MEIO JOGO Revista
nº 5 - ano 1
A Revista de Xadrez do Brasil!
a festa do xadrez em maringÁ
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João Braga - Registro - Teresina - Copa do Mundo e muito mais
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EXPEDIENTE REVISTA MEIO-JOGO
EDITOR - CHEFE Rogério Santos DIAGRAMAÇÃO E ARTE Rogério Santos COLABORADORES Adriano Valle (Coluna), Ana Rothebarth, Cleiton Santana, Ellen Giese (Coluna), Frederico Gazel (Coluna), Paulo Faria, Renato Quintiliano, Rodrigo Disconzi (Coluna). PUBLICIDADE
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O xadrez brasileiro vive momento áureo. A temporada de torneios chegou a seu ápice com o Bienal João Braga, Aberto de Maringa e Aberto de Registro. Além deles tivemos outros bons eventos espalhados pelo país o que mostra o crescimento do jogo.
REVISTA MEIO-JOGO Avenida Heitor de Alencar Furtado, 4625 – sala 03 Jd. Farroupilha – Paranavaí – Paraná – 87707-000 44 – 9887.5389 Rogério Santos Edtor-chefe Uma empresa grupo XADREZ INTEGRAL
Meio-Jogo é uma publicação bimestral. A revista Meio-Jogo não se responsabiliza pelos conceitos e opiniões emitidas nos artigos e colunas assinadas. É vedada a reprodução parcial ou total de qualquer conteúdo sem autorização expressa.
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Temos hoje muitos jogadores ativos e vivendo exclusivamente do jogo, além de instrutores e árbitros. É evidente que o dinheiro recebido pelos profissionais ainda não chega ao nível dos esportes mais populares do país, mas com um bom trabalho e exposição do esporte nas grandes mídias, isto tem mudado. Esta edição vem com um dos responsáveis por dar uma cara mais profissional ao xadrez brasileiro, o Aberto de Maringá. Com uma estrutura única, mostra que é possivel ter grandes eventos no Brasil e ao mesmo tempo, dar condições excelentes de jogo a todos os participantes. Esse é o xadrez que queremos, cada vez mais forte e promissor.
Sumário
Edição 5- Setembro/2013
10. Qual sua Classe? Ellen Geise nos relata como esta sendo a divisão do Campeonatos Cariocas em categorias
E mais: 20.ADRIANO VALLE 24.CLEITON SANTANA 34.RODRIGO DISCONZI 48.PERFIL 52.GIRO DE TORNEIOS
14.Sua vez, Japonês Rodrigo Disconzi faz uma homenagem ao Aberto de Registro e a colonização japonesa.
58. ANA ROTHEBARTH 62. RANKING BRASIL
30.Aberto de Maringá Tudo o que aconteceu num dos melhores torneios do ano
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En Passant GM FIER NA EUROPA Alexandr Fier tem aproveitado muito bem sua estada no velho continente. Após jogar a Copa do Mundo, juntamente com o GM Leitão, Fier esteve em Viena e depois foi para a Turquia onde após jogar um torneio fechado, venceu o Open de Izmir e forrou 2 mil dólares.
CBX LANÇA SERVIDOR ON LINE A Confederação Brasileira de Xadrez lançou recentemente seu servidor para jogar on line. Intitulado CBX ARENA o novo servidor tem duas versões de conta, a versão básica é gratuita e a versão Full custa R$ 49,00 reais de anuidade. www.cbxarena.net
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CM Vitor Carneiro vence Panamericano sub 16 Vitor Carneiro conseguiu o único título para o Brasil em todas as categorias em disputa. Apesar de começar perdendo em seu evento, Vitor se recuperou e chegou a última rodada precisando apenas da vitória para ser campeão. A vitória veio, Vitor chegou aos 7 pontos nas nove rodadas jogadas, junto com o equatoriano Yeison Gutierrez. Como teve melhor critério de desempate, Vitor pode comemorar além do título de campeão, o título de Mestre Fide, que será outorgado futuramente. O evento foi realizado na cidade mineira de Poços de Caldas.
Nordeste tem mais um MI!!! O Circuito de MI CBX do Nordeste produziu mais um MI do Nordeste. Na quarta etapa do III Circuito CBX do Nordeste terminada recentemente em Natal - Rio Grande do Norte o MF Iack de Macedo obteve sua ultima norma e deverá ter homologado seu tíulo em futuro Congresso da FIDE.
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Xadrez Style
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Qual é a sua Classe? Como a divisão de enxadristas A, B e C movimenta o xadrez do Rio de Janeiro
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Q
uando relatei a minha agradável experiência com as surpresas do movimento enxadrístico na capital fluminense na Revista Meio Jogo de maio de 2013, não teci comentários sobre uma característica muito peculiar fomentada pela Federação de Xadrez do Estado do Rio de Janeiro (FEXERJ – http://www.fexerj.org. br): a divisão dos jogadores por categoria de acordo com o seu rating local. Preferi “viver” esta diferença para depois expô-la neste espaço. Soube, a confirmar, que o rating local da FEXERJ foi o primeiro sistema de avaliação e pontuação dos enxadristas brasileiros com o intuito de medir o seu potencial enxadrístico e, surgiu quase simultaneamente com o rating da FIDE, história que ficará para uma próxima matéria. O fato curioso aqui no Rio de Janeiro é que o calendário de competições da federação, por isso mesmo, ganha uma característica particular que se me apresentou como uma novidade: além do tradicional ciclo de torneios por idades (sub 8, 10, etc), ou de cate-
gorias (absoluto, feminino, veterano, etc) vemos o ciclo de competições de rating! Neste modelo de torneios estaduais baseados no rating local, todos os jogadores federados são divididos em categorias: C (rating 0 até 1599), B (rating 1600 até 1899), A (rating 1900 até 2099) e Mestres (acima de 2100). O sistema baseado no rating local permite que, jogadores do mesmo nível disputem partidas entre si, fato que além de promover uma disputa real menos discrepante, faz com que todos os competidores aspirem, de fato, ao título da competição. Neste sistema, todos os jogadores são candidatos ao “caneco”, o que aumenta e muito a motivação e o congraçamento dos enxadristas nestas competições, minorando as previsíveis rusgas. Um “plus” neste modelo disputado é que o jogador que alcançar determinada pontuação mínima de corte, arbitrada pela Federação e devidamente avisada no regulamento, em sua Classe, poderá jogar o torneio da Classe posterior. Isso gera uma grande motivação na busca da classi-
Classe C no Alphabarra
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Premiados Categoria B
ficação para o torneio de categoria subsequente, uma vez que neste ciclo de rating, os torneios são sucessivos. Um jogador Classe C, desse modo, por exemplo, poderá se classificar paulatinamente até chegar a disputar o torneio de Mestres! Recém-chegada na cidade e sem rating local, imaginei que teria que disputar as partidas da classe de entrada (Classe C). Nova vida, novos ares, novos torneios com pessoas diferentes, enfim a expectativa era enorme! Não entendi bem, mas a Federação, através do seu departamento de árbitros, puxou meu rating FIDE (na época 1860) e me comunicou que não poderia disputar o Classe C, devendo, pois jogar diretamente o Classe B, uma vez que efetivaram um recálculo do meu rating arbitrando-me 1682. Apesar do contratempo, aproveitei para prestigiar o xadrez visitando o Estadual Classe C para ter uma visão geral e, em paralelo, diminuir a tensão. Também fui encorajar as meninas que estavam disputando a competição, uma vez que havia recém assumido a diretoria de xadrez feminino da FEXERJ. Nesse ano de 2013, a FEXERJ, gestão do MF Alberto Mascarenhas, inovou e distri12 revistameiojogo.com
buiu prêmio em dinheiro proporcional a arrecadação (50%) para incrementar mais ainda as competições estaduais do ciclo de rating. O Estadual Classe C foi jogado no Alfabarra Clube, entre os dias 8 e 9 de junho, e teve a participação de 62 jogadores. O campeão foi Carlos Gustavo da Costa (CXParati) que fez 6/6pts, seguido de Helembeg Cubiça (ALEX) e Paulo dos Santos Jorge (ADUX). O Estadual Classe C classificou todos aqueles competidores que fizeram, no mínimo, 3,5pts para disputarem o Estadual Classe B, o que significou 28 jogadores. A segunda prova do ciclo de rating foi o Estadual Classe B, jogado entre os dias 7 e 8 de julho na Hebraica-Rio. Esta competição contou com a participação de 93 jogadores, número recorde, e teve 23 jogadores oriundos do Estadual Classe C. Nesse mundaréu eu estrearia como a nº 57!! Após 6 duríssimas rodadas, pois todos os meus adversários tinham rating acima do meu, consegui, três coisas: a) pela primeira vez, atingir 4,5pts em um torneio de 6 rodadas na minha carreira, o que me posicionou na honrosa nona colocação; b) superei a pontuação de corte para classi-
ficar para o Estadual Classe A (3,5pts); c) de quebra, fui a melhor feminino. No Estadual Classe B, o campeão foi Renato Werner Rodrigues Nunes (CMUN) com 5,5pts, seguido de Marcos Vinicius Nora de Souza (CMUN) e Iago Henrique da Silva Souza (IBC). 41 jogadores atingiram a pontuação de corte e ficaram aptos a disputarem o Estadual Classe A. Já o Estadual Classe A foi disputado na mais que aprazível sede do Calabouço do Vasco da Gama, entre os dias 10 e 11 de agosto. Na foto do torneio você pode perceber um dos motivos que dificultam jogar xadrez no RJ. Diante de tanta beleza, só uma vontade férrea para manter a concentração no nosso dileto esporte. O Estadual Classe A teve a participação recorde de 65 jogadores, sendo 3 classes Cs, que sobreviveram ao Classe B, e, 22 Classes Bs. Eu, nesse tiroteio todo era a única feminino (!) e a nº 60 da lista. Destaque-se que o corte para se classificar para o Mestres era de 4pts, uma enormidade num torneio de 6 rodadas! A minha expectativa era ser varrida e ocupar, sempre, as últimas mesas. Todavia, me concentrei e coloquei como norte, vale dizer, estratégia de torneio: produzir boas partidas, evitar capivaradas, e aguardar eventuais erros dos adversários de forma que pudesse atingir as rodadas finais com chance de jogar o tudo ou nada pela classificação. Ressalto que, como boa menina, detestamos empatar. Mas, me conscientizaram que empatar não é feio! É o que se vê nos supertorneios de GM: o campeão com 1 ou 2 vitórias e 134 empates. Logo, se eles fazem assim, porque estaria eu cometendo um crime? Brincadeiras à parte, cheguei, vi e quase consegui a meta da classificação. Só me defrontei com jogadores com, pelo menos, 200pts de rating acima do meu. Ainda assim, fui galgando degraus, rodada a rodada, chegando invicta na derradeira e última rodada com 3pts (4 empates e 1 vitória). Desperdicei algumas posições nos empates que tive. Todavia, as minhas partidas, normalmente, eram das últimas a acabarem, pois meus adversários, até pela
ordem de força de rating, sempre tentavam forçar algo mais buscando meu erro. Todo esse esforço cobrou caro na última rodada, pois estava simplesmente esgotada e joguei muito abaixo do que podia contra uma caro-kann meritosa do meu adversário. Ao final, o torneio foi excelente e com condições excepcionais. O campeão foi MF Eduardo Arruda (JTC) com 6,0pts, seguido de MF Jorge Luiz Cabral (JTC) e Cyro Pamplona (AXC); sendo que 19 jogadores atingiram a pontuação de corte e ficaram aptos a disputarem o Estadual de Mestres. Eu terminei na posição nº 27 e a federação informou meu novo rating: 1824 (+200pts, quase!!!). Considero uma vitória pessoal ter conseguido disputar com garra esse circuito que me deixou bastante animada com o xadrez do Rio de Janeiro. Do que vivifiquei, acredito que é válido o resgate e manutenção dos ratings locais e o uso de modelos parecidos com o que vejo por aqui, pois tratase de um sistema que motiva muito os jogadores com rating mais baixo e iniciantes a estudarem para mudarem de categoria e a participarem das competições por terem chances reais de se sagrarem campeão do torneio. A minha próxima competição será o Interclubes do Rio de Janeiro. Trarei notícias para os leitores das particularidades dessa competição.
Por Ellen Giese, editora do blog As Enxadristas
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Sua vez, japonĂŞs! Por Rodrigo Disconzi
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A
colheita do café terminara a mais de mês e era hora de levar a criançada para conhecer o mar. Duas Kombi partiram às 3 da manhã cheias de expectativa e de japoneses rumo ao litoral catarinense. A maior parte da viagem fizemos pelas estradas asfaltadas, como a Rodovia do Café. Alguns trechos fizemos em estrada de chão. Quando passávamos pelas pontes de madeira, a criançada acordava assustada para “ver” o barulho das rodas nas tábuas. Meu pai, se estivesse vivo, não aprovaria essa viagem de férias. Ele veio ao Brasil em busca de trabalho e, para ele, o trabalho não poderia parar até conseguirmos o que ele queria: voltar algum dia para sua terra natal. Em Santa Catarina, bem no início da tarde, tivemos de entrar em Blumenau para consertar uma das Kombi. A cidade estava vazia e o comércio todo fechado. Encontrei alguém na rua, mas não entendi uma palavra que o ruivo assustado falava. Paramos em frente à Igreja e sentamos nas escadarias para descansar, comer e esperar a cidade acordar. Sentado, fiquei olhando minha mulher, meus filhos e sobrinhos brincando. Minha esposa era paulista e nosso casamento causara grande desapontamento à minha mãe, que achava que não deveríamos casar com brasileiros nem nos “apegar” muito a esta terra, já que um dia todos nós voltaríamos para o Japão. Aos poucos gente aparecia pelas ruas. Parecia que nunca tinham visto japoneses antes. A maioria das pessoas falava português, mas muitos falavam alemão. A criançada se aproveitava e zombava deles em japonês até serem repreendidos pelos adultos.
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Com o movimento, a pracinha ao lado foi sendo ocupada e numa de suas mesas dois estavam jogando xadrez. Outros olhavam em pé. Eu havia aprendido a jogar com um cabo do exército, quando servi em Maringá. Como jogava muito mal, tinha vergonha de jogar e, principalmente, de perder. Meu pai nunca havia estudado no Brasil, mas nos deixou como herança a chance de estudar e a vontade de aprender as coisas da vida. Um alemão falador e agitado ganhava de todos, jogando sempre muito rápido, e ainda zombando de todos. “- Vocês não jogam naaaada!! “, gargalhava ele. Meu irmão havia levado a Kombi para o conserto e eu tinha um tempo livre. “Japonês! Agora é sua vez! “ , desafiou ele, ao mesmo tempo que me encaminhou para a cadeira de desafiante. Longe de casa, jogar e perder era igual às crianças xingando. Ninguém ficaria sabendo. Antes de começar, me apresentei e pedi desculpas, pois havia tempo que não jogava e certamente eu não seria adversário para ele. Para minha surpresa, o Alemão foi inicialmente bastante educado e não me tratou como tratava os outros. O jogo arrastou-se ao meu ritmo lento. Quando eu demorava muito, ouvia um sonoro: “- Sua vez, Japonês!” Estava claro que eu deveria perder a partida, mas no começo do jogo a disputa ainda estava equilibrada. Após uma tentativa de ataque que fiz, o Alemão não só se defendeu como já contra-atacou. revistameiojogo.com 17
“- O que você pensa que quer com isso Japonês? Na tua terra você até pode colher alguma coisa, mas aqui não!” Não achei justo ele tentar me diminuir. Eu não era sujeito disso. “-Sabe Alemón, meu pai um dia me disse: - Sempre que você cair, levante-se e procure não sair de mãos vazias. Carregue algo , nem que seja um punhado de terra nas mãos”. A partida seguiu complicada e o Alemão cada jogada que fazia, mais calado ficava. E um momento ele hesitou. Com a peça pendurada pela ponta dos dedos, não sabia se deveria mover para frente ou para trás. Nessa hora vi que poderia ganhar dele e fiquei mais confiante. Coloquei uma Torre na minha sétima fila e disse a ele: “- Eu posso não colher nada aqui, mas minha Torre, ela sim vai colher alguns peões!” As orelhas do Alemão foram se avermelhando. As bochechas também. Os que perderam para ele agora zombavam dele em alemão, português e até numa imitação com sotaque japonês. O Alemão parou de se esforçar, reclinando-se para trás, relaxado. Pegou seu Rei na mão e ficou girando-o entre os dedos. Olhando-me nos olhos perguntou: “- O que raios o seu pai quis dizer com aquela frase de cair e pegar algo?” “-Passei minha vida inteira tentando descobrir o que aquilo significava”, disse a ele. “- Alemão, agora é a sua vez!”
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COLUNA
ADRIANO VALLE
Aberto do Brasil de Teresina O xadrez cresce no nordeste brasileiro
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o fim de 2012, mudei−me de Brasília para o Piauí. Na tranquilidade de uma cidade pequena (Piripiri), estou me aprofundando na elaboração de materiais didáticos para uso em projetos de capacitação para o ensino de Xadrez e como parte de Cursos Online e produtos digitais como e-books e vídeo−aulas.
Outro aspecto positivo que esta mudança me proporcionou, foi a oportunidade que tive de jogar dois excelentes torneios em 2013. Participei do Aberto do Brasil Memorial Francisco Alves em Fortaleza, no mês de Maio e recentemente, no mês de Agosto, participei do Aberto do Brasil Taça Cidade de Teresina - Memorial Luiz Rego. Em Fortaleza, fechei o torneio com um empate contra o GM Everaldo Matsuura o que me garantiu o oitavo lugar entre 120 participantes e em Teresina fiquei em quinto entre 43 participantes. O torneio foi organizado pela competente e hospitaleira equipe que teve à frente importantes nomes do Xadrez Piauiense como o presidente da FPIX Dr. Luis Carlos Sales e o Diretor Regional do Nordeste da CBX Dr. José Gomes. Várias outras pessoas estiveram envolvidas na organização do evento e através desta união foi possível a realização de um forte torneio nacional. A arbitragem esteve sob a responsabilidade de Júlio José da Silva Neto (que conquistou com este evento o título de Árbitro Na20 revistameiojogo.com
cional) e sua equipe. Contou também com o apoio da OAB/ESAPI, onde foi realizado o evento. O torneio foi muito disputado e a uma certa altura o MF Sílvio Cunha liderava isoladamente com 5/5 pontos após sua impressionante vitória sobre o GM Darcy Lima na quarta rodada e sobre o forte MF Paulo Jatobá na quinta rodada. Na sexta e última rodada, Sílvio Cunha foi superado pelo MI Dragan Stamenkovich que ficou em primeiro lugar com 5,5/6 pontos. Mais detalhes e partidas em: http:// chess−results.com/tnr106498.aspx?art=1&rd=6&lan=10&flag=30&wi=821 Observei que os ratings de muitos dos participantes estavam abaixo da força real destes jogadores. Um bom sinal, com torneios mais frequentes veremos muitos fortes jogadores surgindo. Na última rodada do torneio, enfrentei o MI Alexandru Segal e jogamos uma partida decisiva que analiso a seguir.
MF VALLE 1 DEFESA BENONI A41 MI SEGAL 0 Todo enxadrista que já participou de torneios de fim de semana conhece bem o estado crítico da última rodada onde o cansaço já bate forte mas é o momento em que devemos investir tudo para conseguir a melhor colocação possível. Nesta partida, os dois jogadores precisavam vencer já que um empate ou derrota deixaria distante qualquer possibilidade de uma boa colocação e, consequentemente, conquistar algum prêmio no torneio. 1.d4 ¤f6 2.¤f3 Optei por não jogar 2.c4 imaginando que Segal jogaria 2...c5 seguido de 3...d6 seguindo as linhas da Schmid Benoni e, neste caso, prefiro transpor para uma variante da Pirc do que enfrentar alguma linha da Indo Benoni ou Gambito Benko. Gosto de deixar a casa c4 livre para manobrar o Cavalo do Rei. 2...c5 Como esperado, Segal segue fiel ao seu repertório. 3.d5 d6 4.¤c3 As Brancas deixam a casa c4 livre para uma eventual manobra Nd2-c4. 4...g6 5.e4 ¤bd7 Este lance define a posição do Cavalo da Dama das Pretas, inviabilizando planos com Ca6. [Bem mais comum é 5...¥g7 6.¥e2 (6.¥b5+) 6...0–0 7.0–0 ¤a6] 6.¥e2 ¥g7 7.0–0 0–0 Esta é uma posição que poderia ser alcançada por transposição via defesa Pirc depois de 1.e4 d6 2. d4 Cf6 3.Cc3 g6 4.Cf3 Bg7 5.Be2 0–0 6.0–0 c5 7.d5 Cbd7 (mais comum é 7...Ca6). Neste momento descartei h3 pois não é possível a variante Bg4 e avaliei que a4 não era tão urgente. Por eliminação, cheguei ao plano mais direto. 8.¥f4 Com a ideia simples de seguir com Dd2 para trocar o ativo Bispo de g7. 8...¤e8 Manobra comum na Schmid Benoni. O Cavalo pode se dirigir a c7 para apoiar uma expansão na ala da Dama. Ao mesmo tempo as Pretas reforçam o controle da casa e5. 9.£d2 Escolhendo este plano, tenho que deixar de lado a manobra Cd2-c4, mas a casa c4 pode ser alcançada por outras rotas. 9...¤e5 Um recurso típico para as Pretas nesta estrutura de peões. O avanço e4-e5 é radicalmente eliminado e a casa d6 é liberada para o Cavalo de e8 de onde apoia tanto f5 quanto b5. 10.¤xe5 dxe5 11.¥h6 Sigo com o plano. Apesar do Bispo de g7 não ser tão ativo agora que o peão está bloqueando a diagonal, pretendo, logo após a troca, implementar a ruptura f4 e
jogar nas casas pretas. 11...£d6 Medida profilática contra a ruptura f4 mas com o inconveniente de ocupar a boa casa para o Cavalo de e8. 12.¥xg7 ¢xg7 13.a4 Um lance útil: ganha espaço na ala da Dama, já se antecipando a um futuro plano de expansão com b5 e prepara a manobra Nb5-a3-c4, além de permitir a entrada da Torre em jogo via a3. 13...a6 14.¤d1 Com o lance Cb5 evitado imediatamente busco outra trajetória. 14...¤f6 15.f3 ¥d7 As Pretas se preparam para responder Ce3 com b5. 16.a5 ¦fc8 17.c4 Avaliei que deixar o Bispo de e2 momentaneamente limitado seria um mal menor que permitir c4 que daria mais atividade para as Pretas na ala da Dama. As Brancas tem duas rupturas potenciais em b4 e f4 e a cadeia de Peões pode futuramente se deslocar dando vida ao bispo “mau”. É importante não sermos dogmáticos e considerarmos outros fatores estratégicos antes de nos apegarmos a um conceito rígido. 17...h6 18.¤f2 d3 pode ser uma casa ideal para o Cavalo apoiar as rupturas b4 ou f4. 18...e6 19.£c3! [Não gostei de 19.¤d3 , que era a ideia inicial, pois as Pretas teriam 19...exd5 20.exd5 e4] 19...exd5 20.exd5 ¦e8 21.¥d3
Com a abertura da coluna, minha ideia passa a ser pressionar o Peão de e5. Bd3 reforça o controle de e4 e libera a passagem para a ação das Torres. 21...b5 Tentativa tardia de contra jogo na ala da Dama. 22.axb6 £xb6 23.¦fe1 £c7 revistameiojogo.com 21
COLUNA
ADRIANO VALLE [Não servia 23...£b4 24.£xb4 cxb4 25.¦a5 com a ideia de Ce4 e se Cxe4 recapturar com fxe4 e os Peões passados e unidos nas colunas c e d garantem a vitória das Brancas.] 24.¦e2 As Brancas aumentam a pressão. 24...¤g8 25.f4 f6 26.fxe5 ¦xe5 27.¦xe5 fxe5 28.¤e4 Ameaçando d6. 28...¦e8 Não há mais como sustentar a posição das Pretas. [28...¤f6 29.d6] 29.¦xa6 ¥f5 30.¤d6! [diagrama] O Cavalo da Dama, tão importante nas ideias estratégicas contidas durante a trajetória c3-d1–f2-e4, agora arremata a partida! 30...¦e7 31.¥xf5 1–0 Adriano Valle é mestre FIDE e ministra aulas via internet no site Xadrez Valle.
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xadrezfeminino.wordpress.com
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Xadrez Como Forma de Inclus達o Social
Por Cleiton Santana
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oi-se o tempo em que o xadrez era apenas um instrumento pedagógico, agora ele transforma vidas, escolas e até mesma uma sociedade. A cidade de Campo Novo do Parecis, está localizada a 500 Km da Capital Cuiabá, e está sofrendo uma grande revolução, o xadrez começa a ganhar espaço e vem mudando muitas coisas. O Professor Paranaense, Cleiton Marino Santana, aprendeu a jogar xadrez e hoje ensina crianças a mudar as suas estratégias de vida e procurar uma alternativa melhor para se. Seu projeto está inserido num bairro de grande vulnerabilidade Social, e com diversos problemas sociais, mais isso, não tem dificuldade os trabalhos, pelo contrário, houve uma grande procurar pela prática e tem dando bastantes resultados. Agora vamos ver como tudo isso começou todos os anos a Fundação André Maggi financia projetos com grande impacto social, e no ano de 2012 o Projeto “Xadrez como Inclusão Social” foi escolhido pela fundação entre 220 Projetos de todo o Brasil.
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Com isso, foi conseguido um recurso de 25 mil Reais que foram investidos para criar uma sala xadrez, mas uma sala diferente, totalmente moderna, com Lousa Digital, Data Show, Computadores e Tablets, que ajudarão para a melhora do aprendizado. Toda essa estrutura inova os conceitos sobre ensino do xadrez, pois, em muitos lugares o xadrez é desenvolvido de forma tradicional, ao interagir tecnologia e ensino o Professor proporcionará um ambiente ímpar, capaz de ajudar na melhora da qualidade de vida e educacional dos alunos. Vários projetos estão sendo desenvolvidos dentro da sala do xadrez, o que tem expandido ainda mais as fronteiras do xadrez, como podemos destacar o projeto de monitoria, onde os alunos ensinam outros alunos que estão aprendendo a jogar xadrez. Desenvolve também dentro do Projeto o Programa de Empreendedorismo Social, os alunos criam meios de auto sustentação para o projeto, através vendas e promoções de camisas, canecas e Squezze personalizadas, para cobrir os gastos com as viagens.
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esmo com o pouco tempo de trabalho, não mais de 5 meses, eles já tem buscando novos horizontes, como é o caso, dos alunos Clécio França dos Santos que já foi Campeão Estadual e 14º Melhor do Brasil, e Jailson da Silva Santos, que já participaram do Festival Nacional da Criança, que aconteceram em Manaus Amazonas esse ano. Os resultados não param de chegar, entre os dias 14 e 17 do mês de Agosto, o Professor Cleiton junto a Secretária de Educação Neusa Bernadete, foram até a fundação apresentar os resultados desse grande projeto no Seminário Empresas e Comunidades: Construindo junto o investimento social privado do Mato Grosso, como projeto modelo de ação social para comunidade. Varias escolas da cidade já estão em processo de implantação e espação do proje-
to, e com a mobilização, grandes projetos estão para se desenvolver no Estado. Mesmo que o crescimento do xadrez no Estado do Mato Grosso tem crescendo lentamente, ações como estas podem ajudar o xadrez crescer cada dia mais. A equipe se mantem unida e direcionada no foco, que é de mudar vidas através da prática do jogo de xadrez, transferindo seus conceitos e atitudes de vida, com base na transformação social do indivíduo, o xadrez é apenas uma ferramenta, mais tem conseguido mostrar que é capaz de criar grandes resultados. Mas informações sobre o Projeto “Xadrez como Inclusão Social”, é só entrar em contato com o Prof. Cleiton Marino Santana, cleitonxadrez@gmail.com, (65) 96627072, ou pelo site de xadrez da Escola http://xadreznaescolajp.webnode.com/.
Professor Cleiton e sua Lousa Digital
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> III Aberto do Brasil de Maringá
Maringá deu Show!!! Por Rogério Santos
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rganizar um evento numa cidade do interior do Brasil é sempre uma tarefa muito árdua e desgastante na maioria das vezes. Muitos jogadores evitam viajar para lugares distantes de suas cidades de origem para competir, normalmente os organizadores não podem oferecer muitas condições adequadas aos participantes e os prêmios ficam, na sua grande maioria, acumulados aos vencedores do torneio. Mas a cidade de Maringá, no interior do Paraná, vem provando que com uma boa organização, ótimas condições a todos os participantes, salão de jogos com qualidade de primeiro mundo e uma premiação vastamente dividida, é possível sim, o interior atrair as massas para competir.
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> III Aberto do Brasil de Maringá
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recisamente 238 jogadores de todas as regiões do Brasil e de mais 5 países, se animaram a jogar o evento. Alguns vieram de avião, outros de carro próprio ou ônibus de linha, mas teve também aqueles ainda que vieram de caravana, como foi o caso dos jogadores de Mato Grosso e São Bento do Sul. A alta premiação (R$ 20 mil reais), fez
com que cinco Grandes Mestres resolvessem jogar o torneio. Era de se esperar que o número um do torneio fosse um deles e, essa honra, coube ao GM Neuris Delgado, do Paraguai. Tudo fazia crer que os GM’s teriam vida fácil no torneio, entretanto, as coisas começaram a sair dos trilhos quando o GM Matsuura perdeu para o paranaense William Cruz na quarta rodada:
Matsuura x Cruz
MATSUURA (2491) 0 DEFESA ÏNDIA DO REI - E97 CRUZ (2170) 1 1.d4 ¤f6 2.c4 g6 3.¤c3 ¥g7 4.e4 d6 5.¤f3 0–0 6.¥e2 e5 7.0–0 ¤c6 8.d5 ¤e7 9.b4 ¤e8 10.c5 f5 11.¤g5 ¤f6 12.¥a3 fxe4 13.b5 e3 14.fxe3 ¤f5 15.£d3 ¥h6 16.h4 ¤xh4 17.¤e6 ¥xe6 18.dxe6 ¤f5 19.¦xf5 gxf5 20.cxd6 cxd6 21.¥xd6 [21.¦f1™] 21...¥xe3+ 22.£xe3 £xd6–+ 23.¥c4 ¢h8 24.¦d1 £c7 25.¥e2 f4 26.£h3 e4 27.¤xe4 ¤xe4 28.¦d7 £c5+ 29.¢h2 ¤g5 30.£h6 £e5 31.¥d3 f3+ 32.¢h1 fxg2+ 33.¢xg2 £b2+ 34.¢h1 £c1+ 35.¢g2 £d2+ 0–1
BRODAY (2097) 0.5 ATAQUE ÍNDIO DO REI - A07 SANTIAGO (2409) 0.5
1.e4 e6 2.d3 b6 3.¤f3 ¥b7 4.g3 d5 5.¤bd2 ¤f6 6.£e2 ¥e7 7.¥g2 c5 8.0–0 d4 9.a4 ¤c6 10.¤c4 0–0 11.¤fe5 ¤xe5 12.¤xe5 ¤d7 13.¤xd7 £xd7 14.b3 a6 15.¥b2 ¥c6 16.¦fb1 b5 17.axb5 axb5 18.£d1 ¦ab8 19.f4 ¦fd8 20.£e1 h6 21.¥c1 ¦a8 22.¥d2 c4 23.bxc4 bxc4 24.dxc4 ¦xa1 25.¦xa1 d3 26.cxd3 £xd3 27.¥a5 ¥c5+ 28.¢h1 ¦d4 29.£f1 £xc4 30.£xc4 ¦xc4 31.e5 ¥xg2+ 32.¢xg2= ¦c2+ 33.¢h3 h5 34.¦d1 ¦a2 35.¥c3 ¢h7 36.¦d2 ¦a3 37.¥d4 ¥e7 38.¢g2 ¢g6 39.¥f2 ¥b4 40.¦e2 ¢f5 41.¦b2 ¥c3 42.¦e2 g5 43.¥e3 Na mesa três outra surpresa acontecia. gxf4 44.¥xf4 ¥d4 45.¢h3 ¦a5 46.¢h4 ¥xe5 Em uma partida bem lutada o GM para- 47.¥xe5 ¦xe5 48.¦xe5+ ¢xe5 49.¢xh5 ¢f5 guaio Axel Bachmann empatava com seu 50.¢h4 e5 51.¢h3 ¢e4 52.¢g2 ¢d3 53.h4 compatriota, o MI Marcelo Villalba . e4 54.h5 e3 55.h6 e2 56.h7 e1£ 57.h8£ Também ficaram no empate o MI Yago £e4+ 58.¢h2 f5 59.£d8+ ¢e2 60.£a5 £c2 Santiago e o jovem Geovani Broday: 61.¢h3 ¢f1 62.£a1+ ½–½
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E
assim, o torneio seguia com sete líderes e 3 GM’s na briga. Neuris Delgado e Sandro Mareco davam pinta de que não teriam adversários e iam abatendo seu contricantes uma a um. Enquanto Matsuura e Bachmann iam se recuperando e aos poucos voltavam para o torneio, Krikor Mekhitarian deixava seu primeiro empate. Em partida contra o Mf Renato Quintiliano, Krikor usou o recurso do xeque-perpétuo para se salvar de um possível revés. MEKHITARIAN (2521) 0.5 SICILIANA DRAGÃO- B78 QUINTILIANO (2308) 0.5 1.e4 c5 2.¤f3 d6 3.d4 cxd4 4.¤xd4 ¤f6 5.¤c3 g6 6.¥e3 ¥g7 7.f3 0–0 8.£d2 ¤c6 9.¥c4 ¥d7 10.0–0–0 ¦b8 11.¢b1 ¤xd4 12.¥xd4 b5 13.¥f1 b4 14.¤d5 ¤xd5 15.¥xg7 ¢xg7 16.exd5 £a5 17.h4 ¦fc8 18.g4 h6 19.h5 g5 20.£d4+ ¢g8 21.¥d3 ¥b5 22.¦he1 ¥xd3 23.£xd3 ¦c7 24.f4 ¦b6 25.¦e6 ¦a6 26.a3 ¦c3 27.£f5 ¦xa3 28.bxa3 £xa3 29.¦g6+ fxg6 30.£xg6+ ¢f8 31.£f5+ ¢e8 32.£c8+ ¢f7 33.£f5+ ¢e8 ½–½
O sérvio Dragan Stamenkovic com mais uma vitória ia aos poucos chegando aos pelotão dos líderes. Após começar com bye ausente, o mestre internacional (radicado no Rio Grande do Sul) era uma ameaça possível a quem buscava ficar entre o top 10 do evento. na briga pelo título de melhor feminina no torneio, Vanessa Feliciano abria uma boa vantagem as demais adversárias. Com uma vitória na mesa 12, contra o Jorge Chaves, Vanessa chegava aos 4 pontos, e mostrava porque é a melhor jogadora do país. CHAVES (2010) 0 NIMZOÍNDIA- E11 FELICIANO(2247) 1 1.d4 ¤f6 2.c4 e6 3.¤f3 ¥b4+ 4.¥d2 £e7 5.a3 ¥xd2+ 6.£xd2 d6 7.¤c3 0–0 8.e3 ¤bd7 9.¥e2 e5 10.0–0–0 ¦e8 11.¦de1 c6 12.¥d1 a6 13.¥c2 b5 14.cxb5 axb5 15.¢b1 e4 16.¤g5 d5 17.¥b3 ¤b6 18.¤a2 h6 19.¤h3 ¥xh3 20.gxh3 ¤h7 21.¦c1 ¤c4 22.¥xc4 bxc4 23.¦c3 ¤g5 24.¤b4 ¤f3 25.£c1 £e6 26.£c2 ¦eb8 27.¢c1 ¦xb4 0–1
MF Quintiliano fez um excelente torneio
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> III Aberto do Brasil de Maringá
Salão de jogos do Maringá Country Clube - deixou todos os participantes se sentindo num torneio europeu
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> III Aberto do Brasil de Maringá
Só pode haver um
f6 13.¥e3 ¤f8 14.£xd8 ¦xd8 15.¤d5 ¥d6 16.b4 ¤e6 17.¦ac1 ¥d7 18.¦ed1 ¥e8 19.a3 ¥f8 20.¤e1 ¥a4 21.¦d2 b5 22.¦b2 Quando os presentes olharam o emparceicxb4 23.axb4 bxc4 24.¤b6 ¥b3 25.¤xa8 ramento da sexta rodada, ao ver o con¦xa8 26.¤c2 ¦d8 27.h3 ¤f4 28.¦cb1 fronto entre os GM’s Delgado e Mareco na ¤e2+ 29.¢h2 ¤c3 30.¦xb3 cxb3 31.¦xb3 mesa um (Ambos com 100%), uma gran¤xe4 32.¤e1 ¤d2 33.¥xd2 ¦xd2 34.f3 ¦d5 de maioria imaginou que seria uma par35.¤d3 f5 36.¦a3 a5 0–1 tida rápida com um empate em seu final. Mas não foi bem isto que se viu na partida. O segundo embate de Grandes Mestres Seguidos de pertos por uma multidão de da rodada terminou com o empate entre curiosos, a partida foi bem tensa e no final Axel e Krikor. Quem aproveitou para subir quem saiu feliz, e com o ponto embaixo do na tabela foi o MF Quintiliano, que após braço, foi o argentino Mareco, chegando vencer o MI Santiago, chegava a 5,5 ponaos seis pontos em seis rodadas. tos e assumia a vice-liderança do torneio. Quem também voltava para a briga era o DELGADO (2583) 0 GM Matsuura. Com uma boa vitória sobre SICILIANA - B51 o Mi Villalba, Everaldo voltava novamente MARECO (2562) 1 ao pelotão de líderes. 1.e4 c5 2.¤f3 d6 3.¥b5+ ¤d7 4.0–0 ¤gf6 5.¦e1 a6 6.¥xd7+ ¤xd7 7.b3 e5 8.c3 ¥e7 9.d4 0–0 10.dxe5 dxe5 11.c4 ¦e8 12.¤c3
Momentos finais de Delgado x Mareco 36 revistameiojogo.com
Com o torneio chegando ao seu final, as brigas ficaram mais intensas nas primeiras 15 mesas, com todo mundo querendo melhorar sua posição, aumentar ou recuperar seu rating e buscar um bom prêmio no final. Na sétima rodada, Mareco continuou sua marcha até o título e desbancou a invencibilidade do FM Quintiliano. Armen Proudian segurou o GM Delgado e deixou Sandro mais confortável na liderança. Axel, Krikor e o americano Daniel Fernandes venceram seus confrontos e tinha alguma esperança de poder vencer o torneio. Quem dava adeus a qualquer chance de ficar no TOP 3 do torneio era o GM Matsuura, ao empatar com o MF Gauche e o MI Supi, ao empatar com Geovani Broday. Na briga pelo título feminino, Suzana Chang e Vanessa Feliciano iam acumulando pontos e chegavam a 5,5 pontos. Outra jogadora que estava na briga, a WMI argentina Florência Fernandes, não conseguiu suportar a pressão do MI Stamenkovic e teve que abandonar. Entre os “mortais”, Carlos Ferrero ia conseguindo se destacar como o melhor sem rating FIDE, e Lucas Tacconi conseguia ganhar a maior quantidade de pontos FIDE, 36 ao todo. MARECO (2583) SICILIANA - B38 QUINTILIANO (2308)
1
SUPI (2327) SICILIANA - B42 BROADY(2097)
0.5 0.5
Posição após 48. Tdf4... 48... £d1 49.h3 ¢h6 50.¢h2 ¢g7 51.¦f1 £e2+ 52.¦1f2 £d1 53.¦g2 ¢h6 54.h4 £e1 55.¦gf2 £d1 56.¦e4 £d6 57.¦e6 £d4 58.¦fe2 £c3 59.¦xf6+ £xf6 60.¦e6 ¢g7 61.¦xf6 ¢xf6 62.¢g2 ¢xf5 63.¢f3 ¢e5 64.¢e3 ¢f5 65.¢f3 ¢e5 66.¢g2 ¢f5 67.¢f3 ¢e5 ½–½
0
1.¤f3 c5 2.c4 ¤c6 3.d4 cxd4 4.¤xd4 g6 5.e4 ¤f6 6.¤c3 ¥g7 7.¥e3 d6 8.¥e2 0–0 9.0–0 ¤xd4 10.¥xd4 ¥d7 11.£d2 ¥c6 12.f3 ¤d7 13.¥f2 a5 14.b3 ¤c5 15.¦ab1 e6 16.¥d1 f5 17.exf5 gxf5 18.¥c2 b6 19.¦bd1 £e8 20.a3 ¥e5 21.¥d4 ¦d8 22.¤e2 £e7 23.b4 axb4 24.axb4 ¤d7 25.¥b3 b5 26.¦de1 bxc4 27.¥xc4 d5 28.¥b3 ¥b8 29.¤f4 £g5 30.¥e3 ¥xf4 31.¥xf4 £g6 32.b5 ¥xb5 33.¦xe6 £f7 34.¦d6 ¤f6 35.¦e1 ¦xd6 36.¥xd6 ¦d8 37.¦e7 £f8 38.£g5+ ¢h8 39.¥e5 1–0 Interessante final de partida entre Supi e Broday. Supi tenta uma manobra para conseguir vencer o final com peão a mais, mas não contava com um excelente lance intermediário do jovem paranaense:
Broday: performance de 2350 não é pra qualquer um revistameiojogo.com 37
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MF Jomar Egoroff - o grande responsável pela realização do torneio 40 revistameiojogo.com
N
a última rodada a situação era a seguinte: Mareco liderava com sete pontos em sete rodadas e necessitava de um simples empate para ser coroado campeão. Seguindo ele a distância estavam os GM Krikor e Axel, juntamente com o MI Fernadez, todos com 6 pontos. Em busca de alguma sobra, 13 jogadores (5,5 pontos) acompanhavam atentamente tudo que poderia acontecer nas primeiras mesas. A mesa um foi de grande interesse para o público. Axel tinha que vencer a todo custo se quisesse vencer o torneio, já que o primeiro critério era confronto direto, e torcer para um empate na mesa 2 entre Krikor e Fernandez. Combatividade não faltou, mas Mareco soube se segurar, empatou e garantiu o título de campeão do evento. BACHMANN(2536) INGLESA - A21 MARECO (2583)
0.5 0.5
1.c4 e5 2.¤c3 ¤f6 3.g3 ¥b4 4.¥g2 0–0 5.e4 ¤c6 6.¤ge2 ¥c5 7.0–0 a6 8.d3 d6 9.h3 ¦b8 10.a3 b5 11.b4 ¥a7 12.cxb5 axb5 13.¢h2 ¤d4 14.f4 c6= 15.f5 d5 16.g4 ¤xe2 17.¤xe2 dxe4 18.dxe4 h6 19.£b3 c5 20.£g3 c4 21.g5 hxg5 22.¥xg5 £d3 23.¦f3 £d6 24.¦d1 £c6 25.¤c3 ¥b7 26.¥xf6 £xf6 27.¤xb5 ¥d4 28.¤xd4 ¥xe4 29.£g4 ¥xf3 30.¤xf3 c3 31.¦c1 e4 32.£xe4 ¦fe8 33.£d4 £xf5 34.¦xc3 ¦e2 35.£g4 £f6 36.¦c8+ ¦xc8 37.£xc8+ ¢h7 38.£g4 ¢g8 39.£c8+ ¢h7 40.£g4 ¢g8 41.£g3 g6 42.b5 ¦a2 43.¤e5 £d6 44.¤c4 £d4 45.b6 ¦a1 46.£b8+ ¢h7 47.£c7 £g1+ 48.¢g3 ¦f1 49.b7 £f2+ 50.¢h2 £g1+ 51.¢g3 £f2+ ½–½ Krikor não conseguiu vencer Fernandez e se conformou com o empate após o resultado da mesa um, assegurando para si o vice-campeonato do certame. Neuris Delgado venceu seu último confronto, assim como Matsuura, Santiago, Stamenkovic e Quintiliano. Mas quem sorriiu mais foi Quintiliano que terminou na 3º posição, além de levar mais de 20 pontos de rating para casa. Fernandes e Bachmann fecharam o top 5 do evento.
MATSUURA (2491) PEÃO DAMA - D00 PROUDIAN (2286)
1 1
1.d4 ¤f6 2.¤c3 d5 3.¥g5 ¥f5 4.f3 ¤c6 5.e4 dxe4 6.d5 ¤b4 7.¥xf6 e3 8.¥g5 ¤xc2+ 9.¢e2 £d6 10.¥xe3 £e5 11.£c1 g5 12.¢f2 e6 13.¥b5+ c6 14.¥a4 ¤b4 15.£d2 0–0–0 16.£d4 ¤d3+ 17.¢f1 £xd4 18.¥xd4 e5 19.¥e3 ¤xb2 20.¥b3 ¥b4 21.¤ge2 ¥d3 22.¢f2 ¥xe2 23.¤xe2 ¤d3+ 24.¢f1 cxd5 25.¦d1 e4 26.¥c2 ¤e5 27.¥xg5 exf3 28.gxf3 ¤c4 29.¥f5+ ¢b8 30.¦d3 ¦de8 31.¦xd5 a5 32.¢f2 ¢a7 33.¦c1 ¤b6 34.¦b5 ¥d6 1–0 CAVALCANTI (2289) PEÃO DAMA - D00 SANTIAGO (2409)
0 1
1.d4 ¤f6 2.¤c3 d5 3.¥g5 ¥f5 4.f3 ¤c6 5.e4 dxe4 6.d5 ¤b4 7.¥xf6 e3 8.¥g5 ¤xc2+ 9.¢e2 £d6 10.¥xe3 £e5 11.£c1 g5 12.¢f2 e6 13.¥b5+ c6 14.¥a4 ¤b4 15.£d2 0–0–0 16.£d4 ¤d3+ 17.¢f1 £xd4 18.¥xd4 e5 19.¥e3 ¤xb2 20.¥b3 ¥b4 21.¤ge2 ¥d3 22.¢f2 ¥xe2 23.¤xe2 ¤d3+ 24.¢f1 cxd5 25.¦d1 e4 26.¥c2 ¤e5 27.¥xg5 exf3 28.gxf3 ¤c4 29.¥f5+ ¢b8 30.¦d3 ¦de8 31.¦xd5 a5 32.¢f2 ¢a7 33.¦c1 ¤b6 34.¦b5 ¥d6 1–0
Pequeno fã a caça de autográfo
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TOP 5
Com sua vitóriam Mareco levou para casa o prêmio de R$ 4 mil reais, um dos maiores pago este ano no Brasil. Krikor recebeu a quantia de R$ 2,500 reais, enquanto Renato levou R$ 1,700 reais. Como destaque tivemos a WMI Feliciano levando o ouro na categoria feminino e o de Rodrigo Merlo recebendo o de melhor sem rating. Maringá segue o caminho para ser o maior torneio aberto do Brasil, e com a qualidade apresentada por seu organizador, MF Egoroff, isto é apenas questão de tempo para acontecer.
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CLASSIFICAÇÃO III ABERTO DO BRASIL DE MARINGÁ (MARINGÁ, PARANÁ - 24 A 28 DE JULHO DE 2013 1º GM Mareco (ARG) 2562 7,5 2º GM Mekhitarian (BRA) 2521 6,5 3º MF Quintiliano (BRA) 2308 6,5 4º MI Fernandez (EUA) 2398 6,5 5º GM Bachmann (PAR) 2536 6,5 6º GM Delgado (PAR) 2583 6,5 7º MI Santiago (BRA) 2408 6,5 8º GM Matsuura (BRA) 2491 6,5 9º MI Stamenkovic (SRB) 2388 6,5 10º-17º Utiyama (BRA, 2185), MI Villalba (PAR, 2179), MI Supi (BRA, 2327), Broday (BRA, 2097), Palozi (BRA, 2251), Carvalho (BRA, 2186), WMI Feliciano (BRA, 2247), Ivo Medeiros (BRA, 2193), 6; 18º-38º MF Felipe Barreto (BRA, 2277), MF Proudian (BRA, 2286), Cruz (BRA, 2170), Campelo (BRA, 2061), MI Lebredo (CUB, 2209), MF Cavalcanti (BRA, 2289), MF Martins (BRA, 2241), MF Gauche (BRA, 2204), Barbosa (BRA, 1914), Merlo (BRA, UNR), WMF Chang (BRA, 1998), Ferrero (BRA, UNR), Freire (BRA, 2052), WMI Fernadez (ARG, 2134), Garkauskas (BRA, 2084), CM Barata (BRA, 2170), MF Santos (BRA, 2188), Caetano (BRA, 2152), Bastos (BRA, 1933), CM Daneri (ARG, 2129), Lucas Silva (BRA, 2089), 5,5; até 238 participantes.
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COLUNA
RODRIGO DISCONZI
Aprendendo com um final de torres
GARKAUSKAS (2084) 0 DEFESA HOLANDESA - A90 DISCONZI (2394) 1
tar fazer um peão passado na ala do rei. 29... d2? [Considerei 29...¦f8! 30.a4! (30.g4 a4!–+ 31.¦b2 h6 32.¦d2 ¦b8 33.¦xd3 ¦b3–+) mas não vi a diferença de jogar agora 30... h5! evitando g4 e ganhando espaço 31.¦b3 Essa partida teve um final de Torres interessan- (31.¢h3? ¦f2) 31...¢f7 32.¦xd3 ¦b8 te, que divido aqui com vocês o que aprendi 33.¦a3 ¢g6µ Cito esta variante pois na concom ele nas análises após a partida. 27.¦b1 tinuação da partida as brancas poderão empaDiagrama 1 tar bloqueando esta ala.; 29...a4?! 30.¢f2 catando o Pd3.] 30.a4!? [30.¢f3 d1£+ 31.¦xd1 ¦b8 32.a4 ¦b4 33.¦a1 ¢f7 é igual à partida] 30...d1£ 31.¦xd1 ¦b8 32.¢f3 ¦b4 33.¦a1 ¢f7 E essa posição é crítica, pois não é fácil saber se pretas vencem ou não, caso brancas fiquem na defesa passiva. [Parece tarde para 33...h5 34.g4! h4 35.g5 ¢f7 36.¢g4 ¦b3 37.¢h5! (37.¦e1 ¢g6 38.¢xh4 ¦a3 39.¢g4 ¦xa4 40.¦b1 ¦b4 41.¦a1 a4 42.¢f4=) 37... h3 (37...¦xe3 38.¦b1) 38.¦f1+ (38.¦e1 h2 39.g6+ ¢e7 40.¦h1 ¦xe3 41.¦xh2 e brancas podem progredir) 38...¢g8 39.¦h1 ¦xe3 40.¢g6 ¦a3 Diagrama 2
27...£xh2+ [Pensei um bocado e achava que poderia tentar 27...£a2!? Mas a posição que segue tem mais xeques de dama para calcular que no final de torres. 28.£b3 (28.£d1 ¦f8 29.£e1 £xa3 30.¦a1 £d3 31.¦xa5 ¦b8 32.¦a1 ¦b2µ) 28...£e2 29.¦f1 ¦f8 30.¦xf8+ ¢xf8µ] 28.¢xh2 exd3 29.¢g2 Nesse momento meu plano era ocupar a coluna B, jogar a4 e Tb3, prendendo o branco na defesa, para depois tentar invadir com o rei e ten44 revistameiojogo.com
41.¦xh3! ¦xh3 afogado!!] 34.¢g4 ¢g6 35.¦f1? Após Rg4 imaginei que brancas tentariam fugir da passividade e atacar c6. [35.¢f4 era a defesa passiva e deve empatar 35...¦b3 Defesa passiva mas não totalmente! 36.g4! A luta por espaço não para na abertura, vai até o final de jogo. Passiva é a torre, mas o rei e os peças não precisam ser. 36...¦b2 37.¦f1 h6 (37...¦a2? 38.¦b1) 38.¢g3 ¦b3 39.¢f4 ¢h7 40.¦a1 g5+ 41.¢f3 ¢g6 42.¦f1 h5? (42...¦b7 43.¢e2 ¦f7=) 43.gxh5+ ¢xh5 44.¦h1+ ¢g6 45.¦h8 e brancas podem até vencer] 35...h5+! Novamente a luta por espaço 36.¢h3 [Não adianta 36.¢h4 ¦xa4 37.¦f8 ¦a1 38.g4 hxg4 39.¢xg4 a4 40.¦c8 a3 41.¦xc6 ¢f7 42.¦c7+ ¢f8 43.¦c8+ ¢e7 44.¦c7+ ¢e8–+] 36...¦xa4 37.¦f8 ¦a2? Cercando o rei, mas não funciona. [Melhor o direto 37...¦a3 Mantendo rei preto perto de e6 38.¦c8 (38.¦e8 ¢f5) 38...¦xe3 39.¦xc6 ¢f5] 38.g4! [Nãoo resolve nada 38.¦c8? ¢f5 39.¦xc6 g5 40.g4+ hxg4+ 41.¢g3 ¦e2 42.¦a6 ¦xe3+ 43.¢f2 ¢e4 44.¦xa5 g3+ 45.¢g2 ¢xd4–+] 38...¦e2? Deixo piorar meu rei [Melhor caminho era 38...hxg4+ 39.¢xg4 a4! 40.¦c8 (40.¢g3 a3 41.¦a8 ¦a1 42.¢g2 a2) 40...a3 41.¦xc6 ¦a1! Acelerando o avanço (41...¢f7? 42.¦a6! ¢e7 (42...¦a1 43.c6 a2 44.c7 ¦c1 45.¦xa2 ¦xc7=) 43.¦a7+ ¢d8 44.c6 ¦a1 45.¢h3 para sair dos xeques 45... a2 46.¢g2=) 42.¦xe6+ (42.¦a6 a2) 42...¢f7 43.¦a6 a2 44.¦a7+ ¢e6 45.¦a6+ ¢d7 46.c6+ ¢c7–+] 39.gxh5+ ¢xh5 40.¦c8?? Diagrama 3
Permite rei preto centralizar [Grandes chances de empate com 40.¦e8! ¦xe3+ 41.¢g2 ¦e4 42.¦xe6 ¦xd4 43.¦xc6 ¢g5µ 44.¦d6 a4! (44...¢f5 45.e6 ¢f6 46.c6 a4 47.c7 ¦c4 48.¦xd5 ¦xc7 49.¦a5 ¦c4 50.¦a6 ¢e7 51.¢f2 g5 52.¢e3 g4 53.¢f2 e parece que empata) 45.¦d7 ¢g6 Final difícil, onde o computador consegue evoluir a posição, mas para nós humanos, com pouco tempo no relógio, difícil. 46.c6! (46.¢f3 ¦c4 47.¦xd5 ¢f5 48.¦d7! (48.¢e3 Sair com o rei para longe do peão G parece perigoso 48...a3 49.c6 ¦xc6 50.¦a5 ¦h6! ganha um tempo (50...¦c3+ 51.¢d4 ¦g3 52.¦a7 g5 53.¦a8 g4 54.¦f8+ ¢e6 55.¦e8+ ¢f7 56.¦a8 ¢e7 57.¦a7+=) 51.¢d4 ¦h4+ 52.¢c3 (52.¢d5 ¦e4 53.¦xa3 ¦xe5+ 54.¢d4 ¦e1–+) 52...¦h2) 48...g5 49.¦a7 g4+ 50.¢g3 ¢xe5 51.c6 ¢d6 52.c7 ¢d7 53.¢g2 com provável empate) 46...¢f5 47.¦xg7 (47.c7? ¦c4 48.¦xd5 ¦xc7 49.¦a5 ¦c2+! 50.¢f1 ¦a2) 47...¦c4 48.¦a7 ¢xe5 49.¢f3 ¢d6 50.c7 ¦xc7 51.¦xa4 ¦e7 52.¦a1= Manobra típica para “descortar” o rei e empatar 52...d4 53.¢f2] 40...¦xe3+ 41.¢g2 ¢g4! Agora o rei preto defende e6 e chega a d4 muito rápido 42.¦xc6 ¢f5 43.¦c7 ¢e4 44.c6 ¢xd4 45.¦xg7 ¦c3 46.c7 ¢xe5 47.¦d7 a4 As análises e variantes aqui mostradas não são definitivas e podem ser melhoradas em alguns momentos, mas prefiro não estendê-las. 0–1
Rodrigo Disconzi é Mestre Internacional e ministra aulas via internet.
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PERFIL
Renato Quintiliano é um dos grandes destaques do xadrez nacional nos últimos anos. Ele aprendeu a jogar xadrez na escola, nas aulas de Educação Física, teve um progresso sólido até atingir o título de Mestre FIDE e conseguir uma norma de Mestre Internacional. Muito estudioso, Renato frequentemente é citado em entrevistas como companheiro de estudos devários jogadores.
Data de Nscimento: 04-10-1992 Cidade Natal: Osasco Hobbies: assistir filmes, ouvir música, internet
conhecido com sua devida importância no Brasil. Abertura Favorita? Siciliana Variante Dragão
Estilo de Jogo? Eu acho difícil definir um Pratica outros esportes? Gosto de jogar “estilo”, eu jogo posições diferentes defutebol sempre que posso. pendendo da cor. De brancas eu costumo cair em posições fechadas ou semi - fechaTime do Coração? Apesar da fase, Pal- das, mas de pretas quase sempre minhas meiras (rs) partidas são mais abertas e em posições mais táticas e complicadas, mas isso é por Musica Favorita? Crying Lightning - Arc- causa do meu repertório. Por outro lado, tic Monkeys é bom porque eu não me sinto dependente de um tipo específico de posição, e me Quem você desafiaria para uma parti- sinto bem jogando tanto posições mais esda de xadrez? Aquelas pessoas que não tratégicas e posicionais como outras mais honram o xadrez. Que desviam, que mani- agudas e táticas. pulam resultados e torneios, e que não jogam o jogo com amor e nem com o devido Principais ídolos no xadrez? Tem várespeito, se valendo dele para propósitos rios jogadores antigos que admiro bastanpessoais e segundas intenções maldosas. te, Morphy, Capablanca, Fine, Rubinstein, Essas pessoas atrasam o desenvolvimento Alekhine, Spassky, Petrosian, e dos mais do xadrez no nosso país e eu adoraria jo- recentes Karpov, Kasparov, Ivanchuk, Kargar contra elas. jakin, Aronian, Topalov e Carlsen. Sonho de Consumo? Acho que hoje meu Amigos no xadrez: Eu gosto de dizer que único sonho é continuar jogando xadrez o xadrez me deu muitos amigos que eu sempre, e melhorar, e ver o xadrez ser re- vou levar pra vida toda, pois são amiza48 revistameiojogo.com
des de muitos anos de conversa e convivência. Do meu círculo de amizades, nos últimos anos o que mais eu tenho conversado e convivido é o Bernardo Sztokbant, eu considero ele como um grande amigo e também sou muito grato à família dele que sempre me recebeu bem. O Luiz Abdalla também é um grande amigo assim como toda família Abdalla, e já há algum tempo a família Proudian (Vazken e Armen) também tem sido bons amigos e pessoas importantes na minha vida, tanto dentro como fora do xadrez. Fora de São Paulo também tenho alguns amigos que sempre converso e gosto muito, como o Evandro Barbosa e o Yago Santiago.
Quando começou a encarar o xadrez mais a sério? No ano de 2008, quando eu tinha 15 anos, eu fui Campeão Paulista e Brasileiro Sub-16, eu acho que a partir daquele momento eu me motivei mais a estudar e tentar chegar longe no xadrez.
Qual foi o seu pior momento na carreira? e o melhor? O pior momento acredito que foi ano passado, mais ou menos no meio do ano, quando joguei uma sequência de torneios ruins que terminou com o Pan-Americano Sub-20, onde perdi 40 pontos. Foi uma queda considerável e me fez parar pra pensar em muitos pontos do meu jogo e rever com mais atenção meus erros. E o melhor momento acredito que Prefere xadrez online ou ao vivo? Eu seja o atual, afinal há duas semanas eu gosto bastante de jogar na internet, jogo consegui um terceiro lugar em Maringá, todos os dias, mas existem algumas emo- um torneio muito forte e talvez o segundo ções que somente o xadrez ao vivo pode Aberto do Brasil mais importante do ano, proporcionar. e na semana anterior fui campeão de um Magistral e conquistei minha primeira nor-
Renato e Bernardo
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nar Mestre Fide? Eu acho que hoje eu consigo calcular melhor do que um ano atrás por exemplo, e tenho perdido menos tempo calculando linhas ruins, o que é uma coisa que acontece frequentemente O que acha que foi o principal motivo com muitos jogadores. Ainda percebo que para chegar ao nível de jogo que se cometo alguns erros graves, mas menos encontra? O estudo é sempre importan- frequentemente do que antes. te, mas acho que acreditar em mim sempre foi o diferencial. Mesmo nas situações Qual a importância da sua família no mais difíceis ou contra os adversários mais seu crescimento enxadrístico? A minha fortes eu nunca deixei de acreditar na mi- família é a coisa mais importante pra mim, nha capacidade, e sempre achei que se eu e o apoio deles é essencial. Desde 2008 desse o meu máximo eu conseguiria fazer quando eu fui campeão brasileiro meus uma boa partida. pais passaram a me apoiar mais e isso foi muito importante. A minha mãe ainda não Explique um pouco da sua rotina. leva tão a sério quanto eu e sonha comiComo são seus treinamentos e pre- go trabalhando numa empresa um dia na paração para torneios? Eu tento treinar área que eu me formei rsrs, mas ela gosta cálculo todos os dias, resolvendo exercí- e apoia bastante, então pra mim isso já é cios e jogando na internet também, e leio ótimo. algum livro, dependendo do que eu estou estudando no momento, ou analiso parti- Quais os objetivos para o futuro? Asdas. Sempre analiso minhas partidas de sim como qualquer pessoa, eu tenho grantorneios na semana seguinte a que joguei, des sonhos, mas primeiro eu quero apeacho que isso ajuda a melhorar a percep- nas seguir o caminho no qual estou, que ção dos nossos jogos de um modo geral, é chegar aos 2400 e conseguir mais duas e identificar nossos erros mesmo nos que normas de Mestre Internacional. Depois ganhamos também evita que a pessoa vis- disso, eu tenho o objetivo normal de quallumbre o próprio xadrez (o que pode acon- quer enxadrista que é ser GM, então quero tecer quando a fase é favorável). Quando focar nessas metas e me dedicar a melhotorneios estão próximos, eu costumo revi- rar meu xadrez por enquanto, e só depois sar um pouco as aberturas e aumentar os disso, que já é um grande trabalho, eu vou treinos de cálculo uns três dias antes. pensar na próxima jogada a ser feita. ma de Mestre Internacional, então acredito que esse seja meu melhor momento até agora no xadrez e estou bastante feliz com isso.
Se junta com outros jogadores para discutir partidas de xadrez? Sim, quase diariamente eu converso com o Evandro ou algum outro amigo sobre partidas interessantes de torneios atuais. Qual faculdade você faz? Pretende exercer esta profissão algum dia? Eu me formei recentemente no curso de Tecnologia em Mecânica de Precisão pela Faculdade de Tecnologia de São Paulo (FATEC-SP), é uma área que eu gosto e com muitas opções para trabalhar, eu poderia trabalhar com isso, mas enquanto eu puder jogar xadrez não vou me incomodar de deixar o diploma na parede rs. O que mudou em seu jogo ao se tor50 revistameiojogo.com
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GIRO DE TORNEIOS Neuris Delgado venceu o II Bienal Professor João Braga
de para empatar sua última partida e ficar com o título e os R$ 10 mil reais destinados ao campeão. Nada menos que 23 titulados se fizeram presente ao evento. O MI Yago Santiago foi o melhor brasileiro na prova, terminando com o vicecampeonato e levando R$ 3 mil reais para casa.
Matsuura (2491) Cubas (2528) [E52]
Um total de 105 jogadores participaram deste forte aberto, que é realizado a cada dois anos Após um começo fantástico do GM Everaldo Matsuura, aonde fez 7 pontos em 7 rodadas, Delago conseguiu vencê-lo em um duela emocionante e teve tranquilida-
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1.d4 ¤f6 2.c4 e6 3.¤c3 ¥b4 4.e3 b6 5.¤ge2 ¥b7 6.a3 ¥e7 7.¤f4 0–0 8.¥d3 d6 9.0–0 ¤bd7 10.e4 e5 11.¤fe2 exd4 12.¤xd4 ¦e8 13.f3 c6 14.¤f5 ¥f8 15.¥g5 h6 16.¥f4 ¤e5 17.¥e2 ¢h7 18.£d2 ¥a6 19.¦fd1 ¤h5 20.¥e3 ¥xc4 21.f4 ¥b3 22.fxe5 ¥xd1 23.¦xd1 dxe5 24.£c2 £f6 25.¥xh5 g6 26.¦f1 gxh5 27.¤xh6 £g6 28.¤xf7 ¦e7 29.¤g5+ ¢h8 30.¦f5 ¥g7 31.£f2 ¢g8 32.¤f3 ¦f8 33.¦g5 £f7 34.£h4 £b3 35.£f2 h4 36.h3 ¦ef7 37.¦g4 a5 38.a4 b5 39.axb5 a4 40.¥c5 ¦b8
41.bxc6 1–0 Delgado (2583) Matsuura (2491) [B01] 1.e4 d5 2.exd5 ¤f6 3.¥b5+ ¥d7 4.¥e2 ¤xd5 5.d4 ¥f5 6.¤f3 e6 7.¥d3 ¥xd3 8.£xd3 ¥e7 9.0–0 0–0 10.c4 ¤f6 11.¦d1 ¤bd7 12.¥f4 ¥d6 13.¥xd6 cxd6 14.¤c3 a6 15.b4 £c7 16.¦ac1 ¦fc8 17.¤d2 b6 18.a3 d5 19.c5 e5 20.¤a4 exd4 21.¤f3 bxc5 22.¤xc5 ¤b6 23.¤b3 ¤c4 24.¤a5 ¤e5 25.¦xc7 ¤xd3 26.¦c6 ¤b2 27.¦xd4 ¤c4 28.¦xc8+ ¦xc8 29.¤xc4 dxc4 30.¤e1 ¢f8 31.¢f1 ¢e7 32.¢e2 ¢e6 33.¢d2 ¤d5 34.¤f3 f5 35.¢c2 h6 36.¤d2 ¤b6 37.¤b1 ¢e5 38.¦d1 ¤d5 39.¦e1+ ¢d6 40.g3 f4 41.¤c3 ¤xc3 42.¢xc3 fxg3 43.fxg3 ¦f8 44.¢xc4 ¦f2 45.h4 ¦c2+ 46.¢b3 ¦d2 47.¦e3 g5 48.hxg5 hxg5 49.¢a4 ¦d5 50.¦c3 g4 51.¦c4 ¦g5 52.¦c8 ¦e5 53.¦g8 ¦e4 54.¢a5 ¦e3 55.a4 ¦xg3 56.¢xa6 ¦g1 57.b5 g3 58.b6 1–0
Krikor Mekhitarian venceu Internacional de Registro
O Grande Mestre Internacional e atual Campeão Brasileiro Absoluto Krikor Sevag Mekhitarian levou a melhor na cidade de Registro. Após nove rodadas, Krikor chegou aso 7,5 pontos e pode comemorar o título de campeão, com meio ponto a mais que o segundo colocado. O destaque do torneio foi o jovem Bernardo Sztokbant, que terminou em oitavo lugar, faltando pouco para receber a norma de Mestre Internacional oferecida pelo evento. Bernardo também somou mais 30 pontos de rating Fide e deverá sair na próxima lista com quase 2250 pontos. Sztokbant (2185) Matsuura (2491) [C99] Comentários de Bernardo 1.e4 ¤c6 2.¤f3 e5 3.¥b5 a6 4.¥a4 ¤f6 5.0–0 ¥e7 6.¦e1 b5 7.¥b3 0–0 8.c3 d6 9.h3 ¤a5 10.¥c2 c5 11.d4 £c7 12.¤bd2 cxd4 13.cxd4 ¤c6 Depois de Cc6 eu ja não tenho certeza do melhor lance para as brancas, eu só conhecia 13... Bd7. 14.¤b3 a5 15.¥e3 a4 16.¤bd2 ¥d7 17.¦c1 £b7
18.¥b1 ¦fc8 19.¤f1 ¥d8 20.¤g3 ¥b6 21.d5 ¤b4 Ca5 era outra opção possível. 22.a3 ¤a6 23.£e2 b4 24.¤d2 ¤e8 25.¥xb6 £xb6 26.¤c4 £a7 27.¥d3 ¤c5 Talvez fosse melhor comer em a3 antes de Cc5. [27...bxa3 28.¤xa3] 28.axb4 ¤b3 Outra opção era 28... Cxd3 Dxd3 Tab8 Da3 Db7 com vantagem das negras. 29.¦c3 £b7 30.£e3 ¦ab8 31.f4 Lance interessante tentando criar problemas para as negras na ala do rei ja que ela tem quase todas as peças na ala da dama. 31... f6 32.fxe5 dxe5 32... fxe5 era perigoso ja que as brancas teriam 33 Dg5 com idéias de De7 e Tf1. 33.b5 forçando as negras a capturarem b5 com o bispo para liberar a casa f5 para o cavalo de g3. 33...¥xb5 34.¤f5 ¦d8 35.£g3 Aqui meu adversário tem por volta de 13 minutos e eu tenho poucos segundos jogando já nos acréscimos. 35...¢h8 36.¦e2 ¦bc8 37.¦ec2 Ameaçando Ccd6! 37...£a7+ 38.¢h2 ¤d4 39.¤xd4 £xd4 Um erro grave. Era melhor exd4 Ta3 com leve vantagem branca. Depois do lance jogado ( 39...Dxd4) as brancas tem vantagem decisiva. [39...exd4 40.¦a3 ¥xc4 41.¦xc4 ¦xc4 42.¥xc4 ¤d6 43.¥d3 £b6] 40.¤xe5! ¦xc3
41.bxc3 [41.¦xc3 ¥xd3 (41... fxe5 42.¥xb5 ¤d6 43.£h4 ¦f8 44.¥d3) 42.¤f7+ ¢g8 43.¦xd3] 41...£xe5 [41...fxe5 42.¥xb5] 42.£xe5 fxe5 43.¥xb5 ¤d6 44.¥xa4 [44.¥d3] 44...¤xe4 45.c4 ¤c5 46.¥b5 ¢g8 47.¦a2 ¢f7 48.¦a7+ ¢f6 49.¦c7 ¤d3 50.¦c6+ ¢f5 51.d6 e4 [51...¢e6 Na partida, com poucos segundos e nervoso, eu achei que 51... Re6 seguraria os peoes passados, mas depois de 52.c5 Rd5 53. d7 Txd7 54. Tc8. as brancas continuam com boa vantagem. 52.c5 ¢d5 53.d7 ¦xd7 54.¦c8] 52.c5 ¢e5 53.¦c7 ¢d5 54.d7 ¤xc5 55.¦c8 ¤b7 56.¥c6+ ¢d4 57.¥xb7 ¦xd7 58.¥a6 ¦a7 59.¥b5 ¦a5 60.¥e2 ¦a2 61.¥g4 g6 62.¦d8+ ¢e3 63.¦e8 ¢f4 64.¥e6 ¦d2 65.¥g8 ¦d7 66.¦f8+ ¢e3 67.¢g3 ¢d2 68.¦e8 ¦d3+ 69.¢f4 g5+ 70.¢xg5 ¦g3+ 71.¢f4 ¦xg2 72.¥xh7 ¦f2+ 73.¢g3 e3 74.¥g6 ¦f1 75.¥h5 ¦g1+ 76.¢h2 ¦g7 77.¥g4 ¢d3 78.¢g3 1–0
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GIRO
DE TORNEIOS
Brasileiros fizeram bonito na Copa do Mundo
A
Copa do Mundo de xadrez é a chance dos jogadores baterem de frente contra a elite do xadrez mundial. A cada dois anos 128 se enfrenta na disputa pelo título do evento, que classifica os melhores para as disputas do Campeonato Mundial e distribuí uma das maiores premiações do Xadrez Mundial. O evento tem um charme a mais por ser eliminatório, obrigando todo mundo a jogar de fato suas partidas, pois o empate rápido pode ser um problema na próxima partida. Os brasileiros presentes na prova foram os GM’s Rafael Leitão e Alexandr Fier, que se classificaram ao ser campeão e vice, respectivamente, do Torneio Zonal 2.4 que aconteceu em Manaus. Como era de se esperar, os dois foram “puxados” por jogadores mais fortes, e tiveram que suar para passar à segunda fase do torneio, nos desempates. Fier jogou contra o GM polonês Radoslaw Wojtaszek (2701) e o eliminou nas partidas de rápido por 1,5x0,5, após o confronto em partidas clássicas terminar em 1x1 (dois empates). Já Rafael Leitão teve pela frente o russo Ernesto Inarkiev (2680). Ele também empatou com o russo nas partidas clássicas (1x1) e conseguiu superá-lo nos desempates, ao vencer a última partida em um ten-
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so final, aonde recuperou um final em que esteve mal durante boa parte do tempo. A segunda fase foi trágica aos dois. Leitão sucumbiu perante o russo Alexander Morozevich (2736), jogador que tem uma legião de fãs por causa do seu estilo único de jogo e que já esteve no top 5 do mundo. Na primeira partida Rafael sofreu forte pressão do russo, conseguiu contornar, mas no apuro de tempo fez alguns lances duvidosos e acabou perdendo a partida e posteriormente o confronto por 1,5 x 0,5. Fier enfrentou um jogador tecnicamente inferior. Baskharan Adhiban (2567) surpreendeu o brasileiro na segunda partida, após conseguir vantagem na abertura, o jogador indiano foi aumentando sua vantagem aos poucos, até ter uma posição confortável e faturar o ponto e o match por 1,5 x 0,5. Assim, os brasileiros encerram sua participação no evento com uma premiação de USD 10 mil dólares. O evento teve boa cobertura, com uma central de mídia específica para transmitir as partidas. A revista Meio Jogo também fez sua parte, retransmitindo as partidas dos brasileiros com comentários ao vivo do MI Rodrigo Disconzi e MF Renato Quintiliano.
Fier na sua partida decisiva contra Adhiban
Alexandr Fier(2595) - Radoslaw Wojtaszek(2701) WorldCup 2013 (3.38), 13.08.2013 1.d4 ¤f6 2.¥g5 d5 3.¤d2 c6 4.e3 £b6 5.¦b1 ¥f5 6.¥xf6 gxf6 7.¥d3 ¥xd3 8.cxd3 e6 9.¤e2 ¤d7 10.0–0 ¥d6 11.b4 a5 12.bxa5 £c7 13.f4 ¦xa5 14.¦b2 f5 15.e4 fxe4 16.dxe4 dxe4 17.¤xe4 ¥e7 18.¤2g3 h5 19.f5
19...e5 20.f6 ¥a3 21.¦b3 exd4 22.£e1 ¢d8 23.¦xb7 £e5 24.¦f5 £xf5 25.¤xf5 ¦xf5 26.¦a7 ¥f8 27.£g3 1–0 revistameiojogo.com 55
Leitão x Inarkiev
Rafael Leitao(2632) - Ernesto Inarkiev(2680) WorldCup 2013 (3.49), 13.08.2013 1.d4 d5 2.c4 c6 3.¤f3 ¤f6 4.e3 a6 5.¥d2 e6 6.£c2 ¤bd7 7.¤c3 dxc4 8.¥xc4 b5 9.¥e2 ¥b7 10.¤e4 ¤xe4 11.£xe4 £b6 12.¤e5 ¤f6 13.£f4 c5 14.¥h5
14...¥d6 15.¥xf7+ ¢e7 16.£g5 ¥xe5 17.£xg7 ¤e8 18.£xe5 ¢xf7 19.dxc5 £c7 20.£h5+ ¢f8 21.¥c3 ¤g7 22.£h6 ¦d8 23.0–0 ¦g8 24.¦ad1 ¢f7 25.£f6+ ¢e8 26.f3 ¦d7 27.£g5 ¢f7 28.e4 ¤e8 29.£h5+ ¦g6 30.£xh7+ ¤g7 31.¦xd7+ £xd7 32.£h4 ¢g8 33.£f4 ¤h5 34.£e5 ¤f6 35.h4 £f7 36.¦d1 ¢h7 37.¦d8 £g7 38.¦d2 £h6 39.¦d7+ ¦g7 40.¦xg7+ ¢xg7 41.£g5+ 1–0 56 revistameiojogo.com
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ANA
ROTHEBARTH
Viajando pela
“Bem-vinda!” foram as palavras que proferi à notícia enxadrística que me cumprimentou no mês de janeiro. A Confederação Brasileira de Xadrez (CBX) publicava um comunicado no qual constava que eu tinha sido uma das mulheres da América Latina selecionada pela Comission for Women’s Chess (WOM) para integrar o projeto Rumbo a la Gran Maestria. Que grata surpresa! Em primeira instância fiquei desconfiada e curiosa, pois não tinha me inscrito em nenhum programa e, sendo assim, como teriam chegado até o meu nome e o motivo de terem me escolhido, além, é claro, para saber qual o propósito do projeto.
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A Comissão fazia uma triagem em cada país a ser contemplado com o projeto com base em critérios. No caso do Brasil, os quesitos a serem apresentados pela enxadrista eram: Ter elo mínimo de 2000 e máximo de 2200; Não ter títulos de WIM ou WGM; Estar em atividade e; Possuir menos de 25 anos. O resultado desse crivo foi o convite estendido a mim. Como o próprio nome diz, o objetivo do projeto é desenvolver o xadrez feminino na América Latina visando qualificação e consequentemente formação de novas mestras. Para isso, oferecem suporte através de programas de aulas com Grandes Mestres, subsídios para participação em
eventos internacionais e uma grande troca de experiências com enxadristas de todo o mundo. Assim, após meses tendo treinamento com Grandes Mestres (GM Carlos Palermo, GM Alonso Zapata e GM Viktor Moskalenko), chegava a hora de participar de torneios. País escolhido: Itália. Período: 33 dias. Parti do Brasil disposta a aplicar cada conhecimento novo adquirido, além dos que tinha somado durante 10 anos, e a ter uma nova confiança ao tocar as peças. Apesar dessa meta, tinha consciência, melhor dizendo, pés no chão, que o desempenho que iria alcançar dando o meu melhor poderia resultar em um balanço positivo ou negativo na atualização do elo da Federação Internacional de Xadrez (FIDE). O primeiro torneio aconteceu na cidade de Gallipoli. Passei por dificuldades até me acostumar com a diferença de horário e o clima local. Joguei oito partidas em que é visível minha baixa produtividade. Acabei saindo com saldo negativo em oito pontos e em 26º – minha posição inicial era 23º. Apesar disso, não me desmotivei. Acostu-
mei com o fuso horário e recuperei saúde. Acabando o torneio de Salento, das praias fui às montanhas; Ortisei. Acrescentei 21 pontos e com 50% de aproveitamento obtive a 42º colocação – minha colocação inicial era 59º. Depois tive quatro dias de folga, muito bem aproveitados fazendo turismo pela Itália, para assim participar do último torneio, em Forni di Sopra. Neste eu era a número 65 e fiquei em 54º somando mais 15 pontos. Apesar das colocações, números e aproveitamento supracitados, posso dizer que o me fez atinar à evolução que estava realmente tendo foi a maior extensão de jogadores que passei a atingir. Pela primeira vez consegui ganhar de jogadores que tinham entre 2100 e 2300 de elo. Anteriormente, apenas tinha angariado uns raros empates com a faixa de 2150. Tenho convicção que esse desempenho inédito foi gerado da dedicação que ofereci aos estudos; A uma nova perspectiva que adotei ao enfrentar um adversário; Aos erros e acertos que questionava revistameiojogo.com 59
ANA
ROTHEBARTH
após as partidas; Ao frio na barriga que absorvia ao enfrentar cada adversário; Ao desejo de ir além... Nem que seja para enxergar um pouco mais os erros que cometo e os conhecimentos que preciso adquirir. Enfim, pode parecer pouco para uns, muitos para outros. Para mim, mais um passo dado rumo ao meu objetivo. Um, pois tenho ciência que tenho muito a superar para alcançar e fazer por merecer o título de mestra. Perceber estar sendo capaz de se superar é como dar um presente a si próprio. Um dos presentes mais difíceis de conquistar e um dos que mais deve se agradecer. Para finalizar, agradeci, agradeço e serei eternamente grata a muitas pessoas pela oportunidade que estou tendo, pela ajuda que recebi, pelos momentos compartilhados. Espero poder retribuir alcançando, quiça superando, o que vocês em mim confiam.
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> Ranking Brasil
Entenda a Briga no topo do Ranking Cinco respostas sobre as chances de trocas de posição no fim da temporada
O 1
Ranking Brasil chega na sua reta fi- tados desta temporada, eles estão separanal e fizemos uma análise sobre as dos por apenas 263 pontos, neste momenchances dos favoritos to. Isto é ligeiramente inferior a um título de um Torneio IRT Aberto. – Krikor vai terminar o ano como Para terminar o ano como número dois, número 1, ou Fier pode ainda al- Fier precisa, mais ou menos, corresponder cança-lo? os resultados de Matsuura nos últimos torPara terminar o ano como número 1, qua- neios do ano. Se desistir de jogar torneios se tudo que Krikor tem que fazer é apare- abertos, Alexandr com certeza será ultracer. Por outro lado, para roubar a liderança passado. do atual Campeão Brasileiro, Fier tem que - A briga pelo Top 5 está decidicontinuar a ganhar grandes torneios munda ou podemos ter alguma mudo afora. dança Concretamente, Krikor ganhou 888 pontos a mais do que Fier este ano. A chance de As primeiras quatro posições estão bem termos outros torneios com grandes pre- definida, apenas a quinta posição está um miações no Brasil são bem escassas este pouco em aberto, com 4 jogadores briganfinal de ano, mesmo assim se ele ficar sem do ombro a ombro por ela em uma difejogar, corre o risco de ver Fier o ultrapas- rença de apenas 500 pontos, o equivalente a uma vitória numa etapa do Aberto do sar. Brasil de xadrez pensado. – Everaldo Matsuura e Yago Santiago estão fora da briga pelo tí– Alguém mais pode entrar na tulo? briga pelo top 10? Ambos ainda possuem pequenas chances, Ainda temos 3 meses e meio para o mais tem que jogar e ganhar muitos tor- final do ano, e com certeza muitas posineios abertos e torcer para Fier e Krikor ções intermediárias irão se alterar, entrenão jogar ou ir mal nos que participarem. tanto esses jogadores postulantes devem jogar mais eventos e buscar a vitória para - Fier está seguro no segundo lu- terminar o ano no top 10. gar? Não, e Matsuura está mais perto do que você pode imaginar. Olhando os resul-
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top 10 setembro Kriko Mekhitarian Premiação: R$ 19,729 reais Pontos: 4087 Variação: 0 ALEXANDR FIER Premiação: R$ 38,834 reais Pontos: 3199 Variação: +2
EVERALDO MATSUURA Premiação: R$ 8,635 reais Pontos: 2936 Variação: -1
4º YAGO SANTIAGO Premiação: R$ 8,820 reais Pontos: 2708 Variação: -1 5º EVANDRO BARBOSA Premiação: R$ 5,059 reais Pontos: 1568 Variação: +1 6º RAFAEL LEITÃO Premiação: R$ 27,430 reais Pontos: 1428 Variação: -1 7º LUCAS AGUIAR Premiação: R$ 2,840 reais Pontos: 1284 Variação: +36
8º CHARLES GAUCHE Premiação: R$ 1,550 reais Pontos: 1042 Variação: +23 9º PAULO JATOBÁ Premiação: R$ 1,950 reais Pontos: 966 Variação: +15 10º EDUARDO MUNOA Premiação: R$ 1,870 reais Pontos: 930 Variação: -3 Ranking Completo no site: www.revistameiojogo.com
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A HUMILDADE DE UM GRANDE MESTRE
Eimy x Matsuura
Aconteceu em um Torneio
Onde:? III Aberto de Maringá Quando? 24 a 28 de julho Local: Maringá Country Club Premiação: R$ 20 mil reais
Matsuura já fez este Fair Play em várias outras situações.
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E
ntre todos os acontecimentos que houve na primeira rodada, o que mais chamou a atenção foi o que fez o GM Everaldo Matsuura em sua partida contra a jovem Eymi Montufar, na mesa cinco. Eymi veio de carro com sua família de Minas Gerais e acabou chegando atrasada ao evento. Ao chegar ao salão, viu o seu tempo quase acabando. Surpreendendo a todos, Everaldo chamou o árbitro chefe e pediu para os tempos fossem somados e posteriormente divididos igualmente. A partiu seguiu assim de forma normal e Matsuura acabou vencendo o jogo. Essa não é a primeira vez que ele faz algo do tipo. Ano passado no mesmo evento, ocorreu situação semelhante, porém com um jogador de quase 2300 de rating. Matsuura agiu da mesma forma que com Eymi.
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