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Revista JM - Crônica - Autor: Wagner Lourenço, Advogado e escritor

A crônica a ser apresentada possui alguns temas para reflexão, tais como: a importância da empatia, o impacto das redes sociais, o papel da tecnologia, o valor do tempo, o poder da solidariedade, o combate à desigualdade, o valor da educação, a importância da saúde mental e a busca da felicidade.

Esta é uma boa oportunidade para refletirmos sobre o Ano de 2023. O que nós queremos para as nossas vidas? O que nós estamos buscando?

Trata-se de dois personagens exóticos e com características bem peculiares.

Personagem 1:

Nome: Zaphyra Azura

a) Características: Zaphyra é uma mulher misteriosa e cativante. Ela tem cabelos curtos e prateados, com olhos penetrantes da cor do oceano. Seu estilo de vestir é sempre elegante e um tanto excêntrico. Zaphyra possui um senso de humor peculiar e adora fazer comentários sarcásticos. Ela é uma pessoa observadora e está sempre atenta aos detalhes ao seu redor.

b) Profissão: Zaphyra é uma renomada artista plástica. Ela cria obras de arte abstratas que instigam

reflexões profundas sobre a vida e a sociedade. Sua arte é reconhecida por seu estilo único e provocativo.

Personagem 2: Nome: Orion Wolf

a) Características: Orion é um homem enigmático e charmoso. Ele possui cabelos negros e sedosos, combinados com olhos intensos e expressivos. Sua presença é marcante, sempre emanando uma aura de mistério. Orion tem um senso de humor irônico e inteligente, e é conhecido por suas habilidades de dedução.

b) Profissão: Orion é um detetive particular renomado. Ele é especializado em resolver casos complexos e desvendar segredos ocultos. Sua mente afiada e seu olhar perspicaz o tornam um mestre na arte da investigação.

CRÔNICA

Rio de Janeiro, uma cidade encantadora, um dos cartões postais do mundo, povo alegre, comunicativo, que possui um carnavalesco na alma, mas só para os que nascem lá, na cidade maravilhosa. O mês era novembro de 2023, a cidade era do interior e nem parecia Rio de Janeiro.

Em um restaurante charmoso e aconchegante, ela era uma mulher misteriosa e cativante. Seu jeito de vestir sempre elegante e um tanto exótico. Com uma cava bem acentuada entre os seios firmes, ela pediu elegantemente um café, que deveria acompanhar um bolo inglês com frutas cristalizadas, uma verdadeira obra de arte. Ela era a própria obra de arte, por natureza e por profissão, e estava atenta a todos os detalhes ao seu redor. Zaphyra, uma artista plástica renomada, que criava obras de arte abstratas que instigavam reflexões sobre a vida e a sociedade. Sua arte reconhecida pelo seu estilo único e provocativo. Ao sentar-se, ela pediu licença e cumprimentou o cavalheiro.

Bom dia!

Ele, educadamente, respondeu.

Bom dia!

A educação é muito prazerosa e traz vontade de pertencimento, pensou ela.

Com um ar enigmático e charmoso, com olhos penetrantes, ele logo percebeu a cava. Ele adorava mistérios. Parecia ser especializado em resolver casos complexos e desvendar segredos ocultos.

“Que delícia!” Após esse comentário pitoresco, ela retrucou.

Sua mente afiada e seu olhar perspicaz o tornam um mestre na arte da investigação, certo?

Ele ficou pasmo com aquela observação. Gaguejou nas primeiras palavras. Mas não perdeu a elegância e, com muita destreza, respondeu:

Vejo que se trata de uma verdadeira obra de arte - disse ele com muito humor e com um belo sorriso de

dentes perfeitos.

Ela não perdeu a oportunidade e disse:

Sim, gostaria de experimentar?

Ele perdeu o “rebolado” nesse momento. Com a face em chamas, mas com o frescor de boas palavras, disse:

Claro, adoraria.

Assim, enquanto compartilhavam uma mesa no belo restaurante, o aroma do café fresco enchia o ar, e Zaphyra e Orion começaram a conversar. Ele, como um bom detetive particular, ao perceber toda aquela beleza e inteligência, seduzido por tudo que a envolvia, começou logo dizendo que o respeito pela diversidade é o que move o mundo.

Para construir um ambiente melhor é imprescindível respeitar e reconhecer as diferenças de cada indivíduo.

Ela percebeu, com sua argúcia, que se tratava de um galanteador, mas não caiu em sua fala. Em seguida, respondeu Zaphyra:

Sim, aproveito a minha arte para instigar reflexões, principalmente sobre o que deveria ser o respeito à diversidade. A diversidade traz riqueza cultural, novas perspectivas e a possibilidade de aprendizado constante. O que estamos fazendo com isso?

Orion, com sua mente acelerada e com mecanismos pré-fabricados de perguntas, ficou desarmado. Disse:Não sei.

Enquanto saboreavam seus cafés, Zaphyra e Orion mergulharam em uma discussão sobre o impacto das redes sociais no comportamento

das pessoas.

A arte não traz uma influência negativa à autoestima, à saúde mental e tampouco aos relacionamentos interpessoais, observou ela, sempre sorrindo.

E Orion compartilhou histórias de casos em que o uso irresponsável das redes sociais causou danos significativos. Citou, por exemplo, o cyberbullying, a disseminação de informações falsas e até mesmo o uso das redes sociais como ferramenta de atividades criminosas.

Como estamos lidando com tudo isso? Qual a lição que deveríamos aprender? Afinal, esse é o nosso mundo agora, indagou Orion.

Para Zaphyra é essencial buscarmos o equilíbrio entre o mundo real e o mundo digital. É importante estabelecermos um limite para a tecnologia, reservando um momento para desconectarmos, interagirmos pessoalmente e, sobretudo, aproveitarmos a natureza cuidando da nossa saúde mental e emocional.

A sua arte também é sacra, perguntou Orion a Zephyra, ironicamente? Ela, sempre muito atenta, respondeu sem titubear:

Sim, com certeza. A liberdade religiosa não se resume à prática de uma religião específica, mas sim ao respeito mútuo e à valorização da diversidade de crenças, o que contribui para um mundo mais inclusivo e harmonioso. Concorda?

Orion, claramente, não concordava com aquilo, mas permaneceu calado.

Orion não estava preparado para Zaphyra, visivelmente. Ela cultivava a

empatia, pois assim era capaz de criar laços mais profundos e significativos. A ausência de empatia pode gerar isolamento e até ressentimentos, e Zaphyra sabia bem disso.

Como um detetive particular, com tanta experiência e um número expressivo de casos resolvidos, não admitia aquilo? Pensou Zaphyra.

Com sua habilidade única de expressão, sua arte desafiava os estereótipos arraigados, convidando as pessoas a olharem além das aparências e a se abrirem para novas perspectivas. Cada pessoa deveria ser valorizada por sua singularidade e não limitada por rótulos simplistas.

Zaphyra pega o seu telefone celular e mostra-lhe duas fotos. O que você acha? Gostou das esculturas? Orion, doido para penetrar naquele universo misterioso, respondeu:

Não entendi nada. Prefiro papai com mamãe, arroz com feijão.

Zaphyra, com uma elegância inquestionável e um bom humor impressionante, falava sobre o empoderamento feminino. Depois de uma risada pra lá de encantadora, Zaphyra respondeu:

Caro Orion, não podemos mais permitir que os estereótipos e preconceitos limitem as oportunidades das mulheres, garantindo-lhes voz e poder de decisão.

Neste momento, Orion revela-se: Entendo que o verdadeiro empoderamento feminino reside em permitir que cada mulher escolha o seu caminho, independentemente das expectativas sociais, sem a necessidade de se equiparar aos homens em todos os aspectos.

Zaphyra ficou surpresa com a resposta, mas gostou.

Para não perder a atmosfera de uma boa vibração, Zaphyra entabula um assunto sobre o meio ambiente, apresentando para Orion esculturas belíssimas feitas com materiais retirados da própria natureza, sem degradação.

Devemos, sim, repensar nossos hábitos e adotar práticas mais sustentáveis, diz Orion. Zaphyra, em seguida, concorda e acrescenta:

Com isso, poderemos contribuir mais com a preservação dos ecossistemas, a conservação da biodiversidade e a mitigação das mudanças climáticas.

Temos que correr, concordam os dois. O valor do tempo é muito precioso. É essencial aproveitarmos cada momento que nos é dado.

E por falar em tempo, devemos aprender a valorizar os momentos mais simples da vida, como uma boa conversa ou uma hora de tranquilidade. Ao reconhecermos a importância dessas experiências, podemos encontrar mais felicidade e gratidão em nossa jornada.

A graciosidade e simpatia eram marcas de Zaphyra. Assim, com maestria e perfeição, ela conseguiu, também, demonstrar para Orion que a busca pela felicidade é um anseio universal, mas muitas vezes nos perdemos em caminhos equivocados tentando encontrá-la.

Zaphyra ressalta que, em vez de nos concentrarmos em conquistas materiais ou reconhecimentos externos, podemos fortalecer nossos laços familiares ou cultivar

relacionamentos mais genuínos.

Além disso, podemos encontrar propósito e significado em nossa relação com Deus, pois isso pode nos dar sustento e paz interior.

Que pena! A hora voa, disse Zaphyra. Orion, embriagado com tanta beleza, simpatia, inteligência e elegância, protesta. Ah, não! Eu acho que tenho direito a um pedaço desse bolo, perguntou Orion.

Zaphyra, com uma elegância irrepreensível, destacou:

Orion, agradeço a oportunidade por essa conversa tão inspiradora e pela discussão de temas tão relevantes. Espero que nossos caminhos se cruzem novamente em momentos tão enriquecedores como este. Desejo a você um dia maravilhoso! Ah, adoro bolo inglês. Até breve.

Orion fica a lamber os lábios, mas aguarda com avidez o próximo encontro.

Autor: Wagner Lourenço

Advogado e escritor.

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