Catálogo viva o povo brasileiro

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Ministério da Cultura e Centro Cultural Correios apresentam | presents

VIVA O POVO BRASILEIRO! Curadoria | Curatorship: Denise Mattar Consultoria | Consultant: Roberto Rugiero

CENTRO CULTURAL CORREIOS 14 de Abril a 12 de Junho de 2016 | April 14 - June 12, 2016

PATROCÍNIO

REALIZAÇÃO


“Viva o Povo Brasileiro!”

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elas, madeira, argila, paletas de tintas, pincéis, formões e as mãos; sensibilidade, criatividade e a alma de vários artistas traduzem - em traços e formas - um poético diálogo entre temas e obras, com sotaques geográficos, sociais e culturais de todas as regiões do País. A exposição Viva o Povo Brasileiro! expressa o belo, o singelo, o lirismo e a simplicidade da arte popular numa genuína manifestação da espontaneidade e da liberdade criativa dos 77 artistas representados nessa coletiva no Centro Cultural Correios do Rio de Janeiro. Viva o Povo Brasileiro! reúne artistas consagrados e novos expoentes, apresentando mais de 200 obras, entre pinturas, esculturas em madeira e cerâmica, além de objetos. Verdadeiros tesouros de arte popular guardados em importantes coleções particulares – como os acervos de João Maurício de Araújo Pinho e Irapoan Cavalcanti – alguns nunca expostos para amplo conhecimento e apreciação do público. A exposição revela essas relíquias marcantes na história da arte popular nacional, ao mesmo tempo em que faz uma exaltação à nação brasileira, contextualizando a singularidade do seu povo em sua pluralidade racial, seus símbolos e costumes, suas raízes, crenças, tradições e contradições. A diversidade escultórica atrai a curiosidade do visitante para as “ilhas” expositivas, circundadas por um cenário lúdico de cores, luzes e sons; também elementos coadjuvantes ao enlevo de olhares para as telas dispostas nas paredes. De cerâmicas de Zezinha e Nuca – prestigiados artistas populares de Minas Gerais e Pernambuco; de esculturas assinadas por GTO – o também mineiro Geraldo Teles de Oliveira – e dos Mestres pernambucanos Galdino e Vitalino, às pinturas do cearense Chico da Silva, da goiana Mirian e do pintor da música, o carioca Heitor dos Prazeres, além de tantos outros autodidadas da arte das diferentes regiões do País, a mostra traduz um panorama minucioso de beleza e originalidade criativa. E os Correios, que promovem a integração da população brasileira com a prestação de serviços diferenciados em todo o território nacional e no exterior, também marcam presença disseminando arte e cultura com ações direcionadas aos seus Centros e Espaços Culturais, localizados em capitais e cidades do País. Na oportunidade, prestigiam o público e o turismo do Rio de Janeiro, patrocinando esse importante projeto, tão abrangente quanto simbólico da identidade nacional. E, Viva o Povo Brasileiro! Bem-vindos! CENTRO CULTURAL CORREIOS DO RIO DE JANEIRO

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Long live the Brazilian people! Canvasses, wood, clay, paint palettes, brushes, chisels and hands; sensibility, creativity and the soul of several artists are translated – through strokes and shapes – into a poetic dialogue between themes and works, with geographic, social and cultural accents from all regions of the Country. The exhibition, Viva o Povo Brasileiro!, expresses beauty, innocence, lyricism and the simplicity of popular art in a genuine manifestation of the spontaneity and creative freedom of over 50 artists represented in this group exhibition at the Centro Cultural Correios de Rio de Janeiro (Rio de Janeiro Post Office Cultural Center). Viva o Povo Brasileiro! brings together celebrated artists and newcomers, exhibiting around 150 works of art, including paintings, wood sculptures, ceramics and other objects. True treasures of popular art maintained in important private collections – such as those of João Maurício de Araújo Pinho and Irapoan Cavalcanti – some of which have never been shown for wide public appreciation and recognition. The exhibition reveals these relics that are milestones in the national history of popular art, while at the same time exalting the Brazilian nation, contextualizing the singularity of its people in its racial plurality, symbols and customs, its roots, beliefs, traditions and contradictions. The sculptural diversity attracts the curiosity of the visitor to the descriptive “islands”, surrounded by a ludic scenario of colors, lights and sounds: that are also elements that support the delighted gazes that follow the screens hanging on the walls. From the ceramics by Zezinha and Nuca – famed popular artists from Minas Gerais and Pernambuco; sculptures signed by GTO – Geraldo Teles de Oliveira, also from Minas Gerais – and Masters Galdino and Vitalino, from Pernambuco, to the paintings of Chico da Silva, from Ceará, Mirian, from Goiás, and music painter Heitor dos Prazeres, from Rio de Janeiro, as well as so many other self-taught artists from different regions of the country, the exhibition shows a detailed panorama of beauty and creative originality. Furthermore, the Correios, which promotes the integration of the Brazilian population by rendering differentiated services throughout the national territory and abroad, also marks its presence by disseminating art and culture with activities offered through its Cultural Centers and Spaces, located in the capitals and cities of the country. On this occasion, they delight the public and tourism of Rio de Janeiro by sponsoring this equally embracing and emblematic important project of national identity And, Viva o Povo Brasileiro! (Long Live the Brazilian People!) Welcome! RIO DE JANEIRO POST OFFICE CULTURAL CENTER


LAFAETE Nasceu na cidade de Lapa, litoral do Paraná, em 1934, e aí faleceu em 2003. Durante boa parte de sua carreira foi santeiro de profissão, até que em determinado momento começou a esculpir singulares figuras zoomorfas num estilo sintético e despojado. Born in 1934, in the city of Lapa, on the coast of Paraná; he died there in 2003. For a good part of his career, his profession was carving statues of saints, until he began to carve zoomorphic figures in a synthetic and detached style.

LAFAETE Ermitão Madeira 170 x 46 x 36 cm Coleção Irapoan Cavalcanti

Guardião l (Página anterior) Madeira 188 x 42 cm Coleção Irapoan Cavalcanti

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Diário de bordo

Travel journal

“Recorro a apenas três critérios em relação ao que leio e ensino: esplendor estético, força intelectual e sapiência. Pressão social e modismos jornalísticos conseguem obscurecer durante algum tempo tais padrões, mas... a mente sempre volta às suas próprias necessidades de beleza, verdade, discernimento. A mortalidade flutua no ar e todos aprendemos que o tempo triunfa” Harold Bloom - Onde encontrar a Sabedoria

“I have only three criteria for what I go on reading and teaching: aesthetic splendor, intellectual power, wisdom. Societal pressures and journalistic fashions may obscure these standards for a time, but ... The mind always returns to its need for beauty, truth, and insight. Mortality hovers and all of us learn the triumph of time.” Harold Bloom - Where shall wisdom be found

ROBERTO RUGIERO

E

u não poderia imaginar, quando aceitei o convite de uma galeria de arte de SP para uma pesquisa de campo em algumas capitais, no início dos anos 70, que essa experiência iria alterar substancialmente o conhecimento que eu possuía a respeito do modernismo e dos movimentos posteriores na arte brasileira. Essa investigação tinha como objetivo avaliar o potencial de inserção de artistas cuja obra não estava no circuito naquele momento. Ao observar retrospectivamente o que esse trabalho iniciou, causa-me satisfação e espanto as questões que suscitou, ao colocar em foco nomes que hoje estão em plena evidência. Os concretos e os neoconcretos, por exemplo, andavam meio esquecidos. Mira Schendel, uma senhora muito culta e reservada, não era apreciada senão por muito poucos. Helio Oiticica, Ivan Serpa, Ligia Clark, eram nomes escassamente pronunciados no meio artístico. E quem conhecia a obra de Antonio Maluf, Sacilotto, Barsotti, Willys de Castro, Décio Vieira, Judith Lauand, Fiaminghi? Durante 3 ou 4 meses visitei demoradamente a maioria deles, vi toda a obra que guardavam consigo, examinei catálogos e o noticiário de suas participações, ouvi conceitos e fatos que desconhecia e sobretudo aprendi muito. Mas o que mais me surpreendeu naquela pesquisa, foi perceber que havia uma outra vertente, cuja extensão era incalculável, a dos chamados “primitivos”, um punhado de autores praticamente à margem, cujos expoentes mais conhecidos eram Heitor dos Prazeres, Chico da Silva, José Antonio, Agostinho Batista de Freitas, e vários escultores e ceramistas, afamados, de modo geral, apenas em seus redutos locais. Das entrevistas com pessoas como Mario Schenberg, Cilda da Silva, esposa de Quirino, Décio Pignatari, Augusto Rodrigues, Lelia Coelho Frota, Pietro Maria Bardi, e sobretudo o incansável pesquisador Nazareno Mimessi, da cidade de Assis, começou a ganhar contorno um universo rico e insuspeito, habitado por fascinantes criadores como Ranchinho, José Coimbra, Mirian, Vitalino, Artur Pereira, Madalena Reinbolt, Júlio Martins da Silva, Maria Auxiliadora, João Pilarski, Lorenzato.

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When I accepted the invitation from an art gallery in São Paulo to carry out a field research in several capitals at the beginning of the 70s, I could not have imagined that this experience would substantially alter my understanding regarding modernism and the movements that followed it in Brazilian art. The objective of this study was to assess the potential of inclusion of artists whose works were not in the circuit at that time. Observing retrospectively what this work ignited, I was pleased and astonished at the issues it raised when calling attention to names that are today in full evidence. Concrete and neoconcrete artists, for example, had been somewhat forgotten. Mira Schendel, a very cultured and reserved lady, was only appreciated by few. Helio Oiticica, Ivan Serpa and Ligia Clark were names that were scarcely known in artistic circles. And who had heard of the works of Antonio Maluf, Sacilotto, Barsotti, Willys de Castro, Décio Vieira, Judith Lauand and Fiaminghi? During 3 or 4 months, I visited with most of them lengthily, saw all the works they kept, examined catalogues and news reports about their participations, listened to concepts and facts that I wasn´t aware of and, above all, learned a lot. But what I found most surprising in that research, was to understand that there was another line, whose extension was immeasurable, that of the so-called “primitives”, a handful of almost marginalized artists, whose best known representatives were Heitor dos Prazeres, Chico da Silva, José Antonio, Agostinho Batista de Freitas, and several sculptors and ceramists, generally renowned only in their local meeting places. From interviews with people like Mario Schenberg, Cilda da Silva, Quirino´s wife, Décio Pignatari, Augusto Rodrigues, Lelia Coelho Frota, Pietro Maria Bardi, and especially, the untiring researcher Nazareno Mimessi, from the city of Assis, a rich and unsuspected universe inhabited by fascinating artists such as Ranchinho, José Coimbra, Mirian, Vitalino, Artur Pereira, Madalena Reinbolt, Júlio Martins da Silva, Maria Auxiliadora, João Pilarski and Lorenzato started to come to light. It was as if an untouched world


ALBA CAVALCANTI Nascida na Paraiba mudou-se para o Rio de Janeiro onde viveu a maior parte de sua vida.Sua pintura enfatiza a influência exercida sobre alguns artistas populares pela linguagem gráfica oriunda da ilustração e da história em quadrinhos. Born in Paraíba, she moved to Rio de Janeiro where she lived most of her life. Her painting emphasizes the influence exerted on some popular artists by graphic language originating from illustrations and comic books.

ALBA CAVALCANTI Gafieira 120 x 200 cm Acervo Brasiliana, SP

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Diário de bordo ROBERTO RUGIERO

Foi como se um mundo intocado brotasse de repente frente a meus olhos. Gente que produzia uma obra que prescindia de qualquer explicação para se revelar, que se expressava numa linguagem direta, descomplicada, e sobretudo que era um retrato do Brasil. Fiquei encantado e desde então tenho-me dedicado inteiramente a estudar, pesquisar, avaliar, colecionar e abrir caminho para que essa arte seja melhor compreendida e aceita. Lá se vão mais de 40 anos nessa travessia! Um paradoxo, até o momento incontornável, tem caracterizado nosso incipiente mercado de arte e conferido solidez a uma situação que parece refletir com nitidez a sociedade brasileira, onde os que estão situados na base da pirâmide social têm remotas chances de ascender ao topo: a despeito de aqui existir uma das mais vigorosas e internacionalmente reconhecidas artes populares do Ocidente, as oportunidades de que pode desfrutar são diminutas, no que respeita ao estudo, à divulgação e mesmo ao interesse de instituições e colecionadores. A mídia pouco se ocupa de seus inúmeros expoentes. Os jornalistas responsáveis pelo setor de cultura quase nada sabem a seu respeito e praticamente não lhe conferem qualquer importância. Os museus, com raras exceções, parecem ter certo pejo em mostrar a obra dos populares, mesmo quando a possuem em seus acervos. Para os críticos, eles simplesmente não existem. A rigor, somente os leilões se aventuram a apregoar obras desses artistas e quando o fazem, as cotações iniciais beiram o irrisório. No farto banquete que a arte brasileira tem tido, merecidamente, à sua disposição, notadamente para o grupo seleto dos que obtiveram renome internacional, os artistas do povo mal chegam à porta da cozinha. O setor tem sobrevivido a exposições, esporádicas e pontuais, realizadas por curadores como Lina Bo Bardi, Lelia Coelho Frota, Aline Figueiredo, Janete Costa, Emanoel Araujo. Sintomaticamente, essas mostras acabam obtendo grande repercussão e atraem bom público. O Módulo de Arte Popular, da Mostra do Redescobrimento, por exemplo, foi o mais visto de todo o ambicioso evento. Mas, de uns tempos para cá, o vento, mesmo de forma branda, parece estar mudando de direção. Alguns, como Agnaldo, Nhô Caboclo, Itamar,Guarany Biquiba, GTO, Artur Pereira, Nino, Louco, começam a alcançar patamares mais altos de valores. A pintura é que parece paralisada numa calmaria inarredável. E ela é, no mínimo, tão importante quanto as manifestações da tridimensionalidade. A rigor, apenas nomes como Paulo Pedro Leal, José Antonio da Silva, Alcides Pereira, Aurelino, Maria Auxiliadora, Lorenzato, escapam a essa situação. Como não é fácil reconhecer

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suddenly bloomed before my eyes. People who produced work that needed no explanation to be understood, expressed in direct and uncomplicated language, and above all were a portrait of Brazil. I was enchanted, and since then have been fully dedicated to studying, researching, appraising, collecting and opening the way for this art, so that it can be better accepted and understood. And 40 years have been consumed with this journey! An inextricable paradox, until now, has characterized our incipient art market and conferred solidity to a situation that appears to clearly reflect the Brazilian society, where those who are situated at the base of the social pyramid have little chance of ascending to the top: despite the fact that here lies one of the most vigorous and internationally recognized popular arts of the Western world. The opportunities that this art can enjoy are insignificant, with regards to the study, dissemination and even the interest of institutions and collectors. The media is gives little attention to its numerous representatives. Journalists responsible for the cultural sector know almost nothing about it and give it no importance. Museums, with rare exceptions, seem to have certain reluctance in showing popular works of art, even when they are included in their collections. For critics, they simply do not exist. In reality, only the auctions are willing to offer these artists’ works and when this does occur, the initial bids are almost irrelevant. In the sumptuous banquet that Brazilian art has, rightly, been offered, especially for a select group of those who have obtained international recognition, lesser known popular artists barely reach the kitchen door. The sector has survived with sporadic and occasional exhibitions, held by curators such as Lina Bo Bardi, Lelia Coelho Frota, Aline Figueiredo, Janete Costa and Emanoel Araujo. Symptomatically, these exhibitions end up obtaining great repercussion and attract a large public. The popular Art Module, of the Rediscovery Exhibition, for example, was the most seen during the entire ambitious event. Lately, however, the winds, though discreetly, seem to be changing direction. Some artists, such as , Agnaldo, Nhô Caboclo, Itamar,Guarany Biquiba,GTO, Artur Pereira, Nino and Louco, have begun to achieve higher levels in terms of value. Painting seems to be paralyzed in a neverending lull. And it is at least as important as the manifestations of tridimensionality. In reality, only names like Paulo Pedro Leal, José Antonio da


Silva, Alcides Pereira, Aurelino, Maria Auxiliadora and Lorenzato, have evaded this situation. Since it is not easy to identify the true painting of spontaneous spirit and originality, most of the curators who have dared to catalogue the great masters, hesitate or even avoid including painters. This attitude has been repeated since the 70s, when the biennials no longer included the masters of Brazilianism, probably because the art critics, who grew up among the postulants of Mario de Andrade, were no longer active and, therefore, there was no one to defend their inclusion. Furthermore: it was at this time that an alien, ambiguous interpretation spread like a garden weed, cornering the debate. Francophile marchands, based on the résumés that certain painters had achieved in the international market at the peak of admiration of the Yugoslav and Haitian schools, changed the denomination and cultural criteria that until then supported the appreciation of the genuine masters, called “primitives” --- a word that is in fact tricky and somewhat derogatory. At this time the concept of “arte naïf” was introduced, and in spite of the grammatical plundering and its unnecessary use, ended up being imposed. Painters of little importance, with wishy-washy aesthetics, gained space and consequently generated a sensitive mistrust both among collectors and institutions. It took some decades before this deception was cleared up and attention returned to painters with poetics, style and language Recently, the term “popular art” has been restored. In truth, as far as the cultural vocabulary of other countries is concerned, it had never been abandoned, but among us it had become a synonym of an expression for illiterates, people marginalized from artistic activity, involved in a class struggle for space --- when it effectively, though not systematically nor ideologically, defined a resisting art. Upon its return, it also brought with it some problems. As an alternative to the ideological strife and poor use of the word “popular”, I have defended the use of the expression “spontaneous art”, as I understand that spontaneity is inherent to the manifestation of art produced by simple and self-taught people, with their own symbols and personal contexts. Perhaps it would not be possible for me to maintain this solitary and persevering path dedicated to this art, as a researcher, art gallery owner and curator, if I had not found along the way a few and refined collectors who with so much courage and sentiment identified with

a verdadeira pintura de espírito espontâneo e originalidade, a maioria dos curadores que se aventura a elencar os grandes mestres, hesita ou até mesmo passa ao largo quando se trata de incluir os pintores. Essa tem sido uma atitude repetitiva a partir dos anos 70, quando as bienais deixaram de incluir os mestres da brasilidade, provavelmente porque os críticos de arte amadurecidos em meio aos postulados de Mario de Andrade, não eram mais ativos e portanto não havia quem defendesse aquela inclusão. E mais: foi nessa época que um equívoco alienígena medrou como erva daninha, encurralando o debate. Marchands francófonos, baseados nos currículos que certos pintores haviam alcançado no mercado internacional, no auge da apreciação das escolas iugoslava e haitiana, mudaram a denominação e os critérios culturais que respaldavam até então a apreciação dos autênticos mestres, denominados “primitivos” – uma palavra de fato capciosa, algo pejorativa. Foi introduzido nesse momento o conceito de “arte naïf”, que, a despeito do esbulho gramatical e da desnecessidade de sua adoção acabou por se impor. Pintores sem maior importância, com uma estética hidro-açucarada, ganharam espaço, e em consequência geraram uma sensível desconfiança tanto entre colecionadores como em espaços institucionais. Demorou algumas décadas até que o engodo se dissolvesse e se voltasse a atenção aos pintores que tinham uma poética, um estilo, uma linguagem. De uns tempos para cá a denominação “arte popular” foi resgatada. Na verdade, em relação ao vocabulário cultural de outros países, ela nunca havia sido abandonada, mas se tornara entre nós sinônimo de uma expressão de iletrados, de gente à margem do fazer artístico, envolvida numa disputa classista por espaço – quando efetivamente se tratava, ainda que de forma não sistemática nem ideológica, de uma arte de resistência. Tenho advogado, como alternativa ao desgaste ideológico e ao mau uso da palavra popular, a denominação “arte espontânea”, por entender que a espontaneidade é inerente à manifestação da arte feita por pessoas simples e autodidatas, com seus símbolos próprios e contextos pessoais. Talvez não me fora possível manter um rumo solitário e perseverante dedicado a essa arte, como pesquisador, galerista e curador, se não tivesse encontrado pelo caminho alguns poucos e refinados colecionadores que com tanto denodo e sentimento identificaram-se com essa manifestação apartada do main stream – e assim conseguiram formar admiráveis acervos. Sei que há pessoas cuja motivação tem sido mais o preço atrativo da arte de grandes mestres espontâneos, e sua momentânea abun-

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Diário de bordo ROBERTO RUGIERO

dância, mas, seja qual for a intenção e o objetivo dessas aquisições, ajudaram a manter viva a chama, mesmo em seu período mais agudo, nos anos 90, quando a maioria dos grandes nomes foi obliterada momentaneamente pelos “naïfs”. Hoje, tanto a nível doméstico, como no exterior, quantos desses “expoentes” ainda prevalecem? Praticamente nenhum. Onde foram parar os tais iugoslavos e centro-americanos, que às centenas abasteciam galerias em capitais européias e americanas? Agora, muitos dos que eram apenas uma curiosidade, incompreendidos e refutados, é que atraem a atenção e o interesse dos apreciadores. O mundo dá suas voltas e o que tem consistência acaba por vir à tona, a dar a volta por cima, como tantas vezes aconteceu e acontecerá na história da arte. Com o desenvolvimento da atividade cheguei a uma formulação que muito me tem servido de baliza e que o tempo tem demonstrado ser eficaz. Trata-se de uma fórmula que se reduz a quatro itens. Em primeiro lugar, o reconhecimento da originalidade do artista. Depois, o caminho coerente e a liberdade criativa aplicada à narrativa, ou seja, a dimensão de sua poética. O fôlego – a capacidade do artista prosseguir sua trajetória sem patinar na repetição – é o próximo item da avaliação. E por fim, last but not least, os fundamentos técnicos e estéticos da obra. Essas definições, em minha apreciação são as que configuram a linguagem de um artista e levam a projetar sua importância, ou, para usar uma linguagem mais objetiva, seu valor intrínseco, único elemento refratário ao marketing e ungido de confiabilidade para se aquilatar a importância de um trabalho e sua justa posição num momento determinado.Tenho a convicção de que em algum momento a importância da arte feita pelos artistas do povo terá pleno reconhecimento, não apenas por seu significado histórico, mas por documentar tantas faces da vida cultural de nosso país: a crônica social, o trabalho, a fruição e a sensualidade, a imaginação e a inteligência, a fé e a coragem do povo brasileiro.

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this manifestation that is so removed from the mainstream – and thus formed admirable collections. I know that some people´s motivation has been the attractive price of the great masters of spontaneous art, and its momentary abundance, but, no matter what the intention and objective of these acquisitions, they have helped to keep the flame alive, even in the most acute period, in the 90s, when most of the great names were momentarily obliterated by the “naïfs”. Today, both at local and international levels, how many of these “representatives” still prevail? Practically none. Where are these Yugoslavs and Central-Americans, who filled the galleries in European and American capitals? Currently, many of those who were only a curiosity, misunderstood or combated, are attracting the attention and interest of admirers. The world goes round and those who have substance come to light and prevail, as has happened and will continue to happen so often in the history of art. As this activity developed, I arrived at a formulation that has greatly assisted me as a guideline, and that time has shown to be efficient. This is a formula that consists of four items. Firstly, recognition of the artist´s originality. Next, a coherent path and creative freedom applied to the narrative, in other words, the dimension of its poetics. Staying power – the artist´s ability to continue on his path without slipping into repetition – is the next item for evaluation. And, last but not least, the technical and aesthetic fundaments of a work of art. These definitions are, in my opinion, the ones that describe an artist´s language and lead to the projection of his importance, or, more objectively, his intrinsic value, the only intractable element for marketing and anointed with reliability to assess the importance of a work and its fair position at a determined moment. I am convinced that at some time the importance of art produced by popular artists will be fully recognized, not only for its historic significance, but also for documenting so many facets of our country´s cultural life: social narratives, work, fulfillment and sensuality, imagination and intelligence, as well as the faith and courage of the Brazilian people.


ANTONIO JULIÃO O distrito de Prados, próximo de Tiradentes, recanto histórico mineiro do período barroco, tem um número elevado de descendentes de José de Padua Lisboa, conhecido como Zezinho Julião, que legou aos diversos componentes da familia o interesse e a habilidade de trabalhar com a madeira. Antonio e seu irmão Itamar, já falecido, são os mais férteis e criativos da geração mais recente. The district of Prados, near Tiradentes, a historical site from the baroque period in Minas Gerais, has a large number of descendants of José de Pádua Lisboa, known as Zezinho Julião, who bequeathed to several members of his family his interest and ability for woodwork. Antonio and his brother, Itamar, now deceased , are the most fertile and creative of this most recent generation.

ANTONIO JULIÃO Macacos na parreira Madeira 98 x 40 cm Coleção Irapoan Cavalcanti - RJ

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Viva o Povo Brasileiro sempre! DENISE MATTAR

Long Live the Brazilian People always !

O PROJETO

The project

Em 1992, por ocasião da ECO 92 o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro realizou várias exposições simultâneas. Na época Marcus de Lontra Costa e eu éramos os curadores do museu e fazíamos tudo com muita garra - e poucos recursos. Foi dele a ideia de apresentar uma mostra de arte popular durante o evento, convidando Janete Costa para realizá-la. A exposição Viva o Povo Brasileiro! foi uma experiência inesquecível para mim, uma revelação, tanto pela qualidade das obras apresentadas, quanto pela ousadia da montagem da arquiteta. Janete colocava seu olhar sofisticado e amoroso sobre a produção da arte popular, e a fazia aflorar em toda a sua beleza; poucas pessoas lutaram tanto pela inserção desse tipo de expressão no circuito de arte brasileiro quanto ela. Nossa empatia foi imediata, e posteriormente desenvolvemos alguns projetos juntas, que, apesar de nosso empenho, não se concretizaram. Ao pensar em fazer uma mostra de arte popular toda essa vivência veio à tona e por isso essa nova versão de Viva o Povo Brasileiro! é uma homenagem a ela.

In 1992, on the occasion of the ECO 92, the Museum of Modern Art of Rio de Janeiro held several simultaneous exhibitions. At the time, Marcus de Lontra Costa and I were curators of the museum and did everything with plenty of dedication – and few resources. It was his idea to hold an exhibition of popular art during the event, inviting Janete Costa to organize it. The exhibition, Viva o Povo Brasileiro! (Long Live the Brazilian People!) was an unforgettable experience for me, a revelation, both due to the quality of the works shown, as well as to the audacity of the architect’ s arrangement. Janete cast her sophisticated and loving eye over the production of popular art, and caused it to flourish in all its beauty; few people have fought as much as she did to insert this type of expression into the Brazilian art circuit. Our empathy was immediate, and later we developed a few projects together, which, despite our efforts, were not to be. When we now thought of holding an exhibition of popular art, all this experience came to mind which is why this new version of Viva o Povo Brasileiro! is a tribute to Janete. During the process of elaborating this project, I recalled the works of popular art that inhabit João Maurício de Araujo Pinho’ s office. I contacted him to find out if he would be interested in participating in this proposal. Agreeing enthusiastically, he told me that I should see the collection belonging to Irapoan Cavalcanti, to whom he introduced me. Prof.Irapoan’ s reaction was also of vibrant enthusiasm for the project, but, when I visited both collections, I realized that I was facing a tremendous challenge, due to the quantity, quality and complexity of the works. Since the conception of the project, I had considered working with Roberto Rugiero, one of the most acknowledged professionals in the area of Popular Art in Brazil. Having studied typology since the 1970s, he created the Brasiliana Gallery, in xxx, where he has since been developing work to promote this artistic line. Much more than a marchand, Rugiero is a researcher, a collector, and a talent hunter. Together, we plunged into the difficult task of selection, and with great effort chose “only” 77 artists. This choice also included some works from Rugiero’ s collection in order to fill in certain gaps.

No processo de elaboração do projeto lembrei-me das obras de arte popular que povoam o escritório de João Maurício de Araújo Pinho. Entrei em contato com ele para saber se teria interesse em participar dessa proposta. Concordando entusiasticamente ele me disse que eu deveria conhecer a coleção de Irapoan Cavalcanti, a quem me apresentou. A reação do Prof. Irapoan foi também de vibrante aquiescência ao projeto, mas, quando visitei ambas as coleções, me dei conta que estava diante de um tremendo desafio, pela quantidade, qualidade e complexidade das obras. Desde a concepção do projeto eu já havia pensado em trabalhar com Roberto Rugiero, um dos mais reconhecidos profissionais na área de Arte Popular no Brasil. Estudando esta tipologia desde os anos 1970, ele criou, em xxx a Galeria Brasiliana, na qual desenvolve, desde então, um trabalho de divulgação desta vertente artística. Muito mais do que um marchand, Rugiero é um pesquisador, um colecionador, e um descobridor de talentos. Juntos mergulhamos na árdua tarefa de seleção, e com muito esforço escolhemos “só” 77 artistas. O conjunto reúne também algumas obras do acervo de Rugiero, acrescidas para complementar certas lacunas. A EXPOSIÇÃO “Viva o Povo Brasileiro” reúne obras de vários estados do país e diferentes técnicas. Nela há artistas já falecidos e vivos, de diversas faixas etárias, crenças, raças e tradições. Aos conhecidos trabalhos em barro e madeira foi acrescida uma participação expressiva de pinturas, raramen-

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The Exhibition “Viva o Povo Brasileiro” brings together works from several states and using different techniques. In it are included artists, living and dead, of different age groups, beliefs, races and traditions. To the wellknown works made from clay and wood, were added


IZABEL MENDES Nascida em 1924 e falecida em 2015, impulsionou com o reconhecimento de seu talento, a atividade das chamadas “bonequeiras” do Vale do Jequitinhonha, no norte de Minas Gerais. Em suas figuras humanas a cabeça é quase sempre móvel, assinalando o modelo de origem, as bilhas antropomórficas para armazenar água, de remota tradição portuguesa. Born in 1924 and deceased in 2015, she propelled, through the recognition of her talent, the activity of the so-called “doll-makers” from the Vale do Jequitinhonha, in the north of Minas Gerais. In her human-like figures the heads are always moving, marking their origin from the anthropomorphic water pitchers stemming from a remote Portuguese tradition.

ISABEL MENDES DA CUNHA Sem título Barro policromado 85 x 33 cm Coleção Irapoan Cavalcanti - RJ

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Viva o Povo Brasileiro! DENISE MATTAR

te presentes nesse tipo de mostra. Os trabalhos foram agrupados em 5 conjuntos temáticos: a fé, o homem, os animais, o lúdico e o fantástico, temas que se complementam e interpenetram. O objetivo dessa organização foi apenas tornar a leitura mais clara e prazerosa para o visitante embora ela espelhe o universo de interesses dos artistas do povo. Na exposição não há um percurso definido, ela pode ser vista na ordem que o espectador quiser, porém no catálogo, por razões históricas, que detalhamos a seguir, iniciaremos com o núcleo religioso. O Brasil é um país de maioria católica e sua vida artística inicia-se pelo Barroco. Para os nossos nativos não existia o conceito de arte tal qual entendemos no Ocidente. Nas ocas não havia quadros, nem esculturas, a arte estava nas cestas, nos adereços plumários, nas panelas de barro, nos bancos rituais. A chegada dos portugueses trouxe as igrejas, com sua estética barroca. Mãos indígenas, mas principalmente africanas, esculpiram anjos e santos, pintaram abóbadas celestes e construíram as rendas de ouro projetadas na Europa. Vale lembrar, entretanto, que os “colonizadores” que aqui chegaram eram homens medievais, para os quais as fronteiras entre o real e o imaginário eram tênues. O mundo europeu era ainda repleto de crenças, feiticeiras, monstros e demônios. A Igreja via-se assim, no Novo Mundo, entre as tradições indígenas, a herança pagã de sua própria gente e a forte presença dos cultos africanos. Um caldeirão! Sua estratégia era ameaçar a todos com o Inferno e oferecer o Céu. As igrejas com seus dourados, lindas pinturas, velas tremeluzindo, incenso e cânticos ofereciam essa visão celestial. Os projetos portugueses, entretanto, não saíram impunes das mãos que os construíram e uma certa sensualidade permeia de forma peculiar as nossas igrejas. É nesse barroco mestiço que está a raiz de grande parte da arte popular brasileira. O núcleo DIVINA FÉ mostra tradições católicas e suas representações e também retrata crendices e superstições. Ex-votos e tábuas votivas estão ao lado de imagens contundentes como o Cristo de Louco e a coluna de GTO, ou ternas como a Nossa Senhora grávida, de Zezinho de Tracunhaém e os santos de Dona Eli. Na vertente do sincretismo a encantadora Iemanjá de Licídio Lopes faz eco ao poderoso São Jorge de Bajado e ao bizantino São Miguel de Geraldo de Andrade. E tudo isso acontece sob a proteção das impactantes carrancas de Mestre Guarany que resguardavam os navegadores do Rio São Francisco dos maus espíritos. O cotidiano e os rituais de vida e morte são os principais temas do núcleo NOSSA GENTE. As bonecas do Jequitinhonha nos contam histórias

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an expressive amount of paintings, rarely seen in this type of exhibition. The works were divided into 5 different themes: faith, man, animals, ludic art and the fantastic, topics that complete each other and are interwoven. The objective of this organization was only to make the reading clearer and more enjoyable for the visitor, even though it reflects the universe of interests of these popular artists. There is no defined route in this exhibition, it can be viewed in whatever order the visitor desires, although in the catalogue, for historical reasons, as described below, we will begin with the religious nucleus. Brazil is a country with a Catholic majority and its artistic life began during the Baroque period. The concept of art as we see it in the West did not exist for our natives. In their dwellings, there were neither pictures nor sculptures, and art was found only in their baskets, feather ornaments, clay pots, and ritual benches. The arrival of the Portuguese explorers brought churches, mostly baroque in style. Native hands, though mainly African, carved angels and saints, painted heavenly ceilings and built the gold laced designs from Europe. It is worth noting, however, that the “colonizers” who arrived here were medieval men, for whom the border between reality and imagination was subtle. The European world was still filled with deities, witchcraft, monsters and demons. Thus, in the New World, the Church found itself in the midst of indigenous traditions, the pagan heritage of its people and the strong presence of African cults. A melting pot! Its strategy was to threaten everyone with Hell and to offer Heaven. The churches with their gold, beautiful paintings, flickering candles, incense and hymns offered this celestial vision. The Portuguese projects, however, were not free from the hands of those who built them and a certain sensuality permeates our churches in a peculiar way. It is in this mestizo baroque that the origin of a great part of Brazilian popular art can be found. The DIVINA FÉ (Divine Faith) nucleus shows Catholic traditions and their representations and also depicts beliefs and superstitions. Ex-votos and votive boards are side by side with incisive images such as Louco’ s Christ and GTO’ s column, or tender images such Our Lady expecting the Child, by Zezinho de Tracunhaém, and Dona Eli’ s saints. In the line of syncretism, the charming Iemanjá by Licídio Lopes echoes the powerful St. George, by Bajado, and the Byzantine St Michael, by Geraldo de Andrade. And all this occurs under the protection of the impacting prows, by Master Guarany, which were used to protect the navigators on the São Francisco river from evil spirits.


D ay-to-day life and the rituals of life and death are the main themes of the NOSSA GENTE (Our People) nucleus. The dolls from Jequitinhonha tell us stories of women for whom marriage and maternity are still the most important values. From the hieratic dolls, by Ana do Baú and Placedina, to Isabel’ s expressive figures that exude enchantment and emotion, and Zezinha surprises us with refinement and sensuality. Master Vitalino and his followers tell stories of daily life in the hinterland. His images are permeated by naive humor, with a dose of irony, which is also found in the wooden figures by Resendio and Zé Cordeiro. Among the painters, the themes are more widespread, and the authors’ individuality can be better perceived: Paulo Pedro Leal’s powerful compositions and dramatic work, Maria Auxiliadora’ s pictorial wealth, Bajado’ s sweet movements, José de Freitas’ detailed narrative, Emídio de Souza’ s levity, Miranda’ s joy and Heitor dos Prazeres and Manezinho Araújo’ s musicality. Vicente Ferreira’ s motel encounter is detailed, as is Timbuca’ s busy pier, while Mirian’ s paintings are visual chronicles, full of grace and poetry. BESTIÁRIO (Bestiary) - Animals are an integral part of the life of the man in the fields, and the geographic situation, in this case, determines the artists’ choices. It is not by chance, that the Alcântara family, from the Amazon, carves, with impacting realism, wild animals such as the jaguar, while Oziel from the dry lands in Paraiba portrays a squalid donkey. Roberto de Almeida, from Mato Grosso, transits between the domesticity of a chicken, the roughness of a porcupine and the malleability of an otter, using different languages for each animal. Less realistic, but still close to the animals depicted, is Bento Sumé’ s ferret , Anésio Julião’ s toad and Paulo Izidoro’ s goat. In a more fantastic line are the interwoven animals by Artur Pereira, the schematic lions by Nuca, the floating beings by Chico da Silva and the bogeyman by Waldomiro de Deus. Alcides Santos’ Garden of Eden is vibrant and full of life. João Pilarski, in turn, views paradise itself on earth, in images of a sweet nature, as serene as those where Júlio Martins draws his crossing paths. Alcides Pereira moves between several visual references always extracting from them, however, something that is incorporated into his private imagery. Ranchinho’ s blurred and disproportionate images appear to stop time retaining its emotion: the snake entering the chicken coop arouses fear; the garden refreshed by water is pure joy. With a quick and nervous stroke, Nilson Pimenta registers imaginary stories, such as the band of monkeys, or reality, such as the dozens

de mulheres para as quais o casamento e a maternidade ainda são os valores mais importantes. Das hieráticas bonecas de Ana do Baú e Placedina, às expressivas figuras de Isabel desprende-se encanto e emoção, e Zezinha surpreende por seu refinamento e sensualidade. Mestre Vitalino e seus seguidores contam histórias do cotidiano do sertanejo. Suas imagens são permeadas por um humor ingênuo, com uma dose de ironia, também encontrado nas figuras de madeira de Resendio e Zé Cordeiro. Entre os pintores os assuntos são mais abrangentes, e a individualidade dos autores é mais perceptível: a força da composição e a dramaticidade de Paulo Pedro Leal, a riqueza pictórica de Maria Auxiliadora, o doce movimento de Bajado, o detalhismo narrativo de José de Freitas, a leveza de Emídio de Souza, a alegria de Miranda e a musicalidade de Heitor dos Prazeres e Manezinho Araújo. O encontro de motel de Vicente Ferreira é pleno de minúcias, assim como o movimentado cais de Timbuca, já as pinturas de Mirian são crônicas visuais, cheias de graça e poesia. BESTIÁRIO - Os bichos são parte integrante da vida dos homens do campo, e a situação geográfica é, nesse caso, uma determinante nas escolhas dos artistas . Não por acaso a família Alcântara, do Amazonas, esculpe, com realismo impactante, animais selvagens como a onça, enquanto que Oziel do agreste paraibano retrata um esquálido burrinho. Roberto de Almeida, de Mato Grosso, transita entre a domesticidade da galinha, a aspereza do porco-espinho e a maleabilidade da lontra, usando linguagens diferentes para cada animal. Menos realistas, mas ainda próximos dos bichos retratados, são a doninha de Bento Sumé, o sapo-boi de Anésio Julião e bode de Paulo Izidoro. Numa vertente mais fantástica estão os bichos entrelaçados de Artur Pereira, os esquemáticos leões de Nuca, os seres esvoaçantes de Chico da Silva e a cuca de Waldomiro de Deus. O Jardim do Éden de Alcides Santos é vibrante e pleno de vida. João Pilarski, por sua vez, enxerga o paraíso na própria terra, em imagens de uma natureza doce, e tão serena quanto aquela na qual Júlio Martins traça seus caminhos de encontro. Alcides Pereira move-se por entre diversas referências visuais, mas sempre extrai delas algo que é incorporado ao seu imaginário particular. As imagens borradas e desproporcionais de Ranchinho parecem deter os instantes retendo sua emoção: a cobra que adentra o galinheiro desperta medo; o jardim refrescado pela água é pura alegria. Com um traço rápido e nervoso Nilson Pimenta registra histórias imaginadas, como a banda de macacos, ou reais, como as dezenas de árvores abatidas. Na paisagem devastada resta apenas o silêncio, e a ausência da vida. 13


ASSOMBROS - neste núcleo estão reunidos artistas cujo imaginário se reporta a um universo mítico, irreal e primitivo. Os potentes e quase assustadores personagens de Chico Tabibuia e Guma partem de referências dos cultos africanos, assim como Zé do Chalé, que se reporta aos seus símbolos - e é o único artista não figurativo da exposição. Noutra vertente, com barro natural, sem nenhuma policromia, Sil cria cenas de sonho integrando harmonicamente pessoas, plantas, animais e casas. Os trabalhos de Ulisses remetem às formas primitivas da cerâmica andina e as bilhas de Júlio Vieira parecem saídas de uma casa pompeiana. Gina nos traz novamente ao sonho, com suas figuras doces e enigmáticas. Os assombrosos monstros de Mestre Galdino beiram à loucura e nos defrontam com os nossos mais profundos medos. FOLGUEDOS - O Brasil tem muitas festas populares, herdeiras das influências portuguesa e africana e nada mais natural que se tornassem temas recorrentes da arte popular. A Cavalhada, que evoca a luta entre cristãos e mouros é recriada em miniaturas delicadas por Maria de Beni. A mesma sutileza está presente nos objetos mágicos de Willi de Carvalho, que vão para além das festas. O detalhismo caracteriza ainda os refinados desenhos de Zica Bergami, as multicoloridas pinturas de Irene e os orientais tecidos de Alina Lins. Roberto Vital retrata, no exíguo espaço de um tronco de coqueiro, a riqueza do Maracatú, e o faz com ritmo e cor. A alegria do Samba carioca, presente no trabalho de Heitor dos Prazeres, ecoa na obra de Sergio Vidal, que a traz para os dias de hoje. Com lirismo e emoção, Bajado evoca as danças do Bumba meu Boi e do Pastoril. Numa vertente mais lúdica estão os barcos de Nhô Caboclo, os fantoches Mamulengos e as extraordinárias e surreais criações de Mestre Cunha. O frenético e delirante Parque de Diversões de Alex dos Santos, de dimensões incomuns, completa esse conjunto com brilho. Viva o Povo Brasileiro! é uma festa para os olhos, mas, principalmente, é um tributo ao nosso povo, que, em meio a tantas convulsões políticas, econômicas e sociais, consegue resistir – sempre !

of trees that have been felled. In the devastated landscape there only remains silence, and the absence of life. ASSOMBROS (Wonders) - in this nucleus we have artists whose images report mythical, unreal and primitive universes. The powerful, and almost frightening characters of Chico Tabibuia and Guma derive from references to African cults, such as Zé do Chalé, who refers to these symbols –and is the only non-figurative artist shown in the exhibition. In another line, using natural clay, with no polychrome, Sil creates dreamlike scenes harmoniously integrating people, plants, animals and houses. The works of Ulisses recall primitive forms of Andean ceramic and Júlio Vieira’ s pitchers seem to have emerged from a house in Pompeii. Gina brings us once again to dreams, with her sweet and enigmatic figures. Master Galdino’ s terrifying monsters border on madness and reveal our deepest fears. FOLGUEDOS (Festivities) - Brazil has many popular feasts derived from Portuguese and African influence and, therefore, it is absolutely natural than these have become recurrent themes in our popular art. The Cavalhada, which evokes the battles between the Christians and the Moors, is recreated in delicate miniatures, by Maria de Beni. The same subtlety is found in the magical objects by Willi de Carvalho that reach beyond these festivities. These details also characterize Zica Bergami’ s refined designs, as well as Irene’ s multicolored paintings and Alina Lins’ oriental fabrics. Roberto Vital portrays, on the limited space of a coconut tree trunk, the wealth of the Maracatú, and does this with rhythm and color. The joy of the Samba from Rio de Janeiro, present in the works of Heitor dos Prazeres, is echoed in the art of Sergio Vidal, which brings it to our days. With lyricism and emotion, Bajado evoke the Bumba meu Boi and Pastoril dances. A more ludic line includes Nhô Caboclo’ s boats, comic puppets and the extraordinary and surreal creations by Master Cunha. Alex dos Santos’ frenetic and delirious Entertainment Park, with unusual dimensions, completes this set brilliantly. Viva o Povo Brasileiro! is a feast for the eye, but, more importantly, it is a tribute to our people, who, in the midst of so much political, economic and social turmoil, are able to resist - always !

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CEARÁ Cícera Fonseca Nino Vicente Ferreira Zé Cordeiro PARAÍBA Alba Cavalcanti Antonio de Dedé Bento Sumé Gina Irene Oziel

AMAZONAS Família Alcântara

ACRE Chico da Silva

ALAGOAS Benedito Miranda Resendio Sil

MATO GROSSO Roberto de Almeida GOIÁS Maria de Beni

MINAS GERAIS Ana do Baú Anésio Julião Antonio Julião Arthur Pereira GTO Isabel Mendes da Cunha Jadir João Egídio Maria Auxiliadora Silva Noemisa Placedina Ulisses Pereira Willi de Carvalho Zezinha

PERNAMBUCO Alcides Santos Bajado Geraldo de Andrade Horácio J. Borges José de Freitas Júlio Vieira Luiz Antonio Manezinho Araújo Manuel Eudócio Mestre Cunha Mestre Galdino Mestre Vitalino Nhô Caboclo Nuca Roberto Vital Severino Vitalino Zezinho de Tracunhaém

SERGIPE Zé do Chalé

RIO DE JANEIRO Chico Tabibuia Heitor dos Prazeres Júlio Martins Paulo Pedro Leal Sergio Vidal Timbuca Mirian

RIO GRANDE DO SUL Guma

PARANÁ João Pilarski Lafaete

BAHIA Alcides Pereira Alina Lin Dona Eli João Alves Licídio Lopes Louco Mestre Guarany Nilson Pimenta Ubaldino Waldomiro de Deus

SÃO PAULO Agostinho Batista de Freitas Alex dos Santos Emídio Souza José Antônio da Silva Ranchinho Tonico Scarelli Zica Bergami

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DIVINA FÉ 17


TABUAS VOTIVAS O advento da Reforma no inicio do seculo XVI provocou uma mudança na tolerância da Igreja Católica, que passou a permitir e mesmo a incentivar as manifestações de fé de caráter popular. As tábuas votivas, tradição européia trazida pelos portugueses, eram feitas sob encomenda a”riscadores de milagres”, profissionais capazes de representar, através de uma cena pintada, uma suposta intervenção protetora atribuída ao santo invocado pelo peregrino num momento de grande aflição, e eram deixadas em igrejas situadas em centros religiosos espalhados pelo interior do território. São anônimas e se constituem na provável primeira manifestação da pintura popular nacional. Estão presentes em muitos países da América Latina, de colonização ibérica.

Nossa Senhora do Carmo, 1856 Pintura sobre madeira 22 x 37 cm Coleção João Maurício de Araújo Pinho - RJ

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Votive Boards The arrival of the Reformation at the beginning of the XVI century brought a change in the tolerance exercised by the Catholic Church, which began to allow and even encourage manifestations of faith with popular features. The votive boards, a European tradition brought over by the Portuguese , were made upon order as “miracle counters”, professionals who could represent, through a painted scene, a presumed protective intervention attributed to the Saint by the pilgrim at a time of great affliction. They were left in churches located in religious centers throughout the interior of the territory. These are anonymous and probably constituted the first manifestation of national popular painting. They can be found in many Latin American countries colonized by the Iberian Peninsula.

Bom Jesus de Matozinho - MG Pintura sobre madeira 29 x 42 cm Coleção João Maurício de Araújo Pinho - RJ

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EX-VOTOS E ORANTES Nos ex-votos de madeira, onde é patente a habilidade dos africanos, que tão bem sabiam trabalhar esse material, pode-se encontrar a representação de muitos períodos da escultura mundial: pré-histórico, sumério, egipcio, greco-romano, barroco, naturalista, etc. Embora não sejam feitos com a finalidade de ser arte, constituem um rico exemplo das possibilidades estéticas da iconografia cristã. São ainda comuns em cidades do interior do Brasil, centros de romarias e muitos têm caráter simbólico. A mão espalmada é um pedido de proteção. Um pé, onde não se distingue nenhuma anomalia, pode representar uma longa caminhada. Um coração pode ser uma afecção desse órgão, mas pode também significar uma grande paixão amorosa. Um seio pode ser o pedido de uma mãe que precisa ter leite para alimentar a criança, ou um problema coronário. Os ex-votos podem ser feitos por artesãos profissionais, e por vezes por artistas que não podem, segundo a tradição, negar um pedido em nome de Deus, nem cobrar por isso. E chegam mesmo a ser esculpidos pelo próprio peregrino. A pesquisadora Maria Augusta Machado alerta para um número expressivo de cabeças existentes nas “casas de milagres”, espaço adrede ao edificio da igreja – e que na verdade não são ex-votos, mas orantes. Quem o depositou apenas manifestava que ali estivera, e tinha muita fé.orantes. Quem o depositou apenas manifestava que ali estivera, e tinha muita fé.

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Ex-votos and prayer boards In the wooden ex-votos, where the talent of Africans, who knew well how to work with this material, is obvious, representations from different periods of world culture can be found: pre-historic, Sumerian, Egyptian, Greek and Roman, baroque, naturalist, etc. Although they were not made to be works of art, they constitute a rich sample of the aesthetic possibilities of Christian iconography. They are also commonly found in cities in the interior of Brazil, pilgrim centers and many have symbolic features. The open palm is a request for protection. A foot, where one can see no anomaly, can represent a long haul. A heart may be an affliction of this organ, but can also mean a great passion. One breast can be the request of a mother who needs milk to feed her child, or a coronary problem. Ex-votos can be produced by professional artisans or, at times by artists who cannot, according to tradition,neither refuse a request from God nor charge for it. And they can even be carved by the pilgrims themselves. Researcher Maria Augusta Machado, alerted by the expressive number of heads shown in the “miracle houses”, purposely attached to the church building - and which in reality are not ex-votos, but prayer boards. Whoever deposited them was only manifesting his presence and his great faith.

Ex-votos e Orantes - BA Madeira (25 peças) Entre 36 x 17 cm e 35 x 20 cm Coleção João Maurício de Araújo Pinho - RJ

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BENEDITO Benedito José dos Santos nasceu em Maceió, Alagoas, em 1937 e faleceu em Recife, onde viveu desde a adolescência, em 1998. Seu estilo simples e sintético evoca a influência dos ex-votos. Participou de todas as mostras importantes de arte popular realizadas no Brasil e no exterior. Benedito José dos Santos was born, in 1937, in Maceió, Alagoas, and died in Recife, in 198, where he had lived since his adolescence. His synthetic and concise style evokes the influence of the ex-votos . He participated in all the important exhibitions of popular art held in Brazil and abroad.

Sem título Madeira 80 x 58 cm Coleção Irapoan Cavalcanti - RJ

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JOSÉ ANTONIO DA SILVA É o mais celebrado pintor popular brasileiro. Nascido na zona rural do Estado de São Paulo, foi descoberto nos anos 1940 e participou de diversas Bienais de São Paulo, tendo sido escolhido por Pietro Maria Bardi para obter Sala Especial na Bienal de Veneza em 1966. Sua abordagem é variada, e transita por temas auto-referentes, históricos, religiosos, picarescos, e sobretudo por cenas do cotidiano rural do interior paulista. Is the most celebrated Brazilian popular painter. Born in the rural area of the State of São Paulo, he was discovered in the 1940s, participated in several Biennials in São Palo, and was chosen by Pietro Maria Bardi for a Special Room at the Biennalle di Venezia, in 1966. His approach is varied, and moves through themes that are self-referring, historical, religious, burlesque, and above all, rural day-to-day scenes of the interior of São Paulo.

Primeira Missa, 1948 Óleo sobre tela 61 x 81 cm Coleção Irapoan Cavalcanti - RJ

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JOÃO ALVES Pintor baiano nascido em 1906, foi engraxate de profissão, mas deixou numerosa obra pictórica que logo chamou a atenção de intelectuais da cidade por retratar acontecimentos e a iconografia de Salvador. A painter from Bahia, born in 1906, he was a professional shoeshine, but left a number of pictorial works that soon called the attention of intellectuals from the city of Salvador, as they depicted its events and iconography.

Igreja, 1968 Óleo sobre tela 56 x 47 cm Coleção Irapoan Cavalcanti - RJ

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MANEZINHO ARAÚJO Nasceu em Pernambuco em 1910 mas viveu no Rio e em São Paulo, onde se dedicou a compor e interpretar emboladas, um gênero musical de palavreado rápido e ágil. Ao começar a pintar foi logo reconhecido e passou a dedicar-se inteiramente a esse afazer. Seu estilo minimalista e popular demonstra uma das mais inteligentes e bem sucedidas utilizações da fotografia como base da pintura. Was born in 1910, in Pernambuco,but lived in Rio and in São Paulo where he was dedicated to composing and interpreting emboladas, popular poems that were a musical genre with fast and agile wording. When he began to paint, he soon received recognition and threw himself completely into this task. His minimalist and popular style demonstrate one of the most intelligent and successful uses of photography as a basis for painting.

Festa da Penha Acrílica sobre tela 110 x 80 cm Acervo Brasiliana - SP

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ZEZINHO DE TRACUNHAÉM A localidade de Tracunhaém, em Pernambuco, é um polo de arte cerâmica. Lidando somente com personagens da tradição católica, José Joaquim da Silva, o Zezinho, nascido nessa localidade em 1939, realiza um trabalho de inspiração barroca, porém com um tratamento simplificado. Esta Sagrada Familia apresenta o detalhe do Menino Jesus que ainda não veio à luz, e está em gestação. The town of Tracunhaém, in Pernambuco, is a Center of ceramic art. Dealing only with characters from the Catholic tradition, José Joaquim da Silva, or Zezinho, was born here in 1949, and, produces works with baroque inspiration, but with simplified treatment. His Holy Family shows Baby Jesus still unborn.

N.S. Grávida, 2004 Barro 42 x 41 cm Coleção Irapoan Cavalcanti - RJ

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IBIMIRIM Na cidade pernambucana de Ibimirim dezenas de pessoas dedicam-se à confecção de santos católicos. Estas imagens, raras e antigas, sem assinatura, não permitiram identificação, mas constam da mostra por sua beleza e força dramática. In the city of Ibimirim, in Pernambuco, dozens of people produce Catholic saints. These rare and old unsigned images cannot be identified, but are part of this exhibition due to their beauty and dramatic force.

Dois Santos Madeira policromada 90 x 28 cm 90 x 24 cm Coleção Irapoan Cavalcanti - RJ

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LOUCO Boaventura Soares Filho ganhou o apelido de Louco quando começou a esculpir e abandonou a profissão de barbeiro em sua cidade natal de Cachoeira, antiga capital baiana, no início dos anos 1960. Sua obra tem referencias mais com o gótico do que com o barroco. Expressionista, o artista mescla personagens da fé católica com orixás do culto afrobrasileiro. Boaventura Soares Filho was nicknamed Louco (Madman) when he began to carve at the start of the 1960s, and abandoned the profession of barber ,in his hometown of Cachoeira, the previous capital of Bahia. His work has more references to the gothic than to the baroque. As an expressionist, the artist blends characters of the Catholic faith with orixás (divinity)from the Afro-Brazilian Cult.

Duas figuras, 1984 Madeira 67 x 54 cm Coleção Irapoan Cavalcanti - RJ

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Cristo Madeira 90 x 90 cm Acervo Brasiliana - SP

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LOUCO

Figuras Madeira 126 cm Acervo Brasiliana - SP

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ELI SANTOS Procedente da Bahia, fixouse na cidade do Embu, um centro de artistas e artesãos próximo da Capital de São Paulo e apresentava seu trabalho na feira dominical que lá se realizava. Nos anos 1970 passou a vender também seus santos, de estilo gótico, na feira da Praça da República, no centro da grande metrópole. Originally from Bahia, he settled in the city of Embu, a center for artists and artisans near the Capital of São Paulo, and showed his work at the Sunday fair. In the 1970s, he also began to sell his gothic -style saints at the fair on the Praça da República, in the Center of the large metropolis.

Santo Madeira Policromada 55 x 23 cm Coleção Irapoan Cavalcanti - RJ

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GTO Geraldo Teles de Oliveira, natural de Divinópolis, Minas Gerais, é um dos mais impressionantes escultores brasileiros de caráter espontâneo. Seu trabalho, que tem conexões com a arte medieval, apresenta sempre a figura humana, que ele dispõe em grupos e mandalas, de maneira a compor conjuntos que se encadeiam de forma precisa e dinâmica. Geraldo Teles de Oliveira, born in Divinópolis, in Minas Gerais, is one of the most impressive Brazilian spontaneous sculptors. His work, which has similarities to medieval art, always shows the human figure, which he arranges in groups and mandalas, in order to compose sets that are connected in a precise and dynamic form.

Talha Madeira envernizada 172 x 29 cm Coleção João Maurício de Araújo Pinho - RJ

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JADIR JOÃO EGÍDIO Ganhava a vida transportando leite para uma usina, com a carroça, na cidade de Divinópolis, MG, até que um grave acidente o impediu de prosseguir na atividade. Começou então de forma intuitiva a esculpir, aproveitando objetos de madeira abandonados, como cochos e eixos de carros-de-boi. Tem evidente afinidade com o estilo Românico. Used to earn a living driving a milk- cart to a factory in the city of Divinópolis, in Minas Gerais, until he had a serious accident which no longer allowed him to pursue this activity. He then began to intuitively carve, taking advantage of abandoned wood such as troughs and axles of oxen carts. He has evident affinity to the Romanticist style.

São Francisco Madeira envernizada 156 cm Coleção João Maurício de Araújo Pinho - RJ

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1 CARRANCA Madeira Policromada 72 x 27 cm Coleção Irapoan Cavalcanti - RJ

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2 GUARANY Carranca Madeira pintada 82 x 30 x 50 Coleção João Maurício de Araújo Pinho - RJ 3 GUARANY Carranca Bronthozaro Madeira Policromada 84 x 35 cm Coleção Irapoan Cavalcanti - RJ 4 UBALDINO Carranca Madeira pintada 90 x 22 x 30 Coleção João Maurício de Araújo Pinho - RJ 5 CARRANCA Madeira 97 x 57 cm Coleção Irapoan Cavalcanti - RJ

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6 GUARANY Carranca Salaó Madeira Policromada 96 x 46 cm Coleção Irapoan Cavalcanti - RJ

8 GUARANY Carranca “Cahy” Madeira Policromada 86 x 48 cm Coleção Irapoan Cavalcanti - RJ

7 GUARANY Carranca Capinagô Madeira pintada 90 x 23 x 47 Coleção João Maurício de Araújo Pinho - RJ

9 GUARANY Carranca Jurema Madeira pintada 75 x 28 x 35 Coleção João Maurício de Araújo Pinho - RJ

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As figuras de proa, denominadas carrancas, surgiram no século XIX e serviam para espantar os maus espíritos que se apresentavam à navegação no médio São Francisco. The figures on the prows of boats, known as carrancas, appeared in the XIX century and served to drive away bad spirits that appeared during navigation in mid São Francisco river.

MESTRE GUARANY Guarany Biquiba Lafuente é o mais conhecido dos artistas que as confeccionavam e é o autor da maioria das que navegaram no rio, até a metade dos anos 1940, continuando a produzir seu notável trabalho, mesmo depois que elas passaram a ter somente finalidade artística e ornamental. Guarany Biquiba Lafuente is the best known artist of this work, and is the author of most of those that depict navigation on this river, until the mid 1940s, and continued to produce his noteworthy works even after they became only artistic and ornamental.

Carranca “Cahy” Madeira Policromada 86 x 48 cm Coleção Irapoan Cavalcanti - RJ

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UBALDINO Filho e discípulo de Mestre Guarany, Ubaldino não foi um mero seguidor do trabalho do pai, mas criou uma figuração própria, embora próxima do estilo paterno. Son and disciple of Master Guarany, Ubaldino was not a mere follower of his father´s works, but also created his own figuration, though these resembled his father’ s style.

Carranca Madeira pintada 90 x 22 x 30 Coleção João Maurício de Araújo Pinho - RJ

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ANTONIO DE DEDÉ Nasceu em 1957 em Maceió e desde cedo trabalhou com a madeira fazendo seus próprios brinquedos. Passando à escultura, revelou capacidade incomum para adaptar suas figuras, dramáticas e irônicas, a uma forma não convencional. Born in 1957, in Maceió, from early on he worked with wood, making his own toys. He then turned to sculptures, revealing an uncommon ability to adapt his dramatic and ironic figures to an unconventional form.

São Jorge Madeira policromada 150 cm Coleção Irapoan Cavalcanti - RJ

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BAJADO Nasceu no interior de Pernambuco em 1912 e mudou-se para Olinda em 1933. Começou como cartazista de filmes e sob influencia dos que assistia criava enredos para histórias em quadrinhos, adquirindo grande destreza no desenho. Ao falecer, em 1988, deixou numerosa obra e o reconhecimento de ter sido um dos grandes criadores da arte popular brasileira. Born in 1912, in the interior of Pernambuco, he moved to Olinda in 1933. He began as an illustrator of film posters and influenced by what he saw, he created scripts for comic books, obtaining great drawing skill. When he died, in 1988, he left a large number of works and the recognition of having been one of the great creators of Brazilian popular art.

Glorioso São Jorge, 1975 Óleo sobre madeira 55 x 70 cm Coleção Irapoan Cavalcanti - RJ

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LICÍDIO LOPES Nasceu no final do século XIX em Salvador e começou a pintar de forma autodidata desenvolvendo paulatinamente uma obra que é uma crônica da vida da cidade. Pintou festas, feiras, assuntos religiosos e sobretudo a vida de pescadores e de fatos ligados ao mar. Born at the end of the XIX century, in Salvador, he began to paint self-taught forms, gradually producing a set of works that are a chronicle of life in the city. He paints feasts, fairs, religious matters and,mainly,l the life of the fishermen and facts connected to the sea.

Sem título Óleo sobre tela 51 x 63 cm Coleção Irapoan Cavalcanti - RJ

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TONICO SCARELLI Nascido em Ribeirão Preto, interior de São Paulo, em 1931, era trabalhador rural e violeiro, assim como seu irmão Zequinha, também pintor e músico. Sua pequena e importante produção na pintura denota um universo simbólico carregado de misticismo. Born in 1931, in Ribeirão Preto, in the interior of São Paulo, he was a rural worker and a guitar player together with his brother Zequinha, also a painter and musician. His reduced, but important painting production indicates an emblematic universe charged with mysticism.

As Mãos de Deus, 2006 Óleo sobre tela 51 x 71 cm Coleção Irapoan Cavalcanti - RJ

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GERALDO DE ANDRADE Integrante de uma familia onde vários de seus irmãos, por sua influência, dedicam-se ao fazer artístico, Geraldo de Andrade caracteriza-se por dupla fusão: seus trabalhos têm recortes e montagens e ao aproveitar formas já existentes, como folhas de venezianas e de portas antigas, aproximam-se do objeto. E sua obra, sempre de narrativa católica, é uma intensa e colorida combinação de referências barrocas com elementos da iconografia cristã bizantina. A member of a family in which several siblings, influenced by him, are dedicated to art, Geraldo de Andrade, is characterized by a double fusion: his works have cutouts and use existing forms, such as strips from blinds and old doors, approaching the object. His works, always using a Catholic narrative, are an intense and colored combination of baroque references with elements from Christian Byzantine iconography.

São Miguel Acrílica sobre tela e acrílica sobre madeira entalhada 133 x 95 cm Acervo Brasiliana - SP

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São Jorge, 2010 Acrílica sobre tela e acrílica sobre madeira entalhada 138x102 cm Acervo Brasiliana - SP

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NOSSA GENTE 45


IZABEL MENDES DA CUNHA Em meados dos anos 1970, ao ficar viúva, mudou-se para perto dos filhos em Santana do Araçuaí, MG, no Vale do rio Jequitinhonha, e começou a produzir inicialmente cerâmicas utilitárias e decorativas, formando um atelier com a inclusão de vários participantes. Logo sua produção ampliou-se e passou a fazer figuras de noivas e noivos, muito expressivas e de tamanho ampliado, baseadas em antigas moringas portuguesas, antropomórficas, comuns em várias partes do Brasil. Isabel é uma referência nessa vertente, uma artista unanimemente admirada e de grande sucesso. In the mid 1970s, upon becoming a widow, she moved to be nearer her sons in Santana do Araçuaí, in the valley of the Jequitinhonha River, in Minas Gerais, where she began to initially produce utilitarian and decorative ceramic pieces, forming an atelier by including several participants. Soon her production increased and she began to make figures of brides and grooms that were very expressive and large, based on old Portuguese anthropomorphic clay water pitchers that are commonly seen in several parts of Brazil. Isabel is a reference in this line, an artist that is unanimously admired and successful.

Sem título, 2003 Barro policromado 88 x 30 cm Coleção Irapoan Cavalcanti - RJ

Sem título Barro policromado 74 x 35 cm Coleção Irapoan Cavalcanti - RJ

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Sem título, 2003 Barro policromado 85 x 33 cm Coleção Irapoan Cavalcanti - RJ

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PLACEDINA Placedina Fernandes foi uma ceramista do Jequitinhonha que se destacou pela expressão de suas bonecas e por realizar um trabalho de grande apuro técnico e esmerados detalhes. Quase sempre é citada ao lado de Isabel Mendes, pela importância de sua obra. Placedina Fernandes was one of the ceramic artists from Jequitinhonha who became known for the expression of her dolls and for producing highly technical and detailed works. She is almost always mentioned with Izabel Mendes due to the importance of her work.

Sem título Barro policromado 63 x 24 cm Coleção Irapoan Cavalcanti - RJ

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Sem título Barro policromado 55 x 24 cm Coleção Irapoan Cavalcanti - RJ


Moça com Pilão 67 x 27 cm Coleção João Maurício de Araújo Pinho - RJ

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ZEZINHA A melhor bonequeira da atualidade no Jequitinhonha é Maria José Gomes da Silva, a Zezinha. Nascida em 1968 na localidade de Campo Alegre, suas bonecas são notáveis pela elegância altiva, refinamento e sensualidade. E Zezinha é também uma criativa estilista, pois não existem 2 vestidos iguais entre as centenas de figuras femininas que já produziu. Currently the best doll-maker in Jequitinhonha, Maria José Gomes da Silva, known as Zezinha was born, in 1968, in Campo Alegre. Her dolls are known for their noble elegance, refinement and sensuality. Zezinha is also a creative stylist, since there are not two dresses alike among her hundreds of female figures that she has made.

Sem título, 2009 Barro policromado 63 x 24 cm Coleção Irapoan Cavalcanti - RJ

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Sem título, 2005 Barro policromado 79 x 30 cm Coleção Irapoan Cavalcanti, RJ


Sem título Barro policromado 80 x 30 cm Coleção Irapoan Cavalcanti - RJ

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ANA DO BAÚ Natural de Turmalina, no Vale do Jequitinhonha, uma das regiões mais pobres do Brasil, onde nasceu em 1927, é uma das ceramistas inteiramente voltadas à figura feminina, que ela molda com uma certa rudeza, dando mais importância à expressão do que ao acabamento. Born in 1927, in Turmalina, in the Vale do Jequitinhonha, one of the poorest regions in Brazil. She is one of the ceramic artists entirely dedicated to the female figure, which she molds somewhat roughly, giving more importance to the expression than the finishing.

Sem título Barro policromado 103 x 63 cm Coleção Irapoan Cavalcanti, RJ

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NOEMISA Procedente de Caraí, na entrada do Jequitinhonha, Noemisa é bem diferente das outras bonequeiras do Vale. Suas figuras são pequenas, bastante primitivas, e compõem cenas que envolvem com frequência a presença de objetos e animais. From Caraí, at the entrance to the Jequitinhonha, Noemisa differs greatly from the other doll makers in the valley. Her figures are small, very primitive, and compose scenes that frequently involve the presence of objects and animals.

Sem título Barro policromado 26 x 23 cm Coleção Irapoan Cavalcanti - RJ

Sem título, 2002 Barro policromado 17 x 18 cm Coleção Irapoan Cavalcanti - RJ

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MESTRE VITALINO Um dos principais artistas brasileiros da cerâmica, foi descoberto na Feira de Caruaru, Pernambuco, nos anos 1940, quando colocava à venda seus trabalhos – alguns deles utilitários, como cofres e brinquedos, e outros narrativos, como pequenas esculturas com cenas do cotidiano nordestino. Fundou uma comunidade de artesãos em Alto do Moura, localidade próxima e exerceu enorme influência sobre dezenas de ceramistas da região, que adotaram muito de seu estilo e de seus temas, repetidos até os dias de hoje. One of the main Brazilian ceramic artists, was discovered in the market of Caruaru, Pernambuco in the 1940s, where he sold his artwork ---some of them practical items, like safes and toys, and others narrative, like small sculptures with scenes from daily life in the Northeast. He founded a community of artisans in Alto do Moura, a nearby town, and exerted great influence on dozens of ceramic artists in the region, who adopted his style and his themes, that are still repeated until today.

Retirantes Barro cozido policromado 18 x 22 cm Coleção João Maurício de Araújo Pinho - RJ

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Procissão Barro cozido policromado 21,5 x 11cm base 35,5 x 11 cm Coleção João Maurício de Araújo Pinho - RJ

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MESTRE VITALINO

Ordenha/mealheiro e paliteiro Barro cozido policromado 15 x 10 x 24 cm Coleção João Maurício de Araújo Pinho - RJ

Caçando onça Barro cozido policromado 19 x 11cm base 12 x 7 x 14 cm Coleção João Maurício de Araújo Pinho - RJ

Cão caçando jacaré(lagarto) Barro cozido policromado 14 x 19 x 11,5 cm Coleção João Maurício de Araújo Pinho - RJ

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Dr. Advogado Barro cozido policromado 15 x22 x 11 cm Coleção João Maurício de Araújo Pinho - RJ

Barbeiro Barro cozido policromado 19 x 21 x 10 cm Coleção João Maurício de Araújo Pinho - RJ

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SEVERINO VITALINO Descendente do fundador da comunidade do Alto do Moura, Severino presta uma homenagem ao mestre retratando-o na Feira de Caruaru, onde vendia seus trabalhos para o público. A descendant of the founder of the community in Alto do Moura, Severino renders tribute to the master by depicting him at the Caruaru Market , where he sold his works to the public.

Vitalino vendendo bonecos Barro policromado 17 x 15 x 17 cm Coleção João Maurício de Araújo Pinho - RJ

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HORÁCIO Um dos inúmeros artesãos inspirados na obra de Vitalino, morador do Alto do Moura, Horácio trata de um tema muito comum nas pequenas localidades do Nordeste, o transporte de pessoas em caminhões. One of the countless artisans inspired by the works of Vitalino, living in Alto do Moura, Horácio works with a theme that is very usualcommon in the small villages of the Northeast: transportinf people in trucks.

Retirantes Barro cozido policromado 13 x 32 cm Coleção João Maurício de Araújo Pinho - RJ

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MANUEL EUDÓCIO Talentoso artesão-artista, filho de um dos contemporâneos de Vitalino, Zé Caboclo, Manoel Eudocio era o principal criador do Alto do Moura ao falecer em 2016, já octogenário mas ainda ativo artisticamente. A talented artisan-artist, son of one of Vitalino´s contemporaries Zé Caboclo, Manoel Eudocio was the main artist in Alto do Moura when at over 80 and still artistically active he died in 2016.

Almoço de casamento Barro policromado 23 x 56 x 31cm Coleção João Maurício de Araújo Pinho - RJ

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LUIS ANTONIO Destacado artesão-artista do Alto do Moura, seu trabalho se caracteriza pelo esmero e por ter criado temas próprios, sem seguir de forma ortodoxa os apresentados por Vitalino e ainda hoje praticados por grande número de artesãos. An important artisan-artist from Alto do Moura, his work is characterized by his zeal and for creating his own themes without following the orthodox form presented by Vitalino, and still today practiced by a great number of artisans.

Missa na boleia Barro cozido policromado 36 x 80 Coleção João Maurício de Araújo Pinho - RJ

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AGOSTINHO BATISTA DE FREITAS Segundo Pietro Maria Bardi, seu descobridor no início dos anos 1950, era um mestre da composição e da perspectiva. Mas a pintura de Agostinho tem ainda outras qualidades, como uma luminosidade sempre muito clara e nítida, e um colorido de grande precisão e riqueza. Um de seus temas favoritos, e que lhe trouxe celebridade, são as paisagens urbanas da cidade de São Paulo. According to Pietro Maria Bardi, who discovered this artist at the beginning of the 1950s, he was a master at composition and perspective. However, Agostinho´s painting has still other qualities, such as very clear and vivid luminosity, as well as precise and rich colors. One of his favorite themes, and which brought him fame, is urban landscapes of the city of São Paulo.

E.F.S., 1992 Óleo sobre tela 52 x 71 cm Coleção Irapoan Cavalcanti - RJ

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SĂŁo Paulo, 1989 Ă“leo sobre tela 80 x 100 cm Acervo Brasiliana - SP

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ALCIDES PEREIRA Nascido na Bahia, fixou-se nos anos 1960 em Cuiabá, Mato Grosso, onde conviveu com vários alunos do Atelier Livre patrocinado pela Prefeitura local. Ali recebeu orientação artística e desenvolveu um estilo próprio, inconfundível, que vem sendo muito notado por colecionadores no Brasil e no exterior. Aqui representado por 2 raros trabalhos de sua fase inicial. Born in Bahia, he settled in Cuiabá, Mato Grosso, in 1960, where he mixed with several students from the Atelier Livre sponsored by the local Town Hall. There he received artistic instruction and developed his own, unmistakable style that has been very much appreciated by collectors in Brazil and abroad. Here he is represented by two rare works from his initial phase.

As Paisagens, 1986 Óleo s/tela 80 x 120 cm Coleção Irapoan Cavalcanti, RJ

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O Caboclo das Montanhas, 1979 Óleo sobre tela 54 x 73 cm Coleção Irapoan Cavalcanti - RJ

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BAJADO Assinava suas pinturas como “Bajado, um artista de Olinda”, de tal maneira se identificava com a cidade pernambucana onde se instalou quando jovem. Com frequência se retratava a si próprio nos trabalhos que realizava, no geral observando o movimento, postado em uma janela num canto do quadro. He used to autograph his paintings as “Bajado, an artist from Olinda”, since he strongly identified with the city in Pernambuco where he settled when he was young. He frequently portrayed himself in his works, generally observing the movement or standing by a window in a corner of the picture.

O Guarany, 1991 Óleo sobre chapa dura 62 x 83 cm Coleção João Maurício de Araújo Pinho - RJ

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Malhação do Judas, 1973 Óleo sobre chapa dura 71 x 77 cm Coleção João Maurício de Araújo Pinho - RJ

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BAJADO

A Procissão, 1977 Óleo sobre eucatex 42 x 214 cm Coleção Irapoan Cavalcanti - RJ

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EMÍDIO DE SOUZA Um dos mais antigos pintores populares catalogado no Brasil. Natural de Itanhaém, litoral de São Paulo, onde nasceu em 1867,foi auxiliar do Pintor Benedito Calixto. As visitas frequentes de Alfredo Volpi ao litoral sul de São Paulo, em busca de paisagens marinhas para pintar, colocaram-no em contato com a obra ingênua de Emidio e acabaram por originar uma fase decisiva na carreira do pintor paulistano. O trabalho delicado e peculiar de Emidio de Souza é uma das referencias da pintura ingênua nacional. One of the oldest popular painters catalogued in Brazil. Born in 1867,in Itanhaém, on the coast of São Paulo, he was an assistant to painter Benedito Calixto. Alfredo Volpi´s frequent visits to the southern coast of de São Paulo, seeking marine landscapes to paint, put him in touch with the naïf works of Emidio and ended up initiating a decisive phase in the career of this painter from São Paulo. The delicate and singular work of Emidio de Souza is a reference for national naïf painting.

Bar Padaria São Jorge Óleo sobre tela 32 x 47 cm Irapoan Cavalcanti - RJ

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Canal, 1948 Óleo sobre tela 35 x 45 cm Coleção Irapoan Cavalcanti - RJ

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JOSÉ DE FREITAS Natural de Vitoria de Santo Antão, PE, seguiu para o Rio de Janeiro na década de 50, onde iniciou duas profissões a que se dedicou até o falecimento em 1987. Foi ator de teatro e TV e começou a desenvolver a pintura paralelamente à atividade cênica. Viveu boa parte de sua vida na Europa, em Londres e na Ilha de Santorini, na Grécia. Influenciado pela arte preciosista das culturas bizantina e persa, seu trabalho é muito delicado e exato. Seus temas são a Biblia, as encenações de peças teatrais da literatura universal, o circo, a mitologia grega. É um dos artistas ingênuos brasileiros com maior aceitação no mercado internacional. Born in Vitoria de Santo Antão, Pernambuco, he moved to Rio de Janeiro in the 50s, where he began two professions which he practiced until he died in 1987. He was an actor in the theatre and on TV and began to paint in parallel to his acting. He lived a good part of his life in Europe, in London and on the Greek island of Santorini. Influenced by the precious art of Persian and Byzantine cultures, his work is very delicate and precise. His themes are biblical, universal scenes, the circus and Greek mythology. He is one of the Brazilian naïf artists with the greatest acceptance on the international market.

Gregos, Grécia, Teatro Mitos, 1988 Óleo sobre eucatex 34 x 45 cm Coleção Irapoan Cavalcanti - RJ

Sem título, 1987 Óleo s/eucatex 40 x 50 cm Coleção Irapoan Cavalcanti - RJ


Teatro dos Quatro “O Suicídio”, 1982 Óleo s/Madeira Coleção Irapoan Cavalcanti - RJ

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MARIA AUXILIADORA DA SILVA Nascida no interior de Minas, de uma familia de artistas, veio para São Paulo ainda menina. Foi costureira e começou a pintar utilizando em seu trabalho pedaços de tecidos e chumaços de seu próprio cabelo. Faleceu prematuramente em 1973 quando sua obra, extremamente original, com relevos e palavras, começava a ganhar espaço. Born in the interior of Minas Gerais, in an artistic family, she moved to São Paulo when she was a girl. She was a seamstress and began to paint using in pieces of fabric from her work and wads of her own hair. She died prematurely, in 1973, when her extremely original work with reliefs and words began gaining recognition.

Colheita, 1973 Óleo sobre tela 55 x 74 cm Coleção Irapoan Cavalcanti - RJ

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Macumba Técnica mista 47 x 63 cm Coleção Irapoan Cavalcanti - RJ

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MARIA AUXILIADORA DA SILVA

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Festa Junina, 1974 Óleo sobre tela 60 x 101 cm Coleção Irapoan Cavalcanti - RJ

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MIRANDA Um dos artistas cuja obra aborda temas típicos de determinada narrativa da pintura popular: colheitas, cenas de praia, festas. Esta inusitada imagem da casa onde viveu e trabalhou constitui uma exceção à regra. One of the artists whose works use typical themes with the narrative of popular painting: harvests, beach scenes, feasts. This unusual image of the house where he lived and worked is an exception to the rule.

io

Atelier Óleo sobre tela 75 x 84 cm Coleção João Maurício de Araújo Pinho - RJ

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Sem título Óleo sobre eucatex 51 x 72 cm Coleção Irapoan Cavalcanti - RJ

Sem título Óleo sobre eucatex 69 x 100 cm Coleção Irapoan Cavalcanti - RJ

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HEITOR DOS PRAZERES Um dos pintores mais conhecidos da arte popular, foi músico de profissão e dedicou-se também a criar quadros onde a dança e a música são partes da ação. One of the best known painters of popular art, he was a professional musician and also created pictures where dance and music are part of the action. .

Modelo e artista, 1963 Óleo sobre tela 47 x 56 cm Coleção Irapoan Cavalcanti - RJ

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MANEZINHO ARAÚJO Tendo abandonado a música, que foi sua principal ocupação durante algumas décadas, Manezinho dedicou-se inteiramente à pintura. Homem de muitos talentos, era também ator, cantor e compositor. Seu estilo limpo, moderno e de poucas cores o colocam quase no limite do que se poderia chamar de artista popular. Having abandoned his career as a musician, which was his main occupation for many decades, Manezinho became totally dedicated to painting. A man of many talents, he was also an actor, singer and composer. His clean and modern style, using few colors, place him almost on the border of what could be called a popular artist.

Casa vermelha Óleo sobre tela 64 x 53 cm Coleção Irapoan Cavalcanti - RJ

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J. BORGES A xilogravura faz parte da cultura popular em regiões remotas do Nordeste. É uma tradição muito ligada à chamada literatura de cordel, constituida de folhetos versificados com ensinamentos e situações que tenham chamado a atenção da comunidade. Engraving is a part of popular culture in remote regions of the Northeast. This is a tradition that is strongly linked to the so called “street market literature”, composed of leaflets containing verses with teachings and situations that have called the community´s attention.

Madeira 18 x 12 cm Coleção Irapoan Cavalcanti - RJ

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17,5 x 11,5 cm

19 x 11,5 cm

19 x 12 cm

19 x 11 cm

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ROBERTO VITAL Habitante de uma reserva ecológica, este jovem escultor se utiliza somente do tronco de coqueiros abatidos pela idade ou pelas intempéries para criar uma obra realista onde sobressaem o movimento e a expressão de cada personagem. An inhabitant of an ecological reserve, this young carver uses only the trunks of coconut trees that have fallen with age or due to the elements, to create a realistic work where the movement and expression of each character is noteworthy.

Adão e Eva Madeira policromada 1,77 x 28 cm Coleção João Maurício de Araújo Pinho - RJ

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MIRIAN

Os 7 Pecados Capitais

Nasceu em Trindade, Goiás, centro de romarias e de tradições religiosas, mas viveu boa parte de sua vida no Rio de Janeiro. Mirian, embora se aproprie em seu trabalho de características dos ex-votos pintados – frequentes nas casas de milagres de sua região natal – como o suporte, que é sempre de madeira, e a delimitação do espaço com o uso de uma moldura pintada sobre um fundo sempre branco, adota uma temática que traduz um sentido muito mais atento às afirmações da vida do que à contrição e à fé. Born in Trindade, in Goiás, a center for pilgrimages and religious tradition, she lived a great part of her life in Rio de Janeiro. Although she uses the characteristics of painted ex-votos in her work – which are frequent in the miracle houses of her birthplace – as a support, which is always wooden with a border, with the use of a painted frame on an always white background, Mirian adopts a theme that translates a much more attentive meaning to the affirmations of life rather than to contrition and faith.

Coleção Irapoan Cavalcanti - RJ

A Ira, 1977 Óleo sobre madeira 19,5 x 15 x 2 cm

O Orgulho, 1977 Óleo sobre madeira 19,5 x 15 x 2 cm

A Preguiça, 1977 Óleo sobre madeira 19,5 x 15 x 2 cm

A Luxúria, 1977 Óleo sobre madeira 19,5 x 15 x 2 cm

A Gula, 1977 Óleo sobre madeira 20 x 15 x 2 cm

A Calúnia, 1978 Óleo sobre madeira 20 x 15 x 2 cm

A Usura, 1978 Óleo sobre madeira 21,5 x 15,2 x 2 cm

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MIRIAN

Jorge Amado... E quem foi que fez Teresa Batista Óleo s/madeira 27 x 50 x 2 cm Coleção Irapoan Cavalcanti - RJ

Teresa Batista vai à guerra, 1986 Óleo sobre madeira 24,5 35 x 2 cm Coleção Irapoan Cavalcanti - RJ

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Secos e Molhados, 1974 Óleo sobre madeira 30 x 24 x 2,5 cm Coleção Irapoan Cavalcanti - RJ

Moraes Moreira, 1982 Óleo sobre madeira 42 x 31 cm Coleção João Maurício de Araújo - RJ

Roberta Close, 1986 Óleo s/madeira 35 x 24,5 x 2,5 cm Coleção Irapoan Cavalcanti - RJ

Pierrô e Colombina 1982 Óleo sobre Madeira 40 x 29 cm Coleção João Maurício de Araújo Pinho - RJ

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PAULO PEDRO LEAL Era um pintor que expunha sua pintura em calçadas cariocas, quando foi descoberto pelo marchand Jean Boghici nos anos 1960, que o incentivou e adquiriu grande parte de sua obra. Expressionista, intuitivo, o artista deixou uma obra marcada pela afirmação de uma identidade negra, contingenciada pela pobreza. Was a painter that exhibited his work on the sidewalks of Rio de Janeiro, when, in the 1960s, he was discovered by marchand Jean Boghici, who encouraged him and purchased a great part of his works. An intuitive expressionist, the artist left a production marked by the affirmation of black identity and poverty.

Luto Óleo sobre madeira 48 x 78 cm Coleção Irapoan Cavalcanti - RJ

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Bordel Óleo sobre eucatex 62 x 50 cm Coleção Irapoan Cavalcanti - RJ

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PAULO PEDRO LEAL

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Casamento Óleo sobre tela 71 x 101 cm Coleção Irapoan Cavalcanti - RJ

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TIMBUCA Alcécio Carvalho , o Timbuca, Natural de Rui Barbosa, Bahia, nasceu em 1926 e viveu parte de sua vida em Magé, RJ, trabalhando com raspagem de cana de açúcar,como carregador de sacos de gelo, atividades que ele denominava”trabalho de sofrimento “ . Esteve empregado também em fábricas , em restaurante , sempre batalhando para sustentar a família, com dificuldade . Seu trabalho artístico entretanto, situa-se à margem do convencional e das agruras que vivenciou. É alegre, inventivo e por vezes lembra objetos, pela tridimensionalidade. Alcécio Carvalho , or Timbuca, was born q926, in Rui Barbosa, in Bahia, and lived part of his life in Magé, in Rio de janeiro, working with sugar cane scrapings and carrying packs of ice, activities that he called ”works of suffering “ . He was also employed in factories and in restaurants, always struggling to support his family, with difficulty. His artistic work, however, is distant from conventionality and the hard times he experienced. It is joyous, inventive and sometimes, due to its tridimensionality, object-like.

Cais do Porto R.J. Óleo sobre madeira 50 x 73 cm Coleção Irapoan Cavalcanti - RJ

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VICENTE FERREIRA Embora tenha nascido no interior do Ceará, viveu grande parte de sua vida em Maceió, Al. Vicente era músico e integrava o Trio Maceió como tocador de sanfona e se apresentava em bailes na periferia e em programas de rádio. Como pintor, ainda que seja um primitivo, sua obra se caracteriza pela delicadeza e a liberdade temática. Although he was born in the interior of Ceará, he lived a great part of his life in Maceió, in Alagoas. Vicente was a musician and a member of the Trio Maceió, playing the accordion at balls in the outskirts and on radio programs. As a painter, though primitive, his work was characterized by his delicacy and free thematic.

Eu e ela, 2001 Óleo sobre tela 52 x 62 cm Coleção João Maurício de Araújo Pinho - RJ

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CIÇA Cicera Fonseca vem de uma região no sul do Estado do Ceará, Juazeiro do Norte, que congrega grande número de artistas da cerâmica e da madeira. Era uma exímia ceramista e se notabilizou pelas “máscaras” e por cenas tridimensionais com assuntos do cotidiano e do culto religioso. Cicera Fonseca comes from Juazeiro do Norte, a region in the south of the state of Ceará that congregates a large number of ceramic and wood artists. She was an excellent ceramics artist and became known for her “masks” and for tridimensional scenes of daily life and religious cults.

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Cara Barro policromado 28,5 x 53 cm Acervo Brasiliana - SP

Cara Barro policromado 28,5 x 53 cm Acervo Brasiliana - SP

Cara Barro policromado 28,5 x 53 cm Acervo Brasiliana - SP

Placa - Cara Barro policromado 28,5 x 53 cm Coleção João Maurício de Araújo Pinho - RJ


Placa - Caras Barro policromado 31 x 23 cm Coleção João Maurício de Araújo Pinho - RJ

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ZÉ CORDEIRO A localidade de Juazeiro do Norte está ligada à figura histórica do Padre Cicero Romão, figura cultuada em todo o Nordeste do Brasil, a quem se atribui a capacidade de realizar milagres. A tradição da escultura tem como um de seus destaques atuais a obra de Zé Cordeiro. Numa região em que a produção de trabalhos em madeira é acentuada, Zé Cordeiro foge completamente aos que se espelham na obra do falecido escultor Nino e nos mestres santeiros que continuam atendendo à demanda dos romeiros vindos em visita ao Santuário do Padre Cicero, na cidade de Juazeiro do Norte, no Ceará. The city of Juazeiro do Norte is linked to the historical figure of Padre Cicero Romão, a figure revered throughout the northeast of Brazil, to whom miracles are attributed. The tradition of carving has Zé Cordeiro as one of its current highlights. In a region where there is much woodwork, Zé Cordeiro completely escaped those who mirrored themselves on the works of deceased sculptor, Nino, and other saint statue carvers who continue to attend the demands of pilgrims who visit the Sanctuary of Padre Cicero, in the city of Juazeiro do Norte, in Ceará.

Adão Madeira pintada 94 x 22 cm Coleção João Maurício de Araújo Pinho - RJ

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Eva Madeira pintada 96 x 24 cm Coleção João Maurício de Araújo Pinho - RJ


Sereio Madeira policromada 101cm Coleção João Maurício de Araújo Pinho - RJ

Sereia Madeira policromada 100,7 cm Coleção João Maurício de Araújo Pinho - RJ

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RESENDIO Depois de trabalhar um período no interior de São Paulo, onde exerceu atividades braçais, começou a fazer artesanato em couro e voltou para as margens do Rio São Francisco, onde vive até hoje. Sua obra reúne elementos que lembram brinquedos populares e é permeada pela ironia e a beleza. Um dos escultores mais interessantes da atualidade no Brasil. After working for some time in the interior of São Paulo, where he did manual labor, he began to work with leathercraft and returned to the margins of the São Francisco river, where he lives until today. HIs work unites elements that recall popular toys and is permeated with irony and beauty. One of the most interesting sculptors in Brazil today.

Namorados Madeira policromada 71 x 35 cm Coleção João Maurício de Araújo Pinho - RJ

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Grรกvida Madeira policromada 90 cm altura Acervo Brasiliana - SP

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BESTIÁRIO 101


ARTUR PEREIRA Um dos mais conhecidos mestres da escultura em madeira, nascido em Cachoeira do Brumado, Minas Gerais em 1920. Pássaros, onças, animais em geral, constituem os personagens constantes de suas elegantes, bem cotadas, e admiráveis esculturas. Born in 1920, in Cachoeira do Brumado, in Minas Gerais, he is of the most well-known masters in wood carving. Birds, jaguars, animal in general, compose the characters of his elegant, highly appreciated and admirable sculptures.

Presépio Madeira entalhada 70 x 57 cm Coleção João Maurício de Araújo Pinho-RJ

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Coluna de bichos Madeira entalhada 83 x 56 cm Coleção João Maurício de Araújo Pinho - RJ

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NUCA A localidade de Tracunhaém, em Pernambuco, reúne um grande número de ceramistas. Manuel Gomes da Silva, o Nuca, notabilizou-se por repetir em sua obra a figura do leão, que alguns julgam inspirados na arte suméria, reinterpretada pelo artista desde os anos 1960, de diferentes maneiras. The location of Tracunhaém, in Pernambuco, gathers a large number of ceramic artists. Manuel Gomes da Silva, or Nuca, became well-known for repeating in his work the figure of a lion, which some believe was inspired by Sumarian art, and has been reinterpreted by the artist in different ways,since the 1960s.

Leão Barro cozido 49 x 26 cm Coleção João Maurício de Araújo Pinho - RJ

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Sem título Barro 96 x 35 cm Coleção Irapoan Cavalcanti - RJ

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ROBERTO DE ALMEIDA Escultor autodidata, começou a esculpir num dos momentos mais dificeis de sua vida, quando não conseguiu cultivar um terreno doado pelo Governo, pois a terra era improdutiva. De forma espontânea, começou a entalhar figuras de animais com um conhecimento intuitivo dos segredos da profissão, que o surpreendeu e chamou logo a atenção. Faleceu prematuramente no final de 2015, com pouco mais de 50 anos de idade. A self-taught sculptor who began to carve during one of the most difficult times of his life, when he was unable to cultivate some land given to him by the Government, asthe land was unproductive. Spontaneously,, he began to carve animal figures with the intuitive knowledge of the secrets of the profession, which surprised him and soon called attention. He died prematurely at the end of 2015, when he was just over 50 years old.

Galinha Madeira policromada 60 x 70 cm Coleção João Maurício de Araújo Pinho - RJ

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Esquilo Madeira 30 x 52 cm Coleção Irapoan Cavalcanti - RJ

Bicho Madeira ARCA 22 x 77 cm Coleção Irapoan Cavalcanti - RJ

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ROBERTO DE ALMEIDA

Porco-espinho Madeira 18 x 52 cm Coleção Irapoan Cavalcanti - RJ

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OZIEL Artesão-artista do interior da Paraiba, Oziel se notabiliza pela expressão e sensação de veracidade que seus bichos de madeira provocam. An artisan-artist from the interior of Paraiba, Oziel became known for the expression and sensation of truth that his wooden animals provoke.

Burrinhos Madeira 52 x 70 cm Coleção Irapoan Cavalcanti - RJ

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FAMILIA ALCÂNTARA Conhecida família de escultores de animais da fauna amazônica, a familia Alcantara tornou-se conhecida pelo realismo preciso de suas criações. A well-known family of sculptors of animal figures of the Amazon fauna,the Alcantara family became known due to the precise reality of their creations.

Cotia Madeira 33 x 50 cm Coleção Irapoan Cavalcanti - RJ

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JOE ALCÂNTARA Joe Alcântara é um dos mais respeitados integrantes da família. Joe Alcantara is one of its most respected members.

Onça Madeira policromada 72 x 50 cm Coleção Irapoan Cavalcanti - RJ

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JOE ALCÂNTARA

Onça e filhotes Madeira policromada 70 x 183 cm Coleção Irapoan Cavalcanti - RJ

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BENTO DE SUMÉ Uma das últimas revelações da escultura popular nacional, numa demonstração da pujança da cultura popular que, mesmo acuada pelo desenvolvimento a que foi submetido o interior do país, revela um escultor autodidata de grande potencial, oriundo da cidade de Sumé, na Paraiba. One of the latest revelations of national popular sculpture, in a demonstration of the power of popular culture, which even when cowered by the development to which the interior of the country was submitted, reveals a self-taught sculptor with great potential ,from the city of Sumé, in Paraiba.

Doninha Madeira 30 x 62 cm Coleção Irapoan Cavalcanti - RJ

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ANÉSIO JULIÃO Um dos numerosos componentes da “escola de Prados”, formada pela família que adotou a escultura em madeira como expressão artística e meio de vida na localidade próxima à cidade de Tiradentes, em Minas Gerais. One of the numerous members of the “school of Prados”, formed by the family who adopted wood sculpture as an artistic expression and way of life in a location near the city of Tiradentes, in Minas Gerais.

Sapo Madeira 26 x 54 cm Coleção Irapoan Cavalcanti - RJ

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PAULO IZIDORO A cidade de Petrolina, às margens do Rio São Francisco, tem um histórico ligado às tradições do rio, como a atividade de elevado número de artesãos e artistas que trabalham com a madeira e a cerâmica. Os carranqueiros Domingos Lopes e Ana das Carrancas estão entre os nomes mais notórios. Entretanto Paulo Izidoro vem obtendo destaque com os bichos de madeira que esculpe, apreciados por uma legião de colecionadores por todo o país. The city of Petrolina, on the banks of the Sao Francisco river, has a history linked to the river´s tradition, like the activity of an elevated number of artisans and artists who work with wood and ceramic. Prow carvers, Domingos Lopes and Ana das Carrancas, are among the most famous. However, Paulo Izidoro is becoming known by the wooden animals that he carves, which are appreciated by a legion of collectors throughout the country.

Bode Madeira 70 x 100 cm Coleção Irapoan Cavalcanti - RJ

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Veado Madeira 90 x 70 cm Coleção Irapoan Cavalcanti - RJ

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CHICO DA SILVA Nascido em 1910 no Estado do Acre, descendente de índios, Chico da Silva foi notado quando ainda nos anos 1940, começou a desenhar bichos nos muros do bairro onde vivia, na cidade de Fortaleza, para onde emigrara aos 18 anos de idade. É o grande pintor amazônico do Brasil, embora parte da obra a ele atribuída esteja sujeita à verificação de autenticidade, diante da multiplicação de seus principais temas, feita por terceiros. Born in 1910, in the State of Acre, of indigenous ancestry, Chico da Silva was noticed, when still in the 1940s he began to draw animals on the walls of the neighborhood where he lived, in the city of Fortaleza, where he had moved when he was 18 years old. He is the great painter from the Brazilian Amazon, although part of the work that is attributed to him is subject to verification os its authenticity, due to the multiplication of his main themes by third parties.

Sapo e Peixe 80 x 58 cm Acervo Brasiliana - SP

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Sem título, 1984 Óleo sobre tela 100 x 150 cm Coleção Irapoan Cavalcanti - RJ

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ALCIDES PEREIRA Situado numa posição única na obra figurativa dos principais pintores populares brasileiros – na medida em que é um minimalista – Alcides Pereira é um dos nomes mais relevantes da pintura recente no país e sua obra poderia ser apreciada igualmente dentro de conceitos de modernidade. Situated in a unique position in the figurative work of the main Brazilian popular painters -- as he is a minimalist -- Alcides Pereira is one of the most relevant names in the country´s recent painting and his work could also be appreciated within the modernist concept.

Os Bois, 1980 Óleo sobre tela 43 x 81 cm Coleção Irapoan Cavalcanti - RJ

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Os Animais, 2006 AcrĂ­lica sobre tela 80 x 130 cm Acervo Brasiliana - SP

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NILSON PIMENTA Nascido na Bahia em 1958, sua familia mudou-se para o Mato Grosso quando a região principiava a atrair grandes contingentes de trabalhadores rurais que acabaram por ser agentes da rápida transformação ali ocorrida tornando-a uma das mais ricas fronteiras agrícolas do Brasil. Pimenta é um pintor de grande fertilidade que trata de temas ligados à natureza e à vida do homem na região do Pantanal, centro geodésico da América do Sul. Born in Bahia, in 1958, his family moved to Mato Grosso when the region began to attract great numbers of rural workers for the rapid transformation that occurred, making it one of the wealthiest farming frontiers in Brazil. Pimenta is a very fertile painter who with themes linked to nature and the life of man in the regions of the Pantanal, the geodesic center of South America.

Macacos caçando, 2000 54 x 64 cm Coleção Irapoan Cavalcanti - RJ

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Vaqueiros e árvores cortadas, 1986 Óleo sobre tela 81 x 120 cm Coleção Irapoan Cavalcanti - RJ

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WALDOMIRO DE DEUS Nascido na Bahia nos anos 1940, Waldomiro emigrou para São Paulo onde sua vocação para a pintura despertou. De currículo extenso e respeitável, sua obra é uma das manifestações eloquentes da cultura afrobrasileira. Born in Bahia ,in the 1940s, Waldomiro moved to São Paulo where his vocation for painting was inspired. With an ample and respectable curriculum, his work is one of the eloquent manifestations of the Afro Brazilian culture.

Cuca, 1980 Óleo sobre tela 51 x 40 cm Coleção Irapoan Cavalcanti - RJ

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ALCIDES SANTOS Exercia a profissão de enfermeiro quando foi contratado para cuidar de um pintor idoso e esse contato despertou no pernambucano Alcides a vocação para a pintura. Importante artista, foi um dos destaques da XXIII Bienal de São Paulo. Worked as a nurse when he was hired to take care of an elderly painter and this contact awakened in Alcides, from Pernambuco, a vocation for painting. An important artist, he was one of the highlights of the XXIII Biennial of São Paulo.

Circo, 1974 Óleo s/Eucatex 80 x 110 cm Coleção Irapoan Cavalcanti - RJ

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ALCIDES SANTOS

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Tentação, 1978 Óleo sobre eucatex 122 x 275 cm Coleção Irapoan Cavalcanti - RJ

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JOÃO PILARSKI Descendente de poloneses que se fixaram no Norte do Paraná e se dedicaram ao cultivo de cereais, João Pilarski foi acometido por uma grave doença ainda na infância e nunca mais deixou o leito. Mesmo com pouca mobilidade nos braços e superando enorme dificuldade física, produziu uma das obras de maior beleza da pintura ingênua nacional. A descendant of the Polish settlers, who immigrated to the north of Paraná and to cultivate cereal. João Pilarski had a serious disease in his childhood and was unable to leave his bed. Though he had little mobility in his arms and had to overcome enormous physical difficulty, he produced one of the most beautiful national naïf paintings.

Caça e pesca, 1982 Acrílica sobre tela 54 x 72 cm Acervo Brasiliana - SP

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Por do Sol, 1981 AcrĂ­lica sobre tela 55 x 75 cm Acervo Brasiliana - SP

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JULIO MARTINS Nasceu em Niterói em 1893. Transitando por vários empregos no Rio de Janeiro, onde foi viver, começou a desenhar aos 29 anos. Foi cozinheiro de um hotel até se aposentar e poder se dedicar exclusivamente à pintura. É um paisagista onírico, evocando frequentes e simétricos jardins , plenos de espiritualidade e harmonia, onde predomina, soberana, a cor verde. Born in Niterói, in 1893. He worked in several different jobs in Rio de Janeiro, where he lived, and he began to draw when he was 29. He was a cook in a hotel until he retired and was able turn exclusively to painting. An oneirical landscape artist who frequently evokes symmetrical gardens that are full of spirituality and harmony and are ruled by the color green.

Coração Óleo sobre eucatex 41 x 62 cm Coleção Irapoan Cavalcanti - RJ

Domingo na praia Óleo sobre eucatex 42 x 61 cm Coleção Irapoan Cavalcanti - RJ

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Visita Óleo sobre eucatex 51,5 x 56 cm Coleção Irapoan Cavalcanti - RJ

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RANCHINHO Um caso único na pintura brasileira. Deficiente físico e mental, porém dotado de grande inteligencia, analfabeto, desenhava desde criança até ser notado pelo pesquisador Nazareno Mimessi na cidade de Assis, SP, onde ambos moravam. Com o deixou as ruas onde vivia precariamente e passou a elaborar guaches que logo provocaram grande admiração pela imaginação e capacidades descritiva e inventiva do artista. Um mestre da cor, da temporalidade e da força narrativa. A unique case in Brazilian painting. Physically and mentally disabled, but highly intelligent, though illiterate, he had been drawing since he was a child until he was noticed by researcher, Nazareno Mimess,i in the city of Assis, in the state of São Paulo, where they both lived. He left the streets where he lived precariously and began to produce gouaches that soon caused great admiration due to the artist´s imagination and descriptive and inventive skills. A master of color, temporality and narrative force.

Cobra 1989 Acrílico sobre chapa dura 42 x 63 cm Coleção João Maurício de Araújo Pinho - RJ

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Jardim, 1984 Técnica mista sobre chapa dura 85 x 65 cm Coleção João Maurício de Araújo Pinho - RJ

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JOSÉ ANTONIO DA SILVA Artista de grande fertilidade, José Antonio da Silva, realizou também uma extensa obra gráfica. Suas aguadas são muito apreciadas e se notabilizam pela variedade temática e pela destreza com que o artista as produz. A very fertile artist, José Antonio da Silva is also responsible for an extensive graphic production. His watercolors are highly valued and well-known for their varied themes and skilled work.

Sem título, 1978 Óleo sobre tela 51 x 82 cm Coleção Irapoan Cavalcanti - RJ

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VICENTE FERREIRA Uma das prováveis influencias desse importante pintor popular é a delicada perfeição patente nos bordados do Nordeste. Certos trabalhos seus parecem confeccionados com agulha e linha, possuindo mesmo um discreto relevo. Interessado por muitos assuntos, não era raro Vicente registrar temas do momento, como as novelas de TV, e incluir-se na cena, empunhando a sanfona do Trio Maceió, seu conjunto de forró. The delicate perfection found in the embroidery in the Northeast is probably one of the factors that influenced this important popular painter. Some of his works appear to have been made with a needle and thread and even have a discreet relief. Interested in many subjects, it wasn’t rare for Vicente to include modern themes, like TV soap operas, and to include himself in these scenes, playing an accordion belonging with the Trio Maceió, which was his forró musical band.

Rei do Gado,1997 Óleo sobre chapa dura 45 x 63 cm Acervo Brasiliana - SP

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ASSOMBROS 137


CHICO TABIBUIA Nascido em Casimiro de Abreu, RJ, em 1936, viveu a infância com a mãe e os 15 irmãos em condições de muita pobreza e a dura labuta nas lides do campo. O trabalho com madeira foi passado às crianças pelos antepassados africanos e seus descendentes que sempre se dedicaram a algum ofício dessa natureza. A obra de Chico Tabibuia, de caráter fantástico, se estende por uma visão onírica do culto dos orixás, notadamente os exus, que ele retrata em suas diversas falanges, muitas vezes com a genitália explícita. Um dos mais notáveis escultores brasileiros. Born in 19936, in Casimiro de Abreu, in Rio de Janeiro, he lived his childhood with his mother and 15 siblings in deep poverty and hard labor in the fields. Woodwork was passed on to the children by their African ancestors and their descendants, who always worked with something of this nature. The works of Chico Tabibuia, with fantastic features, was extended by an oneiric vision of the orixá (African divinity), notably their exus (evil spirits) which he portrays in his different phalanxes, often with explicit genitals. A most noteworthy Brazilian carver.

Sem título Madeira 102 x 42 cm Coleção Irapoan Cavalcanti - RJ

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Exú Madeira entalhada 80 x 30 cm Coleção João Maurício de Araújo Pinho - RJ

Exu mulher Madeira 136 x 36 x 21 cm Coleção Irapoan Cavalcanti - RJ

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GUMA Gumercindo Saraiva foi um dos poucos artistas provenientes do extremo Sul do Brasil, o Estado do Rio Grande, que faz fronteira com o Uruguai. Empregando-se num museu de arte contemporanea em Porto Alegre, Gumercindo interessou-se de tal maneira pela escultura que se tornou um artista de primeira grandeza, mas popular. Sua obra engloba principalmente tipos gaúchos, estilizados, e uma gama de personagens dos cultos africanos ligados ao candomblé. Gumercindo Saraiva was one of the few artists from the extreme south of the Brazil, from the State of Rio Grande, which borders Uruguay. Employed at a museum of contemporary art in Porto Alegre, Gumercindo was so interested in sculpture that he became a great, though popular, artist. His works mainly focus stylish, gaucho types, and a range of characters from African cults linked to candomblé .

Totem Madeira com cera 102 x 26 cm Coleção João Maurício de Araújo Pinho - RJ

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NINO Alguns estudiosos consideram esse cearense de Juazeiro do Norte, o mais criativo dos escultores brasileiros da madeira. Esculpindo figuras e conjuntos, muitas vezes aproveitando o próprio formato sugerido pela madeira em estado natural, Nino cria cenas e figurantes que nos levam a identificar uma das influencias de seu trabalho: os brinquedos populares feitos por artesãos do interior do Brasil. Some academics consider this artist from Juazeiro do Norte, in the state Ceará, the most creative of Brazilian woodcarvers. Carving individual figures and groups, and often taking advantage of the form suggested by the wood in its natural state, Nino creates scenes and actors that lead us to identify one of the influences of his work: popular toys made by artisans in the interior of Brazil.

Elefante Madeira Policromada 91 x 20 x 40 cm Coleção Irapoan Cavalcanti - RJ

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GALDINO Manoel Galdino foi um ceramista que se instalou no Alto do Moura, comunidade fundada por Vitalino, para reunir a produção dos artesãos que mexiam com o barro por volta dos anos 1930. Entretanto, de forma inteiramente inovadora e pessoal, Galdino, que foi também poeta, não se integrou aos inúmeros seguidores da arte do mestre fundador da comunidade. Ele criou uma obra de caráter fantástico que é um dos momentos mais prodigiosos da arte espontânea do Brasil. Manoel Galdino was one of the ceramic artists installed in Alto do Moura, a community founded by Vitalino, to bring together the production of artisans that worked with clay in the 30s. However, with an entirely innovative and personal form, Galdino, who was also a poet, did not join the numerous followers of the master founder of the communnity. His work of fantasy is one of the most prodigious moments of spontaneous art in Brazil.

Lagarto Barro 60 cm Coleção Irapoan Cavalcanti - RJ

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Cobras e Lagartos Barro 65 x 30 cm Coleção Irapoan Cavalcanti - RJ

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ZÉ DO CHALÉ Nascido em 1903 numa aldeia de índios xocó, localizada numa das inúmeras ilhas existentes no curso final do rio São Francisco, José Candido dos Santos era carpinteiro especializado em telhados, de onde lhe veio o apelido. Começou a se expressar artisticamente quando tinha quase 90 anos, tendo falecido em 2008. Minimalista,deixou uma produção de esculturas que se notabiliza pelo inusitado das formas. Born in 1903, in an indigenous village of the xocó tribe, located in on one of the numerous islands that exist on the final course of the São Francisco river, José Candido dos Santos was a carpenter specialized in roofs, from which he earned his nickname. He began to express himself artistically when he was almost 90 years old, and died in 2008. A minimalist, he left a production of sculptures that are known for their unusual forms.

Sem título Madeira 73 x 15 cm Coleção Irapoan Cavalcanti - RJ

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Sem título Madeira 86 x 14 cm Coleção Irapoan Cavalcanti, RJ

Sem título Madeira 40 x 13 cm Coleção Irapoan Cavalcanti, RJ


SIL Maria Luciene Siqueira, a Sil, nasceu em 1979 e vivia na cidade de Capela, Al, onde trabalhava no corte de cana-de-açúcar, como tantas donas de casa em regiões agrícolas e pobres do país. Interessada no trabalho com o barro, aprendeu as técnicas da modelagem e da queima desse material e num prazo muito curto tornou-se um dos talentos mais bem recebidos entre os apreciadores, pela força narrativa de seus grandes conjuntos de personagens e situações, pelo movimento que apresentam e pela expressão que demonstram. Maria Luciene Siqueira, Sil, was born in 1979, and lived in the city of Capela, in Alagoas, where she worked cutting sugar cane, as did so many other housewives in the poor, farming areas of the country. Interested in working with clay, she learned molding and heating techniques and in a short time became one of the most admired talents, due to the force of the narrative of her large groups of characters and situations, and by the movement and expression that they represent.

Capela, 2008 Barro 73 x 37 x 44 cm Coleção Irapoan Cavalcanti - RJ

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ULISSES A arte da cerâmica no Vale do Jequitinhonha é uma tarefa predominantemente de mulheres. Entretanto, fugindo à regra, mas não à tradição, pois é descendente de paneleiras dessa região remota e rural, Ulisses Pereira, nascido em 1924, realizou um trabalho único, de figuras e proposições inteiramente pessoais, desbravando um caminho que hoje é trilhado por alguns de seus seguidores. The ceramic art of the valley of Jequitinhonha is a predominantly feminine task. However, escaping the rule, but not the tradition, since he descends from clay pot makers in this remote and rural region, Ulisses Pereira, born in 1924, produced a unique work with entirely personal figures and propositions, opening a path that is today followed by some of his disciples.

Bicho e gente Barro pintado 77 x 40 Coleção João Maurício de Araújo Pinho - RJ

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Sem título Barro policromado 65 x 27 cm Coleção Irapoan Cavalcanti - RJ

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JÚLIO VIEIRA A localidade de Tracunhaém, polo cerâmico de muita atividade no interior de Pernambuco, inclusive nos dias de hoje, abrigou uma gama muito variada de artesãos que fizeram peças utilitárias e objetos de arte. A Familia Vieira utilizou uma técnica que teve poucos seguidores na cidade, a da vitrificação. Julio, o nome mais conhecido, produziu bilhas antropomórficas que evocam as antigas peças arqueológicas procedentes de extintas culturas amazônicas. The town of Tracunhaém, a very active ceramic center, in the interior of Pernambuco, still today, shelters a very varied group of artisans who made utilitarian pieces and objects of art. The Vieira family used a technique that had few followers in the town, vitrification. Julio, the best known, produced anthropomorphic pitchers that evoke ancient archeological pieces from extinct cultures from the Amazon.

Sem título Barro 38 x 20 cm Coleção Irapoan Cavalcanti, RJ

Sem título Barro 31 x 25 cm Coleção Irapoan Cavalcanti, RJ

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GINA DANTAS Nascida em João Pessoa, Gina é uma ceramista de figuração moderna cuja obra tem relações com a cultura mochica e mesmo com a chinesa. Entretanto Gina trilha um caminho próprio, compondo figuras com volumes e proporções que acentuam um caráter harmônico e palpitante de beleza. Born in João Pessoa, Gina is a ceramic artist of modern figuration whose work is related to Mochica , and even to Chinese culture. However, Gina trailed her own road, composing figures with volumes and proportions that accentuate a harmonic character and a pulsating beauty.

Casal Cerâmica Policromada 44 x 35 x 35 cm Coleção Irapoan Cavalcanti - RJ

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FOLGUEDOS


SÉRGIO VIDAL O mais importante pintor realista da arte popular brasileira. Autodidata, abandonou a profissão de ferramenteiro para se dedicar inteiramente ao fazer artístico. Sua obra celebra o trabalho, a responsabilidade e as alegrias dos bons momentos de lazer e da vida em sociedade. The most important realistic painter in Brazilian popular art. Self-taught, he abandoned his profession as a toolmaker to become entirely dedicated to his artistry. His art celebrates work responsibility and the joy of leisure moments and social life.

Samba de quadra, 2009 Óleo sobre tela 80 x 120 cm Acervo Brasiliana - SP

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O circo chegou, 2008 Ă“leo sobre tela 97 x 145 cm Acervo Brasiliana - SP

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ROBERTO VITAL O crescente reconhecimento que a obra de Roberto Vital vem merecendo no mercado de arte deve-se à sua capacidade de, mesmo sendo um realista, realizar um trabalho que não resvala no academicismo e na saturação da figura. E isso sem se levar em conta que trabalha com um material dos mais difíceis, que é a madeira do coqueiro. The growing recognition that Roberto Vital´s work has deserved in the art market is the result of his skill which, even though realistic, does not escape academic formation and figure saturation. All this, taking into account the fact that he works with one of the most difficult materials: wood from the coconut tree.

Crianças Madeira policromada 144 x 25 cm Coleção Irapoan Cavalcanti - RJ

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Maracatú Madeira policromada 150 x 24 cm Coleção Irapoan Cavalcanti - RJ


MARIA DE BENI A tradição das Cavalhadas reflete a Guerra da Reconquista, travada por portugueses e espanhóis com a finalidade de desalojar, entre os séculos XI e XV de nossa era, os mouros da Peninsula Ibérica, lá fixados há muitos séculos. Maria de Beni é uma raríssima artista que realiza um trabalho sem paralelos, miniaturizando com um requinte único as figuras típicas desse rito folclórico. The Cavalhadas traditions reflect the Reconquista War, fought between the XI and XV centuries by the Portuguese and Spaniards, in order to expel the Moors from the Iberian Peninsula, where they had lived for many centuries. Maria de Beni is a very rare artist with unparalleled work, miniaturizing typical figures of this folkloric rite with unique sophistication.

Cavalhada (10 peças) Terracota 30 x 24 cm cada Coleção Irapoan Cavalcanti - RJ

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ZICA BERGAMI Filha de imigrantes italianos que vieram para o Estado de São Paulo no início do século XX, Elisa Campioti Bergami nasceu em Ibitinga, SP, onde seus pais se fixaram como trabalhadores rurais. Órfã muito cedo, veio para SP onde pôde estudar e se casou. Dotada de um talento muito desenvolvido para a poesia, a música e os trabalhos manuais, Zica começou a desenhar na meia idade e deixou uma obra incomparável de bicos-de-pena que a situam como um dos grandes desenhistas do Brasil. The daughter of Italian immigrants who came to the State of São Paulo at the beginning of the XX century, Elisa Campioti Bergami was born in Ibitinga, in São Paulo, where her parents settled as rural workers. Orphaned at a young age, she came to São Paulo where she studied and got married. Her special talent for poetry, music and manual works, led her to drawing in her middle-age and she left an incomparable set of pen and ink drawings which place her as one of the great Brazilian artists.

Romaria no Tietê Nanquim 50 x 73 cm Acervo Brasiliana - SP

Ballet, 1980 Nanquim 50 x 70 cm Acervo Brasiliana - SP

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ALEX DOS SANTOS É o mais interessante dos pintores espontâneos surgidos no Brasil nas últimas duas décadas. Nascido em Jaboticabal, em 1980, de família muito humilde, Alex demonstrou cedo que tinha grande facilidade para a pintura e um irrefreável desejo de criar, que o levaram a se utilizar de materiais descartados, catados pela cidade. É a grande promessa da nova safra de pintores espontâneos que tem aparecido ultimamente. Is one of the most interesting spontaneous artists to appear in Brazil over the last two decades. Born in Jaboticabal, in 1980, to a very humble family, early on Alex showed that he had great talent for painting and an unstoppable desire to create, which led him to use discarded materials, that he collected around the city. He is the great promise of the new generation of spontaneous painters who have appeared recently.

Parque de Diversões Acrílica sobre tecido 176 x 214 cm Acervo Brasiliana - SP

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ALINA LINS Alina começou fazendo artesanato com a utilização de sementes e conchas que recolhia nas praias desertas do Norte da Bahia, onde nasceu. Com o tempo passou a interessar-se pelo desenho e a pintura até desenvolver técnicas que lhe permitem expressar-se plenamente na pintura de tecidos. Seu trabalho é preciosista e repleto de alusões gráficas que a conectam com símbolos afrobrasileiros, a vida rural, a música, o amor, etc. Seu modo de delinear as figuras com traços finos e precisos, lembram as técnicas da tatuagem. Alina began working with crafts using seeds and shells that she picked up on the deserted beaches of the north of Bahia, where she was born. In time, she became interested in drawing and painting until she developed techniques that allowed her to fully express herself with fabric painting. Her work is precise and filled with graphic allusions that link her to AfroBrazilian symbols, rural life, music, love, etc. Her way of drawing figures with fine and precise strokes is similar to tattooing technique.

Circo Acrílica sobre tecido 120 x 146 cm Acervo Brasiliana - SP

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WILLI DE CARVALHO Natural de Montes Claros, MG, Welivander de Carvalho manifestou afinidades com o teatro desde criança. Sua obra lembra cenários miniaturizados onde se expressa com refinada técnica, mediante soluções formais que parecem combinar sagrado e profano, como o carnaval e a iconografia barroca, tão presente ainda hoje na arte de seu Estado. Born in Montes Claros, in Minas Gerais, Welivander de Carvalho showed his affinity for the theatre from the time he was a child. His work recalls miniature sceneries where he expresses himself with sophisticated techniques, through formal solutions that appear to combine sacred and profane, such a carnival and baroque iconography, so present still today in the art of his state, Minas Gerais.

Sem Título, 2008 Massa de papel/cola policromada 58 x 60 cm Coleção Irapoan Cavalcanti - RJ

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WILLI DE CARVALHO

Pedra do Reino Massa de papel/cola policromada 35 x 44 x 29 cm Coleção João Maurício de Araújo Pinho - RJ

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Sampa Massa de papel/cola policromada 30 x 54 x 26 cm Coleção João Maurício de Araújo Pinho - RJ

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IRENE MEDEIROS Nasceu em Alagoa Grande, Paraiba, mas viveu em Campina Grande, onde tornou-se telegrafista dos Correios e Telégrafos até se aposentar. Daí em diante pode desenvolver seu grande talento e paixão pela pintura, descobrindo as técnicas e os segredos dessa ocupação de maneira inteiramente autodidata. A graciosidade e a elegancia constituem uma característica marcante em seu trabalho. She was born in Alagoa Grande, in Paraiba, but lived in Campina Grande, where she became a telegraphist for the Correios e Telégrafos until her retirement. From that time on, she developed her great talent and passion for painting, discovering the techniques and secrets of this occupation in an entirely self-taught manner. Graciousness and elegance are characteristics that mark her work.

Feirinha, 1980 Acrílica sobre tela 49 x 79 cm Acervo Brasiliana - SP

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Palco de Samba, 1982 AcrĂ­lica sobre tela 59 x 89 cm Acervo Brasiliana - SP

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NHÔ CABOCLO Manoel Fontoura, o Nhô Caboclo, nasceu em 1910 no interior de Pernambuco. Mestiço (cafuso) de índio e negro, teve diversas profissões e após um período em que trabalhou com barro, passou a fazer montagens cinéticas de desenvolta invenção técnica e se notabilizou como o grande artista brasileiro da arte lúdica. Obteve pleno reconhecimento da crítica e participou das principais mostras de arte popular nacional até seu falecimento em 1976. Manoel Fontoura, known also as Nhô Caboclo, was born in 1910, in the interior of Pernambuco. Mestizo of indigenous and black descent, he held several professions and after working for some time with clay , he began to work with kinetic mountings with developed and inventive techniques , becoming well-known as a great Brazilian artist of ludic art. He received full recognition from critics, and participated in the most important national popular art exhibitions until his death, in 1976.

Racho Madeira envernizada 66 x 33 cm Coleção João Maurício de Araújo Pinho - RJ

Racho Madeira envernizada 80 x 31 cm Coleção João Maurício de Araújo Pinho - RJ

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Escultura Toré Madeira 44 x 70 x 36 cmColeção João Maurício de Araújo Pinho - RJ

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MESTRE CUNHA José Francisco Cunha, pernambucano de Jaboatão dos Guararapes, na periferia de Recife, PE, começou fazendo pequenos objetos funcionais para serem usados em escritório. Matriculado na Escola de Brinquedos da Fundação Joaquim Nabuco, a mais importante instituição nordestina voltada ao incremento cultural, logo chamou a atenção pela extraordinária criatividade e desenvoltura técnica que apresentou. É provavelmente o mais importante artista popular brasileiro surgido nas duas últimas décadas, um mestre surreal da arte lúdica. José Francisco Cunha, from Jaboatão dos Guararapes, in the outskirts of Recife, in Pernambuco, began making small functional objects to be used in offices. Enrolled at the Toy School of the Joaquim Nabuco Foundation, the most important institution in the northeast , to encourage culture, he soon called attention due to his extraordinary creativity and the advanced techniques he used. He is probably the most important Brazilian popular artist to have appeared in the last two decades, a surreal master of ludic art.

Papão Madeira policromada 61 x 73 cm Coleção Irapoan Cavalcanti - RJ

Inaudito Madeira policromada 60 x 85 cm Coleção Irapoan Cavalcanti - RJ

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Casal de centauros Madeira policromada 66 x 53 cm Coleção Irapoan Cavalcanti - RJ

Sem título Madeira policromada 75 x 48 cm Coleção Irapoan Cavalcanti - RJ

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HEITOR DOS PRAZERES Documentou como nenhum outro artista uma fase da vida carioca em que começaram a se destacar as manifestações populares, notadamente as provenientes das comunidades moradoras em favelas. Músico e pintor, foi um dos primeiros artistas do povo a obter reconhecimento nos meios de divulgação e na vida cultural. Documenting, as no other artist, a phase in the life of the people from Rio de Janeiro, who began to appear in popular manifestations, especially those from communities living in slums Musician and painter, he was one of the first artists of the people to obtain recognition in the press and in cultural circles.

Barracas Óleo sobre cartão 57 x 67 cm Coleção João Maurício de Araújo Pinho - RJ

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Sem título Óleo sobre tela 50 x 62 cm Coleção Irapoan Cavalcanti - RJ

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ALCIDES PEREIRA O minimalista Alcides tem um aspecto em sua pintura que o liga ao construtivismo, não o histórico período em que a arte geométrica esteve no apogeu, mas à maneira de pensar o espaço, estabelecendo uma linguagem de linhas e planos --- e isso, sem perder a prerrogativa da figuração. A minimalist, Alcides has an aspect in his painting that links him to constructivism, not the historical period when geometrical art was at its summit, but in his way of thinking space, establishing a language of lines and planes --- all this, without losing the prerogative of figuration.

Migrações do Campo, 1992 Óleo sobre tela 81 x 165 cm Coleção Irapoan Cavalcanti - RJ

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Pennsulvania Óleo sobre tela 77 x 225 cm Coleção João Maurício de Araújo Pinho - RJ

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MAMULENGOS

Mamulengo 33 cm Coleção Irapoan Cavalcanti - RJ

Os mamulengos são bonecos manejáveis de antiga tradição no teatro europeu, que se desenvolveu no Nordeste do Brasil e teve nomes expressivos como Sólon, Saúba, Zé Lopes e outros. Hoje é uma arte quase extinta. Vestindo as mãos com as figuras de madeira e tecido, os articuladores, ocultos do público, movimentam os braços e a boca dos bonecos, ao mesmo tempo que imitam vozes, tornando-os participantes de pantomimas, sátiras, enredos morais, histórias as mais diversas, temas que encantam e passam ensinamentos aos espectadores preferenciais desses espetáculos, as crianças. Mamulengos are manageable dolls from the ancient European theatrical tradition, that was developed in the northeast of Brazil and includes expressive names such as Sólon, Saúba, Zé Lopes and others. Now an almost extinct art. Controlling the figures made of wood and fabric, the puppeteers, hidden from the public, move the arms and mouths of the puppets, while at the same time imitating voices, that make them part of pantomimes, satires, moral plots, and different stories, themes that charm an teach the main spectators of these shows: the children.

Mamulengo 73 cm Coleção Irapoan Cavalcanti - RJ

Mamulengo Madeira e tecidos 45 cm Coleção João Maurício de Araújo Pinho - RJ

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Mamulengo 55 cm Coleção Irapoan Cavalcanti - RJ

Mamulengo Madeira e tecidos Altura 45 Coleção João Maurício de Araújo Pinho - RJ


BAJADO Nenhum outro artista brasileiro, de qualquer estilo, deu tanta ênfase ao gesto, à dança, ao movimento, como o pernambucano Bajado, um artista em ascensão entre curadores e colecionadores. No other Brazilian artist, from any style, has given so much emphasis to gestures, dance, and movement as Bajado, from Pernambuco, an artist in ascension among curators and collectors.

Bumba-meu-boi, 1975 Óleo sobre eucatex 39 x 63 cm Coleção Irapoan Cavalcanti - RJ

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BAJADO

Sem título (Côco na Praia), 1973 Óleo sobre eucatex 36 x 56 cm Coleção Irapoan Cavalcanti - RJ

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Nosso Pastoril, 1977 Óleo sobre eucatex 42 x 62 cm Coleção Irapoan Cavalcanti - RJ

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Curadoria Denise Mattar Consultoria Roberto Rugiero Cenografia Guilherme Isnard Programação Visual Kaminari Comunicação Produtor Executivo João Isnard Design de Luz Guilherme Isnard e Well Ribeiro Produtor local Izabel Ferreira Iluminação Facto Arte Produções Assistentes de curadoria Fedra de Faria e Rachel Vallego Assessoria de Imprensa Raquel Silva Educativo Karla Carvalho Mediadoras Thassia Izabel e Thamyres de Carvalho Sinalização Ginga Design Conservação Jaqueline Fajardo, Mário Salles Museologia Thereza Kuhnert Montagem Alessander de Souza Batista e equipe Transporte Artworld Seguro Pro Affinite - ACE Seguradora Administrativo Celeste Bartoletti Produção Curatorial Denise Mattar

Agradecimentos Especiais Irapoan Cavalcanti João Maurício de Araújo Pinho Galeria Brasiliana Agradecimentos Giselle Simão da Silva Graziele Simão da Silva Lidia Saraça Magda Nunes Equipe do Centro Cultural Correios Rio de Janeiro

14 de Abril a 12 de Junho de 2016 April 14 - June 12, 2016

De terça a domingo, das 12h às 19h Tuesday to Sunday, from noon to 7 pm CENTRO CULTURAL CORREIOS Rua Visconde de Itaboraí, 20 - Centro Rio de Janeiro 20010-976 Tel.: 2253-1580

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FSC


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