A crise de 2015 e seus desafios para a esquerda no Brasil e no Rio Grande: defender as conquistas e evitar o retrocesso O exitoso modelo de desenvolvimento que implementamos no Brasil, ao longo da última década, baseado na inclusão social e no papel indutor do Estado com obras públicas, chegou no seu limite. Os programas de distribuição de renda foram o motor desse salto de cidadania que tirou 30 milhões de pessoas da miséria e foram o motor de propulsão econômica até agora. No entanto, a desigualdade da distribuição de renda se tornou hoje o maior empecilho para a continuidade do desenvolvimento do país. E essa concentração está baseada num sistema tributário injusto. Somado as consequências da maior crise econômica do capitalismo, que segue espalhando seus efeitos colaterais, agora atingindo diretamente os BRICS, estão em perigo todas as conquistas que tivemos nessa década e todos os sistemas de políticas sociais que o país estruturou a partir da Constituição Federal de 1988. Tal crise econômica faz por ampliar, geometricamente, os efeitos da crise política que o governo Dilma passa. Ao invés de aprofundar as mudanças e conquistas dos 12 anos de governo petista, a Presidenta Dilma optou por uma guinada conservadora em seu governo, através da transferência da articulação política do governo ao PMDB e a implementação de um ajuste fiscal recessivo, cujo o ônus recai sobre a maioria da população. A evolução das políticas de transformação que demos início teria por consequência uma política de desconcentração de renda e propriedade e não a recessão e o desemprego.