Newsletter Dezembro 2011

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Conferência sobre Mudanças Climáticas das Partes 17 (COP17) ou a "Conferência dos Poluidores? Os activistas da justiça climática, começaram as preparaçoes para o COP17, com a conferência intitulada “ A semana da Energia Suja” que decorreu em Durban de 21 a 25 de Novembro, organizada pela Groundwork (ONG ambientalista Sul -Africana e parceira de longa data da Justiça Ambiental), com várias outras ONG's, nacionais e internacionais , académicos e organizações comunitárias de base. Debateu-se intensivamente durante toda a semana, assuntos relacionados com energia e mudanças climáticas. as chamadas energias sujas tais como: “ petróleo, carvão, barragens entre outras”, os seus impactos e emissões. Os financiamentos do Banco mundial e outros bancos no apoio às energias sujas, as falsas soluções às mudancas climáticas, os mercados de carbono , e as alternativas para fontes de energia limpa. O caso de “ Yasuni” uma comunidade do Equador, que travou uma luta para que o petróleo existente na sua localidade ficasse no solo, serviu de exemplo como se poderá viver numa sociedade sem a dependência do petróleo. Este foi um bom exemplo que deverá ser seguido para se conseguir “deixar o petróleo no solo e o carvão na cova”( Leave the oil on the ground and the coal on the hole) , só assim poderemos viver sem dependência das energias fosseis.

Foto:A.Lemos

Edição #7: 5 de Dezembro 2011

A conferência terminou com um discurso de “ Pablo Salon” , ex.embaixador boliviano nas Nações Unidas, um grande herói e a única voz da consciência, na COP16, em Cancun, México . A Bolivia foi a única delegação a votar contra os resultados das negociações em Cancun, porque não avançaram para um acordo vinculativo sobre os cortes nas emissões para os países desenvolvidos, cortes esses que o planeta precisa para a sua sobrevivência de acordo com todos os cientistas respeitáveis espalhados pelo Mundo. Solón, disse que a Bolívia não se sentia sózinha em Cancun pois tinham o apoio dos movimentos populares. Solón, ajudou a iniciar a Conferência Mundial dos povos sobre as Mudanças Climáticas, em Cochabamba, em Abril de 2010,que se tornou hoje a posição dos movimentos desafiando assim o fracasso da UNFCCC. Solón falou sobre as "falsas soluções", a resistência das comunidades aos projetos de energia suja, incluindo “fracking”, areias de Tar, barragens, petróleo bruto, carvão , mineração, e os chamados projetos de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo.

Debateu-se a questão se valia ou não a pena a sociedade civil se envolver com o processo, se não seria preferivel investir na solidariedade com os movimentos e grupos que não querem fazer parte deste processo, porque foi boicotado, e se fizermos parte dele é porque de certeza estamos a sofrer o sindroma de Stockolm (O Síndrome de Estocolmo (Stockholmssyndromet em sueco) é um estado psicológico particular desenvolvido por algumas pessoas que são vítimas de sequestro. wikipedia).

O que é certo é que de ano para ano as decisões tomadas só pioram a situação, as emissões estão cada vez mais altas e continuam a subir, enquanto se discute os linites, se deverá ser 1%, 1 ½ ou 2, ou qual a percentagem que os países desenvolvidos devem diminuir nas emissões, em 2010 as emissoes foram na ordem de 6%, o que simplesmente não é aceitável e prova a falta de vontade dos paises em resolverem realmente o problema.

Depois do fecho de Salon, todos os participantes juntamente com alguns estudantes universitarios, foram fazer uma manifestação no estádio aonde se encontravam reunidos o conselho directivo do “CDM” mecanismo de credito de carbono , entoando canções e berrando “ Amandla” com dísticos e vários dizeres neles. Terminou-se a manifestação cantando o hino dos activistas climáticos “ Leave the oil on the ground and the coal on the hole” - (Deixem o petróleo no solo e o carvão na cova). Conselho Editor: Anabela Lemos, Janice Lemos, Jeremias Vunjanhe, Sílvia Dolores e Vanessa Cabanelas/ Layout & design: Ticha


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