edição #33 set./out. 2010 distribuição gratuita e dirigida
Moda Meu primo é um doce
ENTREVISTA Mario House, a lenda viva
Glee Tudo sobre a série
Editorial
Sou gay mas me chame de você LGBT, Gay, GLS, LGBTT, homoafetivo, homossexual, entre outros termos politicamente corretos, são utilizados para denominar aos gays. Recentemente, li em uma lista da internet a discussão da militância sobre o emprego de cada termo, discutindo qual deles deveria ser adotado em cada situação. Na área jurídica, prevalece o uso do termo homoafetivo para designar casais gays e também o neologismo casal do mesmo sexo. Na militância, as pessoas preferem as siglas para incluir outras populações. Não importa tanto o que usam, enquanto no popular somos chamados de veados, bicha, entre outros termos chulos. Não precisamos discutir como nos chamam, mas sim buscar o respeito de fato, para que sejamos respeitados enquanto cidadãos, como indivíduos. E parte dessa jornada em busca de igualdade e direitos passa necessariamente pela política. Tentamos montar uma colinha com os candidatos gays assumidos e, para a nossa surpresa, encontramos apenas três na Região Sul. Um bissexual de Santa Catarina, que concorre a deputado federal (Leonel Camasão – PSOL – 5050); No Rio Grande do Sul, o militante gay assumido Roberto Seitenfus (PSOL – 5070) também para a Câmara Federal; E a transformista de Porto Alegre Gloria Crystal (PMDB-15024), por sua vez para deputada estadual. Ao total, não contamos 20 candidatos em todo o país. O horário eleitoral mostra bem como anda a política brasileira. É uma vergonha votarmos por obrigação e não por condizer com as propostas dos candidatos. A nossa democracia está longe de ser a idealizada há 2 mil anos, e parece que quanto mais nos tornamos desenvolvidos tecnologica-
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mente, mais atrocidades presenciamos, tanto na sociedade quanto no trato do Planeta. Esta edição vem super doce, com um editorial de moda fantástico, super colorido. A entrevista com o Mario House resgata um pouco da história da noite gay catarinense. O homem que é uma lenda viva falou pela primeira vez de temas polêmicos e de sua história. O texto do nosso pensador Arthur Virmond de Lacerda Neto aprofunda a discussão política para estas eleições, falando dos ideais republicanos. O divertido texto do colunista Leandro Allegretti fala das bolas foras na hora da paquera e propõe uma solução inusitada: que todos usem crachás. O conto do Wander vem mais uma vez maravilhoso, relatando quando seu personagem encontrou o amor em um evangélico fervoroso. Temos também a estréia da coluna “Minha Viagem”, da qual os leitores podem participar. É isso, boa leitura e diversão. www.revistaladoa.com.br www.twitter.com/revista_lado_a Procure a gente também no Orkut!
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Expediente capa Fotografia: Lis Catenaci Styling: Rodrigo Orizzi Assistente de moda: Tuyra Rosa Produção Executiva: Lado A Hair/Make up: Thalia Vasconcellos – Jean Louis David LADO A # 33 - set./out. 2010 Tiragem 5 mil J. Responsável Allan J. Santin DRT-PR 8019 Jornalista Profissional Diplomado Editor Allan Johan Projeto Gráfico e Diagramação: TBN Com Website: Supermodular Colaboradores do site: Raquel Gomes, Arthur Virmond de Lacerda Neto, Beto, Fer Valois, Wander Mosco, Leandro Allegretti, Fernando Carlos, Eduardo e Paulo . Contato 41 - 3027.6599 contato@revistaladoa.com.br Para anunciar: contato@revistaladoa.com.br
nesta edição 04 Editorial Sou Gay mas me chame de Você 07 Entrevista Mario House - O Rei Gay de Balneário Camboriú 11 Moda Meu primo é um doce 20 Política O espírito republicano 22 Humor Cara, crachá e paquera 23 Bens de Consumo 25 Coluna social 31 Especial Glee - Bem vindos a William McKinley High School 35 Ensaio Antes que Anoiteça 37 Especial A gravata de Paulo 40 Turismo Minha Viagem - Malta 42 Guia Cultural 44 PR Guia GLS
Correspondências CP 10321 CEP 80730-970 Curitiba - PR
46 SC Guia GLS
As matérias assinadas não expressam a opinião editorial da Revista Lado A.
50 Playlist DJ Cleber Paul Gann
48 SC Guia GLS
50 Pastel e seus amigos
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Entrevista
Mario House
O rei gay de Balneário Camboriú
aos 67 anos, o distinto cavalheiro Mario House exprime uma cultura e elegância raras. Sua firmeza e doçura escondem uma história de vida fantástica. Nascido osmar, o apelido Mario surgiu na noite e permaneceu. Na zona rural de Joinville, onde nasceu, aprendeu desde muito cedo que o sexo poderia ser lucrativo. após duas décadas comandando casas de shows de mulheres, viajou o mundo e construiu um castelo de 8 mil metros quadrados em Balneário Camboriú, em um terreno que ocupava uma quadra inteira. lá fundou a emblemática Mario´s House, uma imponente casa de shows de drags e travestis que o levou a acumular fortuna ao criar um espetáculo
para os turistas argentinos que invadiram a cidade nas décadas de 80 e 90. Cobrando em dólar e com artistas “importados”, que fugiam da ditadura de outros países da américa do Sul, a casa emblemática durou ainda após a crise da economia argentina, fechando as portas há três anos, quando Mario aposentou. Nomes como dimmy Kieer, Victor e Vitória, entre outros, se apresentaram por lá. o homem que é uma lenda viva de sucesso e glamour nos recebeu em seu apartamento coberto por tapetes persas e móveis vitorianos em Balneário Camboriú, onde contou sua vida e falou sobre a casa onde aconteceram também as festas gays mais fantásticas da cidade. 7
Lado A - Por que a noite gay perdeu o glamour? Mario House - Principalmente por causa das drogas, foi a droga que estragou tudo. Porque antes a bicha ia toda arrumadinha. Eu via os gays super bonitinhos, todos arrumadinhos, camisa cheia de paetês, baby look, um luxo. Hoje está uma bagunça, por causa das drogas, as pessoas não tem mais noção das coisas. Não se interessam mais, elas querem sair como se sentem bem, botam um tênis, uma camisa e vão à festa. Naquela época, você era obrigado a se vestir bem, para se destacar, hoje elas querem ficar confortáveis. A droga acabou com a noite, por isso as pessoas não freqüentam mais.
Lado A - E como era a música? Tinha festa gay? Mario House - Tocava Disco, Glória Gaynor, Diana Ross, John Travolta, antes tocavam orquestras. Sempre teve festa gay mas eram discretas, as pessoas não se beijavam, era para conhecer pessoas. Os héteros iam lá para caçar os gays, hoje eles não vão mais. Antes os caras ficavam circulando, faziam sinal para conversar.
Lado A - O senhor foi na Parada Gay e não gostou, por que?
Mario House - Achei a coisa meio bagaceira, não sei se foi porque choveu. Eu ainda não fui na Parada Gay de São Paulo, nunca tive o interesse de ir lá, mas um dia eu vou. Lado A - Por Turismo ou por apoio? Mario House - Por Turismo, para dizer que já fui. Não por apoio.
Lado A - E o senhor é a favor do casamento gay? Mario House - Cada cabeça é uma sentença, mas
Lado A - Como é a vida em Balneário Camboriú
eu acho uma bobagem. Eu não casaria, não acho uma necessidade, a gente nunca nem falou no assunto. Quando eu morrer, eu tenho testamento, as minhas coisas ficam para ele. Eu não vou trair meu companheiro. Eu tenho dois irmãos, meu irmão até pouco tempo era preconceituoso, agora não, porque precisou de mim. Minha irmã é testemunha de Jeová, não se aproxima muito de mim. Eu vou deixar minhas coisas para eles, por que? Tenho que deixar para alguém que morou comigo.
para um gay da sua idade? Mario House - Eu não saio mais. Depois de uma certa idade, você tem que se acomodar, entende? Eu não saio mais na noite, eu saio para jantar fora com os amigos. Mas para noite, para a noite gay, para caçar, não.
Lado A - O senhor tem um companheiro? Há quanto tempo?
Mario House - Há 17, quase 18 anos anos.
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Lado A - O senhor nunca se envolveu com militância gay, direitos gays? Mario House - Não, nunca, justamente por causa da minha posição, a cidade era pequena, eu nunca me envolvi, não posso. Todo mundo me conhece, as pessoas me abraçam como pessoa, como personalidade. E nunca briguei com ninguém, nunca promovi escândalo, sempre fui muito discreto. Eu mantive o meu glamour, sempre quis me destacar. Eu me dou com todos mas não me envolvo em política. Hoje mesmo me chamaram para eu me candidatar. Lado A - E não vai? Mario House - Eu não quero, sei lá, de repente os
gente é decente. Ele estava sacando...
Lado A - Como surgiu a idéia de fazer shows de travestis?
Mario House - Eu tinha shows de strip tease de mulheres e uma noite chegou um guia que era gay e falou: “por que você não faz um show de travestis, os argentinos não conhecem essas coisas...”. E foi um sucesso. Tinha até crianças e os travestis botavam as coisas de fora. Era artístico, não era erótico. Havia uma censura na época, até, mas como eles eram argentinos, não prestavam queixa e eu era bem relacionado na época, nunca tive problema com nada.
gays perdem e fica chato.
Lado A - E por que você nunca abriu nada para
Lado A - E os seus pais (já falecidos) sabiam que você
Mario House - Eles exigem muito e ficam a noite
era gay?
inteira tomando uma cerveja. Eu vejo pelas festas que fizeram no castelo. Elas só bebem água. Não se vende whisky, champanhe. Elas pegam o canudinho e ficam tomando a noite toda. Eu não morri para vida, às vezes eu saio, a gente tem que se atualizar né e ainda é assim.
os gays?
Mario House - Meu pai era analfabeto, uma vez meu pai chegou para mim e falou: filho, você não precisa fazer isso que você faz, a gente é pobre mas a
Lado A - E não pensa em abrir nada, está aposentado? Mario House - Vou te contar que eu tenho um projeto de uma fábrica de cuecas. Estou desenvolvendo o projeto, de uma cueca de qualidade, personalizada. Eu vou desenhar. Eu sempre gostei muito de cuecas,
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e as bichas gostam muito também. Ainda estou escolhendo os modelos que serão fabricados.
ensina muito, o mundo ensina muito, as revistas, ensinam muito às pessoas a terem e a fazerem as coisas.
Lado A - O que você diria para os gays mais novos? Mario House - Hoje a liberdade está em todo lugar, a
Lado A - E você se arrepende de alguma coisa? Mario House - Não, ao contrário. Se eu tivesse
democracia é muito grande, não tem o que falar, cada um faz o que quer. Hoje a bicha é inteligente, trabalha, tem dinheiro. Não é mais que nem na minha época em que todos dependiam dos pais, tinham que ficar no armário. Antes, só existia o gay pobre, que se assumia, o rico era obrigado a se casar com uma mulher, manter a aparência. Hoje tem o rico gay. Antes você não podia sair de dia, senão levava pedrada. Eu não podia entrar no ônibus senão era xingado. Eu era muito conhecido. Antigamente era muito complicado.
que voltar, voltaria a ser gay novamente. Mesmo por tudo que eu passei. Adoro ser gay, assim como eu sou. Não deslumbrado. Eu vou onde eu quero, faço o que eu quero. Eu tenho uma vida boa, não posso reclamar. Eu passei muita dificuldade, eu comi o pão que o diabo amassou.
Lado A - Você acha que o gay de Joinville precisa sair de lá para ser feliz?
Mario House - Eu saí de lá para adquirir alguma coisa. Eu morava na roça, precisava sair de lá senão eu ia morrer lá ou ia estar lá até hoje. Hoje a televisão
“Hoje a liberdade está em todo lugar, a democracia é muito grande, não tem o que falar, cada um faz o que quer” Mario House 10
doce
Moda
Meu primo é um Fotografia: Lis Catenaci Styling: Rodrigo Orizzi Assistente de moda: Tuyra Rosa Produção Executiva: Lado A Hair/Make up: Thalia Vasconcellos – Jean Louis David
Mochila Mario Queiroz para Delatia, bermuda Fabio Bartz para Nonsense
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Bolsa Chiclete Meu Capricho para Galeria Lúdica e Sunga prata Aussiebum
Shorts Jeans Brookside para LOOK / T-Shirt Lilรกs American Apparel / Camisa Xadrez Verde VROM para Cavalera
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Shorts Cinza por Fรกbio Bartz/ Regata Verde King 55 para AirLab / Mini Branca por Drigo Orizzi
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Shorts Floral Naty Fogaรงa para Galeria Ludica/ Camisa Xadrez Naty Fogaรงa para Galeria Ludica Saia Azul por Drigo Orizzi / Regata Rosa Naty Fogaรงa para Galeria Ludica/ Colete King 55 para AirLab
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Calรงa Amarela por Fรกbio Bartz/ Camiseta Laranja Alguns Tormentos para Galeria Ludica / Camisa Laranja por Drigo Orizzi / M.Zero by Melissa para Galeria Ludica
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Calรงa Amarela Nonsense / Camiseta Amarela N.G.C.H por Fiuk para Nonsense / M.Zero by Melissa para Galeria Ludica
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Jockstrap por Drigo Orizzi/ Trench Plรกstico por Fรกbio Bartz Cueca Vermelha Foch para AirLab/ Regata Vermelha por Fรกbio Bartz
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Shorts Prata por Fรกbio Bartz Sunga Prata Aussiebum / Arrastรฃo Rosa Scalla / Cinto Swarovski para Dolce & Gabbanna (Acervo)
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Política
O espírito republicano Por Arthur Virmond de Lacerda Neto Há 121 anos, o Brasil adotou o regime republicano, sob a inspiração dos valores do tratamento juridicamente igual em relação a todos os cidadãos; da ausência de privilégios e de distinções resultantes do nascimento; da laicização do Estado, com a abolição do caráter oficial cristianismo e a instauração das liberdades de crença e de descrença; da dedicação de todas as forças sociais ao serviço da comunidade; da moralidade na política e da fraternidade como critério das relações humanas. Tal foi o ideário, também, dos republicanos positivistas. Nem todos os republicanos eram positivistas; os que o eram, adotavam a moral positiva, segundo a qual a felicidade humana consiste no maior desen-
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volvimento possível dos bons sentimentos, dos de simpatia e de afetividade, fora de qualquer vinculação com o sobrenatural. Ao tempo da instauração da república, a sexualidade em geral correspondia a um tabu, ou seja, a um assunto proibido, tanto quanto a homossexualidade, tratada como doença e repudiada pela mentalidade que então prevalecia. Eis porque, na mudança de perspectivas e de instituições que representou o novo regime, em 1889, nada se incluiu relativamente aos costumes de família e à vida sexual, sequer mesmo a educação sexual. Neste sentido, os monárquicos e os republicanos de todos os matizes comungavam da mesma mentalidade conservadora
e repressora. Seria exigir demasiado que estivessem, quaisquer deles, adiante do seu tempo, nisto, ao menos. Se, todavia, se proclamasse a República neste ano de 2010, quais seriam os ideais republicanos? Além dos presentes já em 1889, eles incluiriam, certamente, a liberdade de costumes, de afetividade e de sexualidade, em decorrência do princípio em que tanto insistiram os positivistas, de que a República sem liberdades não é República, e do princípio supremo, de que a república sem igualdade jurídica não é república. Vivemos em um Estado republicano politicamente, porém não em termos de costumes, em que faltam a igualdade de todos, quanto ao matrimônio homossexual, e a igualdade, face ao desrespeito, ainda presente, pela orientação sexual das pessoas. Nestes dois aspectos, a formação de muitos dos nossos compatriotas é antirepublicana fruto de que, entre nós e por décadas, a moralidade equivaleu à ausência de liberdade de costumes e à repressão sexual, por influência de certas passagens da Bíblia e do cristianismo, como formador das consciências, hoje acompanhado, na sua doutrina moral, pelas inúmeras seitas cristãs que despontaram no Brasil e que reúnem um grande contingente da população. Precisamos completar a instauração da República, com a adoção de uma mentalidade que lhe corresponda por inteiro. Republicanizar as mentalidades significa laicizar os costumes, ou seja, libertá-los dos seus conteúdos de origem teológica, presentes em particular nas restrições à vida sexual. Significa laicizar o Estado, ou seja, torná-lo neutro em relação aos credos religiosos, à fé e à sua ausência, o que implica, na prática, a remoção de todos crucifixos dos estabelecimentos governamentais e da frase “Deus seja louvado”, do papel-moeda, bem assim a ausência de ensino religioso nas escolas públicas. Significa moralizar a vida pública, ou, mais exatamente, o comportamento dos políticos e dos agentes governamentais, pela presença do senso de dedicação à sociedade e do escrúpulo que leve à repugnância de servir-se o governante do Estado, por meio de salários e aposentadorias elevados, foro
Precisamos completar a instauração da República, com a adoção de uma mentalidade que lhe corresponda por inteiro especial, benesses parlamentares, que constituem os políticos em uma casta privilegiada pelas suas prerrogativas legais e enriquecida, em meio à população em que a riqueza é assaz desigualmente distribuída. Trata-se de valores dos republicanos positivistas e de muitos outros republicanos, cuja rememoração importa como critério de avaliação da nossa realidade e da sua transformação. Republicanizar as mentalidades significa, também, positivar a moral, ou seja, adotar como critério do bom o que favoreça a sociabilidade, a união entre as pessoas, o cultivo dos bons sentimentos, a dedicação de uns pelos outros, o que inclui os afetos de família em geral e, dentre eles, os conjugais e paternais, em que os nossos governantes vem demonstrando ausência de republicanismo, pelo desinteresse dos deputados federais e senadores por aprovarem o casamento homossexual com adoção de filhos, tema novo e atualíssimo, o que mantém uma parcela dos brasileiros fora da igualdade republicana: a existência do preconceito agrava-se com a inexistência de uma educação política necessária para que os nossos políticos se mantenham ao nível do regime sob o qual vivemos, nisto e nos aspectos precedentes. “Sem liberdades não há verdadeira República”, dizia o positivista Teixeira Mendes, que tantas vezes evocou a sentença de José Bonifácio de que “a sã política é filha da moral e da razão”: nem sem liberdades, nem sem igualdades, nem sem moralidade.
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Humor
Cara, crachá e paquera Já parou para pensar que tudo o que é importante no mundo tem uma placa ou sinal de indicação? Desde placas de trânsito, nomes de ruas, lugares turísticos famosos, baladas, mercado, padaria, até a casa da luz vermelha, enfim... Tudo o que importa é sinalizado para que as pessoas possam encontrar. Mesmo com o sinal de GPS, na hora de encontrar algo, poderíamos nos perder caso não encontrássemos no local indicado uma placa com o nome do que procuramos. Você deve estar pensando: “que diabos o Leandro está querendo dizer com isso?” É que tive uma ideia para simplificar a vida dos corações solitários, já que as placas e faixas de identificação são tão necessárias, por que as pessoas não as usam também? No pré-primário costumávamos usar crachás para que, caso as nossas professorinhas nos perdessem num passeio, ou mesmo na escola, fossemos encontrados. Num evento ou feira de trabalho, workshops, conferências e, afins, sempre temos uma credencial para poder fazer parte, com nosso nome e empresa. É tão mais simples você fazer o tal “cara crachá” na hora de se aproximar de alguém! Tenho uma dificuldade terrível em paquerar, seja onde for. Lembro de dois episódios “traumáticos” para mim quando pensei, poxa, que cara lindo, vou encará-lo! Um foi perto da Rua Florida, em Buenos Aires, o cara era tão apetitoso que atravessei olhando pra ele e olhei até pra trás (coisa que não faço) mas o guri não curtiu, fez cara de bravo e soltou um “¿Qué estás a mirar?”. Na hora eu percebi que ele não era gay, mas, até aí, passei carão em terra estrangeira! O segundo foi no metrô de
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Sampa, foi engraçado até, porque o moço olhou pra mim, eu o achei bonito e mantive o olhar, sei lá como! Pois não é que depois de uns três minutos nos olhando ele falou alto: “O que cê ta encarando?”, percebi que pelo tom de voz se eu dissesse qualquer coisa ele partiria pra cima de mim, então, ignorei e fingi que não era comigo! Pensando nesses dois casos e, para evitar maiores constrangimentos, acho muito bom que as pessoas passem a usar crachá na rua, com informações importantes como nome, arroba no Twitter e estado civil, se possível marcar com um arco-íris aqueles que jogam no nosso time, para que ao menos possamos criar coragem e paquerar pessoas que não ficarão bravas e ofendidas com receber um simples olhar. Essa minha ideia pode, inclusive, facilitar a vida das pessoas com problema de memória que, ao encontrar alguém conhecido, às vezes não lembram o nome da pessoa e nem de onde a conhecem. Sei que parece uma coisa absurda e muitos militantes dirão que é discriminação andar na rua com um crachá indicando a orientação sexual, claro que os enrustidos não iam aderir e tudo continuaria como está, mas que seria um alívio para os mais tímidos ter a certeza de que o esforço empregado num olhar a um estranho não seria em vão. Pois é, o “cara, crachá e paquera” seria um grande aliado!
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Loubotin Men’s Collection 2010/2011 Christian Louboutin, criador dos famosos sapatos de solado vermelho, resolveu apostar no público masculino. Ano passado, ele inaugurou a Louboutin Men’s Collection, composta por sapatos e tênis masculinos que vem chamando a atenção. Este ano, a coleção está linda com modelos modernos e refinados que só podem ser encontrados nos EUA e na Europa. Preço: US$ 900, nos EUA 23
Bens de consumo
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Coluna social Night Angels na Concorde (Florian贸polis )
Meet UP na UP (Joinville)
Festa Perverts (Curitiba)
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Coluna social Like a Virgin no Bar Code (Curitiba)
Lions na Black Box (Curitiba)
Celebrity na Twiga (Curitiba)
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Especial
Bem vindos a William McKinley High School
A mais premiada e comemorada série de comédia no último ano foi sem dúvidas a estreante Glee, que mistura o mundo do high school americano com a busca pela fama através da música. Se a receita de explorar o folhetim juvenil e a busca pelo sucesso já parecia desgastada, a criação de Ryan Murphy (de Nip Tuck) misturou ingredientes novos e surpreendeu a todos. Quem iria pensar em uma chefe de torcida, uma loirinha perfeita e presidente do clube do celibato que ficaria grávida, ou mesmo em um galã dislexo e desajeitado, ou então em um diretor indiano inseguro e uma turminha de excluídos em busca de
aceitação e respeito? A produção da FOX que virou mania nos EUA ainda não estreou na televisão aberta brasileira, mas esta injustiça deve ser corrigida em breve e os Gleeks dominarão a cena por aqui. Vencedora do premio de melhor comédia do último Globo de Ouro e de diversos prêmios nos EUA, incluindo alguns da GLAAD – Liga Gay e Lésbica contra a difamação, que premia as produções que incluem personagens gays, Glee chegou para fazer história. Eles cantaram o hino nacional em um dos jogos da final do Campeonato Nacional de Basebol, viraram personagens em um dos episódios dos Simpsons e
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prometem ficar um bom tempo no topo. O enredo da série é sobre o professor Will Schuester de uma escola pública que deseja reativar o clube do coral outrora famoso de sua escola, onde leciona espanhol. O coral acaba reunindo os mais diferentes tipos e o grupo precisa vencer para que o diretor não acabe com o projeto por falta de verbas. A série que herda nos EUA o horário do programa American Idol não previa um personagem principal gay até que os produtores conheceram o ator Chris Colfer (Kurt), que foi chamado para um teste e sensibilizou a todos. A série retrata a vida no interior de Ohio, na pequena Lima, bem longe do glamour e dos ambientes tolerantes das grandes cidades . Kurt é o personagem gay que sai do armário, convive com a intolerância, com banhos diários de raspadinhas no rosto, e dá lição de vida. Meigo, feminino e totalmente antenado com a moda, ele é o gay adolescente que faltava na história da televisão. Mas Glee tem muito mais. O “L” de Loser (perdedor) formado com o dedo é o charme da logo da série e já mostra a profundidade do tema abordado. Apesar da aparente infantilidade do enredo, o humor refinado com revelações e conflitos pesados dá um tom mais sério à série. “Não deixe de acreditar”, “Express Your Self” entre outros conselhos títulos de sucessos musicais são reinventados pelo clube do coral e ganham versões especiais. Sucessos dos anos 90 e atuais, e alguns clássicos, são repaginados e voltam às paradas de sucesso nas vozes do talentoso grupo. Homenagens a divas como Madonna, Britney Spears e Lady Gaga são aguardadas pelos fãs e todos colaboram liberando suas canções para pegar uma carona na febre gerada pela série. A estréia da segunda temporada nos EUA, em maio, depois do cast aparecer no programa da Oprah, teve mais de 13 milhões e meio de pessoas assistindo e os ingressos de uma série de shows com o grupo esgotou em poucas horas. Com mensagens claras de tolerância e discurso pela diversidade, a série inclui ainda um rapaz na
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cadeira de rodas, asiáticos, negros, uma conselheira pedagógica que tem mania de limpeza e uma treinadora de cheerleaders lésbica mandona e insana pelo sucesso - que inclui destruir o coral. Glee brinca com a caricatura do modo de vida americano e sobre os preconceituosos. O casal principal continua sendo branco, mas a estrela é judia (Rachel), filha de pais gays, e o galã (Finn) é filho de mãe solteira e extremamente carismático e “acéfalo”. O estereótipo ganha vida e espaço mas de uma forma politicamente correta, no fim, tudo acaba bem, como manda a comédia. Assista e logo em seguida você estará cantando pelos cantos. Impossível não gostar de Glee. Atualmente exibida às quartas feiras, às 21h, pelo canal pago FOX, a série GLEE deve estrear este semestre no SBT, que adquiriu os direitos do programa para o Brasil. O fator Kurt Kurt Hummel (Chris Colfer) é órfão de mãe e seu pai possui uma mecânica. Ele ama roupas de marcas, Madonna e Lady Gaga e tem voz e trejeitos que apontam que ele é gay. Vítima de bulling na escola, além de ser xingado, jogado na caçamba de lixo, e apanha com frequencia dos garotos do time de futebol. A primeira temporada da série começa sem revelar que ele é gay. Isso só acontece quando Kurt diz para a melhor amiga Mercedez que é gay, após ela se apaixonar por ele e acabarem brigando. Em um dos episódios, o senhor Hummel flagra o filho dançando Single Ladies e Kurt diz que o maiô prateado é a nova roupa do time de futebol americano do colégio. O pai quer assistir ao filho jogando e Kurt entra para o time da escola e até marca um gol. Quando seu pai diz estar orgulhoso dele, Kurt confessa que é gay. O senhor Hummel diz que já sabia que ele era gay desde que Kurt tinha três anos, já que o filho pediu um sapato de salto de aniversário e o episódio termina em lágrimas. “Obrigado por ter me contado”, diz o pai. “Tem certeza, né?” pergunta para o filho que responde que sim. “Estava apenas checando”, emenda.
Em outra ocasião, Kurt quer interpretar a voz feminina da nova montagem do Clube do Coral mas dão o papel para Rachel. O senhor Hummel vai até a escola e acusa o professor de ser preconceituoso, e solicita um teste para o filho. O pai de Kurt recebe uma ligação anônima xingando o filho, que preocupado com o pai, acaba errando de propósito no teste e fica sem o polêmico papel. “Pai, eu te amo mais do que o sucesso”, diz o filho. Em um dos momentos mais emblemáticos do personagem, a mãe de Finn e o pai de Kurt ficam juntos e Finn vai morar com eles. Kurt redecora o quarto e Finn, sacando que o gay é apaixonado por ele, resolve dizer o que acha do quarto e fala que o abajur e a colcha de cama são “boiola e bicha”. O pai de Kurt ouve e parte em defesa do filho: “Do que você chamou ele?...” “Eu tava falando da manta”, responde Finn. “Se você usou essa palavra você estava falando dele”, diz o pai. Kurt intercede e diz que está tudo bem e que isso não o atingiu. “É porque você tem 16 anos e ainda vê o melhor das pessoas. Daqui a alguns anos você vai começar a ver o ódio nos corações delas, mesmo das melhores pessoas. Você fala negão? E quanto a retardado? Você chamou aquela amiga do Kurt de retardada?”. “Não, claro que não, ela é minha amiga, ela tem síndrome de down, eu nunca diria isso”, responde Finn. “Mas você acha certo vir na minha casa e dizer bicha?” “Mas eu não quis dizer...” “Eu sei o que você quis dizer. Você acha que eu não usei essa palavra quando eu tinha a sua idade? Quando um garoto ia mal no treino, a gente falava para deixar de ser bicha, se liga! E você quis dizer exatamente o que você disse: que ser gay é errado, que merece um castigo. Eu achei que você fosse diferente Finn, que ser do Clube do Coral, por ter sido criado por quem foi, significava ser um rapaz de uma nova geração que entende as coisas de forma diferente. Que tinham vindo para este mundo sabendo de coisas que eu lutei muito para entender, mas eu acho que eu estava errado. Desculpe Finn, mas eu acho que você não pode ficar aqui. Eu amo a sua mãe, mas talvez isso me afaste dela. Mas minha família vem primeiro... Ele é meu filho”, diz o pai de Kurt. Na segunda temporada, está previsto que o personagem terá um namorado.
Quem é quem William Schuester (Matthew Morrison) Will é o professor de espanhol da escola Wlliam McKinley, assume a difícil tarefa de reerguer o coral da instituição, o Glee Club (Clube de Coral). Ex-integrante do coral quando estudante, Will, ainda que contrariado, está decidido em recuperar o prestígio do coral da escola. Emma Pillsbury (Jayma Mays) Emma também é professora no colégio Wlliam McKinley e mantém uma secreta paixão por Will. Conselheira da escola, sempre está disposta a ajudar os outros. Ela também tem fobia de germes, sofre de misofobia. Uma de suas grandes tristezas é ver a esposa de Will maltratar seu amado. Finn Hudson (Cory Monteith) Finn é um atleta popular em sua escola. Zagueiro da equipe de futebol, o jovem precisa manter sua reputação ao entrar para o Glee Club. Criado por mãe solteira, Finn perdeu o pai ainda criança. Um de seus maiores sonhos é ver sua mãe novamente feliz. Rachel Berry (Lea Michelle) Rachel Berry, filha de um casal gay, é conhecida entre seus amigos por ser extremamente perfeccionista. A jovem sonha em fazer sucesso na Broadway. Criada por seus pais para ser uma estrela, Rachel acredita que sua estadia no Glee Club é apenas um passo para concretizar seus objetivos maiores. Kurt Hummel (Chris Colfer) Kurt é um dos jovens integrantes do clube Glee. Órfão de mãe, assumiu sua homossexualidade para o pai, o qual já sabia da orientação sexual de seu filho desde que o menino tinha 3 anos de idade. Kurt adora se vestir conforme a moda e investe parte de suas forças para comercialização uma fragrância criada por ele, a Hummel. Arty Abrams (Kevin Mchale) Arty é um guitarrista nerd e cadeirante que passa grande parte de seus dias evitando as intimidações
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dos meninos da escola. Divertido e inteligente, se interessa por cavalos e a prática de beat-box. Mercedes Jones (Amber Riley) Mercedes é uma jovem “negra latina” que sonha em se tornar uma “diva”. Gosta de chamar a atenção e estar sempre em primeiro plano. Excêntrica ao se vestir, se nega a fazer “backin-vocal” e tem medo de se apaixonar. Quinn Fabray (Dianna Agron) Quinn é líder de torcida e namorada de Finn Hudson, além de ser presidente de um clube de celibato e contra tudo o que for contra os mandamentos Bíblicos. Quinn sente um grande ciúme de Rachel e não faz questão de deixar claro para todos que não gosta da garota. Mais tarde descobre-se que jovem não é tão santinha quando quanto se pensa. Puck (Mark Salling) Puck é integrante do time de futebol de americano da escola Wlliam McKinley. Arrogante e provocador, é um dos grandes amigos de Finn. Com um pai irresponsável, os dois entram em conflito e muitos consideram sua rebeldia fruto do relacionamento com o pai. Terri Schuester (Jessalyn Gilsig) Terri é a esposa do professor Will, de quem era namorada desde os tempos de escola quanto ela era uma líder de torcida. Apaixonada por artesanato, reclama da mediana condição social e a atribui ao marido, tornando a vida do esposo um caos. Tina (Jenna Ushkowitz) Tina é uma jovem gótica que finge sofrer de gaguez para não cumprir as obrigações na escola, mas adora ser o centro das atenções. Presa aos tempos de infância, Tina tem como principal passatempo brincar com suas bonecas. Sue Sylvester (Jane Lynch) Sue é a implacável treinadora das líderes de torcida da escola Wlliam McKinley. É a responsável por transformou a equipe em uma das mais premiadas entre as escolas do país. Prevendo a notoriedade que o clube Glee pode ganhar, teme que o sucesso do clube coral faça com que os investimentos em sua equipe de torcida sejam prejudicados.
Ensaio
Antes que Anoiteça Por Allan Johan
No final do mês de agosto, o ex-ditador cubano Fidel Castro assumiu mea culpa pela perseguição aos homossexuais na instalação da sua revolução na ilha de Cuba, a partir do ano de 1959. A declaração dada a um jornal mexicano, 50 anos depois, de que foram “tempos de injustiça” não apaga o que os cubanos passaram durante o devaneio de implantação do socialismo no continente americano, que perdurou até mesmo após o fim da Guerra Fria e da dissolução da União Soviética. Um dos relatos mais impressionantes sobre este período é do escritor Reinaldo Arenas, que se matou no exílio, anos após descobrir que tinha AIDS. Ele agüentou até terminar este livro, de forma heróica, pois sabia que o mundo deveria conhecer a sua história. Mais do que nunca, a leitura de sua história se faz necessária e obrigatória, para quem quer entender a importância de Fidel reconhecer o seu erro. A obra Antes que anoiteça inspirou o filme homônimo que rendeu uma indicação ao Oscar em 2002 ao ator Javier Bardem. O livro, infinitamente mais rico e superior ao filme, é uma auto biografia deixada pelo autor que viveu anos de terror e momentos de felicidade em sua terra natal. A narrativa
é impressionante e faz uma imersão profunda na ditadura cubana, sob a visão de um talentoso artista homossexual. O livro agradará em cheio aos gays que gostam de pornografia, em razão das inúmeras descrições de atos sexuais, e também aos mais politizados pelas reflexões sobre a comunida-
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de gay local e dilemas pessoais do autor. O livro começa com a infância de Arenas e passa pela sua fase de negação de sua sexualidade durante a adolescência, enquanto acontecia o golpe que terminou com o governo do ditador anterior, do presidente Fulgêncio Batista. Narra com clareza que a instalação lenta do regime socialista. A clara diferença entre classes dentro do sistema, onde os burocratas e detentores de altas patentes adquiriam privilégios e o sofrimento do povo, é descrita com detalhes. O sufocamento da classe artística, as cotas de produtos, a rica vida homossexual de Havana são pontos que revelam ao mundo o que havia por trás do sucesso que Castro propagandeava fora da ilha que virou, como o autor conta: uma prisão domiciliar. A perseguição aos homossexuais é uma triste parte dessa história e o autor, melhor do que ninguém, seria a pessoa que poderia contar. Seus livros foram traficados para fora do país, publicados pelo mundo e a notoriedade adquirida no exterior o transformaram em uma figura perseguida. Revelando nomes, ele conta sobre os gays dentro do partido que dispunham de situação diferenciada, a traição intelectual dos antes homens da Cultura e como o regime atuava para manipular a população. O autor aguardava o dia em que a população retomaria o poder à força - dia este que jamais
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chegou. A obra é uma ode à liberdade, às vezes, chega à libertinagem, mas, sobretudo, é um texto que imortaliza um homem que sobreviveu a atrocidades para contar ao mundo sobre o sentido real da existência humana. Antes que anoiteça é de um extremo realismo que pode causar pesadelos. As cenas de suicídio e violência jorram verdade e o testemunho é impressionante. O autor narra as várias tentativas frustradas de abandonar Cuba, como escondia seus manuscritos e o trabalho de reescrever obras inteiras perdidas durante a perseguição da polícia. Ele foi preso, torturado e obrigado a trabalhar em canaviais como muitos adolescentes que participavam do programa militar obrigatório. Sempre com muito sexo, o livro pode causar estranheza aos mais recatados, mas é preciso entender o universo do autor para chegar até o momento em que ele tira a sua própria vida. Não foram poucos os que se mataram no país caribenho, ou que foram mortos por discordar das imposições de Fidel Castro e sua corja. Ainda no poder por meio de seu irmão, o ex-ditador (se é que esse termo é possível) está velho, Fidel deixa Cuba respirar aos poucos. A Cuba de hoje é prova de o quanto uma nação e o ser humano são capazes de suportar e de como os sonhos podem virar pesadelos, de uma hora para outra.
Especial
A gravata de Paulo
Passei pela primeira vez em frente àquela igreja onde, mal sabia, transcorreriam meus melhores dias; naquela data específica completava vinte anos cravados. Decidi entrar e ouvi alguns pedaços do refrão de um cântico: “Alfa, Omega” – cantavam todos em uníssono. Nunca fui religioso, mas com a depressão que me abatia na época tentei aceitar essa nova possível perspectiva; sentei na última fileira, quase escondido, enquanto todos estavam com olhos fechados e cantando. Levantei para acompanhar os demais, tão rápido me coloquei em pé, todos se ajoelharam, pois começaram uma oração fervorosa. Pude então, pela primeira vez, vislumbrar um garoto no palco – mais tarde aprenderia à força chamar tal palco de altar – ele estava charmoso com aquela roupa social; só era muito novo. Sentei-me, ainda hipnotizado, nem em respeito aos fiéis consegui fechar os olhos e continuei minha empreitada: observei cada detalhe ocorrendo onde estava aquele menino em terno cinza. Ele entregou o microfone para um pastor mais velho e sumiu por uma porta lateral. Minha curiosidade, aguçadíssima a essa altura, imaginava: Onde estava? Será que voltaria ainda durante aquele culto? Subitamente, reapareceu pela mesma porta, com uma bandeja em mãos, cautelosamente descendo uma pequena escada, próxima ao púlpito; seus gestos efeminados, delicados, ao descer degrau a degrau, me encantavam ainda mais. Aqueles olhos fascinantes, já exaustos por entregar pãezinhos e cálices com suco, alcançaram a última fileira; chegando onde eu estava, ofereceume os mantimentos: “Aceite o sangue e a carne”. Naquele momento eu não entendi a metáfora, permaneci calado sem saber como proceder, contudo uma pequena insistência me convenceu: “Pegue, estão abençoados!”. Enquanto recebia os elementos aproveitei para tocar-lhe a pele macia; contive-me, pois por pouco não entrelacei meus dedos nos seus. Tão logo recebi aqueles dois alimentos, já os levava a boca sendo impedido imediatamente: “Você precisa esperar o momento certo”. O vi par-
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tir, voltando para a mesma porta lateral no altar, onde minutos antes havia desaparecido pela primeira vez. Segurei um cálice na mão direita e um pão na esquerda; não tinha a menor idéia sobre a utilidade daqueles símbolos, mas permaneci imóvel aguardando o tal momento certo. Ouvi então, entre alguns soluços chorosos, uma voz ao microfone dando ordens para concluirmos o ritual: “Comam esse pão e pensem no sofrimento, na cruz”. Nunca havia tido um ensino religioso, meus pais sempre se mantiveram avessos às religiões formais, o máximo que aprendi relacionado a divindades era um ou outro ritual pagão que assistira ao lado deles. Entendia bem o simbolismo relacionado às cruzes; o que não me ficava claro era o relacionamento desse símbolo cruel com um pãozinho. Imitei os outros fechando meus olhos ao comer e beber; ao abrir vislumbrei meu pastor favorito com sua roupa social andando pelo corredor. Quando acabaram - todos sentados - passou a transcorrer um sermão infinito; sem limitações no tempo, tamanha era a dubiedade incutida nas palavras proferidas como dogmas. Tentei entender suas investidas contra o demônio, muitas vezes era proferido seu apelido mais comum: inimigo. Terminada a sessão, vislumbrei duas filas. Devotos queriam falar com os pastores. Uma aglomeração várias vezes maior e mais intensa direcionada ao mais velho e outra bem menor para o mais novo; Nem precisei pensar muito para decidir em qual ficaria para receber uma oração. Algumas senhoras a minha frente choravam após receberem uma imposição com as mãos, chegavam a desgrenhar-se, saindo com ar vitorioso estampado em seus rostos. Lembro-me vagamente o que me foi dito por uma delas: “Esse sim é homem enviado por Deus”. Quando fui tocado por ele, me senti arrepiar por todo o corpo, fixei ainda meu olhar em seu rosto, mas fui impelido por um sussurro: “Feche seus olhos irmão, sinta Deus operar”. Antes que eu fosse embora, me entregou um panfleto: “Venha partici-
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par”. Era um flyer convidando para uma reunião de jovens, realizada aos sábados. Muita ansiedade me abatera na semana seguinte, transcorri meus dias esperando o encontro com os jovens evangélicos; Meu intuito era, na verdade, encontrá-lo de novo. Cheguei, entrei vagarosamente, estava adiantado, nem o altar estava preparado: havia ainda produtos para limpeza espalhados no salão, provavelmente algum mutirão feito pelas senhoras desgrenhadas que eu vira em minha última visita àquele templo. Sorte, ou simples acaso, o pastor mais novo apareceu: “Olá irmão, chegou cedo”. Puxando-me, cordialmente, conduziu meus braços e pernas a ajudá-lo na arrumação final; Não pude resistir, era um esforço gratificante. Descobri seu nome: “Julio”, retribuindo com o meu: “Alberto”. Durante a reunião um mundo se descortinava a minha frente, fui sendo levado por seu discurso envolvente, mas no fundo mal sabia o que tudo aquilo significava para ele, ou para mim. Prestei atenção no sentido daquelas palavras em apenas um momento: o garoto pelo qual me via atraído arrancou sua gravata, cortou-a em pedacinhos e ofereceu a todos. Dizia ser a gravata usada por Paulo em sua peregrinação quando encontrara os atenienses. Havia um valor envolvido – envelopes jogados pelo altar – chegou a citar cifras. Não me importei com preços, levantei e rapidamente me apoderei daquele pedacinho final onde o tecido, em corte, formava um triângulo: “Tem certeza, irmão?”. Quase beijei aqueles lábios, tão próximos; Julio me segurava com a força exercida por um amante ao desfrutar o sonho desejado: “Sim, estou seguro”. Nesse momento houve uma pausa, seus olhos me notaram pela primeira vez, alguns fervorosos chegavam a entoar cânticos nos bancos; Provavelmente imaginavam uma possível revelação. Mal sabiam o que se revelava entre nós naquele momento. Seria pecado amar? Devia sentir culpa por em um mísero instante entregar meus sentimentos a um homem santo?
Dúvidas surgiram pelas semanas seguintes, sonhava com ele todas as noites... Continuei freqüentando aquela igreja, por meses, sempre trocando gestos, olhares, ínfimos toques por entre envelopes e objetos; Pareciam não existir mais suficientes referencias em uma só Bíblia que gerassem tantos símbolos; mas somente um realmente eu guardara junto ao meu travesseiro: o pedaço daquela gravata. Eu já ajudava na limpeza, toda semana, e não havia senhoras desgrenhadas como imaginara, ele fazia tudo sozinho. Não mais. Eu era seu companheiro naquela empreitada. Numa daquelas tardes, ao terminarmos tudo, ainda faltando meia hora para começarem a chegar os jovens, vi seus lábios se aproximarem e senti seu gosto suave ao tocarem minha boca; Foi um relance tão infinito. Ele correu logo em seguida para trancar-se naquela porta lateral. Voltei pra casa mais cedo naquele sábado. Quando estávamos sós, sentados, cabisbaixos, quase iniciando uma oração, Julio se abriu: “Vou ser transferido, só tenho mais uma semana”. Mantive silêncio momentâneo; De repente, o agarrei, intensamente, tal qual o mundo desabaria sobre nós. Foi uma noite intensa: beijos, carícias, contatos carnais, tornamo-nos uma só carne. Fui acordado pelo celular, já era Domingo, ainda tinha em meus lábios o doce sabor que me fora transmitido naquela abençoada vigília; Por minhas lembranças, nitidamente, ainda vagavam cenas daquela noite na igreja. Parando com meus sonhos a realidade tocava e atendi predisposto a xingar quem ousava me ligar tão cedo. Reconheci a voz imediatamente: “Me ajuda”. Suas frases, engasgadas, davam detalhes: havia desistido, não era mais pastor.
Estava sem guarida, não queria voltar para sua casa, onde provavelmente o humilhariam, pois sua família era muito fanática. Convenci meus pais, que nem o conheciam, inventei ser um amigo, menti que ele estava passando uns dias na cidade. A semana passou e ficava difícil esconder a verdade; Decidimos alugar um quarto numa pensão próxima ao campus onde fazia meu curso. Eu o visitava diariamente. Um quarto só nosso, pequeno, mas suficiente pra tamanha paixão; Vivemos dias e semanas em tranquila calmaria. Ele então conseguiu um emprego em uma lanchonete em pleno campus. Confessava-me sonhar em cursar Engenharia Civil. Sempre o apoiei. Foi tudo tão real por algum tempo, até um Domingo, bem cedo, quando levantei e o encontrei debruçado na janela: “Bom dia”. Não obtive resposta; Cheguei mais perto, vi seus olhos afogados em lágrimas cristalinas; uma cena que se repetiu. Faltava-me ânimo para prosseguir com qualquer assunto, passei a visitá-lo menos na pensão. Os meses se passaram em pura angustia; Tentei entender aquela situação até que não pude mais suportar: “Acho melhor você voltar pra sua igreja!”. Um sorriso amarelo surgiu em seus lábios: “Você não se importa?”. Respondi com outra pergunta: “Me promete uma coisa?” ao que seus olhos espantados me pareciam pedir ajuda para entender aquele ato “Sim, o que você quiser!”. “Não engane mais as pessoas que o procuram com boa fé”. Saiu calado; voltando em seguida: “Por que isso?” falei então, calmamente, enquanto colocava o pedaço de gravata em suas mãos: “Paulo não usava gravata, ela só passou a ser utilizada pelos croatas no século XVII”.
“Fui acordado pelo celular, já era Domingo, ainda tinha em meus lábios o doce sabor que me fora transmitido naquela abençoada vigília; Por minhas lembranças, nitidamente, ainda vagavam cenas daquela noite na igreja”
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Turismo
Minha viagem
MALTA
"Não tem como não se apaixonar por este país, uma beleza rodeada pelo mar mediterrâneo e com um povo tão receptivo. A primeira vez que fui a Malta foi com um maltês e acabei assim conhecendo os melhores lugares e o que realmente Malta tem para oferecer. A cada passo dentro das ilhas é uma nova descoberta. A história que vem de antes do nascimento de Cristo, os penhascos, praias e a arquitetura são únicos. Toda vez que alguém comenta sobre viagens eu sempre falo: se um dia estiver indo pra Europa, não deixe de conhecer Malta." Delber Antoniassi, 27, empresário
Esta é a mais nova seção da Revista Lado A. Mande fotos de uma viagem marcante que fez para nós. Envie-nos um e-mail para contato@revistaladoa.com.br e saiba mais como participar.
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Guia Cultural Florianópolis
Porto Alegre Primeiro as Damas A peça interpretada pelos atores Lucas Krug e Cris Pereira traz ao palco histórias de personagens cômicos inspiradas no cotidiano. Entre os personagens há um locutor de rádio, um produtor artístico e um contador de causos. SERVIÇO Quando: 01, 02 e 03 de outubro; Onde: Teatro da AMRIGS ( Av. Ipiranga, 5311); Quanto: R$40 inteira - R$36 estudante e cliente Vivo - R$20 Clube do Assinante ZH e Idoso; Info.: 3339.2899
Exposição: Esculturas de Vinícius Basso Vinícius Basso expõe suas obras feitas com sucatas. O artista paulista é conhecido por produzir peças exclusivas e tem obras espalhadas por países como os Estados Unidos, Itália, Alemanha, Bolívia, Argentina, Chile e Paraguai. SERVIÇO Quando: Até 10 de dezembro; Onde: Ateliê Vinícius Basso (Rua Jorge Cherem, 33 - Jurerê); Quanto: Entrada franca; Info.: 48) 8808-3365
Mais Uma Vez Amor
O Despertar da Primavera Escrita pelo alemão Frank Wedekind, em 1891, a peça enfoca o universo de um grupo de adolescentes, abordando seus medos, angústias e sexualidade. Na época de seu lançamento, o texto foi proibido sob acusação de incitar os jovens ao suicídio e à prostituição.
Deborah Secco e Erom Cordeiro apresentam um espetáculo criado em 2002 e que já virou filme. A trama conta a história desencontros do casal Rodrigo e Lia, que escolheu viver um relacionamento não-convencional. Apaixonados um pelo outro, são casados com outras pessoas. SERVIÇO Quando: 01, 02 e 03 de outubro; Onde: Teatro Pedro Ivo (Centro Adm. do Governo de Santa Catarina - Rodovia SC - 401, 4600 / Km 05 - Monte Verde); Quanto: R$60 inteira e R$30 meia-entrada; Info.: (48) 8411-2288 e www.deboraalvesproducoes.com.br
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SERVIÇO Quando: 2 e 3 de outubro; Onde: Teatro São Pedro (Pc. Mal. Deodoro, s/n Centro); Quanto: De R$10 a R$50; Info.: (51) 3227-5100
Guia Cultural
A Vida Como Ela é
Curitiba Onde a Água Entra a Terra A proposta da exposição é traçar o destino e integração da água com a terra de forma natural. Depois de passar por São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, as 53 imagens de diversas partes do mundo feitas por dois fotógrafos brasileiros e uma norte-americana chega à Curitiba com uma reflexão própria.
Com seis indicações ao Troféu Gralha Azul, o espetáculo de revista que se utiliza de contos de Nelson Rodrigues com a história real do assassinato de seu irmão, Roberto Rodrigues, para criar um diálogo expressionista com o pensamento e a obra do dramaturgo brasileiro. SERVIÇO Quando: De 27 a 29 de agosto; Onde: Mini-auditório do Teatro Guaíra (Rua XV de Novembro, 971, Centro); Quanto: R$20; Info.: (41) 3304-7900
Boom SERVIÇO Quando: 15 de julho a 7 de novembro; Onde: Museu Oscar Niemeyer (R. Mal. Hermes, 999 - Centro Cívico); Quanto: R$4 inteira, R$2 meia e entrada franca no primeiro domingo de cada mês; Info.: (41) 3350-4400
Abordando de forma irônica a morte e a reencarnação, o ator e diretor, Jorge Fernando, vive um professor paranormal que recebe espíritos. Entre os personagens estão um homem que morreu dormindo, uma dançaria francesa de “can can”, uma cantora lírica e uma portuguesa.
Ballet com Orquestra Sucesso de público e crítica, o conto Romeu e Julieta de William Shakespeare transformou-se em referência de “amor” através dos séculos. Com a música do compositor russo Sergei Prokofiev, o balé Romeu e Julieta reveste-se da complexidade que caracteriza as obras do músico. SERVIÇO Quando: 24, 25 de setembro; Onde: Auditório Bento Munhoz da Rocha Netto – Teatro Guairá (Rua XV de Novembro, 971, Centro); Quanto: De R$10 a R$20; Info.: (41) 3304-7900
SERVIÇO Quando: 2 de outubro; Onde: Teatro Guairá (Rua XV de Novembro, 971, Centro); Quanto: R$80; Info.: (41) 3304-7900
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» PR Guia GLS « Curitiba
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Cabaret Indiscretus - R. Ernesto Alves, 169 Floresta
Plataforma -R. Pernambuco, 2765 - Navegantes
Cine Theatro Ypiranga - Av. Cristovão Colombo, 772 - Floresta Eróticos Videos - Av. Alberto Bins, 786 - Centro Ocidente - Rua J. Telles esq. O. Aranha - Bom Fim Refugius Megadanceteria - R. Marcílio Dias, 290 Menino Deus; www.refugiusmegadanceteria.com.br; tel.: (51) 3026-4484 Vitraux Club - R. Conceição, 492 - Centro NEO (F) - Av. Plínio Brasil Milano, 427 - Auxiliadora Neon Boulevard - R. Com. Coruja, 168 - Floresta
Thermas Point Sul - R. Cabral 468 - Rio Branco; www.thermaspointsul.com.br; telefone: (51) 3331-6324 Thermas Mezzaninu - R. São Salvador, 108 - Santa Maria Ghorett
Caxias do Sul Boates Studio 54 - Visconde de Pelotas, 87 - Centro NOX - R. Darcy Zaparolli, 111 - V. Iguatemi
São Leopoldo Boate My Way - R. D. João Becker, 968 - Centro
BARES Anexo 456 - R. Fernandes Vieira - 4556 - Bom Fim Cia. da Arte Café - R. dos Andradas, 1780 Metrô Bar - Av. Farrapo0s (Estação) - S. Geraldo
Pelotas BAR Odeon - Praça Gen. Pedro Osório, 63 - Centro Boate
Píer 174 - R. da República, 174 - Cidade Baixa
Free Space - R. 13 de maio, 626 - Centro
Venezianos Pub Café - R. Joaquim Nabuco, 397 - Cidade Baixa; www.venezianos.com.br; telefone: (51) 3221-9275
BAR
Santa Cruz do Sul Little Up - Júlio de Castilhos, 327 - Centro
SAUNAS Arpoador - R. Ivo Corsueli, 210 - Petrópolis Barros Cassal - R. B. Cassal, 496 - Independencia Convés Sauna Club -Av. Mauá, 1897 - Centro
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Playlist
DJ Cleber Paul Gann
Com 7 anos de carreira, Cleber Paul Gann faz apresentações inconfundíveis, com sets contagiantes que variam do tribal house ao progressivo house. Seu trabalho é executado com muito sentimento, qualidade, técnica e, como marca registrada, suas performances na cabine que contagiam o público por onde passa. Ele já se apresentou em grandes paradas, para públicos de mais de 150mil pessoas. Residente na UP Joinville, atualmente sua atenção está voltada para a produção musical.
Divulgação
Top 10 01 - Edward Maya ft. Alicia - Stereo Love (Cleber Paul Gann® PVT Mix 2010) 02 - Christina Aguilera - Not myself tonight (Cleber Paul Gann® Remix Full) 03 - Ralphi Rosario Starring Pagano - Questa Fantasia (Ralphi Rosario Original Mix) 04 - Lagrima (Ralph Rosario Remix) 05 - NE-YO - Beautiful Monster (Tony Moran & Warren Rigg Club Mix) Cleber Paul Gann 06 - Alahin ft. Natalia Damini - Feelin’ The Love (Julio Verner Remix) 07 - Georgia Brown - Love 4 Real (J. Verner Remix) Official Final 08 - N.A.S.A feat. M.I.A, Santogold, Span Rock & Nick Zinner - Whacadoin (Alvaro Mosquito Remix) 09 - Barbara Tucker - Feelin’ Like A Superstar (Taito Tikaro Essence Dub Remix) 10 - Antoine Clamaran feat Soraya - Live Your Dreams (Albert Neve Main Mix)
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