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Brasil

PRES­BI­TE­RIA­NO

Novembro de 2006

Órgão Oficial da Igreja Presbiteriana do Brasil

Rede Presbiteriana de Comunicação

Ano 49 / Nº 626 - R$ 1,80 Site Caravana Comunidade Segura

Christian Dalhuisen

Mackenzie Voluntário Caravana Comunidade Segura percorre o Brasil Página 17

Assume nova secretária geral do Trabalho Feminino Página 9

Bahia, Rio de Janeiro e Pernambuco são os novos participantes

Presbiterianos evangelizam nas estradas do país Páginas 10 e 11

Página 20


Brasil PRESBITERIANO

Novembro de 2006

Opinião

Seu recado

O ministro presbiteriano jubilado João Wesley Boechat

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e maneira muito forte e inesperada comecei a pensar e a sentir algo sobre a pessoa e a vida do Ministro Presbiteriano Jubilado. Isto aconteceu dias atrás e, agora, pela segunda vez, interrompe o meu sono às 3h da madrugada. Que não sou, nem sei se chegarei lá. Não questiono a jubilação do Ministro Presbiteriano, quer seja pela saúde, tempo de serviço ou por idade. Quero continuar aceitando que a jubilação tem seu valor, sua razão de ser e é necessária. E deve ser recebida com louvor e sincera gratidão ao Senhor. Mas será que todos os ministros, homens que estiveram durante longo tempo cuidando do rebanho do Senhor Jesus, e que hoje, impossibilitados de continuar pastoreando, estão vivendo com a dignidade de servos do Senhor quanto à vida financeira? Não, nem todos. É com tristeza que eu digo, pelo que tenho visto e ouvido, que muitos estão vivendo com grandes dificuldades, recebendo auxílio até de pessoas não evangélicas, e, com isto, vêm as criticas até de familiares. O dinheirinho da aposentadoria da Previdência Social às vezes não é suficiente nem para a compra de medicamentos de

um idoso. Louvemos a Deus pelo “dinheirinho” que ele recebe, mas o servo do Senhor deve ser de responsabilidade nossa, da igreja, não do governo. Meus caríssimos irmãos, a publicação da jubilação no Órgão Oficial da Igreja, com suas belas palavras, é muito bonita e agradável de se ler; a entrega de uma linda placa é algo significativo e marcante, mas aquele homem de Deus vai continuar a vida com suas múltiplas necessidades próprias, também das de sua fiel companheira e, às vezes, ainda de outros, com muitas e grandes despesas. Infelizmente a situação de vários Ministros Jubilados, com seus cônjuges, tem sido motivo de comentários, pois muitos os vêem como desvalorizados e esquecidos pela igreja, sem o carinho e amparo que merecem. Se estamos sempre a ensinar que devemos fazer o bem a todos, “mas principalmente aos da família da fé” (Gl 6.10), será que um Ministro do Evangelho não está incluso? Pela graça de Deus, eu, desde muito cedo, aprendi olhar os servos do Senhor, Ministros do Evangelho, com enorme respeito e a tratá-los com honra, e quero continuar assim até o fim da minha jornada aqui. Espero que presbíteros, homens de concílios e aque-

les que concordarem com as minhas colocações procurem, sob a direção do Senhor Deus, tomar providências justas, sensatas e cristãs junto a concílios da nossa amada e respeitada IPB. Eis o que apresento: Os Presbitérios deveriam aprovar em seu orçamento o valor de um salário mínimo vigente, como piso, para cada Ministro Jubilado, e semelhante decisão deveria ser tomada também pelo Supremo Concílio. E, com o falecimento do Ministro, a esposa continuaria a receber o mesmo valor durante a vida. Os poucos Ministros Jubilados que são privilegiados financeiramente teriam toda liberdade de dispensar essa verba dos concílios. Sem de forma alguma negligenciarmos a obra da igreja nas suas mais diversas áreas, procuremos usar também o dinheiro do Senhor que chega às nossas mãos para cuidarmos melhor daqueles que, durante longos anos, levaram grandes benefícios a muitos, e que, nessa fase delicada de suas vidas, vivam esse entardecer com a maior dignidade possível e, assim, a IPB, também neste particular, dê glorioso testemunho.

João Wesley Boechat é pastor da IP Betel em São José dos Campos (SP)

Parabenizo-os pela publicação do excelente artigo do rev. Marcos José de Almeida Lins intitulado Os Concílios Também Erram (BP setembro 2006). Inspirado no verdadeiro espírito calvinista, portanto democrático, bem como alicerçado nas virtudes da moderação e do verdadeiro amor, este irmão encerra de vez a falsa questiúncula bizantina da incompatibilidade entre fé cristã e maçonaria. Sou pastor da IPB, professor universitário e exerço minhas atividades na maçonaria. Jamais estas funções me foram excludentes, ao contrário, sempre me abriram as portas para proclamar a essência do cristianismo e do reino de Deus. Que o Pai da luzes ilumine qualquer espírito obscurantista que ainda possa repousar na nossa tradição reformada, afinal, não é a paróquia que deve ser nosso mundo e sim o mundo que deve ser nossa paróquia. Rev. Carlos Alberto Rodrigues Alves, Presbitério das Araucárias Não fui à reunião do Supremo Concílio de julho de 2006, mas creio que aquilo que o SC/IPB decidiu deve ser obedecido e não contestado. Recebi o BP de setembro e fiquei admirado ao ler um artigo com o rev. Marcos Lins contestando (no título está reflexão, mas o tom parece mais de contestação) a decisão do Supremo Concílio da IPB com respeito à maçonaria. Acho que agora é hora de divulgar as decisões da IPB e não reflexões. Qualquer pessoa que quiser contestar a decisão poderá fazê-lo por vias legais, conforme determina a CI/IPB e não no foro civil com ação judicial, como observa o rev. Marcos Lins em seu artigo. Agora cabe aos presbiterianos obedecer e não contestar. Quem quiser contestar deve ir aos presbitérios e sínodos e encaminhar documentos à IPB que, em 2010, poderá estudar os documentos. Cabe ao BP, como órgão de informação da IPB, obedecer e publicar aquilo que a igreja decidiu e não publicar contestação e colocar lenha na fogueira. Rev. Hamilton Guimarães da Silva Parabenizo o BP pela publicação da matéria do rev. Marcos Lins sobre a

EXPE­DIEN­TE Órgão Oficial da

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Uma publi­ca­ção da

Ano 49, nº 626 – Novembro de 2006

www.ipb.org.br

Rua Maria Antônia, 249, 1º andar, CEP 01222-020, São Paulo – SP Telefone: 0(XX)11 3255 7269 E-mail: edi­torbp@rpc.ipb.org.br

Conselho Deliberativo: Gunnar Bedicks Júnior – presidente Jared Ferreira Toledo da Silva – secretário André Luis da Silva Mello – titular Darly Gomes Silveira Filho – titular Euclides de Oliveira – titular Johnderson Nogueira de Carvalho - titular Ricardo da Mota – titular

Rede Presbiteriana de Comunicação

Edição e chefia de reportagem: Letícia Ferreira DRT/PR: 4225/17/65. E-mail: editorbp@rpc.ipb.org.br

Textos: Martha de Augustinis - martha@rpc.ipb.org.br e Caroline Santana - caroline@rpc.ipb.org.br Diagramação: Aristides Neto Impressão: Folhagráfica

Secretaria de Atendimento ao Assinante: (19) 3741 3000 / 0800 119 105

maçonaria. Não sou da maçonaria e não gosto da maçonaria (os exemplos e experiências que tive com membros da ordem não foram nada bons, apesar de existirem muitas pessoas boas que ainda freqüentam ou já freqüentaram a maçonaria). Mas entendo que a decisão do SC 2006 sobre a maçonaria causa mais prejuízo à IPB do que benefício. E a igreja, hoje, está precisando de união, ânimo, motivação, ação e oração. Presb. Wellinton Tesch Sabaini, IP Mata da Praia de Vitória (ES) Gostaria de externar minha alegria pela decisão do SC/IPB em relação à maçonaria. Sei que os homens são falhos e que, por isso, concílios podem errar, porém, tenho plena convicção no meu coração, de que neste caso não houve erro algum por parte do nosso concílio maior. Que Deus continue a dar sabedoria a esses homens, que Ele mesmo escolheu para dirigir a nossa amada IPB. Rev. José Erivan de Amorim Borba, missionário da JMN na cidade de Rio Grande (RS) Como deputado do último SC da IPB, li com espanto a veiculação de entrevista do rev. Marcos Lins sobre maçonaria, com sérias críticas à decisão da nossa Assembléia Magna sobre a matéria em tela. Lamento profundamente a publicação desta entrevista. Ela coloca em dúvida os motivos que levam o BP a inclui-la em sua edição de outubro. Fique registrado meu sentimento de indignação. Rev. Sergio S. Victalino de Mello da IP das Graças Fiquei muito alegre ao acessar o Portal da IPB. Achei interessante e instrutivo. Estou freqüentando a IPB em Martinópolis (SP) e gostando da denominação. Junior Neves

Erramos No título da reportagem da página 14 da edição de outubro do BP a palavra “sobrenaturais” não faz parte da frase.

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Consultório Bíblico

Coroa da Criação Odayr Olivetti

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ergunta: Um pregador afirmou que a mulher é a coroa da criação. Que dizer disso? Resposta: A expressão acima referida não é bíblica, mas o pregador mencionado não está sozinho nesse erro. Infelizmente, o excelente Manual Litúrgico criado pelo rev. Modesto Perestrello Barros de Carvalhosa (pioneiro nessa obra nas três Américas), contém uma frase que dá lugar ao lapso em foco (na edição que tenho, de 1992). Na ordem litúrgica para Bênção Matrimonial, no final da página 245, consta: “O homem é a cabeça da criação, mas a mulher é a coroa”. A passagem que trata de algo parecido na verdade contém outra ênfase. Em

1 Coríntios 11, falando sobre os papéis do marido e da mulher, Paulo, com sua indiscutível autoridade apostólica, declara no versículo 7 que “o homem não deve cobrir a cabeça por ser ele imagem e glória de Deus, mas a mulher é glória do homem”. Infere-se que, ao menos, é preciso alterar a expressão do Manual Litúrgico, dizendo: “O homem é a cabeça da criação, mas a mulher é a coroa do homem”. Um erro subalterno do pregador foi o de declarar que o homem foi criado do barro, mas a mulher foi criada de material melhorado, o que insinua a idéia de superioridade da mulher. Mas o mesmo apóstolo, fazendo referência ao fato de que a mulher foi formada do homem, ensina com isso a

primazia do homem. Nos versículos 8 e 9 da passagem acima citada, complementando o que está no versículo 7, ele postula: “Porque o homem não foi feito da mulher, e sim a mulher, do homem. Porque também o homem não foi criado por causa da mulher, e sim a mulher, por causa do homem”. O contexto da epístola mostra que o apóstolo se viu impelido a tratar francamente de temas como esse para corrigir abusos ocorridos no seio da igreja de Corinto, na qual muitos se vangloriavam de dons e chafurdavam em abusos parecidos com os que acontecem em muitas de nossas igrejas hoje em dia. Para apregoar a merecida honra da mulher, igual a do homem, não é preciso torcer a Palavra

de Deus. Já na formação da mulher Deus disse que ela seria uma auxiliadora à altura dele. A diferença de funções não estabeleceu diferença de honra. E quando o apóstolo Paulo fala sobre as relações conjugais, em Efésios 5, e compara a chefia do homem com a de Cristo sobre a igreja e a submissão da mulher com a submissão da igreja, pontifica que o amor deve gerir a mente e as ações do homem nessa chefia (amor que ele cobra também da mulher em Tito 2.4). E mais, se os cônjuges são deveras cristãos, devem conduzir-se com o espírito de sujeição mútua, que deve imperar na vida de todos os cristãos, como se lê em Efésios 5.21. Como testemunhas de Cristo e do Seu Evangelho, não nos deixemos levar

pelas pressões psicológicas e emocionais de uma cultura antropocêntrica (para não dizer tolocêntrica). Evitemos as sutilezas de Satanás, que não perde a oportunidade de levarnos a falsificar a Escritura Sagrada de maneira mais perigosa do que se a contradisséssemos frontalmente. Todos nós, cristãos em geral e ministros em particular, devemos levar a sério as exortações bíblicas como a que lemos em 2 Timóteo 2.15, com cuja citação concluo esta palavra: “Procura apresentarte a Deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade”. Odayr Olivetti é pastor presbiteriano, ex-professor de Teologia Sistemática do Seminário Presbiteriano de Campinas, escritor e tradutor. E-mail: odayrolivetti@uol.com.br

Consultório Constitucional

Licença para pastor sem campo Addy Félix de Carvalho

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ergunta: Pode o presbitério conceder licença (Art. 42 da CI-IPB) ao pastor pelo fato de não haver campo para o mesmo? Resposta: Não, absolutamente. A licença, neste caso, deve ser em atendimento ao pedido do pastor, devida-

mente fundamentado, inclusive, em relação às atividades particulares às quais ele irá se dedicar. Isso vem acontecendo repetidamente nos arraiais presbiterianos e, em alguns casos, dando motivos para queixas contra os concílios que por esse modo irregular de agir desvirtuam e compro-

metem o sistema de governo da IPB. Conheço caso de pelo menos um presbitério que deu campo para seus seminaristas em detrimento de dois pastores que caíram na antipatia da liderança do concílio. Está em vigor a resolução do SC-IPB no sentido de prover o sustento do pas-

tor sem campo, com três salários mínimos durante um ano, após o qual, não havendo campo e o ministro não se transferindo para outro concílio, ficará na condição de pastor em disponibilidade, sem ônus para o presbitério. Esta resolução, emergencial a meu ver, não resolve

o problema nem hoje nem amanhã, enquanto nossos oito seminários formarem tantos pastores em contraposição ao pequeníssimo número de igrejas organizadas ano a ano. Addy Félix de Carvalho é pastor da Ig Presb de Petrópolis, RJ e autor do livro Interpretação e Comentários sobre a Constituição da Igreja. E-mail: addy1@uol.com.br


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História

Confissões Reformadas - O Consenso de Zurique (1549) Alderi Souza de Matos

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acordo sobre a doutrina dos sacramentos firmado em 1549 pelos reformadores Henrique Bullinger e João Calvino em nome de suas respectivas igrejas (Zurique e Genebra) é conhecido como o Consensus Tigurinus ou Acordo de Zurique. Esse famoso documento da fé reformada foi produzido no contexto das disputas teológicas ocorridas entre luteranos e zuinglianos desde o Colóquio de Marburg (1529), quando os dois grupos não conseguiram chegar a um entendimento acerca da Ceia do Senhor. Os primeiros afirmavam a presença física de Cristo no sacramento, ao passo que Zuínglio insistia numa interpretação meramente simbólica. A posterior recusa dos suíços em aceitar a Concórdia de Wittenberg (1536) e sua insistência na Primeira Confissão

Helvética, do mesmo ano, resultou em fortes ataques da parte de Lutero. Essa situação exigia maior unidade doutrinária entre as diversas correntes do protestantismo suíço. Em 1545, Lutero escreveu a sua Breve Confissão sobre o Santo Sacramento. Em resposta, Bullinger compôs a Confissão de Zurique, na verdade um manifesto teológico, e buscou o apoio do amigo Calvino. Embora este preferisse a teologia de Lutero à de Zuínglio (Calvino insistia na presença real de Cristo na Ceia, embora apenas espiritual), a sua situação exigia um entendimento doutrinário com Zurique. Diante das críticas de Calvino ao documento, Bullinger reconsiderou as suas posições mais extremadas e, em 1546, enviou a Calvino um novo tratado sobre os sacramentos, escrito em resposta a Lutero. Calvino respondeu em

fevereiro de 1547 com uma crítica detalhada, seguindo-se uma troca de cartas que evoluiu para uma negociação teológica. Em maio de 1549, Calvino foi repentinamente a Zurique para concluir esses entendimentos. Com base em documentos anteriores e na Confissão de Genebra (Confissão dos ministros da Igreja de Genebra sobre os sacramentos apresentada ao Sínodo de Berna), escrita dois meses antes, o acordo foi redigido em poucas horas pelos ministros de Zurique, com um total de 26 artigos. Por insistência de Calvino, o texto finalmente foi impresso em 1551. O Consenso de Zurique é um documento conciliador, apresentando os pontos mínimos de contato entre os dois reformadores. A questão básica foi: “O que ocorre de singular na celebração dos sacramentos?” As ênfases principais são: (a)

o sacramento é definido como um sinal ou selo à moda zuingliana, mas também como um instrumento da graça divina para comunicar dádivas espirituais ao crente; (b) a relação entre o sinal sacramental e a realidade espiritual correspondente não admite um elo causal entre o sacramento e a salvação; essas distintas realidades terrenas e celestiais são unidas e tornadas eficazes pela atuação do Espírito Santo; (c) a graça sacramental é limitada aos eleitos, sendo, portanto, uma graça santificadora, dada soberanamente por Deus ao crente, a qual não somente confirma, mas também aumenta a sua fé; (d) os sacramentos nada trazem aos não-crentes a não ser condenação, mas selam a fé do crente pela obra do Espírito; (e) o acordo rejeita claramente as concepções católica e luterana sobre a presença de Cristo; visto que o céu é um lugar,

o Cristo ressurreto não pode estar corporalmente presente na Ceia, embora esteja presente pelo Espírito onipresente. Se Calvino foi o autor principal do documento, a influência de Bullinger é claramente perceptível. Embora sem dúvida tenha contribuído para aprofundar as relações entre Zurique e Genebra, levando Calvino e sua igreja para o círculo das igrejas reformadas suíças, o Consenso também ampliou consideravelmente a distância entre luteranos e reformados em meados do século 16. Filipe Melanchton, embora tenha rejeitado as cláusulas que faziam da eleição a condição da eficácia dos sacramentos, abandonou todas as suas suspeitas e hostilidade contra os suíços. Alderi Souza de Matos é pastor presbiteriano e historiador oficial da IPB. E-mail: asdm@mackenzie.com.br

Artigo

Spelunca Latronum Uéslei Fatareli

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ão se espante com a frase acima. Você pode encontrá-la nas Escrituras Sagradas no livro do profeta Jeremias, capítulo 7 verso 11, e também no evangelho de Mateus, capítulo 21, verso 13. No primeiro texto, o templo havia se tornado um ‘covil de salteadores’. No tempo de Jeremias, as pessoas entravam no templo para adorar ao Senhor, mas era uma adoração de aparência. As pessoas aceitavam palavras falsas, andavam por caminhos tortuosos e prati-

cavam obras más, isto é, não praticavam a justiça para com o próximo, oprimiam os ‘abandonados’ (estrangeiro, órfão e a viúva), derramavam sangue inocente, andavam após outros deuses para o seu próprio mal, furtavam, matavam, cometiam adultério, juravam falsamente e adoravam o que nem conheciam. Mesmo vivendo assim, entravam no templo do Senhor e diziam que estavam salvos (Jr 7.10). Neste contexto, surge a pergunta de Deus através do profeta Jeremias: “Será esta casa que se chama pelo Meu Nome, um covil de salteadores aos vossos olhos? Eis que

Eu, Eu mesmo, vi isto, diz o Senhor.” (Jr.7.11) O texto latino, por sua vez, assim se apresenta na Vulgata de Jerônimo: “ergo spelunca latronum facta est domus ista in qua invocatum est nomen meum in oculis vestris ego ego sum ego vidi dicit Dominus”(Jr 7.11). Jesus, alguns séculos depois, usou a mesma expressão no evangelho de Mateus ao entrar no templo (Mt 21.12-13). Naquela ocasião, Ele observou que as pessoas haviam deturpado o sentido para o qual o templo se destinava. Ao invés de ser lugar de oração, havia se

tornado lugar de comercialização. A religião tornava-se um meio para obter-se lucro financeiro e o ritual religioso, por sua vez, não passava de um acessório estético que iludia as mentes e promovia entretenimento, sem despertar qualquer comprometimento com a ética, com a justiça e muito menos com a prática da misericórdia ao semelhante. Atualmente, vivemos dias de grande ebulição religiosa e política. Precisamos permanecer atentos aos ensinos sempre atuais das Escrituras Sagradas e nos guardar dos falsos profetas que vêm disfarçados com

‘técnicas de marketing’, ‘técnicas de auto-ajuda’, mas não proclamam o reino de Deus. Com relação à política brasileira, precisamos estar atentos. Pouquíssimos são os políticos que não se deixam corromper ou influenciar pelos constantes convites à prevaricação e à corrupção, sejam elas passivas ou ativas. Finalmente, que Deus nos livre de transformar ‘templos de justiça’, sejam eles igrejas, câmaras, tribunais etc. em spelunca latronun (casa de ladrões). Uéslei Fatareli é pastor da IPB.


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Brasil PRESBITERIANO Acontece

IPB promove treinamento para missões Rev. Jedeías de Almeida Duarte Cumprindo resoluções do SC e da CE-SC, será realizado, entre 5 a 22 de dezembro, no Ibel (Instituto Bíblico Eduardo Lane), Patrocínio (MG), o CTM (Centro de Treinamento Missiológico). A participação no CTM é condição sine qua non para aprovação de projetos nas comissões permanentes e autarquias da IPB que trabalham com a evangelização, missões e plantação de igrejas. Informações nos seguintes telefones: (33) 3277 3169/9102.4454, com o Plano Missionário Corporativo, (34) 3832 6411 no Ibel e (34) 3832 6410, na presidência do Supremo Concílio. Sínodo Sudoeste Paulista promove encontro de casais Da redação De 17 a 19 de novembro, o SDP (Sínodo Sudoeste Paulista) promove seu primeiro Encontro de Casais. O evento será na Estância Turística de Avaré (SP) e terá como preletor o rev. Gildasio Reis, psicanalista e pastor da IP de Osasco (SP). Contatos com o presidente do SDP, presb. Clodoaldo Furlan, pelo e-mail furlan@visualconnect.com.br ou pelos telefones (14) 3848 2170/3848 1760/9671 5050. Sínodo Noroeste reúne UPAs Rev. Evanderson H. Cunha, secretário sinodal de UPAs

Aconteceu em Ouro Preto d’Oeste (RO), de 7 a 9 de setembro, o Encontro Regional de UPA’s do SNB (Sínodo Noroeste do Brasil). Realizado de dois em dois anos, o encontro, desta vez, contou com a presença de 350 adolescentes dos Estados de Rondônia e Acre que, com o desejo de

fazer novas amizades, rever amigos, usufruir a comunhão com outros adolescentes, abriram também seu coração para o louvor a Deus e para o crescimento e edificação através da Palavra. O louvor através dos cânticos foi conduzido pelo Ministério aos Pés da Cruz da IP de Presidente Médice (RO). O tema do encontro foi Adolescentes Segundo o Coração de Deus. Dentre outras atividades, os adolescentes tiveram à sua disposição camas elásticas, campo de futebol, uma grande área verde e muita paz com Deus. No final, restou-nos agradecer a Deus por tudo o que aconteceu e cada caravana retornar para sua cidade levando a saudade do REUPA’s 2006, já pensando no próximo. Em nome da diretoria da Sinodal de UPA’s (Jerusa Gaede, Luiz Eduardo, Bruna Freire e Ana Carolina) do SNB agradeço a participação de todas as caravanas com o apoio de seus pastores e conselheiros. Escola presbiteriana de teologia é inaugurada no Alagoas Joseane Santos Foi inaugurada, no início de agosto, a Escola de Teologia Reverendo Celso Lopes. A realização é uma iniciativa da IP do Farol (AL) e faz parte de um sonho antigo dos seus dirigentes. A escola oferecerá um curso com duração de dois anos, divididos em quatro módulos e 24 disciplinas. De acordo com o rev. Célio Miguel, a idéia central é promover o fortalecimento da igreja doutrinariamente e a formação de líderes com conhecimento teológico. “O nosso desejo é transmitir os ensinamentos da Palavra de Deus de forma ordenada e seqüencial, formando uma base de conhecimento teológico entre os membros da IPF”, afirmou. O investimento será de vinte reais mensais, mais matrícula no mesmo valor. As aulas acontecerão nas dependências da igreja. O corpo docente é formado pelos reverendos Célio Miguel, Pedro Cabral, Philippe Henrique e Tércio Ribeiro e os presbíteros Márcio Melânia e Alberto Amâncio. Entre as disciplinas que serão ministradas estão Introdução bíblica, Técnica de comunicação em público, Liderança e ética, Teoria sistemática, Escatologia e Evangelismo.

A aula inaugural aconteceu no dia 14 de agosto, com a realização de um culto festivo de gratidão a Deus pela concretização do projeto. Na ocasião foi feita uma menção ao homenageado, rev. Celso Lopes, que morreu aos 94 anos e teve uma vida dedicada ao ensino da Palavra, sendo um homem íntegro, consagrado e comprometido com Cristo. Irmã presbiteriana comemora 103 anos Rev. Moisés Coelho Castro, pastor da IP de Passos (MG) Eliza Ribeiro Campos comemorou, no dia 10 de setembro, 103 anos de idade. Matriarca da IP de Passos, dona Eliza tem acompanhado nossas programações, especialmente aos Irmã Eliza (D) domingos, além de participar ativamente de um dos departamentos da SAF com jovialidade, disposição e muita fé. Ao que tudo indica, a irmã é a presbiteriana mais antiga de nosso Presbitério Vale do Rio Grande. Pelo seu vigor espiritual e consciência cristã, tem sido um grande exemplo para nossa igreja, além de ser também nosso memorial de fé, pois vem testemunhando a história do presbiterianismo em Passos com lembranças impressionantes. D. Eliza e mais alguns irmãos e irmãs do passado estiveram presentes em um dos acontecimentos mais marcantes da história de nossa comunidade, quando a casa da Avenida dos Expedicionários, que abrigava o primeiro templo presbiteriano de nossa igreja, foi incendiada pelos opositores do protestantismo na manhã do domingo 27 de dezembro de 1925. Tal acontecimento marcou um período de grande crescimento do presbiterianismo na região do Vale do Rio Grande, pois os presbiterianos puderam experimentar o cuidado e a proteção de Deus sobre suas vidas.


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Acontece Igreja presbiteriana elege oficiais através de voto eletrônico Joseane Santos Em abril, os membros da IP do Farol (AL) exerceram a democracia, escolhendo seus presbíteros e diácono para um mandato de cinco anos. A eleição foi considerada tranqüila e ágil porque contou com a eficiência de três urnas eletrônicas, cedidas pelo Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas. O processo eleitoral foi conduzido pelo rev. Philippe Henrique, pastor auxiliar da IPF. Na opinião dele, o pleito marcou a história da igreja por fazer uso da tecnologia para num curto espaço de tempo conhecer os escolhidos por Deus e confirmados através do voto para exercer a administração da igreja. “Estamos vivendo uma experiência nova, muito proveitosa para exercer a democracia e principalmente cumprir a vontade soberana de Deus”, afirmou. A eleição transcorreu num clima de reverência e respeito, seguindo às regras de um processo comum, onde os candidatos são eleitos com 50% dos votos mais um. Os cinco candidatos às vagas para presbíteros atingiram o percentual desejado e a vaga para diácono foi preenchida pelo único candidato, Samuel Buarque Lins. Todos atingiram mais de 80% dos votos válidos. Foram reeleitos para terceiro e segundo mandatos os presbíteros Sandro Fonseca, com 140 votos, Márcio Melânia e Agnaldo Soares, com 136 votos cada. Um fato comum entre os eleitos é que todos sentem o chamado de Deus para o ministério, muitas vezes confirmado em orações e agora legitimados através do voto. O presb. Sandro Fonseca afirma que o ministério tem lhe dado experiências maravilhosas na presença de Deus e que exerce a função por pura convicção ministerial. Para o seu terceiro mandato, ele pretende reforçar a visão missionária com a abertura de novos campos para levar a palavra de Deus. O presb. Márcio Melânia disse que o seu chamado para o serviço do Senhor está inclinado ao ensino da Palavra, a exemplo do mandato anterior. Ele foi respon-

sável pelo treinamento de pessoas para exercerem atividades ministeriais na IPF. Agnaldo Soares pretende se dedicar cada vez mais ao seu ministério, intensificando a visitação e se colocando à inteira disposição do Senhor. Os dois novos eleitos, Moisés Rocha e Alberto Amâncio afirmaram terem sido incomodados por Deus para se dedicar mais ao serviço na igreja e contribuir de forma mais efetiva na obra do Senhor. Ambos já exercem ministérios importantes como superintendência da EBD e regência do coral Coroarte, respectivamente. Memória e saudade Homenagem: Meu pai, um herói Rev. José Julio de Azevedo Agradeço, Senhor, pelo pai que nos deu. Um homem simples, de mãos calejadas que adquiriu sua sabedoria na comunhão contigo e nas Sagradas Escrituras. Um homem imperfeito como todos os seres humanos, mas alguém que foi um exemplo para todos nós, seus filhos. Ele ensinou-nos, na prática, o que significa ser um cristão de verdade. Ensinou-nos no dia a dia que o justo vive pela fé. Lembro-me que ele chegava do serviço braçal, com as mãos calejadas, cheias de graxa, tomava seu banho, e nos reunia à mesa para o jantar – sempre com uma oração de gratidão a Deus. Era de pequena estatura física, com os músculos fortalecidos pelo trabalho duro. Tranqüilo em sua grandeza. Ensinou-nos a virtude da perseverança, a atitude confiante diante das crises e incertezas, a generosidade de coração, em todas as horas. Lembro-me que, antes da gente ir dormir, nos reunia para o culto doméstico. Mesmo exausto, após o dia de trabalho, abria sua Bíblia e nos falava sobre a beleza do amor de Deus manifesto em Jesus Cristo. Lembro-me dele com gratidão. Ele não deixou fortuna, mas dedicou-se com abnegação para que todos seus

filhos tivessem oportunidade de estudar. Ele negou seus próprios sonhos para que pudéssemos realizar os nossos. Legou-nos a nobreza da vida cristã levando-nos, sempre, à Igreja Presbiteriana local - onde aprendemos as primeiras lições da Palavra de Deus, conhecendo um pouco do Antigo e do Novo Testamento. Deixou um nome honrado na cidade onde crescemos. Em meio a tantas mazelas provincianas fez brilhar valores que não se compram com dinheiro, nem se conquistam com privilégios ou carreira política. Apesar de seu pouco estudo sabia aconselhar a todos os que chegavam à sua oficina. Muitas pessoas daquela cidade lembram dele como um homem de Deus. Sua maior riqueza, a dignidade; sua absoluta certeza, a vida eterna com Cristo – garantida pela Graça inefável consumada na Cruz do Calvário. Agradeço a Ti, Senhor, pela tradição espiritual que legamos através da vida de meu pai e de minha mãe – pois ela tem sido o que de mais valioso nós temos – pois, se tudo passa, sabemos que temos uma alma eterna cuja existência deve glorificar a Deus. Obrigado, Senhor, pela vida de meu pai!


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Brasil PRESBITERIANO


Brasil PRESBITERIANO Auxiliadoras

Novembro de 2006

Eunice Souza da Silva afirma que a mulher tem desempenho importante nas atividades da igreja

“SAF não é só para ‘velhinhas’” Martha de Augustinis

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ão livros que retratam suas transformações, seus princípios. Textos e discursos que mostram sua independência e valor no mercado de trabalho atual. Organizações e instituições que cuidam de seus direitos, que instruem e auxiliam sem distinção de cor ou classe social. Tudo isso pela “mulher virtuosa, (...) pois o seu valor muito excede ao de jóias preciosas” (Pv. 31.10). Além de muito ativas na sociedade atual, as mulheres mostram um trabalho diligente e comprometido na IPB. São 56.123 mulheres reunidas na Sociedade Auxiliadora Feminina (SAF) que constituem, junto das outras sociedades internas, a espinha dorsal da igreja. Reunidas, no início do ano, no 15° Congresso Nacional das SAFs, as representantes de todo o Brasil indicaram Eunice Souza da Silva ao Supremo Concílio, como Secretária Geral da CNSAFs (Confederação Nacional de SAFs). Sócia há 42 anos, a nova secretária, membro da IP Maranata, em Santo André (SP), conta que, desde 1964, vem exercendo os mais variados cargos na sociedade das auxiliadoras. “Por isso amo muito esse trabalho e discordo veementemente dos que afirmam que a SAF é ‘ultrapassada’; ou, como já ouvi, que ‘SAF já era’”. Eleita ao cargo pela ter-

ceira vez, Eunice diz ter um bom conhecimento do trabalho que as SAFs realizam e vê como seu maior desafio motivar as sócias a viverem de modo digno o evangelho de Cristo. “Vejo a mulher presbiteriana como uma auxiliadora idônea, pronta a trabalhar no que for preciso. Há muito o que fazer! Na SAF, as oportunidades são maravilhosas para evangelizar, orar, visitar, praticar a solidariedade em toda a sua plenitude”, afirma a secretária, frisando que a mulher se faz presente, com expressiva maioria, no ensino da Escola Dominical, no coral, na sociabilidade e onde mais for solicitada. Eunice frisa ainda que a SAF não é uma sociedade de “senhoras ou velhinhas aposentadas” e que abriga tanto as mulheres mais jovens como as mais idosas. Segundo a secretária, tem-se criado um estigma na IPB de que a SAF é para “velhas senhoras” o que, por conseqüência, fomenta o desinteresse das mulheres recémcasadas ou de menos idade. “Esse desinteresse vem ainda por parte de muitos pastores que, a pretexto de introduzir outros modelos de atividades ou ministérios, ‘podam’ não só o trabalho das SAFs, mas também das demais sociedades internas”. DINAMISMO Como forma de atrair as mulheres mais jovens para a sociedade, Eunice salienta que há um grande desempenho da liderança feminina,

que é instruída a oferecer um planejamento agradável, funcional e objetivo. “Encontros regionais, treinamentos e muito material impresso são utilizados para

vezes, a rotina, as reuniões enfadonhas e o desânimo permeiam as ações planejadas. Daí, o empenho da liderança para que o planejamento seja direcionado para

Eunice: “Atuar junto à Confederação Nacional e acompanhar o trabalho feminino é um grande desafio”.

alcançar o desejável”. A secretária aponta que, apesar dos esforços, algumas SAFs continuam a desenvolver seus trabalhos no que ela chama de “mesmice” e não se amoldam aos dias de hoje. Ela exemplifica com o Manual Unificado das Sociedades Internas (Musi), que orienta as sociedades para uma estrutura de trabalho que, se bem executado, só contribui para o dinamismo das realizações. “Muitas

a busca do interesse maior que é o crescimento e o fortalecimento da obra”, afirma Eunice. CONFEDERAÇÃO NACIONAL “A diretoria da CNSAFs é bem atuante, tem um bom planejamento, um tema norteador precioso sendo desenvolvido – ‘Mulheres que surpreendem: instrumentos de Deus’. Meu desejo e oração é que tudo saia a contento para a honra e a glória de Deus”, avalia a secretária.

Eunice destaca que a secretária geral é aquela que caminha junto, que anima, que apóia, que exorta, que não mede esforços para que todo o trabalho se desenvolva com harmonia, com fidelidade à Palavra de Deus e com muito respeito aos concílios da IPB. “Destaco algumas atividades: estar presente nas programações da Confederação Nacional; supervisionar a SAF em Revista, atuando junto à Secretaria de Imprensa da CNSAFs; visitar as várias regiões brasileiras e conhecer as realizações das sinodais, federações e SAFs; prestar relatório anual e quadrienal ao SC”. A secretária geral é membro ex-ofício do Supremo Concílio, ou seja, que participa do Supremo Concilio mas que não possui poder de voto, e atua como elo entre este e a Confederação Nacional das SAFs. Feliz por voltar ao convívio das irmãs auxiliadoras e feliz com a indicação, Eunice é decisiva quando questionada a respeito de cargos eclesiásticos virem a ser ocupados por mulheres na IPB. “Creio que podemos servir em várias frentes sem a preocupação com os cargos eclesiásticos. Acima de tudo, a liderança do Trabalho Feminino da IPB se submete à CI e aos concílios. Se, futuramente, houver uma decisão de nosso Concílio Maior revendo essas questões, então, estaremos prontas para acatá-la”.


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Ação Social

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Bahia, Rio de Janeiro e Pernambuco são os novos participantes do Dia Mackenzie Voluntário

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Instituto Presbiteriano Mackenzie (IPM) promoveu, no dia sete de outubro, a terceira edição do Dia Mackenzie Voluntário (DMV), organizado pela coordenação da área de Responsabilidade Social. O projeto uniu alunos, ex-alunos, professores e demais parceiros da comunidade mackenzista num só ideal: fazer o bem e mostrar diferença. Após duas experiências de sucesso, o exercício da cidadania e do amor ao próximo foram, mais uma vez, marcas registradas e estampadas nos rostos dos participantes. Desse modo, além de ser uma instituição de ensino, o Mackenzie proclama e testemunha as boas novas do cristianismo. O DMV também foi e é uma ótima ocasião de fazer amigos, compartilhar experiências e conhecer novas realidades. E nesse ano, outras regiões do país (além de São Paulo, Campinas - SP, Brasília - DF, e Minas Gerais) tiveram a oportunidade de integrar essa grande rede de amor: Bahia (João Dourado), Rio de Janeiro e Pernambuco (Garanhuns). JOÃO DOURADO DE BEM COM A VIDA A cidade baiana de João Dourado tem, há sete anos, o projeto João Dourado de bem com a vida, um grande mobilizador do município. De acordo com o líder, rev. Cloves Azevedo de Oliveira, o projeto mostra às pessoas que quem tem Jesus vive melhor e com qualidade de vida. Para tanto, foram promovidas várias atividades socioculturais e educativas, como caminhadas, disputas esportivas, consultas jurídicas, oficinas etc, direcionadas para adultos, jovens, crianças e idosos de várias classes sociais. “Neste ano, aproveitamos o ensejo do DMV e, através do rev. Marcos Serjo, nós (a Associação Presbiteriana de Ação Social e Educação de João Dourado e a Missão Servir) enviamos o projeto à coordenação de São Paulo.

Caminhada pela vida e pela solidariedade em João Dourado

dica da faculdade de Direito e líder do projeto, conta que, apesar da chuva que atingiu a cidade, as pessoas procuraram os serviços e foram devidamente atendidas. Os voluntários estavam motivados e empenhados. Ela destaca que o Cidadania na Praça estava totalmente integrado com os demais projetos desenvolvidos naquele dia, e cita, como exemplo, as doações de sangue ao HemoRio, graças ao projeto Solidariedade tá no sangue. Aline Abreu, líder do Amizade INPAR, que promoveu atividades recreativas e educativas na instituição social INPAR, afirma que o DMV proporcionou momentos marcantes e únicos para a vida dos alunos. “Sempre tive vontade de participar de um projeto social. Estimulei minha turma e desenvolvemos o projeto, que foi o maior do Rio de Janeiro. Englobou pessoas que não são da faculdade, mas que entraram de cabeça em todos os trabalhos”, relata. O rev. André Luiz Ramos, ministro da IP do Cabral em Nilópolis (RJ) e aluno do curso de Direito, encabeçou o proje-

Assim, em parceria com a Universidade jurídica ao atendimento gratuito comuMackenzie, com a prefeitura municipal nitário, a fim de informar e alertar as de nossa cidade e com o apoio da IPB pessoas sobre seus direitos, já que muilocal, realizamos o DMV”, explica o tos cidadãos não têm condições de arcar rev. Cloves. com os custos da advocacia. Para o pastor, quando há união de pesA advogada Isabella Franco Guerra, soas diferentes num só objetivo, todos coordenadora do núcleo de prática jurísão contagiados com enorme satisfação, além de transmitir simpatia e ganhar admiração da cidade. “O vermelho e branco do Mackenzie dominaram João Dourado logo ao amanhecer do dia. Para os voluntários, foram momentos felizes, de muita comunhão, alegria e integração. Mas o aspecto mais importante dessa experiência foi, sem dúvida, a satisfação de servir ao próximo, a exemplo de nosso grande mestre e Senhor Jesus, que ‘andou por toda parte fazendo o bem’ (Lc 10:38)”. A equipe do DMV na Bahia já tem seus planos para 2007. Com base nesse ano, o desejo é ampliar as ações e chegar além dos mil e cem atendimentos diretos. MACKENZIE RIO Com a chegada do Mackenzie ao Rio de Janeiro, o DMV passou a fazer parte da agenda da Faculdade Moraes Junior. Um dos projetos desenvolvidos, nomeado Cidadania na Praça, uniu a prática Equipe do Cidadania na Praça no Rio de Janeiro

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OUTROS PROJETOS

Projetos inéditos de solidariedade Caroline Santana Pereira

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A repercussão do Mackenzie Voluntário em outros campos de atuação. Gama (Brasília- DF)

Ação solidária em Garanhuns

to Amor, que trabalhou com as diversas dimensões do ser humano, como oficinas de inglês e orientação odontológica. “Realmente foi um desafio. Fizemos o possível para que o bem que faz bem pudesse alcançar as pessoas”, acrescenta o pastor. PERNAMBUCO O projeto Cristão Cidadão foi desenvolvido na cidade de Garanhuns, através da parceria entre o IPM e o Instituto Bíblico do Norte (IBN). Nas dependências da IP Filadélfia, localizada numa área periférica, atendimentos médicos e dentários, cortes de cabelo, retirada de RG, doações de sangue e atividades de inclusão social beneficiaram cerca de 500 pessoas. Para o coordenador do evento, rev. Mariano Alves Junior, o DMV foi um presente de Deus para a cidade. “A sensação de participar e ver os outros participando com entusiasmo em atender ao próximo é algo indescritível. O DMV ocupará um lugar muito especial em meu coração”. O pastor acredita que o DMV fará parte do calendário de Garanhuns e, pela fé, vislumbra um projeto maior e mais arrojado, além de contar com a parceria do Colégio Presbiteriano Quinze de Novembro.

Relatório Parcial do Dia Mackenzie Voluntário Total geral de voluntários 14140 Voluntários em São Paulo 11397 Universidade 6789 Colégio São Paulo 2050 Colégio Tamboré 1712 Colégio Brasília 1310 Campinas 13 Mackenzie Rio 702 Minas Gerais 570 Bahia 219 Pernambuco 136 Líderes 369 Projetos em entidades São Paulo 124 Projetos realizados nos pólos 117 Projetos independentes 69 Projetos fora de São Paulo 92 Total geral de projetos 402 Organizações beneficiadas 137 Colaboradores (prof e auxiliares) 920 Alunos 11812 Fonte: IPM/ Projetos Sociais (07/09/2006)

“A emoção em participar de um evento como esse é enorme. Nosso projeto contou com a ajuda de 200 voluntários para atender 50 crianças carentes da cidade satélite Equipe do corpo de bombeiros de Brasília, chamano DMV em Gama da Gama. Além de momentos de lazer, contamos com a presença do Corpo de Bombeiros. Aprendemos um pouco mais sobre o trabalho realizado por essa equipe de coragem. As crianças receberam aplicação de flúor e ganharam brinquedos, roupas, alimentos e kits de higiene bucal. Sem dúvida, algumas de nossas expectativas foram superadas e já pensamos em 2007. O bem faz bem e faz diferença, não somente na vida de quem foi beneficiado, mas principalmente na vida de cada voluntário”. Renata Patrão, líder do projeto Voluntários do Amor

Uberaba (MG) “Com o tema Pedalar faz bem, esporte é saúde, Cristo é vida, cerca de 400 pessoas, de todas as idades, participaram de um passeio ciclístico no dia 9 de setembro, Passeio ciclístico pelas ruas organizado pelas de Uberaba UMPs do Pontal do Rio Grande (FEMOPRIG), com o intuito de arrecadar alimentos não-perecíveis para ajudar famílias necessitadas. Ao todo, 800 quilos de alimentos foram coletados. Essa iniciativa é baseada em um dos oito objetivos de Desenvolvimento do Milênio da ONU: Erradicar a extrema pobreza e a fome. O passeio, portanto, visou o cumprimento do dever de fazer o bem a todos (Gl 6:10), desafiar os evangélicos e demais participantes a assumir e viver a responsabilidade social e integrar a comunidade evangélica de Uberaba num ato comum de fazer o bem”. Marcelo Oliveira, presidente da FEMOPRIG e Edjane Santos, secretária de Ação Social


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Europa Central: 490 anos da Reforma da Igreja Liderança espiritual: Rev. Adail Carvalho Sandoval ( Igreja Presbiteriana de Brasília ) Outubro de 2007 ( saída : 27/10/07 )

Contatos, Reservas e Efetivações: (21) 2629-3010 / 2620-6705 - E-mail: golforio@terra.com.br - Site: www.golforio.com.br

Garanta sua participação, JÁ !!!!!!!!!!!!

Caravana Presbiteriana a Terra Santa Liderança espiritual: Rev. Simonton Rédua ( Igreja Presbiteriana do Sinai- Niterói-RJ ) Setembro de 2007 ( saída: 01/09/07 )


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Aniversários

Primeira IP de Queimados (RJ) 55 anos

IP de Itu (SP) 69 anos

Walter Neves, diácono em disponibilidade Rev. Gediael Menezes de Castro e agente do BP

A Primeira Igreja Presbiteriana em Queimados, situada na Av. Dr. Pedro Jorge, 95, Centro, completou, no dia 1º de maio, 55 anos de organização, tendo como pastor atual o rev. Ronaldo José Diogo. Essa igreja tem outras seis igrejas filiais organizadas: Japeri, Engenheiro Pedreira, Austin, Ponte Preta (Bairro de Queimados), Riachão (Bairro de Queimados) e São Roque (Bairro de Queimados). A Igreja do Bairro São Roque é a caçula em pauta, também a caçula do Presbitério de Queimados, pois completou, no dia 13 de março, dois anos de organização, tendo como pastor o rev. Kerginaldo Santos de Araújo. Dessa igreja foram ordenados 11 pastores: Vitório Gomes de Carvalho e Rubens de Lima, ambos in memorian, Milton Mendes (jubilado), Manoel Antonio da Conceição e seus filhos: Daniel Souza da Conceição, David Souza da Conceição e Daso Souza da Conceição, e ainda Antonio Portinha Alves, Geremias da Silva Muzi, Reginaldo Soares Rosa e Djalma Martins dos Santos.

Templo da IP de Queimados

Templo da IP de Itu

A Igreja Presbiteriana de Itu (SP) esteve em festa nos dias 22 e 23 de julho, quando comemorou 69 anos de organização eclesiástica. Nesses dias, o rev. Antônio José do Nascimento Filho, professor na Universidade Mackenzie e pastor da IP da Vila Pompéia, em São Paulo, levou uma advertência poderosa no que tange à igreja “olhar para o passado na certeza da intervenção soberana do Pai, viver um cristianismo verdadeiro para que possa impactar a cidade de maneira positiva”. No dia 25 de julho de 1937, Deus levantou pessoas realmente comprometidas com a Palavra de Deus que puderam, após um período muito difícil de muita perseguição, organizar a referida igreja. Desde então, ela tem envidado todos os esforços visando à evangelização da cidade de Itu, conhecida como “Roma Brasileira” pelo grande número de igrejas católicas. A igreja faz parte do Presbitério de Indaiatuba e tem contribuído também para o crescimento da obra do Senhor em todo concílio. São 252 membros maiores e 48 menores. O pastor, rev. Gediael Menezes de Castro, está em seu nono ano na direção da igreja. Além das sociedades internas ativas, a IP de Itu caracteriza-se pelo trabalho com deficientes auditivos, casais, colheita (entrega de cestas básicas) e missões. Louvado seja Deus por todos que trabalharam e continuam trabalhando para que a Palavra do Senhor seja conhecida na cidade de Itu.

IP de Lucas do Rio Verde (MT) 5 anos

Rev. Thiago Viana Carraro

A Igreja Presbiteriana de Lucas do Rio Verde teve o seu nascimento no ano de 1989, quando chegou à cidade a primeira família presbiteriana. Tudo começou numa sala de aula da escola Ângelo Nadin, cedida pelo prefeito, por meio da Junta de Missões. O trabalho, que era incipiente, logo cresceu e, com a graça de Deus, muitas famílias se converteram ao evangelho. A igreja aos poucos foi crescendo e se fortalecendo. A organização se deu no dia 25 de agosto de 2001 e, no dia 27 daquele mês, foi celebrado um culto de gratidão a Deus pela vida dessa igreja na Câmara Municipal. Atualmente, são 77 membros comungantes e 37 membros menores. Conta ainda com duas propriedades, um templo no centro da cidade, onde funciona a Escola Dominical e outro no bairro, onde são realizados estudos bíblicos durante a semana, tendo em vista a organização futura de uma segunda igreja.

Templo da IP de Lucas do Rio Verde

A IP de Lucas do Rio Verde realiza semanalmente um programa de rádio e participa de um programa de televisão local intitulado Palavra de Vida. A cidade foi emancipada no ano de 1985 e está desenvolvendo muito, principalmente com a instalação de uma grande indústria do gênero alimentício. Segundo estudos da prefeitura, a cidade saltará, em dois anos, de 35 mil habitantes para 90 mil. Hoje, a igreja conta com o rev. Thiago Viana Carraro e sua esposa Lúcia à frente do trabalho.


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Missões APMT

Sul-africanos recebem ajuda e amor de missionário mais urgentes. Através de ofertas e donativos da Igreja ouvamos a Deus Presbiteriana do Kenilworth pelo grande apoio da e do grupo de língua portuAgência Presbiteriana guesa, conseguimos algum de Missões Transculturais recurso para ajudá-los com e de boa parte da família medicamentos, alimentos e presbiteriana que nos sus- roupas. Muitos são bastantenta em oração. Graças a te feridos emocionalmente Deus, estamos todos bem. devido sua história de vida. Tanto nós como os nossos O rótulo de “refugiado” é filhos, bem integrados à vida algo do qual todos gostariam e sociedade sul-africana. A de se ver livres, mas nem África do Sul é hoje nosso sempre é possível seu retorpaís por adoção. Amamos no ao país de origem. o Brasil e o nosso povo, Há 30 km de onde moramas não podemos negar que mos há um grande abrigo nosso coração também está para refugiados e moradoaqui. res de rua. Procuramos ir Nosso trabalho tem sido ali aos sábados para estudos principalmente evangelizar bíblicos e lazer com alguns Lanche em reunião de evangelização em Cidade do Cabo e realizar o discipulado de refugiados. No momenrefugiados aqui na Cidade to, estamos assistindo, em curso em Desenvolvimento Há ali muitas crianças que de de apoiá-los na creche do Cabo. Para quem não pequena escala, angola- Comunitário numa ficam quase todo o dia numa e na horta comunitária que está a par da realidade dessa nos, ruandeses, congoleses Perspectiva Cristã. Nesse creche improvisada sob os pretendem desenvolver. cidade, devo informar que e burundeses. As carências momento, fomos solicita- cuidados de três senhoras, Na segunda semana de estimativas indicam que há maiores são na área da saúde dos a apoiar um trabalho sem os pais, que saem à pro- outubro recebemos, depois mais de 100 mil refugia- e alimentação. numa favela (Sweet Home cura de trabalho. Estamos de dez anos de missão, a dos espalhados pela grande Recentemente, conclui um Farms) nas proximidades. considerando a possibilida- visita de parentes, o rev. Cabo. No dia 1º de outubro, Edson Augusto Rios e o conversei com nosso cônsul presb. Wilson, de Dourados recém-chegado à cidade do (MS), que pretendem conheCabo, Marcos Duprat, e ele cer o trabalho e nos ajudar comentou que ficou assustadurante dez dias. do quando se preparava para No momento estamos assumir o consulado e desenfrentando alguns problecobriu que a África do Sul, mas com o departamento de com 46 milhões de habitrânsito daqui. Desde que tantes, tem uma população chegamos à África do Sul, de quatro milhões de refutem sido negada a conversão giados. Muitos destes são da habilitação brasileira para de origem islâmica, espeuma sul-africana. São bascialmente somali, portanto, tante rigorosos em termos sem contato direto com o de trânsito por aqui, princievangelho. palmente com estrangeiros. Assim, realizamos estudos Estou tendo que voltar ao em pequenos grupos, além de tempo de aprendiz (autovisitas. Procuramos também escola, testes etc.). O sisassisti-los em suas necessitema de transporte público dades físicas e emocionais Membros em frente à Igreja Presbiteriana, na África do Sul. aqui é bastante precário. Rev. Gessé Almeida Rios

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Missões Nacionais Evangelho é pregado em evento res a se vestir de prenda (mulher gaúcha o ídolo a ser fixado com pregos. trajando o lindo vestido típico). A cidade pára. As aulas são suspensas por cívico no Rio Grande do Sul Rev. Paulo Roberto Magalhães Dias e miss. Edvaldo Xavier Gomes No domingo 24 de setembro, a IP de Sapucaia do Sul realizou o Terceiro Culto Cívico, em alusão à Semana Farroupilha. Nesse período o povo gaúcho sai às ruas mostrando todo o orgulho de ser gaúcho e o amor pelo Rio Grande do Sul. Em todos os lugares podem ser vistas as cores verde, vermelha e amarela da bandeira do Estado. São montados acampamentos onde as pessoas celebram a tradição riograndense. Os gaúchos e gaúchas vestem seus trajes típicos, a pilcha para os homens (formada pela bota, bombacha, guaica - cinto, lenço branco ou vermelho etc.), e as mulheres com seus lindos vestidos longos nas mais diversas cores. Nossa igreja viu nessa celebração uma porta aberta para se pregar o evangelho e tivemos a idéia de realizar o culto cívico. Fizemos uma liturgia voltada para a evangelização usando elementos da cultura gaúcha e convidamos entidades culturais do município, como o grupo Piazitos do Pago, de uma escola do município, a Academia Gaúcha de Música e o cantor evangélico Marcos Davi, que canta músicas no ritmo nativista puxados pela gaita (acordeom). Ornamentamos a igreja com as cores do Rio Grande, com objetos típicos do Estado, os homens foram desafiados a vestir a pilcha, a começar pelo pastor, e as mulhe-

O rev. Paulo, de pilcha, recebe o prefeito na igreja

Não parou por aí, convocamos a SAF da igreja a preparar um carreteiro (prato típico feito de arroz com charque) para que fosse servido ao final do culto. Anunciamos este evento em um dos jornais, A Notícia, da cidade que não cobrou nada e achou a iniciativa muito interessante e diferente. O culto teve a presença de cerca de cem visitantes, o que representou mais do que o dobro de membros da igreja, além da presença do prefeito da cidade, Marcelo Machado. Ao final, entregamos uma lembrança aos convidados especiais incluindo o prefeito: em madeira, o mapa do Estado do Rio Grande com a sarça ardente na cor verde. Assim, foi aberta uma grande porta dentro do município para a igreja presbiteriana, o que tornou a igreja mais visível na comunidade local, visto que o presbiterianismo é pouco conhecido neste Estado. Para a igreja, está sendo uma forma alegre, criativa e diferente de se pregar o evangelho de Jesus. Contando ainda com o apoio e incentivo do Presbitério do Rio Grande do Sul (PRGS) que aprovou este lindo trabalho.

Missões em Borba (AM) Miss. Willians S. Borba A festa em louvor ao Santo Antônio de Borba é um período em que aumenta o número de mortes, roubos, drogas ilegais e legais na cidade. Aumenta também a prostituição, o adultério e a idolatria no sentido lato da palavra. Crianças por nascer ficaram na cidade de Borba para serem criados por mães solteiras ou avós, sem referencial familiar. Vão seguir o mesmo caminho dos seus pais ao crescerem. O dinheiro público estourado nos rojões, a sujeira das ruas e as moscas que aparecem quando todos vão embora. Muita desgraça é o que fica para a cidade após essa orgia “religiosa”. Os “cultos à carne” (shows) são diários, prolongados até as seis horas da manhã com som altíssimo. Ah, se fosse o som de um culto a Deus! Mas o que se ouvia eram músicas torpes. Contudo, a população está unida nos preparos para a recepção dos visitantes. As mulheres trabalham a frente de suas casas com os filhos, confeccionando bandeirinhas, que são colocadas nos postes ao longo das ruas. Os homens passam cal nas paredes, portas e janelas. Na marcenaria, o carpinteiro faz os nichos que receberão

uma semana. Órgãos públicos fecham suas portas. Não é difícil ouvir “depois da festa faremos isso ou aquilo” ou “depois da festa resolverei isso ou aquilo”. Apenas os mercadores funcionam a todo vapor Os marreteiros tomam as ruas com os seus comércios ambulantes. Vende-se de tudo, roupas, eletros, bugigangas do Paraguai. Muitas imagens de escultura do que há em cima no céu, embaixo na terra e nas águas são reproduzidos em madeira, pedra, camisetas, bonés, chaveiros, canetas etc.

Missionário Willians Borba

Por enquanto, não se ouve o anjo que tem autoridade e com voz potente dizer “caiu! caiu!”, nem “retirai-vos dela povo meu.” Por isso, permanecemos afligindo a nossa alma, intercedendo e profetizando. Apesar disso tudo, existem eleitos na cidade. Sempre houve e sempre haverá um remanescente. Não são muitos, mas perseveram até o fim. Três famílias seguem firmes com os estudos semanais. Uma outra está se firmando e mais três serão iniciadas num futuro próximo. Realizamos os dois primeiros cultos coletivos aos domingos, com a presença de 14 e 15 pessoas, respectivamente. As primeiras conversões espontâneas aparecem, juntamente com os filhos pródigos. São 25 pessoas, das quais 15 estão freqüentando os cultos aos domingos. Contudo, é difícil reunir todos com freqüência. Necessitamos de local adequado para as reuniões, talvez adquirindo um terreno para construir um templo em um local central. Oremos ao Senhor para que ele mostre o local. Que Deus nos dê graça para cumprir fielmente aquilo que ele nos tem confiado.


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Igrejas cristãs, organizações não-governamentais, movimentos sociais, outras religiões e poder público mobilizam-se contra a violência e pela cultura de paz

Caravana Comunidade Segura percorre o país Clemir Fernandes

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participação comunitária na segurança pública e o cumprimento do Estatuto do Desarmamento são as bandeiras de uma caravana que, entre os meses de julho e agosto, visitou diversas cidades brasileiras como as capitais Curitiba (PR), Brasília (DF) e Porto Alegre (RS). Organizada por uma rede de organizações da sociedade civil e instituições religiosas, a Caravana Comunidade Segura - Desarmamento e Melhoria da Polícia permaneceu dois dias em cada cidade. O objetivo foi promover debates e incentivar o engajamento das igrejas, redes religiosas, ONGs e movimentos sociais na temática da segurança pública no país. A proposta da caravana é oferecer capacitação nessa temática, fortalecendo o elo entre as religiões e a sociedade civil, e chamar a atenção da sociedade para atuar junto ao poder público em prol de uma comunidade segura, a partir de um modelo inteligente e preventivo, no qual o controle das armas e a interlocução entre o cidadão, a sociedade e as forças policiais seja a base da construção da cultura da paz. A explosiva crise de insegurança no país e a onda de medo frente à ousadia e preparo do crime organizado demandam da sociedade civil uma reação coordenada, que proponha uma agenda integradora de segurança para o Brasil, em que inteligência, planejamento e interlocução entre

as polícias e a sociedade seja rotina. Experiências positivas em vários estados mostram ser possível conciliar prevenção, repressão ao crime, proteção ao indivíduo, policiamento comunitário e respeito aos direitos humanos. Os participantes da caravana têm visitado projetos que envolvem igrejas, ONGs e polícia e mantido encontros com comandantes da Polícia Militar que desenvolvem boas práticas reconhecidas pela sociedade. Existem experiências no país que ilustram um modelo alternativo ao vigente, este com foco na repressão e pautado pela desarticulação, competição, partidarização, descontinuidade e falta de políticas públicas preventivas e integradoras. A caravana leva a mensagem de que segurança é inteligência, mais que repressão. Enquanto a sociedade não valorizar o tema da segurança, buscando entender seus problemas e formular propostas concretas de melhoria, a questão nunca irá se tornar uma prioridade para as autoridades. OFICINAS E AUDIÊNCIAS No primeiro dia em cada cidade são realizadas duas oficinas, uma sobre a campanha Cumpra-se o Estatuto do Desarmamento e outra sobre segurança pública e polícia. A oficina sobre desarmamento promove reflexão sobre a participação das igrejas em campanhas anteriores, aborda a situação do Estatuto em termos nacionais e estaduais, apresenta exemplos positivos, discute estratégias, estipu-

Site Caravana Comunidade Segura

Reunião da caravana com autoridades na Assembléia Legislativa em Brasília

la um calendário de ações e incentiva o fortalecimento da articulação de redes religiosas e comitês do desarmamento. A oficina sobre segurança pública e polícia divulga o conceito das Nações Unidas de segurança humana e comunidade segura, que valoriza a prevenção acima da repressão e prevê a participação comunitária no planejamento e na execução das políticas de segurança pública, tendo como base o respeito aos direitos humanos e proteção do indivíduo. Esta é também ocasião para apresentação de conhecimentos gerais sobre a polícia no Brasil, através de uma cartilha produzida pelo Viva Rio, e discussão de políticas integradoras e estratégias de interlocução comunitária da polícia com igrejas, redes religiosas, conselhos comunitários e outras organizações da sociedade civil. O papel da Internet como fonte de informação e instrumento para fomentar debates e reflexão é abordado com a apresentação do Portal

Comunidade Segura www. comunidadesegura.org.br. No segundo dia da caravana em cada cidade, são realizadas audiências para discutir a agenda de implementação do Estatuto do Desarmamento e a adoção de modelos alternativos de segurança, planejados a partir de diagnósticos. Estes encontros reúnem autoridades locais, estaduais e federais, chefes da polícia, comissões de segurança, lideranças religiosas e organizações da sociedade civil, como a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). A caravana conta com a articulação dos Comitês da Rede Desarma Brasil, que aderiram para cobrar o cumprimento do Estatuto do Desarmamento, e de redes religiosas que, como representantes da sociedade civil, podem assumir papel fundamental no desenvolvimento de um policiamento comunitário voltado para a prevenção do crime. São parceiras na caravana as seguintes instituições: Viva Rio, Instituto Sou da Paz, Conferência

Nacional de Bispos do Brasil (CNBB), Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Conic), Visão Mundial, Comissão Brasileira de Justiça e Paz (CBJP), Conselho Latino Americano de Igrejas (CLAI), Movimento Evangélico Progressista (MEP) e outros. PERCORRENDO O BRASIL Em julho, a caravana passou por Londrina, Recife (PE), Caruaru (PE), Natal (RN) e Salvador (BA), realizando encontros com representantes de governo, da polícia e da sociedade civil, além de oficinas abertas ao público. Em agosto, os eventos ocorreram em Belo Horizonte (MG), Brasília, Porto Alegre e Curitiba. Em seguida, foi a vez de Belém (PA) e São Paulo. De acordo com o coordenador de Religião e Paz do Viva Rio, André Porto, os encontros nestas cidades superaram as expectativas em termos de mobilização. “As reuniões ficaram marcadas pela pluralidade e serviram para aproximar movimentos sociais, organizações religiosas, governos e polícias”, afirma. Os resultados desses encontros têm conseqüências imediatas e continuadas, pois se organizam e/ou fortalecem redes de articulação e ações concretas contra a violência e pela paz, reunindo diferentes setores e importantes instituições outrora distantes e desarticuladas. A participação nas oficinas, audiências e visitas é gratuita. Clemir Fernandes é membro da IPB e trabalha com a Caravana Comunidade Segura


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Brasil PRESBITERIANO

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IGREJA PRESBITERIANA DO BRASIL PLANO MISSIONÁRIO COOPERATIVO REGIMENTO INTERNO Publicação por ordem do Supremo Concílio da IPB São Paulo, Março de 2006 Aprovado pela CE/SC nos termos da resolução CLXX, Doc. 194 Referendado pelo SC/IPB em sua XXXVI Reunião Ordinária. CAPÍTULO I CONSTITUIÇÃO E FINALIDADE Art. 1º. – O Plano Missionário Cooperativo (PMC) é um fundo administrado por uma Comissão Permanente da IPB, composta por 5 (cinco) membros efetivos, sendo 3 (três) pastores e 2 (dois) presbíteros em exercício, eleitos pelo SC/IPB ou por sua CE com mandato de 4 e 2 anos, nos termos deste Regimento Interno. § 1º - O membro do PMC não poderá: Ser remunerado pelo exercício de seu trabalho na comissão; Se representar outras organizações ou instituições de plantação de Igrejas no Brasil ou fora dele, ter o exercício da presidência; § 2º - O PMC será administrado por um Executivo, contratado pelo PMC, com tempo integral ou parcial, para as funções descritas neste Regimento, vedado o exercício cumulativo de plantador. Art. 2º. – O PMC tem por finalidade: § 1º - Estabelecer parcerias para plantação de novas Igrejas no Brasil, priorizando as regiões com menor densidade de membresia da Igreja Presbiteriana do Brasil; § 2º - Estabelecer parcerias visando a revitalização de congregações nos termos do item anterior; § 3º - Estabelecer as condições para parcerias, a fim de atender a realidade de cada região. CAPÍTULO II DO FUNCIONAMENTO Art. 3º. – O PMC reunir-se-á ordinariamente quatro vezes por ano, para: Avaliação dos projetos que estão sendo executados em parcerias; Aprovação do relatório das atividades anuais, a ser encaminhado ao Comitê Gestor, à CE-SC/IPB e quadrienalmente ao Supremo Concílio; Análise dos projetos de parcerias enviados por Igrejas e Presbitérios s, sempre com uma contra partida do proponente, em termos ideal de 50% (cinqüenta por cento) para cada participante. Em casos especiais, a critério do

PMC, percentuais diferenciados poderão ser aprovados; Encaminhar aos proponentes parecer sobre os projetos recebidos, no prazo máximo de 90 (noventa) dias; Encaminhar proposta ao Comitê Gestor com projeto para viabilizar parcerias para compra de terreno e construção de templo quando o trabalho em parceria estiver para ser organizado em Igreja, salvo casos excepcionais, a juízo do PMC e do Comitê Gestor; Encaminhar proposta ao Comitê Gestor do orçamento a ser executado pelo PMC, contemplando as novas parcerias. Parágrafo Único: A prioridade das parcerias a serem estabelecidas será o investimento em obreiros. Art. 4º. – O PMC se reunirá nos anos pares no mês de agosto para: Eleição do Presidente e Secretário de Atas; Contratação do Executivo quando for o caso. Parágrafo Único - O Executivo participará das reuniões do PMC, sem direito a voto. Art. 5º. – O PMC se reunirá extraordinariamente sempre que necessário por convocação do seu Presidente ou a pedido de 3 (três) membros ou do Comitê Gestor. Parágrafo Único - O quorum de funcionamento das reuniões do PMC será de maioria simples. CAPÍTULO III DOS MEMBROS Art. 6º. - Compete ao Presidente do PMC: Convocar e presidir as reuniões; Supervisionar e orientar os trabalhos do Executivo. Art. 7º. - Compete ao Secretário de Atas: Lavrar as atas das reuniões, mantendo sob sua guarda o respectivo livro; Fazer as comunicações ao Executivo das resoluções do PMC; Manter atualizada e em ordem a correspondência do PMC; Receber anualmente, relatório circunstanciado do Executivo encaminhando-o à reunião

ordinária do PMC; Elaborar o relatório anual para a CE-SC/IPB; Substituir o Presidente em seus impedimentos. CAPÍTULO IV DO EXECUTIVO Art. 8º. – Compete ao Executivo: Receber as propostas de parcerias, analisar e sugerir adaptações em tempo hábil, para encaminhá-las à reunião imediata do PMC; Encaminhar as propostas de parcerias recebidas por ordem de protocolo às reuniões ordinárias do PMC; Manter contatos com as lideranças Sinodais, Presbiteriais e parceiros do PMC para acompanhamento dos projetos em execução; Visitar, quando necessário, os projetos de plantação de Igrejas e revitalização de Congregações acompanhando o seu desenvolvimento; Manter o PMC permanentemente informado do andamento de todas suas atividades; Divulgar os trabalhos do PMC nos termos da resolução CE-SC/IPB-1998 – Doc. 165 (Anexo I deste Regimento Interno); Manter um cadastro permanente das regiões do país, carentes de pregação do Evangelho, observando-se: A população dos municípios; A situação do presbitério que jurisdicionar a região (distância, cidade, meios de transporte e de comunicação, etc.); A existência de trabalhos evangelísticos de outras denominações; A densidade Evangélica; As vias de acesso; A existência de hospitais, escolas, orfanatos, creches e outras obras de assistência social; Outros dados. CAPÍTULO V DOS PROJETOS DE PLANTAÇÃO DE IGREJAS E REVITALIZAÇÃO DE CONGREGAÇÕES Art. 9º. – Os projetos serão encaminhados pelas Igrejas e Presbitérios obedecendo aos seguintes itens:


Brasil PRESBITERIANO Seguir as etapas e critérios definidos para elaboração, conforme CE-SC/IPB-1997 – Doc 131 (Anexo II), nos seguintes termos: 1) Escolha do campo: Campo maduro: aquele que permite a implantação de uma nova Igreja, de imediato, em um curto prazo; Campo verde: aquele que permite a implantação de uma nova Igreja, em médio prazo; Campo virgem ou novo: aquele que permite a implantação em longo prazo; 2) Avaliação do potencial local: I. Levantamento de dados que integrarão o projeto de plantação da (nova) Igreja, contendo informações referentes a: população do lugar; perfil de tendência da cidade; nível educacional; nível econômico; existência ou não de outras igrejas; II. Informações relativas ao núcleo básico existente. No campo virgem ou novo, normalmente não há núcleo básico. Deverão vir acompanhados de parecer favorável do Presbitério e Sínodo que os jurisdicionam, respectivamente; Deverão respeitar os limites geográficos de cada presbitério determinados pelos sínodos (Art. 85 CI/IPB). Art. 10 – O PMC não firmará contratos com Igrejas que não sejam dizimistas fiéis ao Supremo Concílio. §1º – A aferição da Fidelidade se dará conforme documentação comprobatória que será requerida na habilitação dos projetos; usando os mesmos critérios empregados pela JPEF/ IPB. §2º. – Todos os contratos que envolvam recursos externos deverão ser discriminados no projeto e auditados pela JPEF/IPB. Art. 11 – O PMC firmará parcerias com um tempo mínimo de 02 anos e máximo de 07 anos, não podendo haver renovação. CAPÍTULO VI DOS PLANTADORES DE IGREJAS Art. 12 – Serão habilitados como plantadores de Igrejas aqueles que apresentarem os seguintes requisitos básicos: a) Declaração do Conselho ou do Presbitério que é vocacionado para plantação de Igrejas; b) Ter motivação para plantar Igreja; c) Ser comprometido com a evangelização; d) Ser membro de uma Igreja Presbiteriana do Brasil; e) Ter formação de Seminário, de Instituto Bíblico, curso intensivo dado pelo seu Presbitério, do CEIBEL ou pelo seu Pastor - em casos muito excepcionais; f) Ser encaminhado através do Conselho ou Presbitério;

g) Ter feito o CTM, que declarará que o obreiro é apto para ser um plantador de Igreja. Art. 13 – Os plantadores apresentarão relatórios trimestrais aos seus concílios, e estes, apresentarão no mesmo prazo relatórios ao PMC. Parágrafo Único – A ausência de relatórios no prazo legal ensejará a suspensão dos contratos com os concílios parceiros. CAPÍTULO VII DAS DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 14 - Quando o Executivo contratado for membro do PMC, este deverá licenciar-se enquanto permanecer na função administrativa para que fora contratado. Art. 15 – As despesas administrativas e com o Executivo serão gerenciadas pela Tesouraria da IPB, sob dotação orçamentária da CE-SC/ IPB. Art. 16 – Para composição do PMC o mandato inicial dos membros obedecerá aos seguintes parâmetros: Dois ministros e um presbítero titulares e um ministro e um presbítero suplentes serão eleitos pelo Supremo Concilio ou por sua CE com mandato de 04 (quatro) anos; Um ministro e um presbitério titulares e em igual número de suplentes serão eleitos pelo Supremo Concílio ou por sua CE com mandato de 02 (dois) anos; Art. 17 – Poderá haver apenas uma recondução dos mandatos dos membros do PMC. Art. 18 – Os contratos firmados pelo PMC até a aprovação deste Regimento Interno terão as suas parcerias mantidas até o seu termo, respeitadas as observâncias do § 1º. do Art. 1º. deste Regimento Interno. Art. 19 - Este Regimento Interno poderá ser alterado, no todo ou em parte por proposição da CE-SC/IPB ou SC/IPB. Art. 20 - Os casos omissos neste Regimento Interno serão resolvidos pela CE-SC/IPB. Art. 21 - Este Regimento Interno entra em vigor após a eleição dos seus membros pelo SC/IPB em sua próxima reunião ordinária. Art. 22 - Revogam-se as disposições em contrário. São Paulo, Marco de 2006. Aprovado pela CE/SC nos Termos da Resolução CLXX, Doc. 194.

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Aracruz, ES, Julho de 2006. Sancionado pelo SC/IPB em sua XXXVI Reunião Ordinária ANEXO 01 - Efeito Multiplicador: CE-IPB/98 165 - Doc. N_ CLXV - Projeto de divulgação do PMC, com o nome Efeito Multiplicador, Quanto ao Doc. N_ 171 – CESC/IPB-98, Procedente do Plano Missionário Cooperativo - A CE-SC/IPB-98 Considerando: 1. A importância do projeto do PMC, que objetivo o departamento da IPB para o trabalho de plantação de novas igrejas; 2. A importância do envolvimento dos diferentes segmentos da IPB trabalho de plantação de novas igrejas; 3. A importância da unidade da IPB quanto a visão e esforços no intento de canalizar recursos humanos e financeiros para plantação de novas igrejas. Elemento vital para o êxito do PMC. A CE-SC/IPB-98 resolve aprovar as solicitações da Coordenação Nacional do PMC, contidas no projeto EFEITO MULTIPLICADOR, as quais enumeramos: 1. Autorizar a CN/PMC a marcar várias reuniões regionais com todos os Presbitérios da IPB, para que os aspectos formativo, informativo, devocional e cooperativo da divulgação do Plano Missionário Cooperativo sejam mobilizados; 2. Determinar a JET que tome os passos constitucionais necessários para que seja incluído no curso de Bacharel em Teologia e no curso médio da IPB, nos seus vários seminários e institutos bíblicos, respectivamente, a matéria Plantação de Novas Igrejas, onde os aspectos bíblicos, teológicos, metodológicos e históricos Da disciplina sejam abordados; 3. Determinar ao Conselho de Educação Cristã e Publicações da IPB, que produza revistas de estudos para todas as faixas de etárias da Escola Dominical, com o tema geral Plantação de Novas Igrejas; 4. Determinar a Secretaria Nacional de Música da IPB, que empreenda esforços para que letras e músicas com o tema Plantação de Igrejas sejam produzidas e repassadas à todas as igrejas e campos da IPB; 5. Determinar as Secretarias Gerais de Causas da IPB (SAF,UPH,UMP,UCP e UPA), a participarem com o PMC no trabalho de Plantação de Novas Igrejas da seguinte forma: Conscientizando e despertando os secretários sinodais, presbiteriais e diretores de Federação e Confederação, quanto a importância, urgência e biblicidade do objetivo de plantação de igrejas do PMC; Despertando e orientando os leigos a serem plantadores de igrejas. 6. Autorizar Coordenação a Nacional do PMC a criar um informativo periódico próprio.


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Evangelização

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Caminhoneiros e motoristas ouvem a Palavra de Deus e recebem auxílio

Ministério alcança as estradas do Brasil Letícia Ferreira

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m pequena cochilada e... um acidente que pode ser fatal. Segundo uma pesquisa da Sociedade Brasileira do Sono, 25% dos acidentes nas rodovias federais brasileiras são causados por motoristas que dormem ao volante. Muitos destes motoristas são caminhoneiros que passam muito tempo sem dormir, muitas vezes auxiliados por remédios, para cumprir prazos de entrega e porque as rodovias não oferecem espaços adequados e seguros para descanso. Depois de uma cochilada dessas, que poderia ter lhe custado a vida, o então caminhoneiro e hoje também pastor da IPB, rev. Nelson Pinto de Almeida, o “pastor caminhoneiro”, se converteu e decidiu dedicar sua vida ao Senhor. Ele é o presidente e fundador do ministério Sucesso Sobre Rodas que alcança motoristas de caminhão em todo o Brasil. Também é pastor auxiliar da Segunda IP de Passos Jardim Bela Vista (MG). “Desde a infância, estou envolvido com transportes e caminhão. A paixão aumentou depois de ter concluído o curso de mecânica Diesel no Senai em São Paulo e trabalhar em uma concessionária Scania por alguns tempo, na década de 70”, conta o pastor. Aos 20 anos, ele começou a viajar com caminhão por todo Brasil. Aos 28, com alguma experiência de estrada, já havia perdido muitos amigos em acidentes e foi então que ele mesmo quase perdeu a vida

da mesma forma. Na época, ele se apresentou ao conselho da IP de Passos (MG), que o encaminhou ao Presbitério de Ribeirão Preto (SP), que o encaminhou ao Seminário Presbiteriano do Sul, em Campinas (SP), sendo ordenado pelo atual Presbitério do Vale do Rio Grande. EIS-ME AQUI Ainda envolvido com o trabalho nas estradas, o rev. Nelson pensou: “O que faria o apóstolo Paulo em meu lugar, com o meio de transporte e de comunicação que temos?” “Orei e disse: Senhor, faço minhas as palavras do profeta Isaías: ‘Eis- Caminhoneiro é alcançado em blitz evangelizadora na estrada me aqui, envia-me a mim’”. com cestas básicas e remé- br e o e-mail é sucessoso- irmãos da IPB de São João Assim, ele se tornou um pasbrerodas@yahoo.com.br. Batista do Glória, de Itaú de tor caminhoneiro e come- dios. O ministério recebe tele- Qualquer irmão pode se Minas e de Passos (MG). Em çou a visualizar o ministério Sucesso Sobre Rodas, um fonemas perguntando se é cadastrar como sócio e se Curitiba (PR) e Balneário trabalho quase impossível de igreja de pessoas que querem tornar um missionário das Camburiú (SC), conta com se realizar, porque o cami- participar porque receberam estradas sem sair de casa alguns irmãos da Igreja nhoneiro não pára, portanto, os folhetos e gostaram muito. através do Sucesso Sobre Luterana, da IPB e da IPIB. Sucesso Sobre Rodas foi a igreja não pode parar para Explica o trabalho e indica Rodas. uma igreja mais próxima da MISSIONÁRIOS DAS fundado oficialmente no dia alcançar o caminhoneiro. ESTRADAS 8 de agosto de 1992, por um Na área de evangelização residência da pessoa. Ainda não há estatísticas São várias pessoas envol- grupo de irmãos de Passos, e educação, o ministério envia para as igrejas e para oficiais de pessoas alcança- vidas no ministério, como onde está sua sede. Para foros irmãos folhetos evange- das pelo ministério, mas sim membros de igrejas, médi- mar o ministério, tiveram a lizadores e educativos ade- regiões, que são marcadas cos, advogados, professores, ajuda do pastor Abraão Silva quados para caminhoneiros e pelas correspondências e e- policiais, caminhoneiros, do Instituto Haggai e assim motoristas. Também promo- mails que recebe. São oito mecânicos, borracheiros, traçaram os primeiros objeve palestras em empresas de estados alcançados, princi- donos de postos de combus- tivos e metas, iniciando o transportes e blitz educativas palmente Minas Gerais, São tível, de auto peças, transpor- trabalho. “Creio que todos os ministérios e missões, e evangelizadoras com apoio Paulo e Paraná, em 450 cida- tadoras etc. A manutenção vem de sofrem com a falta de recure autorização da Polícia des. “Nosso crescimento é Militar Rodoviária. Na área de médio a longo prazo, não ofertas mensais, doações e sos e visão dos trabalhos social, assiste as famílias temos ainda uma estrutura pelos irmãos associados que, propostos. Aqui, os irmãos carentes que vivem à beira (pessoas suficientes para a partir de R$12 por ano envolvidos desenvolvem um das rodovias e nas perife- o trabalho de apoio) para (R$1 por mês), evangeliza trabalho maravilhoso com os rias das cidades. Visitam e entrarmos na mídia (TV), o cerca de 17 caminhoneiros grupos de apoio em oração e procuram assistir caminho- que traria retorno imediato, por mês em blitz evange- assistência implantados em neiros que se envolvem em mas estamos nos preparando lizadoras e distribuição de cada cidade. Mesmo assim, acidentes ou são abatidos por para isso”, informa o pastor. folhetos. Conta ainda com o ainda perdemos no Brasil O site do ministério está apoio do Presbitério Vale do 300 pessoas por dia nas uma enfermidade grave, em hospitais e domicílios, bem sendo desenvolvido: www. Rio Grande, da IP Central estradas em acidentes (uma sucessosobrerodas.com. de Passos, de um grupo de igreja por dia). como ajuda


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