bp_setembro2006

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Brasil

PRESBITERIANO

S ete m b r o de 2006

Órgão Oficial da Igreja Presbiteriana do Brasil

Rede Presbiteriana de Comunicação

Ano 49 / Nº 624 - R$ 1,80

AFP/Folha Imagem

Presbiterianos ajudam o povo islâmico em meio a guerra Missionário da APMT relata os problemas e as conseqüências da guerra no Líbano Viagem missionária promove auxílio social no Alagoas Página 18

JMN planta mais uma igreja no Sergipe Página 12

Mulher anda pelos escombros em Beirute Página 14

IPB reinaugura museu em Campinas (SP) Página 16


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Brasil PRESBITERIANO

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Opinião

Seu recado

O culto bíblico e a pureza da igreja José Normando Gonçalves Meira

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egundo a doutrina que afirmamos ser bíblica, a liturgia é elemento determinante da pureza da igreja. Sendo assim, é questionável a afirmação, por parte de ministros (responsáveis pela orientação e supervisão da liturgia da igreja onde é pastor, cf. art. 31 alínea “c” da CI): “Sou doutrinariamente reformado, mas liturgicamente sou aberto”. É possível separar doutrina de liturgia? Liturgia não é também uma questão doutrinária? Qual a abertura, além dos princípios bíblicos e reformados, que podemos considerar admissível? A questão litúrgica é secundária? A Confissão de Fé de Westminster afirma que: “As Igrejas particulares (...) são mais ou menos puras conforme nelas é, com mais ou menos pureza, ensinado e abraçado o evangelho, administradas as ordenanças e celebrado o culto público” (Cap. XXV, 4). Essa afirmação é bem fundamentada nas Escrituras. É possível verificar na história do povo de Deus, na Bíblia, que desvios espirituais refletiam diretamente no culto ao Senhor (Vd. Isaias 1.1-20; Ml 1.1 - 4.5). Por outro lado, reformas e reavivamentos eram marcados por uma purificação imediata do culto. Lembremos dos exemplos de Ezequias (2 Rs 18.1-5; 2 Cr 29.1-11); Josias (2 Rs 23.1-7;2 Cr 34.1-8); Esdras e Neemias (Ed 8.15-20; Ne 9.1-3,5,6; 13.112; 15-21). Qual foi a base dessas reformas? A Lei do Senhor! Além da história bíblica, essa

mesma realidade pode ser constatada na trajetória do povo de Deus em outros tempos. A apostasia da igreja medieval e a “volta às Escrituras” promovida pela Reforma Protestante do Século 16 servem de exemplo. Um lema atribuído aos reformados é: “Igreja reformada, sempre reformando”. Isso não significa que devemos sempre adaptar coisas novas na igreja. Ao contrário, estamos em contínua volta ao texto bíblico, corrigindo as nossas práticas à sua luz. Especialmente os ministros do evangelho, responsáveis pela docência, e conselhos, chamados por Deus para governar a Sua preciosa igreja, devem zelar para que “o culto bíblico” seja celebrado nas igrejas que lhes foram confiadas. Reafirmamos que a forma e o conteúdo do culto são restritos à ordem do Senhor na Sua Palavra (Ex 20.4; Lv 10.1; Dt 12.32;Mt 15.9; Cl 2.20-23). O que é adorar a Deus em Espírito e em Verdade ( cf Jo 4.24)? A Confissão de Fé de Westminster afirma: “(...) o modo aceitável de adorar o verdadeiro Deus é instituído por ele mesmo, e é tão limitado pela sua própria vontade revelada, que ele não pode ser adorado segundo as imaginações e invenções dos homens, ou sugestões de Satanás, nem sob qualquer outro modo não prescrito nas Santas Escrituras (CFW- Cap. XXI,1). O entendimento de alguns segmentos cristãos sobre o culto é que “o que Deus não proibiu é permitido”. Os reformados defendem que “o que Deus não ordenou é proibido”. Nadabe e Abiú provocaram a santa ira de Deus e foram

objetos do Seu terrível juízo não por oferecerem um fogo que o Senhor havia proibido, mas por terem oferecido “fogo estranho que o Senhor não ordenara” (Lv 10.1,2). Quanto às questões culturais, à contextualização, é preciso exercício zeloso para responder a pergunta: O que adotar e o que resistir? Qual o nosso referencial? Queiramos ou não, estamos sujeitos às questões culturais, mas não podemos nos esquecer do estado em que a nossa “cultura” se encontra e de que somos chamados para ser “sal” e “luz” em meio a essa geração “pervertida e corrupta”. Precisamos ter visão crítica diante dos costumes das “outras nações”. Reafirmando a nossa fé na autoridade absoluta das Escrituras, repudiemos toda visão pluralista e antropocêntrica que tem influenciado os cultos da “igreja moderna”, bem como as práticas mágicas, místicas, características da religiosidade popular que têm servido ao pragmatismo daqueles que querem encher os templos a qualquer custo. Oremos e labutemos pela pureza da igreja, mantendo-a na sã doutrina, inclusive no que diz respeito a celebração do culto público que deve ser oferecido a Deus com fervor, alegria, sinceridade e quebrantamento espirituais (Sl 84.12; 122.1;133.1-3; Ne 9.1-6; Sl. 51.17), sempre alicerçado na Palavra.

Felicito à amada Igreja Presbiteriana do Brasil pela realização do Supremo Concílio em Aracruz (ES), momento no qual foi eleita a nova diretoria. Parabenizo-os pela iniciativa em disponibilizar o culto de abertura no portal. O assisti e fui sobejamente abençoado! Que nosso Deus Pai, Filho e Espírito Santo, continue abençoando à Igreja Presbiteriana do Brasil e, de forma especial, trazendo da Sua graça e poder sobre a diretoria eleita para o próximo quadriênio. Rev. Ézio Martins de Lima, pastor da IPI Central de Brasília e membro da Comissão Executiva da Assembléia Geral da IPI do Brasil. Gostaria de expor minha tristeza ao ver a decisão do Supremo Concílio quanto à maçonaria. Sou presbiteriana desde o nascimento, meus pais sempre se dedicaram à igreja como missionários ou no pastorado de igrejas já organizadas. Sempre ouvimos falar de como o evangelho conseguiu entrar em cidades totalmente comandadas pelo catolicismo, onde a ordem dos padres era superior a das autoridades locais e os crentes eram impedidos de pregar, de alugar casa ou salão de cultos e só conseguiam isso com a interferência dos maçons, que pregavam a liberdade de expressão. Casos tão conhecidos como o da conversão do rev. Miguel Rizzo Jr. e família. Agora, alguns extremistas querem afirmar que a maçonaria é religião, o que já foi fartamente contestado. Se houvesse incompatibilidade entre a maçonaria e a fé cristã, não teria sido isso percebi-

Erramos:

José Normando Gonçalves Meira é pastor da IP Cidade Nova em Montes Claros (MG), e presidente do Presbitério Norte de Minas (PNTM) e do Sínodo Norte de Minas (SNM). Email: norcas@net.em.com.br.

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Uma publicação da

Ano 49, nº 624 – Setembro de 2006

www.ipb.org.br

Rua Maria Antônia, 249, 1º andar, CEP 01222-020, São Paulo – SP Telefone: 0(XX)11 3255 7269 E-mail: editorbp@rpc.ipb.org.br

Conselho Deliberativo: Gunnar Bedicks Júnior – presidente Jared Ferreira Toledo da Silva – secretário André Luis da Silva Mello – titular Darly Gomes Silveira Filho – titular Euclides de Oliveira – titular Johnderson Nogueira de Carvalho - titular Ricardo da Mota – titular Clineu Aparecido Francisco – diretor administrativo e financeiro

Rede Presbiteriana de Comunicação

Edição e chefia de reportagem: Letícia Ferreira DRT/PR: 4225/17/65. E-mail: editorbp@rpc.ipb.org.br Textos: Martha de Augustinis - martha@rpc.ipb.org.br e Caroline Santana - caroline@rpc.ipb.org.br Diagramação: Aristides Neto Impressão: Folhagráfica

Secretaria de Atendimento ao Assinante: (19) 3741 3000 / 0800 119 105

A IP de Pato Branco (PR) teve recentemente reconhecida sua isenção do ITCMD (imposto sobre transmissão de propriedade por doação), da casa pastoral. Isso é uma vitória para nós, pois a grande maioria das igrejas só tem reconhecida a isenção do “templo de qualquer culto”. Com o deferimento do nosso pedido, abriu-se precedente para que as igrejas requeiram também imunidade de impostos sobre os seus bens e não somente dos templos. Rev. Ademir Colpani, e-mail: ademircolpani@hotmail.com.

Nosso recado

EXPEDIENTE Órgão Oficial da

do pelos grandes líderes e pregadores presbiterianos de todos os tempos e também atuais? Estariam todos eles enganados ou a serviço das trevas? Os únicos donos da verdade são os que na última reunião do Supremo Concílio resolveram condenar os maçons? Se o evangélico não pode conviver na sociedade com pessoas que professam outra religião, não poderíamos participar de clubes, escolas, comércio, indústria, associações em geral, deveríamos nos fechar em grandes conventos. Creio que essa posição radical será modificada, mas talvez o erro seja corrigido só após perdermos grandes líderes em nossas igrejas pelo país afora. É certo que famílias inteiras de pessoas de valor, que têm a convicção de não estarem fazendo nada condenado pela fé cristã, vão fatalmente partir para igrejas menos intransigentes. Com tudo isso, lamento profundamente o acontecido. Letícia Mello dos Santos, membro da IP de Laranjal Paulista (SP).

Na página 10 da edição de agosto do BP, o nome do rev. Cilas Cunha de Menezes está escrito incorretamente. A foto que se atribui ao novo vice-presidente do SC-IPB é, na realidade, do rev. Carlos Aranha.

Conselho Editorial: A partir deste mês teve início o mandato do novo conselho deliberativo da Rede Presbiteriana de Comunicação. Com isso, termina o mandato do conselho editorial. A rede agradece a participação dos irmãos e a preciosa contribuição prestada aos meios de comunicação da IPB e pede as orações de todos para a escolha dos membros do novo conselho.

Assinaturas Para qualquer assunto relacionado a assinaturas do BP, entre em contato com:

Luz para o Caminho 0(XX)19 3741 3000 0800 119 105 brasilpresbiteriano@lpc.org.br Rua Antônio Zingra nº 151, Jardim IV Centenário CEP 13070-192 - Campinas - SP


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Consultório Bíblico

Símbolos e vestes litúrgicas Odayr Olivetti

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erguntas: Por que a IPB vem desprezando o uso das vestes litúrgicas em nossas celebrações? Por que não temos mais os símbolos do cristianismo em nossa identidade, como a cruz, o peixe e outros que são símbolos bíblicos? Resposta: As perguntas levantadas têm sua razão de ser, mas nalguns aspectos há equívocos. Vestes litúrgicas: A IPB não proíbe. Não incentiva, mas não proíbe. As vestes litúrgicas são do Antigo Testamento e de religiões sacramentalistas e externalistas. Mesmo os sacerdotes do Antigo Testamento usavam vestes que, no geral, eram comuns. Havia características e complementos

que lhes davam o caráter distintivo. Alguns pastores andam imitando o romanismo com “estolas” etc. Esses elementos da veste têm sentido específico para o romanismo, e são, no mínimo, tolices no presbiterianismo. Jesus Cristo usava a roupa comum do seu tempo. Uma das provas: A mulher samaritana percebeu que Jesus era profeta e, depois, que era o messias, pelo que Jesus falou, não pelo que vestia. Agora, Ele se vestia bem. Haja visto a túnica inconsútil, de uma só peça, que usava quando foi levado para a cruz. Há pastores que estão se vestindo como quem vai a um show qualquer. Os âncoras e outros locutores da televisão respeitam

Consultório Constitucional

mais o público do que certos pastores a Deus e Seu povo. Os símbolos também não são desprezíveis. Mas o culto de símbolos e de representações religiosas criou tantas formas de idolatria que é melhor cuidar de ter na mente e no coração as realidades simbolizadas e não os símbolos. A sarça ardente é do A.T. mas seu significado é perpétuo: Deus independe de ritos, lugares especiais e ambientes criados artificialmente para se comunicar com Seu povo. Uma lição que as igrejas em geral não aprendem de jeito nenhum é que Deus iniciou a formação do povo de Israel chamando sem alarde um pagão de Ur, comunicando-se com Jacó no deserto e falando com Moisés não no palácio do Egito onde ele fora

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ergunta: Como reduzir o mandato de oficiais para dois ou três anos? Resposta: A IPB, interpretando o Art. 54 da CI/IPB diz que “a Constituição define claramente o mandato de cinco anos para os oficiais...”, reafirmando, posteriormente, que “o mandato é de 5 anos”. Recomendo ao consulente enviar, por seu conselho, ao presbitério, uma proposta de emenda à Constituição, que

certamente chegará à CE/SCIPB na próxima reunião ordinária (março/2007), cuja proposta tramitará nos termos do Art. 140 da CI/IPB. Quero lembrar que a caminhada - da proposta inicial à promulgação da emenda só será concluída na próxima Reunião Ordinária do SC/IPB, em 2010. Addy Félix de Carvalho é pastor da Ig Presb de Petrópolis, RG e autor do livro Interpretação e Comentários sobre a Constituição da Igreja. E-mail: addy1@uol.com.br

presbíteros e pastores. Do povo, o segundo patamar de responsabilidade é o conselho local. Este elege representantes ao presbitério e tem que vigiar que os seus representantes sejam crentes fiéis e cumpram com zelo e fidelidade o seu poder de legado. Em termos de concílios ou de decisões eclesiásticas os presbitérios são os principais responsáveis pela decadência horrível que está assinalando grande parte das nossas igrejas. Em termos gerais, a Constituição da Igreja Presbiteriana tem os seus Princípios de Liturgia que dão os elementos fundamentais para o culto. Odayr Olivetti é pastor presbiteriano, ex-professor de Teologia Sistemática do Seminário Presbiteriano de Campinas, escritor e tradutor. E-mail: odayrolivetti@uol.com.br

Artigo

Como no tempo de Adão

Mandato de oficiais Addy Félix de Carvalho

criado, mas no deserto e do meio de um arbusto. O Espírito de Deus age muitas vezes sem alarde - poderoso, silencioso e misterioso como o vento (Jo 3.8). Elias, frustrado com a frieza que o povo de Israel mostrou depois da grande vitória do profeta contra os profetas de Baal, quis morrer. Deus lhe deu uma lição: não se manifestou a ele num vendaval nem num terremoto, mas com um cicio sereno. (1 Rs 18- 19). É preciso lembrar que a igreja de Deus não é uma pirâmide invertida: não é a cúpula que resolve os problemas vitais das igrejas; é o povo. A base do povo de Deus é o povo de Deus. Os membros elegem seus representantes e têm que vigiar que estes trabalhem fielmente:

Vivaldo S. Melo

N

o evento-matriz de todas as transgressões humanas, um jogo de empurra marca os envolvidos. Esse modelo se perpetuou e poucos foram os homens que, de fato, assumiram suas culpas. O caso clássico é o de Davi. Desejando a mulher de Urias, arquitetou um plano

que culminou na morte do súdito. Sua confissão de culpa só aconteceu depois que ficou evidente a ira de Deus. O momento do país tem produzido situações ilustrativas da relutância humana em assumir seus erros. Embora no âmbito relacional a verdade quase sempre atue como um anátema, não custa sonharmos com

as revoluções que seu uso faria. Todos erram. A diferença está em assumir (modelo de Davi) ou não (modelo do Éden). Se essa consciência fosse corporativa e gerasse o conceito de que assumir culpas é um gesto nobre, certamente viveríamos em paz, porque a verdade se estabeleceria como a maior virtude dos homens.


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Editorial

Em quem devo votar? Ricardo da Mota Leite

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eleição ou reeleição para cargos públicos domina as pautas nos diferentes meios de comunicação. Como sempre, as igrejas evangélicas começarão a ser visitadas pelos candidatos. Eles, politicamente corretos, se mostram simpáticos e versáteis diante das diferentes instituições religiosas. Todavia, o discurso deverá ser o mesmo, “servir...”. A verdade é que, considerando os recentes escândalos envolvendo alguns pastorespolíticos ou políticos-pastores, espera-se ações mais tímidas e, possivelmente, um refrear dos desejos de “conquista” que alguns nutrem

com avidez. “Conquistar” é a palavra comum no mundo evangélico utilitarista que graça ou “des-graça” a identidade cristã atual. Isto porque não fica claro o que se quer conquistar e, pior ainda, porquê se quer conquistar. Todavia, a oportunidade está aí, nas diferentes esferas federais e estaduais. É um gesto de cidadania irmos às urnas e expressarmos nossa escolha. Preciso escolher em quem votar. Para não fazer isso de última hora, estou pensando sobre a motivação que leva alguém a desejar um cargo público. Devo pensar seriamente nisso, afinal, segundo a propaganda governamental, estarei escolhendo pes-

soas que serão, não apenas por mim, contratadas como funcionárias. Se a motivação fosse o amor em “fazer tudo que for necessário para ajudar os outros a verem e experimentarem a glória de Deus em Cristo, para todo o sempre” (John Piper em Penetrado pela Palavra, Editora Fiel), teríamos muito mais interesse para com o pleito que se aproxima. Se assim fosse, olharíamos com mais simpatia os “vocacionados” para os cargos políticos. Simpatia que Mordecai provocou no seu povo. Segundo o relato bíblico (Ester 2.21) ele, “casualmente”, ouviu uma conversa dos eunucos Bigtã e Teres que, indignados, tramavam matar

o rei Assuero. O fato foi revelado à rainha Ester. Por conta disso, os dois eunucos foram enforcados. A ação de Mordecai ficou registrada em ata no palácio real. Mordecai não negociava seus princípios religiosos. Alguns dias depois, todos se prostravam perante Hamã, engrandecido recentemente pelo rei Assuero. O judeu Mordecai não se prostrava. Obviamente passou a sofrer retaliação por parte de Hamã. É sempre assim, se o poder se sente ameaçado ou preterido, passa a perseguir. Deus, o Soberano, cujo amor não impede necessariamente o sofrimento, revelaria Sua glória ao perseguido Mordecai. Hamã foi desmascarado não

muito tempo depois e rotulado como um homem mau, corrupto e perverso. Deus glorificou o Seu nome por meio da vida e testemunho do judeu e político Mordecai. O rei reconheceu o seu valor e tudo ficou registrado na história dos reis da Média e da Pérsia. Como eleitor, eu gostaria de votar em um político que me fizesse lembrar de Mordecai. A Bíblia diz que ele “procurava o bem-estar do seu povo e trabalhava pela prosperidade de todo o povo de sua raça” (Ester 10.3). Você poderia me ajudar a escolher em quem votar nas próximas eleições? Ricardo da Mota Leite é pastor da IP Central de Uberlândia (MG), jornalista e mestre em Ciências da Religião

História

Confissões Reformadas: Instrução na Fé (1537) Alderi Souza de Matos

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o início da sua estada em Genebra, João Calvino produziu dois importantes documentos para a cidade, uma confissão de fé a ser subscrita pelos residentes e um catecismo para a instrução religiosa das crianças. Esses dois textos tinham grande afinidade entre si e com a obra que o reformador havia publicado alguns meses antes, a Instituição da Religião Cristã ou Institutas. Os catecismos protestantes representaram um novo gênero de literatura cristã. A palavra “catecismo” vem do grego katechein, que significa “instruir” (1 Co 14.19). O método da catequese foi amplamente utilizado na igreja antiga como preparação para o batis-

mo (catecumenato), conforme descrito na obra Tradição Apostólica (c. 215), de Hipólito. O primeiro texto desse gênero no contexto da Reforma foi o Pequeno Catecismo de Lutero (1529). Entre os reformados, os primeiros a escreverem catecismos foram Leo Jud (Zurique) bem como Wolfgang Capito e Martin Bucer (Estrasburgo). Todos esses documentos foram eclipsados pelo catecismo de Calvino, também conhecido como “catecismo anterior” ou Catecismo de Genebra. No dia 16 de janeiro de 1537, Calvino e seu colega Guilherme Farel apresentaram ao conselho municipal os Artigos concernentes à organização da igreja e do culto em Genebra. Esses artigos propunham a celebração freqüente da Ceia do Senhor,

a disciplina da excomunhão e também normas sobre o cântico de salmos e sobre a educação cristã. O resultado foi o catecismo conhecido como Instrução na Fé, cujo título mais completo era Instrução e Confissão de Fé que são utilizados na Igreja de Genebra, descrito como “um sumário breve e simples da fé cristã, a ser ensinado a todas as crianças”. Esse texto é um testemunho da importância que o reformador francês atribuía ao ensino ou educação na fé cristã, mediante o qual as crianças e adolescentes pudessem alcançar maturidade em sua vida moral e espiritual. O documento também é valioso por representar uma síntese da teologia inicial de Calvino conforme refletida na primeira edição das Institutas. Embora tecnica-

mente distintos das confissões de fé, os catecismos também foram documentos através dos quais os reformados declararam e confessaram a sua fé. Embora a estrutura temática do catecismo seja um tanto obscura, o conteúdo dos seus 33 capítulos é cristalinamente claro. Após uma seção introdutória (1-7) que aborda o propósito da vida humana (“conhecer a Deus”), o ser humano, o livre arbítrio e a salvação do pecado e da morte, Calvino prossegue com uma exposição do Decálogo e do significado da lei de Deus (8-11). Essa exposição é seguida por uma seção sobre a fé, na qual o reformador trata de temas como eleição, justificação, santificação, arrependimento e regeneração, seguindo-se uma explanação

do Credo dos Apóstolos (1221). Uma seção final aborda a oração (em especial a Oração do Senhor), os sacramentos, o ministério pastoral e o magistrado civil (22-33). Embora a obra aborde todos os temas calvinistas típicos, é improvável que fosse estudada diretamente pelas crianças e jovens. Calvino claramente pretendia que esse material fosse transmitido às crianças por intermédio dos pastores. Insatisfeito com o formato utilizado em Instrução na Fé, o reformador o substituiu em 1542 por um catecismo mais elaborado, apresentando a forma didática de perguntas e respostas. Alderi Souza de Matos é pastor presbiteriano e historiador oficial da IPB. E-mail: asdm@mackenzie.com.br


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Liderança

Sobre peixes e homens: Refletindo sobre o “problema do mal” Valdeci da Silva Santos

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erá que o peixe se sente molhado? Será que em algum momento ele sente a necessidade de uma toalha? Será que, pelo menos um, dentre todos os peixes existentes nos oceanos, rios, represas, riachos e tanques, tem ao menos uma noção de incômodo por não poder viver em um ambiente seco? Se os peixes não se sentem molhados, porque essa sensação ocorre com o ser humano no momento em que ele entra em contato com a água? Talvez você nunca tenha se importado com tais perguntas e não veja qualquer sentido no fato de alguém mentalmente sadio levantá-las (a não ser que a mente do inquiridor já esteja embriagada pelas horas da noite!). Mas todo este questionamento pode ser útil em nossa compreensão sobre o propósito da existência humana. Quem primeiro sugeriu esta pergunta foi o filósofo grego Aristóteles, o qual defendia que a verdade só pode ser encontrada a partir de certo grau de objetividade e distanciamento do

assunto estudado. Dessa forma, qualquer pessoa que queria informações sobre a água não deveria perguntar a um peixe. A comparação ficou tão conhecida que hoje muitos falam sobre o “peixe de Aristóteles”. Mais tarde C. S. Lewis, em seu livro Cristianismo puro e simples, usou a ilustração para argumentar que a insatisfação humana com o estado presente do universo é, em si, uma prova de que o homem foi criado para um universo diferente, ou pelo menos ele tem a noção de um universo diferente. O livro de Lewis foi escrito por ocasião do final da Segunda Guerra Mundial, em uma época em que vários ateístas defendiam que o mal no universo era uma prova incontestável da inexistência de um Deus bom, ou pelo menos de sua impotência. A isto Lewis respondeu: “Um homem sente o corpo molhado quando entra na água porque não é um animal aquático: um peixe nunca se sente assim”. Além do mais, “se o universo não tivesse sentido, nunca perceberíamos que ele não tem sentido

– do mesmo modo que se não existisse luz no universo e as criaturas não tivessem olhos, nunca nos saberíamos imersos na escuridão. A própria palavra escuridão não teria sentido.” (LEWIS, C. S. Cristianismo puro e simples. Martins Fontes, 2005). Mas o fato de questionarmos a atual situação do universo implica que temos uma noção de uma ordem superior em nosso íntimo, inclusive uma noção de que o sentido da vida humana não pode consistir meramente dos fatos cotidianos. O fato de existir tanta miséria, sofrimento, opressões, guerras, abusos e outras expressões do mal no mundo é, para muitos, uma prova inquestionável da impossibilidade de um Deus, ao mesmo tempo, bondoso e poderoso. Se Deus existe, alguns argumentam, Ele não pode ser bom, pois criou um mundo cheio de imperfeições. Se Ele é bondoso, então não pode ser todo-poderoso, pois ainda não conseguiu erradicar o mal do universo. Com isso, ateus e agnósticos acreditam aplicar um “cheque-mate” intelectu-

al naqueles que insistem na crença do soberano e bondoso Deus. Contudo, a possível inexistência de Deus torna qualquer discussão sobre um padrão de bondade e moralidade uma perda de tempo e esforços. A menos que o bem absoluto exista, ninguém possui qualquer fundamento para julgar que algo que não atenda ao seu padrão é mal. A fim de se pronunciar um julgamento moral sobre uma ação, evento ou procedimento, por exemplo, a pessoa deve assumir que existe uma moralidade que transcende o seu universo subjetivo. Se o universo for apenas um produto do acaso, não pode haver qualquer base sólida para moralidade objetiva nem para determinação do que venha a ser virtude ou defeito. Sendo assim, qualquer norma de conduta, social ou legal, seria esvaziada em si mesma. O máximo que poderia existir no campo ético seriam os acordos sociais estabelecidos em preferências individuais e que nunca poderiam ser impostos sobre os que discordam. As decisões dos tribunais perderiam

sua força e não precisariam ser acatadas por aqueles que delas discordam. Ninguém poderia emitir um juízo sobre outra pessoa e classificá-la como uma ameaça para a sociedade (como um assassino, um pedófilo, um contrabandista etc.) porque não existiriam fundamentos objetivos para sustentar tais julgamentos. Certamente o mero refletir sobre essas coisas não é suficiente para convencer alguém que o bem absoluto reside no Deus revelado nas Escrituras e adorado pelos cristãos. Mas uma reflexão como esta demonstra o quanto o ateísmo e o agnosticismo são simplistas em seus argumentos. Uma vez ciente deste fato o homem inteligente terá que buscar por uma explicação coerente sobre o significado do universo e da vida humana. Neste momento, a existência de um Deus pessoal, que se revelou nas Escrituras e em Jesus Cristo, deve ser considerada! Valdeci da Silva Santos é coordenador do Programa de Doutorado de Ministério do Centro Presbiteriano de Pós-graduação Andrew Jumper. E-mail: valsaints@mackenzie.com.br


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Brasil PRESBITERIANO Aconteceu

Posse dos novos líderes da igreja Da Redação No dia 5 de agosto, no Mackenzie, em São Paulo, foram empossados os eleitos na 36ª reunião do SC-IPB para as diretorias das autarquias, comissões e outros órgãos da IPB. O rev. Roberto Brasileiro, recém reeleito o presidente da Mesa do SC, pregou sobre o primeiro capítulo da primeira carta aos Coríntios. Ele disse que os membros da igreja do Senhor nela estão por ato de Deus, não porque quiseram. “Estamos aqui por caminhos determinados por Deus, que tocou nossos corações para que disséssemos sim a Jesus, chamados pelo Espírito de Deus que, com amor, preparou irmãos para serem pastores e presbíteros”, afirmou. O rev. Roberto disse ainda que, sendo a igreja de Deus, Ele escolheu cada crente para tarefas específicas e que todos devem descansar na sabedoria dEle, que tem razões que somente a Ele pertencem e propósitos para todas as áreas da igreja. Para a entrega de diplomas aos eleitos, o rev. Roberto leu 1 Co 15. 57,58: “Graças a Deus que nos dá a vitória por intermédio de nosso senhor Jesus Cristo. Portanto, meus amados irmãos, sede firmes, inabaláveis e sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que, no Senhor, o vosso trabalho não é vão”.

Rio de Janeiro, realizou um culto em ação de graças pelo Jubileu de Ouro ministerial do seu pastor emérito, rev. Dante Sarmento de Barros, com a presença de vários pastores, presbíteros e antigas ovelhas. O pregador foi o rev. Manoel Marins Filho, atual pastor efetivo da igreja. Na ocasião, foi dada à biblioteca da igreja o nome do homenageado, em virtude de a mesma ter sido idealizada quando do seu pastorado efetivo. O rev. Dante é casado com Maria Helena Prado Venturini de Barros desde 22 de janeiro de 1955. Têm três filhos: presb. Dante Venturini de Barros, João Marcos e Cláudia Helena. É jornalista frilancer e exerceu funções de confiança no Governo do Estado do Rio de Janeiro, na Secretaria de Justiça e na Desipe (Divisão Educacional do Departamento de Sistema Penitenciário). Atuou no magistério teológico no Seminário Unido, no Seminário Teológico Betel e no Seminário Teológico Presbiteriano do Rio de Janeiro, onde também foi deão. Foi presidente dos presbitérios de Guanabara e Carioca (três vezes em cada um), sendo um dos fundadores deste último; presidente do Sínodo do Rio de Janeiro; terceiro secretário da Mesa do Supremo Concílio da IPB; vice-presidente da extinta Junta de Missões Estrangeiras; membro da Comissão Presbiteriana de Evangelização e da Junta de Educação Religiosa. Foi um dos fundadores da Omeb (Ordem dos Ministros Evangélicos do Brasil) e seu primeiro secretário executivo. Além da IP do Riachuelo, é pastor-emérito também da Igreja de Santa Cruz. Exerceu, por alguns anos, gratuitamente, capelania em estabelecimentos do Exército, na Vila Militar. Escreveu três livros: Mensagens do Coração, O Jovem Cristão e Páginas Esparsas.

Auditório do Instituto Presbiteriano Mackenzie na manhã de 5 de agosto, posse da nova liderança da IPB

Pastor presbiteriano recebe título de comendador Da Redação O rev. Ismael Andrade Leandro Jr., pastor da IP Central de Presidente Prudente (SP), recebeu a medalha de Mérito Grande Colonizador Coronel José Soares Marcondes em reconhecimento aos relevantes serviços prestados no âmbito social e religioso. A sole-

Jubileu de Ouro ministerial do rev. Dante Sarmento de Barros Rev. Manoel Marins Filho e presb. Wilson Mendonça de Oliveira No dia 12 de março, a IP do Riachuelo, no

nidade foi realizada na Câmara Municipal, no dia 30 de junho, com a presença de autoridades, membros da sociedade e crentes da família presbiteriana. O evento contou com a participação do Conjunto Coral Bethuel e diversos oradores, inclusive o pai do homenageado, rev. Ismael Andrade Leandro, da IP Aliança Eterna, em Votorantim (SP). Segundo o rev. Ismael Jr., a IP Central de Presidente Prudente tem uma forte ênfase na obra missionária, além de atuar na assistência social através do Projeto Semear. Atualmente, conta com 820 membros, com três congregações e uma equipe pastoral de quatro pastores e dois evangelistas.

Rev. Ismael com o certificado de comendador

Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro comemora 150 anos na IP do Rio Rev. Cláudio Machado Pombal, capelão e Bombeiro de Cristo O CBMERJ (Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Rio de Janeiro) comemorou, no dia 2 de julho, 150 anos de organização. O CBMERJ é o primeiro Corpo de Bombeiros do Brasil, tendo sido criado na então capital, por decreto do imperador Dom Pedro II, em 1856. Como parte das comemorações, foi celebrado culto em ação de graças no dia 5 de julho, no templo da IP do Rio de Janeiro. A celebração também foi realizada em gratidão pela entrega dos espadins aos novos cadetes da Academia de Bombeiros. Pregou na ocasião o rev. Cláudio Machado Pombal, capitão capelão do CBMERJ e pastor da IPB, pastoreando atualmente a IP de Mutuá, em São Gonçalo, Região Metropolitana do Rio de Janeiro. A IPB e, por conseqüência, a IP do Rio de Janeiro, têm sensível identificação com o


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Aconteceu Corpo de Bombeiros do Rio. O CBMERJ é de 1856. Simonton chegou ao Rio em 1859 e organizou a Igreja do Rio em 1862. Durante a década de 1860, uma das sedes da Igreja do Rio, onde também funcionou o Seminário Primitivo e o jornal Imprensa Evangélica, localizou-se ao lado do primeiro quartel do CBMERJ, ainda hoje o Quartel Central da Corporação. A expansão do quartel nestes 150 anos fez com que o CBMERJ adquirisse o local onde funcionou essa sede da Igreja do Rio. Onde Simonton pregara a Palavra de Deus para a salvação de almas, hoje se localiza o COCB (Centro de Operações do Corpo de Bombeiros), em que é feita a coordenação das chamadas do Corpo de Bombeiros no Rio de Janeiro para o salvamento de vidas.

Rev. Cláudio em momento de oração (E) e pastor Marcelo de Souza Santos, também capitão capelão do CBMERJ, durante o culto do dia 5 de julho

Congregação é inaugurada em São Paulo Rev. Addy Carvalho Júnior Numa parceria entre as igrejas presbiterianas Betel, liderada pelo pastor Luthero de Aguiar, e de Casa Verde, liderada pelo pastor Dario Cardoso, do Presbitério Centro Norte Paulistano, Sínodo Norte Paulistano, foi inaugurada, no dia 6 de agosto, a Congregação Presbiteriana no Imirim, em São Paulo. Na inauguração, estiveram cerca de 150 pessoas para adorar a Deus, orar, cantar e ouvir a Palavra pelo pregador, rev. Dario Cardoso. O pastor da nova congregação será o licenciado Addy Carvalho Júnior.

Noite da inauguração

Memória e saudade Reverendo Américo Gomes Coelho Comunicamos o falecimento do rev. Américo Gomes Coelho, aos 94 anos, no dia 26 de julho, em Belo Horizonte (MG). Ele nasceu no dia 12 de dezembro de 1911, em Rosal (Santana do Itabapoana), no Estado do Rio de Janeiro. Filho de pais presbiterianos, sentiu o chamado de Deus para a liderança espiritual do seu povo quando tinha apenas nove anos. Começou seu ministério como evangelista em 1937. Casou-se em 1936, com Dinair América Coelho e tiveram 13 filhos. Ordenado pastor pelo Presbitério do Itapemirim, organizou igrejas e pastoreouas em inúmeras cidades. Em 1948, foi para Minas Gerais, tendo trabalhado na capital e outras cidades. No Vale do Aço, seu trabalho se estendeu para várias localidades, nas quais teve um rico ministério, organizando diversas igrejas, abrindo o Colégio João Calvino (Coronel Fabriciano) e evangelizando através do rádio. Chegou em Belo Horizonte em 1967 como capelão do Hospital Evangélico. Mesmo após sua jubilação, em 1981, abriu um trabalho independente chamado Clínica Tanque de Betesda, que, após um curto período de filiação à Igreja Presbiteriana Fundamentalista, voltou para a IPB como IP Tanque de Betesda. Rev. Américo permaneceu ligado a esta igreja até sua partida. Reverendo Ronaldo Eber de Oliveira Brito Por Cleide Manoel Goss O rev. Ronaldo Eber de Oliveira Brito nasceu em 8 de novembro de 1958, filho de Moisés

de Oliveira Brito e de Eunice Coutinho Brito. Casou-se com Silvana Perrella Brito de cujo casamento nasceram-lhe dois filhos: Bruna e Henrique. Embora tendo sido criado em lar evangélico, afastou-se por um tempo do evangelho. No entanto, sentiu o toque do Espírito Santo e retornou, passando a freqüentar a IPI Filadélfia de Utinga, em Santo André (SP), onde fez sua pública profissão de fé. Foi eleito presbítero e sentiu o chamado para o ministério. Transferido para a IPB, tornou-se bacharel em Teologia em 1996, sendo ordenado em janeiro de 1998. A primeira IPB que pastoreou foi a IP do Jardim Elba (filha da Igreja do Parque das Nações), ficando lá dos anos de 1998 a 2003, vindo em seguida pastorear a IP do Parque das Nações, onde iniciou o seu ministério em janeiro de 2004. Aquele era o quarto ano como presidente do Presbitério Santo André (PRSA) e também como Presidente do Tribunal de Recursos do Sínodo Santos/Borda do Campo, hoje Sínodo Grande ABC. Um dos primeiros objetivos do rev. Ronaldo ao pastorear a IP do Parque das Nações foi a construção de uma nova igreja. No dia 25 de junho, a igreja foi reunida em assembléia para um plebiscito pastoral e o rev. Ronaldo ganhou a eleição com 82% dos votos. Em sua pregação do penúltimo e do último domingo, 23 de julho, falou como se estivesse sentido o chamado do Senhor, principalmente, quando disse que queria estar lá com Jesus, na certeza de que seu nome estava no céu, no Livro da Vida, e que este livro estava escrito desde antes da fundação do mundo o seu nascimento e o seu chamado para a glória. Ao término do culto disse à igreja que tiraria uma semana de férias e que não estaria à porta para despedir-se de cada um, visto que teria uma reunião do conselho. Desejou a todos uma semana de vitória. No dia 27 de julho, Deus o chamou através de um acidente de carro. A IP do Parque das Nações chora junto com sua família e com todo o presbitério. Há dor em nos corações, mas há a certeza de que o pastor Ronaldo não está sofrendo, mas está no céu louvando o Senhor da glória.


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Evento

Sete Passos do Caminho foi o tema da reunião

Semana da Juventude agita a IP do Rio de Janeiro Beatriz Amorim e Lívia de Souza Vieira

SJ em números

U

ma semana de bênçãos sem fim. Não há saldo melhor para se contabilizar após a Nona Semana da Juventude da IP do Rio de Janeiro, que aconteceu de 30 de julho a 5 de agosto e foi organizada pela UMP e pela UPA da igreja. O tema foi desafiador: Tudo ou Nada?. A logomarca, intrigante: uma estrada, dois caminhos iguais. Qual a melhor direção? Em princípio, a resposta parece complicada, mas pistas foram deixadas para que a estrada leve ao alvo final, que deve vir antes de todas as coisas: Jesus. Para o pastor efetivo da igreja, rev. Guilhermino Cunha, tudo ou nada é sempre uma escolha radical. Para andar com Jesus, a escolha tem que ter mesmo esse tom: decisivo. O rev. Carlinhos Veiga, pastor da IP do Lago Norte, em Brasília (DF), disse que, numa encruzilhada, temos que conhecer bem o nosso papel. Na vida, é necessário ser companheiro de Jesus e escolher a melhor parte, que é estar aos seus pés. “É preciso compreender que somos incompletos e dependentes do Pai. Deus nos chama para sairmos da mesmice. Se não nos dispusermos, Ele vai levantar outros e vamos, assim, negar a maior proposta de amor que alguém já nos fez”, afirmou o rev. Eduardo Badu Pedreira, pastor da Comunidade Presbiteriana da Barra, no Rio de Janeiro. UNIDADE A Semana da Juventude durou apenas sete dias, mas o trabalho começou muito antes. Organizar um evento desse porte requer planejamento e jovens com disposição.

600 visitantes durante os sete dias 7 camisetas sorteadas a visitantes 40 igrejas representadas 3 mil acessos ao site www.umprio.com.br 9

tipos de mídia para divulgação do evento: busdoor, rádio, banner, cartaz, folder, filipeta, newsletter, site e carta

1.300 fotos registradas durante o evento

Grupo de louvor Que o diga a presidente da UMP-Rio, Ana Valéria Lima, há três anos na liderança: “Deus tem agido de forma tremenda na Semana da Juventude. Começamos com 11 pessoas à frente do trabalho e hoje estamos com 110 jovens na equipe. Todo mundo querendo ser suporte uns dos outros”. Os cultos da SJ foram traduzidos em Libras (Linguagem Brasileira de Sinais). “Graças à interpretação, aprendi que com Jesus é mesmo Tudo ou Nada!”, disse Flávio Milani, que “ouviu” o culto pelas mãos de Felipe Ebendinger. Um grupo de pessoas se reuniu todas as noites para interceder pelo culto e pelos pregadores. “Todo o evento foi feito aos pés do Senhor. Tivemos reuniões de oração aos sábados e momentos de intercessão,

onde cerca de 35 pessoas clamaram as bênçãos do Senhor”, contou Raphaela Machado, secretária de Espiritualidade. Muitos dias de ensaio, dedicação e afinação. O esforço valeu a pena, já que a equipe de louvor participou da Semana da Juventude com um verdadeiro som do céu. Segundo João Márcio, secretário de Louvor, 25 jovens entoaram cerca de 40 canções de louvor a Deus. Um grupo de 35 jovens foi treinado para recepcionar as pessoas durante a semana. Segundo Álvaro Domingues, secretário de Sociabilidade, o resultado foi o melhor possível. “A cada noite, recebemos cerca de 65 pessoas. Na quarta noite, quando pregou o pastor Silas Malafaia, esse número saltou para 214. Foi recompensador”, declarou.

120 camisetas vendidas 250 CDs vendidos, com as mensagens da SJ 9 Semanas da Juventude abençoaram um sem número de pessoas.

Em 2007 tem mais!

Reunião dos intercessores

Depoimentos: Silas Malafaia,

Haveraldo Vargas Júnior,

Mário Henrique Freitas,

Evaldo Beranger,

pastor da Assembléia de Deus da Penha, também no Rio: “O que você vê, ouve e aprende determinam o que você sente, pensa e deseja. Essas coisas determinam as crenças e valores que você internaliza. E as suas crenças e valores determinam seu comportamento, que vai dizer quem você é”.

pastor auxiliar da Igreja Presbiteriana do Rio: “Cada um de nós tem a sua trilha a percorrer e precisamos ter convicção de que os caminhos que escolhemos estão de acordo com a vontade de Deus. Romper com o pecado e estar cheio do Espírito Santo nos levam de volta aos braços do Pai”.

pastor da Oitava IP de Belo Horizonte (MG): “Nossas orações são sempre orientadas àquilo que não temos. Dificilmente fazemos pedidos de multiplicação do que já possuímos. Quando andamos com Deus sempre sobra alguma coisa. Então, multiplica o que sobrou para suprir o que falta”.

pastor auxiliar da IP do Rio: “Que tipo de atitude temos tomado? Estamos mudando nossa história ou sendo atropelados pelas circunstâncias? Cabe a cada um decidir se tudo vai valer a pena e se fará diferença. Escolha o caminho que vai te trazer a verdadeira paz”.


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Acontece CONUPA é realizado de 7 a 10 de setembro em Garanhus (PE) O CONUPA 2006 será realizado de 7 a 10 de setembro no Colégio Quinze de Novembro em Garanhuns (PE). O evento é um congresso que reúne os adolescentes da IPB dos Estados de Pernambuco, Bahia, Ceará, Sergipe, Rio Grande do Norte, Alagoas e Paraíba, sendo esta a quinta edição, cujo tema versará sobre missões. Inscrições e informações no site www.conupa.com. br. Congresso do Conselho Nacional de Pastores e Líderes Indígenas Rev. Alcedir Sentalin O congresso do Conplei (Conselho Nacional de Pastores e Líderes Indígenas) acontecerá em Porto Velho (RO), de 6 a 9 de setembro. Estamos esperando três mil indígenas de várias tribos do Brasil, como Terena, Jarawara, Ticuna, Guarani, Pataxó, Tupari, Kaingang, Guajajara e muitas outras. E os Mastanawa, vão participar? Eles querem vir e você, quer ajudar? Quinze membros da etnia Mastanawa estão com grandes expectativas. O custo da viagem é alto. Nós e os Mastanawa não temos o suficiente para arcar com as despesas da viagem. Por isso, por favor, ore, divulgue e faça o que Deus falar ao seu coração. Informações pelo e-mail gracietemota@hotmail.com ou pelo telefone (69) 3229 7844. Quarto Encontro Nacional de Secretariado Ministerial Iza Gonçalves Sou membro da Terceira IP de Belo Horizonte (MG) e fundadora do Secretariado Ministerial, um movimento direcionado a dar suporte aos secretários de instituições evangélicas. Nosso quarto encontro, dias 6 e 7 de outubro, acontece no Quality Hotel Afonso Pena, em Belo Horizonte. O tema

é Um tempo de refrigério, comunhão e aperfeiçoamento para secretários de instituições evangélicas e serão abordados os sub-temas Exercendo o suporte, Qualidade de vida, Organizando reuniões e eventos, Erros Fatais na Redação Empresarial, Atendimento de qualidade, Rotinas Secretariais, Relacionamentos de trabalho e Nossas atribuições. Informações pelos telefones (31) 3486-8873/3234-8873/9925-8873, pelo e-mail secretariadoministerial@hotmail. com e no site www.secretariadoministerial.com.br.

Ginásio Poliesportivo, acontecerá o desfile com as 25 delegações e seus 450 atletas previstos para a cerimônia, com o hasteamento da bandeira, hino nacional, juramento do atleta. Tão logo termine a cerimônia, começam as competições de futsal e voleibol masculino e feminino e o handebol feminino, ocupando todos os ginásios disponíveis no campus. Treze ônibus estarão disponíveis gratuitamente no terminal Barra Funda do metrô para o transporte de todos os atletas até o Tamboré, inclusive para as suas torcidas e as suas comissões Olimpíadas dos adolescentes aconte- técnicas. cem com o Dia Mackenzie Voluntário As competições continuam no dia seguinte com o Teste Bíblico na IP de Santo Amaro, às 14h. No feriado de 12 de outubro, no Centro Olímpico do Ibirapuera, acontecem as 18 modalidades de atletismo. No dia 14, é a vez das competições de tênis de mesa. No dia 21, no Centro Esportivo Pelezão, serão as finais de futsal, vôlei e handebol. E, no dia 28, no auditório Rui Barbosa no Mackenzie, será a cerimônia de encerramento, às 15h. Desfile das delegações nas olimpíadas de 2005 Informações pelo telefone (11) 64317368, pelo e-mail jaquino@ipba.org.br Presb. Jonas Costa de Aquino e no site www.ipba.org.br/olimpiadas. No dia 7 de outubro, Dia Mackenzie htm. Voluntário, teremos no campus Tamboré do Instituto Presbiteriano Mackenzie, Encontro de Educação Cristã em São Paulo, em torno de 70 voluntá- A Secretaria de Educação Cristã do rios técnicos de times, chefes de dele- Presbitério de Pernambuco promove o gações, juízes, fiscais, mesários, enfer- Oitavo Encontro de Educação Cristã, meiros e apontadores, oferecendo aos em comemoração ao Dia da Escola atletas de 12 a 17 anos, vindos de toda Dominical, no dia 16 de setembro. O região metropolitana de São Paulo, evento terá o tema Fazei Discípulos, uma competição de “gente grande”, na ensinando-lhes e acontecerá na qual os adolescentes se sentem privile- Primeira IP do Recife. Os subtemas giados, com uma organização e regras serão O professor a cuidar da sua voz dignas de qualquer avaliação técnica. e a de seus alunos, O professor a se A abertura dos 12º Jogos Olímpicos de comunicar bem nas suas aulas e o O Adolescentes Presbiterianos de 2006 professor a observar as datas comee as competições de futsal, voleibol e morativas com eficiência. Informações handebol farão parte do Dia Mackenzie e inscrições: www.secppnb.com Voluntário. Logo pela manhã, 8h, no e ipb.ppnb@hotmail.com.


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Entrevista

Reflexão sobre a decisão a respeito da maçonaria N a noite de 21 de julho, na 36ª Reunião do SC-IPB que aconteceu em Aracruz (ES), entre os dias 16 e 22 de julho, uma decisão declara que a maçonaria não é compatível com a fé cristã. Novos membros ou novos oficiais que sejam filiados a essa ordem não serão aceitos. No entanto, em nome do amor cristão, membros e oficiais que já são maçons não serão convidados a deixar seus cargos ou a igreja, mas serão orientados a deixarem a maçonaria. Ao Espírito Santo foi deixada a tarefa de convencê-los a deixar a prática. Apesar da matéria ter sido aprovada pela grande maioria do SC, não deixou de causar descontentamento em muitos irmãos. Muitos oradores propuseram substitutivos ao relatório da comissão que julgou a questão, mas os retiraram, ficando apenas um substitutivo redigido pelo rev. Hernandes Dias Lopes, que veio a ser aprovado. BP: A decisão final do substitutivo foi melhor que o relatório da Comissão de Expediente que tratou do assunto na reunião do SC? Rev. Marcos Lins: Não. Tanto o substitutivo aprovado como o relatório da comissão foram insatisfatórios ao conceituarem a maçonaria, pois ambos contêm imprecisões próprias de quem não conhece a organização. No entanto, o relatório da comissão, pelo menos, era coerente. Quero dizer, se a maçonaria fosse o que o relatório continha, a decisão não poderia ser diferente, isto é, afastar os maçons definitivamente da igreja. O substitutivo conteve as mesmas condenações infundadas à maçonaria mas, de modo incoerente, admitiu que os atuais maçons sejam tratados como irmãos e, ao mesmo tempo, incentivados a deixarem a Ordem Maçônica. Fechou as portas da membresia e do oficialato da igreja a presbiterianos maçons. Foi uma decisão extremamente restritiva e injusta, embora aparentando sentimentos de amor e respeito.

Para o rev. Marcos Lins, presidente do Sínodo de Pernambuco, a decisão foi equivocada. No artigo ao lado ele coloca sua opinião, que explica nesta entrevista. Ele considera a decisão do Supremo Concílio equivocada pelas sete razões que apresenta no artigo sobre o assunto: 1) Falta-lhe fundamento sólido; 2) Contraria a Constituição Federal; 3) É nula de pleno direito (contraria a Constituição da IPB); 4) É irônica; 5) É incoerente; 6) É usurpadora (só Deus é Juiz); 7) É desagregadora. Além disso, afirma que a Confissão de Fé de Westminster, no capítulo que trata sobre concílios, dispõe textualmente: “Todos os sínodos e concílios, desde os tempos dos apóstolos, quer gerais quer particulares, podem errar, e muitos têm errado; portanto, não devem constituir regra de fé e prática...”

BP: O senhor acredita que sua opinião expressa também a opinião de muitos mais dentro da denominação? Rev. Marcos Lins: Sim. Acredito que é grande o número de presbiterianos maçons em nossa denominação, incluindo muitos pastores, presbíteros e diáconos e outros líderes da igreja. Mais que isso, nossa opinião também tem sido compartilhada por muitos irmãos que, não sendo maçons, confiam no testemunho cristão dos que o são.

deus? Nem prega um caminho redentor diferente do da Bíblia, conforme afirmado na decisão do SC? Rev. Marcos Lins: As afirmações contidas na decisão do SC não são verdadeiras. A maçonaria não é religião nem de direito nem de fato. É uma associação fraterna, composta de homens livres e de boa reputação. Impede em suas reuniões qualquer tipo de discussão religiosa, respeitando a crença religiosa dos seus membros. Não é incompatível com a fé cristã, pelo contrário, reconhece a Deus, criador dos céus e da terra, da mesma forma que Abraão, nosso pai na fé, reconhecia, ou seja, o edificador e Grande Arquiteto do Universo (conferir Hebreus 11.10). A maçonaria não presta culto nem tem práticas religiosas com relação a meios de salvação.

em julho na reunião do SC a respeito da maçonaria? Rev. Marcos Lins: É prerrogativa da IPB estabelecer as condições de admissão de membros e oficiais da igreja cujas regras estão contidas na sua Constituição. O impedimento criado pela decisão do SC fere a nossa Constituição pois a ultrapassa, pelo que é nula de pleno direito.

Artigo A maçonaria não é incompatível com a fé cristã, não presta culto nem tem práticas religiosas com relação a meios de salvação

outro lado, reconheço a necessidade da presença de cristãos na maçonaria para aproveitarem a oportunidade de “testemunhar o evangelho da graça de Deus” (Atos 20. 24).

BP: Quantos anos o senhor tem na maçonaria? É atuante dentro da ordem? Rev. Marcos Lins: Fui iniciado em 1972, portanto, há 34 anos, tendo sido elevado ao grau de mestre. Freqüento esporadicamente reuniões maçônicas, quando convidado, em ocasiões muito especiais. Por opção pessoal não tenho sido atuante porque decidi dedicar, como pastor, meu tempo integralmente ao serviço de Deus na Sua Igreja. No entanto, reconheço os méritos da Ordem Maçônica e o direito daqueles meus irmãos que optam por testemunhar de Cristo nas lojas maçônicas que freqüentam regularmente, sem prejuízo de suas atividades na igreja.

BP: O senhor aconselha membros, presbíteros e pastores da IPB a se tornarem maçons? A decisão do SC é Rev. Marcos Lins: Esta pergunta equivocada porque lhe falta é muito interessante porque tenho fundamento sólido, contraria sido, muitas vezes, consultado a esse a Constituição Federal, é respeito. Primeiramente, considero nula de pleno direito porque que deve ser reconhecido que as contraria a Constituição da pessoas são livres para tomarem as IPB, é irônica, incoerente, suas decisões. Quando aconselho, usurpadora e desagregadora. enfatizo sempre este aspecto. O conselho que tenho dado é coerente com BP: Não é prerrogativa da IPB não a minha opção pessoal acima menBP: Por que a maçonaria não é aceitar membros e oficiais que não cionada. Creio que tudo de bom que incompatível com a fé cristã? Ela se submetam às regras estabelecidas podemos fazer na maçonaria pode não é uma religião? Não adora um pela igreja como a que foi decidida ser feito no ambiente da igreja. Por

Rev. Marcos Lins vem a público opinar a respeito da decisão sobre maçonaria

Os Concílios também erram Marcos José de Almeida Lins

Para nós que professamos a fé cristã reformada é indiscutível a inerrância das Escrituras Sagradas, a Palavra de Deus. Quanto aos concílios da igreja, no entanto, mesmo sendo os conciliares homens com a melhor intenção de sempre acertarem, nunca serão infalíveis e, portanto, são sujeitos a tomarem decisões equivocadas. Na recente história da nossa querida Igreja Presbiteriana do Brasil, com relação ao assunto maçonaria, o nosso Supremo Concílio tem oscilado, desde 1900 até 2006, entre decisões consideradas favoráveis e outras contrárias aos presbiterianos maçons, além de algumas que são consideradas neutras sobre o controvertido assunto. Parece-me evidente que decisões contraditórias sobre o mesmo tema, tomadas em momentos diferentes, mas em que as circunstâncias são as mesmas, são suficientes para confirmarem a afirmação de que os concílios também erram. A decisão, todavia, contrária à maçonaria, tomada na recente reunião de 2006, a meu ver, é a pior de todas na história da igreja, pelas seguintes razões: 1) Afirma, sem fundamento sólido, que existe incompatibilidade entre algumas doutrinas maçônicas e a fé cristã. 2) É contrária à nossa Constituição

Federal, de 1988, Art. 5º que, em um dos seus incisos, garante a livre associação de qualquer cidadão (ã) a qualquer associação legalmente constituída. 3) É nula de pleno direito (Art. 145 da Constituição da Igreja Presbiteriana do Brasil) porque fere as disposições constitucionais pois, sem amparo na legislação da igreja, impõe condição (não ser maçom) que impede alguém de tornar-se membro da igreja e proíbe a eleição e a ordenação ao oficialato da igreja daqueles que “ainda estão interessados na maçonaria”. 4) É irônica porque resolve que sejam tratados “com o máximo amor e respeito aqueles que ainda estão na maçonaria, para que seu desligamento seja feito com esclarecimento do Espírito, mais do que por coerção ou constrangimento”. Pergunto: Até quando será dispensada essa forma de tratamento a irmãos que não são tratados com amor, nem respeito hoje? A avaliação da maçonaria por quem de fato a conhece, ou seja, os presbiterianos maçons, nada valeu para a maioria que decidiu impedir a entrada de maçons convertidos na membresia das igrejas, bem como a eleição e ordenação de oficiais que pertençam à maçonaria. Para ser franco, neste momento, não senti amor e muito menos respeito. 5) É incoerente porque admite conviver com membros e oficiais que hoje são maçons, impedindo que maçons sejam recebidos na membresia e oficialato. Por exemplo, conheço uma igreja que tem

onze pastores dos quais três são maçons, outra que tem vinte e cinco presbíteros, dos quais dezoito são maçons. Como ficamos? Haverá coerência se um pastor maçom não receber um novo membro porque este é maçom? Será razoável que uma comunidade presbiteriana eleja um presbítero ou diácono maçom que não poderia ser ordenado por pertencer à maçonaria? 6) A decisão é usurpadora, pois busca para a igreja o julgamento de algo que compete exclusivamente a Deus. Invoco o Art.1º do nosso Código de Disciplina, que é Lei Constitucional da Igreja Presbiteriana do Brasil: “A Igreja reconhece o foro íntimo da consciência, que escapa à sua jurisdição, e da qual só Deus é juiz, mas reconhece também o foro externo que está sujeito à sua vigilância e observação”. É evidente que estamos diante de uma questão de foro íntimo da consciência e somente a Deus, o justo juiz, cabe o julgamento. 7) A decisão é desagregadora. Mina a paz da igreja, acirra os ânimos no trato da questão semeando a cizânia no meio presbiteriano e, ainda, será passível de contestação no foro administrativo eclesiástico da nossa igreja e, também, o que será mais lamentável, no foro civil – Ação Judicial, em razão do cerceamento da liberdade de pensamento e de associação – ambos garantidos pela Constituição da República Federativa do Brasil. Marcos José de Almeida Linsé pastor presbiteriano e presidente do Sínodo de Pernambuco. mlinspresidencia@mackenzie.com.br


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Missões JMN Os desafios do trabalho missionário no Rio Grande do Sul Por rev. Claudimir Geraldo da Silva O bombeiro muitas vezes sacrifica sua vida para salvar pessoas do fogo ou da água. Assim é a vida do missionário, faz sacrifícios contínuos. A luta é árdua, pois as pessoas têm estado nas mãos do diabo e estão cegas para a realidade do amor de Deus. Ao evangelista cabe ser perseverante nas orações, sábio nas ações, corajoso nas iniciativas e amoroso nas atitudes. O grande Deus também fez um sacrifício, ao oferecer seu único filho para salvar muitas vidas humanas. Sentimentos de esperança e apreensão surgem em todos os momentos, pois o campo reserva todo tipo de provação. Às vezes, de forma inesperada, vem testar a perseverança em continuar o trabalho de plantar uma sólida igreja. Os problemas e tribulações sobrevêm a todos, na tentativa de desanimar e desestruturar a paz interior, a família e o trabalho. O que pode ajudar a não sucumbir é a pratica da fé na dependência do Senhor Jesus Cristo, com a certeza de “que sois guardados pelo poder de Deus, mediante a fé” (1 Pe 1.5). Portanto, não é necessário ficar desorientado, mas atento às lições da vida e trabalhar com um plano sábio e arrojado, que pela fé transformará dificuldades em grandes oportunidades. O Sínodo Meridional (SMD), composto pelos presbitérios Itaipu (PRPU), Iguaçu (PRIG), Oeste Catarinense (PROC) e Rio Grande do Sul (PRGS) formou uma junta missionária que desenvolve projetos de plantação de novas igrejas no Rio Grande do Sul. Estes projetos contam com a participação do Plano Missionário Cooperativo (PMC/IPB), da Igreja Reformada Libertada da Holanda (IRLH) e de igrejas presbiterianas, bem como pessoas colaboradoras. Atualmente, a Junta Sinodal de Missões do SMD coordena dois projetos missionários: Projeto Rio Grande do Sul (Alegrete, Carazinho, Erechim, Frederico Wesphalen/ Iraí/Ametista, Ijuí, Passo Fundo, Santa Cruz/Montenegro, Santo Ângelo, São Borja, São Gabriel, Três Passos e Uruguaiana) e Projeto Hortênsias (Gramado/Canela e Restinga-POA).

Em Erechim cresce uma igreja amável O rev. Arthur e sua esposa Sara estão trabalhando na cidade de Erechim (RS), uma cidade planejada, concebida em 1910, com belas praças e avenidas. Seu traçado urbano foi inspirado em cidades como Belo Horizonte, Mar del Plata e Paris. A igreja em Erechim é caracterizada pela amabilidade com que trabalha na evangelização. Oremos pela vida de nossos missionários e pela querida cidade. O Evangelho em Santo Ângelo Quando foi fundada a Redução de Santo Ângelo, ela foi consagrada ao Anjo Custódio das Missões (aquele que tem a custódia, a guarda), o protetor de todos os povos missioneiros. Hoje, o rev. Mario Maracci, sua família e a IP Missioneira trabalham para mostrar que o guarda de nossas vidas é o Senhor Jesus Cristo. Oremos por nossos queridos irmãos. A igreja cresce em Carazinho Com muita alegria e gratidão a Deus, o rev. Paulo Foltran recebeu no domingo, 7 de maio, doze novos membros, sendo seis por batismo. Atualmente, a igreja conta com 30 membros, com a perspectiva de receber mais seis pessoas nos próximos três meses. Louvamos a Deus pela vida e ministério do rev. Paulo, oremos para que a igreja continue sendo bênção em Carazinho.

se início ao trabalho na cidade de Nossa Senhora das Dores, no agreste sergipano. A concretização teve início com a inquietação do PSER quanto à abertura de novos campos, o que não ocorria há algum tempo. Na reunião ordinária de 2004, foi formada uma comissão que trataria da questão da expansão do trabalho presbiteriano em Sergipe. Esta comissão apresentou ao presbitério o PROEP e sugeriu a cidade de Dores (como é mais chamada), por sua localização estratégica. O passo seguinte foi solicitar uma parceria com a Junta de Missões Nacionais, o que já estava nos planos do presidente da IPB, rev. Roberto Brasileiro, em uma passagem por Sergipe. Desse modo, o PSER sondou o então formando e agora pastor rev. Gladson Menezes dos Santos, que aceitou o desafio de iniciar seu ministério pastoral plantando uma nova igreja. A data de inauguração foi dia 4 de março deste ano. Contou com o apoio de oficiais e membros de igrejas do presbitério. À tarde, irmãos das igrejas presbiterianas de Laranjeiras, de Aracaju, Ebenézer e 13 de Maio participaram de uma panfletagem convidando os moradores da cidade para a sua inauguração. O culto foi uma benção e contou com a participação de muitos visitantes e apoio de pastores do PSER. É preciso destacar que o rev. Gladson não está sozinho, mas conta com a participação ativa de sua esposa Marta. Que o Senhor Deus abençoe e faça prosperar esse trabalho missionário e que os irmãos espalhados pelos Brasil possam orar por esta obra.

Missionários no Sul

Novo Campo da IPB em Sergipe Por rev. Robson Santana Mais uma agência do reino de Deus foi instalada no interior de Sergipe. Em parceria com a JMN, o Presbitério de Sergipe (PSER), através do Projeto Estratégico de Plantação de Igrejas (PROEPI), deu-

Fachada da nova IPB em Dores (SE)


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Senhoras e Senhores! Anunciamos a vinda do Rei!

Através de orações, cânticos, encenações e ações de solidariedade, o sentimento natalino contagiará todos aqueles tocados pelo amor de Cristo. E para semear este amor, todos os anos é realizado o Cada Dia Natal. Com espaço para dedicatória, envelopes e preço acessível, este livreto com 31 mensagens, é mais significativo que um cartão de Natal. Presenteie amigos, parentes e vizinhos, e ajude a espalhar as Boas Novas do amor de Cristo!

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Conflito Missionário da APMT relata os problemas e as conseqüências da guerra no Líbano

Presbiterianos ajudam o povo islâmico em meio a guerra AFP/Folha Imagem

Martha de Augustinis

Pedido de oração do miss. Leonardo

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esde o início dos confrontos, em 12 de julho, a guerra entre Israel e o grupo terrorista libanês Hizbollah deixou mil mortos no Líbano e mais de cem em Israel. Apesar do cessar-fogo ter sido declarado no dia 14 de agosto, o número de refugiados chega a um milhão de pessoas e o prejuízo soma bilhões de dólares. Em meio a esses conflitos estão missionários da APMT (Agência Presbiteriana de Missões Transculturais) no chamado Mundo Árabe, mais especificamente, no Líbano. O trabalho desses irmãos presbiterianos em solo libanês, durante a guerra, foi até alvo de agradecimento por parte dos libaneses. “O líder da milícia foi à televisão para agradecer aos cristãos por estarem acolhendo e ajudando aos refugiados muçulmanos. Isto foi surpreendente e muito importante para o relacionamento pós-conflito”, contam o pastor Leonardo Bessa de Jesus e sua esposa Célia Regina, ambos missionários presbiterianos residentes em Beirute, capital do Líbano. Além da falta de energia elétrica que atinge a população de dez a doze horas diárias, constantes bombardeios atingiram a região sul do Líbano e Beirute. O pastor Leonardo conta que a região que reside não foi bombardeada e que mantiveram contato com as igrejas da cidade, onde todos estavam bem. “No sul, mesmo em meio a violentos bombardeios, os evangélicos, apesar de isolados, não foram atingidos”. O missionário avalia que Beirute tem, além da maioria muçulmana, uma grande quantidade de católicos ortodoxos e se alegra ao destacar que, por

Aproximadamente 1.100 pessoas morreram no conflito entre Israel e o grupo terrorista Hizbollah no Líbano e em Israel várias vezes, os missionários presbiterianos têm conseguido demonstrar o amor de Deus ao povo árabe, quer sejam cristãos ortodoxos ou muçulmanos. CONSEQUÊNCIAS Há cerca de quinze anos a guerra civil libanesa, que assolou o país durante vinte anos, chegou ao fim. De acordo com o pastor Leonardo, a economia e a sociedade libanesas estão devastadas até hoje por causa daquela guerra. Ele afirma, ainda, que essa guerra entre Israel e o grupo Hizbollah agravou seriamente a situação alarmante em que se encontram as famílias no país. “O povo libanês está sofrendo muito. A quantidade de viúvas já é enorme, agora, com mais mortes, é provável que a quantidade de viúvas e órfãos seja assustadora. Não há uma família que não tenha perdido alguém”. Devido aos grandes prejuízos causados pela última guerra, o custo de vida está aumentando consideravelmente. Segundo o missionário, o maior temor é quanto a alimentação e a área

da saúde, uma vez que o país importa praticamente todos esses produtos e as principais vias de recebimento da importação, os portos e o aeroporto, foram bombardeadas e fechadas. Além dos problemas econômicos, os missionários presbiterianos e o povo libanês têm enfrentado dificuldades de ordem psicológica e emocional. O pastor conta que surtos de nervosismo e violência têm atingido um grande número de pessoas. “Recentemente, presenciamos uma pessoa, que embora não tenha sido atingida diretamente, por ser cristão ortodoxo e não muçulmano, manifestou incontrolável ataque de fúria por uma situação advinda deste conflito. Em condições normais é uma pessoa muito calma e controlada”. Leonardo relata que a situação é desgastante e muito tensa e que ainda vivem na expectativa de que novos bombardeios aconteçam. As escolas públicas e praças da região norte estão servindo como campo de refugiados. De

acordo com o pastor Leonardo, a condição desses locais é muito precária em todos os sentidos. São várias mulheres, alguns homens e muitas crianças, todos muçulmanos. “Estamos usando parte de nosso sustento para atender as necessidades destas pessoas. É um privilégio poder agir como Jesus nos ensinou. Estamos bem e continuamos firmes no propósito para o qual o Senhor nos chamou”, declara o pastor.

Embora tenhamos sido treinados, por mais de dez anos, para suportar tudo isso, choramos mais do que de costume nas últimas três semanas (do mês de julho). Chorávamos enquanto orávamos. Chorávamos porque assistimos pela TV árabe o resgate de corpos de mulheres e de trinta crianças que estavam em um abrigo atingido por um bombardeio na cidade de Caná. Caná da Galiléia, onde nosso Senhor Jesus realizou o primeiro milagre de seu ministério terreno transformando água em vinho em uma festa de casamento (Jo 2.1,11). O pior é que esta é a segunda vez que esse incidente se repete na mesma cidade, a primeira foi em 1996. Hoje, em Caná, não há festa, não há alegria, não há som de música; há morte, tristeza, dor, lágrimas e muito sofrimento. Por favor, peçam a Jesus que se lembre do vilarejo de Caná, que enxugue dos olhos as lágrimas e que traga a alegria da salvação e da vida eterna a esses corações carentes de Sua presença.

Missionário comenta guerra contra Israel Um dos missionários da APMT residente em um dos maiores países do Oriente Médio, que não pode se identificar por segurança, acredita que a causa das guerras, tanto no Oriente Médio, quanto no Mundo Árabe se deve à cultura desses países. Ele afirma que a cultura dessa região se baseia na honra e na vergonha. Para os muçulmanos, os fatos de não serem de um país desenvolvido e de serem subordinados a países mais fortes são motivo de vergonha. “Quando eles vêem outros países prosperarem, principalmente os Estados Unidos e Israel, se sentem envergonhados. A honra deles é quebrada e querem lavar essa honra. É quando surgem diversas facções armadas e grupos terroristas que têm expressões regionalizadas, recebendo suporte da ideologia religiosa islâmica, que mobiliza pessoas em todo o mundo muçulmano”.


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Memória

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Exposições serão temáticas e mudadas a cada quatro meses

IPB inaugura novo museu da denominação Letícia Ferreira

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m 1952, o rev. Júlio de Andrade Ferreira inaugurou o Museu da IPB nas dependências do Seminário Presbiteriano do Sul, em Campinas (SP). Enquanto foi vivo, ele cuidou do acervo, mas desde sua morte o museu estava um pouco abandonado, com o acervo mal acondicionado. Com muita alegria, o rev. Ludgero Bonilha Morais, secretário executivo do Livro de Atas do Sínodo da IPB com Supremo Concílio e curador assinaturas de destaque na história da dos museus da IPB, reinaugu- Rev. Ludgero (E), Alzira Valim e rev. Roberto IPB como as dos reverendos Blackford e rou o museu no dia 11 de agos- Brasileiro abrem as portas do nosso Museu to, mês que a IP completa 147 Júlio Andrade Ferreira Chamberlain, Carvalhosa e Lane anos, agora batizado com o nome de seu primeiro idealiza- riador oficial da IPB, e do rev. a esposa do rev. Júlio Andrade muito por não conhecer nossa como Deus tem conduzido e dor: Museu Presbiteriano Rev. Enos Moura, responsável pelo Ferreira, Alzira, e disse que história, raízes, bases, o por- libertado seu povo”. Júlio de Andrade Ferreira. Arquivo Histórico da IPB. ela representa a história que das coisas”. Segundo o rev. Ludgero, O rev. Roberto pregou sobre Para o presidente do SC, Ele agradeceu ainda à SAF e viva da IPB e do Seminário o novo museu, ainda no disse que a próxima exposição Presbiteriano do Sul. o texto de Dt 6 e disse que ao a preservação da história Seminário Presbiteriano será do acervo da sociedade. Segundo o rev. Roberto, a olharmos para o museu e as demonstra como a graça de do Sul, está adaptado tecni“Não poderíamos ter outra IPB deve resgatar sua história peças expostas, devemos nos Deus foi responsável pela camente para conservar seu cerimônia nesta inauguração porque isso é resgatar suas perguntar e descobrir o que implantação do Seu reino e acervo para que não mais se que não um culto a Deus”, raízes. “Uma igreja que não elas significam, que momento de Sua igreja no Brasil. Fatos percam peças valiosas histori- afirmou. tem história, não tem raízes, se de nossa história estão teste- mostram caminhos que muicamente. “É um acervo muito Muitos documentos histó- perde. Uma geração deve falar munhando. “Por que irmãos tas vezes não são compreengrande, por isso não podemos ricos importantes, segundo a outra geração dos feitos de lutaram tanto para preservar didos atualmente, mas a hisexpô-lo todo de uma vez e o o rev. Ludgero, se perderam Deus”, disse. “Temos perdido isso? Essas peças falam de tória esclarece como esses museu será temático, mudan- em enchentes, roubos e trocas caminhos foram usados por do de exposição a cada quatro por documentos modernos. Deus. “Muitas vezes a igreja meses”, explicou o curador. O “Grande parte do nosso acervo esquece sua caminhada cheia museu terá exposição, arquivo está em poder de particulares de milagres e da ação podee biblioteca, tudo sob ar con- com quem queremos formar rosa de Deus. Um Deus que é dicionado na temperatura ade- convênios para expor”, inforapaixonado por nós, que vive quada e sob proteção do sol, mou. nossos sonhos, nossas lutas, da poeira e da umidade. nosso dia-a-dia. Vamos louvar Contribuíram com recursos O projeto arquitetônico foi para a reinauguração do museu ao Senhor pela caminhada de de João Paulo Arumaa e o o Seminário Presbiteriano do nossa igreja, pelos 147 anos projeto museográfico ficou Sul, a Tesouraria da IPB e um de IPB, porque Ele tem cuidasob os cuidados da museóloga membro da igreja em Belo do dessa igreja, a despeito de Andréa Considera, diretora do Horizonte. nós, da nossa incapacidade, e Centro Histórico do Instituto vamos contar para as futuras PRESERVANDO AS Presbiteriano Mackenzie. O RAÍZES gerações como Deus quer que rev. Ludgero destacou também seu povo viva”. O pregador do culto de o empenho e o auxílio, na revi- inauguração foi o presidenServiço: Museu Presbiteriano talização do museu, do rev. te do SC-IPB, rev. Roberto Rev. Júlio Andrade Ferreira, Silas Luiz de Souza, profes- Brasileiro. Seminário Presbiteriano Equipe que auxiliou na revitalização do sor de História do Seminário do Sul, Av. Brasil, 1.200, museu: Andréa Considera, rev. Enos Moura, Ele disse que aquele era um Presbiteriano do Sul, do rev. momento de honra, gratidão e rev. Silas Luiz de Souza e rev. Alderi Souza de Campinas – SP. Telefone (19) Alderi Souza de Matos, histo- louvor a Deus. Cumprimentou Matos 3241 9399.


Brasil PRESBITERIANO Ação Social

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Projeto atende a 86 adolescentes e crianças de cinco a 14 anos para suprir necessidades físicas, espirituais e culturais

Presbiterianos ajudam crianças em estado de risco Letícia Ferreira

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Propac (Projeto para Assistência à Criança) é um projeto desenvolvido na cidade de Águas Formosas, Vale do Mucuri, no Estado de Minas Gerais. É situado na IP de Águas Formosas e coordenado administrativamente pela irmã Éberni Pereira de Andrade Torres. Segundo ela, o principal objetivo do Propac é atender a crianças, de 5 a 14 anos, que vivem em estado

Formosas necessitando de auxílio social e espiritual. “O número de casos de violência sexual e de crianças com famílias instáveis vem crescendo e entendemos o Propac é um instrumento de Deus capaz de, no mínimo, amenizar esses casos”, afirma a coordenadora. O sustento vem da PMW (Presbyterian Mission to the World)) e suas igrejas: Presbiteriana Betesda (Flórida), Presbiteriana Ebenézer (New Jersey), onde

mento”. Várias crianças foram matriculadas a pedido do Conselho Tutelar da cidade. FUNCIONAMENTO E APADRINHAMENTO Éberli conta que, assim que uma criança ingressa no Propac, é feito um diagnóstico em que se verifica a situação familiar e pessoal dela, assim como o seu desenvolvimento. Durante o dia, ela recebe lanches e uma refeição: almoço para a turma da manhã e jantar para a turma da tarde. “Tudo muito bem pensado para acar-

IP de Águas Formosas e crianças atendidas pelo Propac de risco e carência alimentar, familiar ou espiritual. Éberni conta que o Propac foi idealizado e fundado em 14 de fevereiro de 2005 pelo pastor Carlos Patente, que hoje está na Flórida, Estados Unidos, atuando na Igreja Betesda, e do rev. Liberalino Martins Neto, pastor da IP de Águas Formosas e coordenador geral do projeto. A idéia que originou o projeto foi a análise da realidade de muitas crianças em Águas

atua o rev. Regino de Melo e sua Congregação em Long Branch, com o rev. Graciano Chagas, nos Estados Unidos. A IP de Águas Formosas colabora cedendo a estrutura física para o funcionamento do projeto. “Começamos atendendo 50 e, atualmente, atendemos a 86 crianças.”, informa a coordenadora. “No entanto, há firmes expectativas de que possa existir suporte para aumentar esse número, pois ainda há crianças precisando de atendi-

Os gastos são variados envolvendo o pagamento dos monitores, como são chamados os que atuam diretamente com as crianças, e gastos com secretaria. A maior parte dos alimentos é cedida pela prefeitura local, com quem o projeto tem uma parceria. “Estamos começando um novo sistema de arrecadação: o apadrinhamento pelo qual uma pessoa se responsabiliza por pagar uma quantia mensal que sustentará as despesas de uma criança”.

para averiguação. “Tentamos sempre trabalhar para amenizar também esses problemas”, frisa Éberni. “Todas às segundas-feiras é feita uma higienização corporal para acabar com os parasitas e outros males do corpo, os quais, infelizmente, ainda perturbam algumas crianças”. Éberni destaca que, com todas essas iniciativas, o principal objetivo do Propac é o desafio cristão: resgatar almas para Cristo. Os outros membros da equipe, monitores que

Crianças assistindo à TV em sala de aula

retar um crescimento sadio em todas as crianças”, acrescenta. Alguns participam de oficinas de informática, horticultura, teatro, artes manuais, pintura, crochê, bordado etc. É oferecido principalmente reforço escolar, pois são muitas as crianças que têm problemas em compreender as matérias escolares. Por enquanto, as atividades são desenvolvidas nos fundos de uma igreja, no entanto, o objetivo é trabalhar com sede própria.

Éberli diz que, uma das principais necessidades do Propac, atualmente, é uma sede própria: “Isso tem sido um grande desafio pela dificuldade econômica, justificando ainda mais a importância do apadrinhamento e doações”. Para solucionar quaisquer problemas relacionados às crianças são feitas visitas às suas casas sempre que necessário. Casos de maus tratos, abusos ou abandono são encaminhados ao Conselho Tutelar

trabalham diretamente com as crianças são Ana Maria Araújo Martins, Fabiana Gomes da Silva Oliveira, Maria Lídia Cardoso dos Santos e Maria Helena Silva Souza, além do secretário: Flávio Gomes da Silva. A IP de Águas Formosas tem 22 anos de organização, 90 membros comungantes e 25 não-comungantes e tem o objetivo de desenvolver mais projetos sociais e evangelizadores.


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Testemunho

Viagem missionária ao interior do Alagoas “Como, pois, invocarão aquele em quem não creram? E como crerão naquele de quem não ouviram? E como ouvirão, se não há quem pregue? E como pregarão, se não forem enviados?” (Rm 10.14-15) Andréa Reynol e Fabio Nobre

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pontapé inicial: o versículo acima, ministrado num culto de um domingo à noite, na igreja da qual somos membros, em Alphaville (SP). Quando o ouvimos, tomamos a decisão de ir à viagem missionária ao interior de Alagoas que estava sendo organizada e ocorreu em julho deste ano. Nós nunca havíamos participado de uma viagem assim e, como muita gente, só ouvíamos as outras pessoas falarem a respeito, contando suas experiências, os milagres acontecidos. Chega um dia em que você está sentado no banco da igreja, ouvindo um sermão e toma a decisão de ir: esteja certo de que é uma grande vitória. O desejo sincero dos nossos corações sempre foi o de pregar o evangelho do Reino às pessoas das cidades que visitaríamos, mas como Deus iria usar-nos, não tínhamos a menor idéia. A única coisa que sabíamos era que queríamos servir ao Senhor Jesus, não importava onde nem qual trabalho Ele nos colocasse para fazer. Mas Deus faz muito além daquilo

Crianças em Delmiro Gouvêa

que pedimos ou pensamos! Três meses depois do pontapé inicial e de muita oração, lá estávamos no Aeroporto de Guarulhos. Éramos 31 pessoas de diversas denominações evangélicas e que, na maior parte, não se conheciam, mas todas com um objetivo em comum: o de querer servir ao nosso Deus. A equipe era composta por cinco médicos, cinco dentistas e 21 voluntários. Levávamos na bagagem 42 caixas de remédios e material odontológico que totalizaram 700 quilos de carga no avião e mais 320 quilos de carga no ônibus (caixas com Bíblias e os projetores para o filme Jesus). Mais de uma tonelada de ajuda. Em Alagoas, conhecemos os dois responsáveis pelas igrejas presbiterianas onde serviríamos: o pastor Evódio, de Santana do Ipanema, e o missionário Joás, de Delmiro Gouveia. A equipe foi dividida de forma que pudéssemos atender as duas cidades ao mesmo tempo. Ouvimos então um dado estarrecedor: em Santana do Ipanema, a igreja tinha um membro

e oito congregados e, em Delmiro Gouveia, apenas um membro que assistia regularmente aos cultos na garagem da casa do missionário. Esses homens de Deus estavam quase esquecidos em suas cidades, sem infraestrutura, sem recursos e sem “ovelhas”. Mas ao contrário dos homens, sabemos que Deus não se esquece de nenhum de seus filhos, Ele honra a todos, no seu tempo e muitas vezes usando o seu povo. Hoje, vemos que, de um lado, existiam pessoas orando e pedindo ajuda e, de outro lado, pessoas orando e pedindo para serem usadas. DEUS NOS SURPREENDEU A CADA DIA Ficamos muito felizes com a ação social, em que aproximadamente de 1600 pessoas foram atendidas nas igrejas pelos médicos e dentistas: elas estavam lá para serem curadas fisicamente. Mas ficamos muito mais felizes com a cura espiritual e eterna que aconteceu! Aproveitávamos as filas de espera e pregávamos a

Palavra. Com as crianças, fazíamos brincadeiras, cantávamos e falávamos de Jesus. Tocávamos CDs de louvor sem parar na sala de espera. Todos os que passaram por lá ouviram do Senhor e muitos se converteram. Nas cidades também usamos projetores de 16 milímetros para sessões apresentando o filme Jesus em praças, escolas e assentamentos do MST. Fizemos visitas em casas, apresentação de teatro de fantoches nas igrejas, escolas e praças, e saíamos à noite pelas ruas para evangelizar. Em dez dias, 385 pessoas entenderam o plano da salvação e decidiram orar e aceitar a Jesus como seu salvador e Senhor. Sem contar as crianças nas escolas que viram a apresentação dos fantoches. Deus mostrou que ama muito aquelas pessoas.

festa no Céu! E a igreja de Jesus foi crescendo naquelas cidades. Constantemente, vinha um outro versículo em nossa mente: “Eu vos digo: erguei os vossos olhos, e vede os campos! Já estão brancos para a ceifa” (Jo 4.35) Foi uma experiência maravilhosa servir ao Senhor Jesus e participar de tão grande ministério, tão grande milagre, tão grande colheita. O interessante é que nós sempre achamos que seríamos abençoadores, levando a Palavra e ajuda social. Fomos porque estávamos lá cumprindo a Grande Comissão, mas, na verdade, fomos muito mais abençoados que abençoadores, pois recebemos um amor tão grande, uma gratidão e carinhos enormes. Ter participado de tão grande decisão

Atendimento prestado pelos voluntários

Algumas delas vinham pedir para aceitar ao Senhor Jesus como Salvador! Deus fez tudo e nos usou da maneira que Ele quis. Nós apenas nos prontificamos a ir e sermos usados. Quantas vidas foram salvas, quanta alegria, quanta

na vida daquelas pessoas foi muito mais recompensador. É uma experiência que carregaremos pelo resto de nossas vidas e foi o pontapé inicial para muitas outras viagens missionárias que acontecerão, se Deus quiser.


Brasil PRESBITERIANO Debate

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Mesmo possuindo características diferenciadas em alguns locais, a Escola Dominical continua a ser um alicerce forte na vida da IPB

Amor ao ensino da palavra de Deus Caroline Santana

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e acordo com a história da igreja, a primeira Escola Dominical permanente no Brasil foi fundada pelos pioneiros congregacionais, rev. Robert Reid Kalley e sua esposa Sarah Poulton Kalley, na cidade de Petrópolis (RJ), no dia 19 de agosto de 1955. Já na IPB, o rev. Alderi Matos explica que existem duas possibilidades: a primeira, liderada pelo rev. Ashbel G. Simonton no Rio de Janeiro, numa tarde de domingo do dia 19 de maio de 1861 e a segunda, mais formal e estruturada, em 19 de maio de 1867. Anos se passaram e a Escola Dominical continua presente na vida das igrejas. Em algumas, ela passou por adaptações, dependendo da iniciativa de cada liderança e do consentimento dos membros. Uma dessas questões é a mudança de horário, do convencional período matutino para o vespertino. A Primeira IP de Roraima transferiu, há doze anos, a ED para às 18h. Segundo o pastor da igreja, rev. Alfredo Ferreira, muitos membros residem distante do templo e dependem de transporte público para a locomoção. Como resultado, a freqüência aumentou, tanto nas aulas quanto no culto noturno. A IP de Guabitotuba, em Curitiba (PR), também trabalha, desde 1997, com atividades conjugadas de culto e escola dominical. Para o pastor, rev. Ivan Rumppel Jr, essa junção é valiosa, desde que a organização das atividades seja bem administrada.

Já na IP de Currais Novos (RN), a ED é realizada nas noites de sábado, às 19h. De acordo com o rev. Jimmy Johnson Dantas, a liderança da igreja nunca objetivou o fim das atividades educacionais, muito menos a desvalorização e enfraquecimento das mesmas. “Depois de orar e discutir, chegou-se à conclusão de que não haveria prejuízo. Hoje, após quatro anos,

ED ocorre aos domingos, às 17h20, o período de funcionamento da ED não influencia na freqüência, pois os que realmente estão comprometidos não deixariam de freqüentá-la por causa do horário. Com base em sua experiência na igreja, ele relata: “Mesmo sendo num horário que considero interessante, não contamos com a freqüência que desejaríamos

posicionamento: “A ED é a oportunidade para interação, participação e expressão quanto ao conhecimento bíblico e teológico. As conseqüências são um rebanho forte, liderança preparada e um ministério mais pautado na fidelidade e compromisso”. Completando esse raciocínio, o rev. Odayr Olivetti, autor do livro Aprimorando

Ministração das sagradas escrituras na Primeira IP de Roraima vejo a EBD (Escola Bíblica Doutrinária) caminhando bem, recebendo incentivos e tendo boa participação. Vejo essa iniciativa como uma prova clara de como a igreja pode adaptar o que não é essencial e manter, ao mesmo tempo, o princípio intacto”, explica o reverendo. Na opinião do rev. Gidiel Câmara Júnior, pastor da IP Comunidade da Cruz, em Lagoa Santa (MG), cuja

na ED”. UM MESMO PARECER Os pastores entrevistados têm a mesma opinião quando o assunto é o valor e a importância de uma ED atuante. Conforme o rev. Ivan, “os membros são abençoados quando é possível estudar bem a Bíblia, pois a palavra de Deus afasta-nos da confusão e da auto-suficiência diante do Pai”. O rev. Alfredo ratifica esse

a Escola Dominical, destaca alguns itens que resumem a relevância da ED: 1- Propicia ensino um tanto mais informal, com possibilidade de perguntas e apresentação de dúvidas; 2- O ensino é distribuído de acordo com a variação etária; 3- Destaca a presença da família; 4- Pode realizar-se de maneira múltipla, com filiais nos lares, noturnas etc; 5- Pode promover o interesse na participa-

ção nos demais trabalhos da igreja; 6- Possui grande força evangelizadora (confirmada pela história da IPB). Resgatando o passado, o rev. Odayr dá como exemplo um culto no ano de 1943 na IP Unida de São Paulo. Foram recebidos 130 novos membros por profissão de fé e batismo. O pastor, rev. Miguel Rizzo Júnior, deu testemunho de que esse fato foi resultado direto do trabalho da Escola Dominical, na época dirigida pelo presb. Eliezer dos Santos Saraiva. NÃO DEIXE A ED MORRER Questionado sobre como não deixar a Escola Dominical morrer em uma igreja, o rev. Odayr alerta que muitas pessoas pensam que a chave para os problemas está em aplicar novidades. Para ele, o segredo maior é a recuperação de algumas realizações e práticas antigas que foram abandonadas, às vezes com pitadas de ironia e desprezo. Os termo que expressam essas necessidades são revitalização, consagração, capacitação real, reciclagem, conselho de educação, valorização da abertura e encerramento – dinâmicos e bem preparados - etc. “O que faz uma ED morrer não é alguma deficiência da instituição como tal; é a falta de interesse, dinamismo e competência dos responsáveis por seu funcionamento”. E acrescenta: “Existe e pode existir Escola Dominical funcionando onde não existe igreja local organizada, mas igreja local sem Escola Dominical é um absurdo inominável”.


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Aniversários

IP Peniel, Goiânia (GO) Onze anos

Por rev. Santiago Pereira de Souza

Igreja Presbiteriana da Tijuca, Rio de Janeiro Trinta e nove anos

Por rev. Eurípedes da Conceição

a organização da IP da Tijuca com um rol de 120 membros fundadores. Desde que foi organizada, a igreja teve quatro pastores efetivos. O rev. Eurípedes da Conceição assumiu o pastorado efetivo em 2001, cumprindo um mandato de dois anos. Terminado o mandato, foi reeleito e tomou posse em janeiro de 2003 para um mandato de cinco anos.

Igreja Presbiteriana de Itanhomi (MG) 50 anos para a Glória de Deus Por rev. Elias Batista Garcia

Nossa história precisa ser contada aos nossos filhos. Eles são filhos da aliança, filhos do pacto da graça de Deus. São mais de 11 anos de bênçãos do evangelho nesta cidade. Tudo começou em 1979, na cidade de Aparecida de Goiânia (GO). Um ponto de pregação foi criado no centro da cidade, através da iniciativa da UMP da Congregação Presbiteriana Bethel, que tinha somente dois anos de existência. Os jovens começaram um trabalho evangelizador na residência do casal Oneida e Osvaldo Antônio Coelho. No dia 19 de maio de 1979, 24 jovens daquela UMP, presidida pela irmã Berenice José Correia, participaram do culto inaugural e foi declarado ponto de pregação. No mês seguinte, passou a ser constituído por cultos nas noites de sábados e escolas dominicais nas tardes de domingo. Meses depois, o ponto de pregação foi transferido do centro de Aparecida, Setor Garavelo, devido à mudança do casal Oneida e Oswaldo. No dia 6 de janeiro de 1980, sob a direção do presb. Wilson de Castro, o ponto de pregação Garavelo passou a se chamar Congregação Presbiteriana Peniel e o rev. Celso Soares de Oliveira dava os atos pastorais. No dia 20 de agosto de 1995, às 9h05, a comissão organizadora fez nascer a igreja. A IP Peniel é pastoreada há dois anos pelo rev. Santiago Pereira de Souza. Atualmente, são 99 membros maiores e 22 membros menores. Existe também a Congregação Monte das Oliveiras, localizada no Setor Amim Camargo, em Goiânia (GO). A celebração do aniversário, realizada no dia 27 de agosto, contou com a preleção do rev. Sidney Ferreira de Paula, pastor auxiliar da IP Central de Unaí (MG), e com a participação musical da banda Expresso Luz de Goiânia.

Maio foi mês de grande alegria para os membros da IP da Tijuca, no Rio de Janeiro, quando a igreja completou 39 anos de organização. As origens da igreja remontam à década de 1950. Ao tempo do rev. Amantino Adorno Vassão à frente do SC-IPB, foi adquirido um casarão antigo na Tijuca. O imóvel deveria servir de sede para a CE-SC/IPB e para o jornal O Puritano que, mais tarde, foi unido ao jornal Norte Presbiteriano, criando o Brasil Presbiteriano. Com a mudança da capital da República para Brasília e a substituição do presidente do SC/IPB, a administração da IPB foi deslocada do Rio de Janeiro. O imóvel da Tijuca foi parcialmente desativado. Por iniciativa de um grupo de membros da IP do Rio, foi iniciado, em 1953, um trabalho de evangelização naquele local. O grupo começou a fazer reuniões de Escola Dominical, às 14h, em uma sala do pavimento inferior da casa. Outros irmãos residentes no bairro passaram a freqüentar as reuniões e somaram esforços na implantação do ponto de pregação. A freqüência foi aumentando e o grupo pioneiro passou a orar a Deus pedindo um pastor. Na tarde de Natal de 1962, o rev. Zaqueu Ribeiro, um dos pastores da IP do Rio, apareceu de surpresa no Ponto de Pregação da Tijuca. Ele participou da reunião e assumiu definitivamente o trabalho. Foram feitas sucessivas campanhas e a propriedade foi comprada pela IPB em 1965. Em 21 de maio de 1967, uma comissão especial do Presbitério do Rio de Janeiro, sob a presidência do rev. Elias Medeiros, formalizou

A Igreja Presbiteriana de Itanhomi está situada na cidade de mesmo nome, no Leste de Minas Gerais. É jurisdicionada pelo Presbitério Norte de Valadares (PRNV/SRD) e foi organizada em 7 de setembro de 1956. Lamentavelmente, dois livros de Atas do Conselho foram perdidos (números 1 e 2), o que nos impede de contar com riqueza de detalhes os primeiros anos desta igreja. Valorosos crentes já passaram por esse templo. Uns foram chamados pelo Deus eterno para junto dele, outros estão emprestando seus talentos nas mais diversas igrejas do país e até fora dele. O rev. Roberto Brasileiro, presidente do SCIPB, participa do culto de ações de graças no dia 7 de setembro. Também faz parte das comemorações o lançamento do livro “Igreja Presbiteriana de Itanhomi – um projeto do coração de Deus”, de autoria do presb. Stênio. O conselho da igreja conta com sete presbíteros e quatro diáconos. O atual pastor é o rev. Elias Batista Garcia, ministro do evangelho nessa igreja desde 1997. Filha da IP de Itanhomi, a Congregação em Capitão Andrade possui casa pastoral, amplo terreno onde se localiza o seu templo e quatro lotes na cidade.


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