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Universidade Federal de Minas Gerais. Festival de Inverno (39. : 2007 : Diamantina, MG) Territórios híbridos , linguagens contemporâneas. – Belo Horizonte : DAC/UFMG, 2008. 119 p. : il. 39º Festival de Inverno da UFMG, realizado em Diamantina em julho de 2007 1. Universidade Federal de Minas Gerais – Festivais. 2. Diamantina (MG) – Festivais. I.Título

CDD: 700.798151 CDU: 06.078

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territórios híbridos linguagens contemporâneas 39º festival de inverno da ufmg - diamantina 2007

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sumário

abertura - coordenador geral do festival de inverno - curador geral do festival de inverno quatro povoados, onze vilas e uma cidade coordenação e curadoria oficinas - artes audiovisuais - artes cênicas - artes literárias - artes musicais - artes plásticas - artes transdisciplinares - híbridas projeto aulas abertas - registro fotográfico do projeto aulas abertas registro fotográfico dos eventos do festival - semana da saúde resumo dos eventos entrevistas - itiberê zwarg - joão gilberto noll - ricardo puccetti - rosângela rennó - rufo herrera haikais patrocínio e apoio expediente bastidores errata

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o 39º festival de inverno da ufmg

No ano em que a Universidade Federal de Minas Gerais celebra os 80 anos de sua fundação, temos a satisfação de comemorar também o quadragésimo aniversário da criação do Festival de Inverno da UFMG. Idealizado por um grupo de professores da Escola de Belas Artes da UFMG e da Fundação de Educação Artística de Belo Horizonte, o Festival foi oferecido ao público pela primeira vez em 1967 na cidade de Ouro Preto. Passados quarenta anos daquele momento de inspiração e criatividade, ao realizarmos a 39ª edição do Festival de Inverno da UFMG é que finalmente podemos ver com maior clareza (e por que não dizer com grande orgulho?) que o nosso Festival é hoje um dos maiores programas de cultura promovido por uma instituição de ensino superior no país. Tendo, nesse período, percorrido em vários sentidos as montanhas de Minas, passando por Ouro Preto, Diamantina, São João Del Rei, Poços de Caldas e Belo Horizonte, o Festival de Inverno da UFMG desde 2000 é realizado na sempre acolhedora e amiga cidade de Diamantina, segunda cidade mineira reconhecida pela Unesco como Patrimônio Cultural da Humanidade. Nossa ambição é que o Festival atual seja sempre melhor que os anteriores. E para isso existe um segredo: manter os olhos focados no mesmo desejo de experimentar e saber que alimentou a idéia do Festival ao longo desses seus 40 anos de existência. Hoje temos a satisfação de ver que o Festival está entranhado na história da UFMG e a cada ano renova sua vocação ao trazer à cena o que a Universidade produz de melhor em suas várias áreas de pesquisa sobre as letras, as artes e a cultura, marcadamente através do que ainda não foi absorvido pelo mercado. Isso é importante, porque temos a consciência de que cabe à UFMG e

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a este Festival de Inverno exercer exatamente a função de desvelar novas possibilidades, novos espaços, novas formas e novos meios; trazê-los à luz da experimentação conceitual e prática para, final e desapegadamente, doá-los à sociedade, enquanto se prepara para o próximo e permanente desafio: o de criar e abrir novos territórios e linguagens. O Festival de Inverno da UFMG, que reconhecidamente é um tipo de “pai” de tantos outros festivais que hoje se realizam em Minas Gerais e no Brasil, conserva sua posição também porque sempre preservou a proposta fundamental de ser, ao mesmo tempo, um espaço de iniciação, atualização, aprofundamento, experimentação e pesquisa de novas linguagens artísticas, bem como um espaço de cultivo da diversidade e da promoção do diálogo entre as diferentes formas de conhecimento. Hoje, ao propormos as linguagens contemporâneas e os territórios híbridos como motivos conceituais desta edição, estamos mais uma vez confirmando aquela proposta. Oferecemos um espaço para a vanguarda da criação e da produção cultural de nosso estado e país, sem nos descuidarmos da relação com o lugar onde vivemos e que nos inspira. Vale lembrar que nesse contexto, um importante fator a ser destacado é a proposta de se ampliar a função social do Festival de Inverno da UFMG, que vem continuamente promovendo o desenvolvimento regional e a formação de recursos humanos na área da cultura. Nesse ano, a participação da área da saúde é uma exemplar demonstração desse caráter de relevância social que sempre norteia as ações da UFMG. Tenho a convicção de que a importância do Festival transcende

o significado formal e institucional de ser mais uma ação cultural ou uma atividade extensionista da Universidade. Sua verdadeira importância reside, por um lado, em constituir-se como uma inigualável oportunidade para o desencadeamento de ações criativas e para a consolidação de indivíduos e companhias artísticas e culturais de renome nacional e internacional. A título de exemplo, a história nos revela que grupos musicais, teatrais e de dança, tais como o Galpão, Corpo, Giramundo, Uakti entre tantos outros, aqui começaram suas caminhadas. O outro lado da importância desse Festival é que há especial significado em permitir os entendimentos num mundo contemporâneo tão marcado por contraposições e conflitos. Sou de opinião que esses entendimentos são possíveis unicamente através da idéia de cultura, em seus sentidos mais amplos. São eles que nos permitem conduzir a compreensão do papel da Universidade e do Festival também na direção da inclusão social, da superação da pobreza, da defesa do meio ambiente e das condições para a justiça e para a paz. Finalizo deixando em nome da Universidade Federal de Minas Gerais o sincero agradecimento a todos aqueles que com seu apoio e sua dedicação permitem a realização de mais este Festival.

Maurício Campomori Coordenador Geral do Festival de Inverno da UFMG


territórios híbridos – linguagens contemporâneas

Os conceitos de rede, de parceria e de interatividade vêm movimentando os meios acadêmicos, científicos e empresariais há algum tempo. Entre o meio artístico não tem ocorrido de forma diferenciada. Os diálogos são possíveis sim. As conversas são necessárias e são relevantes as trocas das idéias e das experiências vivenciadas no processo de investigação e da criação artística.

experimentação, da pesquisa aliada à ação. Esse é o espaço para ousar.

A arte mais do que nunca cumpre seu papel, não só de antecipar, mas também de balizar pela sensibilidade a relação do homem com seu meio.A arte, com toda sua liberdade, reflete esse homem no seu tempo, na medida de sua sensibilidade e de maneira às vezes diferenciada no falar desse homem. Para estar afinado com seu tempo, urge ao artista interagir com esse tempo. Aí sim, cumprindo o seu papel, o artista embaralha as cartas do jogo e propõe novos desdobramentos, dentro de uma lógica própria com uma forma diferenciada de pensar e de agir.

Sob essa ótica é que a nova estrutura para o Festival de Inverno aporta ao estabelecer esses diálogos necessários e urgentes. A proposta é criar redes interativas entre as áreas do conhecimento orquestradas por um conselho curador e transdisciplinar. Assim, contribuímos para o exercício democrático do pensar e do criar horizontes mais amplos, generosos e diversificados. A proposta é abrir espaços e, mais do que isso, reconhecer outros espaços como necessários e participativos dessa intrincada rede do conhecimento humano. É criar núcleos de excelência interagindo entre si. O objetivo é estabelecer relações diferenciadas dentro da programação do Festival, gerar novos conhecimentos e ampliar os horizontes da prática artística.

Mais do que nunca o universo de ação e da pesquisa na arte deve ser transversal, amplo, irrestrito. Os limites desse universo artístico, se existirem, devem ser amplos, alargados não só pela experiência pessoal do artista, mas pelos seus relacionamentos, suas linhas de influências e níveis de conhecimento. É preciso conhecer o homem para falar do homem, mesmo que esse homem seja o “eu”, esse eterno desconhecido. Ao estabelecer diálogos entre a arte e outras frentes de conhecimento, como a ciência, a tecnologia e a poética, o Festival de Inverno propõe um novo patamar. Esse é o espaço da

Construímos mais que um momento. Construímos uma proposta, laboriosamente arquitetada para criar uma estrutura que permite ao Festival manter-se potencializado pelas novas vertentes do pensamento e da arte do nosso tempo.

O momento do Festival é um momento ímpar, e por ser um terreno fértil é possível direcionar conceitualmente ações criadoras em favor da arte e da vida. Com o conceito temático Territórios Híbridos: Linguagens Contemporâneas, pretendemos reafirmar o valor da arte como elemento da integração e da transformação humana e social. O objetivo é buscar nas várias possibilidades das linguagens

contemporâneas uma relação direta entre a arte e a ciência. É buscar a integração e a troca de conhecimentos pela prática e pela produção artística unindo o global e o regional em favor da criação e do desenvolvimento. O Festival de Inverno da UFMG, com toda sua contemporaneidade e capacidade inovadora, sendo realizado em Diamantina, na nascente do rio Jequitinhonha e no marco zero da Estrada Real, torna esse evento muito significativo num plano de integração cultural. Significativo, porque nessa região perseverou uma cultura de resistência face à carestia e desigualdade de condições. Se por um lado este fato é lamentável, por outro permitiu a preservação de uma cultura regional extremamente rica, original, que campeia por todo o vale do Jequitinhonha. O Festival vem, então, como o rio, que com suas águas de renovação também absorve a fertilidade oferecida por aquelas terras e a distribui em seu curso. Nossa proposta é que o Festival em 2007 seja uma via de mão dupla, em que se propõe ações com um conhecimento diferenciado e atual trazendo valores de expressão mundiais, mas que ao mesmo tempo resgate, valorize e integre à sua programação valores culturais extremamente originais da região do vale do Jequitinhonha. Nesse contraste de culturas, nesse território híbrido e interativo, o Festival seguirá vivo, dinâmico e afinado com seu tempo. Fabrício Fernandino Curador do Festival de Inverno da UFMG

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quatro povoados, onze vilas e uma cidade fotografias: fabrĂ­cio fernandino

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quatro povoados, onze vilas e uma cidade

Este projeto nasceu do desejo do olhar. Um olhar que é diferente do ver. Um olhar que é o ver com sentimento. Penso ter sido a única e possível maneira de sentir a verdadeira presença daquela gente, de perceber aquela cultura que floresce do alto do Espinhaço e que, nas vastas altitudes, se preserva e persevera. 8-9 - Sino da Capela Sta. Rita de Cássia - Sopa 10 - Capela do Povoado de Biribiri 11 - Sino da Igreja N. Sra. das Dores - Conselheiro Mata 12 - Igreja N. Sra. do Rosário - Curralinho 13 - Igreja de Sto. Antônio – Desembargador Otoni 14 - Cruzeiro - Guinda 15 - Igreja São Francisco de Assis - Diamantina 16 - Capela Sagrado Coração de Maria - Boa Vista 17 - Igreja de Santana - Inhaí 18 - Igreja N. Sra. das Mercês - Mendanha 19 - Capela de São Sebastião - Pinheiros 20 - Igreja de São Sebastião - Planalto de Minas 21 - Capela N. Sra. das Mercês - Quartéis do Indaiá 22 - Igreja N. Sra. do Bom Fim - São João da Chapada 23 - Matriz de São Sebastião - Senador Mourão 24 - Capela Sta. Rita de Cássia - Sopa

Fui movido pela vontade de ser parte desse povo e, não podendo, participo com o meu olhar. Aquele olhar que penetra silencioso, atento e perspicaz. Olhar que no desvelar dos detalhes torna perceptível o imaterial e revela o afeto. Há anos nesse exercitar, pelos caminhos das montanhas, buscando nos vales, encontrei raridades. Pessoas felizes. E, como um marco inicial, pedra fundamental de algo maior, registro aqui as imagens de suas capelas. Singelas edificações, mais que um símbolo de fé e orgulho, passam a ser a assinatura de um povo, de sua memória e de sua pretensa vitória sobre o tempo. Fabrício Fernandino Curador do Festival de Inverno da UFMG

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39º festival de inverno da ufmg - julho 2007 coordenação e curadoria

abertura do 39º festival de inverno da ufmg Mauricio Campomori - coordenador geral

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ernani Maletta Sub-coordenador geral

Fabrício FErnandino curador geral e coordenador dos projetos especiais


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oficinas

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Coordenador Francisco Marinho

Subcoordenador Rodrigo Minelli

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Audiovisuais Oficinas de Iniciação

INVENTÁRIO IMAGINÁRIO Criação de um inventário imagético de Diamantina, por meio de registros audiovisuais conduzidos e dirigidos por alunos da oficina e realizados por moradores da cidade. Trata-se de um olhar-registro de Diamantina sobre si mesma. O primeiro passo da oficina será uma pesquisa sobre referências da identidade cultural da comunidade local, visando a perceber e selecionar aspectos que revelem sua diversidade e suas sutilezas. Essa pesquisa inicial - também imagética - servirá de base para o foco a ser abordado por grupos de alunos ou aluno individual, constituindo um tópico do inventário. Cada aluno deve buscar aspectos do cotidiano da cidade, inclusive seus elementos transitórios, e revelar as histórias que fazem parte do inventário imaginário sob a forma de pequenos vídeos e imagens estáticas. Todo o material coletado será organizado em narrativas não- lineares de arte computacional (instalação) feitas em flash. As interfaces e a interatividade da oficina serão elaboradas com dispositivos não-convencionais, a partir de objetos do cotidiano e da plataforma Arduino. “Inserir as pessoas na cidade com um olhar de estrangeiro e pesquisar a partir desse olhar.”

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Professoras Juliana Gouthier (UFMG) (foto) Marília Bérgamo (UFMG)


Audiovisuais

Oficinas de Iniciação

CURTOS-CIRCUITOS: PROCESSOS EXPERIMENTAIS DE CRIAÇÃO TECNOLÓGICA Oficina prática de iniciação à construção de interfaces autorais com reflexões críticas sobre a cultura tecnológica. Trata-se do conhecimento sobre as conexões de dispositivos físicos como micro-controladores (Arduino, PIC), circuitos impressos de brinquedos, sensores (luz/distância), resistores, leds etc. e de uma introdução aos conceitos de programação em softwares de interação audiovisual (Isadora e Pure Data). Estudo da lógica de criação comum entre programas e dispositivos físicos. Produção coletiva de circuito experimental por meio de materiais eletrônicos de baixo custo. Professor Fernando Rabelo (BH)

“Os resíduos gerados pela sociedade tecnocrata são ‘invisíveis’ a nossos olhos. Surge então a necessidade de expor os mesmos dejetos para provocar uma outra leitura, o curto-circuito, em que o código e a estrutura são visíveis e construídos para que sejam compreendidos, democratizando o conhecimento tecnológico e provocando a desmistificação do espetáculo high tech.”

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Audiovisuais

Oficinas de Atualização - Núcleo Arte Poética CRIAÇÃO AUDIOVISUAL A oficina tem como objetivo a exploração de técnicas de produção de áudio e vídeo, orientadas para a realização de peças performáticas e instalações. Tendo a experimentação de linguagens e o uso de meios digitais como campo, visa à realização de peças autorais.

“Uma forma bastante expandida, que não trabalhe só com o tradicional, mas com as possibilidades de transportar imagens em movimento.”

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Professor Jorge Haro (Buenos Aires)


Audiovisuais

Oficinas de Atualização - Núcleo Arte Poética

DA WEB À CENA - O CINEMA AO VIVO Estudar e criar dramaturgia específica para exibição na web. Produzir audiovisual, utilizando tecnologia digital com ferramentas interativas e publicar diariamente em site. Criar performance coletiva a partir dos conteúdos produzidos. Fornecer instrumental teórico e orientações técnicas para a produção específica do formato proposto, de forma a estimular a criação. Abordar a linguagem e a tecnologia, com foco em criação e produção, com o objetivo de potencializar o uso das ferramentas. Experimentar novas formas de abordagem da linguagem proposta.

Professor Chico de Paula (BH)

“A partir do uso das formas de expressão conhecidas, é necessário potencializar a voz, através de um cinema expandido pelos sentidos e pelas possibilidades. O que é o cinema? Qual o cenário desse cinema possível?”

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Audiovisuais

Oficinas de Atualização - Núcleo Arte Ciência RESÍDUOS TECNOLÓGICOS E RUÍDOS NA MONTAGEM DE REDES INFORMACIONAIS A partir da identificação de espaços residuais no contexto de Diamantina e/ou de Minas Gerais, desenvolver modos de conexão textual, imagética e sonora com os resíduos da própria web, da memória pessoal e da mídia em geral.Abordar a linguagem do meio digital, a partir da fragmentação do espaço e da possibilidade de se reconstruir novas narrativas em montagens que mesclem as informações coletadas com as possibilidades de construção de linguagem da web.

“Resíduos imagéticos, informacionais, espaciais voltados à arte digital.”

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Professores Rafael Marchetti (Espanha), Raquel Rennó (SP) (frase)


Audiovisuais

Oficinas de Atualização - Núcleo Arte Conceito

AÇÕES ARTÍSTICAS NO ESPAÇO ABERTO DAS CIDADES Por meio de ações artísticas voltadas para o ambiente da cidade, propor investigação sobre as relações entre a transformação do espaço urbano e a maneira como percebemos e “acionamos” tal ambiente. Desenvolver estudo relativo ao espaço e às suas implicações em relação ao lugar, observando a contraposição existente entre as idéias de construção de espaço e espaço construído. Observar as correspondências existentes entre imagem e espaço, ou entre fotografia e arquitetura, na tentativa de compreender como essa relação revela a incorporação da dinâmica da produção de imagens pelos processos de construção de espaços e vice-versa.

Professor Rubens Mano (SP)

“Todas as ações, todas as intervenções, de uma maneira, propõem algum tipo de deslocamento em relação ao espaço, podem trazer outras superfícies. A revelação dessas superfícies é um pouco o propósito do trabalho.”

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Coordenadora M么nica Ribeiro

Subcoordenadora Mariana Muniz

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Cênicas

Oficinas de Iniciação

DANÇA-TEATRO – O CORPO TECENDO AÇÕES Estabelecer relações entre o treinamento corporal, a criação e a composição cênica, discutindo e refletindo sobre a dramaturgia do movimento. A cada dia, estaremos trabalhando com diversos exercícios corporais no intuito de potencializar o corpo por meio de estudo das estruturas, qualidades e dinâmicas do movimento. Exercícios de consciência corporal, concentração de energia, dança, jogos físicos e teatrais são alguns dos elementos que estarão presentes durante este trabalho.

Professor Tarcísio Ramos Homem (BH)

“O pé não vai aonde o coração não quer” (PROVÉRBIO AFRICANO).

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Cênicas Oficinas de Iniciação

O PALHAÇO E A UTILIZAÇÃO CÔMICA DO CORPO No Núcleo Interdisciplinar de Pesquisas Teatrais (LUME), o palhaço não é considerado um personagem no sentido clássico do termo, mas a dilatação da ingenuidade, do ridículo e das particularidades de cada indivíduo. Por meio de metodologia própria, o curso permite que os aspirantes a palhaço entrem em contato com as facetas “ridículas e estúpidas”, não expostas na vida cotidiana. Trata-se de experimentar, por meio do jogo e do prazer de estar em jogo, as diversas possibilidades de utilização cômica do corpo, a descoberta do ritmo pessoal e o contato inicial com a lógica de cada palhaço, ou seja, sua maneira de agir e reagir frente ao mundo que o cerca. Potencializar a disponibilidade para brincar e ver o mundo com olhos de criança, percebendo as infinitas possibilidades de jogo nas relações com o espaço, os objetos e outros seres. Abordagem de treinamento técnico para ator, dinâmicas físicas, estados de espírito e sua corporeidade, trabalhos com objetos, tempo e ritmo, foco da ação, dupla de palhaços (relação entre parceiros) e construção da gag. “O palhaço é como se você pegasse uma lupa, uma lente de aumento, e colocasse em cada pessoa, dilatando as características dela.”

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Professor Ricardo Puccetti (Campinas)


Cênicas

Oficinais de Atualização - Núcleo Arte Conceito JOGOS TEATRAIS Os jogos teatrais são amplamente utilizados, tanto na formação de professores/coordenadores de oficinas de teatro, com objetivos pedagógico-estéticos, como na preparação e ensaio de espetáculos de teatro. A metodologia de jogos teatrais visa ao desenvolvimento de habilidades em linguagem do teatro e à formação de atitudes, como integração e socialização dos participantes, tendo sua aplicação pedagógica amplamente implementada junto a grupos de crianças e jovens e também na formação de atuantes e coordenadores de oficinas.

Professora Ingrid Dormien Koudela (SP)

“Não trabalho o teatro num sentido estrito, mas como possibilidade, enquanto processo de construção de conhecimento que transita pelas outras linguagens.”

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Cênicas

Oficinas de Atualização - Núcleo Arte Poética DANÇA: CORPO E CONSCIÊNCIA O objetivo do curso é atender aos que acreditam que, para dançar e se conhecer melhor nas relações com seu próprio corpo, não existe idade. O curso procura estimular, por meio do movimento, os processos de autoconhecimento e redescoberta das potencialidades internas. Não se pretende formalizar o corpo para uma dança específica, mas adequar a dança ao corpo que cada um possui neste momento. O curso prevê abordagens práticas e teóricas, além da mostra de vídeos comentados Corpo na dança.

“A lei do mundo é o movimento, a lei do centro é a quietude. Viver no mundo é movimento, atividade, dança.”

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Professor Arnaldo Leite de Alvarenga (UFMG)


Cênicas

Oficinas de Atualização - Núcleo Arte Ciência

DRAMATURGIAS DO CORPO Apresentar experimentos teórico-práticos do corpo que vêm sendo testados por artistas e filósofos de diferentes procedências, a partir da II Guerra Mundial, por meio de vídeos, DVDs e textos. Discutir a forma como esses artistas lidam com a memória, entre ficção e realidade, como testemunham sua história e constroem sua dramaturgia, trabalhando diferentes estratégias de resistência. Analisar o butô japonês, o teatro angura, a dança contemporânea brasileira e as performances autobiográficas de Sophie Calle e Carolee Schneemann.

Professora Christine Greiner (SP)

“O que interessa discutir não é só que existem essas trocas, mas como elas acontecem.”

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Cênicas

Oficinas de Atualização - Núcleo de Arte Tecnologia MATCH DE IMPROVISAÇÃO Dar a conhecer as técnicas de improvisação teatral e a estrutura do match de improvisação. Desenvolver a escuta, a criatividade, a livre associação e outros elementos fundamentais à construção de cenas improvisadas diante do público.

“Você se expõe de uma maneira perigosa. Então, tem que saber lidar com o sucesso e com o fracasso de uma maneira muito mais suave. Tanto um, quanto o outro.”

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Professora Mariana Muniz (UFMG)


Cênicas

Oficinas de Atualização - Núcleo de Arte Poética

O ESPAÇO DA CENA: UMA EXPERIÊNCIA DE COMPOSIÇÃO TEATRAL Investigar a relação entre o espaço e a composição cênica, tomando o primeiro como propulsor da criação teatral. A escolha e o mapeamento de alguns espaços cênicos de Diamantina (por cenógrafos, arquitetos, artistas plásticos etc.) será o eixo para a criação de estudos cênicos por parte de atores e diretores. A história, as condições técnicas e a localização de cada espaço são elementos provocadores para a eleição dos temas de improviso e composição dos estudos. A oficina pretende ser a primeira etapa de um projeto a ser desenvolvido no próximo ano.

Professores Maria Thais (SP)(frase), Márcio Medina (SP)

“Não estamos em busca do monumental, do arquitetural pura e simplesmente e sim de espaços que possam ser poeticamente explorados.”

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Coordenador Georg Otte

Subcoordenadora Vera Casa Nova

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Literárias Oficinas de Iniciação

CRIAÇÃO LITERÁRIA: GRAFIAS E FOTOGRAFIAS URBANAS Proporcionar aos participantes, por meio de exercícios de escrita, a experiência da criação de textos literários em sala de aula e nos espaços públicos de Diamantina. Introduzir teoricamente a presença da fotografia na cidade e na literatura contemporânea (imagem e memória), incorporando-a ao processo criativo. Ler e analisar imagens fotográficas (João Castilho) e poemas (brasileiros e portugueses), no intuito de estimular a criação.

“Nas minhas oficinas eu sempre saí muito da sala para desafogar um pouco, sair do frio.Você sai e tem esse penhasco maravilhoso, você vê o tanto de louco que tem por aí que é maravilhoso. Isso sempre aparece nos textos.”

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Professor Gustavo Cerqueira Guimarães (BH)


Literárias

Oficinas de Iniciação

O JOGO IDEAL COMO EXPERIMENTO LÍTERO-PERFORMÀTICO Pensar e realizar a criação lítero-performática, a partir da noção de jogo ideal proposta pelo filósofo Gilles Deleuze e de estímulos heterogêneos como textos, vídeos (p.ex. “arte é futebol sem bola”, do poeta e artista plástico Lula Wanderlei), sons e jogos realizados em lugares da cidade (bares, padarias, igrejas, cemitérios, vielas, copas de residências e demais lugares acessíveis). A experimentação ocorrerá também dentro de um labirinto de tecidos, criado durante a oficina, como dobra da cidade. A experiência do jogo ideal apresenta-se em sua singularidade, de modo a apresentar a dinâmica de devires, potências e afetos de cada um, atualizando a experiência do jogo, do futebol e da criação artística. Criação de um objeto poético como um pequeno souvenir. Professor Michel Mingote (UFMG)

“É um tipo de ‘escrita ideal’ que não tem origem, não tem ponto de partida, não tem vencedores nem vencidos. É essa movimentação, deslocamentos de palavras e deslocamentos das pessoas na cidade.”

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Literárias

Oficinas de Atualização - Núcleo Arte Poética FAZER O VERSO Encontros voltados para técnicas de desinibição da escrita; experimentação de diferentes modos de composição de versos; discussão dos principais conceitos ligados à poesia; apresentação, avaliação e prática de técnicas de composição, de articulação de forma e conteúdo etc. Prática de escrita de poemas e debate dos mesmos. Avaliação crítica de textos produzidos pelos participantes.

“O que serei de mim quando sair de cena o mágico? Que restará do encanto? Há de ficar a música de quando? Algum espinho? Um ás? O espanto?”

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Professor Eucanaã Ferraz (UFRJ)


Literárias

Oficinas de Atualização - Núcleo Arte Poética COMO FAZER HAIKAI Apresentar as regras do haikai, estimular a criação desse gênero e preparar melhor seus leitores.

Professora Alice Ruiz (SP)

“Enquanto o intelecto procura assimilar, analisar, compreender o instante, ele passa e leva consigo a oportunidade de ter sido vivido.”

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Literárias

Oficinas de Atualização - Núcleo Arte Poética ESCREVER SEM DOER E COM ARTE Promover o ato da escrita a partir da palavra criadora e ativa. A palavra é o espetáculo. É o desaguar da emoção e da razão. Artificar a escrita, mas sem doer.

“Saímos do ‘caos’ até chegar ao ‘cosmos’, motivando os alunos com várias propostas e textos.”

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Professor Ronald Claver (BH)


Literárias

Oficinas de Atualização - Núcleo Arte Conceito SURTOS DE INVERNO “Motivar os oficinandos a um abandono em direção aos textos (os seus próprios e os de autores consagrados). Só assim, acredito, se pode iniciar os aspirantes a escritores na vaga, mas hiperprodutiva, sensação do mistério poético, um certo descontrole imprescindível para o toque de partida na gozosa ficção”.

Professor João Gilberto Noll (Porto Alegre)

“Eu acho que a literatura, e a arte de um modo geral, vêm re-humanizar.”

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Literárias

Oficinas de Atualização - Núcleo Arte Conceito A ARTE DO POETA Investigar a natureza da poesia e sua relação tanto com as outras artes quanto com a filosofia; interrogar a produção poética contemporânea e reconsiderar a tradição; avaliar a experiência da modernidade e, em particular, a experiência da vanguarda; discutir as dicotomias tradicionais, tais como verso e prosa, inspiração e trabalho, forma e conteúdo, continuidade e ruptura etc.; revisitar as formas e as técnicas de versificação; re-problematizar a relação entre poesia e letra de música; questionar o sentido e os caminhos da poesia nos mundos da mídia e da Internet.

“O poema é autotélico, ele tem seu fim em si mesmo.”

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Professor Antônio Cícero (RJ)


Literárias

Oficinas de Atualização - Núcleo Arte Conceito PROCESSOS POÉTICOS: A CONSTRUÇÃO DO LIVRO-OBJETO Possibilitar a inserção nos processos de criação e livros de artista, onde a literatura e as outras artes se encontram em diálogo.

Professora Vera Casa Nova (UFMG)

“É transdisciplinar por excelência. É híbrido também. Não tem jeito, a condição do livro-objeto é dialogar.”

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Coordenador Mauro Rodrigues

Subcoordenadora Heloisa Feichas

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Musicais Oficinas de Iniciação

PAISAGEM SONORA, GRAVAÇÃO E COMPOSIÇÃO A partir de pesquisa e apreciação da composição sobre paisagens sonoras e de registros da paisagem sonora de Diamantina, produzir trabalhos que relacionem técnicas e performances da eletrônica e da acústica, explorando suas possibilidades interdisciplinares.

“Espaços sonoros musicados. Plasticidade e criatividade.”

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Professores Fernando Braga (BH)(frase), Rafael Martini (UFMG), Fábio Wanderley Janha Sousa (UFMG)


Musicais Oficinas de Iniciação

DECANTANDO A REPÚBLICA Analisar a moderna música popular como uma forma peculiar de narrativa sobre as condições de gestação, expressão e consolidação do mundo público, capaz de expor o país ao conhecimento de si, fazendo-o ampliar os pontos de conexão entre os elementos constitutivos da tópica republicana e as chaves explicativas para a interpretação da formação histórica brasileira.

Professores Marcela Teles (BH), Bruno Viveiros (BH), Natália Almeida (BH)(frase)

“A música não tem muitas fronteiras. O compositor transmite conhecimento e seu ponto de vista gera vários outros pontos de vista sobre essa obra.”

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Musicais Oficinas de Iniciação

SOU TODO OUVIDOS Desenvolver o potencial expressivo e musical dos participantes ampliando seu universo sonoro e criativo, por meio de atividades de apreciação musical (escuta ativa e consciente), criação musical, jogos rítmicos (atividades corporais), jogos de integração, socialização e improvisação musical. A percepção musical dos participantes será desenvolvida para a compreensão das estruturas musicais e seus significados por meio da audição de músicas de diversos estilos, culturas e épocas.

“Eu tento tirar os preconceitos. A gente já ouviu músicas de outras culturas, coisas bem diferentes, de outros cantos do planeta, coisas que eles não estão acostumado a ouvir, justamente para quebrar essa coisa: ‘o que é música?’.”

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Professora Heloisa Feichas (UFMG)


Musicais

Oficinas de Atualização - Núcleo Arte Poética

OFICINA DE PIANO Desenvolver atividades abordando os seguintes tópicos: improvisação sobre harmonia préestabelecida, improvisação “livre”, variação como técnica de improviso, diferentes linguagens e estilos. Outros aspectos relevantes: o piano no contexto jazzístico (diversas formações), abordagem contrapontística, re-harmonização, pontilhismo, desenvolvimento motívico de temas populares, técnicas de variação, sonoridade, estilo e audição crítica de gravações relevantes para esclarecer os tópicos acima. Cada aluno deverá selecionar três peças (da MPB ou do jazz) para serem trabalhadas em profundidade durante o curso. Todos os alunos deverão tocar durante as aulas. Professor André Mehmari (SP)

“Essas oficinas, que enfocam uma produção verdadeiramente de qualidade brasileira, uma produção de gente que dedica sua vida à música sem se preocupar com tendências de mercado, são fundamentais para que esses projetos tenham longevidade e se multipliquem.”

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Musicais

Oficinas de Atualização - Núcleo Arte Poética O VIOLÃO E A HARMONIA Mostrar para estudantes de música e músicos em geral as várias possibilidades do instrumento, no que diz respeito à harmonia e sua importância no processo de formação de compositores e instrumentistas de várias gerações. Todos os temas abordados estarão diretamente relacionados com prática profissional do músico como performer, compositor, arranjador e produtor.

“A racionalidade já chegou a vários lugares, mas levou a vários desastres também. Tem que saber a hora de confiar ou não nela.”

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Professor Juarez Moreira (BH)


Musicais

Oficinas de Atualização - Núcleo Arte Conceito

MÚSICA UNIVERSAL DE ITIBERÊ ZWARG Prática de conjunto, arranjo e composição usando o método de compor em corpo presente, onde a criação e a execução são simultâneas. O trabalho possibilita o desenvolvimento da percepção e da memória, além da técnica mecânica.

Professor Itiberê Zwarg (RJ)

“A música começa num plano espiritual, você não pega a música, ela está dentro da alma da gente, na idéia, na imaginação. É uma linguagem da alma, não é?”

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Musicais

Oficinas de Atualização - Núcleo Arte Poética A VOZ COMO INSTRUMENTO DE EXPRESSÃO Explorar a voz como instrumento de expressão musical. Abordagem dos seguintes tópicos: conhecimento da fisiologia da voz, exercícios vocais e interpretação. Estabelecer pontes entre conhecimento técnico e expressividade intuitiva.

“Trazer essa sensação tátil da música para o corpo e fazer disso uma coisa só.”

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Professora Ná Ozzetti (SP)


Musicais

Oficinas de Atualização - Núcleo Arte Ciência

ANÁLISE ETNOMUSICOLÓGICA: A MÚSICA COMO CULTURA E SOCIEDADE Discutir os aspectos teóricos da Etnomusicologia e as abordagens analíticas da música como cultura e prática social. Analisar materiais musicais/culturais diversos e a interpretação de seus significados, a partir do exercício da escuta e do olhar. Possibilidades de utilização de práticas musicais locais ou daquelas realizadas no âmbito do Festival como campos de aprendizagem, interação e análise.

Professora Glaura Lucas (BH)

“O som, de alguma forma, tem certa autonomia que nos faz consumi-lo e ressignificá-lo. Posso ouvir uma música que faz parte de outra cultura em um outro contexto e ter mil relações com essa música. Ela tem esse poder de afetar.”

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Coordenador Lincoln Volpini

Subcoordenadora Tânia Araújo

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Plásticas Oficinas de Iniciação

INTRODUÇÃO À XILOGRAVURA P&B Propiciar aos alunos o conhecimento dos vários processos de gravação e impressão tradicionais, com a colher de pau ou de metal, no exercício gráfico do p&b.

Professor Clébio Maduro (UFMG)

“É iniciação mesmo. Festival é isso, tem que chamar as pessoas.”

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Plásticas Oficinas de Inicição

O DESENHO DE SUPERFÍCIE – TÉCNICAS DE ESTAMPARIA TÊXTIL Utilizar técnicas aplicáveis ao desenho e à pintura para estamparia (desenho de superfície), utilizando vestuário e substratos têxteis como suporte, para ações artísticas ou de produção comercial. Refletir sobre o substrato têxtil como suporte para manifestações plásticas, aliado à cultura do vestuário e a valores artísticos. Ensinar a aplicação técnica têxtil em aquarela para tecido, serigrafia alternativa (pouchoir, gabarito), carimbos (tjaps, linóleo), reagentes químicos e corantes para substrato de fibras naturais e sintéticas, dentre outros.

“Arte estampada na superfície de Diamantina.”

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Professores Mateus Gomes Pedrosa (BH) (frase), Paulo André Ferreira de Souza (BH)


Plásticas

Oficinas de Atualização - Núcleo Arte Ciência

TURISTA APRENDIZ NA CIDADE INVISÍVEL A partir das obras de Mário de Andrade e Ítalo Calvino, propor a exploração da cidade de Diamantina, como campo de observação do viajante do século XXI. Do bloco de anotações à câmara digital, da aquarela naturalista ao gravador de mão, a oficina fará uso de variadas formas de registro da cidade e de seu entorno, na ordenação de seus diversos aspectos — políticos, históricos, culturais — para a constituição de trabalhos individuais ou multiautorais.

Professor Paulo Schmidt (BH)

“Evidenciar a estreita convivência das matérias que compõem a experiência estética, na percepção e recriação do mundo.”

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Plásticas

Oficinas de Atualização - Núcleo Arte Conceito INSTALAÇÃO E INTERVENÇÃO: DIÁLOGOS COM O ESPAÇO Desenvolvimento de trabalhos práticos ou projetos no campo da instalação/intervenção, com suporte teórico para estímulo das atividades práticas. Análise de trabalhos recentes no campo da instalação e abordagem de conceitos como temporalidade, espaço público/privado e site-specific. Os alunos poderão desenvolver trabalhos que dialoguem com a cidade de Diamantina ou apresentar outros projetos já em andamento. Os trabalhos/projetos individuais ou coletivos poderão ser apresentados na forma de intervenções, instalações, croquis ou montagem fotográfica.

”Não só uma leitura do espaço ou uma forma de ocupação, mas um nível mais complexo de ocupação, de narrativa espacial.”

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Professora Laura Belém (BH)


Plásticas

Oficinas de Atualização - Núcleo Arte Poética

DESENHAR E ESQUECER / INSCREVER E APAGAR A partir do desenho e de linguagens correlatas, explorar os modos como as práticas de inscrição — produção de imagens ou textos —, suas compilações e seus arquivamentos contribuem tanto para o conhecimento e sua rememoração como para o esquecimento e a fabulação. Trata-se de promover uma deriva de espaços e temporalidades que, ao apagar algumas narrativas e redesenhar outras, obtenha uma relativa aproximação entre o trabalho de arte e a comunidade imaginada pelo artista.

Professora Maria Angélica Melendi (UFMG)

“Antes de ser de pau e pedra, de cal e canto, toda cidade nasce como um texto. Ao longo dos anos, os homens que escrevem ou desenham a cidade procuram as letras esboroadas, os traços corrompidos, as cores desbotadas para, com elas, continuar a escrever ou a desenhar a cidade interminável.”

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Plásticas

Oficinas de Atualização - Núcleo Arte Poética IMPRESSÕES CORPÓREAS – OFICINA DE SERIGRAFIA A partir de registros fotográficos e/ou desenhos de elementos presentes na paisagem e na cultura popular do Vale do Jequitinhonha, transportar imagens para a matriz serigráfica por meio das técnicas de recorte em adesivo e processo fotográfico. O objetivo da oficina é a impressão dessas imagens em suportes variados propondo, como resultado final, uma performance em que elas aparecerão como impressões ou projeções sobre tecido, plástico, parede, chão e corpo, ao som de ruídos serigráficos gravados durante a oficina.

“Festival: arte na pele.”

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Professora Tânia de Castro Araújo (UFMG)


Plásticas

Oficinas de Atualização - Núcleo Arte Tecnologia

PARA QUE PRODUZIR E VER IMAGENS? Desenvolver narrativas verbais ou visuais, a partir de imagens produzidas por outras pessoas e registradas em diferentes mídias. Explorando a manipulação de imagens por diversos meios — da tradicional técnica de cortar/colar até a reprodução digital —, pretende-se discutir as razões que motivam os atos de fotografar, apreciar, ignorar, esquecer ou descartar as imagens.

Professora Rosângela Rennó (RJ)

“Saiba porque você está fazendo. Do contrário, é melhor não fazer. Não vale a pena fazer.”

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Coordenador FabrĂ­cio Fernandino

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Transdisciplinares Oficinas de Iniciação

ALEGORIAS – O PROFANO E O SAGRADO Desenvolver projetos para alegorias em datas festivas, envolvendo a religiosidade local e as festas carnavalescas da cidade de Diamantina.

“A intenção era trazer essa formação aos nativos, às pessoas que cuidam das alegorias em Diamantina.”

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Professor Raul Belém Machado (BH)


Transdisciplinares Oficinas de Iniciação

CIRCO Criar novas possibilidades de expressão e comunicação, contribuindo para o desenvolvimento cultural, afetivo e social do aluno. Desenvolver, de forma lúdica, a consciência corporal do participante, por meio de dinâmicas que o auxiliem a expressar suas emoções e a perceber o espaço e o movimento cênicos. Favorecer a socialização, despertando o interesse pelo outro e pela cultura. Criar situações de aprendizagem nos atos de fazer, construir, observar, sentir e pensar, as quais possibilitem as construções coletivas e a ampliação de concepções de mundo.

Professores Clerinha Rocha (BH)(frase), Marcelo Castillo (Córdoba, Argentina), Jailton Persan (BH), Olívia Lima (BH), Rafael Pereira (BH)

“Superação de limites, força, aprendizagem debaixo de uma lona de suor e sorrisos.”

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Transdisciplinares Oficinas de Iniciação

TAPEÇARIA - ENTRE TRADIÇÃO E A MODERNIDADE Desenvolver projetos em arte de tapeçaria buscando referências na produção regional e ampliando os conhecimentos e a prática do grupo no âmbito das técnicas contemporâneas. (foto: Mendanha, MG)

“Descobrir a magia da transformação da fibra/matéria foi o principal objetivo desse encontro.”

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Professora Joice Saturnino (UFMG)


Transdisciplinares Oficinas de Iniciação

TÓPICOS EM PRESERVAÇÃO DE PATRIMÔNIO – workshop Desenvolver princípios de conservação de patrimônio envolvendo questões de composição material de bens culturais; vulnerabilidade de objetos, coleções, sítios e monumentos; gestão e integração com outras áreas de gerenciamento e patrimônio.

Professor Luiz A. C. Souza (UFMG)

“As questões de patrimônio cultural e natural têm que caminhar juntas. Se uma população mostra que está faltando uma preservação ambiental, com certeza existe uma falta, também, em relação ao patrimônio cultural.”

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Transdisciplinares Oficinas de Iniciação

ARTES E OFÍCIO - INSTRUMENTOS MUSICAIS PARA CONGADA E FOLIA Resgatar tradições culturais, por meio da confecção artesanal de tambores e caixas para Congada e Folia, estimulando a criatividade tradicional e preservando a cultura do povo mineiro. Além de aprender um ofício, os alunos poderão, por meio dos instrumentos confeccionados, estruturar os grupos folclóricos já existentes ou criar novos grupos.

“É uma coisa de pai para filho e hoje eu estou passando isso para quem tem boa vontade para poder aprender.”

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Professor Antônio Luiz de Morais (Minas Novas),


Transdisciplinares Oficinas de Atualização

CIRCO Acrescentar à formação de alunos já experientes na técnica circense, novos materiais e técnicas como mini-trampolim, lira, tecido marinho, malabares com fogo, acrobacia de grandes deslocamentos e aula de teatro para técnica circense.

Professores Clerinha Rocha (BH)(frase), Marcelo Castillo (Córdoba, Argentina), Jailton Persan (BH), Olívia Lima (BH), Rafael Pereira (BH)

“Havia um grupo de pessoas de Diamantina que buscava complementar sua formação circense durante o Festival. Então foi proposto este novo espaço na oficina, para que eles pudessem avançar.”

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Coordenador FabrĂ­cio Fernandino

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Híbridas

Oficinas de Iniciação

INTRODUÇÃO ÀS POÉTICAS DIGITAIS Fazer a releitura de formas poéticas mais antigas que possibilitem aproximações com a criação em meio digital. Breve história dos textos eletrônicos e da poesia eletrônica. Possíveis tipos de poesia digital. Ler e produzir poemas digitais.

Professor Alckmar Luiz dos Santos (UFSC)

“Descobrir diálogos entre poetas e programadores, associando palavra e tratamento e processamento de dados.”

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Híbridas Oficinas de Iniciação

ALEGORIAS,VÍCIOS E VIRTUDES NA ARTE DA MEMÓRIA Versar sobre a arte da Memória e suas principais manifestações visíveis: Capella degli Scrovegni (Padova),Teatro Olimpico (Vicenza), Sala dos Nove (Siena), dentre outras. Serão abordados estudos sobre a arte da memória e seu mito de origem, de Simônides a Giordano Bruno. Aprofundamento dos estudos sobre Francis Yeats, tratadistas e patriarcas como Santo Agostinho e Santo Inácio de Loyola. Aos participantes será solicitado um caderno de anotações e disposição para “escavar” na cidade os decorum, descobrindo mitos, emblemas e sinais da presença de alegorias na cultura de Diamantina e entorno. Será realizada uma série de anotações em desenho, colagem ou fotografia para posterior montagem de um teatro das reminiscências da cidade. “Esse é o grande trabalho intelectual do artista. Onde ele poderia criar uma imagem que não pudesse ser tocada por nada dessa pedagogia da memória? O estranhamento é a grande escapada. Não concordar com o que já foi feito.”

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Professora Maria do Céu Diel de Oliveira - (UFMG)


Híbridas

Oficinas de Iniciação

CABANA nº 8 - um projeto de Arte e Filosofia Oficina teórico-prática de Filosofia e História da Arte Contemporânea, na modalidade instalação, com base na produção plástica e intelectual do artista Rubens Espírito Santo. O resultado dessas reflexões será a construção conjunta de uma cabana de 400 cm X 400cm, com materiais coletados no local ou trazidos pelos participantes. A instalação pictórica terá uma parte externa e outra interna. Em seu interior, haverá objetos pessoais dos alunos, uma biblioteca de emergência, lousa contendo frases, referências, recortes e imagens, dentre outras criações artísticas.

Professor Rubens do Espírito Santo (SP)

“A pergunta é assim: o que te sustenta nesse mundo?”

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Híbridas

Oficinas de Atualização CINEMA DIGITAL INTERATIVO Produção coletiva de um curta-metragem concebido como uma obra não-linear interativa. A partir de um roteiro que será produzido coletivamente via web, os participantes da oficina, vão interagir com oficinas afins que trabalharão em conjunto (Literatura, Artes, Música, etc.), no sentido de produzir um curta totalmente digital. Captação, edição e exibição interativa em equipamento e ambiente digitais (uso das balizas do cinema: 24 quadros, tela wide screen etc.). No processo de produção do curta, serão discutidos os conceitos de imaginação digital e exploradas as possibilidades hipertextuais de elementos audiovisuais, numa perspectiva transdisciplinar.

“Aprofundamos o conceito de ‘cinema digital interativo’, produzindo, junto com os alunos, narrativas audiovisuais multilineares.”

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Professor Álvaro Andrade Garcia (BH) (foto), Lucas Junqueira (BH)


Híbridas

Oficinas de Atualização

POESIA, SOM E IMAGEM Articular poesia visual e poesia sonora por meio de sistemas interativos de computador. Objetos visuais digitais serão produzidos, a partir de fotos e pequenos vídeos captados em Diamantina ou de animações geradas em programas de autoração (Flash). Captado de sons cotidianos da cidade, o áudio será manipulado e reestruturado em função das possibilidades poéticas do material visual por meio de softwares de autoração (MAX/MSP). Serão construídas interfaces físicas de interação homem/máquina, a partir da plataforma de hardware Arduino para controlar o software.

Professor Jalver Bethônico (UFMG)(foto)(frase), Francisco Marinho (UFMG)

“Integrar artifícios de diversas linguagens através do computador, produzindo uma obra que seja polissígnica, que seja aberta à interação com o usuário: essa é nossa proposta.”

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projeto aulas abertas Em 2004, fui honrado com o convite do professor Fabrício Fernandino, então responsável pela Coordenação Geral do Festival de Inverno da UFMG, para auxiliá-lo na organização e produção desse festival que, inegavelmente, é um dos mais importantes eventos artísticos e culturais do país. Uma das razões desse convite foi, sem dúvida, a paixão explícita que sempre demonstrei pelo Festival, do qual já participava continuamente desde 1993, como professor e Coordenador de Área. Assim, apesar de preocupado com a complexidade da tarefa que me estava sendo proposta, a partir de 2005 passei a envolver-me intensamente com a criação de cada edição do Festival, com a principal função de contribuir no enfrentamento das dificuldades inerentes a um acontecimento de tão grande proporção e envergadura, em especial em um momento em que os indispensáveis patrocínios e apoios passaram a dividir-se entre os diversos eventos semelhantes que foram criados em Minas Gerais nos últimos anos. O trabalho como Subcoordenador Geral ofereceu-me uma visão geral do Festival e um contato diário com os problemas enfrentados pelas diversas áreas, merecedores da nossa especial atenção no sentido de evitá-los nas edições futuras. Nas reuniões dedicadas à avaliação do evento, promovidas tanto durante como após a sua realização, evidenciou-se um fato que chamounos bastante a atenção: de um modo geral, o envolvimento da comunidade de Diamantina com o Festival era bem menor que a nossa expectativa, principalmente no que se referia ao interesse em participar das oficinas. No contato com os diversos moradores,inclusive com aqueles que sempre trabalharam no Festival, percebi que, além de comentarem sobre a necessidade de se incrementar a divulgação do evento – principalmente por intermédio dos formadores de opinião da própria cidade –, havia um fator significativo que dificultava a aproximação entre o cidadão diamantinense e as oficinas: a crença de que o Festival tinha um caráter exclusivamente acadêmico e intelectualizado, o que exigiria do participante certa formação artística e cultural previamente adquirida. A oferta de oficinas de iniciação não parecia representar uma efetiva solução para o problema, tendo em vista que elas não eram significativamente procuradas pelos moradores de Diamantina. Assim, instigado pela questão, uma das minhas principais preocupações passou a ser o envolvimento da cidade com o Festival. Naturalmente, as minhas experiências anteriores, especialmente como professor no Festival, foram determinantes na busca de soluções para essa questão. Em todas as oficinas que ofereci, tanto na área de Artes Musicais quanto na de Artes Cênicas, sempre busquei um envolvimento com a cidade, uma vez que, desde o primeiro dia de aula, metade da carga horária era oferecida na rua por meio de intervenções em espaços públicos – e sempre tive como alunos muitos moradores da cidade, que diziam ter assistido, no ano anterior, as intervenções realizadas e

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que isso os havia estimulado a procurar a oficina. Durante a 38ª Edição do Festival, em 2006, Márcia Rocha e Rossilene Diana, da Coordenação Administrativa, se lembraram dessas intervenções, particularmente porque um dos locais sempre “invadidos” era a sala da Coordenação – o que permitia levar música e teatro à equipe que trabalhava o dia inteiro a serviço do Festival e, por isso, não podia visitar as oficinas. Assim, nesse ano, entusiasmado por essa lembrança, tive o primeiro impulso de propor a alguns poucos professores que, improvisadamente, saíssem da sala de aula por um momento e oferecessem “aulas públicas” pela cidade – que, sem dúvida, foram recebidas com muita satisfação pelas pessoas atingidas. Finalmente, outra constatação foi determinante para que essas aulas públicas fossem oficialmente incluídas na programação do Festival: diversas pessoas comentaram que faltava coragem para se matricular nas oficinas porque não tinham a menor idéia do que acontecia nelas. Ou seja, as oficinas, para elas, possuíam um caráter misterioso que mais os afastava do que atraía. Tudo isso me incentivou, então, desde as primeiras reuniões voltadas à organização do 39º Festival de Inverno da UFMG a propor para a equipe de criação o Projeto Aulas Abertas, com o principal objetivo de, no decorrer de todo o evento, oferecer ao público em geral – e em especial à população de Diamantina – a oportunidade de conhecer de perto, por meio da realização de aulas em espaços públicos, as atividades que as oficinas das diversas áreas promovem, de modo que as pessoas da cidade também fossem estimuladas a se inscrever nas oficinas em outras oportunidades. Para tanto, a seguinte condução foi adotada: os coordenadores de cada uma das seis áreas do Festival – então denominadas Artes Audiovisuais, Artes Cênicas, Artes Literárias, Artes Musicais, Artes Plásticas e Artes Transdisciplinares / Oficinas Híbridas – indicaram professores, dentre aqueles convidados para ministrar as oficinas, cujas propostas de trabalho mais se adequassem ao projeto. Esses professores foram contatados, informados dos objetivos do projeto e, imediatamente, prontificaramse em atendê-los, programando suas aulas de forma que uma delas fosse realizada em um espaço público. Para isso, foram selecionados diversos locais – praças, ruas, largos, adros e interiores de igrejas – que pudessem servir como cenários para as aulas abertas e que, preferencialmente, já contassem com a presença constante de pessoas – moradores, trabalhadores ou passantes. Mais ainda: foram estudadas as condições físicas de cada espaço, além de serem observados os horários do dia em que havia mais ou menos sombra, de modo que fosse escolhido, para cada professor, o espaço que mais se adequasse à atividade que seria realizada. Cabe destacar que não medimos esforços para recriar, no espaço público, o cenário da sala de aula, levando para as ruas, praças e igrejas cadeiras, mesas, quadros negros, cavaletes, pranchetas, telas de projeção e diversos equipamentos

de som, luz e multimídia – como se estivéssemos “tirando as paredes” da sala e revelando o seu interior. Nesse sentido foi fundamental a participação intensa e competente de Enedson Gomes, aluno do Curso de Teatro da UFMG, que trabalhou como monitor do Festival, cuidando especialmente da produção executiva das aulas abertas. Tendo em vista o caráter de novidade do projeto, buscamos diversas estratégias de divulgação, como a criação de banners, folders e cartazes que foram espalhados pela cidade. Entretanto, sentíamos a falta de uma ação mais direta e explícita, de modo que, a princípio, pensamos na contratação de um carro de som – o que se mostrou inviável, uma vez que a verba para tal não foi prevista. Assim, o poder que os movimentos artísticos têm de trazer à flor da pele a nossa capacidade criativa ajudounos a encontrar uma solução que, por sinal, foi a mais poética possível: com a inestimável contribuição da nossa querida Maria Bernadeth Gomes, que nos emprestou o seu megafone, foi incorporada ao Festival uma nova personagem – um arauto –, que passei a representar na abertura de cada aula, percorrendo os arredores do local onde a aula seria realizada, anunciando esse acontecimento e convidando todos a participar e a divulgar o projeto. Ao final do Festival, embora as aulas abertas tenham sido um projeto piloto, sujeito a todos os imprevistos e às dificuldades comuns a qualquer estréia, a nossa avaliação não poderia ter sido mais positiva. Além da certeza de termos alcançado os principais objetivos, as aulas abertas, ao desorganizarem o espaço cotidiano, propõem a re-significação desse espaço e contribuem para evidenciar a essência do Festival de Inverno da UFMG, que sempre buscou fazer com que a sua cidade-sede, em vez de apenas recebê-lo, transforme-se nele. Professor Ernani Maletta – Subcoordenador Geral e Coordenador de Eventos do 39ª Festival de Inverno da UFMG

Ficha Técnica Concepção e Coordenação Geral: Prof. Ernani Maletta (UFMG) Produção Executiva: Enedson Gomes Apoio Técnico: Ivanildo Lúcio dos Santos, José Oswaldo Álvares Andrade, Geraldo Henrique da Costa Agradecimentos: a todos os diamantinenses que cederam espaços, pontos de luz e contribuíram com empréstimos de materiais diversos. Em especial: Equipe de Produção de Eventos do 39º Festival de Inverno da UFMG; Ricardo Luís Santos e Rita Porto da Secretaria de Cultura de Diamantina; Boutique Cyrillo; Café A Baiúca; Locadora Mac Vídeo; IPHAN; Dona Ângela Miranda e Regina Maria Coelho, da Igreja do Amparo.


Artes Audiovisuais Inventário Imaginário - Profª Juliana Gouthier 17/07 – 10 horas – Adro da Matriz Criação Audiovisual – Prof. Jorge Haro 24/07 – 10 horas – Pátio Leopoldo Miranda Artes Cênicas Dança: Copo e Consciência – Arnaldo Alvarenga 16 a 20/07 – 18 horas – Auditório do Colégio Diamantinense Dança – Teatro – O Corpo Tecendo Ações – Tarcísio Ramos Homem 18/07 – 9 horas – Adro da Igreja São Francisco O Palhaço e a Utilização Cômica do Corpo – Ricardo Puccetti 26/07 – 11 horas – Adro da Matriz Match de Improvisação – Mariana Muniz 27/07 – 16 horas – Adro da Matriz

Artes Literárias Criação Literária: Grafias e Fotografias Urbanas – Gustavo Cerqueira Guimarães -18/07 – 17 horas – Rua da Quitanda O Jogo Ideal como Experimento Lítero-Performático – Michel Mingote 20/07 – 18 horas – Rua da Quitanda Escrever sem Doer e com Arte – Ronald Claver 24/07 – 16 horas – Praça Bom Fim

Artes Plásticas Turista Aprendiz na Cidade Invisível – Paulo Schmidt 20/07 – 16 horas – Adro da Igreja São Francisco Técnicas de Estamparia Têxtil – Paulo André 26/07 – 14 horas – Adro da Igreja São Francisco Impressões Corpóreas/Oficina de Serigrafia – Tânia Araújo 27/07 – 9 horas – Pátio do Colégio Leopoldo Miranda

Artes Musicais Paisagem Sonora, Gravação, Composição – Rafael Martini 17/07 – 16 horas – Praça Bom Fim Sou todo Ouvido – Heloisa Feichas 19/07 – 14 horas - Adro da Matriz Música Universal de Itiberê Zwarg – Itiberê Zwarg 25/07 – 15 horas – Igreja do Rosário

Artes Transdisciplinares/Híbridas Alegorias,Vícios e Virtudes na Arte da Memória – Maria do Céu Diel de Oliveira

19/07 – 9 horas – Igreja Amparo Circo – Clerinha Rocha 23/07 – 15 horas – Pão de Santo Antônio Tópicos em Preservação de Patrimônio – Luiz Souza 25/07 – 14 horas – Igreja do Amparo

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INVENTÁRIO IMAGINÁRIO / ARTES AUDIOVISUAIS Juliana Gouthier e Marília Bérgamo

DANÇA-TEATRO - O CORPO TECENDO AÇÕES / ARTES CÊNICAS

MATCH DE IMPROVISAÇÃO / ARTES CÊNICAS Mariana Muniz

O PALHAÇO E A UTILIZAÇÃO CÔMICA DO CORPO Ricardo Puccetti

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Tarcísio Ramos Homem


CRIAÇÃO LITERÁRIA: GRAFIAS E FOTOGRAFIAS URBANAS Gustavo Cerqueira Guimarães

ESCREVER SEM DOER E COM ARTE Ronald Claver

O JOGO IDEAL COMO EXPERIMENTO LÍTERO-PERFORMÀTICO Michel Mingote

MÚSICA UNIVERSAL DE ITIBERÊ ZWARG Itiberê Zwarg

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PAISAGEM SONORA, GRAVAÇÃO E COMPOSIÇÃO Fernando Braga, Rafael Martini e Fábio Wanderley Janha Sousa

SOU TODO OUVIDOS Heloisa Feichas

IMPRESSÕES CORPÓREAS – OFICINA DE SERIGRAFIA Tânia de Castro Araújo

O DESENHO DE SUPERFÍCIE – TÉCNICAS DE ESTAMPARIA TÊXTIL Mateus Gomes Pedrosa e Paulo André Ferreira de Souza

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TURISTA APRENDIZ NA CIDADE INVISÍVEL Paulo Schmidt

CIRCO Clerinha Rocha

TÓPICOS EM PRESERVAÇÃO DE PATRIMÔNIO Luiz A. C. Souza

ALEGORIAS,VÍCIOS E VIRTUDES NA ARTE DA MEMÓRIA Maria do Céu Diel de Oliveira

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Coordenador de Eventos Ernani Maletta

Coordenador de Programação Cultural Sérgio Renato Diniz Araújo

Produtora Executiva Rosângela da Silva Santos

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NO BAILE Direção: Simone Ordones e Glicério Rosário

MUITO BARULHO POR QUASE NADA GRUPO DE TEATRO CLOWNS DE SHAKESPEARE

ITIBERÊ ZWARG QUINTETO

O CASAMENTO DO PEQUENO BURGUÊS GRUPO DE TEATRO CLOWNS DE SHAKESPEARE

RODA CHICO GRUPO DE TEATRO CLOWNS DE SHAKESPEARE

TRANSTORNA COMPANHIA DE DANÇA DO PALÁCIO DAS ARTES

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ESPETÁCULO - MATCH DE IMPROVISAÇÃO LPI-BH

SHOW - SOUL BRASILEIRO BANDA IUKERÊ

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MOSTRA FINAL - IMPRESSÕES CORPÓREAS

SHOW - SUÍTE PARA OS ORIXÁS ESDRAS NENÉM E MAURO ARAÚJO E QUARTETO

SHOW - JUAREZ MOREIRA TRIO

MOSTRA FINAL - O VIOLÃO E A HARMONIA JUAREZ MOREIRA


CUMA BANDA SOMBA

SHOW “Piano e Voz“ NÁ OZZETTI E ANDRÉ MEHMARI

CONCERTO - PALESTRA A SAGA DO BANDONEON RUFO HERRERA

SHOW - SCARCÉUS

UM HOMEM É UM HOMEM GRUPO GALPÃO

SARAU ARTE MIÚDA

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PORQUE TÃO SOLO - MARCENARIA

NARRAR O TRAUMA MÁRCIO SELIGMANN-SILVA

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MOSTRA FINAL O JOGO IDEAL COMO EXPERIMENTO LÍTERO-PERFORMÁTICO

MESA REDONDA OI - ARTE ETECNOLOGIA Arlete Gonçalves

entrevista JOÃO GILBERTO NOLL

FÁBULAS GRUPO DE TEATRO CLOWNS DE SHAKESPEARE

DIMENSÃO DA ARTE E CONSTRUÇÃO DAS IDENTIDADES - ALCIONE ARAÚJO

INTERVALO TRANSITIVO RUBENS MANO


ENCONTRO LITERÁRIO - BIBLIOTECA ANTÔNIO TORRES

PALESTRA DA ÁREA DE ARTES PLÁSTICAS Lincoln Volpini e Laura Belém

MOSTRA DE FILMES DO DIRETOR CAO GUIMARAES

AS FRONTEIRAS DE POLYPHILO ALBERTO PÉREZ-GÓMEZ

POESIA COM CACHAÇA - ESPAÇO

A VANGUARDA NA CRIAÇÃO POPULAR ARGENTINA DANIÁN RODRIGUEZ-KESS

ARQUITETURA EFÊMERA E TEATRO URBANO Louise Pelletier

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LA SCARPETTA - RICARDO PUCCETTI LUME TEATRO

INSTALAÇÃO - POLYPHILO REVISITADO

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HYGIENE GRUPO XIX DE TEATRO

NOITE ELETRÔNICA

CIRCO DO LIXO projeto “Cine Horto Pé na Rua”

EXPOSIÇÃO - DA PEDRA AO BARRO


REIS DO CHORO

EXPOSIÇÃO - VESTÍGIOS

MOSTRA DAS OFICINAS DE ARTES LITERÁRIAS

EXPOSIÇÃO - PASSAGENS

GRUPOS FOLCLÓRICOS REGIONAIS DIAMANTINA

RYTHMETRON MINIMAL 60 Projeto Primeiros Passos

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semana da saúde

“A área da saúde tem essa força e essa peculiaridade de estabelecer uma relação muito importante com a população de Diamantina.”

ana starling Coordenadora da semana de saúde

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“O mais interessante é que não atingimos apenas a população de Diamantina, mas a das cidades em volta também!”

Paula cambraia Coordenadora da semana de saúde

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Dia 15 de julho – domingo 17h Abertura oficial do 39º Festival de Inverno da UFMG 18h Abertura da exposição “Da pedra ao barro – memória arqueológica do Vale do Jequitinhonha” 19h30 Apresentação de grupos culturais da região: “Chula”, de São João da Chapada; “Marujada”, de Couto de Magalhães de Minas, de Diamantina, de Felício dos Santos e de São Gonçalo do Rio Preto 21h “Sarau – Arte Miúda” Dia 16 de julho - segunda-feira 15h “Show Medicina” - Grupo GRUTAA – Grupo Teatral Acadêmicos Amestrados 18h Abertura da exposição “Paisagens” 19h30 Palestra: “Narrar o Trauma. Escrituras híbridas da memória do século XX” com Márcio Seligmann-Silva, professor do Departamento de Teoria Literária da UNICAMP. 21h “Show Scarcéus” Dia 17 de julho – terça-feira 11h “Show Medicina” - Grupo GRUTAA – Grupo Teatral Acadêmicos Amestrados 18h Mostra de filmes Cao Guimarães – “Acidente - (2006, 72 min)” com apresentação do músico e responsável pelas trilhas dos filmes, Marcos Moreira Marcos – ‘Canário’. 18h30 Palestra: “A vanguarda na canção popular argentina. A música de Liliana Herrero” – Parte 1 com o professor Damián Rodriguez-Kess, diretor de cultura da Universidad Nacional del Litoral – Santa Fé, Argentina 19h30 “Orquestra Lobo de Mesquita” - Regência: Ricardo Luís Ribeiro 21h “Um Homem é um Homem” - Grupo Galpão Dia 18 de julho – quarta-feira 18h Mostra de filmes Cao Guimarães – “Rua de Mão Dupla - (2002, 75 min)” 18h Abertura da exposição “Vestígios – arqueologia histórica de Irapé” 18h30 Palestra: “A vanguarda na canção popular argentina. A música de Liliana Herrero” – Parte 2 com o professor Damián Rodriguez-Kess, diretor de cultura da Universidad Nacional del Litoral – Santa Fé, Argentina 19h30 Palestra: “Intervalo transitivo”. com Rubens Mano – arquiteto e urbanista, mestre em poéticas visuais pela ECA/USP. 21h Natura apresenta: “Juarez Moreira Trio” - Lançamento do CD “JUÁ” Dia 19 – quinta-feira 15h30 “Hygiene” - Grupo XIX de Teatro 18h Mostra de filmes Cao Guimarães - “A Alma do Osso - (2002, 75 min)” 18h30 Entrevista com o escritor João Gilberto Noll 19h30 Palestra: “A programação cultural da Universidad Nacional del Litoral como objeto de discussão para a integração regional” com o professor Damián Rodriguez-Kess, diretor de cultura da Universidad Nacional del Litoral – Santa Fé, Argentina 20h Mesa-Redonda OI – Arte e Tecnologia - com Adriana Galuppo, Arlete Gonçalves e Shirley Costa 21h30 “Muito Barulho por Quase Nada” - Grupo de Teatro Clowns de Shakespeare. Dia 20 – sexta-feira 10h30 “Hygiene” - Grupo XIX de Teatro 18h Mostra de filmes do diretor Cao Guimarães 19h Palestra da Área de Artes Plásticas 21h “Roda Chico” – Grupo de Teatro Clowns de Shakespeare Dia 21 – sábado 18h Mostra “Sertões: (de novo) o novo” 18h 21h30

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“Por que tão solo?” - Marcenaria – Centro de Criação Cênica “Transtorna” - Cia.de Dança do Palácio das Artes

Dia 22 – domingo 11h “Fábulas” - Grupo de Teatro Clowns de Shakespeare 18h Mostra “Sertões: (de novo) o novo” 19h30 Abertura da instalação: “Polyphilo Revisitado – Uma Epifania Erótica da Arquitetura” 21h “O Casamento do Pequeno Burguês” - Grupo de Teatro Clowns de Shakespeare Dia 23 – segunda-feira 18h Mostra “Sertões: (de novo) o novo” 18h30 Concerto-palestra: “A Saga do Bandonéon” com Rufo Herrera 19h Abertura da exposição “Passagens”. 20h “Match de Improvisação” - LPI-BH (Liga Profissional Internacional de Improvisação de Belo Horizonte) 21h30 “Encontro Literário” participam os escritores Antônio Carlos Fernandes, Carmen Dulce, Ernani Maletta, Fábio Martins, Fernando Pedro, Josefina Murta, Marília Andrés, Patrícia Franca,Vera Casa Nova, Wander Conceição, a jornalista Camila Ferreira Diniz, do Suplemento Literário de Minas Gerais e Daniel Antônio, apresentador do programa Livro Aberto, da Rede Minas de Televisão. 21h30 Abertura da exposição: “Pré-história no Brasil – Fotografias de Bernardo Magalhães” Dia 24 – terça-feira 16h “No Baile” 19h30 Palestra:“As fronteiras de Polyphilo: alternativas para um habitar nômade” com Alberto Pérez –Gómez, professor de teoria e história da arquitetura da Universidade McGill- Montreal, Canadá 21h “Itiberê Zwarg Quinteto” 22h “Noite da Poesia com Cachaça” com Ronald Claver Dia 25 – quarta-feira 16h Espetáculo “Circo do Lixo” 18h Mostra “Sertões: (de novo) o novo” 19h30 Palestra: “Arquitetura efêmera e teatro urbano” com Louise Pelletier – professora de design da Universidade UQAM- Montreal, Canadá 21h “Soul Brasileiro” – show com banda Iukerê Dia 26 – quinta-feira 11h Abertura: “Mostra de Arte Eletrônica” 18h Mostra “Sertões: (de novo) o novo” 19h Palestra da Área de Artes Plásticas 19h “La Scarpetta” - Ricardo Puccetti – Lume Teatro 20h e 22h Show “Ná Ozzetti e André Mehmari” 21h “Rythmetron Minimal 60” - Projeto Primeiros Passos 21h30 Show “Reis do Choro” Dia 27 – Sexta-feira 11h30 Workshop com os integrantes da Suíte para os orixás 18h Mostra “Sertões: (de novo) o novo” 19h Palestra: “Dimensão da arte e Construção das Identidades” com Alcione Araújo, escritor e dramaturgo. 19h Palestra da Área de Artes Plásticas 20h Lançamento do filme “40 Invernos” - Direção: Evandro Lemos e Sérgio Vilaça 21h30 Natura apresenta : “Suíte Para os Orixás” - Esdras Neném Ferreira – Mauro Rodrigues & quarteto 22h30 “Noite eletrônica” Dia 28 - Sábado 18h Mostra “Sertões: (de novo) o novo” 20h Natura apresenta: “Cuma?” - Banda Somba


(*) Listagem dos filmes a serem exibidos na mostra “Sertões: (de novo) o novo”. A agenda de exibição será divulgada na secretaria do festival, na portaria do anfiteatro da UFVJM e também no boletim diário.

MOSTRA “SERTÕES: (DE NOVO) O NOVO” A mostra “Sertões: (de novo) o novo” tem como objetivo exibir as novas imagens dos sertões do Brasil. Sertões estes aqui entendidos em um sentido amplo, que os distende por toda parte do Brasil (cidades, desertos, periferias) e que parece tentar fazer, destas margens, estas bordas da experiência moderna brasileira, seu tema central. * Céu de Suely (Karim Ainoüz. 2006, 88 min., ficção) A história de Hermila, uma jovem de 21 anos que nasceu em Iguatu, cidade cravada no sertão cearense, de calor causticante e vastos céus azuis. Uma cidade que, para a maior parte das pessoas, é um lugar de partida. * Baixio das bestas (Cláudio Assis. 2007, 80 min., ficção) Uma pequena comunidade vivendo sob a decadente moral da cultura latifundiária. Pequenos centros urbanos que cercam o nosso vilarejo irradiam a idéia de futuro. Uma tosca idéia de possibilidades. Um pobre conceito de riqueza. * Serras da desordem (Andrea Tonacci. 2006, 135 min., documentário) Um índio nômade foge de uma armadilha e passa dez anos percorrendo o Brasil. Após ser capturado, ele se torna o centro de uma polêmica entre antropólogos, que divergem sobre sua origem. * Estamira (Marcos Prado. 2005,115 min., documentário) Documentário sobre Estamira, uma senhora de 63 anos que, morando sozinha num barraco em Campo Grande (RJ), reencontra aos poucos uma razão para viver, trabalhando no lixão do Jardim Gramacho. * O quadrado de Joana (Tiago Matta Machado. 2007, 90 min., ficção) Esta é a história de um jovem casal. Eles sabiam o que queriam, tinham as idéias claras. No entanto, enganavam-se, estavam se perdendo. Um tanto livre, o filme vaga pelas ruínas de uma cidade em vias de desaparecer. SESSÃO DE CURTAS (VÁRIOS, 108 MIN.) * Passadouro (Torquato Joel. 1999, 10 min., documentário) Documentário sobre as transformações culturais ocorridas no sertão nordestino com a chegada de novos meios de comunicação e de novas tecnologias. * A Canga (Marcus Villar. 2001, 12 min., ficção) No meio de uma lavoura seca, Ascenço Teixeira obriga a mulher, os filhos e a nora a colocar nos ombros uma canga de boi para trabalhar. Fora de si, o velho perde o controle da situação e a família reage. * História da eternidade (Camilo Cavalcante. 2003, 10 min., ficção) Exercício visceral que expõe, sem concessões, a eterna tragédia humana a partir de uma ambiência sertaneja. Tratase de um (falso) plano-seqüência, onde se passa tudo de que o ser humano é capaz, desde trucidar seu semelhante brutalmente até inventar a arte para libertar seus sonhos. * Sertão de acrílico azul piscina (Karim Aïnouz, Marcelo Gomes. 2004, 26 min., documentário-devaneio) Uma viagem como filme; um filme como devaneio pelo sertão brasileiro. Lugares remotos revelam tradições e costumes de uma paisagem brasileira que é, ao mesmo tempo, primitiva e contemporânea, regional e globalizada. * Rapsódia do Absurdo (Cláudia Nunes. 2006, 16 min., documentário) Documentário poético sobre dois marcantes episódios de luta pela terra no campo e na cidade, no interminável conflito entre a propriedade privada e os pobres de todo o mundo. * Um Fazedor de Filmes (Arthur Lins e Ely Marques. 2006, 20 min. , documentário) Em meio a mortes perversas, vinganças, cenas de humor e um grande saque, os moradores de Soledade se encontram na praça para assistir à nova produção do cineasta amador Ivanildo Gomes. * Joyce (Caroline Leone. 2006,14 min, ficção) Joyce mora numa periferia de um grande centro urbano. Com 12 anos, sonha com o amor, com a felicidade e em ser uma das dançarinas da tv. Certa noite, sai com sua irmã Larissa e encontra, por acaso, o rapaz por quem está apaixonada. Ela decide entregar a ele sua carta de amor.

CORTEJO - CAMINHO DE TODOS OS SANTOS - MARCELO BRANT

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entrevistas

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Itiberê Zwarg O que é a Música Universal de Itiberê Zwarg? A Música Universal de Itiberê Zwarg é a minha visão da universalidade que veio para esse mundo com o meu grande mestre Hermeto Pascoal. Ele trouxe essa qualidade que é a música sem preconceitos de estilo, de cores, de matizes. Tudo, desde que seja colocado de forma bonita, harmoniosa, é válido. A gente toca tango, chachado, forró, baião, rock, música clássica, romântica, moderna, contemporânea, os nomes que quiserem dar! Tudo o que já pintou e pode pintar na nossa música. Tanto tocar quanto compor é uma criação. Você está criando e se deixando levar pelo que vem e pelo que você sente. Só que tocar é em tempo real. E a composição não necessariamente, você pode fazer de pedacinho em pedacinho. Então não tem uma regra para compor e para criar, entende? Vem e a gente coloca. Aí, o arranjador é quem chega logo após e coloca as coisas nos lugares, as pequenas coisas, os detalhes. É mais ou menos esse processo. A Música Universal por Itiberê Zwarg é a minha visão disso, que não é igual à do Hermeto. Ele tem o jeito dele, a visão dele disso, mas de qualquer forma, a Música Universal foi trazida para o mundo por ele. E eu me orgulho muito de poder participar dessa tribo grande que nós chamamos de universal. Eu assisti um dia a um pedaço da sua oficina. Como funciona a dinâmica? Você senta no piano, desenha a idéia e os outros instrumentos vão entrando e compondo? Pode ser no piano, pode ser com a boca... “Corpo presente” foi um termo que eu criei para explicar, porque isso é muito complicado. Muita gente olha e pensa que é uma composição coletiva, mas não é assim. Eu é que estou compondo. Agora, eu estou me utilizando dos músicos todos presentes. E a intenção dessas oficinas é não ter partitura para que a gente lide só com o som. Eu passo para o companheiro que está do lado uma melodia, por exemplo. Ele toca, eu vou escutando e falo:“continua tocando, fica repetindo porque eu vou criar em cima de sua melodia uma outra coisa que tem a ver com isso”. Aí coloco uma segunda coisa. Mando os dois tocarem, vou ouvindo e coloco uma terceira coisa. Então é uma casa, tijolinho por tijolinho, a

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gente vai construindo até acabar. É uma suíte, uma coisa grande, de retalhos, uma mescla de vários matizes que apresentamos no final. É mais ou menos assim que acontece. Você tem que ir escutando cada aluno para saber tirar o máximo de cada um, não é? Exatamente. Muitas vezes a gente convive com níveis diferentes de desenvolvimento musical. Eu faço sempre assim: quem pode mais, toca mais e quem pode menos, toca o que pode. Sempre um pouco mais para puxar aquela pessoa, para ela se sentir motivada a ter que estudar aquilo para poder tocar. E isso passa a ser uma motivação muito grande. Eu deixo essas direções todas, converso muito com eles sobre a postura perante a música, a importância que tem a qualidade da escuta.A gente acha que tem uma escuta legal, mas no fundo ela é muito deficitária. Escutamos nós mesmos, mas não conseguimos escutar o que está fora. E quando você propõe uma coisa, essa proposta está fora. Sai de mim para eles e eles têm que ouvir o que eu estou propondo, não o que a cabeça deles está achando que é. E têm que ter muita atenção para pegar exatamente aquilo que está sendo proposto e isso é um treino maravilhoso e, no começo, meio difícil para alguns. Muito difícil!

muito mais energia do que se tivesse ficado distraído com outras coisas, com outras músicas. Você se considera autodidata? Porque eu sei que você aprendeu com seu pai... Praticamente, aprendi com muito pouca teoria. Fui aprendendo assim, autodidata é aquele que não teve professor, não é? Eu tive vários professores, mas não foram professores de escola, eu fui aprendendo meio que na raça. Conversei esses dias com Rufo Herrera e ele me falou da característica do autodidata que o músico precisa ter, de pegar uma coisa que já existe e não reproduzir aquilo, e sim pensar como você pode se colocar naquela música. E percebi muito isso no seu show com o Itiberê Zwarg Quinteto. Exatamente, você tem a essência lá, mas ela está permeada de uma universalidade e é isso mais ou menos o que a gente fez com todas aquelas músicas. É uma proposta mesmo.

Pedir para o músico sair dele e olhar para o outro.

E tanta gente talentosa tocando junto, não dá trabalho? Não tem hora em que acaba rolando um duelo de talentos?

Ele não consegue porque já está com alguma coisa na cabeça. Eu falo: “Zera! Zera e começa de novo. Não é isso. Olha que é diferente disso!”, aí ele presta mais atenção e pega. “Está vendo?” A gente acha que tem uma qualidade de escuta e percebe depois que, na realidade, ela ainda está um pouco baixa, precisa ser treinada. E só isso aí já é uma grande direção. Tem outras também. Quando acaba a oficina, por exemplo, todo mundo começa a tocar um monte de músicas que não têm nada a ver com aquilo. Eu falo “Não! Pára, pára, pára! Fica com isso na cabeça, cara. O prêmio é esse e você vai tirar da sua cabeça? Agora a gente sai daqui e vai para casa imaginando tudo aquilo que aconteceu”. Porque a música começa num plano espiritual mesmo, você não pega a música, ela está dentro da alma da gente, na idéia, na imaginação. Então você fica imaginando, lembrando o que aconteceu na oficina e aquilo vai ficando cada vez mais forte dentro de você. No dia seguinte, você vai tocar aquilo com

Essa é uma boa pergunta porque me dá a oportunidade de falar! A música nos dá uma oportunidade maravilhosa e o grande duelo que deve ser travado é de nós com nós mesmos. Esse é o grande duelo. Não é contra o seu parceiro, ele é seu parceiro! Vocês vão tocar juntos, vai ser um bate-bola, ele chuta pra cá, você chuta pra lá, ele te deixa na cara do gol, você faz o gol. Da próxima vez, é você que dá para ele fazer o gol... Isso é parceria! Isso é maravilhoso. Agora, o grande adversário é a gente mesmo. E a vaidade. Se ela se exacerba, aí sim começa uma briga de você contra os outros porque seu ego fica grande demais. E quando o ego fica grande, a primeira coisa que acontece é você parar de aprender. Eu sempre falo que o humilde não é aquele cara quietinho, que não faz nada, para quem está tudo bom... Não é assim não! O humilde é aquele que não pára de aprender, entende? Ele sempre acha que tem o que aprender ainda. Ele nunca acha que é melhor que os outros. É um malandro, na


verdade, é um grande malandro (risos). E o cara que já está cheio de pose, esse parou já. Mesmo que ele esteja lá no alto, ele parou! E eu me recuso a entender que música acaba. É infinito e, se é infinito, quem é que sabe tudo? Não, não vejo ninguém que sabe tudo. Eu sei quem sabe muito. Agora, tudo? Você vai na casa do Hermeto, que para mim é uma referência de quem sabe muito, mas muito mesmo, e vê os instrumentos sempre querendo mais, sempre aprendendo. É fantástico, é uma aula de um mestre. Então é isso, nós estamos como parceiros mesmo e quando não funciona muito bem é porque tem algum problema dessa ordem. Tem que existir até um preparo, não? Porque com tantos elogios, tanta gente achando bom... É difícil. Quanto melhor você faz, mais você tem que estar ciente dessa humildade. Olha, é um risco que todos nós corremos. E eu digo sem exceção. A gente tem que estar sempre dominando isso, senão isso te domina. “Ou você me domina ou eu vou te dominar”, isso é a vaidade falando com a gente. “Cuidado comigo que eu chego e posso te arrasar”, entende? Eu fiquei curiosa para entender o processo quando vi o show. Como é? Vocês ensaiam uma música e lá na hora cada um vai jogando a bola para o outro, ou não tem ensaio? Improviso não se ensaia. Não se faz em casa. Improviso é improviso, é na hora! É como um repentista que não tem frase feita, o que é raro. A maioria já tem todas as frases prontas, qualquer rima que você soltar, eles já têm uma frase toda prontinha! Na música existe isso também. Tem gente que já tem um monte de frase pronta, e quando jogam aquele acorde, o cara já sabe qual é. Lá no Quinteto a gente briga muito por isso, o improviso tem que ser verdadeiro. E para isso você tem que dar a sua cara a tapa. É pisar em ovos. A música tem tempo real, ela vai caminhando, ela não espera você acertar. Se você acertou, acertou, se não, não pega mais. Isso faz com que a adrenalina suba milhões de pontos! Então, a gente ensaia a música, eu re-harmonizo, faço uma outra roupa para a música, a gente ensaia esse arranjo. Em Autumn Leaves, por exemplo, o clima é completamente diferente

do original e até de algumas versões de jazz que já foram tocadas por aí (faz os sons com a boca). É tudo meio espacial assim! Então o solista assume aquilo como se ele estivesse representando um personagem porque música é teatro. Você tem que vestir a sua roupa e fazer seu personagem, viver aquilo intensamente. Improviso é isso, é você vestir aquele personagem harmônico, rítmico, temático no sentir, não no pensar. Porque não dá tempo de pensar, só a intuição tem a rapidez e o reflexo necessários para você interagir em tempo real com uma coisa dessas. Podemos falar da sua música como uma música híbrida? É misturada, com certeza, porque é a Música Universal que se propõe mesmo a misturar. É interessante porque na música erudita sempre teve essa divisão entre clássica, romântica e moderna. Como na pintura, nós também vivemos essas épocas que foram mais ou menos divididas dessa forma. E a Música Universal contém tudo isso. Tem momentos em que parece que você está no século XV e, de repente, ela fica tão maluca que parece que você está em outro planeta. Quer dizer, essas coisas conseguem conviver num mesmo contexto. É uma viagem no tempo...

para chegar lá de barco você levava um mês. Caramba! Hoje é tão rápido! E o computador, essa coisa da informática, da comunicação, faz com que você tenha tudo a seu dispor. As misturas são uma realidade, a gente está vivendo isso. E nós somos contemporâneos desse fenômeno, desse tempo. Amanhã vamos ter um outro contemporâneo e outros fenômenos que estarão acontecendo no amanhã! Então, dessa forma, acho que é possível falar sobre o contemporâneo. Por não lidar necessariamente com palavras e ser mais do que isso, você acha que a música ultrapassa mais barreiras? A música é uma linguagem da alma, não é? Porque existem outras, mas essa é uma das mais importantes do mundo em que a gente vive hoje porque a gente consegue se comunicar sem interferência. É alma! Ela tem esse poder. E num mundo que está tão tecnológico, tão burocrático, a gente poder viver essa coisa da música dá uma clareza! É muito importante para o ser humano nesse momento viver cada vez mais a música. O mundo precisa de música, precisa dos músicos! E a música é uma coisa muito séria. Ela fica além dos conceitos. Não temos que ficar pensando muito, é só sentir. É relaxar e viajar. Deixar ela ser imaginação.

Sim, sim. E tem horas que fica melódico, parecendo aquela coisa romântica de Chopin, que é bonito também, então porque que você não vai fazer aquilo? Só porque “eu sou contemporâneo” ou “eu sou barroco”? Não! Vamos ser tudo! Cada momento é uma coisa. Você acha que dá para falar em música contemporânea? Porque uma vez eu vi uma palestra de alguém que achava um absurdo falarmos em arte contemporânea porque ainda não temos o distanciamento cronológico necessário para classificar nossa arte em um grupo. Talvez ele tenha razão em alguns aspectos. Mas, então, não se pode falar nada, entende? Contemporâneo não é o que a gente está vivendo agora? Quer ver como o mundo está cada vez mais híbrido? Hoje, as distâncias diminuíram, a aviação faz com que daqui a 10, 12 horas você esteja na China! Antigamente,

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João Gilberto Noll Você vê a literatura como um acontecimento, como um ritual. O que é esse ritual do qual você fala? Eu sou de uma geração em que se cobrava muito do escritor que tratasse do político, do social do seu momento. De uma certa forma, eu, nesses anos todos, comecei a sentir que a literatura que me fazia bem, que era realmente produtiva, era aquela que estava expressando uma coisa que fosse um evento. Que não fosse apenas o retrato mais ou menos automático do cenário social, mas que realmente convidasse o leitor... Paixão, paixão. Talvez porque eu tenha tido uma infância muito ligada aos ritos católicos – hoje eu não tenho mais religião, eu sou ateu. Mas, quer dizer, isso ficou muito da infância, a necessidade de dilatar um pouco o instante para poder sobrevoar o relato ficcional. Então os meus personagens sempre chegam a um determinado ponto no qual eles realmente se transfiguram ou têm uma visão transfigurada das coisas e, geralmente, isso eu chamaria de rito, de um momento especialíssimo, de um momento que restaura certo panorama edênico, uma certa graça que foi perdida. Um momento catártico? Eu acho que sim, eu acho que sim. Catártico tanto pro leitor quanto pro próprio autor. Tanto na hora de escrever, quanto na hora de ler. Você acha que a literatura ainda proporciona isso? Eu sinto muito isso, por exemplo, na Clarice Lispector, de quem eu sou um amante inveterado. Em seus contos, ao final deles, principalmente, existe uma epifania, um momento litúrgico, que restaura a graça perdida, que dilata a perspectiva das coisas, a percepção do real. Uma dádiva, não é? O Festival nesse ano trouxe a peça Um homem é um homem, do Grupo Galpão, que fala muito dessa questão da transformação, do homem montável e desmontável. Como é que você vê a literatura e essa transformação?

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Quando eu era muito jovem, as pessoas viam a literatura com um papel instrumental que eu não vejo hoje. Ela foi instrumentalizada para outros fins que não ela própria. Mas ela transforma alguma coisa dentro do leitor, re-humaniza. Eu acho que a literatura, e a arte de um modo geral, vêm re-humanizar. Acho, principalmente, que a literatura deve ser muito comprometida com o indivíduo. Num mundo tão massificador como o que nós vivemos – e põe massificador nisso –, os meios de comunicação eletrônicos, o computador, etc, levam a uma atrofia do indivíduo. Então, a literatura chega, pelo menos a minha literatura – não estou dizendo que todo escritor tenha essa percepção da coisa, mas é a minha percepção – quer dizer, a literatura realmente vai, digamos, tentar dilatar a realidade, dilatar a dimensão humana, a dimensão do indivíduo. Até porque a fruição, a percepção da literatura é feita geralmente por uma pessoa sozinha, em sua solidão, não é? E ela é, mais ou menos, uma co-produtora do autor, eu acho. A literatura tem essa coisa fantástica que é, justamente, haver uma co-produção do leitor com o autor. Como se fossem lacunas. Isso, as lacunas são preenchidas. E realmente a imagem que o leitor tem daquele quadro deve ser, claro que é, extremamente diferente das imagens internas que levaram o autor a escrever aquilo. E como é o seu processo de escrever? Eu sou um sujeito que teve formação musical. Então eu não sou um autor de temas, de conteúdos. Eu sou realmente arrastado pelos movimentos musicais. Quando termina é que eu vou ver qual é o assunto. É uma forma muito compulsiva de escrever. Tanto isso é verdade, que a última coisa que eu escrevo nos romances é o início, e eu vou te explicar por quê. Porque eu sou um escritor de linguagem, não de conteúdos. Claro, eu não sou formalista, também não vou querer fazer algo sem significado. Mas quem vai instaurar o significado é a linguagem. Então, a primeira coisa que eu faço é começar a escrever e numa determinada hora eu sinto que encontrei um ponto que eu queria. E nem sabia que queria; se soubesse, não escreveria esse livro. Então eu encontro a narrativa e vou até o fim. E quando termino de

escrever a narrativa, eu volto para o início para refazê-lo e tirar aquilo que era puro aquecimento, puro tatear. Aí eu escrevo o início que se coadune com o resto. Quer dizer, é a linguagem que vai abrindo caminho para mim. Eu sempre penso que a linguagem para mim seria um nadador nadando peito, que vai realmente desbravando. Você acha que dá para falar de uma literatura contemporânea? Eu acho que dá para falar, sim. É um exercício... A gente lê aí, pra todo lado tem os sinais. Esses sinais às vezes se apagam, às vezes ficam muito apagados pela repetição. É uma visão muito automática, é assim, assim, assim e ponto final. Então, o que resta para o artista é tentar realmente tirar sentidos do mundo, instaurar novos. E ninguém faz isso tão bem quanto a produção artístico-literária. Na literatura o cara trata com as idéias. E o artista trata da alma humana, espiando o real, mas também refazendo esse real. Ele tem muita pressa. Eu acho que a pressa é um dado muito importante desse momento, a gente vive muito essa pressa com a questão da internet, do mundo hoje... Enfim, eu trabalho muito com a questão da ansiedade. No meu próprio estilo isso está refletido. Eu estou num momento de escrever muito sem parar, uma frase imensa, duas, três páginas sem ponto. O que faz isso é a ansiedade, é a sede de simultaneidade, é querer dizer tudo numa frase só. O autor quer fugir do ponto, como se o ponto fosse a morte. O que eu faço, outros escritores também fazem. Na verdade, eu acho que hoje a ansiedade é uma problemática social, não é só individual. Hoje em dia é um valor muito grande você ser instantâneo na informação. A linguagem é como se fosse a somatização. Realmente, se você for ver esses períodos novos, as frases novas, elas estão fora da norma. O gramático vai achar isso um horror.Você está estraçalhando com a sintaxe. Eu acho que a sintaxe, a linguagem, ela tem que refletir, tem que somatizar as dores do mundo. Eu acho interessante você achar que uma frase longa é uma expressão de ansiedade porque eu veria, justamente, como paciência. Mas veja a ansiedade da frase:“não, não, eu não posso terminar por aqui, eu quero colocar mais e mais... Eu não quero pontuar”.


Você lecionou em Berkeley, nos EUA. Sentiu alguma diferença na maneira como as pessoas recebem a literatura aqui e lá?

Ricardo Puccetti

Eu sinto, sim. Lá as pessoas vivem preocupadas com o politicamente correto. Têm que dar conta, não é? Têm que viver num certo multiculturalismo... A literatura, a ciência, digamos assim, da linguagem literária, isso não interessa muito. O que interessa é o romance – se for romance, no caso – trazer à tona questões étnicas, mas que não assombrem ninguém. Eles não têm realmente uma estética literária, não trabalham muito com a poética, com as poéticas, que são tantas.

Qual a proposta da sua oficina aqui em Diamantina?

Do ponto de vista da linguagem? Eles não têm essa preocupação. É há, enfim, o puritanismo norte-americano. Veja um homem como Nelson Rodrigues, em seu teatro. Claro que ele está ali expondo feridas familiares, tratando dos miasmas familiares. Mas colocar aquelas cenas, com aquela intensidade? A intensidade é muito forte. E tem que ser forte. Senão, você vira um escritor politicamente correto, mostra só o cotidiano normal. Mas eu acho que não se deve ser politicamente correto. Algumas pessoas vêem como se Nelson Rodrigues estivesse clamando às pessoas para entrarem nesse universo dele! Não é isso, acho que a arte não é isso. Não é uma propaganda. Não é uma apologia. Não é uma apologia. Eu acho que a obra de arte realmente não existe para referendar, para homologar ideologias ou visões de mundo, que podem ser até muito justas e muito estimulantes para serem colocadas na roda. Agora, a literatura não é isso. Aquela coisa de: “vou escrever um romance feminista, um romance gay”, eu não consigo ver as coisas assim. Eu vou falar sobre as coisas da vida, independente desse departamento. Você não a vê como uma arma ideológica, política. Uma bandeira. Isso pode ser muito perigoso. Ver uma arte absolutista, dogmática... Eu acho que não é por aí. A questão da literatura é surpreender o drama humano onde ele estiver.

É uma oficina que pretende ser uma introdução à busca do uso cômico do corpo buscando chegar ao trabalho do palhaço. Então, a gente trabalha alguns princípios do palhaço, do cômico em geral. Por exemplo, o palhaço sente e logo expressa. Ele não filtra, é muito parecido com uma criança.A criança está lá, feliz, brincando com uma bola, tropeça, machuca o pé e, imediatamente, muda de um estado para outro. Não tem processo. Estava feliz da vida e já está chorando. Esse é um princípio que o palhaço trabalha muito. E para conseguir isso, você tem que ter a capacidade de deixar o seu corpo totalmente disponível para poder sentir e expressar. Isso é uma coisa que a gente trabalha muito na oficina. O palhaço não é um personagem no sentido clássico do termo, um personagem teatral. Ele é como se você pegasse uma lupa, uma lente de aumento, e colocasse em cada pessoa, dilatando as características dessa pessoa: como ela utiliza o corpo, a lógica de se relacionar com os outros, a lógica de se relacionar com o espaço. Mas não chega a ser uma caricatura. Exatamente, não é uma caricatura.A gente tem que ter o limite de quando ele começa a ficar estereotipado. Ele não é estereotipado, ele é muito humano. Para ele trabalhar com uma corporeidade extremamente exagerada, tem que ter uma justificativa, senão o público tem essa reação de olhar e ver uma caricatura da pessoa. Não é isso. É muito sutil. É uma dilatação mesmo dos aspectos, das peculiaridades de cada um. E é um trabalho muito difícil porque é como uma garimpagem. O processo é você ir puxando o tapete das pessoas, colocando elas em situações desconfortáveis, nas quais elas não prevêem a reação. E essas atitudes, essas ações e reações vão escapando. E o engraçado, o cômico está nisso.

No inesperado? No inesperado e na reação que te pega desprevenido. Toda a estrutura do trabalho é isso. As diferentes escolas que trabalham o palhaço, desde a mais clássica do circo à minha linha que veio mais do teatro, por exemplo, todas seguem caminhos diferentes para fazer a mesma coisa. E eu crio aqui na sala diversos exercícios nos quais estou sempre cutucando, sempre desestruturando e apontando: “ah, isso que você fez surte efeito”. Quando algo que acontece é interessante, o público, que são os outros colegas, ri ou reage, só que quem está sendo trabalhado muitas vezes não sabe o que fez. É um gesto que se chama “fuga”, aquilo que escapa. Então eu vou apontando para a pessoa ir tendo consciência. O trabalho de palhaço é um trabalho da vida mesmo, ele nunca está pronto. Os melhores são os velhos. Eles já viveram, já têm experiência, não estão nem aí para o que mostram, são do jeito que são. Com o tempo, a pessoa vai trabalhando esses gestos de fuga, essa lógica que ela tem que é própria. Você manda uma pessoa se sentar na cadeira e cada uma vai fazer de um jeito. Uns vão em linha reta e sentam, outros vão em ziguezague. Essa lógica vai sendo descoberta aos poucos. Com o tempo, você constrói um comportamento físico que é o comportamento do palhaço. Ações que ele faz e como ele reage às coisas. Quando eu estava aqui mais cedo assistindo à oficina, vi você falando para os alunos: “não precisa exagerar, fazer uma coisa louca”. Então, não é o que você faz, mas como você faz. Como você faz. Como o palhaço vê o mundo de um jeito que não é da mesma maneira que as pessoas vêem, você tem que tentar entender essa mente dele. A cadeira para ele, por exemplo, não é só para sentar, ela pode servir para muitas coisas ou para sentar de um jeito que não é o jeito comum também. Então, nossa primeira tendência é ficarmos loucos! Nós que passamos pelo processo, passamos por uma fase em que ficamos todos loucos, porque queremos buscar essa lógica ao avesso. Então, passa por

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isso, mas o palhaço não é um louco. Ele tem uma loucura, que é ver as coisas por um outro ângulo, mas ele não é um louco no sentido de doente. E ele também não é um infantilóide, não é infantil. Ele tem um impulso de vida, aquela potência da criança, de brincar com as coisas, de sentir e expressar. Mas não é infantil, as pessoas têm idade, elas têm experiência. O palhaço tem a potência da criança, mas tem experiências. Por isso o palhaço velho é muito interessante. Ele tem toda a vida dele, que deixa marcas no jeito de ser, no corpo, mas ao mesmo tempo, como ele é palhaço, há muito tempo ele desenvolveu essa potência da criança, sempre instigado, sempre curioso, sempre brincando e esse contraste é muito interessante. Ele não é só cômico, não é? Fiquei pensando naquela coisa do “patético”, aquele que emociona, que te faz ter uma reação. É mais ou menos por aí. Ele não é, necessariamente, só cômico. Ele pode ser provocador, ele pode ser patético, pode ser trágico, até triste! É uma figura super sensível, super vulnerável. Meu grupo, na maneira como a gente trabalha no teatro, em termos da comicidade, vê o riso como um espectro. Não é só gargalhada. Tem o sorriso que o público dá e ele pode chegar até a gargalhar. Quer dizer, vemos tudo que acontece no meio. Eu estava falando para os alunos hoje: “trabalhamos muito nessa primeira fase essa coisa do olhar”. Uma marca do palhaço é essa capacidade de olhar no olho do público mesmo, o que nem sempre o ator faz porque às vezes o ator trabalha com a quarta parede. Quando o palhaço olha, ele se revela e isso dá uma densidade para o riso. Porque o público ri, mas vê atrás daquele humor aquela pessoa que está ali dilatada, aberta, exposta.

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É uma figura muito intrigante.Você pensa que o cômico atrapalha um pouco as pessoas a levarem a coisa a sério mesmo, como arte? É uma coisa meio comum, até as próprias pessoas do teatro ou na história, digamos, do teatro, o cômico sempre foi meio marginal. Isso tem mesmo. O que é uma bobagem, não é? Porque é muito difícil! Mas hoje em dia vejo que isso está mudando um pouco, por exemplo, com esse renascimento, esse resgate do trabalho do palhaço. O nariz dele é uma máscara. Uma das máscaras teatrais. Você tem as máscaras da Commedia del’Arte, a expressiva, a neutra, várias. E o nariz é a menor máscara, é a que mais revela, que menos esconde. Então, o palhaço também é usado em escolas na formação do ator. Assim como trabalhar com uma máscara neutra, para o ator é importante o trabalho como palhaço. Mesmo que você não vá ser palhaço, ele te traz muita coisa enquanto ator. Muita coisa técnica, isso de você se relacionar com as coisas e se transformar internamente... É muito difícil.

acontece nada, você não consegue um diálogo com quem está vendo, um riso ou, no mínimo, o interesse de quem está na platéia. E isso é uma coisa que, com o tempo, você vai dominando e conseguindo escapar, mas sempre acontece! Por mais que você tenha experiência. É impossível negar, você vai passar por isso em algum momento de novo. Eu trabalho há muitos anos e sempre acontece comigo, já vi acontecer com palhaços muito mais velhos do que eu. A chave da coisa é você ter a capacidade de aceitar esse momento na hora e manter a honestidade, não querer enganar o público, fingir que nada está acontecendo, que está tudo ótimo e seguir em frente. Não. Porque aí eu costumo falar que “vira teatro”. No sentido de o público dar aquela afastada e ficar olhando. A honestidade do palhaço, o prazer de ele estar fazendo as coisas, mesmo estando na “merda”, como a gente fala, mantém a platéia com ele. Com aquele potencial de brincar também aceso. Então, quando você chega nesse buraco negro e consegue continuar o que você está fazendo a partir dessa sensação, o público ama isso porque vê a generosidade de quem está fazendo. O palhaço não está se escondendo e está aberto.

E o termômetro é o riso? Para o palhaço, sim. Acho que ele sempre busca fazer rir. Agora, é aquilo que eu falei da qualidade, pode ser um riso nervoso, um riso meigo, um riso patético... E como é estar no palco, tentar fazer rir e as pessoas não reagirem? Terrível! É um dos momentos mais difíceis! Esse momento está presente desde que você começa. Você tenta algo e não

Queria que você falasse mais sobre o espetáculo. O espetáculo foi construído quando eu fui trabalhar com o italiano Nani Colombaioni. Fui para a Itália duas vezes e fiquei alguns meses trabalhando uma maneira de aprendizado bem antiga. Quem quer aprender com ele vai morar com a família por um tempo e fica lá trabalhando na coisa do palhaço, eles só trabalham isso, é uma família de palhaços. Existe uma tradição italiana forte dessa arte do palhaço,


não é? Porque vemos isso muito com o Fellini... Existe, é uma das coisas mais fortes! O Nani foi consultor do Fellini em todos os filmes dele. Porque mesmo nos filmes nos quais não há necessariamente ligação com o circo essa temática está presente. Lá na Itália você vai viver com a pessoa e ela vê seu material. Ao mesmo tempo ela te vê no dia a dia e vai te entendendo. O que eu faço aqui, na oficina, ele faz sem exercícios porque ele vem de uma outra formação. Ele falava: “agora vai trocar uma lâmpada para mim” e observava o jeito que eu fazia, se eu sou atrapalhado, se eu fazia confusão com a escada, se me atrapalhava. E ele só olhava. Isso sem estar atuando. É, no dia a dia. Às vezes ele falava:“me mostra aí o seu trabalho de palhaço”. Ele tinha um carro super pequenininho de três rodas que andava a 10 km/h. Aí ele falava: “embaixo tem um parafuso solto, procura lá e aperta”. Eu tinha que fazer essas tarefas do dia a dia e era aí que ele via minha lógica, meu jeito. Depois de um tempo, vendo meus números e me vendo ele falou: “ah, já entendi a sua lógica de palhaço” e realmente era a lógica com a qual eu trabalhava que é a lógica do espetáculo, uma pessoa que está o tempo todo fazendo errado. Ele falou: “você é aquele que tenta fazer tudo com a maior boa vontade, mas nunca faz nada direito”. O meu palhaço trabalha muito em cima da lógica do erro. O espetáculo é construído nisso: um artista que chega para fazer o show, mas os objetos e as situações vão tomando conta dele. Ele vai brigando com as coisas porque não domina essas coisas. E ao mesmo tempo ele tem isso de quem adora o que está fazendo. E é muito aberto, no sentido de que dependendo

de como as pessoas jogam e reagem, eu coloco na estrutura. A estrutura é um caminho para eu dialogar com o público, fazendo esse pingue-pongue o tempo todo. É isso, um trabalho solo. E tem uma coisa do palhaço que ele nunca está sozinho, mesmo quando está solo no espetáculo. O outro é sempre muito importante. Quando ele está em dupla, por exemplo, temos os dois tipos clássicos de palhaço que é o “augusto” e o “branco”. Como em “O Gordo e o Magro”, o Gordo é o branco e o Magro é o augusto. São tendências da pessoa. O branco, nesse caso o Gordo, revela seu ridículo porque acha que o estúpido é o outro, ele se acha superior, ele manda, ele é mais esnobe. Só que ele é tão bobo quanto o outro, faz bobagem do mesmo jeito. Mas acha que o ridículo é sempre o outro. E o augusto não, ele tem essa coisa muito forte da criança e se acha ótimo daquele jeito! Ele não liga, se diverte sendo daquela maneira. Então, o conflito entre o branco e o augusto está presente sempre, mesmo quando se está sozinho. O palhaço solo precisa formar duplas, ou com o público, ou com os objetos, ou com a situação. Ele está sempre pulando, ele é branco e augusto. Uma hora é uma coisa, outra hora é outra. E no espetáculo, no caso, eu trabalho muito com os objetos e eles são brancos pra mim o tempo todo porque eu não os controlo, aí eu me enfezo com os objetos. E eu, que sou de natureza augusto, quanto mais me enfezo, mais tento mudar de papel, e vou entrando em cana... Então, se não tem esse conflito a coisa não anda. O charme do palhaço é isso o tempo todo. E são estruturas ancestrais, que a gente não forma.Você simplesmente se coloca dentro disso e busca fazer à sua maneira.

Rosângela Rennó Qual a proposta da oficina? Quando o Lincoln Volpini (coordenador da área de Artes Plásticas) me convidou, eu fiquei muito preocupada porque acho que as pessoas acabam esperando de mim um tipo de oficina, um trabalho de manipulação e apropriações de imagens e textos de outras pessoas, de anônimos. Eu quis evitar que os alunos chegassem com essa expectativa, tanto que criei um título meio ambíguo, meio aberto: “Para que produzir e ver imagens?”, que, na verdade, serviu não só para evitar essa aproximação com uma questão técnica específica que tem a ver com o meu trabalho, mas também porque tinha a ver com certas preocupações que eu tenho hoje com relação a essa questão da passagem do analógico para o digital, com o que isto está afetando a visualidade e a questão da imagem na contemporaneidade. Então, na verdade, é uma oficina para você produzir, mas, antes, produzir uma reflexão sobre a produção. Ao mesmo tempo, muita gente quer produzir alguma coisa, quer ver coisas, quer fazer coisas. A idéia era justamente permitir que as pessoas produzissem imagens, mas que produzissem com bastante consciência, sabendo exatamente porque estão fazendo, tentando só fazer se for realmente necessário, se for importante. Tentar pensar até numa questão de economia da produção de imagens. Acho que isso é uma coisa que a gente precisa levar em conta hoje em dia. Isso tem muito a ver com a era digital, não é? É, eu sou muito preocupada com isso atualmente. Não tenho nada contra o digital, não é isso. É que eu acho que hoje se produz muito mais imagem do que, por exemplo, há dez anos atrás, e as

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imagens se acumulam. Quer dizer, você tem hoje uma idéia de aumento de capacidade de geração, de produção de imagens, de armazenamento, mas, no entanto, a absorção da imagem pelo ser humano continua a mesma. Então, por isso eu entro tanto com a questão “para que produzir tanto?”. Vamos produzir sabendo que muito do que é produzido não vai ser guardado, vai ser perdido, ou vai ser simplesmente deletado. E você acredita numa perecividade da imagem, numa data de validade para a importância dessa imagem? Imagem sempre teve data de validade. Igual ao corpo humano. O corpo humano também tem data de validade, não é? Você morre. A fotografia tem o ciclo próprio dela. Ela é produzida, ela cumpre uma função, desenvolve o ciclo de vida dela e morre. Ela morre simbolicamente e morre efetivamente como objeto, vai parar no lixo ou num arquivo morto, é incinerada ou, simplesmente desaparece. E no digital isso acontece da mesma forma. Você acha que o digital acelera esse processo? Ele diminui a expectativa de vida da imagem? Sim, porque tem imagens que já são abortadas logo depois que são feitas. Acho que hoje existe uma outra forma de produzir, uma outra forma de ver, mas ainda não sei se isso é bom o se é ruim. Só é diferente e a gente tem que se adequar. Ontem, na palestra que houve n’A Casa, eu estava falando para o pessoal que a gente vive um momento histórico, que é o momento em que você tem o analógico e o digital convivendo ao mesmo tempo,

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são feitos simultaneamente, até profissionalmente. Daqui a cinco ou dez anos, não sei, só vai ter digital. E fiz a brincadeira de que vamos ter um Festival de Inverno em Diamantina, onde nós vamos fazer uma oficina de processos alternativos do século XX, que é o laboratório P&B, o cianótipo... Reviver os processos do século XIX e os do século XX. Você vê alguma desvantagem da fotografia digital em relação à analógica? A gente tem várias vantagens quanto à prática digital. Eu não sou contra isso, eu sou contra você não ter escolha. Mas por que não temos escolha? Porque a fotografia desde sempre foi uma questão industrial. No dia em que a Kodak descobriu que podia fazer rios de dinheiro com a técnica fotográfica, ela inundou o mercado com câmera e com filme e investiu na pesquisa tecnológica. Hoje é a mesma coisa e, na verdade, a gente não vai ter mais escolha. Ainda temos, é meio difícil, mas temos. Mas é uma questão que está atrelada ao industrial. Agora, desvantagens, na verdade, eu acho que tem... Eu não chamo de desvantagens, mas ela implica numa nova forma de ver, produzir e armazenar. E implica num volume maior. É apenas uma questão de mudança de paradigma, mudança na forma de ver e produzir. Mas existe uma diferença sim, fundamental, na questão da captura da luz. A imagem é capturada através da luz e capturar digitalmente é completamente diferente de capturar pelo método da câmera escura tradicional, o método físico-químico. É muito diferente. É o método eletrônico contra o método óptico e químico.

Você acha que realmente há uma tendência de que, daqui a pouco, não haja espaço para a fotografia analógica? Isso vai ser inevitável porque a humanidade pede imagens mais rápidas, pede mais rapidez. E os meios digitais vão ser tremendamente mais baratos, além de mais rápidos, do que os analógicos. A fotografia analógica vai ser técnica de artista. Até quando forem produzidos os filmes e papéis ela vai durar. Mas essa questão afeta muito a gente que mora em países periféricos. Porque sempre vai ter em Paris ou Nova York alguém que venda papéis a preço de ouro pra você ampliar fotos! Vai ter um monte de fabriquetas artesanais de filme e papel para atender a uma demanda mínima, mas tudo caríssimo.Tem outras coisas também que eu acho que afetam... Hoje o aprendizado de fotografia começa pela cor e pelo digital, o que poderia ser chamado de desvantagem, mas eu chamo simplesmente de mudança. É que você limita a capacidade inclusive de compreensão da imagem por não ter opção de saber como é que ela era produzida antes. Foram 150 anos.Você não joga 150 anos no lixo. Eu sempre penso que o digital traz uma mudança comportamental mesmo, isso de você pensar menos a foto e sair produzindo muita imagem. Eu acho que a gente fica muito num território de especulação. E daqui há uns cinco anos você vai ter mais respostas do que eu. E como foi a experiência de estar em Diamantina?


Ah, foi bem bacana! Da última vez em que estive aqui, eu vim como aluna, como turista. E é muito engraçado vir em uma outra situação, encontrar pessoas diferentes das que eu conheci e encontrei há vinte anos. E eu fico super empolgada. Para falar a verdade, eu não tenho o hábito de dar aula. E é engraçado porque você percebe que os alunos têm uma expectativa tremenda com esse contato, mas eu tenho também uma expectativa enorme em produzir efeito! Eu estava brincando sobre isso com uma outra professora, a Piti. Ela falou que quando o professor consegue despertar, dar o “clique” em um aluno, ele já pode se considerar satisfeito. Eu estou super empolgada, excitada com essa possibilidade de ajudar, de fazer crescer, de compartilhar, de produzir junto. É bom. E acho que é muito rico! E eu tenho uma expectativa sobre a minha capacidade de produzir isso nos outros. Aí eu brinco: é melhor quando a gente vem como aluno! Voltamos no início. Deu certo essa tentativa de colocar um nome que desvinculasse a oficina do seu trabalho? Você acha que eles vieram com uma outra expectativa? Isso você tem que perguntar para eles! Mas eu acho que sim. Teve gente que saiu muito surpreso. Comentaram comigo que ficaram muito surpresos com o encaminhamento da coisa. Eles achavam que seria outra coisa. Mas acho que eu tentei fazer esse exercício de oferecer uma oficina sobre fotografia que não fale de técnica, que seja muito mais de pensar sobre uma imagem que é técnica. É aquilo que eu te falei, usar um pouco do princípio de economia: não produzir se não for preciso. Saiba porque você está fazendo. Do contrário, é melhor não fazer. Não vale a pena fazer.

Rufo Herrera Qual a sua relação com o Festival de Inverno da UFMG? A minha relação é muito antiga. O Festival é importante para minha carreira no Brasil. Eu cheguei aqui em 1962 e 1969 me transferi de São Paulo para a Bahia, onde fiquei durante sete anos. Na Bahia, com aquele movimento muito intenso de música contemporânea do século XX, nós, da Escola de Música da Bahia, nos integramos em todos esses movimentos do cinema, do teatro, da dança. E lá, comecei a mexer muito com outras áreas porque era uma escola de música e artes cênicas, então se convivia com muitas áreas, e eu fui desenvolvendo uma relação com outras artes, paralelamente à música. E a relação com o teatro começou a ser muito íntima porque comecei a compor músicas para teatro e cinema, curtas-metragens, desenhos animados. Isso me levou a desenvolver uma proposta que se chamava, na época, arte integrada. Criar integrado em toda forma de linguagem, de arte. Não existia multimídia, essas coisas, naquela época. Um ator fazia dança, música, teatro... E eu fui desenvolvendo uma técnica com isso. Por isso, em 1976, Marco Antônio Guimarães, do Uakti, que tinha estado comigo lá na Bahia e gostou desse trabalho, falou com Berenice Menegale, que coordenava o Festival de Inverno da UFMG nessa época: “olha, temos que convidar o Rufo para o Festival”. Nesse ano, vim para o Festival com a proposta da Oficina Multimeio ou Multimédia, que trabalhava com alunos de teatro, dança, música, de artes plásticas, de literatura, de cinema... O que aconteceu?

A oficina foi um sucesso e repetimos no ano seguinte. Em 78, me chamaram novamente. Então foi se constituindo um grupo, e a Fundação de Educação Artística, através de Berenice, me convidou para ficar em Minas, continuar esse trabalho durante o ano todo dentro da Fundação. E eu fiquei. Acompanhei o Festival e suas mudanças esses anos todos, suas andanças por várias cidades. Era o único festival que havia. O primeiro e único. Ele é o pai dos outros festivais. E eu estava envolvido, participei das discussões, éramos um grupo que já tinha assumido o Festival como uma coisa nossa, todos os anos estávamos ali. Então eu tenho muita relação com o Festival. Foi se criando essa trama de vínculos que nasceu com ele, assim como minha relação com Minas Gerais. Então, uma grande parte da minha carreira, como você vê, está relacionada ao Festival. E ele se proliferou criando os outros. O bandoneón é visto como instrumento símbolo do tango, que é uma música muito intensa. Fazer uma palestra musicada sobre ele é uma maneira que você encontrou de aproximar as pessoas dessa intensidade? O bandoneón é conhecido como um instrumento do tango, mas ele não foi feito para o tango. Ele não foi inventado para isso. Então eu quero mostrar qual a origem dele e que as possibilidades dele não param no tango. Sempre que tocarem tango, o bandoneón vai ser o melhor instrumento para isso, não tem nenhum que o supere, mas ele também pode fazer outros tipos de música. E é isso que eu quero mostrar porque senão você fecha a possibilidade dele a um determinado ambiente. Quero levar ele

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adiante. O (Astor) Piazzolla, por exemplo, foi o músico que levou o bandoneón ao Cardigan Hall, à Ópera de Paris, ao Scala de Milão, ao Teatro Colón. E eu sou um descendente de Piazzolla, tenho que continuar contribuindo para isso. Sou um compositor com uma obra madura e grande, tenho óperas, cantata, sinfonia, música de câmara, para cinema, para teatro, tudo isso. Então eu tenho experiência suficiente para assumir a responsabilidade de contribuir com mais alguma coisa e deixar um caminho para outros que virão. E eu estou entusiasmado com isso porque parecia que o bandoneón ia entrar em extinção de novo depois que Piazzolla morreu e eu estou vendo que está se abrindo. Eu tenho um aluno de 25 anos que está chegando hoje da França porque estava fazendo um curso de aperfeiçoamento de bandoneón lá. Hoje tem esse aperfeiçoamento no Conservatório em Paris. E ele me disse que não era só ele, que tinha vários alunos de vários países estudando com esse professor, que é um dos únicos lá. Outro colega meu, de Buenos Aires, passa quase um semestre por ano no Japão, ensinando bandoneón. Na última vez que Piazzolla esteve aqui, estávamos conversando e ele me disse assim: “e aí? Eu acompanhei você como compositor, realmente você foi longe, mas... e o bandoneón?” Isso foi quando? Em 88.

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Sim, porque você o abandonou por um tempo voltou a ter contato com o bandoneón depois de uma apresentação de Piazzolla em Belo Horizonte. Foi isso, então? Foi essa conversa entre vocês que te reaproximou do instrumento? Sim. Claro, eu fiquei com isso na cabeça, sabe? Pensei: “será que é justo? Ele ralou muito para chegar aonde chegou com o bandoneón. E ele morre e isso fica por aí?” Eu pensei: “pôxa, ele tem razão!” Ele não falou, mas do jeito que ele olhou... E você tomou essa decisão antes ou depois de ele falacer? Antes, antes. E por esse tempo eu comprei um livro de um jornalista de Porto Alegre que fez uma entrevista com o Piazzolla. No final, ele faz essa pergunta: “E quando você se for? Quem você vê continuando o seu trabalho?” E ele disse: “Eu não sei. Os que estudaram composição e são bons compositores, e isso seria essencial para continuar o meu trabalho, não estão tocando. E os que estão tocando, são bons bandoneonistas, mas não são bons compositores, não estudaram o suficiente para serem bons compositores. Então, eu não sei quem vai continuar

isso”. Ele falou! E eu vi a mensagem clara, porque ele comentou isso: “acompanho você como compositor”. Ele sabia que eu já tinha vários prêmios, tinha notícias minhas, me acompanhava. Quando eu retomei o instrumento, já sendo um compositor experiente, eu já via o instrumento de outra forma, já comecei a buscar onde estavam os problemas. Eu estudei aperfeiçoamento com um mestre que me mostrava os problemas e o jeito de resolvê-los. E isso eu passei para o meu aluno. Eu conversei com Juarez Moreira na semana passada e, como você, ele é autodidata. E ele pensa que a relação professor / aluno é muito engessada e tenta conversar com seus alunos de igual para igual para desenvolver melhor o aprendizado. O que você pensa sobre isso? Eu também acho. Pense no Leonardo da Vinci. O próprio Cervantes. Quem era Cervantes? Era um doutor em literatura? E Bach? Com quem estudou Bach? Bach é o mais autodidata. Os outros tiveram algum professor. Bach não teve nenhum! Claro que é uma coisa de família, mas professor, assim, de renome? Nada. A essência, o espírito do autodidata é assim. O que fazia Bach? Ele ia assistir a um grande compositor, ouvia e não fazia igual, não. Ele não copiava e fazia igual. Ele pensava:“como será que


eu faço diferente?” E achava! Eu tenho essa coisa também, posso estar fascinado por Ravel, por Debussy, mesmo por Piazzolla, mas quando eu vou compor é totalmente diferente deles. Eu penso como eu vou fazer. “Adios Nonino”, de Astor Piazzolla, eu gravei. Eu não ia gravar, era aquela coisa: “todo mundo já gravou, vamos gravar também”, e eu não queria, mas a produtora dizia: “Rufo, deixa...” Todo mundo gravou e ninguém acrescentou uma vírgula, todo mundo transcreveu os arranjos de Piazzolla. Mas em qualquer show que você vai fazer, tem que tocar essa música, todo mundo pede. E eu fiz um arranjo dela, mas sem nenhuma intenção de gravar, fiz para a Orquestra Experimental da UFOP, para o repertório deles, tinha que ter a música. E esse arranjo tem essa força porque é o único que é diferente dos outros. É um “Adios Nonino” que não é o que Piazzolla tocava, é outro. Então, são essas coisas que o autodidata tem, ele desenvolve esse senso. Eu não quero que meus alunos percam isso. Porque todo mundo tem, todo mundo é um autodidata. Agora, se você começa a perceber as coisas de fora e passa a acreditar que o ser humano cresce de fora para dentro e não de dentro para fora, é muito sério. Se a educação está baseada nisso, estão estragando geração por geração. Se ela está baseada na idéia de que ele cresce de fora para dentro?

É. Eu quero dizer, “você só sabe quando você vê”. E dentro, você não tem nada? É como se alguém colocasse dentro de você? Não é! Há alguma coisa que está em você! E cresce, cresce! Claro, o que está fora estimula o crescimento, essa é que tem que ser a pedagogia. Estimular o cara a criar. É isso que eu faço. Olha, não me peçam bibliografia que não dou! Não me peçam que eu faça exercício pronto que eu não faço! Eu vou explicar como é que é quantas vezes você precisar. E eu não vou dar aula coletiva. Nesse tipo de coisa, você não pode padronizar. Eu tenho dez cabeças, dez corações, dez mentes diferentes, não vai valer o mesmo método para os dez. Eu trato cada aluno, atendo cada aluno individualmente. Mas você acha que existem pessoas que têm talento e outras que não têm ou todo mundo tem capacidade de desenvolver? Todo mundo tem capacidade. Um cara que não tem um determinado dom vai se inclinar para outra coisa. Deve ter outro dom, outra inclinação. As pessoas que têm essa inclinação para música têm esse dom. Têm um bom ouvido, têm um gosto pela música, se fascinam desde criança por isso, a música mexe com elas. Essa pessoa vai ser um músico, ela já tem o músico

dentro dela. Um amigo meu recebeu a partitura de um aluno que estava se formando, leu, olhou para ele e disse: “cadê você? Não tem nada seu aqui”. Tem que ter cuidado com isso. Isso é sério. É como os músculos, se você fica sem fazer nenhum esforço por um ano, você perde sua habilidade. É a mesma coisa com a criatividade, com a mente. Você tem que continuamente mexer com isso. Quando você se contenta em fazer igual, você está ocupando seu tempo fazendo igual. E você deixa de ocupar esse tempo pensando em como você faria. E se eu não te dou a chance, você sai daqui com um título, mas não vai descobrir como você mesmo compõe, só como eu componho, como eu te ensinei a compor. Essa é a diferença entre compor e criar. E criar, ninguém pode ensinar. Pode se propiciar porque você estimula isso. E é o que eu faço, eu falo: “não tenha medo! Se saiu horrível, não importa, é seu!” Pode ser horrível para mim, mas para outro não.Você tem que arriscar! Qual é o padrão do que seria genial? E daí? Uma coisa genial para uma pessoa pode ser ridícula para outra. Esse negócio de bibliografia, análise... No que dá? O cara começa estudando com uma capacidade crítica muito maior do que a de produção. Essa será a pior inimiga dele. Essa autocensura. Essa autocrítica. Primeiro, desenvolva sua capacidade de produzir. Depois critique. Você vai ver que já vai ter um domínio tal da coisa, que o crítico mais rigoroso vai ser você mesmo.

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haikais beija-flor no quintal de manhã até amanhã Adriana

no meio-fio o vento cutuca a ave morta Cecília Souza

duas asas descansam no fio fora do vento Cecília Souza

lua quase cheia no inverno cinza uma sempre-viva Andreia Casanova

luz sutil penumbra na rua lua encoberta Cecília Souza

folhas secas penduram-se na teia sem aranha Cecília Souza

sombra de folhas vento balança suave montanha lilás Andreia Casanova

vento nas pedras ficam paradas as folhas secas Cecília Souza

passos nas pedras folhas quebram ruído abafado Elizabeth Lopes

hora da sesta Rio Negro minguando festa das moscas Bernardo Maranhão

de oito pétalas resta uma na calçada Cecília Souza

pedras e folhas entrelaça a paisagem o verde sombrio Elizabeth Lopes

menina no chafariz refresca velha sede a tarde chega Bernardo Maranhão

uma música folhas dançam leve vento Cecília Souza

manhã cinza... acorda a cidade brisa fina Enedson

no meio fio jaz o passarinho vendaval Cecília Souza

sob as nuvens a montanha de hoje é a mesma? Cecília Souza

frente a frente poste e árvore mostram fios e folhas Enedson Gomes

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ladeira íngreme cinco pessoas descem ao subir do vento Enedson Gomes

rubra romã dança sozinha no verde do pé Julia de Souza

sol no bananal desfaz em multicor o verde todo igual Ludmila Ribeiro

Do romã Nunca se esqueça Do alto arbusto solitário. (de Diamantina ao Japão em homenagem e citação a Bashô) Flávia Craveiro

a folha comprida se dobra toda para o vento passar Leda Cartum

duas árvores se espiando de longe a lua vigia Ludmila Ribeiro

trazido no vento um cheiro doce alimento Flávia Freitas Moreira

Lua quase cheia Breve passagem Até a próxima noite Lígia Cerqueira Lana

no imenso céu apagam-se as estrelas lua quase cheia Ludmila Ribeiro

o pé de salsa temperando a pedra insossa Flávia Freitas Moreira

embaixo do arbusto uma só pessoa fotografa (homenagem e citação de Issa) Lígia Campos

árvore seca primavera à vista sementes em cheia Ludmila Ribeiro

lua quase cheia às cinco da tarde quase nova José Márcio Barros

passos rápidos breve hesitação até o formigueiro Lira Córdova

o vento dá voltas rege afinado a sinfonia das folhas Ludmila Ribeiro

espelho d’água o sol reaquece a pedra inerte José Márcio Barros

pássaros na tarde galhos secos e retorcidos ganham cor Ludmila Ribeiro

pé de couve o vento toca leve um arrepio Márcia

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sempre-viva no campo isolado olho molhado Márcia

mesmo parada a montanha de pedra sempre-viva Sandra Marques

lua quase cheia noite estrelada mágoa amarrada Elizabeth Lopes

um céu quase lua a montanha quase pedra plena, uma avenca Marcos Alvarenga

lua quase cheia a pedra brilhando esvazia os olhos Bernardo Maranhão

festival de idéias haikai em Diamantina de ladeira e pedra Elizabeth Lopes

o temor maior no rasante da águia é a sombra do vôo Marcos Alvarenga

do frio ao quente o vento nas ventas vai e volta Bernardo Maranhão

Do cheiro de açúcar queimado Um gosto de café. Flávia Craveiro

Diamantina de pedra cheia de leite nas tetas uma cadela passa Melissa Bertholdo

no ventre apertado segundos findos portos de eternidade Cecília Souza

vermelho no verde círculo de concreto plantinha atrevida Flávia Freitas Moreira

lua quase cheia ilumina minúsculas flores entre pedras Rosélia

sentada no banco a mulher mastiga romã com giz Cecília Souza

arma zen vende-se beijo e abraço para alguém Gustavo

o vento balança galhos secos e flores diante do céu Sandra Marques

sons ecoam no vento forte silêncio se perde Elizabeth Lopes

fazer um haikai primeiro um high depois um cai Gustavo

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à tarde sopra o vento turbilhão de folhas pelo pensamento José Leonardo Ferreira

eu ainda sou só os outros não Julia de Souza

lua quase cheia crescente luz rasga o negro céu Márcia

o ipê quase florido a lua quase cheia completam o todo José Leonardo Ferreira

inverno sem fim o que faz é dentro de mim Julia de Souza

o dia termina o mundo de molho em luz amarela Melissa Bertholdo

final da aula formigas inquietas assaltam o silêncio José Márcio Barros

a noite de ontem deixou três folhas no chão do dia de hoje Leda Cartum

maestros de cores rosa, amarelo e branco ipês inspiram arco-íris Marcos Alvarenga

a sempre-viva viva e sempre leve, vive sempre,viva! José Márcio Barros

ventando a árvore de inverno faz teatro na parede Lígia Campos

avenca na pedra assentamento no muro mesmo sem terra Rebeca Ribeiro

o pó de café enquanto a água ferve aguarda a sua vez José Márcio Barros

sempre viva de tudo testemunha flor atemporal Ludmila Ribeiro

você e você aí atrás...aqui na frente diz o fotógrafo José Márcio Barros

montanha de pedra moldura da vida de Diamantina Ludmila Ribeiro

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patrocínio e apoio promoção

coordenação geral e realização

Prefeitura Municipal de Diamantina

patrocinadores master

parcerias institucionais Assessoria Especial para a Área de Saúde / UFMG Diretoria para Assuntos Estudantis / UFMG Fundação Rodrigo Mello Franco de Andrade 122


patrocinador

apoio cultural

apoio de mĂ­dia

www.bebopdesign.com.br

patrocinador institucional

leis de incentivo

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expediente expediente institucional

coordenação de eventos

Reitor - Prof. Ronaldo Tadêu Pena Vice-Reitora - Profa. Heloisa Maria Murgel Starling Diretor de Ação Cultural - Prof. Maurício José Laguardia Campomori Diretora Cedecom - Profa. Maria Céres Pimenta S. Castro Prefeito de Diamantina - Dr. Gustavo Botelho Jr. Vice-Prefeita - Maria Zilmar de Medeiros Quirino Secretária de Cultura e Turismo - Márcia Dayrell F. Botelho Coordenação Geral - Diretoria de Ação Cultural UFMG Curador Geral - Prof. Fabrício José Fernandino Curador Geral Adjunto - Prof. Ernani Maletta Coordenadores da Área de Artes Audiovisuais - Profs. Francisco Marinho e Rodrigo Minelli Coordenadores da Área de Artes Cênicas - Profas. Mônica Ribeiro e Mariana Muniz Coordenadores da Área de Artes Literárias - Profs. Georg Otte e Vera Casa Nova Coordenadores da Área de Artes Musicais - Profs. Mauro Rodrigues e Heloisa Feichas Coordenadores da Área de Artes Plásticas - Profs. Lincoln Volpini e Tânia de Castro Araújo Coordenador da Área de Artes Transdisciplinares - Prof. Fabrício José Fernandino

Coordenador de Eventos - Prof. Ernani Maletta Coordenador da Programação Cultural - Sérgio Renato Diniz Araújo Assistente da Coordenação - Leonardo Soares da Silva Produtora Executiva - Rosângela da Silva Santos Produtores - Rubem Calazans, Jefferson Matoso Produtores Assistentes - Roberson Domingues Parreiras, Daniel Arruda Martins, Henrique Silva Cordeiro, Enedson Gomes Produtora Assistente Camarim - Ana Lélia Ramos Técnico - Luiz Carlos dos Santos Monitora de Exposição - Diana da Rocha Silva, Diego Henrique Alves, ¬Elisa Andréia Oliveira Produtor da Mostra Sertões - Augusto Borges Produtora da Mostra Sertões - Tainah Leite Bilheteiro do Teatro - Dayvison Leonardo Nascimento Porteiro e Vigia Noturno - Nelson Aparecido de Araújo Vigia Diurno - Miguel Cunha Vigia Noturno - Marciano de Araújo Office-boy - Aluízio Ângelo Fernandes Motorista - Edson Elias Moreir

apoio institucional - diamantina 13ª SR II IPHAN-MG 3º Batalhão da Polícia Militar Adeltur Asilo do Pão de Santo Antônio Associação Comercial de Diamantina Bar do Nonô Café e Cultura Biblioteca Antônio Torres Colégio Diamantinense Conservatório Estadual de Música Lobo de Mesquita. Corpo de Bombeiros Militar Cúria Metropolitana E. E. Prof. Leopoldo de Miranda E.E. Mata Machado EPIL Escola Municipal Belita Tameirão Fundação Educacional do Vale do Jequitinhonha – FEVALE Instituto Casa da Glória – IGC - UFMG Livraria Espaço B Secretaria Municipal de Educação Secretaria Municipal de Obras Secretaria Municipal de Saúde Secretaria Municipal de Turismo e Cultura de Diamantina. Superintendência Regional de Ensino TV Diamantina Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri - UFVJM Agradecemos a todas as Unidades/Órgãos da UFMG que, através da prestação de serviços, do empréstimo de equipamentos e/ou veículos e da cessão de pessoal, contribuíram para a viabilização do Programa. Agradecemos, especialmente, às Escolas de Belas Artes e de Música e à Faculdade de Letras pela cessão dos professores que coordenaram as áreas acadêmicas do Festival.

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coordenação administrativa Coordenadora - Márcia Fonseca Rocha Sub-coordenadora - Rossilene Azevedo Rossi Diana Assessor Financeiro - José Reinaldo Maia Assistente Financeiro (BH) - João Fernandes Nepomuceno Assistente Financeiro - Adnei Esteves de Macedo Assistente de Informática - Robson Miranda Assistente de Informática - Adyr Rodrigues do Nascimento Assistente de Projetos e de Apoio BH - Terezinha Maria Furiati Operador de Xerox - José Piroli Filho Office-boy /Apoio BH - Anderson Santos Simões Assistente de Hospedagem - Sandra Fonseca Rocha Alvim Assistente de Alimentação - Maria Bernadeth Gomes Assistente Acadêmico - Mary do Carmo Silva Ramos Assistente Acadêmico - Maria Goreth Gonçalves Maciel Assistente Acadêmico - Edilene Conceição de Oliveira Auxiliar do Alojamento - Agostinho da Silva Aquino Auxiliar do Alojamento - Laci Domingos da Silva Assistente de Matrícula em Diamantina - Adriana Alves Figueiredo Nascimento Assistente de Matrícula em Diamantina - Ana Flávia Miranda Falci Assistente Material Consumo - Fernando de Souza Guimarães Assistente Material Consumo - Gilson Antônio Mathias Office-boy - Carlos André Oliveira Copeira/Faxineira Secretaria - Aparecida Matoso Motorista - Antônio Sílvio de Oliveira


coordenação de infra-estrutura

coordenação comunicação

Coordenador - Alberto Antônio de Oliveira Sub-Coordenador - Marcus de Queiroz Ferreira Encarregado da Manutenção - José César de Oliveira Eletricistas - José Geraldo de Oliveira, João Paulo Motta Carpinteiros - Inácio dos Santos Pereira, Antônio Aparecido Soares Pintores - Sebastião Ferreira dos Santos, Carlos Roberto Natalício de Lima Ajudante chefe - Juarez dos Santos Israel Ajudantes - Francisco Aristeu Batista, Marcos Aurélio Nunes de Oliveira, Sílvio Gomes Pereira, Antônio das Graças Costa, Geraldo Vieira, Jéferson Rodrigues Vieira, Pedro Alcântara Soares Ajudante de palco/exposição - Julio Braz Brasil Carpinteiro montador exposição - Antônio Euzébio de Miranda Vigias - Roque Alves Ferreira, Geraldo Milton de Lima, Eliton Luiz Cruz, Paulo Henrique Viana, Lucídio Vieira,Vinícius Carlos da Silva, Luciano Vieira de Souza, Geraldo Carlos, Antônio Gonçalo Santos Silva,Vanderson Rodrigues Soares,Vanderci Carlisto da Conceição Apoio Local - Altina Rodrigues dos Santos, Lúcia de Oliveira Ferreira Faxineiras - Maria Geralda, Frantismith Rodrigues de Souza, Guiomar de Lourdes Assunção, Vivian Cristina Costa, Maria de Jesus Rodrigues,Vivane Aparecida, Tammy Viviane Pinto, Maria das Mercês Rabelo, Lúcia Aparecida Pinto Rodrigues, Sionara Pereira Silva Medeiros, Elenise Fátima Silva, Darli Aparecida Vieira, Áurea Nascimento, Maria Aparecida Rodrigues, Eurídice Cunha Santos, Antônia Israel Oliveira, Deisivânia Aparecida Oliveira, Jaqueline Aparecida Monteiro, Andréia Aparecida Ibiapina Assistente Segurança e Limpeza - Artur Botelho Neto Encarregado de Transporte - Blandino de Oliveira Diana Encarregada de Transporte BH - Hélida Cristina Markowicz Motoristas - Rui Augusto de Oliveira, Márcio Antônio da Silva, João Antônio de Morais, Alberto Antônio de Oliveira, Marcelo Moreira dos Santos, Geraldo Moreira dos Santos, Carlos José dos Reis,Valdir Alves de Oliveira, José Tavares da Silva, Wilson Avelino Fortes, Elias Estevão Batista, Ricardo Augusto de Assis, Elídio Israel Rodrigues, Messias Félix Gonçalves, Luiz Marcos Ambrósio, Antônio Carlos Rosa, João Lúcio Câmara, Roberto Coelho Rocha, Alírio de Paula, Aluísio Álvares Ferreira, Marcos Antônio dos Reis Assistentes de Equipamento - Luiz Fábio Tabuquini Antunes, Geraldo Henrique da Costa, José Osvaldo Álvares Andrade,Valdemiro Arcanjo dos Santos Operador de Áudio e Vídeo - Ivanildo Lúcio dos Santos Operador de Som/Teatro - Graziano de Carvalho Operador de Áudio e Vídeo - Felipe Rafael dos Santos Técnico de Luz - Weverton Augusto Soares Técnico de Palco - Hudson Ricardo Martins Lisboa

Coordenador - Marcílio José Sabino Lana Jornalista - Coordenadora Assessoria de Imprensa - Mariana Paulino Teixeira Lopes Jornalista - Flávia Helena Santos Péret Fotógrafo - Foca Lisboa Estagiário de Fotografia - Felipe Zig Programador Visual - Samuel Rosa Tou Estagiárias de Programação Visual - Thays Feijó Cerqueira Kiryu,Yara Campos Estagiários de Jornalismo - Luiz Gonzaga Oliveira, Tereza Rodrigues Estudantes de Jornalismo - Luiza Brasil, Fernanda Cristo, Larissa Nunes EQUIPE DA RÁDIO UFMG EDUCATIVA Coordenador Executivo - Elias Pereira dos Santos Produtor - Cleiber Pacífico Locutora - Rosaly Senra Locutora - Michele Bruck Técnico de som (em BH) - Judson Porto Estagiários - Priscila Brito , Rodrigo Borges, Mariana Congo, Pedro Igor Martins Alvarenga, Maísa Dantas, Raquel Freitas, Lucas Galvão, Luiza Glória Barbosa, Otávio Ogando, Maria Carolina Caiafa, Fernando Safar, Paulo César Ribas EQUIPE DA TV UFMG Coordenador Executivo da TV - Luiz Batista Produtora/Jornalista - Bia Starling Cinegrafista - Rogério Fidélis Cinegrafista - Alexandre Mendes Editor (em BH) - André Reis Estagiário de Edição - Otávio Oliveira Estagiários de TV/produção - Luciana Carvalho, Fábio Neves de Freitas, Aline Gonçalves,Vitor Brandão, Frederico Lamêgo Maquilador - Márcio Sá Editor de texto - Luiz Henrique, Átila Moreno Estagiários voluntários TV UFMG - Gabriel Faria, Rafael Sette Câmara, Sulamara Moreira, Ismael dos Anjos, Luiza Antunes, Gracielle Fonseca, Bruno Marum, Raquel Sodré, Cecília Emiliana, Ricardo Roquim Office-boy - Leandro Fernandes da Cruz Motorista - José Rezende Santos

catálogo Concepção e Coordenação Editorial - Fabrício Fernandino Projeto Gráfico - Kurt, Pedro Peixoto (Bebop Design) Assessoria Técnica - Márcia Fonseca Rocha, Rossilene Azevedo Rossi Diana Produção - Kurt, Pedro Peixoto (Bebop Design), Tahiana Máximo Pesquisa e Textos - Tahiana Máximo Revisão de Textos - Sônia Queiroz e Aline Sobreira Impressão - Editora Rona

TIRAGEM: 1000 EXEMPLARES - Belo Horizonte - 2008

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bastidores

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ERRATA Não foi publicada no último catálogo a oficina Representação e apresentação: coalescência na arte figurativa, ofertada por Wanda Tofani no 38º Festival de Inverno da UFMG, em 2006. Apresentamos nossas desculpas à Wanda e aos alunos da oficina.

A atividade que desenvolvi no 38o Festival foi um curso de atualização denominado: Representação e apresentação: coalescência na arte figurativa. Ela se deu no período de 17 a 21 de julho, no horário de 8:30 às 10:00 horas. Foi constituída de cinco palestras que compreendiam os resultados de minha pesquisa de Doutorado. O curso versou sobre a teoria da representação/apresentação nas artes plásticas, no sentido do entendimento de seus pressupostos fundadores, no classicismo, sua desconstrução, no modernismo, e seu resgate por pensadores e teóricos das artes, na contemporaneidade. Em diálogo com a teoria literária e, de certa forma, com a psicanálise, vem sendo reconfigurada a noção de representação e de seu componente subsumido: a apresentação. Partindo de um corpus analítico constituído pelo estudo crítico das obras radicais do escritor Georges Bataille e do pintor Francis Bacon, propus a noção de representação dilacerada para o estudo das obras visuais figurativas. Wanda Tofani

Professora Wanda de Paula Tofani (UFMG)

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REPRESENTAÇÃO E APRESENTAÇÃO: COALESCÊNCIA NA ARTE FIGURATIVA Estudar os conceitos de representação e apresentação nas artes, enfocando as relações entre Literatura e Artes Plásticas. Por meio de um corpus analítico centrado no modernismo, sobretudo em relação à pintura figurativa, será discutida a relação da mímesis com a representação, assim como a subsunção da apresentação pela representação e vice-versa, na historiografia da arte, propondo-se a coalescência de ambas. Proporcionar aos interessados o aprofundamento de uma teorização abrangente dos conceitos acima referidos, uma metodologia de trabalho da pesquisa sobre arte e uma análise comparativa de produções artísticas textuais e plásticas.


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