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O Jornal Brasil Presbiteriano é um órgão oficial da Igreja Presbiteriana do Brasil Ano 50 nº 648 – Outubro de 2008

Maressa Moura

UCP: saiba o que esse ministério representa para a IPB

Páginas 10 e 11 Divulgação

Divulgação

Divulgação

Projeto da IP Ebenezer abraça Mairiporã

Nasce a 65ª Sinodal de Saf´s, na cidade de Carajás

"Mãos que Exaltam" colhe frutos em Minas

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Outubro de 2008

Editorial

OS SOLAS DA REFORMA N

o mês de outubro o protestantismo geralmente comemora a Reforma Protestante do século XVI, ou seja, aquele reavivamento espiritual iniciado pela publicação das 95 teses do monge Martinho Lutero em 31/10/1517. Quando Lutero pregou suas teses nas portas da igreja de Wittenberg, ele não tinha a intenção de causar uma ruptura na Igreja Católica, mas apenas corrigir algumas práticas errôneas que, segundo imaginava, o Papa não aprovaria. Lutero pensava estar agindo em interesse do catolicismo. Embora a participação de Lutero tenha sido decisiva para o início e os primeiros avanços da Reforma, o movimento continuou a desenvolver-se após a sua morte. Na galeria dos reformadores encontra-se homens como Ulrico Zwuínglio, João Calvino, Martin Buccer e tantos outros. Contudo, o ato de Lutero foi a semente de uma das obras mais importantes de reforma na igreja cristã. A fim de compreender a ideologia daquele movimento há que se observar os seus motos, conhecidos com os “solas” da Reforma. Sola scriptura [Só a Palavra de Deus]. Contrário ao ensino do catolicismo romano sobre outras fontes de autoridade (a tradição e o magistério ecle-

siástico), os reformadores defenderam a doutrina de que somente a Bíblia é a Palavra de Deus. Essa tese ficou conhecida como “o princípio formal” da Reforma. Em 1521, durante a interrogação histórica de Lutero na Dieta Imperial, reunida na cidade de Worms, o monge respondeu aos seus acusadores: “É impossível retratar-me, a não ser que me provem que estou laborando em erro, pelo testemunho das Escrituras ou por uma razão evidente...” Mais tarde os herdeiros da Reforma escreveriam na Confissão Belga: “Cremos que estas Escrituras Sagradas contêm plenamente a vontade de Deus e que tudo o que o homem deve crer para ser salvo nelas está suficientemente ensinado” (art. 7). Dessa forma, este princípio tornou-se, desde o início, um pilar da Reforma. Solus Christus [Somente Cristo]. Os reformadores conclamaram as pessoas a retornarem a Cristo como o único madiador entre Deus e os homens (1Tm 2.5). A relevância desse princípio pode ser observada pelo fato de que, durante a Idade Média, o sacerdote era apresentado como alguém que desfrutava de um relacionamento especial com Deus, o qual fazia dele um mediador da graça divina e aos devotos.

O catolicismo defendia que os méritos dos santos poderiam resultar no perdão dos pecadores e, pregava, ainda, a doutrina do Purgatório, que ensinava que os mortos poderiam obter acesso aos céus por meio das intercessões dos santos na terra. Por último, havia a ênfase sobre Maria como a intercessora diante do Filho pela salvação dos seus devotos. Tudo isso, certamente, resultava em grande confusão na mente das pessoas e as distanciava de Cristo Jesus. Vale reforçar que a fé dos reformadores sempre foi trinitária, distinguindo as pessoas da divindade. Contudo, a insistência dos reformadores era que somente pela obra de Cristo alguém pode ser salvo, pois para os homens isso é impossível (Mc 10.27). Sola gratia [Somente pela graça]. Salvação pela graça de Deus pode ser considerado o cerne da pregação dos reformadores. O catolicismo popular da Idade Média incentiva a prática das boas-obras como um meio de obter a salvação. O próprio Lutero, enquanto monge, “excedeu-se em jejuns, vigílias, flagelações e procurava o seu confessor para os mais leves pecados” (Nichols 1981, p. 145). Alguns, na Idade Média, até entendiam ser a salvação somente pela graça, mas ainda insistiam

que por meio de boas obras o homem, de alguma maneira, poderia contribuir na obtenção da graça salvadora. Os reformadores, porém, insistiam na verdade de que a graça de Deus revelada em Cristo é a única fonte da salvação e enfatizavam as palavras de Paulo: “isto não vem de vós; é dom de Deus” (Ef 2.8). Sola fide [Somente a fé]. Essa declaração ficou conhecida como “o princípio material” da Reforma, ou seja, “o artigo por meio do qual a igreja permanece firme ou cai em ruínas”. Caso ela a sustente, será sustentada na verdade; se ela a abandonar, abre a porta de possibilidde para outras formas de heresias. A descoberta da verdade bíblica de que o justo viverá pela fé (Rm 1.17) revolucionou a vida de Lutero e, posteriomente, o cristianismo. Essa fé salvadora, na concepção dos protestantes, era obra do Espírito Santo no coração do pecador, operada ordinariamente por meio da proclamação da Palavra de Deus. Em outras palavras, “a fé, assim recebendo e assim repousando em Cristo e em sua justiça, é o único instrumento da justificação” (CFW, cap. XI.ii). Soli deo gloria [Somente a Deus seja a glória]. A ênfase dos reformadores sempre foi teocêntrica ao invés de antro-

pocêntrica. Dessa forma, a doutrina bíblica da soberania de Deus foi resgatada pelos Reforma Protestante. Se Deus não é soberano sobre toda a ordem criada, então não se pode ter certeza de que ele seja realmente soberano sobre coisa alguma. A magestade de Deus, porém, não anula a dignidade humana. Pelo contrário, ela estabelece o valor do ser humano que foi criado à imagem de Deus. Diferente do humanismo secular, os reformadores enfatizavam que a dignidade humana não é inerente, mas ela é derivada do valor que o próprio Deus atribuiu àqueles criados à sua semelhança. Assim, o ser humano somente encontra propósito para sua existência quando ele compreende que essa existência tem o propósito último de glorificar a Deus e desfrutar verdadeira comunhão com ele. Por isso, alguns protestantes insistiram que o propósito último do homem é “glorificar a Deus e desfturálo eternamente”. Mais do que meros slogans do passado, esses pressupostos da Reforma são a própria expressão da mensagem do evangelho. Eles representaram o cerne da Reforma Protestante e, portanto, são altamente relevantes para o protestantismo contemporâneo.

EXPE­DIEN­TE Órgão Oficial da

Brasil PRES­BI­TE­RIA­NO Ano 50, nº 648 – Outubro de 2008 Rua Miguel Teles Junior, 394 – Cambuci, São Paulo – SP - CEP: 01540-040

www.ipb.org.br Conselho de Educação Cristã e Publicações: Fernando Hamilton Costa – presidente Mauro Meister - secretário Anízio Borges - tesoureiro

Telefones: (11) 3207-7099/3207-7092 Casa Editora Presbiteriana: Haveraldo Ferreira Vargas - superintendente Cláudio Antônio Batista Marra – editor

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Conselho Editorial: Anízio Alves Borges, Cláudio Marra (supervisão) Hermisten Maia Pereira da Costa

Jader Borges Filho Misael Nascimento Valdeci da Silva Santos

Edição e textos: Raquel Magalhães - ES - 01149/JP E-mail: bp@cep.org.br  Diagramação: Aristides Neto Impressão: Folhagráfica


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Documentos da História da IPB

V. Jornal “Imprensa Evangélica” Alderi Souza de Matos

N

o final de 1864, o Rev. Ashbel Green Simonton, tendo o auxílio do colega Alexander Latimer Blackford e do novo correligionário José Manoel da Conceição, lançou o jornal Imprensa Evangélica, o primeiro periódico protestante do Brasil. Os originais do primeiro número foram levados à Tipografia Universal dos Irmãos Laemmert em 25 de outubro, sendo publicados no dia 5 de novembro com uma tiragem de 450 exemplares. Um editorial intitulado “Prospecto”, certamente escrito por Simonton, dizia o seguinte: Temos perlustrado todas as classes da sociedade com o desígnio de lhe prestarmos de um modo proporcionado às suas mais legítimas exigências na esfera religiosa. Em toda parte achamos disposição para conversações santas, desejo ardente de reformar o coração, esforços de uma alma aflita por se reconciliar com Deus. – Não importa isto um protesto solene de que não vivemos só para este mundo, senão também para um outro mundo, que infalivelmente nos espera, logo que a morte nos transforma? O homem, porém, parece ter no peito, à hora da devoção, um coração inteiramente diferente daquele que revela sua vida comum. – Aqui seus atos não cor-

respondem à religião que professa; e, se ali se mostra escrupuloso em praticar ações que lhe acarretarão a justiça de Deus, não se mostra menos naquelas que não revelam algum amor a Deus: nem sempre a santidade de suas obras confirma seus bons propósitos, raras vezes imitando a Jesus Cristo aqueles que mais publicamente o confessam. No meio do caos de idéias religiosas que divide atualmente os homens, inútil fora descobrir-lhes as fontes donde borbulha o mal, se para curá-lo lhes não aplicássemos meios. A propagação do evangelho pela vivificação da devoção doméstica, pelo órgão de uma folha particularmente a isso consagrada, eis da nossa parte a aplicação dos meios. Se de nossos esforços não conseguirmos vingar o mínimo do nosso desígnio, ainda assim nos lisonjearemos jubilosos por havermos cumprido com o nosso dever. Tal é a única missão da Imprensa Evangélica. Sairá um número de oito páginas, que, além dos artigos de fundo, conterá um noticiário universal de interesse puramente evangélico. Com o progresso de nossa igreja, iremos dando a nossa folha o desenvolvimento que lhe convém, por publicações variadas, que, sem se afastarem de seu principal objeto, lhe procurarão o atrativo da novidade nas

formas. Este trabalho, não tendo em vistas senão os interesses exclusivamente religiosos da sociedade em geral, como em particular do indivíduo, estranho a toda e qualquer ingerência em política, a todos é consagrado; porém com muita particularidade o dedicamos àqueles para quem a religião de Jesus Cristo ainda não se tornou coisa indiferente, e, no meio da perversão universal de seus princípios divinos, não trairão ainda o dom mais precioso de Deus – a liberdade de consciência perante o evangelho. As outras matérias do número de lançamento possuíam os seguintes títulos: “Considerações sobre a religião”, “Testemunho de homens distintos sobre a excelência da Bíblia”, “Instrução e culto doméstico – o Pai Nosso”, “Lúcia ou a literatura da Bíblia” (por Alfred Monod), “A experiência de um velho cristão”, “A caridade”, “A Epístola de São Paulo aos Romanos analisada” e “Noticiário”. Alguns dias antes, em 26 de outubro, Simonton havia anotado em seu diário: Ontem de manhã, Santos Neves e Quintana vieram até nossa casa receber os originais do primeiro número da Imprensa Evangélica, o jornal semanal que resolvemos publicar. Sinto mais a responsabilidade deste passo que de qualquer outra coisa que antes intentei. Primeiro nos ajoelhamos em oração

e entregamos essa iniciativa e nós mesmos à direção divina. O caminho parece estar preparado e só nos resta avançar com ousadia. O missionário se referia a dois colaboradores: o poeta e compositor Antônio José dos Santos Neves e Domingos Manoel de Oliveira Quintana, um participante da Igreja do Rio. Em 7 de fevereiro de 1865, no relatório anual que enviou ao periódico The Foreign Missionary, Simonton afirmou: “A fim de ampliar a nossa influência e alcançar aqueles que não freqüentam a pregação da Palavra, foi iniciado em novembro um jornal religioso bimensal, denominado Imprensa Evangélica. O seu êxito está além das expectativas. Se for adequadamente sustentado e se tornar semanal, irá revelar-se um poderoso auxiliar”. O valioso periódico circulou durante 28 anos, até 1892. O reconhecimento da utilidade da palavra impressa como instrumento de evangelização e divulgação, levou os presbiterianos brasileiros a publicarem muitos outros jornais. Os mais conhecidos no final do século 19 e início do século 20 foram Púlpito Evangélico, Salvação de Graça, Revista das Missões Nacionais, O Estandarte, Norte Evangélico e O Puritano. O Rev. Alderi Souza de Matos é pastor presbiteriano e historiador oficial da IPB. E-mail: asdm@mackenzie.com.br


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Reflexão

Reforma: a Teologia Acadêmica e a Igreja Hermisten Maia Pereira da Costa

A

proveitei um desses feriados para tentar arrumar a minha mesa e passar os olhos em alguns dos livros recentemente adquiridos. Um dos livros examinados foi o de John Piper, Não Jogue sua Vida Fora. No início do livro o autor narra (2003) o seu primeiro contato com as obras de C.S. Lewis (18981963) e faz um comentário que me pareceu muito pertinente:

O nome acadêmico não pode servir apenas como abrigo para uma casta de pensadores que só pensam em si mesmos enquanto são alimentados pela Igreja

“Alguém me apresentou a Lewis no meu ano de calouro [1964] com o livro Cristianismo Simples. Durante os cinco ou seis anos seguintes quase nunca eu estava sem um livro de Lewis à mão... Ele me fez ter cautela quanto ao esnobismo cronológico. Isto é, ele me mostrou que o novo não é nenhuma virtude e o velho nenhum vício. A verdade e beleza e bondade não são avaliadas por quando existiram. Nada

é inferior por ser velho e nada é valioso por ser moderno. Isso me libertou da tirania da novidade e abriu para mim a sabedoria das eras. Até hoje eu recebo a maioria de meu alimento-da-alma de séculos passados. Agradeço a Deus pela demonstração convincente do óbvio que Lewis me deu”. Esse testemunho de Piper é bastante oportuno considerando a identificação comum entre o novo e o bom; o antigo e o ruim. É claro que podemos cair numa tentação oposta fazendo a seguinte associação: novo = ruim e antigo = bom. A rigor, a essência de algo não está em sua pura e simples cronologia. Tal pensamento seria uma ditadura do tempo que nos faria cometer uma série de injustiças por não nos valermos daquilo que realmente é relevante, independentemente de sua idade. O nome e a idade não conferem por si só valor ou desqualificam um conceito ou teoria. 1. Pretenso academicismo Uma tendência, já não tão moderna, é o suposto academicismo teológico. Tendemos a pensar que os nomes que atribuímos à realidade mudam objetivamente a sua essência e não simplesmente a percepção do real. Isso me faz lembrar

a observação de Tucídides (c. 465-395 a.C.) em sua monumental obra, História da Guerra do Peloponeso, de que “a significação normal das palavras em relação aos atos muda segundo os caprichos dos homens”. De fato as palavras mudam o significado e, a bem de verdade, muito é construído a partir do novo significado, contudo, isto não modifica a coisa em si, a sua essência. Não podemos gerar a verdade, apenas a constatamos. A verdade jamais se perde absolutamente, nem jamais o erro se perpetua indefinidamente. Nessa luta pela legitimação do ideal por intermédio da sofisticação gramatical, têm-se valido de nomes novos para vícios antigos com objetivo de transvestir a realidade com as roupas que quero, contudo, que não estou disposto a pagar. Assim, fala-se de “teologia acadêmica” em oposição a uma, quem sabe, “teologia piedosa” ou, talvez, “teologia de seminário”. À primeira vista, a impressão que se tem é que a teologia acadêmica é detentora de grande profundidade e a teologia piedosa serve apenas para contentar mentes menos brilhantes e corações menos angustiados que se acalmam com amenidades do coração.

detectemos um equivoco grosseiro: a teologia deve ter sempre um compromisso com a Igreja, leia-se, com os fiéis, no sentido de instruí-los, alimentá-los, corrigi-los e aconselhá-los. A verdadeira teologia só

A verdade jamais se perde absolutamente, nem jamais o erro se perpetua indefinidamente

é de fato relevante, se for bíblica. É por isso que todo teólogo deve ser um exegeta já que é da Palavra que brota a sua fé (Rm 10.17; Tg 1.18; 1Pe 1.23) e de onde ele tira todo o seu ensinamento. Somente assim ele poderá atender à instrução de Paulo dada ao jovem ministro

Timóteo: “Procura (spoudázõ, “esforçar-se com zelo”, “apressar-se”) apresentar-te a Deus, aprovado (dókimos, “aprovado após exame”), como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem (orthotoméõ, “cortar em linha reta”) a Palavra da verdade” (2Tm 2.15). Daí a conclusão do velho Calvino (1509-1564) “.... o homem que mais progride na piedade é também o melhor discípulo de Cristo, e o único homem que deve ser tido na conta de genuíno teólogo é aquele que pode edificar a consciência humana no temor de Deus”. 3. O perigo de uma teologia divorciada da igreja Hoje, lamentavelmente, podemos falar de uma teologia acadêmica irrelevan-

2. A genuína academia e a edificação da igreja De início é preciso que

“Até hoje eu recebo a maioria de meu alimento-da-alma de séculos passados” (Jonh Piper)


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te. Irrelevante porque, na realidade, não é acadêmica. O nome acadêmico não pode servir apenas como abrigo para uma casta de pensadores que só pensam em si mesmos enquanto são alimentados pela Igreja. A academia, portanto, deveria ser entendida como serva da Igreja, lugar de estudos sérios e profundos, feitos por homens e mulheres comprometidos com a Revelação de Deus, desejosos de compreender melhor a Palavra para poder vivenciá-la e ensiná-la com maior precisão, riqueza, submissão e unção.

distanciando-se do povo de Deus e, para agravar a situação, perfeitamente compreensível, não conseguem produzir nada de útil à Igreja. A sua produção, rara é verdade, trata de questões que se restringem aos seus coleguinhas acadêmicos que vão citá-la em suas aulas, palestras e em alguma obra que consiga escrever, crendo assim, no poder transmetafísico da linguagem que é capaz de transformar a realidade; seria uma espécie de mantra acadêmico filantrópico. Desse modo, imagi- A Palavra é a fonte de onde parte todo o ensino cristão nam de forma indagatória Tais teólogos ufanam-se de sua Revelação Especial com alguma credibilidade de serem acadêmicos. De nas Escrituras. A dissociafenomênica: quem sabe se todos nós juntos começar- fato, são acadêmicos: não ção entre teologia e vida é mos a falar da grandeza de crêem na autoridade das algo estranho à fé cristã e, Quando se um pensamento ele não se Escrituras, não pastoreiam, conseqüentemente, à Igreja afasta da Palavra torne grande? Certamente não freqüentam igreja, de Cristo. a Igreja nega a sua se tornará grande entre os não produzem. São acadêprópria condição acadêmicos de sua esco- micos: são mantidos pela essencial: cultuar la que se pastoreiam a si academia/Igreja, se esgueiA atitude a Deus e pregar a rando entre um evento e aparentemente inomesmos. Palavra conforme A atitude aparentemen- outro numa troca de favo- fensiva de deixar os ensinamentos te inofensiva de deixar a res sem-fim onde as insti- a igreja local é a do próprio Deus igreja local é a causa da tuições servem apenas para causa da degrindegringolada espiritual e alimentá-los! Triste persgolada espiritual e intelectual. A igreja local pectiva. intelectual A teologia, portanto, não “humaniza” o teólogo. É termina em conhecimento no contato com o povo de 4. A Teologia inserida teórico e abstrato, antes se Deus, com os seus sonhos, na realidade do povo de Num cristianismo brasiplenifica no conhecimento necessidades, angústias e Deus A teologia como estudo leiro repleto de superstiprático e existencial de Deus o compartilhar da fé, que por meio da sua Revelação somos trazidos à realidade da Palavra, não pode ser ções, assim como foi o caso nas Escrituras Sagradas, concreta da cotidianidade algo simplesmente teórico, da Reforma Protestante, a mediante a iluminação do de nossos irmãos e, muitas menos ainda especulati- teologia deve ter o senEspírito. Conhecer a Deus vezes, redirecionamos as vo e abstrato, antes tem tido de resgatar a pureza é obedecer a seus man- nossas pesquisas, reavalia- uma relação direta com a dos ensinamentos bíblicos damentos (1Jo 2.4). A mos as nossas prioridades vida daqueles que a estu- a fim de purificar a mensateologia não pode ser um e crescemos em nossa fé. dam; ela é, portanto, uma gem que tem sido transmiestudo descompromissa- A teologia, por sua vez, ciência teórica e prática. tida ao longo dos séculos. do feito por um transeunte que termina em si mesma, A profundidade do conhe- Notemos, portanto, que a acadêmico. Ela é função tenderá a nos afastar da cimento dos ensinamen- teologia tem um comproda Igreja Cristã, dentro da pureza e simplicidade do tos da Palavra deve estar misso com a edificação qual estamos inseridos. evangelho, tornando-nos em ordem direta com a da Igreja (Ef 4.11-16). A No entanto, temos teó- arrogantes e presunçosos. nossa vida cristã. A teolo- Igreja é enriquecida espilogos que já iniciam a sua A igreja, de fato, é a “esco- gia oferece-nos subsídios ritualmente com os ensina“vida acadêmica” aban- la de Deus” para todos, para que possamos conhe- mentos da Palavra, os quais cer mais a Deus, por meio cabe à teologia organizar. donando a igreja local, inclusive para o teólogo.

A Palavra é a fonte de onde parte todo o ensino cristão. Todavia, quando nos distanciamos da Palavra terminamos por substituí-la por elementos que julgamos poder entreter ou instruir intelectualmente o povo. A teologia contemporânea, que em determinados grupos, cada vez mais se confunde com uma ciência social, tende a simplesmente a apresentar uma mensagem puramente intelectualizada. A Igreja deve perseverar no estudo da Palavra. Ela é-nos suficiente para todas as nossas necessidades. Quando se afasta da Palavra a Igreja nega a sua própria condição essencial: cultuar a Deus e pregar a Palavra conforme os ensinamentos do próprio Deus. A nossa oração deve ser como a do salmista: “Desvenda os meus olhos, para que eu contemple as maravilhas da tua lei” (Sl 119.8). O Rev. Hermisten Maia Pereira da Costa integra a Equipe de Pastores da IP em São Bernardo do Campo (SP). Professor de Teologia Sistemática no Seminário Presbiteriano Ver. José Manoel da Conceição, São Paulo.


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Educação

A escolha das atividades de aprendizagem Wilson do Amaral Filho

U

ma das críticas mais veementes de Paulo Freire à educação se concentra nas relações entre os educadores e seus educandos. Para ele, essas relações são unilaterais, na expressiva maioria das vezes. Os educadores narram ou dissertam sobre seu assunto e os educandos são meros espectadores, ouvintes. A esse processo Paulo Freire deu o nome de educação “bancária”, porque nela os professores aparecem como único sujeito da sala e seus alunos aparecem como depositários de conhecimento; estão ali para serem cheios com o conteúdo apresentado, qualquer que seja. Essa crítica atinge inclusive a Igreja e a Escola Dominical, notadamente o ensino de jovens e adultos. Aliás, não será difícil recordar de alguém que leciona e dirige sua classe exatamente assim. E por que o faz? Há várias respostas possíveis, mas o foco deste artigo não é discuti-las e sim tratar do planejamento da aula, visando os alunos, o ambiente da classe e a escolha das atividades de aprendizagem. Em seu livro Planejamento do ensino e treinamento (Juerp, 1991), LeRoy Ford demonstra que as atividades de aprendizagem necessárias ao desenvolvimento dos alunos incluem, entre outros aspectos, “conhecimento, compreensão, atividade ou habilidade” (p. 72). A obra de Ford provoca a pergunta: que atividades de aprendizagem o professor quer praticar e desenvolver, em seus alunos, ao planejar sua aula? As atividades que têm por objetivo desenvolver o conhecimento exploram a memória ou retenção. Aquelas que obje-

tivam desenvolver a compreensão exploram o raciocínio aplicado ao conhecimento. As que objetivam a atitude ou habilidade recorrem ao conhecimento e a compreensão, de modo a conjugar o saber e o fazer. Pode-se acrescentar que a educação cristã é revestida de um caráter espiritual e, portanto, seu propósito é encaminhar os cristãos ao pleno conhecimento, compreensão e atividade que glorifiquem a Deus. Quando Paulo escreveu a Timóteo sua segunda carta, recordou-o que, desde muito pequeno, o jovem pastor havia sido educado nas Escrituras (2 Tm 3.15) por sua mãe e por sua avó. Na verdade, seguindo a educação judaica, o menino já memorizava as sagradas letras desde os cinco anos de idade. Quando Paulo o

A educação cristã é revestida de um caráter espiritual e, portanto, seu propósito é encaminhar os cristãos ao pleno conhecimento, compreensão e atividade que glorifiquem a Deus

conheceu na região de Derbe e Listra, Timóteo era um jovem já reconhecido como cristão em sua cidade e nas cidades da redondeza (At 16.1,2), o que demonstrava sua compreensão do Evangelho e sua atividade como cristão. Paulo enxergava nele o conhecimento, a compreensão e a habilidade corroborados pelo dom ministerial

concedido por Deus (2 Tm 1.6). A Igreja tem o grande privilégio de descobrir os seus Timóteos, mas, para isso, necessita de mestres cuja visão dos alunos seja ampla e planejada. As atividades de aprendizagem para os pequenos devem apelar à memória. Há um fato interessante e constatado entre adultos criados na Escola Dominical. Aqueles As atividades de aprendizagem necessárias ao desenque memorizaram os livros da volvimento dos alunos incluem, entre outros aspectos, Bíblia por meio de repetições, conhecimento, compreensão, atividade ou habilidade cânticos ou concursos bíblicos na infância, utilizam desse será a única metodologia a ser desafiem à prática, como o conhecimento até mesmo na empregada. Há muitas outras, evangelismo pessoal, a capavelhice. pelas quais os mestres têm a cidade de elaboração de um Entretanto, a Igreja não foi oportunidade de obter maior estudo de João 3.16, e assim constituída para que seus mem- produtividade. por diante, até o estado chamabros tenham apenas conheciComo seria, por exemplo, do adulto. mento. À medida que o ser uma aula sobre João 3.16? Se Enfim, ainda que alguns imahumano amadurece, o planeja- oferecida aos pequeninos, as ginem que as pessoas aprenmento das aulas deve objetivar atividades de aprendizagem dem o Evangelho independeno desenvolvimento da compre- poderiam incluir qualquer temente do que acontece na ensão e da habilidade dos alu- estratégia que os conduza à sala de aula, pode-se concluir nos, além da informação ofe- memorização das belíssimas que as atividades de aprendirecida. Não se pode esquecer palavras do evangelista: repe- zagem não salvam ninguém, que nos termos do Evangelho, tições, varal de palavras, alfa- mas oferecem condições para o cristão está em íntima cone- betização, flanelógrafo, etc., um ensino mais apropriado e xão com o Espírito de Deus e porque ainda não são capa- estão diretamente ligadas a um Ele é o verdadeiro mestre (Jo zes de abstrair. À medida que ensino de qualidade. Pode-se 14.26), ou seja, ainda que os crescem, as crianças preci- concluir, ainda, que os mestres mestres da Escola Dominical sam de atividades de apren- da Igreja são as pessoas prinprocurem desenvolver a com- dizagem que as encaminhem cipais no processo de utilizapreensão e a habilidade dos para a compreensão da verda- ção dessas atividades, uma vez alunos, é o Espírito quem os de declarada por João 3.16 e que os alunos são entregues a convence e nutre esse desen- suas implicações para a vida. eles e não o contrário. Podevolvimento com a convicção Assim, poderia se estudar com se dizer, finalmente, que todo mediante a fé. os alunos a história de Jesus e qualquer esforço no sentiEssa excepcional ação divina e sua postura em relação a do de oferecer aos alunos a não elimina a responsabilidade João 3.16; a história daqueles oportunidade de progredir em docente da Igreja. Os mes- que foram abençoados e salvos santidade e testemunho, rumo tres cristãos precisam planejar pelo amor de Deus; o testemu- à imagem de Cristo, deve ser o como atuarão diante de seus nho de conversão dos próprios mais ambicioso projeto de vida alunos e quais as atividades alunos e outras atividades que daqueles que foram chamados de aprendizagem que utiliza- os envolvam ao ponto de emi- por Deus para ensinar. rão para alcançar os objetivos tirem suas próprias comprepropostos. Haverá lugar para a ensões. Simultaneamente, as O Rev. Wilson do Amaral Filho é pastor presbiteriano, Professor de TS aula magistral, em que apenas atividades de aprendizagem na Escola Superior de Teologia do o professor atua, mas esta não devem conter elementos que Mackenzie.


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Exemplo Artigo

O ministério pastoral urbano de João Calvino Valdeci da Silva Santos

O

nome do reformador João Calvino (15091564) tem sido geralmente associado à sua produção teológica. Suas contribuições, nessa área, renderamlhe o título de “o teólogo da Reforma” e mesmo durante um século e meio após a sua morte, Calvino continuou sendo uma das figuras mais influentes no Ocidente. A teologia de Calvino tem atraído muitos devido a sua fundamentação bíblica e relevância para a igreja cristã. Por estar embasada nas Escrituras, sua teologia nunca foi especulativa, mas verdadeiramente prática. Como resultado, a reflexão teológica de Calvino moldou seu pensamento social e deu origem às suas contribuições na política, economia e educação. Todavia, há que se considerar que Calvino foi, acima de tudo, um pastor de almas e suas contribuições teológicas foram fruto de sua preocupação pastoral. Esse fato pode ser claramente observado na apresentação que ele fez de suas Institutas ao rei da França, na qual ele afirma que sua intenção “era somente ensinar alguns princípios elementares com os quais as pessoas que têm algum amor a Deus recebessem instrução para a verdadeira vida piedosa”. O ministério pastoral de Calvino foi essencialmente urbano e se restringiu a duas cidades: Genebra e Estrasburgo. Ainda que os ensinamentos dos reformadores também almejassem alcançar o homem do campo, esse processo sempre ocorria por intermédio dos cidadãos urbanos. Dessa forma, o ministério de Calvino não diferiu dos

demais reformadores. Calvino chegou à cidade de Genebra em julho de 1536 com 27 anos de idade, tendo já publicado suas Institutas e obtido certo reconhecimento. O fato é que, após sua “conversão repentina” na França, ele teve que sair apressadamente do país com intenções de fixar residência em Estrasburgo e se dedicar à produção literária em prol do avanço da Reforma. Como o caminho direto para Estrasburgo estava interrompido devido a uma guerra, ele tomou um desvio que o levou a Genebra. Ali ele foi pressionado por Guilherme Farel a permanecer e ajudar a causa protestante sob a ameaça de que se recusasse, Deus haveria de amaldiçoar todos os seus esforços. A princípio, Calvino não deveria se ocupar do trabalho pastoral, mas apenas atuar como um professor de Bíblia. Logo, porém, o professor assumiu a responsabilidade por um rebanho que não estava totalmente disposto a

Calvino foi, acima de tudo, um pastor de almas e suas contribuições teológicas foram fruto de sua preocupação pastoral

aceitar suas exortações. A tensão culminou com a expulsão de Calvino e Farel da cidade de Genebra em 1538. Após ser banido de Genebra, Calvino foi convidado por Martin Bucer a unir-se a ele em Estrasburgo e ajudá-lo no ensino da fé protestante. Calvino permaneceu naquela cidade

Arquivo

A reflexão teológica de Calvino moldou seu pensamento social e deu origem às suas contribuições na política, economia e educação

por três anos e, além de suas atividades docentes, pastoreou uma comunidade com cerca de 500 refugiados franceses. Naquela cidade ele publicou o seu primeiro comentário bíblico (Romanos) e se casou com Idelette Stordeur. Enquanto Calvino permanecia em Estrasburgo, os líderes de Genebra perceberam o erro que haviam cometido e decidiram convidá-lo a retornar à cidade e dar continuidade à obra de reforma naquele contexto. A dificuldade de Calvino em retornar ao lugar de onde havia sido expulso pode ser observada pelo fato de que foi em meio àquela decisão que ele tomou por lema o que seria o seu moto de vida: “porque não sou o meu próprio mestre, eu ofereço o meu coração ao Senhor, pronto e sincero”. O fato é que Calvino regressou para Genebra em 1541 e permaneceu ali até sua morte. Além de instrutivo, o ministério pastoral urbano de Calvino

oferece valiosas lições para a reflexão da liderança contemporânea. A primeira dessas lições parece ser a importância de se ter uma visão ministerial que inclui a sociedade e não apenas o grupo a ser diretamente pastoreado. Ronald Wallace está correto em defender que o alvo de Calvino para Genebra era o de estabelecer uma sociedade cristã e não apenas uma igreja. Ele certamente entendia a diferença entre igreja e estado, mas também estava convicto que o papel da igreja neste mundo é o de transformar a sociedade e não apenas sobreviver no meio dela. A segunda lição a ser destacada é intimamente ligada à primeira, ou seja, o fato de que o ministério pastoral de Calvino refletia sua perspectiva do reino de Deus. Nesse sentido, sua convicção quanto a majestade e soberania de Deus sobre cada esfera da vida o motivava a estabelecer

mecanismos de ação cristã em cada uma delas. Em terceiro lugar, o ministério pastoral de Calvino foi caracterizado pelo fato de ser ele um servo da Palavra. Suas decisões e atitudes não eram moldadas meramente pelos seus sentimentos ou por sua razão, mas pela Palavra de Deus. Além do mais, a ênfase educacional do seu ministério era uma aplicação direta de sua crença na suficiência da Palavra para a conversão e edificação dos seus ouvintes. Embora outras lições possam

Suas decisões e atitudes não eram moldadas meramente pelos seus sentimentos ou por sua razão, mas pela Palavra de Deus ser ressaltadas, essas três parecem corresponder diretamente a algumas carências da liderança contemporânea e precisam ser resgatadas. Durante o mês de outubro, a Reforma Protestante será mais uma vez lembrada por vários cristãos. Além do mais, no próximo ano muitos celebrarão os 500 anos de nascimento do reformador Calvino. A maneira mais apropriada de reconhecer a herança protestante oriunda tanto do movimento quanto do reformador de Genebra deve incluir a aplicação das lições de um ministério cujo enfoque central foi a glorificação do nome de Deus. O Rev. Valdeci da Silva Santos (PhD.) é pastor presbiteriano e Coordenador do D.Min./RTS/CPAJ.


Brasil Presbiteriano

Outubro de 2008

Movimento Artigo

Quarta edição do projeto “Abrace Mairiporã” distribuiu bíbilias e serviços à comunidade local

Ação social e evangelização em Mairiporã M

ais de 750 pessoas foram atendidas e abençoadas por meio do projeto “Abrace Mairiporã”, realizado no último final de semana de agosto, pela IP Ebenezer e pela Congregação Presbiteriana de Mairiporã, ambas de São Paulo. Nesta quarta edição do projeto, cerca de 170 voluntários ofereceram seus serviços gratuitamente à população do município de Mairiporã. Cortes de cabelos, avaliação de saúde, dentistas, advogados, atividades para crianças, berçário, pintura e artesanato, orientação profissional, informática, ecologia e horticultura, atendimento pastoral, palestras, orientação aos familiares de dependentes químicos foram alguns dos serviços prestados na ocasião. Os visitantes receberam também um lanche e um kit de escovação. Mas não foi só isso. Além de todo o trabalho de assistência social, por meio do projeto “Abrace Mairiporã” também foram distribuídas Bíblias e literatura evangelística (Cada Dia, No Cenáculo, SAF em revista e outras publicações), Durante todo o evento, os voluntários tiveram a oportunidade de levar o amor de Cristo por meio de atos e palavras. “Com a prestação dos serviços e demonstração de carinho e atenção, o amor de Cristo foi expresso em atos. Por meio de conversas individuais entre

Fotos: divulgação

Por meio da ação da IP Ebenezer, Mairiporã pode sentir um pouco mais do Amor de Deus

voluntários e visitantes, o amor de Cristo foi comunicado em palavras”, comentou Rev. Paulo Fontes, da IP Ebenezer. De acordo com o pastor, muitos visitantes não enten-

diam o porquê de estarem recebendo atenção e serviços gratuitos, ainda mais quando sabiam que, tal ação, nada tinha a ver com a prefeitura ou com alguma campanha política. “Nós

aproveitamos o momento para falar sobre Aquele que nos mandou e ensinou a servir dessa forma”, relatou

Fontes. E que venham a quinta edição do “Abrace Mairiporã”!

Para saber mais sobre o projeto, acesse www.ebenezer.org.br/abrace


Brasil Presbiteriano Educação de qualidade Artigo

Outubro de 2008

Instituição alia ensino formal sob a visão educacional cristã presbiteriana e coopera para o bem da comunidade.

IPES: 20 anos de bênçãos! N

os últimos dias de agosto de 2008 o Instituto Presbiteriano de Educação Simonton (IPES) comemorou 20 anos de existência. Localizado na graciosa cidade de Tangará da Serra, a 240 km de Cuiabá, MT, e inserido na vida da cidade, que conta com população em torno de 70 mil habitantes, o IPES começou suas atividades nas dependências da IP de Tangará da Serra, com 15 alunos matriculados na Educação Infantil, vindo a solidificar-se nesses 20 anos de vida, ao ponto de oferecer, atualmente, do Ensino Infantil ao Pré-Vestibular a centenas de alunos. A decisão do Conselho da Igreja Presbiteriana de Tangará da Serra de ceder suas salas para funcionamento do Instituto foi vital para o sucesso que hoje se vê. O IPES, bem instalado em sua sede própria numa das novas e importantes avenidas da cidade, conta com mais de 1600 m2 de área construída, além de quadra de esportes coberta, piscina infanto-juvenil e praça de alimentação, em terreno de mais de 4 mil m2 doado pela Prefeitura local, e tem como seu público, crianças, adolescentes e jovens a caminho da universidade. O dinamismo dessa escola presbiteriana atraiu a atenção da Associação União Escolar da cidade

de Sapezal, MT, distante 220 km de Tangará da Serra. Depois de uma fase de colaboração com aquela escola, a Assembléia Geral do IPES recebeu-a em 2002 como sua filial, aumentando assim o número de alunos e patrimônio físico. Pela graça de Deus esta é uma história de sucesso e de como o ensino formal sob a visão educacional cristã presbiteriana pode cooperar para o bem da comunidade. Diretoria do Conselho Nas comemorações do 20º aniversário do IPES, promoveu-se um culto a Deus, reunindo professores, alunos, funcionários, parentes e membros das igrejas presbiterianas locais, sob a liderança de seu diretor, Rev. Marcos Rodrigues Isidoro dos Anjos, e tendo como pregador o Rev. Dídimo de Freitas, presidente da ANEP – Associação Nacional de Escolas Presbiterianas. Aproveitando a ocasião e o fato de o IPES ser associado fundador da Associação Nacional de Escolas Presbiterianas, a diretoria do Conselho de Administração da ANEP se reuniu durante o sábado, 30/08, nas dependências do IPES e, como conclusão de seus trabalhos, participou do culto público. A nova diretoria da ANEP para o biênio 2008-2010, composta pelos ministros: Rev. Dídimo, presidente; Rev. Marcos Isidoro, vice-

presidente; Rev. Geomário Moreira Carneiro, secretário; e Rev. Wilson do Amaral Filho, tesoureiro, discutiu várias propostas e planos de trabalho. Na pauta considerou-se: 1) o aprimoramento das relações da ANEP com as escolas cadastradas e associadas; 2) como a ANEP pode

atuar de maneira relevante junto às suas associadas; 3) o incremento do número de escolas associadas; 4) a manutenção e criação das Associações Regionais de Escolas Presbiterianas. Enfim, constatou-se que há muito por fazer e os desafios são muito grandes. Entretanto, histórias como

a do Instituto Presbiteriano de Educação Simonton, associado da ANEP, devem estimular os presbiterianos a fundar escolas, com o desejo de abençoar a comunidade com um ensino formal de qualidade, orientado especialmente por uma cosmovisão cristã e reformada da educação.

Atenção Concílios e Candidatos ao Sagrado Ministério Vestibular Unificado Bacharel em Teologia 2009 Faça sua inscrição em um dos seminários da IPB: • Seminário Presbiteriano do Sul – Fone (19) 3241-9399 – www.sps.br • Seminário Presbiteriano do Norte – Fone (81) 3227-0986 – www.spn.br • Seminário Teológico Presbiteriano “Rev. Denoel Nicodemus Eller” – Fone (31) 3429-5900 – www.seminariordne.com.br • Seminário Teológico Presbiteriano “Rev. José Manoel da Conceição” – Fone/Fax: (11) 5543-3534 / (11) 5531-8452 / (11) 5542-5676 – www.seminariojmc.br • Seminário Teológico Presbiteriano “Rev. Ashbel Green Simonton” – Fone (21) 2201-6734 - www.seminariosimonton.com • Seminário Presbiteriano Brasil Central – Fone (62) 3261-1696 – www.spbc.org.br • Seminário Presbiteriano Brasil Central / Extensão Ji-Paraná – Fone (69) 3424-7411 – www.spbc-ro.com.br • Seminário Presbiteriano de Brasília – Fone (61) 3242-1434 – www.seminariopbrasilia.com.br • Seminário Teológico do Nordeste – Fone (86) 3232-1370 – www.stne.com.br Período de Inscrições: de 01 a 31 de outubro de 2008 Mais informações no site www.ipb.org.br JET – JUNTA DE EDUCAÇÃO TEOLÓGICA


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Brasil Presbiteriano

Outubro de 2008

Tempo de plantar

Outubro de 2008

A UCP como importante ferramenta de integração e evangelização

No caminho certo E

stá na Bíblia: “Ensina a criança o caminho em que deve andar e ainda quando for velho não se desviará dele” (Pv 22.6). Crendo nessa promessa, a IPB tem carinho especial pelo trabalho infantil, por meio da União de Crianças Presbiterianas, a UCP. E, no mês em que tradicionalmente é comemorado o “dia das crianças”, os pequenos presbiterianos têm muito o que comemorar. Afinal de contas, na última reunião da Comissão Executiva do Supremo Concílio, em março deste ano, foi relatado que a sociedade doméstica que mais avançou, também em números, foi a UCP. De 49 mil sócios em um ano, foram para 77 mil no ano seguinte. Os números revelam crescimento e provam que, quando bem feito, o trabalho por

Fotos: Maressa Moura

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meio da UCP só tende a ser abençoador. “São vidas que vieram, participaram das reuniões, receberam alimento na Palavra e informações para a vida, o que significa dizer uma vida toda pela frente ainda, já que estamos falando de crianças”, comenta o secretário nacional da UCP, Rev. Jader Borges. O trabalho da UCP dentro das igrejas vai além da instrução na Palavra. “Por meio do trabalho feito na UCP as crianças aprendem, desde cedo, como conduzir uma reunião e são preparadas para continuarem seu crescimento espiritual nas demais sociedades internas da igreja. Sempre motivados a serem alegres, cheios de esperança e dedicados nas causas que abraçam com amor e união, afinal, muitos deles serão os futuros oficiais da Igreja e professores de ED e líderes”, defende o pastor. No intuito de capacitar e incentivar o trabalho das UCPs nas igrejas espalhadas em todo Brasil, o Rev. Jader, entre outros líderes, visita vários estados brasileiros durante o ano. “Nesses encontros sempre apresento o treinamento “A UCP como importante ferramenta de integração e evangelismo”, por acreditar que a UCP pode desempenhar um importante papel na Igreja”, garante ele. Entre os papéis mais importantes da UCP, ele destaca três: Integração, Diversificação e Diversão.

Integração – Na UCP não existe tanto a questão de divisão de classes para estudo ou de turmas por idade.. Todo o programa acontece, praticamente, com todos juntos, assim, os “menorzinhos” e os “maiorzinhos” vão interagindo. Como a maioria sabe, os “menorzinhos” admiram os maiores que eles e tentam até imitá-los. São seus heróis mais próximos e se sentem bem quando podem afirmar que são amigos dos “maiorzinhos”. Por sua vez, a tendência dos “maiorzinhos” é um tanto de repulsa pelos menores, nem tanto pela pessoa deles, mas pela terrível idéia na mente dos que se sentem “maiores” de serem confundidos com aquela faixa etária que já superaram. “No Nordeste é comum referir-se aos menorzinhos como “pirralhos” e isso incomoda, pois um garoto de nove anos não quer mais ser “pirralho” ou ser chamado e tratado como

tal. Pode ferir a honra”, explica o Rev. Jader. O trabalho de integração também funciona bem com visitantes descrentes e meninos e meninas recém-chegados na igreja e que estão com certa dificuldade de adaptação. Por meio das brincadeiras e esportes, possíveis de acontecer na UCP, a integração e interação acontecem sem maiores dificuldades. Diversificação de temas – Na Escola Dominical a criança aprende sobre a Bíblia, suas histórias e suas doutrinas. Na UCP, no entanto, podem ser trabalhados, com base na Palavra de Deus, temas e assuntos diversos. Pode-se falar sobre ecologia, por exemplo. Ou até biografias de missionários. Por que eles saíram pelo mundo? Por que fizeram o que fizeram? Assim, além de conhecerem histórias belas e até recentes, poderão imitar tais vidas e

aprender mais sobre os princípios e valores que regeram as mesmas. Diversão – Uma das partes importantes da UCP é seu tempo para esportes e brincadeiras. Isso não tem como acontecer tão facilmente na ED, pois ali a família chega, todos vão para as suas classes e, terminadas as aulas, todos retornam para as suas casas. Na UCP o tempo é bem maior, o espaço é todo para a criançada e o ambiente deve ser bem infantil. “Na ED, no domingo, elas dividem espaço com todos da Igreja, o que também é bom, mas na UCP elas têm o espaço só delas o que também é muito proveitoso”, destaca Jader. Sabendo que na UCP, depois do estudo tem brincadeiras, as roupas usadas até diferenciam-se das do domingo, pois pode haver até espaço para um banho de mangueira ou de piscina, nem que seja dessas de

plástico e de fundo de quintal, e a diversão vai se garantida. Entrosamento, facilitações para novas amizades, tudo isso pode ocorrer com o tempo de diversão da UCP.

“Ensina a cria a , e i n , r d a a d q n u a ” a e n v e d l e o d e f d e o r u á r v q a e i v l h s e o d , não se nça no caminho em (Pv 22.6)

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Brasil Presbiteriano

Outubro de 2008

Homens em ação

Entre as atividades alusivas à data, destaque para a caminhada evangelística realizada na região

UPH de Bongi, Recife, completa nove anos Fotos: divulgação

A

UPH da IP de Bongi, no Recife, acaba de completar nove anos de existência. Para celebrar momento tão importante, o 2º Secretário da Confederação Nacional de Homens Presbiterianos o Pb. José Roberto Albrecht, e o Vice-presidente da Região Nordeste, Pb. Murilo Costa, foram convidados para serem os preletores do culto em ações de graça realizado Pb. Albrecht (CNHP) dando sua saudação a UPH de Presbíteros Albrecht e Murilo Costa durante a caminpelo grupo. Bongi hada de evangelização realizada pela UPH As festividades foram realizadas em julho e, além do UPH de Bongi uma gran- próxima à igreja. Estavam as palavras do Pb. Murilo do, quando evangelizar aos culto, fez parte da progra- de caminhada de evange- presentes também a SAF Costa, o momento repre- domingos a tarde era um mação de aniversário da lização, em uma favela – UMP e UPA. Segundo sentou uma volta ao passa- enorme prazer.

Novo grupo

A Confederação Agreste Sul de Pernambuco foi organizada em agosto

Nasce a “Sinodal Caçula” da UPH no Nordeste N

o último dia 16 de agosto, nas dependências da 3ª IP de Caruaru, em Pernambuco, foi organizada a Confederação Agreste Sul da região. Com a presença de quinze delegados, três Federações e a participação do Secretário Sinodal de UPHs do Sínodo Agreste Sul de Pernambuco, Pb. Adiel Dantas de Oliveira, nasceu o importante grupo. O clima, durante o dia da organização da “sinodal caçula”, foi dos melhores. O Pb. Murilo Costa vice-pre-

sidente da região Nordeste e representante legal da Confederação Nacional de Homens Presbiterianos, aproveitou o momento para falar dos projetos da CNHP para o crescimento do trabalho masculino e convidar a todos para participar da reunião anual da CE/CNHP, realizada em Fortaleza, nos dias 17 a 19 de Outubro. Após os trâmites legais, de acordo com o Manual Unificado, a nova diretoria da região nordeste ficou assim constituída:

Presidente: Pb. Daniel Alves Martins Vice-Presidente: Manoel Leonardo de Lima Secretário Executivo: Pb. José Lúcio Passos da Silva 1º Secretário: Cícero João da Silva 2º Secretário: Carlos Alberto Lima da Silva Tesoureiro: Valdecir Nascimento Araújo.

FALE COM A GENTE Tem uma notícia bacana referente aos trabalhos desenvolvidos por sua igreja, presbitério, sínodo e/ou ministério local? Mande para nós para que possamos publicá-la no jornal!

Por email, escreva para bp@cep.org.br Todas as contribuições são bem-vindas!


Brasil Presbiteriano Crescimento

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Outubro de 2008

O evento reuniu lideranças de projetos locais

Plantadores de igreja se reúnem no RJ A

Igreja Presbiteriana da Gávea realizou, no primeiro fim de semana de agosto, o 1º Encontro de Plantadores de Igrejas. O evento, realizado no Hotel Atlântico Sul, no Rio de Janeiro foi uma iniciativa do Conselho da Igreja que, pela primeira vez, reuniu toda a liderança dos projetos de plantação de igrejas em parceira com a Gávea. O objetivo do Encontro foi equipar pastores e líderes cristãos com ferramentas úteis para a plantação de Igrejas. Com várias palestras e painéis de debates o encontro foi muito produtivo. Os preletores foram: Rev. Leonardo Sahium (Pastor da IP da Gávea, no RJ); Rev. Marcos Severo (RN) e o Rev. Fabrini Viguier do Centro Treinamento de Plantadores de Igrejas (CTPI). Participaram da mesa de debates, além dos preletores, o Pb. Celso (IP Gávea) e o Rev. Anderson José da Silva (IP Angra dos Reis, RJ). Os momentos de cânticos foram dirigidos pelo missionário Alexandre Mendes (RJ). A boa estrutura física do hotel proporcionou aos participantes um ambiente perfeito para a reflexão com conforto e descontração. Cada participante pagou uma taxa simbólica de R$30 reais, pois todos os custos de alimentação, hospedagem e material do Encontro foram uma oferta da Igreja Presbiteriana da Gávea. O entusiasmo do grupo se

refletiu na confirmação da presença dos mesmos para o próximo ano, quando será realizado o 2º Encontro de Plantadores de Igrejas também no mês de agosto. O grande envolvimento com a Plantação de Igrejas é hoje reconhecido por todos os membros da igreja que freqüentemente recebem os relatórios dos novos trabalhos nos cultos dominicais. As viagens para verificar o andamento dos trabalhos de plantação em outras cidades já se tornaram constantes na agenda do Rev. Leonardo que está sempre acompanhado pelos Presbíteros Antônio Carlos Ferreira, Wilson de Souza e pelo Pb. Celso Duarte de Carvalho que é o responsável pelo ministério de Plantação de Igrejas. Aniversário – Em 2007, a Igreja Presbiteriana da Gávea comemorou seus 40 anos de organização. Desde 1991 ela caminha com outras igrejas presbiterianas em um projeto de parceria na plantação de novos campos. Em 1991, foi organizada a primeira filha deste projeto de parceria, a Igreja Presbiteriana de Vila Isabel, no Rio de Janeiro. Depois vieram outras: Igreja Presbiteriana da Barra da Tijuca (1992), III Igreja Presbiteriana de Angra dos Reis (2004), Igreja Presbiteriana da Freguesia (2004), Igreja Presbiteriana do Jardim Colorado (2004), Igreja Presbiteriana de Itapecerica (2005), Igreja Presbiteriana

Divulgação

de Bracuhy (2006) e a Igreja Presbiteriana de Ipanema/ Leblon (2008). Atualmente essas parcerias com a Igreja Presbiteriana da Gávea iniciam outras quatorze igrejas, sendo treze no Estado do Rio de Janeiro e uma no interior do Rio Grande do Norte. É um exemplo e a confirmação de que missão urbana se faz com oração, comunhão, investimento e organização. Foto Oficial do Encontro com todos os participantes.

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Brasil Presbiteriano

Outubro de 2008

Trabalho feminino Artigo

O novo sínodo está localizado em Macapá, cidade do Pará

Carajás: 65ª Sinodal de SAFs M

acapá, cidade do Pará, agora tem sua Confederação Sinodal de Safs. Batizada de Carajás, a nova confederação, foi organizada em setembro. Com ela, a IPB passa a ter 65 Confederações Sinodais em 65 Sínodos. Além do trabalho feminino, também foram organizadas, na ocasião, as Confederações Sinodais de UPHs e UMPs. De acordo com Anita Eloísa Chagas, presidente da Confederação Nacional de SAFs, o Presidente do Sínodo Carajás, Rev. Roberto Alves de Alencar, não mediu esforços para receber, atender, e coordenar todo o trabalho. Pelo trabalho feminino estavam presentes, além de Anita, a Vice Presidente Região Norte, Terezinha Moraes Santana; e a Secretária Geral do Trabalho Feminino, Eunice Souza da Silva, dando total apoio e sendo mensageira no culto do dia 06 a convite do Presidente do Sínodo. Estavam presentes muitos irmãos da SAF, da UPH e da UMP, cujas Confederações Sinodais foram organiza-

das, bem como um significativo número de pastores como segue: Rev. Roberto Alves de Alencar – Presidente do Sínodo Carajás; Rev. Marthon Mendes – Secretário Sinodal de SAFs; Rev. Alan Rennê Alexandrino Lima – Pastor da Igreja Hospedeira; Rev. Antônio Mendes Pinto Neto – Secretário Sinodal de UPAs; Rev. Francisco Cristino de Souza – Secretário Sinodal de UPHs; Rev. Marcos Paulo Melucio Oliveira – I.P. Paruapebas; Rev. Maurício Ferreira do Nascimento – Secretário Sinodal de Apoio Pastoral; Rev. Osvaldino da Silva Moura – Vice Presidente do Presbitério PRCA; Rev. Ruy de Araújo Santos – Presidente do Presbitério PLTA; Rev. Wellington Dias Silva. Estavam presentes pela UPH, o Presidente da Confederação Nacional, Pb. Paulo Roberto da Silveira Daflon; o Vice Presidente Região Norte, Pb. Ely Pascoal e o Secretário Geral, Pb. Haroldo Peyneau. “Foram momentos de confraternização e crescimento espiritual”, garantiu Anita.

Diretoria eleita para a Confederação Sinodal de Carajás Presidente: Márcia Heringer Barbosa Vice-Presidente: Zenaide Kozarewicz Alves Secretária Executiva: Ana Maria de Oliveira Menezes 1ª Secretária: Lindalva Gonçalves Costa Santos 2ª Secretária: Jane Vilma Soares de Brito Tesoureira: Cheila Carvalho de Resende Secretário Sinodal: Rev. Marthon Mendes

Divulgação

Sinodal de Carajás


Brasil Presbiteriano Espaço virtual

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Igrejas investem em sites como ferramentas de auxílio na evangelização

Navegar é preciso! N

avegar pela Internet já faz parte da rotina de uma boa parte da população. Quer seja por necessidades profissionais, acadêmicas ou por pura curiosidade, o número de pessoas que acessa o espaço cibernético só cresce a cada dia. E, pensando nisso, a IP de Porto Velho, resolveu adotar a ferramenta como forma de evangelização e criou, em sua igreja, o Ministério Internet. De acordo com o Rev. Ewerton B. Tokashiki, o projeto do site surgiu da necessidade que igreja sentiu de divulgar mais o trabalho local. Na prática, porém, os resultados foram bem mais amplos. Além de arquivar artigos e livros digitais, fotos, a história da IP de Porto Velho, dados sobre da liderança da igreja local em cada sociedade e ministérios, bem como esclarecer o que é e como funciona, o site ainda disponibiliza outros recursos da IPB como seminários, igrejas, editora, e outras instituições por meio dos links. “O acesso de diferentes pessoas, bem como de diferentes lugares do mundo têm nos motivado a continuar a aperfeiçoar o nosso trabalho. Inclusive já estamos nos dedicando na reformulação do site, que terá uma página e estrutura totalmente nova e mais dinâmica ainda”, garante o pastor. Atualmente, a equipe do

Divulgação

ministério do site envolve, além de Tokashiki, Rogério, Daniel, Wilson e William. “Eu e o Rogério somos responsáveis pelo conteúdo, escrevemos, selecionamos e autorizamos todo material, quer artigos, fotos, e até mesmo a censura dos recados deixados no mural do site. A preocupação com a fidelidade doutrinária e com a nossa identidade reformada é nítida em todo o site”, esclarece o pastor. De acordo com o Rev. Tokashiki, o retorno tem sido gratificante. “Temos a empolgação dos membros em ler os artigos, bem como de indicarem para parentes, colegas de trabalho e amigos, da nossa cidade ou de

outras em países estrangeiros”, comemora ele. Tokashiki conta que muitas pessoas têm descoberto mais a respeito da IP de Porto Velho por meio do site, especialmente as que desejam residir naquela cidade. “Isso, para nós, é de extrema importância, pois a construção de duas usinas hidrelétricas nas proximidades, tem trazido muita gente para a nossa região”, comenta ele. Além disso, o pastor informa que toda semana recebe pedidos de oração, de esclarecimentos doutrinários e aconselhamentos por meio do e-mail disponível no site. “Hoje o site é indispensável para a vida da nossa comu-

Atualmente, a equipe do ministério do site envolve o Rev. Tokashiki, Rogério, Daniel, Wilson e William

nidade. Tanto por causa da sua utilidade como pelo envolvimento que o ministério do site requer dos seus integrantes em participação ativa na igreja local. Creio firmemente que todas as

nossas igrejas locais deveriam se empenhar em manter um site e usar os recursos que ele oferece para a divulgação da fé reformada e da nossa denominação”, defende Tokashiki.


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Brasil Presbiteriano

Outubro de 2008

Consultório Bíblico

Uma Palavra a quem Sofre Odayr Olivetti

Que posso dizer a uma mulher gravemente acometida pelo câncer? Divulgação

Fiel durante a vida, até a morte; fiel até mesmo na morte. E a promessa gloriosa vem

A

Palavra de Deus é rica em exemplos, ensinamentos e exortações a respeito do sofrimento humano. Ofereço um singelo resumo da visão cristã-bíblica do difícil tema: Fato fundamental: Somente Deus consola perfeitamente, mas consola! (2Co 1.3-5). Se há uma coisa certa é o sofrimento humano em decorrência da queda original do homem, cujas conseqüências todos nós herdamos. Se nossos primeiros pais tivessem permanecido na obediência, herdaríamos o bem e a felicidade plena. O pecado colocou o universo sob a santa ira de Deus: Gn 3.17. Mas, em Sua misericórdia, Deus trata o mundo com amor; as calamidades Ele as emprega para alertar aos pecadores que O busquem, mas, se não fosse o amor de Deus, a humanidade já teria sido destruída. Os cristãos sofrem, como todo o mundo sofre. Por um lado o não crente sofre mais porque não tem o consolo da presença amorosa de Deus em sua vida. Por outro, o cristão sofre mais porque tem consciência sensível para o peca-

do e sofre não só quando está machucado ou doente ou perdeu algo ou perdeu alguém, mas também porque sente terrivelmente ofender a Deus com os seus pecados, e sente profundamente ao ver que Deus é ofendido, e escarnecido pelos incrédulos. Além disso, em amorosa empatia, o cristão chora com os que choram. Jesus nunca prometeu uma vida sem sofrimento aos Seus seguidores. Ao contrário, declarou que no mundo passamos por aflições; mas garantiu a vitória final, porque Ele venceu o pecado, o mundo, o Diabo e a morte, e quem está em Cristo (profundamente unido a Ele pela fé) tem a vitória com Ele: Jo 16.33. Já nos tempos do Antigo Testamento os crentes fiéis sofriam, vacilavam, mas venciam pela fé. Exemplos: Sl 73 e Hb 11. O apóstolo Paulo escreveu a carta mais vitoriosa e alegre (Filipenses) estando na prisão e diante da possibilidade do martírio, o que finalmente aconteceu. Num contexto de grande sofrimento, o mesmo apóstolo declara, incluindo os demais crentes, que somos mais que vencedores por

Aquele (Cristo) que nos amou e se entregou por nós (Rm 8.32 em diante) e termina o capítulo dizendo que nem a morte, nem a vida, nem os demônios – coisa alguma – nos podem separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus, o nosso Senhor. Quanto mais maduro na fé o cristão é, mais capacidade tem de até gloriar-se nas tribulações (Rm 5.1-11, mormente os versículos 3 e 11), e sua morte é declarada bemaventurada porque acontece em união com o Senhor; e suas obras o acompanharão – não como meio de salvação, mas como peso de galardão e de glória: Ap 14.13. Jesus Cristo, que se encarnou, viveu, sofreu, morreu e foi sepultado e ressuscitou para nossa redenção, nos ordena e nos promete: “Seja fiel até a morte, e eu lhe darei a coroa da vida”: Ap 2.10. Fiel durante a vida, até a morte; fiel até mesmo na morte. E a promessa gloriosa vem: “Eu lhe darei a coroa da vida”. Amém. O Rev. Odayr Olivetti é pastor presbiteriano, ex-professor de Teologia Sistemática do Seminário Presbiteriano de Campinas, escritor e tradutor. E-mail: odayrolivetti@uol.com.br


Brasil Presbiteriano Voz do coração

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Em Sapucaí, por meio do projeto Mãos que Exaltam, surdos "ouvem" a Palavra de Deus

Deficientes auditivos são alvo de IP de Minas A

Igreja Presbiteriana de Santa Rita do Sapucaí, MG, começa a colher os frutos do ministério “Mãos que Exaltam”. O projeto, que tem como objetivo levar a Palavra de Deus para deficientes auditivos, teve início há três anos e, em agosto, vivenciou um marco histórico: o batismo do irmão José Izaías Alfredo. O primeiro membro comungante surdo dessa comunidade de fé. O ministério “Mãos que Exaltam” consiste na tradução de todos os cultos e reuniões para a Linguagem Brasileira de Sinais. Fabiana de Almeida Muniz Henrique, esposa do Rev. Luiz Henrique Filho e uma das coordenadoras do ministério, conta que a cerimônia de batismo de Izaías foi emocionante. “Além de Izaías, havia ainda na igreja outros dez surdos, que se emocionaram com o momento vivido pelo colega”, afirma Fabiana.

primeiro fruto do “Mãos que Exaltam”. “Estamos felizes porque o Izaías é extremamente interessado pela comunidade surda de nossa cidade. Ele sempre anda com uma lista com os nomes de seus amigos surdos pelos quais ora insistentemente. Temos certeza de que esse é um primeiro fruto de muitos outros que teremos no decorrer dos anos”, acredita ela. Leia, abaixo, mais um pouco sobre o projeto, na entrevista da Fabiana concedida ao BP.

Divulgação

Brasil Presbiteriano: Quando foi que começaram o ministério e por quê? Fabiana de Almeida Muniz Henrique: Nosso ministério começou em Agosto de 2006, Por meio da linguagem de sinais, feita com as mãos, a motivados pelo silêncio impe- mensagem é pregada netrável no qual vivia nossa irmã Giovana, deficiente Fabiana: No início com a igreja ajudasse, inclusive, auditiva desde nascença, mas algumas reservas por se tratar a financiar o primeiro curso que demonstrava uma enor- de algo novo, mas aos poucos, de capacitação em LIBRAS me vontade de aprender mais até por conhecerem a mim e (Língua Brasileira de Sinais), sobre Jesus. Foi ela quem ao meu esposo, o Rev. Luis já que algumas pessoas que nos motivou a sonhar com o Henrique Filho, e saberem desejavam fazê-lo não tinham ministério. de nossa seriedade, passaram condições financeiras. De acordo com Fabiana a a acreditar e a investir no igreja vive um momento de BP: Como a igreja recebeu ministério. Por conta da creBP: O que mudou na igremuita alegria, por conta do o trabalho? dibilidade, conseguimos que ja depois da implantação do Anuncio_SESQ_RODAPE.qxp:selo_tarja_Slogan_A4.qxp 9/2/08 2:47 PM Page 1

Mãos que Exaltam? Fabiana: Muita coisa. Hoje o ministério é reconhecido e desfruta da confiança, da admiração e do respeito das pessoas, inclusive, há um bom número de irmãos freqüentando o curso que eu, juntamente com a irmã Ana Paula, ministramos. BP: Quantas pessoas formam o ministério hoje? Fabiana: Hoje somos cinco ouvintes e três surdos. BP: Foram capacitadas por quem? Fabiana: Em julho de 2006, dois surdos, Eduardo Lemes e Bruno Ramos da Silva, vieram de São Caetano do Sul/SP para nos dar o curso e implantar o ministério. BP: Há previsão de capacitar outras pessoas? Fabiana: Sim, com certeza. Já iniciamos esse trabalho que visa ampliar o conhecimento da Libras aqui em nossa igreja e também na região, pois há muitos surdos que precisam conhecer o evangelho da salvação.

Igreja Presbiteriana

150 anos evangelizando o Brasil No Brasil há muitas igrejas cristãs. Mas poucas têm um século e meio de história. A IPB tem. São cento e cinquenta anos educando, promovendo ações sociais, transformando vidas com a palavra de Deus. Igreja Presbiteriana. 150 anos evangelizando o Brasil. www.ipb.org.br/sesq


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Brasil Presbiteriano

Outubro de 2008

Notas

Reunião com os presidentes de Sínodos Mineiros

de plantação de igrejas para que alcancem todos os municípios mineiros.

Aconteceu a nossa tradicional Festa Rural!

No último dia 02 de agosto os presidentes de sínodos de Minas se reuniram para um encontro nas dependências da secretaria executiva em Belo Horizonte. Estiveram presentes o Rev. Roberto Brasileiro (Presidente do SC/IPB), o Rev. Ludgero Bonilha (SE/SC/IPB), Rev. Roney Prates (Sínodo Minas – Espírito Santo), Rev. Manoel Eller (Sínodo Oeste BH), Rev. Elenildo Menezes (Sínodo Oeste de Minas), Rev. Amaury Costa (Sínodo Pampulha) Rev. Eneziel Pereira (Sínodo Rio Doce), Rev. Emerson Miranda (Sínodo Triangulo Mineiro), Rev. Cleômines Figueiredo (Sínodo Belo Horizonte),.Presb. Alexandre Almeida (Sínodo Leste de Minas) Presb. Jasom Caldeira (Sínodo Vale do Aço). Na reunião, trataram, entre outras coisa, da necessidade de formularem um plano comum

Aniversário

No sábado, 30 de agosto de 2008, a Comunidade da Igreja Presbiteriana da Tijuca desfrutou de um dia inteiro de lazer e confraternização. Foi a nossa tradiconal FESTA RURAL. Tivemos várias atrações: pula-pula, touro mecânico, piscina de bolas, etc. Sem contar a variadade de comidas típicas e doces que acrescentaram mais algumas calorias ao nosso organismo. Mas Deus perdoou. Foi só naquele dia! Divulgação

ADEUS VOVÓ MARIA! Arquivo de família

O mais interessante é que nem as condições meteorológicas desfavoráveis impediram a garra e determinação desta Comunidade que há 41 anos está plantada em um dos mais tradicionais bairros do Rio de Janeiro. Era um dia frio e chuvoso. A festa, que todos os anos é realizada na quadra de esportes da Igreja, foi deslocada para o Salão Social. Uma cobertura de lona aqui e outra ali... Pronto! Estava resolvido o problema! Uma multidão de pessoas compareceu à Festa e mostrou a todos nós que o SENHOR está no controle de todas as coisas. Agradecemos à todos os irmãos que estiveram presentes e deram a sua contribuição para o sucesso da Festa. Faz-nos lembrar o antigo lema do Rev. Zaqueu Ribeiro: "A Igreja Presbiteriana da Tijuca sempre faz o melhor!"

Seminário discute sexualidade Será realizado, em Vitória, Espírito Santo, um seminário sobre sexualidade. O evento, organizado pelo ministério Luz na Noite, da IP de Jardim Camburi, acontecerá nos dias 1 e 2 de novembro e contará com a participação do ministério Exodus. Entre os temas, em pauta, durante o seminário estão “A Sexualidade e o Cristão”, “Raízes da Homossexualidade”, “Como lidar com a Homossexualidade na Igreja?”, “Abuso Sexual.”, entre outros. Mais informações pelo telefone (27) 3337-1505 ou pelo email dfcadvog@intervip.com.br.

Desde o dia primeiro de maio último, Maria Soares Pereira está com o Senhor Jesus. Quem a conheceu de perto, sabe de seu heroísmo e de sua fidelidade. Nascida no Município de Angelim, no agreste pernambucano, casouse com Pedro Soares de Assumpção, com quem gerou dezoito filhos, dos quais quinze atingiram a idade adulta e doze ainda estão vivos. Converteu-se ao Evangelho juntamente com seu esposo e passou a freqüentar a Igreja Presbiteriana em Angelim e depois em Garanhuns. Ficou viúva aos 49 anos e conseguiu criar os filhos na admoestação do Senhor. Mais tarde, veio a residir em São Paulo Capital, onde passou a freqüentar a Igreja Presbiteriana da Vila Maria. Posteriormente, transferiu sua residência para Campinas, São Paulo, e passou a freqüentar a Igreja Presbiteriana do Parque Taquaral. Dizimista e fiel testemunha de Cristo, Maria Soares costumava cultivar flores para ornamentar o templo. Ela era um exemplo de mulher cristã, amada por todos, notadamente dos pastores a quem costumava receber em sua casa com alegria. Após um longo período enfermidade, veio a falecer com 104 anos bem vividos. Damos graças a Deus por sua vida tão preciosa.

A Congregação PENIEL de jatobá – PE da IP de Itaparica do mesmo município, completou seu 3º aniversário e em clima de festividades foi celebrado um culto em ações de graças. O obreiro Diácono Márcio Brito dirigiu os trabalhos, onde o Presbítero Sérgio Mendes foi o mensageiro do Senhor, entre as muitas participações especiais, o Pastor efetivo da IPITA Rev. Antonio de Lisboa, batizou mais um membro, a irmã Maria Felix e logo após ministrou a Santa ceia do Senhor. A Congregação PENIEL de Jatobá – PE Louva ao SENHOR por mais um ano anunciando sua Palavra, assim como nossa parceria IP PENIEL de Campinas na pessoa do Rev. Darci.

MÍRIAM MIRANDA – um coração missionário deixou de bater Arquivo de família

No dia 30 de julho um coração missionário deixou de bater. Nossa irmã Miriam Miranda foi chamada aos braços do Pai! Uma verdadeira missionária sem estar no campo. Atuava na Secretaria de Missões da Igreja Presbiteriana de Inhaúma, realizando excelente trabalho na Junta de Missões da IPB e na Missão Evangélica Caiuá. Participou de diversas caravanas missionárias. Demonstrava vivo interesse pelas missões, sempre atenta às necessidades dos campos, missionários e suas famílias. Deixa uma lacuna na Igreja e no coração de muitos missionários... Casada com o Presb. Silas Miranda viveram quase 57 anos de vida conjugal abençoada e abençoadora. Seu trabalho ultrapassava as fronteiras da Igreja Presbiteriana, sendo suas atividades missionárias conhecidas por outros pastores, razão pela qual, do ofício fúnebre participaram pastores das Igrejas Batista, Congregacional, Maranata, além de Pastores da Igreja Presbiteriana do Brasil. Louvado seja Deus, pela preciosa vida de D. Miriam!


Brasil Presbiteriano História

Outubro de 2008

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Cultos pelos 150 anos da IPB acontecem, este mês, na região centro-oeste

Primórdios do presbiterianismo no MT e no MS Alderi Souza de Matos

Fotos: arquivo

Q

uando a obra presbiteriana foi iniciada no centro-oeste do Brasil, os atuais estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul formavam uma só unidade da federação, com uma imensa área de 1.260.000 km_. Em 1912, a Assembléia Geral da IPB pediu à Missão Brasil Central que enviasse um missionário aquele estado, onde não havia um único obreiro presbiteriano. No ano seguinte, o Rev. Franklin Floyd Graham fez uma histórica viagem a cavalo, partindo no mês de março de Caetité, no sul da Bahia, acompanhado do estudante e futuro pastor Manuel Antônio dos Santos. Depois de atravessarem o norte de Minas, Goiás e Mato Grosso, chegaram a Cuiabá em 14 de outubro de 1913. Encontraram o Sr. João Pedro Dias, dono da Companhia Telefônica, que vinha orando para que alguém lhes fosse pregar o evangelho. O Rev. Graham prosseguiu em sua viagem até a Bolívia, encontrando em toda parte boa aceitação. Elogiou o progresso, o interesse pela educação e a liberdade religiosa existentes em Mato Grosso, concluindo que a missão devia ocupar aquele estado. Permaneceu em Cuiabá, por ordem da Missão, até novembro de 1914. O primeiro obreiro designado para o novo campo missionário foi o Rev. Filipe Landes. Landes informa que os primeiros missionários evangélicos que trabalharam em Mato Grosso foram John W. Price, Frederick Glass, Camilo Roiz e Morris Bernard, que não chegaram a fundar nenhum trabalho permanente. Em fevereiro de 1899, chegou a Cuiabá com

Rev. Franklin Graham e família

a família e outros parentes o cearense João Pedro Dias, que havia residido em Pernambuco. Passou a realizar cultos em sua própria casa. Sendo viúvo, casou-se em segundas núpcias

O Rev. Graham prosseguiu em sua viagem até a Bolívia, encontrando em toda parte boa aceitação. Elogiou o progresso, o interesse pela educação e a liberdade religiosa existentes em Mato Grosso, concluindo que a missão devia ocupar aquele estado. com uma jovem senhora que se converteu, Maria José, conhecida como Dona Josefa. O Sr. Dias foi a coluna mestra do trabalho evangélico em Cuiabá. A chegada do Rev. Graham marcou o início da obra presbiteriana em Mato Grosso. Durante um ano, ele realizou cultos à rua Barão de Melgaço, 86. Em

Rev. Filipe Landes

4 de novembro de 1914, celebrou pela primeira vez a Ceia do Senhor. Naquela ocasião, recebeu oito adultos por profissão de fé e batizou cinco crianças. Quatro dos novos professos eram da família Dias. Filipe Landes, o obreiro designado pela Missão Brasil Central, chegou a Cuiabá em meados de 1915, recém-casado. Aproveitando-se de um movimento anticlerical, pregou publicamente na praça principal da cidade, daí resultando algumas conversões. Foi convidado a ocupar a cadeira de inglês no Ginásio Estadual, o que lhe deu oportunidade de entrar em contato com homens destacados. Por um ano, travou polêmica com o jornal católico romano “A Cruz”. Por causa disso, o nome do Rev. Landes se tornou conhecido em todo o estado. Um dos principais temas da polêmica foi a infalibilidade papal. Encerrado o debate, o missionário continuou a escrever nos jornais por cerca de cinco meses, aproveitando a oportunidade para pregar o evangelho. Algum tempo depois, resolveu-se que o campo de Mato Grosso ficasse sob a responsabilidade da Missão Sul do Brasil, visto que o transporte, quer por estrada

Rev. George Landes

de ferro partindo de São Paulo, quer fluvial pelo rio Paraguai, era mais fácil para os obreiros do sul. Com isso, o Rev. Landes se transferiu para essa Missão. O pioneiro trabalhou em muitos pontos do vasto estado. Por algum tempo, teve a colaboração do velho pai, Rev. George A. Landes, que havia atuado no Paraná. Este ficava em Cuiabá enquanto o filho viajava pelo interior. Em julho de 1919 chegou o casal Adam J. Martin. A Igreja Presbiteriana de Cuiabá foi organizada em 12 de outubro de 1920. Um dos presbíteros, João Alberto Dias, era filho de João Pedro Dias. Este, embora continuasse a cooperar, recusou a candidatura a presbítero, por resistir a algumas práticas presbiterianas, como o batismo infantil. O lançamento da pedra fundamental do templo ocorreu em 7 de setembro de 1921. Após algum tempo nos Estados Unidos, os Landes voltaram ao Mato Grosso em 1925, sendo seguidos pelo casal Charles Roy e Evelyn Harper. Houve tentativas de ter pastor nacional (Rodolfo Anders, Juvenal Batista), mas só em 1934 a igreja recebeu um obreiro estável, Rev. Augusto Araújo, que já trabalhara para a

missão antes de ir para o seminário e era genro de João Pedro Dias. Foi o pai dos Revs. João Dias de Araújo e Joás Dias de Araújo. Mais tarde, seu nome seria dado ao instituto bíblico de Cuiabá. Em 1916, Maud Landes, irmã do Rev. Filipe Landes, fundou em Cuiabá uma escola primária, que em 1919 foi transferida para Buriti, na Chapada dos Guimarães. O plano era reproduzir a experiência do Instituto Cristão de Castro, no Paraná. Landes e Martin compraram para a missão uma enorme fazenda de 61 km_ por 4 mil dólares. Houve dificuldade em encontrar elemento humano para a plena execução do plano de Buriti, que ficou a cargo do casal Homer e Esther Moser e de Annie Hastings, bem como de algumas professoras brasileiras. Os Moser ali permaneceram até 1941. A escola ficou praticamente fechada até que voltaram em 1953 em companhia da Sra. Jean Porter Graham, viúva do Rev. Graham. >>

Filipe Landes, o obreiro designado pela Missão Brasil Central, chegou a Cuiabá em meados de 1915. Aproveitando-se de um movimento anticlerical, pregou publicamente na praça principal da cidade, daí resultando algumas conversões.


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Brasil Presbiteriano

Outubro de 2008 Divulgação

O cristão e a ecologia

Chegou o tempo das primícias Rosani Franco de Faria Novaes

Q Igreja Presbiteriana de Cuiabá >>

Muitos outros pontos do estado foram atingidos. Landes começou a pregar em Rosário Oeste em 1917, tendo as primeiras profissões de fé ocorrido em 1924. Os Harper ali se estabeleceram em 1928, mas por pouco tempo, pois nesse ano foi fundado o Instituto José Manoel da Conceição, onde passaram a trabalhar. O sustentáculo do trabalho por 15 anos foi o presbítero João Cruz, até a chegada do Rev. Floyd Grady, em 1948. Em Campo Grande, desde 1930 havia crentes, alguns deles vindos de Cuiabá. Landes fundou o trabalho presbiteriano em julho de 1934, tendo como valoroso colaborador local o dentista José Verlangieri. A igreja foi organizada em 24 de abril de 1935 e dois anos depois passou a ter um pastor residente, Rev. Eudes Ferrer. Em 1940, o Rev. Lauro Queiroz transferiu à Missão Sul a congregação da Igreja Presbiteriana Independente em Aquidauana. Outros pastores de Campo Grande e região foram Adam Martin, Waldyr Carvalho Luz, Augusto Araújo, Ashmum Salley e Alfredo Marien. Eudes Ferrer mais tarde foi residir em Aquidauana. A congregação de Guia Lopes da Laguna surgiu nos anos 40, principalmente por meio dos esforços de Adam Martin. Em Corumbá, antigo campo dos batistas e da União Missionária do Interior da

América do Sul, a obra passou às mãos dos presbiterianos em 1950. Em Poxoréu trabalhou John Rees, obreiro da Missão Neotestamentária. Em 1936, a missão presbiteriana entregoulhe o campo, que foi devolvido em 1950 ao Rev. Floyd Grady, depois de um plebiscito. Lá também atuou o Rev. Donald Reasoner. O trabalho de Rondonópolis surgiu no final dos anos 40, por iniciativa do Rev. Landes. Quando professor do Seminário de Campinas, ele fez extensas viagens evangelísticas em Mato Grosso, durante as férias, no pequeno avião “Arauto”. Em 1957 foi organizado o Presbitério de Cuiabá. Um capítulo fundamental da história do presbiterianismo mato-grossense foi a fundação da Missão Evangélica Caiuá, instalada pelo Rev. Albert Sidney Maxwell, sua esposa Mabel e vários colaboradores nas proximidades de Dourados, em 1929. No dia 2 de março de 1937, o Rev. Filipe Landes recebeu o primeiro grupo de professos na cidade, entre os quais estava o futuro Rev. Marcelino Pires Carvalho. O segundo grupo foi recebido pelo Rev. Eudes Ferrer em julho do mesmo ano. A Igreja Presbiteriana de Dourados foi organizada no dia 27 de maio de 1951. O Rev. Alderi Souza de Matos é pastor presbiteriano e historiador oficial da IPB. E-mail: asdm@mackenzie. com.br

epois de um inverno árido, instável, cheio de notícias ruins, surge o milagre anual da natureza: a Primavera. A primavera no Brasil não pode ser chamada de estação das flores, pois, Deus nos presenteia com as flores o ano todo, mas, sem dúvida, é a estação das primícias, o tempo de valorizar o que dá sentido a vida, ou melhor, a própria VIDA. E as primícias das chuvas chegam... E as flores e frutos se fazem notar. E as primícias dos dias mais longos, dos raios de sol convidando à renovação de nossas mentes e de nossos sonhos. Quero saudar esta primavera como tempo de renovar as esperanças! O inverno terrível que tenta abraçar a humanidade não deixa dúvidas sobre um futuro sombrio e triste que nos esperará se não mudarmos, drasticamente e radicalmente, nossas mentes e nossas ações. E como mudar mentes sem mudar os propósitos de nossa existência? Se pensarmos na primavera apenas como tempo de comprar e vender flores em embalagens descartáveis, estaremos condenando nossos netos a não poderem viver as primaveras do futuro. Não podemos continuar nesta primavera assistindo passivamente: a emissão de milhares de toneladas de gases, o corte e a queima das “migalhas” de florestas que nos restam, o envenenamento de nossas águas e a construção das montanhas de lixo em toda parte

do planeta. Quando penso que na minha efêmera vida posso estar vivendo as últimas primaveras do planeta não posso ter outra atitude a não ser mudar cada vez mais meus próprios hábitos e ajudar as pessoas à minha volta a terem outras atitudes, sem “marketing verde”, propondo mudanças, formando novos líderes, novos educadores.

As primaveras vêm perdendo a cada ano seu verdor por conta da infernal idéia de que nossa vida deva ser consumida para consumir, acumular coisas mortas, bens de cimento, metal, plástico ou papel. Em nome da ganância, do consumismo e do prazer imediato milhões de pessoas não têm mais olhos

para o que é vivo. Em vez de louvar o autor da vida, alguns louvam o que contraria a vida, adoram criaturas. E a vida que deveria ser de gratidão, torna-se de murmuração, de escravidão ao dinheiro, ao poder, ao vício. Mas a primavera 2008 chegou! A primavera traz o convite para que todos se voltem para a vida desde as pequenas gemas florais até os grandes líderes das nações poderosas. É tempo de fazermos mudanças! Algumas atitudes de morte, do inverno da nossa vida, precisam ser abandonadas para que o calor, a beleza da primavera, do tempo das primícias, invadam nossos corações e mentes. A maior primícia nós já temos: Deus providenciou para o inverno eterno uma primavera eterna: seu filho Jesus Cristo. Só quem crê ser Deus o dono e soberano Senhor dos Céus e da terra pode se tornar mordomo da criação, real transformador do caos e o maior restaurador da sustentabilidade tão discursada e tão pouco praticada pelos que pensam serem deuses. Como continuar com os mesmos pensamentos e práticas erradas e ainda acreditar que os resultados serão positivos? Comece você também, a trabalhar pela vida hoje, e o maior prêmio você terá: tornar-se-á uma pessoa feliz, fazendo os outros felizes e naturalmente devolvermos à natureza, o equilíbrio, a harmonia que tanto almejamos. Rosani Franco de Faria Novaes é Mestre em Engenharia Florestal ESALQ/USP, professora de Biologia na rede Estadual de Educação, ambientalista e membro da Igreja Presbiteriana de Americana-SP.


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