Conselho Editorial Anabela Lemos, Daniel Ribeiro, Janice Lemos, Ruben Manna, Samuel Mondlane e Vanessa Cabanelas Boletim informativo com a autorização Nr. 17/GABINFO-DEC/2007
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Mau Humor
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O Pináculo do Capitalismo Um hino à imbecilidade e um incalculável risco para a humanidade
Independentemente do que se pense dele, e por mais surreal que ainda possa parecer para a larga maioria dos terráqueos, Donald Trump é mesmo o novo Presidente dos EUA, e ao que tudo indica, o Nova-Iorquino não está lá só de figurino e a sua visão para “make America great again” (tornar a América novamente grandiosa) – slogan da sua campanha presidencial curiosamente originalmente usado por Ronald Reagan em 1980, também ele uma figura do mundo do entretenimento que se tornou Presidente dos EUA – é, no mínimo, radical. Pouco ortodoxo, com a falácia, a arrogância e a insensibilidade de um menino rico feito empresário, habituado a impor a sua vontade à sua hierarquia, Trump não transpira sensatez, solidariedade e nem complacência. E isso, tanto para os Americanos como para o resto do mundo que, irremediavelmente, está sujeito às consequências das políticas e acções dos EUA, é uma séria dor de cabeça. Em termos ambientais, Trump é, potencialmente, o pior que podia ter acontecido ao planeta. É um golpe baixíssimo nas já parcas esperanças por mudanças concretas e palpáveis para salvaguardar o meio ambiente, e assim o futuro da humanidade. Numa altura em que ambientalistas e países desenvolvidos como os EUA ainda travavam aceso braço-de-ferro sobre a utilidade do acordo firmado em 2015 na COP em Paris, Donald Trump é eleito depois de afirmar categoricamente que as mudanças climáticas são uma farsa e de prometer ao seu eleitorado revogar todas as medidas assumidas pelo anterior executivo para fazer face ao problema. Um pequeno enorme revés. Entretanto, na semana passada, Trump apresentou aos Americanos a sua proposta para o Orçamento de Estado. Como já se esperava, as despesas militares ganharam cerca de 53 bilhões de Dólares – verba que afirmou ser necessária para a América voltar a ganhar guerras como no passado. Arrepiante... Mas adivinhem de onde vão sair esses 53 bilhões de Dólares? De todo o lado – dizem os especialistas – menos de programas afectos à Defesa. Nós Africanos seremos particularmente afectados por dois cortes orçamentais: o corte à EPA, – a sua Agência de Protecção Ambiental – que afectará todo o planeta ao fragilizar o monitoramento, a regulamentação e todos as políticas e mecanismos domésticos de protecção ambiental dos EUA, um dos países que mais polui o planeta; e o corte à ajuda internacional, que apesar de representar apenas cerca de 1% do orçamento federal se afigura drástico, e dramático para países como Moçambique que beneficiam anualmente de centenas de milhões de Dólares de financiamento dos EUA.
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A situação é tão alarmante que, de acordo com a CNN, na Terça-feira passada centenas de grupos que apoiam o trabalho humanitário das Nações Unidas escreveram uma carta a membros do Congresso e do Senado Americano, apelando que estes mantenham o seu apoio à ONU e ao seu Secretário Geral. A mesma peça jornalística nota que esta viragem política nos EUA – destacadamente o país que mais ajuda internacional dispensa – não podia ter vindo em pior altura, nomeadamente dados os sérios problemas de fome no Sul do Sudão, no Iémen, na Nigéria e na Somália, onde cerca de 22 milhões de pessoas precisam de ajuda urgente; e, acima de tudo, a aguda crise de refugiados que o mundo vive (a maior desde a Segunda Grande Guerra com mais de 65 milhões de deslocados) fruto de conflitos em países como a Síria e o Iraque. A título de conclusão, revisitemos a frase que sublinhámos há uns parágrafos atrás: “Trump é, potencialmente, o pior que podia ter acontecido ao planeta.” A única ressalva para esta constatação é a triste possibilidade da sua gestão – que ambientalmente se adivinha profundamente danosa – coincidir e contribuir nos próximos anos para eventos climáticos tão extremos que finalmente catapultem a vontade política de abordar e resolver adequadamente o assunto. Infelizmente, se tal acontecer, o custo desse hipotético fechar de ciclo serão muitos milhões de vidas.
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A Maldição dos Mega Projectos Em Moçambique, o ano de 2016 ficou marcado pelo escândalo das dívidas ilegais – EMATUM, MAM e Proindicus – que, uma atrás da outra, fizeram cair drasticamente o Metical e aumentaram vertiginosamente o custo de vida dos moçambicanos. Como se já não bastassem os problemas políticos e o estado de guerra não declarada em que já vivíamos, só faltava mesmo descobrirmos que o País está hipotecado... Assim, convictos que – envolta na impunidade de sempre – em Moçambique a corrupção ao mais alto nível prospera; e absolutamente cépticos quanto a uma competente e exaustiva investigação e efectiva responsabilização dos culpados pela dita hipoteca do País, entrámos em 2017 muito preocupados e muito pouco esperançosos. Nos últimos anos, temos feito os possíveis por explicar que a nossa maior preocupação, o nosso maior receio para o futuro, é que os nossos governantes continuem a vender o País a grosso, – displicentemente e sem critério (na melhor das hipóteses) – a multinacionais cujos mega projectos não só não servem o povo moçambicano, lesam-no sobremaneira. Lesam-no directamente, quando impactam na vida de milhares de pessoas, que são desapropriadas de suas terras e modos de vida, vigarizadas e abandonadas à sua sorte, ou sujeitas a viver em condições insalubres ou mesmo desumanas; e indirectamente, porque o somatório das consequências sociais, ambientais e políticas do “desenvolvimento” que esses mega projectos – agrícolas, mineiros, hidroeléctricos, etc. – trazem, excede largamente os parcos benefícios económicos que a nossa crónica “falta de poder de negociação” garante ao País. Mas esta história não é nova nem é nossa. Várias publicações, de várias organizações, estão cansadas de alertar e denunciar os inúmeros problemas que os mega investimentos estrangeiros trazem a Moçambique. O Centro de Integridade Pública, a título de exemplo, é responsável por algumas das mais pertinentes análises às negociatas e contratos (os poucos que vão sendo tornados públicos) travados entre esses investidores e o nosso governo. Esses contratos, fracos e frequentemente lesivos ao Estado, aliados à incapacidade do Aparelho de
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Estado em fazer valer as nossas leis, a reassentamentos injustos e inadequados e à facilidade com que – com o conluio dos nossos governantes – esses investidores estrangeiros usurpam inescrupulosamente terra camponesa, fazem do investimento estrangeiro em Moçambique uma calamidade socioeconómica. Mas como uma criança inconsequente, parecemos não estar interessados em aprender. Com o novo ano, lamentavelmente, do norte do país chegaram novos mega contratos para extracção de recursos minerais, firmados com alguns dos mais célebres e cadastrados poluidores do planeta, companhias como a Shell ou a ExxomMobil, responsáveis por desastres ambientais de proporções épicas – como aconteceu, entre tantos outros sítios, na Nigéria e no Alasca – e por vergonhosas campanhas de desinformação. Da mesma forma, um pouco por todo o país, os planos estapafúrdios de “rentabilizar” o potencial hídrico do país com um arsenal de hidroeléctricas – sendo que a maioria da energia que se pretende produzir será destinada a exportação e não a suprir as casas dos milhões de moçambicanos que continuam a viver à luz do xipefo – mantêm-se bem vivos e alheios à razão e à ciência, que indicam sistemas energéticos descentralizados e renováveis como a energia solar e eólica como soluções mais justas, adequadas, seguras e até mais baratas. Só no Rio Zambeze, os planos do nosso executivo contemplam expandir Cahora Bassa e construir Mphanda Nkuwa, Lupata e Boroma. Se todas estas barragens todas forem construídas no Zambeze, não temos dúvidas que tal será o seu fim, do seu ecossistema e de milhares de comunidades cuja subsistência depende do rio. Além destes 4 projectos no Zambeze, há ainda Lúrio e Alto Malema em Nampula, e Pavua, no Rio Púnguè, em Sofala. Pavua – a mais recente adição à lista – afigurase desde já (apesar de ainda sabermos muito pouco sobre o projecto) como um atentado ambiental de proporções bíblicas, pura e simplesmente porque (de acordo com o seu Background Information Document) terá um paredão de 115 metros de altura por 950 metros de comprimento! (E para gerar somente 120 MW!) Para quê tantas barragens? Estaremos a equacionar adequadamente os seus potenciais impactos sobre as nossas gentes? Sobre o uso e gestão de água no território tomando em conta variáveis como aquelas esperadas face às mudanças climáticas? Considerámos seriamente a viabilidade de outras alternativas? Estamos certos que não. Parece-nos evidente que – ou por ganância de quem trava essas negociatas e delas se beneficia e/ou por falta de linhas directrizes claras (ou vontade de as seguir) – a moda do mega investimento estrangeiro continua a ser inventar “soluções” rentáveis para poucos, em vez de providenciar soluções efectivas para todos, perpetuando assim um modus operandi em que a urgente necessidade é repetidamente usada para justificar o investimento possível, ao invés do investimento ser solicitado para suprir cabalmente a necessidade identificada. Estamos a ficar sem tempo para corrigir os danos que estamos a infligir ao nosso meio ambiente (e assim a nós próprios)... podíamos ao menos parar de contribuir para o problema.
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O (in)Sucesso da Operação Tronco
Passado cerca de um (1) mês, o Conselho de Ministros através do Ministro da Terra Ambiente e Desenvolvimento Rural apresentou os resultados da operação. Consta que foram detectados vários tipos de irregularidades, que incluem abate de espécies de árvores sem observância dos respectivos Diâmetros Mínimos de Corte (DMC); o corte acima das quantidades licenciadas; corte no período de defeso; e o corte, armazenamento, transporte e comercialização sem as respectivas licenças. Consta ainda que desta operação foram até ao momento apreendidos cerca de 150.982 metros cúbicos de madeira de diversas espécies. A Associação Moçambicana de Operadores de Madeira (AMOMA) defende que o resultado destas apreensões – noticiadas pela comunicação social – deve ser incinerado, alegando a falta de transparência
O Ministério de Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural (MITADER), através da Direcção Nacional de Florestas (DINAF) lançou no passado dia 01 de Março do corrente ano, uma iniciativa de fiscalização florestal designada por “Operação Tronco”. Segundo o Governo, esta iniciativa, lançada em seis províncias do país, – Cabo Delgado, Nampula, Zambézia, Tete, Manica e Sofala – visa fazer “o rastreio de setecentos mil metros cúbicos de madeira ilegal que se prevê encontrar, avaliada em vinte mil milhões de meticais. Até ao momento, não existe (ou pelo menos ainda não está disponível) qualquer documento oficial que reporte os pormenores desta campanha. O pouco que se sabe sobre a iniciativa é a informação fragmentada e sem detalhes que nos chega dos órgãos de comunicação de social, insuficiente para a mais básica das análises.
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do sector no processo de venda de madeira apreendida em hasta pública, o que pode em certa medida impulsionar e incentivar a opção pela exploração ilegal por parte dos prevaricadores. Ora, à luz do artigo 45 da Lei nº 10/99, a lei estipula que aos produtos, objectos e instrumentos apreendidos e declarados perdidos a favor do Estado, podem ser dados vários destinos, especialmente, (i) alienação em hasta pública dos produtos, salvo as excepções previstas na presente Lei e (ii) doação dos produtos perecíveis a instituições sociais e organizações sem fins lucrativos, após a sua discriminação detalhada em auto de apreensão. Por isto, tanto quanto sabemos, o governo não deverá aderir à recomendação da AMOMA. A decisão não poderia ser mais correcta, peso embora as tais falhas e vícios no processo de venda em hasta pública e os alegados esquemas de corrupção que favorecem os prevaricadores não deixem de ser preocupantes. Ainda assim, saudamos a decisão e acreditamos que os recursos apreendidos podem contribuir para aliviar uma série de problemas, como o elevado número de crianças que continuam a ter de estudar sentadas no chão por não haverem carteiras nas escolas, ou o número de serviços públicos de saúde (maternidades, enfermarias, etc.) e administração pública que carecem de mobiliário básico para funcionar condignamente. Ademais, parte dessas madeiras apreendidas poderia, por exemplo, – através do Ministério de Cultura e Turismo – ser atribuída a artesãos nacionais a preços, contribuindo assim para incentivar e potencializar este sector. Importa aqui referir que não se pode assumir que a problemática do sector de florestas – que (pelo menos) ao longo dos últimos 12 anos tem vindo a ser denunciada por diversos sectores da sociedade civil (principalmente por organizações da sociedade civil e académicos) e que durante esse tempo foi muitas vezes
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refutada pelo Governo – possa ser solucionada ou resolvida simplesmente através de campanhas ocasionais como a “Operação Tronco”, independentemente de quanta publicidade as envolva. Importa também recordar que a madeira apreendida, embora ainda possa trazer algum benefício económico ao Estado, já foi retirada do seu local de origem. O dano na sustentabilidade dos ecossistemas onde se insere e na biodiversidade do nosso país está feito. É urgente discutir como deveria tratada esta questão, de modo a que no futuro possamos evitar novas “Operações Tronco”, pois apesar do “sucesso” que esta aparentemente teve, cremos que um trabalho de prevenção adequado seria bem mais útil ao país que enveredar por uma política focada mormente em penalizar os infractores. Contudo, a Justiça Ambiental (JA!) entende que iniciativas como esta não deverão terminar por aqui, aliás, já deveriam ter sido implementadas há muitos anos atrás, quando várias entidades da sociedade civil nacional e internacional, académicos e não só, começaram a alertar o Estado sobre a situação alarmante do sector florestal em Moçambique, sobretudo no que respeita a corte e exportação ilegal da madeira de várias espécies, incluindo as preciosas e de primeira classe, para uma série de países com destaque para China. Neste contexto, por se tratar de um assunto de elevado interesse público, a JA! partilha de opinião que se deveriam partilhar e divulgar os documentos oficiais sobre esta operação, bem como as suas respectivas conclusões, recomendações e processos legais resultantes. A responsabilização dos infractores e mandatários identificados poderá contribuir para que se tomem medidas concretas para alterar este quadro, e os indicadores da operação poderão ser usados para fazer monitorias mais eficazes e que reflictam melhor a realidade dos factos um pouco por todo país.
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Menos mal JINDAL. Menos mal...
A Província de Tete – onde se encontra a maior reserva de carvão mineral do hemisfério sul – registou nos últimos anos um crescimento económico assinalável. No entanto, não foram os dividendos das nossas concessões mineiras que proporcionaram esse crescimento à região, mas sim o boom do sector terciário que a edificação de infra-estruturas e a necessidade de suprir essa indústria despoletou. Lamentavelmente, as comunidades directamente afectadas pelos empreendimentos mineiros continuam a ser as principais vítimas do “desenvolvimento” da região. Desapropriadas do seu modo de vida, comunidades como Cassoca – há mais de 6 anos à espera de ser reassentada e forçada a viver no seio de uma mina de carvão em operação – sobrevivem diariamente ao desplante e aos desmandos de quem não tem a mínima consideração por si e pelos seus direitos. Mas nem tudo são más notícias... No dia 9 de Abril, no âmbito do nosso trabalho de monitoria aos projectos de exploração de carvão na Província, voltámos a Chirodzi para visitar a comunidade de Cassoca. Para nosso espanto, ao chegarmos à cancela que dá acesso à concessão mineira da JINDAL, dentro da qual a comunidade vive, quando já nos preparávamos para a recepção imprópria e incómoda de sempre, – ainda mais depois da denúncia que aqui fizemos há pouco mais de um mês e que foi disseminada por alguns órgãos de comunicação – ficámos espantados com a cordialidade e facilidade com que os seguranças da empresa nos deixaram entrar. Sem interrogatório, sem espera, sem quaisquer entraves. Inédito. Quando chegámos a Cassoca contámos o ocorrido à comunidade, que então tratou de nos pôr a par das novidades. Contaram-nos que a nossa denúncia motivou a visita de uma equipa da JINDAL à comunidade com a finalidade de apurar a veracidade das nossas alegações; disseram-nos que corroboraram a nossa denúncia e que, desde então, têm circulado livremente, sem assédios e constrangimentos. Menos mal...
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Notícias Internacionais Uma Lei Histórica em El Salvador A 29 de Março de 2017 a Assembleia Legislativa de El Salvador , aprovou uma Lei histórica através da qual se proíbe,com carácter retroactivo, a extracção de metais preciosos em seu território. A decisão e o resultado de duas décadas de luta pelas comunidades e já deixou atrás de si muitos mártires, especialmente na zona de Bajo Lempa e no Departamento de Cabanas. A Real World Radio oferece este material com a intenção de valorizar e elevar as vozes das comunidades que conseguiram vencer o forte lobby de mineração e suas expressões de chantagem e violência territorial. http://radiomundoreal.fm/el-sa lvador-libre-de-mineri
Os estranhos animais híbridos criados pelas mudanças climáticas Casos de espécies diferentes cruzando entre si e gerando estranhos animais híbridos, vem se tornando cada vez mais comum em meio às mudanças climáticas. Pesquisadores da Universidade de Tuscia, na Itália, repararam que no parque de Partenio, no sul do país, uma fêmea, um exemplar do sapo-europeu (Bufo bufo), uma espécie encontrada em quase todo o continente, a acassalar com um macho, sapo-balear (Bufotes balearicus), característico do sul da Itália, Córsega e Ilhas Baleares (Espanha) Há vários casos naturais de hibridização, especialmente quando as espécies têm genomas semelhantes. O que espantou os cientistas acerca dos sapos foi que as duas espécies estão geneticamente separadas por 30 milhões de anos no processo de evolução. “A hibridização é muito mais comum entre espécies de plantas e animais que estão estreitamente relacionadas. Para se ter uma ideia, cerca de 25% das plantas e 10% dos animais sofrem um processo de hibridização”, explicou à BBC Mundo Daniele Canestrelli, autora principal da pesquisa.
Outros casos: Grolar: um híbrido gerado pelo cruzamento do urso pardo com o urso polar. Coywolf: nome em inglês que surge do cruzamento de coiotes e lobos. Hibridização entre a foca-anelada e a foca-manchada. Narluga: híbrido entre o narval (também conhecido unicórnio do mar) e a beluga (cetáceo que habita o Ártico). Esquilo-voador-do-sul e esquilo-voador-do-norte. Lebre-europeia e lebre-da-montanha….entre outros https://noticias.uol.com.br/meio-ambiente/ultimas-noticias/bbc/2017/04/10/os-estranhos-animais-hibridos-criadospelas-mudancas-climaticas.htm?cmpid=copiaecola
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