FAVELA FAVELA FAVELA FAVELA FAVELA FAVELA in_formalidade e comum_idade
TEORIA DA ARQUITETURA JOSÉ CAMILO CARLOS JÚNIOR LARISSA CALVO ABÍLIO RODRIGO DE AZEVEDO
R E F E R Ê N C I A S
B I B L I O G R Á F I C A S
Exposição Favelagrafia. Museu de Arte Moderna do Rio. SOUZA E SILVA, Jailson de. Favelas: As formas de ver definem as formas de intervir. Revista Econômica, Rio de Janeiro, v 13, n 1, junho 2011. SAQUET, Marcos Aurelio; SILVA, Sueli Santos da,.MILTON SANTOS: concepções de geografia, espaço e território. ISSN 1981-9021 - Geo UERJ - Ano 10, v.2, n.18, 2º semestre de 2008. P. 24-42 www.geouerj.uerj.br/ojs
TEORIA DA ARQUITETURA JOSÉ CAMILO CARLOS JÚNIOR LARISSA CALVO ABÍLIO RODRIGO DE AZEVEDO
TEORIA DA ARQUITETURA JOSÉ CAMILO CARLOS JÚNIOR LARISSA CALVO ABÍLIO RODRIGO DE AZEVEDO
PORQUE A FAVELA NÃO É VISTA COMO CIDADE? PORQUE A FAVELA COMO CIDADE? PORQUE A FAVELA COMO CIDADE? PORQUE A FAVELA COMO CIDADE? PORQUE A FAVELA COMO CIDADE?
NÃO É VISTA NÃO É VISTA NÃO É VISTA NÃO É VISTA
TEORIA DA ARQUITETURA JOSÉ CAMILO CARLOS JÚNIOR LARISSA CALVO ABÍLIO RODRIGO DE AZEVEDO
FAVELACIDADE Talvez jamais entenderemos a profundidade que é ser favela A cidade não vive isso A cidade não sabe o que é ser Nem tão pouco entende o que é viver cidade. No mais singelo gesto, vejo a senhora pela porta com seus olhos a vagar, Mal sabe ela, a vida que pulsa diante dos seus olhos. Sua casa é humilde, sua história é majestosa. Já diziam que felicidade tem nome, queria ter direito em dizer: favela Mas lá não é o meu lugar Não é onde cresci, e de nada aprendi sobre lá Na cidade ninguém exalta a favela Ninguém olha pra quem nasce e morre lá dentro Da cidade a gente enxerga sangue, tiro, droga e violência Mal sabe a cidade que tanto morro e barraco não é suciente pra tamanha ignorância Escute cidade, escute favela Que liberdade tem a cidade? Que cidade é de verdade? Que liberdade tem a favela? Que cidade é de verdade? E com o olhar baixo da vida que se passa Há 60 anos, dona Clarisse iniciou algo E tem a certeza de que a favela é a única cidade que conheceu É a única comunidade que criou Larissa Calvo AbÍlio
COMO PENSAR A FAVELA COMO OBJETO DE INTERVENÇÕES REAIS E POSSÍVEIS?
A favela como expressão desde seu início tem rastro de suor, de luta e orgulho de ser favela. Não caberia a sociedade formal, numa egoísta forma de ver o mundo, tentar entender a favela sem sair do comodismo que se aparenta tão aconchegante. E mesmo que se dispusesse a entender, a favela não é vista como a cidade formal que sempre foi vista certa. As regras, a vivencia, a coletividade, a comunidade, são tão dela que tentar acompanhar, é retroceder na tarefa de se tornar parte. O que será que nos falta para ler a favela não apenas como estudo, mas como algo palpável de resultados. O morro, a comunidade, a favela em si como unidade é uma complexidade urbana e social que demanda olhares vindos de diversas áreas de conhecimento. Entender a dinâmica de um espaço requer legibilidade das multifacetas que são construídas ao longo do tempo, é desconstruir a visão de uma sociedade formal, e reaprender olhando pra favela questões como identidade, limite urbano, social e de poder, é apreciar a tradição que surge em meio a pobreza, a luta e diversidade. Entender a favela é recomeçar o que sabemos sobre cidade, lidar com esse conceito que tem se perdido nas discussões e no projeto de cidade, mas anal que cidade é essa?
FAVELA COMO ESPAÇO DE PEDESTRES
Encarar as diferenças entre favela e a dita “cidade formal” é o primeiro passo para o entendimento das relações entre esses dois territórios distintos. O próprio termo “cidade formal” é rodeado de preconceitos e parte do pressuposto que a favela é resultado de uma urbanização anormal, enquanto na verdade trata-se apenas de uma forma diferente de ocupação. Essa dedução parte do entendimento que a cidade convencional é a regra e tudo aquilo que foge á regra é tratado como estranho, anormal, ou irregular, ou seja, uma visão historicamente e socialmente construída de centroperiferia. Essa disparidade entre os dois territórios está ligado ao processo de formação desses lugares, enquanto na cidade convencional essa dinâmica está diretamente pautada pelo capital na relação de compra e venda da terra, na favela isso é acontece de uma forma menos intensa. Na maioria das vezes uma ocupação surge de uma luta política por moradia, que se arrasta por anos e acaba criando um sentimento de comunidade e cooperação mútua. Esse fator é determinante no vínculo dos moradores com suas casas e na relação dos mesmos com sua vizinhança e sua comunidade. É importante entender essas qualidades que a “informalidade” traz nas relações de urbanidade nas favelas, que muito são muito distintas dos padrões convencionais, mas que alguns casos são até melhores que as intituladas “formais”. Essa “qualidade” não diz respeito a infraestrutura, condições de conservação e salubridade das favelas, que de fato são muito precárias, mas sim á princípios básicos que fogem da forma convencional de pensar cidade. Isso vai desde a construção da identidade e pertencimento, como já citado acima, até em questões físicas que remetem ao traçado, forma e tipologia desses assentamentos demonstrando o quanto as cidades convencionais têm á aprender com as favelas. Há uma inversão total na lógica do arruamento nas favelas por exemplo, onde o carro não é tratado como fator determinante na delimitação do traçado, onde a escala e proporção das vias são muito mais compatíveis com o pedestre. O gabarito das casas e seu alinhamento com a frente do lote trazem outra relação urbana entre o publico e o privado. Por m, até mesmo a relação mais íntima com os cursos d'agua, que não são tratados de forma segregada nas áreas de APP e é algo a ser pensado na construção de cidades mais sustentáveis. Embora distintas e cada uma com suas peculiaridades, a dita cidade “informal” e “formal” fazem parte de um único território e devem ser tratadas e pensadas assim, visando uma integração efetiva entre relação cidade-favela e favela-cidade. Nesse sentido é importante desmiticar a ideia de uma relação unidirecional da favela com a cidade, e entender que assim como a favela necessita da cidade, a cidade também necessita da favela, ou seja, essa relação é bidirecional e de interdependência.
RODOVIAS
INFRAESTRUTURA DE SANEAMENTO
R I O S OCUPAÇÃO EM MATA CILIAR
MORROS
VERTICALIZAÇÃO DAS HABITAÇÕES
Entender as favelas e assentamentos precários também é entender o território que se inserem. Impelidos para áreas periféricas ou de difícil acesso. tentamos entender algumas tipologias desses assentamentos, podendo estar a beira de rodovias, as margens de rios ou nas encostas de morros. Áreas de difícil permeabilidade da cidade, a urbanização dispersa e o domínio do mercado imobiliário frente ao capital fragmenta a cidade em detrimento das obras que priviligeiam o automével. Em um cenário desse, em que a urbanização dispersa se coloca como regra, as favelas vão se inserindo as margens de grandes rodovias, geralmente afastadas do centro geográco da cidade.
Áreas de difícil acesso, e também num cenário de urbanização dispersa e o domínio do mercado imobiliário, zonas ambientais sob o domínio do Estado são ocupadas pela ausência de outras alternativas.
Por m, os morros também foram ocupados, principalmente na cidade do Rio de Janeiro seguindo o processo de gentricação e expulsão da população negra. Importante compreender a localização desses lugares que ao mesmo tempo estão numa zona privilegiada da cidade, mas também enfrentam questões de acessibilidade tanto no próprio espaço como de conexão com o restante da cidade.
Entender favela como espaços de peculiaridades e dinâmicas diferentes da cidade convencional não signica dizer que esses lugares são sinônimos de homogeneidade espacial e social. Assim como em qualquer outra sociedade capitalista, a desigualdade social determina de forma precisa no desenho do território e o papel de cada indivíduo dentro desses espaços. Essa desuniformidade é pautada em uma relação diretamente hierárquica dentro da favela, aqueles com menos condições nanceiras ou com estrutura familiar menos consolidada - a mãe solteira, o idoso, o pai de família desempregado – se abrigarão nas áreas mais degradadas, com menos infraestrutura dentro da realidade local.
OZIEL e jd. monte cristo
Para intervirmos numa favela, é preciso analisar seu desenho urbano para compreender as dinâmicas que se inserem naquele território. É diferente de olhar para a cidade convencional principalmente quando se diz respeito as demandas e o espaço físico. Entender onde se encontram os conitos, as áreas de risco, vocações das áreas para espaços que reforcem a coletividade dentro da favela, são pontos que o projeto tem que se debruçar para que não haja a imposição de uma visão «estrangeira» dentro daquele território.
1 SOBREPOSIÇÃO SOBREPOSIÇÃO SOBREPOSIÇÃO SOBREPOSIÇÃO SOBREPOSIÇÃO SOBREPOSIÇÃO SOBREPOSIÇÃO
DE DE DE DE DE DE DE
HABITAÇÃO HABITAÇÃO HABITAÇÃO HABITAÇÃO HABITAÇÃO HABITAÇÃO HABITAÇÃO
A verticalização de favelas é comum na grande maioria das ocupações, isso está ligado principalmente a fatores físicos, sociais ou o conjunto deles. A topograa, o tamanho pequeno dos lotes podem ser fatores explicam essa característica. Entretanto, não se pode esquecer também da relação familiar instalada nessa comunidade, onde de um lho, uma sogra ou mesmo um inquilino habitam um mesmo lote de forma compar tilhada na conquista da casa própria.
COMO O PROJETO POTENCIALIZA ESSAS QUESTÕES?
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INFRAESTRUTURA INFRAESTRUTURA INFRAESTRUTURA INFRAESTRUTURA INFRAESTRUTURA INFRAESTRUTURA INFRAESTRUTURA INFRAESTRUTURA INFRAESTRUTURA
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A precariedade na infraestrutura urbana das favelas vai muito além da falta de destruição de agua e luz ou da coleta de lixo e esgoto, esbarra também na falta de equipamentos público, de espaços de cultura e lazer e até mesmo na falta de um passeio público. Esse carência de equipamentos criam uma barreira para melhoria da qualidade de vida dos moradores dessas comunidades.
PÚBLICO-PRIVADO PÚBLICO-PRIVADO PÚBLICO-PRIVADPÚBLICO-PRIVADO PÚBLICO-PRIVADOPÚBLICO-PRIVADO Em consequência da sobreposição das casas, surge uma ritimação na lógica desse desalinhamento que se congura a favela. A autoconstrução que acontece espontaneamente vai criando a própria arquitetura do lugar e no conjunto tem-se uma paisagem característica.
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AUTOCONSTRUÇÃO AUTOCONSTRUÇÃO AUTOCONSTRUÇÃO AUTOCONSTRUÇÃO AUTOCONSTRUÇÃO AUTOCONSTRUÇÃO AUTOCONSTRUÇÃO
ARQUITETURA ARQUITETURA ARQUITETURA ARQUITETURA ARQUITETURA ARQUITETURA ARQUITETURA
O processo auto construtivo faz da habitação um canteiro de obras permanente e vitalício, uma construção, reforma ou ampliação fazem parte da vida de cada morador que acompanham de per to construção do sonho da casa própri a. E ssa i n t i m i dade morador-obra criam raízes que aprofundam as relações sócioespaciais entre homem e lugar.
Em consequência da sobreposição das casas, surge uma ritimação na lógica desse desalinhamento que se congura a favela. A autoconstrução que acontece espontaneamente vai criando a própria arquitetura do lugar e no conjunto tem-se uma paisagem característica.
A FAV E L A N Ã O P E D E SOCORRO, ELA REIVINDICA S E U S D I R E I T O S
PORQUE A CIDADE NÃO É VISTA COMO FAVELA? PORQUE A CIDADE COMO FAVELA? PORQUE A CIDADE COMO FAVELA? PORQUE A CIDADE COMO FAVELA? PORQUE A CIDADE COMO FAVELA?
NÃO É VISTA NÃO É VISTA NÃO É VISTA NÃO É VISTA