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Brasil

PRES­BI­TE­RIA­NO

Outubro de 2006

Órgão Oficial da Igreja Presbiteriana do Brasil

Rede Presbiteriana de Comunicação

Ano 49 / Nº 625 - R$ 1,80

Folha Imagem

Novo secretário do Trabalho Infantil fala sobre as crianças na IPB Páginas 10 e 11

Comissão irá desenvolver posição da IPB sobre divórcio Página 19

Marcha para Jesus em São Paulo, no dia 26 de maio de 2005

Serviço social atende 300 crianças e 100 famílias em São Paulo Página 14

Páginas 6 e 7


Brasil PRESBITERIANO

Outubro de 2006

Opinião

Artigo

Sanguessugas Luiz Carlos Correa

“A

sanguessuga tem duas filhas, a saber: Dá, Dá. Há três coisas que nunca se fartam, sim, quatro que não dizem: Basta!” (Pv 30.15) A palavra traduzida do hebraico para sanguessuga é aluqah. Este termo parece unicamente em provérbios 30.15, dando à raiz da palavra significado de chupadora. A sanguessuga, esse pequeno animal que vive somente para obter sangue, faz parte de uma classe especializada de nome científico Hiridinea ou Annelida, distinguida por terem exatamente trinta e quatro segmentos nos corpos, dos quais os primeiros cinco ou seis formam a cabeça que chupa, enquanto que os últimos sete formam a cauda, que chupa. Champlin afirma que: “metaforicamente, a sanguessuga refere-se a algum indivíduo ou alguma circunstância debilitadora, gananciosa e extremamente egoísta em suas exigências.” E ele diz mais: “A sanguessuga é o modelo do egoísmo e da ganância, e é vista como animal que vive do sangue de outro animal, uma apta metáfora para as pessoas gananciosas.” Quando Agur escreveu este texto, sua preocupação não era com a sanguessuga em si, nem com uma definição técnico-cientifica do animal, mas sim apresentar um principio moral/espiritual que tem como parâmetro a vida da sanguessuga. O princípio moral/espiritual é o da ganância, do egoísmo, da autosatisfação que leva pessoas, gru-

pos, entidades a se beneficiarem de coisas de forma desonesta, de maneira ilimitada e insaciável, querendo sempre mais e mais, sugando, chupando, extraindo, explorando para proveito próprio. Quando se observa a vida da sanguessuga percebe-se claramente que Agur está descrevendo o agir egoísta e interesseiro do ser humano. As sanguessugas são bastante espalhadas pelo mundo, podendo habitar na água ou em terra úmida, como em prefeituras, governos estaduais e federais, como em todos os setores ou repartições públicas ou privadas; Alimentam-se principalmente de sangue e chupam tão prodigiosas quantidades, que seus corpos distendem-se quais balões, isto é, suas contas bancárias no Brasil e no exterior, seus patrimônios dentro e fora do país. As sanguessugas têm o seu corpo formado por 34 segmentos, subdivididos externamente. São os testa de ferros, os laranjas, os limões, os inocentes úteis usados para esconder o sangue sugado. As sanguessugas são vermes possuidores de ventosas, por meio das quais chupam o sangue de animais. São parasitas que se instalam em setores da sociedade para absorverem de forma desonesta e escabrosa tudo que é possível. O sábio Agur do ápice de sua sabedoria afirma que a sanguessuga tem duas filhas: Dá, Dá. Isto é, quanto mais sangue bebe, mais sangue quer. Quanto mais se tira, quanto mais se desvia, quanto mais se locupleta, mais se quer, mais se deseja, mais se inventa uma maneira de se tirar mais e mais e mais. Um escritor afirmou: “Há pesso-

A graça-limite as tão excessivamente gananciosas e cobiçosas que elas deixarão sem nada qualquer ser vivo, elas se agarram a qualquer coisa que possa dar lucro e nunca largarão até que tenham extraído até a última porção que haja de bom.” Infelizmente, estamos vivendo em nossa sociedade este princípio moral/espiritual da sanguessuga. Cuidado com os sanguessugas! Eles podem estar em qualquer lugar em nossa sociedade, em qualquer instituição pública, privada ou religiosa, pois os sanguessugas usam tudo e todos para satisfazer a sua volúpia de sangue, ou seja, de poder, de dinheiro, de fama etc. Por isso já dizia Horácio: “Se ele se apoderar de você, então a tortura Será uma coisa temível. Ele se agarra a você até Ver você morto. Ele é como uma sanguessuga, Voraz pelo seu sangue Ele não desiste de seu cruel domínio sobre você Até explodir, cheio de tanto sangue.” Agur, neste texto, ilustra os homens que anelam por mais e mais, uma natureza destrutiva de indivíduos sanguinários que nunca matam ou aleijam o suficiente, ou roubam o suficiente, ou corrompem o suficiente, ou exploram o povo o suficiente. Agur, portanto, revela a cobiça humana que jamais se satisfaz; a concupiscência de certas pessoas que sempre desejam mais e mais. Luiz Carlos Correa é pastor da IP de Cabo Frio, no Rio de Janeiro revluizcorrea@yahoo.com.br

Eurípedes da Conceição

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stamos na era do misticismo. As pessoas estão em busca de realidades e experiências espirituais. Há muitas práticas contrárias a Bíblia que podem proporcionar uma experiência espiritual que não proceda de Deus. Para nos proteger, Deus estabeleceu um limite para evitar que sejamos enganados pelo misticismo. Se o ignorarmos, o resultado será a decepção. Em Hebreus 13. 9-16 está escrito: “Não vos deixeis envolver por doutrinas várias e estranhas, porquanto o que vale é estar o coração confirmado com a graça. Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna”. O limite é a graça de Jesus que nos permite o acesso a Deus mediante o seu amor e o seu sangue derramado na cruz, e também nos protege da sedução de falsas doutrinas. Não precisamos de práticas místicas e estranhas ao evangelho para nos aproximarmos de Deus – meditação transcendental, mantra, tantra-yoga, cristais, rituais – porque podemos encontrar a Deus na leitura da Bíblia, no culto de Louvor, na Escola Dominical, no culto doméstico, nas reuniões de confraternização ou no silêncio da oração. Em várias ocasiões, Jesus deixava a multidão e se retirava para orar. Mateus diz que ele foi ao deserto para orar (Mt 4.1). Marcos

EXPE­DIEN­TE Órgão Oficial da

Brasil PRES­BI­TE­RIA­NO

Uma publi­ca­ção da

Ano 49, nº 625 – Outubro de 2006

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Conselho Deliberativo: Gunnar Bedicks Júnior – presidente Jared Ferreira Toledo da Silva – secretário André Luis da Silva Mello – titular Darly Gomes Silveira Filho – titular Euclides de Oliveira – titular Johnderson Nogueira de Carvalho - titular Ricardo da Mota – titular

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Edição e chefia de reportagem: Letícia Ferreira DRT/PR: 4225/17/65. E-mail: editorbp@rpc.ipb.org.br

Textos: Martha de Augustinis - martha@rpc.ipb.org.br e Caroline Santana - caroline@rpc.ipb.org.br Diagramação: Aristides Neto Impressão: Folhagráfica

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acrescenta que ele se levantou na alta madrugada, saiu e foi orar em um lugar deserto (Mc 1.35). A idéia de que precisamos esvaziar a mente e entrar em um estado alterado de consciência para ouvirmos a voz de Deus é contrária a Bíblia e extremamente perigosa. Jesus nunca disse aos seus discípulos para “esvaziar” a mente, mas sim para preenchê-la das coisas de Deus: “Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento” (Mt 22. 37). Paulo escreveu contra os místicos infiltrados na igreja. Alguns exigiam que os crentes praticassem ritos estranhos ao evangelho. Ele disse que “estas coisas, com o uso, se destroem. Têm aparência de sabedoria, como culto de si mesmo, e de falsa humildade, e de rigor ascético”. (Cl 2.22-23). E alertou: “Haverá tempo em que não suportarão a sã doutrina; pelo contrário, cercar-se-ão de mestres segundo as suas próprias cobiças, como que sentindo coceira nos ouvidos; e se recusarão a dar ouvido à verdade, entregando-se às fábulas” (2 Tm 4. 2-4). Cuidado com os movimentos ligados à “espiritualidade contemplativa”, religiões orientais, práticas místicas e aqueles que apresentam “um caminho novo e diferente”. Sua intenção é confundir o povo de Deus e desviá-lo de Sua Palavra. A graça é o nosso limite. Ela nos basta. Eurípedes da Conceição é pastor efetivo da IP da Tijuca, no Rio de Janeiro, e mestre em Educação Cristã e doutorando em Ministério pelo Centro Presbiteriano de Pós-graduação Andrew Jumper.

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Consultório Bíblico

Um exemplo de fraude espírita Odayr Olivetti

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ergunta: Como explicar a sessão presidida pela médium de En-

Dor? Resposta: A cena é descrita em 1 Samuel 28. Notemos, introduzindo, que o rei Saul tinha sido rejeitado por Deus, por Lhe haver desobedecido (1 Sm 15; notar os versículos 26 a 28). Depois, ameaçado pelas forças dos filisteus, Saul consultou o Senhor, mas Este não lhe respondeu (28.6). Em vez de humilhar-se e colocarse nas mãos de Deus, Saul consultou uma médium. Observações: 1. Um rei apóstata, decaído, busca o espiritismo (28.8). 2. O próprio Saul tinha desterrado os adivinhos” (28.3), e depois: “Peço-te que me adivinhes pela necromancia...”, foi o pedido dele (28.8). 3. O resultado da sua ida à sessão espírita foi a derrota final e a morte, por suicídio (1 Cr 10.4,13). 4. O disfarce de Saul (28.8) não deve ter enganado a esperta médium. Ele era o homem mais alto de Israel (1 Sm 10.23).

5. A “adivinhação” da médium (a pretensa mensagem de Samuel) era o que Samuel dissera em vida (28.16-19; ver o capítulo15, principalmente os versículos 22-26). 6. A profecia sobre acontecimentos militares era fácil fazer, com base na situação conhecida em geral e no pavor demonstrado por Saul. Um pouco de perspicácia era suficiente para prever o que ia suceder (28.4,5). 7. A parte final da profecia da médium não se cumpriu rigorosamente: (a) Não morreram todos os filhos de Saul (ver 1 Sm 28.19 – “amanhã, tu e teus filhos estareis comigo”, isto é, estariam mortos) e 31.2 com 1 Cr 10.2 e 8.33 – Esbaal, filho de Saul, não morreu no mesmo dia em que morreram seus três irmãos); (b) Saul não morreu no dia seguinte ao da sessão em EnDor (1 Sm 28.19; 31.1-6). 8. Contraste entre o caráter íntegro de Samuel (1 Sm 12.1-5) e a aparição que a mulher disse que viu. Este falso Samuel, caso existisse, teria cometido pecado condenado pelo verdadeiro Samuel

(1 Sm 15.23). 9. A sessão em En-Dor revela a pretensão de que pessoas ímpias como Saul e a médium podem perturbar a paz de servos fiéis. Jesus Cristo declara que isso não acontece (Lc 16.25,26). A Escritura declara que é preciosa a morte dos santos de Deus (Sl 116.15) e que são bem-aventurados os que morrem no Senhor (Ap. 14.13). 10. Se houve aparição, não foi de Samuel: “Entendendo Saul que era Samuel...” (28.14). Os próprios espíritas confessam que muitas vezes aparecem espíritos enganadores nas sessões, fingindo ser de outras pessoas. Ver, por exemplo, o Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, página 31. 11. Coisas que ocorrem nas sessões espíritas podem ser explicadas nestes termos: (a) São fenômenos explicáveis pela ciência da parapsicologia (sugestão, telepatia, prosopopoese [personificação] etc.) (b) Ou são fraudes (a literatura sobre tais fenômenos descreve fraudes). (c) Ou são manifestações

de demônios. Ver 2 Coríntios 11.14. Concluindo: Sigamos a exortação profética (Is 8.19,20): “Quando vos disserem: Consultai os necromantes e os adivinhos que chilreiam e murmuram, acaso não consultará o povo ao seu Deus? A favor dos vivos se consultarão os mortos? À lei e ao testemunho! Se eles não falarem desta maneira, jamais verão a alva”. Adendo: Mais alguns textos contrários ao espiritismo: Levítico 19.31 – proibição clara. Lucas 16.19-31 – duplo destino; impossível retorno, nem salvação depois da morte. Sobre Elias e João Batista: Mateus 11.14 – Jesus diz que João Batista é “o Elias que havia de vir”. Lucas 1.15-17 explica: João Batista veio no espírito e no poder de Elias. A pessoas que pensavam que João Batista era Elias reencarnado, ele próprio disse: “Não sou”: Jo 1.21. Segundo o espiritismo, a aparição ou reencarnação de

um morto é da última pessoa desencarnada. Pois bem, em Mateus 17.3, no Monte da Transfiguração, deveria ter aparecido João Batista, e não Elias. E é bom lembrar que Elias, excepcionalmente, não provou a morte, mas foi levado em vida para o céu: 2 Reis 2.11. Hebreus 9.27: Morte física dos seres humanos, só uma. As exceções confirmam a regra. E as exceções não são de reencarnação, mas de ressurreição. Exemplos: João 11.42-44; Mt 27.52. Apocalipse 6.9,10: salvos no céu, não em planetas ou no espaço. Dois destinos: céu (salvação) e inferno (perdição): Mateus 25.41,46. Lucas 23.43: a um malfeitor que, no conceito espírita, precisaria reencarnar-se para aperfeiçoar-se, Jesus disse: “Hoje estarás comigo no paraíso”. Um belo resumo do plano de salvação: Efésios 2.1-10. Odayr Olivetti é pastor presbiteriano, ex-professor de Teologia Sistemática do Seminário Presbiteriano de Campinas, escritor e tradutor. E-mail: odayrolivetti@uol.com.br

Consultório Constitucional

Retorno de presbítero à IPB Addy Félix de Carvalho

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ergunta: Era presbítero e fui para outra denominação, mas estou retornando à Igreja Presbiteriana. Como voltar a ser membro da IPB se estou em disponibilidade, como me tratam aqui na igreja?

Resposta: Considerando 1) que ao deixar a IPB o irmão abdicou do ofício de presbítero e rompeu com o sistema de doutrina e governo da denominação. 2) que o irmão perdeu, também, o direito que assegura aos que foram presbíteros a disponibilidade para quan-

do novamente eleitos serem investidos sem ordenação. 3) que seu afastamento interrompeu sua história de vida na IPB e levou à estaca zero o sem tempo para fins, por exemplo, da emerência, respondo: a) seu retorno será de conformidade com a letra d do

Art. 16 da CI-IPB, ou seja, por jurisdição a pedido, devendo o irmão, em sua carta ao conselho, deixar claros os motivos de seu interesse em filiar-se à Igreja Presbiteriana do Brasil. b) caso o seu afastamento tenha ocorrido com vistas a participar de alguma igreja pentecostal ou neopentecostal,

o irmão deverá ser encaminhado à classe de Catecúmenos antes de sua recepção como membro (V. CE-73-055 e SC90-131). Addy Félix de Carvalho é pastor da Ig Presb de Petrópolis, RJ e autor do livro Interpretação e Comentários sobre a Constituição da Igreja. E-mail: addy1@uol.com.br


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História

Catecismo de Genebra (1542) Alderi Souza de Matos

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urante o ministério de João Calvino em Genebra, cerca de nove catecismos estiveram em uso, três deles anteriores à sua chegada na cidade. Esses catecismos eram também cartilhas que ensinavam rudimentos de aritmética e leitura, além de temas religiosos. Eles concentravamse na Oração do Senhor, no Credo dos Apóstolos e nos Dez Mandamentos, além de incluírem versículos bíblicos e orações para diferentes ocasiões do dia. Também incluíam perguntas e respostas simples utilizadas na admissão à mesa do Senhor. Os catecismos maiores eram usados para instrução e as perguntas mais precisas e simples serviam como a confissão necessária

para participar da Ceia. Um conjunto dessas perguntas foi acrescido a algumas edições do catecismo de Calvino. O primeiro catecismo associado a Calvino, Instrução na Fé (1537), também conhecido como Catecismo de Genebra Anterior, já foi considerado nesta série. Após retornar do seu exílio em Estrasburgo (1538-1541), e a pedido de diversas pessoas, em especial de alguns pastores da Frísia Oriental (norte da Holanda e da Alemanha), o reformador produziu um novo catecismo, reescrevendo e ampliando o anterior. Esse catecismo recebeu uma forma mais catequética, com expressões mais claras e mais fáceis de aprender. Novamente publicado primeiro em francês (1542) e mais tarde em latim (1545), o documento buscou apresentar as

doutrinas básicas da fé cristã. Ao mesmo tempo foi preparado um cronograma indicando como o catecismo poderia ser estudado e recitado durante um período de 55 semanas ou domingos. Apresentando a forma de perguntas e respostas, que se tornaria consagrada, o texto tem o caráter de um diálogo (não de um interrogatório) entre o ministro e a criança. Muitas das perguntas do ministro claramente induzem a resposta; em muitos pontos, o ministro contribui tanto para a substância da doutrina quanto o aluno que está sendo interrogado. A intenção pedagógica se torna evidente em todo o catecismo e o material está organizado com muito maior clareza que na versão anterior. O título completo é O catecismo da Igreja de Genebra,

isto é, um plano para instruir as crianças na doutrina de Cristo. Inicia com uma carta ao leitor, em especial os ministros da Frísia Oriental. Calvino começa com a afirmação de que o propósito da vida humana é honrar e adorar a Deus. Isso é feito, primeiro, pela confiança em Deus; em segundo lugar, pela obediência à sua vontade; em terceiro lugar, pela invocação do seu nome; finalmente, mediante o louvor e ação de graças. Assim sendo, o texto está dividido em quatro partes: sobre a fé (o Credo dos Apóstolos), sobre a lei (os Dez Mandamentos), sobre a oração (a Oração Dominical) e sobre os sacramentos. Alguns subdividem a quarta parte em duas: a Palavra de Deus e os sacramentos. Ao todo são 375 perguntas e respostas a serem estudadas ao longo de

55 semanas, ou seja, aproximadamente um ano. O Catecismo de Genebra de 1542 foi o principal documento do gênero até 1563, quando foi publicado o Catecismo de Heidelberg, que se tornaria muito mais popular. Serviu de modelo para muitos outros, como o Catecismo de Emden (1554), usado na Frísia Oriental. Foi adotado pela Igreja Reformada da França e foi usado como o catecismo da Igreja da Escócia até que esta aceitou os catecismos de Westminster em 1648. Sua primeira pergunta e resposta dizem: “Qual é o fim principal da vida humana? Que os homens conheçam a Deus por quem foram criados”.

tãos esperam que o culto mexa com seus sentimentos ao invés de provocar neles um horror ao mal que os leve ao genuíno arrependimento e mudança de comportamento. Imaginam que culto é um ambiente de emotividade sem nenhuma racionalidade; que, no culto, encontrarão os anestésicos contra a dor da consciência que os condena, ao invés de encontrar o caminho para a cura. Precisamos de uma Reforma em que a mente e o coração sejam plena e totalmente submetidos e cativos ao Espírito Santo de Deus de tal forma que a alegria de adorar e louvar a Deus seja genuína e não um momento de irracionalida-

de passional. Necessitamos de uma Reforma onde o ritualismo e o cerimonialismo sejam submetidos à disposição de um coração fervoroso porque nele habita a genuína e bíblica fé. Thea V. van Chilcote disse: “O som do martelo monástico em Wittemberg foi o sinal para o início de uma Reforma para a qual muitos já estavam prontos e aguardando”. Quem de nós estará disposto a empunhar o martelo que esmiúça a penha? (Jr. 23.29) e provocar mais uma Reforma, porque Reformar não é o mesmo que Inovar.

Alderi Souza de Matos é pastor presbiteriano e historiador oficial da IPB. E-mail: asdm@mackenzie.com.br

Artigo

A Reforma Mauro Sergio Aiello

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igreja reformada está sempre em reforma. Como escreveu meu colega de ministério, rev. Fernando Arantes: “Nenhum cristão e nenhuma igreja cristã é um ‘produto’ acabado. Há sempre algo novo e melhor a ser buscado e algo velho e inconveniente a ser deixado para trás”. Esse é um forte argumento e demonstra que nem tudo que é velho está de acordo com as Escrituras e nem tudo que é novo representa um erro. É preciso filtrar tanto o velho quanto o novo pela Palavra de Deus.

Nos dias da Reforma Protestante do século 16, a teologia havia abandonado as Escrituras e tudo mais foi afetado. As indulgências eram vendidas com o propósito de garantir a luxúria e o status quo de um clero há muito contaminado. Em nossos dias, não é tão diferente e é um tanto assustador se levarmos em conta que há um tipo de indulgência sendo vendida em certas igrejas que se auto-intitulam protestantes. Vende-se todo tipo de bênçãos transformando a igreja em um mercado onde se comparece para fazer um negócio. Há igrejas que sobrevivem

na base do fetichismo (a rosa que atrai o mau olhado, o copo de água sobre a televisão ou rádio etc.). É interessante notar que muitos cristãos defendem os milagres de Atos dos Apóstolos, mas não gostariam que Deus repetisse com eles aquilo que fez no caso do casal Ananias e Safira (At. 5). Há ainda determinadas comunidades que se transformaram em verdadeiras casas de shows. O culto perdeu sua cristocentricidade em detrimento de uma antropocentricidade, perdeu sua bibliocentricidade em favor de um espírito de entretenimento que não tem nada a ver com entendimento. É triste ver que muitos cris-

Mauro Sergio Aiello é pastor da IP Maranata de Santo André (SP)


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Artigo

Considerando o passado Ricardo da Mota Leite

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m povo que não considera sua história corre o risco de perder a própria identidade. É sinal de sabedoria considerar as coisas negativas do passado para que não se repitam no presente ou futuro. Também age como sábio aquele que traz à memória acontecimentos que tenham, em si mesmos, sinais de esperança. O tempo passa muito rápido! Não sabemos muito sobre a vida, embora saibamos que ela é como uma neblina que “aparece por um instante e logo se dissipa” (Tiago 4.14). O profeta Ageu fez um apelo ao seu povo dizendo: “Considerai o vosso passado” (Ageu 1.5). Ageu, cujo nome significa “festivo”, exerceu seu ministério após o exílio. Foi um pastor encorajador que tentava trazer à lembrança do povo a história passada. Ele reuniu aqueles que retornaram à terra natal (536 a.C) e os desafiou a reconstruírem o

templo do Senhor, cujo projeto estava engavetado. O povo reanimou-se e em poucos anos completou a tarefa, sob muita emoção e culto de ação de graças ao Senhor no ano 515 a.C. Sendo assim, a história é mesmo algo relevante e deve ser preservada, lembrada e celebrada. Outubro é um mês que nos reporta ao passado, ao “Dia da Reforma Protestante”. Podemos afirmar que a Reforma Protestante do século 16 girou, predominantemente, sobre o eixo religioso daquela época. Todavia, é óbvio que movimentos tão amplos assim nunca estão desassociados de muitos outros fatores. Em uma época socialmente singular, o movimento reformista encontrou forças. O cenário, por ação soberana de Deus, estava montado. É verdade que instrumentos foram usados para aquela ação libertadora, como o movimento humanista coroado com a possibilidade de comunicação ampla

pela descoberta da imprensa. Entende-se como movimento humanista, o “movimento literário e filosófico que nasceu na Itália na segunda metade do século 14, difundindo-se para os demais países da Europa e constituindo a origem da cultura moderna” (Dicionário de Filosofia, p.518, 3ª ed. Martins Fontes, 1998). Enquanto algumas pessoas, simpatizantes ao movimento, enfatizavam a presença das imagens nos templos, as vestimentas dos padres ou o celibato do clero, Martinho Lutero enfatizava questões mais profundas como a “justificação somente pela fé” e o “sacerdócio universal dos crentes”. Em confronto aos ensinos monásticos que conferiam salvação automática conforme as obras realizadas, um novo modelo de educação, redescoberto pelo estudo da Palavra de Deus, traria “liberdade” ao povo oprimido. O direito do saber possibilitaria a “liberdade de Consciência”

e, conseqüentemente, suas escolhas próprias. “Com a Reforma Protestante, Lutero defendeu a educação universal e pública, capaz de tornar cada pessoa apta a ter e interpretar por si mesma a Bíblia. Depois, já no século 17, esta perspectiva se deslocou do campo da religiosidade para o terreno volvido pelas idéias dos iluministas, que ressaltavam a razão como o grande instrumento de apreensão e interpretação do mundo. E a escola passou a ser defendida com caráter leigo e livre, ao encargo do Estado, devendo se tornar um bem de caráter universal, obrigatório e gratuito.” (NUNES, Antonieta D’Aguiar. A Tentativa de Universalização do Ensino Básico na Bahia com a proclamação da República. In: Revista da FACED Faculdade de Educação da Universidade Federal da Bahia, p. 91-105). Mesmo sem consideramos a influência que a Reforma Protestante também tenha

causado na economia alemã e, posteriormente em outros paises europeus, podemos concluir que rompeu as fronteiras meramente religiosas. Se o profeta Ageu se empenhou em fazer seu povo considerar o passado como fator motivador para as lutas presentes e um referencial para conquistas futuras, também nós podemos considerar a Reforma Protestante do século 16 como fator motivador para valorizarmos mais a Palavra de Deus e seus efeitos na nossa vida cotidiana, quando exercemos a nossa “vocação”, seja ela religiosa ou não (Lutero empregou a palavra alemã beruf para trabalho cujo significado estava relacionado mais com vocação ou chamado de Deus do que com as atividades propriamente ditas que alguém poderia exercer. Neste caso, a palavra usada era arbeit). Consideremos, pois, o nosso passado! Ricardo da Mota Leite é pastor da IP Central de Uberlândia (MG), jornalista e mestre em Ciências da Religião

Artigo

Deus tem um propósito Eurípedes da Conceição

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eus nos criou do pó da terra. A figura usada para representar a nossa criação é a do oleiro manipulando o barro para fazer o vaso. O processo de fabricação de vasos não é delicado, mas muito

agressivo. O oleiro pressiona a massa, movimenta e joga de lá para cá. Depois, o vaso é colocado em um forno altamente aquecido. Se estivéssemos no lugar do barro, perguntaríamos ao oleiro: “Por que está fazendo isso comigo?” Muitas vezes pergunta-

mos a Deus: “Por que estou sendo tão massacrado? Por que estou sendo jogando para lá e para cá? Por que estou neste forno?” A única resposta que se enquadra a qualquer situação é: “Porque isto vai torná-lo mais semelhante a Cristo”. A resposta está também

em Rm 8.28-29. Se alguma coisa ruim acontece em sua vida, lembre-se que Deus tem um propósito. À exemplo do barro, está movimentando a sua vida para torná-lo mais semelhante ao seu Filho. Ele quer fazer de você uma obra-prima de sua criação. Nós somos o

barro e Jesus é o molde. Tudo o que acontece em nossa vida é fruto da ação ou da permissão de Deus, que só permite que aconteça o que pode nos tornar melhores e mais semelhantes a Cristo. Eurípedes da Conceição é pastor da IP da Tijuca, Rio de Janeiro


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Ação Social

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Auto-desenvolvimento, resgate e evangelização são os objetivos

Ministério busca incluir pessoas carentes Letícia Ferreira

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egundo a última pesquisa realizada pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), de março de 2006, nas principais capitais do Brasil o desemprego atinge, em média, a taxa de 19%. Pensando nas pessoas que estão desempregadas ou subempregadas, cuja renda é muito baixa, e ainda naque- Tânia (E), assistente social do Sespa, e Adriana, que também trabalha no serviço las que estão desamparadas socialmente, foi fundado, Organização Social Civil e cooperativa de produem 1970, o Sespa (Serviço como cristãos não podemos tos artesanais. Segundo Social Presbiteriano de discriminar nenhuma des- Tânia, o trabalho artesaAmericana), apoiado pela sas prerrogativas”, afirma nal é o ponto forte dessas IP de Americana (SP) e Tânia. mulheres. “Quando idenfiliado ao CAS (Conselho Atualmente, são atendi- tificamos a potencialidade de Ação Social) da IPB. das cerca de 300 crianças do grupo ou das pessoas Segundo Tânia Peressin, e adolescentes e 100 famí- que pretendemos ajudar, assistente social do Sespa, lias. São oferecidos cursos começamos a articular para atualmente, o serviço atende informática, montagem que outros parceiros posde pessoas de todas as idae desmontagem de com- sam agir nesta dinâmica”, des, de ambos os sexos, putadores e empreendedo- conta Tânia. Os parceiros com baixa escolaridade e rismo. Ainda em início de da vez são a Secretaria de diversas crenças e relidesenvolvimento está um de Desenvolvimento giões, principalmente pestrabalho com um grupo Econômico e a Secretaria soas de baixa renda. “Como de mulheres, baseado em de Meio Ambiente. DESCOBRINDO E AJUDANDO NO POTENCIAL DO INDIVÍDUO O Sespa já desenvolveu trabalhos com outros grupos específicos, como pessoas portadoras do HIV. Para Tânia, o diferencial será sempre olhar para o potencial de cada indivíduo: “O resto é com eles, cada uma desenvolve a sua própria potencialidade, nós só demos o primeiro impulso. Não podemos fazer as Aula de jazz

escolhas por estas pessoas”. Ela conta que esse grupo é formado por pessoas extremamente vulnerabilizadas em vários aspectos por sua condição de saúde e por causa do preconceito. Muitas delas estão fora do mercado de trabalho por conta desta condição. “Assim, identificamos sua vulnerabilidade e trabalhamos para o fortalecimento da auto-estima, do reconhecimento de sua potencialidade, para que possam se sentir confiantes em disputar uma vaga no mercado formal ou para empreender, abrindo seu próprio negócio”, diz a assistente social. Nesse trabalho a estratégia foi oferecer o curso de informática e empreendedorismo. As pessoas eram encaminhadas ao serviço de saúde, onde já eram atendidas. Para auxiliá-las os técnicos do Sespa pesquisaram

Futebol de campo

e estudaram a problemática social do grupo e elaboraram um projeto para dar conta dessa demanda, que participou de uma seleção de projetos junto à Unesco (das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura). O projeto foi aprovado e colocado em prática. “Na verdade, oferecer um curso de informática não era novidade nenhuma”, explica Tânia, mas o diferencial foi o conhecimento da fragilidade destas pessoas e, assim, a ênfase no trabalho emocional, o fortalecimento da autoestima, auto-conhecimento e poder de realização; desvendar e estudar junto desses usuários a questão do empreendedorismo, o que os estimulou a seguirem nesta linha. Não temos receita para isso, apenas despertamos a vontade de fazer”. MOTIVAÇÃO Tânia conta que o que motiva a equipe do Sespa


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Playground

é acreditar que todos merecem viver dignamente, tendo os seus direitos reconhecidos. “O fato da grande maioria da população brasileira viver em situação de pobreza (e em Americana não é diferente), nos motiva a intervir nesta realidade, contribuindo para que se instaure a política do direito e não da tutela. Temos também a motivação por sermos cristãos, afinal, Cristo foi e é o maior propagador desta conduta”. Ela conta que muitas vezes enfrentam dificuldades até dentro da igreja, onde algumas pessoas ainda acreditam que o trabalho da igreja é somente evangelizar e se esquecem que, quando se acolhe pessoas de baixa renda ou em situação de risco social, acolhe-se crianças, adolescentes, mulheres e homens empobrecidos, excluídos da rede proteção social, às vezes por suas próprias condutas. Entre estes, alguns usam drogas, se prostituem, praticam delitos ou atos infracionais, são portadores de doenças, se comportam de maneira agressiva, falam palavras de baixo calão, agem de forma que faz com que a socie-

dade, de maneira geral, os tema. “Muitas vezes, têm comportamentos que divergem do padrão estabelecido, o que pode causar discordâncias e manifestações contrárias, uma vez que o

rem, aceitarem as diferenças sem transformá-las em desigualdade, aceitarem o outro com suas fraquezas a fim de fortalecê-las para que busquem a mudança interior. Para que amem e se deixem amar”. O mais importante, para a equipe do Sespa, é que os atendidos adquiram condições de entender a dinâmica social e do mercado e, se não estão empregadas formalmente, consigam desenvolver atividades produtivas das mais diferentes formas. Assim, a auto-estima é mantida em alta e vão construindo suas próprias maneiras de ser produtivos. APOIO O Sespa recebe recursos

Ginástica para a família

senso comum só olha efeito (condutas não aceitáveis) e não a causa, o motivo que os levou a agir desta forma. Mas acreditamos no ensinamento fundamental de Cristo: Amai-vos uns aos outros como a si mesmo”, diz Tânia. “Também estamos amparados tecnicamente para intervir nesta situação e isso é muito importante. Nem sempre este outro é fácil de amar e, muitas vezes, no dia–a-dia do nosso trabalho, ajudamos as pessoas a se ama-

públicos tanto do governo municipal, a maior parte, quanto do governo estadual. Tânia conta que o sonho é captar recursos dentro da IPB, uma vez que os recursos públicos são sazonais e dependem muito da vontade política, de quem é o eleito da vez. “Não deixaríamos de captar recursos fora, mas o apoio interno nos daria muita força e condições de fazermos mais e melhor”. Ela acredita que os benefícios para a igreja e, conseqüentemente, para o reino

Outubro de 2006 de Deus, em manter uma instituição como essa, são a consciência do cumprimento de sua missão e o bom testemunho. O trabalho é acompanhado por pastores da IPB, principalmente do rev. Ailton Gonçalves Filho. Neste ano, outro pastor aderiu ao trabalho, o rev. Vladir César Ozéas. Tânia conta que, embora o trabalho do Sespa abranja toda a cidade, apenas a Igreja Presbiteriana Central investe cedendo espaço para algumas das atividades, como o curso de capacitação profissional na área de informática, manutenção de computadores e cursos de capacitação para as equipes técnicas do serviço e de

afirma Tânia. Segundo ela, a visão muito abrangente e atual do trabalho social do presb. José Eduardo fez do Sespa o que ele é hoje, uma das entidades sociais mais respeitadas da cidade e até conhecida mais fora da igreja do que dentro dela. EVANGELIZAÇÃO A evangelização nos trabalhos do Sespa, diz Tânia, é feita de maneira sutil, dentro das atividades do projeto social. “As pessoas que se sentem acolhidas no serviço, passam a freqüentar a igreja, mas nossa preocupação enquanto entidade social é respeitar as pessoas e possibilitar seu desenvolvimento integral. Poder fazer escolhas é uma prerrogativa do desenvolvimento

Crianças atendidas pelo Sespa

outras entidades sociais do município. A igreja também arca com as despesas de energia elétrica e água. Os trabalhos desenvolvidos em outra região, chamada Mathiensen, são custeados totalmente pela instituição. O Sespa é dirigido há 15 anos pelo presb. José Eduardo Callado. “Sua gestão é reconhecida como competente pela IP de Americana, pela equipe técnica comandada por ele e pelos gestores públicos”,

humano. Nunca impomos nenhuma condição para o atendimento, respeitamos suas escolhas”. Para ela, o Sespa é uma porta de entrada para a igreja e para os ensinamentos que prega. “Mais do que o discurso cristão é fundamental termos atitudes cristãs”. Contato: Serviço Social Presbiteriano de Americana, Rua 12 de novembro, 300. Telefones: (19) 3407 5257 e 9661 7053. E-mail: sespa_ @hotmail.com.


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Brasil PRESBITERIANO Acontece

Delegado presbiteriano discute o problema das drogas O presb. dr. Luiz Carlos Magno, membro da IP de Tucuruvi, em São Paulo, é delegado do Denarc (Departamento de Investigações sobre Narcóticos), na Dipe (Divisão de Prevenção e Educação). Há 15 anos atuando na área, ele lança o livro Prevenção às Drogas, Acredite, você pode vencer. Ele é também mestre em Direito pela Universidade Metropolitana de Santos e professor de Direito Penal e Medicina Legal. Em seu trabalho, o dr. Luiz Magno dedica especial atenção ao atendimento, orientação e encaminhamento de dependentes químicos, e tem proferido centenas de palestras e cursos de prevenção para professores, pais, policiais e líderes em vários segmentos da sociedade.

Encontro de presbíteros, pastores e esposas O Sínodo Sudoeste Paulista promove, de 27 a 29 de outubro, o Terceiro Encontro de Presbíteros, Pastores e Esposas na Estância Turística de Paranapanema (SP). Os preletores serão o chanceler da Universidade Presbiteriana Mackenzie, rev. Augustus Nicodemus Lopes e o presbítero Solano Portela. Informações com o presidente do sínodo, presb. Clodoaldo Furlan, pelo e-mail furlan@visualconnect.com. br e pelos telefones (14) 3848 2170/3848 1760/9671 5050.

ausência de informação tem gerado ministérios e lideranças não eficazes. O seminário pretende disponibilizar ferramentas para criação de novos ministérios de ajuda na área, fortalecimento e equipagem dos que já existem e informação cristã atualizada para subsidiar a liderança cristã. O preletor convidado é Willy Torrezini, do Ministério Exodus–BR. Informações e inscrições: IP em Jardim Camburi, telefones (27) 3337-1505 e 3052-1110 e e-mail: ipjc@hotmail. com, site do Ministério Exodus-BR www.exodus.org.br e e-mail do Ministério Luz na Noite: dfcadvog@intervip.com.br

Aconteceu Presidente do SC-IPB recebe título de Cidadão do Estado do Rio de Janeiro No dia 10 de setembro, o PNCX (Presbitério Noroeste Caxiense), um dos presbitérios de Duque de Caxias, Baixada Fluminense, promoveu culto em ação de graças pela vida do rev. Roberto Brasileiro Silva, presidente do Supremo Concílio da IPB, ocasião em que lhe foi entregue o título de Cidadão do Estado do Rio de Janeiro, conferido pela Assembléia Legislativa do Estado, através da deputada Jurema Batista. O rev. Roberto foi também agraciado com uma placa de gratidão pela sua luta e empenho na implantação definitiva do Mackenzie do Rio de Janeiro, sonho dos cariocas e fluminenses. A realização do evento foi na IP do Bairro do Divino, pastoreada pelo rev. Lucas Ribeiro da Silva, vice-presidente do PNCX. A mensagem foi proferida pelo rev. Otávio Henrique de Souza, vice-presidente do Sínodo Sul Fluminense Estiveram presentes autoridades civis, militares e eclesiásticas. Houve também a presença

Encontro sobre sexualidade A ajuda cristã na área da redenção sexual é o tema do encontro que a IP em Jardim Camburi, Vitória (ES), promove nos dias 17 e 28 de novembro. A realização é do Ministério Luz na Noite & Conselho e do missionário Ronaldo Lidório, considerando o curso do mundo na área da sexualidade humana que cada dia mais se distancia dos princípios bíblicos determinados por Deus, que muitas igrejas têm sido afetadas pelo mundo nesta área e que a confusão e

Rev. Roberto Brasileiro recebe título das mãos da deputada Jurema Batista

de muitos presbíteros, tanto representando suas igrejas e como presbitérios da região, além de muitos membros da igreja local e de outras igrejas próximas.

Presbiterianos gravam CD No dia 19 de agosto, no templo da Primeira IPI de São Paulo, aconteceu o culto público de gravação do CD Tributo de Louvor, com grande coral evangélico formado por irmãos de diversas denominações, na sua maioria presbiterianas. Segundo o presb. Samuel Maçon Júnior, da IPB Monte Sião, a igreja ficou lotada, até com pessoas em pé. O coral, com centenas de vozes, regido pela profª Dorotea Kerr e acompanhado pelo organista Nelson Silva no histórico órgão de tubos da igreja, cantou 16 hinos da música sacra protestante, terminando com a chamada Marselhesa da Reforma, o hino Castelo Forte. “Se Deus assim permitir, até o Dia da Reforma, 31 de outubro, o CD estará pronto”, afirma o presbítero.

Gravação do CD no dia 19 de agosto

Acampamento de adolescentes em Aquidauana Visando a oferecer uma alternativa a mais de crescimento para a juventude presbiteriana e convidados, a IP de Aquidauana (MS) realizou, de 7 a 10 de setembro, o Primeiro Acamp Teen. No mesmo período, aconteceu na cidade a sexta edição de um dos carnavais de rua mais populares do país, a Pantaneta. O objetivo do Acamp Teen, segundo o rev. Vivaldo S. Melo, não foi evitar que um ou outro fiel participasse, até por curiosidade, da Pantaneta. Ele entende que um cristão evangélico deve ser absolutamente consciente dos perigos que envolvem os eventos carnavalescos, por estimularem fartamente a lascívia e


Brasil PRESBITERIANO

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Aconteceu

Grupo de interesse discute questão do namoro outros elementos que afrontam a santidade de vida. “Se alguém vai, no mínimo, está dando mau testemunho de sua fé”, observa. Além do tema central, Uma vida com propósitos, compartilhado pelo rev. César Arruda, da IP de Campo Grande, quatro grupos de interesse discutiram os sub-temas Por que congrego?, Por que estudo?, Por que namoro? e Por que vivo?. Outros destaques na área de reflexão foram o culto da fogueira e a meditação no Monte. Durante o evento, que contou com a participação de uma centena de adolescentes, também aconteceu a Festa do Milho, aberta a participação de todos. Diversas barracas temáticas ofereceram uma opção de lazer centrada na figura do homem do campo.

Homenagem de aniversário Na Primeira IP de Coronel Fabriciano (MG), foi realizado um culto a Deus em comemoração aos 80 anos de idade do rev. Manuel Silva Estrela e 54 anos de ministério em 27 de agosto de 2005. Na ocasião, foi entregue mensagem pelo rev. Enos Dias Pereira, da IP do Bairro Ideal, em Ipatinga (MG), Presbitério Leste do Vale do Aço. Estiveram presentes irmãos das igrejas do presbitério e alguns pastores. O rev. Manuel nasceu em Portugal e veio para o Brasil com 20 anos, naturalizando-se brasileiro. Morou alguns anos com seus pais no Rio de Janeiro, onde se converteu. Em 1952, foi trabalhar na cidade de Formiga (MG), onde conheceu e casou-se com Sileima Vieira Almeida, que trabalhava com a Missão Oeste de Minas, cujo pastor responsável era o rev. John Boyle e sua esposa May Boyle. Depois de casados, trabalharam durante oito anos como evangelistas nas cidades de Garças de Minas, Prata, Lagoa da Prata e Campos Altos. Em 1960, foi enviado ao seminário em Campinas (SP). Teve como primeiro campo a cidade de Guanhães, na qual residiam os mis-

sionários dr. Vick Krabill, veterinário, rev. Josef Martins e miss. Margaret Wood. Pastoreou 16 igrejas. O rev. Manuel Silva Estrela foi jubilado em 25 de maio de 1996, tendo em consideração sua larga folha de serviços prestados a IPB como evangelista, missionário e pastor; diante do seu trânsito na vida conciliar como membro de presbitério, representante do sínodo e no Supremo Concílio; sua atuação nas secretarias presbiteriais, sinodais, e sua reconhecida cooperação na expansão do Reino. Ele recebeu um diploma e uma medalha do mérito.

Rev. Ronaldo Eber de Oliveira Brito Por Neide Antiqueira Rinaldi, da IP do Jardim Elba, em São Paulo

O rev. Ronaldo Eber de Oliveira Brito faleceu em 28 de julho.

Rev. Estrela acompanhado da família

Memória e saudade João Rodrigues de Macedo Por rev. Lásaro Omar Ferreira da Segunda IP de Frutal (MG) No dia 23 de agosto, faleceu, aos 86 anos, o irmão João Rodrigues de Macedo. Foi casado com Maria Moraes Macedo por 56 anos e tiveram cinco filhos: Dila Maria Macedo Costa, Salustiano Rodrigues Macedo, Paulo C. Macedo, João Marcos Macedo (in memorian), Orlandina Maria Macedo Andrade. Deixou 11 netos e duas bisnetas, genros e noras. Serviu ao Senhor por 52 anos, sendo 47 anos como presbítero. Era exemplo na prática do culto doméstico. Evangelista nato, teve o privilégio de ver muitas conversões de seu ministério. Em sua propriedade rural, fundou a Congregação de Betel. Hoje, o que era contemplado pela fé é uma realidade, pois ele está desfrutando das delícias eternas. Fica a saudade da família e de toda irmandade.

Pastor Ronaldo, homem de Deus, A sua vida foi gloriosa, Marcada pelos ensinos seus. Sua sabedoria foi grandiosa, Que o pai lhe outorgou, A muitas vidas ajudou A Bíblia sagrada a conhecer. Seu esforço e dedicação No trabalho do Senhor Foram impressionantes. Seu exemplo de justiça e amor Foram muito relevantes. Eu me sinto privilegiada Por ele ter sido o meu pastor. Aprendi nesses poucos anos Mais que em toda vida de cristã. Louvo a Deus por sua vida, Agradeço por sua doutrina sã. Estou triste com sua partida, Mas grata pela oportunidade, De com ele me relacionar. Apesar da grande cultura, Deixou exemplo de humildade. Ensinou a justiça e a igualdade. Jamais discriminou alguém. Seu amor e solidariedade Alcançavam a todos indistintamente Pobres, ricos, pequenos e grandes. Foi exemplo de pontualidade, Organização e responsabilidade. Tinha autoridade com amor, Respeito e fidelidade. Homem íntegro e abençoado, Foi por todos admirado E deixa muita saudade.


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Crianças presbiterianas ganham novo secretário nacional

SC-IPB se posiciona contra a “lei da palmada” Letícia Ferreira

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m celeiro do senhor. É assim que o rev. Jáder Borges Filho, da Primeira IP do Recife (PE) define a Secretaria Nacional do Trabalho da Criança da IPB. Ele é o novo secretário geral e afirma que sempre viu um grande potencial no trabalho com crianças. “Quando surgiu a oportunidade de participar como secretário nacional, mesmo já envolvido em tantas atividades na igreja que pastoreio, não pensei duas vezes. Adiantei-me, até”, diz. Ele conta que, de uma maneira ou de outra, trabalha com crianças desde 1978, mas foi “incomodado” pelo Senhor através da dedicação de um casal da IP de Vila Mariana, em São Paulo, Everardo e Laura. Em 2004, o rev. Jáder pastoreava os jovens daquela igreja, o que incluía cuidar da UCP. “O irmão Everardo havia passado por um grave problema de saúde, mas tinha mais pique e raça do que todos nós juntos! Aquele exemplo e também as boas lembranças dos tempos de trabalho infantil nas muitas EBFs no Recife foram me impulsionando e, portanto, decidi aceitar mais este desafio”, informa. Quando o Senhor o converteu, o rev. Jáder estava com quase 18 anos e foi trabalhar como equipante no Acampamento Palavra da Vida que recebia centenas de crianças e jovens. “Como eu cuidava do setor de esportes, tinha no campo, literalmente, meu campo missionário, falando de Cristo para um, incentivando a vida cristã para outro... Mas as semanas com crianças eram as que eu mais gostava. Assim, somando esses fatores, pensei em assumir esta importante tarefa na IPB”. Ele diz que se apresentou ao trabalho porque está preocupado com a

IPB. “Nossa força como denominação também vem das nossas sociedades domésticas, que é de onde tiramos nossos professores e professoras de EBD, departamento infantil, diáconos e presbíteros”. Para ele, quem é dinâmico nos dias da sua mocidade, vem a ser um excelente profissional, marido e pai, e um dedicado oficial da

Brasil, esvaziando-se, até, e penso que se, desde cedo, desde a mais tenra idade, conseguirmos passar o sentimento de unidade e participação efetiva nas sociedades domésticas, talvez consigamos frear um pouco a desintegração que está ocorrendo na querida UMP”. Ele acrescenta que concentra sua reflexão na UMP porque ela é uma

Rev. Jader, novo secretário nacional do trabalho com crianças

igreja, quando chamado pelo Senhor e reconhecido pela igreja. “Claro que há exceções, mas geralmente os presbíteros e diáconos que mais atuam e amam a nossa igreja foram dedicados participantes na UMP. Agora vejo a UMP sofrendo em muitas partes do

espécie de passaporte para os demais serviços e ministérios dentro da igreja de Cristo, por trabalhar com a pessoa que é ainda jovem e que está se dirigindo para a maturidade e decisões muito importantes na vida através de seus inúmeros desafios, entre eles,

estágios, emprego, casamento, viagens etc. “A UMP é vital para o bom desenvolvimento de uma igreja local e a UCP é a porta de entrada disso tudo”. EDUCAÇÃO CRISTÃ INFANTIL Para o rev. Jáder, a educação cristã infantil vai da estrutura e funcionalidade das igrejas e prédios religiosos até a porta do quarto das crianças. Ele afirma que pouco se pensou no bem-estar físico dos pequeninos quando a maioria dos prédios da IPB foi construída. Quanto ao material didático, ele acredita que a IPB, uma denominação mais do que centenária, com uma bela história e a primeira a se estabelecer como denominação tradicional em várias partes do país, ainda carece de material para EBD, cultos infantis, EBFs ou UCPs. Tem o privilégio de contar com membros de bom nível educacional, formadores de opinião, gente séria e que conhece as Escrituras Sagradas, com grande capacidade no campo da formação pedagógica e da comunicação, ou seja, já deveria ter material suficiente para abastecer de sobra até outras denominações, mas a realidade de muitas professoras ainda hoje é a dificuldade na hora de preparar a lição do próximo domingo. Daí vem o stress, o cansaço e até a vontade de desistir de muita gente dedicada. Ele reconhece que há alguma coisa produzida, principalmente nos últimos anos, mas deveria haver muito mais. O rev. Jáder acredita ainda que muitos pais estão “terceirizando” a educação cristã de seus filhos e querem que a igreja forme o caráter deles. Ele afirma que tem visto pelo Brasil que, em muitas igrejas presbiterianas, o problema é a educação doméstica. “Vejo a escola e a igreja como ferramentas importantes de Deus para a vida de

Brasil PRES­BI­TE­RIA­NO uma criança, que colaboram com os pais, apoiando para que estes cumpram o papel que Deus lhes deu. Se não for o pai e a mãe acompanhando de perto, educando, formando, orando, ensinando a criança no caminho em que deve andar, o barco começará a dar água”. Ele diz que a igreja ou a escola não podem substituir o que Deus deu aos pais. Se estes se omitem, logo a crise se mostrará. E os pastores têm a obrigação de orientar os pais e acompanhar o departamento infantil. METAS A primeira meta do rev. Jáder à frente da secretaria é localizar as UCPs no Brasil para mensurar o alcance da obra, suas necessidades, potencialidade etc., além de promover a união. “É compartilhando que a gente aprende, inova, abastece, traduz idéias até de além-mar, adaptando-as para as necessidades locais. Sonho também poder realizar encontros regionais entre pessoas que se interessam pelo ministério infantil na IPB, encontrar gente que se preocupa, vai e faz, arregaçando as mangas para produção de material e boa adaptação de idéias”. O rev. Jáder é pastor há quase 20 anos. Estudou no Seminário do Recife e também na Alemanha. Pastoreou igrejas no Paraná e em São Paulo. No ministério, além de atuar em acampamentos e congressos para jovens, participou dos Atletas de Cristo entre os anos 80 e 90, quando também trabalhou com muitas crianças. Contatos: www.primeiraigreja.org. br. “LEI DA PALMADA” Na reunião de julho, do SC-IPB em Aracruz (ES), o Supremo Concílio se pronunciou contra o Projeto de Lei 2654, que criminaliza qualquer castigo físico a crianças. O Estatuto da Criança e do Adolescente já dispõe sobre este assunto e, o Supremo Concílio, considerando isso e as orientações bíblicas a respeito da disciplina infantil, decidiu encaminhar ao Senado Federal um ofício informando do posicionamento contrário da IPB quanto ao projeto. O psicólogo cristão Alex Borges Rocha, especializado no atendimento

a crianças, que faz parte do CPPC (Corpo de Psicólogos e Psiquiatras Cristãos) e da ONG Cecif (Centro de Capacitação e Incentivo à Formação de profissionais, voluntários e organizações que desenvolvem trabalho de apoio à convivência familiar - www. cecif.org.br), afirma que as orientações bíblicas para que se castigue fisicamente as crianças são culturais e sociais e se referem à época em que foram escritas. Ele explica que, atualmente, a pedagogia e a psicologia apresentam recursos mais eficazes na educação familiar infantil. Para o dr. Alex e seus colegas do Cecif, mesmo castigos físicos moderados são desnecessários quando os pais gastam tempo conversando com a criança, mesmo as pequenas. “A conversa cria a estrutura de pensamento ético. Cria consciência e não medo. O castigo físico faz com que a criança obedeça por medo e não por entender o que deve ou não deve fazer”, afirma. Ele diz que é como o relacionamento que os cristãos devem ter com Deus, ou seja, se achegando a Ele não por medo de ir para o inferno, mas por amor, por reconhecer o amor de Deus e seu sacrifício pela salvação dos homens. Segundo ele, a psicologia não entra na teologia, mas fala do desenvolvimento do pensamento autônomo da criança. O psicólogo conta que Freud afirmava que a criança pode até gostar de apanhar ou preferir apanhar porque, através do castigo físico, seu erro está expiado. O rev. Jáder acredita que o castigo físico, desde que ministrado na hora e maneira certas, pelos motivos certos, salva a criança de desgraças futuras. Ele, que tem duas filhas, uma de 11 anos e outra de oito, crê no ensino bíblico quanto a essa parte da educação infantil. “Nunca devemos bater em uma criança quando estamos com raiva, pois corremos o risco de exagerar ou até de transferir nossas frustrações naquele momento; sempre precisamos explicar à criança porque ela apanhou para que aprenda. Nunca devemos espancar os filhos. Isto, jamais!”.

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Divulgação do Ceci f

Resolução SC-IPB-2006 Doc. LXXXVIII – Quanto ao Doc. 259 - Ementa: Manifestação Oficial da IPB quanto ao projeto de Lei 2.654 Considerando: 1) A pertinência da matéria remetida pelo Sínodo Norte Paulistano; 2) A visão bíblica da IPB em relação amor ao próximo, especialmente à criança, que deve receber um tratamento coerente conforme o ensino bíblico, em que o próprio Cristo Jesus nos mostra como tratá-las no evangelho de Mateus cap. 19 vs. 13-15, não se distância dos propósitos suscitados pela nobre Deputada em seu projeto de Lei; 3) Que a IPB tem sua posição contrária a toda forma de violência, tortura e tratamento desumano, pois é o que a Bíblia orienta, assim como a Igreja sempre apregoou e crê; 4) Que as ordenanças divinas, no que diz respeito à instrução paternal, mencionados pelo SPN, evocando passagens das Escrituras Sagradas como: Dt. 8.5; II Sm 7.14; Pv. 3. 11,12; 4. 1-27; 6. 23; 12. 1; 13. 1,18, 24; 15. 5, 32; 17. 10; 19,18; 22. 6,15; 23. 13 -15; 29. 1, 15; Sl. 6. 1; 38.1; Jr. 10. 24; I Tm 3. 4; Hb. 12. 7,10,11; Ap 3. 19 entre outros, vem ao encontro do que verdadeiramente os pais necessitam na educação e desenvolvimento social, emocional e espiritual de seus filhos; 5) Que a exposição da Igreja, dos Pastores e dos pais diante de uma legislação extravagante fere a liberdade de culto e crença, assegurado pela Constituição Federal, rejeitando toda Igreja, particularmente a pessoa do Pastor; 6) Que os rigores da Lei proposta, já são atendidos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), ratificado pelo Novo Código Civil, atendendo satisfatoriamente o desejo do Estado em proteger a criança e o adolescente do castigo corporal exagerado. O SCIPB-2006 RESOLVE: 1) Tomar conhecimento; 2) Encaminhar ao Senado Federal ofício informando do posicionamento contrário da IPB quanto ao projeto de Lei em apreço; 3) Informar as Igrejas do posicionamento adotado por este concílio, recomendando a observância dos preceitos bíblicos e doutrinários da IPB, bem como a legislação em vigor; 4) Incluir o texto da Confissão de Fé que trata do relacionamento da Igreja com o Estado.


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Missões APMT Igreja presbiteriana é legalizada na Romênia Por rev. Gilberto Coelho Queremos compartilhar um pouco do que Deus tem feito aqui. Somos seis pessoas contando com os membros de minha família, todos trabalhando para o Reino de Deus. Nossa pequena igreja tem orado muito pelo nosso ministério de plantação de igrejas presbiterianas na Romênia. Tivemos um encontro com pastores e estamos pensando em plantar o primeiro presbitério do país. Orem por isso, irmãos. Continuamos com os trabalhos usuais: com mulheres (SAF), reunião de oração, jovens, Escola Dominical com crianças e adultos e culto à noite. A Fundação Amadeus continua também desenvolvendo os mesmos trabalhos: corte e costura e tricotagem, além das aulas de inglês para crianças. A Fundação Amadeus está sendo transformada em Associação Cristã Presbiteriana de Mangália, pois agora a Lei Romena nos permite usar o nome “Presbiteriana”. Louvado seja o Senhor!

Igreja em construção na Romenia

Rev. Francisco e família Além disso, tivemos que viajar para o norte de Portugal para dar assistência ao trabalho da cidade de Paços de Ferreira. È um trabalho novo, iniciado no ano passado, que agora toma novo rumo com a presença de uma família missionária. Em junho de 2004, chegamos a Portugal para revitalizar a igreja em Camaxide. Nesses dois anos realizamos um trabalho de edificação e evangelização. Durante os anos de 2004, 2005 e o primeiro semestre de 2006, diante do projeto de edificação e treinamento de líderes da igreja, realizamos um curso teológico como extensão do Instituto Bíblico Português que acabou com a graduação de três irmãos. Em face à nova Lei da Liberdade Religiosa, entramos no processo de legalização da igreja como pessoa religiosa. Agora ela está legalizada perante o Estado português. As preocupações tentam a paz e o tempo na causa do mestre, mas a graça de Deus tem nos renovado na luta. Podemos, por isso, dizer: “até aqui nos ajudou o Senhor”.

Comunidade brasileira é alvo de missionária no Japão

Trabalho presbiteriano avança em Por miss. Elisa M. Kyan Fonte: Revista Alcance Portugal Por rev. Francisco Moura Fonte: Revista Alcance

Acabamos de chegar do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF). Tivemos uma semana corrida na preparação dos documentos para renovar os vistos. Depois de passarmos todo o dia no SEF, conseguimos renovar os vistos para mais um ano. Foi uma luta ferrenha, mas vencemos, glória a Deus! Ao mesmo tempo em que tínhamos que renovar os vistos, surgiu um problema de saúde, o que demandou correria de um lado para o outro a fim de preparar, providenciar e legalizar documentos.

Nossa Igreja Vida Nova, em Toyohashi: temos desenvolvido o trabalho de grupos familiares, uma benção, com a participação de mais de 70% dos membros da igreja. Também temos grupos de casais e de adultos solteiros. Tem sido a forma que encontramos de integrar os membros, edificar, servir e ser, também, uma ponte para evangelismo. A vida no Japão é muito diferente da rotina brasileira. Só conseguimos nos reunir no final de semana, pois durante a semana se trabalha muito. Nos alegramos bastante quando chega o domingo e podemos nos reunir para adorar ao Senhor. Estamos realizando uma classe preparatória

para o batismo e temos cinco candidatos. Planejamos começar um ponto de pregação numa cidade próxima daqui chamada Hamamatsu. Estamos orando para encontrar um lugar de reunião adequado e também para que possamos dar uma boa assistência ao trabalho ali e ver muitos sendo salvos. Naquela cidade, há alguns membros da igreja que se locomovem dominicalmente para nossa cidade. Já é tempo de ter um trabalho ali. A comunidade brasileira no Japão enfrenta muitas lutas por causa da incompreensão da cultura milenar do país e da dificuldade de comunicação (oral e escrita). Muitos pais estão perdidos na educação dos filhos e tememos pela nova geração. Há muitos adolescentes participando de gangues que roubam e usam drogas, não querem trabalhar e estão sem objetivo de vida. Alguns acabam sendo presos e isso tem preocupado as autoridades japonesas. Temos muito trabalho a fazer e estamos investindo na área de educação (com aulas de Língua Portuguesa para os filhos de brasileiros que estudam em escolas japonesas) e orientação familiar (com atendimento psicológico, orientação financeira, comunicação conjugal, educação de filhos etc). Nos noticiários vemos a deterioração do relacionamento familiar (pais agredindo os seus filhos; filhos matando os seus pais e colegas de escola). Índice alarmante de suicídios coletivos (grupos que se conhecem e se reúnem para morrerem juntos). E, ultimamente, os escândalos políticos e financeiros não saem das primeiras páginas. Sabemos que temos uma grande tarefa no Japão. São tantas as necessidades da comunidade brasileira e o que podemos fazer é nos concentrar em nossa missão: alcançar os brasileiros e ajudá-los a se tornarem verdadeiros discípulos de Cristo. Revista Alcance

Igreja Vida Nova, em Toyohashi


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Supremo Concílio Cunho teológico sobrenaturais e domínio de outra denominação são principais motivos

IPB se posiciona contra Marcha para Jesus Caroline Santana e Letícia Ferreira

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jornal Brasil Presbiteriano publicou na edição de julho de 2005 uma matéria a respeito do movimento de marchas para Jesus no país. A reportagem informava, além de dados gerais, que uma igreja presbiteriana, no Rio de Janeiro, participou da marcha. Diante disso, na 36ª Reunião do Supremo Concílio, que aconteceu de 16 a 22 de julho, o SC-IPB analisou a questão e resolveu se pronunciar contra o movimento. O relator da comissão que tratou do assunto, rev. Jôer Correia Batista, de Goiânia (GO), explica a decisão. BP: Quais são os principais motivos que levaram o SC e, conseqüentemente, a IPB, a posicionar-se contra o movimento? Rev. Jôer: Em primeiro lugar, sua teologia. Conforme pode ser observado no site do evento (www.marchaparajesus.com.br), a teologia que alicerça a marcha é marcada por possíveis revelações do Espírito de Deus, confissões positivas, batalha espiritual, curas, libertações, entre outras doutrinas estranhas à Palavra de Deus. Em segundo lugar, fica evidente, também pelo site, que o movimento está fortemente vinculado, senão dependente, de uma única denominação e de seus líderes, fazendo com que a proposta de congraçamento de denominações seja mero discurso. Em terceiro lugar, o uso

indevido das Escrituras para justificar a marcha, especialmente passagens do Antigo Testamento, como Josué 6 (destruição de Jericó). A aplicação da Escritura dessa forma é própria de Teologias Triunfalistas. Em quarto lugar, o testemunho alcançado pela marcha na mídia tem um efeito contrário daquele preconizado pelos seus proponentes, inclusive com participação de homossexuais “evangélicos”, conforme pode ser Marcha para Jesus em Cabo Frio (RJ), da visto em matérias divulgadas qual participou uma igreja presbiteriana, na ocasião. em 2005 Por fim, a decisão não proíbe igrejas presbiterianas de que envolve, inclusive, a Do ponto de vista teológico, promover ações sociais e tomada de territórios domi- o evento deve ser classificapúblicas, manifestações ou nados por espíritos malignos do como neo-pentecostal e passeatas. A IPB é contrá- (Espírito Territoriais). Entre não liberal. Contudo, mesmo ria a movimentos como a outros meios, os fiéis servos quando a imprensa apenas Marcha para Jesus e outros de Deus, tratados como guer- noticia ou mesmo elogia o semelhantes devido à sua reiros, utilizam-se de armas evento o que se destaca nas teologia e ética. como declarações verbais de matérias não é o evangelho fé (Confissão Positiva) e ati- de Jesus Cristo, mas alguns BP: Na resolução do SC- vidades que indiquem triunfo nomes, números e denomiIPB 2006 afirma-se que “o como marchas e assemelha- nações. caráter teológico do even- dos (Teologia Triunfalista). to é contrário às Sagradas Todas estas proposta estão BP: A marcha pode ser conEscrituras e aos símbolos demonstradas por vários siderada como um ato que de fé da IPB”. O reverendo autores como desvios cras- envergonha o evangelho? pode explicar melhor? sos da sã doutrina bíblica e, Rev. Jôer: A marcha é Rev. Jôer: Todos os termos conseqüentemente, opostos um movimento que divulga teológicos citados compõe aos nossos símbolos de fé. “outro evangelho” em nome o cenário doutrinário neodo verdadeiro evangelho de pentecostal. A Teologia da BP: O fato de a impren- Cristo. Sua teologia, propóProsperidade ou Confissão sa não divulgar com muita sito e resultados não expresPositiva foi amplamente simpatia a marcha, dando sam o verdadeiro evangelho divulgada pelos evangélicos destaque para participação de Cristo Jesus. Daí a impose entende que os males na de homossexuais, aponta a sibilidade de participar de vida humana são resultado de má influência desse evento e algo que ensina, divulga e ação maligna e, como conse- seu caráter liberal? induz as pessoas ao erro. qüência, o desejo de Deus é Rev. Jôer: Não, creio que a a prosperidade em todas as imprensa se opõe por julgar BP: Como a IPB, em geral, áreas para o seu povo. Em os evangélicos discrimina- deve agir a partir de agora, virtude dessa premissa, os dores e fechados religiosa- já que muitas igrejas prescrentes estão envolvidos em mente. Essa oposição não biterianas participaram e uma batalha no campo espi- significa que o movimento participam desse evento e ritual (Batalha Espiritual), seja inadequado ou liberal. até mesmo lideram algumas

marchas? Rev. Jôer: A IPB tem em sua constituição os meios pelos quais deve tratar os futuros casos de participação, se eles ainda existirem (art. 97, letras “a” e “e”). BP: Quais são as melhores alternativas para aquelas igrejas e membros que desejarem mostrar e divulgar o evangelho de Cristo por meio de passeatas e eventos e/ou tornar a igreja conhecida e relevante na sociedade? Rev. Jôer: É simplista a idéia de que a participação em eventos como esse torne a igreja relevante e é temerosa a conclusão de que as igrejas que não participam desse evento sejam irrelevantes. A participação da igreja na sociedade não deve se limitar a passeatas e eventos públicos e, seja qual for o envolvimento, ele só será relevante se for resultado da justiça e retidão procedente da verdade (Ef 4.24). Ainda assim, a decisão não impede que passeatas e eventos público-sociais sejam realizados, o problema essencial da Marcha para Jesus é que o movimento é uma marca e está totalmente ligado a denominações com as quais a IPB não mantém relações, cujo cunho teológico é contrário à sã doutrina. Desde que as igrejas presbiterianas promovam eventos que se caracterizem pela fiel pregação da Palavra, nada as impede. Conforme o artigo 14 CI-IPB e a Escritura (Tito 2.1) nosso dever como cristãos “é honrar e propagar o evangelho pela vida e pela palavra”.


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Aniversários

IP Central de Londrina 70 anos

Julho foi realmente especial para a vida dessa igreja. São 70 anos de existência, celebrados com cultos de muita adoração e gratidão a Deus. No dia 30 de julho, último domingo do mês, foi o encerramento das comemorações. Além de muitos visitantes, estiveram presentes irmãos das igrejas que estão sendo plantadas em alguns bairros da cidade. Um dos momentos de maior emoção foi o da entrega da oferta especial. A gratidão é algo que muito alegra o coração de Deus. E isso foi notório na vida dos irmãos que, numa longa marcha, entregaram com fidelidade suas ofertas especiais. Quase todas as pessoas presentes foram à frente ofertar, demonstrando gratidão pelas incontáveis bênçãos que o Senhor tem derramado ao longo desses 70 anos. O coral da igreja, regido pelo maestro Jaílton, também participou do culto, elevando aos céus o reconhecimento das manifestações de Deus e das suas misericórdias sem fim, que têm sido derramadas na vida dos membros. A cada domingo, um vídeo era transmitido, recordando o esforço dos pioneiros desta grande obra. No culto de encerramento, a igreja pode rever o importante papel social da igreja, quando fundou o Meprovi e o Meprovinho que, há quase duas décadas, vêm transformando vidas e tornando-as aptas a serem cidadãos normais e equilibrados na sociedade. O pastor, rev. Osni Ferreira, também foi homenageado, como um homem de fé, de grande visão e fidelidade a Deus, além da excelente obra que tem realizado durante os mais de vinte anos de pastorado na IP Central de Londrina. O pregador convidado, rev. Hernandes Dias Lopes, da IP de Vitória (ES), levou aos corações mensagens desafiadoras de fé e compromisso com o Senhor. A mensagem foi em

torno “do compromisso com o Senhor em nos levar para a glória”, baseada no texto de Rm 8.26-30. O reverendo abordou a solidariedade de Deus e Sua compaixão por nós através do Espírito Santo, que geme diante do Pai, enfatizando que todas as coisas cooperam para o bem de tornar-nos semelhantes a Jesus. Foi uma noite de muita alegria e celebração ao Senhor. Após o culto, todos foram recepcionados, com direito a bolo, velinhas e “parabéns” para toda a igreja, que vem escrevendo essa linda história no intuito de cumprir o seu papel de portadora das boas novas de salvação para a cidade e região. Certamente, Londrina ainda será conhecida como “a cidade do poder de Deus”.

Colégio Presbiteriano Augusto Galvão 60 anos

Por presb. dr. Manoel da Cunha Regís, vice-diretor

O Colégio Presbiteriano Augusto Galvão é fruto do trabalho missionário encetado no nordeste da Bahia, nos anos de 1910 e 1920 através dos reverendos Henry Mac Call e Pierce Chamberlain, inspirados no binômio da Reforma do século 16: “A Escola ao Lado da Igreja”. Fundaram a Escola Americana na Fazenda Quixaba, onde várias famílias, já convertidas, educaram os seus filhos e de outras famílias da região, inclusive os seus agregados. Foi com apelo inspirador que o primeiro convertido, cel. João Francisco da Cinha Regís, se dirigiu ao missionário Henry Mac Call: “Reverendo, queremos educar os nossos filhos”. Não demorou a resposta, com o envio

da primeira professora competente, preparada no Colégio da Missão em Ponte Nova, nas Lavras da Diamantina, a profª. Adelaide Guanais de Lima. Outros professores se seguiram sem interrupção, como Sancha dos Santos, Joana Araújo Regis, Josefina de Araújo Dourado, Edelvina Regis Castro, Flora Galvão de Carvalho e vários outros que foram os pioneiros da IP em Campo Formoso, instalada oficialmente em 21 de janeiro de 1960. A Escola Americana sobreviveu também na cidade de Campo Formoso, pois sua história é uma página gloriosa de frutos no âmbito da cultura intelectual. Em 10 de outubro de 1946, fundava-se o primeiro estabelecimento de ensino secundário da cidade que, mais tarde, ampliou o seu currículo com um Curso Pedagógico e mudou o seu nome para Colégio Augusto Galvão. Com o decorrer dos anos, a ampliação de suas tarefas e filiação à Fenep (Federação Nacional de Escolas Presbiterianas) mudou o seu nome para Colégio Presbiteriano Augusto Galvão. A marcha continua, os sonhos se ampliam e a inspiração de sua caminhada nos faz antever a instalação da primeira faculdade nos seus limites a partir de 2007. O colégio convida seus exalunos e ex-professores para a efeméride comemorativa dos seus 60 anos de luta, no dia 10 de outubro, sob o signo: Pioneirismo, Trabalho e Fé. Estarão presentes por certo os nossos ex-alunos: médicos, professores, juristas renomados, odontólogos competentes, enfermeiros dedicados, comemorando as vitórias do Colégio Augusto Galvão. Todos os ex-alunos podem enviar mensagens antecipadas para que venha a ser publicado no Jornal do Augusto no dia do seu aniversário. Você faz parte deste patrimônio. O Colégio Augusto Galvão continua fazendo história, 80% dos alunos que concluíram o Ensino Médio em 2005 estão na universidade e, somente em 2006, o colégio aprovou 29 alunos nas melhores universidades do país. Na avaliação do Enen o Colégio Augusto Galvão foi classificado em primeiro lugar no município e segundo lugar na micro-região com 58,24 pontos, muito acima da média nacional e estadual.


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Aniversários

IP Bairro Carrilho, Goianésia (GO) 35 anos

Por rev. Alexandre Antunes Pereira Santos

igreja haverá de ser encontrada fiel e frutífera no dia da volta de Cristo. Atualmente, o rol de membros conta com 168 pessoas e novos membros serão recebidos nesta festa de 35 anos, inesquecível na história da igreja.

Igreja Presbiteriana de Lindéia 30 anos

“Portanto se fostes ressuscitados juntamente com Cristo buscai as coisas lá do alto onde Cristo vive, assentado a direita de Deus” Cl 3.1 Organizada no dia 10 de outubro 1971, a IP do Bairro Carrilho é, em Goianésia (GO), um baluarte do evangelho de Cristo Jesus, pois desde seu nascedouro esta igreja tem sido uma agência eficaz para a conversão de pecadores e para o crescimento do reino de Deus no Brasil. Muitos foram os dias de luta e muitos foram os homens e mulheres de Deus que trabalharam com afinco para que a obra do Senhor não parasse. Vários pastores foram chamados para o ministério aqui e várias almas encontraram-se com o Redentor por meio desta comunidade, e sendo luz por onde vão. Hoje, completa 35 anos sob os cuidados do pastor Alexandre Antunes Pereira Santos que a dirige desde janeiro de 2004. A igreja se prepara para o futuro e entende que muito ainda há que se fazer para que se chegue àquilo que o Senhor deseja dela. A seara é grande e o projeto é alcançar Goianésia para Cristo. Sabedores de que o caminho é estreito e que, no contexto de hoje, em que as igrejas estão perdendo a sua identidade, é muito difícil se manter fiel à Escritura e aos pontos fundamentais da Reforma e do calvinismo, mas cientes de que é somente pela graça do único e suficiente Salvador que esta

Por presb. Ronaldo Miranda A IP de Lindéia está localizada em Belo Horizonte (MG) e foi fundada em 2 de maio de 1976, após ser congregação da Igreja de Washington Pires. Pertence ao PREL (Presbitério Eldorado) e é pastoreada pelo rev. Sebastião Lins, que também é o presidente do PREL. São cerca de 200 membros e duas congregações, uma no Bairro Cascata e outra na cidade de Oliveira. Nessa última, está sendo erguido o templo de uma futura igreja. As sociedades internas são fortes e alguns membros são ativos nas diretorias da federação. O conjunto musical Ministério de Louvor Ágnus tem grande destaque nas programações, tanto da igreja, como quando são convidados a se apresentarem em outras localidades na região. Recentemente, a IP de Lindéia recebeu por doação um terreno ao lado da igreja. Com

isso, a comissão de obras já está planejando ampliação das dependências. Todos os cultos de domingo do mês de maio foram festivos e celebrados em agradecimento a Deus por mais esse aniversário. Diversos pastores e conjuntos prestigiaram os eventos. Deus verdadeiramente está presente nessa comunidade.


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Comportamento

Resolução prevê disciplina

SC insta presbiterianos a não ilegalidade Letícia Ferreira

C

onsiderando, entre outras coisas, que a obediência às autoridades civis é um dever cristão, que a injustiça econômica não é justificativa para o procedimento antiético do cristão e que as contribuições na igreja devem advir de recursos lícitos, o Supremo Concílio da IPB, na reunião que foi de 16 a 22 de julho, em Aracruz (ES), resolveu reafirmar o princípio bíblico de obediência à lei civil, mesmo à custa do sofrimento (1Pe 4.15-16); determinar que os conselhos de IPBs esclareçam os membros, por meio de palestras, sermões, lições de escola dominical e outros, a caracterização da falta, bem como os riscos que dela decorrem; exortar os faltosos para demovêlos do erro e instá-los a regularizar a sua situação junto às autoridades competentes; exaurir todas as possibilidades para que a situação irregular seja sanada; instaurar processo disciplinar, a partir de queixa ou denúncia, àqueles que se rebelarem contra as ações citadas; lembrar os conselhos das igrejas que os dízimos associados à iniqüidade são abomináveis aos olhos do Senhor (Is 1.13; Mt 23.23). CONSIDERAÇÕES O rev. Oséas Fernandes da Silva é missionário da APMT (Agência Presbiteriana de Missões

Transculturais) em Atlanta, Atualmente, explica, o no Estado da Geórgia, governo dá a cada turista Estados Unidos. Ele conhe- um documento dizendo que ce de perto a situação de ele pode tirar a carteira de imigrantes naquele país. motorista (inclusive a váliPastoreia dois grupos de da por cinco anos, sendo imigrantes, um com cerca que o visto, muitas vezes, de 60 membros de mais ou vale por apenas seis meses). menos dez países diferen- Se o imigrante for ilegal ou tes, e um grupo de 70 brasi- indocumentado pode tirar o leiros. “Nos dois grupos há que nos Estados Unidos é pessoas chamadas ilegais e chamado de Tax ID (idenindocumentadas”, explica. tidade fiscal) para recolher “Ilegal é aquele que veio impostos. Quem tem esse sem nenhum documento documento pode trabalhar oficial, sem visto válido. como autônomo, abrindo Indocumentados são aqueles que vieram com um visto válido, mas ficaram fora de status”. Segundo o rev. Oséas, estar legal não significa necessariamente ter autorização para trabalhar. Quem chega com o visto de turista está legal Rev. Oséas: missionário mas não pode trabalhar. nos Estados Unidos, No entanto, pode abrir trabalha com uma empresa, contratar aproximadamente funcionários, receber os 130 imigrantes dividendos. Além disso, uma vez que possa provar um mínimo de investi- empresa, conta bancária, ter mento no país, o imigrante crédito, comprar carro e até pode mudar seu visto de casa, mesmo não tendo um turista para um visto de visto válido no passaportrabalho. te. “Essas são informações O missionário informa do Estado da Georgia, não que grande parte dos imi- se pode esquecer que cada grantes trabalha em lugares Estado tem suas leis, alguns que não pedem documen- mais severos outros mais tos. Por exemplo, faxinei- liberais”, afirma o missioros domésticos (house cle- nário. aning), como grande parte HÁ QUE SE PENSAR dos brasileiros. Outros falO rev. Oséas informa que sificam documentos para há muitas questões a se trabalhar em fábricas etc., pensar quando se fala sobre como grande parte dos ile- imigração. gais que vão pelo México. Legalizar os ilegais

(perto dos 20 milhões, as informações oficiais são 12 milhões), custaria ao governo bilhões de dólares em segurança da fronteira, restituição de impostos dos que usam Tax ID etc. Haveria problemas com a Previdência Social devido ao aumento repentino da população. O valor da mão-de-obra aumentaria, pois, uma vez legalizado o imigrante, não se submeteria aos baixos salários que recebe. A saída desses imigrantes implicaria também no aumento considerável do custo de vida e numa grande redução da construção civil, diminuindo automaticamente a mão-de-obra especializada. “Isso, para não falar da garra do latino que o americano não tem para este tipo de trabalho braçal”. CRIME E PECADO No Senado dos Estados Unidos, houve tentativas de criminalizar a imigração ilegal, mas, por enquanto, isso não foi aprovado. O rev. Oséas se coloca de acordo com a decisão do SC-IPB quando diz que a injustiça econômica e social no Brasil não é motivo para pessoas viverem ilegalmente em outro país. Mas, para ele, os dízimos de imigrantes não deveriam ser aceitos se adquiridos de forma ilegal. “Este dinheiro, tendo sido fruto do suor, esforço e honestidade, não vejo como sendo de iniquidade. Até

porque mesmo aos ilegais, o governo, como já mencionei antes, permite que o ganhem honestamente”. No trabalho do missionário, a orientação para quem chega com visto de turista é: não permaneça ilegal. Há assistência específica para ajudar não somente os membros da igreja, mas qualquer brasileiro para que não fique ilegal. “Quanto aos que já estão ilegais, eu pergunto: que faço com uma igreja de pecadores, como se as demais não fossem? Uso graça e misericórdia e os perdoo e digo não façam mais. Se eles não deixaram de ser ilegais, estão esperando o perdão do governo. Muitos estão com filhos que nasceram aqui e são legais, cidadãos americanos. É justo mandálos embora e privar seus filhos dos direitos de cidadãos deste país? É justo separá-los? Que culpa esses filhos têm do pecado de seus pais? A situação não é tão facil de se resolver. Meu dever, como pastor, é assisti-los, pastoreá-los. Jesus veio para os pecadores e não para os justos”. Ele não crê que haja uma única pessoa que não queira se legalizar e diz que a palavra chave é esperar. Não acha que esta lei deva ser retroativa, nem que deva ser aplicada a rigor. “Devemos exortar, mas não podemos esquecer cada caso é um caso e cabe a cada conselho julgar e decidir como atuar”.


Brasil PRESBITERIANO Comportamento

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SC nomeia Comissão Especial para discutir posição da denominação

IPB reflete sobre o divórcio entre cristãos Martha de Augustinis

“P

ois eu detesto o divórcio, diz o Senhor Deus de Israel, e aquele que cobre de violência o seu vestido; portanto cuidai de vós mesmos, diz o Senhor dos exércitos; e não sejais infiéis”. O versículo 16 do segundo capítulo do livro de Malaquias demonstra claramente o desgosto que é o divórcio para Deus e traz uma recomendação importante: que cuidemos uns dos outros e não sejamos infiéis para com Ele, para com o próximo, para com o nosso cônjuge. Entretanto, de acordo com dados do site de Júlio Severo, jornalista cristão, o divórcio entre os evangélicos tem aumentado muito. Estudos apontados por ele mostram que os cristãos estão tão vulneráveis ao divórcio, quanto as outras pessoas. “Um estudo realizado pelo Barna Research Group revela que o índice de divórcio entre os cristãos americanos está realmente um pouco mais elevado do que entre os que não são cristãos”. Tanto Júlio quanto o rev. Marcos André Marques, vice-relator da comissão que tratou desse documento no Supremo Concílio da IPB, em Aracruz (ES), destacam um mesmo ponto importante: o fato de o divórcio afetar a família envolvida, principalmente os filhos. Quanto a membros e oficiais da igreja o número de pessoas afetadas

é muito maior. O rev. Marcos André afirma que a IPB ainda não tem uma posição oficial sobre o assunto e é exatamente por isso que uma comissão especial composta por pastores e presbíteros, com comprovada experiência nas áreas teológica, pastoral, jurídica e psicológica, foi formada para trazer o parecer desejado, que deverá ser apresentado na próxima reunião da Comissão Executiva do SC-IPB, em 2007. Até lá, na Palavra de Deus e nos Símbolos de Fé da Igreja estão as únicas cláusulas capazes de romper um casamento, ou seja, o adultério ou o abandono do lar irremediável (Mt 19.9). Caso aconteça uma dessas duas condições o que entra em vigor é um outro documento, gerado anteriormente numa reunião do Supremo. Ali, o cônjuge que ensejar a separação deve ser passível de disciplina, uma vez que todos os recursos para a reconciliação estejam esgotados. “Esses recursos passam pela necessidade do perdão e da renúncia, pois os laços matrimoniais foram feitos diante de Deus e segundo as Escrituras Sagradas nos ensinam: ‘De modo que já não são mais dois, porém uma só carne. Portanto, o que Deus ajuntou não o separe o homem (Mt 19:6)’”, expõe o reverendo, explicando que uma decisão como esta também deve se basear nas Sagradas Escrituras.

Rev. Marcos André Marques

O responsável pela elaboração da disciplina a ser aplicada ao cônjuge é o conselho local. Ela deve ser posta sobre aquele que adulterou e não sobre a parte inocente, que tem a partir da consumação do divórcio, liberdade para reconstruir sua vida emocional com outra pessoa, sem cometer adultério, e pode também perdoar seu cônjuge e voltar a viver maritalmente (1 Co 7.5). “O fato do cônjuge que cometeu adultério não ter solicitado divórcio,

mas a parte inocente, não impede que aquele seja disciplinado pelo seu ato pecaminoso. A exceção, isto é, a dupla disciplina, fica por conta do outro cônjuge ter cometido, também, algum ato ilícito, passível de disciplina”, salienta. O rev. Marcos aponta também o caso da não aceitação da disciplina ou do não arrependimento por parte daquele que cometeu o adultério e que, contrariando as leis da Sagrada Escritura, casa-se nova-

mente. Mais um caso de dupla disciplina. Ele afirma que, ao tomar essa posição, a pessoa estará buscando desvencilhar-se das conseqüências advindas do seu pecado. “Quem casar pois, com uma pessoa nesta situação, comete pecado, segundo as Escrituras Sagradas. Neste caso, há de levar-se em consideração que, caso houvesse novo casamento, ambos estariam com situação irregular e sujeitos à disciplina”. É importante alertar que tanto membros comuns, quanto diáconos, presbíteros ou pastores da IPB não possuem foro diferenciado ou privilegiado para tal assunto que, segundo o reverendo, deve ser tratado de forma honesta e sincera. “Discutir esse tema mais a fundo é de importância vital, tendo em vista que, com o passar do tempo, os problemas conjugais têm se avolumado em nossas igrejas e causado transtornos à saúde não só das famílias envolvidas, como da própria igreja”, aponta o pastor que fez questão de frisar que até agora a IPB não havia se aprofundado nessa discussão, sendo o divórcio tratado apenas genericamente. Para isso foi criada a Comissão Especial que levantará dados sobre os divórcios presbiterianos e tratará esse assunto com toda atenção e seriedade que ele merece. Informações retiradas do site: www.juliosevero.com. br


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Conheça a IPB

Com eventos e novo portal, comissão evangeliza com apoio e trabalho em grupo

CNE quer revitalizar a evangelização Martha de Augustinis

D

esde 2003, foram alcançadas 16.784 pessoas. Entre congressos e simpósios relâmpagos foram 56 eventos distribuídos por todas as regiões brasileiras. São anos de trabalho a serviço da evangelização saudável e de um apoio intenso e revitalizador a todos os presbiterianos. É o que afirma o secretário executivo da CNE (Comissão Nacional de Evangelização), rev. Cícero Ferreira da Silva. Além de promover e incentivar a evangelização entre os crentes, a comissão é responsável por criar ações para alcançar tal fim. A distribuição de materiais e a promoção de simpósios relâmpagos e cruzadas são alguns dos meios usados. Esses simpósios são eventos nacionais que duram no máximo 12 horas. As cruzadas são reuniões regionais que visam a uma cidade e sua região, com duração de um ano. A CNE é dividida em sete unidades, sendo as regiões centro-oeste e nordeste subdivididas em outras duas unidades. O rev. Cícero explica que cada região do país tem suas características, estilos, desafios, necessidades e potenciais. Assim como as realidades de cada cidade e bairro são muito diferentes, isso também acontece entre os sínodos, presbitérios e igrejas. Por isso, a comissão é dividida em regiões para haver um melhor atendimento, principalmente na hora de organizar os eventos. “Na prática, os eventos nascem do clamor de um pastor

local. Ele entra em contato conosco, nós incentivamos o crescimento da idéia para seu conselho, lideranças e presbitério(s). Evoluindo, atinge o sínodo, podendo o evento chegar até onde a graça permite”, constata o reverendo. PONTO DE ENCONTRO A Comissão disponibiliza para obreiros e membros da igreja um folheto para distribuição chamado Presente de Grego e um arsenal de livros e DVDs, todos na Editora Cultura Cristã. Esse material oferecido e indicado pela comissão pode ser encontrado no que o reverendo chama de ponto de encontro dos evangelizadores presbiterianos, o site Reunindo (www.reunindo.com). Criado há dois anos, visando a suprir a necessidade de informar virtualmente a igreja, o portal foi uma solução para a publicação dos trabalhos da comissão. “Desde 2002, vínhamos tentando um site oficial com o nome da CNE. Infelizmente não fluiu. A questão não é apenas o colocar no ar. Um portal tem de ser tão dinâmico quanto uma estação de TV. O portal está a serviço exclusivo da CNE e parece que está ficando muito bom. Peço que orem e divulguem bastante o site”. Além do portal e dos eventos, a CNE também apóia e divulga o programa Verdade e Vida, veiculado na Rede TV aos sábados e apresentado pelo rev. Hernandes Dias Lopes. O pastor Cícero acredita que esse programa é uma arma poderosa para a evangelização. “Imagine

se ele for gravado por todo presbiteriano em sua residência. Este, num momento oportuno convida uma pessoa de seu relacionamento para vir a sua casa tomar uma refeição e logo após ‘virem juntos um programa enxuto’. Ao terminar, com a licença do convidado, faz uma oração intercessora pedindo por aplicação desta semente em seu coração e no coração de seu amigo. Sem comentários, agradece ao amigo a oportunidade de juntos terem ouvido Deus falar por sua Palavra. Isto se repetindo a cada semana, os relacionamentos missionários crescerão tremendamente”. O reverendo ressalta ainda que nem todos os eventos de evangelização que acontecem pelo Brasil são de iniciativa da CNE, sendo muitos deles organizados pelos próprios concílios ou órgãos. Com relação às próximas campanhas e temas de oração que serão divulgados pela comissão, o rev. Cícero afirma que ainda não existe nenhuma definição, mas que há uma vontade vinda de centenas de pastores para que o próximo tema de oração convide os presbiterianos a uma grande revitalização nacional. As campanhas de oração e evangelização promovidas pela CNE funcionam por meio dos próprios pastores e líderes locais, junto dos membros da IPB. “Todos partem em grandes arrastões de evangelização atingindo bairros e cidades (já alcançadas ou não). Assumem todos os municípios do Estado e

Rev. Cícero Ferreira da Silva, secretário executivo da CNE

assim a campanha chega a todo o Brasil”, avalia. PLANEJAMENTO Na última reunião do Supremo Concílio da IPB, a igreja definiu alguns novos caminhos para a comissão. Um deles é a criação de um Departamento de Evangelização que deverá ser composto por representantes dos conselhos das igrejas e professores das escolas dominicais e das sociedades internas. Outro ponto colocado na reunião foi que os presbitérios deverão promo-

ver, anualmente, simpósios relâmpago de evangelização e missões. Essas e muitas outras decisões que regerão o próximo quadriênio da CNE foram tratadas na reunião de planejamento, que aconteceu nos dias 14 e 16 de setembro, em São Paulo (SP). Enquanto não são veiculadas as novidades, o rev. Cícero convida a todos a fazerem uma visita ao site Reunindo, onde tudo o que a CNE promove e decide está disponível diariamente.


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