Revista Accio - primeira edição

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Accio

REVISTA

Edição 01 - Novembro - 2014



Editorial

Editorial

Pedro Paulo da Silva Ayrosa

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Revista Accio - edição n° 01 - Outubro - 2014

ste é o primeiro número da Revista Digital do Núcleo de Educação a Distância da UEL, para nós um marco na nova etapa dos cursos de EaD na universidade. O nome da revista é Accio, uma palavra com diferentes significados conforme o idioma ou a acentuação. Além de derivar da palavra Actium (com sentido de ação), em latim Accio significa “Eu chamo” ou “Eu invoco”, é um chamado com efeito de imã, ou seja, a intenção ao pronunciar a palavra é atrair um objeto que desejamos, trazer até nós algo que está distante. Educação a Distância é isso, é ACCIO, acessível para aqueles que desejam um ensino de qualidade. Recentemente tivemos a aprovação de nove cursos a distância. Esse crescimento é um reflexo do trabalho do NEAD da Universidade Estadual de Londrina e das novas demandas da sociedade do conhecimento. É um estímulo a nos empenharmos, cada vez mais, para atender as demandas da sociedade com ações de alta qualidade. Com o intuito de mostrar e orientar quem estuda e trabalha com EaD, ou quer saber mais sobre o tema, preparamos, nesta edição inaugural da revista, uma matéria sobre o perfil do estudante da educação a distância, que inclui opiniões de entrevistados do curso de Gestão Pública da UEL. É o início de uma série que trará outros atores envolvidos, como tutores, professores e coordenadores. Temos, ainda, um artigo sobre REA da docente em História Maria Renata da Cruz Duran e do graduando Tiago H. de Souza, cujo objetivo é apontar as principais tendências em Recursos Educacionais Abertos. Há também uma matéria sobre design na EaD, desenvolvida por Rafaela Boletti e Guillherme Cestari, ambos do setor de Design do NEAD. Eles relatam a importância de apresentar soluções criativas para orientar experiências e conduzir a atenção para o lugar certo. Ainda nesta edição você vai saber mais sobre a plataforma Moodle, o ambiente virtual de aprendizagem utilizado pela UEL. Por fim, conhecerá um pouco mais sobre a Educação a Distância na UEL. Boa leitura!

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Índice

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Como funciona o Design na Educação a Distância? 06 Recursos Educacionais Abertos: um novo tempo de possibilidades educacionais 09 Reflexão antes de optar pela Educação a Distância 13 A Plataforma Moodle na UEL: seu ambiente virtual de aprendizagem 16

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http://www.uel.br/nead/portal/ comunicacao@uel.br (43) 3371 4133

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Expediente Edição nº 01 - 2014 Reitora: Profa. Drª Berenice Quinzani Jordão Vice-reitor: Prof. Dr. Ludoviko Carnasciali Coordenador NEAD/UAB: Prof. Dr. Pedro Paulo da Silva Ayrosa - ayrosa@uel.br Equipe Comunicação Edição, revisão e resportagens: Cristiane Garcia Grande - crisgrande@uel.br Design Gráfico Gabriel Sampaio - gabrielsampaiodesign@gmail.com Rafaela Boletti – rafaelaboletti@gmail.com Colaboração Guilherme Cestari Rafaela Boletti Maria Renata da Cruz Duran Tiago H. de Souza Bolsistas

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Como funciona o design na educação à distância Guilherme Cestari & Rafaela Boletti

Como funciona o Design na Educação a Distância? Guilherme Cestari, Designer Rafaela Boletti, Designer

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ara que haja aprendizagem, é necessário mediação. Na Educação a Distância (EaD), a qualidade da mediação depende do empenho conjunto de uma equipe multidisciplinar, e o Design influi de diferentes formas no trabalho de cada um. Na EaD, professores, técnicos e estudantes lidam o tempo todo com uma série de recursos pedagógicos e interfaces tecnológicas que, combinados, orientam a assimilação do conteúdo disponibilizado no material didático, esteja ele publicado on-line, por meio do ambiente virtual de aprendizagem (AVA), ou seja ele entregue impresso ao estudante. O conjunto desse material é indispensável tanto na educação presencial quanto na não presencial. A distância, a produção de livros


Como funciona o design na educação à distância Guilherme Cestari & Rafaela Boletti

da EaD, traçar perfis dos estudantes e também dos tutores e dos professores; entender necessidades, desejos, dificuldades, dúvidas e comportamentos típicos de cada função. O designer realiza continuamente exercícios de problematização, observa e analisa interfaces e comportamentos procurando aperfeiçoar procedimentos. Além do planejamento visual do material didático no Laboratório de Tecnologia Educacional (Labted) e no Núcleo de Educação a Distância (NEAD) da UEL, o Design também é responsável pela criação de peças gráficas como banners, cartazes, faixas, pastas, pela padronização e manutenção da identidade institucional, entre outros. Por mais que na maioria das vezes não percebamos, estamos em contato com o Design a todo o momento. O Design se apresenta como um processo dinâmico determinante para o aprimoramento do ensino e da aprendizagem. Fazer Design é conectar coisas, pessoas e significados, é promover mediações. Atente-se aos detalhes e você notará que, de um modo ou de outro, o pensamento relacionado ao Design está presente na maioria das nossas atividades cotidianas. por: Guilherme Cestari, Designer, Mestre em Comunicação Rafaela Boletti, Designer, Especialista em Design Instrucional

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e apostilas de apoio deve receber atenção especial porque, nesta modalidade, boa parte do aprendizado do aluno acontece por meio do material didático, já que o professor não acompanha “face a face” o processo. Na EaD, o aluno é incentivado a estudar e descobrir autonomamente novos universos. Um material didático é expressivo e de qualidade quando organizado e diagramado com rigor e critério; uma boa disposição das informações, por exemplo, ajuda a minimizar as dificuldades encontradas pelo estudante. O Design, neste caso, é um dos principais responsáveis em possibilitar a construção do conhecimento. Design é a área do conhecimento que conduz a atenção do receptor para o lugar certo. A produção dos materiais didáticos na EaD funciona como uma orquestra, em que está tudo interligado: se ocorre falha em um componente, os outros são influenciados. O Design é um dos responsáveis pela afinação desta sintonia, sem ele a abordagem pedagógica tende a ficar desorientada e, consequentemente, menos atrativa para o aluno; cada problema não resolvido influencia na absorção do conteúdo. Fazer Design implica em realizar pesquisas prévias, planejar e organizar. Significa apresentar soluções criativas para orientar experiências. Antes de tudo, é importante conhecer o público alvo, no caso específico

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Recursos Educacionais Abertos: um novo tempo de possibilidades educacionais Maria Duran & Thiago Souza

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Recursos Educacionais Abertos:

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um novo tempo de possibilidades educacionais Maria Renata da Cruz Duran Tiago H. de Souza

A escrita e a publicação de textos e documentos é condição sine qua non para o ensino e a educação em geral. Todavia, o suporte de publicação pode variar de acordo com as necessidades e condições do seu usuário. Como sabemos, o papel impresso nunca foi objeto de fácil consumo pela população mais ampla¹. Da mesma maneira, o universo virtual oferece várias barreiras à democratização do acesso ao conhecimento. Fala-se muito de um superávit informacional, e pouco sobre os custos do mercado editorial, do acesso pago aos papers internacionais,


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podem ser utilizados em quaisquer sistemas operacionais sem que se atente contra os direitos autorais de quem o produz4 . Desde a Declaração de Jomtien, em 19905 , a licença do tipo Creative Commons (CC)6 , e as suas variáveis, são as mais utilizadas quando o tema é licença aberta. Para se ter uma idéia do quanto essa licença já é conhecida no Brasil, todo o material elaborado pelo Consórcio CEDERJ7 , fundado no início dos anos 2000, foi licenciado via Creative Commons. Há, entretanto, vários tipos de cessão de uso do material nessa licença. Cada espécie desse tipo de licença permite diferentes formas de se manusear esses recursos didáticos, indo desde reformulações, redistribuição, revisão até uma remirarem, salvo a citação dos autores originais8. Uma das principais contribuições do REA para o campo educacional é a democratização do conhecimento, tornar o acesso ao conteúdo educacional mais fácil, barato e atual. Isso ocorre também no contexto das universidades abertas, na educação a distância, com acesso a diferentes materiais e tecnologias. Santos (2012)9 aponta que desde 1971 a Open University UK (OU UK) liberou

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da emergência de monopólios de software e sistemas operacionais, do custo e da sustentabilidade da manutenção e postagem de informação na rede, etc² . Discutir os rumos da produção científica e educacional no âmbito da cultura digital é, portanto, uma contingência profissional para aqueles que dependem da escrita e da leitura como suas principais ferramentas de trabalho. O fomento à uma cultura livre, que permita e garanta o maior trânsito de informações possível na rede está inscrito nesse debate³ . Entre suas principais diretrizes, a existência de licenças abertas de publicação que assegurem o direito do autor sem ferir os direitos do leitor; bem como o estabelecimento de regras de desenvolvimento de programas e sistemas comuns, que garantam acesso e trânsito de informações e trabalhos independente da opção individual de interface, muitas vezes determinada pelas condições financeiras de indivíduos e instituições. Destaque-se que este último item é conhecido como interoperabilidade. Os recursos educacionais abertos (REA) basicamente caracterizam-se por serem instrumentos didáticos interoperáveis que possuem licença aberta, ou seja,

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seus cursos através de programas de TV. Esse recurso educacional facilitou a aprendizagem de alunos que estudavam informalmente, bem como a elaboração de aulas de professores de cursos tradicionalmente presenciais. No entanto havia um entrave, apesar de estes programas poderem ser gravados pelos telespectadores, não podiam ser apresentados publicamente sem a devida autorização, o que a licença aberta na atualidade pode possibilitar. Essa forma de licenciamento livre ajuda, portanto, a trazer inovações no âmbito educacional nos quesitos de compartilhamento e usufruto. Ainda na área do ensino superior e da educação aberta, Santos (2012) mostra que a OU UK possui uma iniciativa de REA denominada OpenLearn, de 2006, com objetivo de compartilhar recursos educacionais com licença aberta feitos pela própria instituição e usuários, em diversas plataformas. Este projeto era inicialmente um experimento e atualmente “[...] faz parte do plano de ação institucional da OU UK. Assim como na OU, os REA têm o poder de revigorara educação aberta de forma global” (Idem, p. 85). Criados num mundo digital, os REA podem ser uma unidade ou um conjunto de livros, vídeos, imagens, planos de aula e até inovadores jogos eletrônicos ao estilo Role Playing Game (RPG) voltados para a educação e estar em diferentes suportes.No Brasil, um REA interessante para o ensino de história, desenvolvido no campo do ensino superior pelo Grupo de Pesquisas Virtuais da Universidade Estadual da Bahia (UNEB) é o jogo eletrônico de RPG “Tríade: Liberdade, Igualdade e Fraternidade” que tem como tema o século XVIII e a Revolução Francesa. Seu objetivo é inovar no meio de ensino para possibilitar uma melhor


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compreensão da Revolução Francesa, ensinar história de forma lúdica e constituir uma nova ferramenta de ensino, fazendo uma mediação entre o que foi apreendido na aula sobre Revolução Francesa e o jogo propriamente dito. Assim, além de estudar o evento Revolução Francesa por meio dos livros didáticos o aluno pode ter acesso a uma representação desta revolução e ao contexto que a cerca, seja ele cultural, econômico ou social. O público alvo são os professores de História, alunos do Ensino Fundamental a partir da sétima série e o Ensino Médio. A licença é do tipo creative commons e é permitido o compartilhamento do produto (cópia e redistribuição) em qualquer formato ou suporte, sendo necessário indicar o crédito. É proibido o uso do material para fins lucrativos. Além disso, caso ocorra qualquer alteração (remixagem, transformação) é proibida quaisquer distribuição que dê a entender uma aprovação de seus desenvolvedores originais. O material pode ser utilizado nos sistemas operacionais Windows e Linux10. Outros REA mais simples e de fácil manuseio podem ser encontrados no Portal do Professor. Grande plataforma de interação educacional no Brasil, o Portal do Professor possui um repositório digital de recursos educacionais que muitas vezes são abertos e outras vezes não. Prova de que o tema ainda está em debate e que a conscientização sobre o mesmo ainda está em processo. De todo modo, segundo Richard Baraniuk, criador do portal Connexions¹¹ , um dos elementos mais importantes a destacar nesse caminho em construção é que quanto maior o fluxo de informações, melhores as chances de uma valorização social do conhecimento e, portanto, de seus nichos de produção. Nesse sentido, ao apoiar uma cultura aberta, o professor universitário não desvaloriza seu trabalho, pelo contrário, revitaliza seu campo profissional.

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por: Maria Renata da Cruz Duran, docente em História/UEL. Tiago H. de Souza, graduando em História/UEL. 1 BURKE, Peter. Uma história social do conhecimento: de Gutenberg a Diderot. Rio de. Janeiro: Jorge Zahar, 2003. 2 AMIEL, T. . Educação aberta: configurando ambientes, práticas e recursos educacionais. In: Bianca Santana, Carolina Rossini e Nelson De Luca Pretto. (Org.). Recursos Educacionais Abertos: Práticas colaborativas e políticas públicas. 1ed.Salvador: EDUFBA, 2012, v. 1, p. 17-34. 3 Para saber mais sobre cultura livre comece por: http://pt.wikipedia.org/wiki/Cultura_livre , e sobre educação aberta: http://pt.wikipedia.org/wiki/Educação_aberta . 4 Bianca Santa explica o que é REA em 10 minutos no vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=tnIRAT6cK-c 5 http://www.unicef.org/brazil/pt/resources_10230.htm 6 Você pode acessar essas informações, bem como fazer suas próprias licenças (clicando nas alternativas de uso e cessão que desejar) no próprio site do Creative Commons: http://creativecommons.org. Esse site tem uma versão em português. 7 O CEDERJ tem um repositório digital com todos os seus materiais disponíveis on line: http://cederj.edu.br/fundacao/portal-teca/ 8 Se você preferir ler um resumo das licenças vá para: http://pt.wikipedia.org/wiki/Licenças_Creative_Commons . 9 SANTOS. Andreia Inamorato dos. Educação Aberta: histórico, práticas e o contexto dos recursos educacionais abertos. In: SANTANA, Bianca; ROSSINI, Carolina; PRETTO, Nelson de Lucca (Orgs). Recursos Educacionais Abertos: práticas colaborativas e políticas públicas. 1.ed., 1 imp. Salvador: Edufba; São Paulo: Casa da Cultura digital, 2012. p. 71- 89. O livro todo está disponível, com licença aberta, em: http://www.rea.net.br/site/ , aonde vários outros projetos REA podem ser encontrados. 10 Este jogo pode ser encontrado em: http://www.comunidadesvirtuais.pro.br/triade/ , o grupo propõe uma série de outras atividades e reflexões em http://comunidadesvirtuais.pro.br/wp_cv/ . 11 http://cnx.org


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Reflexão se faz necessária antes de optar pela Educação a Distância Da Redação

Reflexão: antes de optar pela Educação a Distância Da Redação

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Educação a Distância no Brasil e no mundo está em expansão. É uma forma efetiva de levar uma universidade pública e de qualidade a muitos alunos que não poderiam ter acesso ao ensino tradicional. Mesmo quem ainda tem ressalvas, começa a compreender a EaD como uma introdução consciente e benéfica da tecnologia no entorno acadêmico, parcialmente inserida inclusive nos cursos presenciais, seja com videoaulas, videocoferências ou com pesquisas realizadas por meio da rede de informática. Os cursos de EaD realizados pelas IES públicas são gratuitos, ou seja, despesas e investimentos são pagos com o dinheiro público e este não pode ser mal empreendido. Por isso, é preciso estar atento para evitar a evasão de alunos decorrente, principalmente, da não adequação do estudante à metodologia da educação a distância. A ocorrência da desistência de estudantes não é apenas um acontecimento da EaD, há este tipo de incidência em todos os cursos universitários de graduação e de pós. No entanto, como o ensino a distância acontece, sobretudo, de forma virtual, é preciso que o


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o assunto dado ocorre durante a aula. A assistente social Márcia Cristina, 46, mesmo sem conhecer o colega de curso em Gestão Pública, salienta as mesmas vantagens e desvantagens descritas por Reginaldo. Outros alunos sentem falta mesmo é do contato pessoal. Lourival, 56, graduado em direito e com especialização em Educação Matemática, também estudante do curso de Gestão Pública, afirma que a ausência de acesso direto ao professor e de não ter relacionamento nenhum com os outros alunos do mesmo curso é a maior desvantagem da EaD. Mesmo assim, a organização exigida e o aproveitamento do próprio tempo o fizeram optar pelo modelo a distância na realização de sua segunda pós. Quanto as características dos alunos da graduação, segundo pesquisa realizada pelo INEP (2012), o “típico aluno” da educação presencial é do sexo feminino, cursa bacharelado, estuda no período noturno e frequenta IES privada. O ingresso ocorre com maior frequência aos 18 anos de idade e a conclusão aos 23 anos. Na EaD, o “típico aluno” também é do sexo feminino e está vinculado a uma instituição privada, contudo, cursa licenciatura.

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aluno tenha algumas características específicas e saiba exatamente como funciona conquistar um diploma tendo a tecnologia por aliada. A funcionária do NEAD (UEL), Maristela Cristina Martins, explica que muitos estudantes imaginam que o curso será mais fácil, por não exigir a locomoção frequente e o fato da presença ser limitada às atividades obrigatórias executadas nos polos de apoio e no próprio ambiente virtual. Mas, “a especialização a distância de uma universidade pública tem o mesmo nível de exigência do ensino presencial”, explica Maristela. Ou seja, requer acesso diário às aulas, com estudo médio de dez horas por semana, tanto sozinho quanto em grupo no ambiente virtual de aprendizagem. O aluno de EaD em Gestão Pública da UEL, Reginaldo, 37, graduado em Administração de Empresa e Pós-graduado em MBA em Gestão de Pessoas, diz que as vantagens na educação a distância é a flexibilidade de horário para estudar. Mesmo assim, ele ainda prefere as aulas presenciais. “Uma desvantagem é a demora no recebimento das dúvidas”, explica Reginaldo, uma vez que nas aulas presencias todo esclarecimento sobre

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Já a média da idade dos alunos de graduação a distância nas condições de matrícula, ingresso e concluinte é de 30 anos. Em suma, na análise dos perfis da modalidade a distância, o ingresso se dá um pouco mais tardiamente, todavia dados estatísticos demonstram que a tendência é uma contínua diminuição da idade típica de entrada e da conclusão do curso em educação a distância. Conforme a última publicação do Resumo Técnico do Censo da Educação Superior (2011), realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep/MEC), do total de 30.420 cursos de graduação, 1.044 são da modalidade a distância. Este censo mostra ainda que a categoria de IES privadas concentra 55,5% dos cursos de graduação na modalidade a distância. Como a EaD está em expansão e possui um perfil que possibilita isso, as perspectivas é que esta proporção aumente gradativamente e atinja as áreas mais remotas do país. A fluência tecnológica, por sua vez, é algo que pode ser conquistado desde que o aluno possua outras prerrogativas a serem elencadas mais abaixo. Logo, assim como a competência em informática, o uso correto da tecnologia deve ser estimulado e apoiado sempre, pois mesmo no ensino presencial os cursos mesclam características da modalidade a distância. Ou seja, o ensino presencial e a educação a distância se aproximam e se fundem em diversas ocasiões, por isso é preciso aparar as últimas arestas de preconceito e trabalhar na solidificação de um caminho que tem muito a ser explorado. Ter um determinado perfil ou cultivar algumas características é essencial para o sucesso do estudante. Seguem algumas dicas:


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O Perfil do estudante de Educação a Distância:

Se você tem essas características fuja da EaD: Perde a concentração com facilidade em jogos, bate-papo, etc. Pretende estudar, mas logo perde o foco. É desatento e desorganizado. Ou curioso e disperso. Não gosta de estudar. Possui acesso precário a internet. Dificuldades para utilizar o computador. Não consegue estudar em casa. Mesmo fazendo um cronograma ou metas, dá preferências a outros assuntos que julga de maior interesse para o momento, como arrumar a casa ou ir pra balada. Não consegue se concentrar em casa devido aos interesses e barulhos do restante da família, como rádio e televisão. por: Cristiane Grande

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Consegue manter a concentração no estudo, trabalho e demais atividades. Busca fazer um cronograma de estudos e segui-lo corretamente. É responsável, dedicado e persistente. Se necessário aprender algo teórico sozinho, esforça-se o máximo e também busca executar a parte prática. Ou seja, é proativo e tem autonomia e disciplina. Sabe trabalhar/estudar em grupo ou sozinho. Lembrese que a EaD também exige integração e trocas com docentes e discentes em ambientes virtuais. Gosta de ler e consegue manter a concentração nas coisas que lê, assiste, ouve ou estuda. Sabe arrumar tempo para as atividades exigidas.

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A Plataforma Moodle na UEL: seu ambiente virtual de aprendizagem Da Redação

A Plataforma Moodle na UEL: seu ambiente virtual de aprendizagem Da Redação

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avanço tecnológico possibilitou, em um período relativamente curto, atividades inimagináveis na área da educação com a incorporação da internet, permitindo que os ambientes virtuais de aprendizagem substituíssem as salas de aula presenciais em diversas situações. Isto ocorre por meio de uma plataforma acessível pela Internet ou rede local, com código aberto, que permite a criação de cursos online, páginas de disciplinas, grupos de trabalho e outras comunidades de aprendizagem. Na UEL, é utilizado o “Modular Object-Oriented Dynamic Learning Environment” ou, simplesmente Moodle, um software de apoio executado num Ambiente Virtual de Aprendizagem - AVA. O Moodle


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possibilita a disponibilização de conteúdo como textos, imagens, vídeos e áudios, além de permitir a criação de exercícios, questionários, chats, fóruns de discussão e uma série de outros recursos. Graduação, pós e extensão utilizam o Moodle na UEL das formas a seguir: Graduação - http://moodleg.uel.br ; Pós - http://moodlep.uel.br ; Extensão - http://moodlee.uel.br. O Moodle oferece o aprendizado totalmente virtual ao mesmo tempo em que fornece apoio ao aprendizado presencial. Em função de características como estas, é um dos sistemas mais utilizados no apoio ao ensino e em cursos de educação a distância. A plataforma Moodle permite a transmissão e organização dos conteúdos de materiais de apoio às aulas, da mesma forma que facilita a comunicação síncrona (1) e a assíncrona (2), cooperadoras diretas na educação a distância no país: 1) permite a comunicação entre as pessoas em tempo real, ou seja, o emissor envia uma mensagem para o receptor e este a recebe quase que instantaneamente, como numa conversa por telefone. Exemplos: o chat e a videoconferência; 2) dispensa a participação simultânea das pessoas, ou seja, o emissor envia uma mensagem ao receptor, o qual pode ler e responder esta mensa-

gem em outro momento. Exemplos: correio eletrônico, fórum e lista de discussão. Na EAD, o correio eletrônico ou postagem de temas e conteúdo das disciplinas são ferramentas indispensáveis, pois além de possibilitar armazenamento de todas as mensagens recebidas a enviadas aos alunos, tutores e professores, reduz custos com telefone e correio postal tradicional. Até mesmo o material do curso pode ser postado. Segundo Michelle Andrade Klaiber, técnica-administradora de ambiente virtual de aprendizagem da UEL, “tudo o que é colocado no AVA pode ser configurado para ser recebido também por email ou pop-up, assim a pessoa fica ciente das atualizações e entra no Moodle para conferir”, diz. De acordo com estudo de caso realizado em 2013 por alunas de relações públicas da UEL, a maioria dos alunos entrevistados acredita que os instrumentos de comunicação mais eficientes para a troca de informações são os e-mails e o AVA¹. Klaiber explica ainda que no ambiente virtual de aprendizagem, “não há limites de salas e de alunos para o MOODLE”, e mesmo sendo uma ferramenta Open Source (Livre), se faz necessário um servidor que ofereça suporte ao sistema, com grande capacidade de armaze-


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¹ Trabalho de Conclusão de Curso de Elisa Carolina de Santi Nunes e Thaisa Fernanda Sargi. Londrina, 2013.

As vantagens das ferramentas do MOODLE: Ferramentas de Controle Controle online de notas; Monitoração e Relatórios; Inserção e controle de Alunos; Inativação de cadastro de aluno; Senha para cada Curso; Login e senha para cada professor e aluno. Ferramentas de Avaliação Provas online; Tarefa; Questionário; Exercícios; Atribuição de notas. Ferramentas Interativas Chat com o Professor; Inclusão de Textos, Links; Inserção de Áudio; Vídeos, Imagens, slides; Fórum, Enquetes; Glossário, Wiki. Suporte a vários Softwares Word, Excel, Power Point, Arquivos PDF e muitos outros. Destaques Plataforma Moodle: Facilidade na produção e distribuição de conteúdos; Gestão total do ambiente virtual de aprendizagem; Realização de avaliações de alunos; Suporte tecnológico para a disponibilização de conteúdos de acordo com um modelo pedagógico e design instrucional.

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namento, para suportar a constante inserção de novos alunos. Por fim, se pareceu acelerada a incorporação ao meio educacional da caneta esferográfica na década de 40, a presença hoje da informática no ambiente de ensino não tem precedentes comparativos e nem previsões acertadas, uma vez que tem perfil multitarefa com infinitas possibilidades, logo, coopera quase que espontaneamente para um padrão superior no ensino presencial ou a distância. por: Cristiane Grande

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