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DIREITOS ... VISTE-LOS ... JÁ FORAM!

Todos sabemos que quanto a direitos .... estamos a ficar pouco abonados. Conversa - muita, do melhor, palavrosa e cheia daquelas expressões estrangeiras que soam a global, a gente informada, a gente do mundo.

Também não nos podemos queixar muito. Afinal, começámos a achar que só tínhamos direitos ... e os deveres eram sempre para outros. E depois, começámos a ter opinião sobre tudo, sobre todos e, isso, é a maior montra da nossa ignorância. As pessoas permitem-se cada coisa! Não posso, obviamente, escrever aqui tudo o que me vai na alma sobre esta matéria. Não há tempo nem espaço e, mais do que isso, estas linhas não pretendem acabar com o vosso bom humor nem com a esperança de que hão-de vir dias melhores.

Hoje, os direitos que me estão a dar volta ao estômago, são os direitos de autor.

E passo a citar dois nomes grandes da escrita, agora insultados por esse mundo, com justificações ridículas, caricatas, insultuosas para qualquer coeficiente de inteligência:

Agatha Christie e Enid Blyton são duas autoras sobejamente conhecidas. Não precisam de apresentação. E, no entanto, embora os seus livros de ficção tenham feito o maior sucesso ao longo de décadas, o que significa muitas, muitas vendas, não consta que tenham prejudicado o crescimento de ninguém, ou, melhor dizendo, de alguém.

Tanto quanto se sabe, não tiveram consequências nefastas no comportamento humano.

E, tanto quanto se sabe, fizeram companhia a milhões de leitores de todas as idades, por esse mundo fora ...

São só estas autoras a sofrer estes golpes inqualificáveis? Claro que não. E a cena já se passa também em filmes, não tarda na música, e vai alastrar a tudo o que esta moderna mentalidade se lembrar de calar. Porque é disso que se trata: calar! E a imaginação, a criatividade, as ideias, bom isso tudo tem regras muito rígidas, imagine-se, neste admirável mundo novo.

Os castradores, que se chamavam antigamente censores, os homens do lápis azul, são agora - imagine-se - leitores de sensibilidade.

Isto não vos assusta? Assusta, com toda a certeza. Porque quem dita as regras está a virar o mundo do avesso. E com um nome tão pomposo, até parece que estão a fazer um bem ao mundo, muito concretamente aos autores.

Em Portugal a coisa parece ligeira. Parece! Ainda não se passa ao nível dos direitos de autor. Mas havemos de lá chegar. Com a pressa que sempre temos de estar à frente, também chegamos primeiro à beira do precipício.

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