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SEXTA-FEIRA, 02 DE MAIO DE 2014 PUB
Politécnico de Santarém assina parceria com Instituto de Investigação Agrária
Mira Amaral em Santarém:
“Empresários estão a fazer um trabalho extraordinário pelo país”
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António Neto foi dirigente sindical antes do 25 de Abril e desenvolve, desde então, uma intensa actividade cívica
“O Governo quer ajustar contas com Abril” O feriado do 1.º de Maio foi a primeira conquista sindical após o 25 Abril e a primeira de 14 reivindicações que a Intersindical apresentou à Junta de Salvação Nacional no dia seguinte à revolução. Até então, a comemoração desta data era proibida e reprimida pelas forças de segurança. A instituição do salário mínimo nacional, a redução do horário semanal para 40 horas, o direito à greve, a liberdade sindical, a liberdade de imprensa, o fim da carestia de vida e a libertação dos presos políticos foram outras das conquistas. No primeiro Dia do Trabalhador em liberdade, as comemorações estenderam-se a todo o país, sob o lema “paz, pão e liberdade”. Em Santarém, por esta altura, o jovem sindicalista António Neto viveu os dias mais marcantes da sua vida. ENTREVISTA PÁG 02 E 03
Reestruturação da ‘Viver Santarém’ deixa 30 no desemprego
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ENTREVISTA
CORREIO DO RIBATEJO, SEXTA-FEIRA, 02 DE MAIO DE 2014
Opinião Francisco Morgado miradourocr@gmail.com
Miradouro de S. Bento Vasco Graça Moura Silenciou-se um lutador Num dos últimos dias do mês que agora findou, no passado domingo, terminou a vida de um dos homens que com intensidade se bateu contra o acordo ortográfico luso-brasileiro, que tanta celeuma continua a dar. Aqui neste jornal respeita-se também a ortografia tradicional e isso, como ele dizia, tem muito pouco ver com saudosismo, ou com “velhos do Restelo”, mas antes com uma questão vital de identidade de um povo e de conservação das raízes. E escrevia-o todas as letras, para que compreendessem bem o que queria dizer: “O acordo serve apenas interesses geopolíticos e empresariais brasileiros, em detrimento de interesses inalienáveis dos demais falantes de português no mundo”. Desempenhando até à hora da sua morte cargos públicos – era o actual presidente do Centro Cultural de Belém, desde Janeiro de 2012 – Vasco Graça Moura afrontou com toda a coragem e também com o valor dos seus argumentos a ordem superior que ordenava a todos os organismos do estado a usar a ortografia do novo acordo. Era advogado, por formação académica, mas apenas teve “banca” de 1966 a 1983. O gosto pela escrita trouxe-o para ser figura central das letras portuguesas, na segunda metade do século passado. Foi excelente escritor, melhor poeta e extraordinário tradutor, tendo mesmo sido considerado o melhor tradutor mundial da língua italiana, no ano de 2007. Paralelamente a esta actividade mais intimista da escrita, Vasco Graça Moura era também um concretizador de ideias, aliás bem espelhado nos diversos desafios que aceitou levar a cabo, com relevância para o excelente trabalho que apresentou como comissário geral de Portugal na Exposição Universal de Sevilha. Foi uma personalidade bastante galardoada e reconhecida nos meios académicos, literários e políticos, o que se reflectiu nas inúmeras distinções e honrarias que recebeu no último quartel da sua vida. Portugal é um país pequeno e portanto é natural que “os génios” sejam raros. Raros e íntegros nas suas convicções e nas suas lutas, como foi o caso de Graça Moura. Ficamos a dever-lhe uma vida posta ao serviço das artes escritas, dos grandes eventos, mas acima de tudo acentuamos o seu interesse pelas coisas lusitanas, pela nossa pátria e a defesa intransigente dos seus valores, da sua história e das suas tradições. Este miradouro é um local quase sempre solitário. Dado ao pensamento e ao alargar de um horizonte que vai até onde o céu toca imaginariamente a terra. Pois que entre um local e outro, descanse em paz. Mas saiba que o exército do anti-acordo, de que era um dos comandantes, está mais fraco. Saibamos nós seguir o seu exemplo, a sua força e os mangas-de-alpaca, os cinzentões, talvez não consigam levar adiante este despautério ortográfico.
António Neto foi dirigente sindical antes do 25 de Abril e desenvolve, desde então, uma intensa actividade cívica
“Este Governo quer ajustar contas com Abril”
O feriado do 1.º de Maio foi a primeira conquista sindical após o 25 Abril e a primeira de 14 reivindicações que a Intersindical apresentou à Junta de Salvação Nacional (JSN) no dia seguinte à revolução. Até então, a comemoração desta data era proibida e reprimida pelas forças de segurança. A instituição do salário mínimo nacional, a redução do horário semanal para 40 horas, o direito à greve, a liberdade sindical, a liberdade de imprensa, o fim da carestia de vida e a libertação dos presos políticos foram outras das conquistas. No primeiro Dia do Trabalhador em liberdade, as comemorações estenderam-se a todo o país, sob o lema “paz, pão e liberdade”. Em Santarém, por esta altura, o
jovem sindicalista António Neto viveu os dias mais marcantes da sua vida. Em que altura da sua vida despertou para as actividades sindicais? Em 1960 entrei para a Juventude Operária Católica (JOC), onde aprendi uma grande lição de vida que foi a de pensar também nos outros e a ter uma consciência do colectivo. Foi uma coisa que me marcou. A JOC era, em alguns sítios, e Santarém não fugia à regra, quase um sindicato. Ou seja: já falávamos, nessa altura, em higiene e segurança no trabalho e na melhoria das condições dos trabalhadores. E foi aí que comecei a despertar para o trabalho em prol dos outros. O que hoje é chamado de praticar a cidadania. Entretanto, em 1970, entrei para a direcção do Sindicato Nacional dos Empregados de Escritórios e Caixeiros do Distrito de Santarém. Eu e os meus companheiros de direcção eramos todos muito jovens. Eu tinha 26 anos. Era uma direcção de rapaziada nova que, na óptica do regime, representava al-
gum perigo porque as estruturas sindicais que existiam eram normalmente compostas por indivíduos da situação. Isso levou a que nos fosse instaurado um processo por irregularidades eleitorais que não existiam. Quem nos foi defender foi um jovem advogado da altura de Santarém: João Luís Madeira Lopes. Fomos julgados no Ministério do Trabalho, mas acabámos por ganhar a acção. Lembro-me que, numa das sessões, junto a um café que existia nas imediações, estavam uns cinco ou seis agentes da PIDE que sabiam do julgamento e eu, como trabalhava num armazém de tecidos, também próximo, saí da sessão para avisar o chefe que demoraria um pouco mais. Nessa altura, fui abordado por um PIDE, de nome Melo, o operacional mais jovem da DGS, que me interpelou sobre o que se estava a passar na sessão. Respondi-lhe que só tinha de dar satisfações ao Ministério das Corporações (Antigo Ministério do Trabalho) e não ao Ministério do Interior e a conversa ficou por aí… Era, portanto, complicado desenvolver uma actividade sindical antes do 25 de Abril…
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Era complicadíssimo. Nessa altura, os dois únicos sindicatos de âmbito regional que faziam parte da Intersindical eram o nosso e o de Leiria. A estrutura estava sedeada em Lisboa e eu, e o Vítor Fernandes, um outro dirigente, participámos em todas as reuniões, apesar de haver PIDES por todo o lado. Havia muito receio e cuidados redobrados. Íamos de Santarém no carro de José Manuel Raimundo e só sabíamos que, num determinado sítio, havia um carro amarelo ou azul, ou verde, que tínhamos de seguir até ao local da reunião. Eu já era casado na altura. Saía de casa e dizia à minha mulher que ia a uma reunião, mas que não sabia onde era... Quais eram as preocupações principais da altura? Na Intersindical fizemos a luta pelas 44 horas, por exemplo. Foi um período muito complicado. Houve pancada.... Estivemos envolvidos também na elaboração de um documento de apoio aos movimentos de libertação das ex-colónias ultramarinas. Fomos depois chamados ao Ministério do Trabalho para explicar como nos tínhamos juntado para elaborar um documento com aquele teor. Recordo-me também de um episódio passado a 3 de Abril de 1974: convocámos nesse dia, para a sede do nosso sindicato, em Santarém, que era na Rua 1º de Dezembro, uma reunião com todos os sindicatos do distrito para as 21h30. Fomos chamados à PSP e pressionados para que anulássemos o encontro porque diziam que não era permitido os sindicatos reunirem entre si. Mas acabámos por não desconvocar a reunião, apesar de estarmos a ser controlados em permanência pela PIDE. Agimos assim porque tínhamos muito traquejo e não tinhamos medo. Alguns de nós tinham mesmo participado, a nível político, na ‘farsa’ eleitoral de 1973. Como sentiu o primeiro 1º de Maio em liberdade? O 25 de Abril foi, para mim, um dos momentos mais felizes da minha vida e, naturalmente, o 1º de Maio que se lhe seguiu foi vivido com a mesma intensidade. Em Santarém, recordo, foi uma manifestação extraordinária de alegria. Uma explosão de euforia vivida nas ruas por toda a gente. 40 anos depois, como olha para a actual situação laboral? Com muita preocupação… e, para mim, há dois aspectos que são cruciais. Por um lado, a questão da cidadania que não se pratica e não se ensina nas escolas. E dou um exemplo: desde o 25 de Abril que participo nas mesas de voto de eleições e, nas últimas autárquicas, estive na Mesa da Juventude, onde aconteceram coisas no mínimo caricatas. Assisti a casos de jovens que foram votar pela primeira vez e que não dobraram sequer os boletins de voto antes de os colocar nas urnas. Não sabiam como se fazia… Este facto preocupa-me. Ultimamente, a abstenção tem sido o partido maioritário e isso poderá colocar em causa a democracia. Outra apreensão grande que eu tenho é o desemprego que, na minha óptica, tem um paralelismo com os anos 60. Nessa altura, não havia família nenhuma em Portugal que não tivesse um dos seus elementos na Guerra Colonial, ou em vias de ser mobilizado para o conflito. E hoje, 40 anos depois do 25 de Abril, não há família nenhuma no País que não tenha um familiar seu desempregado. Assim, a economia não se desenvolve. Considera que hoje as condições de trabalho estão a degradar-se? Os trabalhadores que estão hoje no activo perderam muitas regalias. Até antes do 25 de Abril havia casos em que um indivíduo para ser despedido tinha direito a ser indemnizado com um mês por cada ano trabalhado e havia casos em que as compensações até ultrapassavam esses valores. Neste aspecto, hoje, as diferenças são
abissais. Actualmente despede-se um trabalhador sem que a empresa lhe dê nada. Por outro lado, há uma coisa que me confrange, que é o Banco de Horas. Esta medida representa um retrocesso incrível nos direitos fundamentais de quem trabalha porque, com isto, o patrão passa a ser dono e senhor do tempo do empregado. É uma situação aflitiva que impede que as pessoas tenham vida própria. Para agravar isto, há uma tremenda insegurança no trabalho com perca de rendimentos. Isto não é mais do que uma ditadura financeira que põe e dispõe da vida das pessoas. Esta situação é insustentável e o descontentamento é cada vez mais generalizado. Acredita que a coesão social pode estar em causa? Há, claramente, uma escalada de descontentamento, como já referi, mas o importante é que as pessoas o canalizem para o sítio certo, utilizando a arma fundamental da democracia, que é o voto. Todos sabemos que existem responsáveis e rostos. Quando entrámos na CEE, o país recebeu milhões em fundos estruturais e não os aplicou onde devia. Ao invés disso, a classe política destruiu os sectores estratégicos do país, como a agricultura e as pescas. Pagou-se para não produzir. Plantaramse girassóis para se colherem jipes…. Tudo isto contribuiu para um agravamento das condições de vida dos cidadãos do país e hoje sacrificam-se sempre os mesmos, em particular os pensionistas que descontaram, como eu, mais de 40 anos e que agora estão a ser altamente prejudicados por estas políticas de austeridade. Este Governo que está hoje em funções quer fazer um ajuste de contas com o 25 de Abril. E vê-se isso na atitude que a presidente da Assembleia da República teve com os Capitães de Abril. Estes senhores esquecem-se que só ocupam esses cargos precisamente porque houve Abril. Como vê hoje em dia o papel dos sindicatos? Os sindicatos foram-se acomodando um pouco com o passar do tempo. Sou da opinião que os dirigentes sindicais não devem estar em funções tantos anos, como acontece regra geral. Tem de haver uma maior rotatividade para haja a necessária regeneração das estruturas. Sempre defendi esta posição. Agora, continuo a achar que os sindicatos desempenham um papel crucial no que toca ao equilíbrio das relações de trabalho. Hoje, muita gente não é sindicalizada quando, efectivamente, o devia ser. Só quem tem consciência política ou então quando se depara com algum problema é que vai ter com o sindicato. É obvio que estas estruturas terão mais força quanto mais pessoas forem associadas. Também haverá receio dos trabalhadores em se sindicalizarem… Tenho a certeza que sim. Há patrões que não querem que as pessoas pertençam a sindicatos e como não há segurança no emprego, muitos têm medo de o fazer e de lutar pelos seus direitos. Há, também neste plano, alguns termos de comparação com os tempos que se viveram na ditadura. As pessoas têm medo. Não vale a pena escamotear isto. Trata-se de uma clara política de dividir para reinar. Como olha para as diferenças que existem entre o sector público e o privado? Não são os funcionários públicos que têm regalias a mais. Os privados é que têm de menos. Continuo a afirmar que o País não recupera com políticas assentes em baixos salários, e há inclusive alguns empresários que, em sede de concertação social, defendem isto mesmo. É urgente rever o valor do Salário Mínimo Nacional. É óbvio que as empresas têm que ter sustentabilidade, mas isso não pode ser conseguido à custa dos trabalhadores, que são a peça mais importante desta engrenagem.
ENTREVISTA
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SOCIEDADE
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Teresa Lopes Moreira
O Primeiro de Maio do Operariado Escalabitano A luta dos operários de Chicago que envolveu uma greve geral e manifestações tornou-se o mote para comemorar o dia do Trabalhador. A 1 de Maio de 1891, o Congresso Operário Internacional convocou, em França, uma manifestação anual que homenageava os trabalhadores norte-americanos. Apesar da repressão policial desta primeira manifestação que provocou uma dezena de mortos a efeméride teimava em prevalecer. A partir do início da década de 90 do século XIX, os trabalhadores portugueses começaram a evocar este dia, muito associado ao fortalecimento dos ideais republicanos, com piqueniques, romagens e cortejos cívicos. As manifestações sucediam-se em torno de objectivos comuns a um operariado pouco escolarizado mas desperto para os seus direitos como a redução do horário de trabalho, a necessidade de obter um seguro social e a obrigatoriedade de um dia de descanso semanal. Com a República, o sindicalismo tornou-se mais reivindicativo e a efeméride passou a estar associada às massas.
Ser operário em Santarém
O operariado escalabitano com fortes ligações ao associativismo local e ao sindicalismo lisboeta reuniu-se e organizou-se em torno de um patrono, o padre Francisco Nunes da Silva (17901869) vulgo Chiquito. Este ao doar uma pensão mensal aos operários pobres, doentes e/ou envelhecidos para que não caíssem na mendicidade tornou-se uma bandeira do mundo operário da cidade. Esse movimento de cariz republicano e socialista envolveu diversos patamares do operariado com destaque para os empregados no comércio e os tipógrafos. Estes representavam a elite da classe pois sabiam ler e escrever e no caso dos últimos conheciam as novas publicações jornalísticas e literárias. Os tipógrafos escalabitanos José Avelino de Sousa (1877-1933) e João Arruda (18868-1934) fundaram jornais na cidade, respectivamente O Debate e o Correio da Extremadura, que colocaram ao serviço do seu ideário político. O tipógrafo Manuel Maria da Piedade e Silva esteve ligado à fundação da Associação Francisco Nunes da Silva, em 1902, enquanto o tipógrafo do Correio da Extremadura e da Imprensa Moderna, Antonino Pires da Silva (1892-1973), se envolveu nas lutas da sua classe ligando-se à Associação Fraternidade Operária de Instrução e Recreio fundada em 1915 e antepassado da actual Sociedade Recreativa Operária. Entre os dirigentes destas duas colectividades da cidade encontrou-se o fotógrafo Carlos Gomes (1881-1933) e o correeiro José Eduardo Arruda (1870-1940), respectivamente filho e irmão dos tipógrafos António Júlio e João Arruda. Após a Implantação da República, a comemoração do primeiro de Maio não sofreu grandes alterações. Como exemplo, regista-se a ausência de actividades de relevo na cidade de Santarém em 1911, enquanto em Alpiarça os festejos duraram entre 29 de Abril e 2 de Maio e contaram com um cortejo cívico, uma récita, música pelas ruas, bodo a crianças pobres da vila, fogo-de-artifício e corrida de bicicletas (Cf. CE, 29/4/1911, p. 3). Nesse ano, numa reunião realizada entre as associações escalabitanas, Asilo de Santo António e Montepio Artístico, foram revogados os estatutos do legado do padre Chiquito sobre o critério
de atribuição de pensões aos operários. Os escalabitanos que vivessem fora da sua cidade natal podiam beneficiar de pensão se tal se justificasse (Cf. CE, 28/1/1911, p. 2). Em 1912, “Santarém não se manifestou nesse dia que o proletariado de todo o mundo consagra à conquista das suas reivindicações. As oficinas laboraram quase todas, entregando-se os operários ao granjeio da vida, cada vez mais agreste, cada vez mais penosa… O que deveras entristece é que o artificie escalabitano se não agrupe neste dia para ir modestamente (…) depor no túmulo Ilustração Portuguesa, 19/5/1919, p. 393. do padre Chiquito as flores orvalhadas de gratidão pelo bem que esse grande 30$00. De Lisboa chegaram os operáAs festas foram organizadas pela Associalista espargiu arrancando-o à in- rios tipógrafos Augusto César dos San- sociação Fraternidade Operária e a Asdigência quando ele, na idade da invali- tos e Agostinho José da Silva que foram sociação de Classe dos Empregados no dez, mal pode adquirir o preciso salário. recebidos quer na estação do caminho- Comércio em 1919. A partir da ideia de Mais que pomposos cortejos cívicos e de-ferro quer na sede da Associação por José Eduardo Arruda e Antonino Pidiscursos palavrosos valeria essa home- Antonino Pires da Silva. Todos discur- res da Silva reuniram-se fundos para a nagem dos trabalhadores anónimos…” saram no comício operário que devi- construção de um busto de homenagem (CE, 4/5/1912, p. 2). Nesse ano, apenas do ao mau tempo decorreu na sede da ao padre Chiquito que foi inaugurado o operário Guilherme Coché visitou o Associação e não no jardim das Portas pelo ministro do Trabalho, Dias da Siltúmulo do padre que encontrou sujo e do Sol, juntamente com os operários de va. O dia primeiro de Maio terminou meio abandonado. Santarém, Alexandre dos Santos, Antó- com um bodo aos pobres, um cortejo Em 1916, a Associação Fraternidade nio Dias da Silva e o empregado no co- cívico e uma romagem ao cemitério (Cf. Operária organizou um ciclo de con- mércio Manuel Cid. Para João Arruda, 3/5/1974, pp. 1-2). ferências com oradores como o alfaiate “os operários escalabitanos bem exterioNa década de 20, os festejos perderam José Rodrigues Portela e José Avelino de rizam a sua gratidão à memória do pa- algum do seu fôlego limitando-se à roSousa que dissertaram sobre a impor- dre Francisco Nunes da Silva (…) Assim magem ao túmulo do padre Chiquito, ao tância do movimento associativo e a ne- devia ser a festa do 1.º de Maio – festa bodo aos pobres, à sessão solene e, em cessidade de os operários se “instruírem de solidariedade entre as classes obrei- 1920, a um desafio de futebol no came educarem”, pois apenas os alfabetiza- ras, festa de intuitos emancipadores…” po Sá da Bandeira entre o Sport Grudos podiam exercer o direito de voto A (CE, 6/5/1917, p. 2). po União Operária e Santarém Futebol colectividade organizava quermesses e O programa de comemorações repe- Club “Os 13”, dedicado ao operariado concertos para obter fundos para a cai- tiu-se em 1918, sendo a excepção um escalabitano (Cf. CE, 8/5/1920, p. 2). A xa de auxílio aos operários impossibili- baile na sede da Associação e o descerrar própria conjuntura política que condutados de trabalhar por doença ou falta de uma lápide na casa onde viveu o pa- ziu à Ditadura Militar e posteriormente de emprego. Nesse ano, a Associação or- dre protector do operariado, ao som do ao Estado Novo limitou a celebração ganizou os festejos do dia do Trabalha- hino operário. Os discursos quer junto à do primeiro de Maio, essencialmente dor com um programa que contempla- casa quer no cemitério ficaram a cargo dinamizado pelo associativismo local. va uma alvorada com a participação da de José Avelino de Sousa e de Antonino Em 1937, o próprio regime “apoderouBanda dos Bombeiros e um cortejo que Pires da Silva. Na conferência proferi- se” da última grande romagem ao padre percorreu as ruas da cidade e prestou ram alocuções Carlos Gomes, Antoni- Chiquito onde participaram represenhomenagem ao padre Chiquito junto ao no Pires da Silva, Constantino Fernan- tantes da União Nacional, da Mocidade seu túmulo. À noite foi inaugurado um des e um operário serralheiro vindo de e da Legião Portuguesa. A partir do iníretrato do referido padre no salão Ideal. Lisboa que “baseou o seu discurso na cio da década de 40, das romagens apePara ambas as cerimónias foram convi- organização do operariado para fazer nas restava uma vaga memória entre os dados oradores vindos de Lisboa (Cf. valer os seus direitos e cuidar dos seus mais saudosistas. A única excepção perCE, 6/5/1916, p. 3). legítimos interesses” (CE, 4/5/1918, p. tenceu à Sociedade Recreativa Operária No ano seguinte, a referida Associação 2). O bodo a 200 pobres contemplou que manteve até à actualidade a tradição organizou novamente os festejos que 250 gramas de carne de vaca e de arroz, de festejar o primeiro de Maio com uma contaram na sua programação com al- toucinho, chouriço negro e um pão de homenagem ao patrono dos operários vorada, cortejo cívico, bodo aos pobres 20 centavos. escalabitanos. oferecido pelo “comércio local”, romagem ao túmulo do padre Chiquito onde foi colocado um medalhão em pedra retratando o homenageado, concerto pela Banda de Infantaria 34 e fogo-de-artifício no campo Sá da Bandeira. Ao pintor António Saúde (18751958) coube o desafio de decorar os carros representativos de todas as classes do operariado. Para angariar fundos, um grupo de filhas dos operários associados na colectividade venderam 300 retratos do padre no valor de Grupo Cénico do Teatro Taborda, foto Carlos Gomes, Santarém, 27/11/1916. Fotografia da D. Gabriela Vilela.
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Cravos vermelhos e vivas a Salgueiro Maia no 25 de Abril em Santarém Uma onda de cravos vermelhos invadiu a sessão de evocação do dia 25 de Abril, junto à estátua de Salgueiro Maia, “homem de coragem” que há quarenta anos, inspirado na liberdade, foi o motor da revolução que depôs o regime ditatorial em 25 de Abril de 1974. O presidente da Câmara de Santarém disse que “os jovens de hoje, que não viveram em ditadura, devem conhecer e viver a mensagem que Salgueiro Maia deixou pela sua força, esperança e generosidade”. O autarca apelou à participação cívica, uma vez que “a participação democrática tem vindo a decrescer.” “Os números da abstenção são exemplificativos disso mesmo”, observou. Por isso, “são constantes as queixas sobre o ‘estado a que isto chegou’”, parafraseando o Capitão de Abril, Salgueiro Maia. E, para alterar esta situação, adiantou: “só há uma forma, votar em liberdade, uma das grandes conquistas do 25 de Abril”. Teceu ainda críticas aos políticos que dizem uma coisa e fazem outra e aos deputados, que não estão sujeitos a limitação de mandatos e se eternizam nos lugares. A sessão ficou também marcada pelas duras palavras proferidas pelo coronel Garcia Correia, militar de Abril que esteve por dentro da conspiração contra a ditadura e que falou em representação da Associação 25 de Abril. Garcia Correia disse que “os que estão actualmente no poder assumem-se, pela sua actuação, como herdeiros dos vencidos do 25 de Abril de 1974, pelo que devem ser depostos pelas armas da democracia: o voto”. Após ter ouvido os alunos da Escola EB das Fontaínhas (3º e 4 º ano) interpretarem uma canção dedicada a Salgueiro Maia, onde se encontrava a neta do Capitão de Abril, Daniela Salgueiro Maia, o ex-militar da EPC afirmou que o país “está vendido em grande parte a pataco a estrangeiros”, que a emigração voltou a conhecer fluxos
de outros tempos e que os portugueses “perderam a confiança no futuro”. Manifestou a sua indignação face aos acontecimentos que Portugal está vivendo e que se configuram “sem a menor dúvida, a um enorme descrédito dos representantes políticos, um logro à confiança dos cidadãos e um desprestígio para o nosso país”, afirmou Garcia Correia. O representante da Comissão para as
Comemorações Populares do 25 de Abril, Jacinto Fernandes e o representante da Associação dos Oficiais das Forças Armadas, Orlando Dias, presentes na cerimónia, aproveitaram também para criticar o poder político. Na sessão foram ainda lidos textos escritos por Carlos Morgado (EB 2/3 de Alcanede) e por Miguel Alcobia (EB 2/3 Alexandre Herculano), vencedores do
Opinião Nuno Domingos
concurso sobre o 25 de Abril, destinado às escolas de 2º e 3º ciclo do concelho de Santarém. Militares de Abrantes, Bombeiros Voluntários de Santarém e a Banda Filarmónica da Gançaria, dirigida pelo maestro Samuel Pascoal, participaram também na cerimónia que culminou com vivas ao capitão de Abril, ao 25 de Abril e a Portugal.
Reflexos 25 de Abril sonhando e desejado 25 de Abril do nosso descontentamento
Na passagem dos 40 anos da revolução de abril, vivi com particular intensidade o tempo, o modo e as memórias de 74. Emocionei-me com as imagens da época, deixei cair uma lágrima (ou várias) ao rever Salgueiro Maia na televisão, relembrei aquela manhã em que estudante cheguei à Escola Comercial e Industrial para encontrar a parede exterior pintada de fresco, porque alguém lá teria escrito algo de madrugada e o diretor da escola a mandara pintar. Relembrei os sonhos e os pesadelos de antes, quando entre nós se discutia como fazer para nos suécidarmos (fugir para a Suécia). Recordei o sonho de poder contar anedotas sem ser baixinho, de poder falar do que me apetecesse sem ter que me assegurar que não seria ouvido por certos ouvidos, recordei aqueles saraus no Círculo Cultural Scalabitano, com o Mário Viegas a dizer o poema Trópico de Câncer de Vinícius de Morais e a voz tonitruante do Manuel Castela no fortíssimo coro orai por nobis, e a polícia política (PIDE) no fundo da sala a assistir, e o medo que nos fez dispersar logo após. Do alto da minha juventude, sonhei, desejei um 25 de Abril libertador que vivi intensamente e agora revejo com a
mesma sede de liberdade e a mesma vontade de ser eu próprio no devir coletivo do povo português. Foi então que acordei. Estou em 2014, é Abril e hoje é dia 25. Olhei em redor, liguei a rádio e a televisão, passei a vista pelos jornais, liguei o computador e passei os olhos pelos mails. O que é que eu vejo: Vivemos em democracia, é certo. Os eleitos são servidos pelo voto do povo, mas honram-no cada vez menos. Servem-se dele para garantir a sua legitimidade, para consolidar as suas mordomias, para garantir a sua perpetuação no poder. Os políticos de hoje são criados nas jotas dos partidos, alimentados a mordomias (entenda-se assessorias) das grandes empresas que neles investem na espectativa de que quando chegarem ao poder possam retribuir o favor. Nunca trabalharam, nunca geriram orçamentos de escassez, nunca fizeram sacrifícios. Boa parte deles, reconhecidos cábulas, fez os seus cursos em universidades privadas, à custa de favores e dirigem-se ao país com discursos de grande sapiência. E continuam, informam-me que quando se cortam pensões a reformados e se
desgraça a vida aos funcionários públicos, a Assembleia da República multiplicou o seu orçamento; Que os boys dos partidos continuam a pulular por todo o lado, em cada vez maior número, mas as contratações de trabalhadores para o cumprimento das funções essenciais estão proibidas e, por isso, se fecham hospitais, tribunais, centros de saúde, e até repartições de finanças e se vendem as empresas públicas, a EDP, os Correios, a Caixa Geral de Depósitos, etc. Os jornais, as rádios, a televisão, a net não mentem, senão seriam desmentidos, e continuam, esclarecem-me que os eleitos apelam ao voto, afirmando que é muito importante, sobretudo nas eleições para a europa que se avizinham, que nunca um ato eleitoral foi tão importante, que é preciso mudar a política europeia, etc. etc. Como?, pergunto-me, se não mudam os intérpretes? Olho esta parafernália de informação, hesito um pouco em acreditar que seja assim, que tenhamos perdido os nossos ideais, que a classe política se tenha degradado desta maneira e olho ainda uma vez mais os meios de comunicação, para ver ainda pior: Os políticos, reunidos na Assembleia da República discursam uns
para os outros, todos contentes, imersos nas suas questiúnculas e diatribes, perdidos em discussões estéreis. O país, completamente alheado deles, está na rua, no Largo do Carmo em Lisboa, como em outros largos deste país, percorre ruas e jardins, ignorando-os, sentido o pulsar da vida e dizendo tudo o que pede a liberdade. E os políticos não perceberam nada. Enredados na sua própria ratoeira, acham que ainda são eles quem manda, que dirigem o país, que são ouvidos, que alguém lhes liga. Perplexo, pergunto-me, será que não compreenderam que a vida dos portugueses cada vez se cruza menos com eles e os seus jogos de poder, com eles e as suas negociatas? Que perderam a onda e ficaram para trás do movimento? Será que perceberam que nas próximas eleições se irão bater todos os recordes de abstenção? Que já quase ninguém os quer ouvir? Eu por mim já resolvi, nas próximas eleições, como sempre irei votar, mas não vou pactuar com isto. O meu voto será de protesto. Só ainda não decidi se será branco ou nulo.
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Reestruturação da ‘Viver Santarém’ deixa 30 no desemprego
Opinião Ilídio Tomás Lopes paradoxos.correio@gmail.com
Paradoxos A Santificação dos Papas
A Câmara de Santarém vai reestruturar a empresa municipal Viver Santarém, que há dois anos apresenta resultado líquido negativo, num processo que vai implicar o despedimento de 30 trabalhadores. A Câmara de Santarém aprovou, em reunião extraordinária realizada na última segunda-feira, com as abstenções do PS e o voto contra do vereador da CDU, Francisco Madeira Lopes, a “reestruturação” da empresa Municipal ‘Viver Santarém’ , que resultou da fusão da Scalabisport, CUL. TUR e STR-URBIS. A medida antecipa a previsível dissolução da empresa à luz da nova legislação que enquadra o sector empresarial local, uma vez que a ‘Viver Santarém’ não cumpre critérios de solvabilidade há dois anos consecutivos. Conforme o Correio do Ribatejo já tinha noticiado, a ‘Viver Santarém’ acumulou, em 2012, um passivo superior a 1,5 Milhões de Euros, tendo registado nesse ano a 6ª pior performance no universo das empresas locais, a nível nacional e, em 2013, os resultados líquidos também ficaram no vermelho, em cerca de 1,6 ME. A Viver Santarém foi criada em Julho de 2012, a partir da fusão de três das quatro empresas municipais que existiam no município (a Scalabisport, a Str-Urbis e a Cul.Tur), um mês antes da publicação da legislação que agora ditaria a sua extinção por incumprimento dos critérios que veio estabelecer. Estes dados e o facto de a empresa ter entrado em incumprimento com a lei dos compromissos levaram os cinco deputados da oposição a chumbarem o relatório de actividades e contas do exercício de 2013, que a vereadora socialista Idália Serrão classificou de “relatório de uma gestão falhada”. Já na votação da proposta de reestruturação da empresa, a abstenção socialista viabilizou o que foi classificado como “o mal menor”, já que quer a reestruturação quer a dissolução têm implícitos despedimentos. Segundo o presidente da autarquia, Ri-
cardo Gonçalves, “as dificuldades surgiram por via da Lei que alterou o paradigma do sector empresarial do Estado”. “Mudaram as regras a meio do jogo”, acrescentou o autarca. Assim, o município decidiu avançar com a reestruturação da empresa “numa perspectiva de proactividade”. “Estamos a antecipar aquela que seria, provavelmente, a decisão de dissolução da empresa em 2015 à luz dos critérios que estão agora em vigor”, explicou Ricardo Gonçalves. Actualmente, a empresa municipal acumula competências na área desportiva, cultural e urbanística, possuindo um capital social de 29.255 ME e 79 trabalhadores. Agora, com esta reestruturação, a ‘Vivar Santarém’ vai ser esvaziada de competências, passando apenas a gerir os equipamentos desportivos, a assegurar a realização do Festival Nacional de Gastronomia (FNG) e a realizar alguns eventos de lazer. As competências na área das políticas culturais passam a se asseguradas pelos serviços da autarquia, o sector do turismo será articulado pela Entidade Regional de Turismo do Alentejo e Ribatejo e as questões do urbanismo serão remetidas para a Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo. Na nova configuração da empresa, serão dispensados 30 funcionários que, segundo o presidente da autarquia “terão todo o apoio e acompanhamento” por parte do município e as compensações por despedimento “serão calculadas pelo máximo permitido por Lei”. “No cenário de dissolução da empresa, 59 postos de trabalho seriam afectados”, declarou, confessando que a decisão foi a “mais difícil” que teve de tomar enquanto autarca. António Carmo, vereador socialista, lembrou que o seu partido foi contra a fusão das empresas em 2012 e considerou que esta decisão agora tomada “é o reconhecimento do erro do executivo PSD” de então. “O tempo deu-nos razão neste aspecto”, disse o vereador, lamentando que agora “30 famílias” fiquem sem salário. “Esta é a proposta que mais transtorno me causa a votar”, disse, por seu turno Ricardo Segurado (PS), acrescentando que
“a responsabilidade” desta situação é do presidente de câmara. Posição idêntica foi manifestada por Idália Serrão: “a salvaguarda dos postos de trabalho foi posta em causa quando se fundiram as empresas, em 2012”. “O que se fez na altura foi prolongar a agonia”, declarou a vereadora socialista. Para Francisco Madeira Lopes, a decisão da autarquia de reestruturar agora esta empresa é o “preâmbulo” da sua extinção definitiva. “Durante dois anos, a Viver Santarém foi um monstro que serviu apenas para ocultar dívida”, referiu o vereador da CDU, que votou contra a proposta do executivo uma vez que, na sua opinião, “devia ter encontrado soluções” para integrar os trabalhadores nos quadros da autarquia. “Porque é que uma empresa esvaziada de competências precisa de ter um administrador-executivo remunerado?”, questionou o vereador, acrescentando que, na proposta, não são elencadas as categorias e funções dos funcionários que vão ficar afectos à empresa. “Sempre defendemos a extinção da empresa e o regresso das competências para a Câmara mas os postos de trabalho não podem ser postos em causa”, declarou Francisco Madeira Lopes, justificando o voto contra da CDU. Caso a empresa fosse extinta, apenas 20 dos 79 trabalhadores atuais teriam o seu posto de trabalho garantido, uma vez que 14 têm acordos de cedência por interesse público, sendo um deles funcionário de um outro município, e seis, com contractos individuais de trabalho, exercem funções específicas necessárias à prossecução das actividades que passariam para o domínio da autarquia. Com a reestruturação aprovada, o município vai receber um conjunto de bens imóveis que cobrirão parte do capital que sai da empresa, num valor total de 29,2 milhões de euros, 1,9 milhões dos quais se destinam à cobertura de prejuízos. Os custos estimados para compensações para o pessoal a dispensar é da ordem dos 192.000 euros mais encargos, além dos custos da cessação dos acordos de cedência por interesse público, refere o documento aprovado pelo executivo municipal. Filipe Mendes
A Igreja Católica proclamou, há menos de uma semana, dois novos Santos: João XXIII e João Paulo II. Este último, Karol Wojtyla, foi um papa do meu tempo. Recordo-o como um verdadeiro peregrino, um ícone do sofrimento, um guia para os jovens, um defensor da família e dos seus valores. A João XXIII (Angelo Roncalli), muito se deve sobre a restauração e atualização da Igreja. Independentemente dos credos que professemos, foram homens que marcaram o seu tempo, que atravessaram períodos conturbados da história da humanidade e que, pelos seus meios, muito contribuíram para o desenvolvimento e harmonia entre os povos. A eles se devem significativos contributos para a paz no mundo. A Praça de S. Pedro foi certamente pequena para acolher todos os fiéis que quiseram testemunhar a santificação daqueles papas. A crença de muitos ficou reforçada, mantendo-se viva e renovando-se a esperança de todos aqueles que elegem a fé como o elixir do seu caminho terreno. O processo de beatificação e canonização são, regra geral, morosos. É necessário recolher e confirmar a evidência sobre os eventuais milagres que sustentam a proposta mas também é preciso apaziguar as polémicas que em torno delas possam pairar. O processo de canonização de João Paulo II, ainda que rápido, não deixou de estar envolto em alguma turbulência. Ainda que o papa de leste tenha ajudado a derrubar a Cortina de Ferro, muitos o acusam de encobrir, na sua própria Igreja, um dos mais hediondos crimes que o ser Humano pode cometer contra o seu semelhante: o crime de pedofilia. Porém, a Igreja abriu-se, gradualmente, ao mundo e assumiu publicamente um passado repleto de erros, contradições e inúmeras manipulações. João Paulo II, enquanto sucessor de Pedro, conduziu os destinos dessa Igreja num período de grande transformação económica e geopolítica (1978-2005), preparando-a para o novo milénio. Sem se querer desprover dos múltiplos erros terrenos que a sua Igreja foi ao longo dos séculos cometendo, recordo o papa polaco como o eterno peregrino do mundo, como o símbolo do sofrimento humano, como o homem solitário que em tenra idade perdeu a família, e como um lutador contra a sua própria degradação. Sublinho neste espaço, que apontou as famílias como igrejas domésticas, que incitou os jovens a serem os santos do novo milénio, que convidou todos os cristãos a apostar e a educar para a paz. No passado Domingo, duas novas luzes se acenderam no Altar do Universo. Enquanto cidadão católico, e em nome de todos aqueles que professam outros credos, aqui fica a minha oração para que o ser Humano nunca deixe de percorrer o caminho em que acredita.
CORREIO DO RIBATEJO, SEXTA-FEIRA, 02 DE MAIO DE 2014
Opinião Idália Serrão Deputada do PS eleita por Santarém
Correio do Parlamento Sempre que se aproximam as eleições para o Parlamento Europeu ouvimos em discurso direto com a frequência das conversas de café ou da espera pelo pão fresco, que “não vou votar para a Europa, porque isso não tem nada a ver comigo”, sendo frequentes os apelos à abstenção. Se por um lado nunca nos lembramos que a água que nos corre pela torneira, a estrada em que passamos todos os dias, a creche ou o lar onde temos familiares também “são Europa” porque o atraso estrutural do nosso país foi recuperado, após a adesão de Portugal, com fundos da União Europeia; temos também de considerar que vivemos em Portugal e na Europa um momento muito particular em que os direitos fundamentais estão gravemente ameaçados, nomeadamente os direitos de proteção social construídos e aperfeiçoados após a Segunda Guerra Mundial para salvaguardar os cidadãos do risco social que advinha de situações como o desemprego, a viuvez, ou os acidentes de trabalho, entre outros, e desta forma garantir um estado de bem-estar que pudesse dizer presente quando os cidadãos dele necessitassem. A governação marcadamente de direita que caracterizou os últimos anos da União Europeia veio criar uma divisão entre os países que ganham com a crise e os países que como Portugal ficam sujeitos a medidas que agravam as desigualdades sociais. Não será necessário relembrar os efeitos que teve nos portugueses um Governo que, de livre vontade, quis e quer continuar a ir para além da Troika, fazendo cortes definitivos nas pensões e nos ordenados dos funcionários públicos, na proteção social, aumentando o desemprego a pobreza e as desigualdades sociais, subvertendo os princípios construídos a partir de Abril de74. O que vai estar em causa nas próximas Eleições Europeias é a escolha entre duas visões diferentes de olhar para a Europa onde de um lado teremos sempre países fortes a lucrar com países como Portugal a quem os primeiros impõem uma austeridade excessiva, ou a vontade de encontrar soluções para resolver problemas comuns dos 27 países da EU, fomentando a economia, a criação de emprego e a sustentabilidade da proteção social. Sabemos bem que a força com que participarmos no projeto europeu irá condicionar a forma de governar Portugal. Chega maio, mês de eleições, e aparecem propostas e promessas repentinas como a subida do salário mínimo nacional, ou a descida de 5% na fatura paga pelos consumidores do gás natural. Só não sabemos quando. Há três anos, antes das eleições legislativas, a maioria PSD e CDS que nos governa, enganou os portugueses antes das eleições afirmando o contrario de todas as medidas que para além da Troika, viria orgulhosamente a tomar. Enfraqueceu o país e empobreceu os portugueses. Os sinais têm de ser claros. No momento particular que vivemos, abster-se nas europeias é deixar os populistas ganhar terreno. É desperdiçar oportunidades. Está nas nossas mãos contribuir para a construção de uma alternativa política que seja suficientemente credível para que o país volte a olhar para o futuro com realismo e confiança. A mudança depende do voto de todos e de cada um de nós. E Portugal precisa de um Novo Rumo.
Quem eleger para o Parlamento Europeu? A Fundação Passos Canavarro irá realizar, no próximo dia 3 de Maio, pelas 17h00, no jardim da Casa-Museu, no Largo da Alcáçova, 1, em Santarém, um debate em torno das próximas eleições para o Parlamento Europeu de 25 de Maio, onde se abordará as realidades europeias e portuguesas a apresentar pelos partidos políticos concorrentes. A sessão é de debate aberto ao público. Será moderador o presidente da Fundação, Pedro Canavarro, ex-eurododeputado. A entrada é livre.
Jovens europeus fazem voluntariado em Arrouquelas A pequena aldeia de Arrouquelas, no concelho de Rio Maior, volta este ano a acolher um grupo de voluntários europeus, no âmbito de um projecto promovido pela Associação de Jovens H2O. Alexandre Jacinto, da direcção da H2O, sublinha o “exemplo de intervenção cívica da sociedade civil numa dimensão europeia” que tem representado o trabalho da Associação de Jovens de Arrouquelas. Os seis jovens (dois turcos, duas polacas, uma grega e uma italiana) participam activamente em projectos tanto da H2O como das entidades parceiras: Centro de Educação Especial e Centro Infantil do Ninho (instituição de apoio a jovens e adultos portadores de deficiência mental e física do concelho de Rio Maior) e Unidade de Cuidados Continuados de Arrouquelas. No âmbito do projecto de voluntariado europeu, que a H2O promove desde 2012, a associação alugou uma casa no centro da aldeia, próxima da sua sede, preparada para receber os jovens estrangeiros. Alexandre Jacinto destaca o facto de, graças ao dinamismo desta associação, a aldeia, de 800 habitantes, estar “virada para a Europa e para a mobilidade de jovens de uma forma exemplar”. O projecto de voluntariado internacional insere-se no programa europeu Juventude em Acção e tem “permitido a muitos uma experiência de mobilidade internacional, ao alcance de todas as classes sociais”, refere. Alexandre Jacinto classifica a experiência de fazer voluntariado noutro país, numa outra comunidade que não a sua, como “uma experiência muito enriquecedora” que deve ser divulgada “de forma a democratizar o programa, já que é de fácil acesso a todos os jovens”. “Esses voluntários participam da nossa comunidade local, ajudando a dinamizar actividades para crianças e jovens, numa dinâmica de interacção geracional e intercultural. Esta experiência é enriquecedora para os participantes e para a nossa comunidade, que assim dá continuidade a um importante projecto de mobilidade internacional”, afirma uma nota da H2O. O projecto da H2O é um dos que se encontra inserido no “roteiro do associativismo”, iniciativa que leva hoje à aldeia o secretário de Estado da Juventude e do Desporto, o quarto governante a contactar com iniciativas da associação em Arrouquelas.
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Opinião Fátima Vasques
Casos de Polícia Mulher de 79 anos morre carbonizada Uma mulher de 79 anos morreu esta segunda-feira carbonizada devido a um incêndio na sua habitação, situada à entrada da cidade de Almeirim, disse fonte da Protecção Civil. Segundo o Comando Distrital de
Operações de Socorro de Santarém, o incêndio ocorreu apenas numa divisão da casa, aparentemente uma sala, desconhecendo-se o que esteve na sua origem. O alerta foi dado às 09h18, tendo
estado no local cinco viaturas e 12 elementos dos Bombeiros de Almeirim e a GNR. Segundo a fonte, quando os bombeiros chegaram, a vítima já se encontrava sem vida.
Dois detidos por roubo a carrinha de transporte de tabaco Quatro homens encapuzados roubaram na manhã do dia 24 de Abril, uma carrinha com tabaco em São Sebastião, Atouguia, no concelho de Ourém, tendo a GNR conseguido capturar dois dos assaltantes em Abrantes, cerca das 12h30, e recuperar a mercadoria. Fonte do Comando Territorial da GNR de Santarém disse que os encapuzados se colocaram em fuga na direcção de Casal Branco - Ourém, onde efectuaram o transbordo do tabaco
para um veículo ligeiro e abandonaram a carrinha com o motorista trancado na caixa de carga. “Os assaltantes não usaram armas de fogo, mas sim violência física”, frisou a mesma fonte. O assalto ocorreu quando um funcionário de uma empresa distribuidora de tabaco se preparava uma entrega a um cliente de um café, acrescentou. Os suspeitos acabariam por ser localizados cerca das 12h30 em Arrifana,
perto da cidade de Abrantes, tendo dois deles sido capturados por elementos do Destacamento Territorial de Abrantes e de Tomar, com a colaboração da PSP. “Foram detidos dois indivíduos, de nacionalidade portuguesa, um com 19 anos e o outro com 30 anos”, residentes na freguesia de S. Miguel do Rio Torto, em Abrantes, referiu. Os outros dois assaltantes continuam a monte.
Leitor atento do Correio do Ribatejo há várias décadas, apaixonado pela sua cidade onde foi autarca longos anos, José Clemente Pereira enviou uma missiva a este Jornal, alertado pelos acontecimentos registados recentemente em Braga que ceifaram a vida a estudantes do Politécnico local. Segundo o atento cidadão, já se passaram cerca de cinco anos que o executivo da Câmara Municipal de Santarém decidiu mandar colocar na Rua Zeferino Brandão, próximo do quartel dos Bombeiros Municipais e mesmo em frente ao Departamento Técnico de Obras, umas grades de protecção. Passados cerca de dois anos, estas foram substituídas por uns tubos em ferro com umas fitas vermelhas e brancas, alertando para o mau estado e perigosidade do muro que suporta terrenos que pertencem à autarquia, em tempos ocupados por um parque de campismo e hoje reservados a parque de viaturas. José Clemente Pereira alerta para o facto de o muro ameaçar ruir, o que poderá provocar um grave acidente e os consequentes danos pessoais ou materiais. O autor desta missiva despedese recordando o poeta Barbosa do Bocage e a sua célebre frase: “Háde sair, há-de sair”, para justificar aquilo a que chama a “passividade” da Câmara que sobre este assunto dirá: “há-de cair, há-de cair”…
“País pintado d’Abril” A 25, desejou-se “bom feriado”. Estranhei. Ouvi, muitos anos, “bom 25 d’abril!”… mas, no geral, já não apeteceu referirem-se à efeméride desta maneira, provavelmente mais feliz. No país pintado d’Abril, os sentidos confundiram-se. Depois de outros feriados que se sumiram, reduzimo-lo a um dia de não-trabalho. Outros houve, que ajudaram as fortunas a afortunarem-se um bocadinho mais ou, linearmente, foram trabalhar, aguardando que a clientela aparecesse. Houve quem o lamentasse referindo que, na sua casa, a Revolução não era celebrada. Mas, equívoco, sem a mesma não poderiam celebrar esta, ou outras. Abismos, ou pura obstinação. Assim seja. Não percamos tempo. Volto ao feriado-Abril e, obstinadamente, a Salgueiro Maia, agora pela Homenagem que lhe foi prestada pela edilidade, dezenas de militares e famílias que aqui voltaram e ainda os anónimos que aplaudiram e cantaram após o que, muitos deles, se dirigiram à que não é nossa, porque perdida, (ex) Escola Prática de Cavalaria, para o tradicional almoço. A referida Homenagem teve lugar no denominado Jardim dos Cravos, como é habitual. Ali, junto à chaimite e à figura perpetuada. Tendo-se falado da mudança do símbolo para outro lugar da cidade, perguntome se não será a ausência de cravos e o espaço decrépito e abandonado que o circunda ao longo dos restantes dias do ano, que o tornam menos adequado e mais impróprio, para nele figurar tão imensa figura da História. Embeleze-se o espaço e tornem-no digno da sua representatividade. Protejam-se os cravos, para além da data. Pondere-se sobre o destino de quem ali tão próximo vive, em que condições, ou ainda pela falta delas. Haja decisão; decisão social e política, ponderada e, certamente, menos onerosa. Se calhar, e tão simplesmente, porque até os Heróis se cansam, mesmo à distância, quando o ruído constante os não deixa descansar com paz merecida.
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EDUCAÇÃO
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Politécnico de Santarém formaliza parceria com o INIAV
Jorge Justino e Nuno Boavida Canada na assinatura do protocolo
“Em vez de estarmos a trabalhar de forma individualizada é importante haver uma agregação de energias e desenvolver trabalho conjunto”, referiu o responsável. Segundo o presidente conselho directivo do INIAV, este protocolo vem agora formalizar o trabalho conjunto que os dois institutos estão a fomentar há vários anos. “Temos já encetado acções conjuntas, sobretudo na área das Ciências Agrárias”, afirmou Nuno Figueira Boavida Canada. “Esta colaboração já vem de longa data, a diversos níveis, e o objectivo deste protocolo é consolidar esta parceria e alargar o seu âmbito”, reforçou Na sua óptica, o INIAV, instituto conhecido por ser o laboratório de Estado do ministério da Agricultura e do Mar que desenvolve actividades de investigação nas áreas agronómica e veterinária possui “valências que se complementam muito com as do IPS”, em particular no domínio da investigação, experimentação e apoio ao empreendedorismo. “Estas competências podem ajudar na formação de recursos humanos e também na questão da partilha de conhecimento, através da criação de redes”, acrescentou Boavida Canada. Segundo disse, o INIAV é uma organização de âmbito nacional e nas suas várias valências “irá cooperar com o IPS, não só em projectos nacionais, como também em projectos internacionais”, uma vez que a tendência do novo Quadro Comunitário de Apoio é a de financiar projectos de maior alcance. “O polo da Estação Zootécnica Nacional (EZN), na Fonte Boa, vai dedicar-se cada vez mais à investigação e experimentação, à formação, produção e transferência de conhecimento e nas áreas da produção animal e vegetal”, referiu. “Este polo também tem o Banco Português de Germoplasma Animal e muitas competências na área da produção e
melhoramento, para além da ligação às associações de criadores e, nestes campos há muitas áreas de cooperação”, elencou o responsável. Nuno Boavida Canada disse ainda que toda esta rede “vai permitir criar um núcleo duro que pode ser muito importante para o desenvolvimento das indústrias agro-alimentares da região e da produção animal e vegetal”. Na sua óptica, o perfil de produção de um país pequeno como Portugal “tem de se afirmar e tornar competitivo pela diferenciação”. Desta forma, “a diferenciação assenta na produção baseada no conhecimento, na investigação, experimentação e empreendedorismo e se unirmos esforços aqui na região certamente conseguiremos tornar toda a actividade económica mais competitiva”, concluiu. O INIAV é um Instituto de Investigação do Ministério da Agricultura e do Mar que veio concentrar todas as competências na área da investigação agrária, veterinária, florestal e agroalimentar que estavam dispersas por várias instituições. O INIAV, I. P. absorveu as atribuições relacionadas com a investigação agrária (do Laboratório de Investigação Agrícola - L-INIA) e veterinária (do Laboratório de Investigação Veterinária - L-LNIV) do extinto Instituto Nacional dos Recursos Biológicos I.P. (INRB), tendo as atribuições deste relativas às áreas das pescas e da aquicultura sido incorporadas no Instituto Português do Mar e da Atmosfera, I. P. (IPMA), em 2012. O INIAV, I. P., é o laboratório de Estado que tem por missão a prossecução da política científica e a realização de investigação de suporte a políticas públicas orientadas para a valorização dos recursos biológicos nacionais, na defesa dos interesses nacionais e na prossecução e aprofundamento de políticas comuns da União Europeia.
O Instituto Politécnico de Santarém (IPS) e o Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV) formalizaram, no passado dia 24 de Abril, um acordo de cooperação que tem como objectivo estreitar as relações de e intercâmbio entre as duas instituições. O protocolo abrange, em particular, as áreas da prestação de serviço docente, o acesso a bibliotecas, centros de documentação e redes de informação, apoio nos estágios de natureza científica e técnica e colaboração no domínio do empreendedorismo.
Em concreto, estão já em desenvolvimento dois projectos, que se relacionam com a criação de um centro de estudos de plantas medicinais com aplicação na indústria agro-alimentar e um outro para a utilização dos desperdícios resultantes das limpezas das florestas para utilização na nutrição animal. Na cerimónia de assinatura deste protocolo, Jorge Justino, presidente do IPS, transmitiu que esta parceria vem reforçar também a área do empreendedorismo, um dos sectores que tem tido uma “aposta muito forte” do IPS.
“Internacionalização e Interculturalidade” em almoço temático no Instituto Politécnico de Santarém
Câmara de Tomar e Instituto Politécnico assinam protocolo
Estão abertas as inscrições no IPS para o 4.º Almoço Temático, destinado a todas as Unidades Orgânicas do Instituto Politécnico de Santarém, Serviços Centrais, funcionários docentes e não docentes e estudantes, que se realiza no próximo dia 7, entre as 12h30 e as 14h00, subordinado ao tema “Internacionalização e Interculturalidade”. A iniciativa é promovida pela Tertúlia do IPS, a professora Georgette Lima e as estagiárias Alexandra Augusto e Beatriz Couto.
Foi assinado no dia 17 de Abril, no complexo industrial da Levada, um protocolo de cooperação entre o Município de Tomar e o Instituto Politécnico de Tomar (IPT), que visa promover o desenvolvimento do concelho através da inovação, da empregabilidade, da valorização dos factores de atracção do território, bem como da valorização da arte, da cultura e do património, tendo como objectivo
que as duas instituições articulem sustentadamente os meios técnicos, materiais e humanos de que dispõem para alcançar os fins a que se propõem. O protocolo foi assinado pelo presidente do IPT, Eugénio de Almeida, e pela presidente da Câmara de Tomar, Anabela Freitas, que deram conta dos objectivos a que o mesmo se propõe, conforme aprovado em reunião de Câmara no passado
mês de Março. Na ocasião foi também apresentada a exposição “Há Trabalhos na Fábrica”, instalação colectiva que explora os antigos espaços industriais da Levada enquanto local de trabalhos, tanto na memória do espaço antigo como enquanto recinto que sofre trabalhos de renovação, e que será a primeira materialização deste protocolo.
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CULTURA
CORREIO DO RIBATEJO, SEXTA-FEIRA, 02 DE MAIO DE 2014
Concerto pelo Conservatório de Música de Santarém
“Sabores” musicais para celebrar Abril O Concerto “Sabores para Abril”, promovido, dia 27, pelo Conservatório de Música de Santarém, transformou o Auditório do Teatro Sá da Bandeira num palco de memórias e de confiança no futuro. De memórias, porque lembrou e homenageou os bravos capitães de Abril, que, há 40 anos, deram a Portugal o sabor da liberdade e da democracia. De confiança no futuro, porque, ao longo do espectáculo, foram muitos os jovens músicos – professores e alunos do Conservatório – que, com a sua entrega, qualidade e talento artístico, permitiram a todos os presentes saborear a esperança no Amanhã. No início do Concerto, Beatriz Martinho, directora do Conservatório de Música, tocou na tecla dos afectos, numa intervenção dedicada a Abril e a tudo o que este simboliza. “São para ti, Abril, todos estes sabores musicais que te vamos oferecer, com a alma impregnada de um direito, do qual não queremos retorno”. O direito à liberdade, à cultura e à cidadania foi realçado por Beatriz Martinho, como uma das mais importantes conquistas proporcio-
nadas “por aquela manhã de Abril de há 40 anos, pejada de esperança”. A directora do Conservatório lembrou com emoção Fernando Salgueiro Maia e fez notar a presença, no evento, de Natércia Salgueiro Maia e de dois Capitães de Abril: o coronel Correia Bernardo e o coronel Garcia Correia. “Obrigada, Abril, por nos permitires dar a saborear ao nosso companheiro do lado, ao companheiro do lado de cada um de nós, aquele estado de alma glamoroso de afectos, mas sempre numa atitude de defesa contra a desigualdade”, disse Beatriz Martinho. Perante um auditório repleto de público, o concerto começou com uma actuação da Classe de Dança, a que se seguiram momentos de canto, piano, oboé, flauta transversal, saxofone alto, acordeão e viola dedilhada. No final, após a actuação do Coro de Câmara do Conservatório de Santarém, uma “chuva” de cravos lançados pelos coralistas, juntou-se à “chuva” de aplausos da assistência que partilhou, emocionada e atenta, a diversidade artística de “Sabores para Abril”.
Tradicional Encontro de Coros enche de música a Igreja da Graça Harmoniosas vozes em sublimes cantares colectivos “deliciaram”, a plateia repleta, no passado dia 25 de Abril, no 37.º Encontro de Coros que teve lugar na Igreja da Graça em Santarém, no âmbito das comemorações dos 40 anos da Revolução dos Cravos. Além do Coro da Santa Casa da Misericórdia de Santo Tirso, sob a direcção do maestro José Manuel Pinheiro actuaram os Coros Infantil, Juvenil e Adulto do Círculo Cultural Scalabitano, a cargo do maestro António Matias. Durante duas horas, os coros entoaram cânticos na monumental igreja perante algumas centenas de pessoas que quiseram marcar presença no evento que se realiza há 37 anos em Santarém no ‘Dia da Liberdade’. Esta iniciativa que pretendeu reforçar o gosto pela música foi organizada pela autarquia local em parceria com a Comissão das Comemorações Populares do 25 de Abril de Santarém.
Opinião Massimo Esposito
massimoesposito57@gmail.com
Jacek Yerka Jacek Yerka é um artista polaco dono de um surrealismo fantástico e de uma imaginação criativa simplesmente insuperável. Nasceu em 1950, no norte da Polónia, no seio de uma família voltada para a arte. Seu acervo é enorme e continua produzindo. Em parceria com um escritor americano editou um livro, muito popular nos Estados Unidos, onde ilustra com suas criações uma sequência de histórias fantásticas. Além de muito técnica a pintura de Jacek Yerka atrai pelo desfile de ideias intrigantes onde coloca objectos da sua infância: casas, vegetação e outras lembranças que permanecem vivas na sua mente. Naturalmente, tudo trans-
portado para o seu mundo imaginário onde os animais são transformados, onde a natureza assume situações impossíveis e onde nos brinda com uma sucessão de mundos que interpenetram uns nos outros, formando um universo impossível e arrebatador. As cenas quase sempre são formadas por coisas dos homens, produtos construídos pelos homens mas os homens mesmo, estão ausentes. Carros, casas, móveis, relógios, objectos, interagem com vegetais e animais em cenas urbanas ou do campo mas o ser humano raramente se apresenta. Porquê? Riachos tortuosos são personagens que se repetem, cascatas, escarpas íngremes, água em diversificadas formas e circunstancias. são temas explorados repetitivamente (ver www.yerkaland.com). Cada tela de Jacek Yerka pode ser apreciada de muitas maneiras. Há o conceito da tela em
‘Arteemtodaaparte’ si, o conjunto, sempre fantasticamente surrealista. Dentro da tela existem cenas que reproduzem a realidade, pequenos trechos de paisagem, feitas apuradamente e que merecem uma apreciação demorada e especial. E os detalhes, independentemente da posição no mundo real ou irreal. Jacek Yerka é um mestre. Um grande mestre. O artista é daquele tipo que merece uma análise em cada obra. Cada quadro traz uma história inesgotável porque dentro dele muitas cenas podem ser examinadas separadamente. E isto deve ser um impulso para quem pinta hoje, aqui no Ribatejo, um impulso a pintar algo de próprio, que sai do seu âmago e que o diferencia dos outros. Cada artista deveria ser reconhecido pelas cores ou formas que usa, pelos temas com que tenta comunicar com o observador. Não copiem, por favor, mas criem!
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CULTURA
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Santarém recebeu com flores a procissão da Festa do Santíssimo Milagre Centenas de fiéis acompanharam, domingo de Pascoela (27 de Abril), a magna procissão do Santíssimo Milagre, que percorreu algumas das principais artérias do centro histórico de Santarém que se vestiram a rigor para o evento religioso. Além das ruas cobertas de flores e ramagens as varandas estavam também enfeitadas com colchas de seda. Antes da magna procissão celebrou-se uma missa no Santuário do Santíssimo Milagre, um centro de culto que recebe milhares de peregrinos de todo o mundo. De referir que o significado histórico das Festas do Santíssimo Milagre, comemoram a sagração da Igreja, em 1241, por S. E Regensis, Bispo anglo-saxónico de Lisboa, e data também a ocorrência do chamado primeiro milagre em 1247, quando uma mulher sofrendo da infidelidade do marido após ter consultado uma feiticeira decidiu comungar sacrilegamente provocando o milagre: A Hóstia começou a sangrar. A procissão integrada nos festejos relembra a restituição da Sagrada partícula à antiga Igreja de São Estêvão (actualmente Santuário do Santíssimo Milagre), o reconhecimento do milagre pelo Clero e o encerramento da Hóstia numa bola feita de velas derretidas.
Santuário do Santíssimo Milagre recebe peregrinos de todo o mundo
O Santuário do Santíssimo Milagre é um centro de culto e peregrinação dos mais frequentados em Portugal. A relíquia do
Santíssimo Milagre, guardada numa âmbula na capela-mor, é a memória viva da transmutação da Hóstia em sangue, no séc. XIII. Peregrinos vindos dos quatro cantos do mundo aqui chegam, diariamente, para prestar a sua devoção. Estes peregrinos que, anualmente, atingem os milhares, provêm sobretudo da Irlanda, E.U.A, Filipinas, Polónia, Brasil e Inglaterra. Não só anónimos, mas também Reis, Príncipes e Nobreza, sempre que se deslocavam a Santarém, faziam questão de visitar a Igreja do Santíssimo Milagre. Muitos são os ecos que, documentalmente, nos ficaram como testemunhos, sendo o caso da Rainha Santa Isabel, que passando por Santarém a caminho de Coimbra, a fim de pacificar as discórdias entre seu marido D. Dinis e seu filho D. Afonso, mandou fazer uma procissão de preces, em que ela acompanhou descalça, o Santíssimo Milagre, com uma corda ao pescoço e coberta de cinzas, implorando assim, a misericórdia do Altíssimo. Também D. Afonso VI, em 25 de Janeiro 1664, ao visitar Santarém não deixou de visitar a Igreja do Santíssimo Milagre e o Convento de S. Domingos, onde, por esta época, se conservava a misteriosa toalha que envolvera a Sagrada Hóstia e na qual era ainda visível o Sangue Santíssimo. Elevada à categoria de Santuário, em 5 de Abril de 1997, por sua Excelência Reverendíssima D. António Francisco Marques,
então Bispo de Santarém, a igreja do Santíssimo Milagre foi, ao longo dos anos, o mais importante centro de devoção em Portugal, somente ultrapassado no séc. XX pelo fe-
nómeno de Fátima. Contudo, actualmente, o Santuário integra uma rede internacional de Turismo Religioso que leva a Fátima e, frequentemente, a Lourdes.
“A Menina dos Ossos de Cristal” em sessão de autógrafos
Pintura e desenho na Galeria 55
‘1 Shot de Arte’ no Museu Carlos Reis
A Galeria 55, na rua 1.º de Dezembro, em Santarém, inaugura hoje, sexta-feira, dia 2 de Maio, pelas 18h30, uma exposição de pintura e desenho de Maria Leal da Costa e Paula Sousa Cardoso. A exposição estará patente ao público até 24 de Maio nos seguintes horários: quintas-feiras e sextas-feiras, das 15h00 às 19h00; sábados, das 10h30 às 13h30, ou sob pedido, para o tm: 917 60 30 90.
Ana Simão, autora do livro ‘A Menina dos Ossos de Cristal’, que tem estado no Top Nacional dos livros mais vendidos, estará a distribuir autógrafos no Continente de Santarém, amanhã, sábado, dia 3 de Maio, a partir das 16h00. “Esta iniciativa será realizada na véspera do Dia da Mãe, porque apesar de ser um livro para todos, enquadra-se perfeitamente nesta data. O livro começa com um nascimento de um bebé lindo e, aparentemente, saudável…”, refere nota da editora Guerra & Paz. O livro fala a duas vozes e retrata dois olhares: o de mãe e o de filha, que é a Menina de Cristal, que veio ao mundo com a doença dos ossos de vidro/cristal. São duas vozes e dois olhares diferentes em épocas distintas - aquando do nascimento da menina e depois passados mais de 40 anos. Ana Simão nasceu em Santarém. É por-
tadora de uma doença rara, Osteogénese Imperfeita (OI), vulgarmente conhecida como a doença dos ossos de vidro ou de cristal. É licenciada em Gestão de Recursos Humanos, com uma pós-graduação no ISCTE. Trabalhou na Câmara Municipal de Santarém durante 25 anos, onde exerceu funções na área da cultura, turismo e acção social. Escreve para publicações da Associação Salvador.Depois de quase 25 anos de trabalho e três de sucessivos internamentos hospitalares, viu-se obrigada a uma aposentação por invalidez. Mas foi nesse momento que descobriu que há milagres e que a escrita, se não salva ninguém, lhe dá esperança e alegria para continuar. A Menina dos Ossos de Cristal é o seu inspirador testemunho de vida, que agora quer partilhar.
dos técnicos do museu ou um convidado fala de uma peça de arte do acervo daquele museu. Os convidados poderão ser o próprio artista, o doador ou um estudioso do tema em causa. A conversa pode desenrolar-se à volta de uma pintura, de uma escultura, de uma peça de joalharia ou de qualquer outro objecto artístico. Pode ser uma peça da reserva ou outra que esteja em exposição.
O Mágico, no Círculo Cultural Scalabitano
Pintura e história dos baldios no Fórum Mário Viegas No próximo domingo, dia 4 de Maio, pelas 16h30, o Museu Municipal Carlos Reis, em Torres Novas, estreará uma nova actividade. «1 Shot de Arte» é uma sessão que dura entre 15 a 30 minutos na qual um
O Centro Cultural Regional de Santarém inaugura amanhã, sábado, pelas 16h00, no Fórum Actor Mário Viegas, a exposição de pintura da autoria de João Alfaro. No mesmo dia, às 21h30, realiza-se, no mesmo espaço, uma palestra sobre a ‘História dos Baldios – ontem e hoje’ que contará com as participações de António Bica e Arnaldo Vasques.
O filme de animação ‘O Mágico’ de Sylvain Chomet por ser visto este domingo (dia 4) no Teatro Taborda do Círculo Cultural Scalabitano, em Santarém, pelas 16h00. A sinopse do filme revela: “quando a arte do ilusionismo dava os últimos passos, um mágico “entertainer”, afastado dos palcos da cidade, vê-se obrigado a apresentar o seu “show” num dos “pubs” da costa ocidental escocesa, onde encontra Alice, uma jovem inocente, que mudará para sempre a sua vida… “O Mágico” é uma comovente carta de amor de um pai para a sua filha.”
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CULTURA
CORREIO DO RIBATEJO, SEXTA-FEIRA, 02 DE MAIO DE 2014
Opinião Everilde Pires
Correio Centenário
Porta do Sol Porta do Sol para Fernando Castelo e Judite Moura
Toldaram-se de penumbra os dias breves. Nem o sol teceu malhas na luz do alpendre. A casa, lívida, esqueceu o sorriso do luar que escutava a lira melodiosa do pastor. Ele, que tocava pelas quebradas do monte, quedou-se petrificado e volveu estátua de dedos nos lábios, concentrado, olhos de espanto, corpo hirto, impassível como se a morte cruel o tivesse tocado. A magia das tardes calmas, mãos dadas sobre o regaço, olhando as glicínias, o amargo sabor da despedida lenta, a memória perdida dos dias exaustos embebeu de angústia o seu cansaço e fê-lo descer à terra, tal como Orfeu que por Euridice clama. Ela, a eterna flama do seu norte, a verdadeira a derradeira esperança, a libertação da iníqua angústia dum país a esmorecer, duma justiça que tarda, que cansa, que faz doer. EVOÉ – Amigos – o vosso reencontro É o elixir da nossa dor de vos perder! Mas um dia, no dia do vosso regresso, desse mundo submerso que a música de Orfeu rasgou e estremeceu, encontrar-nos-emos de novo alheados de qualquer cansaço, na fímbria da luz ténue da tarde, mãos dadas sobre o regaço, tão absortos, tão longe da tristeza, que não haverá outra morte que de Nós para sempre Vos separe. Com a amizade que sempre nos uniu e a saudade que perdura, A Comissão das Comemorações Populares do 25 de Abril e Amigos
A nossa carteira
Fazem Anos 2 de Maio Maria José Vargas Faustino Fontes 3 de Maio Laura Domingues dos Santos Forte Orlando da Silva Lopes Maria Fernanda Pereira Montez António Manuel Paulino Falcão Cátia Inês Pereira Gomes Diogo Miguel Pereira Leite
4 de Maio Isabel Maria Caldas Pereira Caldas Brazão Mário Luís Caldas de Faria Leal João Maria Bernardino Diogo Abranches Neves e Sousa 5 de Maio Gerarda Cândida Madeira Maria Amália Cordeiro de Bastos Teresa Isabel Duarte Alves Morgado Maria Luísa Marques Florêncio Ribeiro Amélia Maria da Cunha Duarte Coelho Barreiros Nunes
in Correio da Extremadura de 02 de Maio de 1914
João António Câncio Fragoso João Mariano Fernandes Pinheiro João Lopes Júnior José Manuel Moreno de Dias Hintze Ribeiro 6 de Maio Armandina Curto Henriques Puga Josefina de Ascensão Martins Duarte Pedro Augusto Branco Amaro 7 de Maio Maria do Castelo Januário Benvinda da Piedade Roque
Martha Maria Bello da Cunha Mattos José Manuel Castelo Nuno Madeira Filipa Torgal Ferreira Joana Filomena Montez Bento Beatriz Isabel Anjos Carvalho 8 de Maio Maria José Saldanha Palhôto Genoveva Lúcio da Silva João dos Santos Rodrigues Pena António Moncada da Silva Cordeiro Maria Cândida Inácio Costa Sandra Eugénia Teixeira Alves Tapadas
CORREIO DO RIBATEJO, SEXTA-FEIRA, 02 DE MAIO DE 2014
MEMÓRIA
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Ex-presos políticos lembram a ditadura e a tortura da PIDE “O Estado Novo [ditadura que vigorou até Abril de 1974] foi um tempo de trevas que é imperioso não esquecer”. Esta foi a principal mensagem que três ex-presos políticos deixaram este sábado na Sala da Assembleia da Junta de Freguesia de Vale de Figueira numa sessão que pretendeu homenagear os homens que lutaram pelos ideais da Liberdade. Nesta iniciativa foram lembrados os muitos milhares de homens e mulheres de várias gerações que, nas prisões da ditadura, mas também nas duras condições da luta clandestina, nas fábricas e nos campos, nas universidades, nas colectividades, nos sindicatos, nos quartéis, nas ruas e praças do país, resistiram ao fascismo e lutaram pela restauração da democracia. Numa altura em se fala cada vez mais em defesa do `antigamente`, em particular a ditadura derrubada a 25 de Abril, e ganham auréola de heroicidade alguns políticos de então, nomeadamente António de Oliveira Salazar e Marcelo Caetano, os três homens que estiveram no cárcere por defenderem a liberdade recordaram que foram nestes tempos que se criou e fortaleceu a polícia política - a PIDE -, seguindo as palavras de Salazar, que defendia “`um safanão dado a tempo`, como medida preventiva para manter o povo em remanso”. “A PIDE assassinou muitos democratas nessa longa noite tenebrosa”, declarou Henrique Lopes um dos presos políticos que interveio nesta sessão organizada pela União de Freguesias de São Vicente do Paúl e Vale de Figueira. “É bom que as pessoas não se esqueçam disso e que a História não seja branqueada”, alertou, acrescentando que “o 25 de Abril não está feito”. Servindo-se de um rapa-tachos (utensílio de cozinha baptizado de ‘Salazar’), Henrique Lopes constatou que hoje, quem tem o poder continua “a comer a carne e deixa os ossos para o povo”. “A noite fascista foi a coisa mais horrível que aconteceu no país e o povo português não merecia”, disse o fotógrafo, alertando para a necessidade de os cidadãos “estarem alerta” para que esses tempos não regressem. “O 25 de Abril abriu portas para todo o lado, até para a direita”, disse Henrique Lopes, acrescentando que a Revolução dos Cravos “plantou uma flor num vaso mas deixou lá as ervas daninhas, que continuam a proliferar”. Óscar Vieira, que foi preso quando ainda não tinha completado 18 anos, não acredita que “os tempos tenebrosos” da ditadura possam regressar mas, alertou, “de tempos a tempos, os métodos de repressão mudam”. Segundo recordou, na altura do fascismo, quem se “atrevia” a falar contra o regime “dava cabo da sua vida”.
Henrique Lopes, Jacinto Marvão e Óscar Vieira sentiram na pele a repressão do regime salazarista
“Naquela época, um simples ‘viva à República’ podia dar prisão”, rememorou Óscar Vieira. “Era o momento da verdade, em que as pessoas eram confrontadas com os seus próprios alicerces e com aquilo em que acreditavam. Quem se arriscava, arriscava tudo, até a vida”, afirmou. Chamando a atenção da necessidade do País não deixar cair no esquecimento as torturas e as mortes às mãos da polícia política, Óscar Vieira disse que é necessário “fazer o culto da liberdade” e passar estes valores sobretudo aos mais jovens. Após 1945, o meio de interrogatório de eleição da PIDE foi a chamada “tortura do sono” – ou seja, a privação de dormir durante dias e noites. Habitualmente, depois de capturado, o preso político era levado, em Lisboa, para a sede da PIDE, na Rua António Maria Cardoso, e, depois, para a prisão do Aljube ou para o forte de Caxias. À entrada para a
Presos políticos de Vale de Figueira foram recordados numa exposição
cadeia, o preso era despido, revistado, sendo-lhe retirados todos os objectos – como óculos e atacadores - com que se pudesse suicidar ou localizar no tempo. Não tinha visitas antes dos interrogatórios – ou enquanto a polícia as proibisse –, não tinha acesso a livros, nem a papel, nem lápis ou caneta. Quando os interrogatórios não eram realizados no próprio Aljube, os presos eram conduzidos à noite, para o gabinete nº 70m no 3º andar da sede da PIDE, com seis quartos. Nas sessões de tortura, participavam todos os agentes, e às vezes escriturários, consoante um serviço de escala com a duração de quatro horas. Antes e durante os interrogatórios, as visitas do médico da PIDE/DGS tinham como função assegurar aos torturadores que o preso tinha condições de saúde que permitiam a continuação da tortura. Jacinto Marvão sentiu na pele “a brutalidade dos PIDES” de Caxias. Foi preso a 13 de Outubro de 1963, na sequência das lutas camponesas que então se travavam em Alpiarça e partilhou cela com Álvaro Brasileiro, outro destacado resistente antifascista da região. “Fui levado directamente da sede da PIDE em Santarém para Caxias, onde fui torturado continuamente”, contou. Jacinto Marvão foi impedido de dormir durante três dias e três noites, de uma vez, e cinco dias e cinco noites, noutra, com um pequeno intervalo de dois ou três dias.
Contou que, para impedirem o preso de dormir, os agentes da PIDE passavam com uma moeda num vidro. Isso fazia “um barulho atroador” e o preso acordava aos sobressaltos, porque “adormecia de pé, mesmo a andar”. Segundo relatou, a PIDE estava a utilizar o que os “americanos” chamavam de “interrogatório seguido”, eufemismo para a “tortura do sono”: vários investigadores revezavam-se, insistindo no mesmo ou mesmos pontos, muitas vezes aparentemente insignificantes, durante horas e horas em que o impediam de dormir. A par da tortura do sono, “os PIDES” eram particularmente cruéis nos espancamentos, acompanhados da tortura da “estátua”, em que o detido era obrigado a estar de pé ou voltado para a parede, sem a tocar, e de braços estendidos – a posição de “Cristo” – durante longas horas. “A uma certa hora da noite, só se ouviam gritos”, contou, sem esconder a emoção. “Fui a julgamento e condenado a 14 meses de prisão, com pena suspensa”, contou Jacinto Marvão que, depois de ter sido mobilizado para a Guerra Colonial, em Angola, acabou por desertar e exilou-se em França onde desempenhou um papel de relevo na mobilização de imigrantes para a luta antifascista e ajudou a implementar vários sindicatos nesse país. Filipe Mendes
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EMPRESAS & EMPRESÁRIOS
CORREIO DO RIBATEJO, SEXTA-FEIRA, 02 DE MAIO DE 2014
EMPRESAS&EMPRESÁRIOS
Criação de plataforma logística é mais-valia para concelho de Coruche
No âmbito da preparação do seu plano estratégico para a região até 2020, a NERSANT convidou as empresas do concelho de Coruche a marcar presença numa reunião onde foram discutidos as prioridades a retractar no mesmo. A reunião decorreu no auditório municipal de Coruche, onde estiveram diversas empresas deste concelho. Para enquadrar a realização deste plano estratégico, a NERSANT começou por apresentar as actividades que realizou no anterior plano, bem como as directrizes do novo quadro comunitário. “A realização deste estudo tem como objectivo a emergência de novas linhas estratégicas para a região, e que deverão ser em concordância com o novo quadro comunitário”, comentou António Campos, Presidente da Comissão Executiva da NERSANT na abertura da reunião, acrescentando que o que se pretende com a reunião “é saber o que pode ser feito para potenciar o sucesso das empresas de Coruche, a nível local, regional e até nacional”, disse. Uma das empresas presentes começou por afirmar que o maior desafio das empresas é a manutenção da sua competitividade e da sua capacidade transformadora face a outras regiões do país, tendo referido algumas questões que poderão vir a melhorar estes aspectos, como acesso a fontes de energia mais económicas e sustentáveis, a manutenção da mão-de-obra
vs deslocalização (problemática da escassez de mão-de-obra especializada e adequada às reais necessidades das empresas), e ainda a desburocratização. Foi ainda referida a necessidade de re -industrialização do tecido empresarial português, sendo que para isso é necessário que haja “capacidade de investimento em capital fixo”, o que não tem sido fácil actualmente. De igual forma, foi referida a importância de instalar uma plataforma logística na região para servir a indústria agro-alimentar do concelho. “Esta plataforma permitira a criação de uma zona de porto seco, o que irá, consequentemente, aumentar a competitividade dos produtos da região e combater a sazonalidade dos mesmos”. A realização destas reuniões insere-se no âmbito do projecto INOVRibatejo, através do qual se pretende a realização de um “Estudo estratégico de inovação e competitividade para a Região de Santarém e a definição de acções de apoio às empresas no período 2014-2020”. Este plano de acções que a NERSANT quer definir com a ajuda da dos empresários, tem como objectivo melhorar a competitividade as empresas e, consequentemente, do território onde estão inseridas, pelo que as reuniões com empresários se encontram a decorrer em todos os concelhos do distrito de Santarém.
Filme promocional Alentejo premiado em Riga O filme promocional “Alentejo, tempo para ser feliz” - lançado pela Entidade Regional de Turismo em 2013 - conquistou o terceiro prémio da categoria “Ecoturismo”, da sétima edição do “Tourfilm-Riga 2014”, o festival que, anualmente, premeia filmes promocionais de produtos, cidades, países ou regiões turísticas. Recorde-se que o spot turístico agora premiado na capital da Letónia revela - num registo efabulado - as multiplicas emoções que os turistas podem vivenciar no território e, à semelhança de uma curta-metragem, transporta o público para momentos de acção, aventura, alegria ou beleza, revelando um Alentejo singular, genuíno e marcado por fortes traços identitários. Para a Turismo do Alentejo, o galardão conquistado em Riga vem reforçar, mais
uma vez, a excelência do vídeo, mas também o potencial e a capacidade da região promover a multiplicidade da sua oferta turística de forma inovadora, disruptiva e diferenciadora. Refira-se que o filme promocional “Alentejo, tempo para ser feliz” conquistou, em Outubro de 2013, o Golfinho de Prata da categoria “Filmes de Turismo”, do Cannes Corporate Media & TV Awards. Ao Festival Internacional de Turismo “Tourfilm-Riga 2014” concorreram, este ano, cerca de 150 projectos, oriundos de dezenas de países, como por exemplo Itália, Espanha, Alemanha, França ou Reino Unido. Os premiados foram revelados sábado, 26 de Abril, numa cerimónia realizada no emblemático cinema “Splendid Palace”.
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Sabores do Toiro animam Coruche
A 11ª edição dos Sabores do Toiro Bravo, em que, a carne de touro bravo é, naturalmente, o principal ingrediente, começou ontem, 1 de Maio e prolonga-se até domingo, dia 4, em Coruche. Nos Sabores, saboreia-se o lombo do touro bravo, a espetada de bezerra brava em pau de louro verde, o rabo de boi estufado, o bife de touro bravo recheado e muitas outras iguarias da gastronomia ribatejana. Do evento gastronómico fazem parte mostras de artesanato, tasquinhas de petiscos e muita animação musical em concertos programados e em itinerância à hora das refeições. Os restaurantes aderentes este ano são os seguintes: Sabores de Coruche, O Farnel, O Choupo, A Tasca, Ó Manel e Jakim Girassol. Também a ani-
mação taurina será uma constante nesta programação. Deste intenso programa fazem parte algumas mostras expositivas. Na Praça de Toiros estará patente a exposição “José Simões, toureiro com coração” - encerrando o ciclo comemorativo dos 50 anos de alternativa do matador de toiros coruchense José Simões. Na Galeria do Mercado Municipal de Coruche (até 18 de Maio) “Eh! Toiro lindo!” - Mostra de pintura de autoria da pintora Tânia Rocha (10 por cento das vendas efectuadas reverterão a favor da Associação de Apoio ao Doente Oncológico de Coruche – Encostatamim). Também no fim-de-semana de 3 e 4 de Maio, será apresentada a 1ª Exposição de Clássicos dedicada a carros e motos clássicos no edifício da antiga central de Ca-
mionagem. No exterior da Praça estarão várias associações do concelho representando o que de melhor têm para divulgar, nomeadamente a doçaria – Rancho Folclórico Regional do Sorraia, Associação Cultural, Social e Recreativa do Rebocho, Rancho Folclórico de Vila Nova da Erra e Rancho Folclórico de São José da Lamarosa. Do que falta cumprir do programa destaca-se, hoje, sexta-feira, dia 2, Animação Musical com o grupo Al Kabir e Sevilhanas (jantar). Amanhã, sábado (dia 3), 11h00 - Cortejo de Cabrestos nas imediações da Praça de Touros; 11h30 – Demonstração de Condução de Cabrestos; 12h30 – Animação Musical com os “Pilha Galinhas” e “Trinca Espinhas” (almoço); 16h00 – Treino de
Forcados: Grupo de Forcados Amadores de Coruche e Grupo de Forcados Amadores Real Moura – Demonstração de Cernelhas e uma vaca para curiosos; 19h00 – Actuação do Grupo “Cachaba” (junto ao sector 2); 20h30 – Animação Musical com os “Cachaba” e com os “Pilha Galinhas” (jantar); 22h00 – Concerto da banda da SIC – Sociedade de Instrução Coruchense (junto ao sector 8). Dia 4 de Maio (domingo), 10h00 - “Ginástica para Mães e Bebés” (Praça de Água); 11h00 – Demonstração de Toureio a pé pela Academia de Toureio do Campo Pequeno (Arena); 12h30 – Dramatização com o grupo ContaCenas (almoço); 12h30 – Actuação de Laura Macedo e Marcelo (almoço).
Cartaxo recebe Festa do Vinho até 4 de Maio O Cartaxo recebe até 4 de Maio a 26.ª Festa do Vinho, a decorrer no Pavilhão Municipal de Exposições da cidade. Tasquinhas, exposição e venda de vinhos, provas enogastronómicas, seminário e concurso de vinhos, desfile das vindimas, animação musical e festival de folclore são os principais atractivos deste certame, que este ano foi pensado como “um espaço de encontro entre familiares
e amigos” e, na sua vertente mais profissional, “local de promoção e afirmação dos vinhos do concelho”, como classifica o presidente da Câmara Municipal, Pedro Magalhães Ribeiro. Ter este ano na Festa do Vinho uma maior representação das empresas e casas vitivinícolas do concelho foi uma das grandes apostas da autarquia, que propõe igualmente reforçar a ligação entre
o vinho e a gastronomia, com a realização de várias provas enogastronómicas no decorrer do certame. Os profissionais e agentes do sector são também convidados a reflectir sobre o tema “Castas Portuguesas - Factor de Diferenciação no Mercado Internacional do Vinho”, num seminário a ter lugar no dia 2 de Maio, dia que ficará também marcado pela entrega dos prémios dos
concursos de vinhos “O Melhor Vinho na Produção”, do concelho do Cartaxo e da região Tejo. Dar “mais dignidade à vertente popular da Festa do Vinho” foi outro dos objectivos da Câmara Municipal, que convidou para actuar no palco do Pavilhão Municipal de Exposições vários grupos de música do concelho. O final da noite será animado pela actuação de Dj’s.
Samora fomenta festa brava entre crianças e jovens O fomento da cultura taurina entre os mais jovens é uma das apostas da Festa Brava que decorre em Samora Correia a partir de sexta-feira e até 5 de Maio, numa iniciativa que atrai milhares de visitantes. A nona edição da Festa Brava, com largadas de touros agendadas para todos os 11 dias que dura a iniciativa, volta este ano a incluir uma largada de touros para crianças e introduz uma aula prática e uma demonstração visando fomentar a cultura taurina entre os mais novos. Hélio Justino, presidente da junta de freguesia de Samora Correia, disse à Lusa que a largada para crianças foi feita
pela primeira vez há dois anos, gerando um “grande entusiasmo” entre os mais novos, num concelho onde a tradição taurina está muito enraizada. De tal forma que na edição deste ano se vai realizar, pela primeira vez, uma “aula prática de fomentação da cultura tauromáquica” para os alunos do 4.º ao 7.º ano de escolaridade do Agrupamento de Escolas de Samora Correia, com o matador de touros Nuno Casquinha e o cavaleiro Manuel Teles Bastos. “As crianças vão só assistir à explicação de todo o trabalho de campo”, numa demonstração que será feita na praça de touros com duas reses, “dois novilhos
pequenos”, disse Hélio Justino quando questionado sobre a recomendação do Comité dos Direitos das Crianças das Nações Unidas a Portugal para restrição do acesso de menores a touradas. O autarca afirmou que, além das iniciativas directas, são numerosas as crianças levadas pelas famílias para assistirem às largadas de touros, lembrando que “brincar aos touros” é uma das brincadeiras preferidas dos mais pequenos na região. Também iniciada há dois anos, a Festa deste ano repete uma largada de touros para mulheres, igualmente “uma brincadeira” com uma rês, a que não faltam as
“mais afoitas”. Desde há oito anos que a junta de freguesia fez coincidir a Festa Brava com o calendário da Feira Anual, evento de longa tradição, pelo facto de a tauromaquia ser vivida “com grande intensidade, com grande paixão” em toda a zona. Com a maior parte das iniciativas a decorrerem no Largo do Calvário e nas ruas anexas, o programa da festa inclui ainda folclore, fado, flamenco, sevilhanas, exposições temáticas de pintura e fotografia sobre a Festa dos Touros, um debate sobre “A Força da Festa Brava”, um Encontro de Bandas e muita animação nas tertúlias da cidade.
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EMPRESAS & EMPRESÁRIOS
CORREIO DO RIBATEJO, SEXTA-FEIRA, 02 DE MAIO DE 2014
Mira Amaral em jantar-conferência dinamizado pelo Nersant em Santarém
NERSANT dinamiza RIBACERTIFICA
“Empresários estão a fazer um trabalho extraordinário pelo país”
Empresas da região podem aceder a apoio a fundo perdido para implementação do sistema de gestão da qualidade
Luís Mira Amaral esteve novamente na região do Ribatejo para apadrinhar a realização do plano estratégico de inovação e competitividade 2014-2020 que a NERSANT está a compor para a região. Na reunião, o ex-ministro da indústria elogiou o trabalho dos empresários portugueses. O jantar-conferência decorreu no Santarém Hotel, localizado nesta cidade, e onde estiveram presentes cerca de 70 empresários do concelho. A NERSANT começou por apresentar o plano estratégico em vigor até 2013, e que foi cumprido quase na totalidade, na expectativa de que os empresários presentes pudessem facultar as suas dificuldades e esperanças em relação ao novo plano de acções, que terá que ser adequado à conjuntura actual. A SPI - Sociedade Portuguesa de Inovação, é a entidade parceira da NERSANT para a elaboração deste plano estratégico, tendo apresentado algumas das directrizes já conhecidas do novo quadro comunitário. Realizado este enquadramento, foi a vez de dar voz aos empresários. O debate começou em torno da necessidade de formação profissional adequada às reais necessidades das empresas. “A formação adequada à realidade de cada região é uma mais-valia para o desenvolvimento da
mesma”, afirmou um dos presentes. A discussão prosseguiu, com referência aos elevados custos de energia praticados em Portugal em relação a países como Espanha e França, bem como à má qualidade deste serviço, que afecta severamente as empresas. Mira Amaral foi respondendo a algumas questões levantadas pelas empresas presentes, tendo corroborado as afirmações dos empresários em relação à energia. “A rede eléctrica tem péssima qualidade, o que é desastroso para as empresas”, começou por referir o ex-ministro, acrescentando ainda que é inadmissível que as empresas “tenham custos energéticos superiores aos custos laborais.” Questionado sobre o banco de fomento e sua funcionalidade para as empresas, Mira Amaral mostrou-se reticente: “o banco de fomento não vai fazer algo que não se faça já”, disse. No jantar-conferência, os empresários falaram ainda da pesada carga fiscal a que são sujeitos, o que acarreta grandes dificuldades às empresas. Assim como o excesso de burocracia. Um dos empresários chegou mesmo a dizer que “o relatório único é uma carga de informação tão grande que as empresas têm dificuldade no cumprimento das suas obrigações”. Foram ainda referenciados como importantes para o desenvolvimento das empresas da região, os apoios às fusões de empresas, bem como apoios para a internacionalização.
Mira Amaral terminou a sua intervenção falando do próximo quadro comunitário de apoio, referindo que esta é a última grande oportunidade de Portugal se tornar desenvolvido através dos fundos da comunidade europeia, pelo que as empresas não o devem desperdiçar. O ex-ministro afirmou importante a aposta na ferrovia e nos portos. “Poderá haver dinheiro para isto, bem como para a instalação de redes de gás natural e eólicas”, revelou Mira Amaral, acrescentando que há inúmeras empresas portuguesas em condições de aceder a este tipo de programas. “Temos fundos comunitários para desenvolvimento”, concluiu Luís Mira Amaral, que foi ainda severamente crítico em relação à reforma da administração pública. “Não há redução da carga fiscal sem reduzir as gorduras do Estado”, disse, acrescentando que se houve alguém a fazer o trabalho de casa pelo país, foram “os empresários”. O ex-ministro deixou ainda alguma esperança em relação ao futuro. “Há, de facto, um cheirinho a retoma, alguma movimentação do consumo. Mas acontece que não há investimentos industriais que sustentem a economia. É aqui que entra a banca. E o problema é que neste momento, a banca não quer financiar”, criticou Mira Amaral. Neste momento, a NERSANT já ouviu os empresários de todos os concelhos do distrito.
As empresas da região do Ribatejo com interesse em obter a certificação do sistema de gestão da qualidade, podem fazê-lo através da NERSANT a preços mais competitivos. A Associação Empresarial da Região de Santarém tem um projecto aprovado, que permite dar apoio a fundo perdido para a implementação de diversos tipos de certificação nas empresas. A NERSANT encontra-se a dinamizar o RibaCertifica, projecto aprovado pelo QREN/COMPETE que permite apoiar 40 PME da Região de Santarém, através da concessão de apoio a fundo perdido, em cerca de 50%, para obtenção de certificação das empresas. No âmbito da certificação do sistema de gestão da qualidade, para implementar o sistema, a NERSANT desenvolve nas empresas diversas actividades, começando por efectuar um diagnóstico à empresa, que visa a análise dos requisitos constantes no normativo de referência, NP EN ISO 9001:2008, com os procedimentos e práticas já prosseguidas pela organização. Delineado o plano de acção, feito em conjunto com o empresário, a NERSANT inicia na empresa, o processo de implementação das acções necessárias para que o funcionamento da empresa esteja em concordância com a norma ISO 9001:2008. Para que tal seja feito da forma mais eficaz, a NERSANT realiza nas empresas diversas acções de sensibilização sobre o sistema, a sua importância e eventuais alterações a verificar-se na organização, bem como formação para a preparação da empresa e seus recursos humanos. Durante todo o processo, a empresa será acompanhada pela NERSANT, que prestará todo o apoio técnico e consultoria necessária à implementação do sistema. Após este processo, será realizada a pré-auditoria de preparação à certificação, cujo objectivo é verificar preliminarmente a adequação e implementação do sistema da qualidade na empresa. Esta auditoria tem como foco principal, fornecer informação das acções de melhorias a serem implementadas antes da auditoria de certificação. O RibaCertifica contempla apoio não só para a certificação do Sistema de Gestão da Qualidade, mas também para a certificação do Sistema de Gestão Ambiental (ISO 14001:2004), do Sistema de Gestão de Segurança Alimentar (ISO 22000:2005) e do Sistema de Gestão da Energia (ISO 50001:2012). Para mais informações, os interessados devem contactar o Departamento de Apoio Técnico, Inovação e Competitividade da NERSANT, através dos contactos datic@nersant.pt ou 249 839 500.
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3,4 milhões de euros para projectos no Tagusvalley e Politécnico de Tomar
O Instituto Politécnico de Tomar (IPT) e o Tecnopolo do Vale do Tejo, em Abrantes, conseguiram financiamento comunitário num total de 3,4 milhões de euros para
concretizar um conjunto de laboratórios científicos e tecnológicos. A maior fatia do investimento, cerca de 2,5 milhões de euros, vai para o Tagus-
valley onde irá ser alargado o já existente Laboratório de Serviços Partilhados de I&D+i, do IPT, e criado o laboratório de comunicação e imagem que estará ao
serviço da comunidade e dos alunos da ESTA – Escola Superior de Tecnologia de Abrantes. Para Tomar, a candidatura aprovada é de 900 mil euros que irão ser utilizados para reforçar os laboratórios de conservação e restauro do património, de domótica (onde estão a ser desenvolvidos sistemas de apoio à vida para pessoas com autonomia reduzida) e de estudo e prevenção de riscos naturais, nomeadamente climáticos, geológicos e ambientais. Estes laboratórios continuarão a prestar serviços à comunidade empresarial e geral. Estes projectos de consolidação dos laboratórios científicos e tecnológicos vão ter financiamento comunitário no âmbito do QREN – Quadro de Referência Estratégico Nacional de 85 por cento, somando um investimento em equipamentos e estruturas de 3,4 milhões de euros.
Produtores e entidades do sector debatem as novas tendências na Agricultura A TAGUS - Associação para o Desenvolvimento Integrado do Ribatejo Interior, em parceria com a Associação de Agricultores de Abrantes, Constância, Sardoal e Mação e a Direcção Regional de Agricultura e Pescas de Lisboa e Vale do Tejo (DRAP LVT), vão dinamizar o seminário “Novas Tendências na Agricultura”, no dia 7 de Maio, às 14h00, no Tecnopolo do Vale do Tejo, em Alferrarede (Abrantes). O seminário, gratuito e aberto ao público em geral, está inserido na semana do desenvolvimento local, da Rede Rural Nacional e tem como objectivo apresentar alguns exemplos de negócios agrícolas que centram a sua produção nos cogumelos, frutos vermelhos e ervas aromáticas. Assim como dar a conhecer alguns instrumentos de apoio existentes. Para partilhar as suas experiências no cultivo de morangos e hortícolas em processo da hidroponia estará presente Carlos Costa, da Plântula. O responsável pelo projecto, instalado em Torres Novas, irá explicar os benefícios da utilização desta técnica de produção sem solo. Já António Paisana, da Casa Lino Neto, Sociedade Agrícola, em Abrantes, irá falar sobre as oportunidades de negócio e as
condicionantes das framboesas. A micologia será apresentada por Rui Coelho, da Quadrante Natural, de Lisboa, sob o tema produção de cogumelos sapróbios. O enquadramento e as oportunidades no cultivo de plantas e ervas aromáticas em agricultura biológica serão o enfoque de João Dias, da Hortas da Aldeia, de Santa Margarida da Coutada, em Constância. A Direcção Regional de Agricultura e Pescas de Lisboa e Vale do Tejo e a Associação de Agricultores de Abrantes, Constância, Sardoal e Mação irão elucidar sobre os apoios ao financiamento neste sector de actividade, nomeadamente do Programa de Desenvolvimento Rural (ProDeR) e Jovens Agricultores. Este seminário será ainda aproveitado para apresentar a Bolsa de Terras. Este programa que tem como finalidade auxiliar e facilitar o acesso a terras para arrendamento ou outros tipos de cedência para sua exploração agrícola, será apresentado pela TAGUS, gestora operacional local deste projecto nacional, em parceria com a Associação de Agricultores de Abrantes, Constância, Sardoal e Mação.
Movimento pelo Tejo quer sensibilizar candidatos às europeias para problemas do rio
O ProTEJO – Movimento pelo Tejo quer reunir-se com as várias candidaturas ao Parlamento Europeu para sensibilizar os candidatos para a situação do rio e da sua
bacia hidrográfica, que considera ser “uma riqueza muito maltratada”. Em comunicado, o movimento refere a preocupação com os transvases de água do
Tejo para outras regiões de Espanha, que “colocam em causa os caudais ecológicos na sua bacia hidrográfica, particularmente em Portugal”, e com a “falta de transparência e de coordenação entre Portugal e Espanha na gestão da Bacia Hidrográfica do Tejo”. O ProTEJO chama ainda a atenção para a “elevada poluição” do rio, designadamente devido aos esgotos da área metropolitana de Madrid, que recebe através do seu afluente Jarama, ou ainda a que lhe chega de afluentes portugueses como os rios Alviela, Maior e Vala da Azambuja. Alerta igualmente para a poluição provocada pela agricultura, apelando a que a actividade se processe de “uma forma ecológica e sustentável, para se salvaguardar o futuro tanto da Bacia Hidrográfica do Tejo como da Agricultura”. “A crescente eucaliptalização da Bacia Hidrográfica do Tejo é outro motivo de preocupação para o proTEJO, pela degra-
dação dos solos, pelas escorrências, pela ameaça à biodiversidade e pela concentração das indústrias de celulose na zona de Rodão, logo à entrada do rio em Portugal”, acrescenta. O movimento quer sensibilizar os candidatos ao Parlamento Europeu para os riscos que representa a central nuclear de Almaraz, em Espanha, localizada a apenas 100 quilómetros de Portugal, “que já ultrapassou há dois anos o seu prazo de validade e tem sido afectada por frequentes avarias”. O movimento sublinha que esta central nuclear, cujo encerramento defende, é refrigerada com águas de um afluente do rio Tejo. Realçando que “o rio Tejo e a sua bacia hidrográfica são uma grande riqueza de Portugal, da Península Ibérica e da Europa”, o movimento lembra que já em 2012 foi feita uma petição ao Parlamento Europeu.
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Congresso da Sopa regressa a Tomar
Opinião António Valente Piloto de Linha Aérea
MH370 Malaysia Airlines
Vinte e um anos depois, o Congresso da Sopa vai acontecer mais uma vez, em Tomar, amanhã, sábado, dia 3 de Maio. Iniciativa pioneira na promoção da sopa no País revê hoje o sucesso da ideia nas muitas dezenas de eventos que, à sua sombra, foram nascendo de norte a sul de Portugal. Fiel aos seus princípios, todavia, continua a promover a alimentação saudável para toda a família. Foi em 1983 que a ideia de Manuel Guimarães foi posta em prática. Nessa época, havia em Portugal muitas iniciativas gastronómicas, proliferavam as tasquinhas, mas a sopa era um parente pobre da promoção turística da cozinha. Com um título irreverente, hoje devidamente registado, o Congresso tomarense atreveu-se a fazer da sopa a vedeta. A ideia, que juntou o apelo dos sabores e a consciencialização da necessidade de uma alimentação saudável, caiu bem no estômago e no espírito, fazendo do evento um sucesso e começando a criar desde logo uma sucessão de réplicas pelo país além. Este ano existe ainda uma novidade absoluta: Condeixa é o concelho convidado do Congresso, numa partilha de saberes e sabores que vai valorizar ainda mais o evento.
Preço de entrada privilegia grupos familiares
Este ano o evento está de regresso no dia 3 de Maio, sábado, pelas 12h30, no Mouchão Parque, idílica ilha no rio Nabão, em pleno centro da cidade de Tomar. Mais uma vez, privilegia-se a modalidade de entrada que favorece os grupos familiares e as opções de baixo custo, com o preço do bilhete a não incluir o kit de participante (tigela de barro, copo e colher),
que será adquirido à parte apenas pelas pessoas que o quiserem. Quem preferir, pode vir devidamente preparado de casa, tendo em conta que precisará de um recipiente e de uma colher para comer as sopas que entender, e de um copo no caso de pretender provar os vinhos locais também presentes (as águas são disponibilizadas em garrafas individuais), poupando assim 3 euros por pessoa.
Receita do evento reverte para fins sociais
Mas o Congresso tem ainda, como desde sempre, um carácter de solidariedade, com as receitas a reverterem para o CIRE - Centro de Integração e Reabilitação de Tomar. Durante o Congresso estarão disponíveis várias dezenas de diferentes tipos de sopas, bem como diversos vinhos provenientes dos produtores do concelho. Por seu lado, o Continente, patrocinador do evento, além da divulgação nas suas lojas, promoverá no local actividades de promoção de produtos locais e alimentação saudável, com destaque para as sopas. Também a CP é parceira do Congresso da Sopa, com a sua divulgação e a oferta de descontos especiais para quem queira deslocar-se comodamente a Tomar no dia do Congresso. Recorde-se que há comboios directos de Lisboa para Tomar e que a estação fica a poucos minutos a pé do local do evento. Este evento integra-se no Ciclo Gastronómico Tomarense, que começou com a Mostra da Lampreia e a Mostra de Doçaria de Tomar e dos Conventos e termina em Outubro com o festival ‘Todos com o Feijão’.
Secular festa do Senhor dos Remédios no Sardoal A Festa do Senhor dos Remédios, uma secular tradição, decorre a 4 de Maio na Igreja de Santa Maria da Caridade, no Sardoal. A missa solene tem início marcado para as 15h00, seguido de uma procissão com a imagem do Senhor dos Remédios. Este festejo religioso, organizado pela Santa Casa da Misericórdia de Sardoal, celebra-se anualmente no 2º Domingo depois da Páscoa e remonta ao ano de 1700. A imagem do Senhor dos Remédios esteve inicialmente no interior do Convento de
Santa Maria da Caridade, vindo depois a ser construída uma Capela, ao lado da Igreja do Convento, onde actualmente se encontra a imagem. Segundo o Boletim Informativo da Santa Casa da Misericórdia de Sardoal de Julho/ Agosto de 1984, o programa da Festa do Senhor dos Remédios, em 1905, era composto por “Kermesse, arraial, iluminação e fogo-de-artifício” e o lucro dos festejos destinava-se à compra de material cirúrgico para o hospital da instituição.
Tenho resistido nas últimas semanas a escrever, ou até mesmo falar com amigos sobre o caso do voo 370 da Companhia Aérea da Malásia desaparecido há cerca de um mês e meio. Entendo que neste momento tudo o que possa ser dito sobre este caso não passará de mera especulação, e quanto mais se falar mais criativos pontos serão acrescentados ao problema, já de si de resolução muito complicada. O curioso de tudo isto foi que, logo numa primeira abordagem, a tendência que houve por parte das entidades oficiais foi responsabilizar os pilotos. São sempre o elo mais fraco no rol dos acusados, quando na maioria dos casos são as primeiras vítimas das falhas dos outros. Mas, adiante… acusar a senhora que faz a limpeza das instalações da Companhia Aérea é que é complicado, agora apontar o dedo àqueles que andam lá em cima todos os dias é muito mais fácil e, sobretudo quando eles já não podem defenderse, mais fácil de credibilizar a acusação. Tem sido batido e rebatido por toda a imprensa mundial que os aviões são permanentemente monitorizados enquanto voam na maioria do espaço aéreo mundial, e é verdade. Digo na maioria do espaço aéreo mundial porque ainda há algumas zonas remotas onde isso se torna mais complicado, mas não impossível. Não é este o caso da zona onde se desenrolava o voo em causa. Acrescento eu que no modelo de avião e no tipo de operação naquele dia, a tripulação tinha à sua disposição uma interminável gama de frequências rádio para comunicar com o exterior e usou-a, tanto assim que o ultimo contacto foi, fazendo fé no que tem vindo a público, absolutamente dentro da normalidade. Há outra forma de contacto sem voz com o controlo de tráfego aéreo – o “transponder” que, até ter sido desligado ou danificado, os pilotos nunca usaram para dar a conhecer qualquer dificuldade. E este sistema, ao contrário da emissão de voz, pode ser usado de forma tão discreta que um leigo não detecta que o mesmo foi accionado. Então por aqui pode concluir-se que aquilo que impediu os pilotos de comunicar ou agir de livre e espontânea vontade foi uma qualquer ocorrência que os deixou tão surpreendidos quanto nós estamos neste momento. Se assim não fosse eles tinham meios para o transmitir ao controlo na zona que estavam a sobrevoar. E já agora acrescentar ainda que, se o dramático episódio tivesse a ver com qualquer falha de pressurização que levasse à perda de consciência, isso não ocorre assim de forma tão instantâneo como possa parecer e dificilmente afectaria os dois pilotos ao mesmo tempo. Para mais as tripulações estão devidamente treinadas em simulador para lidar com esse
problema. O chamado “piloto automático”, esse sim, desde que a estrutura do avião, os sistemas de navegação autónomos, o sistema hidráulico e o sistema eléctrico não tenham sido gravemente afectados, pode levar o avião a voar até aos limites do combustível, de acordo com a última programação efectuada pelo piloto humano. Ora um acontecimento que, digamos, explosivo, impeditivo simultaneamente dos dois pilotos e danificasse os sistemas de comunicação, a probabilidade de danificar também um dos anteriores sistemas que mantêm a estabilidade do avião é elevada, no entanto possível. Poderá até acontecer que esse acontecimento tenha “obrigado”, por alteração da superfície aerodinâmica do avião, a uma alteração do rumo selecionado anteriormente pelo piloto, e o levasse em operação de “piloto automático” a seguir essa nova rota até, como disse atrás, ao consumo total do combustível. Voltemos ao controlo aéreo e à monitorização dos voos. Além das comunicações via rádio e do “transponder”, que localiza o avião no radar secundário, há também o chamado radar primário. Este último identifica apenas “ecos” radar, não é uma identificação precisa da aeronave. Na prática o controlador, através do radar primário, sabe apenas que num raio até cerca dos duzentos quilómetros, está ali um avião mas para saber precisamente
de que avião se trata necessita de outros meios de identificação. Banal, porque se for necessário tem esses meios à sua disposição – planos de voo, rádio, rota seguida, etc. etc. É aqui que me parece que poderá residir a explicação para o mistério. Não acredito que naquele local, naquela zona, num raio de 200 quilómetros não existisse um radar primário que não tivesse a seguir aquele avião. Mais ainda, numa zona em que a segurança militar e efervescência política são um facto conhecido, não existisse um radar primário que não tivesse ficado de alerta quando, segundo se diz, há uma alteração de rota tão significativa e inexplicável. Há seguramente “alguém”, e sabe-se lá porquê, não está a dizer tudo o que sabe. Haverá alguém que, indiferente ao sofrimento daqueles que perderam os seus familiares, os seus pais, os seus filhos, os seus amigos e se esconde numa ignorância fingida na qual já muito poucos acreditam.
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A versatilidade da casta Fernão Pires O património vitivinícola português é sem dúvida dos mais ricos e diversificados a nível mundial. Com as suas quase trezentas castas indígenas, a diversidade genética pode exprimir de Região para Região a sua característica, originalidade e também individualidade. De Norte para Sul, assistimos a um interminável desfile de nomes, cada um deles ligado a uma casta, sendo que por vezes, de Região para Região a casta muda de designação, que linguisticamente se designa por sinonímia. Sem dúvida que uma das principais castas brancas portuguesas é o Fernão Pires, cujo berço e principal território são as margens do Rio Tejo. Na Região da Bairrada dá pelo nome de Maria Gomes. No entanto é na Região do Tejo que o Fernão Pires, de forma mais exuberante exprime todo o seu potencial aromático, originando vinhos finos, frescos, frutados e exuberantes. Podemos dizer que o Fernão Pires do Tejo é “pau para toda a colher”. Pretendemos com isto dizer que, a partir da casta Fernão Pires e dando total liberdade à criatividade do enólogo, se pode ali produzir quase todos os tipos de vinho que se quiser. Tudo depende das características da matéria-prima uva, ainda na vinha e depois de toda uma tecnologia e criatividade ligada à enologia em todo o processo produtivo do vinho em si. Podem-se produzir vinhos leves de baixo teor alcoólico, vinhos brancos citrinos mais ou menos frutados, vinhos de mais elevado teor alcoólico com corpo variável, vinhos encorpados e ligeiramente taninosos e com cor acentuada, colheitas tardias, vinhos licorosos, vinhos espumantes e frisantes, enfim, um sem número de diferentes tipos de vinho tendo sempre como base a mesma casta, o Fernão Pires. Tudo começa na vinha, sua localização, terroir, técnicas culturais as-
sociadas a quantidade de produção pretendida por hectare, passando pela densidade de plantação, condução, poda, adubação, rega e outras técnicas culturais. Uma maior produção por hectare, em solos férteis e bem drenados, geralmente está associada a uma menor concentração em açúcares e outros componentes da uva, que, se associada a uma vindima antecipada, pode originar mostos menos concentrados e doces, induzindo depois vinhos leves, menos alcoólicos. Optando-se por produções unitárias mais equilibradas, em solos menos ricos e férteis, vindimandose na altura certa, originamos mostos mais concentrados em compostos aromáticos e açúcar. Esta base, vinificada de acordo com as modernas tecnologias de vinificação, com controlo de temperatura e o recurso ao aço inoxidável, obtemos vinhos equilibrados em álcool, fruta, corpo e acidez, tão ao gosto dos últimos anos. Essas mesmas uvas, se vindimadas mais tardiamente, com maior teor em açúcares e concentração e posteriormente vinificadas de forma mais tradicional, recorrendo-se à fermentação em madeira e a baixas temperaturas, obtemos vinhos encorpados, menos florais mas não menos expressivos em termos aromáticos. Nalguns Outonos, menos pluviosos e frios, se o Fernão Pires permanecer nas videiras até meados de Novembro, desenvolvendo o fungo da podridão nobre, assistimos a um fenómeno de extrema concentração de todos os componentes no interior do bago, açúcares incluídos e artesanalmente poderemos produzir os tão ricos colheitas tardias. E assim por diante, poderíamos continuar a descrever outras variantes tecnológicas possíveis para este rico património vitícola que é a casta Fernão Pires. José Pinto Gaspar
VINHOS
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Agência Funerária Scalabitana
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243 328 818 Telems. 966007049 968041420 964052764
Sede: Santarém – Praceta Cidade Badajoz, n.º 15 c/v Filial: Alpiarça– Rua Silvestre Bernardo Lima nº 61-B Telef. 243558315/964052764
A Funerária Jorge Almeida, Lda. SERVIÇOS FÚNEBRES PARA QUALQUER PARTE DO PAÍS Telemóvel 917 273 370 Telef. 243 441 246 Fax 243 441 038 Escritório: Rua S. Vicente – Sobral 2000-700 S. Vicente do Paúl
Paula Telem. 917 848 011
Sandra Telem. 919 006 899 Sede: Rua Oriol Pena, 103 – 2000-493 Pernes Telef. 243 449 444 – Telem. 917 273 370 Email: geral@afuneraria.com.pt Site: www.afuneraria.com.pt
AGRADECIMENTO N. 28/03/1926 – Socorro – Lisboa F. 21/04/2014 – Santarém
5358 Seus filhos, genros, noras, netos e restante família agradecem muito reconhecidamente a todas as pessoas que se dignaram acompanhar a sua ente querida à sua última morada, ou que de qualquer outra forma lhes manifestaram o seu pesar. FUNERáRIA DOM FERNANDO, LDA. TELEF. 243 108 492 SANTARÉM
1 ANO DE ETERNA SAUDADE
03/05/2013 - 03/05/2014
5364 Sua filha, genro, netos e demais família participam que será celebrada missa pelo seu eterno descanso, amanhã sábado dia 3, às 19 horas, na igreja de S. Nicolau, agradecendo desde já a quem se dignar assistir a este piedoso acto.
JOSÉ ROSA GONÇALVES 2/05/2011 - 2/05/2014 Ninguém morre quando permanece no coração, memória e lembrança dos que o amam. Descansa em Paz!
5387 Sua Esposa, Filhos, Netos, Noras e Genros participam que será celebrada missa pelo seu eterno descanso hoje, sexta-feira dia 2 às 19 horas, na igreja de S. Nicolau.
PÓVOA DA ISENTA POMBALINHO
NR: Na passada edição, por lapso, foi referida a Ribeira de Santarém como localidade quando na verdade se trata de Santarém. Pelo erro as nossas desculpas.
NATÉRCIA DELGADO MACHADO MADEIRA N. 29/01/1941 - F. 25/04/2014 AGRADECIMENTO
01/05/2002 - 01/05/2014 12 ANOS DE ETERNA SAUDADE
5363 Sua filha participa que será celebrada missa pelo seu eterno descanso no próximo domingo dia 4 às 16:00 horas, na igreja de Abitureiras, agradecendo desde já a quem se dignar assistir a este piedoso acto.
AGRADECIMENTO N. 21/05/1929 – Vale de Santarém F. 25/04/2014 – Vale de Santarém
5374 Sua filha e restante família, agradecem muito reconhecidamente a todas as pessoas que se dignaram acompanhar a sua ente querida à sua última morada, ou que de qualquer outra forma lhes manifestaram o seu pesar. FUNERáRIA DOM FERNANDO, LDA. TELEF. 243 108 492 SANTARÉM
BARBACENA – SANTARÉM
ABITUREIRAS
ANTÓNIO MAURÍCIO
MARIA DE LURDES PAULINO OLIVEIRA FELÍCIO BAETA
MARIA EMÍLIA NASCEU 19/01/1921 FALECEU 26/04/2014 AGRADECIMENTO
5376 Seu marido, filha, neto, irmã, sobrinhos e restante família agradecem muito reconhecidamente a todas as pessoas que se dignaram acompanhar a sua ente querida à sua última morada, ou que de qualquer outra forma lhes manifestaram o seu pesar.
5372 Seus filhos, noras, netos e bisnetos agradecem muito reconhecidamente a todas as pessoas que se dignaram acompanhar a sua ente querida à sua última morada ou que de qualquer outra forma lhes manifestaram o seu pesar.
AGêNCIA FUNERáRIA LOPES & BENAVENTE, LDA. TELEF. 243323888-SANTARÉM
AGêNCIA FUNERáRIA HELDER VACAS, LDA. TELEF. 243 333 520 – SANTARÉM DGAE Nº. 1241
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MARIA CECÍLIA EUSTáQUIO PENITêNCIA POEIRAS MISSA DO 30º. DIA
5373 Seu marido, filhos e nora, participam que será celebrada missa pelo seu eterno descanso, no próximo domingo dia 4 às 19 horas na Igreja de Jesus Cristo (Hospital Velho) agradecendo desde já a quem se dignar assistir a este piedoso acto.
CORREIO DO RIBATEJO, SEXTA-FEIRA, 02 DE MAIO DE 2014
VALE DE FIGUEIRA
ANTÓNIO DA SILVA PETINGA N. 10/12/1932 - F. 26/04/2014 Agradecimento
5384 Sua esposa, filhas, genros e netos, agradecem muito reconhecidamente a todas as pessoas que se dignaram acompanhar o seu ente querido à sua última morada, ou que de qualquer outra forma lhes manifestaram o seu pesar. ROSMANINHAL – IDANHA-A-NOVA PÓVOA DE SANTARÉM
MARIA ANGELINA BISPO GALANTE MINEIRO
VALE DE SANTARÉM
ANTÓNIO MANUEL PAULINO FALCÃO N. 03/05/1945 - F. 20/03/2014 AGRADECIMENTO E MISSA DE 69º ANIVERSÁRIO NATALÍCIO
5377 Sua esposa, filhas, genros e netos, agradecem muito reconhecidamente a todas as pessoas que se dignaram acompanhar o seu ente querido à sua última morada, ou que de qualquer outra forma lhes manifestaram o seu pesar. Participam que será celebrada missa pelo seu eterno descanso amanhã, sábado, dia 3, às 17h00 na Igreja de Vale de Santarém. Agradecendo desde já a quem se dignar assistir a este piedoso acto.
NECROLOGIA
POMBALINHO
RICARDO MIGUEL COSTA Nasceu 27/05/1993 Faleceu 20/04/2014 AGRADECIMENTO
5368 Seus pais, avós e restante família agradecem muito reconhecidamente a todas as pessoas que se dignaram acompanhar o seu ente querido à sua última morada ou que de qualquer outra forma lhes manifestaram o seu pesar. Agência Funerária Helder Vacas, Lda. Telef. 243 333 520 – SANTARÉM DGAE Nº. 1241
PÓVOA DA ISENTA
N. 15/06/1936 - F. 26/04/2014 AGRADECIMENTO
5375 Sua irmã, sobrinha e restante família, agradecem muito reconhecidamente a todas as pessoas que se dignaram acompanhar a sua ente querida à sua última morada, ou que de qualquer outra forma lhes manifestaram o seu pesar. Funeral a cargo da Agência Aleixo Lda. Telefone: 243 328 115 Tm: 968 041 420 e 966 007 049 Filial Alpiarça Telefone: 243 558 315 Tm: 964 052 764
MOÇARRIA
MARIA JOSÉ SEQUEIRA RAPOSO N. 27/01/1932 - F. 05/05/2013 MISSA
GILBERTO MACHADO N. 14/12/1926 - F. 26/04/2014 Agradecimento
5378 Seus filhos, netos e restante família agradecem muito reconhecidamente a todas as pessoas que se dignaram acompanhar o seu ente querido à sua última morada, ou que de qualquer outra forma lhes manifestaram o seu pesar.
“Foi há um ano… no teu dia, Dia da Mãe. Todos os dias…” 5381 A Família recorda, com muita saudade. Será rezada missa, na igreja de S. Nicolau, no dia 5 de Maio, às 19h00, agradecendo antecipadamente a todos os que queiram associar-se a este momento. SANTARÉM
Agência Funerária Lopes & Benavente, Lda. Telef. 243323888-SANTARÉM
SÃO VICENTE DO PAÚL
FERNANDO JOSÉ BATISTA (QUINZENA) 3/05/1995 - 3/05/2014 19 ANOS DE ETERNA SAUDADE
MARIA NOÉMIA GUEDES
JOSÉ DUARTE DA CONCEIÇÃO
N. 20/03/1931 F. 26/04/2014
Nasceu 04/05/1944 Faleceu 27/04/2014
PARTICIPAÇÃO DE FALECIMENTO, AGRADECIMENTO E MISSA DO 7º. DIA
AGRADECIMENTO E MISSA DO 7º. DIA
5383 Sua família,cumpre o doloroso dever de participar o falecimento da sua saudosa extinta, ocorido no passado dia 26 de Abril. Agradece muito reconhecidamente a todas as pessoas que se dignaram acompanhar a sua ente querida à sua última morada, ou que de qualquer outra forma lhes manifestaram o seu pesar. Participa que será celebrada missa de 7º. dia pelo seu eterno descanso no próximo domingo dia 4 às 15:30 horas na igreja de Moçarria. Agência Funerária Scalabitana Servilusa Telef. 800 204 222
5379 Sua esposa, filhas e neta, agradecem muito reconhecidamente a todas as pessoas que se dignaram acompanhar o seu ente querido à sua última morada ou que de qualquer outra forma lhes manifestaram o seu pesar. Participam que será celebrada missa de 7º dia, pelo seu eterno descanso no próximo domingo dia 4 às 10:30 horas, na igreja de São Vicente do Paúl, agradecendo desde já a quem se dignar assistir a este piedoso acto Agência Funerária Helder Vacas, Lda. Telef. 243 333 520 – SANTARÉM DGAE Nº. 1241
5371 Sua esposa, filhos, nora e netos, participam que será celebrada missa pelo seu eterno descanso, amanhã sábado dia 3, às 16:00 horas, na igreja de Jesus Cristo (Hospital Velho), agradecendo desde já a quem se dignar assistir a este piedoso acto.
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Santuário de Fátima vai requalificar altar do recinto O Santuário de Fátima vai requalificar o altar do recinto de oração, provisório desde 1982, quando o Papa João Paulo II visitou, pela primeira vez, o maior templo mariano do país, disse o seu administrador. Cristiano Saraiva explicou que, “dado o curto espaço de tempo que medeia até ao centenário” dos acontecimentos de Fátima, “no recinto, em geral, não será feita intervenção significativa, com excepção do presbitério de oração”. “No resto do recinto vamos fazer só algumas intervenções urgentes, sobretudo por causa de questões de segurança e da arborização da sua envolvente”, referiu. Segundo o sacerdote, o futuro altar “não é bem no mesmo sítio onde está o actual, mas é no mesmo enquadramento, com a basílica de Nossa Senhora do Rosário, com as colunatas e com a escadaria”. “O presbitério vai avançar um bocadinho para o lado do recinto, para desafogar a basílica de Nossa Senhora do Rosário, que vai estar mais visível, vai descer a cota do altar, passando para um patamar inferior, e vamos tentar que fique com o enquadramento com o escadório das colunatas e de acesso à basílica”, afirmou o administrador do santuário. O sacerdote adiantou que o projecto encontra-se em execução para, depois, ser lançado o concurso, estimando-se um prazo para a realização da obra, a iniciar após a peregrinação aniversária de Outubro, entre nove a 12 meses. “Esta obra não é só aquilo que se vê, que é o altar do recinto e a plataforma onde vai
ser implantado, mas isto implica com infra -estruturas de luz, som, água e comunicações”, adiantou Cristiano Saraiva. O administrador referiu que estes trabalhos vão ficar já executados “para que quando se fizer a intervenção do recinto pós-2017 seja uma continuidade das opções estratégicas que se estão a tomar agora na obra do altar do recinto”. Para o administrador, “todo o melhoramento arquitectónico” previsto contempla, ainda, “uma componente que lhe poderá dar muita dignidade e uma visibilidade diferente, que é a melhoria na iluminação”. “Queremos evitar que, quando há celebrações no recinto e quando há transmissão dessas celebrações por parte das televisões, haja necessidade das televisões estarem a meter outras infra-estruturas e mais equipamentos”, acrescentou. Cristiano Saraiva garantiu que não se vai partir para “uma iluminação tipo estádio de futebol”, caso contrário retira-se “uma componente muito importante às celebrações nocturnas, que é a componente celebrativa da procissão das velas”. A este propósito notou que quando as televisões montam os seus equipamentos para as transmissões das cerimónias, “por vezes, aumenta-se em demasiado a luz artificial que não permite que se veja depois aquilo que é o típico da procissão das velas, a iluminação natural das velas”. Para o administrador, os trabalhos previstos visam, também, “solucionar estes aspectos técnicos”.
Simpósio vai destacar Santuário enquanto “dom e sinal” de um Deus que continua a “interpelar” a humanidade O Santuário de Fátima vai realizar entre 30 de Maio e 1 de Junho um simpósio teológico-pastoral intitulado “Envolvidos no amor de Deus pelo mundo - experiência de Deus e responsabilidade humana”. A iniciativa, integrada na preparação do Centenário das Aparições de Fátima (1917-2017), tem como objectivo realçar a importância dos “acontecimentos de Fátima” enquanto “dom e sinal” de um Deus que continua a “interpelar” a humanidade, realça o professor José Eduardo Borges de Pinho, presidente da Comissão Organizadora. O docente da Faculdade de Teologia da Universidade Católica Portuguesa (UCP) destaca a relevância das aparições marianas, sobretudo as da Cova da Iria, num tempo marcado por uma “transformação profunda”, em termos da vivência católica em Portugal e na Europa. Segundo aquele responsável, “sob formas muito diversas”, o Santuário tem funcionado como um elo de ligação entre as pessoas e Deus, entre o humano e o transcendente, “Muitas e muitas pessoas fazem esta experiência do que significa ser amado por Deus e de como a certeza desse amor transforma a vida, e isso acaba por ajudar a encontrar as grandes razões de viver”, salienta o especialista em Mariologia e Eclesiologia. Durante o simpósio, que terá lugar no Salão do Bom Pastor, dentro do Centro Pastoral Paulo VI, vão estar em cima da mesa temas como “o mistério do amor de
Deus pelo mundo na mensagem de Fátima” e “o Santuário de Fátima e a renovação da Igreja em Portugal”, este último abordado pelo patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente. Para o professor José Eduardo Borges de Pinho, “com Fátima e para além de Fátima”, é essencial sobretudo que os cristãos e a Igreja Católica em Portugal saibam “ler o presente e preparar os caminhos do futuro com esperança, determinação, sentido de humanidade”. Apesar do crescente afastamento das pessoas face à fé, os cristãos não podem ficar presos nesta “realidade negativa” mas devem contribuir, com o seu “testemunho”, para o reforço da identidade cristã em Portugal e no espaço europeu. “Há muita coisa a ‘morrer’ que pode dar lugar a ‘rebentos’ novos de maior verdade e autenticidade na percepção da nossa relação com Deus e na consequente prática que daí deve decorrer”, conclui José Eduardo Borges de Pinho. O programa do simpósio coordenado pela Faculdade de Teologia da UCP inclui ainda oradores como D. Claude Dagens, bispo de Angoulême, Klaus Vechtel, jesuíta alemão, Cettina Militello, teóloga italiana, e Rey García Paredes, mariólogo espanhol.
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CARTÓRIO NOTARIAL
DE CARLOS MANUEL DA SILVA ALMEIDA ---CERTIFICO NARRATIVAMENTE PARA EFEITOS DE PUBLICAÇÃO, QUE:-Por escritura de JUSTIFICAÇÃO NOTARIAL, outorgada neste Cartório, aos vinte e três de Abril de dois mil e catorze, lavrada a folhas setenta e oito, do livro de notas para escrituras diversas número Quatrocentos e Cinquenta e Seis - A, José Óscar Cinturão Ferreira, CF Nº. 128435720 e mulher Maria Luísa Carriço Ferreira, CF nº. 128435712, naturais da freguesia e concelho de Alpiarça, casados no regime da comunhão geral de bens, residentes na Rua Comandante Fontoura da Costa, 81, em Alpiarça e Valdemar Cinturão Ferreira, CF nº. 119119382, devidamente autorizado por sua mulher, Maria Natália Marques da Costa Ferreira, CF nº. 119119390, naturais da freguesia e concelho de Alpiarça, casados no regime de comunhão de adquiridos, residentes na Rua Comandante Fontoura da Costa, nº. 81-B, em Alpiarça, se declaram donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrém, do seguinte prédio:1:-Prédio rústico denominado e sito em Onia, freguesia de Vale de Cavalos, concelho da Chamusca, composto de terreno para cultura e vinha de campo, com área de dois mil novecentos e sessenta metros quadrados, que confronta de norte com Tapadão, de sul com Estrada Municipal número trezentos e sessenta e oito barra um, de nascente com Joaquim do Céu Coelho Pescalho e do poente com Armindo Pinto Batata, inscrito na respectiva matriz sob o artigo 17, Secção NN, em nome de Maria Adelaide do Céu Ferreira, com o valor patrimonial de noventa euros e sessenta e três cêntimos, que é o atribuído, e não descrito na Conservatória do Registo Predial da Chamusca.----------Que o referido prédio foi adquirido pelos referidos José Óscar Cinturão Ferreira e mulher, Maria Luísa Carriço Ferreira e Valdemar Cinturão Ferreira, por doação verbal, em data que não conseguem precisar mas que terá sido no ano de mil novecentos e oitenta, feita pela tia, Maria Adelaide do Céu Ferreira e marido, Hermínio Marques Maleita, casados sob o regime da comunhão geral de bens, hoje já falecidos, residentes que foram na Vila de Alpiarça, sem que, no entanto eles justificantes ficassem a dispor de título formal que lhes permita o respectivo registo na competente Conservatória do Registo Predial. ---Que, desde logo, os justificantes, entraram na posse e fruição do aludido prédio, em nome próprio, posse que assim detêm há mais de vinte anos, sem interrupção ou ocultação de quem quer que seja, adquirida e mantida sem violência e sem oposição, ostensivamente, com conhecimento de toda a gente, em nome próprio e com aproveitamento de todas as utilidades do prédio, praticando todos os actos de posse de que era susceptível, nomeadamente plantando e cortando a vinha, colhendo as uvas, limpando, roçando e cultivando o terreno, agindo sempre de forma correspondente ao exercício do direito de propriedade, quer usufruindo como tal do imóvel, quer suportando os respectivos encargos. ---Que esta posse em nome próprio, pacífica, contínua e pública, desde o ano de mil novencentos e oitenta, conduziu à aquisição do direito de propriedade dos imóveis, por usucapião, o que invocam, justificando o direito de propriedade para efeitos de primeira inscrição no registo predial, dado que esta forma de aquisição não pode ser comprovada por qualquer outro título formal extrajudicial.-------Está conforme. ---Lisboa, vinte e quatro de Abril de dois mil e catorze. ---A Notária Estagiária, Maria Joana Nobre Semedo Tenazinha, com o número de inscrição na Ordem dos Notários 130/12, autorizada pelo Notário Carlos Manuel da Silva Almeida, conforme autorização publicitada no site da Ordem dos Notários, em 13 de Setembro de 2013. Conta registada sob o nº. 1770/14
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SAÚDE
CORREIO DO RIBATEJO, SEXTA-FEIRA, 02 DE MAIO DE 2014
Distrital de Santarém do PSD quer políticas de saúde diferenciadas para o interior A distrital de Santarém do PSD quer que o Governo adopte uma política de saúde diferenciada para os territórios interiores e de baixa densidade que incentive a contratação de médicos e facilite o regresso ao activo de clínicos aposentados. O presidente da distrital social-democrata de Santarém, Nuno Serra, disse esta terça-feira, 22, à agência Lusa que, na sequência de várias informações que davam conta de “problemas graves” ao nível da saúde em vários concelhos, os responsáveis deste órgão, acompanhados pelos deputados eleitos pelo distrito, reuniram-se com os dirigentes dos dois agrupamentos de centros de saúde (ACES) e das duas unidades hospitalares (Santarém e Médio Tejo) da região. “Além doutras questões, a mais rele-
vante é sem dúvida a falta de médicos”, disse Nuno Serra, referindo a falta de 23 clínicos no ACES do Médio Tejo e, a breve prazo, de 26 no ACES da Lezíria, bem como a grande dificuldade na contratação de anestesistas para os hospitais da região. Frisando que a actual legislação não torna atractivo para os médicos aposentados o regresso à actividade, o presidente da distrital social-democrata considera ser necessário criar condições que motivem estes profissionais a colmatar a falta de clínicos gerais. Nuno Serra assegurou que essa seria uma situação “transitória”, para vigorar enquanto as faculdades não libertam mais profissionais, “dentro de dois a três anos”. Por outro lado, o facto de os concursos abertos na região para contratação de mé-
dicos ficarem igualmente desertos no caso dos hospitais, que se debatem com falta de especialistas, nomeadamente anestesistas, deveria levar à adopção de “políticas de saúde diferenciadas, específicas para os territórios interiores”, defendeu. Nuno Serra adiantou ter apresentado estas questões numa reunião que o ministro da Saúde, Paulo Macedo, teve com os responsáveis das distritais do PSD. Para o também deputado, as distritais que representam territórios mais interiores devem juntar-se para levarem ao Governo um conjunto de problemas que estas regiões vivem, sensibilizando o poder central para a necessidade de políticas diferenciadas.
PS questiona o Governo sobre falta de socorro da viatura de emergência de Santarém Os deputados socialistas eleitos por Santarém questionaram o Governo sobre a falta de socorro da viatura médica de emergência e reanimação (VMER) do Hospital de Santarém a dois acidentes graves e dos quais terá resultado uma morte. Numa pergunta entregue na Assembleia da República, os três deputados do PS apontam a inoperacionalidade da VMER do Hospital de Santarém no passado dia 10, quando ocorreram “dois acidentes graves”, em Alpiarça e no Cartaxo, num dos quais terá falecido uma jovem de 28 anos “por não lhe terem sido prestados os necessários cuidados de socorro, atempadamente”. Segundo o texto dos deputados socialistas, a VMER encontrava-se “inoperacional por falta de médico”, uma situação que, sublinham, tem ocorrido nos últimos meses em vários pontos do país. O presidente do Conselho de Administração do Hospital de Santarém, José Josué, já admitiu que a VMER esteve parada “um dia ou outro” deste mês mas adiantou não ter informação sobre a ocorrência da morte referida pelos deputados. “A VMER teve uma ou outra situação de inoperacionalidade por falta de médico. Pode ter acontecido [nesse dia], mas não posso precisar”, afirmou, sublinhando que os médicos com a qualificação exigida “são poucos” e não podem ser substituídos por profissionais que não tenham essa formação. Os deputados socialistas lembram que o seu grupo parlamentar já manifestou “desagrado e preocupação” sobre o estado dos serviços de emergência médica, “face aos sucessivos casos divulgados, e após o anúncio, pelo secretário de Estado Adjunto da Saúde, de que as viaturas médicas de emergência e reanimação vão passar a ser coordenadas pelos directores clínicos dos hospitais”. Lembrando que a legislação atribui ao Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) a missão de “definir, organizar, coordenar, participar e avaliar as actividades e o funcionamento, no território de Portugal continental, de um Sistema Integrado de Emergência Médica (SIEM), de forma a garantir aos sinistrados ou vítimas de doença súbita a pronta e correta prestação de cuidados de saúde”, os deputados exigem uma explicação para a falta de operacionalidade da VMER de Santarém. Por outro lado, perguntam como pretende o Governo “pôr um termo a estas sucessões de inoperacionalidades, que põem em causa os enormes avanços alcançados, nos últimos anos, na rede de emergência médica, de modo a que não se verifiquem mais episódios como o ocorrido”.
Andreia Forcada - Médica Dentista Clínica Great Care / Clínica WMed
Cáries Dentárias O que são lesões de cáries dentárias? São erosões nas superfícies dentárias causadas pelos efeitos combinados de bactérias, ácidos presentes na cavidade oral e tártaro. As lesões de cárie são mais frequentes em crianças mas os adultos não deixam de estar em risco. Aparecem mais frequentemente como resultado da má higiene oral. Inicialmente são indolores mas com o aumento da extensão tornam-se muito dolorosas, nomeadamente quando atingem o nervo ou a raiz de um dente. Como prevenir e que cuidados deve ter? - Higiene oral diária correta através da escovagem dentária e da utilização do fio dentário, pelo menos duas vezes por dia; - Utilização de pastas com flúor; - A escovagem noturna é a mais importante e não se deve ingerir mais alimentos após esta escovagem; - Ingerir refeições balanceadas nutricionalmente; - Se não for oportuno escovar os dentes após alguma refeição deverá mascar uma pastilha elástica sem açúcar; - Fazer visitas regulares ao seu médico dentista. Devo sempre tratar? SEMPRE! As lesões de cárie se não forem tratadas podem destruir completamente o dente, podendo atingir o nervo dentário, que se situa no centro do dente e originar um abcesso (área de infeção na ponta da raiz). Neste momento o dente só pode ser tratado através de uma desvitalização, cirurgia ou extração.
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SAÚDE
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DESPORTO
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Eusébio é marco histórico nos 100 anos do União de Tomar A subida à primeira divisão de futebol na década de 1960 e a contratação de Eusébio, alguns anos depois, são dois marcos históricos do União de Tomar, que celebra, a 04 de maio, os 100 anos de existência. “É um orgulho muito grande poder atingir essa data”, frisou Abel Bento, o actual presidente do clube, que não esconde a satisfação por, apesar das dificuldades, poder assinalar o centenário num momento em que foi ultrapassada a crise financeira que quase pôs em risco a continuidade do União de Tomar. Com 300 atletas no futebol e mais 100 no atletismo, o clube vive “o momento possível”, tendo em conta a conjuntura económica e os meios e estruturas disponíveis, e muito graças ao “amor à camisola”. Num fim de tarde de Abril, com quatro equipas dos escalões de formação a treinar ao mesmo tempo no campo municipal, Abel Bento não escondeu alguma mágoa, não só por o único património reunido pelo clube, ao fim de um século de existência, ser o “histórico e o humano”, como por não ter havido por parte da autarquia
“uma aposta no desporto”. António Eduardo Fortes, ou Totoi, como é conhecido “desde miúdo em Cabo Verde”, onde nasceu, é parte desse “património”. Hoje com 75 anos é presença assídua nos jogos ou sempre que solicitam a sua colaboração. Chegou a Tomar no início da década de 1960, depois de ter sido descoberto por tomarenses quando jogava em Peniche. “Em 1963/64 subimos à segunda divisão. Mantivemo-nos uns anitos na segunda divisão e depois, em 68/69, subimos à primeira. Depois o União contratou bons jogadores. Passaram por Tomar muito bons jogadores”, como Conhé, Faustino, Kiki, Manuel José, Rui Águas, Bolota, Camolas, entre outros. “Essas equipas todas (FC Porto, Sporting) chegavam aqui e era difícil ganhar, e naquela altura era espectacular”, contou Totoi. Esses tempos de glória (seis épocas na primeira divisão, até 1975/76) aconteceram antes da chegada (1977/78) daquele que havia sido “estrela” do clube de eleição
de Totoi, o Benfica. O Eusébio “tinha saído do Benfica e tinha tido uns contractos em várias equipas nos Estados Unidos”, onde a época “era relativamente curta, o que lhe dava algum tempo livre e nessa altura fez aqui uma curta estadia, de quatro, cinco meses (...) e ainda teve oportunidade de fazer uma a duas semanas na África do Sul”, recordou Leonel Vicente. Autor do livro do centenário, que vai ser lançado no dia 03 de Maio, Leonel Vicente recuperou outros episódios da história do clube, como o jogo em que António Simões, contemporâneo de Eusébio, não compareceu porque, como era deputado, tinha tido uma sessão na Assembleia da República até de madrugada, ou ainda, a seguir à Revolução de 1974, o jogo em que o árbitro ofereceu cravos aos “capitães” das equipas. O livro, resultado de muitas horas de consultas de jornais locais e de desportivos de âmbito nacional, reúne esses relatos, bem como tabelas de resultados e classificações, em quase mil páginas. Uma ver-
são mais reduzida, e com maior recurso a fotografias, vai ser editada pelo município. “Esta era a altura certa para se fixar a memória, recuperar o património do clube, que passou por diversas fases, acompanhando também a história do país”, disse. O próprio nome do clube encerra parte da história do concelho. Designado União Futebol Comércio e Indústria de Tomar, Abel Bento considera que, numa altura em que nenhum destes sectores contribui para o clube, o nome deixou de fazer sentido. Contudo, sublinha, não irá contra os que o defendem “por uma questão histórica”. A celebração do centenário arrancou no passado domingo, com uma prova de atletismo, estando agendado para 03 de Maio um jogo com o “rival” Torres Novas, o lançamento do livro, a inauguração de uma exposição e um jantar comemorativo, culminando em Setembro com a Gala em que vão ser distinguidos os sócios com 25 e com 50 anos de filiação.
no Moçarria Cup. Prestação bastante positiva dos pupilos de João Pascoal, que se traduziu em duas vitórias e uma derrota. Os Sub-7 estiveram em acção durante a tarde menos agradável de Sábado, devido ao tempo instável, no encontro da A.F.S. que se realizou na Escola Superior Agrária. Prestação bastante satisfatória, com um espírito de grupo muito positivo, sentido
de equipa e ajuda entre atletas. Apesar da derrota com o A. R. Porto Alto, a resposta dada pelos atletas e a vontade de querer mudar o resultado, criado desde cedo pelo A.R. Porto Alto, foi significativo e encorajador. Uma nota pela negativa face a ausência do G. D. Samora Correia. Excelente trabalho da arbitragem, didáctico e aconselhador, aliás o que se exige neste escalão.
Hóquei Clube de Santarém
Escolares goleiam em jornada dupla Os escolares do Hóquei Clube de Santarém (HCS) golearam o Ourém e o Entroncamento em jornada dupla a contar para a Taça da Associação de Patinagem de Lisboa (APL) mostrando um hóquei muito adulto, facto que tem sido um hábito esta época. Em contra ciclo os bâmbis, também com jornada dupla, perderam os jogos frente ao Alverca e Alenquer com processos de aprendizagem bem diferentes. Os seniores estrearam-se na Taça APL com uma derrota frente ao Atlético do To-
jal num jogo em que a sorte não quis nada com a equipa de Santarém. Os jogadores escalabitanos realizaram um jogo em bom nível e terminaram a primeira parte empatados com o Tojal a 3 golos. O 6-4 final revela-se muito injusto face ao que o HCS fez ao longo da partida. Os próximos jogos são os seguintes: amanhã, sábado, às 16h00, Bambis, CD Paço Arcos “B”-HCS e Iniciados, Sporting CP-HCS. Dia 4, domingo, às 10h00, Benjamins, A Alcobacense CD – HCS e às 17h00, Seniores, HCS - AD Carregado.
Associação Académica de Santarém
Infantis ‘C’ vencem Tomar Os Infantis ”C” da Associação Académica de Santarém (AAS) venceram, por 1-0, a E. F. Tomar no primeiro jogo da Fase de Apuramento de Campeão, Nível 3. A vitória deveu-se à enorme entrega, querer e ambição dos atletas, contra uma equipa recheada de excelentes valores individuais, que não conseguiu levar de vencida o espírito de equipa academista. Terá sido um dos melhores jogos da Briosa na presente época, em que a certeza do passe, a circulação de bola e toda a entrega dos atletas estiveram em níveis altíssimos. O golo da AAS foi apontado por Guilherme Fontes. Os Infantis ”A” sofreram derrota no terreno do N. S. Alferrarede por 3-2. Derrota injusta, que penaliza a falta de eficácia nos momentos que a equipa podia ter fechado o jogo, mas que confirma que os jogos serão todos equilibrados e o campeonato decidir-se-á no fim. Os Infantis ”B” perderam na casa do C. P. Montalvo, por 4-1, na 1ª jornada da Fase de Apuramento de Campeão, Nível 2. Foi um jogo sem história, disputado num pelado rijíssimo. Já os Sub-11 ”A” empataram a uma bola em Fátima na 1ª jornada da Fase de Apuramento de Campeão, Nível 1. A chuva, vento e a dimensão do terreno, impediram um melhor jogo de futebol, que terminou com um resultado justo.
Noutro escalão, os Juvenis da AAS perderam por 3-1 frente ao S. L. Cartaxo na 1ª jornada do Torneio de Encerramento. Já os Iniciados ”A” deslocaram-se ao Campo da E. F. C. Almeirim e não foram felizes já que apesar da boa exibição a derrota por 2-1 penaliza os erros defensivos. Enquanto isso, os ”B” perderam particular frente à U. F. C Almeirim por 6-1, no último teste antes de começar o Torneio de Encerramento. Os Sub-11 ”B” venceram o C. A. Riachense por 4-3 na 1ª jornada da Fase de Apuramento Campeão, Nível 2. Noutra frente, os Sub-10 ”A” venceram no terreno do C. A. D. E. “A”, por 3-2, na 2ª jornada da Fase de Apuramento de Campeão, Nível 1. Jogo muito disputado onde a Académica foi superior e justificou a vitória com golos de Martim Canavarro, Bernardo Rodrigues e um autogolo. Os Sub-10 ”B” estiveram em acção num triangular realizado na Escola Superior Agrária. Depois da derrota frente ao A. C. Riachense, por 4-2, a equipa de Ringo Monteiro venceu o C. D. Amiense, por 6-0. Os Sub-10 ”C” disputaram um triangular que se realizou na Escola Superior Agrária e venceram a U. F. C. I. Tomar por 4-1, perdendo por igual resultado frente ao C.D. Fátima. Dois bons jogos, apesar de resultados distintos, frente a duas boas equipas. Os Sub-10 ”D” conquistaram o bronze
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Viver Santarém promove estágios de natação As alunas da classe de natação sincronizada da Escola Municipal de Natação de Santarém (EMNS) em conjunto com as alunas de natação sincronizada da Associação dos 20Km de Almeirim, realizaram em Almeirim, um estágio da Páscoa, no qual participaram 29 nadadoras. A iniciativa incluiu ainda actividades complementares realizadas pelas alunas, tais como rapel, a visita ao quartel dos bombeiros e um peddy paper nocturno. Também os Cadetes e Infantis estiveram em Estágio, mas nos dias 15, 16 e 17 de Abril. Neste estágio, estiveram 23 nadadores da Empresa Municipal Viver Santarém, 13 cadetes e 10 Infantis, tendo o mesmo decorrido nas Piscinas Municipais do Sacapeito e no Pavilhão da Ex-EPC. Este estágio teve a duração de 3 dias, dividido em 6 sessões de treino e muitas actividades lúdicas e decorreu sob a coordenação do Treinador Tiago Simões e os estagiários Alexandra Vicente e Ricardo Dias.
Beatriz Dias vice-campeã nacional de longa distância (3000m)
Foi no passado sábado, dia 26 de abril, no Complexo Olímpico de Piscinas de Rio Maior (p50m), que se realizou o Campeonato Nacional de Longa Distância (3000m para juvenis e 5000m para juniores e ab-
Casa do Benfica em Santarém
Três primeiros lugares no Torneio de Coruche
solutos), em que a nadadora Beatriz Dias (JUV), da Viver Santarém, se sagrou Vice-Campeã Nacional, com o tempo de 38:10.90, novo Record Distrital desta distância. A prova foi organizada pela Federação Portuguesa de Natação e contou com a participação, em representação de 17 clubes de todo o país, de 40 nadadores (20 masculinos e 20 femininos), que haviam passado a fase de apuramento no dia 1 de março. Na prova de 3000m femininos, assistiuse, tal com na época passada, a um duelo renhido entre as nadadoras Beatriz Ranito,
Judocas da Casa do Benfica em Santarém (CBS) participaram, no passado sábado, em Coruche, no Torneio de Judo destinado a atletas dos escalões de Benjamins, Infantis, Iniciados e Juvenis, tendo obtido os seguintes resultados: Tomás Silva, Pedro Oliveira e João Pimenta classificaram-se em 1º lugar; Nuno Rafael Silva foi 2º; Maria Lopes, Carolina Esteves e Flávio Vieira foram 3.ºs.
do Sporting, e Beatriz Dias, da Viver Santarém, mas este ano a nadadora sportinguista levou a melhor e venceu com o tempo de 37:54.47. Beatriz Dias, que se havia sagrado Campeã Nacional de Longa Distância em 2012/2013, foi acompanhada pelo treinador/técnico Renato Rodrigues, fez uma excelente prova e conseguiu um ótimo resultado, batendo o seu record pessoal nesta distância e mostrando, mais uma vez, que o trabalho de qualidade que se desenvolve na Natação da Viver Santarém dá frutos. Por equipas, e apenas com esta andadora,
Os atletas foram acompanhados pelos treinadores Jorge Barroca Vítor e Carlos Ricardo.
Tiro em Vale Couvo
A secção de tiro com armas de ar comprimido da Casa do Benfica em Santarém participou na 4.ª Prova do Calendário do INATEL 2013/2014, em Vale Couvo.
Em Carabina Articulada a CBS obteve 8º,10º, 12º, 17º e 18º lugares, enquanto em Carabina de Precisão classificou-se no 9º e 12º posto. Em Pistola Olímpica a CBS alcançou um 1º, 4º, 5º, 6º e um 7º lugar. O atleta António Martinho, em Pistola Olímpica, com quatro provas já realizadas encontra-se no 1º lugar, somando 50 pontos, faltando realizar seis provas.
Atleta da APPACDM estabelece novo recorde mundial Bruno Leitão, atleta da APPACDM de Santarém estabeleceu um novo recorde Mundial de S. Down, nos 1500M Marcha, com o registo de 10.21.15, melhorando assim, o anterior recorde que já lhe pertencia (10.22.14). Na mesma distância, o seu colega de equipa, André Silva, ocupou a segun-
da posição, com o tempo de 11.27.80. Nos 800M Marcha, Bruno Leitão alcançou, também, o 1º lugar com 5.08.87. Em 2º lugar ficou também André Silva, com 6.02.36. Nos 800M marcha Ana Borgas conquistou o 1º lugar com o tempo 4.26.51, bem como o 2º lugar nos
3000M Marcha. Globalmente, a APPACDM de Santarém arrecadou dois recordes do mundo, quatro títulos nacionais individuais da ANDDI, dois títulos de vice-campeões nacionais individuais e oito medalhas, quatro de ouro e quatro de prata.
Patinagem
Sport Grupo Scalabitano “Os Leões” no pódio do Torneio Open do Ribatejo
Ana Filipa Baeta e Mariana Morais
O Sport Grupo Scalabitano “Os Leões” (SGSL) esteve presente no Torneio Open do Ribatejo, promovido pela Associação de Patinagem do Ribatejo, que decorreu nos dias 26 e 27 de Abril, no Palácio dos Desportos, em Torres Novas, conquistando o primeiro lugar na categoria de Cadetes, por intermédio da patinadora Ana
Filipa Baeta. No mesmo escalão, Mariana Morais, no 5º lugar, também brilhou e começa a ameaçar subir ao pódio, vendo assim recompensada sua persistência. Colectivamente, o 6º lugar alcançado pelo SGSL, entre 12 clubes, é um lugar meritório para quem tem ainda tão pouco
tempo de actividade. “Os Leões” preparam a sua participação no X Torneio de Patinagem Artística de Santa Cita, que terá lugar a 18 de Maio, procurando conferir o máximo de traquejo competitivo aos seus patinadores de modo a prepara-los para os campeonatos e provas que ainda irão realizar nesta época.
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TAUROMAQUIA
Ecos do Burladero Ludgero Mendes
António Cacho, um dos ribatejanos mais ilustres do século passado, natural da Golegã, mas desde muito novo radicado na sua amada Santarém, nasceu a 3 de Maio de 1917, tendo falecido a 18 de Outubro de 2004. Aqui recordamos, com profunda saudade, este grande Amigo que derramou as suas excelsas qualidades de Homem de bem, inteligente, culto, íntegro e honrado, na briosa Associação Académica de Santarém, no Teatro Taborda, no Clube Literário “Guilherme de Azevedo”, na Rádio Ribatejo, n’”Os Jograis de Santarém”, na Feira do Ribatejo – Feira Nacional de Agricultura e no Festival Internacional de Folclore de Santarém, no “Correio do Ribatejo”, com o qual colaborou mais de meio século, na Santa Casa de Misericórdia de Santarém, na Região de Turismo do Ribatejo, na Associação de Estudo e Defesa do Património Histórico-Cultural de Santarém, na Associação Portuguesa de
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Recordando António Cacho Agências de Viagens e Turismo, no Festival Nacional de Gastronomia, a par da dinâmica participação em comissões promotoras de homenagens a Celestino Graça, ao Dr. Joaquim Gonçalves Isabelinha, ao Prof. Doutor Joaquim Veríssimo Serrão e à edificação do Monumento ao Forcado. Homem generoso, responsável pela criação de seus quatro irmãos, devido à morte prematura de seus pais, conceituado profissional e empresário, António Cacho constitui uma eterna saudade, não se compreendendo como é que a cidade que tanto serviu ainda não tenha tido a nobreza de lhe consagrar o nome de uma rua da nossa urbe, cuja proposta já fizemos junto do Executivo Municipal. Quanta injustiça e ingratidão! O Jornal “Correio do Ribatejo” vai evocar e distinguir este ilustre ribatejano, descerrando o seu retrato na Galeria de Notáveis, no próximo dia 31 de Maio, pelas 16 horas. António Cacho, Presente!
Real Maestranza de portas abertas… A Empresa Pagés tem vindo a desenvolver um vasto programa de sensibilização junto dos aficionados, tendente a minorar o impacto do boicote de cinco dos mais mediáticos matadores na actualidade, com “El Juli” e “Morante de las Puebla” à cabeça, e assim no passado dia 24 de Abril cerca de 1.500 aficionados tiveram a oportunidade de pisar o albero da Real Maestranza e conviver com os principais toureiros que integram os cartéis da próxima Feira, para além de terem tido o ensejo de manejar o capote e a muleta, tendo como professo-
Vítor Mendes no Canadá
res exactamente as principais figuras desta feira, como foram os casos de Juan José Padilla, Manuel Jesús ‘El Cid’, Antonio Nazaré, Manuel Escribano, Esaú Fernández e Javier Jiménez, que corresponderam ao desafio colocado por Eduardo Canorea. Um tremendo sucesso, na opinião de todos, ao que parece para repetir mais vezes ao longo do ano. Do mesmo modo deverá repetir-se a aula prática ministrada aos alunos das universidades sevilhanas que, neste ano contou com setecentos estudantes. É obra!
O veterano matador de toiros Vítor Mendes, que mantém uma notável actividade taurina, designadamente como director técnico da Escola de Toureio “José Falcão”, em Vila Franca de Xira, actuará a 14 de Junho na primeira das quatro corridas que este ano se realizam no Canadá, organizadas pela empresa “Ganadaria Sol e Toiros” de Élio Leal.
O cartel está composto pelos cavaleiros Joana Andrade e Jacobo Botero, por Vítor Mendes e pelo novilheiro Daniel Nunes. De Portugal irá também o Grupo de Forcados Amadores de Alcochete, capitaneado por Vasco Pinto, que actuará ao lado do Grupo de Forcados Amadores do Canadá, chefiados por Henrique Palmela.
Nelson Limas toma Alternativa O jovem Nelson Limas vai tomar a alternativa de cavaleiro tauromáquico na próxima corrida de 4 de Maio, às 17 horas, na centenária “Palha Blanco”, em Vila Franca de Xira. João Salgueiro cederá a lide do primeiro toiro a Nelson Limas, após cerimónia de alternativa que será testemunhada na arena pelos cavaleiros Sónia Matias, Ana Batista, Paulo Jorge Santos e Jacobo Botero, que enfrentarão toiros da ganadaria coruchense de Veiga Teixeira, os quais serão pegados pelos prestigiados Grupos de Forcados Amadores de Vila Franca e de Coruche, capitaneados, respectivamente, por Ricardo Castelo e por Amorim Ribeiro Lopes.
CORREIO DO RIBATEJO, SEXTA-FEIRA, 02 DE MAIO DE 2014
Feira de Sevilha… Apesar de tudo! A importante Feira de Sevilha sofreu este ano um revés, com o boicote promovido por cinco das figuras máximas do toureio na actualidade, liderado por Julián López “El Juli”, em reacção a declarações pouco ponderadas por parte dos sócios da empresa Pagés, concessionária da Real Maestranza de Caballería, que, no entendimento destes diestros foram atentatórias do seu bom nome e, na ausência de uma retratação por parte da empresa, decidiram não aceitar ser contratados para Sevilha enquanto a gestão estiver confiada a esta empresa. Bem, se se mantiver este diferendo alguns destes toureiros não voltarão a pisar o albero sevilhano, pois a entidade proprietário da monumental praça de toiros, pouco interessada na controvérsia instalada, prorrogou o prazo de concessão por mais dez anos, ou seja, até 2024. Porém, à margem desta polémica, a Feira aí está, com alguns cartéis muito interessantes, e ao que parece com a maioria das corridas já esgotadas, tendo sido enorme a afluência às bilheteiras assim que foram postos à venda os respectivos abonos. Para já, financeiramente, estará a empresa a ganhar, contudo, numa perspectiva taurina, são sempre os aficionados quem mais perde, pois, os cinco toureiros que retaliaram contra a empresa Pagés não deverão ter grandes problemas financeiros. Aqui ficam os cartéis desta importante feira taurina, bem assim como do Ciclo de Novilhadas que ocupam todos os domingos até ao final de Junho, e ainda a tradicional Corrida do dia de Corpo de Deus: 1 de Maio – 5ª Feira; Toiros de Montalvo para Antonio Nazaré, Juan del Álamo e Diego Silveti; 2 de Maio – 6ª Feira; Toiros de Fuente Ymbro para Javier Castaño, Paco Ureña e Esaú Fernández; 3 de Maio – Sábado; Toiros de D. Juan Pedro Domecq – Parladé para Enrique Ponce, “El Cid” e Javier Jiménez (Alternativa); 4 de Maio
- Domingo Corrida de Rejoneio; Toiros de D. Fermín Bohórquez para Andy Cartagena, Diego Ventura e Andrés Romero (Alternativa); 5 de Maio – 2ª Feira; Toiros de Jandilla – Vegahermosa para Sebastián Castella, Manuel Escribano e Iván Fandiño; 6 de Maio – 3ª Feira; Toiros de D. Daniel Ruiz para Joselito Adame, Antonio Nazaré e David Galván; 7 de Maio – 4ª Feira; Toiros de Garcigrande - D. Domingo Hernández para “El Cid”, Daniel Luque e Arturo Saldívar; 8 de Maio – 5ª Feira, Toiros de El Pilar - D. Moisés Fraile para Miguel Abellán, Manuel Escribano e David Mora; 9 de Maio – 6ª Feira, Toiros de D. Victoriano del Río e de Cortés para Enrique Ponce, Sebastián Castella e Joselito Adame; 10 de Maio – Sábado, Toiros de Torrestrella para El Cordobés, Juan José Padilla e “El Fandi”; 11 de Maio - Domingo (Manhã); Corrida de Rejoneio; Toiros de San Mateo - San Pelayo - Dª. Carmen Lorenzo para Rui Fernandes, Diego Ventura e Luis Valdenebro; 11 de Maio – Domingo, Toiros de Victorino Martín para Antonio Ferrera, “El Cid” e Iván Fandiño; 18 de Maio – Domingo; Novilhada; Novillos de D. Cayetano Muñoz para Juan Ortega, Posada de Maravillas e Lama de Góngora; 25 de Maio – domingo; Novilhada; Novillos de Villamarta para Fernando Rey, Miguel Ángel León e El Manriqueño; 1 de Junho – Domingo; Novilhada; Novillos de Fuente Ymbro para Fernando Beltrán, Borja Jiménez e José Garrido; 15 de Junho – Domingo; Novilhada; Novillos de D. Javier Molina para Mario Dieguez, Tomás Campos e Juan Pablo Llaguno; 19 de Junho – 5ª Feira (Dia de Corpo de Deus), Toiros de Montealto para Agustín de Espartinas, Antonio Nazaré e Pepe Moral; 22 de Junho – Domingo; Novilhada; Novillos de Herdeiros do Conde de la Maza para Manuel Dias Gomes, Tomás Angulo e David de Miranda.
Enrique Ponce não alinha em boicotes e é cabeça de cartaz de Sevilha
TAUROMAQUIA
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A História da Monumental “Celestino Graça” no Correio do Ribatejo
A Praça de Toiros de Santarém completa no próximo dia 7 de Junho de 2014 cinquenta anos sobre a data da sua inauguração. A velhinha praça de toiros instalada nas ruínas do convento de S. Domingos já não acomodava tanta afluência de público suscitada pelo êxito crescente da Feira do Ribatejo, nem garantia as imprescindíveis condições de segurança, pelo que um punhado de bons ribatejanos, bons aficionados e, sobretudo, amigos da Santa Casa de Misericórdia de Santarém, deitaram mãos ao projecto de edificar um novo tauródromo, desejavelmente nas imediações do novo campo da Feira, como todas as regras da prudência e da boa gestão aconselhavam. O entusiasmo da comissão entretanto organizada era crescente e uma boa campanha de sensibilização nas páginas do Correio do Ribatejo, dinamizada por Celestino Graça – cujo centenário do nascimento se celebra igualmente este ano – foram agregando apoios e boas vontades que permitiram que no dia aprazado, coincidente com a inauguração da XI Feira do Ribatejo – I Feira Nacional de Agricultura, tudo estivesse a postos para a realização da corrida inaugural deste moderno e confortável tauródromo. Ao tempo o melhor do país! Entretanto, foram passando os anos, e a Praça de Toiros de Santarém – que em 1975 passou a ser designada como Monumental Celestino Graça, em preito de homenagem e de gratidão pelo tanto que este extraordinário ribatejano fizera pela praça e pela tauromaquia, a favor da Santa Casa de Misericórdia de Santarém – acolheu alguns dos fastos mais importantes da tauromaquia mundial
neste último meio século. A Praça das Revelações e das Consagrações! Aqui se apresentaram as principais figuras nacionais e estrangeiras – novilheiros, matadores, cavaleiros e rejoneadores; Aqui se exibiram os principais Grupos de Forcados Amadores, entre os quais, inevitavelmente, os de Santarém, que passaram a utilizar esta praça para as sucessivas mudanças de Cabo que, entretanto, ocorreram a partir dessa data; Aqui se lidaram toiros e novilhos das principais ganadarias nacionais e espanholas; Aqui tomaram alternativa algumas das principais figuras do toureio, e aqui se escreveram a palavras de oiro alguns dos gestos mais ousados e sublimes da história da tauromaquia, com destaque para a gesta magnífica de João Moura, encerrando-se para lidar seis toiros, tendo, em seguida, regalado o público, extasiante perante tão extraordinário sucesso, com a lide do toiro sobrero; Aqui se despediram após carreiras brilhantes e plenas de dignidade tantos e tanto toureiros; Aqui se viveram também – porque a Festa é feita disto mesmo – horas de muita angústia e ansiedade, com algumas brutais colhidas… Tanta história e tantas estórias que a efeméride de 7 de Junho vem suscitar e que o Jornal “Correio do Ribatejo”, em parceria com a Santa Casa de Misericórdia de Santarém, quer resgatar da lei do esquecimento, para memória futura. Em colaboração com alguns ilustres aficionados locais, será editado a partir da próxima semana um suplemento de oito páginas, cada um dedicado a uma década de história da Monumental “Celestino Graça”. A não perder! Guarde já o seu exemplar colecionável.
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Problema policial, por Orlando da Fonseca Fernandes
A morte saiu das trevas
Perguntas enigmáticas, por Ernesto Nunes 1 – Um homem foi assassinado e a polícia deteve dois suspeitos, que ficaram presos uma semana, após o que constatou ter o A engordado e o B mantido o peso. Qual deles matou e porquê? 2 - Quais são as quatro irmãs que, por mais que andem, nunca se encontram? 3 - Poderá partir-se um ovo num saco de veludo vazio? 4 - Porque razão o camelo tem duas bossas ou gibas? 5 – Qual é a coisa mais parecida com meio queijo tipo “serra”? 6 – Pai e filho têm a mesma idade. Como se explica? Notar que um é pai natural do outro, como este é filho daquele. Respostas:
1 - O “B”, porque “o que não mata ENGORDA”. 2 – As quatro rodas de um automóvel. 3 – Não, porque estando o ovo no saco, este deixa de estar VAZIO. 4 – Porque se tivesse só uma não se chamava CAMELO mas sim DROMEDÁRIO. 5 – A outra METADE desse queijo da serra. 6 – O pai, na razão de pai, tem tanta idade como o filho, isto é: ele só passou a ser pai no exacto momento em que nasceu o seu primeiro filho.
Soluções das “Perguntas Enigmáticas”, publicadas no dia 19 de Abril: 1 – Se sair MOLHADO é gato, se sair MOLHADA é gata; 2 – DEZ (horas) e DEZ (minutos) não são VINTE, mas com CINQUENTA (minutos) são ONZE (horas). 3 – Por GANHAR O DOBRO engraxando DOIS empregados de escritório, em vez de UM aprendiz de trolha. 4 – Porque a quantidade de cerejas diminui à medida que as vai comendo.
O vulto, silencioso, destacou-se do negrume da noite. Atravessou o jardim e veio postar-se por debaixo da janela aberta. Cuidadosamente, esticou os braços e segurou com força a borda do parapeito. Elevou-se, devagar, até ficar com o tronco quase dentro do quarto. Rodou de mansinho e quedou-se uns momentos sentado, com as pernas pendentes para fora. Em seguida, iniciou uma sintomática tarefa que consistia em limpar as solas dos sapatos com as mãos enluvadas. Espreitou para dentro e, calmamente, passou as pernas para o escuro, deixando-se escorregar, sem ruído, para o interior. Decorreram uns breves instantes. Uma luz fugidia pareceu percorrer o quarto rapidamente e, de súbito, uma súplica angustiosa cortou o silêncio: - Não!... Não me mates… A cortar a frase, estalou um tiro. De novo, o silêncio estático reinou no ambiente. O vulto apareceu, novamente à janela, atirou um objecto qualquer para o canteiro em frente e, metodicamente, cerrou os vidros. Cá fora, na noite calma, um cão uivou indefinidamente. O Inspector Medeiros fez descobertas interessantes acerca do assassinato do dr. Menezes: - Encontrou sobre o parapeito da janela do quarto um pequeno fragmento de vermelho-escuro, igual ao usado pela esposa do doutor, uma senhora nervosa que aparentava uns cinquenta anos. - Num canteiro do jardim, mesmo em frente da janela do quarto da vítima, en-
controu a arma do crime que, por sinal, pertencia a Roberto, sobrinho do dr. Meneses e um atlético campeão de basquetebol. - Descobriu que o assassinado se incompatibilizara com a esposa e dormiam em quartos separados. - Quando procedia a investigações no jardim, surpreendeu Anselmo, o motorista da casa, parado junto da janela do quarto onde fora assassinado o doutor, olhando para dentro. Quando se viu surpreendido, começou a caminhar, disfarçando o melhor possível. O inspector também espreitou para o interior, mas nada notou de significado especial. Perante esta atitude suspeita, resolveu interrogar Anselmo. Ao inquirir sobre o que lhe despertara tanto a atenção no quarto da vítima, o motorista respondeu, mal-humorado que somente por curiosidade se quedara a olhar o local do crime. - Palmira, a gorda cozinheira, foi a única pessoa que apresentou um álibi aceitável, pois à hora do crime encontrava-se em casa da irmã, a quem fora visitar nessa noite. - Ao passar uma ligeira busca pela casa, encontrou no quarto de Anselmo uma luva manchada de vermelho. Raspou um pouco da substância que manchava a luva, com a ponta dum canivete, e recolheu-a num envelope. Mais tarde, deitou sobre ela um pouco de reagente de Medinger e obteve uma coloração azul-esverdeada. - Estranhou que a morte do doutor fosse tão pouco sentida por todos, à excepção de Pedro, o jardineiro. Fez-lha pena ver aquela pequena figura que mais parecia uma
Solução do Problema “Enigma para um coveiro”, publicado a 19 de Abril: Vários são os indícios que nos levam a concluir que o morto não seria Miranda. - Se os dedos estavam crispados, não deixariam cair a aliança encontrada junta. - As fracturas do frontal e ossos nasais não poderiam ser devidos ao choque, já que, como sabemos, o condutor levava o cinto de segurança. - Os bocados dos atacadores do sapato, intactos em 10 cm., revelam que o sapato não estava atado e, não sendo incomum que, com o choque, um sapato saia do pé, pode-se concluir que estariam descuidadamente (ou à pressa) calçados. - Não é aceitável que um homem como Miranda fosse descuidado com os dentes, a tal ponto que lhe faltasse um dente da frente. - Um bailarino ou tenista apoia-se nor-
malmente na ponta dos dedos; incrível, o defeito tíbio-társico era por apoio normal dos calcanhares. - O sistema ilíaco-fémur mostra que o ilíaco suportava a maior parte do peso do corpo, o que implica que era coxo da perna esquerda, confirmado pela deformação articular prevalecente no calcanhar esquerdo. Torna-se, pois, praticamente impossível nestas circunstâncias ser tenista, mas mais impossível ainda ser mestre bailarino. Uma vez que Miranda não deu parte do roubo do carro, nem foi encontrado em parte alguma, faz prever que simulou um acidente para receber o seguro, depois de arranjar um corpo, provavelmente assassinando alguém. Concorrente contemplado: “Ellery King”.
criança, chorar copiosamente, escondendo os olhos num velho lenço que pouco conservava já da brancura primitiva. - Conseguiu apurar que Roberto vivia constantemente em dificuldades financeiras e que, inúmeras vezes, assediava o tio para se livrar de apuros. Quando ficara órfão, o tio recolhera-o em casa. O Inspector, recostado numa poltrona do seu gabinete, tentava calmamente pôr as ideias em ordem. “Havia qualquer coisa que soara falso. As declarações de Jorge, o mordomo, bailavam-lhe no cérebro”. Este, o último que falara com a vítima, afirmara que ao levarlhe o chá à cama, como fazia habitualmente, o doutor lhe dissera, textualmente: - Jorge, antes de se retirar, abra-me a janela. O mordomo cumprira a ordem e retirara-se em seguida. Porém, a janela encontrava-se fechada por dentro quando o inspector chegou ao local do crime. No entanto, como ninguém tocara em nada antes dele chegar, era óbvio que o crime fora cometido por pessoa da casa. Pobre Inspector Medeiros… Se ele tivesse os nossos elementos… Vamos ajudá-lo? Leitor, apure as suas conclusões, faça o consequente relatório e remeta-o, no prazo de 10 dias, para um dos endereços supra. Entre os recebidos sortearemos um livro. A solução e o nome do contemplado serão aqui publicados no próximo dia 16.
Poesia Policial, por Clarence Edwin Flynn O público só vê a eterna procissão Dos réus e condenados, que vêm, que vão… Jamais porém atenta no esforço fremente Da Justiça que deve, infatigavelmente Achá-los na cidade, na floresta Por estradas más, na montanha agreste. Não repara em alguém, muito importante embora… O qual sempre fornece a prova esmagadora Seu papel principal e decisivo, o gesto Não recolhendo palmas, anónimo, modesto. A noção do dever, o espírito lhe invade, Na luta sublime em busca da Verdade. A química, a balística, o microscópio, assim Toda uma ciência para que a luz se faça, enfim Ali se lê, na porta, em letras tão banais: LABORATÓRIO DE PESQUISAS CRIMINAIS
CORREIO DO RIBATEJO, SEXTA-FEIRA, 02 DE MAIO DE 2014
Sudoku
PASSATEMPO
As anedotas do Barbosa
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Soluções Edição Anterior
Parece ser bom trabalhador Numa conversa entre patrões, diz um: - O teu novo empregado parece ser um bom trabalhador! Responde o outro: - É a sua especialidade… O primeiro: - Que especialidade?! O outro: - A de parecer que é…
www.correiodoribatejo.com Semanário Regional Fundado a 9 de Abril de 1891 Fundador: João Arruda Director de Mérito: Virgílio Arruda DIRECTOR João Paulo Narciso (C.P. n.º 2097) paulo.narciso@correiodoribatejo.com REDACÇÃO Filipe Mendes (C. P. n.º 7984) filipe.mendes@correiodoribatejo.com COLABORADORES DE MÉRITO Joaquim Veríssimo Serrão, João Gomes Moreira, Bertino Coelho Martins e Mário Sousa Cardoso COLABORADORES Alberto Silva, António Canavarro, Cândido Azevedo, Domingos Cabral (Correio Policial), José Barbosa, José Raimundo Noras, Ludgero Mendes (Tauromaquia), Luísa Barbosa, Maria-Alzira Almeida, Martinho Vicente Rodrigues, Nelson Ferrão, Nuno Domingos, Teresa Lopes Moreira e Vicente Batalha
Palavras Cruzadas HORIZONTAIS
1 – Davam. 2 – Arda (Prov.). Cortina móvel para janelas. 3 – O que governa na abadia. Uma centena. 4 – Que causa ignomínia, vergonhoso. 5 – Instrumento músico, análogo à guitarra. Denuncias, atraiçoas. 6 – Érbio (s.q.). Respirar com dificuldade. Nota do tradutor (abrev.). 7 – Grande deserto de África. Tornar raso. 8 – Arrastamento. 9 – Ranino (abrev.). Cadáver conservado por um processo dos antigos Egípcios. 10 – Copiai. Aviamento, farnel. 11 – Dar aspeto de mármore. VERTICAIS
1 – Arte de ourives. 2 – Fac-símile (abrev.). Andaram à roda. 3 – Hidrocarboneto. Poeta e romancista alemão (1781 – 1831). 4 – Rolara sobre si mesmo. Basta!. 5 – O m.q. marasmar. 6 – Desisti em favor de outrem. Pequeno papagaio (Bras.). 7 – Tornaram isento. 8 – Alta Tensão (abrev.). Difundir em sentido centrífugo. 9 – Resina de uma árvore americana com que se prepara um veriz imitante ao charão. Brando, ameno. 10 – Tirar resina. Abalava. 11 – Aquele que demonstra.
Horóscopo CARNEIRO Carta Dominante: O Valete de Paus, que significa Amigo, Notícias Inesperadas. Amor: Saberá notícias através de um amigo. A sua vida social andará muito animada. Que o seu sorriso ilumine todos em seu redor! Saúde: Atenção com as noitadas e os excessos, seja comedido. Dinheiro: Um amigo irá pedir-lhe ajuda financeira. Lembre-se de ajudar quem precisa de si, pois amanhã poderá ser você a precisar de ajuda! Números da Sorte: 8, 17, 11, 4, 2, 3. Pensamento positivo: Eu sou o meu melhor amigo! TOURO Carta Dominante: O Eremita, que significa Procura, Solidão. Amor: Poderá sentir-se um pouco perdido e em busca de si próprio. Que o seu autoconhecimento seja a ferramenta fundamental para a sua felicidade. Saúde: Dedique-se a práticas de relaxamento como o yoga e a meditação. Dinheiro: Prepare o seu trabalho desenvolvendo novas ideias. Números da Sorte: 8, 1, 14, 11, 31, 22. Pensamento positivo: As respostas de que preciso estão no meu coração. GÉMEOS Carta Dominante: o Mágico, que significa Habilidade. Amor: Momento em que estará confiante e, por isso, encontrará um clima de equilíbrio nas suas relações. Faça as escolhas que lhe trazem a possibilidade de ser feliz. Saúde: Possíveis problemas no sistema nervoso poderão surgir. Dinheiro: Aposte na
projecção profissional e poderá alcançar os seus objectivos, mas não gaste demasiado. Números da Sorte: 8, 11, 6, 36, 22, 4. Pensamento positivo: Faço o que devo para ter o que quero. CARANGUEJO Carta Dominante: O Papa, que significa Sabedoria. Amor: O amor acontece quando menos se espera. Que a sua alma seja bela e transparente! Saúde: Durma o máximo de horas que puder. Dinheiro: O seu bom desempenho poderá ajudá-lo a subir para um cargo de chefia. Números da Sorte: 8, 17, 14, 10, 2, 3. Pensamento positivo: A minha intuição é a mais sábia conselheira. LEÃO Carta Dominante: 3 de Espadas, que significa Amizade, Equilíbrio. Amor: É necessário que deixe de exigir tanto do seu par. Agora é tempo para partilhar. Saúde: Retire da sua alimentação comidas ricas em gorduras e consulte um especialista em cardiologia. Dinheiro: Organize as suas tarefas para poder evoluir na carreira. Números da Sorte: 9, 6, 5, 4, 7, 1. Pensamento positivo: Os bons amigos ajudam-nos a manter o equilíbrio. VIRGEM Carta Dominante: Rei de Paus, que significa Força, Coragem e Justiça. Amor: Resolva os desentendimentos através do diálogo. Os problemas e dificuldades do dia-a-dia resolvem-se através do diálogo, mas agravam-se através da
violência! Saúde: Uma dor de garganta poderá incomodá-lo e dar origem a uma constipação. Dinheiro: Tenha uma atitude mais confiante no desempenho da sua actividade profissional. Números da Sorte: 1, 8, 14, 10, 11, 6. Pensamento positivo: Tenho a força necessária para fazer justiça na minha vida. BALANÇA Carta Dominante: 7 de Ouros, que significa Trabalho. Amor: Uma discussão com a pessoa amada poderá deixá-lo renitente. Que a compreensão viva no seu coração! Saúde : Dedique-se a actividades que lhe dêem prazer. Dinheiro: Desempenhe as suas tarefas profissionais o melhor possível. Números da Sorte: 18, 11, 14, 27, 47, 49. Pensamento positivo: O sucesso conquista-se pelo empenho e pelo esforço. ESCORPIÃO Carta Dominante: O Imperador, que significa Concretização. Amor: O seu estado de ansiedade poderá originar discussões. Encare a vida de uma forma mais optimista e verá que tudo corre melhor! Saúde: Tendência para andar um pouco descontrolado. Dinheiro: Seja fiel a si mesmo e siga à risca os planos que traçou. Números da Sorte: 3, 36, 25, 14, 7, 8. Pensamento positivo: Tenho o poder de concretizar os meus sonhos. SAGITÁRIO Carta Dominante: Rainha de Paus, que
COLUNISTAS António Filipe, Aurélio Lopes, Carlos Oliveira, Fátima Vasques, Francisco Morgado, Idália Serrão, Ilídio Tomás Lopes, José Augusto Rodrigues, Manuela Marques, Manuela Ribeiro, Maria Fernanda Barata, Massimo Esposito, Nuno Serra e Tiago Leite REDACÇÃO Rua Serpa Pinto, 98 2000-046 Santarém Tel: 243 321 116 geral@correiodoribatejo.com facebook@correiodoribatejo.com DEPARTAMENTO COMERCIAL/PUBLICIDADE Maria Lopes 910 719 513 243 321 116 geral@correiodoribatejo.com publicidade@correiodoribatejo.com Secretariado Carlos Benzinho 910 719 513 243 321 116
significa Poder Material e que pode ser Amorosa ou Fria. Amor: Converse com o seu par para resolver divergências conjugais. Fale sobre o que é verdade, necessário e carinhoso. Saúde: Tente descansar mais. Dinheiro: Acredite mais na competência dos seus colaboradores. Números da Sorte: 9, 10, 20, 30, 4, 7. Pensamento positivo: Procuro ser bom, justo e carinhoso todos os dias.
DEPARTAMENTO ADMINISTRATIVO E ASSINATURAS Carlos Benzinho geral@correiodoribatejo.com
CAPRICÓRNIO Carta Dominante: Rainha de Copas, que significa Amiga Sincera. Amor: Passe mais tempo com os seus amigos. Estreite os seus laços de amizade. Saúde: Lembre-se das sessões de tratamento que tem que fazer. Dinheiro: Com empenho e dedicação, conseguirá alcançar os seus desejos. Números da Sorte: 6, 15, 23, 32, 40, 51. Pensamento positivo: Dedico mais tempo aos meus amigos.
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AQUÁRIO Carta Dominante: O Cavaleiro de Espadas, que significa Guerreiro, Cuidado. Amor: O seu par poderá estar demasiado exigente consigo. Que a beleza da Aurora invada a sua vida. Saúde: Faça uma selecção dos alimentos que mais beneficiam a sua saúde. Dinheiro: Aproveite a ajuda de um colega para desenvolver um projecto. Números da Sorte: 2, 6, 19, 20, 27, 42. Pensamento positivo: Estou preparado para os desafios da vida. PEIXES Carta Dominante: A Lua, que significa Falsas Ilusões. Amor: Uma mudança de planos pode afectar a sua relação. É tempo de um novo recomeço! Saúde: Procure estar em paz espiritualmente. Dinheiro: Não gaste mais do que o necessário. Números da Sorte: 9, 7, 1, 10, 20, 33. Pensamento positivo: Sou prudente para evitar falsas ilusões.
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ÚLTIMA
CORREIO DO RIBATEJO, SEXTA-FEIRA, 02 DE MAIO DE 2014
Dia 25 de Abril, na homenagem a Salgueiro Maia houve assessores a arrancarem cravos das pedras do “jardim” para colocarem na lapela dos políticos eleitos…
A liberdade não tem preço!…
Mesmo ao preço a que estão as flores…
António Marinho e Pinto
“A degradação da nossa democracia atingiu um nível insuportável” António de Sousa Marinho e Pinto anda a percorrer o País, divulgando a sua candidatura a deputado do Parlamento Europeu pelo Movimento Partido da Terra. O ex-Jornalista e ex-Bastonário da Ordem dos Advogados (2008-2013) visitou na passada semana o Correio do Ribatejo, oportunidade para responder às nossas perguntas sobre o País, a Europa e o estado da Justiça que Marinho e Pinto resume numa palavra: “fujam!”. Ao longo dos últimos anos recusou vários convites para integrar a vida política portuguesa. Porque decidiu avançar agora às Europeias? Para sustar a degenerescência da nossa vida política, sobretudo para combater no terreno político a falta de respeito pela vontade popular e a subalternização dos interesses do povo português em relação aos interesses dos partidos políticos e das suas clientelas. A degradação da nossa democracia atingiu um nível insuportável. Afirmou numa entrevista que a sua candidatura assenta na vontade de trazer mais verdade à política portuguesa. De que forma pretende consegui-lo? Combatendo a teatralização do debate político, denunciando as mentiras e as falsidades dos partidos que têm hegemonizado a vida política em Portugal e mostrando os verdadeiros interesses que movem muitos dos nossos dirigentes políticos. Que leitura faz dos elevados índices de abstenção que se têm verificado nos actos eleitorais em Portugal, sobretudo nas Eleições Europeias? Essa abstenção é o resultado directo da descredibilização dos partidos políticos. Poucos são os portugueses que confiam nos partidos tradicionais pois eles privilegiam os interesses das suas clientelas em detrimento dos interesses dos eleitores. Em Portugal os candidatos apresentados pelos partidos políticos não têm nenhum compromisso com quem os elegeu mas apenas com as direcções dos partidos que os escolheram como candidatos. Durante
as campanhas prometem tudo e o seu contrário aos eleitores, mas depois de eleitos traem vergonhosamente todas as promessas que fizeram. Que propostas diferenciadoras a sua candidatura acrescenta ao debate político? Combater o carreirismo político-partidário que gera um sistema próprio de interesses e faz com que os eleitos se empenhem mais com os seus interesses pessoais do que com os interesses de quem os elegeu; proceder a uma nova densificação da cidadania alargando o âmbito da democracia participativa e comprimindo um pouco a tradicional democracia representativa; combater a cartelização da política portuguesa, pondo fim ao monopólio que os partidos tradicionais detêm na actividade política; é preciso abrir o sistema político à participação dos cidadãos, sem passar pelo controlo dos partidos, ou seja, é necessário um movimento para a inclusão dos cidadãos na política e contra a sua exclusão. Lutaremos intransigentemente por estes objectivos tanto na Europa como em Portugal. É necessário criar círculos eleitorais uninominais (segundo o sistema maioritário), compatibilizando-os com um círculo único nacional (sistema proporcional). Não exigiremos nada na Europa que não tenhamos de exigir em Portugal, nem proporemos nada para Portugal que não devamos defender também para a Europa. O nosso lema é Mais Portugal na Europa e Mais Europa em Portugal. Que comentário lhe merece o estado actual da Justiça em Portugal e na Europa? Inspirando-me no antigo presidente da República do Estado Novo, Américo Tomás, diria que só tenho um adjectivo para qualificar a justiça em Portugal: fujam! Quanto à Europa, a justiça é diferente de país para país, havendo uns em que ela funciona igual ou pior do que em Portugal e outros em que funciona melhor. De qualquer forma um dos nossos objectivos prioritários é pôr a justiça a funcionar, tanto em Portugal como na Europa, pois num país onde a justiça funcione mal nada irá regular bem. Se pudesse alterar algum facto da História de Portugal qual alteraria? Permita-me alterar dois: acabaria com
o Estado Novo depois da segunda guerra mundial, mas antes dos anos 50, e faria com que a morte de Fernando Pessoa ocorresse aos 87 anos em vez dos 47. Já viu o que não seria da literatura portuguesa e mundial se aquele homem tivesse continuado a escrever durante mais quarenta anos? Prato favorito? Arroz de lampreia (à moda Minho). Livro? Guerra e Paz, de L. Tolstoi. Viagem de eleição? Não gosto de viajar, mas sonho um dia poder conhecer a Patagónia. Se um dia tivesse de entrar num filme que género preferiria? Intimista, bem ao estilo de Robert Bresson.
PONTO FINAL paulo.narciso@correiodoribatejo.com
“Resistir”. Foi esta a receita que Vasco Graça Moura deixou em Santarém, em Janeiro de 2012, altura em que, a convite do Correio do Ribatejo, proferiu uma conferência sobre o Acordo Ortográfico. O escritor abordou o tema pela “perspectiva da desgraça” que, em seu entender, esse Acordo provoca na Língua de Camões. Este domingo, o lutador calou a sua voz. A voz da poesia enquanto “forma verbal de estar no mundo”. No decorrer do debate de há dois anos, ironicamente realizado na Casa do Brasil, Vasco Graça Moura louvou a existência de órgãos de comunicação social que não aderiram ao Acordo e criticou os escritores, ensaístas e todos os que fazem da palavra escrita o seu trabalho, que, sendo contra, não se manifestam abertamente, optando pelo silêncio e por uma inacção que corre o risco de se transformar numa “inacção” definitiva, disse o escritor ao Correio do Ribatejo. No domingo, o País perdeu, aos 72 anos de idade, um dos seus mais iluminados pensadores. Um homem culto, esclarecido, de firmes convicções que o levavam a garantir que o Acordo Ortográfico conduzirá, mais tarde ou mais cedo, à “desfiguração da língua portuguesa”. A convicção de que este só o será verdadeiramente se assinado por todos os Países de Língua Oficial Portuguesa, perdeu um dos seus mais acérrimos defensores. O Correio do Ribatejo que ao longo dos seus 123 anos de existência já adoptou diferentes ortografias, decidiu, por enquanto, esquecer o Acordo, embora permita aos seus colunistas a liberdade de o “adotar” ou de não o adoptar. Vasco Graça Moura constatou, recentemente, que “está a faltar poesia em Portugal”. Falta-nos agora, também, um dos nossos mais dedicados poetas, singular tradutor, brilhante romancista e notável ensaísta. Lutou enquanto pôde contra a doença do corpo e a dos homens que tendem a ler os bons poetas portugueses ao som do samba. João Paulo Narciso PUB