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14 de Maio...Tensão em Moatize: FIR e PRM apreendem 3 manifestantes De acordo com uma fonte no local, às 5 da manhã de hoje, aproveitando o número reduzido de manifestantes presente no local a essa hora, a PRM e a FIR dispersaram os manifestantes que bloqueavam a linha férrea à saída do Projecto Moatize após forçarem os mesmos a desobstruir a linha. Três manifestantes foram detidos (entre os quais Refo Estanislau que já havia sido detido o mês passado aquando dos primeiros protestos dos oleiros) naquela que só pode ser entendida como uma atitude de intimidação, repressão e de total violação dos direitos destes cidadãos. 16 de Maio..... Procurase acusação… Mais de 24 horas depois, os três oleiros detidos em Moatize em virtude dos mais recentes protestos de reivindicação de indeminizações à porta da mina de carvão da Brasileira Vale continuam presos. De acordo com o seu advogado, continuam à espera de saber qual é a acusação... Será que ainda vão demorar muito? 17 de Maio...A acusação Os 3 oleiros detidos em Moatize vão ser acusados de ameaçar de morte um funcionário da Vale De acordo com o que o Jornal a Verdade noticiou à pouco, os 3 oleiros detidos em Moatize na madrugada de terça feira, irão a julgamento segundafeira e serão acusados de ameaça de morte e perturbação da ordem e tranquilidade públicas. Custanos a crer, mas verdade ou mentira deixamos o alerta: este caso é uma manobra de diversão para descredibilizar e demover os oleiros e as comunidades reassentadas, para manchar a sua luta e a justiça das suas reivindicações.
Mudança de escritório Finalmente...É com muito prazer que informamos que mudamos de instalações, agora estamos situados na Av. Mao Tse Tung No. 549, 1º andar Direito. Os nossos contactos telefónico e email mantémse, apenas o endereço físico foi alterado. A mudança de escritório levou ao atraso de algumas das nossas habituais tarefas, uma destas é o envio do nosso boletim informativo mensal. Pelo atraso as nossas sinceras desculpas.
Foto:D.Ribeiro
Edição # 22: 5 de Maio 2013
Desenvolvimento Questionável A história repetese distrito após distrito e província após província deste imenso Moçambique. Mudam os intervenientes, mudam alguns dos contornos da narrativa em função do recurso em questão, mas o discurso é quase sempre o mesmo: Vieram aqui os homens dessa empresa acompanhados por um representante do governo distrital ou provincial, pediram nos para cedermos as nossas terras para o seu projecto e prometeramnos novas machambas e casas melhores, indemnizações condignas, emprego para as comunidades durante os próximos 50 anos, escolas e hospitais, mas essas promessas não foram cumpridas e em vez de melhorar a nossa condição de vida, a vinda desse empresa só veio piorála. Passámos as últimas três semanas a viajar o norte do país e o panorama é, no mínimo, alarmante. Em troca de um desenvolvimento supostamente para todos nós, “vendese” muito barato o bem estar das comunidades locais que deveriam ser as principais beneficiárias do mesmo. Na Província de Tete, a situação não é tão má como pintam os poucos órgãos de comunicação social idóneos do país, é pior. Enquanto os moçambicanos mais vigilantes se mantém atentos ao desenrolar dos acontecimentos em Moatize (onde o estado responde aos protestos pacíficos de oleiros e populações reassentadas com repressão e intimidação policial, balas de borracha e prisões arbitrárias de cidadãos que, em pleno exercício dos seus direitos constitucionais, exigem o que lhes foi prometido), a pouco mais de 100 quilómetros da capital provincial, estimamos que entre uma a duas centenas de pessoas vivam dentro da área de concessão de uma mina a céu aberto.
Conselho Editor: Anabela Lemos, Daniel Ribeiro,Janice Lemos, Ruben Manna e Vanessa Cabanelas/ Layout & design: Ticha / Editor : Ruben Manna