• MEIO AMBIENTE • ATITUDE • SUSTENTABILIDADE
Ano 2 • no 9 • Maio/Junho 2011 • R$ 9,90
CONSUMO CONSCIENTE
Dicas de compras
ECOLOGIA URBANA O planeta começa em nosso quintal - cidadãos, empresas, governos a responsabilidade é de todos
FINANCIAMENTOS VERDES Apoio ainda tímido do mercado financeiro
RECIFES DE CORAL Lindos e em extinção
CARRO BIODEGRADÁVEL Será este o futuro do transporte?
VEGANISMO
Cardápio radical, mas variado
Pensou em uma franquia de Pensou
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SUMÁRIO
6 MATÉRIA DE CAPA
Ecologia Urbana
O planeta começa em nosso quintal
32 Carro
Biodegradável
Será este o futuro do transporte?
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Moda sustentável com Chiara Gadaletta
40 ReciclAção
Feira de negócios da reciclagem
43 Visão Empresarial por Sidney Anversa Victor e Pedro Vilas Boas
28 Consumo 10 Visão Florestal
consciente
22 Casamento Verde VISÃO AMBIENTAL • MAIO/JUNHO • 2011
Recifes de coral – Lindos e em extinção
Garrafas plásticas são o principal material utilizado
Cafeicultura estuda emissões e melhorias
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52 Mundo Animal
com garrafas pet
17 Emissões de Café
Casais assumem atitude ecológica
24 Preservação
Land Rover - projeto da Biosphere Expeditions no Brasil
Comemoração Bio Extratus
Por Leonardo A. F. Palhares e Caio Iadocico de Faria Lima
34 Casas feitas
Preserva a saúde e o planeta
38 Cosméticos Verdes
51 Visão Legal
Por Alfredo Schmitt
14 Alimentação Vegana
Por Vanessa Trad
Forma revolucionária de coletar resíduos
56 Visão Ecológica
Por Ronaldo Callmann
26 Visão Ambiental
50 Contêineres Subterrâneos
44 Financiamentos Verdes Apoio ainda tímido do mercado financeiro
49 Visão Internacional por Ming Liu
EXPEDIENTE
EDITORA-CHEFE SUSI GUEDES susiguedes@rvambiental.com.br PROJETO GRÁFICO e DIREÇÃO DE ARTE FLORA RIO PARDO flora@rvambiental.com.br DIAGRAMAÇÃO, EDIÇÃO e TRATAMENTO DE IMAGENS MARINA YOSHIE designer@marinayoshie.com.br JORNALISTAS ANA RODRIGUEZ, HENRIETE MIRRIONE, ELOISA BELING LOOSE, SHEILA BRASIL jornalismo@rvambiental.com.br REVISÃO GIOVANA FRANZOLIN jornalismo@rvambiental.com.br COLUNISTAS DESTA EDIÇÃO Ronaldo Callmann, Sidney Anversa Victor, Pedro Vilas Boas, Leonardo A. F. Palhares, Caio Iadocico de Faria Lima, Ming Liu, Alfredo Schmitt, Vanessa Trad, Fernanda Floret COMERCIAL E PUBLICIDADE comercial@rvambiental.com.br PRODUÇÃO SONIA COSTA sonia@rvambiental.com.br SAC atendimento@rvambiental.com.br JORNALISTA RESPONSÁVEL SUSI GUEDES (MTB 44.447/ SP) PERIODICIDADE – BIMESTRAL TIRAGEM – 8 mil exemplares IMPRESSÃO – GRÁFICA SILVAMARTS www.graficasilvamarts.com.br EDITORA BORBOLETA Rua Rio Grande, 308 – cj 32 – Vila Mariana - São Paulo / SP CEP – 04018-000 Fone: 55-11- 2425.2326 Portal – www.rvambiental.com.br
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CAPA – ECOLOGIA URBANA fotomontagem SXC/ Rodrigo Gelmi Mariano De Freitas
As opiniões pessoais publicadas nos artigos autorais são de responsabilidade exclusiva dos colaboradores independentes.
Avanços para o bem e para o mal Raro o dia em que não ouvimos falar em ecologia, sustentabilidade, meio ambiente, natureza, negócios verdes, e tantas outras denominações dadas a assuntos ligados à preservação do planeta. Isso é bom ou ruim? Temos tido avanços tanto para o bem quanto para o mal, enquanto uns se preocupam em encontrar soluções, outros agem como se nada estivesse acontecendo, ainda bem que os indicadores deste panorama estão mudando para o lado do bem, de forma lenta, mas avançando na direção de conscientização e atitudes. Nesta edição tratamos da Ecologia Urbana de forma leve, mais no sentido de que nossos leitores tomem contato com o tema. Mostramos também novidades na pesquisa das emissões do café, um carro feito de bambu, como se alimentam os veganos, dicas de compras, demonstramos que um casamento sustentável está na moda, e que moda sustentável também está na moda. Corais e onças correm risco de extinção, isso todos sabemos, mas há quem esteja pesquisando e alardeando essa triste realidade. Contamos um pouco por aqui e tratamos de mais alguns outros temas ligados ao foco da revista, sempre buscando diferenciar e ampliar nosso conteúdo, para que com diversidade de pautas, a mesma revista possa passar em muitas mãos e cada vez mais leitores gostem de nossa revista. Uma novidade boa é que agora estamos no Facebook, pretendemos assim ter um novo canal de contato com nosso leitor, vamos gostar muito de tê-los por lá! BOA LEITURA! Susi Guedes
ERRATA Na edição anterior, na matéria de cobertura do Salão do Automóvel, a grafia da marca VOLKSWAGEN estava errada, pedimos desculpas à marca e aos nossos leitores.
VISÃO AMBIENTAL • MAIO/JUNHO • 2011
PUBLISHER SUSI GUEDES susiguedes@rvambiental.com.br
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CAPA
ECOLOGIA URBANA
VISÃO AMBIENTAL • MAIO/JUNHO • 2011
Ecologia urbana! Termo novo que, ao que tudo indica, assim como sustentabilidade, estará em alta nos próximos tempos. Mas o que vem a ser isso? Tão acostumados que estamos a ter questões ambientais ligadas a campo, florestas, pantanal, geleiras... tudo tão distante do cotidiano das cidades, que nos esquecemos que qualquer lugar do planeta é passível de agressões ambientais, e que a vida urbana, as indústrias e a população que vive nas cidades também convive com essas questões, muitas delas, fazem parte de nosso cotidiano e nem nos damos conta, deixando para os outros a responsabilidade pelo cuidado do planeta. A ideia de estudar e buscar soluções para os complexos sistemas naturais que existem dentro das áreas urbanas é algo recente que engloba fatores e seres que necessariamente precisam conviver nestas áreas. Mesmo que originalmente não fosse assim, é como se um
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“A ideia de estudar e buscar soluções para os complexos sistemas naturais que existem dentro das áreas urbanas”
ECOLIOGIA URBANA – fotomontagem SXC/ Rodrigo Gelmi Mariano De Freitas
Por Susi Guedes
novo ecossistema tivesse se formado, com particularidades que precisam ser analisadas e problemas que dependem de soluções específicas. As cidades comumente foram ubanizadas de forma desordenada, o que acarreta problemas sociais e ambientais em proporções cada vez maiores, mas como o termo “ecologia urbana” é ainda pouco usado e muito abrangente, isso dificulta uma ação específica para que se busquem soluções ou se tomem atitudes. Tudo fica disperso e quando as questões são eventualmente tratadas, isso é feito de forma pontual e esporádica, não chegando nem perto sequer de uma discussão sobre o tema, que dirá da busca de soluções. O que se discute hoje são os direitos, ou a falta deles, diante do caos urbano, em que em nome do
“O consumo urbano acaba também sendo responsabilizado, devendo arcar com sua parcela de culpa nesta elipse que degrada a natureza”
VISÃO AMBIENTAL • MAIO/JUNHO • 2011
desenvolvimento econômico, regras básicas são simplesmente ignoradas. Elas vão desde ocupação desordenada e falta de saneamento, até coisas consideradas mais “simples”, mas também de fundamental importância, como os hábitos diários de cada um, que deveriam ser atitudes básicas, como jogar lixo no lixo, economizar água e energia, diminuir emissão de poluentes e respeitar os animais, passam despercebidos e ganham volume maior a cada vez que, em nome do crescimento econômico, a urbanização avança. Os ecologistas urbanos estudam as relações entre ocupantes de áreas urbanas e os impactos que causam ao ambiente que ocupam, desde grandes áreas invadidas, até pequenos espaços que sobrevivem à ocupação, seja ela de forma regular ou não. Estudam de que maneira e com que intensidade os animais, o solo, a vegetação, o ar, e tudo o mais relacionado à natureza, são agredidos por esta convivência com os humanos e toda a estrutura necessária para a sobrevivência urbana. Mas pesquisas e estudos são ainda muito raros e estes ecologistas encontram sérias dificuldades na tabulação de dados, comunicação e coordenação do trabalho realizado. Num conceito mais amplo, é possível também responsabilizar de alguma forma a população urbana pelo desmatamento em florestas e regiões mais afastadas, uma vez que os produtores rurais legais, ou os invasores e desmatadores ilegais, têm como principal argumento, que a população do planeta precisa se alimentar, por isso devastam, dizem que o fazem para suprir as necessidades urbanas de consumo, seja ele de alimento, vestuários, couro para calçados e afins, e madeira para móveis e indústrias. Ou seja, numa grande cadeia produtiva / consumista, o consumo urbano acaba também sendo responsabilizado, devendo arcar com sua parcela de culpa nesta elipse que degrada a natureza. Em tese e numa análise simplista seria uma equação fácil, “menos consumo = menos devastação”, mas entre uma coisa e outra encontram-se questões de crescimento econômico, abastecimento, sobrevivência, cidadania, soberania, emprego e questões
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CAPA
VISÃO AMBIENTAL • MAIO/JUNHO • 2011
sociais. Equacionar tudo isso de forma a que todos fiquem satisfeitos não é tarefa fácil, se é que ela seja possível. Dentro do amplo conceito de ecologia urbana, alguns pontos são preocupantes e de maior relevância, sendo bons indicadores dos efeitos da urbanização e seus impactos destrutivos. • POLUIÇÃO – do ar, a emissão de gases poluentes das mais diversas origens – indústrias, veículos, desmatamento, consumo. Há de se considerar também poluição visual e sonora. • NASCENTES E LENÇÓIS DE ÁGUA – contaminados ou extintos. •URBANIZAÇÃO – normalmente feita de forma desordenada, não leva em consideração as questões relacionadas a solo, locomoção, habitabilidade, preservação de ecossistemas pré-existentes. Raramente se contemplam áreas verdes nos planos de urbanização de cidades. • DESMATAMENTO URBANO Pequenas ações simbolizam esse desmatamento, cimentar um jardim, cortar a árvores do quintal ou matar aquela árvore da rua, por exemplo. • RESÍDUOS – A imensa quantidade de resíduos não é adequadamente descartada, e se recicla muito menos do que seria possível. • OCUPAÇÃO DESORDENADA – Invasão de áreas naturais, preservadas ou não, mananciais, encostas e outros espaços sem qualquer planejamento, pode ocasionar desastres em grandes proporções, ceifando vidas e impactanto a natureza
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Eldorado Tower, em São Paulo: metal na construção sustentável
• ENCHENTES – Ocupação desordenada, entulhos e lixos descartados nas ruas, falta de manutenção de vias e galerias, e outros fatores característicos da vida urbana acabam colaborando ou sendo até causador principal de enchentes. • SAÚDE – A saúde é afetada e como reação direta à poluição e ao ritmo de vida frenético, as pessoas ficam mais suscetíveis a infecções, doenças respiratórias, estresse, entre outras. • TRANSPORTE – Veículos individuais e familiares ainda são maioria, o transporte público é precário, e meios alternativos e menos poluentes como, por exemplo, a bicicleta, não encontram infraestrutura para se viabilizarem como transporte de massa. • CONSUMO – O consumo desnecessário e o desperdício aparecem de várias formas, desde a compra de inutilidades e para suprir carências emocionais, até o descarte de bens em perfeitas condições de uso, apenas para que
se possa ter um modelo mais recente, uma marca melhor ou outro motivo não relacionado à real necessidade. • ALIMENTAÇÃO – Para produzir mais e atender à demanda, há mais desmatamento, uso de agrotóxicos, emissão de gases de efeito estufa nas etapas de produção e transporte, além de imenso desperdício de alimentos na cadeira produtiva e também pelo consumidor final. • INDUSTRIALIZAÇÃO – É praticamente inexistente a preocupação em fazer plantas verdes, buscar uma produção mais limpa ou tratar os resíduos. • SANEAMENTO – Os altos custos do saneamento e o desinteresse em ampliar a rede de tratamento resultam em descarte direto na natureza sem qualquer cerimônia. • ENERGIA – As energias mais usadas causam impacto ambiental, e as energias limpas ou renováveis são praticamente ignoradas na quase totalidade das cidades brasileiras.
• CONSCIENTIZAÇÃO / EDUCAÇÃO – É muito recente a discussão sobre o tema, a população em geral é arredia ao assunto, acha que é assunto chato e que não tem qualquer responsabilidade e segue com seus hábitos sem preocupar-se com o futuro. As novas gerações acenam com uma esperança, mas muito há a ser feito.
FONTES: Ecologia e Cidadania – Carlos Minc www.pv.org.br
D e a c o rd o c o m a g e ó g r a f a R u t h D e Fr i e s d a Columbia University, que ao lado de sua equipe analisa o desmatamento nos países vizinhos aos trópicos, utilizando-se de imagens de satélite do Landsat, junto com o instrumento Modis (Espectrorradiômetro de Resolução Moderada de Imagens, em inglês), a forma de desmatar, vem mudando, o que antes aparecia nas imagens como uma “espinha de peixe”, formada por “estradinhas” de desmatamento rumo a uma coluna central, agora aparece em grandes blocos de terra desmatada, supostamente para atender à necessidade de grandes empresas compradoras principalmente de grãos para consumo humano ou rações animais. Fonte: Nature Geoscience.
Com base em pesquisas em 41 países de alguma forma ligados a desmatamentos, analistas de todo o mundo estão pesquisando e preparando novas estatísticas que ligam desmatamento a crescimento da população urbana, e comércio agrícola interno e externo. O que antes era desmatamento para agricultura e pecuária de subsistência e comércio de pequeno porte, hoje atende a uma crescente demanda de indústrias de grande porte, com o intuito de atender ao consumidor de áreas urbanas. Fonte: Scientific American Brasil
A população mundial cada vez mais migra para as cidades. A média de ocupação urbana mundial é de 50%, e no Brasil supera os 70%.
VISÃO AMBIENTAL • MAIO/JUNHO • 2011
Desequilíbrio talvez seja a palavra-chave dentro deste conceito. Onde há desequilíbrio entre população, espaço, necessidades da comunidade, necessidades econômicas, necessidades do indivíduo e necessidades da natureza, dificilmente haverá condições de sobrevivência e convívio sem agressões ao meio ambiente. Não se pode abrir mão da vida urbana, mas é perfeitamente possível diminuir impactos e procurar caminhos que busquem reverter impactos já causados, e assim, evitar danos maiores no futuro.
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VISÃO FLORESTAL
Ronaldo Callmann
Por que plantar florestas?
VISÃO AMBIENTAL • MAIO/JUNHO • 2011
As ár vores são responsáveis pela fotossíntese, processo de absorver o gás carbônico (CO2) da atmosfera. Além de serem essenciais para o ecossistema e a vida de todos os seres vivos, elas aumentam a umidade do ar, atuam no ciclo da chuva, no equilíbrio da natureza e, por consequencia, auxiliam no combate ao aquecimento global. Ou seja, quanto mais árvores existirem no planeta, mais carbono será retirado do ar. E não é pouca coisa. São 28,9 bilhões de toneladas de CO2 emitidas por ano, em todo o mundo, por queima de combustível.
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Nesse cenário, nós, brasileiros, podemos, e muito, ajudar o clima mundial. Somos responsáveis por 516 milhões de hectares de florestas naturais e plantadas, ficando atrás apenas da Rússia em termos de extensão florestal no planeta. Além disso, somos referência mundial em produtividade e manejo de florestas plantadas. No País, a silvicultura convive harmoniosamente com a mata nativa e não compete com a agricultura tradicional. Temos, como muito orgulho, um agronegócio sustentável. Essa prática garante a estabilidade
profissional e financeira de produtores rurais – que veem na silvicultura uma importante fonte de renda; fortalece o crescimento da indústria de celulose, madeira e papel, e dos fornecedores de equipamentos para o manejo dessas florestas, como motosserras e roçadeiras. Esses equipamentos fazem parte de um ciclo que contribui para a expansão do mercado tecnológico brasileiro. Quer mais motivos para incentivarmos o cultivo de árvores? As árvores plantadas absorvem mais gás carbônico da atmosfera do que as florestas naturais, isso porque estão em constante e rápido crescimento. Ao todo, 1 bilhão de toneladas de CO2 são absorvidas pelas florestas plantadas para fins industriais. Além disso, segundo a Bracelpa (Associação Brasileira de Celulose e Papel), as empresas do segmento florestal atendem e superam às normas ambientais e, para cada 100 hectares plantados, garantem a preservação de 170 hectares, que ajudam a preservar espécies da fauna e da flora, até mesmo as ameaçadas de extinção. Apesar de todas essas vantagens, as florestas plantadas ocupam menos de 1% do território brasileiro. Conhecemos o Brasil como o país do futebol, da alegria, da natureza e do samba. São características naturais e culturais que devem ser incentivadas e conservadas, pois refletem nossa riqueza hereditária. O mesmo pode e deve acontecer com nossas florestas plantadas. Elas são um patrimônio inigualável, um recurso natural sustentável, que gera emprego e renda, produtos para nosso dia a dia, além de contribuir com a preservação do meio ambiente. Assim como a ONU fez, devemos nos lembrar que, acima de tudo, as florestas são para as pessoas.
Divulgação
No final de janeiro deste ano a ONU declarou 2011 como o Ano Internacional das Florestas, promovendo o tema “Florestas para as pessoas”. A abordagem, lançada na 9ª Sessão do Fórum das Nações Unidas para Florestas (UNFF, sigla em inglês) em Nova York, pretende destacar o papel fundamental das pessoas na conservação e exploração sustentável das florestas. Para entender um pouco mais sobre esse importante destaque às florestas, vamos primeiro lembrar os benefícios disponibilizados por elas?
RONALDO CALLMANN é gerente de Marketing e Produto para a América Latina da Husqvarna, multinacional com mais de 320 anos e uma das líderes mundiais no desenvolvimento de produtos para o manejo de parques, florestas e jardins.
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MODA SUSTENTÁVEL
Por Henriete Mirrione
Nova Era da Moda Brasileira: Moda sustentável feita por brasileiros
VISÃO AMBIENTAL • MAIO/JUNHO • 2011
Comandando o Instituto Ser Sustentável com Estilo, Chiara Gadaleta Klajmic desponta como uma das maiores porta-vozes da moda sustentável genuinamente nacional
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Chiara Gadaleta Klajmic é um dos nomes do recémlançado Instituto Ser Sustentável com Estilo. A e m p re s á r i a t a m b é m e s t á engajada em divulgar causas que aliam o mundo fashion à sustentabilidade. De origem italiana e que desde pequena adotou a capital paulista como lar, a moça despontou no cenário da moda como modelo, desfilando em Paris, Milão e Nova
York. Em seguida, estudou no famoso Studio Berçot, em Paris, por meio do qual se formou em estilismo. De volta ao Brasil, se especializou em styling e imagem de moda, assinando editoriais para as principais revistas do mercado, além de trabalhar como consultora de estilo para marcas como Iódice, TNG e Reinaldo Lourenço, entre outras. Em 2006, deu início à carreira de estilista, criando a Tarântula, marca de roupas e acessórios artesanais, passando também a ministrar cursos livres em faculdades e escolas de moda. Atualmente, além de consultora e de dedicar-
se ao Instituto, assina o blog Ser Sustentável com Estilo e apresenta o programa Tamanho Único, do canal a cabo GNT, sem deixar de lado palestras, cursos e consultorias sobre a “nova era da moda”. A seguir, confira um bate-papo exclusivo com a multiprofissional: RVA: Você pode contar um pouco sobre o seu blog? CGK - O Blog SSE (http:// sersustentavelcomestilo.
RVA: Em sua opinião, produtos de moda ligados à sustentabilidade já são produzidos por conta de uma demanda mercadológica? Por quê? CGK - Tudo começou isoladamente. Cada estilista, marca ou artesão criava peças por ideologia e estética. Era uma força que vinha de uma necessidade de conectar a moda à sustentabilidade, mas com muito glamour e estilo. Hoje estamos mais organizados e assim o mercado começa a reagir e a se interessar por essa nova maneira de ver e pensar o consumo de moda. O Instituto #SSE trabalha para organizar esse novo mercado de moda sustentável que está surgindo. RVA: O que é o Instituto Ser Sustentável com Estilo – o #SSE - e qual o seu objetivo? CGK - É uma organização que tem como principal missão valorizar toda a cadeia produtiva de moda, desde o plantio da fibra até o consumidor final, passando inclusive pelos artesãos, produtores, empresários, estilistas, tecelagens e imprensa especializada. Esse trabalho é feito por meio dos pilares: ‘educação’e ‘capacitação’, com palestras, cursos e capacitação; ‘divulgação’: utilizando mídias atuais e colocando a informação à disposição de todos; ‘processos’: consultorias para ONGs e projetos sociais; eventos de divulgação e disseminação da moda sustentável brasileira; e o que chamamos de ’ a nova era da moda brasileira’: moda sustentável e feita por nós brasileiros, de uma forma justa e consciente, especialmente no que diz respeito às questões socioambientais. RVA: Quem são os integrantes do Instituto? CGK - Para o lançamento, escolhi 11 marcas de diversas regiões do País, entretanto nossa
meta é aumentar esse número. São elas: Lourdinha Oliveira, ligada ao Instituto Bantu de Pernambuco, Marcia Ganem e Luciana Galeão, da Comunidade Morro Alto da Sereia, ambas da Bahia, Flavia Aranha e Plant Your Tree, de São Paulo, Osklen, do Instituto E do Rio de Janeiro, Patricia Moura, do Projeto Rendarte, e Thiana Santos de Pernambuco, Kalina Rameiro, do Piauí, e Ronaldo Fraga e Ronaldo Silvestre, de Minas Gerais. R VA : Co m o começou seu envolvimento com a moda sustentável? CGK - O SSE começou como um projeto há 4 anos, logo se tornou um movimento em que todos queriam participar, uma bandeira. No começo, eu ainda tinha minha marca, a Tarântula, e fui aconselhada a produzir na China ou na Índia, onde a mão de obra é 10 vezes mais barata que aqui no Brasil. Esse foi um momento decisivo e resolvi fechar a marca e usar minha influência na minha comunidade, que é a da moda, para justamente frear essa desvalorização das nossas habilidades e utilização de mão de obra escrava em outros países. RVA: Cite duas empresas que fazem um trabalho interessante ligado à sustentabilidade. CGK - Acredito em trabalhos pontuais, e não em empresas como um todo. A Natura tem algumas linhas, como a Ekos, que contempla um ciclo virtuoso entre o plantio e a produção em comunidades do Amazonas. A Osklen usa alguns materiais orgânicos e couros ecológicos. Todas as marcas escolhidas para o lançamento do Instituto se relacionam com a moda sustentável. RVA: É possível ser sustentável com estilo? CGK - Claro que sim, basta apenas parar por um segundo e começar a questionar. Questionar a maneira que consumimos, o
que consumimos, de onde vem e como é feita aquela camiseta ou vestido que tanto queremos. A primeira atitude para quem quer se tornar SSE é se transformar em um consumidor de moda ativo, que saiba que suas escolhas têm grande poder e impacto em nosso mundo. RVA: Dê-nos pequenas dicas de como podemos unir ações de moda e sustentabilidade no nosso dia a dia. CGK - Analise sempre as etiquetas antes de comprar qualquer produto. Veja onde foi feito e questione por que não foi aqui no Brasil, caso a origem seja estrangeira. Incentive o uso do vintage. Dessa forma, cada um vai construir seu estilo pessoal e usar peças com muita personalidade, incentivando o slow fashion. Pesquise, informese e divulgue sobre tudo o que diz respeito à ‘nova era da moda’; essa nova maneira de pensar.
VISÃO AMBIENTAL • MAIO/JUNHO • 2011
blogspot.com/) nasceu para ser um polo e um ponto de encontro para os interessados e profissionais da Moda Sustentável. Temos 3 colunistas e em média 3 posts diários. Nosso público é formado por pessoas que começam a se questionar sobre o futuro.
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SXC/Justyna Furmanczyk
ALIMENTAÇÃO
Eloisa Beling Loose
Veganismo:
Uma escolha por outro tipo de vida
VISÃO AMBIENTAL • MAIO/JUNHO • 2011
Baseado na filosofia de não exploração dos seres, o veganismo busca evitar toda forma de violência, seja esta contra animais, humanos ou o planeta no qual vivemos
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* Ter senciência significa dizer que o ser tem a capacidade de sentir, e que ele se importa com o que sente. “Importar-se com” implica a capacidade de experimentar satisfação ou frustração (subjetiva). Então, dizer que um animal é senciente equivale a dizer que o animal é capaz de sentir dor e desejar que ela acabe. Animais sencientes interpretam as sensações e informações que recebem do ambiente por meio de cognição e emoções. Plantas não são capazes de vivenciar esses estados.
O filósofo Carlos Naconecy expressa essas ideias invocando dois conceitos importantes: a “necessidade” tem prioridade sobre a “preferência”. Ou seja, um animal tem a “necessidade” de continuar vivo, mover-se, evitar o sofrimento, ter contato social. O homem tem a “necessidade” de alimentar-se, mas a dieta escolhida é uma questão de “preferência” individual. Portanto, o direito de satisfazer uma “preferência” do paladar é mais fraco que o direito à vida e ao não sofrimento, que estão atrelados a “necessidades”. Desta forma, o ideal vegano firma-se como a única postura cabível para quem deseja agir eticamente com outros animais, além da espécie humana. O veganismo é um estilo de vida no qual se evita participar de processos que tragam ou gerem sofrimento e violência para outros animais. Para o fundador e atual coordenador do Grupo Porto Alegre da Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB), Rafael Bán Jacobsen, ser vegano é colocar em prática a noção de justiça e de direitos expressa nas palavras da escritora Alice Walker: ‘Os animais do mundo existem por suas próprias razões. Não foram feitos para os seres humanos, do mesmo modo que os negros não foram feitos para os brancos, nem as mulheres para os homens’. Sob essa ótica, tudo que não é veganismo é exploração animal. As razões éticas que acompanham o veganismo permanecem por mais que se
desenvolvam técnicas de criação de animais 100% ecossustentáveis ou que a biotecnologia aprimore as raças de animais ditos “de consumo” a tal ponto que se pudesse obter carne, ovos e laticínios completamente livres de colesterol, gorduras malignas e toxinas. O que está em jogo nesta perspectiva de vida é o respeito por outras espécies.
Mas e as plantas? Esse é um dos questionamentos frequentemente dirigido aos vegetarianos, que se preocupam mais com o sofrimento animal, do que com a questão mais ampla da exploração (por exemplo, extrair o mel das abelhas). Embora haja a explicação de que as plantas não possuem sistema nervoso e, portanto, do ponto de vista científico, não sentem dor, há quem acredite, seguindo outras filosofias, que as plantas sintam tanto quanto nós. Carlos Naconecy explica que, diferentemente dos animais, que têm senciência, as plantas têm apenas sensibilidades (ao calor, ao frio, à luz solar, à umidade, ao pH do solo). E enfatiza a opção pelo respeito à vida: “A rigor, todo aquele que adotar o axioma moral de “respeito de vida”, seja ele vegetariano ou vegano, se tivesse que escolher entre comer vegetais que não tiveram que ser mortos para irem à mesa e aqueles que foram mortos para servirem de alimento, deveria optar pela primeira alternativa, a não-letal, a fim de manter uma coerência ética”, expõe o filósofo. Já o vegano Rafael Jacobsen diz que quem consome só vegetais, na pior das hipóteses, está errando no duvidoso; já quem consome animais está errando no que é indubitável. “Se restar alguma incerteza, recomendo sempre visitas a um matadouro e a um pomar; se o sujeito assegurar que sentiu exatamente o mesmo ‘clima’ nos dois lugares, deve ser cego e surdo ou psicopata, ou as duas coisas”, exemplifica. Geralmente os vegetarianos precisam explicar às pessoas que consomem carne e demais produtos de origem animal o porquê se recusam a fazer o mesmo. O contrário já não acontece. Histórica e culturalmente a sociedade naturalizou a ideia de que precisamos da carne e dos animais para vivermos de forma saudável ou ainda que os animais existem para servir os
homens. Para se “defender” do preconceito que ainda reina em vários lugares, um vegetariano precisa se munir de muitas informações sobre nutrição, biologia, filosofia, engenharia de alimentos, culinária, entre t a nt a s á re a s d í s p a re s d o conhecimento. Com isso, há o reforço da percepção de que todo o planeta muda quando você articula suas escolhas com as consequências delas. “ Tor nando -se vegano, você passa a enxergar que a exploração animal está em todos os cantos e que, portanto, a Terra é um gigantesco campo de concentração para os animais. Em 2003, com base nas estatísticas da Food and Agriculture Organization of the United Nations (FAO) sobre agricultura, o Secretariado da União Vegetariana Europeia apresentou o número de animais mortos no mundo para consumo humano durante aquele ano: um total de mais de 50 bilhões de animais, sem ter em conta os animais aquáticos (peixes e crustáceos). Os números referem-se apenas aos animais abatidos nos matadouros. Excluem-se os animais de criação extensiva (geralmente para consumo doméstico), assim como os que são alvo da caça, difíceis de contabilizar por não haver qualquer tipo de controle. Certamente, não estão incluídos nos números os desafortunados animais assassinados em rituais religiosos e tampouco os cães e gatos exterminados em sua globalizada ‘Auschwitz’ particular, os famosos centros de controle de zoonoses”, relata o coordenador da SVB de Porto Alegre.
VISÃO AMBIENTAL • MAIO/JUNHO • 2011
Deixar de comer algo derivado da opressão, da exploração. Entender que a realidade que nos cerca produz, muitas vezes, uma violência ignorada pela maioria, mas que podemos negá-la. A questão da dignidade dos animais é a essência do veganismo. Mais do que optar por uma alimentação independente da origem animal, o veganismo está relacionado ao respeito à existência alheia, a capacidade de olhar para um animal não humano e nele reconhecer um outro, um ser que, como você, tem senciência* e não deve ser escravizado.
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ALIMENTAÇÃO
O que um vegano come? Saúde e veganismo De acordo com o parecer de 1997 da American Dietetic Association (ADA), emitido após revisão de todos os trabalhos científicos bem desenhados e publicados até então sobre o vegetarianismo, a dieta vegetariana, quando planejada adequadamente, é saudável, nutricionalmente adequada e resulta em benefícios à saúde e na prevenção e tratamento de certas doenças. Esse parecer faz referências a todos os estágios da vida (infância, idade adulta, senilidade, gestação e amamentação). Em 2003, a ADA acrescentou a assertiva de que os profissionais de saúde têm o dever de incentivar e apoiar os indivíduos que expressam desejo de se tornarem vegetarianos.
VISÃO AMBIENTAL • MAIO/JUNHO • 2011
No entanto, vale destacar que as pessoas que assumem uma dieta vegana devem estar atentas para os níveis de vitamina B12, a qual tem origem bacteriana e não se encontra biodisponível em alimentos de origem estritamente vegetal. Caso os níveis sanguíneos de B12 baixarem, é necessário suplementar (uma das alternativas é tomar uma injeção anual da vitamina). Porém, essa necessidade específica de suplementação não significa que a dieta vegetariana seja inapropriada.
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De qualquer modo, a B12 não é preocupação exclusiva de vegetarianos. O Instituto de Medicina dos EUA e o Food and Nutrition Board recomendam suplementação de B12 em todos os indivíduos (que comem ou não carne) acima dos 50 anos de idade, pois de 10 a 30% desses indivíduos apresentam dificuldade de extrair a vitamina do alimento. Em segundo lugar, estudos recentes mostram que 40% dos não vegetarianos da América Latina têm deficiência de B12 (o percentual entre vegetarianos é de 50%). Assim, a carência de B12 não é monopólio de quem não consome produtos de origem animal, e deveria haver a mesma recomendação de uso de suplementos de B12 para os não vegetarianos, como já se tem para vegetarianos.
Abóbora, abobrinha, abacate, abacaxi, açaí, açafrão, acelga, açúcar, acerola, ameixa, ameixa-amarela, agrião, aipim, aipo, alcachofra, alcaçuz, alcaparra, alecrim, alface, alfafa, alfarroba, alfavaca, alga kombu, alga hijiki, alga wakame, alga nori, alga kanten, ágar-ágar, alho, alho-poró, almeirão, amêndoa, amendoim, amora, anis, anis-estrelado, araçá, araruta, arroz branco, arroz integral, arroz malekizado, arroz parboilizado, aspargo, avelã, aveia, azeitona, azedinha, bacuri, banana, bambu, bardana, basilicão, batata, batata-doce, batata-roxa, baunilha, berinjela, beterraba, boldo, bordo, brócolis, brotos, buriti, butiá, cajá, caju, café, cana-de-açúcar, canela, cará, cardamomo, castanha-de-caju, castanha-do-pará, caqui, carambola, cereja, cidra, cebola, cebolinha, cenoura, centeio, cereais, cevada, cacau, chicória, chuchu, chucrute, coentro, cogumelos (champignon, shiitaki, shimeji, hiratake), cominho, confrei, couve, couve-de-bruxelas, couve-flor, couve-nabo, couve-rábano, cravoda-índia, cúrcuma, coco, cupuaçu, damasco, dendê, endívia, endro, erva-cidreira, erva-doce, ervilha, espinafre, estragão, fava, figo, feijão, feijão-azuki, feijãochicote, feijão-da-china, feijão-da-índia, feijão-de-corda, feijão-de-porco, feijãode-vaca, feijão-fradinho, feijão-tepari, funcho, fubá, framboesa, fruta-do-conde, goiaba, grapefruit, gengibre, gergelim, ginseng, graviola, groselha, guariroba, guaraná, glúten, grão-de-bico, granola, hortelã, inhame, jiló, jabuticaba, jaca, jambo, juá, jujuba, kinkan, kiwi, laranja, lichia, lentilha, lentilha libanesa, linhaça, louro, lima, limão, maçã, malte, malva, mandioca, mandioquinha, manjericão, mate, maxixe, milho, mostarda, mamão, manga, mangaba, mangostão, missô, maracujá, marmelo, melancia, melão, morango, nectarina, nêspera, nozes, nozmoscada, nabo, orégano, painço, palmito, pão, pão branco, pão integral, pão de centeio, pão de glúten, pão de Graham, pão de milho, pão de sarraceno, pão essênio, pecã, pera, pêssego, pepino, pinhão, pistache, pitanga, pitomba, pimenta, pimentão, polvilho, pupunha, quiabo, quinoa, rabanete, rábano, repolho, romã, rúcula, ruibarbo, sagu, salsa, salsão, sálvia, sarraceno, sêmola, soja, sapoti, tomate, tomilho, tapioca, tâmara, tamarindo, tremoço, trigo, (farinha, farelo, germe, germinado), tofu, triticale, tucupi, umbu, uva, vagem, zimbro, etc. – e qualquer coisa que você puder preparar combinando dois ou mais desses ingredientes.
Dicas de livros sobre o assunto:
Conheça os tipos de vegetarianismo:
Jaulas vazias Tom Regan
- ovo-lacto-vegetarianos: utilizam ovos e lácteos; - lacto-vegetarianos: utilizam derivados de leite, mas não os ovos; - ovo-vegetarianos: utilizam ovos, mas não os lácteos; - protovegetarianos: aqueles que ainda não são vegetarianos, mas que adotam hábitos alimentares que tendem para isso; - veganos: não utilizam nenhum produto derivado do reino animal.
Rain without thunder Gary Francione Ética & animais Carlos Naconecy Abolicionismo animal Heron José de Santana Gordilho
Fique por dentro do assunto: A Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB), fundada em 16 de agosto de 2003, é uma sociedade sem fins lucrativos, organizada em âmbito nacional, que trabalha para que o vegetarianismo seja conhecido e adotado pelo maior número de pessoas possível. É uma entidade filiada à União Vegetariana Internacional (IVU). Desde sua criação, a SVB constituiu grupos em diferentes cidades do Brasil. Para mais informações, acesse: www.svb.org.br
“Eu me tornei vegano em 1º de março de 2007, por motivações estritamente éticas: contra a matança e sofrimento impostos pelos seres humanos aos demais animais. Com o tempo, ampliei minha perspectiva, e adotei uma posição que chamamos de ‘abolicionista’, isto é, pela extinção de todas as formas de exploração animal. Eu já era protovegetariano há muitos anos, por influência da minha mãe, mas nunca havia tido consciência da dimensão do problema da exploração animal. Após algum tempo de leitura e conversa com outros veganos, eu percebi que não havia como permanecer no estágio em que estava, em que não comia carne, mas ainda contribuía para a exploração animal de diversas formas. A principal mudança no nosso cotidiano é que precisamos aprender a ser mais autônomos. Não é fácil encontrar comida vegana pronta, então temos que saber cozinhar. Embora às vezes seja inconveniente, no final é bom porque consumimos menos alimentos industrializados. A maior dificuldade é comprar produtos de higiene, limpeza, cosméticos... Saber quais marcas não testam os produtos em animais, quais ingredientes têm de origem animal... Mas na verdade, essa dificuldade é passageira. Com o tempo você memoriza quais são as empresas, os ingredientes, e sabe exatamente o que comprar. Mas é relativamente fácil ser vegano no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Porto Alegre, que são as grandes cidades que conheço bem. Nas cidades do interior é mais complicado, pois as opções são mais limitadas. Em Minas Gerais, encontrei leite até em pão integral e no açaí! E nas pequenas cidades o monopólio das grandes multinacionais, muitas das quais testam em animais, é muito forte, então é muito complicado encontrar produtos de limpeza e higiene veganos. Nos restaurantes temos que redobrar a atenção, porque as pessoas simplesmente não entendem o que é ser vegano”.
David Turchick, 28 anos, economista
Rafael Bán Jacobsen, 29 anos, físico e coordenador do Grupo Porto Alegre da Sociedade Vegetariana Brasileira “Sou vegano há 13 anos, porém, cabe sempre lembrar que tornar-se vegano é muito mais do que mudar a alimentação, porque o veganismo não é uma dieta, mas sim uma prática diária que busca excluir ao máximo a exploração animal em nosso modus vivendi como um todo. Isso, é claro, inclui reelaborar o cardápio, optando sempre por refeições vegetarianas, mas isso é apenas uma pequena parte da história. Nessa tônica, talvez o mais apropriado seja dizer que o vegetarianismo é a dimensão dietética do veganismo, o qual por sua vez, engloba outras práticas, tais como boicotar artigos de vestuário com peles, couro, lã, seda, camurça ou outros materiais de origem animal (como adornos de pérolas, plumas, penas, ossos, pêlos, marfim, etc.), produtos de qualquer natureza que tenham sido testados em animais, circos com animais, rodeios, vaquejadas, touradas, jardins zoológicos, etc. Tornei-me vegetariano da noite para o dia, sem refletir muito e sem influência direta de alguma coisa externa. Hoje compreendo que foi por causa de um longo processo de elaboração inconsciente. Durante minha infância, sempre ajudei minha mãe a recolher e tratar animais de rua, ficava revoltado com parentes que iam pescar, tinha terror ao ver cavalos mal tratados pela cidade, mas não estendia essa compaixão e, mais do que isso, esse respeito aos animais que me serviam de alimento. Em um certo almoço, diante de um pedaço de frango, um mal-estar súbito me tomou, um sentimento de culpa terrível. Não consegui terminar aquela refeição e, daquele dia em diante, deixei de comer carne. Foi praticamente uma “revelação”. Nos meses que se seguiram, eu me dediquei a tentar racionalizar aquele sentimento que me levara a abdicar da carne e comecei a buscar na internet receitas sem carne, informações sobre criação e abate de animais, e logo descobri toda a crueldade e, mais importante, toda a falta de ética que está envolvida na obtenção de produtos de origem animal como um todo. Vi todas as situações em que os animais são tratados como máquinas ou como escravos a serviço dos humanos. Não havia, então, a enorme quantidade de sites e grupos de discussão que hoje temos, mesmo assim, tudo que vi e li foi mais do que suficiente para mim. Poucas semanas depois de largar a carne, abandonei os demais produtos de origem animal e abracei o veganismo. Hoje, o veganismo é uma das coisas mais importantes da minha vida, é a minha forma de me posicionar no mundo, e é algo tão forte que, acredite se quiser, não consigo ter lembranças nítidas de mim mesmo comendo animais (exceto aquele último frango). É como se fosse tudo um filme velho e borrado sobre algo que é puramente ficcional e jamais aconteceu na realidade”.
VISÃO AMBIENTAL • MAIO/JUNHO • 2011
Arquivo pessoal
“Ninguém se torna vegano por motivo ecológico, espiritual ou de saúde. O veganismo é a filosofia de vida de que devemos procurar viver sem explorar os outros animais - independentemente de estes serem humanos ou não. A motivação por trás da decisão de se tornar vegano é sempre, por definição de veganismo, não explorar os animais. Uma melhora na saúde do indivíduo ou do planeta podem ser esperados, sim - mas são consequências da adesão ao veganismo, e não causas. Quanto à influência familiar, como na maioria dos casos, esta foi contrária. O importante é você ter bem definido e deixar claro a seus parentes que não está disposto a mentir a si mesmo, trair seus próprios princípios. Eu sei que as pessoas não consomem peixes, couro, cachorros ou xampus testados em animais por serem inerentemente más. Em geral, fazem-no por ainda não terem sido devidamente convidadas a pensar seriamente a respeito da moralidade desses seus atos, ou por desconhecerem a alternativa (o veganismo), ou ainda por acharem esta difícil (e não é, eu juro!). Se sou convidado para um churrasco e quero estar com as pessoas que me convidaram, costumo trazer uns salgados gostosos para surpreender os não veganos presentes. Da última vez até meus amigos ainda não veganos compraram sorvete de manga sem leite animal por minha causa... Ah: mas claro, se eu achasse que o churrasco não aconteceria se eu não fosse, diria que não iria (e explicaria bem o motivo, nada de desculpas)”.
Arquivo pessoal
Arquivo pessoal
Bruno Frederico Müller, 31 anos, historiador e membro fundador da Sociedade Vegana
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Arquivo illycaffè
EMISSÕES
Pesquisa inédita revela as emissões do café Estudo realizado pela illycaffè, em parceria com o Centro de Energia Nuclear na Agricultura, calcula as emissões de gases do efeito estufa na cafeicultura
VISÃO AMBIENTAL • MAIO/JUNHO • 2011
Foram divulgados os primeiros resultados de um estudo inédito, focado nas emissões de gases do efeito estufa na cafeicultura, promovido pela illycaffè em parceria com o Centro de Energia Nuclear na Agricultura, da Universidade de São Paulo (Cena/USP). A pesquisa foi apresentada no último mês de março em São Paulo (SP), durante o Seminário “Criando Valor a partir do Conhecimento e da Sustentabilidade”, organizado pela Universidade do Café Brasil.
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Por meio desse projeto – que está identificando as emissões para reduzir o impacto e ampliar a fixação de carbono na cafeicultura –, a illycaffè busca conhecer melhor as implicações ambientais da atividade para conduzir e especializar, ainda mais, seu trabalho ligado à produção do café sustentável. A iniciativa também ajudará toda a cadeia produtiva do café a identificar os maiores problemas, aplicar alternativas que não prejudiquem a produção nem a qualidade do café e que, ao mesmo tempo, reduzam a contribuição do setor no aquecimento global. A pesquisa, coordenada por Carlos Clemente Cerri, professor titular do Cena/USP
e especialista em mudanças climáticas, está sendo desenvolvida em Minas Gerais, estado que concentra dois terços da produção de café do País, com suas 23,7 milhões de sacas produzidas em 2010, segundo a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento). As análises foram concentradas em três importantes regiões produtoras: Cerrado, município de Presidente Olegário; Matas de Minas, município de São João de Manhuaçu; e Sul de Minas, município de Cabo Verde. BA
O principal objetivo do estudo é, primeiramente, identificar os maiores focos de emissão, para que possam ser analisadas maneiras de amenizar os efeitos dos principais gases gerados pela agricultura no Brasil, entre eles: o CO2 (dióxido de carbono); o CH4 (metano), 25 vezes mais potente do que o CO2; e o N2O (óxido nitroso), cerca de 300 vezes mais potente do que o conhecido dióxido de carbono. Segundo Cerri, “um gás pode ser medido a partir da sua capacidade de reter a radiação solar que bate na superfície do planeta e volta na mesma direção”. O especialista lembra que é
MG
ES
SP PR Cerrado Mineiro
Sul de Minas
Mata de Minas
ANTONIO CARREIRO
nessa hora que um gás pode se constituir um aliado do fenômeno de “estufa”, ao bloquear a saída da radiação solar que incide sobre o planeta. No caso da agricultura, mais especificamente no caso do café, as emissões dos chamados gases de efeito estufa (GEE) acontecem ao longo de todo o processo produtivo: do plantio, passando pelo manejo, colheita, transporte até a secagem e beneficiamento. Ao longo dessas etapas, o café gera o chamado CO2 equivalente, dióxido de carbono e outros gases “que deixam um rastro de carbono ao longo de sua produção”, destaca Cerri. Potencial de aquecimento global dos gases do efeito estufa (GEE):
CO2 1
CH4 25
N2O 298
Arquivo illycaffè
1 kg CH4 = 25 kg CO2 1 kg N2O = 298 kg CO2
Ainda segundo os primeiros resultados da pesquisa, as principais fontes de emissão da cafeicultura, atualmente, estão concentradas no solo e nos resíduos decorrentes da atividade. Identificar, precisamente, as fontes de emissão e mitigar seus efeitos sem afetar a qualidade e a produtividade são os maiores desafios de um estudo como este. “Esta é uma iniciativa pioneira da illycaffè, em que teremos a oportunidade de calcular e monitorar essa emissão. Essa
O cálculo foi conduzido d a s e g u i n te m a n e i ra : a s e m i s s õ e s d e CO 2 , N 2 O e CH4 (contabilizadas por hectare, saca e quilograma) – provenientes dos fertilizantes sintéticos, orgânicos, do calcário, do combustível e da eletricidade – foram multiplicados pelo fator de emissão internacional – Emission Factor (EF) –, já que o Brasil ainda não possui um índice nacional para as emissões.
informação será exigida, muito em breve, pelo mercado consumidor internacional e estamos nos antecipando a isso”, afirmou Cerri. Pa ra o c á l c u l o, b a s e a d o n a s a f ra 2009/2010, foram utilizados os dados do Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC) e do The Greenhouse Gas Protocol – padrão internacional para quantificar os gases do efeito estufa –, além do inventário brasileiro de emissões, chamado de “Comunicação Nacional Inicial do Brasil à Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança Clima”.
Arquivo illycaffè
Além dos processos produtivos, os insumos agrícolas apresentam alto índice de emissão, considerando, principalmente, os fertilizantes nitrogenados – que liberam N 2 O e CO 2 – e o calcário, responsável pela emissão do CO2. Além disso, foram levados em consideração a utilização dos combustíveis – responsáveis pela emissão de CO 2 ,CH 4 e N2O –, sobretudo nos transportes, e o uso da energia elétrica ao longo do beneficiamento – que libera CO 2 e CH 4 quando gerada em uma hidrelétrica, por exemplo.
VISÃO AMBIENTAL • MAIO/JUNHO • 2011
Divulgação
A conclusão desta primeira fase da pesquisa batizada de “Inventário de emissão de GEE na cafeicultura”, realizada entre setembro de 2009 e agosto de 2010, mostrou que “o uso de adubação nitrogenada tem enorme impacto sobre
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EMISSÕES
Nas Matas de Minas, 78% do total de emissões analisadas são provenientes do uso de adubos que contêm nitrogênio em sua composição. No Cerrado, o número atinge 75%. No Sul de Minas, os fertilizantes nitrogenados respondem por 50% das emissões na produção do café, já que “a região apresenta maior uso de adubação organomineral”, lembra Cerri. Cerrado: 75% Água Residuária 0.002%
Casca de Café 1%
Água Residuária 0.002%
Uréia 59%
Esterco oe Palha de Café é 13% %
Sul de Minas: 50% Esterco oe Palha de Café é 13% %
VISÃO AMBIENTAL • MAIO/JUNHO • 2011
Fertilizante Nitrogenado 87%
20
kg/saca
kg/kg
4,95
182
3,0
Matas de Minas
2,83
126
2,1
Sul de Minas
2,03
50
0,8
Para diminuir o impacto ambiental da produção do café, reduzindo a emissão – sobretudo de N 2 O – dos fertilizantes, Cerri sugere algumas adequações no sistema produtivo apostando, por exemplo, no uso de fertilizantes com inibidores. Neste caso, Esterco oe Orgân nico poderiam ser adotados fertilizantes com Palha 8% % de Café é inibidores de: uréase,Fenzima erti ertilizante e responsável pela 13% % ético decomposição da ureiaSintétic em amônia; nitrificação, 8% processo formador de nitrito no solo pela ação Fertilizante Fertilizante das bactérias; desnitrificação, formação de gás Nitrogenado Organomineral 87% 84% nitrogênio a partir de outras substâncias que também sofrem a ação de bactérias.
Além disso, o estudo aponta a necessidade e anico importância de se adequar doses, fontes Orgân % modo de aplicação dos fertilizantes na e8% o Ferti ertilizante e Sintétic ético cafeicultura, assim como de adotar máquinas 8% e formas de energia mais eficientes.
Fertilizante Nitrogenado 87%
Uréia 59%
ton/ha Cerrado
Matas de Minas: 78%
Sufelto Amônio 13%
esterco de aviário 27%
Sufelto Amônio 13%
esterco de aviário 27%
toneladas a cada hectare. “A cafeicultura não é um grande emissor [de gases do efeito estufa], quando comparada a outras culturas”, conclui Cerri. Segundo ele, “outros grãos emitem de três a quatro vezes mais”.
Orgân nico 8% % Ferti ertilizante e Sintétic ético 8% Fertilizante Organomineral 84%
Quanto ao uso do calcário, dos combustíveis fósseis e da eletricidade, a contribuição para o total de emissões é menor, quando comparada aos fertilizantes. Levando em consideração a intensidade das emissões em CO2 equivalente, o Cerrado lidera o ranking. Na região, são lançadas na atmosfera 4,95 toneladas de dióxido de carbono (CO2 eq) por hectare. Na Zona da Mata, são 2,83 toneladas. Já o Sul de Minas responde por 2,03
Fertilizante Organomineral A segunda 84%
fase do “Inventário de emissão de GEE na cafeicultura” irá incluir, para o cálculo do índice de emissões na cafeicultura, dois importantes dados quando o assunto é a geração de gases do efeito estufa. “Ainda precisamos contabilizar o carbono do solo e o carbono da biomassa para calcular não só quanto é emitido, mas o total de carbono fixado”, afirma Cerri. A primeira parte deste projeto pioneiro manterá o desafio de conciliar o rendimento da produção e a sustentabilidade, para que um dia “sejamos capazes de atingir um café carbono zero”, aposta o especialista, se referindo à fixação do carbono em outras áreas do ciclo produtivo. O caminho, a curto prazo, é “ampliar o uso de fertilizantes organominerais que, além de gerar redução de custo, são responsáveis pelo maior rendimento e queda nas emissões do café”. Outras ações
também são capazes de mitigar as emissões como, p o r e x e m p l o, a p l i c a r o sombreamento para imobilizar o CO2 da atmosfera na área do cafezal, ao fixar o carbono nas árvores. “O sombreamento, apesar de difícil no Brasil, p e r m i t e q u e a s á r vo re s retirem o CO2 da atmosfera, imobilizando-o na madeira que, posteriormente, pode ser usada na fabricação de móveis, por exemplo, m a nte n d o o d i óx i d o d e carbono aprisionado”, sugere Cerri. Além disso, “a utilização do etanol, em substituição ao combustível de origem fóssil, pode gerar uma economia de 60% a 70% nas emissões de CO 2 em uma propriedade”, ressalta o especialista. O etanol é considerado um produto neutro, já que, o que ele emite na plantação, ao ser ‘cultivado’, é, proporcionalmente, compensado na baixa emissão quando na forma de combustível. Com o cálculo final do “Inventário de emissão de GEE na cafeicultura”, que deve ser divulgado em breve, “será possível, dar início a outros cálculos para diversos produtos no Brasil”, indica o coordenador do estudo.
Arquivo illycaffè
as emissões da cafeicultura”, constata Cerri. Segundo o especialista, esse tipo de fertilização libera N2O, um dos gases que mais contribuem para agravar o efeito estufa.
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ECO ESTILO
Casamento Verde Com ações simples e eficientes dá para conciliar uma festa de casamento chique, cheia de glamour e ecologicamente sustentável, diz Fernanda Floret, do site Vestida de Noiva
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SXC/ Rodrigo Gelmi Mariano De Freitas
VISÃO AMBIENTAL • MAIO/JUNHO • 2011
Por Fernanda Floret
Além disso, ainda no âmbito da decoração, Fernanda afirma que optar por flores da época e priorizar o uso de produtos ecológicos, como papéis de semente ou reciclados, também estão em alta. “Outra dica importante são as lembrancinhas. Nesse conceito, aconselho os noivos a darem aos convidados peças de artesanato adquiridos diretamente daqueles que produzem, com base na política de geração de renda de uma comunidade”, completa.
Fernanda Floret A preocupação com o meio ambiente norteia as ações de grande parte da sociedade em todo o mundo. Sejam empresas de pequeno, médio ou grande porte, associações, colégios, projetos sociais ou até mesmo pessoas físicas que, à sua maneira, tentam preservar o planeta em que vivemos com ações que diminuam o impacto de suas atividades sobre a natureza e/ou o ambiente em que vivem. Para Fernanda Floret, criadora do site Vestida de Noiva (http:// vestidadenoiva.com), essa preocupação acaba de chegar também às festas de casamento.
Por fim – e não menos importante – Fernanda Floret destaca outro ponto que pode ser mais bem elaborado na hora de planejar uma festa de casamento: o deslocamento dos convidados da igreja ao local da recepção. É imprescindível que neste aspecto os noivos pensem nas melhores alternativas possíveis de logística. “Uma alternativa interessante é alugar um sistema de transporte inteligente, como minivans e micro-ônibus. Além de ter menos veículos nas ruas e emitir menos gases poluentes, os convidados poderão chegar em casa com mais segurança e conforto”, conclui.
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Realizar uma cerimônia de casamento ecologicamente correta vai muito além de fazer a recepção em um local aberto, como uma chácara ou sítio, ou de dia,
Fernanda Floret, do site Vestida de Noiva
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Segundo a criadora do site, esse movimento pró-sustentabilidade na organização das festas de casamento já faz parte das dúvidas que os casais têm quando acessam o site e pedem dicas de como ter uma cerimônia elegante e sustentável. “Acredito que um casamento ecologicamente correto já é uma tendência. Há várias maneiras de conseguir isso. Entre as dicas que damos, o mais importante é a de que queremos passar a ideia de que uma festa sustentável não necessariamente perde seu glamour, ao contrário, ganha status e elegância”, afirma Fernanda.
“Acredito que um casamento ecologicamente correto já é uma tendência. Há várias maneiras de conseguir isso. Entre as dicas que damos, o mais importante é a de que queremos passar a ideia de que uma festa sustentável não necessariamente perde seu glamour, ao contrário, ganha status e elegância”
VISÃO AMBIENTAL • MAIO/JUNHO • 2011
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em que haverá baixo consumo de energia elétrica. De acordo com a Fernanda Floret, existem várias possibilidades para que o grande dia esteja em perfeita harmonia com o meio ambiente. “Digo sempre que a ideia é causar o menor impacto possível. Uma dica simples é pensar na decoração, optando-se por móveis que contenham madeira de demolição, por exemplo”, diz.
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PRESERVAÇÃO
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A Land Rover Brasil apoia o programa internacional de conservação ambiental da ONG Biosphere Expeditions, que, no País, pesquisa a ocorrência da onça-pintada e outros felinos. Em parceria com o Projeto Puma, a expedição adentra a floresta na região de Guaratuba, na Serra do Mar paranaense, para medir a integridade ambiental desse ecossistema por meio da ocorrência de espécies indicadoras, como são as onças e as jaguatiricas, cujo habitat exige a mínima interferência humana. “É uma parceria sólida esta que a Land Rover mantém globalmente com a Biosphere Expeditions. A iniciativa permite que qualquer interessado no assunto participe das atividades como voluntário nas pesquisas em campo”, informa Flávio Padovan, diretor-presidente da
Jaguar Land Rover Brasil. Segundo o executivo, os veículos cedidos pela Land Rover para o grupo durante o tempo de pesquisa no local possibilita chegar a áreas remotas e de muito difícil acesso, que de outra maneira poderia impedir a ação. O Projeto Puma existe no Brasil há mais de quatro anos em parceria com a Biosphere Expeditions e que atuam no chamado Corredor do Tigre, uma referência à necessidade de um corredor ecológico protegido e ao nome empregado pelos primeiros colonizadores para a onça-pintada. Entretanto, outros animais como pacas, antas, gambás, tatus, cervos M. Mazzolli
VISÃO AMBIENTAL • MAIO/JUNHO • 2011
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LAND ROVER APRESENTA PROJETO DA BIOSPHERE EXPEDITIONS NO BRASIL
e várias espécies de aves também são estudados. M arcelo M azzolli é o cientista da expedição no Brasil. Ele é professor doutor em Ecologia e supervisor de pesquisas da Biosphere Expeditions em outras parte do mundo. Mazzolli é também diretor do Projeto Puma e
M. Mazzolli
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M. Mazzolli
coordenador do curso de Pós-Graduação de Desenvolvimento Sustentável e Manejo Ambiental da Universidade do Planalto Catarinense (Uniplac), em Lages (SC) além de ser membro do Grupo de Especialistas em Felinos da União Internacional para Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN). “No último ano, foi possível registrar vários animais, entre eles a jaguatirica e o puma. O último registro de onçapintada que obtivemos foi em 2008, um indício de raridade. Esse tipo de registro científico nos permite avaliar a área de ocorrência dos felinos na região da Serra do Mar paranaense e das presas das quais dependem”, explica Mazzolli. O pesquisador avisa, entretanto, que apesar de os registros da onça-pintada serem esporádicos não significa que o habitat estudado não seja importante para sua conservação. “A Serra do Mar é o maior refúgio dessa espécie na Mata Atlântica, e mesmo assim poucos indivíduos ainda persistem. Nós trazemos essas informações em primeira mão, para que sejam
Expeditions, em parceria com a Land Rover, avança também com atividades anuais em lugares como Omã, Austrália, Açores, Namíbia, Honduras, entre outros.
tomadas medidas imediatas para reverter esta situação de declínio populacional”, relata. Ainda assim, comparada com outras áreas próximas ao local de estudo, são encontradas várias espécies raras que atestam tratar-se de um dos melhores remanescentes da Serra do Mar no Paraná. De acordo com os cientistas esse é um dos poucos locais onde as antas são registradas facilmente, além de grupos de porcos-do-mato e da jacutinga, ave endêmica da Mata Atlântica que, como as outras
conservação. “Pudemos localizar pela primeira vez, por exemplo, conexões entre cadeias de montanhas próximas e o Parque Nacional Saint Hilaire/Lange, que merecem especial atenção de proteção para manter a continuidade do habitat da onça-pintada e de outras espécies que exigem grandes áreas para sobreviver. Sem estas conexões, a onça-pintada desaparece imediatamente”, relata o professor Mazzolli. Para a Land Rover, trata-se de uma vitória o fato de o grupo ter localizado pontos críticos para conservação de espécies tão raras, e trabalharem intensamente para protegê-las. “Ficamos muito satisfeitos com um retorno positivo como esse e com certeza nos anima a permanecer com a parceria”, conta Padovan. O grupo de cientistas da Biosphere
Comunicação Land Rover e Dr. Marcelo Mazzolli www.landrover.com/ourplanet
Dr. Marcelo Mazzolli Universidade do Planalto Catarinense - Uniplac www.uniplac.net
Projeto Puma, Brazil www.projeto-puma.org
IUCN - Species Survival Comission Cat Specialist Group www.catsg.org
VISÃO AMBIENTAL • MAIO/JUNHO • 2011
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espécies citadas, desapareceu de grandes extensões de sua distribuição original e encontra-se atualmente isolada em poucas áreas da floresta. O projeto comunica seus resultados ao órgão ambiental estadual (Instituto Ambiental do Paraná - IAP) e federal (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), além de registrá-los em publicações científicas e congressos internacionais, auxiliando a subsidiar planos concretos de
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VISÃO AMBIENTAL
Vanessa Trad
Não é difícil ter uma casa ecologicamente correta
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O termo sustentabilidade nunca foi tão falado como nos últimos tempos. Mas, como aplicá-lo em nossa vida e em nossa casa? Quem tem consciência ambiental e pensa no futuro do planeta, além de mudar hábitos e ter atitudes ecológicas no seu dia a dia, ao decorar, reformar ou construir a sua residência, planeja também uma arquitetura que torne a casa ecologicamente correta. É possível pensar em sustentabilidade aliada a conforto, bemestar e beleza. Algumas atitudes básicas e fundamentais são: utilizar água e energia elétrica de forma consciente, reciclar o lixo e reaproveitar materiais. Essas são formas simples de ingressar no planeta sustentável, pois as futuras residências servirão para que a família reveja suas atitudes diárias e se conscientize da nova forma de viver. Uma residência verde tem inicialmente como processo construtivo um redutor residual, que é o maior vilão da construção civil. As escolhas dos materiais devem ser pensadas para que se utilizem produtos com menor impacto ambiental e claro, economicamente viável ao morador, permitindo uma fácil manutenção. Há inúmeras maneiras de desenvolvimento em uma construção sustentável: a iluminação natural, por exemplo, deve ser um item muito bem analisado. Quanto mais luz natural na residência, menor será o uso da energia elétrica, e para evitar que o interior aqueça demais, é possível apostar em películas para os vidros das fachadas.
Já é possível captar a energia solar e transfor mar em energia elétr ica, há equipamentos no mercado com preços viáveis. Prefira eletrodomésticos, que trazem o selo Procel, pois são equipamentos que apresentam alta eficiência energética, portanto, compre um novo e veja a diferença na sua próxima conta de luz. Além de fazer um bem ao planeta, você fará um bem ao seu próprio bolso. Para economizar dinheiro e os recursos escassos da natureza, a solução pode ser também o uso racional da água, a reciclagem e o reaproveitamento das águas pluviais. Com projetos minuciosos, que em casos de decoração ou construção podem ser feitos por um arquiteto, há inúmeras maneiras de reciclar e reaproveitar. Um bom exemplo de soluções simples podem ser torneiras temporizadas e caixas acopladas nos vasos sanitários. Hoje as empresas estão se adequando à ideia de sustentabilidade e criando produtos certificados, de baixo impacto ambiental, e milhares de alternativas sustentáveis. Por isso, pesquise antes de comprar qualquer objeto de decoração, móveis ou material de construção. Certifique-se da origem e se há selos de sustentabilidade. A arquitetura do século XXI prioriza o conceito de diminuir ao máximo os impactos ao meio ambiente, isso é essencial para a preservação e a utilização de recursos naturais de maneira menos destrutiva. Mas, a casa sustentável, além de ser ecologicamente correta, tem o papel de oferecer ao usuário um maior confor to ambiental e funcional, proporcionando ao usuário melhores condições físicas e mentais a cada dia. O contato com a natureza é importante e se podemos tê-la dentro de casa, por que não aproveitar?
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A arquitetura de residências sustentáveis prioriza o conceito de diminuir ao máximo os impactos ao meio ambiente
VANESSA TRAD Arquiteta www.vanessatrad.com.br
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CONSUMO CONSCIENTE
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Conectada com as principais novidades e tendências mundiais, a Enfim incrementou sua linha de jeanswear masculina, lançando o jeans eco-friendly. Identificado pelo número 50699, emprega na sua fabricação uma técnica que utiliza o ozônio no processo de lavanderia, sem gastar uma gota d’água. www.enfimblog.com.br/moda
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A Nike Sportswear lançou o “Women’s Premium Print Pack”, composto por três tênis femininos da marca: Nike Flash Macro Premium, Nike Blazer Mid Premium e Nike Air Rift Premium. Os tênis foram confeccionados com tiras de papel reciclado de revistas. As páginas recortadas recebem um tratamento especial que garante resistência e durabilidade igual a de qualquer outro tênis da marca. Além de serem produzidas em baixa escala, são peças exclusivas devido à variedade de publicações utilizadas para compor o cabedal reciclado. www.nike.com.br
Dentro do conceito internacional dos 3 Ps (people-pessoas, profit-lucro e planet-planeta), incorporando modelos de ação economicamente viáveis, socialmente justos e ambientalmente corretos, e comprometida com a biodiversidade da floresta, a Ouro Verde Amazônia trabalha com o beneficiamento de produtos florestais não madeireiros, entre eles a castanha-do-pará. Um dos produtos de destaque é o azeite de castanha-do-pará. www.ouroverdeamazonia.com.br
A empresa Metagreen cria e fabrica produtos feitos à base de tubo de creme dental - 75% plástico e 25% alumínio. São jardineiras, lixeiras, coletores, quadros de aviso e muitos outros, que não propagam chamas e podem ser expostos ao tempo, pois não absorvem água. www.metagreen.com.br
A Arte em Cadeiras faz uma releitura da cadeira Luiz Felipe, a peça ganha acabamento em laca preta alto brilho e encosto com palha da mesma cor. Os artesãos utilizam técnicas de encaixes macho e fêmea, sem o uso de pregos ou grampos, o que garante móveis com grande durabilidade, resistência e sofisticação. A matéria prima é o jequitibá rosa madeira certificada pelo Ibama, segue o rígido controle de poda e extração, sem deteriorar o meio ambiente. www.arteemcadeiras.com.br
Sucesso absoluto de vendas, a Havaianas Grafitti acaba de ganhar uma nova versão. Os grafiteiros Finók, Chivitz e Minhau assinam juntos uma nova estampa em edição limitada com os característicos elementos de seus grafites. Originalmente ecológicas por serem feitas em borracha, material que pode ser totalmente reaproveitado, as sandálias Havaianas são sucesso mundial. www.havaianas.com.br
O AFIX Adesivo Spray é indicado para aplicação na colagem de pisos vinílicos (apresentações em placas e em rolo) e revestimentos de parede (pastilhas, azulejos, cerâmicas, mármores, granitos). É um produto que traz inúmeras vantagens no seu uso: mais prático e sem sujeira; aplicação mais fácil; pode ser usado por qualquer pessoa; cola com secagem rápida e de alta resistência; e não possui CFC, ou seja, não agride o meio ambiente. www.afix.com.br
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A Naturezza tem agora uma linha 100% ecologicamente correta, em cabedal confeccionado com napa acqua – todo solvente utilizado na confecção é 100% recuperado, não há emissão de gases na atmosfera. Cores elaboradas com corantes a base d’água, cadarço feito de fibra 100% de algodão, ilhoses em alumínio reciclado de latinhas de refrigerante, sola antiderrapante numa mistura de cortiça reciclada e aroma de andiroba, forro confeccionado com fibra de bambu. Tudo sem abrir mão do conforto e durabilidade. www.naturezza.com.br
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O mundo dos secadores também é invadido pela onda da sustentabilidade. A Parlux mostra sua preocupação com o meio ambiente e disponibiliza no mercado um secador com o selo eco-friendly: o Parlux 3800 Ionic & Ceramic Edition. Produzido com matériaprima reciclável, embalagens e garantias em papel biodegradável, carcaça também reciclável e pintura livre de tóxicos, atende a necessidades de beleza levando em conta as questões ambientais. www.cemel.com.br
Artesanato que vai de calçados e roupas feitas à mão, a objetos de decoração e boas ideias para presentear, a loja Angelina Vai às Comprasé um achado para quem busca exclusividade e sofisticação. Entre as novidades estão a linha de moringas e garrafas coloridas, decoradas por pássaros e flores. www.angelinavaiascompras.com.br
Nascida há quase dois anos, a Mãos da Terra foi desenvolvida tendo por base o uso sustentável da rica biodiversidade brasileira. A marca de acessórios utiliza sementes não germinadas, fibras naturais, refugos de madeira, osso, chifre, conchas de madrepérola e pedras, tudo recolhido através de coleta seletiva feita pelas comunidades do Cerrado e da Amazônia, gerando trabalho e renda às mesmas. Há todo um cuidado em se utilizar materiais que, retirados da natureza, não ocasionem nenhuma degradação ambiental. Essa matéria-prima transforma-se em peças desenvolvidas pela designer Mércia Stela e sua irmã, Paula Santos, em São José do Rio Preto, interior de São Paulo. www.maosdaterra.art.br
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O cartunista Léo Valença desenvolveu o projeto do livro “Aquecimento Global em Cartuns” em parceria com o portal Brazil Cartoon, que realizou a seleção de cartunistas para publicação de uma coletânea que visa criar um espaço de divulgação de novos talentos do humor gráfico e desenvolver uma reflexão sobre a questão do aquecimento global. O resultado é bem interessante e foi produzido no sistema POD- “print on demand” ou impressão por demanda, em que se imprimem estritamente os exemplares encomendados. Participaram do projeto: Léo Valença, Leite, Jottas, Da Costa, Jorge Barreto, Alex Larcher, J. Bosco, Waldez Duarte, Alan Souto Maior, José Alves Neto, Casso, Ferreth, Kampos, Lederly Mendonça, Jota A, Lex Franco, Gustavo Oliveira, Bira Dantas, Marcelo Rampazzo, Melo, Marcos Noel, Adriano Louzada, Moises Macedo, Max e Edra. www.podeditora.com.br
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O artista plástico gaúcho Itelvino Adolfo Jahn empreende um trabalho artístico totalmente orgânico, ecológico e com sustentabilidade, aliando arte, cultura e meio ambiente, unindo homem e natureza. A matéria-prima das obras são as árvores da região, que sucumbiram pela idade ou sofreram intempéries naturais ou humanas. Troncos, raízes, fragmentos de madeira de cinamomo, ipê, canela doce, canafístula, guapuruvu, timbaúva, açoita cavalo, eucalipto, cedro gaúcho, laranjeira, abacateiro, são transformados por serrote, machadinha e formão, em peças únicas com movimento e leveza. www.itelvinojahn.com.br
Confeccionadas em fibras naturais, como a palha, o algodão e o sisal, com solado fabricado em sola de pneu reciclado, as sapatilhas se destacam pelo conforto extremo e estilo despojado. www.gooc.com.br
A loja virtual da Eco.lógica Design reúne trabalhos de diversos artesãos e designers brasileiros que utilizam materiais reciclados em suas produções, reaproveitando resíduos e madeiras de reflorestamento, o que contribui para a conservação do meio ambiente. A nova parceria é com o projeto Novas Marias, um trabalho ecossocial desenvolvido pela designer Jacqueline Chiabay, em que mulheres do sistema prisional capixaba aplicam horas de trabalho para a confecção de minibolsas. As minibolsas Novas Marias são feitas a partir de técnicas de franjados sobre telas e trabalhos manuais que aliam habilidades e aptidões à reutilização da matéria-prima principal: resíduos de couro. www.ecologicadesign.com.br
A Surya Brasil tem linhas de produtos com ingredientes da biodiversidade da floresta amazônica. Produzidos dentro do conceito de sustentabilidade, esses diferenciais despertaram o interesse de compradores internacionais e divulgam no exterior a preocupação crescente da indústria nacional com estas questões. Entre os lançamentos estão: Surya Henna Creme, uma coloração capilar com 80% a 90% de ingredientes naturais e corantes livres de metais pesados e o xampu sem sal e condicionador à base de extratos naturais enriquecidos com buriti e cupuaçu e livres de parabenos. www.suryabrasil.com
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Fenix é o óculos solar Amigo da Natureza, desenvolvido com tecnologia Mormaii Neocycle. A armação proveniente de matéria-prima reciclada e desenvolvida exclusivamente para a Mormaii, o NEO.GRID - além de manter as propriedades da matéria-prima original - tem como objetivo minimizar ao máximo o impacto ambiental durante a fabricação. O lançamento conta ainda com as primeiras lentes eco-friendly para óculos de sol. Também exclusividade Mormaii, as lentes NEO.VISIONE são provenientes de fontes renováveis de origem vegetal, com alto índice de pureza e transparência. Todo processo de produção está inscrito no programa CarbonOK, em parceria com a Ambiens, neutralizando a emissão do carbono poluente. Além disso, todo o package é também Amigo da Natureza. O plástico protetor dos óculos foi substituído pela NEO.BAG, que além de proteger substitui as flanelas comuns na limpeza diária das lentes. A NEO.BAG é produzida através da reutilização da fibra de garrafas pet, o material de comunicação é produzido em papel ou tecido reciclado, certificado pelo selo FSC, e o tag informativo é feito de papel plantável 100% biodegradável. www.oculosreciclado.com.br
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INOVAÇÃO
Por Susi Guedes
Carro biodegradável
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Finalmente o carro verde - conceito e design para o carro do futuro
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C r i a r u m ve í c u l o q u e a l i e d e s i g n , modernidade e conceitos sustentáveis é sonho de muitos. Desde criadores independentes até grandes indústrias automobilísticas se envolvem nesse objetivo, mas todos sempre esbarram em vários fatores que passam por busca de melhores materiais, dirigibilidade, soluções de conforto, viabilidade econômica, apelo emocional e tantos outros. Fazendo o caminho inverso da maioria, Kenneth Cobonpue, um importante designer filipino que já tem carreira consolidada principalmente no setor moveleiro e de decoração, em parceria com o alemão Birkner Albrecht, criaram o primeiro “carro biodegradável”. Tendo como base materiais diversos, entre eles, bambu, vime, aço, nylon, tecidos
de fibras orgânicas, que em tese teriam extração e manipulação sustentáveis, seriam reaproveitados ou se degradariam na natureza em tempo bem menor que os carros comuns. Batizado de Phoenix e lançado no começo deste ano na mostra“Imagination and Innovation” em Milão, esse roadster (tipo de carro que atinge altas velocidades) mede 3,8 m, teve sua base construída em 10 dias e teria tempo de vida estimado em média de 5 anos em localidades urbanas e industrializadas e de 15 anos em outras localidades. A ideia é que, mantendo seu chassi de aço, sua carcaça possa ser facilmente substituída, e que esse descarte não agrida a natureza, já que o material utilizado é biodegradável. As questões de motor, combustível, baterias, ainda não foram definidas, uma vez que é preciso pensar em soluções que sejam
coerentes com o conceito e viáveis t e c n i c a m e n t e, portanto pelo menos por enquanto ele não deve ser visto trafegando por aí. O protótipo chama a atenção por sua beleza, arrojo e preocupação ambiental, m a s m u i t o a l é m d i s s o, demonstra que a flexibilidade na forma de pensar o futuro do transporte é fundamental para bons resultados. Kenneth Cobonpue acredita que este seja o futuro dos “carros verdes”, e em entrevista exclusiva à Visão Ambiental, fala um pouco mais sobre o projeto,
e suas expectativas. RVA - Sr. Kenneth Cobonpue, sua escolha por materiais ecologicamente corretos e o design inovador usado em suas criações fazem com que seja admirado e reconhecido como um dos mais importantes designers de móveis e decoração do mundo. Este projeto do Phoenix sinaliza para atuação também em outros segmentos?
RVA - Por que decidiu criar o Phoenix? Pode nos contar algo sobre o projeto? Inspiração, materiais, combustível a ser usado, equipe? Há previsão para o lançamento comercial do carro? Há alguma parceria com a indústria automobilística? KC - Meu primeiro projeto é mais de natureza conceitual, um projeto pessoal. Um projeto em grande escala para ter sucesso terá, obviamente, considerações mais práticas em segurança, durabilidade e dirigibilidade.Tivemos muito interesse de outras companhias de carro durante a mostra em Milão, mas eu quero aguardar até ficar totalmente projetado de forma executável. Se formos bem sucedidos, isso mudaria a natureza da produção em massa, porque seria tão fácil de personalizar veículos, se você torná-los “feitos à mão”. Fabricação de automóveis já não seria de domínio exclusivo dos países industrializados, mas os países em desenvolvimento também dominariam a técnica e teriam acesso ao know-how. Seria trazer de volta a dignidade do artesão, sem ter operário com sua labuta repetitiva em
uma linha de montagem, e que pode ver o seu trabalho tomado por robôs mecânicos. Haveria também um menor consumo de energia na produção. R VA - H á a l g u m n o vo projeto ligado a meio ambiente? KC - Estamos desenvolvendo iluminação verde mais sustentável e móveis. Agora, eu estou redesenhando um cassino, um aeroporto inteiro e, provavelmente, um resort.
“Um veículo artesanal orgânico é uma alternativa sustentável para uma indústria que requereria ferramentas pesadas e enormes quantidades de energia para a produção, para não mencionar centros de reciclagem para resolver seu problema de resíduos.”
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KC - Não importa o que afirma a indústria automobilística, a produção, uso e descarte dos veículos a motor são algumas das atividades mais destrutivas e prejudiciais ao planeta. Olhei para o mobiliário handwoven (feito a mão) natural que eu estava fazendo e me perguntava por que eu não posso aplicar tudo isso para o automóvel. Um veículo artesanal orgânico é uma alternativa sustentável para uma indústria que requereria ferramentas pesadas e enormes quantidades de energia para a produção, para não mencionar centros de reciclagem para resolver seu problema de resíduos. O corpo médio do carro hoje sobrevive à vida útil do motor, já que nós temos montes deles apodrecendo em ferrosvelhos. Um corpo leve de bambu, vime, metal e chassis de fibra de carbono que poderiam ser produzidos a baixo custo e se biodegradam ao longo do tempo, essa foi a nossa solução. Minha equipe e eu trabalhamos por um ano para vir com um projeto apropriado, como se vê hoje. Eu projetei um chassi que foi desassociado de seu quadro tubular de
aço soldado. Bambu e rattan [tipo de fibra parecida com bambu] selecionados foram tecidos ao longo deste quadro e minimamente reforçado com fibra de carbono, além de um revestimento à base de óleo de materiais naturais protegidos dos raios UV e água. Nós terminamos todo o chassi em 10 dias.
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ARQUITETURA
Por SUSI GUEDES
Casas Sustentáveis
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A construção de casas sustentáveis vem sendo estudada em vários níveis acadêmicos e da sociedade
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ARQUITETURA IVD- Eu queria agregar valor a projetos sociais, então a questão ambiental me pareceu um bom ponto de par tida para integrar os dois objetivos. RVA- Como escolhe as pessoas que receberão as casas? Quais os custos para as famílias beneficiadas? IVD – As famílias são escolhidas de acordo com a necessidade delas. Os fatores que levamos em consideração são grau de pobreza, necessidades social e até risco de vida, em caso de área mal conservada, ou de violência doméstica. As famílias recebem a casa gratuitamente, mas na maioria dos casos, participa da construção, doando seu trabalho com grande alegria.
sempre haverá uma utilização para elas, só não se pode misturar tamanhos e modelos diferentes numa mesma parede.
RVA – Quais os principais diferenciais das casas que você constrói? IVD- As casas têm um desenho que ajuda na climatização, ventilação e iluminação, o que colabora também com a economia de energia e dá a sensação térmica de conforto. Além disso, elas são feitas todas com garrafas pet já descartadas, e as garrafas podem ser de qualquer modelo,
RVA- Há algum estudo sobre custos? IVD – O uso de material já descartado e mão de obra da comunidade, normalmente voluntária, nos permitem reduzir os custos em até 60%, tendo como comparação uma casa convencional simples, feita com materiais simples. Dependendo do tipo de obra, essa relação pode ter alguma variável para mais ou menos, esta é a média.
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Há novos materiais, novas formas de administrar e descartar resíduos, novos treinamentos, novas tecnologias, gestão integrada, e até selos de qualidade. Esses itens têm sido amplamente estudados e a evolução do setor é animadora, no entanto há um caso que emociona pela simplicidade e o objetivo social, que são a força motriz de Ingrid Vaca Diez, arquiteta estudiosa e ativista socioambiental, criadora do projeto Casas com Botellas e morando atualmente em Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, mas que por conta desse projeto humanitário, é merecedora do título de cidadã do mundo. Casas incríveis construídas tendo garrafas pet descartadas como base demonstram que há mesmo uma imensa gama de utilizações que podem ser dadas aos resíduos, as quais muitas vezes sequer são cogitadas. Muito além de um projeto lúdico, as casas construídas por ela, são arquitetonicamente bem elaboradas, aconchegantes e com design muito interessante. Em seu projeto, ela pensa em vários aspectos que incluem necessidade específica, possibilidade local e escolha certa da família a receber a doação da casa, e só então ela busca os melhores caminhos para a realização e finalização da obra. Em entrevista exclusiva para a revista Visão Ambiental, Ingrid nos falou sobre o processo de produção, os objetivos do projeto e também o que a move nesta empreitada.
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RVA- Suas casas são bonitas, inteligentes e interessantes. O que a moveu a criar este projeto?
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ARQUITETURA
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RVA - Pode nos dizer algo sobre o método construtivo?
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IVD – Não há grandes segredos. As proporções são normalmente as seguintes: Colunas: garrafas de 500 ou 600 ml formando um círculo de 11 garrafas. No centro amarramos entrelaçadamente os gargalos com sisal ou nylon. A mistura pode ter uma proporção de 1:6:0,5 (1 de cimento, 6 de areia e 0,5 de cal), mas muitos projetos mais simples usam somente barro para construir as paredes e colunas. Paredes: usa-se sisal ou fios de nylon normalmente utilizado na agricultura. Devemos amarrar cada garrafa entre si como se fosse uma rede, tanto nos gargalos quanto na base da garrafa. A base é entrelaçada dando uma volta com o laço quando a colocamos. Nos gargalos, igualmente, damos uma volta de modo a entrelaçar umas com as outras em uma forma losangular. Nas paredes são usadas normalmente uma mistura de terra com calcário/barro muito similar à argila onde ainda pode ser acrescentada a palha de
arroz. A proporção é de 1:6:1 (1 de cimento, 6 de argila e 1 de cal). Essa mistura com a cal e cimento serve para evitar problemas em épocas de chuva. Para a construção de cabanas pode-se utilizar a mistura com a proporção de até 1:10:0,5 (1 de cimento, 10 de terra e 0,5 de cal). RVA – Que material é utilizado para o preenchimento das garrafas? IVD – Fazemos um funil com o gargalo de uma garrafa menor e para enchê-las podem ser utilizados quaisquer sólidos como terra,
areia, palha de arroz ou trigo e inclusive resíduos de compostagem. O importante é que quanto mais seco é o material, mas fácil se enchem as garrafas. RVA - Quais seus projetos futuros? IVD – Eu gostaria muito de disseminar esta técnica pelo mundo, principalmente em países pobres com população carente e déficit de moradias. Creio que meu projeto possa ser de grande ajuda. O Brasil é um destino que me atrai para este objetivo, mas precisaria de convite e apoio para isso.
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AGRADECIMENTOS : Site Metamorfose Digital www.mdig.com.br MAIS INFORMAÇÕES: www.casasconbotellas.com CONTATO: ingridvacadiez@hotmail.com ou ingrid.47@hotmail.es
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Bio Extratus Cosméticos Verdes
SXC/ Rodrigo Gelmi Mariano De Freitas
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COSMÉTICOS VERDES
Por Susi Guedes
Saber que a empresa respeita o meio ambiente e se preocupa com causas sociais acaba agregando valor ao produto, e cada vez mais isso pesa na hora da opção de compra pelo consumidor final.
Nascida com o compromisso sustentável, a Bio Extratus tem o respeito à natureza em seu DNA. Demonstra isso no uso de matéria-prima que não agride a natureza, produtos biodegradáveis, reutilização e reciclagem de materiais, produção mais limpa e uma série de ações que a linkam automaticamente ao rol de “empresas do bem”.
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Em meio a mais de 120 itens distribuídos em linhas específicas, um dos pontos mais atraentes é a escolha de princípios ativos e aromas ligados à natureza, como cacau, cupuaçu, arnica, hena, camomila, tutano de bambu, algas, entre tantos outros que nos remetem a boas recordações e sensações táteis e olfativas que aguçam o desejo de se embelezar e nos dão uma sensação de bem estar. O caminho sustentável na indústria cosmética se mostra cada vez mais como o melhor a ser trilhado. Comemorar 20 anos nesta trajetória, a tendo escolhido quando ainda não era usual, se mostrou uma escolha inteligente da empresa, que agora conquista prêmios, certificou-se pela ISO 14001 pelo seu sistema de gestão ambiental e colhe lucros e reconhecimento.
Site: www.bioextratus.com.br
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Fica comprovado que as escolhas empresariais no caminho da sustentabilidade são inteligentes.
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Os produtos têm agradado ao consumidor que cada vez mais leva em conta a origem do que usa e as ações da empresa que o produz. Saber que a empresa respeita o meio ambiente e se preocupa com causas sociais acaba agregando valor ao produto, e cada vez mais isso pesa na hora da opção de compra pelo consumidor final.
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Em comemoração aos seus 20 anos de existência, a empresa enfatiza sua “vocação verde”, com uma planta industrial preocupada com questões ambientais, desde o tratamento de efluentes até arborização de paisagismo antierosão.
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EVENTOS
Texto: Da redação Fonte: Assessoria de imprensa Reciclação
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Reciclagem como cidadania e negócios
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Realizada pela Monte Bello Eventos, com patrocínio Ambisol Soluções Ambientais e Banco do Brasil, esta sexta edição da ReciclAção, Feira Brasileira de Reciclagem, Preser vação e Tecnologia Ambiental, contou com 70 expositores e três eventos paralelos coordenados pela 3R Ambiental, UFPR (Universidade Federal do Paraná) e Recicláveis.Com. Segundo Valdir Bello, organizador do evento realizado em maio em Curitiba (PR), o objetivo maior, que é o de promover o debate e gerar a possibilidade de negócios na área de reciclagem e tecnologia ambiental, foi cumprido. A participação em grande escala, tanto da iniciativa privada quanto de órgãos públicos, serviu de base para a promoção de projetos e networking entre expositores e visitantes. “É um evento com a cara do Paraná e principalmente da cidade de Curitiba, por isso vem dando certo e crescendo a cada edição. Lamentamos apenas que os gestores públicos das principais esferas não deem o valor que um evento como a ReciclAção merece”, considera Bello. Além de promover a geração e realização de negócios, assim como a sustentabilidade
e contribuir para multiplicar a consciência socioambiental, o evento também movimenta o setor hoteleiro, restaurantes, bares, táxis e outros serviços fornecidos pela cidade. Em torno de 50% do público expositor ou visitante é oriundo de outros estados e, cidades e, com certeza, o evento merece uma melhor atenção dos órgãos gestores e dos setores responsáveis em promover o turismo de negócios na capital do Paraná. Esperamos que em 2012 seja possível um evento ainda mais abrangente, com a adesão desses setores e com um número ainda maior de participantes”, afirma Bello. O público visitante foi composto por profissionais da área e interessados em novos negócios na área ambiental. A analista ambiental da Vale veio do Pará para conhecer as novas tecnologias exibidas. “A nossa necessidade era identificar a destinação correta dos resíduos da nossa unidade. E com os contatos que obtive aqui abri um leque grande de possibilidades para firmar contrato onde a Vale destinará seus resíduos para um reciclador, havendo assim um rastreamento mais seguro do destino dado a esses resíduos. Também descobri uma tecnologia interessante que pode ser
aproveitada na empresa, que são os big bags aprovados pelo Inmetro para destinar resíduos classe I, com um custo 50% menor que os que praticamos hoje”, revela. A empresária Ivana Rocha trabalha com reciclagem de resíduos de automóveis na Bahia e veio ao evento buscar novidades não somente na questão automotiva, mas para conhecer as inovações das outras áreas “Estou bastante satisfeita com a quantidade de tecnologia apresentada na feira”, afirma. Ivana veio à ReciclAção com foco na questão da reciclagem dos vidros com película, e descobriu uma empresa que trabalha com esse tipo de material em São Paulo. “Além de contribuir com conhecimento nas palestras técnicas, é possível fazer muitos contatos. Fiquei
na área de saneamento e se orgulha de ter sido a primeira e m p re s a d e s a n e a m e n to das Américas a receber a certificação ISO 14001 para um sistema completo de água e esgoto. Mais de cinco mil visitantes tiveram acesso a informação e negócios, a cidadania foi levado a sério através do projeto Eco Cidadão, trabalhos técnicos e pesquisas foram apresentados e debatidos, e as empresas participantes se mostraram satisfeitas com os resultados. Todos esses elementos comprovam o sucesso desta edição e levam a crer num caminho mais amplo para o crescimento e desenvolvimento de um setor
Entre as empresas participantes, houve grande diversidade de opções que atendiam às mais diferentes necessidades, sempre no intuito de promover negócios sustentáveis, tendo a reciclagem e a gestão de resíduos como focos principais. O Banco do Brasil, patrocinador do evento, apresentou suas ações socioambientais com o intuito de fomentar desenvolvimento e geração de renda. A Compagas, concessionária responsável pela distribuição de gás natural no Estado do Paraná apresentou o gás natural como aliado no consumo consciente de energia sustentável. Já a Sanepar, Companhia de Saneamento do Paraná, destaca seu trabalho
Em sua 6ª edição, a feira de negócios ReclicAção, que acontece anualmente em Curitiba, vem se firmando como um dos mais importantes eventos do setor.
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de resíduos. Para ele, a feira cumpre o objetivo de unir a tecnologia com o debate de geração de resíduos. “Aqui há um espaço para se discutir tecnicamente e, a partir disso, buscar uma solução. Estes encontros servem para trazer inovações tecnológicas e novas iniciativas ao conhecimento da comunidade”, comenta.“Não podemos nos apropriar do meio ambiente, transformar embalagens e não resgatar esses resíduos, por isso que a logística reversa é importante, porque fecha uma cadeia em que se utiliza o produto, a sociedade consome e lá na ponta retorna o processo por meio dessa logística. Ela é de responsabilidade de quem fabrica a embalagem. Lógico que o consumidor, se não fizer a destinação correta, estará deixando de cumprir seu papel, também. Mas, é preciso agora atentarmos para a lei e discutir essa integração dos papéis nesse processo”, afirma o deputado. Para o ex-prefeito de Curitiba Rafael Greca (PMDB), o evento dignifica a cidade. “Fomos pioneiros em desenvolvimento sustentável. No
período em que fui prefeito a cidade ganhou o prêmio Habitat, isso em 1996, exatamente por esse pioneirismo na questão de reciclagem e da inovação”, afirma. O ex-prefeito declarou que recebe o evento de forma bastante positiva, principalmente pela importância da discussão da Política Nacional de Resíduos Sólidos. “Todas essas discussões são um coroamento de uma caminhada que começou lá em 1993, quando Curitiba fez 300 anos, em que começou uma série de ações com foco no meio ambiente”, destaca. Jonel Iurk, secretário do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Paraná, comentou que o evento vem se consolidando no Sul do País como um espaço aberto para debates focados na preservação ambiental, reciclagem e na apresentação de novas tecnologias. ”Há uma excelente representação por diversos setores que prestam serviço na área ambiental, mostrando inovações tecnológicas ou dispositivos para a questão dos resíduos para tratamento de efluentes. São muitas novidades tecnológicas que se apresentam hoje no mercado; é um evento que merece nosso elogio e reconhecimento pelo esforço na sua realização”, diz.
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bastante surpresa com o avanço na questão do reuso da água e também aprendi muito sobre as casas sustentáveis. Aprovei o ReciclAção como um evento de qualidade e pretendo voltar em outras edições. Foi produtivo perceber que você tem uma necessidade lá no campo, no desenvolvimento do seu trabalho, e descobre que já há pessoas pensando a solução na área ambiental”, destaca. Autoridades prestigiaram a feira destacando a importância de um evento dessa magnitude para despertar o debate das questões prioritárias da preservação ambiental e reciclagem. O deputado estadual Rasca Rodrigues (PV-PR) declarou que é importante aproveitar todas as oportunidades para discutir a questão
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REVISTA • GESTÃO DE RESÍDUOS • TECNOLOGIA • SUSTENTABILIDADE
idade, l i b a t n e Sust ação preserv l e ta ambien ade ilid b a s n o p res uma n l a i c o s ação c i n u m co a integrad
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VISÃO EMPRESARIAL
Por Sidney Anversa Victor e Pedro Vilas Boas
Do papel pardo às embalagens
SIDNEY ANVERSA VICTOR é diretor do GE-Emba – Grupo Empresarial de Embalagens da Abigraf– Associação Brasileira da Indústria Gráfica, da região de São Paulo.
PEDRO VILAS BOAS é executivo de Estatística e Produto da Bracelpa – Associação Brasileira de Celulose e Papel.
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Das mercadorias embrulhadas em papel pardo ou jornal no próprio ponto de venda, há mais de 50 anos, até os produtos alimentícios oferecidos no comércio já devidamente embalados em papel-cartão nas fábricas, a revolução nesse campo foi gigantesca. O acondicionamento e proteção de produtos são, agora, apenas uma das funcionalidades da embalagem. A embalagem de papel-cartão representa atualmente cerca de 46% de toda a produção do parque gráfico nacional. Os atributos desse material para as indústrias alimentícia, farmacêutica, de cosméticos, higiene pessoal e limpeza, dentre outras, vêm consolidando o produto como preferencial do chão de fábrica ao consumidor final. O desenvolvimento da embalagem em papelcartão, com impressão e acabamento sofisticados, ajuda hoje produtos a terem promoção, interação e comunicação com o consumidor, pelo fato de se poder inserir conteúdos informativos em sua superfície de maneira lúdica e atraente. Outro ponto forte é a qualidade das cores e imagens, recursos gráficos que resultam em embalagens mais bonitas e expressivas. O fato é que a embalagem em papel-cartão tornou-se uma espécie de outdoor do produto, representando para a maioria dos itens dispostos
em gôndolas o único meio de exposição, divulgação e apelo de venda — de acordo com pesquisas recentes, 90% dos produtos em pontos de venda não têm qualquer apoio de comunicação, como campanha de propaganda, publicidade ou marketing. Com infinitas possibilidades de formas e espessura, no aspecto da logística e distribuição, tem enorme contribuição por ser resistente, versátil e de fácil transporte, agregando ainda mais valor ao material. No âmbito socioambiental, tornou-se reconhecido item de proteção ao meio ambiente, já que o processamento de papel-cartão é proveniente, em sua totalidade, de florestas plantadas para fins industriais. As florestas plantadas, em seu período de crescimento e até o corte, sequestram grande quantidade de carbono na atmosfera, ajudando de modo direto na contenção do aquecimento global. Além disso, a embalagem de papel-cartão é totalmente biodegradável e 100% reciclável pósconsumo – o Brasil recicla 3,8 milhões de toneladas por ano de papel-cartão e reaproveita 100% das aparas pré-consumo do mesmo material. Assim, o estímulo ao uso da embalagem em papel-cartão tornou-se fundamental nos dias de hoje. Os aspectos positivos que proporcionam ao usuário final — com qualidades diversas de manuseio e capacidade informativa; aos negócios — pela facilidade de operação logística e promocional —; e ao meio ambiente, são argumentos decisivos para acreditar em uma expansão ainda mais significativa do material no cotidiano do brasileiro.
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FINANCIAMENTO Por SHEILA BRASIL
Instituições criam estratégias verdes para aquisição de crédito mais barato
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Desenvolvimento sustentável por meio de linhas de financiamento e taxas diferenciadas para empresas que buscam ser sustentáveis
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A sustentabilidade no mundo empresarial tem sido uma realidade constante. Num momento em que o mundo caminha para a sustentabilidade, as instituições financeiras traçaram diversas estratégias de apoio e financiamentos para projetos sustentáveis direcionados às pequenas e médias empresas. A premissa já foi dada, e agora temos um novo olhar. Mas a prática ainda caminha suavemente pelo mercado. Não faltam projetos pra incentivar esse novo nicho. O Banco Santander entende que precisa contribuir para o desenvolvimento da sociedade e incentivar as empresas a adotarem boas práticas sociais e ambientais e disponibilizam, aos pequenos empreendedores sem acesso ao mercado financeiro, o microcrédito produtivo orientado. Já a Agência de Fomento Paulista/ Nossa Caixa Desenvolvimento tem a Linha Economia Verde. A taxa de juros é de apenas 0,49% ao mês (+ IPC/Fipe), com prazo de pagamento de até cinco anos (com um ano de carência). Além disso, passam toda a orientação adequada no uso do crédito e oferecem produtos diferenciados como o crédito de carbono e a reforma para acessibilidade. Dentro de uma nova visão de mundo, as empresas atuais percebem a necessidade de estarem alinhadas com as práticas sustentáveis para conseguirem sobreviver. Precisam se enquadrar nos conceitos e modelos de
“negócios verdes”, em pequena ou grande escala, isso ajuda a melhorar a imagem da empresa, e pode também aumentar a lucratividade. E é para essas empresas que várias instituições financeiras têm criado linhas especiais de crédito num intuito coletivo de apoio ao crescimento sustentável, e num parâmetro mais amplo, principalmente no caso de instituições públicas, ajudarem na conquistas de metas de diminuição da emissão de carbono, prometidas por governos de todas as esferas. Aqui alguns exemplos do que tem sido oferecido: Santander O Santander estimula os clientes empresariais a buscarem uma relação cada vez mais equilibrada entre o lucro, o meio ambiente e o desenvolvimento social. As diversas linhas de financiamento que disponibilizam podem viabilizar aquisições de máquinas e equipamentos mais ecoeficientes, reformas para acessibilidade, adequações para produção ou processos mais limpos, projetos em energias renováveis e eficiência energética, saúde, educação e obtenção de certificações. Ao investir em ações que irão tornar sua operação mais sustentável, além de contribuir com o meio ambiente e a sociedade, a empresa pode ainda reduzir custos e adicionar novas receitas.
Agência de Fomento Paulista/Nossa Caixa Desenvolvimento Lançada em março de 2010 pela Agência de Fomento Paulista/Nossa Caixa Desenvolvimento, a Linha de Economia Verde pode ser usada para a adequação d e l i n h a s d e p r o d u ç ã o, substituição de combustíveis como diesel por biodiesel, gasolina por etanol e óleo por gás natural, instalação de biodigestores para o aproveitamento energético de resíduos para a agroindústria, re c o m p o s i ç ã o d e m a t a s ciliares e nascentes com espécies nativas, saneamento, tratamento e aproveitamento de resíduos e transformação de biomassa em energia. A linha de financiamento Economia Verde é um grande incentivo para as empresas paulistas se adaptarem à Política Estadual de Mudanças Climáticas, do Governo do Estado de São Paulo, em vigor desde junho de 2010. A Lei
Cases Crédito mais barato às empresas do setor químico e petroquímico de São Paulo. Poderão ter acesso ao crédito empresas com faturamento entre R$ 240 mil e R$ 100 milhões anuais. O limite de crédito é de R$ 15 milhões com prazos de 60 meses e taxas a partir de 0,49% ao mês. O Sinproquim (Sindicato das Indústrias de Produtos Químicos para Fins Industriais e da Petroquímica no Estado de São Paulo), pretende apresentar todos os detalhes da iniciativa para as empresas. Para o presidente do Sinproquim, Nelson Reis, a iniciativa visa oferecer às pequenas e
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prevê, entre outras medidas, o corte de 20% das emissões dos gases do efeito estufa no estado até 2020, a partir das emissões registradas em 2005. São Paulo foi o primeiro estado brasileiro a aprovar uma lei desse tipo e a Agência de Fomento Paulista/ Nossa Caixa Desenvolvimento foi a primeira instituição do País a oferecer uma linha de crédito voltada para a redução de gases de efeito estufa. A Agência de Fomento Paulista opera como um banco de desenvolvimento e, p o r n ã o t e r a g ê n c i a s bancárias, atua por meio de convênios com 50 entidades empresariais, como a Abimaq, Abinee, Fiesp, Ciesp, Simpi, entre outras, por onde os empresários podem iniciar as primeiras negociações de aquisição de crédito. A instituição possui também a Plataforma de Atendimento e Negócios (PAN), que funciona na sede da Agência de Fomento Paulista, com profissionais especializados para atender pessoalmente os empresários que necessitam de uma linha de crédito. Outra forma de operação é por meio da ferramenta Negócios On-line, no site da instituição, onde é possível solicitar crédito de forma rápida e prática. Também é possível fazer uma simulação da operação de crédito desejada. O site da Agência de Fomento Paulista é www. nossacaixadesenvolvimento.com.br Em quase dois anos de atuação da instituição, foram criadas linhas diferenciadas para atender aos diversos segmentos da economia paulista. Processos modernos foram implantados e parcerias importantes foram realizadas com diversas entidades empresarias paulistas e internacionais como, por exemplo, a Corporação Andina de Fomento (CAF), o banco alemão KFW (para compra de créditos de carbono de empresas) e com entidades que apóiem o empreendedorismo. A Agência de Fomento Paulista está focada no desenvolvimento sustentável e para isso busca financiar projetos com perfis que se enquadrem nesse conceito, oferecendo as melhores condições de prazo e juros do mercado.
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médias empresas oportunidade de acesso ao crédito sem intermediação bancária, eliminando os custos operacionais que os bancos cobram para quem busca empréstimos. “Trata-se de mais uma ação que o Sinproquim oferece às empresas para aumentar a competitividade no mercado”, afirma Reis. De acordo com o presidente da Agência de Fomento Paulista, Milton Luiz de Melo Santos, o foco para 2011 são as empresas que integram as cadeias produtivas das políticas públicas do Governo Alckmin. “Entre nossos objetivos está a ampliação no volume de financiamentos em São José do Rio Preto a projetos que resultem na modernização da capacidade de produção da economia paulista e no aumento da geração de empregos”, declara. Itaú A Área Empresas do Itaú Unibanco, através da prestação de assessoria financeira, procura disseminar boas práticas que contribuam para a gestão responsável das micros, pequenas e médias empresas. Para tanto, a instituição disponibiliza produtos e serviços adequados para cada ciclo de vida de seus clientes, auxiliando-os a obterem resultados cada vez mais eficientes e perenes, considerando os aspectos financeiros, sociais e ambientais.
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Seguem alguns exemplos de produtos de financiamento disponibilizados:
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Linha de financiamento do IIC (InterAmerican Investment Corporation): o Itaú acaba de captar o maior volume já repassado pelo BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) para um banco da América Latina e vai disponibilizar o dinheiro para pequenas e médias empresas que adotem boas práticas nos negócios. São US$ 280 milhões que chegam ao Brasil por um braço da instituição financeira que concede crédito sustentável, o InterAmerican Investment Corporation (IIC). Somados aos US$ 50 milhões capturados pelo Itaú com o IIC em 2006, são, ao todo, US$ 330 milhões disponíveis para essas empresas. Giro e Compror Ambiental: financiamento para empresas que queiram melhorar seus processos, produtos e serviços e ao mesmo tempo minimizar seus impactos no meio ambiente.
Linhas de financiamento do BNDES: Programa de Eficiência Energética BNDES: apoio a projetos de eficiência energética. BNDES Automático: apoio a projetos de implantação, ampliação, recuperação e modernização de empresas (suas instalações e capacidade produtiva). PROPFLORA: fomento ao plantio ou recuperação de florestas para uso industrial, agrícola, áreas de preservação e reserva legal. PRODUSA: objetiva disseminar o conceito de agronegócio sustentável, agregando características de eficiência, de boas práticas de produção, responsabilidade social e preservação ambiental. Programa ABC: objetiva promover a redução das emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) oriundas das atividades agropecuárias e contribuir para a redução do desmatamento. Finame Agrícola: para aquisição de máquinas e equipamentos agropecuários credenciados junto ao BNDES. De modo geral, as empresas que viabilizam “crédito verde” e conseguem oferecer taxas mais acessíveis e prazos mais atraentes, o fazem
com recursos provenientes de fundos internacionais com este foco, entidades públicas que precisam amparar o desenvolvimento sustentável, ou linhas com apoio do BNDES. É ainda difícil que em um mercado tão competitivo e com tanta cobrança por lucro e resultados, como é o do sistema financeiro, se possa abrir mão de números absolutamente positivos em prol da preservação do planeta, mas isso tem mudado gradativamente e o panorama futuro se mostra um pouco mais “verde”. • Outras entidades financeiras foram procuradas, mas não indicaram financiamentos especificamente ligados a negócios sustentáveis, oferecendo porém, financiamentos e or ientação de crédito para empresas em geral, independente do foco ambiental.
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VISÃO INTERNACIONAL
Ming Liu
Construir e exportar a marca Brasil fortalece a imagem do País, onde o agronegócio não precisa ser apenas resultado de volumes e números, mas de programas integrados . Esses resultados mostram o crescimento e o potencial deste mercado, indica que temos de nos preparar mais para o desenvolvimento e crescimento da economia, com planejamento para os novos desafios num cenário com maior visibilidade internacional. O Brasil não pode ser deixado de lado quando se discutem temas globais relacionados ao meio ambiente, sustentabilidade e desenvolvimento social. Assuntos como fontes e bases de energia limpa, política de resíduos sólidos, agronegócio, meio ambiente e sustentabilidade remetem diretamente às temáticas que os produtores e empresas do segmento de orgânicos estão praticando no seu dia a dia. Construir a imagem deste setor é mais do que promover as empresas do Brasil e gerar resultados quantitativos, é também marcar presença e estar presente no mundo moderno dos negócios, com segurança alimentar e com todas as garantias de rastreabilidade.
MING LIU é coordenador executivo do Projeto Organics Brasil, administrador de empresas formado pela FGV-SP e mestre em agronegócio em grãos pela Kansas State University.
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entre outras que buscam trazer ações integradas na cadeia dos alimentos) e o grupo de trabalho do Ministério do Esporte que trata das ações da agenda de sustentabilidade para a Copa 2014, para a realização de uma copa orgânica e sustentável. É uma grande evolução para um setor que até cinco anos atrás ainda tinha como principais produtos apenas frutas, legumes e produtos in natura orgânicos. Hoje o Brasil tem um mercado interno fortemente aquecido, com redes de varejo nacional e internacional ampliando seus espaços para os produtos orgânicos, além de uma imensa cadeia de produtores da agricultura familiar e agroecologia. Na área de serviços, os restaurantes e os chefs reconhecem o valor agregado dos produtos orgânicos aos seus serviços e sua diferenciação junto ao consumidor final. Caterings e hotéis buscam por produtos sustentáveis para oferecer aos hóspedes mais exigentes. E os consumidores buscam, cada vez mais, produtos saudáveis, que tenham histórias e conceitos que reflitam os benefícios socioeconômicos em sua cadeia. Os produtos orgânicos brasileiros chegam a mais de 70 países, como no caso das frutas, sucos e polpas. O açúcar e o mel tornaram-se referências de qualidade e origem. O Projeto Organics Brasil participa anualmente de sete feiras internacionais, nos continentes das Américas (norte e sul), Europa e Ásia. Os mercados alvos são: Estados Unidos, Canadá, Alemanha, Reino Unido, França, Japão, Coreia do Sul e Austrália. Em alguns países são realizados eventos como missões e rodadas de negócios ou prospecção de novos mercados, através dos setores comerciais das Embaixadas e Consulados. Trazemos executivos de varejo e de distribuição estrangeiros para conhecer o mercado brasileiro e visitar as empresas in loco. Essa ação já proporcionou cerca de 40 novos compradores dos principais mercados. O Projeto, desde o seu lançamento no final de 2005, já envolveu investimentos na ordem de pouco mais de R$ 12 milhões e refletiu nos resultados de exportação na ordem de mais de US$ 120 milhões. O biênio 2010-2012 tem orçamento total de pouco mais de R$ 4,2 milhões, com o objetivo de atingir a meta de exportações na ordem de 100 milhões de dólares/ano. Neste período serão desenvolvidas ações com outros setores do agronegócio, integrados pela Apex-Brasil, como frutas, carnes, café, mel, cosméticos, vinhos, balas e confeitos e chá mate. Integrar cadeias produtivas convencionais com o segmento de orgânicos
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O mercado de produtos orgânicos no mundo movimenta cerca de US$ 60 bilhões de dólares. A cada ano, novas empresas entram nesse nicho com produtos inovadores. Países tradicionais na produção orgânica ampliam suas áreas, mercados consolidados aumentam suas bases de fornecedores e estimulam sua produção, sinais que fortalecem o mercado. No controle desse mercado, o Brasil já tem a sua própria regulamentação desde janeiro de 2011, marcando de vez o posicionamento no mercado mundial. Diversas iniciativas e programas de apoio foram criados. No fomento ao mercado de exportação, podemos apontar que nesses últimos cinco anos, com o apoio do IPD (Instituto de Promoção do Desenvolvimento) e da Fiep (Federação das Indústrias do Estado do Paraná) e com a parceria estratégica da Apex-Brasil (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos), vem sendo executado o projeto setorial nacional para a promoção das empresas de orgânicos e seus produtos no mercado global. O Projeto Organics Brasil é o resultado dessa parceria que, a cada ano, expande oportunidades no mercado externo. O Projeto conta atualmente com o atendimento a 72 empresas associadas, de 15 estados, nos segmentos de alimentos, bebidas, cosméticos, têxteis e de serviços. Tem a missão de construir uma imagem sólida e de referência do segmento no mercado global, de promover as marcas, produtos e empresas/produtores brasileiros e com a visão para que o Brasil tenha sua imagem associada às práticas de uma economia preocupada com o desenvolvimento de seu povo, progresso de suas cadeias produtivas e inserção no mercado global com práticas de ética e compromisso com meio ambiente, natureza e sua biodiversidade. O Organics Brasil vem utilizando ferramentas de competitividade importantes disponibilizadas pela ApexBrasil, como o planejamento estratégico, inteligência comercial e branding, as mesmas que se aplicam também aos quase 80 setores que a entidade apoia. Realizamos parcerias de ações pontuais de promoção internacional e nacional, com instituições públicas e privadas, como a própria Federação das Indústrias, a CNI (Confederação Nacional das Indústrias), Ministério do Desenvolvimento Agrário, Ministério da Agricultura, Sebrae, Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus), Ministério da Ciência e Tecnologia, Itaipu Binacional e da participação de grupos de discussões nas áreas de sustentabilidade, como o IPAS (Iniciativa Pró-Alimento Sustentável, com Nestlé, Carrefour, Sadia
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RESÍDUOS
Por ANA RODRIGUEZ
Resíduo bem armazenado
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Forma revolucionária de coleta de resíduos, os contêineres subterrâneos chegam ao mercado nacional
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Alternativa na coleta de resíduos, os contêineres semissubterrâneos têm se mostrado boas opções para condomínios, parques, indústrias e até para cidades inteiras. Trata-se de um conceito moderno que, entre outras coisas, permite diminuir a frequência de viagens dos caminhões de coleta, por ter uma grande capacidade de armazenamento, comportando maiores volumes de resíduos. Sua forma de coleta limpa evita que detritos se espalhem. Não há poluição visual. Tais vantagens têm tornado o produto muito atraente e indica ser uma opção interessante para usuários de todos os portes. O design charmoso é a parte aparente de um contêiner que em sua parte subterrânea tem capacidade para volumes de até 5 m³, podendo armazenar recicláveis ou lixo comum, sem riscos de contaminação, por conta de sua tecnologia de vedação. Denominado de Sistema GTE, o produto é galvanizado a zinco, o recipiente não é inflamável e o esvaziamento é procedido
de forma rápida e segura por caminhões de coleta. Desenvolvido pela Bauer de Südlohn – Alemanha, essa tecnologia já é amplamente utilizada em seu país de origem e em outras localidades da Europa, e no Brasil a cidade de Guaratinguetá (SP) está sendo a primeira cidade brasileira a experimentar esse novo sistema de coleta e após os testes já estão pensando em ampliar para vários outros locais da cidade. Várias cidades estão visitando as instalações em Guaratinguetá para instalar principamente em conjuntos habitacionais. Em um conjunto de, por exemplo, mil casas teoricamente o caminhão para mil vezes para coletar de casa a casa. Com o sistema de contêiner semienterrado, colocado estrategicamente no conjunto, ele faria no máximo cinquenta paradas, ou seja, uma redução de 95% de paradas, economizando tempo, combustível e mãode-obra. Fonte: Assessoria de Imprensa da empresa Site: www.guajara-ambiental.com.br
“O design charmoso é a parte aparente de um contêiner que em sua parte subterrânea tem capacidade para volumes de até 5 m³”
VISÃO LEGAL
Leonardo A. F. Palhares e Caio Iadocico de Faria Lima
Novo código brasileiro de mineração:
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Dentre os exemplos nacionais temos Anatel, Aneel,
ANTT e Anvisa.
LEONARDO A. F. PALHARES
LEONARDO A. F. PALHARES E CAIO IADOCICO DE FARIA LIMA são respectivamente sócio e advogado do Almeida Advogados www.almeidalaw.com.br
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da economia nacional¹. O Conselho Nacional de Política Mineral, por sua vez, concentraria a competência de desenvolver e propor diretrizes e ações ao setor. Além disso, esse órgão teria como principal atividade a capacidade de, com base no trabalho de especialistas na área, sugerir ao Presidente da República políticas públicas aplicáveis ao setor minerário no Brasil. A criação dos órgãos acima citados consolidará novos planos de pagamento pelo direito de exploração da mineração e, com isso, haverá captação de recursos superior à atual, de modo a equilibrar a distribuição dos lucros entre os participantes deste mercado. Ademais, considerando que à data de publicação do atual Código de Mineração (1967) ainda não havia discussões relevantes acerca da proteção ambiental, o novo projeto em discussão deve enfim suprir tal lacuna e prever importantes medidas para minimizar os impactos da atividade minerária no meio ambiente. Neste sentido, o projeto do governo deverá regular a necessidade e licenciamento ambiental por parte das companhias que exploram a produção de minérios, além de ter como objeto a estruturação de mecanismos de apoio à sustentabilidade da mineração em todas as suas etapas. Esse é um dos pontos mais aguardados do projeto.
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Após sofrer com os efeitos de um regulamento publicado há mais de 43 anos, o setor minerário brasileiro enfim dá mostras de novos ares e, ao que tudo indica, o envelhecido Código de Mineração Brasileiro (Decreto-Lei nº 227, de 28 de fevereiro de 1967, regulamentado pelo Decreto presidencial nº 62.934, de 02 de julho de 1968) deve ceder lugar em breve a uma nova lei que disciplinará a mineração no País. O Ministério de Minas e Energia (MME) se propôs a atualizar as regras da atividade com a colaboração de representantes do setor e da sociedade civil e, apesar de o projeto ainda não ter sido divulgado, a expectativa é que o setor enfrente duas relevantes mudanças: (i) a desburocratização dos trâmites para a viabilização da produção e (ii) a imposição de obrigações ambientais às companhias mineradoras. O projeto do MME, segundo informações do setor, deverá trazer reorganização profunda das instituições estatais e procedimentos relacionados à exploração mineral no Brasil. Em linhas gerais, o Departamento Nacional de Produção Mineral será extinto e substituído por dois órgãos com poderes específicos e complementares: a Agência Reguladora de Mineração e o Conselho Nacional de Política Mineral. À Agência Reguladora de Mineração incumbiria a tarefa de promover a regulação e a fiscalização da atividade de mineração no País. Sua criação teria como objetivo trazer maior eficiência à regulação do setor, que passaria a contar com os poderes de uma entidade nos moldes das agências reguladoras, a exemplo de outros setores
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o que muda e o que melhora
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MUNDO ANIMAL
75% dos recifes de coral do mundo estão ameaçados de extinção
VISÃO AMBIENTAL • MAIO/JUNHO • 2011
Relatório desenvolvido por organizações internacionais apresenta maior análise já realizada no mundo
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Uma análise global dos recifes de corais realizada por mais de 25 organizações ambientais e de centenas de cientistas descobre que 75% dos recifes de coral do mundo estão ameaçados de extinção. “Reefs at Risk Revisited” é a avaliação mais detalhada das ameaças aos recifes de coral já realizada no mundo. O relatório está sendo lançado pelo World Resources Institute (WRI), juntamente com a ONG The Nature Conservancy (TNC), o Worldfish Center, a International Coral Reef Action Network (Icran), Global Coral Reef Monitoring Network (GCRMN) e o Centro Mundial de Monitoramento da Conservação do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).
Pela primeira vez, a análise inclui as ameaças das mudanças climáticas, considerando o aquecimento dos mares e aumento da acidificação dos oceanos. O relatório mostra que as pressões locais, tais como a sobrepesca, o desenvolvimento costeiro e a poluição são os riscos mais imediatos e diretos, ameaçando mais de 60% dos recifes de coral. De acordo com a nova análise, se nada for feito, o percentual de recifes ameaçados subirá para mais de 90% em 2030 e para quase todos os recifes em 2050. “Os recifes de coral mantêm estáveis nossos suprimentos alimentares e produzem compostos para encontrar soluções em medicamentos para o câncer, doenças cardíacas e HIV. Quando garantimos a preservação dos recifes, garantimos também o futuro dos
Commonwealt h of Australia (GBRMPA )
forma, que vão desde ações individuais para a colaboração internacional. O relatório mostra que mais de um quarto dos recifes já está em uma ampla variedade de parques e reservas, no entanto, apenas 6% estão em áreas protegidas, que são geridas de forma eficaz.
“A comunidade de conservação de recifes de coral tem feito grandes progressos, mas
humanos”, explica Mark Spalding, cientista marinho sênior da TNC e principal autor do relatório.
Mark Spalding
Pressões locais e globais A pesca excessiva e destrutiva, principalmente, já estão causando impactos graves na maioria dos recifes, aumentando 30% desde 1998 os recifes que sofrem com essa área. As pressões globais também estão aumentando, causando branqueamento dos corais devido às temperaturas do mar e a acidificação dos oceanos com o crescente aumento de dióxido de carbono.
Wolcott Henry
claramente temos mais trabalho e pouco tempo para fazê-lo. Precisamos reduzir os impactos que as pessoas estão causando nos recifes de hoje. Resolver esse problema vai exigir uma ação rápida”, afirma Stephanie Wear, diretora de conservação de recifes de coral da TNC. Wear e outros profissionais da TNC estão trabalhando em 24 países para manter a prosperidade e os recifes mais saudáveis para identificar onde e como trazer as áreas degradadas de volta à vida. Pela primeira vez, o relatório identifica as 27 nações do mundo que são mais
“O futuro dos recifes de coral começa a parecer muito triste, mas nosso relatório também é rico em histórias de esperança” Mark Spalding, cientista marinho sênior da TNC
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Wolcott Henry
“O futuro dos recifes de coral começa a parecer muito triste, mas nosso relatório também é rico em histórias de esperança”, diz Spalding. “Temos exemplos em inúmeros lugares ao redor do planeta de comunidades que valorizam seus recifes. Nós precisamos pegar esses exemplos e transformá-los em práticas de padrão global”. O relatório inclui recomendações para proteger e gerir os recifes de uma melhor
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David Burdick
Steve Linfield
MUNDO ANIMAL
vulneráveis à degradação dos recifes de coral e perdas, entre elas o Brasil. Os nove países mais vulneráveis são Haiti, Granada, Filipinas, Ilhas Comores, Vanuatu, Tanzânia, Kiribati, Ilhas Fiji e Indonésia.
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Para mais informações, acesse: www.nature.org/brasil
David Burdick
Sobre a TNC A TNC é uma organização não governamental que desenvolve projetos de conservação em mais de 35 países. Atuando no Brasil desde 1988, a organização tem a missão de proteger plantas, animais e ecossistemas naturais, protegendo os recursos necessários à sua sobrevivência. Desenvolve iniciativas nos principais biomas brasileiros (Amazônia, Mata Atlântica, Cerrado, Pantanal e Caatinga), com o objetivo de compatibilizar o desenvolvimento econômico e social com a conservação dos ecossistemas naturais. Atualmente, a organização e seus mais de um milhão de membros ajudaram a proteger 130 milhões de hectares em todo o mundo.
Mark Spalding
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“Há razões para ter esperança”, disse Lauretta Burke, associada sênior do WRI e também autor do relatório. “Os recifes são resistentes e, reduzindo as pressões locais sobre eles, nós ganharemos tempo para encontrar soluções para as ameaças globais que podem preservar os recifes para as gerações futuras”.
VISÃO ECOLÓGICA
Alfredo Schmitt
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O bode expiatório dos resíduos sólidos
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estratégicas). Há, ainda, o imprescindível processo educacional relativo à coleta seletiva do lixo e a sua implementação em todo o País. Tudo isso, inclusive em decorrência do curto espaço de tempo desde a sanção da lei, ainda está muito incipiente. É preciso, portanto, agilizar a implementação do plano instituído pelo marco legal, para que o Brasil possa dar um firme e largo passo no sentido de equacionar o problema dos resíduos sólidos, que será relevante avanço na melhoria do meio ambiente. Ao se entender melhor todas as premissas, cronograma e diretrizes estabelecidas pela nova lei, é inevitável uma pergunta, que, curiosamente, ninguém fez até agora: por que, antes de se realizarem todas as lições de casa indicadas na legislação, crucificar as sacolas plásticas de modo precipitado e tão cruento? Dentre os resíduos sólidos, elas são apenas um dos itens — e dos menos complexos em termos de equacionamento! Há as placas de computadores, os telefones celulares e suas baterias, os televisores, os aparelhos de rádio, os pneus... Com certeza, do Congresso Nacional às câmaras de vereadores dos menores municípios brasileiros, passando pelas assembleias legislativas, não existe um projeto de lei sequer proibindo a fabricação e uso daqueles produtos. Por que a sacola de plástico? A quem interessa tanto a desconstrução de sua imagem? Será que transportar alimentos da maneira mais segura que se conhece quanto à higiene é menos importante do que telefonar ou assistir a um filme, ou ouvir música? Será que o plástico é mais nocivo ao ambiente do que o lítio utilizado em baterias, inclusive nas dos marcapassos cardíacos, e poderia a medicina prescindir deste avanço? Mais do que responder às perguntas, é preciso uma ação nacional — urgente e eficaz —, no sentido de viabilizar o emprego da lei, programas e ações por ela delineados. Esta mobilização do setor público, iniciativa privada e a sociedade permitirá aos brasileiros usufruir sem culpa e de
maneira ecologicamente correta todos os benefícios e confortos que a tecnologia tem propiciado ao ser humano. Assim, é infrutífero eleger a sacolinha de plástico, ou qualquer outro material, como bode expiatório, antes de se realizarem as tarefas necessárias e se vencer um dos grandes desafios de nossa civilização. Ademais, há um aspecto inquestionável da lei: “O Plano Nacional de Resíduos Sólidos será elaborado mediante processo de mobilização e participação social, incluindo a realização de audiências e consultas públicas”. Como subsídio ao cumprimento desse democrático preceito, aqui vai uma assertiva informação: pesquisa Ibope mostra que 71% das donas de casa brasileiras consideram as sacolinhas de plástico como o meio ideal para transportarem as compras. Além disso, 100% delas utilizam essas
Divulgação
Instigante polêmica jurídica, abordando a inconstitucionalidade de estados e municípios legislarem sobre a proibição do uso de sacolas plásticas no varejo, vem mobilizando o Ministério Público, tribunais de distintas instâncias, políticos, imprensa e opinião pública. A tendência, como se tem observado em sentenças proferidas em algumas unidades federativas, parece consagrar o conceito de que tal prerrogativa é mesmo da União. O curioso é que, independentemente dos atos já transitados em julgado, há uma verdadeira bateria de projetos de lei, em câmaras municipais e assembleias legislativas, voltada à execução sumária das “sacolinhas”. Diante desse estranho movimento catártico, é essencial uma reflexão isenta, até agora não efetuada, em meio à retórica emocional que tem dominado o tema: antes de se especular e legislar sobre soluções sem embasamento para um único item, é preciso analisar a implementação em termos práticos da novíssima Lei 12.305, de 2 de agosto de 2010, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos. Como se sabe, a norma reúne o conjunto de princípios, objetivos, diretrizes, metas, ações e instrumentos a serem adotados pelo Governo Federal, isoladamente ou em cooperação com estados, municípios, empresas e instituições da sociedade civil, para a gestão integrada e o gerenciamento ambientalmente correto daqueles materiais. O aspecto basilar da importante lei, sob a coordenação do Ministério do Meio Ambiente, é o Plano Nacional de Resíduos Sólidos, com vigência por prazo indeterminado e horizonte de duas décadas, a ser atualizado a cada quatro anos. Dentre outras lições de casa, o programa deve fazer o diagnóstico da situação, estabelecer metas de redução, reutilização, reciclagem e aproveitamento energético dos gases gerados nas unidades de disposição final, eliminação e recuperação de lixões, inclusão social e emancipação econômica de catadores de materiais (estes são essenciais para quaisquer ações táticas advindas das diretrizes
ALFREDO SCHMITT, empresário, é o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Embalagens Plásticas Flexíveis (Abiel).
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