Brasil
PRESBITERIANO
Março de 2007
Órgão Oficial da Igreja Presbiteriana do Brasil
Rede Presbiteriana de Comunicação
Ano 50 / Nº 630 - R$ 1,80
Acervo da Escola Naval da Marinha Brasileira
Primeiro culto protestante nas Américas há 450 anos
Reformados franceses foram os responsáveis também pela realização da primeira Santa Ceia no Novo Mundo
Escola Naval na Ilha de Villegagnon, Rio de Janeiro, onde, em 1557, foram realizados o primeiro culto e a primeira Santa Ceia protestantes no Brasil Páginas 18 e 19
Artur Mendes
Divulgação
Divulgação
Novos rumos da Rede Presbiteriana de Comunicação
Timor Leste conta com trabalho presbiteriano
Presbiterianos ajudam pessoas com necessidades especiais
Páginas 10 e 11
Página 14
Página 8
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Março de 2007
Seu recado
Opinião
Comissão Executiva do Supremo Concílio 2007: momento de reflexão para preservação da paz Marcos J. A. Lins
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ela graça de Deus, reúnese neste mês de março a Comissão Executiva do Supremo Concílio da Igreja Presbiteriana do Brasil. Desta vez, convocada para reunirse nas dependências da Igreja Presbiteriana Nacional, em Brasília (DF). Temos firme esperança de que prevaleça a comunhão fraternal entre todos os líderes presbiterianos que participarão dessa reunião. Cremos que o apóstolo Paulo, quando se dirigiu aos crentes na carta aos Romanos 1.8-17, ensinou caminhos por meio dos quais pode ser desenvolvida a comunhão fraternal na família da fé. O apóstolo inicialmente afirma que rende graças a Deus porque a fé daqueles irmãos era proclamada em todo o mundo. Depois, toma Deus como testemunha de suas orações por todos eles. É enfático. Diz que orava “incessantemente” por eles, que suplicava pela oportunidade de visitá-los “em todas as suas orações”. Temos certeza de que os membros da CE-SC da IPB, convictos de suas responsabilidades, estão também “inces-
santemente” orando a Deus para que essa reunião seja uma bênção para nossa igreja; que todos estejam prontos para atuar como pacificadores/promotores da paz, buscando a união da igreja; que o amor fraternal e nossa fidelidade a Cristo sejam firmes propósitos nos corações. Insistimos com todos os presbiterianos para que oremos por esse importante momento na história da IPB. A CE-SC da IPB é responsável pela tomada de decisões desafiadoras quanto à prática de nossa fraternidade cristã e prova do nosso amor à igreja, ensejando oportunidades de compartilhamento de experiências de vida cristã para fortalecimento espiritual do corpo de Cristo. O apóstolo Paulo revela seu desejo de repartir com os crentes aos quais escrevia algum “dom espiritual” para que, naquela santa comunhão, diz o apóstolo: “reciprocamente nos confortemos por intermédio da fé mútua, vossa e minha”. Uma reunião dessa natureza é uma rica oportunidade de convivência entre irmãos, momentos de apoio mútuo, de crescimento de todos. Paulo revela que chegou até a plane-
jar muitas vezes encontrar-se com os irmãos, mas, certamente, foi “impedido”. Como pensou Calvino, porque “o Senhor envolveu o apóstolo numa ocupação mais urgente”. Enfatiza, humildemente, que queria conseguir entre eles “algum fruto”. Que vamos à reunião da CE-SC da IPB, com humildade, com os objetivos de ajudar à igreja no cumprimento de sua missão, de contribuir para que reine a paz entre os presbiterianos do Brasil e que se disponha cada um a aprender com o outro, como Paulo desejou, conseguindo “algum fruto”, até “entre os outros gentios”. Há poucos dias um irmão me escreveu com sabedoria: “A verdadeira palavra de Deus: é palavra de amor, é a palavra que nos despe de preconceitos nos fazendo olhar ao próximo com igualdade”. Enfim, como Paulo reconhece, somos devedores a todos. Devemos amor, essa dívida que é impagável, porque quanto mais amamos, mais devemos amar. Marcos J. A. Lins é pastor da IPB, presidente do Sínodo de Pernambuco e do Instituto Presbiteriano Mackenzie e conselheiro editorial da Rede Presbiteriana de Comunicação
Foi com grande tristeza que eu, como presbiteriano, li o artigo Ministério de louvor conduz a igreja à adoração, publicado na edição de fevereiro do jornal Brasil Presbiteriano. O artigo demonstra toda a influência que as igrejas presbiterianas vêm sofrendo das chamadas igrejas neo-pentecostais, principalmente, dessas “comunidades de adoração”. Os termos empregados pelo artigo expressam bem essa influência: “ministério de louvor”, “levitas” e “ministrar a Palavra de Deus através do louvor”. Em qual lugar do Novo Testamento encontram os membros do grupo de louvor referido na matéria base bíblico-teológica de que a Palavra
Erramos Na seção Aconteceu da edição de fevereiro, na nota a respeito do prêmio recebido pelo rev. Beijamin Benedito Bernardes, esquecemos de mencionar que ele é missionário da APMT (Agência Presbiteriana de Missões Transculturais) na Missão Caiuá, em Dourados (MS). A Secretaria do Conselho Deliberativo do IPM (Instituto Presbiteriano Mackenzie) informa que, nas páginas informativas sobre o que mudou na IPB, publicadas na edição de fevereiro, há um erro no Conselho Deliberativo do instituto. Os referidos rev. Juarez Marcondes Filho, presb. Josimar Henrique da Silva e presb. Damocles Perroni Carvalho são, na verdade, respectivamente presidente, vice-presidente e secretário do Conselho de Curadores do IPM. Os demais membros desse conselho são os reverendos Roberto Brasileiro e Ludgero Bonilha Morais, respec-
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Ano 50, nº 630 – Março de 2007
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Conselho Deliberativo: Gunnar Bedicks Júnior – presidente Jared Ferreira Toledo da Silva – secretário André Luis da Silva Mello – titular Darly Gomes Silveira Filho – titular Euclides de Oliveira – titular Johnderson Nogueira de Carvalho - titular Ricardo da Mota – titular
Conselho Editorial: Valdeci da Silva Santos - coordenador Juarez Marcondes Filho - membro Marcos José de Almeida Lins - membro Romildo Lima de Freitas - membro Ronaldo de Paula Cavalcante - membro Silas Luiz de Souza - membro Walcyr José de Paiva Gonçalves - membro
Edição e chefia de reportagem: Letícia Ferreira DRT/PR: 4225/17/65. E-mail: editorbp@rpc.ipb.org.br Textos: Letícia Ferreira - editorbp@rpc.ipb.org.br e Caroline Santana - caroline@rpc.ipb.org.br Diagramação: Aristides Neto Impressão: Folhagráfica
Secretaria de Atendimento ao Assinante: (19) 3741 3000 / 0800 119 105
de Deus deve ser ministrada a seu povo através de “ministério” de louvor? O louvor, antes, não é uma expressão de um coração que contempla a glória de Deus que se manifesta através do ministério da pregação? Da forma como as coisas foram colocadas, parece a qualquer leitor do artigo que o “ministério de louvor” está incluído entre os ministérios bíblicos instituídos por Deus no Novo Testamento, bem como concorrente e igual em importância ao ministério da Palavra. Pobre presbiterianismo. O que nossos seminários estão ensinando a nossos pastores? Francisco Célio Ribeiro Lima, de Imperatiz (MA)
tivamente presidente e secretário executivo do SC-IPB, o presb. Maurício Melo de Meneses e o rev. Sigisberto Queiroga da Costa. O Conselho Deliberativo do IPM é formado pelo presidente presb. Adilson Vieira, vice-presidente presb. Antônio Cabrera Mano Filho, primeiro secretário Hésio César de Souza Maciel, segundo secretário presb. Cléverson Pereira de Almeida, vogal rev. Roberto Brasileiro e vogal rev. Humberto Araújo. Os demais membros são Antônio Carlos Oliveira Bruno, Benedito Guimarães Aguiar Neto, presbíteros Damócles Perroni Carvalho, Ednilton Gomes de Soárez, Guilherme Simon, José Milton Pinto, José do Carmo Veiga de Oliveira, Josimar Henrique da Silva, Lísias Nogueira Castilho e Maurício Melo de Meneses, e os reverendos Juarez Marcondes Filho, Ludgero Bonilha Morais e Sigisberto Queiroga da Costa.
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Consultório Bíblico
Voto de Jefté e martírio de Pedro Odayr Olivetti
P
ergunta: “Gostaria de receber explicação sobre votos e sobre o voto de
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Jefté”. Resposta: Consideremos: 1. A prática de votos é bíblica: (1) Significa reconhecimento da nossa dependência de Deus: Quem faz o voto confia no poder de Deus. (2) Alguns exemplos: Gn 28.18-22 (Jacó); Nm 21.2 (povo de Israel); 1 Sm 1.11 (Ana); 2 Sm 15.8 (Absalão, voto falso, com intenção traiçoeira; ele teve fim trágico). O voto não é obrigatório, mas, depois de feito torna-se obrigatório. 2. Advertências bíblicas: (1) Fazer voto e não cumpri-lo é pecado; “Deus, certamente, o requererá de ti”: Dt 23.21. (2) Pensar depois de fazer o voto não adianta, é preciso pensar antes: Pv 20.25. (3) É melhor não fazer
voto do que fazê-lo e não cumprilo: Ec 5.4,5. 3. O triste exemplo de Jefté: (1) Durante um difícil combate guerreiro, Jefté fez este voto ao Senhor: “Se, com efeito, me entregares os filhos de Amom nas minhas mãos, quem primeiro da porta da minha casa me sair ao encontro, voltando eu vitorioso dos filhos de Amom, esse será do Senhor, e eu o oferecerei em holocausto”: Jz 11.30,31. — Quando Jefté voltou vitorioso, quem primeiro saiu ao seu encontro foi sua filha única: 11.34,35. Foi um voto precipitado e insensato. (2) Lições do pai e da filha: (a) Ambos reagiram de forma obediente e submissa a Deus, e a filha não se revoltou contra o pai: 11.36. (b) A filha, virgem, chorou a sua virgindade, e suas amigas a acompanharam (foram solidárias): 11.37-40. — Nas histórias seculares, quando há risco
de morte, homens e mulheres se entregam sexualmente. Quando visitei uma mina de carvão em Lota, Chile, fui informado de que, como os mineiros, nas galerias, estavam sempre correndo perigo de desmoronamentos e morte, quando estavam de folga, fora das galerias, em vez de aproveitarem o tempo para algo sadio, “aproveitavam” as folgas para beber e farrear. — A filha de Jefté manteve-se virgem até morrer. (c) Por que chorar a virgindade? – Porque, entre os israelitas, a grande honra de uma mulher consistia em ter filhos, formar família. A história de Ana e Penina ilustra esse fato: 1 Sm 1.1,2, 6,7. Palavra final: Toda promessa feita por um cristão tem peso de juramento e de voto. Colocamse sob o juízo de Deus os que descumprem os votos feitos no casamento, na profissão de fé, na ordenação de oficiais (ministros,
presbíteros e diáconos), e quando assumem compromissos de contribuição financeira, de prestação de serviço etc. Queira Deus despertar a consciência dos seus filhos relapsos e de suas filhas relapsas para que reassumam o fiel cumprimento dos seus votos e promessas. Pergunta: “Onde morreu o apóstolo Pedro?” Resposta: As passagens de João 21.18,19 e 2 Pedro 1.14 geralmente são interpretadas como se referindo à morte de Pedro como a morte de um mártir. Sobre a consulta em epígrafe, o que posso dizer, resumidamente, é o seguinte: 1. Não se sabe onde, como e quando Pedro morreu. Tudo o que se diz a respeito disso é tradição não confirmada nem pela Bíblia nem pela história (embora alguns façam afirmações dog-
máticas sobre isso). 2. Entrevejo na não revelação desses dados a intenção divina de frear a estulta e avassaladora tendência humana para a idolatria e para a criação de ídolos/deuses e de centros de peregrinação idolátrica. Temos ilustrações deste cuidado divino nos casos de Moisés e de Paulo, além do de Pedro. Deus manteve oculto o lugar onde Moisés foi sepultado, e não revelou pormenores sobre o martírio do apóstolo Paulo. Se nesses três casos fossem dadas aquelas informações, certamente teriam sido criados mais três centros de idolatria junto aos túmulos de Moisés e dos apóstolos Pedro e Paulo – além dos numerosos centros idolátricos existentes! Odayr Olivetti é pastor presbiteriano, ex-professor de Teologia Sistemática do Seminário Presbiteriano de Campinas, escritor e tradutor. E-mail: odayrolivetti@uol.com.br
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Lição 1 - Classe de Catecúmenos e Profissão de Fé Lição 2 - A Bíblia - Palavra de Deus (1ª Parte) Lição 3 - A Bíblia - Palavra de Deus (2ª Parte) Lição 4 - A Trindade Lição 5 - O Homem - A Criação (1ª Parte) Lição 6 - O Homem - O Pecado (2ª Parte) Lição 7 - O Homem - A Salvação (3ª Parte) Lição 8 - A Ressurreição de Cristo
Lição 1 - A Igreja Lição 2 - Os Sacramentos Lição 3 - Privilégios e Deveres dos Crentes Lição 4 - A Doutrina da Mordomia Cristã Lição 5 - Eventos que Precederão a 2ª Vinda de Cristo Lição 6 - A Segunda Vinda de Cristo Lição 7 - A Ressurreição dos Mortos Lição 8 - O Julgamento Final Lição 9 - O Estado Final dos Ímpios e dos Justos
Lição 1 - O Milênio Lição 2 - O Premilenismo Lição 3 - O Premilenismo Dispensacionalista Lição 4 - Objeções ao Dispensacionalismo Lição 5 - O Posmilenismo Lição 6 - O Amilenismo: Aspecto Negativo Lição 7 - O Amilenismo: Aspecto Positivo Apêndice ao Amilenismo
Formato: 14,0 x 21,0 cm 88 páginas
*Possui caderno de testes.
*Possui caderno de testes.
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Missões Nacionais
Conhecendo a Junta de Missões Nacionais da IPB Divulgação
Paulo aos romanos, alguém tem que pregar para alguém escutar, pois “como ouvirão JMN (Junta de se não há quem pregue?” Missões Nacionais) (Rm 10.14b). Entendendo da IPB, entendendo essa questão lógica de comuque a missão da igreja é nicação para a pregação do a razão da sua existência, evangelho, logo em seguida segundo a ordem de Jesus, ele diz: “E como pregarão, desenvolve desde 1940 um se não forem enviados?”. ministério grandioso plan- Começamos então a percetando muitas igrejas em ber a nossa responsabilidanossa amada pátria. Agora, de, aquela que temos ao preocupada com o desco- ver as palavras de Jesus: nhecimento, por parte das “e sereis minhas testemuigrejas da denominação, do nhas tanto em Jerusalém” que é e como funciona a (At 1.8). A JMN tem com objetivo JMN, seus missionários e campos, bem como todo o plantar igrejas presbiteriabenefício que a junta agre- nas em solo brasileiro. Este gou à IPB plantando igrejas órgão de nossa denominanesses 67 anos, a JMN dis- ção tem trabalhado incespõe de um divulgador ofi- santemente para enviar os cial que, desde janeiro, está que pregam àqueles que visitando as igrejas pres- necessitam ouvir. Inicia trabiterianas divulgando esse balhos evangelizadores e novas igrejas em cidades em trabalho. O ministro incumbido que os presbitérios e IPBs dessa tarefa é o rev. Jair encontram dificuldades para Moraes. Ele está à disposi- abrir uma igreja. Conhecer ção da JMN e das IPBs para a junta é muito importante visitá-las e mostrar como para todo presbiteriano. Eis tem sido a obra missionária algumas razões: 1- A JMN é atuante e em campo brasileiro, seus desafios e vitórias, projetos, importante para nossa denodedicação, ânimo, oração, minação e tem dado muifé e amor pelo trabalho mis- tos frutos. Certa vez, um sionário, que têm sido as membro de uma igreja disse marcas da JMN desde sua que a IPB não tem trabalho fundação. Aproveite para missionário. Foi explicado despertar sua igreja e concí- a ele que tem, sim, mas lio com a visão missionária, que ele desconhecia todas agende uma visita, plane- as bênçãos que temos receje um seminário, oficina, bido através dos trabalhos momento missionário. A de missões da JMN, APMT JMN está a sua disposição (Agência Presbiteriana de para envolver a sua igreja Missões Transculturais), PMC (Plano Missionário no “Ide”. Cooperativo) e CNE POR QUE CONHECER (Comissão Nacional de MAIS A JMN? Segundo as palavras de Evangelização). O descoInforme oficial Jair Moraes
A
nhecimento da obra missionária da denominação reduz sua ação e confiabilidade. 2- Ter consciência que a IPB tem cumprido a grande comissão: É clara e perceptível a submissão da denominação à ordem de Jesus: “Sereis minhas testemunhas”. Levamos a palavra de Deus aos cantos conhecidos e remotos, rurais e urbanos de nossa Pátria, discipulando, ensinando, batizando e cumprido o O rev. Jair Moraes trabalhou em campos missionários “Ide”. A IPB é uma e plantação de igrejas em São Paulo, Minas Gerais, igreja fiel ao Senhor Paraná e Tocantins e o conhecimento de suas ações, das agências JMN, nós, os que não pode- Todo missionário necessita de evangelização e missão mos ir aos campos, somos de apoio espiritual. Somente demonstra isso. convidados e motivados a conhecendo a realidade dos 3- Participar da obra mis- participar da obra missioná- campos missionários é que sionária: É lamentável o ria sustentando aqueles que saberemos ao certo o valor desconhecimento por parte têm investido suas vidas da oração em favor daqueles de muitos membros da IPB nela. Ao ver a dedicação que estão pregando. Quando sobre a JMN. Muitos irmãos dos obreiros, a dificuldade igrejas adotam campos se inscrevem em agências de muitos campos, a escas- e missionários para intermissionárias interdenomi- sez de recursos, o amor pela cessão, o poder de Deus nacionais por não saber que obra, vemos que nossa ofer- é derramado, a diferença é a IPB tem uma junta missio- ta e compromisso financeiro notória, vidas são entregues nária que realiza um traba- para com missões é impor- ao salvador, pecados abanlho sério de evangelização tante para que esse trabalho donados, há restaurações de e precisa de obreiros, pois continue, com a consciência famílias, pregações vivas e “os campos estão brancos”. de que os recursos financei- poderosas. Você quer participar de mis- ros estão sendo aplicados Contato JMN: Caixa Postal sões e é membro da IPB? na obra de Deus com fide- 1042, CEP 13012-970, Então, plante uma IPB. Ver lidade. Campinas (SP). Telefone: o que a JMN tem feito nos 5- Participar das lutas (19) 3255-5648 e e-mail motiva a participar da obra espirituais: Ao conhecer a jmnipb@terra.com.br. missionária entregando-nos JMN, seus projetos, trabaO rev. Jair Moraes, formado pelo para os campos a exem- lhos missionários e desaIBEL (Instituto Bíblico Eduardo Lane), em Patrocínio (MG), e pelo Seminário plo de Isaías: “Eis-me aqui, fios somos impelidos pelo Presbiteriano José Manoel da envia-me a mim”. Espírito Santo a nos dediConceição, em São Paulo, pastoreou as igrejas de Itapecerica da Serra e 4- Participar do sustento car em oração pela JMN Sumaré (SP). Atualmente é ministro de missionário: Conhecendo a em todas as suas esferas. tempo integral da JMN/IPB
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História
As Confissões Reformadas: a Confissão Escocesa (1560) Alderi Souza de Matos
O
protestantismo começou a ser difundido na Escócia ainda nos primeiros tempos da Reforma. Entre seus primeiros líderes estiveram Patrick Hamilton e George Wishart, ambos martirizados. A fé reformada foi introduzida graças aos esforços de John Knox, um discípulo de Calvino que, após passar alguns anos em Genebra, Suíça, retornou ao seu país em 1559. No ano seguinte, o Parlamento criou uma igreja nacional escocesa – a Igreja Presbiteriana da Escócia. Nessa ocasião, além de um Livro de Disciplina, foi aprovada uma declaração de fé para a nova igreja – a Confissão Escocesa. O contexto desses acontecimentos foi a luta da Escócia para libertar-se da influência da França, no
que teve o apoio da Inglaterra, que anos antes também havia abraçado a Reforma. A Confissão Escocesa foi preparada em quatro dias, em agosto de 1560, por seis homens de nome João: John Knox, John Winram, John Spottiswoode, John Willock, John Douglas e John Row. Na ocasião, a jovem rainha Maria Stuart (1542-1587), católica, estava na França e se recusou a ratificar a decisão do Parlamento. Assim, a confissão só se tornou oficial em 1567, quando o Parlamento voltou a promulgá-la após a deposição da rainha. O documento foi a principal confissão da Igreja da Escócia por quase noventa anos, até ser substituído pela Confissão de Fé de Westminster, em 1647. O conteúdo da confissão é inteiramente calvinista, embora
não seja mera cópia de afirmações do reformador de Genebra. Aparentemente, Knox e seus auxiliares utilizaram idéias e declarações de vários reformadores. As “marcas da igreja” foram tomadas da Liturgia Sacra usada na igreja francesa de Frankfurt e outros elementos demonstram claramente a influência da Confissão Galicana de 1559. A igreja escocesa também ratificou a Confissão da Igreja Inglesa de Genebra (1556), a Segunda Confissão Helvética (1566) e a Segunda Confissão Escocesa ou Confissão do Rei (1581). A Confissão Escocesa tem 25 artigos. Os dez primeiros contêm as antigas doutrinas do cristianismo histórico (Deus, a criação, o pecado original, a promessa de salvação, a encarnação, as duas naturezas do Mediador, a eleição, a morte, ressurreição e
ascensão de Cristo, o Espírito Santo). Os demais se concentram nas controvérsias da época, tratando da fé, boas obras, justificação, santificação, a Escritura, os ofícios de Cristo, a igreja, os sacramentos, concílios gerais, o poder civil e outros temas. O prefácio tem sido elogiado por seu teor vívido, pitoresco e vigoroso. Como na primeira Confissão de Basiléia (1534), o documento se mostra aberto a ser corrigido com base em evidências bíblicas. Tanto Cristo como os remidos são objetos da eleição divina. As boas obras são fruto da fé e esta é uma dádiva do Espírito Santo. A verdadeira igreja é invisível e somente Deus a conhece; ela inclui os filhos dos crentes, os santos na terra e os santos na glória; fora da verdadeira igreja não há salvação. Suas mar-
cas são a legítima pregação da Palavra, a correta administração dos sacramentos e o fiel exercício da disciplina. O Espírito de Deus é o verdadeiro autor e intérprete da Escritura; todos os mestres e concílios devem ser julgados por ela. Os sacramentos do Novo Testamento correspondem à circuncisão e à páscoa do Antigo. Não são simples sinais; por eles os crentes realmente se alimentam de Cristo. A Confissão Escocesa conclui com uma doxologia e uma breve oração. Seu objetivo é prático e não teológico; persuasão e não controvérsia. É o testemunho fiel de homens que sofreram e viram seus irmãos sofrerem e morrerem pela verdade. Alderi Souza de Matos é pastor presbiteriano e historiador oficial da IPB. E-mail: asdm@mackenzie.com.br
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Acontece
Aconteceu
Bazar beneficente em Porto Alegre
Homenagem no Rio de Janeiro
A Congregação Moradas da Hípica, da Segunda IP de Porto Alegre (RS), realiza, no dia 10 de março, um bazar beneficente com o fim de angariar fundos para compra de material escolar para crianças da congregação e crianças carentes do bairro. “Entraremos em contato com o posto de saúde do bairro e a associação de moradores para obtermos informações mais precisas das necessidades da região”, conta o missionário licenciado Edvaldo Xavier Gomes, responsável pelo trabalho. Segundo ele, o objetivo principal é levar a essa população carente de tudo uma perspectiva de vida, por meio de ações sociais, levando também uma nova vida em Cristo. Informações: edvaldo973@hotmail.com
Por Josélia C. Motta A SAF da IP do Méier, no Rio de Janeiro, homenageou, em novembro de 2006, o presb. Israel Carlos da Cunha, de 93 anos, pela grande contribuição ao reino de Deus. O professor Israel sempre foi muito atuante nos trabalhos de nossa igreja, da qual é um dos fundadores, presente em todas as ocasiões, não se furtando em nenhum momento de nos passar seus conhecimentos bíblicos, históricos e geográficos. Tem um a memória privilegiada e atualmente é conselheiro de uma sociedade interna da igreja. Foi professor de Apologética e Religiões Comparadas no Seminário Teológico do Rio de Janeiro. Deus concedeu ao presb. Israel a imensa bênção de ver sua família atingir a quinta geração. Tem dois filhos, seis netos, treze bisnetos e um trineto. Na vida secular foi sempre brilhante tendo feito inúmeros cursos. Destacamos as formações como maestro, administrador escolar, professor especializado para deficientes visuais formado pelo Instituto Benjamin Constant, contador e pedagogo. Foi professor de Matemática, Desenho, História Geral, História do Brasil e Língua Portuguesa.
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Congregação Moradas da Hípica
Presbiteriano lança livro em São Paulo O livro Uma fonte para a espiritualidade, de Alcindo Almeida, será lançado pela Editora Abba Press, na IP de Pirituba, em São Paulo, no dia 18 de março. A obra traz 84 meditações feitas a partir de trechos da Palavra de Deus e da perspectiva “de uma espiritualidade madura, séria e de pés do chão”. O orador da noite de lançamento será o rev. Augustus Nicodemus Lopes, chanceler da Universidade Presbiteriana Mackenzie, de São Paulo,com a participação do Coral Êxudus da IP de Ermelino Matarazzo. “É com muita satisfação que apresento mais uma obra de Alcindo Almeida. Esta obra contém mais de 80 meditações feitas a partir de trechos da Palavra de Deus e da perspectiva de uma espiritualidade madura, séria e de pés no chão”, afirma o rev. Augustus. Informações pelo telefone (11) 5686-7046 ou pelos e-mails camila@bibliakingjames.com.br, pr.alcindoerika@ig.com.br e ippba@terra.com. br.
Presb. Israel com a filha Diva, a neta Mônica e a filha desta, Marcella com o filho Lucas
Reuniões ordinárias de presbitérios Da redação Início e final de ano são épocas dos presbitérios e suas comissões executivas se encontrarem para as reuniões ordinárias. Vale do São Mateus: Alguns deles querem compartilhar seus principais resultados, como PVSM (Presbitério Vale do São Mateus). Sua 52ª Reunião Ordinária, no Espírito Santo, aconteceu na Segunda IP de Barra do São Francisco, no dia 15 de dezembro de 2006. “A hora de Deus necessita de cada um dos mem-
bros. Ninguém é inútil no reino de Deus e por isso todos devem desempenhar suas funções no corpo de Cristo para a edificação da igreja e o benefício individual e a glória de Deus”, afirma na introdução do resumo da reunião o presidente do presbitério, rev. Isaías Evaldt. A comissão executiva do PVSM para 2007, além da presidência do rev. Isaías, ficou constituída pelo vice-presidente rev. Celson Gomes de Oliveira, secretário executivo presb. Éder Horst Duque, primeiro-secretário rev. Eliobergues Eler Guimarães, segundo-secretário presb. Josué da Silva e tesoureiro rev. Edemilson Nunes Reis. Vale do Rio Pardo: O PVRP (Presbitério Vale do Rio Pardo) de São Paulo, teve sua 19ª Reunião Ordinária realizada nos dias 8 e 9 de dezembro do ano passado e o secretário executivo pede que seja divulgada a seguinte relação: presidente – rev. Antonio José dos Santos, pastor da Primeira IP de Casa Branca; vice-presidente – rev. Ricardo Ferreira Nunes, pastor da IP de Aguai; secretário executivo – presb. Lauro Gomes da Silva, da Primeira IP de Casa Branca; primeiro-secretário – rev. César Rocha Lima, pastor da IP de Guaxupé; segundo-secretário – rev. Márcio Orlando de Oliveira Gobetti, pastor da Segunda IP de Casa Branca, e tesoureiro – presb. Vestevaldo Scarabello Rodrigues, da IP de Aguai. Nova Iguaçu: A Reunião Ordinária do PNIG (Presbitério de Nova Iguaçu), no Rio de Janeiro, aconteceu de 4 a 6 de janeiro, na IP em Jardim Ulisses. Segundo o presb. Johnderson Nogueira de Carvalho, secretário executivo do presbitério, foi uma reunião muito abençoada e muitos assuntos foram tratados com o objetivo do crescimento do evangelho naquele campo. “Um fato histórico foi a introdução da eleição por voto eletrônico, processo que foi muito bem aceito por todos os representantes do concílio”, conta. Além do secretário executivo, a mesa eleita ficou assim estabelecida: presidente - rev. Josinei Robermar Pires, da IP Posse; vice-presidente - rev. Walter Higino de Souza, da IP Santa Rita; primeiro-secretário - rev. Paulo Emilio Rocha Reis, da IP Jardim Ulisses, e segundo-secretário - presb. Wilmar Alves. Vale do Pajeú: Na sexta feira, dia 5 de janeiro, o (PRVP) Presbitério Vale do Pajeú, de Pernambuco, deu início a sua 18ª Reunião Ordinária na IP de Sertânia. Às noites, foram realizados cultos de adoração e louvor a Deus. Durante o dia, os trabalhos de plenário e comissões foram realizados nas dependências da Escola Municipal Isaura Xavier dos Santos, nome de uma irmã da referida igreja, falecida na década de 1990, esposa do diácono em disponibilidade Arlindo Ferreira dos Santos, que
Brasil PRESBITERIANO foi prefeito do município por duas legislaturas. A reunião terminou na manhã de domingo dia 7, com a realização da Santa Ceia do Senhor e a posse dos evangelistas, secretários de Causas e delegados ao sínodo. A diretória do PRVP para o exercício de 2007 tem a seguinte composição: presidente – rev. Arnaldo Matias, vice-presidente - presb. Vater Kennedy, primeiro-secretário - rev. José Maria Passos, segundo-secretário – rev. Leandro Alexandre da Silva, secretário executivo – rev. Edvan Gomes de Sá e tesoureiro - presb. Valmir Correia Barbosa. Foi convidado para ministrar a palavra de Deus o rev. Augustus Nicodemus Lopes, que discorreu sobre o tema O Presbiterato Bíblico focando os seguintes pontos: presbíteros são pastores e protegem, alimentam, guiam e cuidam do rebanho. Ainda sobre o mesmo tema enfocou a necessidade da Liderança Compartilhada e da Liderança Qualificada. Trabalho Masculino de Indaiatuba: No dia 28 de janeiro, às 10h30, na IP de Várzea Paulista (SP), aconteceu a reunião ordinária da executiva da Federação do Trabalho Masculino do Presbitério de Indaiatuba (SP). Estiveram presentes 30 membros da executiva. Foi dis-
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cutido o programa de trabalho para 2007 e a mesa diretora ficou assim constituída: presb. João Nicanor – presidente; diác. Samuel O. Ricardo - vice-presidente; presb. Gerson Mori – secretário executivo; presb. José Roberto – primeiro-secretário; presb. Norman Ribeiro – segundo-secretário; presb. Laércio Correia –tesoureiro; rev. Shil e presb. José Gracindo de Sena - secretários presbiteriais. Rio Doce: O PRDC (Presbitério do Rio Doce), de Minas Gerais, tem como lema ser um Presbitério com Propósitos. Segundo o presidente, rev. Érbio Marcos Rodrigues, essa frase é abrangente porque as decisões tomadas no concílio do presbitério estão saindo do burocrático, técnico ou do mero expediente de entrada, exame e aprovação ou não de documentos. O PRDC, que se reuniu de 5 a 7 de janeiro, abrange 11 igrejas e sua mesa diretora, além do rev. Érbio, é constituída pelo vice-presidente rev. André Luciano Boechat Melo, secretário executivo presb. Anínsio Muzzi Portugal, primeiro-secretário rev. João Batista Azevedo Reis, segundo-secretário rev. Alexsandro Barbosa dos Santos e tesoureiro presb. Helton Hélio Ferreira da Cunha. Divulgação
Comissão Executiva da Federação do Trabalho Masculino do Presbitério de Indaiatuba
Divulgação
Rev. Marcos Agripino, executivo da APMT
APMT lança Centro de Formação Missiológica Por rev. Marcos Agripino, executivo da APMT A APMT (Agência Presbiteriana de Missões Transculturais) iniciou, no mês passado, o CFM (Centro de Formação Missiológica) que tem como objetivo a preparação de missionários para os projetos transculturais no Brasil e no mundo. Os princípios do CFM serão o ensino da Teologia Reformada conforme expressa pela Confissão de Westminster, a Missão Integral a fim de levar todo o evangelho do Senhor Jesus Cristo para o suprimento e resgate do ser humano em sua totalidade no Brasil e no mundo, a Contextualização para compreensão da Palavra de Deus em seu contexto original e aplicação de forma relevante aos diversos contextos atuais, e o Discipulado como elemento fundamental na realização da tarefa missionária. Os objetivos serão capacitar o missionário transcultural para o cumprimento de sua missão no mundo; por ao alcance dos estudantes um programa que lhes permita a capacitação para melhor cumprir a tarefa da evangelização em contexto transcultural; promover uma reflexão bíblico-missiológica orientada para uma maturidade necessária e suficiente para transformar vidas; desenvolver a visão e as habilidades necessárias para alcançar os povos menos favorecidos com o evangelho integral do Senhor Jesus Cristo; equipar para a tarefa de fazer discípulos seguindo metodologias adequadas a sua cultura, região e sua cosmovisão, e ainda capacitar para um trabalho ministerial em equipe, com vistas a alianças estratégicas a curto, médio e longo prazo. Informações com a APMT pela Caixa Postal 15296, CEP 01519-970, São Paulo (SP), pelo e-mail: apmt@apmt.org.br ou no site www. apmt.org.br, e ainda pelos telefones (11) 32072139 e (19) 9676-6769.
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Ação Social
Projeto Crescer agrupa voluntários que doam tempo, conhecimento e amor
Presbiterianos ajudam pessoas com necessidades especiais Fotos: Divulgação
Da redação
A
Associação Presbiteriana de Filantropia de Piracicaba (SP), cujo foco é o Projeto Crescer, nasceu com o objetivo de desenvolver um trabalho de auxílio a pessoas com necessidades especiais e deficit mental. Sob o apoio do rev. Sérgio Paulo Martins Nascimento, presidente APMT (Agência Presbiteriana de Missões Transculturais) da IPB e pastor da IP Central de Piracicaba, um grupo de profissionais se uniu na visão de ação social da IPB, acreditando no potencial de desenvolvimento desses indivíduos. Segundo o rev. Sérgio, a triste realidade em que vivem as pessoas nessas condições em Piracicaba, onde há grande carência no atendimento especializado a elas e, no entanto, uma procura por esse atendimento cada vez maior, motivou o nascimento do projeto. A associação foi fundada em 25 de agosto de 2006, como entidade evangélica presbiteriana civil, filantrópica, voltada para saúde, educação, cultura, ciência e assistência, sem fins lucrativos, que atende portadores de deficiência mental e/ou múltipla. Atualmente, a diretoria é composta pelo presidente presb. René Ribeiro da Silva, vice- presidente diác. Arnaldo Zambon Junior, tesoureiro Álvaro Daniel H. A. H. Furlan e secretário presb. José Clovis Caro Colletti.
comum, para que haja uma troca prazeirosa de conhecimentos. O compromisso é com a promoção da saúde, manutenção, orientação e integração do indivíduo com necessidades especiais, como também a orientação e assistência às suas famílias. Essas atividades são oficinas de artes plásticas, oficinas terapêuticas - atendimentos individuais e grupais, as chamadas AVDs (atividades de vida diária) e AVPs (ativi-
Associação Presbiteriana de Filantropia de Piracicaba
PROJETO CRESCER O rev. Sérgio afirma que a liderança da associação desenvolveu o Projeto Crescer acreditando que todo ser humano tem direito à participação social e que a sociedade ignora pessoas com necessidades especiais ou deficit de comportamento. “Há uma exigência por parte do contexto social para que o relacionamento entre as pessoas se expresse por relações positivas dentro de um padrão visto como nor-
Rev. Sérgio e esposa
mal”, diz. Para ele, falar em tratamento para um portador de necessidades especiais significa pensar em alternativas de saúde que englobem o indivíduo em totalidade, isto é, como ser biológico, psicológico, social e espiritual. Proporcionar esse tratamento requer uma reflexão sobre a superação das condições que desencadeiam ou determinam problemas. Assim, o trabalho terapêutico surge como uma via que favorece
Projeto Crescer
a compreensão e a efetivação dessa dinâmica, atendendo às necessidades ao longo dos ciclos evolutivos de cada indivíduo. Dessa forma, os voluntários do projeto pretendem desenvolver as potencialidades dos atendidos e a parceria com os familiares que atuarão como agentes complementares desse desenvolvimento. Busca possibilitar oportunidades de interação aluno-família por meio de atividades diversificadas em
dades de vida prática), educação física e musicalização. A equipe técnica é composta por fonoaudióloga, psicóloga, terapeuta ocupacional, assistente social, professores e outros voluntários em diversas áreas. Informações sobre o Projeto Crescer pelo telefone (19) 30416013 ou por correspondência, no endereço Rua Luiz Pereira Leite, 775, Bairro Água Branca, CEP 13426-239, Piracicaba, São Paulo.
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Artigo
Planejamento eclesiástico Ashbell Simonton Rédua
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ste ano, ao iniciarmos o planejamento eclesiástico, buscamos alguns princípios necessários para não cairmos no pragmatismo e no ativismo. Além da espiritualidade, dos princípios Bíblicos, teológicos, hermenêuticos e da Fé Reformada, algo me chamou atenção: “O bambu chinês”. Este vegetal, depois de ser plantado, pode trazer um desânimo sobre o agricultor, porque não se vê nada por aproximadamente cinco anos, exceto um lento desabrochar de um pequenino broto a partir do bulbo. Durante esse tempo, todo o crescimento é invisível a olho nu, é subterrâneo. No entanto, ele desenvolve uma maciça e fibrosa estrutura de raiz que se estende horizontalmente pela terra para sustentar o que virá finalmente na verticalidade. Então, no final do
quinto ano, o bambu chinês cresce até atingir a altura de 25 metros. Quando penso na igreja que pastoreio, penso no bambu chinês que me ensina que não devemos facilmente desistir de nossos projetos e de nossos sonhos. Em nosso trabalho pastoral e eclesiástico, um projeto maravilhoso que envolve mudanças de comportamento, pensamento, cultura e sensibilidade, devemos sempre lembrar do bambu chinês para não desistirmos facilmente diante das dificuldades que surgirão. Na elaboração do meu projeto estratégico sigo três fases: 1ª - Definir a filosofia do nosso grupo. Defino a filosofia e analiso o cenário no qual a igreja local está inserida e a forma como posso implantar e controlar suas ações no contexto comunitário. Assim, preciso definir uma filosofia de trabalho: “a filosofia de vida da igreja e de seus membros são seus
valores, princípios e visão de futuro – o que esperamos alcançar a médio e longo prazo e como fazer pra chegar lá”. 2 ª – Análise de cenário: Iniciase quando o objetivo é definido. “Você realiza uma análise geral de cenário, tanto da parte interna – os recursos e talentos da igreja – como no ambiente externo – como aspectos econômicos, sociais, culturais e políticos da comunidade”. Com essas informações, terá um ótimo mapeamento para guiar as ações. 3 ª - Monitoramento do trabalho planejado. Após a análise da filosofia, dos valores e dos princípios, há um plano de ação que deve ser monitorado. Com esses três aspectos, há um planejamento estratégico completo. No entanto, alguns cuidados devem ser tomados durante esse processo: 1º) O planejamento é compartilhado desde a criação: Não pode
ser imposto de cima para baixo. Se alguém não sentir que faz parte das tomadas de decisões, que aquele sonho não é seu, não adianta. A possibilidade de erro é maior. O planejamento deve ser compartilhado, deve ser construído por todos, pelas principais lideranças, por aqueles que têm envolvimento e por aqueles que têm o desejo de participar. 2º) Além disso, deve-se embasar o planejamento em bons valores: A estratégia depende dos valores em que está fundamentada. Na igreja que pastoreio há três anos, já conheço um pouco dos valores locais, tanto da igreja como da comunidade. E nos processos de mudança e adaptação são incluídos outros valores, como os da Reforma (seus princípios), do conhecimento bíblico, da evangelização, da comunhão e do louvor. 3º) O monitoramento do planejamento tem que receber atenção
especial: Após o início do trabalho, a tendência é deixar que as coisas corram à vontade. Assim não há efetividade, porque muitos planos são bonitos, mas se não há monitoramento, não há indicadores para se saber se está no caminho certo. Precisamos acompanhar e supervisionar para alcançar o sucesso. Conclusão: A cultura do planejamento ainda não é uma realidade em toda igreja, mas a cada dia ganha espaço. Esta mudança pode ser acelerada por atitudes como troca de experiências entre líderes e liderados, capacitação de liderança e valorização da comunicação interna da igreja, coisas que permitirão uma maior interação de cada membro das sociedades e departamentos internos. O rev. Ashbell Simonton Rédua é pastor da IP do Sinai e secretário executivo do Sínodo Leste Fluminense, Rio de Janeiro.
Informação
Conheça os planos para o futuro da rede e os membros do conselho editorial
Novos rumos da Rede Presbiteriana de Comunicação Artur Mendes
Letícia Ferreira
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novação e profissionalismo são as palavras que os membros dos conselhos deliberativo e editorial da Rede Presbiteriana de Comunicação têm como direção para organizar a programação da comunicação da IPB. Isso, sem perder o rumo ditado pelas sãs doutrinas e tradições da denominação e, principalmente, tendo em vista sempre a glória de Deus e a proclamação do evangelho. Há novos projetos à vista. O primeiro, em fase experimental, é a IPB RádioWeb. A estação, transmitida via Internet, segundo o presidente do Conselho Deliberativo da rede, presb. Gunnar Bedicks Júnior, coloca a IPB por dentro das novas mídias emergentes. Ele enfatiza que a Rede Presbiteriana de Comunicação quer colocar as tecnologias de última geração a serviço da comunicação da igreja e, consequentemente, do reino de Deus. A programação, dirigida pelo jornalista e publicitário Artur Mendes, consiste de música sacra selecionada, de vários gêneros. Por enquanto, porque o plano é colocar no ar notícias, entrevistas e palavras pastorais. Para sintonizá-la, basta entrar no Portal da IPB (www. ipb.org.br) e clicar no banner da rádio, escolhendo um dos players oferecidos. Ainda na Internet, em breve será lançado o IPB Online, informativo semanal dos eventos da denominação em todo o Brasil. Como veículo impresso, está sendo “gestada” a Vox, a revista da família presbiteriana, a fim de atender de maneira aprofundada as necessidades de informação de todos os segmentos do público da IPB. TV ABERTA O programa televisivo Gente que Crê, um marco na história da comunicação da igreja, produzido em par-
Presb. Gunnar fazendo uma demonstração ao astronauta brasileiro Marcos Pontes da primeira transmissão no Brasil de TV digital por celular, pelo Laboratório de TV Digital da UPM, num estande da empresa Qualcomm, de telefonia celular, em outubro de 2006, na Futurecom, evento anual de telecomunicações e tecnologia da informação realizado em Florianópolis (SC)
ceria com a Luz para o Caminho, foi transmitido pela Rede Bandeirantes de Televisão, nacionalmente, durante 18 meses. Com dois minutos cada inserção, foi ao ar às segundas, quartas e sextas-feiras entre 11h30 e 12h. A cada programa que ia ao ar, a Rede Presbiteriana de Comunicação recebia cerca de 800 ligações telefônicas de todo o Brasil. O objetivo desse programa é chamar a atenção para situações cotidianas com depoimentos e uma palavra cristã por um ministro presbiteriano. Transmite os princípios cristãos e da IPB e termina com uma fala que se tornou sua marca registrada: "É nisto que a gente crê". Outra conquista foi o programa
Verdade e Vida, produzido em conjunto com a Comissão Nacional de Evangelização e também a Luz para o Caminho, com duração de 30 minutos, veiculado aos sábados pela manhã, às 7h15, na Rede TV. A Rede Presbiteriana de Comunicação veiculou também, em 2006, o programa Falando a Verdade, na Rede 21, na cidade de São Paulo, em parceria com os sínodos da Grande São Paulo. Com 30 minutos de duração, o programa ia ao ar aos domingos pela manhã, às 8h20. PORTAL O Portal da IPB veicula informações institucionais da denominação; banners institucionais e de eventos; agenda do presidente da Mesa do
Supremo Concílio atualizada mensalmente; artigos; cadastro de IPBs; datas comemorativas; downloads de resoluções do Supremo Concílio, dos manuais, dos digestos e da Confissão de Fé; Programa de Identidade Visual da IPB; dúvidas esclarecidas; estudos bíblicos; pedidos de oração; cadastro de intercessores e de eventos, e links com a Bíblia Online da Sociedade Bíblica Brasileira e com os sites da Rede Presbiteriana de Comunicação, Secretaria Executiva, Tesouraria, Luz para o Caminho e Editora Cultura Cristã. Há ainda à disposição do internauta vídeos do programa Gente que Crê e arquivos em PDF do jornal Brasil Presbiteriano para consultas e download. A rede tem registrado a cada dia mais pessoas acessando o portal e lendo o BP ou fazendo downloads das edições do jornal. No ano passado, foram contabilizados cerca de 11.300 page views mensais. BRASIL PRESBITERIANO Com tantas novidades, parece que BP, jornal estimado por muitos presbiterianos, tradicional veículo de informação da IPB, com a responsabilidade de ser o órgão oficial de comunicação da denominação há 46 anos, está sendo deixado de lado. Não, o BP continua sendo produzido mensalmente, com o máximo empenho, levando aos presbiterianos as decisões oficiais, as informações das lideranças das autarquias, juntas, comissões, conselhos, secretarias etc. da IPB, bem como notícias e reportagens relevantes, que mostram para todo o Brasil quem faz e constitui a denominação. Em 2006, foram distribuídos 126.400 exemplares do jornal para assinantes e igrejas da denominação em todo território nacional. A média mensal de assinantes no ano passado foi de aproximadamente nove mil, aumento significativo em relação ao período
Brasil PRESBITERIANO anterior, totalizando cerca de 10.500 exemplares distribuídos por mês, atingindo a tiragem de 11.300 exemplares mensais. O objetivo é que esses números cresçam em 2007. Na edição, chefia de reportagem e redação de textos está, desde setembro de 2003, a jornalista Letícia Ferreira, atualmente auxiliada pela estudante de jornalismo Caroline Santana Pereira. Também desde setembro de 2003, a diagramação do jornal está sob a responsabilidade de Aristides Neto, diagramador do jornal Folha de São Paulo. O BP é impresso na Folha Gráfica, também da Folha de São Paulo. A Luz para o Caminho gerencia as assinaturas e a distribuição do BP, desde fevereiro de 2004, além do caderno de classificados e anúncios no caderno noticioso, trabalho que faz com grande competência. CONSELHO DELIBERATIVO A Rede Presbiteriana de Comunicação tem na presidência de seu Conselho Deliberativo o presb. Gunnar Bedicks Júnior, da IP de Americana (SP), professor e coordenador do Laboratório de TV Digital da (UPM) Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo. Para ele, é uma honra servir à IPB por meio da Rede Presbiteriana de Comunicação. “Agradeço a Deus por mais esta oportunidade e também aos membros do Conselho Deliberativo que depositaram em mim esta confiança. O trabalho é de todos nós, conselheiros e colaboradores”. Apesar de participar da comunicação da IPB desde 1998, primeiramente como membro do antigo Conselho de Comunicação e Marketing e, recentemente, como membro do Conselho Deliberativo da Rede Presbiteriana de Comunicação, o presb. Gunnar diz que ocupar a presidência da rede o aproximou mais das necessidades da denominação em relação à comunicação e o fez ver os desafios que essa área tem e as oportunidades que podem ser criadas e desenvolvidas para alcançar metas. “A IPB pode esperar da Rede Presbiteriana de Comunicação um grande empenho no cumprimen-
to de nossas metas e responsabilidades. Vamos continuar trabalhando com muita dedicação para levantarmos recursos suficientes para manter toda a programação”. O secretário da rede é o presb. Jared Ferreira de Toledo e Silva e os membros são o rev. André Mello, pastor auxiliar na IP do Rio de Janeiro; rev. Darly Gomes Silveira Filho, pastor da IP de Alegre (ES); presb. Euclides de Oliveira, publicitário, empresário de comunicação, especialista em Marketing e Comunicação, com atuação em merchandising (TV, cinema, rádio e teatro) e membro da IP Central de Curitiba (PR); presb. Johnderson N. de Carvalho, de Nova Iguaçu (RJ), e rev. Ricardo Mota Leite, pastor da IP Central de Uberlândia (MG). Para o rev. Ricardo, a Rede Presbiteriana de Comunicação deve manter a IPB contextualizada no mundo da comunicação e tecnologia sem perder a identidade reformada. “É a modernização sem vulgarização”, afirma. No entanto, ele acredita que a rede precisa de mais apoio por parte da liderança da denominação porque o reconhecimento de sua importância dará ainda mais disposição e prazer de trabalhar aos seus integrantes. “Sonho ver a mensagem cristã reformada mostrando a sua cara e esclarecendo, por meio dos meios de comunicação, o que de fato é a mensagem de Deus para o pecador”. O rev. Darly acredita que o principal objetivo da Rede Presbiteriana de Comunicação é divulgar o evangelho no Brasil e tornar a IPB cada vez mais conhecida entre os membros da própria denominação. “Trabalhar com a rede é um privilégio imensurável de igual responsabilidade”, diz. “Nossa principal qualidade é sermos uma autarquia caminhando para a autonomia, graças a Deus e ao empenho e competência do nosso presidente, o presb. Gunnar - um presbiteriano zeloso. Quanto à programação, há muito por fazer; mas nossa mais recente conquista, a IPB RádioWeb, será um instrumento poderosíssimo para o fortalecimento do presbiterianismo brasileiro na difusão do reino de Deus”.
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Conselho Editorial Desde fevereiro deste ano, a Rede Presbiteriana de Comunicação pode contar com a colaboração do novo conselho editorial formado por sete ministros presbiterianos. Esse conselho acaba de reformular a linha editorial da produção da rede e foi nomeado também para, do ponto de vista teológico, doutrinário, normativo e tradicional da IPB, acompanhar, analisar, opinar e apoiar em toda a produção, além de sugerir, criticar e opinar em aspectos técnico-jornalísticos. Rev. Valdeci da Silva Santos Coordenador do Conselho Editorial Fotos: Letícia Ferreira
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Pastor da Igreja Evangélica Suíça, em São Paulo, professor e coordenador de Teologia Pastoral e coordenador do Doutorado em Ministério do CPAJ (Centro Presbiteriano de Pós-graduação Andrew Jumper), em São Paulo.
Rev. Juarez Marcondes Filho Formado em Teologia pelo SPS (Seminário Presbiteriano do Sul), de Campinas (SP), é mestre em Teologia Pastoral pelo Seminário Teológico Sul Americano, de Londrina (PR), e doutor em Ministério pela Faculdade Teológica Sul Americana, também de Londrina. É pastor da IP Central de Curitiba (PR) desde 1992 e presidente do Conselho de Curadores do IPM (Instituto Presbiteriano Mackenzie), em São Paulo.
Rev. Marcos José de Almeida Lins Diretor-presidente do IPM desde julho de 2005 e presidente do Sínodo de Pernambuco e da Junta Regional de Educação Teológica Norte/Nordeste. É bacharel em Teologia pelo SPN (Seminário Presbiteriano do Norte), do Recife (PE), bacharel em Ciências Contábeis pela Universidade Católica de Pernambuco e pós-graduado com especialização em Bíblia pelo CPAJ.
Rev. Romildo Lima de Freitas Divulgação
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Pastor há cinco anos da IP do Centenário, em São Mateus (ES), vice-presidente do Sínodo Minas/Espírito Santo desde 2003 e presidente do Presbitério Norte do Espírito Santo pelo quarto ano consecutivo. Formado em Teologia pelo SPN e ordenado ministro presbiteriano pelo Presbitério do Vale São Mateus.
Rev. Ronaldo de Paula Cavalcante Professor da UPM, tem experiência na área de Teologia com ênfase em Teologia Dogmática, atuando principalmente nos temas Teologia Monástica e Escolástica, Reforma Protestante e Cultura, Reforma Protestante e Humanismo e História da Espiritualidade Cristã. É graduado em Teologia Pastoral pela Faculdade Teológica Batista de Brasília (DF), mestre e doutor em Teologia Dogmática pela Universidad Pontifica de Salamanca, na Espanha, fazendo estágio pós-doutoral no IEA (Instituto de Estudos Avançados) da USP (Universidade de São Paulo).
Rev. Silas Luiz de Souza Professor de História do Cristianismo da UPM desde 2002 e de História da Igreja no SPS desde 1999. Coordenador do Curso de Bacharel em Teologia do SPS desde 2001. Pastor da IP Central de Americana (SP) desde 1991. É bacharel em Teologia pelo SPS, tem Licenciatura em História pela Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Palmas (PR) e é mestre e doutorando em Ciências da Religião, Área de Concentração em Teologia e História pela Universidade Metodista de São Paulo.
Rev. Walcyr José de Paiva Gonçalves Pastor da IP Monte Horebe da Figueira, no Rio de Janeiro, desde 1995. Presidente dos presbitérios São João de Meriti e Norte Caxiense (RJ); secretário da Mocidade, secretário executivo e vice-presidente do Sínodo Serrano Fluminense, e secretário geral da Mocidade da IPB. É graduado em Jornalismo pela Universidade Gama Filho, do Rio de Janeiro, bacharel em Teologia pelo Seminário Teológico Presbiteriano do Rio de Janeiro e pós-graduado com especialização em Educação Cristã pelo CPAJ.
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Data comemorativa
Supervisionar e desenvolver políticas são a tarefa do conselho
Cecep direciona a educação cristã na IPB Letícia Ferreira
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o dia 11 de março, comemora-se o Dia da Educação Cristã. Para marcá-lo, o BP foi buscar saber junto ao Cecep (Conselho de Educação Cristã e Publicações) da IPB o que a denominação está desenvolvendo nessa área. O secretário do conselho, rev. Mauro Fernando Meister, também professor do CPAJ (Centro Presbiteriano de Pós Graduação Andrew Jumper) e da EST (Escola Superior de Teologia), da UMP (Universidade Presbiteriana Mackenzie), além de coeditor da revista Fides Reformata, em São Paulo, contou que uma das novidades do Cecep é a realização do Primeiro Congresso Nacional de Oficiais da IPB. Esse encontro será realizado de 7 a 10 de junho, em Minas Gerais, com o tema Liderança Bíblica: o desafio de ser oficial no século 21. “A idéia é reunirmos presbíteros docentes e regentes e diáconos, com suas famílias, e tratar de temas pertinentes ao oficialato”, afirma o rev. Mauro Meister. “Será um congresso de cunho bem pastoral em que pretendemos levar a uma parcela significativa de oficiais da denominação os conceitos de pastoreio corporativo, diaconia e família, e analisar textos bíblicos referentes a esses assuntos, além de lançar um videocurso sobre presbiterato, com 13 pales-
tras em seqüência sobre o oficialato aplicado à IPB”. Durante todo o congresso, as ministrações devocionais serão feitas pelo presidente do SC-IPB, rev. Roberto Brasileiro. O tema principal será desenvolvido pelo pastor e escritor norte-americano John Sittema, autor do livro Coração de Pastor publicado pela Editora Cultura Cristã. POLÍTICAS DE DESENVOLVIMENTOE PUBLICAÇÕES Segundo o rev. Mauro Meister esse congresso é um dos exemplos de como o Cecep está trabalhando em sua principal tarefa e objetivo: desenvolver políticas de educação cristã para a IPB. Outro braço do Cecep são as publicações. “Temos uma centena de livros na agulha para serem publicados”, conta o rev. Mauro. Ele destaca que, de alguns anos para cá, o conselho editorial e o editor da Editora Cultura Cristã, rev. Cláudio Marra, começaram a trabalhar uma política editorial apresentando um leque de publicações dentro da enciclopédia teológica. Será lançada uma série de comentários do Antigo Testamento em português o que, segundo o rev. Mauro, é uma raridade: “Temos uma série de comentários do Novo Testamento lançada pela editora em português, mas não do Antigo Testamento”. Há ainda uma preocupação com livros acadêmicos,
Letícia Ferreira
Rev. Mauro Meister com o livro, em inglês, O Deus do Sexo, de Peter Jones, editado em português pela Cultura Cristã e com lançamento previsto para este mês
de formação pastoral, para os seminários, principalmente nas área de Língua e Teologia, tanto que a editora aumentou a oferta dessa categoria para a igreja, além de continuar a trabalhar com as linhas de cunho pastoral e reflexão, para leigos, tratando de outros temas. “Entre os livros que iremos publicar, estão dois do dr. Peter Jones, de quem a editora publicou Ameaça Pagã: as obras Identidade Perdida e O Deus do Sexo. O autor virá para o lançamento em março, provavelmente no fim da primeira quinzena. O
lançamento será feito, entre outros lugares, no Instituto Presbiteriano Mackenzie, em São Paulo”, informa o rev. Mauro. AMPLIAR O TRABALHO Supervisionar e direcionar a educação cristã da denominação, conforme as Escrituras, os símbolos de fé e a doutrina da IPB é o objetivo do Cecep. Na prática, o que o conselho faz, diz o rev. Mauro Meister, é se reunir, pesquisar e elaborar as políticas necessárias que fariam crescer a educação cristã da IPB. Em segui-
da, envia os documentos ao SC e efetiva essas políticas. Atualmente, o Cecep está principalmente focado na literatura teológica produzida pela Editora Cultura Cristã e na supervisão do material para escola dominical para a IPB, também feito pela editora. “Mas há alguns anos, o Cecep vem fazendo tentativas de cumprir o seu papel de maneira mais ampla. Nos anos passados, realizaramse congressos de educação cristã voltados para toda a IPB”, conta o secretário. Para ele, o Cecep precisa crescer no estabelecimento de políticas educacionais de fato mais amplas para a IPB, dando mais direção à denominação na área de educação cristã eclesiástica. Na área de escola dominical, por exemplo, o rev. Mauro acredita que o conselho deve, além das publicações das revistas, que têm muito bom nível, proporcionar treinamento de professores. Uma solução para isso seria a formação de parcerias com os seminários e institutos da IPB. “Isso é necessário porque hoje essas iniciativas acontecem local ou isoladamente, sem uma política nacional da IPB, e esse seria um dos papéis do Cecep”. O Cecep é presidido pelo rev. Fernando Hamilton e o tesoureiro é presb. Anízio Borges. Informações: Editora Cultura Cristã, no telefone (11) 3207 7099 e e-mail cep@cep.org.br.
Brasil PRESBITERIANO Conheça a IPB
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Fenep da IPB zela pela educação de qualidade
Apoio para as escolas presbiterianas Caroline Santana Pereira
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Fenep (Federação Nacional de Escolas Presbiterianas) foi fundada em 1994 pelo Supremo Concílio da IPB. Sua finalidade é orientar, incentivar, inspirar e assistir às instituições educacionais presbiterianas de ensino fundamental, médio e superior. Tem ainda como objetivo prezar pela educação de qualidade em um ambiente evangélico, com base nas santas Escrituras. Segundo o rev. Lamartine Gaspar de Oliveira, secretário executivo da Fenep, o trabalho da federação consiste, principalmente, em
cadastrar as escolas presbiterianas e promover encontros regionais e nacionais entre os representantes das instituições a fim de abrir espaço para um intercâmbio de experiências, para que sejam levantadas dificuldades e soluções, novas idéias, reciclagem e atualização metodológica de ensino. O próximo congresso, Sétimo Encontro Regional de Educadores Cristãos, será realizado em outubro no Recife (PE). Para que haja uma integração entre as instituições, o rev. Lamartine afirma que é de suma importância o cadastramento das entidades educacionais, afinal,
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Rev. Lamartine Gaspar de Oliveira, secretário executivo da Fenep para o quadriênio 2006/2010
muitas escolas presbiterianas podem passar por momentos de crise sem nenhum tipo de assistência se não estiverem conectadas com o trabalho de assessoria da federação. Atualmente, é de conhecimento da Fenep a existência de 187 instituições de ensino presbiterianas espalhadas pelo Brasil. Para efetuar esse cadastro, a instituição deve entrar em contato via e-mail com o secretário executivo e fazer uma solicitação da ficha. As igrejas que desejarem obter informações sobre como abrir uma escola deverão proceder de igual maneira. Em breve, a Fenep irá fornecer a ficha cadastral em
sua futura página na Internet, que será lançada num curto período de tempo. Outra ação da Fenep é incentivar as IPBs a investir no ensino secular, criando novas escolas ou expandindo as que já existem. Todas as etapas desse processo são acompanhadas e orientadas pela diretoria da federação. Materiais específicos de legislação escolar, previdenciária e trabalhista, tais como guias do Ministério da Educação, são fornecidos pela liderança. Contatos com a Fenep podem ser feitos pelo e-mail fenep_ipbrevlamar@ig.com. br ou pelo telefone (21) 2692-5894 e 2693-4837.
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Missões Transculturais
Missionário da APMT fala sobre evangelização naquele país
Timor Leste conta com trabalho presbiteriano Divulgação
Letícia Ferreira
C
em é o número aproximado de missionários brasileiros no Timor Leste, de cerca de 14 agências. A informação é dada pelo rev. Celso Dias Alves, missionário naquele país pela APMT (Agência Presbiteriana de Missões Transculturais) da IPB, com sua esposa Leliane e os dois filhos: Sarah, de 12 anos, e Luigi, que completa 10 anos no próximo mês. Para ele, isso demonstra que o país, com cerca um milhão de habitantes, segundo censo realizado no ano passado, não está sendo negligenciado em relação a missões. No mês passado, a APMT enviaria mais um casal ao país, o rev. Jessé Silveira Fogaça e sua esposa Helen. Esta foi, junto com mais 12 pessoas, aprovada pelo Ministério da Educação e Cultura brasileiro para trabalhar no Timor Leste e será treinada durante um ano. No final de 2007, outros dois missionários deverão ser enviados: Marcos Nicolli Napoli Filho e Priscila Raquel Rodan Pereira. “Isso sem contar os missionários de outras nacionalidades. Acredito que o número de missionários é bom, porque existem também várias denominações nacionais com os seus obreiros”, afirma o pastor. TRABALHO De terça a sábado, o rev. Celso ministra aulas de por-
tuguês. Algumas destas são dadas para crianças abrigadas pela casa que dirigia o missionário da Assembléia de Deus Edgard Gonçalves Brito, morto em novembro de 2006, hoje dirigida pela irmã dele. “Uso a Bíblia como livro texto e, com isso, sou um divulgador da Palavra em português aqui”, celebra. Ele é responsável por um programa de rádio com duração de uma hora, aos domingos, sobre a Palavra de Deus. É em português e está no ar há dois anos e meio. Nas tardes de domingo, a casa do pastor se enche de Rev. Celso Dias Alves e família evangelizando no crianças para uma reunião Timor Leste de evangelização, liderada profundo enraizamento da os principais motivos que pela esposa dele e com par- obra presbiteriana naquele levaram o rev. Celso e sua ticipação ativa dos filhos, local, como a distribuição esposa a escolherem aquele programação que já dura do devocionário Cada Dia, país como campo de trabatrês anos. Segundo ele, produzido pela Luz para o lho missionário. O pastor lá metade da população leste- Caminho. chegou em 28 de junho de timorense tem menos de 12 Leliane, aos sábados, dá 2003 e conta que o procesanos de idade. As reuniões aulas de culinária em casa e so de adaptação da famísão feitas na língua tetum, a já atendeu diversas turmas. lia foi muito difícil. “As mais falada pelo povo, com Também já ministrou aulas crianças se adaptaram mais ensino também da língua de português, é formada em rapidamente, mas em muiportuguesa. “Com a che- Letras, e em breve voltará a tas coisas continuam resisgada dos novos missioná- essa atividade, na casa da tentes. Eu e minha esposa rios deveremos trabalhar família, para senhoras do tivemos maior dificuldade, mais com jovens e adul- bairro. A missionária tam- mas hoje, em termos gerais, tos, especialmente com o bém realizou várias classes podemos dizer que estamos campo aberto que temos de cinco dias com crianças, adaptados”, afirma. junto aos nossos alunos e para evangelização. No início, houve probleex-alunos de português. Já ADAPTAÇÃO mas quanto à regulamendistribuímos mais de cem O ensino da língua por- tação da família no país, Bíblias e temos feito uma tuguesa como uma porta segundo acredita o pastor, boa semeadura”, comemo- para entrar no país e man- devidos à inexperiência ra o rev. Celso. Ele informa ter contato direto com o do governo timorense em que já atendeu aproximada- povo, além da necessidade gerir a nação. No entanto, mente cem alunos de por- de ajuda do Timor Leste o próprio governo tomou a tuguês e pretende imple- nos primeiros passos como iniciativa de melhorar esses mentar ações para um mais nação independente foram trâmites e hoje não há mais
problema. Pretendem registrar a APMT no Timor Leste como uma ONG, como outras missões já fizeram, para facilitar o trabalho. Segundo o rev. Celso, a realidade do dia-a-dia no Timor Leste é mesmo muito difícil como se imagina: “é um país tribal, com fortíssima influência política de uma igreja católica medieval, que tem métodos medievais, como a perseguição a missionários brasileiros no interior do país”. Por exemplo, ele cita um acontecimento de 18 de fevereiro, quando missionários tiveram que chamar a polícia ou teriam sua propriedade invadida por seguidores da igreja católica. Além disso, o sincretismo religioso é grande e a devoção do povo é orientada por sacerdotes animistas. A violência tem sido vista de perto pela família do rev. Celso. Ele diz que, quando explodiu a crise, ele, a esposa e os filhos foram a única família de missionários e de brasileiros que resolveram permanecer em casa: “Vimos nosso bairro ser invadido por uma multidão que entrou destruindo e roubando as casas vazias. Estavam armados com espadas, facões, arcos e flechas e outras armas tradicionais. Deus nos protegeu e nada de mal nos aconteceu. A instabilidade política ainda existe em Timor Leste e, neste ano que é de eleição, não sabemos o que pode acontecer”.
Aniversário
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15
Divulgação
Brasil PRESBITERIANO
IP de Nilópolis 40 anos
Por rev. Lamartine Gaspar de Oliveira “No processo de plantar e colher, não existe atalho”. Em 2 de abril de 1962 dá-se início a trajetória. A Primeira IP de Nilópolis (RJ) recebe, como membro oriundo da IP do Riachuelo, a irmã viúva Abigail Amélia da Silva, uma sonhadora que passou a residir na Rua Coronel José Muniz, 504, e logo resolveu criar em sua casa uma escola primária. A igreja, que havia começado um trabalho em 1945 na casa da irmã Nair da Silva, local onde recebera a irmã Abigail, planejou a compra de um terreno para a construção de um templo. A irmã Abigail orou fervorosamente para que o trabalho fosse perto de sua casa e, para isso, trabalhou intensamente. Ela veio a falecer, mas o terreno foi comprado bem em frente a sua casa, onde hoje se encontra localizada a igreja, no número 461, organizada dia 18 de março de 1967. O primeiro pastor foi o rev. Gerson Perestrello Casanova, já falecido. Há quase uma década, a igreja é pastoreada pelo rev. Lamartine Gaspar de Oliveira. A ata de organização registra os dois primeiros
presbíteros: Ely da Silveira Pires e Walter Pinto da Fonseca, os dois primeiros diáconos: Carlos da Rocha Calixto e Miguel Ferreira Neto, a primeira tesoureira: irmã Lenita Baldow Válega, e a primeira recepção por pública profissão de fé, da jovem Maria Edwirges Baldow. Passaram-se 40 anos e hoje a igreja pode contar as mais ricas e preciosas bênçãos. A IP de Nilópolis organizou uma filha, a IP do Paiol, pastoreada pelo rev. Ismael Maria Mendes. Tem também projetos para mais duas frentes de trabalho, onde não há nenhum trabalho pres-
biteriano. Alegres, os membros sustentam um casal de missionários e auxiliam um bacharel em teologia e um seminarista. Para a comemoração dos 40 anos, o tema escolhido é Partindo 40 bolos para contar 40 anos. A igreja receberá, no dia 10 de março, o Presbitério de Nilópolis, com uma grande solenidade, contando com a participação do rev. Joel Rodrigues Ferreira, pastor da igreja mãe e pregador da ocasião. No dia 1º de abril, o presidente do Supremo Concílio da IPB, rev. Roberto Brasileiro, se fará presente.
Brasil PRESBITERIANO
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Informativo
Publicação oficial por determinação da Comissão Executiva do Supremo Concílio da IPB
Processo Nacional de Avaliação dos Cursos Teológicos Resumo dos resultados do Processo Nacional de Avaliação para conhecimento de todos os presbitérios. 1ª 2ª 3ª 4ª 5ª 6ª 7ª 8ª Médias Gerais
2002 Seminário Total (%)
2003 2004 2005 2006 Seminário Total (%) Seminário Total (%) Seminário Total (%) Seminário Total (%)
STPS JMC SPS STNe SPBC SPRDNE SPB SPN
STPS JMC SPS SPRDNE STNe SPBC SPB SPN
55.6 55 55 54 54 50 48 45 52.1
52.3 50.6 50.0 49.5 48.9 46.5 44.5 40.3 47.8
STPS SPRDNE STNe SPS JMC SPB SPBC SPN
55.8 54.5 50.7 49.8 49.7 47.9 47.3 46.9 50.3
STNe STPS JMC SPRDNE SPB SPBC SPN SPS
61,4 57.6 56.6 50.9 50.2 49.3 48.3 47.4
STNe JMC STPS SPRDNE SPB SPN SPS SPBC
45.0
Legenda: STPS – Seminário Teológico Presbiteriano Ashbell Green Simonton – Rio de Janeiro (às vezes referido, no relatório, como STPRAGS). JMC – Seminário Teológico Presbiteriano Rev. Jose Manoel da Conceição – São Paulo. SPS – Seminário Presbiteriano do Sul – Campinas. STNe – Seminário Teológico Presbiteriano do Nordeste – Terezina. SPBC – Seminário Teológico Brasil Central – Goiânia. SPRDNE – Seminário Teológico Presbiteriano Reverendo Denoel Nicodemos Eller – Belo Horizonte. SPB – Seminário Teológico Presbiteriano de Brasília – Brasília. SPN – Seminário Teológico Presbiteriano do Norte – Recife.
69.1 61.3 60.9 57.1 55.6 55.4 55.4 55.1 58.7
Comemoração
Reformados franceses foram os responsáveis também pela realização da primeira Santa Ceia no Novo Mundo Letícia Ferreira
U
ma cabana rústica, no centro da ilha então chamada de Serigipe (hoje Ilha de Villegagnon), na Baía de Guanabara, Rio de Janeiro, foi o cenário do primeiro culto protestante realizado no Brasil - e mesmo nas Américas ou Novo Mundo, no dia 10 de março de 1557, uma quarta-feira. Cercada pela exuberante flora e fauna brasileiras e dos então chamados “selvagens”, habitantes locais, cerca de algumas centenas de pessoas assistiram ao culto, ministrado pelo recém chegado pastor huguenote (como eram chamados os protestantes franceses logo após a Reforma do século 16), Pierre Richier. O sapateiro Jean de Léry, um dos protestantes que saiu, em 1556, de Genebra, na Suíça, para auxiliar na colonização francesa do Rio de Janeiro, região chamada pelos colonizadores de França Antártica, escreveu um relato notável do tempo que passou na Baía de Guanabara, a que chamou Viagem à Terra do Brasil. É uma narrativa agradável e muito esclarecedora sobre o Brasil ainda em descobrimento e as reflexões protestantes sobre o Novo Mundo e o modo de vida dos indígenas e colonizadores. O sapateiro, mais tarde pastor, conta que, no dia da chegada da comitiva huguenote à Franca Antártica, o grupo foi recebido com muita alegria pelo vice-almirante Nicolas Durand de Villegagnon, res-
ponsável pelo governo local, que se dizia partidário da Reforma. “É minha intenção fazer criar aqui um refúgio para os fiéis perseguidos em França, na Espanha ou em qualquer outro país além-mar, a fim de que sem temer o rei nem o imperador nem quaisquer potentados, possam servir a Deus com pureza conforme a sua vontade”, disse-lhes o vice-almirante conforme conta Léry. O governante mandou que toda a sua gente se reunisse com os recém-chegados no fortim Coligny, na época uma cabana. Léry continua: “O ministro Richier invocou a Deus. Cantamos em coro o Salmo 5 e o dito ministro, tomando por tema estas palavras do Salmo 27: ‘Pedi ao Senhor uma coisa que ainda reclamarei e que é a de poder habitar na casa do Senhor todos os dias da minha vida’ – fez a primeira prédica no Forte de Coligny, na América. (...) Por fim, terminadas as preces solenes conforme o ritual das igrejas reformadas de França, e sendo marcado para elas um dia na semana, dissolveu-se a reunião”. Foi no dia 21 de março, um domingo, realizada, pela primeira vez, por protestantes em solo brasileiro, a Ceia do Senhor. O historiador oficial da IPB, rev. Alderi Souza de Matos, acrescenta que o Salmo 5, hino cantado nesse culto, está até hoje nos hinários evangélicos, tendo como início da primeira estrofe a frase: “À minha voz, oh Deus, atende”.
“Os huguenotes só cantavam os Salmos, que musicaram e metrificaram, e esse hino pertencia ao seu Saltério”, informa. “Em alguns casos, a mesma música foi usada para mais de um Salmo, mas foram feitas cerca de uma centena de músicas”. COMEMORAÇÃO No dia 24 de março, essas importantes datas para os protestantes brasileiros serão comemoradas pela IPB com a inauguração de um monumento e um culto de ação de graças, com a realização da Santa Ceia, no Rio de Janeiro. O culto, dirigido pelo rev. Guilhermino Cunha, pastor da IP do Rio de Janeiro, será realizado na Escola Naval, que fica na Ilha de Villegagnon, às 15h. A inauguração do memorial, também seguido de um culto de ação de graças, será na IP do Rio de Janeiro, às 17h30. Conturbado, interessante e triste foi o destino da comitiva principal de protestantes franceses chegados ao Brasil naqueles dias em que a sede da governadoria geral do país era na Bahia e o governante era Mem de Sá, sob o rei de Portugal dom Sebastião. Conta Jean de Léry que Villegagnon, em 1555, cavaleiro da Ordem de Malta, se manifestou a favor da Reforma e se esforçou até conseguir, principalmente pela influência do ministro almirante Gaspar de Coligny, do então rei francês Henrique II, instalar-se como colonizador no Brasil, na região da Baía de Guanabara. Nessa região, conta o rev.
nas Américas
Brasil PRESBITERIANO
Março de 2007
19 Arquivo Histórico Ultramarino de Lisboa, Portugal
Primeiro culto protestante Brasil PRESBITERIANO
Março de 2007
Acervo do Museu Histórico Nacional
18
há 450 anos
Arquivo do rev. Alderi Souza de Matos
Planta do Forte Villegagnon na Enseada do Rio de Janeiro, pelo padre Diogo Soares, desenho aquarelado sobre papel de 1730
Chegada de Villegagnon na Baía de Guanabara em 1555, por Chavane, litogravura colorida do século 19
Alderi, ainda não havia o domínio português e os franceses mantinham contato com os habitantes locais, os índios tupinambás, há muitas décadas. “Eram velhos conhecidos e aliados. Os tupinambás detestavam os portugueses e tinham amizade com os franceses”, diz. Apesar de perseguir fortemente os protestantes, Henrique II via com bons olhos o almirante Coligny, que era grande simpatizante da Reforma. Portanto, Villegagnon chegou ao Brasil em novembro de 1555 e logo requisitou à igreja protestante, em Genebra, que enviasse ministros religiosos e outras pessoas instruídas na religião cristã para o ajudarem na
empresa. Assim foi que, entre cerca de aproximadamente 300 pessoas, inclusive algumas mulheres, que vinham para se instalar como colonos no Brasil, vieram os pastores Richier, então com 50 anos, e Guillaume Chartier, de 30, além de Phillipe de Corguilleray, conhecido como senhor Du Pont, líder do grupo, Pierre Bourdon, Matthieu Verneuil, Jean du Bordel, André Lafon, Nicolas Denis, Jean Gardien, Martin David, Nicolas Raviquet, Nicolas Carmeau, Jaques Rousseau, Jacques Le Balleur e Jean de Léry. “Essas pessoas vieram com dois objetivos específicos: criar uma igreja reformada entre os colonos franceses e evangelizar os
Sínodo da IPB em visita à Ilha de Villegagnon, em 1907
índios”, afirma o rev. Alderi. Três navios saíram de Honfleur, na Normandia, comandados pelo sobrinho de Villegagnon, Bois Le Conte, com destino ao Brasil, no dia 19 de novembro de 1556. A viagem durou três meses, cheia de tormentas como tempestades, piratas e até fome entre os passageiros. Após serem recebidos com aparente amabilidade por Villegagnon, este logo começou a discordar em questões doutrinárias dos protestantes e, poucos dias depois da chegada destes, segundo Léry, declarou ter mudado de opinião sobre Calvino, que passou a definir como “herege transviado da fé”. Segundo o rev. Alderi,
Villegagnon era simpatizante da Reforma no começo e pretendia, ao chegar ao Brasil, que sua colônia fosse um lugar onde protestantes e católicos pudessem viver em harmonia. “Há aspectos um tanto misteriosos que até hoje os historiadores não esclareceram totalmente”, diz. Jean de Léry, em sua narrativa, expressa a opinião de que essa mudança teria sido motivada por cartas recebidas por personagens importantes da religião católica, como o cardeal de Lorena, que censuravam e até ameaçavam Villegagnon por este ter adotado a fé reformada. No entanto, até hoje não se tem certeza se o governador da França Antártica era real-
mente convertido ao protestantismo ou fingiu ser e não se sabem ao certo as razões, além das conhecidas discordâncias, por exemplo, sobre a transubstanciação do corpo de Cristo na Santa Ceia, que o levaram a voltar-se violentamente contra os protestantes que ele mesmo mandara chamar. Prendeu e até torturou alguns dos huguenotes e acabou por expulsá-los da ilha. Antes de completarem um ano de estadia no Brasil, foram obrigados a deixá-lo embarcando num navio chamado Jaques no dia 4 de janeiro de 1558. Segundo Léry, todos e ele mesmo, tristes por deixarem a “Terra do Brasil”, a qual haviam se afeiçoado, e por voltarem à sua pátria onde eram perseguidos.
Para piorar, o navio era pequeno e bastante precário e a viagem já no início dava mostras de naufrágio. Assim sendo, alguns passageiros decidiram retornar ao Brasil: Jean de Léry, Pierre Bourdon, Jean du Bordel, Matthieu Verneuil, André Lafon e Jacques Le Balleur. Léry desistiu de voltar por insistência de amigos, na última hora. Os três primeiros foram mortos por Villegagnon por afogamento. Léry afirma que Nicolas de Villegagnon, "com este ato, foi quem primeiro derramou sangue dos filhos de Deus” no Brasil, sendo, por isso, apelidado “por alguém” de “Caim da América”. Ainda assim, a Ilha de Serigipe passou a chamarse, como até hoje, Ilha de Villegagnon e, atualmente, abriga a Escola Naval da Marinha Brasileira. O Forte Coligny foi destruído pelos portugueses em 1560, após a expulsão dos franceses do Brasil e o fracasso da França Antártica. DESTINO DOS PIONEIROS Como o rev. Alderi contou, em sua coluna na edição de janeiro do BP, Villegagnon aprisionou os cinco huguenotes que, temerosos da precária condição do navio que levou de volta seus companheiros à França, retornaram ao Brasil, e deles exigiu que res-
pondessem em poucas horas um questionário sobre pontos teológicos. O texto que eles prepararam e escreveu, com tinta de pau-brasil, Jean du Bourdel, ficou conhecido como a Confissão de Fé da Guanabara. Assinaram também o documento Pierre Bourdon e Matthieu Verneuil. “Sob alegação de heresia, na sexta-feira 9 de fevereiro de 1558, Villegagnon ordenou a execução de Bourdel, Bourdon e Verneuil. André Lafon foi poupado por vacilar nas suas convicções e ser o único alfaiate da colônia. Jacques Le Balleur, que havia conseguido fugir, mais tarde foi encarcerado na Bahia e executado no Rio de Janeiro. A história dos mártires calvinistas, escrita por Jean de Léry, e o texto da confissão foram incluídos no livro História dos Mártires (1564), de Jean Crespin. Em 1917, sob o título A Tragédia da Guanabara, o presbítero Domingos Ribeiro publicou essa narrativa em português, junto com a tradução da confissão de fé feita por Erasmo Braga em 1907, a pedido do rev. Álvaro Reis. Essa obra está prestes a ser lançada em nova edição pela Editora Cultura Cristã.”, escreveu o rev. Alderi. Jean de Léry retornou à Genebra onde concluiu seus estudos em Teologia e foi ordenado pastor.
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Brasil PRESBITERIANO
Março de 2007
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