Newsletter Outubro 2013

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Foto:D.Ribeiro

Edição # 27 5 de Outubro ,2013

Talvez “Contra o Desenvolvimento” não seja um Rótulo assim tão Mau Foram 4 dias intensos os que passámos na Catembe a semana passada num Workshop sobre desenvolvimento que organizámos em parceria com o Transnational Institute (TNI) ,Center of Civil Society, da universidade de Durban (CCS) e a Friends of The Earth International (FoEI). Académicos e membros da sociedade civil nacionais e de vários países e continentes reuniram­se connosco para discutir os atuais modelos de desenvolvimento e o papel que estes assumem, quer como catalisadores, quer como instrumentos ao serviço do capital. Houve uma rica partilha de vivências, experiências, perspectivas, ideias e ideologias, e, acima de tudo, como já foi dito, debateu­se muito e mui abertamente o atual padrão de desenvolvimento. Sociedade civil, académicos e ativistas analisaram o atual estado da economia mundial, indicaram o beco sem saída para o qual caminhámos, falaram de alternativas, de “ubuntu”, de “bom viver”, de “Commons”*, de uma série de saberes e conjeturas que poderiam ajudar a humanidade a determinar um novo caminho, traçado mediante um novo conceito de progresso e evolução; um trajeto que nos leve rumo a um destino diferente daquele que tememos nos aguarde caso as coisas não mudem.

Foi uma lufada de ar fresco e pôs­nos a pensar no seguinte: Se calhar somos mesmo contra o desenvolvimento... Se o modelo de desenvolvimento vigente não serve o planeta e seus povos, se é a busca desenfreada por um crescimento económico sem tecto, sem princípios e dissociado e desinteressado na distribuição equitativa de qualidade de vida entre a humanidade, se serve somente o tal 1% da população que gere (e mal) os recursos do planeta, então talvez sejamos mesmo contra esse dito desenvolvimento.

Talvez seja hora de pensarmos mesmo em alternativas. Talvez até já tenha passado da hora... seja como for, há que agir, e o primeiro passo é quebrar a ideia generalizada que desenvolvimento é sinónimo de progresso. Não é. O conceito de desenvolvimento surge depois da segunda grande guerra como ferramenta necessária para combater as assimetrias socioeconómicas de um planeta que hoje, continua desnivelado. Passaram­se mais de 50 anos. Dizem alguns dos entendidos que o paradigma não só está obsoleto como provou ser uma falsa solução.

Mas não nos vamos estender mais. Primeiro porque vamos dar continuidade a estas e outras questões de desenvolvimento e segundo porque pedimos a alguns dos nossos parceiros para escreverem algo sobre este e outros assuntos para as nossas próximas edições. Nos próximos meses partilharemos essas ideias convosco. Fiquem atentos. Antes do fecho da conferência fez­se o lançamento do livro em inglês “Behond Development – Alternative visions from Latin America”, pelo grupo permanente de alternativas para o Desenvolvimento. O grupo é composto por ativistas e académicos da América Latina, que se juntaram para analisar e dignosticar os problemas criados pelo chamado desenvolvimento baseado em extrativismo e ao mesmo tempo desenvolver e propor políticas alternativas baseadas em igualdade social, racial, género e de uma nova relação com a natureza. A versão inglesa é a tradução da publicação “Más Allá del Desarollo” de 2011.Quem estiver interessado numa cópia digital, envie um email à JA.

Conselho Editor: Anabela Lemos, Daniel Ribeiro,Janice Lemos, Ruben Mama e Vanessa Cabanelas/ Layout & design: Ticha / Editor : Ruben Manna


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