Veja e as Revistas que fizeram história

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ESPECIAL

Tudo sobre a história da Veja, revista mais vendida no Brasil

CAPAS

Entenda como as capas chegaram ao que são hoje

HISTÓRIA

Conheça a história das revistas que marcaram época no Brasil

veja

E X E M P L A R D E PROFESSOR VENDA PROIBIDA

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História das Técnicas Vitória - ES 22 de Junho de 2010

E AS REVISTAS QUE FIZERAM HISTÓRIA

E MAIS: BÁRBARA FONSECA, KARINE NELY, MURILO RAVANI, WILLI PISKE JR




veja

Trabalho Final

22 de junho de 2010

SEÇÕES Carta ao leitor.................................................................... 4 Afinal o que é revista........................................................ 5 Um Pouco de História......................................................... 7 As Capas..................................................................... 9

Algumas revistas que fizeram história...................................... 11 ESPECIAL “Veja: Origem e transformação”................................. 15 Veja Recomenda Referências................................................ 19

E S P E C I A L saiba mais sobre as transformações da VEJA através de 4 décadas de existência Pág. 15

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Na seção Acervo Digital, você pode acessar todas as edições da Veja, completas, desde sua origem em 1968 até a mais atual. Uma ótima forma de conhecer melhor uma das maiores e mais antigas revistas brasileiras.


Carta ao Leitor As Revistas e um pouco de história

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Veja e as Revistas que fizeram História é um trabalho final para a matéria História das Técnicas e do Desenho Industrial. Escolhido pelo grupo de alunos do 5°período de Desenho Industrial, o tema principal do trabalho é o projeto da Revista Veja e suas modificações nos últimos 42 anos. Para situar o querido leitor, o trabalho também apresenta um breve histórico sobre as revistas no Brasil, começando com a primeira edição Brasileira, passando por algumas revistas que marcaram época e alcançando o lançamento da Veja, em 1968. A fim de ilustrar melhor o trabalho, toda a parte gráfica do relatório se inspira no projeto atual da Veja, excetuando-se apenas o índice, que é baseado no projeto da revista que era adotado até o primeiro semestre de 2008. Essa escolha se deu porque àquela época, a revista era menor e conseqüentemente o índice também, comportando bem uma pequena quantidade de informações. Já a versão atual, é diagramada para uma extensa quantidade de informações, e tentar utilizá-la poderia gerar espaços em branco, e falta de harmonia.

Capa da 1ª edição de VEJA, lançada em 11 de Setembro de 1968

Ainda trabalhando com o contexto, os cartazes produzidos para a exposição, representam capas de revistas, inspiradas em quatro publicações, sendo três escolhidas pelo grupo para representar a história das revistas, e a quarta sendo a própria Veja. Os cartazes também fazem parte de um “quebra-cabeça”, cuja imagem final é de um leitor, considerado o personagem mais importante dessa história, já que sem ele, as revistas provavelmente não existiriam. Agora, você é esse personagem, então lhe desejamos uma boa leitura!

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Introdução BÁRBARA FONSECA

Afinal, o que é revista?

Inspirada em renomados autores, a estudante de Design Gráfico Bárbara Fonseca explica o conceito de “Revista”

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e acordo com o dicionário Le Robert, a expressão revista deriva da palavra inglesa review, cujo primeiro uso é datado de 1705, e hoje é utilizado no sentido de publicação. (MARTINS, Ana Luiza. 2008. p. 45) Ainda sobre sua origem, na língua portuguesa, a gênese da palavra revista situa-se no final do século XIX, quando ela deixa de significar apenas “passar a tropa em revista” e ganha status de publicação, adquirindo a definição de “título de certas publicações periódicas, em que são divulgados artigos originais de crítica ou análise de determinados assuntos” [FREIRE, Laudelino. Grande e Novíssimo Dicionário da Língua Portuguesa, Rio de Janeiro, A Noite Editora. 1943] (MARTINS, Ana Luiza. 2008. p. 45) Um pouco mais atual, o dicionário da língua portuguesa Michaelis conceitua revista como uma “publicação periódica na forma de uma brochura mais ou menos extensa, com escritos dedicados a uma só matéria: Revista de Biologia, Revista de Filosofia; ou de formato maior, com escritos variados e geralmente ilustrada; revista de atualidade, magazine.” (MICHAELIS, Henriette. 1989. p.217) Conceito que pode ser complementado com a definição de Rabaça e Barbosa, em seu Dicionário de Comunicação, que dizem ainda, que a revista se diferencia do jornal por possuir um formato menor, maior número de páginas, capa colorida e ser impressa em papel mais encorpado. Além de classificá-la como um veículo impresso de comunicação e propaganda, utilizado para atingir um público determinado. (RABAÇA; BARBOSA. 1995. p.646) A Revista também se diferencia do livro, no sentido em que, geralmente, é produzida por uma série de autores, enquanto é mais usual que um livro possua apenas um. (MARTINS, Ana Luiza. 2008. p. 45)

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Histórico WILLI PISKE JR

UM POUCO DE HISTÓRIA No Brasil, a primeira revista impressa surgiu em 1812, e se chamava “As Variedades”. “A primeira revista conhecida é datada de 1663, publicada na Alemanha, ela se chamava Erbauliche Monaths-Unterredungen (ou Edificantes Discussões Mensais). Por suas características, quase foi considerada como livro, mas por trazer vários artigos sobre um mesmo assunto - no caso teologia -, ser voltada para um público específico e se propor a sair periodicamente, acabou classificada como revista. Serviu de inspiração para diversas publicações internacionais, entre as quais a Weekly Review of Affairs of France, lançada em 1704, pelo escritor Daniel Defoe (criador das Aventuras de Robinson Crusoe) que foi a primeira a utilizar o termo “revista”. (SCALZO, Marília. 2003. p.19; A Revista no Brasil, Ed. Abril, 2000. p.16) No Brasil, a primeira revista impressa surgiu em 1812, e chamava-se As Variedades. Bem diferente da que conhecemos hoje, foi chamada por seu próprio editor – Antônio da Silva Serva – de “folheto”. Ela trazia ensaios de literatura, e era um maço de 30 folhas de papel - considerado mal encadernado – recobertas de texto, e sem nenhuma ilustração. (A Revista no Brasil, Ed. Abril, 2000. p.16) O nome Revista, só foi adotado por aqui em 1828, após o lançamento, no Rio de Janeiro, da Revista Semanário dos Trabalhos Legislativos da Câmara dos Senhores Deputados. (A Revista no Brasil, Ed. Abril, 2000. p.18) O tema das primeiras revistas também não lembrava muito ao que conhecemos hoje, elas pouco refletiam a sociedade e passavam longe da função de noticiar, na verdade tratavam-se apenas de publicações eruditas. Fatos como a proclamação da Independência, chegaram a demorar 13 dias para serem noticiados, e ainda assim por jornal. (A Revista no Brasil, Ed. Abril, 2000. p.18) Mas, esse quadro começou a mudar por volta de 1860, quando ilustrações e fotografias tomaram espaço nas publicações, quebraram a monotonia, e trouxeram consigo os textos legendas. Ainda não eram artigos, ou reportagens, no entanto já se começava a retratar um pouco da realidade, mesmo que sem o uso de muita criatividade. (A Revista no Brasil, Ed. Abril, 2000. p.21) Nessa mesma época, a impressão em cores tornavase mais freqüente nas revistas. A cromolitografia avançava e tornava viável a impressão de uma imagem ou uma página colorida, mesmo que com aplicação limitada. Mas, por ter um custo elevado, esse processo foi aos poucos abandonado pela maioria das revistas que haviam se disposto a utilizá-lo. O que não significou o fim da impressão em cores, pelo contrário, em alguns casos ela chegou a ser feita manualmente, exemplar por exemplar, em tiragens expressivas. (CARDOSO, Rafael. 2009. p. 118) Em 1930 as reportagens tomaram peso real, o jornalista saiu às ruas e as publicações ganharam

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novos temas: esporte, política, artes e espetáculo, consumo, modos de vida, etc. As revistas acabaram por se segmentar, identificando um público específico (homens, mulheres, adolescentes, etc) e se voltando para ele. Criando um vínculo mais forte com o leitor e chegando ao que são hoje. (A Revista no Brasil, Ed. Abril, 2000. p.22)

EDIÇÃO N° 1 a capa da primeira revista surgida no Brasil.



Histórico

UM POUCO SOBRE AS CAPAS “Reportagem de capa”, essa é uma expressão muito utilizada no jornalismo, e em geral subentende uma grande responsabilidade, pois equivale a matéria principal da revista. Todavia, nem sempre foi assim. As primeiras capas nada tinham a ver com o conteúdo da publicação, tratavam-se apenas de desenhos ou reproduções de pinturas, que deviam ser belas. Mas isso não significa que a capa não era importante, o conceito era diferente, no entanto já se sabia que era ela que seduziria o leitor e o induziria à compra da revista. Com isso, já em 1905, as capas ganhavam cor, arabescos, motivos brasileiros e logotipos muito desenhados. Além de experimentar desde o relevo tipográfico à ilustração pictorialista, com a foto trabalhada para parecer pintura.Tudo com um objetivo: chamar a atenção do leitor. (A Revista no Brasil, Ed. Abril, 2000. p.24, 26 e 28)

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“O valor da chamada de capa foi descoberto em 1940, pela revista O Cruzeiro, que passou a buscar o furo de reportagem e a seduzir o leitor.”

Mas, sem nunca se esquecer da necessidade do público de identificar a publicação a primeira vista, ou seja, sempre mantendo uma identidade visual. (A Revista no Brasil, Ed. Abril, 2000. p.24) O valor da chamada de capa foi descoberto em 1940, pela revista O Cruzeiro, que passou a buscar o furo de reportagem e a seduzir o leitor com suas chamadas breves, precisas e irresistíveis. Esse método acabou se mostrando tão eficiente que alcançou a atualidade de maneira bastante expressiva. Porém, as vendagens provam que não existe receita infalível para fazer capas, afinal de contas, leitores são imprevisíveis, e o processo de criação é sempre um grande desafio. Dessa forma, acaba restando ao editor manter um constante processo de experimentação. (A Revista no Brasil, Ed. Abril, 2000. p.24)



Histórico

REVISTAS QUE FIZERAM HISTÓRIA São tantas [revistas importantes] que, se tentássemos falar de todas, certamente cometeríamos injustiças, portanto foram escolhidas apenas dez representantes. KARINE NELLY Museo Universal ~ 1837

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história do início da Revista no Brasil, e de como ela chegou ao que é hoje, conta com diversos personagens, que são revistas que marcaram época, e à sua maneira influenciaram e foram influenciadas pelos momentos históricos. São tantas que, se tentássemos falar de todas, certamente cometeríamos injustiças, portanto foram escolhidas dez representantes para falar um pouco dos mais de 150 anos que separaram a produção da primeira revista no Brasil do lançamento de Veja, publicação que é nossa reportagem de capa.Como principais foram selecionadas: A Maçã, O Cruzeiro, Senhor e Realidade. Mas, sem desconsiderar as demais. Como as revistas estão apresentadas sem seguir uma seqüência cronológica, abaixo o leitor encontra uma linha do tempo, com as publicações citadas.

Revista Ilustrada ~ 1876

Dom Quixote ~ 1896

A Maçã Lançada em 11 de fevereiro de 1922, a revista ilustrada A Maçã tornou-se rapidamente um sucesso, seu primeiro número teve as edições esgotadas e ela chegou a se tornar o semanário mais vendido no Rio de Janeiro, até então, capital federal. Dirigida ao público masculino, foi classificada como publicação “galante” e espirituosa. Apesar de ser na época percebida como transgressiva, e ter sido alvo constante de censura, seu idealizador alegava que ela apenas “Se propõe à dizer com graça, com arte, com literatura, o que se costumava a dizer por toda parte sem literatura, sem arte e muitas vezes sem graça”. (SCALZO, Marília. 2003. p.19; CARDOSO, Rafael. 2005. p. 96; MARTINS, Ana Luiza. 2008. p. 132;) Kosmos ~ 1904

Fon-Fon ~ 1907


Histórico Nas edições d’ A Maçã, os contos em tom satírico publicados pelo diretor da revista, Humberto Campos – sob o pseudônimo de Conselheiro xx – foram de grande sucesso, fazendo o autor se tornar muito conhecido, contudo também lhe renderam duras críticas. O personagem assumiu tamanha importância que passou a assinar semanalmente as edições da revista. (CARDOSO, Rafael. 2005. p. 96) A revista manteve um projeto gráfico diferenciado até a saída do de Humberto de Campos de sua direção, em 1928. Desde seus primeiros números, podia se notar o uso de uma diagramação incomum, a presença de muitas ilustrações empregadas com liberdade e a grande utilização de elementos tipográficos, como fios e pontos, sua característica mais marcante era a integração ilustrações com uma boa utilização da tipografia. O texto envolvia a imagem. (CARDOSO, Rafael. 2005. p. 100; A Revista no Brasil, Ed. Abril, 2000. p.124). O semanário apresentava seções sobre cinema e teatro de revista, além das seções satíricas, sempre marcadas pela presença constante de Eva e a maçã. Levantava assuntos considerados tabus como: relacionamentos extraconjugais, emancipação feminina, ascensão social de prostitutas, desejo e traição. (CARDOSO, Rafael. 2005. p. 100) Durante toda a trajetória, sua redação contou com vários artistas ligados as artes visuais, dentre eles, o primeiro a ser responsável pelo projeto gráfico foi Ivan – pseudônimo de Manlius Mello - que possuía um traço leve de delicado e um desenho firme e seguro, seus trabalhos ornamentais reuniam firmeza do lápis de riqueza da imaginação. Comparado à J.

CARICATURA de Ivan, feita pelo desenhista paraguaio Andrés Guevara.

A Maçã ~ 1922

Em dezembro de 1923, A Maçã sofre mudanças em seu projeto gráfico, tendo como responsável pela sua reformulação visual, o ilustrador paraguaio Andrés Guevara. Os traços se tornaram mais geométricos, o logotipo foi alterado, as formas e ornamentação foram simplificadas, com uma visível influência art déco. E em 1924, quando Guevara entra definitivamente em cena, a capa tem sua estrutura reformulada: o logotipo muda de posição para o canto superior esquerdo e o nome do Conselheiro xx é extinto. Além das modificações gráficas, um tema novo é abordado: a política, o que indica que a reformulação do projeto gráfico coincide com uma tentativa de redirecionamento de público. (CARDOSO, Rafael. 2005. p. 112) Em 1925, as capas se tornam mais impactantes, há mais vibração nas cores e tridimensionalidade, as ilustrações aparecem em zoom, ampliadas e recortadas. E em 26, a influência art déco é mais acentuada nas cores e diagramação, com menos uso de ilustrações e uso mais freqüente da fotografia. As capas se tornam mais explicitas em relação ao sexo. Entre 27 e 28, Humberto CamO MIOLO da revista trazia a integração entre pos começa a se desligar da revista o que a torna texto e imagem. cada vez mais explicita e menos criativa, perdendo as sutilezas dos trocadilhos e ambiguidades. Carlos pela graça e espiritualidade de suas figuras (CARDOSO, Rafael. 2005. p. 117) femininas. A Maçã também pôde contar com o dono de um traço inconfundível: Calixto Cordeiro, ou K.lixto, que dominava todas as técnicas gráficoeditoriais, inclusive a litografia. (CARDOSO, Rafael. 2005. p. 100) Graças a seus talentosos colaborados, diversos recursos gráficos utilizados hoje já eram empregados na revista. A experiência em gravura e impressão desses gerava ilustrações com um primoroso acabamento, além da estreita relação entre o conteúdo visual e o texto, característica quase inexplorada na época. (CARDOSO, Rafael. 2005. p. 101) No ano de surgimento da revista, a estrutura gráfica consistia em capa e quarta-capa com 2 ou até 3 cores em edições especiais, 22 páginas em preto e seis em duas cores, as mesmas da capa. Na capa, o logotipo, o número e a data de publicação e o nome do editor (Conselheiro xx) ocupava a parte superior, logo abaixo vinha a ilustração com título e legenda, ocupando a maior área da capa, sendo os principais elementos na ilustração: as figuras de mulheres, maçãs, casais, cupidos, serpentes e o diabo. Foram exploradas as relações entre os sexos e as representações das prostitutas de luxo, ou cocottes, sempre em posições provocantes e com roupas ousadas. Em suma, o seu primeiro ano foi importante para a afirmação da revista entre o público. (CARDOSO, Rafael. 2005. p. 104) Ao contrário das revistas da época que possuíam capas vistosas, porém miolos sem grandes inovações, em A Maçã além da capa, a diagramação interna foi se tornando mais arrojada e criativa a cada número. (CARDOSO, Rafael. 2005. p. 108)

O Cruzeiro ~ 1928

Manchete ~ 1952

ARTE DA CAPA K.listo mostra seu traço inconfundível nesta capa de 1925.

O Senhor ~ 1959

Realidade ~ 1966

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Histórico O Senhor A revista de 1959 teve grande responsabilidade no crescente uso de ilustrações. Sua principal contribuição foi a preocupação em trabalhar integralmente o projeto gráfico. Para seus idealizadores a ilustração deveria manter o equilíbrio conceitual e estético da revista, desde a capa à última página. (A Revista no Brasil, Ed. Abril, 2000. p.71, 72) Senhor foi uma revista de cultura, apoiada na literatura, tendo os mais importantes autores nacionais em suas páginas, como: Graciliano Ramos, Guimarães Rosa, Clarice Linspector e Jorge Amado. O texto requintado correspondia à uma visualidade igualmente requintada, que unia artes plásticas com design, dando atenção também para o acabamento: papel e impressão. Para completar, a revista era mais cara do que as demais, o que definia seu público como de bom poder aquisitivo. (MELO, Chico Homem de. 2006. pág. 107, 108, 137) A revista teve seu período áureo nos três primeiros anos. Nessa fase em quase todas as capas, estava presente a ilustração, sendo exploradas diversas técnicas, como o desenho, pintura, colagem e tipografia, quase sempre misturad as umas as outras. Somado a isso, as capas não eram necessariamente vinculadas ao assunto tratado na edição. Todos esses fatores geravam uma liberdade expressiva que garantia um interesse renovado a cada capa. (MELO, Chico Homem de. 2006. pág. 108) O projeto do miolo se propõe em conciliar variedade com unidade visual. Cada página trás uma surpresa sem perder coerência à página precedente. A aparência estimulante da revista se dá pela ausência de uma estrutura diagramática normatizadora, como o grid. Contudo existiam padrões que eram respeitados, mas ao mesmo tempo as peliculiaridades de cada matéria eram levadas em conta. (MELO, Chico Homem de. 2006. pág. 120, 121) As ilustrações andavam de mãos dadas com o design do miolo. As imagens não eram simplesmente transplantadas para o interior da revista, elas sempre estavam profundamente relacionadas ao desenho das páginas, mais do que ocorria nas capas. A tipografia também era tratada como imagem, explorando todas suas possibilidades expressivas nos títulos das matérias. Vale ressaltar que apesar de Senhor abusar do uso da ilustração, isso não implica em dizer que a fotografia esteja totalmente ausente, entretanto ela é usada com manipulações de laboratório, transformando-a em informação pictórica. (MELO, Chico Homem de. 2006. pág. 121, 129, 132) É perceptível que a revista carioca marcou época pelo texto irreverente e a ousada apresentação gráfica, sendo sua participação tão marcante, que sua retirada do mercado, em 1964 (apenas 5 anos depois), deixou um vazio no mercado editorial, que só começou a ser suprido 15 anos depois pela Playboy, revista masculina da Abril que, na década de 1980, notou que os desenhos poderiam enriquecer suas páginas. (A Revista no Brasil, Ed. Abril, 2000. p.71, 72; CARDOSO, Rafael. 2005. p. 236)

SENHOR possuía em quase todas as suas capas a

ilustração, abusando de variadas técnicas como: colagem, gravura, pintura e tipografia.

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REALIDADE abria suas reportagens com sequências fotográficas e pro fim blocos autônomos traziam o texto da matéria.

O Cruzeiro Criada em 1928, por Assis Chateaubriand, O Cruzeiro ficou conhecida por consagrar a reportagem, e por sua considerável participação no início do fotojornalismo, e chegou a ser considerada a revista mais importante do país nos anos de 1930 à 1950. Ainda nessa época, uniu a ilustração à literatura e realizou uma revolução no visual das revistas ao integrar completamente a fotografia à estrutura editorial. (A Revista no Brasil, Ed. Abril, 2000. p.44, 65, 71) Apesar de tudo isso, ela também ficou marcada por uma fotomontagem utilizada para divulgar como real um “desfile de discos voadores no céu do Rio de Janeiro”, episódio que, entre outros, a fez perder um pouco do espaço jornalístico, primeiro para a Diretrizes e mais tarde para a Manchete. Na segunda disputa, concorria contra uma caprichada impressão em cores, utilizando apenas papel de má qualidade, tinta sépia e uma aparência envelhecida. Mas, nada disso a impediu de cravar recordes de venda e chegar a sua tiragem recorde de 720 mil exemplares na ocasião da morte de Getúlio Vargas. Sua própria “morte” ocorreu na década de 1970. (A Revista no Brasil, Ed. Abril, 2000. p.44, 50, 53, 65; SCALZO, Marília. 2003. p.30; CARDOSO, Rafael, 2005. p. 92)

O CRUZEIRO também foi muito importante no aspecto cultural.


NÃO MENOS IMPORTANTES... Manchete Lançada em 1952, Manchete valorizava os aspectos gráficos e fotográficos, pois se considerava “a serviço da beleza do Brasil”. Com isso, se diferenciava das outras por circular com uma excelente impressão em cores. (A Revista no Brasil, Ed. Abril, 2000. p. 53)

Realidade Considerada uma das mais conceituadas revistas brasileiras de todos os tempos, Realidade surge em 1966 oferecendo um padrão de reportagem ainda desconhecido no país. Somava temas ousados, investigações profundas, textos elaborados e ensaios fotográficos antológicos. Tais características a levaram a inúmeros problemas com o regime militar - sistema vigente na época -, entre os quais a apreensão de parte de uma de suas edições. (SCALZO, Marília. 2003. p.31; A Revista no Brasil, Ed. Abril, 2000. p.58, 59) Adepta ao new jornalism, então a grande novidade da imprensa americana, Realidade aposta suas fichas no jornalismo em primeira pessoa, o que se tornou a marca indelével da revista. Vale ressaltar que o tom pessoal não se limita apenas ao texto, mas inclui também as imagens. O fotógrafo passa a dividir com o jornalista a responsabilidade de construção do discurso, ou seja, ele passa a ser fotojornalista. Todos esses fatores somados era o que gerava reportagens dramáticas edição após edição. (MELO, Chico Homem de. 2006. pág. 147, 148, 149, 150) Como a maioria das revistas dirigidas ao grande público, Realidade, explorava uso do rosto de pessoas em suas capas. Mesmo tendo figura humana representada na quase totalidade dessas, foi buscado um viés interpretativo a partir dela. (MELO, Chico Homem de. 2006. pág. 151, 152)

As capas não sendo o ponto forte da revista, seus melhores momentos estavam mais presentes nos miolos. Onde o diagrama era sóbrio. O foco do trabalho de design recaia sobre a relação do texto com a imagem fotográfica. A abertura da reportagem é comandada por fotos cuidadosamente diagramadas, e o texto funciona como um balizamento sutil para as imagens alcançarem o significado pretendido, em seguida, é apresentado, em um bloco autônomo, os textos da matéria. No conjunto cada matéria acaba sendo composta por dois discursos paralelos. O primeiro, na abertura, a sequência fotográfica pontuada por textos breves; e o segundo o bloco de texto ocupando as páginas finais. (MELO, Chico Homem de. 2006. pág. 153, 154) Um exame nas páginas de Realidade e pode-se ver em seus ensaios visuais a influência da linguagem cinematográfica. As fotografias traziam características que podem se facilmente identificadas como influenciadas pelo cinema. Cortes, aproximações, afastamento, mudanças de ângulo mostravam o percorrer da câmera na cena retratada. Até mesmo o tempo é inserido no discurso gráfico por meio das sequências, criando uma narrativa verbo-visual impressa. (MELO, Chico Homem de. 2006. pág. 164, 165) No fotojornalismo a fotografia sempre carrega o fardo da verossimilhança, visto que a imagem fotográfica supostamente garantia que os fatos “realmente aconteceram”, contudo, na revista, a fotografia rompe ao padrão convencional e em suas páginas assistimos o uso sistemático e continuado de imagens menos comprometidas com a representação realista, fruto das manipulações permitidas pelos recursos digitais. A revista apresentou ao público essas novas possibilidades: ângulos surpreendentes, imagens de baixa definição, borrões produzidos pela captação de movimento e fusões de várias tomadas numa única imagem. Todas elas apresentando ao leitor uma imagem fotográfica jamais vista pela maioria deles. (MELO, Chico Homem de. 2006. pág. 171) Realidade teve em seus três primeiros anos seu período mais efervescente, imediatamente após o AI-5, um numeroso contingente de profissionais foi demitido e a partir daí a revista entro em um lento declínio, fechando suas portas em 1976. Apesar das dificuldades com o regime militar, a revista conseguiu fazer capas notáveis e alcançar tiragens de até 500 mil exemplares. Mas, o advento da televisão acabou por levá-la a decadência, não em sentido de vendas, mas por falta de anunciantes, que preferiam divulgar seus produtos na telinha. Ela desapareceu por completo em 1976. (A Revista no Brasil, Ed. Abril, 2000. p.58, 59; SCALZO, Marília. 2003. p.31; MELO, Chico Homem de. 2006. pág. 182)

REALIDADE transformou ator em Tio Sam para ilustrar a matéria sobre o anti-americanismo.

Revista Ilustrada A Revista Ilustrada, “a maior de todas as revistas brasileiras de imagens do século passado” [Costa Ferreira, 1994: 400], foi lançada em 1° de janeiro de 1876 por Angelo Agostini. Como boa parte da produção da época, inspirava-se no modelo europeu, e apesar de não conseguir alcançar o padrão estrangeiro – como no papel e número de páginas - era considerada o que havia de mais atraente no gênero à época. E segundo seu criador, foi o primeiro periódico ilustrado, em toda a América do Sul, a alcançar a tiragem de 4.000 exemplares. (CARDOSO, Rafael. 2005. p.69; MARTINS, Ana Luiza. 2008. p. 42, 43)

Museo Universal Criada por Jules Villeneuve, a Museo Universal foi uma das primeiras revistas brasileiras a apostar no desenho. Ela trazia as novidades da moda, relatos de viajantes, paisagens de metrópoles e lugares exóticos. Seus textos eram leves e acessíveis, a fim de alcançar a população recém-alfabetizada. E ela seguia a riscas o modelo Europeu. (A Revista no Brasil, Ed. Abril, 2000. p.67; SCALZO, Marília. 2003. p.28)

Don Quixote Inspirada no personagem de Cervantes, Don Quixote foi criada por Agostini (mesmo criador da Revista Ilustrada), que abusou da graça e da irreverência brincando com o logotipo e o redesenhando em mais de vinte edições. Ela ironizava o momento histórico e durou de 1895 à 1903. (A Revista no Brasil, Ed. Abril, 2000. p.82 e 84)

Kosmos A Kosmos surgiu em 1904, época em que o jornalismo fotográfico se modernizava. Aperfeiçoou a qualidade de impressão, e foi considerada uma das revistas mais sofisticadas que já apareceram no país. Seu acabamento gráfico, chamado de requintado, combinava perfeitamente com o primor de seu texto. Seus ornamentos e tipografia eram elegantes e ela chegou a utilizar aplicação de tinta metálica e impressão colorida de fotos. Apesar de tudo isso, não durou mais de cinco anos. (A Revista no Brasil, Ed. Abril, 2000. p.95; CARDOSO, Rafael, 2009. p. 144)

Fon-Fon

Surgida na primeira década do século XX, Fon-Fon! costumava retratar histórias extraordinárias. Foi pioneira na foto-reportagem e na integração de texto e imagem. Arrojada, alcançou meio século de sobrevivência. (A Revista no Brasil, Ed. Abril, 2000. p.44 e 45; CARDOSO, Rafael, 2009. p. 142)

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Especial

Veja: Origem e Transformação “Passados cerca de sete anos buscando acertar sua fórmula e apostando suas fichas na fidelização de seu público, Veja mostrou sinais de que tinha vindo para ficar.”

A

MURILO RAVANI

primeira edição de Veja foi lançada em 11 de setembro de 1968, em pleno regime militar. Aquela edição trazia impressos na capa símbolos do comunismo e uma chamada para uma matéria que tratava do enfraquecimento deste movimento ao redor do mundo. Com uma tiragem de 700.000 exemplares, o que para a época era algo estrondoso, a primeira edição não agradou os leitores, apesar de ter as vendas esgotadas. A edição inaugural trazia muito texto e poucas fotografias, de forma que nas semanas seguintes as vendas caíram vertiginosamente. Entretanto, passados cerca de sete anos buscando acertar sua fórmula e apostando suas fichas na fidelização de seu público, Veja mostrou sinais de que tinha vindo para ficar, obtendo um lugar cativo na mente do cidadão brasileiro e chegando ao ano 2000 como a quarta maior revista semanal de notícias do mundo, atingindo picos de tiragem de 1,7 milhões de exemplares semanais, atrás apenas das americanas Times, Newsweek e U.S News. (A Revista no Brasil, ed. Abril, pg. 62; SCALZO, Marília. 2003. Pg. 31 ). A Editora Abril formou sua primeira equipe de redação da Veja selecionando e treinando 50 jovens de todo o país, ministrando o primeiro curso de jornalismo de empresa no Brasil. Parte do sucesso da revista deve-se à disposição que a Veja apresentou desde seu começo de “ir além da mera resenha da semana, servindo ao leitor coberturas exclusivas e, sobretudo, interpretação: o contexto em que o fato se deu, seus possíveis desdobramentos e conseqüências. Outra novidade naqueles começos era o texto impessoal, capaz de dar a impressão de que a publicação fora escrita, de ponta a ponta, por um mesmo redator.” (A Revista no Brasil, ed. Abril, pg. 60; SCALZO, Marília. 2003. Pg. 31). Desde o início, a Veja chamou atenção pelo seu conteúdo

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político. Sua primeira edição foi lançada poucas semanas antes que o AI-5 inaugurasse a fase mais violenta da censura à imprensa, mutilando e apreendendo várias edições e dificultando os trabalhos da revista até meados dos anos 1970. “A década que viu nascer o Estúdio Abril foi também a do surgimento de revistas que valorizavam o texto (...) mas, ironicamente, foi uma foto – a do presidente Costa e Silva no plenário vazio da Câmara dos Deputados – que levou a Censura a apreender a edição número 15 de Veja, o indispensável papel de dizer com imagens, eventualmente de forma subliminar, aquilo que não podia ser dito com palavras.” (A Revista no Brasil, ed. Abril, pg. 105). Um caso relativamente recente em que a Veja teve influência direta nos acontecimentos políticos ocorreu com as denuncias de corrupção em torno do presidente Fernando Collor, no início da década de 90, feitas pela revista. Dados levantados pela Veja conduziram o Congresso Nacional no processo de impeachment que, pela primeira vez na história do Brasil, afastou do poder um presidente da República. Entretanto, apesar de a política estar entre suas prioridades, Veja também se consagrou com reportagens de interesse geral. (A Revista no Brasil, ed. Abril, pg. 60, 62, 105). O êxito da revista acabou estimulando o surgimento de outras revistas que seguiram uma fórmula semelhante à utilizada pela Veja. Afinal, por exemplo, teve vida breve sendo publicada de meados ao fim da década de 80. IstoÉ, publicada pela primeira vez em 1976, perdura até hoje, sendo uma das concorrentes diretas e mais fortes da Veja.(A Revista no Brasil, ed. Abril, pg. 60). Tendo acompanhado a sociedade brasileira, seus sofrimentos, alegrias, derrotas e êxitos durante mais de quatro décadas, a revista Veja faz parte do cotidiano do povo de nosso país. Apesar de fortes concorrentes como IstoÉ e Época e de acusações de imparcialidade e manipulação de


informações, Veja é de longe a revista de informação semanal mais lida, citada e lembrada entre os leitores desse gênero. Com seus 1,7 milhões de exemplares publicados semanalmente, e 80% desse número correspondendo a assinantes, a revista mostra que cumpriu suas metas e acertou sua fórmula de forma louvável. E o futuro acena positivamente... Espere e veja você mesmo. (SCALZO, Marília. 2003. Pg. 31)

EVOLUÇÃO GRÁFICA DA REVISTA LOGOTIPO 1968 - O logotipo da revista, que sempre se apresenta no canto superior direito, permanece o mesmo desde a primeira edição até os dias de hoje, com algumas pequenas modificações com o passar dos anos. O logotipo é baseado na família tipográfica Franklin Gothic e no início era monocromático, sem nenhum tipo de adorno, e variava sua cor em algumas edições. Além disso, era sempre acompanhado da expressão “e leia” logo acima, em corpo reduzido e em certas edições apresentava um leve contorno para facilitar sua leitura quando a cor do logotipo apresentava baixo contraste em relação ao fundo. Década de 70 - Em sua edição 352, publicada em 04/06/1975, o logotipo apresenta sua primeira modificação, perdendo os dizeres “e leia” que o acompanhava desde a primeira edição. Década de 80 - Durante a década de 80, a Veja passa a adotar o contorno no logotipo não mais apenas como recurso gráfico para facilitar a legibilidade, utilizando-o como adorno, em cores variadas. Anos 2000 - No início dos anos 2000, a revista adicionou um sombreado interno no seu logotipo, dando volume e mais peso ao mesmo. Nos dias de hoje, ocasionalmente adiciona um gradiente às letras, o que confere ainda mais volume e presença ao logotipo.

ILUSTRAÇÃO 1968 - Desde de seu início, a revista Veja apresenta uma única ilustração ou foto em sua capa, com no máximo uma ou duas chamadas. E como não poderia ser diferente, a aparência das ilustrações e fotografias mudaram com o tempo, devido principalmente à evolução dos métodos de produção. Vale destacar que desde a primeira edição a capa da Veja sempre se apresentou em policromia. Anos 2000 - Nos dias de hoje, a Veja passou a inserir sub-chamadas de outras matérias em sua capa, mantendo, entretanto, uma hierarquia bem clara entre a matéria de capa e demais reportagens.

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Especial EVOLUÇÃO GRÁFICA DA REVISTA N° DE PÁGINAS 1968 - Em suas primeiras edições, a Veja seguia um padrão de aproximadamente 70 páginas por edição, abordando sempre os mesmos temas: política, economia, ciência, esporte, lazer, tecnologia, cultura, entre outros. Até o fim da década de 70, a Veja já contava com uma média de 100 páginas por edição, sempre tratando dos mesmos temas. Década de 80 - Até o final da década de oitenta Veja já contava com a média de 120 páginas que ela apresenta até hoje. Vale ressaltar que a quantidade de páginas varia bastante de edição para edição, tanto para mais quanto para menos. Edições especiais de Veja chegam a contar com 250 páginas.

CORES 1968 - Desde seu início, e por muitos anos, Veja apresentou seu miolo - textos e imagens - inteiramente em preto e branco, com esporádicas excessões. Os anúncios do interior da revista, por sua vez, eram quase que em sua totalidade policromáticos. Década de 80 - Em meados da década de oitenta, reportagens com fotos e ilustrações coloridas começaram a aparecer com mais frequência na Veja. Alguns títulos também ganharam coloração. Década de 90 - Até o início da década de noventa a Veja já contava com edições inteiramente coloridas, e um volume de imagens e gráficos bem superior ao apresentado em suas primeiras edições.

IMAGENS Analisando os anos de 84 e 94, vemos que as imagens costumam aparecer dentro de enquadramento, apresentando fotos em contorno apenas em 2004. Contudo, em meados dos anos 80 as fotos passam a utilizar recursos criativos fazendo com que a imagem ultrapasse os limites da página, sendo cortada além das margens. A arte gráfica começa a aparecer já em 94, e apesar de possuir foto enquadrada já consegue fornecer à página uma sensação de dinâmica e modernidade. Ainda no mesmo ano, podemos notar a presença de caricaturas. Década de 80 - As fotos são panorâmicas, apresentam pouco dinamismo e enquadramento padrão, conferindo características formais à página. O efeito de “sangramento” (que poderia ser superior, inferior ou externo), começa a ser utilizado já nessa década, popularizando-se em meados de 2004. Num aspecto geral, as fotografias desse período se apresentam enquadradas e com imagens distantes. Vale destacar que as fotos policromáticas competem com fotos monocromáticas. Nesse mesmo período, cerca de 40% da revista era composta por fotos preto e branco.

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Década de 90 - Aqui, as fotografias começam a se mostrar mais dinâmicas e menos distantes. Num aspecto geral, possuem um pequeno contorno preto. A técnica de “sangramento” continua sendo utlizada, aparecendo também com a união dos três tipos (inferior, superior e externo). Dessa forma, a foto pode ultrapassar ao mesmo tempo todas as margens da página. As fotos, agora coloridas e dinâmicas, podem apresentar suas legendas até mesmo dentro da própria imagem. Anos 2000 - As fotos começam a se apresentar fora do enquadramento padrão, dando à revista um aspecto mais moderno. Fotos espontâneas passam a ser mais exploradas deixando as fotos “posadas” um pouco mais de lado. Até mesmo a legenda, em alguns casos, passa a fazer par-

te da composição da página, deixando para trás sua clássica posição, sempre abaixo da imagem. A tecnologia empregada no setor fotográfico, confere às imagens atuais muito mais vigor, expressão e sentimento, provocando muito mais os instintos do leitor no momento do contato visual. A possibilidade efetiva de se trabalhar e imprimir imagens manipuladas, também contribuiu bastante para a evolução das imagens, trazendo inclusive a possibilidade de uma novidade: Os infográficos.



veja Recomenda DESTAQUE

Referências

CARDOSO, Rafael (Org.). O Design brasileiro antes do design: aspectos da história gráfica, 1870-1960. São Paulo: Cosac & Naïf, 2005. 358 p.

organizador de O design brasileiro antes do design e Impresso no Brasil

LIVROS

DESIGN GRÁFICO BRASILEIRO: ANOS 60

IMPRESSO NO BRASIL CARDOSO, Rafael (Org.). Impresso no Brasil: Destaques da hisótia gráfica no acervo da Biblioteca Nacional (1808-1930). Ed. Verso Brasil, 2009. 180 p.

JORNALISMO DE REVISTA SCALZO, Maria. Jornalismo de Revista. São Paulo: Ed. Contexto, 2003.

RAFAEL CARDOSO

MELO, Chico Homem de (Org). O Design gráfico brasileiro: anos 60. São Paulo: Cosac Naify, 2006. 302 p.

DICIONÁRIO DE COMUNICAÇÃO RABAÇA, Carlos Alberto e BARBOSA, Gustavo Guimarães. Dicionário de Comunicação. 2ª edição. São Paulo: Ática, 1995.

A REVISTA NO BRASIL

MICHAELIS

A Revista no Brasil. São Paulo: Editora Abril, 2000

NOVO michaelis: dicionario ilustrado. 41. ed. - São Paulo: Melhoramentos, 1986.

SITES REVISTAS EM REVISTA MARTINS, Ana Luiza. Revistas em Revista: Imprensa e Práticas Culturais em Tempos de República, São Paulo (1890-1922). São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo: Fapesp, 2008.

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SITE ABRIL Site da abril. Disponínel em: <http://www.abril. com.br>. Acesso em: 10 junho 2010.

ACERVO VEJA Acervo veja. Disponível em: <http:// veja.abril.com.br/acervodigital>. Acesso em: 10 junho 2010.






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