GANHE
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BRINDES
técnicas de desenho giz pastel, nanquim
alexandre mury revista pilotis • ano 1 • edição 1 • n. 001 novembro | 2013 • R$ 7,00
brincando com a arte
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marcador de páginas pasta A4
Leonardo da Vinci Michelangelo Rafael Sanzio Donatello + Exposição no CCBB
Vulcano
C
riada pelas estudantes de Comunicação Visual, Natália Barbosa e Mariana Firigato, a Pilotis é uma revista que se alimenta de elementos visuais e que se expressa por meio de suas ilustrações e arte que são expostas aqui. Nossas matérias são direcionadas ao meio artístico profissional e amador trazendo desde tendências, inovações no mundo do desenho até fundamentos e dicas para quem deseja iniciar neste caminho. De forma dinamizada, nossa missão é divulgar trabalhos de iniciantes e exaltar os experientes mestres que nos ensinam e nos inspiram a quebrar tabus, explorar espaços e transformar o meio em que vivemos. Esta primeira edição enaltece o movimento, que para uma grande parte da população os artistas dessa época são referenciais de arte: o Renascimento. Os estudos do Renascimento ampliaram várias áreas do conhecimento tornando-se uma importante fase histórica. O grafite que aparece na capa quanto neste editorial é de um artista de rua, norueguês, que atende pelo pseudônimo Dolk Lundgren.
editorial
BEM-VINDO!
SUMÁRIO _outro olhar
6 ALEXANDRE MURY um artista que possui uma nova forma de ver a arte; em suas releituras de quadros famosos, torna-se um dos personagens
_especial
8 RENASCIMENTO saiba mais sobre a exposição dos “MESTRES RENASCENTISTAS” além de obter um panorama geral do renascimento e da sua importância
4 • revista pilotis
sumário _técnica
14 DESENHO um pequeno tutorial com dicas sobre como desenhar com: GIZ PASTEL e NANQUIM
_crônica
18 MASP
um olhar sobre as manifestações que tomaram o Brasil em 2013 e seus limites
revista
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ALEXANDRE MURY Qual o papel da obra de arte na nossa sociedade? Tudo começou como uma brincadeira de internet, nos anos 1990, época do Fotolog. Com releituras - do seu olhar único - percorrendo do Renascentismo ao contemporâneo, passando pela antiguidade e indo ao moderno. Perto dos 40 anos de idade um artista que não se cansa. Ele pesquisa, monta, desmonta, acha, procura, representa, molda, costura, troca, posa, oferece e recebe, sendo friccionado pela história da arte e, claro, por seus próprios vetores e premências, o que equivale a dizer comichões de sua própria história. Ele rememora, repete e elabora.
6 • revista pilotis
Este é Alexandre Mury. Um fluminense de São Fidélis/ RJ. Formado em Publicidade e Propaganda. Já lecionou em algumas faculdades, nos cursos de Comunicação Social e Design Gráfico. Atuou profissionalmente como diretor de arte em agências de publicidade. Atualmente, dedicase exclusivamente ao trabalho de fotografia. •
outro olhar Nesta releitura, Alexandre Mury raspou o cabelo, a barba e as sobrancelhas para se transformar na Monalisa de Leonardo da Vinci.
“Monalisa” 1503-1506, 77x53cm, Leonardo da Vinci, pintura a óleo sobre madeira de álamo, encontra-se no Museu do Louvre, França
Ao lado, Alexandre Mury representa o Adão na releitura do afresco de Michelangelo, “A criação de Adão” 1511, que figura no teto da Capela Sistina, em Roma
conheça mais acessando o site: http://www.alexandremury.com.br/ revista
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especial
RENASCIMENTO CULTURAL
Rafael Sanzio, 1510 “A escola de Atenas” Palácio Apostólico Vaticano, 8 • Roma revista
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A RENASCENÇA ITALIANA Entre 1300 e 1850, a civilização européia reviveu os ideais clássicos da cultura greco-romana, esse período, no qual chamamos Renascimento, foi muito rico pelos progressos e realizações nas artes, na literatura e nas ciências, superando a herança clássica.
Partenon, Iktinos/Kallikrates, 447 a.C., Grécia
Em oposição ao divino e ao sobrenatural impregnados na idade média, o Renascimento tinha como mote principal o humanismo, em que valoriza-se o homem e a natureza. O ideal humanista e o rigor científico estão presentes em diferentes manifestações, sempre exaltando os maiores valores da época: a racionalidade e a dignidade do ser humano.
Um exemplo de arquitetura renascentista é a Capela Pazzi (1429-1443), obra concebida por Filippo Brunelleschi, onde harmonia e regularidade se concretizam, como consequência das regras de geometria. Na escultura renascentista italiana, destacam-se Verrocchio e Michelangelo, ambos reproduziram Davi que segundo a bíblia, derrotou o gigante Golias – cada um com suas particularidades. Verrochio nos traz um Davi adolescente, ágil e elegante, em bronze, influenciada por seus trabalhos como ourives. Já Michelangelo nos apresenta um Davi em mármore, já adulto, forte, com mãos colossais, de um homem acostumado com o trabalho. Mesmo diante de diferentes representações, os dois artistas traduziram a dignidade do homem em suas obras e se destacaram durante esse período. Porém, a grandiosidade de toda a obra de Michelangelo surpreende e o torna um ícone da escultura renascentista.
Homem vitruviano, Leonardo da Vinci
A arquitetura renascentista tem como principal característica a ocupação do espaço do edifício baseada nas relações matemáticas, de modo que o observador possa compreender, de qualquer ângulo visual, a lei que organiza aquele ambiente, deixando claras as proporções entre todas as partes do edifício.
Proporção áurea, Fibonacci, 1202
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Davi, Michelangelo, 1504, Florença
A pintura do renascimento retoma o uso da perspectiva, segundo os princípios da matemática e da geometria, do claro-escuro (luz e sombra) e do realismo, recursos abandonados entre o período românico e o início do período gótico. O período renascentista se caracteriza pelo ideal de liberdade e, consequentemente, pelo individualismo, o que contribuiu para o surgimento de artistas com um estilo pessoal, especialmente na pintura. A partir dessa época, começa a existir o artista como criador individual e autônomo, que expressa em suas obras seus sentimentos e idéias. •
LEONARDO DA VINCI 1452-1519 _ 67 anos
De espírito versátil, Da Vinci pesquisou e realizou trabalhos em diversos campos do conhecimento humano. Foi aprendiz de Verrochio, aos 17 anos, em Florença. Aos 30, foi para Milão, se interessou por urbanismo e fez um projeto completo para a cidade. Depois, por volta de 1500, dedicou-se aos estudos de perspectiva, óptica, proporções e anatomia, o que rendeu cerca de 4000 desenhos, acompanhados de anotações e diversos estudos. Apesar de ter pintado pouco – o afresco da Santa Ceia, no convento de Santa Maria Della Grazie, em Milão, e cerca de 15 quadros, dentre eles Gioconda (Monalisa) – Leonardo da Vinci dominou com sabedoria um jogo expressivo de luz e sombra.
A Anunciação, Leonardo da Vinci, 1472
MICHELANGELO 1475-1564 _ 88 anos
Aos 13 anos, Michelangelo foi aprendiz de Ghirlandaio, em Florença. Ainda em Florença, frequentou a escola de escultura de Lourenço Médici, onde teve contado com a filosofia de Platão e com ideal grego de beleza. Entre 1508 e 1512, trabalhou na pintura do teto da Capela Sistina, no Vaticano, onde expressou toda sua genialidade em várias cenas do antigo testamento, dentre as quais se destaca “A criação do homem”, tal obra concretiza o ideal da beleza do renascimento.
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especial
renascimento
RAFAEL SANZIO 1483-1520 _ 37 anos
Rafael é considerado o pintor que melhor desenvolveu, na Renascença, os ideais clássicos de beleza: harmonia e regularidade de formas e cores. Seus quadros são compostos por elementos dispostos em espaços amplos, claros e seguindo uma simetria equilibrada, expressando ao observador ordem e segurança. “A escola de Atenas” (ver pág. 8), afresco pintado no palácio do Vaticano, se destaca dentre sua vasta produção, onde são representados o espaço com sugestão de profundidade e a ordenação das figuras com equilíbrio e simetria.
Alegoria da Virtude, Rafael Sanzio
DONATELLO
1386-1466 _ 80 anos Donatello teve seus primeiros conhecimentos artísticos em uma oficina de ourives. Entre seus 16 e 18 anos, esteve em Roma, estudando os clássicos com Brunelleschi. De volta a Florença, deu início a uma série de trabalhos, na qual se destacam uma estátua de Davi em mármore para o Duomo de Florença (1408), a estátua de “São João Evangelista”, com uma composição clássica e humana, realizada com estudos anatômicos, e o Battisteto, monumento fúnebre do Papa João XXII, produção em parceria com Michelozzo. Donatello realizou ainda, trabalhos em Roma e em Pádua. Em 1453, retornou à Florença e esculpiu, em madeira, “Madalena”, obra que privilegia a expressão, o corpo esquelético, a dor que transparece do rosto, representeando os sentimentos da alma humana. 12 • revista pilotis
+ OBRAS
“Mestres do Renascimento”
As Três Graças, Rafael Sanzio, 1503
São Marcos, Donatello
O Casamento da Virgem, Rafael Sanzio
O Centro Cultural do Banco do Brasil apresenta: “Mestres do Renascimento”. A exposição traz 57 obras genuinamente italianas que percorreram toda a Itália com o movimento renascentista. O CCBB abre as portas, em entrada franca, visando facilitar o acesso popular aos museus, aos festivais e aos eventos culturais em São Paulo. As obras estão disponibilizadas em uma ordem de cidades italianas a fim de esclarecer, cronologicamente, a importância de cada obra e cada pintor. Além de haver palestras dos curadores italianos. O evento, que pelo número de obras expostas, não se mostra grande, acarretou filas com mais de duas horas entre todos os dias que apresentadas proporcionando aos consumidores de arte brasileiros obras-primas consideradas patrimônio da humanidade.• Mestres do Renascimento 13 Jul a 29 Set Local: CCBB SP Horário: Quarta a domingo das 7h às 22h Ingresso: Entrada franca
Capela Sistina, Michelangelo, 1483, Roma revista
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renascimento
TÉCNICAS DE DESENHO
O
desenho é uma forma de linguagem, talvez a mais antiga. Provavelmente o homem das cavernas, bem antes de se comunicar com palavras, tenha feito isso através de rabiscos. Ainda hoje, quando não conseguimos nos comunicar verbalmente, tentamos fazê-lo por meio de um desenho. Um mapa, por exemplo.
No mundo do desenho, o talento promove o destaque de muitas pessoas, seja no traçado, na composição ou até o enfoque do artista na obra contemplada. Contudo, as técnicas são os pilares para o bom desenvolvimento de um trabalho. Apresenta-se a seguir duas técnicas de desenho realizadas com materiais diferenciados para ampliar o repertório de novos artistas.
GIZ PASTEL
O Giz Pastel é um material poroso que evita o deslize no papel. Por isso, ele permite que se faça diretamente a esquematização do desenho. Análise as inclinações e os eixos da cabeça do anjo e das asas. Após, divida o rosto acompanhando as inclinações, definindo onde serão desenhados os olhos, o nariz e a boca. Lembre-se: por ser um desenho clássico renascentista, ele necessita da montagem desse esqueleto.
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A partir do esqueleto da imagem, desenhe os olhos. A proporção de todo o desenho se baseará na medida do olho inteiro. Com ela você vai definir a distância entre os olhos, o tamanho do nariz, a medida da boca e o espaço entre o olho e a orelha. Sempre trace linhas guias para ajudar nas proporções.
técnica Agora, pode-se aplicar a técnica de luz e sombra. Como o desenho original tem fundo preto, o desenho vai conter muito mais sombra, mas sempre aplicando o degrade. O Giz Pastel deixa bastantes manchas na composição, o que, no caso, contribui a realizar o degrade.
As asas apresentam a cor bem mais concentrada nas bordas do que o rosto. Os cabelos são feitos de forma bem mais livre com traços, linhas ou esfumaçato.
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NANQUIM
Ao contrário do Giz Pastel, a técnica em Nanquim exige que o esqueleto do desenho seja feito em lápis grafite HB ou 2B com traços fracos. A esquematização é a mesma, definindo inclinações e eixos da cabeça e das asas.
Ainda com o lápis, desenhe o olho que aparece inteiro, e a partir dele, defina a distância entre os olhos e a orelha, o tamanho do nariz e o cumprimento da boca. 16 • revista pilotis
técnica Feito isso, já com a caneta Nanquim, aplique as hachuras no sentido dos músculos, a fim de que o desenho ganhe volume. Localize os pontos centrais de luz no desenho original, deixando estas áreas livres. Não esqueça que em hachuras também se aplica o degrade, sobrepondo-se mais hachuras de fora para dentro do desenho, tanto no rosto quanto nas asas.
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crônica
VEM PRA RUA! VEM? Desde o último mês de junho, as manifestações populares tem sido constantes, principalmente em algumas capitais do Brasil, como é o caso de São Paulo. Neste mês, como não podia ser diferente, tivemos mais manifestações, mais cartazes, greves, multidões, pichações, balas de borracha, mais prisões. Em meio a isso tudo, um símbolo paulistano amanheceu pichado. Não uma, mas duas vezes - em um intervalo de 12 dias - o MASP teve seus pilares manchados por sprays desenfreados. De ponto turístico tombado pelo IPHAN à acervo mais rico e abrangente do hemisfério sul, o MASP é ponto de referência para paulistanos, ponto de partida para turistas e ponto de encontro para as mais variadas tribos, que são acolhidas em seu generoso vão livre. Junto ao exemplar de arquitetura brutalista, de estrutura vermelho-vivo, outros monumentos e edifícios ícones também recebiam gritos coloridos pelo país, nos despertando para questões sobre liberdade de expressão, preservação do patrimônio, educação, vandalismo, valorização da arte e da cultura. Além destas, outras questões saltam aos nossos olhos, sobre as próprias manifestações, suas causas, seus manifestantes e seus resultados - positivos e negativos. O gigante acordou. Mas quando ele vai ter hombridade para se levantar, ditar as regras e lutar contra seus inimigos em pé de igualdade? Degradar nossa arte, nossa arquitetura, nossa cultura, nossa história, é a melhor arma?
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eduardo bajzek
Natália Barbosa, 26 anos, estudante de Comunicação Visual [ETEC_Carlos de Campos]
INSCRIÇÕES DO PROCESSO SELETIVO:
TAXA DE INSCRIÇÃO:
natáli nat áliaa barb barbosa osa de lilma _ mari ma anaa fi firig rigato ato
CURSOS TÉCNICOS: administração marketing