#59
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Entrevista
A Diversidade nas Empresas
Meninos de Ferro
A Coragem de Ser VocĂŞ Mesmo
Realidade
Quem a Homofobia Matou Hoje?
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REVISTA LADO A #59 Setembro e Outubro de 2015
EDITOR CHEFE Allan Johan COLABORADORES E COLUNISTAS Bruno de Abreu Rangel, Paulo Cogo, Arthur Virmond de Lacerda Neto, Leandro Allegretti, Allan Johan e Wladi. Tiragem 5mil JORNALISTA RESPONSÁVEL Allan J. Santin DRT PR 8019 PROJETO GRÁFICO Lado A CONTATO REDAÇÃO contato@revistaladoa.com.br PARA ANUNCIAR contato@revistaladoa.com.br CORRESPONDÊNCIAS CP 10321 CEP 80730-970 Curitiba - PR As matérias assinadas não expressam a opinião editorial da Revista Lado A. Proibida a reprodução total ou parcial de conteúdo sem autorização prévia.
CAPA Modelo: Guilherme Bernardes Foto: Raphael Herzog Milagres
Editorial Planeje que dará certo A meritocracia é o conceito da moda. Nada vem de graça, ao acaso. Até para ter sorte é preciso estar na hora e no lugar certo. Ás vezes na vida as pessoas abrem mão de planejar e querem passar do sonho para o resultado, sem etapas. Raramente isso dará certo. A meritocracia porém não considera as adversidades de cada sonhador. Por isso, você precisa lutar contra as limitações impostas na sua vida e ao invés de reclamar, use as dificuldades como um incentivo para você atingir um objetivo. O segredo está no planejamento. Trace metas para a sua vida. Mude se necessário, foque na meta e não deixe que nada te afaste. Se deseja juntar 1000 reais em 100 dias, economizar 10 reais por dia é o mais sensato do que tentar economizar 333 reais por mês. O motivo é simples: você cria o hábito. E são as pequenas mudanças que farão a diferença. Trace metas para a sua vida e planeje bem como vai chegar lá. Fixe-se em metas que dependam apenas de você e se esforce. Você conseguirá.
Allan Johan
Editor Chefe
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Ă?NDICE 06 Entrevista Filipe Roloff 10 Moda fair play 18
coluna social
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Meninos de ferro A coragem de ser vocĂŞ mesmo
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ponto de vista a homossexualidade segundo a parapsicologia
30 realidade quem a homofobia matou hoje? 33
Guia GLS Sul
38 HQ Pastel e seus Amigos
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O gaúcho Filipe Roloff, de 25 anos, nascido em Nova Petrópolis, se formou em Comércio Exterior e tem pós graduação em Business Process Management e trabalha como support engineer na SAP, uma gigante multinacional do ramo de TI. 6
Membro convidado da Comissão de Diversidade Sexual da OAB, Porto Alegre, coach de Design Thinking, ele faz parte do grupo PRIDE Brasil, de diversidade e inclusão LGBTI da empresa.
Como foi a sua descoberta e como foi se assumir em casa? Eu soube desde sempre, só foi questão de admitir e assumir para mim mesmo. No começo foi um pouco complicado em casa, mas logo recebi um bom suporte da minha família. Meus pais sempre foram pessoas boas e esclarecidas. E no trabalho? Eu não falava sobre minha sexualidade com ninguém nas empresas que trabalhei, até que eu entrei para a SAP e me envolvi nos grupos de diversidade e inclusão. Foi lá que eu me dei conta que a diversidade não é problema e, além disso, pode trazer resultados às empresas. O grande problema deste processo é o estigma com que as crianças e adolescentes encaram o tema orientação sexual e identidade de gênero. Elas sempre ficam perdidas e sem ninguém que discuta devidamente o assunto com elas. A discussão de orientação sexual e identidade de gênero é extremamente importante e, se fosse feita da forma correta e abertamente, evitaria uma grande quantidade de suicídios, por exemplo, de pessoas LGBTI.
Como que o apoio à diversidade pode fazer diferença em uma empresa? Um bom exemplo é a utilização da diversidade para criação de inovação. Em grupos de trabalho homogêneos, onde todo mundo é igual ou muito parecido criar inovação é mais difícil. Um dos pilares da inovação é a diversidade. Ter pessoas que pensam diferente, tem ideias diferentes e veem o mundo de formas diferentes, só tem a contribuir para um ambiente de trabalho inovador, uma vez que a inclusão dessas pessoas for feita devidamente e elas se sintam validadas nas suas diferenças. Uma forma de ilustrar isso é pensar em dois tipos de grupos, um de pessoas muito parecidas e outro de pessoas diferentes mas que respeitam e incluem as diferenças dos outros. Qual dos grupos que você acha que terá o maior número de ideias e soluções diversas para resolver os problemas da empresa? Que dados suportam que as empresas devem investir nesta inclusão? Há muitas pesquisas a respeito, principalmente relacionada à diversidade de gênero. Muitas delas falam que em ambientes com maior diversidade de gênero, ou seja, com número parecido de homens e mulheres nos cargos de liderança dos times, a margem operacional da empresa pode crescer em mais de 40%. 7
cendo no mundo. Mesmo que tenha muito retrocesso em alguns países, as pessoas estão sendo obrigadas a tomar posição e discutir isso, o que é bom. A discussão, desde que pacífica, No Brasil, ainda há receio de pro- sempre é válida. Alguns países, como mover a diversidade nas empre- os EUA, estão tomando posições diante do mundo. Isso é extremamente sas, por que? Sim, principalmente quando falamos benéfico. em identidade de gênero e orientação sexual. A maioria das pessoas ainda No Brasil quais empresas valorinão entende o que é ou sequer acha zam seus profissionais LGBT? isto importante. Ainda é um tabu Principalmente empresas que tem a e a maioria prefere não falar sobre, inovação como um de seus pilares e tampouco sabe o quanto diversidade que são multinacionais. Normalmene inclusão podem trazer resultados te elas herdam essa visão de fora e benéficos à vida das pessoas e às em- trazem pro país, como a IBM, DELL, presas. Além disso, existe a dificuldade HP e SAP. Mas aos poucos isto está se de separar a religião do Estado e do espalhando, já tem empresas brasileiambiente corporativo e o pensamento ras que estão aderindo a essa forma de fundamentalista religioso exerce uma pensar. pressão enorme, ainda, sobre as instiA SAP desenvolve quais trabalhos tuições do país. neste sentido? Enquanto falarmos que religião e polí- A SAP tem grupos de diversidade e tica (e diversidade) não se discute, não inclusão, como um grupo e mulheres e um grupo LGBTI, com o objetivo de estaremos mudando nada. empoderar os colaboradores e validar as diferenças, além de workshops e Lá fora, como é esta realidade? Depende do país. Existem países onde mesas redondas que promovem a isto não é tabu mais, pois as pessoas já discussão desses temas no ambiente tem uma mentalidade inclusiva, como corporativo. Além disso, há políticas é o caso do Canadá. Mas existem outros instituídas para que todos sejam tratados de forma justa e com respeito, países como Rússia, por exemplo... como a inclusão de esposo(a) no plano O importante é ver e entender essa médico, independente da constituição onda de mudanças que vem aconte- de orientação sexual do casal. Além disso, existe comprovadamente um aumento de produtividade e da criatividade dos colaboradores que se sentem bem-vindos nas empresas.
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Qual a perspectiva no Brasil para a inclusão do tema no mercado corporativo? Eu sou otimista. Presencio essa transformação de perto em algumas empresas. Acho que aos poucos é uma realidade que está mudando e tem empresas grandes que trabalham o tema e estão dando um ótimo exemplo às outras empresas, mostrando que trabalhar diversidade dá resultado. Aos poucos as outras empresas vão se dar conta que terão que fazer o mesmo se não quiserem ficar pra trás. Nos EUA isto está claramente acontecendo. Está virando praticamente uma competição para ver que empresa se compromete mais com o tema.
“Enquanto falarmos que religião e política (e diversidade) não se discute, não estaremos mudando nada.”
MODA
FAIR PLAY Modelos: Guilherme Bernardes e Gabriel Nora Foto: Raphael Herzog Milagres Produção: Lado A
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Jeans Charlye Madison Camiseta Camuflada Arad Polo Charlye Madison e TĂŞnis Charlye Madison
Camiseta Sport Charlye Madison Blusa Thiago Paes Bermudas Arad
Jeans Charlye Madison Cueca CK
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Agradecimento: Deolee Rebelo 17
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Katy Perry
COLUNA SOCIAL
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COLUNA SOCIAL
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COLUNA SOCIAL
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MENINOS DE FERRO
A coragem de ser você mesmo por Bruno de Abreu Rangel
Quem já leu o livro “A coragem de ser você mesmo” deve ter associado o título logo de cara. Eu li e reli a obra, de cabo a rabo, pra tentar assimilar os ensinamentos de Osho, que me deixavam boquiaberto a cada página devorada. Numa de suas passagens mais marcantes ele nos convida a refletir: nossos pais nos falaram sobre Deus, e o que eles sabem sobre Deus? Qual a experiência que tiveram?
a cabeça encalacrada de perguntas existenciais. E é bem por aí. Com o passar dos anos nos tornamos numa pessoa cheia de pré-conceitos, com uma penca de inverdades e uma merrequinha de coragem para aceitar o nosso “Eu” que fica entalado na garganta, porque o mundo não tem o menor interesse em saber sobre nós.
“Somos condicionados o tempo todo e o segredo pra fugir do sistema é fazer as malas e embarcar numa aventura sem volta para o autoconhecimento.” O mestre na arte da meditação matou a charada, estamos repetindo padrões de gerações. Os pais impossibilitam os seus filhos de investigarem sobre a própria existência, tirando-lhes a chance de descobrirem quem são: você é batizado se nasce num lar cristão, circuncisado se tem origem judaica, matriculado numa escola trilíngue se é filho de diplomatas. E nada disso lhe foi perguntado. Quando você cresce se sente uma carta fora do baralho, vivendo uma vida que não é sua, com
Assim acontece com a maioria das pessoas que se descobrem gays, por exemplo. Elas crescem sendo induzidas ao matrimônio tradicional, a seguir todo o ritual como manda a apostila dos bons modos, são adestradas a entender que futebol é esporte de macho e romantismo é coisa da ala feminina. E na maioria dos casos, a firmeza de espírito para enfrentar uma situação emocionalmente complicada vem com os primeiros fios de cabelo branco, para alguns nem vem, pois o preço é alto – e
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não estou falando apenas de sexualidade, mas do esforço para olhar-se no espelho da alma sem se intimidar com o que vê. A vida sem maquiagem é muito mais interessante, mais natural, mais leve. Somos condicionados o tempo todo e o segredo pra fugir do sistema é fazer as malas e embarcar numa aventura sem volta para o autoconhecimento. Talvez quando criança a casa dos seus pais fosse azul e por esse motivo você se apaixona por tudo que tem a cor do céu; de repente, em algum momento, você admirou alguém de pele morena e hoje tem uma queda por pessoas dessa natureza; na adolescência assistiu a um documentário sobre proteger vidas e decidiu tornarse num policial porque adrenalina e senso de defesa estão no seu DNA; existem também as tristezas pessoais, os traumas que a gente esconde do Facebook e mantêm guardados numa caixinha com o receio de que alguém um dia descubra nossas fraquezas: assim somos nós na íntegra – versão sem cortes. A parte boa de amadurecer é ter a desenvoltura de sermos nós mesmos, autonomia para assumir o nosso papel sem fazer teatro, sentar numa mesa de bar apenas com pessoas que nos acrescentam sem precisar ficar naquela mise-en-scène toda (função 26
de fazer sala com sorrisos ensaiados), considerar que é uma grande bobagem gastar a voz com indivíduos que estão em outra sintonia, reconhecer que em alguns momentos teremos pensamentos insanos, pontadas de ciúme, surtos de inveja, crises de amor-próprio, um medo de fazer xixi nas calças por motivos tolos, dúvidas e indecisões que vão nos manter acesos nas madrugadas em que todos estão com as luzes apagadas. “O importante é ser você, mesmo que seja bizarro, seja você”. É verdade Pitty, também estamos nessa pegada. Da meditação ao rock a mensagem é a mesma: desprendimento, aceitação e liberdade, que vem com um leque de aprendizados. Para ser mais feliz é preciso coragem, valentia para ligar aquele botãozinho do dane-se e escutar de fato o que a nossa alma pede. Os tempos são outros e a evolução espiritual vai muito além do que as pessoas pensam sobre nós.
Bruno de Abreu Rangel
brunorangelbrazil@hotmail.com Blog: wwwbarbrazil.blogspot.com.br/
PONTO DE VISTA
Compreendendo a HOMOSsexualidade
segundo a Parapsicologia por Marilena B. da Mata
Religiões, filosofias, ciências, ao mesmo tempo em que atingiam um conhecimento mais amplo e estruturado do ser humano, da vida e do universo, enjaularam esse saber com os limites de seus interesses, necessidades históricas e sociais. E as interrogações continuam cada vez mais intensas e fortes: Quem sou eu? Onde estou? Para onde vou? Porque ninguém me entende? Quem se conhece de fato? Por que nasci assim? E cabe aqui a orientação de Sócrates, da antiga Atenas: ”Conhece-te a ti mesmo”. E a Parapsicologia, através de seus estudos e descobertas recentes, que vem respondendo de uma forma clara e objetiva aos mecanismos que regem o interior do ser humano e, ao mesmo
tempo, busca saber por que cada um age ou reage diante das circunstâncias da vida de forma diferenciada. Isso ocorre ao estudar a mente humana de uma forma jamais estudada: como ela funciona para produzir os resultados práticos na vida das pessoas, sejam eles positivos ou negativos. Descobre-se que a mente tem duas funções distintas: função consciente ou Eu racional e a função subconsciente que depois de acionado funciona mecânica, automática e autonomamente como uma máquina - computador ou robô. Este último é o agente que comanda nossa vida. É no subconsciente que estão as memórias e registros genéticos, progra-
mações cósmicas, as programações culturais milenares, religiosas, sociais, educacionais e específicas de cada ser humano, programações de vida intrauterina, processo de nascimento, infância, adolescência e vida adulta. Como profissional da área da saúde, diante de inúmeros casos de homossexuais à procura de ajuda para libertar-se de depressões, medos, fobias, baixa auto-estima, relacionamentos interpessoais, transtornos e síndrome do pânico, me encantei com a causa de forma clara, objetiva e simples; porém profunda e libertadora com que discorro sobre tão polêmico e, por muitos, tido como tabu: a homossexualidade. 28
O objetivo da Parapsicologia Científica do Sistema Grisa é levar o ser humano à harmonização consigo mesmo, com as pessoas e com a natureza, para atingir a sua plenitude nos três níveis: do prazer, da satisfação e da felicidade, como instrumento que possibilita uma compreensão maior, trazendo-o para a vivência de uma sexualidade mais harmoniosa, qualquer que seja a orientação sexual da pessoa. Fica confirmado que o subconsciente, em seu processo de padronização e generalização que, quando um bebê nasce, traz consigo não somente a herança genética propriamente dita, mas também a herança congênita constituída das programações espe-
“As constatações resultantes dos estudos da Parapsicologia indicam que não se trata de culpar alguém, trata-se de entender a situação para aperfeiçoar o processo.”
cíficas da vida intrauterina, processo de nascimento e das programações culturais. Sabemos que todos os acontecimentos com uma mulher grávida ficam registrados no bebê, no seu arquivo de memórias - o subconsciente. O bebê recebe as informações de tudo que a mãe sente, imagina, vivencia de positivo ou negativo. Grisa apresenta como causas da homossexualidade: a rejeição de vida intrauterina e, consequentemente, o medo de ter filhos, a rejeição à maternidade e à paternidade como programações subconscientes e não o livre arbítrio do consciente. As constatações resultantes dos estudos da Parapsicologia indicam que não se trata de culpar
alguém, trata-se de entender a situação para aperfeiçoar o processo. O objetivo é propor ou apresentar soluções, jamais complicar com julgamentos e condenações.
Marilena Bertaco da Mata é bióloga, pós-graduada em Parapsicologia clínica, com especialização em hipnose e regressão de memória e personal professional coach e desenvolvimento humano
REALIDADE
Quem a homofobia matou hoje? por Allan Johan
O blog “Homofobia Mata” criado pelo professor Luiz Mott, fundador do Grupo Gay da Bahia, registra há 10 anos os crimes que envolvem vítimas homossexuais e transgêneros no país. Os dados apontam uma média crescente e ainda subnotificada de um assassinato por homofobia no país por dia. São apenas dados encontrados pelos pesquisadores na imprensa e com a identificação da vítima como LGBT pelos veículos de comunicação. Os números reais são ainda maiores. O trabalho mostra diversas formas de homofobia que apontam que além da violência comum do dia a dia que todos nós brasileiros estamos sujeitos, os homossexuais brasileiros sofrem maior risco por conta da sua orientação sexual. São casos que chocam pois além dos requintes de crueldade em 30
alguns deles, eles atingem todas as classes sociais e todos os membros da sigla LGBT. O Brasil é o país onde mais ocorre assassinatos de homossexuais e transgêneros e no site é possível localizar os crimes por estado, identidade e orientação sexual. As lésbicas embora mais raramente, também são vítimas fatais da lesbofobia. Não há um perfil definido para a população de maior risco mas os dados sugerem que as transexuais e travestis que trabalham na prostituição são as mais ameaçadas. Além disso, muitos “discretos” que se colocaram em posição de risco com falsos garotos de programa ou amantes furtivos. Nos dois casos é possível ver claramente que a transfobia e homofobia se manifestaram não no crime em si necessariamente mas na construção do histórico
que levou estas pessoas à morte. A transexual ou travesti, quase sempre expulsa de casa, rejeitada no mercado de trabalho, acabou na prostituição para sobreviver. Para conseguir colocar silicone e se transformar na imagem que sente intimamente que pertence. Seja por briga por ponto, por dívidas em drogas, essa morte não foi comum, ela teve um histórico de homo ou transfobia, que levou esta pessoa até seu fim. Ela não o procurou ou escolheu como dizem alguns.
misturado com o machismo, dentro da própria comunidade, ataca os gays afeminados. A homofobia internalizada está na comunidade gay de diversas formas, pois somos bombardeados diariamente com discursos homofóbicos e heteronormativos.
Há ainda casos de suicídio. Um assunto pouco falado, mas no país há mais de 5 mil suicídios anualmente, 85% deles de homens. O suicídio de um homossexual, por depressão ou desespero, quase sempre tem como fundo a sua sexualidade como fator relevante. JoOs enrustidos são outro grupo muito vens homossexuais que não suportam presente entre as vítimas de homo- as pressões familiares, bullying e tiram fobia. Por medo da família descobrir, a própria vida. perder o trabalho, ou por vergonha, algumas pessoas insistem em relações A homofobia mata, quando não mata amorosas de risco. Alguns gostam de aleija, cria traumas graves, nos rouba as aventuras por fetiche. Enrustidos que possibilidades de felicidade e nos subfugiram a vida inteira da própria se- mete a um estresse constante. É preciso xualidade e procuram homens que não criminalizar a homofobia, sermos mese identificam como homossexuais. nos tolerantes com essa desigualdade, Esses assassinos que transam e depois da qual as pessoas às vezes fecham matam as vítimas. Muitos alegam que os olhos por se sentirem de alguma foram coagidos a ser passivos na cama, forma seguras em seus muros sociais outros de fato o foram e entram em pa- e pretensos de que não vivem na marranoia quando saciados: a homofobia gem da sociedade como essas pessoas internalizada mata! que foram mortas. A homofobia também mata aos poucos. Tanto o discurso contra gays quanto os crimes homofóbicos cometidos por ho- Veja o site: mossexuais egodistônicos, aqueles que homofobiamata.wordpress.com não se aceitam como gays, tem como fundo uma rejeição da figura bem Allan Johan é editor e fundador da Lado A resolvida. É o mesmo preconceito que
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