Newsletter Março 2012

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Governo chumba opção fluvial Savana 1/3/2012

Foi uma surpresa agradável abrir o jornal “Savana” e ler a noticia que informava o público a rejeição do “Estudo de Impacto Ambiental” (EIA), da proposta de transporte do carvão pelo Rio Zambeze, das companhias mineiras “Riversdale/Rio Tinto”. Na altura do lançamento do “EIA”, a JA fez uma análise ao estudo e chegou à conclusão, que o estudo não era fundamentado em dados científicos, os resultados da modelagem não eram confiavéis, o período para o levantamento de dados insuficientes e que havia falta de informação e estudos sobre outras alternativas. A JA concluiu depois de ler o EIA que o projecto não deveria ser aprovado e que o Rio Zambeze não tinha condicões para o transporte de carvão. Aliás a “Riversdale/Rio Tinto”tinham a obrigação de procurar soluções mais sustentavéis para o transporte e escoamento do carvão, quer seja por via férrea ou rodoviária, como aliás deveria ter sido considerado desde o início ou seja escolher das três opções, ao invés de apenas se restringirem a uma única opção “a navegação”, principalmente quando existem outras, sendo isso também uma boa oportunidade e um factor para o desenvolvimento da localidade e das comunidades, como é o caso das linhas férreas. Congratulamos o nosso Governo pela análise e decisão correcta deste projecto, esperando que continuem firmes na decisão e apelando sempre à priorização de alternativas mais sustentáveis como é o caso da linha férrea. “ O poeta checolosvaquio Vaclav Havel quando esteve na prisão, escreveu sobre a diferença entre o optimismo e a esperança: “Optimismo” ­ ele argumentou ­ era baseado no desejo que tudo se ia resolver. ”Esperança”, por sua vez, era baseada na orientação do espirito. Não assumindo que tudo se há­de resolver mas sim fundamentado na convicção que o que estamos a fazer é Correcto, sem nos importarmos com o resultado.

Nós temos esta esperança e como disse o poeta May Sarton “ mantenham a esperança guardas do espiríto, vocês sabem que sem a escuridão nada nascerá”

Foto:A.Lemos

Edição # 9: 5 de Marrço 2012

Sociedade Civil Africana Exige um Efectivo

Tribunal Africano de Direitos Humanos e dos Povos (TADHP) Moçambique acolheu em Fevereiro último o seminário internacional de capacitação sobre o (TADHP),com vista a aperfeiçoar procedimentos de encaminhamento de contenciosos judiciais ao Tribunal. Organizado pela Liga Moçambicana de Direitos Humanos (LDH),o seminário destinado a advogados e activistas, contou com a presença do Presidente do Tribunal Supremo da África do Sul e Juiz do (TADHP) , Bernard Ngoepe e a Comissária Africana dos Direitos Humanos e dos Povos, Pansy Tlakula. A Presidente da LDH, Maria Alice Mabota, disse que a formação constitui um grande passo rumo ao reforço da sociedade civil dos países africanos falantes da Língua Portuguesa no sistema africano dos Direitos Humanos e a sua inserção no sistema regional e internacional dos Direitos Humanos, visando a resolução de problemas relacionados com violações de Direitos Humanos cometidos pelos poder político nos países africanos. Os Estados Membros da União Africana(UA) incluindo Moçambique adoptaram o Protocolo a a Carta Africana de Direitos Humanos e dos Povos em 10 de Junho de 1998 , em Ouagadougou, em Burkina Fasso. O referido Protocolo, vinculativo para os Estados Partes que o ratifiquem, entrou em vigor a 24 de Janeiro de 2004. Até Março de 2011 somente 26 Estados membros entre os quais Moçambique haviam ratificado o Protocolo que estabelece o Tribunal Africano. Entretanto, apesar de ter ratificado este Protocolo Moçambique não assinou a necessária Declaração que permite o acesso directo ao Tribunal por parte de indivíduos e Organizações Não Governamentais. Com esta capacitação espera­se que nos próximos meses várias iniciativas de advocacia sejam promovidas com vista a sensibilizar o Governo e a Assembleia da República de Moçambique a efectuar a declaração sobre o protocolo Africano referente aos Direitos do Homem e dos Povos. Foi lançado um relatório das organizações “Earthworks and MiningWatch Canada” intitulado“ Troubled Waters”,que analisa os despejos de residuos solidos (lixo) que estão a envenenar os nossos oceanos, rios e lagos, com especial destaque para os residuos causados pela mineração. A pesquisa durou um ano e descobriu que as empresas de mineração estão a despejar toneladas de resíduos das minas nos oceanos, rios e lagos O relatório“Troubled Waters”poderá ser visto no seguinte site: www.nodirtygold.org/troubledwaters.cfm( com fotografias, mapas etc)

Conselho Editor: Anabela Lemos, Janice Lemos, Jeremias Vunjanhe, Sílvia Dolores e Vanessa Cabanelas/ Layout & design: Ticha


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