, mas até de todas as ocupações e recreios seculares que são permitidos em outros dias: e em fazê-lo o nosso deleite, passando todo o tempo (exceto aquela parte que se deve empregar em obras de necessidade e misericórdia) nos exercícios públicos e particulares do culto de Deus. Para este fim havemos de preparar os nossos corações e com toda a previsão, diligência e moderação dispor e convenientemente arranjar os nossos negócios seculares, para que sejamos mais livres ,e mais prontos para os deveres desse dia. Ref. Exo. 20:8,10; e 16:25-26; Jer. 17:21-22; Mat 12:1-5; Lev. 23:3; Isa. 58:13; Luc. 4:16; At. 20:7; Luc 23:54-56; Ne.18:19. Perg. 118. Por que é o mandamento de guardar o Dia do Senhor (Domingo) mais especialmente dirigido aos chefes de famílias e outros superiores? R. O mandamento de guardar o Dia do Senhor (Domingo) é mais especialmente dirigido aos chefes de família e outros superiores, porque estes são obrigados não somente a guardá-lo por si mesmos, mas a fazer seja observado por todos os que estão sob o seu cuidado; e porque são às vezes propensos a impedi-Ias por trabalhos seus. Ref. Exo. 23: 12. P. 119. Quais são os pecados proibidos no quarto mandamento? R. Os pecados proibidos no quarto mandamento são - toda omissão dos deveres exigidos, todo o cumprimento descuidoso, negligente e sem proveito, e o ficar cansado deles; toda a profanação do dia por ociosidade e por fazer aquilo que é em si pecaminoso: e por todas as obras, pala-

vras e pensamentos desnecessários, tocantes às nossas ocupações e recreios seculares. Rei. Eze. 22:26; Amós 8:5; Eze. 23:38; Jer. 17:27. P. 120. Quais são as razões anexas ao quarto mandamento para lhe dar maior força? R. As razões anexas ao quarto mandamento para lhe dar maior força são tiradas -da equidade dele, concedendo-nos Deus seis dias de cada sete para os nossos trabalhos e reservando um só para si, nestas palavras: "Seis dias trabalharás e farás tudo o que tens para fazer'; de Deus reclamar urna propriedade especial nesse dia:"O sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus"; do exemplo de Deus, que "em seis dias fez o céu e a terra, o mar e tudo o que neles há, e descansou no dia sétimo"; e da bênção que Deus conferiu a esse dia, não somente santificando-o para ser um dia para o seu serviço, mas também determinando-o para ser um meio de bênção para nós em santificá-la, "portanto o Senhor abençoou o dia de sábado e o santificou". Ref. Exo. 20:9-11. P. 121. Por que se acha a palavra "lembra-te" colocada no princípio do quarto mandamento? R. A palavra "lembra-te" acha-se colocada no princípio do quarto mandamento, em parte pelo grande benefício que há em nos lembrarmos dele, sendo nós assim ajudados na nossa preparação para guardá-la; e porque em o guardar somos ajudadas a guardar melhor todos os mais mandamentos, e a continuar uma grata recordação dos dois grandes benefícios da criação e da redenção, que contêm em si um breve compêndio da religião; e em parte porque somos propensos a esquecernos deste mandamento visto haver menos luz da natureza para ele e restringir a nossa liberdade natural quanto a coisa permitidas em outros dias; porque este dia vem somente uma vez em cada sete, e muitos negócios seculares interveem e muitas vezes nos impedem de pensar nesse dia, seja para nos prepararmos, seja para o santificar; e porque Satanás, com os seus instrumentos, se esforça para apagar a glória e até a memória desse dia, para introduzir a irreligião e a impiedade; e as Sagradas Escrituras. 3) Reafirmar as resoluções do SC/IPB e da CE-SC/IPB; os Princípios de Liturgia da IPB; os preceitos estabelecidos nos Símbolos de Fé da IPB (Confissão de Fé; Catecismo Maior e Breve), fundamentados nas Escrituras Sagradas conforme acima transcritos. 4) Publicar em separado no Jornal Brasil Presbiteriano.


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