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PROVESTIBULLAR.COM.BR AS ELEIÇÕES NOS ESTADOS UNIDOS. Senhores, O ano de 2012 está repleto de eleições importantes. Vladimir Putin foi reconduzido ao Kremlin sob críticas da oposição que classifica o sistema como corrupto. A França elegeu François Hollande. O Egito elegeu um presidente da Irmandade Muçulmana, Mohamed Moursi, na sua primeira eleição realmente democrática. E, por fim, os EUA vão às urnas. As eleições estadunidenses seguem um sistema bastante peculiar, então vai aqui um esclarecimento sobre o sistema. Ao contrário do que se pensa, o sistema dos EUA não é bipartidário de juri, apesar de ser de facto. Há outros partidos nos EUA, inclusive um comunista, mas não há financiamento público de campanha (com impostos). Toda a campanha é feita com doações e recursos particulares dos candidatos. Com o tempo, consolidaram-se os atuais partidos mais fortes: Republicano e Democrata. Há, ainda, o “candidato independente”, que se lança sem partido. Por fim, um fator essencial: o voto não é obrigatório, ou seja, não se sabe ao certo quantos eleitores de cada partido realmente depositarão seus votos nas urnas. Um grupo de eleitores pode, simplesmente, não votar. Atrair o eleitor é um desafio. Prévias Antes de decidir quem será o candidato, cada partido realiza as chamadas “prévias” que são, na prática, eleições dentro do partido. Os candidatos debatem entre si para convencer os eleitores e os filiados. O partido lança aquele que parece ser o candidato mais viável, já que o voto nos EUA não é obrigatório, portanto é preciso “empolgar” o eleitor. Nos EUA as “prévias” são cercadas de espetáculo e cobertura midiática. São realizadas em base estadual, por isso os pré-candidatos fazem uma turnê de debates pelo país, uma pré-campanha. Tradicionalmente, não são feitas prévias no partido que está no governo caso o presidente ainda esteja no primeiro mandato e, portanto, tenha o direito de disputar um segundo mandato. É o caso do presidente Barack Hussein Obama. Colégio eleitoral e apuração A apuração é indireta, feita primeiro no estado e depois em nível federal. Existe um organismo chamado “colégio eleitoral” em que cada estado tem um número de representantes proporcional à sua população, os chamados “delegados”. Isso faz com que alguns estados tenham um grande peso eleitoral e com que outros sejam quase insignificantes (mapas no fim do post). WWW.PROVESTIBULLAR.COM.BR
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PROVESTIBULLAR.COM.BR No momento da apuração, o que ocorre é o seguinte: o candidato que tiver a maioria dos votos em um estado fica com TODOS os votos desse estado no colégio eleitoral. Ou seja, o partido que ganha num estado é o partido que indica os delegados desse estado para o colégio eleitoral. No colégio, os delegados votam de acordo com seu partido. Um exemplo: A Califórnia tem quase 38 milhões de habitantes, o que garante a esse estado 55 delegados no colégio eleitoral. Suponhamos que 10 milhões sejam eleitores e participem da eleição (um índice já alto). Se o candidato A tiver 6 milhões de votos e o candidato B tiver 4 milhões, quem vence é o candidato A. Os 55 delegados não serão distribuídos proporcionalmente, serão todos apontados pelo partido do candidato A. Assim sendo, é essencial vencer em estados-chave como Flórida, Nova Iorque, Texas e Califórnia, ao passo que estados de pequena população como Montana (MT) ficam esquecidos. Ou seja, a eleição dos EUA não é nacional, é a soma ponderada das eleições em 50 estados. Mapa do colégio eleitoral com o número de delegados por estado:
Mapa do resultado da eleição de 2008 entre Barack Obama e John McCain. Perceba que, aparentemente, o país estava dividido mas, devido ao peso dos estados, os votos para Obama somaram mais que dobro daqueles dados a McCain:
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Devido a esse sistema, um candidato pode ter menos votos populares mas, dependo do mapa de suas vitórias estaduais, pode ter mais votos no colégio eleitoral, vencendo a eleição. Historicamente há estados tradicionalmente democratas e tradicionalmente republicanos. Quem decide a eleição são os chamados “swing states”, ou estados indecisos, aqueles sem maioria clara, os imprevisíveis. A eleição desse ano chama a atenção justamente por haver um relativo empate, tornando os “swing states” fundamentais. Obama tem uma ligeira vantagem pois. Dos 8 estados indecisos (Ohio, Florida, Virginia, New Hampshire, Carolina do Norte, Nevada e Colorado), Obama precisa vencer em Ohio e qualquer outro que não seja New Hampshire,insuficiente por ter poucos votos no colégio eleitoral. Ohio, pelas pesquisas, deve escolher Obama. Mitt Romney precisa vencer em 4 estados dos quais 2 tem que ser Ohio e Florida. FONTE: http://historiaonline.com.br/2012/11/05/as-eleicoes-nos-eua/ Acesso em 05 de nov. de 2012.
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